gestao da segurança social

220
PROFESSOR DOUTOR RUI TEIXEIRA SANTOS GESTÃO DA SEGURANÇA SOCIAL MESTRADO DE GESTÃO PÚBLICA INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO LISBOA 2013/2014 GESTÃO DA SEGURANÇA SOCIAL

Upload: ricardo-campelo-de-magalhaes

Post on 21-Jan-2018

197 views

Category:

Economy & Finance


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Gestao da segurança social

P R O F E S S O R D O U T O R R U I T E I X E I R A S A N T O S

G E S T Ã O D A S E G U R A N Ç A S O C I A L

M E S T R A D O D E G E S T Ã O P Ú B L I C A

I N S T I T U T O S U P E R I O R D E G E S T Ã O

L I S B O A

2 0 1 3 / 2 0 1 4

GESTÃO DA SEGURANÇA SOCIAL

Page 2: Gestao da segurança social

Programa

I PARTE - Temas aprofundados:

Introdução: enquadramento da segurança social na administração pública

1. As func oes sociais do estado e a reforma do estado social de provide ncia. O estado garante e o Estado isonómico.

2. Modelos na pratica: nordico (suecia), anglo-saxonico (Inglaterra), continental (Franc a), mediterra nico (Portugal)

3. Os grandes agregados: pensoes, desemprego e doenc a,prestac oes familiares

4. As contas da seguranca social: regimes contributivos e nao contributivos

5. O papel da capitalizacao publica e regimes complementares

6. Gesta o financeira e sustentabilidade economica

Page 3: Gestao da segurança social

Programa

II PARTE: O direito da segurança social e do terceiro sector

1. O reconhecimento e a consagração do direito à segurança social

2. O direito à segurança social na constituição portuguesa - um compromisso de concepções

3. Direito à segurança social versus democracia

4. Direito à segurança social versus solidariedade4.1. Uma responsabilidade de todos4.2. Uma responsabilidade do estado

5. Direito a um mínimo de protecção social versus princípio da dignidade da pessoa humana

Page 4: Gestao da segurança social

Programa

6. Um direito a prestações

6.1. Colocação do problema6.2. A natureza do direito (a prestações)6.3. A vinculação do estado (máxime do legislador)6.4. Vinculação a um dever objectivo de prestação ou ao fornecimento de prestações subjetivas ?6.5. Princípio da proibição do retrocesso ou não retorno da concretização

6.5.1. Enquanto exigência de "proteção" de normas (legais) que concretizam o núcleo essencial do direito6.5.2. Enquanto exigência de "proteção" de normas (legais) materialmente constitucionais

6.6. A não concretização do direito à segurança social7. Os princípios da universalidade e da igualdade8. História do direito da segurança social português9. Lei de bases do sistema de solidariedade e da segurança social10. Lei de bases da economia solidária11. Princípios do voluntariado

Page 5: Gestao da segurança social

Programa

III Parte

Regime geral de segurança social (RGSS)

Prestações e contribuições

Regimes Contribuitivos da Segurança Social (Lei 110/2009 de 16 de setembro, 6º alteração pela

Lei 66-B/2012 de 31 de Dezembro.

Regime geral dos trabalhadores por conta de outrem

O regime geral dos trabalhadores por conta de outrem compreende:

a) Regime aplicavel a generalidade dos trabalhadores por conta de outrem;

b) Regime aplicavel aos trabalhadores integrados em categorias ou situaco es

especificas;

c) Regime aplicavel as situaco es equiparadas a trabalho por conta de outrem.

Quotização do trabalhador

Contribuição da entidade empregadora

Contribuições da entidades empregadoras públicas

Contribuições das entidades empregadoras não incluídas no âmbito da Administração

Pública que tenham trabalhadores com uma relação jurídica de emprego público e

estejam enquadrados no RGSS

Page 6: Gestao da segurança social

Programa

Restituição de Contribuições e de Quotizações

Regularização das Dívidas à Segurança Social (Decreto-

Lei n.o 42/2001, de 9 de fevereiro, republicado pelo

Decreto-Lei n.o 63/2014 de 28 de abril)

Page 7: Gestao da segurança social

Crítica ao capitalismo industrial: o Social passa a ser Público

A segurança social e uma resposta publica ao desafio que o “social” representou par o capitalismo o século XIX.

As condições de trabalho e de vida dos trabalhadores da industria capitalista eram de tal modo degradantes que o cooperativismo, do corporativismo e do sindicalismo começaram a ameaçar a ordem estabelecida.

A Igreja Catolica defenderia soluções de “salario justo” e a organização dos trabalhadores em corporações ou organizações sindicais (Rerum Novarum traz uma nova doutrina social da Igreja).

O socialismo – utópico e marxista – bem como o anarquismo haveria de se organizar em sindicatos, à semelhança dos organizados pela Igreja Católica

Estes sindicatos católicos evoluiriam no século XX para os partidos democratas cristão e os os comunistas e anarquistas para os Partidos socialistas e social-democratas europeus, que viriam a adotar uma agenda de direitos sociais que caraterizou o Estado Social de Providência.

Page 8: Gestao da segurança social

Introdução

Sendo inegável a imperfeição do universalismoprovidencialista instituído até hoje, designadamente quanto à extensão e profundidade de cobertura de riscos sociais, as dúvidas sobre a adequação do fundamentoestritamente «beveridgiano» da nossa protecçãosocial não podem, por outro lado, ser iludidas, dada a visibilidade das crises demográfica e do emprego na nossa sociedade. Daqui resulta umaforte tensão entre prementes necessidadessociais, ainda insatisfeitas, e os factores típicos de ruptura do Estado-providên- cia, não obstante a incipiência da realização deste, em Portugal.

(Ribeiro Mendes)

Page 9: Gestao da segurança social

O CONTRATO SOCIAL PROVIDENCIALISTA

O debate associado às propostas e estratégias de reforma do Estado-providência tem posto em evidência o aparente esgotamento do contratosocial em que ele assentou originariamente1. A este contrato social providencialista podemos chamar «beveridgiano», se atendermos à inspiração histórica mais evidente que o influenciou, e dele salientar-se-ão como traços principais os seguintes:

• O conceito de cidadania inclui, para além dos direitos cívicos e políticos, os direitossociais. Estes garantem a protecção universal dos cidadãos face aos diversos riscossociais, bem como o acesso universal a certos serviços eticamente valorizados, comosejam os cuidados de saúde e a educação, assumindo a cidadania uma dimensão explícitade bem-estar material, anteriormente entregue ao livre jogo do mercado;• A definição dos riscos sociais incorpora uma gama muito ampla de contingências — do desemprego à maternidade, da incapacidade de trabalho à perda do «ganha-pão» familiar, da doença à velhice — cobrindo virtualmente a totalidade das situações de incapacidade de gerar rendimentos, em estreita articulação com as políticas de plenoemprego características do Estado-providência;• O Estado assegura aos cidadãos a segurança social, baseada no conceito de garantia de recursos, que inclui nos seus mecanismos quer o previdencialismo do seguro social, quera solidariedade nacional assistencialista.

Page 10: Gestao da segurança social

A conjugação do seguro social e da assistência social veio a ser um elemento central da configuração dos modernossistemas de segurança social e, em consequência, dos diversos modelos históricos de Estado-providência, porduas razões importantes.Em primeiro lugar, permitiu a transição sem rupturas do seguro social «bismarckiano» aos sistemas beveridgianos, através da universalização da- quele. A inclusão do segurosocial no contrato social beveridgiano permitiu aplicar a técnica actuarial de redistribuição do custo dos riscos àsociedade no seu conjunto, tomando esta como o maior dos grupos de risco e cada cidadão como subscritor da apólicede grupo, pagando a correspondente quota do prémiorespectivo.

Page 11: Gestao da segurança social

Em segundo lugar, viabilizou a adopção do regime de financiamento por repartição, em substituição da capitalização. Naquele não há pré-financiamento dos benefícios concedidos e são as contribuições actuaisdos beneficiários activos que pagam a globalidade das prestações atribuídas correntemente aos inactivos. A repartição é vantajosa em certas condições, quandopermite transacções intergeracionais e partilhas de riscos que podem trazer melhorias paretianas de bem-estar.

Page 12: Gestao da segurança social

É claro que nada nos mecanismos de mercadogarante que se realize espontaneamente a transacçãointergeracional da repartição neste último caso. Só a mediação do Estado permitirá superar «a resistênciados jovens relativamente às transferências para osidosos, as quais nunca podem ser compensadasdirecta ou indirectamente por estes», como salientouSamuelson, logo no seu artigo pioneiro sobretransferências intergeracionais (Samuelson,1958).

Page 13: Gestao da segurança social

A crise dos Estados-providência tem causas profundasque radicam numa crise mais ampla do modelo de crescimento económico e de acumulação de capital quevigorou no Ocidente desenvolvido do após-guerra. As manifestações da crise têm variado de uns países paraoutros e no tempo, mas pode afirmar-se-se que ela se tem reflectido especificamente em cada um dos aspectos característicos principais do contrato social beveridgiano, para além dos particularismos de cadacaso nacional. Com efeito:

Page 14: Gestao da segurança social

1. O conteúdo histórico dos direitos sociais dos cidadãosacabou por fixar-se na garantia da satisfação de um conjunto de necessidades básicas supostamenteinerentes à condição humana. Sendo tais necessida- des historicamente contingentes, o desenvolvimentosubstantivo dos direitos sociais fez-se segundomecanismos de escolha pública (public choice), emfunção do peso político e eleitoral dos gruposinteressados ou de risco. Ora, tal dinâmica de alargamento cumulativo dos direitos sociais entrou emconflito com as restrições orçamentais com que osEstados se defrontam, uma vez deflagrada a crise do modelo de crescimento e acumulação do após-guerra;

Page 15: Gestao da segurança social

2. As mudanças sociais, económicas e demográficas da nossa épocaalteraram a própria definição dos riscos sociais e os padrões de exposição dos indivíduos a esses riscos.Por um lado, o prolongamento substancial da duração média de vidaindividual institucionalizou a velhice como «terceira idade», pelo quedeixou de constituir o risco social universal da fase residual da vida de cada indivíduo; são as diversas formas de incapacidade fun- cionalcrónica da velhice que emergem agora e cada vez mais como riscossociais, em sua substituição. Por outro lado, assistiu-se à pulve-rização do ciclo clássico de exposição aos riscos sociais, em que esta se desenvolvia como função linear da idade individual.Em vez do anterior padrão uniforme que fundamentava a universa-lidade beveridgiana, os padrões pluriformes de risco social e de expo-sição ao risco que hoje predominam implicam cada vez mais a selectividade orientada (targeting) da intervenção social do Estado;

Page 16: Gestao da segurança social

3. Os níveis de bem-estar assegurados pelas prestações dos sistemas de segurança social estão postos em causa nas actuaiscondições demográficas e de emprego, visto que se basearamgeneralizadamente no financiamento por repartição, o qualdepende criticamente do crescimento estável da população e do crescimento equilibrado da economia.Compreende-se, assim, que se tenha vindo a assistir, um poucopor toda a parte, à revisão do contrato social subjacente aosEstados Social de Providência num sentido a que podemoschamar «pós-beveridgiano». Ao longo dos anos 80 foramempreendidas nos principais países desenvolvidos profundasreformas dos sistemas de segurança social, que vierammaterializar a revisão pós-beveridgiana do contratoprovidencialista a diversos níveis;

Page 17: Gestao da segurança social

4. A contenção em matéria de direitos sociais apontoupara, em vez da insistência na garantia universal da satisfação de necessidades básicas, a criação de condições em que ninguém possa cair abaixo de um certo nível de bem-estar mínimo, isto é, a garantia de um rendimento mínimo;

Page 18: Gestao da segurança social

5. A ênfase contratual privilegiou a equidade enquanto igualdade de oportunidades, significando que a justiça social está a tornar-se cada vez maisprocessual, isto é, preocupa-se mais em alcançar regras e procedimentosequitativos e menos com a afectação mais igualitária dos recursoseconómicos. Consequentemente, procura-se que todos tenham acesso emtermos equitativos a oportunidades de desenvolvimento pessoal, segundo as suas preferências.Os termos pós-beveridgianos do contrato social providencialista afirmampreferencialmente um princípio maxi-mir?, isto é, uma norma de discriminação positiva dos menos favorecidos, que (a) implica apriorização dos riscos sociais e dos grupos de exposição, constituindo estes o alvo de medidas de solidariedade selectivas e orientadas para erradicarfenómenos extremos de pobreza e exclusão social, ao mesmo tempo que (b) impõe a tutela pública sobre o nível de consumo individual de certos bens (merit goods) julgados indispensáveis à igualdade de oportunidades —educação, cuidados de saúde, previdência dos principais riscos sociais;

Page 19: Gestao da segurança social

Em consequência, assiste-se à responsabilizaçãocrescente de todos e cada um dos cidadãos naelevação do bem-estar social, o que passadesignadamente pela articulação das prestaçõessociais com os incentivos ao trabalho e pelodesdobramento do seguro social em «patamares» hierarquizados e complementares de substituição do rendimento, contratualizando-se crescentemente osde ordem superior (pela negociação colectiva de trabalho ou pelo contracting-out individual, aindaque fortemente regulamentado).

Page 20: Gestao da segurança social

História da Segurança Social em Portugal

A Segurança Social é um sistema que pretende assegurardireitos básicos dos cidadãos e a igualdade de oportunidades, bem como, promover o bem-estar e a coesão social para todosos cidadãos portugueses ou estrangeiros que exerçamatividade profissional ou residam no território.

A institucionalização da segurança social (beveridgiana), prenunciada ainda nos últimos anos do regime corporativo, sófoi possível após 1974. A democratização das instituições e da sociedade, então iniciada, incluiu logo no programa do 1,°governo provisório certas medidas de política social para a substituição progressiva dos sistemas de previdência e de assistência por um sistema integrado de segurança social, a protecção de riscos anteriormente ignorados (maternidade e primeira infância, invalidez e velhice) e a criação de um sistema nacional de saúde.

Page 21: Gestao da segurança social

Em Portugal, os princípios fundamentais de protecçãosocial decorrentes do relatório Beveridge, e fixados apósa Segunda Guerra Mundial pela convenção n.° 67 da Conferência Internacional do Trabalho, começaram a difundir-se desde os anos 60, apesar de dificilmentecompatíveis com o espírito e a prática da previdênciasocial corporativa.

Um parecer da Câmara Corporativa de 1961, por ocasiãoda primeira grande revisão da legislação da previdênciasocial, tinha sido, embora de forma discreta, o seuprimeiro mani- festo, aquando da análise da proposta da futura Lei n.° 2115, de 1962. Todavia, o regime corporativo revelou-se incapaz de incorporar a doutrinabeveridgiana na lógica da previdência social, mesmo nafase da abertura marcelista.

Page 22: Gestao da segurança social

Sistema Público de Segurança Social

Portugal dispõe de um Sistema Público de Segurança Social que se desenvolveu muito mais tarde que o de outros países. Foi o 25 de Abril que permitiu a consagração do princípio de solidariedade entre geraçõese que fosse consagrado na Constituição o direito de todosà segurança social.

O direito à segurança social é recente e tem em vista defender e proteger a vida humana face aos riscossociais, podendo também defendê-la e protegê-la face àsadversidades de contextos políticos e económicos.

Page 23: Gestao da segurança social

A Segurança Social tal como hoje existe e a respetivainternacionalização resultou da necessidade de proteger as pessoasna sequência do aparecimento de problemas sociais decorrentes dos fenómenos da industrialização e urbanismo e da deslocação de trabalhadores dentro e além fronteiras. Para esse efeito foifundamental o papel das organizações internacionais através da adoção dos respetivos instrumentos internacionais, que visamcoordenar e desenvolver ou harmonizar e fazer convergir as normasde Segurança Social por si adotadas.

A essas organizações internacionais e à respetiva atividadenormativa em matéria de Segurança Social internacional far-se-áreferência a seguir, ilustrando-se, de forma sintética, o seu âmbitode atuação e respetivos objetivos, o papel que desempenham naárea da Segurança Social, dando-se visibilidade à forma como cadauma delas intervém no domínio da Segurança Social, seja elaexclusiva, maioritária ou mais genérica, conforme o caso.

Page 24: Gestao da segurança social

História da Segurança Social Portuguesa

Vêm de longe, desde a fundação da nacionalidade, os esforços de monarcas e ordensreligiosas para corresponder ao dever moral de proteção das situações de necessidadenos planos individual e familiar. As santas casas da misericórdia que se multiplicaram por todo o país a partir da fundação da primeira Irmandade da Misericórdia, pela Rainha D. Leonor, em 1498, tornaram-se o grande pólo da assistência privada nos domínios da saúde e da ação social. A Casa Pia de Lisboa, fundada em finais do século XVIII, foi o primeiro sinal de instauração da assistênciapública. Implantada a República, foi longo e penoso o caminho até à aprovação, naprimeira metade da década de quarenta, do estatuto de saúde e assistência, apontandopara a função supletiva do Estado na ação assistencial que, a nível local, passou a sercoordenada pelas Misericórdias.

O vigoroso associativismo operário do século XIX esteve na base do rápido crescimentodo número de associações de socorros mútuos e seus associados. Apesar de terempreenchido um papel importante tanto na prestação de cuidados médicos e de fornecimento de medicamentos, como na atribuição de prestações pecuniárias emsituações de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e de subsídios de funeral, a proteção assegurada era insuficiente, designadamente em matéria de velhice, o que levou à criação, ainda nos finais do século XIX, das primeiras caixas de aposentações.

Page 25: Gestao da segurança social

Cinco diplomas legislativos publicados em 10 de maio de 1919 deram corpo à primeira tentativa de instituição de um sistema de seguros sociais obrigatórios, destinados a abranger a generalidade dos trabalhadorespor conta de outrem, com salários ou rendimentosinferiores a determinado montante. Previa-se a criaçãode uma entidade gestora de âmbito nacional - o Institutode Seguros Sociais Obrigatórios – para a concessão de prestações nas eventualidades de doença, invalidez, velhice, sobrevivência, desemprego e acidentes de trabalho. Todavia, por falta de condições políticas, estalegislação não viria a ser aplicada.

Page 26: Gestao da segurança social

Foi a Lei n.º 1 884, de 16 de março de 1935 que, em conjunto com diversos diplomas posteriores de regulamentação, lançou a estrutura para a criação de um sistema de seguros sociaisobrigatórios correspondente ao modelo então em vigor em muitospaíses europeus. Em obediência aos princípios corporativosestabelecidos na constituição política de 1933 e no estatuto do trabalho nacional, esta lei determinava as bases da então designadaprevidência social que, tendencialmente, deveria abranger ostrabalhadores por conta de outrem, do comércio, indústria e serviços. O âmbito material do sistema era limitado a prestações de doença (cuidados de saúde e subsídio de doença), invalidez, velhicee morte, geridas fundamentalmente por caixas sindicais de previdência, na sua maioria de âmbito nacional. Os trabalhadoresdo setor agrícola e do setor das pescas viriam a ser enquadrados emsistemas de protecão social específica geridos pelas casas do povo e casas dos pescadores.

Page 27: Gestao da segurança social

Sendo o primeiro sistema de previdência social que se podia considerarestruturado, era também limitado no seu âmbito de ação. Em 1962, foiempreendida a reforma através da Lei n.º 2115, de 18 de junho de 1962, regulamentada pelo Decreto-Lei n.º 45 266, de 23 de setembro de 1963 e numerosos diplomas posteriores. Foi alterado o método de equilíbriofinanceiro das instituições de previdência, passando-se do regime de capitalização estrita, anteriormente em vigor, para o da capitalizaçãomitigada, o que permitiu melhorar as prestações já existentes e alargar a proteção às eventualidades de maternidade e de encargosfamiliares. Os trabalhadores independentes foram mencionados pelaprimeira vez. Com o objetivo de tornar as instituições de previdência maispróximas dos trabalhadores e seus familiares, a sua base territorial passou a ser predominantemente regional, salvo no que respeita às eventualidades de invalidez, velhice e morte, para as quais foi criada a Caixa Nacional de Pensões.

Foi criada uma outra instituição de âmbito nacional, a Caixa Nacional de

Page 28: Gestao da segurança social

Dada a internacionalização já atingida pelo sistema portuguêsde previdência social, entrou, ainda, em funcionamento, a Caixa Central de Segurança Social dos TrabalhadoresMigrantes, instituição que passou a assegurar as funções de organismo de ligação entre as instituições portuguesas de previdência e as suas congéneres de países aos quais Portugal se encontrava ligado por instrumentos internacionais de Segurança Social.

Foi reformulado o regime de proteção contra os acidentesde trabalho, embora mantendo o princípio da responsabilização direta da entidade patronal, com a obrigação de a transferir para as companhias seguradoras (Lei n.º 2 127, de 3 de agosto de 1965).

Page 29: Gestao da segurança social

1970-1984

Medida de proteção importante num país que tinha, ainda, uma considerável população rural, foi a criação do regime de previdência dos trabalhadores agrícolas, caracterizadocomo regime transitório de pensões destinado a abranger, de imediato, os trabalhadores agrícolas inscritos nas casas do povo que se encontrassem em situação de carência por motivode invalidez ou velhice e, posteriormente trabalhadoresagrícolas não inscritos nas casas do povo e produtoresagrícolas (Decreto-Lei n.º 391/72, de 13 de outubro).

Numa perspetiva histórica e de consolidação do sistema, todos estes passos foram importantes para traçar o caminhoem direção ao sistema de Segurança Social do pós-25 de Abril, assente num direito universal.

Page 30: Gestao da segurança social

Pensão Social

O direito à Segurança Social, estabelecido no art.º 63.º da Constituiçãoda República Portuguesa, é concretizado através do sistema de Segurança Social consubstanciado nas sucessivas leis de bases que o foram ajustandoà evolução social e económica nacional e internacional e da estruturaorgânico-funcional responsável pela sua implementação. Várias alteraçõese ajustamentos ao longo das décadas foram dando corpo ao sistema, ilustrando, simultaneamente, as opções políticas e sociais dos sucessivosGovernos.

Antes da aprovação da primeira lei de bases, já várias medidas haviam sidotomadas nos campos de aplicação pessoal (pessoas abrangidas) e material (prestações garantidas) da proteção social. É de particular importância a pensão social. Instituída, inicialmente, em termos puramenteassistenciais, o seu campo de aplicação pessoal é posteriormente alargado a todas as pessoas com idade superior a 65 anos que não exercessematividade remunerada e não estivessem abrangidas por qualquer esquemade previdência, bem como às pessoas inválidas com idade superior a 14 anos, que não conferissem direito ao subsídio vitalício ou a outro subsídio(Despacho Normativo n.º 59/77, de 23 de fevereiro).

Page 31: Gestao da segurança social

Regime não contributivo de proteção social

Em certa medida, a instituição da pensão social está na base da criação do esquema mínimo de proteção social (Decreto-Lei n.º 513-L/79, de 26 de dezembro), para todos os cidadãos nacionaisresidentes, independentemente do vínculo laboral ou de contribuiçãoprévia. Tem por objetivo a garantia universal do direito a prestaçõesno âmbito da saúde e da Segurança Social, incluindo a pensão social, o suplemento de pensão a grandes inválidos, o abono de família, o subsídio mensal a menores deficientes e o equipamento social. O esquema mínimo é, mais tarde, substituído pelo regime nãocontributivo de proteção social (Decreto-Lei n.º 160/80, de 27 de maio) que, mantendo todos os benefícios do referido esquema, passa a limitar o universo pessoal aos cidadãos mais desfavorecidos na base da verificação da condição de recursos. Embora com designaçõesdiferentes ao longo dos anos, o regime não contributivo continua a constituir uma trave mestra da proteção social de cidadania.

Page 32: Gestao da segurança social

Entre as medidas adotadas neste período, em matéria de regimes, são de realçar: integração dos trabalhadores do serviço doméstico no regime geral

de previdência com um reordenamento do seu esquema de Segurança Social a partir de 1982, (Decreto Regulamentar n.º 43/82, de 22 de julho)

criação do regime do seguro social voluntário para abrangerfacultativamente os cidadãos nacionais maiores de 18 anos não cobertospor qualquer regime de inscrição obrigatória (Decreto-Lei n.º 368/82, de 10 de setembro)

criação do regime transitório para todos os trabalhadoresindependentes (Portaria n.º 115/77, de 9 de março), que se transformouposteriormente no regime dos trabalhadores independentes(Decreto-Lei n.º 8/82, de 18 de novembro)

reformulação do regime de proteção social dos trabalhadoresagrícolas (Decreto-Lei n.º 251/83, de 11 de junho)

é aprovado o regulamento do regime de proteção social a desalojados (Despacho Normativo n.º 152/77, de 21 de junho).

Page 33: Gestao da segurança social

Em matéria de prestações, o Decreto-Lei n.º 169/80, de 29 de maio, vemdar início a um processo de revisão e valorização das prestações familiaresem favor da infância e juventude e da família, estabelecendo-se que o abonode família deverá constituir, de futuro, essencialmente um direito das crianças.

É instituído, com base experimental, um subsídio de desemprego para a generalidade dos trabalhadores por conta de outrem (Decreto-Lei n.º 169-D/75, de 31 de março).

No âmbito das pensões, são introduzidas novas prestações como o subsídiode natal para os pensionistas (Decreto-Lei n.º 724/74, de 18 de setembro). Numa tentativa de imprimir uma outra dinâmica ao processamento das pensões de invalidez, é criado o sistema de verificação de incapacidades permanentes - SVIP (Decreto-Lei n.º 144/82, de 27 de abril), para abertura do direito a pensões de invalidez e outras prestações de incapacidade, que resulta na transferência da responsabilidade que estava a ser exercida pelas juntas médicas dos serviços medico sociais para os serviçosda Segurança Social.

Page 34: Gestao da segurança social

Em matéria de ação social, é renovada a obrigatoriedade jáprevista no Decreto-Lei n.º 48 580, de 14 de setembro de 1968, de sujeição de equipamentos a licenciamento prévio e à fiscalização do Estado, através do Decreto-Lei n.º 350/81, de 23 de dezembro, ficando os estabelecimentos com fins lucrativos sujeitos àobtenção de alvará pelos centros regionais, relativamente àscondições de instalação e funcionamento.

No âmbito das modalidades de proteção a crianças e jovens, édefinida a resposta de colocação familiar, como medida de acolhimento temporário, por famílias consideradas idóneas, de menores cuja família natural não esteja em condições de desempenhar cabalmente a sua função educativa (Decreto-Lei n.º 288/79, de 13 de agosto e Decreto Regulamentar n.º 60/80, de 10 de outubro).

Page 35: Gestao da segurança social

No reconhecimento de que a organização do sistema de Segurança Social não prejudicará a existência de instituições privadas de solidariedade social não-lucrativas que serão permitidas, regulamentadas por lei e sujeitas àfiscalização do Estado, o Decreto-Lei n.º 519-G2/79, de 29 de dezembro, estabelece o regime jurídico das instituições privadas de solidariedade social e a portaria n.º 234/81, de 5 de março, aprova o regulamento do registo das instituições privadas de solidariedade social. Posteriormente, o Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro, aprova o estatuto das instituições privadas de solidariedade social.

São estabelecidas as normas reguladoras dos acordos de cooperação entre os centros regionais de Segurança Social e as instituições privadas de solidariedade social com o objetivo de contribuirpara a concessão, por estas, de prestações sociais, designadamente emserviços de ação social e familiar e de equipamento social, para a proteção àinfância e juventude, à família, comunidade e população ativa, aos idosos e aos deficientes (Despachos Normativos n.º 360/80, n.º 388/80, de 31 de dezembro e n.º 12/88, de 22 de fevereiro).

Page 36: Gestao da segurança social

Correspondendo à necessidade da criação de serviços paraassegurar o acolhimento das crianças durante o período de trabalho dos pais, garantindo as condições adequadas ao seudesenvolvimento integral, sobretudo tratando-se do acolhimento de crianças entre os 3 meses e os 3 anos, é criadauma nova resposta social – a ama - e procede-se ao seuenquadramento em creches familiares (Decreto-Lei n.º 158/84, de 17 de maio e Despacho Normativo n.º 5/85, de 26 de novembro).

Em matéria de financiamento, é aprovado um novo regime jurídico de contribuições tendo em vista um maior rigor no pagamento das mesmas bem como das dívidasvencidas e vincendas (Decreto-Lei n.º 103/80, de 9 de Maio).

Page 37: Gestao da segurança social

1984-1989

Em 1984, é aprovada a primeira lei de bases da Segurança Social (Lei n.º 28/84, de 14 de agosto), que estabelece, como objetivos do sistema:

garantia da proteção dos trabalhadores e das suas famílias nassituações de falta ou diminuição de capacidade para o trabalho, de desemprego e de morte

compensação dos encargos familiares

proteção das pessoas em situação de falta ou diminuição de meios de subsistência.

Posteriormente à publicação da lei, são regulamentadas váriasmedidas.

Page 38: Gestao da segurança social

Desemprego

É criado o subsídio de desemprego cuja duração e montante estãodiretamente ligados aos períodos de trabalho e de contribuições do trabalhador bem como com as remunerações de trabalho perdidas (Decreto-Lei n.º 20/85, de 17 de janeiro). Este diploma prevê, ainda, o subsídiosocial de desemprego, integrado no regime não contributivo, para ostrabalhadores desempregados que tenham esgotado os prazos de concessãodo subsídio de desemprego ou não tenham o prazo de garantia exigido paraaquela prestação, isto é, trabalhadores com menores carreiras contributivas e baixos rendimentos.

Em toda a Europa comunitária, o desemprego dos jovens e o desemprego de longa duração constituem preocupação dominante pelassuas repercussões negativas quer para os próprios, quer para a sociedade.

Page 39: Gestao da segurança social

O sistema de Segurança Social procura apoiar estes dois gruposatravés de um conjunto de medidas de especial apoio e proteção, designadamente a desoneração de pagamento das contribuições devidas à Segurança Social e ao fundo de desemprego por parte das entidades patronais que contratemtrabalhadores pertencentes a estes 2 grupos, bem como apoiosfinanceiros não reembolsáveis (Decreto-Lei n.º 257/86, de 27 de agosto e Decreto-Lei n.º 64-C/89, de 27 de fevereiro).

As entidades empregadoras que celebrem contratos de trabalhopor tempo indeterminado com pessoas com deficiência, passam, também, a ter direito à redução da taxa contributiva (Decreto-Lei n.º 299/86, de 11 de setembro).

Page 40: Gestao da segurança social

Doença

Por sua vez, a proteção na doença é objeto de reformulação global, procurando-se uma maior clareza nos direitos reconhecidos e a racionalização dos meios para o pagamento atempado das prestações (Decreto-Lei n.º 132/88, de 20 de abril).

Maternidade paternidade e adoção

A proteção global da maternidade e paternidade e a valorização da família no âmbitodos regimes da Segurança Social são reforçadas pelo Decreto-Lei n.º 154/88, de 29 de abril, que define e regulamenta a proteção na maternidade e paternidade, naadoção, e na assistência a descendentes menores, dos beneficiários do regime geral porconta de outrem e dos trabalhadores independentes. As prestações para coberturadesta eventualidade passam a depender de um prazo de garantia de seis meses, semexigência de índice de profissionalidade e é fixado um montante mínimo para ossubsídios, particularmente para os trabalhadores em situação económica precária.

Page 41: Gestao da segurança social

Invalidez e Velhice

Na linha de integração dos sistemas de Segurança Social no regime unitário preconizado na lei de bases de 1984, é instituído o regime da pensão unificada para trabalhadores abrangidos pelosistema de Segurança Social e pelo sistema de proteção social da função pública (Decreto-Lei n.º 143/88, de 22 de abril).

É, também, instituído o subsídio por assistência de terceira pessoa a deficientes titulares de outras prestações, de montante igual ao estabelecido para o suplemento de grande inválido do regime geral da Segurança Social (Decreto-Lei n.º 29/89, de 23 de janeiro).

Na área da ação social, são disciplinadas as atividades de apoio ocupacional aos deficientesgraves (Decreto-Lei n.º 18/89, de 11 de fevereiro) e definidas as condições de exercício e o regime de proteção social das ajudantes familiares (Decreto-Lei n.º 141/89, de 28 de abril). O regime do licenciamento, funcionamento e fiscalização dos estabelecimentos com fins lucrativos que exercem atividades de apoio social relativas ao acolhimento de crianças e jovens(creches, centros de atividades de tempos livres e lares), pessoas idosas (lares e centros de dia) e pessoas com deficiência (lares) e, ainda, serviços de apoio domiciliário para todos é novamenteobjeto de regulamentação (Decreto-Lei n.º 30/89, de 24 de janeiro). São posteriormenteaprovadas as normas reguladoras dos centros de atividades de tempos livres e das creches, através dos Despachos Normativos n.º 96/89 e n.º 99/89, de 11 de setembro.

Page 42: Gestao da segurança social

Em matéria de financiamento, na lei de bases fica estabelecido que o regime geralé financiado pelo orçamento da Segurança Social, isto é pelas contribuiçõesdos trabalhadores e das entidades patronais, enquanto que o regime nãocontributivo e a ação social são financiados por transferências do Estado. Éaprovado o regime sancionatório no âmbito da Segurança Social (Decreto-Lei n.º 64/89, de 25 de fevereiro) e estabelecidas as contraordenações e as coimascorrespondentes.

A taxa social única entra em vigor em 1986. São fixadas as taxas de contribuiçõesa pagar pelos trabalhadores e entidades patronais em 11% e 24%, respetivamente, das remunerações por trabalho prestado, sendo a percentagem de 0,50% destinadaao financiamento da protecção na eventualidade de doença profissional (Decreto-Lei n.º 140-D, de 14 de junho).

Correspondendo à necessidade de regulamentar a concessão de benefícioscomplementares que já abrangiam um considerável número de trabalhadores e de empresas, são regulamentados os regimes profissionais complementares(Decreto-Lei n.º 225/89, de 6 de julho).

Page 43: Gestao da segurança social

Década de 1990

Independentemente da referência posterior a medidas específicas no âmbito das diversas prestações, a década de 90 é caracterizada por 4 diplomas estruturantes, todos publicados no dia 25 de setembro de 1993, com grande incidência na definição das traves mestras do sistema.

O Decreto-Lei n.º 326/93, de 25 de setembro, reintroduz o sistema de desagregação da taxa contributiva global por eventualidade, determinando o valor da taxa atribuível a cada eventualidade.

O Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de setembro, assegura a efetivaçãodo direito à Segurança Social dos membros dos órgãosestatutários das pessoas coletivas e entidades equiparadas, passando a abranger os administradores e sócios gerentes de empresas.

Page 44: Gestao da segurança social

Pelo Decreto-Lei n.º 328/93, de 25 de setembro, é reformulado o regime de Segurança Social dos trabalhadoresindependentes, que passam a usufruir da cobertura da Segurança Social, em igualdade de circunstâncias com os trabalhadores por contade outrem. São previstos 2 esquemas de prestações:

- um, mais restrito, que cobre, com caráter obrigatório, aseventualidades de maternidade, invalidez, velhice e morte

- outro, mais alargado, que cobre também, com caráterfacultativo, a proteção nas eventualidades de doença, doençaprofissional e encargos familiares.

Finalmente, o Decreto-Lei n.º 329/93, de 25 de setembro, distingue a componente de seguro da componente de solidariedade com base no financiamento pelo orçamento do Estado.

Page 45: Gestao da segurança social

No âmbito do regime não contributivo, a medida de maior relevo, nesteperíodo, é a criação do rendimento mínimo garantido, prestaçãointegrada por duas vertentes - prestação pecuniária e programa de inserçãosocial - procurando garantir aos indivíduos e seus agregados familiares osrecursos necessários à satisfação das suas necessidades básicas e a progressiva integração social e profissional Lei n.º 19-A/96, de 29 de junho.

É uma medida complexa e de caráter inovador, optando-se, por isso, porpromover um período de aprendizagem social, em que o rendimento mínimoé criado sob a forma de projetos-piloto experimentais de ação social em váriaszonas do país (Portaria n.º 237-A/96, de 1 de julho).

Os conceitos de rendimento mínimo, prestação de rendimento mínimo, programa de inserção e vários outros, bem como as condições de titularidadee atribuição da prestação, e a elaboração do programa de inserção, sãodefinidos, com base na experiência adquirida, pelo Decreto-Lei n.º 196/97, de 31 de julho.

Page 46: Gestao da segurança social

Desemprego

Reconhecendo-se a necessidade de uma proteção maiseficaz para os trabalhadores de grupos etários maiselevados cuja reintegração no mercado de trabalho émais problemática, é aumentada a duração da concessão das prestações de desemprego e surge umanova medida de subsídio de desemprego parcial(Decreto-Lei n.º 119/99, de 14 de abril e Decreto-Lei n.º 186-B/99, de 30 de maio).

Page 47: Gestao da segurança social

Prestações Familiares

A reformulação do regime jurídico das prestações familiares, em 1997, é assente numa nova política social de compensação de encargos familiares que melhor corresponda às necessidades dos agregados familiares economicamente mais desfavorecidos, através da seletividade. É criada umanova prestação, designada por subsídio familiar a crianças e jovens, que substitui as prestações de abono de família e subsídios de aleitação e de nascimento, passando os respetivosmontantes a ser modulados em função dos rendimentos familiares para que, conformeexpresso no preâmbulo do Decreto-Lei n.º 133-B/97, de 30 de maio "sem deixar de ter em conta o direito universal às correspondentes prestações, (se) fortaleça a dinâmica redistributiva de rendimentos própria da Segurança Social, indo ao encontro das necessidades dos agregadosfamiliares economicamente mais débeis".

Paralelamente, numa ótica de salvaguarda do equilíbrio financeiro do sistema e de racionalizaçãodo esquema de prestações, procede-se à unificação dos benefícios concedidos no primeiro ano de vida — abono de família e subsídios de nascimento e aleitação.

Esta reformulação acarreta, naturalmente, alterações correspondentes na proteção naeventualidade dos encargos familiares no âmbito do regime não contributivo (Decreto-Lei n.º 133-C/97, de 30 de maio).

Page 48: Gestao da segurança social

Maternidade, paternidade e adoção

A proteção na maternidade, paternidade e adoção é objeto de sucessivas alterações legislativas neste período, em parte devido ànecessidade da aplicação dos normativos comunitários. Entre as mais importantes, é de salientar (Decreto-Lei n.º 347/98, de 9 de novembro e Decreto-Lei n.º 333/95, de 23 de dezembro):

criação do subsídio para assistência a deficientes profundos e doentes crónicos

alargamento da licença subsidiada por maternidade, de 98 para 120 dias

licença subsidiada, de 5 dias úteis, para o pai, no mês seguinte aonascimento da criança

a concessão do direito aos avós de faltarem até 30 dias a seguir aonascimento de netos, filhos de adolescentes com idade até aos 16 anos que vivam consigo em comunhão de mesa e habitação.

Page 49: Gestao da segurança social

Invalidez e Velhice

São várias as medidas adotadas em matéria de pensões, desde a instituição do 14.º mês de pensãopara os pensionistas dos regimes de Segurança Social, em julho de cada ano (Portaria n.º 470/90, de 23 de junho), ao aperfeiçoamento e desenvolvimento do quadro legislativo em vigor para a acumulação de pensões (Decreto-Lei n.º 141/91, de 10 de abril). É instituído o regime jurídicoda pré-reforma (Decreto-Lei n.º 261/91, de 25 de julho), caracterizada como situação de suspensão ou redução da prestação de trabalho para os trabalhadores com idade igual ou superior a 55 anos com manutenção de prestação pecuniária mensal que não pode ser inferior a 25% da última remuneração nem superior à mesma.

O regime jurídico das pensões de invalidez e velhice é objeto de uma ampla reforma. Entre outros aspetos, é consagrado o princípio da igualdade de tratamento entre homens e mulheres, uniformizando a idade de acesso à pensão de velhice aos 65 anos, embora com um período transitório de seis anos para a introdução gradual da medida que tem em conta a maioresperança de vida das mulheres bem como a frequente existência de carreiras mais curtas. Éalterado de 120 meses para 15 anos o prazo de garantia para acesso às pensões de velhice, mantendo-se inalterado o prazo de garantia para as pensões de invalidez. É reformulada a fórmulade cálculo das pensões, designadamente para tomar em consideração um maior período da carreiracontributiva (10 melhores anos dos últimos 15) com vista a que a remuneração de referênciaexprima de forma mais ajustada o último período da atividade profissional (Decreto-Lei n.º 329/93, de 25 de setembro).

Page 50: Gestao da segurança social

Procede-se, ainda, à reformulação global do regime jurídico da constituição dos fundos de pensões (Decreto-Lei n.º 415/91, de 17 de outubro).

É instituída uma nova prestação – o complemento por dependência - para ospensionistas de invalidez, velhice e sobrevivência do regime geral de Segurança Social e das pensões do regime não contributivo e equiparados que se encontrem emsituação de dependência. São fixados dois graus de dependência com montantesindexados ao valor da pensão social de invalidez e velhice do regime nãocontributivo (Decreto-Lei n.º 265/99, de 14 de julho).

Inicia-se, nos centros regionais de Segurança Social, o sistema de verificação de incapacidades temporárias para o trabalho (SVIT) dos beneficiários dos regimes de Segurança Social (Decreto-Lei n.º 236/92, de 27 de outubro). Posteriormente, o sistema de verificação de incapacidades (SVI) integra, numdiploma único, as condições para a verificação de incapacidades determinantes do direito ao subsídio de doença, às pensões de invalidez e sobrevivência, ao subsídiopor assistência de 3.ª pessoa e ao subsídio mensal vitalício (Decreto-Lei n.º 360/97, de 17 de dezembro).

Page 51: Gestao da segurança social

Em matéria de ação social, é sentida a necessidade de desenvolver e aperfeiçoardiversas modalidades de apoio a indivíduos e famílias que se encontrem em situaçãode maior isolamento, dependência ou marginalização social.

O acolhimento familiar é uma nova resposta social que consiste em integrar, temporária ou permanentemente, em famílias consideradas idóneas, pessoas idosasou pessoas com deficiência, a partir da idade adulta (Decreto-Lei n.º 391/91, de 10 de outubro).

As crianças e jovens em situação de risco colocam problemas particulares. Entre as medidas que os procuram abordar de forma integrada estão o Projeto de Apoio àFamília e à Criança (Resolução do Conselho de Ministros n.º 30/92, de 23 de julho) e o Programa Ser Criança (Despacho n.º 26/MESS/95, publicado no Diário da República n.º 298, de 22 de dezembro).

A assembleia da república autoriza o Governo a introduzir alterações no regime jurídico da adoção (Lei n.º 2/93, de 6 de janeiro). Novas alterações, com repercussões nos serviços da ação social, são introduzidas pela Lei n.º 9/98, de 18 de fevereiro e pelo Decreto-Lei n.º 120/98, de 8 de maio

Page 52: Gestao da segurança social

O licenciamento e a fiscalização dos estabelecimentos de apoiosocial para crianças, jovens, pessoas idosas ou pessoas com deficiência, bem como os destinados à prevenção e reparação de situações de carência, de disfunção e de marginalização social são objeto de nova legislação que énovamente regulamentado pelo Decreto-Lei n.º 133-A/97, de 30 de maio. Na sequência da mesma, são aprovadas as normas reguladoras das condições de instalação e funcionamento dos lares de idosos (DespachoNormativo n.º 12/98, de 13 de janeiro).

São, também, aprovadas as orientações reguladoras do apoio integrado(ação social/educação/saúde) a crianças com deficiência ou em risco de atraso grave de desenvolvimento e suas famílias, no âmbito da intervenção precoce (Despacho Conjunto n.º 891/99, de 18 de outubro) e as normas que regulam as condições de implantação, localização, instalação e funcionamento do serviço de apoio domiciliário (DespachoNormativo n.º 62/99, de 12 de novembro).

Page 53: Gestao da segurança social

Desenvolvem-se, nos anos 90, alguns programas de apoio a idosos, quevisam a melhoria, qualitativa e quantitativa, dos serviços dirigidos àpopulação idosa (Resolução do Conselho de Ministros n.º 91/99, de 12 de agosto):

Programa Idosos em Lar Programa de Apoio Integrado aos Idosos (Despacho Conjunto n.º

259/97, publicado no Diário da República n.º 192, de 21 de agosto) Programa de Apoio à Iniciativa Privada Social. É criada a comissão nacional de proteção das crianças jovens em

risco, a quem cabe planificar a intervenção do Estado e a coordenação, acompanhamento e avaliação da ação dos organismos públicos e da comunidade na proteção de crianças e jovens em risco (Decreto-Lei n.º 98/98, de 18 de abril), na sequência da Resolução do Conselho de Ministros n.º 193/97, de 3 de novembro, que desenvolve um processointerministerial e interinstitucional de reforma do sistema de proteção de crianças e jovens em risco.

Page 54: Gestao da segurança social

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 197/97, de 18 novembro, na sequência do ano dedicado à erradicaçãoda pobreza, vem reconhecer a rede social como o conjunto das diferentes formas de entreajuda, bem comodas entidades particulares sem fins lucrativos e dos organismos públicos que trabalham no domínio da açãosocial e articulam entre si e com o Governo a respetivaatuação, com vista à erradicação ou atenuação da pobreza e exclusão social e à promoção do desenvolvimento social. O Despacho Normativo n.º 8/2002, de 12 de fevereiro, procede à regulamentação do Programa de Apoio à Implementação da Rede Social.

Page 55: Gestao da segurança social

O estímulo ao voluntariado é concretizado através da regulamentação da Lei n.º 71/98, de 3 de novembro, que vem permitir aos voluntários sociais o acesso à proteção social facultativa atravésdo enquadramento no seguro social voluntário.

Relativamente às contribuições para a Segurança Social, são definidos os princípios gerais a quedeve obedecer a fixação das taxas contributivas do regime geral dos trabalhadores por conta de outrem e a adequação dessas taxas a situações específicas. É estabelecida a taxa contributiva global de 34,75%, subdividida em duas parcelas, cabendo 23,75% à entidade empregadora e 11,00% aotrabalhador beneficiário (Decreto-Lei n.º 199/99, de 8 de junho).

Em matéria de dívidas à Segurança Social, de acordo com um novo diploma de regularizaçãoda dívida Decreto-Lei n.º 411/91, de 17 de outubro, deixa de ser permitido autorizar ou acordarextrajudicialmente o pagamento prestacional de contribuições em dívida à Segurança Social, nemisentar ou reduzir, extrajudicialmente, os respetivos juros a não ser em situações excecionais de empresas declaradas em situação económica difícil ou objeto de processo especial de recuperaçãode empresas e de proteção dos credores.

O Decreto-Lei n.º 115/98, de 4 de maio, vem criar o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, com vários objetivos, designadamente assegurar a estabilização financeira, através da adoção de medidas de maior flexibilidade no financiamento da Segurança Social, bemcomo a gestão, em regime de capitalização, do património e das disponibilidades financeiras quelhe são afetas.

Page 56: Gestao da segurança social

Século XXI

A segunda lei de bases do sistema de solidariedade e Segurança Social (Lei n.º 17/2000, de 8 de agosto), renova o direito a todos à Segurança Social através do sistema de solidariedade e Segurança Social, prosseguindo a melhoria das condições e dos níveis de proteção social e o reforço da respetivaequidade; a eficácia do sistema; e a eficiência da sua gestão e a sustentabilidade financeira.

O sistema passa a dividir-se em três subsistemas: Proteção social de cidadania Proteção à família Previdencial.A Lei n.º 32/2002, de 20 de dezembro, vem revogar a Lei n.º 17/2000, de 8 de agosto.

Page 57: Gestao da segurança social

O sistema passa a denominar-se, novamente, sistema da Segurança Social.

Embora as designações se tenham alterado, os objetivos e composição do sistema, bem como o universo pessoal e material das prestações não sofrem grandes alterações. O sistema abrange: sistema público de Segurança Social que, por sua vez, integra:

subsistema previdencial subsistema de solidariedade subsistema de proteção familiar

sistema de ação social sistema complementar.

A Lei n.º 4/2007, de 16 de janeiro é a que aprova as bases geraisdo sistema de Segurança Social atualmente em vigor.

Page 58: Gestao da segurança social

Numa nova rearrumação, o sistema de Segurança Social voltaa ser composto por 3 sistemas: proteção social de cidadania previdencial complementar.

Diversas medidas são revogadas e novas medidas sãoaprovadas a partir do ano 2000, na sequência da regulamentação das sucessivas leis de bases.

É definida a proteção garantida no âmbito do subsistemaprevidencial aos trabalhadores que exercem a sua atividadeno domicílio sem caráter de subordinação, nas eventualidadesde maternidade, doenças profissionais, invalidez, velhice e morte, na sequência da regulamentação do Código do Trabalho (Decreto-Lei n.º 98/2005, de 16 de junho).

Page 59: Gestao da segurança social

É criado o rendimento social de inserção emsubstituição do rendimento mínimo garantido (Lei n.º 13/2003, de 21 de maio). O novo regime pretende reforçar a natureza social da prestação e promover efetivamente a inclusão dos maiscarenciados, privilegiando a inserção e introduzindoum maior rigor na atribuição, processamento e gestão da própria medida, conferindo assim umaeficácia social acrescida com claros benefícios para as pessoas e para o Estado (Decreto-Lei n.º 283/2003, de 8 de novembro e Decreto-Lei n.º 42/2006, de 23 de fevereiro).

Page 60: Gestao da segurança social

Desemprego

A desaceleração económica que conduz a um significativo aumento no desemprego está na base do Programa de Emprego e ProteçãoSocial aprovado pelo Decreto-Lei n.º 84/2003, de 24 de abril, queestabelece medidas de proteção social de natureza temporária paraminimizar os efeitos decorrentes deste contexto, designadamente: redução do prazo de garantia para acesso ao subsídio de

desemprego a majoração do montante do subsídio de desemprego e do subsídio

social de desemprego o acesso à pensão de velhice de desempregados com idade igual ou

superior a 58 anos (Decreto-Lei n.º 168/2003, de 29 de julho).

Page 61: Gestao da segurança social

Em 2006, é estabelecido um novo quadro legal de reparação da eventualidade de desempregodos trabalhadores por conta de outrem, com particular enfoque nas medidas ativas para o retorno ao mercado de trabalho, reforçando-se a ação dos centros de emprego no acompanhamento personalizado dos beneficiários e clarificando o conceito de empregoconveniente. São introduzidas regras no sentido de alargar o prazo de suspensão das prestaçõesde desemprego por exercício de atividade profissional e valoriza-se, na determinação do período de concessão, as carreiras mais longas. São, também, alteradas as regras de acesso àpensão antecipada após desemprego, procurando incentivar a permanência dos trabalhadoresna vida ativa, em sintonia com a evolução da esperança média de vida (Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 de novembro).

Dado que o reforço da proteção social dos beneficiários mais carenciados impõe a melhoria das condições de acesso ao subsídio social de desemprego, é aprovado um regime de naturezatransitória e excecional, em vigor durante 12 meses, em que se procede à alteração da condiçãode recursos do referido subsídio com a intenção de abranger um maior número de beneficiários(Decreto-Lei n.º 150/2009, de 30 de junho).

É, ainda, adotado um regime transitório e excecional de acesso ao subsídio de desemprego, concretizado na redução do prazo de garantia a vigorar durante 2010 (Decreto-Lei n.º 324/2009, de 29 de dezembro).

Page 62: Gestao da segurança social

Doença

O regime jurídico de proteção social na eventualidadedoença é revisto, através da integração global das normasde proteção dos beneficiários do regime geral dos trabalhadores por conta de outrem, dos trabalhadoresindependentes e do regime de inscrição facultativa; da prevenção e reforço dos mecanismos efetivos de combate àfraude no acesso ao subsídio de doença; e da introdução de melhorias significativas ao nível de proteção das doenças de longa duração através da flexibilização de prazos de garantia e de percentagens de cálculo (Decreto-Lei n.º 28/2004, de 4 de fevereiro e Decreto-Lei n.º 146/2005, de 26 de agosto).

Page 63: Gestao da segurança social

Prestações Familiares

Em matéria de prestações familiares, aperfeiçoa-se a técnica da diferenciação positiva em função dos rendimentos das famílias, e a componente redistributiva na atribuição das prestações, mediante um ajustamento no critério da fixação dos escalões de rendimentos. É criadoum novo escalão para beneficiar de forma mais eficaz as famílias cujosrendimentos se situam entre uma remuneração e meia e quatroremunerações mínimas mensais (Decreto-Lei n.º 250/2001, de 21 de setembro).

A autonomização do subsistema de proteção familiar previsto na Lei n.º 32/2002, de 20 de dezembro, reflete uma alteração profunda naconceptualização do modelo de proteção em causa, ao qual foi conferidauma identidade própria, caracterizada essencialmente pela diferenciação e seletividade na atribuição das prestações sociais à generalidade das pessoasresidentes em território nacional.

Page 64: Gestao da segurança social

Na sequência da Lei n.º 32/2002, de 20 de dezembro, édefinido um novo regime para as prestações familiares(Decreto-Lei n.º 176/2003, de 2 de agosto). Reforçandodiplomas anteriores, o abono de família para crianças e jovens passa a constituir, efetivamente, um direitopróprio das crianças e jovens residentes em territórionacional, deixando de estar subordinado a condicionalismos que lhes eram alheios, designadamenteos que se referem à carreira contributiva dos beneficiáriosseus ascendentes.

É, ainda, alargado o âmbito de aplicação do subsídio de funeral aos beneficiários do regime de solidariedade.

Page 65: Gestao da segurança social

Tendo em linha de conta as tendências demográficas, são estabelecidasmedidas de incentivo à natalidade e de apoio às famílias com maiornúmero de filhos. Passa a ser reconhecido à mulher grávida o direito ao abonode família durante o período pré -natal, uma vez atingida a 13.ª semana de gestação. No sentido de discriminar positivamente as famílias maisnumerosas, é reforçada a majoração do abono de família para crianças e jovens, garantindo o prolongamento da proteção reforçada, que já é concedidaa todas as crianças no 1.º ano de vida, para incluir os 2.º e 3.º ano de vida. Éduplicado o valor do abono de família, durante este período de vida das crianças, em caso de nascimento do segundo filho e triplicado para o terceirofilho e seguintes (Decreto-Lei n.º 308-A/2007, de 5 de setembro).

Numa ótica de reforço da proteção aos núcleos familiares potencialmentemais fragilizados do ponto de vista económico, como é o caso das famíliasmonoparentais, é instituída uma medida de reforço da proteção social namonoparentalidade concretizada na majoração do abono de famíliapara crianças e jovens (Decreto-Lei n.º 87/2008, de 28 de maio).

Page 66: Gestao da segurança social

Maternidade, paternidade e adoção

Consagrada a possibilidade da licença por maternidade e por paternidade, mediante a opção do trabalhador, poder ser alargado para 150 dias, nostermos da regulamentação do Código do Trabalho, o Decreto-Lei n.º 77/2005, de 13 de abril, fixa que, nessa situação, o montante diário dos subsídios de maternidade e de paternidade é igual a 80% da remuneraçãode referência.

Uma vez que as alterações verificadas à proteção nesta eventualidade têmsido especialmente dirigidas ao universo da população trabalhadora, torna-se necessário reforçar a mesma nas situações de carência económica. Na prossecução deste objetivo de reforço, são instituídos os subsídiossociais na maternidade, paternidade, por adoção e por riscosespecíficos. A condição de recursos é definida em função dos rendimentos mensais per capita do agregado familiar que não podemultrapassar 80 % do indexante dos apoios sociais (IAS), conforme o Decreto-Lei n.º 105/2008, de 25 de junho.

Page 67: Gestao da segurança social

A proteção na parentalidade no âmbito da eventualidade de maternidade, paternidade e adoção do sistema previdencial e do subsistema de proteção familiar é definida pelo Decreto-Lei n.º 91/2009, de 9 de abril, que alarga, também, o esquema de proteção social naparentalidade dos trabalhadores independentes. Por outro lado, éreconhecido ao instituto da adoção o estatuto que lhe é devido através da equiparação deste regime ao regime de proteção na parentalidade. São reforçados os direitos do pai por nascimento de filho, em relação aosdireitos de gozo obrigatório e facultativo, e aumenta-se o período de licençaparental no caso de partilha por ambos os progenitores, possibilitando umamaior conciliação da vida familiar com a gestão da carreira profissional. Cria-se a possibilidade de prolongamento da licença parental inicial pormais seis meses adicionais subsidiados pela Segurança Social. O trabalho a tempo parcial para acompanhamento de filho durante os 12 primeiros anosde vida é contado em dobro para efeitos de atribuição das prestações de Segurança Social, com o limite da remuneração correspondente ao tempo completo.

Page 68: Gestao da segurança social

Invalidez e Velhice

Reconhecendo o princípio de que determinadas doenças, pela sua gravidade e evolução, dão origem, por vezes com acentuada rapidez, a situações extremamenteinvalidantes, requerendo uma estruturação diferente das regras de concessão das prestações, designadamente as relativas a prazos de garantia, taxas de formação de pensões e outros fatores relevantes na determinação do montante das prestações. Assim, tratamento mais favorável na atribuição da pensão de invalidez éassegurado aos seropositivos doentes de sida beneficiários do regime geral, através do Decreto-Lei n.º 216/98, de 16 de julho, enquanto que o Decreto-Lei n.º 92/2000, de 19 de maio, assegura proteção especial aos beneficiários tanto do regime geral como do regime não contributivo, em situação de invalidez originadapor doença do foro oncológico, e o Decreto-Lei n.º 327/2000, de 22 de dezembro, aos doentes com esclerose múltipla.

Posteriormente, a Lei n.º 90/2009, de 31 de agosto, vem aprovar o regime especial de proteção na invalidez para pessoas que sofrem de diversas doençasincapacitantes.

Page 69: Gestao da segurança social

A dependência, em certa medida decorrente do aumento da esperança de vida, estácada vez mais presente nas sociedades contemporâneas, requerendo a intervençãoarticulada dos serviços de saúde e de apoio social. Nesta linha, a Resolução do Conselho de Ministros n.º 59/2002, de 22 de março, define a rede nacional de cuidados continuados integrados, designada por Rede Mais, que se destina a desenvolver respostas integradas de cuidados de saúde e de apoio social potenciadoras de mais autonomia, mais integração social e mais saúde, para as pessoas em situação de dependência.

Com base na experiência do funcionamento da Rede Mais, é criada a RedeNacional de Cuidados Continuados Integrados, no âmbito dos Ministériosda Saúde e do Trabalho e da Solidariedade Social, constituída por unidades e equipas de cuidados continuados de saúde, e/ou apoio social, e de cuidados e açõespaliativas, com origem nos serviços comunitários de proximidade, abrangendo oshospitais, os centros de saúde, os serviços distritais e locais da Segurança Social, a Rede Solidária e as autarquias (Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de junho). Por seuturno, o Despacho Normativo n.º 34/2007, de 19 de setembro, define os termos e as condições em que a Segurança Social comparticipa os utentes pelos encargosdecorrentes da prestação dos cuidados de apoio social nas unidades de médiaduração e reabilitação, e de longa duração e manutenção da Rede.

Page 70: Gestao da segurança social

Na prossecução do reforço da proteção social conferida aos cidadãos maisdesfavorecidos, é criado um complemento extraordinário de solidariedade, para os beneficiários das pensões sociais de invalidez e de velhice do regime nãocontributivo e de regimes equiparados, cujas condições de atribuição são definidaspelo (Decreto-Lei n.º 208/2001, de 27 de julho).

No desenvolvimento da lei de bases de 2000, que integra a previsão do cálculo daspensões de velhice ter por base, de um modo gradual e progressivo, osrendimentos de trabalho, revalorizados, de toda a carreira contributiva, o Decreto-Lei n.º 35/2002, de 19 de fevereiro, introduz uma mudança de vulto no sistema emvigor. Estabelecem-se, pela primeira vez, mecanismos redistributivos no âmbito da protecção de base profissional. Com efeito, a fórmula de cálculo, em especial no que concerne à taxa de formação global das pensões, passa a obedecer, também ela, ao princípio da diferenciação positiva, aplicando-se taxasregressivas de formação da pensão a diferentes escalões de rendimentos. Privilegiam-se as carreiras contributivas mais longas e são previstas novas regras de revalorização da base de cálculo.

Page 71: Gestao da segurança social

É criado o complemento solidário para idosos, no âmbito do subsistema de solidariedade, destinado a pensionistas com mais de 65 anos. Como indicado pelasua designação, trata-se de complemento a rendimentos preexistentes, sendo o seuvalor definido por referência a um limiar fixado anualmente e a sua atribuiçãodiferenciada em função da situação concreta de recursos do pensionista que o requer. A idade para o reconhecimento do direito é fixada de forma progressiva, com início nos 80 anos, tendo como finalidade a atribuição da prestação, em 2009, às pessoas idosas com 65 ou mais anos (Decreto-Lei n.º 232/2005, de 29 de dezembro).

Esta medida inicia um processo de reconfiguração da política de mínimos sociaispara idosos, capaz de produzir mudanças com significado na situação daqueles quedelas realmente precisam e se encontram em situação de pobreza, reduzindo, assim, os níveis de desigualdade. Por outro lado, procura-se maiores níveis de responsabilização de todos os que podem e devem contribuir para melhorar a qualidade de vida dos idosos, designadamente as suas famílias, pelo que entram emlinha de conta para a determinação dos recursos do requerente, os rendimentos do seu agregado familiar.

Page 72: Gestao da segurança social

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 110/2005, de 30 de junho e a Lei n.º 60/2005, de 29 de dezembro, reiteram a necessidade da uniformização progressiva dos diversos regimes de proteçãosocial (Segurança Social, CGA, etc.) da qual a pensão unificada constitui o primeiro passo. No quadro das iniciativas destinadas a reforçar a convergência e a equidade entre os subscritores da Caixa Geral de Aposentações e os contribuintes da Segurança Social e a garantir a sustentabilidade dos sistemas de proteção social, o Decreto-Lei n.º 229/2005, de 29 de dezembro, procede à revisão dos regimes queconsagram desvios às regras previstas no estatuto da aposentação emmatéria de tempo de serviço, idade de aposentação, fórmula de cálculo e atualização das pensões, para determinados grupos de subscritores da Caixa Geral de Aposentações. Por sua vez, o Decreto-Lei n.º 117/2006, de 20 de junho, define regras especiais aplicáveis às situações de transiçãopara os trabalhadores da administração pública com contrato individual de trabalho. A Lei n.º 52/2007, de 31 de agosto, adapta o regime da CaixaGeral de Aposentações ao regime geral da Segurança Social em matéria de aposentação e cálculo de pensões aos subscritores da Caixa Geral de Aposentações inscritos até 31 de agosto de 1993.

Page 73: Gestao da segurança social

O indexante dos apoios sociais é instituído pela Lei n.º 53-B/2006, de 29 de dezembro, que fixa, igualmente, as regras da sua actualização. As pensões e algumasdas outras prestações do sistema de Segurança Social passam a ser atualizadas emfunção do montante do indexante dos apoios sociais.

Em matéria quer de regimes, quer de ação social, o sistema apoiou, frequentemente, pessoas em situação difícil não prevista, por exemplo, em2003, através do pagamento do subsídio eventual de emergência para compensaçãodos rendimentos do trabalho perdidos aos trabalhadores por conta das entidadesempregadoras diretamente afetadas pelos incêndios ocorridos nas áreas geográficasdeclaradas abrangidas pela situação de calamidade pública (Decreto-Lei n.º 219/2003, de 19 de setembro). Já anteriormente o sistema havia sido chamado, através dos serviços de ação social, a colaborar na ajuda humanitária a cidadãoscivis na Guiné-Bissau em situação de carência resultantes das circunstânciasmilitares, no âmbito do Plano Regresso (Resolução do Conselho de Ministros n.º 80/98, de 9 de julho), bem como na ajuda humanitária de emergência aosrefugiados do Kosovo (Resolução do Conselho de Ministros n.º 29/99, de 22 de abril).

Page 74: Gestao da segurança social

Nesta década, são criados novos equipamentos sociais.

Reconhecendo a necessidade de reforçar a proteção às vítimas de violênciadoméstica, o Decreto-Lei n.º 323/2000, de 19 e dezembro, estabelece o quadro geral da Rede Pública de Casas de Apoio às MulheresVítimas de Violência, caracterizada como um conjunto de casas de abrigo (residenciais) a funcionar em equipamentos pertencentes a entidades públicas ou particulares sem fins lucrativos, regulamentadas pelo(Decreto Regulamentar n.º 1/2006, de 25 de janeiro), e de centros de atendimento (equipas técnicas pluridisciplinares).

Para apoiar as crianças e suas famílias, é lançado o Programa de Apoioà Primeira Infância (Despacho n.º 6 802/2001, de 3 de abril) e adotadoo modelo experimental de financiamento centrado na família para cobrir as despesas inerentes à frequência em creche (Despacho n.º 15 139/2001 (2.ª série), de 20 de julho).

Page 75: Gestao da segurança social

A lei de protecção de crianças e jovens em perigo é regulamentadapelo Decreto-Lei n.º 332-B/2000, de 30 de dezembro. No seguimentodesta regulamentação, é estabelecido o regime de execução do acolhimento familiar (Decreto-Lei n.º 11/2008, de 17 de janeiro) e de outras medidas de promoção dos direitos e de proteção das crianças e jovens em perigo a executar em meio natural de vida (Decreto-Lei n.º 12/2008, de 17 de janeiro): apoio junto dos pais ou de outro familiar confiança a pessoa idónea apoio para a autonomia de vida.

Na área do apoio à deficiência, é regulamentado o exercício das atividadessocialmente úteis, bem como as condições de atribuição das compensaçõesmonetárias aos utentes dos centros de atividades ocupacionais(Portaria n.º 432/2006, de 3 de maio). As condições de instalação e funcionamento de estruturas residenciais (lar residencial e residênciaautónoma) para as pessoas com deficiência são regulamentadas peloDespacho Normativo n.º 28/2006, de 3 de maio.

Page 76: Gestao da segurança social

É criado, sob coordenação conjunta dos Ministérios do Trabalho e da SolidariedadeSocial, da Saúde e da Educação, o sistema nacional de intervenção precoce nainfância, com vista a garantir condições de desenvolvimento das crianças dos 0 aos 6 anos com funções ou estruturas do corpo que limitam o crescimento pessoal e social, e a sua participação nas atividades típicas para a idade, bem como das crianças com risco grave de atraso no desenvolvimento (Decreto-Lei n.º 281/2009, de 6 de outubro).

É, ainda, aprovado um novo regime de licenciamento e fiscalização da prestaçãode serviços e dos estabelecimentos de apoio social (Decreto-Lei n.º 64/2007, de 14 de março) por: sociedades ou empresários em nome individual instituições particulares de solidariedade social ou instituições legalmente

equiparadas entidades privadas.São lançados o Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais(Portaria n.º 426/2006, de 2 de maio) e o Programa de Apoio ao Investimentoem Equipamentos Sociais (Portaria n.º 869/2006, de 29 de agosto), com a finalidade de apoiar o desenvolvimento da rede de equipamentos sociais através da concessão de incentivos ao investimento.

Page 77: Gestao da segurança social

Os Planos Nacionais de Ação para a Inclusão, em vigor nosEstados Membros da UE desde 2001, desenvolvem um conjunto de medidas com o contributo do sistema de Segurança Social no combate à pobreza e a todas as formas de exclusão. Neste âmbito e a título de exemplo, referem-se:

Programa para a Inclusão e Desenvolvimento que se concretiza através da concessão de apoios a projetos que respondama problemas de natureza multidimensional, de um território ou de um grupo, em áreas de intervenção diversificadas e com um períodoalargado de execução (Portaria n.º 730/2004, de 24 de junho e Despacho n.º 25/2005, de 3 de janeiro).

Contratos locais de desenvolvimento social, territorialmenteimplementados de forma progressiva, com um modelo de gestãoque prevê o financiamento induzido de projetos selecionadoscentralmente, privilegiando territórios com públicos alvo maisvulneráveis e ações de intervenção obrigatória que respondam àsnecessidades diagnosticadas (Portaria n.º 396/2007, de 2 de abril).

Page 78: Gestao da segurança social

Em matéria de financiamento, concretiza-se o princípio da adequaçãoseletiva. Consiste na determinação das fontes de financiamento e na afetaçãodos recursos financeiros do sistema, de acordo com a natureza e os objetivosdas modalidades de proteção social definidas e com situações e medidasespeciais, nomeadamente as relacionadas com políticas ativas de emprego e formação profissional.

Assim, estabelece o Decreto-Lei n.º 331/2001, de 20 de dezembro: subsistema de proteção social de cidadania - financiamento exclusivo por

transferências do orçamento do Estado subsistema de proteção à família e medidas especiais relacionadas com

políticas ativas de emprego e formação profissional - financiamento de forma tripartida, através: das cotizações dos trabalhadores das contribuições das entidades empregadoras da consignação de receitas fiscais

subsistema previdencial - financiamento de forma bipartida, através: das cotizações dos trabalhadores das contribuições das entidades empregadoras.

Page 79: Gestao da segurança social

A luta contra a fraude e evasão fiscais e contributivasconstitui objetivo fundamental do Governo que concede, através do Decreto-Lei n.º 248-A/2002, de 14 de novembro, uma faculdadeexcecional de regularização das situações contributivas, a qualpressupõe o pagamento das dívidas fiscais e à Segurança Social até31 de dezembro de 2002, quer se trate de dívidas já detetadas pelasrespetivas administrações, quer autodenunciadas voluntariamentepelos contribuintes.

A preocupação com a sustentação de uma política social e redistributiva justa, na base do controlo ativo do cumprimento das obrigações fiscais e contributivas conduz à publicação do Decreto-Lei n.º 92/2004, de 20 de abril, que regula a forma, extensão e limites da interconexão a efetivar entre os serviços da administração fiscal e as instituições da Segurança Social no domínio do acesso e tratamento da informação de naturezatributária e contributiva.

Page 80: Gestao da segurança social

Lei n.o 4/2007, de 16 de janeiro

A Lei n.o 4/2007, de 16 de janeiro aprova asbases gerais do sistema de segurança social

A Lei n.o 83-A/2013 de 30 de dezembroprocede à sua primeira alteração e faz a suarepublicação. (inclui os acordo estabelecidoso MoU com a Troika, durante o PAEF)

Page 81: Gestao da segurança social

Lei n.o 4/2007, de 16 de janeiro

Artigo 1.o Objeto A presente lei define as bases gerais em que assenta o

sistema de segurança social, adiante designado porsistema, bem como as iniciativas particulares de fins análogos.

Artigo 2.o Direito à segurança social 1 — Todos têm direito à segurança social. 2 — O direito à segurança social é efetivado pelo sis-

tema e exercido nos termos estabelecidos naConstituição, nos instrumentos internacionais aplicáveise na presente lei.

Page 82: Gestao da segurança social

O Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social éaprovado pela Lei n.º 110/2009 de 16 de setembro, tendo entrado em vigor em 1 de janeiro de 2011.

Page 83: Gestao da segurança social

Lei de Bases da Economia Solidária

LEI Nº 30/2013 de 8.05

Lei de Bases da Economia Social ( a presente lei define economia social e os respetivos princípios orientadores, bem como os critérios a que deve obedecer a relação do estado com as entidades da economia, entre outros ).

Page 84: Gestao da segurança social

A presente lei define economia social como o conjunto das atividades económico-sociais, livremente levadas a cabo pelas cooperativas, associações mutualistas, misericórdias, fundações, instituições particulares de solidariedade social, associações com fins altruísticos que atuem no âmbito cultural, recreativo, do desporto e do desenvolvimento local, entidades abrangidas pelos subsectores comunitário e autogestionário, integrados nos termos da Constituição no sector cooperativo e social, outras entidades dotadas de personalidade jurídica, que respeitem os princípios orientadores da economia e que constem da base de dados da economia social, com a finalidade de prosseguir o interesse geral da sociedade, quer diretamente quer através da prossecução dos interesses dos seus membros, utilizadores e beneficiários, quando socialmente relevantes.

Page 85: Gestao da segurança social

Consagram-se como princípios orientadores o primado das pessoas e dos objetivos sociais, a adesão e participação livre e voluntária, o controlo democrático dos respetivos órgãos pelos seus membros, a conciliação entre o interesse dos membros, utilizadores ou beneficiários e o interesse geral, o respeito pelos valores da solidariedade, da igualdade e da não discriminação, da coesão social, da justiça e da equidade, da transparência, da responsabilidade individual e social partilhada e da subsidiariedade, a gestão autónoma e independente das autoridades públicas e de quaisquer outras entidades exteriores à economia social, bem como a afetação dos excedentes à prossecução dos fins das entidades da economia social de acordo com o interesse geral, sem prejuízo do respeito pela especificidade da distribuição dos excedentes, própria da natureza e do substrato de cada entidade da economia social, constitucionalmente consagrada.

Page 86: Gestao da segurança social

Constam, ainda do citando diploma, e designadamente, disposições relativas à criação de uma base das entidades do sector, às relações com a administração pública, o fomento da economia social e o estatuto fiscal específico. É consagrada a liberdade de associação das entidades da economia social através da constituição de uniões, federações e confederações, bem como o direito de parceria social, pela participação no CES, e em outros órgãos públicos. Igualmente está prevista uma base de dados e a conta satélite da economia social. No âmbito das políticas públicas de apoio e incremento da economia social estabelece-se o dever estadual de criação, manutenção, cooperação, supervisão, promoção da identidade, autossustentabilidade, diálogo, investigação, inovação no contexto da economia social.

Page 87: Gestao da segurança social

RCM Nº 13-A2013 de 08.03 Aprova as decisões finais relativas ao processo de censo às fundações e

estabelece os procedimentos e as diligências necessários à concretização das respetivas decisões de extinção, de redução ou cessação de apoios financeiros públicos e de cancelamento do estatuto de utilidade pública.

Em sequência do censo realizado às fundações, nacionais ou estrangeiras, com atividades no território nacional foi decidida, designadamente, a manutenção sem alterações, a extinção, a cessação de apoios financeiros, oua sua redução, a partir de 2013. Quanto às fundações existentes nãoreconhecidas, e que não regularizem a situação, é proposto o cancelamentodo registo, com concomitante notificação de orientação aos dirigentes e gestores públicos para cessarem a concessão da totalidade de apoiosfinanceiros públicos, incluindo benefícios ou isenções fiscais e parafiscais. Determina-se, ainda, a não atribuição de número de registo para obtençãode apoios financeiros públicos, relativamente às fundações nãorespondentes ao censo ou para as que tenham fornecido respostasincompletas e ou não disponibilizaram documentação no âmbito do censo.

Page 88: Gestao da segurança social

RCM Nº 292013 de 08.05 Aprova o Plano Nacional de Voluntariado 2013-2015.O PNV pretende, de forma articulada e prospetiva, definir medidas que possam valorizar e reconhecer a realização de ações de voluntariado como essenciais para uma participação e cidadania ativas, bem como promover a responsabilidade social da Administração Pública. Comporta os seguintes três eixos fundamentais, cada um com treze medidas calendarizadas: Eixo 1 -«Sensibilizar e Divulgar»- Comprometer a sociedade com o voluntariado, promovendo os valores basilares do voluntariado e a da participação de todos os cidadãos. Pretende, igualmente, assumir a imprescindibilidade da difusão da informação e do conhecimento do fenómeno do voluntariado, bem como debater e dar a conhecer as boas práticas instituídas; Eixo 2 - «Promover e Formar»- Considerar o Estado como responsável por uma estratégia transversal que envolva os distintos Ministérios, mediante linhas estratégicas de atuação e de inovação que induzam o processo de envolvimento dos organismos do Estado no exercício do voluntariado; e, Eixo 3 - «Agir e Desenvolver»- Apoiar a modernização do setor social e contribuir para a facilitação do desempenho das suas funções, através do crescimento e da consolidação do setor do voluntariado - melhorar a qualidade e a gestão das instituições e voluntários.

Page 89: Gestao da segurança social

RCM Nº 292013 de 8.05 Aprova o Plano Nacional de Voluntariado 2013-2015 (o PNV pretende, de forma articulada e prospetiva, definir medidas que possam valorizar e reconhecer a realização de ações de voluntariado como essenciais para uma participação e cidadania ativas, bem como promover a responsabilidade social da Administração Pública).

DESP. Nº 59782013 de 8.05 Define o primeiro grupo de territórios abrangidos pelo Programa Contratos Locais de Desenvolvimento Social + (com o objetivo de contribuir para o aumento da empregabilidade, para um combate articulado contra a pobreza crítica, em especial garantindo uma maior proteção às crianças, aos jovens e aos idosos, sempre tendo em mente a aposta num superior desenvolvimento local e especial atenção na concretização de medidas que promovam a inclusão ativa das pessoas com deficiência e incapacidade ).

Page 90: Gestao da segurança social

RMC Nº 1032012 de 07.12 Revê a composição e o funcionamento do Conselho Nacional para a

Economia Social ( altera a Resolução do Conselho de Ministros n.º 55/2010, de 4 de agosto ) ( Declaração de Retificação n.º 77/2012. D.R. n.º 246, Série I de 2012-12-20 ). ( com a presente revisão pretende-se valorizar a participação das entidades representativas do setor da economia social, minorando a participação governamental e ajustando a sua composição ao perímetro existente na conta satélite da economia social, ao mesmo tempo que se procura asseverar um trabalho contínuo e profícuo do CNES, criando uma comissão executiva, órgão responsável pelo trabalho regular entre as reuniões do plenário, coorde-nando igualmente os grupos de trabalho que a exigência e a especialidade das matérias impuserem existir ).

Page 91: Gestao da segurança social

PORTª Nº 432-E2012 de 31.12 Cria o Programa COOPJOVEM, programa de apoio ao

empreendedorismo cooperativo, destinado a apoiar os jovens na criação de cooperativas ou em projetos de investimento que envolvam a criação líquida de postos de trabalho em cooperativas agrícolas existentes. ( este programa integra uma forma de desenvolvimento de uma cultura solidária e de cooperação entre os jovens , facilitando a criação do próprio emprego e a definição do seu trajeto de vida, e tem como objetivo promover a cooperação através das iniciativas seguintes: acesso a bolsa para o desenvolvimento do projeto cooperativo, apoio técnico para alargamento de competências na área do empreendedorismo cooperativo e da capacitação na estruturação do projeto cooperativo, e acesso ao crédito ao investimento, bonificado e garantido nos termos da tipologia MICROINVEST).

Page 92: Gestao da segurança social

PORTª Nº 3692012 de 06.11

Sexta alteração ao Regulamento do Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME - SI Qualificação PME ( Portaria n.º 1463/2007, de 15 de novembro ).

Page 93: Gestao da segurança social

PORTª Nº 3702012 de 09.11 Primeira alteração à portª que suspende temporariamente certas condições de acesso e compromissos aos beneficiários de determinadas medidas do Programa de Desenvolvimento Rural do Continente, designado por PRODER, e prevê a intervenção das estruturas locais de apoio (ELA) na definição de orientações e na autorização de ajustamentos de compromissos mediante análise das situações concretas e a evolução da situação climática ( Portaria n.º 104/2012, de 17 de abril ).

PORTª Nº 370-A2012 de 15.11 Cria a medida «Passaporte para o empreendedorismo».

Page 94: Gestao da segurança social

PORTª Nº 4272012 de 31.12 Regulamenta a medida "Rede de Percepção e Gestão de

Negócios" (RPGN) a promover e executar pelo IPDJ -Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P., e pelas entidades parceiras, no âmbito da prossecução do Programa Impulso Jovem. ( o artº 8º inclui a Ação 3 - Estímulo ao empreendedorismo no espaço associativo O estímulo ao empreendedorismo no espaço associa-tivo visa apoiar projetos sustentáveis, através da valori-zação de: a) Desenvolvimento de projetos empreendedores no espaço associativo jovem; b) Criação de associações de jovens direcionadas à promoção do empreendedorismo; c) Criação de gabinetes de apoio aos jovens empreen-dedores no contexto do espaço associativo jovem ).

Page 95: Gestao da segurança social

PORTª Nº 4322012 de 31.12 Cria a medida de Apoio à Contratação de Trabalhadores por Empresas Startups. ( pode candidatar-se àMedida a pessoa singular ou coletiva de natureza jurídica privada, com ou sem fins lucrativos, de acordo com determinados requisitos – artº 3º ).

PORTª Nº 432-B2012 de 31.12 Regulamenta, no âmbito do Programa Estratégico +E +I, o Programa «Portugal Empreendedor».

DESP. Nº 156532012 de 10.12 Cria a Comissão Técnica Interministerial do Programa Revitalizar.

Page 96: Gestao da segurança social

PORTª Nº 4112012 de 14.12 Primeira alteração à portª que estabelece as normas reguladoras das condições de instalação e funcionamento das creches ( Portaria n.º 262/2011, de 31 de agosto ).

PORTª Nº 411-A2012 de 14.12 Suspende a aplicação do disposto em portaria no que se refere aos prazos estabelecidos para efeitos da revisão anual de preços de medicamentos para o ano de 2013 ( nº 1 do artigo 5.º e n.º1 do artigo 6.º da Portaria n.º. 4/2012, de 2 de janeiro ).

PORTª Nº 4222012 de 24.12 Fixa as normas regulamentares necessárias à repartição das verbas dos jogos sociais atribuídas ao Ministério da Solidariedade e da Segurança Social.

Page 97: Gestao da segurança social

Reforma da legislação do 3º Sector

PORTª Nº 75/2013 de 18.02

Regulamenta o disposto em artigos da Lei-Quadro das Fundações ( n.º 2 do artigo 9.º e n.º 3 do artigo 22.º, ambos da Lei n.º 24/2012, de 9 de julho).

No âmbito do princípio da transparência, fixa o valor anual de 2.000.000 de euros, a partir do qual se tornaobrigatória a submissão das contas a auditoria externa. Quanto ao valor patrimonial da dotação incial exigívelnão pode ser inferior a 250.000 euros, sendo 100.000 em numerário.

Page 98: Gestao da segurança social

No âmbito do sistema complementar, o Decreto-Lei n.º 12/2006, de 20 de janeiro, transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2003/41/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 3 de junho, relativa às atividades e àsupervisão das instituições de realização de planos de pensões profissionais, tendoprocedido à revisão geral do regime dos fundos de pensões e incrementando o nívelda proteção de participantes e beneficiários. Por sua vez, o Decreto-Lei n.º 180/2007, de 9 de maio, reconhecendo que há já inúmeros trabalhadores emPortugal abrangidos por planos de pensões profissionais, assegura aos sindicatosoportunidades para uma participação mais efetiva na monitorização da evolução e gestão dos planos dos fundos nas situações decorrentes da negociação coletiva, e clarifica as modalidades de informação a prestar aos participantes e beneficiários.

A constituição e funcionamento do regime público de capitalização, de adesãoindividual e voluntária, bem como do respetivo fundo de certificados de reforma, são regulados pelo Decreto-Lei n.º 26/2008, de 22 de fevereiro. Com a adesão aoregime público de capitalização, os aderentes, obrigatoriamente abrangidos porregime de proteção social de enquadramento obrigatório, formarão direitoscomplementares à sua pensão de reforma e de aposentação por velhice ou, nostermos previstos na Lei, à sua pensão de invalidez absoluta, que estão diretamenterelacionados com os montantes acumulados na sua conta individual.

Page 99: Gestao da segurança social

Enquadramento internacional

O reconhecimento formal do direito à Segurança Social como um dos direitos humanosbásicos foi alcançado com a sua inclusão, em 1948, na Declaração Universal dos Direitos dos Homem, aprovada na sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas de 10 de dezembro de 1948, tendo sido incorporado, mais tarde, em vários instrumentosinternacionais.

Alguns países, como é o caso de Portugal, reconhecem-no como tal, sendo garantidopela inscrição nas suas constituições.

O direito à segurança social consiste, assim, no poder de que uma pessoa dispõe para, na realização de interesses juridicamente tutelados, exigir a concessão de prestaçõespecuniárias ou em serviços em resposta: a) a situações de interrupção, redução ou cessação de rendimentos do exercício de

atividade profissional que proporcionavam meios adequados de existência do titular e família

b) à ocorrência de determinados encargos com incidência familiar c) a carência de recursos, determinante da insuficiência de rendimentos, que se

situam abaixo de um determinado limiar

Page 100: Gestao da segurança social

Organizações internacionais

Organização das Nações Unidas

Organização Internacional do Trabalho

Conselho da Europa

União Europeia

Organização Ibero-Americana de Segurança Social

Associação internacional de Segurança Social

http://www4.seg-social.pt/as-organizacoes-internacionais-e-a-seguranca-social

Page 101: Gestao da segurança social

Direitos Humanos

A Declaração Universal dos Direitos do Homem exprime, de forma clara, a garantia da proteção das pessoasatravés de um sistema de Segurança Social.

Assim, o artigo 22.º estabelece que “toda a pessoa, enquanto membro da sociedade, tem direito à Segurança Social” e o artigo 25.º em desenvolvimento daqueleestabelece que “toda a pessoa tem direito à assistência e a serviços sociais necessários, bem como à segurança emcaso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice e outros casos de perda de meios de subsistência”.

Page 102: Gestao da segurança social

OIT

Esta organização tem tido ao longo da sua existência um papel muito importante no desenvolvimento dos sistemas de Segurança Social e dos respetivos ordenamentosjurídicos, tendo procedido à adoção de instrumentos normativos que tambémcontemplam matéria de Segurança Social.

Assim, os instrumentos normativos de primeira geração, aprovados no período de 1919 a 1939, tratam da proteção social na modalidade de seguros sociais. São exemplos disso, a Convenção n.º 17 sobre a reparação de acidentes de trabalho(1925) e a Convenção n.º 18 sobre doença profissionais (1925). Em regrarecomendações acompanham as convenções e neste período foram adotadas 15 convenções e 11 recomendações.

A segunda geração de instrumentos internacionais corresponde à consolidação do modelo internacional de Segurança Social. Embora compreenda 3 convenções e 4 recomendações a respetiva influência estende-se até ao tempo presente. É o caso da Convenção n.º 118, sobre igualdade de tratamento na Segurança Social (1962), da Convenção n.º 103, sobre proteção na maternidade (1952) revista e da Recomendação n.º 67 sobre segurança de rendimento (1944).

Page 103: Gestao da segurança social

OIT

Assume, no entanto, especial relevância a Convenção n.º 102, sobreSegurança Social (1952) e conhecida como norma mínima, dado o seu conteúdo abrangente e sistematizador. Constitui um instrumento internacional de harmonização por excelência e estabelece orientações em relação a 4 domínios fundamentais: aonível do elenco das prestações, reagrupou num único documento as 9 eventualidades que compõem o núcleo duro da Segurança Social (cuidados de saúde, doença, desemprego, velhice, acidentes de trabalho e doenças profissionais, prestações familiares, maternidade, invalidez e sobrevivência; ao nível do financiamento e da administração; ao nível da caracterização das pessoas abrangidase ao nível dos montantes mínimos das prestações. A importânciadesta convenção decorre do facto de além de servir de guia àdefinição dos regimes internos dos estados membros tem servido de modelo aos instrumentos internacionais da mesma natureza, comoé o caso dos do Conselho da Europa.

Page 104: Gestao da segurança social

OIT

De 1965 a 1988 os instrumentos de terceira geração centraram-se naconsolidação dos sistemas de segurança social e a elevar os níveis de proteção em termos de população abrangida, montantes e tipos de prestações. Foram adotadas 5 convenções acompanhadas de 5 recomendações, sendo de referir, por exemplo, a Convenção n.º 128, sobreinvalidez, velhice e sobrevivência (1967), a Convenção n.º 157, sobremanutenção de direitos de Segurança Social (1982) e a Convenção n.º 168 sobre promoção do emprego e proteção no desemprego.

A verificação da aplicação das disposições dos instrumentos internacionaisratificados é levada a cabo através da elaboração de relatórios de aplicaçãoremetidos à comissão de peritos da OIT que analisa se a legislação e práticanacionais estão em conformidade com os normativos ratificados e interpelaos governos através de questões diretas ou observações.

Page 105: Gestao da segurança social

Conselho da Europa

Desde a sua fundação, o Conselho da Europa tem desempenhado um papel fundamental no estabelecimento de níveis mínimos de Segurança Social na Europa, no desenvolvimento da coordenação da Segurança Social entre os seus estados membros, e no acompanhamento do desenvolvimento na área da Segurança Social nesta região do globo.

A sua intervenção é feita através da elaboração de instrumentos normativos de harmonização e instrumentos de coordenação, vinculativos para os Estados que os ratificam.

1. Os primeiros dão orientações para a legislação nacional ou prática administrativa visando a redefinição dos regimes e esquemas de prestações colocando as legislações de Segurança Social mais aproximadas ao nível dos princípios e das normas jurídicas.

Fazem parte deles o código europeu de Segurança Social e o seu protocolo, bem como o códigoeuropeu de Segurança Social revisto, ou a carta social europeia e a carta social europeia(revista), que estabelecem padrões, com base na harmonização mínima do nível de Segurança Social, definindo níveis mínimos e encorajando o aumento desses padrões. Estes instrumentosestabelecem os princípios base do que é chamado o modelo social europeu

Page 106: Gestao da segurança social

Assim, a carta social europeia, de 1961, apresenta um conjunto de normas programáticas sobre Segurança Social, com vista a harmonizar e nivelar acima de um certo limite as políticas e as legislações dos Estados-membros. Consagra, além do direito à Segurança Social (artigo 12.º), o direito àassistência social e médica (artigo 13.º) e o direito aos serviçossociais (artigo 14.º) protegendo 23 direitos fundamentais.

Por seu turno, a carta social europeia revista, de 1996, tem grande amplitude na medida em que inclui num sóinstrumento os direitos da carta, do protocolo adicional e do protocolo de alteração e toma em atenção osdesenvolvimentos no direito laboral e nas políticas sociaisdesde a carta de 1961.

Page 107: Gestao da segurança social

O código europeu de Segurança Social de 1964 e protocolo adicional tem características diferentes da carta. É semelhante à Convenção n.º 102 em termos de estrutura e de conteúdo, mas contém uma norma mínima mais exigente e aperfeiçoada em termos de proteção social.

Na sua essência, o código tende a encorajar os Estados contratantes a desenvolvercada vez mais o seu sistema de Segurança Social e a dirigir esta evolução para umaharmonização progressiva do campo de aplicação material e pessoal desses sistemase portanto dos encargos financeiros, de forma a diminuir as disparidadesconcorrenciais das economias nacionais. Os estados comprometem-se assim a adaptar as respetivas legislações de modo a que deem cumprimento ao que vemestabelecido e não estejam em conflito com as disposições do código.

A evolução entretanto verificada na doutrina e legislação dos vários países levaram o Conselho da Europa a estabelecer um instrumento mais exigente e aperfeiçoado, o código europeu de Segurança Social revisto, em fase de ratificação, que fixa níveismais elevados quer da população a abranger, quer dos montantes das prestações, quer ainda das condições de abertura e gozo dos direitos.

Page 108: Gestao da segurança social

2. Os instrumentos de coordenação estão relacionados com os trabalhadoresmigrantes, que se deslocam para outro país para aí viver ou trabalhar, assegurandoas suas disposições que esses trabalhadores sejam protegidos no que diz respeito àSegurança Social, tendo também como objetivo diminuir as desvantagensprovenientes da deslocação de um Estado para outro, nomeadamente em relação a prestações de longo prazo, como as pensões de velhice.

As disposições dos instrumentos de coordenação não implicam que os Estadosalterem, de forma direta, a substância da sua legislação de Segurança Social, a qualmanterá a sua autonomia e especificidade.

Estes instrumentos baseiam-se nos princípios da igualdade de tratamento, da conservação dos direitos adquiridos, da conservação dos direitos em curso de aquisição, e no da determinação da legislação aplicável (princípio da unicidade).

Exemplo deles são os dois acordos europeus provisórios sobre regimes de Segurança Social, um relativo a velhice, invalidez e sobrevivência, e o segundo a outros regimes de proteção que não os mencionados(6), considerados, desde o início, comorevestindo um caráter provisório e com vista à futura adoção de uma convençãoeuropeia de conteúdo mais vasto.

Page 109: Gestao da segurança social

Outro exemplo é a convenção europeia de Segurança Social e acordocomplementar de 1972, que garante o respeito pelo direito àSegurança Social, permitindo um controle judiciário do mesmo. Constitui um sistema desenvolvido e completo de coordenaçãosendo também flexível, dado que não é diretamente aplicável emrelação a todos os ramos da Segurança Social. Na verdade, a aplicação de grande parte das disposições relativas às prestações de curto prazo dos capítulos sobre doença e maternidade, desempregoe prestações familiares está condicionada à conclusão posterior de acordos entre as partes, com exceção das regras sobre igualdade de tratamento e totalização de períodos.

Portugal, enquanto Estado contratante, ratificou váriosinstrumentos cujo controle se faz através de relatórios de aplicaçãoelaborados periodicamente pelas partes contratantes e que sãodepois enviados para as instâncias de controlo que os analisam e formulam observações e pedidos de resposta aos governos.

Page 110: Gestao da segurança social

Instrumentos normativos no domínio da harmonização a quePortugal se encontra vinculado:

Código europeu de Segurança Social e protocolo adicionalaprovado pelo Decreto n.º 35/83, de 13 de maio (ver tambémDecreto n.º 14/85, de 25 de junho)

Carta social europeia, aprovada pela Resolução da Assembleia da República n.º 2191, de 06/09/91

Protocolo de alteração à carta social europeia, aprovado pelaResolução da Assembleia da República nº 3792, de 30/12/91

Carta social europeia revista, aprovada para ratificação pelaResolução da Assembleia da República n.º 64-A/2001, de 17 de outubro, e ratificada pelo Decreto do Presidente da República n.º 54-A/2001, de 17 de outubro.

Page 111: Gestao da segurança social

Instrumentos internacionais de coordenação: Acordos provisórios europeus sobre regimes de Segurança Social

relativos a invalidez, velhice e sobrevivência, aprovados peloDecreto n.º 3/78 de 09 de janeiro”

Acordo Provisório Europeu sobre os regimes de segurança social, àexceção da invalidez, velhice e sobrevivência, ratificados peloDecreto n.º 13/78, de 25 de janeiro

Convenção europeia sobre assistência social e médica e respetivoprotocolo, ratificada pelo Decreto n.º 182/77, de 31 de dezembro

Convenção europeia de Segurança Social e acordo complementar, ratificada pelo Decreto n.º 117/82, de 19 de outubro

Convenção europeia relativa ao estatuto jurídico do trabalhadormigrante, ratificada através do Decreto n.º 162/78, de 27 de dezembro.

Page 112: Gestao da segurança social

União Europeia

Entre os compromissos da UE, está o de combater a exclusão e a discriminação social e promover a justiça e a proteção social, assimcomo o de contribuir para a proteção dos direitos humanos.

Alguns destes direitos estão consagrados nos Tratados queinstituem a União Europeia (UE), outros estão consignados emdiretivas relativas à proteção dos trabalhadores e em normasessenciais de Segurança Social.

São exemplos disso a inclusão do direito à Segurança Social no Tratado de Funcionamento da UE, ou a diretiva relativa à realizaçãoprogressiva do princípio da igualdade de tratamento entre homens e mulheres em matéria de Segurança Social, a diretiva relativa àaplicação do mesmo princípio aos regimes profissionais de Segurança Social, ou a diretiva sobre a licença parental.

Page 113: Gestao da segurança social

A Carta Comunitária dos Direitos Sociais Fundamentais dos Trabalhadores, de 1989, enuncia os direitos de que deve beneficiar o mundo do trabalho na UE, incluindo entre outros, a proteção social, e a proteção das crianças, dos idosos e das pessoas com deficiência e que a partir de determinada altura se tornou parte integrante do Tratado em vigor e a ser aplicável em todos os Estados-Membros.

Os Tratados atualmente em vigor (Tratado de Lisboa e Tratado de Funcionamento da UE), reconhecem os direitos, as liberdades e osprincípios enunciados na Carta dos Direitos Fundamentais e tornam-na juridicamente vinculativa, o que significa que quando a UE propõe e aplica legislação, deve respeitar os direitos enunciadosna Carta e o mesmo devem fazer os Estados-Membros quandoaplicam a legislação da UE, incluindo, entre outros, o direito de acesso à segurança social e assistência social.

Page 114: Gestao da segurança social

De acordo com o artigo 34.º da Carta, a UE reconhece e respeita o direito de acesso às prestações de Segurança Social e aos serviçossociais que concedem proteção em casos como a maternidade, doença, acidentes de trabalho, dependência ou velhice, bem comoem caso de perda de emprego, de acordo com o direito da União e com as legislações e práticas nacionais.

Reconhece ainda que todas as pessoas que residam e se desloquemlegalmente no interior da UE têm direito às prestações de Segurança Social e às regalias sociais nos termos do direito da União e das legislações e práticas nacionais.

Para tornar efetivos estes direitos, existem mecanismos legislativos– regulamentos - que coordenam as legislações nacionais a nívelcomunitário, permitindo assim que as prestações sejam asseguradasquando os cidadãos se deslocam na Europa.

Page 115: Gestao da segurança social

Ao nível da UE tem sido privilegiada a função da coordenação e não a harmonização das legislações nacionais, uma vez que compete aos Estadosno uso do poder não transferido para a ordem jurídica comunitáriadeterminar a estrutura e as características dos respetivos sistemas de segurança social, sem prejuízo do respeito por esses Estados de determinados princípios e garantias derivados do direito comunitário, como é o caso do princípio da igualdade de tratamento.

Existem todavia importantes instrumentos de harmonização ao nível da UE, como é o caso da Diretiva 79/7/CEE, de 19/12/78, relativa à realizaçãoprogressiva do princípio da igualdade de tratamento entre homens e mulheres em matéria de Segurança Social e que marca a extensão e a aplicação deste princípio à Segurança Social, no caso concreto aos regimes legais. Posteriormente, o mesmo princípio foi tornado extensivo aosregimes profissionais complementares de Segurança Social através da Diretiva 86/378/CEE, de 24/7/86, alterada pela Diretiva 96/97/CE, de 20/12/96.

Page 116: Gestao da segurança social

É de referir também a Diretiva 92/85/CEE, de 19 de outubro, relativa àimplementação de medidas destinadas a promover a melhoria da segurança e da saúde das trabalhadoras grávidas, puérperas e lactantes no trabalho, queestabeleceu várias prestações pecuniárias próprias dos regimes de Segurança Social. Estas prestações resultam da definição de medidas de proteção no trabalho das mulheres grávidas, puérperas e lactantes, quer por motivos da concessão de licençasde maternidade, quer em resultado da dispensa de prestação de trabalho noturno oususcetível de provocar exposição a agentes considerados perigosos.

De mencionar ainda instrumentos de Segurança Social de caráter não vinculativoque prosseguem objetivos de convergência, como é o caso, até certo ponto, da CartaComunitária dos Direitos Sociais Fundamentais dos Trabalhadores, adotada em 9 de dezembro de 1989, cuja natureza não normativa e programática levou a quefossem formulados em termos genéricos e sintetizáveis em 3 grandes orientações:

a) direito dos trabalhadores a serem enquadrados num regime de Segurança Social b) direito de qualquer pessoa a prestações e recursos suficientes c) direito das pessoas com deficiência a medidas de recuperação.

Page 117: Gestao da segurança social

São igualmente de assinalar 3 importantes recomendações, queembora de forma flexível e não vinculativa levam os estados-membros a adotarem as medidas propostas:

Recomendação 82/857/CEE, de 10/12/82, relativa aos princípios de uma política comunitária da idade de reforma

Recomendação 92/441/CEE, de 24.06.92, relativa a critérioscomuns respeitantes a recursos e prestações suficientes nossistemas de proteção social que visa definir uma política comumque garanta às pessoas com baixa condição de recursos umaprestação pecuniária suficientes, desde que tais pessoas não tenhamcapacidade de trabalho ou tendo-o procurem inserir-se na vida ativa

Recomendação 92/442/CEE, de 27.07.92, relativa à convergênciados objetivos e políticas de proteção social, que visa promover níveismais elevados de proteção social nas situações de incapacidade, desemprego e velhice e conceder um apoio social mais elevado àsfamílias.

Page 118: Gestao da segurança social

Enquanto a realização dos objetivos do tratado emmatéria de Segurança Social e de proteção social dos trabalhadores obedece à regra da unanimidade (art.º 153º, n.º 2, do Tratado de Funcionamento da UE), em matéria de coordenação as medidas são adotadasno âmbito do processo legislativo ordinário (art.º 48.º do mesmo Tratado).

Page 119: Gestao da segurança social

A coordenação de sistemas de Segurança Social encontra na UE a suaforma mais desenvolvida já que se trata de aplicar regulamentoscomunitários que têm efeitos diretos e imediatos nos ordenamentosjurídicos internos.

Assim, os instrumentos que coordenam internacionalmente os sistemas de Segurança Social dos Estados-Membros da União Europeia (UE)(11), sãoos Regulamentos:

(CE) n.º 883/2004, na redação dada pelos Regulamentos (CE) n.º 988/2009 e (UE) n.º 1244/2010, de 9 de dezembro

(CE) n.º 987/2009, na redação dada pelo Regulamento (UE) n.º 1244/2010, de 9 de dezembro, que estabelece as modalidades de aplicação dos regulamentos atrás referidos

(CE) n.º 859/2003, de 14 de maio de 2003, aplicável, apenas, nas relações entre o Reino Unido e os restante estados-membros

(UE) n.º 1231/2010, de 24 de novembro, não aplicável pela Dinamarca e pelo Reino Unido.

Page 120: Gestao da segurança social

Os Regulamentos Comunitários n.º 1408/71 e n.º 574/72 (continuam em vigor nos países que, com a UE, integram o EspaçoEconómico Europeu (EEE) - Islândia, Listenstaina e Noruega - e a Suíça, no quadro do Acordo sobre livre circulação de pessoascelebrado entre a Comunidade Europeia e os seus estados membrose a Confederação Helvética), coordenam internacionalmente ossistemas de segurança social nos países do Espaço EconómicoEuropeu (EEE) e da Suiça.

Finalmente é de referir a jurisprudência do Tribunal de Justiça queassegura a interpretação e a aplicação uniformes quer dos Tratadosquer dos actos jurídicos de direito derivado, designadamente dos citados Regulamentos de Segurança Social, os quais, sem alterar as características próprias dos diferentes regimes nacionais de Segurança Social, coordenam a respetiva aplicação às pessoas quese deslocam no exercício do seu direito de livre circulação.

Page 121: Gestao da segurança social

A Associação Internacional de Segurança Social (AISS)

A Associação Internacional de Segurança Social (AISS) é uma organizaçãointernacional que reúne serviços, instituições ou organismos gestionáriosde um ou mais ramos de Segurança Social, com sede em Genebra.

Foi fundada em 1927, junto da Organização Internacional do Trabalho.

A AISS tem como objetivo a promoção e construção duma segurança social dinâmica à escala mundial, assumindo-a como a dimensão social dummundo em globalização, e pretendendo realizar essa meta através da sustentação da excelência na sua administração.

Nesse sentido, informa, investiga, dá aconselhamento especializado e disponibiliza plataformas internacionais aos seus membros, recolhe e fazintercâmbio de boas práticas, e dá suporte e transferência de conhecimento, pelo que, ao contrário das que se referiram anteriormente, não produz direito internacional.

Page 122: Gestao da segurança social

A dinâmica referida assume um papel estruturante na ação da Associação, ao ligar as melhorias nos resultados da segurança social às capacidades das suas instituições.

Esta dinâmica trata da promoção do uso inovador de medidas de Segurança Social integradas, pró-ativas e direcionadas para o futuro, tendocomo objetivo de curto prazo a construção de organizações de Segurança Social de elevado desempenho.

Esta intenção é baseada na perspetiva de que organizações bem geridas e eficientes são fundamentais para a credibilidade e sustentabilidade da Segurança Social.

Integrando este primeiro passo, a Segurança Social dinâmica assume comoobjetivo de longo prazo, a contribuição para a disponibilização do acessouniversal, pelo menos a prestações financeiras básicas, bem como a cuidados de saúde primários, em todos os países.

Page 123: Gestao da segurança social

Fazem parte do atual programa de atividades osseguintes objetivos:

Efetividade e eficiência operacional e administrativa

Abordagens preventivas e pró-ativas na Segurança Social

Alargamento da cobertura da Segurança Social

Qualidade e adequação nos serviços e prestações da Segurança Social.

Page 124: Gestao da segurança social

Objetivos do Sistema de Segurança Social

São objetivos prioritários do sistema de Segurança Social:

Garantir a concretização do direito à Segurança Social

Promover a melhoria sustentada das condições e dos níveis de proteção social e o reforço da respetivaequidade

Promover a eficácia do sistema e a eficiência da suagestão.

Page 125: Gestao da segurança social

Direito Constitucional da Segurança Social

A Constituição da República fixou os princípios e os objectivosfundamentais da Segurança Social no artigo 63º, nomeadamente:

todos têm direito à segurança social; incumbe ao Estado organizar, coordenar e subsidiar um

Sistema de Segurança Social unificado e descentralizado, com a participação das asso-ciações sindicais, de outrasorganizações representativas dos trabalhadores e de associações representativas dos demais beneficiários;

o Sistema de Segurança Social protegerá os cidadãos nadoença, velhice, invalidez, viuvez e orfandade, bem como no desemprego e em todas as outras situações de falta oudiminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o trabalho.

Page 126: Gestao da segurança social

Os princípios gerais do sistema são:

Princípio da universalidade: consiste no acessoa todas as pessoas à proteção social assegurada pelosistema, nos termos definidos por lei.

Princípio da igualdade: consiste na nãodiscriminação dos beneficiários, designadamente emrazão do sexo e da nacionalidade, sem prejuízo, quanto a esta, de condições de residência e de reciprocidade.

Page 127: Gestao da segurança social

Princípio da solidariedade: consiste naresponsabilidade colectiva das pessoas entre si narealização das finalidades do sistema e envolve o concurso do Estado no seu financiamento, nos termosdefinidos pela Lei n.º 4/2007, de 16 de janeiro.

Este princípio concretiza-se em 3 planos Nacional, através da transferência de recursos entre os cidadãos, de

forma a permitir a todos uma efetiva igualdade de oportunidades e a garantia de rendimentos sociais mínimos para os maisdesfavorecidos

Laboral, através do funcionamento de mecanismos redistributivos no âmbito da proteção de base profissional e

Intergeracional, através da combinação de métodos de financiamento em regime de repartição e de capitalização.

Page 128: Gestao da segurança social

Princípio da equidade social: consiste no tratamento igual de situações iguais e no tratamento diferenciado de situaçõesdesiguais.

Princípio da diferenciação positiva: consiste na flexibilização e modulação das prestações em função dos rendimentos, das eventualidades sociais e de outros fatores, nomeadamente de natureza familiar, social, laboral e demográfica.

Princípio da subsidiariedade: assenta no reconhecimento do papel essencial das pessoas, das famílias e de outras instituições nãopúblicas na prossecução dos objetivos da Segurança Social, designadamente no desenvolvimento da ação social.

Page 129: Gestao da segurança social

Princípio da inserção social: caracteriza-se pela naturezaativa, preventiva e personalizada das ações desenvolvidas no âmbito do sistema, com vista a eliminar as causas de marginalização e exclusão social e a promover a dignificaçãohumana.

Princípio da coesão intergeracional: implica um ajustado equilíbrio e equidade geracionais na assunção das responsabilidades do sistema.

Princípio do primado da responsabilidade pública: consiste no dever do Estado de criar as condições necessáriasà efetivação do direito à Segurança Social e de organizar, coordenar e subsidiar o sistema de Segurança Social.

Page 130: Gestao da segurança social

Princípio da complementaridade: consiste na articulação das várias formas de proteção social públicas, sociais, cooperativas, mutualistas e privadas com o objetivo de melhorar a cobertura das situações abrangidas e promover a partilha das responsabilidadesnos diferentes patamares da proteção social.

Princípio da unidade: pressupõe uma atuação articulada dos diferentes sistemas, subsistemas e regimes de Segurança Social no sentido da sua harmonização e complementaridade.

Princípio da descentralização: manifesta-se pela autonomiadas instituições, tendo em vista uma maior aproximação àspopulações, no quadro da organização e planeamento do sistema e das normas e orientações de âmbito nacional, bem como das funções de supervisão e fiscalização das autoridades públicas.

Page 131: Gestao da segurança social

Princípio da participação: envolve a responsabilização dos interessadosna definição, no planeamento e gestão do sistema e no acompanhamento e avaliação do seu funcionamento.

Princípio da eficácia: consiste na concessão oportuna das prestaçõeslegalmente previstas, para uma adequada prevenção e reparação das eventualidades e promoção de condições dignas de vida.

Princípio da tutela dos direitos adquiridos e dos direitos emformação: visa assegurar o respeito por esses direitos, nos termosdefinidos pela Lei n.º 4/2007, de 16 de janeiro.

Princípio da garantia judiciária: assegura aos interessados o acessoaos tribunais, em tempo útil, para fazer valer o seu direito às prestações.

Princípio da informação: consiste na divulgação a todas as pessoas, quer dos seus direitos e deveres, quer da sua situação perante o sistema e no seu atendimento personalizado.

Page 132: Gestao da segurança social

Lei de Bases da Segurança Social

Lei de bases da segurança social

Lei n.o 4/2007, de 16 de Janeiro

Aprova as bases gerais do sistema de segurança social

Lei n.o 83-A/2013 de 30 de dezembro procede à Primeira alteracao a Lei n.o 4/2007, de 16 de janeiro, que aprova as bases gerais do sistema de segurancasocial

Page 133: Gestao da segurança social

CAPÍTULO I

Objectivos e princípios

Artigo 1.o Objecto

A presente lei define as bases gerais em que assenta o sistema de segurança social, adiante designado por sistema, bem como as iniciativas particulares de fins análogos.

Artigo 2.o

Direito à segurança social

1 - Todos têm direito à segurança social.

2 - O direito à segurança social é efectivado pelo sistema e exercido nos termos estabelecidos na Constituição, nosinstrumentos internacionais aplicáveis e na presente lei.

Page 134: Gestao da segurança social

Artigo 3.o

Irrenunciabilidade do direito à segurança social

São nulas as cláusulas do contrato, individual ou colectivo, peloqual se renuncie aos direitos conferidos pela presente lei.

Artigo 4.o

Objectivos do sistema

Constituem objectivos prioritários do sistema de segurançasocial:

a) Garantir a concretização do direito à segurança social;

b) Promover a melhoria sustentada das condições e dos níveisde protecção social e o reforço da respectiva equidade; e

c) Promover a eficácia do sistema e a eficiência da sua gestão.

Page 135: Gestao da segurança social

Artigo 5.o

Princípios gerais

Constituem princípios gerais do sistema o princípio da universalidade, da igualdade, da solidariedade, da equidade social, da diferenciação positiva, da subsidiariedade, da inserção social, da coesãointergeracional, do primado da responsabilidadepública, da complementaridade, da unidade, da descentralização, da participação, da eficácia, da tutelados direitos adquiridos e dos direitos em formação, da garantia judiciária e da informação.

Page 136: Gestao da segurança social

Artigo 6.o Princípio da universalidade

O princípio da universalidade consiste no acesso de todas as pessoas à protecção social assegurada pelosistema, nos termos definidos por lei.

Artigo 7.o Princípio da igualdade

O princípio da igualdade consiste na nãodiscriminação dos beneficiários, designadamente emrazão do sexo e da nacionalidade, sem prejuízo, quanto a esta, de condições de residência e de reciprocidade.

Page 137: Gestao da segurança social

Artigo 8.o Princípio da solidariedade 1 - O princípio da solidariedade consiste na responsabilidade

colectiva das pessoas entre si na realização das finalidades do sistema e envolve o concurso do Estado no seu financiamento, nostermos da presente lei.

2 - O princípio da solidariedade concretiza-se: a) No plano nacional, através da transferência de recursos entre os

cidadãos, de forma a permitir a todos uma efectiva igualdade de oportunidades e a garantia de rendimentos sociais mínimos para osmais desfavorecidos;

b) No plano laboral, através do funcionamento de mecanismosredistributivos no âmbito da protecção de base profissional; e

c) No plano intergeracional, através da combinação de métodos de financiamento em regime de repartição e de capitalização.

Page 138: Gestao da segurança social

Artigo 9.o Princípio da equidade social

O princípio da equidade social traduz-se no tratamento igual de situações iguais e no tratamentodiferenciado de situações desiguais.

Artigo 10.o Princípio da diferenciação positiva

O princípio da diferenciação positiva consiste naflexibilização e modulação das prestações em funçãodos rendimentos, das eventualidades sociais e de outros factores, nomeadamente, de naturezafamiliar, social, laboral e demográfica.

Page 139: Gestao da segurança social

Artigo 11.o Princípio da subsidiariedade

O princípio da subsidiariedade assenta no reconhecimento do papel essencial das pessoas, das famílias e de outras instituições não públicas naprossecução dos objectivos da segurança social, designadamente no desenvolvimento da acção social.

Artigo 12.o Princípio da inserção social

O princípio da inserção social caracteriza-se pelanatureza activa, preventiva e personalizada das acçõesdesenvolvidas no âmbito do sistema, com vista a eliminaras causas de marginalização e exclusão social e a promover a dignificação humana.

Page 140: Gestao da segurança social

Artigo 13.o Princípio da coesão intergeracional

O princípio da coesão intergeracional implica um ajustado equilíbrio e equidade geracionais naassunção das responsabilidades do sistema.

Artigo 14.o Princípio do primado da responsabilidade pública

O princípio do primado da responsabilidade públicaconsiste no dever do Estado de criar as condiçõesnecessárias à efectivação do direito à segurançasocial e de organizar, coordenar e subsidiar o sistemade segurança social.

Page 141: Gestao da segurança social

Artigo 15.o Princípio da complementaridade

O princípio da complementaridade consiste naarticulação das várias formas de protecção social públicas, sociais, cooperativas, mutualistas e privadascom o objectivo de melhorar a cobertura das situaçõesabrangidas e promover a partilha das responsabilidadesnos diferentes patamares da protecção social.

Artigo 16.o Princípio da unidade

O princípio da unidade pressupõe uma actuaçãoarticulada dos diferentes sistemas, subsistemas e regimes de segurança social no sentido da sua harmonização e complementaridade.

Page 142: Gestao da segurança social

Artigo 17.o Princípio da descentralizaçãoO princípio da descentralização manifesta-se pela autonomia das instituições, tendo em vista uma maior aproximação àspopulações, no quadro da organização e planeamento do sistema e das normas e orientações de âmbito nacional, bem como das funções de supervisão e fiscalização das autoridades públicas.

Artigo 18.o Princípio da participação

O princípio da participação envolve a responsabilizaçãodos interessados na definição, no planeamento e gestãodo sistema e no acompanhamento e avaliação do seufuncionamento.

Page 143: Gestao da segurança social

Artigo 19.o Princípio da eficácia

O princípio da eficácia consiste na concessãooportuna das prestações legalmente previstas, parauma adequada prevenção e reparação das eventualidades e promoção de condições dignas de vida.

Artigo 20.o Princípio da tutela dos direitosadquiridos e dos direitos em formação

O princípio da tutela dos direitos adquiridos e dos direitos em formação visa assegurar o respeito poresses direitos, nos termos da presente lei.

Page 144: Gestao da segurança social

Artigo 21.o Princípio da garantia judiciária

O princípio da garantia judiciária assegura aosinteressados o acesso aos tribunais, em tempo útil, para fazer valer o seu direito às prestações.

Artigo 22.o Princípio da informação

O princípio da informação consiste na divulgação a todas as pessoas, quer dos seus direitos e deveres, quer da sua situação perante o sistema e no seuatendimento personalizado.

Page 145: Gestao da segurança social

Artigo 23.o Composição do sistema

O sistema de segurança social abrange o sistema de protecção social de cidadania, o sistema previdenciale o sistema complementar.

Artigo 24.o Administração do sistema

1 - Compete ao Estado, no que diz respeito àcomponente pública do sistema de segurança social, garantir a sua boa administração.

Page 146: Gestao da segurança social

CAPÍTULO II Sistema de protecção social de cidadaniaSECÇÃO I Objectivos e composição

Artigo 26.o Objectivos gerais 1 - O sistema de protecção social de cidadania tem por objectivos

garantir direitos básicos dos cidadãos e a igualdade de oportunidades, bem como promover o bem-estar e a coesão sociais.

2 - Para concretização dos objectivos mencionados no númeroanterior, compete ao sistema de protecção social de cidadania:

a) A efectivação do direito a mínimos vitais dos cidadãos emsituação de carência económica;

b) A prevenção e a erradicação de situações de pobreza e de exclusão; c) A compensação por encargos familiares; e d) A compensação por encargos nos domínios da deficiência e da dependência.

Page 147: Gestao da segurança social

SECÇÃO II Subsistema de acção social Artigo 29.o Objectivos

1 - O subsistema de acção social tem como objectivos fundamentaisa prevenção e reparação de situações de carência e desigualdadesócio-económica, de dependência, de disfunção, exclusão ouvulnerabilidade sociais, bem como a integração e promoçãocomunitárias das pessoas e o desenvolvimento das respectivascapacidades.

2 - O subsistema de acção social assegura ainda especial protecçãoaos grupos mais vulneráveis, nomeadamente crianças, jovens, pessoas com deficiência e idosos, bem como a outras pessoas emsituação de carência económica ou social.

3 - A acção social deve ainda ser conjugada com outras políticassociais públicas, bem como ser articulada com a actividade de instituições não públicas.

Page 148: Gestao da segurança social

Artigo 30.o Prestações

Os objectivos da acção social concretizam-se, designadamente através de:

a) Serviços e equipamentos sociais;

b) Programas de combate à pobreza, disfunção, marginalização e exclusão sociais;

c) Prestações pecuniárias, de carácter eventual e emcondições de excepcionalidade; e

d) Prestações em espécie.

Page 149: Gestao da segurança social

Artigo 32.o Instituições particulares de solidariedadesocial

1 - O Estado apoia e valoriza as instituiçõesparticulares de solidariedade social e outras de reconhecido interesse público, sem carácterlucrativo, que prossigam objectivos de solidariedadesocial.

Page 150: Gestao da segurança social

Artigo 35.o Responsabilidade social das empresas

O Estado estimula e apoia as iniciativas das empresas que contribuam para o desenvolvimentodas políticas sociais, designadamente através da criação de equipamentos sociais e serviços de acçãosocial de apoio à maternidade e à paternidade, àinfância e à velhice e que contribuam para umamelhor conciliação da vida pessoal, profissional e familiar dos membros do agregado familiar.

Page 151: Gestao da segurança social

SECÇÃO III Subsistema de solidariedade Artigo 36.o Objectivos

1 - O subsistema de solidariedade destina-se a assegurar, com base na solidariedade de toda a comunidade, direitos essenciais por forma a prevenir e a erradicarsituações de pobreza e de exclusão, bem como a garantirprestações em situações de comprovada necessidadepessoal ou familiar, não incluídas no sistemaprevidencial.

2 - O subsistema de solidariedade pode abrangertambém, nos termos a definir por lei, situações de compensação social ou económica em virtude de insuficiências contributivas ou prestacionais do sistemaprevidencial.

Page 152: Gestao da segurança social

Artigo 38.o Âmbito material 1 - O subsistema de solidariedade abrange as seguintes

eventualidades: a) Falta ou insuficiência de recursos económicos dos

indivíduos e dos agregados familiares para a satisfação das suas necessidades essenciais e para a promoção da suaprogressiva inserção social e profissional;

b) Invalidez; c) Velhice; d) Morte; e e) Insuficiência das prestações substitutivas dos rendimentos

do trabalho ou da carreira contributiva dos beneficiários. (…)

Page 153: Gestao da segurança social

Artigo 41.o Prestações 1 - A protecção concedida no âmbito do subsistema de

solidariedade concretiza-se através da concessão das seguintes prestações:

a) Prestações de rendimento social de inserção; b) Pensões sociais; c) Subsídio social de desemprego; d) Complemento solidário para idosos; e) Complementos sociais; e f) Outras prestações ou transferências afectas a

finalidades específicas, no quadro da concretização dos objectivos do presente subsistema.

Page 154: Gestao da segurança social

SECÇÃO IV Subsistema de protecção familiar Artigo 44.o Objectivo O subsistema de protecção familiar visa assegurar a compensação de

encargos familiares acrescidos quando ocorram as eventualidadeslegalmente previstas.

Artigo 45.o Âmbito pessoal O subsistema de protecção familiar abrange a generalidade das

pessoas.

Artigo 46.o Âmbito material O subsistema de protecção familiar abrange, nomeadamente, as

seguintes eventualidades: a) Encargos familiares; b) Encargos no domínio da deficiência; e c)

Encargos no domínio da dependência.

Page 155: Gestao da segurança social

CAPÍTULO III Sistema previdencial

Artigo 50.o Objectivos O sistema previdencial visa garantir, assente no princípio de

solidariedade de base profissional, prestações pecuniáriassubstitutivas de rendimentos de trabalho perdido em consequênciada verificação das eventualidades legalmente definidas.

Artigo 51.o Âmbito pessoal 1 - São abrangidos obrigatoriamente pelo sistema previdencial, na

qualidade de beneficiários, os trabalhadores por conta de outrem oulegalmente equiparados e os trabalhadores independentes.

2 - As pessoas que não exerçam actividade profissional ou que, exercendo-a, não sejam, por esse facto, enquadradasobrigatoriamente nos termos do número anterior, podem aderir àprotecção social definida no presente capítulo, nas condiçõesprevistas na lei.

Page 156: Gestao da segurança social

Artigo 52.o Âmbito material

1 - A protecção social regulada no presente capítulointegra as seguintes eventualidades: a) Doença; b) Maternidade, paternidade e adopção; c) Desemprego;d) Acidentes de trabalho e doençasprofissionais; e) Invalidez; f) Velhice; e g) Morte.

2 - O elenco das eventualidades protegidas pode seralargado, em função da necessidade de dar coberturaa novos riscos sociais, ou reduzido, nos termos e condições legalmente previstos, em função de determinadas situações e categorias de beneficiários.

Page 157: Gestao da segurança social

Artigo 54.o Princípio da contributividade

O sistema previdencial deve ser fundamentalmenteautofinanciado, tendo por base uma relaçãosinalagmática directa entre a obrigação legal de contribuir e o direito às prestações.

Page 158: Gestao da segurança social

Artigo 57.o Determinação do montante das quotizações e das contribuições 1 - O montante das quotizações dos trabalhadores por conta de outrem e

das contribuições das entidades empregadoras é determinado pelaaplicação das taxas legalmente previstas às remunerações que, nos termosda lei, constituam base de incidência contributiva.

2 - A lei define os critérios e as condições de registo de remunerações porequivalência à entrada de contribuições, designadamente quanto àrelevância jurídica, ao valor a registar e ao respectivo período de registo.

3 - As taxas contributivas são fixadas, actuarialmente, em função do custode protecção das eventualidades previstas, sem prejuízo da possibilidade de adequações, designadamente em razão da natureza das entidadescontribuintes, das situações específicas dos beneficiários ou de políticas de emprego.

4 - A lei pode prever mecanismos de adequação do esforço contributivo, justificados pela alteração das condições económicas, sociais e demográficas, designadamente mediante a conjugação de técnicas de repartição e de capitalização.

Page 159: Gestao da segurança social

Artigo 59.o Responsabilidade pelo pagamento das contribuições 1 - As entidades empregadoras são responsáveis pelo pagamento das quotizações

dos trabalhadores ao seu serviço, devendo para o efeito proceder, no momento do pagamento das remunerações, à retenção na fonte dos valores correspondentes.

2 - São nulas as cláusulas do contrato, individual ou colectivo, pelo qual o trabalhador assuma a obrigação de pagar, total ou parcialmente, as contribuiçõesdevidas pela entidade empregadora.

Artigo 60.o Restituição e cobrança coerciva das contribuições ou prestações1 - As quotizações e as contribuições não pagas, bem como outros montantes devidos, sãoobjecto de cobrança coerciva nos termos legais.

2 - As prestações pagas aos beneficiários que a elas não tinham direito devem serrestituídas nos termos previstos na lei.

3 - A obrigação do pagamento das quotizações e das contribuições prescreve no prazo de cinco anos a contar da data em que aquela obrigação deveria ter sidocumprida.

4 - A prescrição interrompe-se por qualquer diligência administrativa, realizadacom conhecimento do responsável pelo pagamento, conducente à liquidação ou àcobrança da dívida.

Page 160: Gestao da segurança social

Quadro legal das pensões

Artigo 63.o1 — O quadro legal das pensões deve ser, gradualmente, adaptado aos novoscondicionalismos sociais, de modo a garantir-se a maior equidade e justiça social nasua concretização.2 — A lei pode prever que a idade normal de acesso a pensa o de velhice seja ajustadade acordo com a evoluca o dos indices da esperanca media de vida.3 — A lei pode consagrar medidas de flexibilidade da idade legal para atribuic a o de penso es, atraves de meca- nismos de reduc a o ou bonificac a o das penso es, consoante se trate de idade inferior ou superior a que se encontra definida nos termos gerais.4 — A lei pode prever a diferenciac a o positiva das ta- xas de substituica o a favor dos beneficiarios com mais baixas remunerac o es, desde que respeitado o principio da contributividade.5 — O calculo das penso es de velhice e de invalidez tem por base os rendimentos de trabalho, revalorizados, de toda a carreira contributiva, nos termos da lei.6 — Os valores das remuneraco es que sirvam de base de calculo das penso es devem seratualizados de acordo com os criterios estabelecidos na lei, nomeadamente tendo emconta a inflaca o.

Page 161: Gestao da segurança social

Fator de sustentabilidade

Artigo 64.o1 — Ao montante da pensão estatutária, calculada nos termoslegais, é aplicável um fator de sustentabilidade relacionado com a evolução da esperança média de vida, tendo em vista a adequação do sistema às modificações resultantes de alteraçõesdemográficas e económicas.2 — O fator de sustentabilidade é definido pela relação entre a esperança média de vida verificada num determi- nado ano de referência e a esperança média de vida que se verificar no anoanterior ao do requerimento da pensão.3 — A lei pode alterar o ano de referência da esperança média de vida previsto no número anterior, sempre que a situaçãodemográfica e a sustentabilidade das pensões justificadamente o exija, aplicando-se o novo fator de sustentabilidade no cálculodas pensões futuras.

Page 162: Gestao da segurança social

Legislação da Segurança Social

Lei de bases SS (Primeira alteração e republicação da lei de bases gerais do sistema de segurança social - Lei 83-A/2013 de 30 de Dezembro) em

https://dre.pt/pdf1sdip/2013/12/25203/0000800019.pdf

E restante legislação em

http://www4.seg-social.pt/legislacao

Page 163: Gestao da segurança social

Legislação Fundamental

» Lei n.º 4/2007, de 16 de Janeiro - Primeira alteração e republicação da lei de bases gerais do sistema de segurançasocial Lei 83-A/2013 de 30 de Dezembro» Lei n.º 4/2009, de 29 de Janeiro - Lei que define a ProtecçãoSocial dos trabalhadores que exercem funções públicas» Lei n.º 110/2009, de 16 de Setembro, que aprova o Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de SegurançaSocial» Decreto Regulamentar n.º 1-A/2011, de 3 de Janeiro» Portaria n.º 66/2011, de 4 de Fevereiro» Circular n.º 3/GDG/2009/DGAEP, de 25 de Março» Circular Conjunta n.º 1/DGO/DGAEP/DGSS/ISS/2011, de 29 de Abril

Page 164: Gestao da segurança social

Legislação Fundamental

Codigo Contribuitivo dos Regimes do SistemaPrevidêncial da Segurança Social

Consultar em:

http://www4.seg-social.pt/documents/10152/270973/Código_Contributivo_versão_consolidada

Page 165: Gestao da segurança social

CÓDIGO DOS REGIMES CONTRIBUTIVOS DO SISTEMA PREVIDENCIAL DE SEGURANÇA SOCIAL

Artigo 1.o Âmbito de aplicação

O presente Código regula os regimes abrangidos pelosistema previdencial aplicáveis aos trabalhadores porconta de outrem ou em situação legalmenteequiparada para efeitos de segurança social, aostrabalhadores independentes, bem como o regime de inscrição facultativa.

Page 166: Gestao da segurança social

Artigo 3.o

Direito subsidiário

São subsidiariamente aplicáveis:

a) Quanto à relação jurídica contributiva, a Lei GeralTributária;

b) Quanto à responsabilidade civil, o Código Civil;

c) Quanto à matéria procedimental, o Código do Procedimento Administrativo;

d) Quanto à matéria substantiva contraordenacional, o Regime Geral das Infrações Tributárias.

Page 167: Gestao da segurança social

Artigo 4.o Quadro legal de referência

1 - O regime aplicável à generalidade dos trabalhadorespor conta de outrem, designado no presente Código porregime geral, constitui o quadro legal de referência dos restantes regimes contributivos do sistema previdencial.

2 - O regime geral pode ser objeto de adaptações no querespeita, designadamente, ao âmbito pessoal, ao âmbitomaterial e à obrigação contributiva, permitindo a suaadequação às condições e características específicas do exercício da atividade e das categorias de trabalhadores.

Page 168: Gestao da segurança social

Artigo 5.o

Regime geral dos trabalhadores por conta de outrem

O regime geral dos trabalhadores por conta de outrem compreende:

a) O regime aplicável à generalidade dos trabalhadores por conta de outrem;

b) O regime aplicável aos trabalhadores integradosem categorias ou situações específicas;

c) O regime aplicável às situações equiparadas a trabalho por conta de outrem.

Page 169: Gestao da segurança social

Artigo 6.o Relação jurídica de vinculação 1 - A relação jurídica de vinculação é a ligação estabelecida entre as

pessoas singulares ou coletivas e o sistema previdencial de segurança social.

2 - A vinculação ao sistema previdencial de segurança social efetiva-se através da inscrição na instituição de segurança social competente.

3 - A inscrição pressupõe a identificação do interessado no sistemade segurança social através de um número de identificação nasegurança social (NISS).

Artigo 7.o Objeto da relação jurídica de vinculação A relação jurídica de vinculação tem por objeto a determinação dos

titulares do direito à proteção social do sistema previdencial da segurança social, bem como dos sujeitos das obrigações.

Page 170: Gestao da segurança social

Artigo 8.o Inscrição1 - A inscrição é o ato administrativo pelo qual se efetiva a vinculação ao sistema previdencial da segurançasocial.2 - A inscrição confere:

a) A qualidade de beneficiário às pessoas singulares que preenchem as condições de enquadramento no âmbito pessoal de um dos regimes abrangidos pelo sistema previdencial;b) A qualidade de contribuinte às pessoas singulares ou coletivas que sejamentidades empregadoras.

3 - A inscrição dos beneficiários é obrigatória e vitalíciapermanecendo independentemente dos regimes em cujo âmbitoo indivíduo se enquadre.4 - A inscrição das entidades empregadoras é obrigatória, únicae definitiva.

Page 171: Gestao da segurança social

Artigo 9.o Enquadramento

1 - O enquadramento é o ato administrativo pelo quala instituição de segurança social competentereconhece, numa situação de facto, a existência dos requisitos materiais legalmente definidos para serabrangido por um regime de segurança social.

2 - Sempre que ocorra em relação à mesma pessoamais de um enquadramento estes são efetuados porreferência ao mesmo NISS.

Page 172: Gestao da segurança social

Relação jurídica contributiva

Artigo 10.o

1 - A relação jurídica contributiva consubstancia-se no vínculode natureza obrigacional que liga ao sistema previdencial:

a) Os trabalhadores e as respetivas entidades empregadoras;

b) Os trabalhadores independentes e quando aplicável as pessoas coletivas e as pessoas singulares com atividadeempresarial que com eles contratam;

c) Os beneficiários do regime de seguro social voluntário.

2 - A relação jurídica contributiva mantém-se mesmo noscasos em que normas especiais determinem a dispensatemporária, total ou parcial, ou a redução do pagamento de contribuições.

Page 173: Gestao da segurança social

Artigo 11.o Objeto da obrigação contributiva 1 - A obrigação contributiva tem por objeto o pagamento

regular de contribuições e de quotizações por parte das pessoas singulares e coletivas que se relacionam com o sistema previdencial de segurança social.

2 - As contribuições são da responsabilidade das entidadesempregadoras, dos trabalhadores independentes, das entidades contratantes e dos beneficiários do seguro social voluntário, consoante os casos, e as quotizações são da responsabilidade dos trabalhadores, nos termos previstos no presente Código.

3 - As contribuições e quotizações destinam-se aofinanciamento do sistema previdencial que tem por base umarelação sinalagmática direta entre a obrigação legal de contribuir e o direito às prestações.

Page 174: Gestao da segurança social

Artigo 12.o Conceito de contribuições e quotizações

As contribuições e as quotizações são prestaçõespecuniárias destinadas à efetivação do direito àsegurança social.

Artigo 13.o Determinação do montante das contribuiçõese das quotizações

O montante das contribuições e das quotizações édeterminado pela aplicação da taxa contributiva àsremunerações que constituem base de incidênciacontributiva, nos termos previstos no presente Código.

Page 175: Gestao da segurança social

Artigo 14.o Base de incidência contributiva

Considera-se base de incidência contributiva o montante das remunerações, reais ou convencionais, sobre as quais incidemas taxas contributivas, nos termos consagrados no presenteCódigo, para efeitos de apuramento do montante das contribuições e das quotizações.

Artigo 15.o Taxa contributiva

A taxa contributiva representa um valor em percentagem, determinado actuarialmente em função do custo da proteçãodas eventualidades previstas no presente Código, sendo afetaà cobertura das diferentes eventualidades e às políticas ativasde emprego e valorização profissional, nos termos previstosno presente Código.

Page 176: Gestao da segurança social

Artigo 18.o Condições gerais de acesso à proteção socialSão condições gerais de acesso à proteção social garantida pelos regimes do sistema previdencial a inscrição e o cumprimento da obrigação contributiva dos trabalhadores, quando for caso disso, das respetivas entidades empregadoras e dos beneficiários do regime de inscrição facultativa.

Artigo 19.o Âmbito material1 - A proteção social conferida pelos regimes do sistema previdencial integra a proteção nas eventualidades de doença, maternidade, paternidade e adoção, desemprego, doenças profissionais, invalidez, velhice e morte, de acordo com o especificamente regulado para cada eventualidade.2 - O elenco das eventualidades protegidas pode ser reduzido em função de determinadas situações e categorias de beneficiários nos termos e condições previstas no presente Código ou alargado em função da necessidade de dar cobertura a novos riscos sociais.3 - As eventualidades de maternidade, paternidade e adoção previstas no n.o 1 são abreviadamente designadas por parentalidade.

Page 177: Gestao da segurança social

Artigo 20.o Gestão do processo de arrecadação e cobrança1 - A gestão do processo de arrecadação e cobrança das contribuições, quotizações e juros de mora compete às instituições de segurança social nos termos das respetivas competências.2 - Para efeitos da arrecadação e da cobrança previstas no número anterior a instituição de segurança social competente pode celebrar contratos de prestação de serviços com instituições de crédito ou outras entidades devidamente habilitadas para esse efeito, através dos quais se regulem as condições da prestação dos serviços de arrecadação e cobrança por parte destas e, designadamente, as receitas abrangidas, o custo do serviço, a forma e o prazo de entrega.

Artigo 21.o Cumprimento do deverO pagamento de coima relativo a condenação pela prática de contraordenação que consista na violação por ação ou omissão de um dever não dispensa o infrator do cumprimento do dever violado.

Artigo 22.o Falsas declaraçõesConstitui contraordenação muito grave:a) As falsas declarações ou a utilização de qualquer outro meio de que resulte enquadramento em regime de segurança social sem que se verifiquem as condições legalmente exigidas;b) As falsas declarações ou a utilização de qualquer outro meio de que resulte a isenção indevida da obrigação de contribuir ou a aplicação de um regime contributivo indevido quer quanto à base de incidência quer quanto às taxas contributivas;c) As falsas declarações ou a adoção de procedimentos, por ação ou omissão, tendentes à obtenção indevida de prestações.

Page 178: Gestao da segurança social

TÍTULO I Regime geral dos trabalhadores porconta de outrem

SECÇÃO I Âmbito de aplicaçãoArtigo 24.o Trabalhadores abrangidos

1 - São abrangidos pelo regime geral, com caráter de obrigatoriedade, os trabalhadoresque exercem atividade profissional remunerada ao abrigo de contrato de trabalho nostermos do disposto no Código do Trabalho.2 - São ainda abrangidas pelo regime geral as pessoas singulares que em função das características específicas da atividade exercida sejam, nos termos do presente Código, consideradas em situação equiparada à dos trabalhadores por conta de outrem paraefeitos da relação jurídica de segurança social.

Artigo 25.o Trabalhadores especialmente abrangidos

Consideram-se, em especial, abrangidos pelo regime geral, previsto no presente título:a) Os trabalhadores destacados sem prejuízo do disposto em legislação própria e eminstrumentos internacionais a que Portugal se encontre vinculado;b) Os trabalhadores que exercem a respetiva atividade em estabelecimentos de turismorural, turismo de habitação e agroturismo;c) Os trabalhadores que prestam serviço de limpeza em prédios em regime de propriedade horizontal.

Page 179: Gestao da segurança social

Artigo 26.o

Trabalhadores excluídos

1 - São excluídos do âmbito de aplicação do regime geralos trabalhadores abrangidos pelo regime de proteçãosocial convergente dos trabalhadores que exercemfunções públicas ou que nos termos da lei tenham optadopelo regime de proteção social pelo qual estãoabrangidos, desde que este seja de inscrição obrigatória.

2 - A exclusão respeita exclusivamente à atividadeprofissional que determina a inscrição nos regimes de proteção social previstos no número anterior.

Page 180: Gestao da segurança social

Artigo 27.o Entidades empregadoras

1 - As pessoas singulares ou coletivas que beneficiem da atividade dos trabalhadores a que se refere o presentetítulo são abrangidas pelo regime geral dos trabalhadorespor conta de outrem na qualidade de entidadesempregadoras, independentemente da sua natureza e das finalidades que prossigam.

2 - Para efeitos do disposto no presente Código as empresas de trabalho temporário são consideradasentidades empregadoras dos trabalhadores temporários.

3 - O fim não lucrativo das entidades empregadoras, qualquer que seja a sua natureza jurídica, não as excluido âmbito de aplicação do presente Código.

Page 181: Gestao da segurança social

Artigo 28.o

Âmbito material

A proteção social conferida pelo regime geral dos trabalhadores por conta de outrem integra proteçãonas eventualidades de doença, parentalidade, desemprego, doenças profissionais, invalidez, velhicee morte, de acordo com o especificamente reguladopara cada eventualidade.

Page 182: Gestao da segurança social

Relação jurídica de vinculação

SUBSECÇÃO I Dos trabalhadoresArtigo 29.o Comunicação da admissão de trabalhadores

1 - A admissão dos trabalhadores é obrigatoriamente comunicada, pelas entidades empregadoras, através de qualquer meio escrito ou online no sítio da Internet da segurança social, à instituição de segurança social competente.

2 - A comunicação referida no número anterior é efetuada: (Redação dada pela Lei n.o 55-A/2010, de 31 de dezembro)

a) Nas vinte e quatro horas anteriores ao início da produção de efeitos do contrato de trabalho; b) Nas vinte e quatro horas seguintes ao início da atividade sempre que, por razões excecionais e devidamente

fundamentadas, ligadas à celebração de contratos de trabalho de muito curta duração ou à prestação de trabalho por turnos a comunicação não possa ser efetuada no prazo previsto na alínea anterior.

3 - Com a comunicação a entidade empregadora declara à instituição de segurança social o NISS, se o houver, se o contrato de trabalho é a termo resolutivo ou sem termo e os demais elementos necessários aoenquadramento do trabalhador.

4 - Sem prejuízo do disposto no n.o 6, na falta de cumprimento da obrigação prevista no n.o 1, presume-se queo trabalhador iniciou a prestação de trabalho ao serviço da entidade empregadora faltosa no 1.o dia do 6.o mêsanterior ao da verificação do incumprimento.

5 - Na falta da comunicação da admissão do trabalhador no caso de o mesmo se encontrar a receber prestaçõesde doença ou de desemprego, presume--se que a prestação de trabalho teve início na data em que começarama ser concedidas as referidas prestações, sendo a entidade empregadora solidariamente responsável peladevolução da totalidade dos montantes indevidamente recebidos pelo trabalhador. (Aditado pela Lei n.o 55-A/2010, de 31 de dezembro)

6 - A presunção referida nos n.os 4 e 5 é ilidível por prova de que resulte a data em que teve, efetivamente

Page 183: Gestao da segurança social

Artigo 33.o

Declaração do trabalhador

1 - Os trabalhadores abrangidos pelo regime geral devemdeclarar à instituição de segurança social competente o iníciode atividade profissional ou a sua vinculação a uma nova entidade empregadora e a duração do contrato de trabalho.

2 - A declaração referida no número anterior determina, paraefeitos de acesso ou de cálculo das prestações de segurançasocial, a relevância dos períodos de atividade profissional nãodeclarados que sejam anteriores ao período de tempo previstono n.o 4 do artigo 29.o quando se verifique que:

a) Não tenha sido efetuada a comunicação prevista no artigo29.o; b) Não tenha dado entrada a correspondente declaraçãode remunerações.

Page 184: Gestao da segurança social

Das entidades empregadorasArtigo 34.o Efetivação da inscrição

1 - A inscrição das pessoas coletivas é feita oficiosamente na data da suaconstituição sempre que esta obedeça ao regime especial de constituiçãoimediata de sociedades e associações ou ao regime especial de constituiçãoonline de sociedades.

2 - O disposto no número anterior aplica-se ainda à criação imediata de representações permanentes em Portugal de entidades estrangeiras.

3 - A inscrição de pessoas coletivas e de representações permanentes de entidades estrangeiras que não seja efetuada nos termos do n.o 1, bemcomo a das pessoas singulares, que beneficiam da atividade profissional de terceiros, prestada em regime de contrato de trabalho, é feita oficiosamentena data da participação de início do exercício de atividade.

4 - A inscrição das pessoas singulares que beneficiam da atividadeprofissional de terceiros, prestada em regime de contrato de trabalho, éfeita na data da admissão do primeiro trabalhador.

Page 185: Gestao da segurança social

Relação jurídica contributiva

SUBSECÇÃO I Obrigações dos contribuintes

Artigo 37.o Facto constitutivo da obrigação contributiva A obrigação contributiva constitui-se com o início do exercício de

atividade profissional pelos trabalhadores ao serviço das entidadesempregadoras.

Artigo 38.o Obrigação contributiva 1 - A obrigação contributiva compreende a declaração dos tempos

de trabalho, das remunerações devidas aos trabalhadores e o pagamento das contribuições e das quotizações.

2 - A obrigação contributiva vence-se no último dia de cada mês do calendário.

Artigo 39.o Entidades contribuintes As entidades empregadoras, para efeitos de segurança social, são

consideradas entidades contribuintes.

Page 186: Gestao da segurança social

Declaração de remunerações

Artigo 40.o 1 - As entidades contribuintes são obrigadas a declarar à segurançasocial, em relação a cada um dos trabalhadores ao seu serviço, o valor da remuneração que constitui a base de incidência contributiva, os tempos de trabalhoque lhe corresponde e a taxa contributiva aplicável.

2 - A declaração prevista no número anterior deve ser efetuada até ao dia 10 do mêsseguinte àquele a que diga respeito.

3 - Sem prejuízo do disposto no número seguinte, a falta ou a insuficiência das declarações previstas nos números anteriores podem ser supridas oficiosamentepela instituição de segurança social competente designadamente por recurso aosdados de que disponha no seu sistema de informação, no sistema de informaçãofiscal ou decorrente de ação de fiscalização.

4 - O suprimento oficioso das declarações previstas nos números anteriores énotificado à entidade contribuinte nos termos do disposto no Código do Procedimento Administrativo.

5 - A não inclusão de trabalhador na declaração de remunerações constituicontraordenação muito grave.

6 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, a violação do disposto nos n.os 1 e 2 constitui contraordenação leve quando seja cumprida nos 30 dias subsequentes aotermo do prazo e constitui contraordenação grave nas demais situações.

Page 187: Gestao da segurança social

Artigo 42.o Responsabilidade pelo cumprimento da obrigação contributiva 1 - As entidades contribuintes são responsáveis pelo pagamento das

contribuições e das quotizações dos trabalhadores ao seu serviço. 2 - As entidades contribuintes descontam nas remunerações dos

trabalhadores ao seu serviço o valor das quotizações por estes devidas e remetem-no, juntamente com o da sua própria contribuição, à instituiçãode segurança social competente.

3 - Sem prejuízo do disposto no Regime Geral das Infrações Tributárias, a violação do disposto nos n.os 1 e 2 constitui contraordenação leve quandoseja cumprida nos 30 dias subsequentes ao termo do prazo e constituicontraordenação grave nas demais situações.

Artigo 43.o Pagamento das contribuições e das quotizações O pagamento das contribuições e das quotizações é mensal e é efetuado do

dia 10 até ao dia 20 do mês seguinte àquele a que as contribuições e as quotizações dizem respeito.

Page 188: Gestao da segurança social

Bases de incidência contributiva Artigo 44.o Base de incidência contributiva 1 - Para a determinação do montante das contribuições das entidades

empregadoras e das quotizações dos trabalhadores, considera-se base de incidência contributiva a remuneração ilíquida devida em função do exercício da atividade profissional ou decorrente da cessação do contratode trabalho nos termos do presente Código.

2 - O estabelecido no número anterior não prejudica a fixação de bases de incidência convencionais ou a sua sujeição a limites mínimos ou máximos.

Artigo 45.o Bases de incidência convencionais 1 - As bases de incidência convencionais são fixadas por referência ao valor

do indexante dos apoios sociais (IAS). 2 - Para efeitos do número anterior, a atualização da base de incidência

produz efeitos a partir do 1.o dia do mês seguinte ao da publicação do diploma que concretize a atualização do IAS.

Page 189: Gestao da segurança social

Delimitação da base de incidência contributiva

Artigo 46.o 1 - Para efeitos de delimitação da base de incidência contributiva

consideram-se remunerações as prestações pecuniárias ou em espécie quenos termos do contrato de trabalho, das normas que o regem ou dos usossão devidas pelas entidades empregadoras aos trabalhadores comocontrapartida do seu trabalho.

2 - Integram a base de incidência contributiva, designadamente, as seguintes prestações:

a) A remuneração base, em dinheiro ou em espécie; b) As diuturnidades e outros valores estabelecidos em função da

antiguidade dos trabalhadores ao serviço da respetiva entidade empregadora; c) As comissões, os bónus e outras prestações de natureza análoga; d) Os prémios de rendimento, de produtividade, de assiduidade, de

cobrança, de condução, de economia e outros de natureza análoga que tenham caráter de regularidade; e) A remuneração pela prestação de trabalho suplementar;

Page 190: Gestao da segurança social

f) A remuneração por trabalho noturno; g) A remuneração correspondente ao período de férias a que o trabalhador tenha

direito; h) Os subsídios de Natal, de férias, de Páscoa e outros de natureza análoga; i) Os subsídios por penosidade, perigo ou outras condições especiais de prestação de

trabalho; j) Os subsídios de compensação por isenção de horário de trabalho ou situações

equiparadas; l) Os valores dos subsídios de refeição, quer sejam atribuídos em dinheiro, quer em

títulos de refeição; m) Os subsídios de residência, de renda de casa e outros de natureza análoga, que

tenham caráter deregularidade; n) Os valores efetivamente devidos a título de despesas de representação desde que

se encontrem pré-determinados e dos quais não tenham sido prestadas contas atéao termo do exercício; (Redação dada pela Lei n.o 55-A/2010, de 31 de dezembro)

o) As gratificações, pelo valor total atribuído, devidas por força do contrato ou das normas que o regem, ainda que a sua atribuição esteja condicionada aos bons serviços dos trabalhadores, bem como as que pela sua importância e caráter regulare permanente, devam, segundo os usos, considerar-se como elemento integrante da remuneração; (Redação dada pela Lei n.o 55-A/2010, de 31 de dezembro)

Page 191: Gestao da segurança social

p) As importâncias atribuídas a título de ajudas de custo, abonos de viagem, despesas de transporte e outrasequivalentes;q) Os abonos para falhas;r) Os montantes atribuídos aos trabalhadores a título de participação nos lucros da empresa, desde que aotrabalhador não esteja assegurada pelo contrato uma remuneração certa, variável ou mista adequada ao seutrabalho; (Nos termos dos artigos 4o e 6o da Lei n.o 110/2009, na redação dada pela Lei n.o 55-A/2010, estaalínea carece de regulamentação, que será precedida de avaliação efetuada em Concertação Social e não ocorreantes de 1 de janeiro de 2014.)s) As despesas resultantes da utilização pessoal pelo trabalhador de viatura automóvel que gere encargos paraa entidade empregadora nos termos do artigo seguinte; (Redação dada pela Lei n.o 55-A/2010, de 31 dedezembro)t) As despesas de transporte, pecuniárias ou não, suportadas pela entidade empregadora para custear asdeslocações em benefício dos trabalhadores, na medida em que estas não se traduzam na utilização de meio detransporte disponibilizado pela entidade empregadora ou em que excedam o valor de passe social ou, nainexistência deste, o que resultaria da utilização de transportes coletivos, desde que quer a disponibilizaçãodaquele quer a atribuição destas tenha caráter geral; (Redação dada pela Lei n.o 55-A/2010, de 31 dedezembro)u) Os valores correspondentes às retribuições a cujo recebimento os trabalhadores não tenham direito emconsequência de sanção disciplinar;v) Compensação por cessação do contrato de trabalho por acordo apenas nas situações com direito a prestações de desemprego; (Redação dada pela Lei n.o 55-A/2010, de 31 de dezembro)

Page 192: Gestao da segurança social

x) Os valores despendidos obrigatória ou facultativamente pela entidade empregadoracom aplicações financeiras, a favor dos trabalhadores, designadamente seguros do ramo «Vida», fundos de pensões e planos de poupança reforma ou quaisquer regimes complementares de segurança social, quando sejam objeto de resgate, adiantamento, remição ou qualquer outra forma de antecipação de correspondente disponibilidade ouem qualquer caso de recebimento de capital antes da data da passagem à situação de pensionista, ou fora dos condicionalismos legalmente definidos; (Nos termos dos artigos 4o e 6o da Lei n.o 110/2009, na redação dada Mod. DGSS/08 20 Mod. DGSS/08 pela Lei n.o 55-A/2010, esta alínea carece de regulamentação, que seráprecedida de avaliação efetuada em Concertação Social e não ocorre antes de 1 de janeiro de 2014)z) As importâncias auferidas pela utilização de automóvel próprio em serviço da entidade empregadora;aa) As prestações relacionadas com o desempenho obtido pela empresa quando, querno respetivo título atributivo quer pela sua atribuição regular e permanente, revistamcaráter estável independentemente da variabilidade do seu montante. (Nos termos dos artigos 4o e 6o da Lei n.o 110/2009, na redação dada pela Lei n.o 55-A/2010, estaalínea carece de regulamentação, que será precedida de avaliação efetuada emConcertação Social e não ocorre antes de 1 de janeiro de 2014).

Page 193: Gestao da segurança social

3 - As prestações a que se referem as alíneas l), p), q), u), v) e z) do número anterior estão sujeitas a incidência contributiva, nosmesmos termos previstos no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. (Redação dada pela Lei n.o 55-A/2010, de 31 de dezembro)

4 - Para as prestações a que se referem as alíneas p), q), v) e z) do número anterior, o limite previsto no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares pode ser acrescido até 50%, desde que o acréscimo resulte de aplicação, de forma geral por parte da entidade empregadora, de instrumento de regulação coletiva de trabalho. (Aditado pela Lei n.o 55-A/2010, de 31 de dezembro)

5 - Constituem base de incidência contributiva, além das prestaçõesa que se referem os números anteriores, todas as que sejamatribuídas ao trabalhador, com caráter de regularidade, em dinheiroou em espécie, direta ou indiretamente como contrapartida da prestação do trabalho. (Aditado pela Lei n.o 55-A/2010, de 31 de dezembro)

Page 194: Gestao da segurança social

Artigo 46.oA Uso pessoal de viatura automóvel

1 - Para efeitos do disposto na alínea s) do n.o 2 do artigo anterior, e sem prejuízo do disposto no número seguinte, considera-se que a viatura é para uso pessoal sempre quetal se encontre previsto em acordo escrito entre o trabalhador e a entidadeempregadora do qual conste:a) A afetação, em permanência, ao trabalhador, de uma viatura automóvel concreta;b) Que os encargos com a viatura e com a sua utilização sejam integralmentesuportados pela entidade empregadora;c) Menção expressa da possibilidade de utilização para fins pessoais ou da possibilidade de utilização durante 24 horas por dia e o trabalhador não se encontresob o regime de isenção de horário de trabalho.2 - Considera-se ainda que a viatura é para uso pessoal sempre que no acordo escritoseja afeta ao trabalhador, em permanência, viatura automóvel concreta, com expressapossibilidade de utilização nos dias de descanso semanal.3 - Nos casos previstos no número anterior, esta componente não constitui base de incidência nos meses em que o trabalhador preste trabalho suplementar em pelomenos dois dos dias de descanso semanal obrigatório ou em quatro dias de descansosemanal obrigatório ou complementar.4 - O valor sujeito a incidência contributiva corresponde a 0,75% do custo de aquisiçãoda viatura. (Artigo aditado pela Lei n.o 55-A/2010, de 31 de dezembro)

Page 195: Gestao da segurança social

Artigo 47.o

Conceito de regularidade

Considera-se que uma prestação reveste caráter de regularidade quando constitui direito do trabalhador, por se encontrar pré-estabelecidasegundo critérios objetivos e gerais, ainda quecondicionais, por forma a que este possa contar com o seu recebimento, independentemente da frequência da concessão. (A redação da epígrafe e do articulado foi dada pela Lei n.o 55-A/2010, de 31 de dezembro)

Page 196: Gestao da segurança social

Artigo 48.o Valores excluídos da base de incidência

Não integram a base de incidência contributiva designadamente: (Redação dada pela Lei n.o 55-A/2010, de 31 de dezembro)

a) Os valores compensatórios pela não concessão de férias ou de dias de folga;

b) As importâncias atribuídas a título de complemento de prestações do regime geral de segurança social;

c) Os subsídios concedidos a trabalhadores para compensação de encargos familiares, nomeadamente os relativos à frequência de creches, jardins de infância, estabelecimentos de educação, lares de idosos e outros serviços ou estabelecimentos de apoio social;

d) Os subsídios eventuais destinados ao pagamento de despesascom assistência médica e medicamentosa do trabalhador e seusfamiliares;

e) Os valores correspondentes a subsídios de férias, de Natal e outros análogos relativos a bases de incidência convencionais;

Page 197: Gestao da segurança social

f) Os valores das refeições tomadas pelos trabalhadores emrefeitórios das respetivas entidades empregadoras;

g) As importâncias atribuídas ao trabalhador a título de indemnização, por força de declaração judicial da ilicitude do despedimento;

h) A compensação por cessação do contrato de trabalho no caso de despedimento coletivo, por extinção do posto de trabalho, porinadaptação, por não concessão de aviso prévio, por caducidade e por resolução por parte do trabalhador; (Redação dada pela Lei n.o55-A/2010, de 31 de dezembro)

i) A indemnização paga ao trabalhador pela cessação, antes de findoo prazo convencional, do contrato de trabalho a prazo;

j) As importâncias referentes ao desconto concedido aostrabalhadores na aquisição de ações da própria entidadeempregadora ou de sociedades dos grupos empresariais da entidadeempregadora.

Page 198: Gestao da segurança social

Taxa contributiva global

Artigo 49.o Taxa contributiva global

A taxa contributiva do regime geral é determinada, de forma global, de harmonia com o seu âmbito material.

Artigo 50.o Elementos integrantes da taxa contributiva global A taxa contributiva global integra o custo correspondente a

cada uma das eventualidades referidas no artigo 28.o, sendoeste calculado em função do valor de cada uma das seguintesparcelas:

a) Custo técnico das prestações; b) Encargos de administração; c) Encargos de solidariedade laboral; d) Encargos com políticas ativas de emprego e valorização

profissional.

Page 199: Gestao da segurança social

A Taxa do Regime Geral é de 34,5%

Artigo 53.oValor da taxa contributiva global

A taxa contributiva global do regime geral correspondente aoelenco das eventualidades protegidas é de 34,75%, cabendo23,75% à entidade empregadora e 11% ao trabalhador, semprejuízo do disposto no artigo seguinte.

Artigo 54.oPrincípio geral de adequação da taxa

As taxas contributivas aplicáveis a categorias de trabalhadoresou a situações específicas são fixadas por referência ao custo de proteção social de cada uma das eventualidades garantidas, tendo em conta as parcelas que compõem o custo previsto no artigo 50º.

Page 200: Gestao da segurança social

Artigo 55.oAdequação da taxa contributiva à modalidade de contrato

de trabalho1 - A parcela da taxa contributiva a cargo da entidade empregadoraé reduzida em um ponto percentual noscontratos de trabalho por tempo indeterminado.2 - A parcela da taxa contributiva a cargo da entidade empregadoraé acrescida em três pontos percentuais noscontratos de trabalho a termo resolutivo.3 - O disposto no número anterior não se aplica aos contratos de trabalho a termo resolutivo celebrados para:a) Substituição de trabalhador que se encontre no gozo de licençade parentalidade;b) Substituição de trabalhador com incapacidade temporária parao trabalho, por doença, por período igual ou superior a 90 dias.

Page 201: Gestao da segurança social

4 - Nas situações previstas no número anterior a taxa contributiva é determinada nostermos do disposto nos artigos 53.o e 54.o5 - Para efeitos do disposto no n.o 2 considera-se celebrado a termo resolutivo o contrato de trabalho em comissão de serviço de trabalhador que não seja titular de contrato de trabalho sem termo e que no âmbito do contrato de comissão de serviçonão tenha acordado a sua permanência na empresa, após o termo da comissão, atravésde contrato de trabalho sem termo.6 - A declaração à instituição de segurança social competente, em pelo menos duasdeclarações de remunerações consecutivas, de que um determinado contrato de trabalho foi celebrado sem termo quando de facto foi celebrado a termo resolutivodetermina a sua conversão em contrato de trabalho sem termo para todos os efeitoslegais, designadamente os previstos no Código do Trabalho.7 - Sempre que a instituição de segurança social competente receba uma declaração de remunerações que em relação a um trabalhador declare pela primeira vez o contrato de trabalho como sendo sem termo, informa a entidade empregadora da consequência a que se refere o número anterior.(Nos termos dos artigos 4o e 6o da Lei n.o 110/2009, na redação dada pela Lei n.o 55-A/2010, este artigo carece de regulamentação, que será precedida de avaliaçãoefetuada em Concertação Social e não ocorre antes de 1 de janeiro de 2014)

Page 202: Gestao da segurança social

Casos especiais abrangidos pelo regime geral

Trabalhadores de orgãos estatutários (art.º 61º e ss) Taxa contribuitiva esta prevista no art.º 69º - 29,6

Trabalhadores no Domicilio art.º 71º e ss Praticantes desportivos (art.º74 e ss) – 33,3% - 22,3% da entidade

empregadora e 11% do trabalhador Trabalhadores com contratos de muito curta duração (art.8ºª e ss) – 26,1%

e é da excliusiva responsabilidade da entdade empregadora. Trabalhadores em pré-reforma (art.º 84º e ss) taxa de 26,9% (art.º 88º) Pensionistas em actividade ( art.º 89º e ss) taxa contribuitiva de 28,2% Trabalhadores que exercem funções públicas (art.º 91-A e ss) taxa de

34,75% Trabalhadores em regime de trabalho intermitente (art.º 92º e ss) Trabalhadores de actividades economicamente débeis – Trabalhadores

agricolas (art.º 95º e ss) taxa de 33,3% ; Pescadores (art.º 97º e ss) taxa de 29%;

Page 203: Gestao da segurança social

Renegociação dos pagamentos em Dívida

Decreto-Lei n.o 63/2014 de 28 de abril Em situações de adversidade económica e social torna-se premente os

sistemas ajustarem a sua operacionalização às circunstâncias do momento, de modo a que os mesmos estimulem a equidade, a economia, a eficiência e a eficá- cia. O sistema de segurança social tem procedido a um conjunto de ajustamentos que procuram acondicionar as necessidades de adequação.

No sistema de segurança social, a estrutura e a operacio- nalização do processo de execução fiscal da dívida é fundamental para garantir um equilíbrio entre a imperiosidade de continuar a arrecadar as receitaslegalmente devidas e a humanização de um sistema que não pode deixar de considerar a situação real e concreta dos seus devedores, designadamenteas famílias.

O mote fundamental do presente diploma assenta na continuidade da edificação de um sistema que garanta a atuação atempada e eficaz narecuperação de dívida, permitindo, igualmente, a realização da equidadeatravés da existência de meios adequados para os contribuintesestabilizarem a sua esfera jurídica devedora num momento social e económico difícil.

Page 204: Gestao da segurança social

Promovendo as respostas necessárias, no âmbito do acessoaos acordos prestacionais, o presente diploma altera o Decreto-Lei n.o 42/2001, de 9 de fevereiro, deixando de exigira inexistência de um processo de reversão para os devedoresque sejam pessoas singulares, e, no âmbito do elementotemporal dos acordos prestacionais, alarga o número de prestações permitidas nos referidos acordos por parte das pessoas singulares, passando de um limite máximo de 120 para 150 prestações.

Aproveita-se a oportunidade para se proceder a harmoni-zações de linguagem, designadamente com a Lei de Bases da Segurança Social, aprovada pela Lei n.o 4/2007, de 16 de janeiro, alterada pela Lei n.o 83-A/2013, de 30 de dezembro, bem como à republicação do aludido decreto-lei.

Page 205: Gestao da segurança social

Dívidas à Segurança Social

Republicação do Decreto-Lei n.o 42/2001, de 9 de fevereiro pelo Decreto-Lei n.o 63/2014 de 28 de abril

Artigo 1.o Objeto O presente diploma cria as secções de processo executivo do

sistema de segurança social, define as regras especiais daqueleprocesso e adequa a organização e a competência dos tribunais administrativos e fiscais.

Artigo 2.o Âmbito de aplicação 1 — O presente diploma aplica-se ao processo de execução de

dívidas à segurança social.

Page 206: Gestao da segurança social

O Que são dívidas à Seg. Social?

2 — Para efeitos do presente diploma, consideram-se dívidas à segurançasocial todos os montantes devidos às instituições do sistema de segurançasocial ou pagos indevidamente por estas a pessoas singulares, coletivas ououtras entidades a estas legalmente equiparadas, designadamente: a) Contribuições, quotizações, taxas, incluindo as adicionais e juros; b) Prestações, subsídios e financiamentos de qualquer natureza, incluindo

juros; c) Coimas e outras sanções pecuniárias, custas e outros encargos legais; d) Reposições de pagamentos indevidos efetuados por qualquer instituição

do sistema de segurança social.

3 — O processo de execução de dívidas à segurança social aplica-se igualmente às situações de incumprimento relativas à obrigação de reposiçãode prestações de qualquer natureza pagas por fundos cujo funcionamento ougestão, estratégica ou operacional, tenham sido legalmente entregues a instituições do sistema de segurança social.

Page 207: Gestao da segurança social

Competência para a instauração e instruçãodo processo

Compete ao Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I.P. (IGFSS, I.P.), a instauração e instrução do processo de execução de dívidas àsegurança social

Page 208: Gestao da segurança social

Artigo 5.oCompetência dos tribunais administrativos e fiscais

1 — Compete ao tribunal tributário de 1.a instância da área onde correa execução decidir os incidentes, os em- bargos, a oposição, incluindoquando incida sobre os pres- supostos da responsabilidadesubsidiária, a graduação e a verificação de créditos e as reclamaçõesdos atos material- mente administrativos praticados pelos órgãos de execução.2 — Das decisões dos tribunais de 1º instância cabe recurso nostermos da lei.

Artigo 6.oLegislação aplicável

Ao processo de execução das dívidas à segurança social aplica-se, emtudo o que não estiver regulado no presente diploma, a legislaçãoespecífica da segurança social, a Lei Geral Tributária e o Código de Procedimento e de Processo Tributário.

Page 209: Gestao da segurança social

Títulos executivos

Artigo 7.o1 — São títulos executivos as certidões de dívida emitidas, nostermos legais, pelas instituições de segurança social e pelosfundos geridos pelas mesmas.2 — As certidões referidas no número anterior devem indicar o órgão de execução ou a instituição que as tiverem extraído, com a assinatura devidamente autenticada, data em que forampassadas, nome e domicílio do devedor, proveniência da dívidae indicação, por extenso, do seu montante, da data a partir da qual são devidos juros de mora e da importância sobre queincidem, com discriminação dos valores retidos na fonte, se for o caso.3 — Carece de força executiva, devendo ser devolvido à entidadeque o tiver extraído ou remetido, o título a que falte algum dos requisitos obrigatórios.4 — Ao título executivo deve ser junto o extrato da contacorrente, quando for caso disso.

Page 210: Gestao da segurança social

Artigo 8.o

Personalidade e capacidade judiciárias

Têm personalidade e capacidade judiciárias para o processo de execução de dívidas à segurança social, as insti- tuições do sistema de segurança social, osfundos geridos pelas mesmas, as pessoas singulares e coletivas e outras entidades a estas legalmenteequiparadas.

Page 211: Gestao da segurança social

Artigo 10.oColigação de exequentes

1 — As instituições do sistema de segurança social podem coligar-se, emprocesso de execução, às instituições do sistema tributário.2 — A coligação é decidida pelos membros do Governo competentes, com faculdade de delegação.3 — O processo de execução é instaurado e instruído pelo maior credor.

Artigo 11.oApensação de execuções

É permitida a apensação de execuções nos termos do disposto no artigoanterior.

Artigo 12.oPatrocínio judiciário

Nos tribunais comuns e nos tributários, as instituições do sistema de segurança social são representadas por mandatário judicial nomeado peloIGFSS, I.P.

Page 212: Gestao da segurança social

Pagamento em prestações (Artigo 13º)

1 — Os pedidos de pagamentos em prestações são dirigidos ao coordenador da secção de processo executivo do IGFSS, I.P. onde corra o processo.2 — O pagamento em prestações pode ser autorizado desde que se verifiqueque o executado, pela sua situação económica, não pode solver a dívida de uma só vez, não devendo o número das prestações exceder 36.3 — O número de prestações referido no número anterior pode ser alargadoaté 60, se a dívida exequenda exceder 50 unidades de conta no momento da autorização ou, independentemente do valor da dívida exequenda, no caso de pessoas singulares.4 — O número de prestações previstas no n.º 2 pode ser alargado até 120 desde que, cumulativamente, se verifiquem as seguintes condições:a) A dívida exequenda exceda 500 unidades de conta no momento da autorização;b) O executado preste garantia idónea ou requeira a sua isenção e a mesmaseja concedida;c) Se demonstre notória dificuldade financeira e previ- síveis consequênciaseconómicas.

Page 213: Gestao da segurança social

5 — Para as pessoas singulares, o número de prestações previstas no n.º 2 pode ser alargado até150, desde que, cumulativamente, se verifiquem as seguintes condições:

a) A dívida exequenda exceda 50 unidades de contano momento da autorização;

b) O executado preste garantia idónea ou requeira a sua isenção e a mesma seja concedida.

6 — Para efeitos do disposto nos números anteriores, a fixação do número de prestações a autorizar não estácondicionada a um limite mínimo de pagamento.

Page 214: Gestao da segurança social

Artigo 13.o-A

Pagamentos por conta

Sem prejuízo do andamento do processo, podem os executadosefetuar pagamentos de qualquer montante por conta do débito, solicitando para o efeito, junto das entida- des competentes, o documento único de cobrança.

Artigo 14.o

Caução

Caso não se encontre já constituída caução com o pe- dido de pagamento em prestações, nos termos do artigo anterior, deve o executado prestá-la através de garantia idónea, a qual consisteem fiança ou garantia bancária, seguro-caução ou qualqueroutra que assegure os créditos do exequente.

Page 215: Gestao da segurança social

Legislação Fundamental

Código do Procedimento Administrativo

Decreto-Lei 442/91 Data: 15-11-1991

Estado: Vigente

Resumo: Aprova o Código do Procedimento Administrativo.

Publicação: Diário da República - Série I-A, N.º 263, de 15.11.1991, Páginas 5852 a 5871

Associado: Lei 30/2008 de 10-07-2008 Associado: Decreto-Lei 18/2008 de 29-01-2008 Associado: Acórdão do Tribunal Constitucional 118/97 de 24-04-1997 Alterado: Decreto-Lei 6/96 de 31-01-1996 Rectificado: Declaração de Rectificação 22-A/92 de 29-02-1992 Rectificado: Declaração de Rectificação 265/91 de 31-12-1991

Informação Adicional: Alteração (revogação parcial) pela L 18/2008, de 29-01; Alteração (revogação parcial) pela L 30/2008, de 10-07

Page 216: Gestao da segurança social

Gestão na Administração Pública da SS

A gestão na Administração Pública da Segurança Social assenta nospressupostos emanados pelo sistema integrado de avaliação do desempenho na administração pública (SIADAP), que visamcontribuir para melhoria do desempenho e qualidade de serviço.Este siste inclui:

1. Quadro de avaliação e responsabilizaçãoO quadro de avaliação e responsabilização (QUAR) é um quadroreferencial sobre a razão de ser da existência dos organismos (missão), dos seus propósitos de ação (objetivos estratégicos), da aferição da suaconcretização e da explicitação sumária dos desvios apurados no fimdo ciclo de gestão.

A avaliação de desempenho de cada serviço assenta nos resultadosapresentados pelo QUAR, no âmbito do sistema de planeamento e do ciclo de gestão na Administração Pública.

Page 217: Gestao da segurança social

2. Planos de atividadesO plano de atividades deve discriminar os objetivos a atingir, os programas a realizar e os recursos a utilizar pelo organismo.

Deve respeitar o esquema tipo previsto no Decreto-Lei n.o 183/96 de 27 de Setembro, constituído por três capítulos: nota introdutória, objetivos e estratégias e atividades previstas e recursos.

3. Relatório de atividadesO relatório de atividades deve discriminar os objetivos atingidos, o grau de realização dos programas e os recursos utilizados.

Deve respeitar o esquema tipo previsto no Decreto-Lei n.o 183/96 de 27 de Setembro, constituído por três capítulos: nota introdutória, atividadesdesenvolvidas e recursos humanos e avaliação final.

Page 218: Gestao da segurança social

4. Relatório de autoavaliaçãoA avaliação dos serviços efetua-se através de autoavaliação, sendo realizada anualmente emarticulação com o ciclo de gestão.

A autoavaliação materializa-se na elaboração de um relatório, o qual deve ser acompanhado do balanço social e do relatório de atividades do ano em referência.

O relatório de autoavaliação deve conter a seguinte informação: Análise dos resultados alcançados e dos desvios verificados de acordo com o quadro de

avaliação e responsabilização do serviço (QUAR) Apreciação, por parte dos utilizadores, da quantidade e qualidade dos serviços prestados, com

especial relevo quando se trate de unidades prestadoras de serviços a utilizadores externos Avaliação do sistema de controlo interno (SCI) Análise das causas de incumprimento de ações ou projetos não executados ou com resultados

insuficientes Desenvolvimento de medidas para um reforço positivo do desempenho Comparação com o desempenho de serviços idênticos, no plano nacional e internacional, que

possam constituir padrão de comparação Audição de dirigentes intermédios e demais trabalhadores na autoavaliação dos serviços Atividades desenvolvidas, previstas e não previstas no plano, com indicação dos resultados

alcançados.

Page 219: Gestao da segurança social

Bibliografia

http://www4.seg-social.pt/bibliografia

Santos, Rui Teixeira (2014) Lições de Direito da Segurança Social, Lisboa: ISG

Leite, Luis Ferreira (2005) Curso de Direitosancionatório da Segurança Social. Lisboa: Almedina

Page 220: Gestao da segurança social

Instituto Superior de Gestão

Licenciatura de Recursos Humanos

Direito da Segurança Social

Docente: Prof. Doutor Rui Teixeira Santos

Ano letivo de 2013/14