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Fevereiro 2010 MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO INSTITUTO DE TECNOLOGIA QUÍMICA E BIOLÓGICA Helena Pereira Matias

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Fevereiro 2010

MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E

SAÚDE NO TRABALHO

INSTITUTO DE TECNOLOGIA QUÍMICA E BIOLÓGICA

Helena Pereira Matias

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MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

Fevereiro 2010 2

Índice

1. ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA NO TRABALHO 6

2. ANÁLISE DE TAREFAS/ACTIVIDADES E IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS 7

3. MANUAIS DE PREVENÇÃO DE RISCOS 7

4. REGRAS BÁSICAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO 8

5. PROCEDIMENTOS OPERATIVOS 10

5.1 Transporte de materiais ou produtos no interior do Instituto 10

5.1.1 Materiais biológicos 10

5.1.2 Fontes de radioactividade 10

5.1.3 Cilindros de gases 10

5.1.4 Reagentes e outras soluções 10

5.1.5 Azoto líquido (pequena quantidade) 11

5.2 Transporte de materiais perigosos no elevador monta-cargas 11

5.2.1 Edifício ITQB I 11

5.2.2 Edifício ITQB II 11

5.3 Transporte de azoto ou hélio líquidos 12

5.4 Manipulação de agentes biológicos 13

5.4.1 Considerações a ter no âmbito da avaliação de riscos 14

5.4.2 Manipulação de pipetas e equipamentos auxiliares de pipetagem 15

5.4.3 Prevenção da dispersão de materiais infecciosos 15

5.4.4 Regras de higiene e protecção individual a aplicar em todos os

laboratórios onde sejam desenvolvidas actividades com agentes biológicos 16

5.4.5 Envio de materiais biológicos pelo correio ou firma transportadora 17

5.4.6 Utilização dos serviços prestados na sala de lavagens 17

5.4.7 Utilização normalizada dos autoclaves 18

a) Descontaminação 18

b) Esterilização 19

5.5 Armazenamento de produtos químicos 20

5.6 Utilização de radioisótopos 21

5.6.1 Regras a observar na manipulação de radioisótopos 22

5.6.2 Resíduos radioactivos e seu tratamento 24

a) Resíduos sólidos 24

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Fevereiro 2010 3

b) Resíduos líquidos 24

c) Sala de descontaminação 25

5.6.3 Procedimento de descontaminação radioactiva 25

a) Geral 25

b) Bancadas ou chão 26

c) Pele 27

5.7 Eliminação de resíduos 27

5.7.1 Classificação e eliminação de resíduos 27

a) Resíduos equiparados a urbanos 27

b) Resíduos laboratoriais de risco biológicos (resíduos contaminados ou suspeitos de

contaminação biológica) 28

c) Resíduos específicos de eliminação obrigatória equiparados a hospitalares 28

d) Recolha e acondicionamento de resíduos químicos 29

e) Recolha e acondicionamento de resíduos radioactivos 30

f) Etiquetagem dos resíduos 31

g) Materiais recicláveis 31

5.8 Trabalho com lasers das classes 3b e 4 31

5.8.1 Definição 31

5.8.2 Procedimentos 32

a) Salas 32

b) Pessoal 32

c) Luz avisadora 32

d) Operação de alinhamento do feixe 32

e) Óculos de segurança 32

f) Bancos e cadeiras 33

g) Confinadores de feixes 33

5.9 Utilização de equipamentos sob pressão ou vácuo 33

5.10 Trabalhos oficinais e de manutenção 33

5.11 “Trabalho de secretária” e administrativo 34

6. CUIDADOS DE PRIMEIROS SOCORROS 35

6.1 Queimaduras provocadas por produtos químicos 36

6.2 Queimaduras provocadas por radiação UV 37

6.3 Queimaduras provocadas por temperaturas extremas (calor ou frio) 37

6.3.1 Queimaduras de 1º grau 37

6.3.2 Queimaduras de 2º grau 37

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MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

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6.3.3 Queimaduras de 3º grau 37

6.3.4 Queimaduras provocadas pelo frio 37

6.4 Intoxicação por produtos químicos (vapores ou gases) 38

6.5 Ingestão de produtos químicos 39

6.6 Contaminação dos olhos 39

6.7 Cortes ou picadelas por materiais com contaminantes químicos ou biológicos 39

6.7.1 Pequenos cortes ou picadelas 39

6.7.2 Sangramento de uma artéria 40

6.8 Choques eléctricos 40

6.9 Choque 41

7. PLANO DE EVACUAÇÃO/EMERGÊNCIA 41

7.1 Normas de evacuação 42

7.2 Derrames de produtos químicos 45

7.3 Incêndio ou explosão 46

7.4 Fuga de gás 47

7.5 Libertação de gases ou vapores tóxicos 47

7.6 Contaminação radioactiva 48

ANEXO 1 – RESPONSÁVEIS NA ÁREA DE SEGURANÇA (IDENTIFICAÇÃO E CONTACTOS) 49

ANEXO 2 – HORÁRIO DOS SERVIÇOS PRESTADOS AOS LABORATÓRIOS 50

ANEXO 3 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA 51

ANEXO 4 – TRANSCRIÇÃO DO ANEXO III DO DEC. LEI Nº 84/97 (DE 16 DE ABRIL) - MEDIDAS

DE CONFINAMENTO DE AGENTES BIOLÓGICOS 53

ANEXO 5 – NORMAS PARA A UTILIZAÇÃO DAS SALAS DE LAVAGENS 55

ANEXO 6 – CLASSIFICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS EM GRUPOS DE RISCO,

INCOMPATIBILIDADE E INDICAÇÕES PARA ARMAZENAGEM 57

ANEXO 7 – TABELA DE PROPRIEDADES DE ELEMENTOS RADIOACTIVOS 64

ANEXO 8 – RECOMENDAÇÕES ERGONÓMICAS PARA O TRABALHO DE SECRETÁRIA E EXERCÍCIOS

DE DESCONTRACÇÃO E ANTI-STRESS 66

ANEXO 9 – LISTA DE PESSOAS CREDENCIADAS COM O CURSO DE “SUPORTE BÁSICO DE VIDA” 68

ANEXO 10 – FOLHA DE REGISTO DE ACIDENTES E INCIDENTES 69

ANEXO 11 – SELECÇÃO DE LUVAS PARA LABORATÓRIO (COMPATIBILIDADE COM PRODUTOS

QUÍMICOS) 71

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MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

Fevereiro 2010 5

O Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) tem sido, desde a sua

criação, um instituto pioneiro na aplicação de recomendações de segurança visando a

protecção e bem estar de todos os que trabalham nas suas instalações .

Nos anos 90, por iniciativa de um pequeno grupo multidisciplinar de investigadores

e com o apoio da Direcção do ITQB, foi criado um grupo de trabalho que procedeu ao

primeiro levantamento dos perigos existentes, criou as primeiras normas de

funcionamento para alguns sectores e procedeu à aplicação da legislação de Segurança e

Higiene no Trabalho em vigor. Este grupo de trabalho deu origem formal à actual

Comissão de Segurança e Coordenação de Piso, constituída por elementos representantes

de todas as áreas funcionais do ITQB, e que tem como função o desenvolvimento de

acções que promovam a segurança e higiene no trabalho. Em 2005 passou a fazer parte

desta Comissão a Dra. Helena Santos, responsável pela área de Medicina no Trabalho.

A necessidade de sistematização, divulgação e vinculação ao cumprimento das

normas de segurança por parte de todos os funcionários e investigadores do ITQB

conduziu, em 2001, à elaboração de um documento oficial – Recomendações de

Segurança e Higiene – contendo conhecimentos básicos sobre “Boas Práticas

Laboratoriais” e prestação de primeiros socorros. Simultaneamente, foi dada informação

sobre a forma de fazer a identificação dos perigos existentes em cada laboratório e as

medidas preventivas para minimizar a exposição dos trabalhadores. Desde a sua

concepção inicial este documento sofreu duas actualizações (2003 e 2005).

O recente aumento de população e de áreas de trabalho no ITQB e a actualização

da legislação face aos conhecimentos actuais e a temas emergentes quer de investigação

quer de segurança no trabalho, demonstraram a necessidade de reformular e diversificar

os temas cobertos pelo Manual de Segurança dando origem à nova versão que aqui é

apresentada.

Os acidentes acontecem mas, na maioria dos casos, podem ser evitados se

agirmos de forma consciente.

PROTEJA-SE E PROTEJA OS QUE TORNAM POSSÍVEL O SEU TRABALHO!

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1. ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA NO TRABALHO

Muitas das substâncias vulgarmente encontradas em laboratórios de investigação

científica possuem propriedades que as tornam potencialmente perigosas. Estas podem

ser inflamáveis, explosivas, tóxicas, carcinogénicas, embriogénicas, sensibilizantes ou

possuírem efeitos fisiológicos desconhecidos. Também muitos dos equipamentos, embora

desenhados para trabalhos em pequena escala, possuem características e riscos de

operação muito próprios podendo causar acidentes com graves consequências humanas,

físicas e/ou monetárias.

Devido à especificidade dos trabalhos desenvolvidos no ITQB, é da

responsabilidade exclusiva de cada laboratório a identificação dos principais

perigos químicos, biológicos e/ou físicos inerentes à sua área de investigação, bem como

a elaboração de um pequeno dossier de segurança. Este dossier deverá conter as fichas

de segurança (MSDS)1 dos produtos químicos mais utilizados e perigosos (indicações do

fabricante dos produtos e literatura técnico-científica para os métodos aplicados),

recomendações de segurança emitidas pelos fabricantes dos equipamentos de

laboratório, e fichas de socorro com procedimentos para casos particulares (ex.:

formulação de antídotos). As fichas de segurança poderão ser obtidas, directamente, a

partir das páginas de internet dos fabricantes ou por busca em bases de dados

(www.msdssearch.com/DBLinksN.htm2; http://www.sciencestuff.com/msds/2 ou outras).

A Comissão de Segurança poderá, em casos específicos e quando solicitado, fornecer

apoio técnico e/ou informativo para a obtenção destes dados.

O dossier de segurança de cada laboratório deverá ainda conter cópias dos

procedimentos operativos de carácter geral implementados no ITQB, assim como dos

procedimentos que forem específicos para os trabalhos em curso no laboratório.

Embora os problemas de segurança relativos à área laboratorial (riscos químicos,

biológicos e físicos) sejam os que consideramos mais preocupantes porque a ela

corresponde aproximadamente 75% da actividade do instituto, não podem ser

descurados os riscos físicos e ergonómicos referentes às áreas de manutenção e

administração. A avaliação destes sectores deve ser feita em conjunto envolvendo o

responsável pelo sector, o responsável pela Comissão de Segurança e o responsável pela

Medicina do Trabalho.

Sempre que ocorra um acidente, mesmo que os danos pessoais e/ou materiais

1 MSDS – Material Safety Data Sheets (base de dados de segurança relativos a produtos químicos e

materiais). 2 Site consultado em Fevereiro de 2010.

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MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

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sejam mínimos, deve ser preenchido obrigatoriamente o formulário de Registo de

Acidente e Incidentes existente na página interna do Instituto “Informações sobre

Segurança” (http://www.itqb.unl.pt/internal/safety/safety ou Anexo 10) e entregue ou

enviado por e-mail para a Comissão de Segurança ([email protected]). Só na posse

destes documentos a Comissão poderá reavaliar eficazmente os procedimentos em vigor

e implementar novas medidas de protecção e condições de trabalho mais seguras.

2. ANÁLISE DE TAREFAS/ACTIVIDADES E IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS

A nível organizativo podem ser reconhecidos dois grupos de pessoas distintos. Um

dos grupos desempenha, essencialmente, funções ou actividades de carácter

administrativo, enquanto que o outro desenvolve tarefas de investigação laboratorial ou

de apoio à investigação. Devido à proximidade e circulação de pessoas entre os diversos

departamentos ou grupos, verifica-se alguma homogeneidade de perigos identificados

dentro de cada um dos grupos de pessoas referidos. Enquanto que no grupo associado às

actividades administrativas o perigo de exposição a agentes químicos, físicos e biológicos

é bastante baixo e o associado ao ambiente físico (ventilação, luminosidade, ruído de

fundo, etc.), factores ergonómicos (postura) e grande número de horas de trabalho com

equipamentos informáticos é bastante elevado; no segundo grupo associado a actividades

de investigação, apoio e manutenção a predominância dos dois conjuntos de perigos

identificados inverte-se.

Apenas um levantamento sistemático dos perigos associados às actividades

desenvolvidas no Instituto permitirá mapear os perigos a que o pessoal está exposto e

desenhar a estratégia a desenvolver no âmbito da Segurança, Higiene e Saúde no

Trabalho.

3. MANUAIS DE PREVENÇÃO DE RISCOS

Para além do Manual de Segurança, de âmbito geral, que aqui se apresenta,

existem pequenos livros de recomendações concebidos para procedimentos ou

equipamentos específicos, a saber:

• RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA PARA A UTILIZAÇÃO DE GASES COMPRIMIDOS,

LÍQUIDOS CRIOGÉNICOS E GELO SECO

• PROCEDIMENTOS OPERATIVOS PARA A UTILIZAÇÃO DE CENTRÍFUGAS

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e que poderão ser obtidos junto da Comissão de Segurança e Coordenação de Piso ou

acedendo à página interna do ITQB, copiando os ficheiros que se encontram em

“INFORMAÇÕES SOBRE SEGURANÇA” (www.itqb.unl.pt/internal/safety/safety). O Manual de

Segurança é de leitura obrigatória para todos os membros do ITQB seja qual for a sua

função. Os restantes manuais deverão ser consultados por quem utiliza os materiais ou

equipamentos neles referidos.

4. REGRAS BÁSICAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO

Todos os trabalhos realizados em laboratório envolvem a utilização de processos e

o contacto com agentes químicos e/ou biológicos potencialmente nocivos para a saúde

humana. De forma a minimizar o risco de exposição a qualquer tipo situação ou

substâncias perigosas, quer para aqueles que trabalham no laboratório quer para

terceiros, é obrigatória a implementação de práticas seguras de trabalho em todos os

locais. Para além de medidas específicas que possam vir a ser aplicadas pontualmente em

alguns sectores ou para alguns processos, enumeram-se seguidamente algumas das

precauções básicas que todos têm a obrigação de cumprir:

1. A inalação, o contacto com a pele e a ingestão acidental de compostos

perigosos devem ser evitados.

2. É obrigação de todos manter a sua área de trabalho limpa e desimpedida. A

área de trabalho deverá ser periodicamente limpa e todo o material e

equipamento deverão estar limpos e arrumados.

3. É obrigatório o uso de bata e óculos, e, sempre que necessário, outros

equipamentos de protecção pessoal adequados (luvas, máscaras, etc.). A bata

deve ser à base de algodão (tecido pouco inflamável) e de preferência

abotoada com molas ou velcro para facilitar a remoção em caso de acidente.

Deve também ter os punhos ajustáveis.

4. É proibido comer ou beber nos laboratórios.

5. É proibido guardar ou colocar loiça e alimentos destinados a consumo humano

em equipamentos (frigoríficos, câmaras, estufas, armários, etc.) destinados e

materiais de laboratório, reagentes ou amostras.

6. Todos os que trabalham no laboratório têm a obrigação de conhecer a

perigosidade dos produtos com que lidam e de actuar de acordo com as

instruções escritas nas folhas de segurança (MSDS). Deverão dar especial

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atenção às precauções a tomar de forma a evitar a exposição a essas

substâncias perigosas.

7. Todas as substâncias ou misturas de substâncias cuja perigosidade seja

desconhecida deverão ser manipuladas como se se tratassem de substâncias

perigosas.

8. Todos os recipientes devem estar devidamente identificados e etiquetados.

Caso contrário, deverão ser imediatamente eliminados.

9. Na manipulação de substâncias inflamáveis deve ter em consideração que

estas são a causa mais frequente de acidentes no laboratório. As substâncias

inflamáveis devem ser manipuladas, sempre que possível, longe de fontes de

ignição e em bancadas ventiladas (hottes).

10. Os cilindros de gases comprimidos, por conterem substâncias a pressões

elevadas, deverão ser tratados como potencialmente explosivos. Os cilindros

devem estar sempre fixos a uma parede ou bancada e ser transportados em

carrinhos próprios.

11. Todo o equipamento de laboratório deve ser exclusivamente utilizado com a

finalidade para a qual foi concebido e de acordo com as instruções do

respectivo manual do fabricante.

12. Nos laboratórios ou salas onde haja perigo de exposição a agentes específicos

que possam ter efeitos adversos sobre a saúde dos ocupantes devem ser

colocados na porta os sinais de perigo correspondentes (Anexo 3).

De acordo com os trabalhos a realizar, deverão ainda ser respeitados os

procedimentos operativos indicados no Capítulo 5. Dados relativos à toxicidade de

algumas substâncias perigosas de uso frequente no laboratório podem ser consultados na

página interna do ITQB (INFORMAÇÕES SOBRE SEGURANÇA).

As pessoas com condições particulares de saúde (como por exemplo: gravidez,

aleitamento, quadros alérgicos ou imunológicos conhecidos, asma, etc.) devem tomar

precauções adicionais e aconselhar-se com o médico do trabalho ou com seu médico

assistente.

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5. PROCEDIMENTOS OPERATIVOS

5.1 Transporte de materiais ou produtos no interior do Instituto

5.1.1 Materiais biológicos

O transporte de qualquer tipo de materiais biológicos, como sejam caixas de Petri

cultivadas, tubos com microrganismos em meio sólido, líquido ou culturas liofilizadas,

eppendorfs com culturas congeladas ou frascos contendo meios cultivados, deve ser feito,

obrigatoriamente, em caixas tapadas ou cestos apropriados para transporte. As

culturas crescidas em meio líquido devem ser transportadas dentro de caixas, alguidares

ou baldes, utilizando os suportes adequados e os carrinhos de laboratório.

O material sujo ou contaminado biologicamente deve ser transportado para a sala

de lavagens em alguidares ou cestos nos carrinhos de laboratório. Os materiais deverão

ser acondicionados dentro dos recipientes de modo a evitar o derrame durante o

transporte.

5.1.2 Fontes de radioactividade

Os materiais ou produtos radioactivos só poderão ser transportados em

contentores próprios, bloqueadores das emissões radioactivas, devidamente fechados e

acondicionados. Caso esteja a planear trabalhar com produtos radioactivos entre em

contacto com a pessoa responsável por esta área (Anexo 1), a fim de obter a informação

adequada quanto à autorização de trabalho, manuseamento e eliminação de materiais

radioactivos (ver Secção 5.6).

5.1.3 Cilindros de gases

(consultar manual “Recomendações de Segurança para a utilização de Gases

Comprimidos, Líquidos Criogénicos e Gelo Seco”)

Os cilindros de gases só poderão ser transportados devidamente acondicionados e

em segurança utilizando os carrinhos adequados (existem vários no Instituto). É

estritamente proibida a sua movimentação por rotação manual.

5.1.4 Reagentes e outras soluções

O transporte de reagentes ou soluções deve ser feito em tabuleiros, caixas, cestos

ou baldes apropriados e nunca na mão.

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5.1.5 Azoto líquido (pequena quantidade)

O transporte de pequenas quantidades de azoto líquido deve ser feito em

recipiente próprio, tapado com tampa solta. As caixas de esferovite, quer tenham ou não

tampa, podem ser utilizadas para o congelamento de amostras com azoto líquido mas

não devem ser usadas para transporte ou armazenamento.

5.2 Transporte de materiais perigosos no elevador monta-cargas

Este procedimento aplica-se ao transporte entre pisos de grandes quantidades de

azoto ou hélio líquidos, gases, solventes ou outros materiais considerados perigosos que

possam pôr em risco a atmosfera, por fumos ou emanações.

5.2.1 Edifício ITQB I

No edifício do ITQB I não é possível controlar o movimento do elevador. Se tiver

que transportar materiais perigosos entre pisos, coloque os recipientes dentro do

elevador, marque o piso, feche a porta de lagarta e deixe o elevador viajar sozinho. Se

necessário peça ajuda a um colega ou ponha um sinal de proibição de entrada na porta

de lagarta.

5.2.2 Edifício ITQB II

No edifício do ITQB II deve ser utilizado exclusivamente o elevador

monta-cargas nº 4 localizado no sector A. Após recolha do material a transportar deverá:

1. Dirigir-se à Portaria 2 (piso 1), pedir a chave do elevador e a corrente de

segurança.

2. Accionar a chave “SERVIÇO CARGA EXPRESSO” no painel de controlo do elevador.

3. Colocar a carga no elevador bem acondicionada e presa com a corrente de

segurança. Para o efeito existem ganchos nas paredes laterais do elevador.

4. Programar o elevador para o piso de destino.

5. Sair do elevador e deixar a carga viajar sozinha. Ao chegar ao destino o elevador

permanecerá com a porta fechada até que seja accionado o botão exterior de

abertura de porta.

6. Retirar a carga, tirar a chave “SERVIÇO CARGA EXPRESSO” e a corrente de segurança.

Devolver de imediato estes elementos à Portaria.

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5.3 Transporte de azoto ou hélio líquidos

(consultar o manual “Recomendações de Segurança para a utilização de Gases

Comprimidos, Líquidos Criogénicos e Gelo Seco”)

O azoto e o hélio líquidos pertencem à classe de gases liquefeitos criogénicos

usados no super-arrefecimento de materiais como, por exemplo, de amostras biológicas

que precisam de ser congeladas rapidamente e conservadas a temperaturas muito baixas

ou materiais super-condutores. Devido às suas propriedades físico-químicas estes

materiais apresentam como perigos principais a possibilidade de causar queimaduras por

frio ou congelação (temperatura de ebulição inferior a −150 ºC), asfixia por substituição

do oxigénio (quantidade de gás vaporizado/litro de líquido ~750 L) e fragilização dos

materiais com que contactam (ex.: a maioria dos plásticos e aços ferríticos quebram

quando expostos a temperaturas muito baixas). O transporte de azoto ou hélio líquidos é

feito em recipientes criogénicos especialmente concebidos para o efeito.

Recomendações para o transporte de recipientes de azoto ou hélio líquidos:

1. Colocar os recipientes sobre bases rodadas estáveis com encaixe próprio ou

seguras com cintas.

2. Não fechar os recipientes de forma estanque – deixar a tampa dos recipientes de

azoto líquido solta e verificar se a válvula de segurança dos recipientes de hélio

líquido esta na posição aberta.

3. Se o recipiente tombar, não o levantar enquanto estiver a verter líquido.

4. Nunca deitar água sobre um recipiente criogénico ou deixá-lo sob chuva intensa.

5. O transporte de líquidos criogénicos em veículos deve ser feito em viaturas com

compartimento de carga separado da cabine e devidamente acondicionados.

6. Durante o transporte o motorista deverá observar os seguintes cuidados:

a. Manter as janelas abertas e utilizar uma condução preventiva;

b. No caso de ocorrer uma libertação súbita de gás, sair imediatamente da

viatura e proceder ao seu arejamento (perigo de asfixia);

c. Se ocorrer um acidente com incêndio do veículo, o recipiente criogénico

deve ser arrefecido mas nunca deitando água sobre as torneiras e

válvulas de segurança (a formação de gelo pode obstruir as saídas e

originar uma explosão por aumento de pressão).

Nota: A regulamentação sobre o transporte de materiais perigosos por estrada pode ser

consultada em Regulamento Nacional do Transporte de Mercadorias Perigosas por

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Fevereiro 2010 13

Estrada (ADR/RPE) aprovado pelo Dec. Lei nº 170-A/2007 de 4 de Maio e Dec. Lei

nº 63-A/2008 de 3 de Abril.

5.4 Manipulação de agentes biológicos

A manipulação de agentes biológicos envolve riscos de contaminação do

trabalhador e do meio ambiente exigindo medidas preventivas e de protecção adequadas.

Muitos dos procedimentos operativos laboratoriais utilizados na manipulação de agentes

biológicos e análises microbiológicas são passíveis de originarem aerossóis, constituindo

esta a principal via de contaminação do trabalhador e ambiental. Outras vias deverão, no

entanto, ser tidas em consideração, atendendo à diversidade de agentes biológicos

usados normalmente em investigação laboratorial. A legislação em vigor agrupa os

agentes biológicos em 4 grupos, a saber:

Grupo 1 – Agentes biológicos cuja probabilidade de causarem doença no ser

humano é baixa.

Grupo 2 – Agentes biológicos que podem causar doenças no ser humano e

constituir um perigo para os trabalhadores, sendo escassa a

probabilidade de se propagarem na colectividade e para os quais

existem, em regra, meios eficazes de profilaxia ou de tratamento.

Grupo 3 – Agentes biológicos que podem causar doenças graves no ser humano

e constituir um risco grave para os trabalhadores, sendo susceptíveis

de se propagar na colectividade, mesmo que existam meios eficazes de

profilaxia ou de tratamento.

Grupo 4 – Agentes biológicos que causam doenças graves no ser humano e

constituem um risco grave para os trabalhadores, sendo susceptíveis

de apresentar um elevado nível de propagação na colectividade e para

os quais não existem, em regra, meios eficazes de profilaxia ou de

tratamento.

Qualquer tipo de actividade com agentes biológicos dos tipos 2, 3 e 4 é de

notificação obrigatória (Portaria nº 1036/98 de 15/12). O ITQB possui autorização para a

utilização confinada de organismos geneticamente modificados e agentes biológicos que

não excedam a classificação de risco do grupo 2. Os laboratórios que trabalham com

estes organismos ou materiais biológicos deverão afixar, obrigatoriamente, na porta o

sinal de aviso de Risco Biológico:

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Fevereiro 2010 14

Neste caso é recomendável que o acesso ao laboratório seja restrito (devidamente

indicado na porta), sejam implementadas medidas específicas para o controlo da

disseminação de aerossóis e se realize a inactivação dos agentes biológicos e organismos

geneticamente modificados no material e nos resíduos contaminados.

Antes de iniciarem projectos de investigação envolvendo agentes biológicos, os

responsáveis pelos laboratórios deverão proceder a uma cuidadosa análise dos riscos

envolvidos, formar convenientemente o pessoal e adquirir os equipamentos de protecção

necessários e adequados. Caso subsistam dúvidas, contactar com as pessoas

responsáveis por esta área (Anexo 1).

5.4.1 Considerações a ter no âmbito da avaliação de riscos

1. Identificação dos agentes causadores de perigo, os riscos que lhe estão

associados e as medidas de prevenção a adoptar conforme legislação em vigor

(Dec. Lei nº 84/97 de 16/4 e Portaria nº 1036/98 de 15/12).

2. Possibilidade da sua propagação na colectividade.

3. Tempo de exposição efectiva ou potencial do trabalhador ao agente biológico.

4. Operações laboratoriais de risco (pipetagem, abertura de recipientes com

suspensões microbianas, agitação de culturas, ruptura de células, etc.).

5. Trabalhadores que possam necessitar de medidas de protecção especiais

(grávidas, deficiências imunológicas, etc.).

6. Amostras potencialmente portadoras de microrganismos patogénicos (sangue,

fluidos orgânicos, etc.).

7. A avaliação de riscos deverá ser repetida periodicamente e sempre que haja

alteração das condições de trabalho.

A adopção de medidas de prevenção em relação à exposição a agentes biológicos

passa obrigatoriamente pela utilização de regras de “BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS”. Neste

capítulo são relevantes os cuidados a ter durante a manipulação de pipetas e

equipamentos auxiliares de pipetagem e na prevenção da dispersão de materiais

infecciosos.

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5.4.2 Manipulação de pipetas e equipamentos auxiliares de pipetagem

1. É proibido aspirar ou pipetar com a boca.

2. As pipetas de vidro ou plástico e as pipetas de Pasteur usadas para transferir

materiais infecciosos deverão conter algodão no topo (usar preferencialmente

material descartável).

3. Os fluidos infecciosos nunca devem ser expelidos de forma violenta das pipetas

nem agitados por borbulhamento de ar ou por sucção e expulsão alternadas.

4. A descarga das pipetas deve ser realizada o mais perto possível do nível do fluido

ou do agar e o conteúdo deve escorrer, sempre que possível, ao longo da parede

do recipiente.

5. As pipetas contaminadas devem ser submersas em desinfectante adequado,

dentro de recipiente inquebrável, durante 18-24 h.

5.4.3 Prevenção da dispersão de materiais infecciosos

1. A manipulação de materiais infecciosos deve ser feita exclusivamente em câmaras

de segurança biológica (bancadas de fluxo laminar).

2. A agitação vigorosa (por exemplo em vortex) de uma cultura líquida provoca a

formação de aerossóis. Os recipientes com suspensões infecciosas não devem ser

abertos imediatamente após a agitação.

3. Deve ser respeitado o volume útil máximo para cada tipo de recipiente, de modo a

que a agitação não contamine a tampa ou algodão.

4. A inserção de ansas ou fios rectos quentes numa cultura pode causar a libertação

de aerossóis (usar preferencialmente material descartável – obrigatório para

organismos do grupo 2).

5. Se as tampas das placas de Petri inoculadas estiverem molhadas devem ser

abertas em câmaras de segurança biológica.

6. As ampolas de microrganismos liofilizados devem ser abertas usando luvas e

envolvendo a zona da fractura em algodão embebido em desinfectante ou em

câmara de segurança biológica.

7. Quando for necessário recorrer à operação de centrifugação esta deve ser feita

em recipientes hermeticamente fechados e de material adequado, a abertura dos

frascos deve ser realizada em câmara de segurança biológica depois de aguardar

um pequeno período de tempo, devido à possibilidade de formação de aerossóis.

Qualquer derrame ocorrido dentro da centrífuga deve ser limpo imediatamente

com produto desinfectante adequado.

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Fevereiro 2010 16

Para facilitar a adopção de medidas de confinamento adequadas poderá consultar o

Anexo 4.

5.4.4 Regras de higiene e protecção individual a aplicar em todos os

laboratórios onde sejam desenvolvidas actividades com agentes

biológicos

1. É obrigatório utilizar bata à base de algodão (tecido pouco inflamável),

preferencialmente abotoada com molas ou velcro para facilitar a remoção em caso

de acidente. Os punhos da bata deverão ser ajustáveis.

2. É proibido usar bata, luvas e óculos de protecção em áreas comuns (gabinetes,

administração, bar, biblioteca, instalações sanitárias, elevadores do corpo B, etc.).

3. As luvas deverão ser mudadas sempre que se encontrem contaminadas e não

devem ser utilizadas para mexer em objectos de uso comum (telefone,

computador, puxadores de porta ou gavetas, etc.).

4. Pessoas com cortes, arranhões ou lesões da pele não devem trabalhar com

qualquer tipo de microrganismos sem tomarem medidas de prevenção/protecção

adequadas.

5. As mãos devem ser lavadas após completar as operações na bancada ou após a

remoção das luvas e sempre que se saia do laboratório.

6. A lavagem das mãos deve ser efectuada durante pelo menos 20 s com água e

sabão, o que reduz o número de organismos transientes abaixo do nível de

infecciosidade (a lavagem das mãos pode, também, ter o efeito benéfico adicional

de reduzir as contaminações cruzadas). As mãos devem ser secas com toalhetes

de papel.

7. No laboratório devem existir dispensadores para sabonete líquido ou em pó. Os

dispensadores devem ser sempre lavados antes de novo enchimento. Em

alternativa, podem ser utilizados produtos em embalagens descartáveis. Os

sabonetes em barra devem ser evitados.

8. Se contaminar as mãos acidentalmente deverá utilizar um agente desinfectante

(ex. álcool a 70º) para além da lavagem.

9. Nos laboratórios deve existir creme para as mãos que evite a secagem, irritação

ou escamação da pele devido às lavagens frequentes e utilização de

desinfectantes.

10. As salas de equipamento comum e laboratórios com recomendações de segurança

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Fevereiro 2010 17

especiais (referentes ao equipamento ou ao próprio local) deverão estar

devidamente identificados e, neste locais, o cumprimento das regras descritas

neste Manual são obrigatórias para todas as pessoas quer estejam ou não a

usar os equipamentos ou a trabalhar nas zonas assinaladas.

5.4.5 Envio de materiais biológicos pelo correio ou firma transportadora

Os materiais biológicos a enviar para outras instituições, quer seja de natureza

infecciosa ou não, deve ser devidamente identificado, etiquetado e empacotado. Existem

normas especificas para alguns casos.

Para prevenir acidentes de transporte ou derrames, as amostras contendo

materiais biológicos devem ser embaladas em 3 contentores:

1º contentor – estanque e que contém o material biológico;

2º contentor – estanque e que contém o 1º contentor acondicionado em material

absorvente, de forma a absorver qualquer tipo de líquido que vaze

em caso de derrame;

3º contentor – à prova de choque e de água e contendo o anterior.

As embalagens que transportem materiais biológicos infecciosos devem ostentar

uma etiqueta com o sinal Risco Biológico, . Adicionalmente, deve ser colocada uma

cópia dos documentos identificativos do material junto do 2º contentor. Uma segunda

cópia desses documentos deve ser enviada para o destinatário e uma terceira deve ser

guardada pelo remetente.

5.4.6 Utilização dos serviços prestados na sala de lavagens

No Instituto existem quatro salas de apoio onde se procede especificamente à

lavagem de material de laboratório, à descontaminação quer de material quer de resíduos

biológicos e esterilização de material, meios de cultura e soluções (1 sala no ITQB I e 3

salas no ITQB II – pisos 3, 5 e 6).

Existem normas estritas sobre o envio de materiais para as salas de lavagens de

forma a proteger os funcionários deste sector da exposição a perigos de natureza química

e biológica (Anexo 5). Todos os grupos que utilizam os serviços das salas de lavagem

(lavagem, descontaminação e esterilização) ou os equipamentos que nelas se encontram

(ex.: autoclaves e estufas de secagem) deverão implementar estas normas.

Aos funcionários deste serviço são aplicáveis as mesmas regras de higiene e de

protecção individual indicadas na Secção 5.4.4 para o pessoal de investigação que esteja

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Fevereiro 2010 18

em contacto ou manipule agentes biológicos. O cumprimento das seguintes regras pelo

pessoal das salas de lavagens é de carácter obrigatório:

1. É proibido iniciar a recolha dos carrinhos de laboratório quando ainda transportar

objectos pessoais (mala, casaco, etc.).

2. Vestir a bata (preferencialmente de algodão, com manga comprida e punhos

ajustáveis), mudar de calçado e colocar luvas descartáveis antes de iniciar a

recolha dos carrinhos de laboratório.

3. Utilizar luvas adequadas para a manipulação e lavagem de materiais sujos e/ou

contaminados com agentes biológicos.

4. Utilizar óculos de protecção durante a lavagem manual do material, protecção

facial e luvas para altas temperaturas durante operação dos autoclaves (carga e

descarga de material).

Durante o período de trabalho é ainda aconselhável:

1. A utilização de calçado próprio, confortável, preferencialmente com características

anti-derrapantes e à prova de água.

2. Se usar cabelo longo, este deve permanecer apanhado de forma a não ser

salpicado ou contactar acidentalmente com materiais contaminados.

3. A colocação de avental à prova de água durante a execução de tarefas que

produzam salpicos ou molhamento.

4. As batas e restantes equipamentos de protecção (aventais, óculos, sapatos, luvas,

etc.) deverão ser guardados em cacifos separados das roupas e objectos pessoais.

É proibida a sua utilização em áreas comuns do edifício (salas de convívio,

instalações sanitárias, bar, etc.).

Sempre que for necessário proceder a descontaminação química (com lixívia ou

solução desinfectante), esta operação é da responsabilidade exclusiva do laboratório. Os

materiais deverão ser enviados para lavagem já descontaminados e passados por água. O

despejo dos líquidos descontaminados é feito pelo pessoal do laboratório no esgoto de

“água negras” sob supervisão do Serviço de Manutenção.

5.4.7 Utilização normalizada dos autoclaves

a) Descontaminação

1. A descontaminação por autoclavagem (calor húmido) é feita durante 40 minutos,

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Fevereiro 2010 19

a 121 ºC e 1.2 bar de pressão. Se houver necessidade de aplicar outras condições,

estas deverão estar claramente indicadas junto do material.

2. Os materiais biológicos para descontaminar e descartar devem ser devidamente

acondicionados em sacos de plástico próprios para autoclavagem.

3. Os sacos nunca devem estar cheios até ao cimo, permitindo o fecho adequado por

nó ou atilho sem rebentarem. Os volumes que não couberem nos autoclaves serão

enviados de volta ao laboratório de origem para rearranjo.

4. Evitar misturar objectos que, pela sua forma e dimensão, possam perfurar o saco

(ex.: caixas de Petri e pipetas de plástico). Se tal não for possível, colocar os

objectos perfurantes no meio do saco e nunca em contacto com as paredes.

5. Se o material para descontaminar estiver totalmente seco, adicione alguma água

antes de fechar o saco (~0.5 L) para gerar vapor suficiente e, assim, uniformizar a

temperatura no interior do saco durante a descontaminação.

6. Não podem ser descontaminados por autoclavagem resíduos ou soluções que,

quando submetidos a temperaturas elevadas, libertem gases ou vapores tóxicos

ou irritantes ou que tenham sido previamente sujeitos a descontaminação química.

b) Esterilização

A esterilização de líquidos (ex.: meios de cultura) é efectuada a 121 ºC e 1.2 bar

de pressão durante 20 minutos (o tempo poderá variar consoante o volume dos

recipientes colocados no autoclave). Casos especiais em que as soluções a esterilizar

necessitem de condições diferentes das normalizadas serão executados pelo próprio

laboratório em autoclaves mais pequenos indicados pelas funcionárias.

Os frascos ou tubos para esterilização em autoclave deverão ser tapados com

tampas não completamente enroscadas, rolhas de algodão ou outro material permeável

ao calor, permitindo assim que este chegue a todo o espaço interno. Os recipientes

contendo líquidos não podem conter mais do que 80% do seu volume nominal, para

evitar o perigo de derrame ou de explosão por excesso de pressão.

Os recipientes contendo líquidos devem ser mantidos em repouso nos primeiros

15 min. depois de saírem do autoclave por haver perigo de ocorrer uma subida súbita do

nível do líquido, cujo derrame provoque queimaduras, ou de explosão.

A esterilização de materiais sólidos (ex.: pontas para micropipeta, eppendorfs,

utensílios metálicos, material de vidro, etc.) é efectuada nas mesmas condições dos

líquidos (121 ºC e 1.2 bar de pressão durante 20 minutos), mas aplicando no final um

ciclo de secagem. Os utensílios poderão ser embrulhados em papel de embrulho, folha de

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Fevereiro 2010 20

alumínio ou outros materiais que sejam permeáveis ao calor e humidade mas não

penetráveis pelos microrganismos ou em recipientes herméticos resistentes à

temperatura.

Todos os recipientes e embalagens deverão conter um pedaço de fita indicadora

de esterilização.

Antes de iniciar cada ciclo de autoclavagem deverão ser feitas, obrigatoriamente,

as seguintes verificações:

• a programação tempo/temperatura que vai ser usada;

• os níveis de água destilada/desionizada no depósito e na câmara do autoclave se

tal for requerido pelo equipamento a utilizar, especialmente nos modelos verticais

(assegurando que as resistências estão completamente cobertas);

• o estado das borrachas e filtros.

Após terminar a operação de esterilização o autoclave só deve ser aberto quando

a pressão interna for igual a zero (igual à pressão atmosférica) e a temperatura

for igual ou inferior a 60 ºC. Só depois de se atingirem estas condições os materiais

poderão ser manipulados, tomando as precauções necessárias e usando equipamento de

protecção adequado (luvas impermeáveis e de protecção térmica, óculos ou viseira e bata

ou avental).

No ITQB II existem autoclaves horizontais cuja porta abre automaticamente no

final do ciclo de esterilização. Devido à possibilidade de quebra por choque de

temperatura ou aumento rápido de pressão dos frascos ou erlenmeyers contendo

líquidos, o operador deve manter-se afastado e não manipular qualquer material que

tenha sido esterilizado até que a temperatura do autoclave baixe para valores iguais ou

inferiores a 60 ºC.

5.5 Armazenamento de produtos químicos

No ITQB II existe um armazém próprio para guardar produtos químicos

potencialmente prejudiciais para a saúde e outro para grandes quantidades de solventes.

Estes armazéns estão situados no exterior do edifício (piso 1) e devem ser mantidos

devidamente arrumados para evitar a ocorrência de acidentes. A utilização destes espaços

carece de autorização prévia concedida pelos os responsáveis de cada um dos armazéns

(Anexo 1). Nos laboratórios deverão apenas existir as quantidades mínimas de produtos

químicos para assegurar o seu normal funcionamento.

Quer nos armazéns de produtos químicos e solventes quer nos laboratórios

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Fevereiro 2010 21

existem algumas regras básicas que deverão ser respeitadas:

− Deve existir um inventário actualizado dos produtos existentes, contendo a

seguinte informação: nome do produto, fabricante, quantidade, localização,

data de recepção;

− Todos os produtos devem estar devidamente etiquetados;

− Os produtos químicos incompatíveis devem estar separados;

− Os produtos químicos devem estar guardados em ambiente adequado,

incluindo ventilação, iluminação, temperatura, humidade e arrumação.

Periodicamente (pelo menos 1 vez por ano) os inventários devem ser actualizados

e verificado o estado das embalagens no que diz respeito a datas de validade e sinais de

corrosão, cristalização ou derramamento. A eliminação de embalagens ou produtos deve

respeitar o procedimento de eliminação de resíduos (ver Secção 5.7).

A arrumação dos produtos químicos deverá respeitar a classificação de substâncias

perigosas e grupos de incompatibilidade, não deve ser utilizada a ordem alfabética porque

pode colocar juntos produtos incompatíveis (ex.: se o bromo, um oxidante forte, e o

bromodiborano, um redutor forte, forem armazenados juntos podem misturar-se e reagir

de forma explosiva). As tabelas de classificação e incompatibilidade podem ser

consultadas no Anexo 6.

5.6 Utilização de radioisótopos3

Em investigação biológica são usadas quantidade e concentrações muito baixas de

radioisótopos o que reduz significativamente o perigo de exposição radioactiva associado

à sua manipulação. Este pode ser praticamente eliminado se forem implementados os

processos e tomadas as precauções adequadas. O desrespeito pelas normas de

segurança poderá causar danos à saúde e inutilizar por completo os resultados

experimentais. Deve ter-se sempre em atenção que o efeito da radiação é cumulativo.

Especial cuidado deve ser prestado aos efeitos da radiação nos olhos e órgãos sexuais. Os

perigos da radiação são de dois tipos:

Radiação externa: exposição a uma fonte de radiação. A protecção mais eficaz

contra a radiação é a distância, visto que a intensidade é inversamente

proporcional ao quadrado da distância. A dose de radiação é também

função do tempo, pelo que se deverá reduzir ao mínimo possível o tempo

3 Antes de utilizar pela 1ª vez radioisótopos no seu laboratório deve contactar o responsável por esta área

pela se informar sobre os requisitos a cumprir e as autorizações existentes no Instituto.

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Fevereiro 2010 22

de manipulação. No caso de radioisótopos que são emissores de baixa

energia (3H, 14C, 35S) o vidro normal é uma protecção eficaz. Para 32P e 45Ca (emissores de maior energia), em regra é suficiente uma barreira de

Perspex de 1 cm ou vidro de 3 mm de espessura. Para os emissores 125I, 22Na, 60Co ou 86Rb, e dependendo da quantidade usada, será necessário

usar uma barreira de chumbo. Deve usar um dosímetro individual sempre

que trabalhar com radioisótopos ou permanecer em salas onde estes são

usados.

Radiação interna: resulta da inalação ou ingestão de substâncias radioactivas e é

mais difícil de medir que a radiação externa. Alguns isótopos (ex: 45Ca e 125I) fixam-se especificamente a tecidos como os ossos e tiróide,

respectivamente, enquanto outros isótopos, dependendo da forma

química usada, podem incorporar-se em determinadas células ou

estruturas celulares. É o caso dos ácidos nucleicos com marcação

isotópica, que podem incorporar-se no DNA celular, constituindo um

possível risco. Uma manipulação cuidadosa, como por exemplo a exigida

para o trabalho em condições de esterilidade, bem como a limpeza

rigorosa das áreas de trabalho, são protecção suficiente nas condições

normais de trabalho impedindo ao mesmo tempo a acumulação de

radioactividade de fundo (background), que pode ao longo do tempo

afectar seriamente as medidas experimentais.

Unidades de medida de radiação:

1 µCi (Curie)= 37000 Bq (Becquerel)= 37000 cps (counts per second)= 2220000 cpm (counts per minute)

5.6.1 Regras a observar na manipulação de radioisótopos

As fontes de material radioactivo bem como os seus locais de armazenamento

devem estar assinaladas e etiquetadas (isótopos, data de aquisição e actividade

específica). Os isótopos deverão ser guardados em local específico, devidamente

assinalado com o sinal de aviso de Substância Radioactiva,

e nunca misturados com outros materiais ou reagentes. A manipulação de radioisótopos

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Fevereiro 2010 23

deverá ser feita numa zona delimitada do laboratório, protegendo a área de trabalho com

papel de bancada, plastificado na superfície inferior (benchcoat).

Todo o material utilizado deve ser devidamente marcado (etiquetado) e separado

para posterior tratamento. O local de trabalho deve conter material e equipamento

destinados unicamente à manipulação de substâncias radioactivas (micro-centrífuga,

pipetas automáticas, etc.). Caso tal não seja possível, ou tenha de se recorrer a

equipamentos comuns, a radiação deve ser minuciosamente controlada e proceder-se à

descontaminação dos materiais ou equipamentos usados assim que acabar o trabalho.

Durante o período de trabalho os materiais e equipamentos devem estar obrigatoriamente

assinalados com sinal próprio e/ou aviso legível.

Deve usar-se bata, luvas, dosímetro fotográfico individual e não se deve comer,

beber, fumar ou mexer em cosméticos durante a manipulação. Devem ser usados lenços

de papel, que serão rejeitados como resíduos radioactivos. Não pipetar à boca soluções

radioactivas. Os frascos com soluções de origem ou ampolas com compostos radioactivos

devem ser sempre abertos na hotte. Evitar ao máximo a formação de aerossóis ou

trabalhar sempre dentro da hotte. Mudar frequentemente as luvas e ter atenção

redobrada para não tocar com as luvas ou outros materiais contaminados, em puxadores

de portas ou gavetas, nos livros de registo, canetas ou em outros objectos que devam ser

conservados sem radioactividade.

As bancadas devem ser regularmente controladas com o monitor de radiação

(contador Geiger), não devendo apresentar uma contaminação superior à do fundo (zona

limpa ou background).

No caso do 32P e 125I, para além das regras gerais acima enumeradas, deverão

observar-se as seguintes normas:

a) Trabalhar sempre com luvas e usar barreira de Perspex para (32P) ou chumbo

(125I);

b) Manter os materiais radioactivos o mais longe possível do manipulador e

protegidos por barreira adequada;

c) Proteger as mãos com creme e, no fim de cada manipulação, lavar as mãos.

No caso de contaminação acidental, as mãos deverão ser lavadas

abundantemente com água morna e sabão e controladas com o monitor. No final do

trabalho controlar com o monitor a bancada e as mãos depois de lavadas. No caso de 125I,

controlar também a zona da tiróide. Antes de sair da sala remover a bata ou outro

revestimento de protecção que tiver usado.

No caso de contaminação acidental da bancada ou do chão, a zona deve ser

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Fevereiro 2010 24

delimitada com um marcador de cor bem visível, descontaminada logo que possível e

controlada com monitor de radiação ou por "esfregaço" (ver procedimentos de

descontaminação).

A pessoa responsável pela contaminação é responsável pela descontaminação!

5.6.2 Resíduos radioactivos e seu tratamento

a) Resíduos sólidos

Os resíduos sólidos (plástico, papel, etc.) devem ser colocados nos sacos

apropriados na sala de descontaminação (sala de isótopos). Os resíduos da sala de

isótopos deverão ser acondicionados em sacos ou frascos de plástico, fechados, marcados

com a data e colocados no recipiente apropriado no local de armazenamento até a

actividade decair abaixo de 1 µCi (ver tabelas de decaimento – Anexo 7), podendo então

ser juntos aos restantes resíduos sólidos. Contudo, os resíduos sólidos a eliminar com o

lixo normal não podem apresentar uma radiação superior a 10 µCi num volume total de

lixo não inferior a 0.1 m3 (100 litros) e não podem incluir nenhum artigo com actividade

superior a 0.1 µCi.

b) Resíduos líquidos

Os resíduos líquidos e material para descontaminação são transportados em

recipiente fechado para a sala de descontaminação para serem tratados. Os resíduos

líquidos deverão também ser guardados em recipientes de plástico resistente,

devidamente identificados (produto, isótopo, actividade e data) e deixados a decair no

local de armazenamento para que a quantidade lançada nos esgotos, por laboratório, não

exceda os 0.1 µCi/dm3, num máximo semanal de 50 µCi para 32P ou 125I e de 2 µCi/dm3

para os outros isótopos. Caso a actividade seja superior, os volumes a eliminar deverão

ser divididos e lançados em semanas sucessivas, de forma a não exceder a actividade

permitida.

Para evitar o crescimento bacteriano nos resíduos líquidos em que tal possa

acontecer deverá ser adicionado lixívia ou outro agente desinfectante adequado (respeitar

as concentrações indicadas pelos fabricantes e de acordo com os materiais a tratar).

Os líquidos de cintilação que precipitem em contacto com a água deverão ser

recolhidos em frasco reservado para o efeito. O frasco deve ser despejado directamente

para um esgoto de "águas negras", sem sifão para impedir entupimentos. Deverá ter-se

em conta os valores de actividade total permitidos, acima referidos, que podem ser

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Fevereiro 2010 25

lançados no esgoto.

c) Sala de descontaminação

• A sala de descontaminação deve ser mantida limpa e arrumada. Cada

laboratório dispõe de uma zona para descontaminação e deve ter uma pessoa

responsável pela manutenção e limpeza da sua área.

• Os materiais não contaminados não devem ser colocados nos sacos de

resíduos.

• Os recipientes contendo os sacos ou frascos de plástico para os resíduos sólidos

devem manter-se fechados.

• Vidros, pipetas e outros objectos perfurantes devem ser embrulhados em papel

para não romperem os sacos, ou colocados num recipiente à parte.

• Os sacos de plástico contendo resíduos sólidos não devem ficar demasiado

cheios para poderem ser fechados convenientemente e etiquetados para

remoção pelo Instituto de Tecnologia Nuclear (ITN).

• Os recipientes de plástico para resíduos sólidos, bem como as tinas de

descontaminação e superfícies de trabalho, devem ser regularmente lavados.

• Não devem ser deitados nos esgotos materiais sólidos ou líquidos que formem

precipitados, para evitar entupimento e/ou acumulação de material radioactivo

nos sifões.

• Deve ser estabelecida uma escala mensal em que os responsáveis pela

descontaminação em cada laboratório ficarão encarregados da supervisão geral

da sala no que diz respeito à arrumação, fecho dos sacos de resíduos, limpeza

da sala (chão e paredes) e remoção dos sacos de resíduos.

• Ao fim de cada dia de trabalho deverá ser feita uma vistoria à sala para verificar

se se encontra devidamente arrumada. Qualquer anomalia deverá ser

comunicada ao responsável geral.

5.6.3 Procedimento de descontaminação radioactiva

a) Geral

• Todo o trabalho de descontaminação deve ser feito com luvas e avental de

borracha.

• O material de vidro corrente (copos, placas, frascos, tubos, etc.), previamente

desinfectado se necessário, é deixado em detergente (existem no mercado

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produtos apropriados para este fim) durante a noite ou cada peça lavada à

torneira pelo menos 10 vezes. Em seguida, é deixado em água corrente

durante 24 a 48 h e finalmente lavado com o restante material.

• Pipetas – depois de desinfectadas, se necessário, devem ser colocadas no

lava-pipetas a lavar com água corrente durante 48 h e, finalmente, lavadas na

máquina com o restante material.

• Frascos de cintilação – decantar na hotte o líquido de cintilação para um frasco

reservado para esse efeito. Retirar os filtros de papel dos frascos e colocá-los

no saco de resíduos sólidos. Mergulhar os frascos em detergente durante 24 h.

Lavar em água corrente 24 a 48 h. Finalmente, podem ser lavados na máquina

com dois ciclos de lavagem.

• O líquido da cintilação não deve ser deitado para o esgoto das tinas de

descontaminação, visto que forma precipitados nos sifões, entupindo as

canalizações.

b) Bancadas ou chão

A zona contaminada com o material radioactivo deve ser assinalada com um

marcador. Retirar excesso de líquido com papel absorvente. Limpar de fora para dentro

da zona marcada de forma a não espalhar a contaminação. Lavar abundantemente com

água, sabão, detergente ou algum produto específico para contaminação radioactiva.

Esfregar e, se necessário, usar algum produto de limpeza mais abrasivo.

Controlar a água do balde usada na lavagem com um monitor de radiação. A

contaminação máxima da água a deitar fora não pode ser superior a 500 cpm (~ 10 cps)

após a limpeza da área contaminada. Caso tal aconteça terá de ser diluída antes de

eliminada.

No caso de 3H, que não é detectável com o monitor de radiação, deve passar-se

um quadrado de papel de filtro de 2 cm de lado por toda a zona contaminada e contar

por cintilação líquida. A actividade não deverá exceder 200 cpm para uma área de 50 cm2.

Se a actividade da amostra estiver entre o dobro da radiação de fundo e 500 cpm,

descontaminar a área e registar os resultados. Se a actividade for superior a 500 cpm, é

mandatório fazer uma descontaminação imediata da área testada.

Se houver algum derrame de uma solução contendo iodo radioactivo, deverá

primeiro tratar-se o líquido vertido com um excesso de uma solução de tiossulfato de

sódio para estabilizar o iodo (25 g de tiossulfato sódio e 2 g de iodeto de sódio num litro

de hidróxido de sódio 1 N); só depois se deve continuar com a descontaminação por

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Fevereiro 2010 27

lavagem.

c) Pele

As áreas contaminadas devem ser abundantemente lavadas com água morna e

sabão. Após lavagem deve controlar-se a zona de pele contaminada com o monitor de

radiação. Se ainda indicar sinais de radioactividade deve repetir-se o procedimento

anterior até se verificar a descontaminação total.

5.7 Eliminação de resíduos

A classificação e procedimentos associados à gestão de resíduos encontram-se

legislados pelo Dec. Lei nº 178/2006 (de 5/9) e pela Portaria nº 209/2004 (de 3/5), sendo

obrigatório para todos os laboratórios, salas de apoio e serviços do Instituto cumprir as

regras instituídas:

• Nenhum resíduo químico (líquido, sólido ou em solução) pode ser deitado para

a canalização, com excepção dos ácidos e bases em solução aquosa diluída.

• Os resíduos químicos (sólidos ou líquidos) não incluem os materiais radioactivos

ou biológicos, os quais são objecto de recolha e tratamento independente.

• Promover a separação de resíduos valorizáveis (reciclagem).

Conforme o tipo de resíduo são aplicáveis as seguintes indicações para a sua

eliminação.

5.7.1 Classificação e eliminação de resíduos

a) Resíduos equiparados a urbanos

TIPO: papéis não contaminados resultantes do funcionamento do

laboratório, papéis de limpar as mãos (toalhetes ou outros),

embalagens ou invólucros comuns vazios de qualquer tipo (papel,

cartão, plástico vidro ou outros) de produtos de uso comum ou

laboratorial, com excepção dos que se encontram contaminados

com resíduos dos tipos descritos nas alíneas b), c), d) e e). Restos

de produtos alimentares.

ACONDICIONAMENTO: os vidros devem ser colocados em caixas de cartão

forradas com plástico, devidamente identificadas e fechadas com fita

autocolante de embrulho. Os restantes materiais devem ser

colocados em sacos de plástico fechados.

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Fevereiro 2010 28

RECOLHA: pessoal das equipas de limpeza

DESTINO: contentores camarários

b) Resíduos laboratoriais de risco biológicos (resíduos contaminados ou suspeitos de

contaminação biológica)

TIPO: material descartável utilizado no decurso de processo analítico,

produtos biológicos analisados e meios de cultura sólidos,

contentores ou utensílios de vidro ou plástico que tenham contactado

com produtos biológicos (frascos, tubos, caixas, zaragatoas, pipetas,

pontas de micropipeta, ansas, cuvetes, etc.), material de limpeza e

desinfecção de superfícies contaminadas, material de protecção

usado durante a manipulação dos produtos biológicos e recolha de

resíduos de risco biológico (luvas, máscaras e outros)

ACONDICIONAMENTO: saco especial para autoclave, resistentes a 140 ºC, ou

recipientes metálicos tapados

TRATAMENTO PRÉVIO: autoclavagem a 121 ºC durante 40 minutos e 1.2 bar

de pressão. Após tratamento, os resíduos sólidos são colocados em

sacos de plástico preto fechados e equiparados a resíduos urbanos.

RECOLHA: funcionárias das salas de lavagem e pessoal das equipas de

limpeza.

DESTINO: contentores camarários após tratamento.

c) Resíduos específicos de eliminação obrigatória equiparados a hospitalares

TIPO: materiais cortantes e perfurantes (agulhas, lâminas de bisturi, pipetas

Pasteur, etc.), antibióticos e citostáticos (recipientes ou objectos

usados na sua manipulação, materiais contaminados e restos de

embalagens fora de prazo), produtos e material utilizado em técnicas

de biologia molecular (ex.: PCR4, sondas de ADN5 e outros), material

de protecção utilizado na manipulação de resíduos deste grupo,

cadáveres de animais de laboratório (ex.: ratos, ratinhos, coelhos,

peixes, rãs ou outros), peças anatómicas (ex.: cérebros, placentas,

etc.).

ACONDICIONAMENTO: sacos de plástico resistentes ou contentores rígidos não

perfuráveis devidamente identificados, conforme o material. 4 PCR – Polymerase Chain Reaction (técnica vulgarmente utilizada em genética molecular). 5 Por exemplo primers, plasmideos com cromossomas incorporados, etc.

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Fevereiro 2010 29

TRATAMENTO PRÉVIO: manter congelado a -80ºC os resíduos susceptíveis de

sofrer deterioração à temperatura ambiente.

RECOLHA: os resíduos que possam ser armazenados à temperatura

ambiente devem ser entregues por membros dos respectivos

laboratórios no armazém de resíduos de acordo com as regras

estipuladas (Anexo 2). Os restantes devem ser mantidos congelados

e apenas notificado ao Serviço de Manutenção a quantidade existente

para agendamento da recolha.

DESTINO: incineração por empresas licenciadas para o efeito.

d) Recolha e acondicionamento de resíduos químicos

TIPO: Resíduos químicos sólidos – todos os produtos ou misturas de

produtos químicos no estado sólido (ex.: depósitos de reacções ou

extracções, carvão activado, suportes de colunas cromatográficas,

géis secos, etc.) ou materiais de manuseamento contaminados com

substâncias químicas (luvas, filtros, papel de limpeza, papel de

alumínio, pontas de pipetas plásticas, pipetas Pasteur e material de

vidro de laboratório contaminado, etc.).

Resíduos químicos líquidos: solventes de destilações ou evaporações,

águas-mãe de cristalização, solventes de lavagem, etc.

ACONDICIONAMENTO: os resíduos químicos sólidos a rejeitar devem estar

secos ou envolvidos em materiais impermeáveis e serem recolhidos

em cada laboratório usando contentores de plástico com boca larga

(frascos ou barricas), próprios para o efeito e devidamente

identificados. Por questões de higiene deve evitar-se a sua

acumulação em grandes quantidades.

Os resíduos químicos líquidos devem ser recolhidos em cada

laboratório em recipientes de plástico com a boca estreita (~5 L).

Os resíduos líquidos halogenados (por ex.: clorofórmio,

diclorometano e outros cloretos, brometos ou iodetos orgânicos) e

não halogenados (por ex.: benzeno ou outros solventes, óleos,

parafinas, etc.) devem ser recolhidos separadamente. O custo do

tratamento de solventes halogenados é 5 vezes superior ao dos

solventes não halogenados e por isso a separação deve ser feita

cuidadosamente. A adição de qualquer quantidade de composto

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Fevereiro 2010 30

halogenado, mesmo em concentração ínfima, a um recipiente

contendo solventes não halogenados, inviabiliza o seu tratamento

como tal.

Os materiais de vidro devem ser colocados em caixas de cartão

forradas com plástico, identificadas e fechadas com fita autocolante

de embrulho.

TRATAMENTO PRÉVIO: os halogenetos inorgânicos sólidos e/ou insolúveis

deverão ser precipitados, retirados de solução e tratados como

resíduos sólidos.

Os ácidos ou bases em solução aquosa devem ser despejados para a

canalização, após grande diluição e acompanhados abundantemente

por água corrente.

O brometo de etídio, em solução aquosa, deve ser concentrado em

colunas de adsorção próprias (por ex.: Ethidium bromide adsorber –

Merck®). As colunas cheias (contendo aproximadamente 300 mg de

brometo de etídio por coluna) devem ser eliminadas como resíduo

químico sólido.

RECOLHA: os recipientes contendo os resíduos sólidos ou líquidos devem ser

entregues por membros dos respectivos laboratórios no armazém de

resíduos de acordo com as regras estipuladas (Anexo 2) e despejados

para contentores comuns apropriados de maior dimensão sob a

supervisão do responsável do armazém.

DESTINO: revalorização (reciclagem) ou incineração conforme o tipo de

resíduo recolhido por empresas licenciadas para o efeito.

e) Recolha e acondicionamento de resíduos radioactivos

Os utilizadores de produtos radioactivos devem, obrigatoriamente,

cumprir as regras estipuladas em 5.6.

Os resíduos radioactivos devem ser recolhidos no laboratório em recipientes

apropriados e identificados. Deve ser evitada a sua acumulação em grandes quantidades.

Os recipientes, uma vez cheios, são despejados para contentores comuns de maior

dimensão e especialmente concebidos para remoção por empresas especializadas e

licenciadas para o efeito. O despejo dos materiais anteriormente referidos é efectuado

pelos membros dos respectivos laboratórios, sob a orientação do responsável pelo

armazém de resíduos (Anexo 2).

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Fevereiro 2010 31

f) Etiquetagem dos resíduos Todos os resíduos acondicionados para eliminação devem estar obrigatoriamente

identificados com etiqueta própria devidamente preenchida. As etiquetas para afixar nas

embalagens deverão obedecer aos modelos abaixo indicados.

g) Materiais recicláveis Só podem ser colocados nos recipientes para reciclagem papeis limpos, plásticos,

embalagens ou vidro normal que não tenham estado em contacto com produtos químicos

nocivos. Os vidros especiais, como por exemplo o pirex, e os materiais cerâmicos não são

recicláveis devendo ser devidamente acondicionados de modo poderem ser transportados

e colocados no contentor de lixo urbano.

As lâmpadas fluorescentes devem ser entregues ao pessoal da manutenção a fim

serem recolhidas por empresas especializadas.

O material eléctrico, electrónico ou informático avariado ou para eliminação deve

ser colocados nos contentores que se encontram no exterior (piso 1) junto aos armazéns.

5.8 Trabalho com lasers das classes 3b e 4

5.8.1 Definição

Laser de classe 3b – Lasers que apresentam risco para os olhos ou pele, resultante

de exposição directa ou de reflexão especular. A reflexão difusa dos lasers

da classe 3b só é perigosa quando vista a distância muito curta.

Laser de classe 4 – Lasers que apresentam risco para os olhos, resultante de

exposição directa ou reflexão especular e difusa. Este tipo de lasers

podem iniciar fogos ou produzir queimaduras.

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Fevereiro 2010 32

5.8.2 Procedimentos

a) Salas

As salas onde estão instalados equipamentos de laser devem ter porta (não

apenas cortina) e os vidros de janelas, postigos ou bandeiras tapados de forma a não

haver saída para o exterior de feixes dispersos. As salas deverão estar devidamente

identificadas com o sinal de aviso de Raios Laser:

b) Pessoal

Os lasers só podem ser operados por pessoal autorizado e devidamente

qualificado, conhecedor das regras de segurança relevantes.

c) Luz avisadora

As salas onde forem instalados equipamentos com lasers devem ter

obrigatoriamente uma luz de aviso colocada na porta ao nível da vista. Esta luz será acesa

pelo operador do laser durante a operação de alinhamento do feixe e sempre que

movimente componentes ópticos ou opto-mecânicos na zona do feixe. Sempre que a

luz estiver acesa é proibido entrar na sala ou de qualquer outra forma perturbar

quem se encontra na sala (nomeadamente bater à porta), salvo em caso de

emergência.

d) Operação de alinhamento do feixe

A larga maioria dos acidentes com lasers resulta de desatenção enquanto se

procede ao alinhamento ou movimentação dos componentes opto-mecânicos durante a

preparação de experiências novas. É recomendado que durante a execução destas tarefas

apenas se encontrem na sala as pessoas estritamente necessárias ao procedimento.

e) Óculos de segurança

A utilização de óculo de segurança é obrigatória durante os procedimentos de

alinhamento, mesmo para as pessoas presentes na sala não directamente envolvidas

nesta operação. A segunda causa de acidentes com laser é o uso de óculos inadequados.

Os óculos devem ser especificados não só para o comprimento de onda como

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Fevereiro 2010 33

para a potência do laser.

f) Bancos e cadeiras

Os bancos e cadeiras existentes no interior da sala devem ter a altura adequada

para que o nível normal de circulação dos feixes se encontre sempre abaixo da vista de

qualquer pessoal sentada.

g) Confinadores de feixes

Em operação de rotina, os raios dispersos devem ser bloqueados com dispositivos

adequados e percursos longos do feixe protegidos com tubos não combustíveis.

5.9 Utilização de equipamentos sob pressão ou vácuo

A utilização de equipamentos que de alguma forma estejam sujeitos ou produzam

pressão ou vácuo (ex.: liofilizadores, rotavapores, speedvacs, linhas de vácuo, sistemas

de destilação, pressurização/desarejamento/aquecimento de recipientes não abertos)

requer uma atenção especial por parte do utilizador e o uso de protecção adequada quer

pessoal quer do local onde estejam instalados. Os riscos a as protecções necessárias

deverão ser avaliados consoante o local e o trabalho a desenvolver.

5.10 Trabalhos oficinais e de manutenção

Durante a utilização dos equipamentos laboratoriais podem ocorrer pequenas

contaminações ou derrames acidentais que por vezes são bastante difíceis de limpar ou,

simplesmente, negligenciados. Noutros casos, as contaminações surgem devido a factores

ambientais não controláveis e podem acumular-se em condutas, fossas, aparelhos de ar

condicionado, etc., expondo os trabalhadores deste sector a perigo de contaminação

química, biológica ou radioactiva. Por estes motivos, é recomendável que os funcionários

das oficinas se assegurem, junto dos responsáveis pelos equipamentos entregues para

reparação, que estes não contactaram com produtos perigosos e se encontram

devidamente limpos antes de os manusear. No caso de subsistirem dúvidas, poderá ser

pedido um termo de responsabilidade devidamente assinado pelo responsável do

laboratório. É admissível a recusa de efectuar a reparação ou manutenção enquanto não

houver garantias de protecção do trabalhador.

Antes de iniciar qualquer trabalho de reparação ou manutenção devem ser

colocados os equipamentos de protecção individual (EPI) adequados para a função a

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Fevereiro 2010 34

desempenhar. Devido à diversidade das funções executadas é requerido que estejam

disponíveis acessórios de protecção individual de vários tipos e modelos (p. ex.: bata,

avental, fato-macaco, impermeáveis, fato para produtos químicos; luvas de cabedal,

descartáveis, isolantes ou de outros materiais conforme a finalidade; máscara para

poeiras ou gases; óculos de protecção, viseiras faciais; botas biqueira de aço, de

borracha, etc.).

5.11 “Trabalho de secretária” e administrativo “Trabalho de secretária” abrange todas as tarefas realizadas durante longos

períodos na posição sentado, usando ou não equipamentos dotados de visor

(computador, equipamentos científicos ou outros), por qualquer pessoa

independentemente da área a que esteja ligado (investigação, administração, segurança,

etc.). As pessoas que realizam este tipo de tarefas apresentam queixas frequentes como

sejam dores musculares ou rigidez (costas, ombros e pulsos), dores de cabeça e

problemas de visão (comichão, cansaço e ardor), irritabilidade, etc. As causas para alguns

destes sintomas podem estar associadas a postura incorrecta (mesas e cadeiras não

adaptadas à pessoa; maus hábitos posicionais), utilização de ambientadores (materiais

impregnados com compostos voláteis), ambiente muito seco, iluminação má ou

incorrecta, posição incorrecta dos teclados e/ou monitores e ruído de fundo. Alguns dos

problemas relatados podem ser solucionados ou reduzidos se:

• arrumar a secretária de modo a que não seja necessário realizar torções do

corpos ou esticar demasiado os braços para alcançar os objectos de trabalho;

• fazer alguns exercícios físicos recomendados ao longo do dia;

• fazer pausas regulares;

• usar uma mesa de trabalho e cadeira adequada e regulada para a sua altura;

• adoptar posições correctas de sentar e de utilização dos equipamentos;

• colocar a secretária e/ou monitores em posição adequada em relação à

iluminação natural ou artificial;

• se partilha o espaço com outras pessoas evite colocar ambientadores no seu

espaço de trabalho ou usar produtos com aromas muitos intensos.

No Anexo 8 encontram-se descritas algumas recomendações ergonómicas para o

posto de trabalho assim como alguns exercícios que devem ser realizados durante o

período de trabalho.

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Fevereiro 2010 35

O nível de conforto do trabalhador pode ser melhorado especialmente se forem

tidos alguns cuidados relativamente à iluminação e orientação dos postos de trabalho.

Assim, sempre que houver iluminação natural, as secretárias deverão ser colocadas de

forma a receber a luz lateralmente e os monitores orientados de maneira a evitar as

reflexões de luz ou imagens. O cansaço visual diminui se o fluxo luminoso for

homogéneo, ou seja:

• evitando o encandeamento por reflexão, os contrastes excessivos e as

sombras carregadas (posicionamento e distribuição dos pontos de iluminação

relativamente ao posto de trabalho);

• equilibrando o brilho e contraste dos monitores e, sempre que possível,

configurando os programas para usar conjuntos de cores (fundo/caracteres)

não agressivas;

• harmonizando as cores ambientais (coeficientes de reflexão das paredes,

tectos, pavimentos e mobiliário).

(www.univ-ab.pt/formacao/sehit/curso/iluminacao/uni3/postos3.html)

6. CUIDADOS DE PRIMEIROS SOCORROS6

Em caso de acidente, seja qual for a sua dimensão, o socorro é uma obrigação

humanitária, sendo o tratamento imediato essencial para salvar uma vida ou reduzir ao

mínimo as lesões causadas. A prestação de socorro não substitui o atendimento médico

especializado e, em casos graves, deverá procurar-se ajuda imediata.

Em todos os pisos e diferentes edifícios do ITQB existem pessoas

habilitadas com os cursos de socorrismo (suporte básico de vida) e uma caixa de

6 Este capítulo foi integralmente revisto e corrigido em Janeiro de 2010 pelo Técnico de Formação Nelson

Baptista, autor do livro “Manual de Primeiros Socorros” (editado pela Escola Nacional de Bombeiros em 2008) e responsável pela área de emergência pré-hospitalar da Escola Nacional de Bombeiros. Pela sua colaboração aqui fica o nosso sincero agradecimento.

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Fevereiro 2010 36

primeiros socorros devidamente identificada, colocada no corredor central de cada

piso no ITQB II ou em zona equivalente dos restantes edifícios. Procure conhecer

antecipadamente a sua localização.

Em todos os laboratórios deverá estar acessível um manual de primeiros socorros,

que poderá ser constituído por este capítulo do Manual de Segurança, Higiene e Saúde no

Trabalho. Deve também ser afixado em local bem vísivel, de preferência junto

ao telefone, um pequeno poster em tamanho A4 contendo os números de

telefone oficiais de emergência e as extensões internas das pessoas habilitadas

com curso de socorrismo (ver Anexo 9).

No caso de ser necessário ligar 112, deve fazê-lo do telefone que estiver mais

perto da vítima ou usando um telefone móvel. Preste os esclarecimentos que lhe forem

pedidos de forma clara. Enquanto espera pelo socorro deve avisar a portaria de que

chamou o 112, ou pedir a um colega que o faça, dizendo onde se encontra a vítima para

que os serviços de emergência sejam encaminhados eficazmente para o local.

NÃO use o telefone vermelho existente no corredor para pedir ao segurança que

ligue para o 112. Este não sabe o que se passou nem pode prestar os esclarecimentos

que lhe sejam solicitados.

6.1 Queimaduras provocadas por produtos químicos

A área afectada deverá ser lavada imediata e abundantemente com água limpa

durante, pelo menos, 15 minutos. No caso de derrame sobre a roupa, esta deve ser

cortada em volta da lesão se estiver aderente à pele ou removida rapidamente se tal for

possível, e a vítima colocada sob o chuveiro de segurança. Se o agente contaminante não

for solúvel ou miscível com a água, o uso de sabão facilita a remoção. Caso os olhos não

tenham sido afectados proteja-os enquanto lava as partes contaminadas.

Em todos os casos a zona afectada não deverá ser coberta e deverá ser

contactado o Centro de Intoxicações e Antivenenos

No caso de queimaduras extensas ou graves, a vítima deverá ser conduzida ao

hospital acompanhada de informação sobre o agente causador da queimadura e o

tratamento efectuado.

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Fevereiro 2010 37

6.2 Queimaduras provocadas por radiação UV7

As queimaduras provocadas por exposição prolongada a radiação UV são

equivalentes às provocadas por excessiva exposição solar ou fontes de calor (ver

Secção 6.3). No caso dos trabalhos de investigação laboratorial em que é utilizada

radiação UV, a face e as mãos constituem as principais áreas afectadas. Devido à elevada

sensibilidade da pele nestas zonas, é aconselhável a procura de atendimento médico

especializado, qualquer que seja o grau de queimadura efectuada.

6.3 Queimaduras provocadas por temperaturas extremas (calor ou frio)

6.3.1 Queimaduras de 1º grau

Aspecto: Doloroso e vermelho. Sem bolhas.

Mergulhar a zona afectada em água, até aliviar a dor. Cobrir com gaze

humidificada em soro fisiológico, sem apertar, para proteger de possível infecção.

6.3.2 Queimaduras de 2º grau

Aspecto: Severo e doloroso apresentando bolhas.

Mergulhar a zona afectada em água fria, cobri-la com compressas esterilizadas e

humedecidas. Não rebentar as bolhas formadas. Envolver a área afectada com gaze

humidificada em soro fisiológico, sem apertar, para prevenir possível infecção

Contactar imediatamente o 112..

6.3.3 Queimaduras de 3º grau

Aspecto: Queimaduras severas e profundas, danos nos tecidos (alteração de cor,

pele carbonizada, seca ou branca e gretada mas sem dor).

Não remover a roupa queimada da zona afectada (corte cuidadosamente em volta

com uma tesoura desinfectada). Cobrir a zona afectada com uma compressa humedecida

em soro fisiológico ou água. Em queimaduras extensas, a vítima deverá permanecer

deitada para prevenir a entrada em estado de choque (ver secção 6.9) e não deverá

ingerir líquidos. Contactar imediatamente o 112.

6.3.4 Queimaduras provocadas pelo frio

A manipulação de objectos guardados em arcas congeladoras (−20 ou −80 ºC),

gelo seco, azoto líquido (ou outros gases liquefeitos) e misturas criogénicas pode

7 UV – Radiação Ultravioleta

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Fevereiro 2010 38

provocar queimaduras graves nas mãos ou outras partes do corpo. A prevenção de

acidentes deste tipo passa pela utilização de protecção adequada (luvas, bata, sapatos e

óculos) e pela manipulação cuidadosa dos materiais ultra-arrefecidos ou criogénicos.

As queimaduras provocadas pelo frio extremo têm características idênticas às

provocadas pelo calor. Inicialmente a pele apresenta uma cor pálida (aspecto de cera),

fria, firme ao tacto e dormente. Em casos severos, após reaquecimento, a área exposta

fica muito vermelha, dolorosa, podem surgir sensações de latejamento e queimadura

(ardor), inchaço e/ou bolhas. Nos casos muito severos a pele apresenta uma cor

azul/arroxeada ou negra, extremamente dolorosa e, dependendo do tempo decorrido,

pode haver danos permanentes dos tecidos, o que conduz ao aparecimento de gangrena

e consequentemente à necessidade de amputação das partes afectadas.

Em caso de congelamento acidental deve aquecer-se a parte afectada,

envolvendo-a em roupa quente e seca ou mergulhando num banho de água tépida

(nunca mais de 40 ºC). Se a queimadura ocorrer em zonas do corpo muito expostas,

como por exemplo as mãos, deverá ser protegida de agentes agressores, cobrindo com

uma gaze. Se a queimadura for de gravidade extrema, deve procurar-se auxílio médico

imediato (mesmo sem descongelar a área afectada).

Em queimaduras provocadas por frio extremo não se deve:

• provocar o aquecimento muito rápido;

• friccionar com força para reactivar a circulação;

• mergulhar em água muito quente;

• rebentar as bolhas;

• usar secadores de cabelo ou outras fontes de aquecimento muito intenso;

• fumar ou beber bebidas alcoólicas durante o período de recuperação porque estes

agentes afectam a circulação sanguínea.

6.4 Intoxicação por produtos químicos (vapores ou gases)

Em caso de intoxicação com gases, é essencial remover a pessoa intoxicada

rapidamente para um local não contaminado. Cuidado para não se tornar também uma

vítima – coloque uma máscara de protecção adequada (existem duas máscaras por piso,

colocadas junto às escadas de emergência).

Desapertar as roupas à volta do pescoço e manter a vítima aquecida. Ligar de

imediato para o 112. Se a vítima estiver inconsciente mas a respirar, após ser retirada

do local, deve ser colocada em posição lateral de segurança para impedir a ingestão de

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Fevereiro 2010 39

vómito ou outros objectos estranhos. Nunca dar água, leite ou qualquer outro líquido. Se

ocorrer paragem respiratória, deverão ser imediatamente iniciadas as manobras de

reanimação cardio-respiratória.

Se a intoxicação foi provocada por vapores de solventes a roupa poderá estar

contaminada e, nesse caso, deverá ser removida, após a qual a vítima deverá ser lavada

com água.

Caso a vítima recupere mas continue a revelar sinais de dificuldade respiratória ou

tenha antecedentes de doença respiratória, deve ser encaminhada para o hospital com

informação sobre o agente causador da intoxicação.

6.5 Ingestão de produtos químicos

Se a contaminação é localizada na boca, lavá-la várias vezes com água, tendo o

cuidado de não a engolir. No caso de ingestão acidental de um produto químico, beber

muita água, de modo a diluir o produto no estômago. Em caso algum deverá provocar o

vómito. Contactar imediatamente o 112.

6.6 Contaminação dos olhos

Em caso de lesão ocular com salpicos para o interior do olho, este deve ser lavado

com grande quantidade de água corrente (pelo menos durante 15 minutos), usando o

chuveiro lava-olhos, solução de limpeza ocular (se existir nas caixas de primeiros

socorros), soro fisiológico ou simplesmente água corrente da torneira. Antes de iniciar a

lavagem devem ser removidas lentes de contacto ou outras próteses oculares. A água

não deve atingir directamente o globo ocular e a irrigação deve ser tangencial (no sentido

nariz-orelha). Os olhos devem estar bem abertos, de modo a garantir uma boa lavagem

do olho.

Não se deve tentar mexer nos olhos ou remover qualquer partícula, uma vez que

isso requer a intervenção de pessoal especializado. Conduzir a vítima ao hospital,

acompanhada de informação sobre o agente causador e tratamento efectuado.

6.7 Cortes ou picadelas por materiais com contaminantes químicos ou

biológicos

6.7.1 Pequenos cortes ou picadelas

Os cortes pequenos ou picadelas são um dos tipos de ferida mais frequentes

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Fevereiro 2010 40

causadas por acidentes envolvendo o manuseamento de lâminas, bisturis e outros

materiais cortantes, como sejam o material de vidro, as pipetas de Pasteur, ou agulhas.

Se o ferimento tiver sido provocado por material sujo com produtos químicos ou

contaminação biológica, lavar a ferida abundantemente com água corrente e sabão.

Retirar bem o excesso de sabão. Desinfectar e cobrir com penso adequado. No caso de

estar a trabalhar com material biológico potencialmente patogénico é recomendável a

procura de aconselhamento médico especializado, indicando o tipo e a proveniência do

material biológico que esteve em contacto com o ferimento.

Após a limpeza do ferimento, se houver sangramento abundante cobrir com penso

de gaze e aplicar pressão durante 5-15 minutos, até parar a hemorragia. Se o penso ficar

ensopado não o retire e coloque outro por cima. Mantenha a pressão até conseguir

colocar uma ligadura de forma a manter o penso no lugar.

Excepto nos casos em que existam fracturas ou problemas na coluna, a zona de

hemorragia deve ser colocada acima do coração de modo a reduzir a pressão sanguínea

na zona ferida.

Se o corte for muito profundo deve cobri-lo com gaze e dirigir-se ao hospital para

ser suturado.

6.7.2 Sangramento de uma artéria

O sangramento de uma artéria é facilmente reconhecido pela cor vermelho vivo do

sangue e pelo facto de jorrar em esguicho. O sangramento deve ser imediatamente

controlado por pressão num ponto apropriado da artéria entre a ferida e o coração.

Contacte urgentemente o 112.

6.8 Choques eléctricos

Desligar imediatamente a corrente eléctrica, retirando a ficha da tomada. Não

utilizar o interruptor do equipamento porque a avaria deste poderá estar na causa do

acidente. Se não puder alcançar a tomada ou for esse o ponto de contacto, desligar o

quadro eléctrico.

Na impossibilidade de cortar a energia, colocar debaixo dos pés material isolante,

por exemplo uma caixa de esferovite, um tapete de borracha ou uma espessa camada de

jornais – atenção à presença de água ou outros líquidos no chão.

Não tocar na vítima com as mãos. Afastá-la da fonte de energia, utilizando um

cabo de vassoura ou uma cadeira de madeira. Não utilizar objectos húmidos (por exemplo

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Fevereiro 2010 41

uma esfregona) ou metálicos.

Contacte os serviços de emergência médica através do 112 se a vítima

perdeu a consciência, sofreu queimaduras ou se sente mal. Se a vítima estiver

inconsciente e em paragem respiratória iniciar imediatamente manobras de reanimação

cardio-respiratória.

6.9 Choque

O choque pode resultar de vários tipos de lesão sendo o mais comum o

hipovolémico, que esta associado na sua maioria a hemorragias, mas também a perda

abundante de fluidos. Os sintomas poderão incluir prostração, palidez, pele húmida e fria,

debilidade, tonturas, ansiedade e problemas de visão.

A vítima deve ser deitada com os pés ligeiramente levantados e tranquilizada de

modo a diminuir a sua ansiedade. Contactar imediatamente o 112.

7. PLANO DE EVACUAÇÃO/EMERGÊNCIA

No ITQB, todos os sistemas de apoio de infra-estrutura (comunicações, energia,

fluidos, AVAC, vácuo e ar comprimido) e de protecção e/ou resposta a situações de

emergência (botoneiras – ou botão de emergência –, detectores de fumo, accionamento

dos chuveiros automáticos (sprinklers), fecho automático das portas corta-fogo e corte

geral de energia e fluidos) são monitorizados e geridos por uma central computorizada.

Em caso de incêndio ou detecção de fumo, o sistema actua em cascata,

accionando os elementos de protecção e desligando os circuitos que possam, de alguma

forma, contribuir para o agravamento da situação de emergência. O programa de gestão

possui diferentes níveis de alarme, possibilitando o aborto da cascata de emergência

sempre que as situações detectadas forem falsas ou possam ser controladas localmente.

Em caso de acidente grave deverá ser accionado o sistema de emergência

(exemplos: derrame acidental de grande quantidade de solvente em que haja perigo de

incêndio, explosão ou libertação de gases/vapores tóxicos; incêndio em equipamento

eléctrico ou produtos químicos; fuga de gás; libertação de gases/vapores tóxicos;

contaminação por derrame de produtos radioactivos ou outros). De acordo com a

gravidade do acidente, poderá ou não ser necessário proceder à evacuação parcial ou

total do edifício.

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Fevereiro 2010 42

Perante uma situação de emergência cuja gravidade seja imediatamente

previsível, accionar prontamente o sistema de alarme do edifício, utilizando as

botoneiras e/ou os telefones vermelhos8 existentes nos corredores. Estes

dispositivos estão devidamente assinalados e encontram-se colocados nos pontos de

emergência em todos os pisos do Instituto (junto às escadas de emergência) e nos

corredores laterais.

Se detectar alguma anomalia que possa conduzir a acidente, notifique de imediato

o Serviço de Manutenção (ver contactos no Anexo 1).

Se deparar com uma situação de incêndio, ter em consideração o texto da caixa

abaixo e actuar somente se todas as premissas seguintes forem verdadeiras:

• o alarme geral de emergência foi accionado;

• o incêndio é de dimensões reduzidas, está contido e não está a alastrar para

além do seu ponto de partida;

• existe uma via segura de fuga, não existe perigo eminente e pode combater o

incêndio de costas voltadas para a saída;

• não há perigo de intoxicação por fumo (as máscaras de protecção existentes

nos corredores não são apropriadas para combate a incêndios);

• o extintor apropriado encontra-se acessível;

• sabe utilizar o extintor.

Se estas condições de seguranças não estiverem na sua totalidade

asseguradas, não deve tentar combater o incêndio. Accionar o alarme (se ainda não foi

feito), solicitar ajuda e abandonar a área em segurança, cumprindo as normas de

evacuação estabelecidas.

É obrigação de todos dar o alarme de emergência quando tal o justifique, mas

não é obrigação de ninguém combater um incêndio. Se tiver dúvidas acerca das

suas capacidades para dominar a situação não o tente fazer.

7.1 Normas de evacuação

Ao serem activados os alarmes de emergência automáticos (toque da sirene e

fecho das portas corta-fogo), quer por accionamento manual das botoneiras, quer por

detecção de fumo na central de incêndios, é obrigatório proceder-se à evacuação do

8 Os telefones vermelhos ligam apenas e directamente para o segurança que se encontra na portaria 2 junto

à central de alarme. Não servem para ligar para o 112 ou para qualquer outro serviço de emergência.

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Fevereiro 2010 43

edifício.

Actuar do seguinte modo, o mais rapidamente possível, sem se colocar a si ou aos

outros em perigo e respeitando as indicações que lhe forem dadas pelo pessoal das

equipas de segurança:

1. Se possível, assegurar-se que o equipamento de laboratório que estava a usar não

ficará fora de controlo na sua ausência.

2. Deixar o laboratório/sala o mais depressa possível, tendo o cuidado de fechar

todas as portas e janelas. A última pessoa a sair deverá mudar os indicadores

luminescentes, (pendurados do lado interior) para o lado exterior da porta (ITQB

II exclusivamente).

3. Se houver muito calor devido às chamas, caminhar debaixo dos chuveiros

automáticos que existem nos corredores (sprinklers) ou molhar-se completamente

utilizando os chuveiros de emergência no laboratório.

4. Não utilizar os elevadores ou o monta-cargas; não sair do seu percurso normal de

emergência nem demorar desnecessariamente para ir buscar bens pessoais. Se

demorar a sua saída poderá colocar-se a si ou os outros em perigo.

5. Descer as escadas sem correr e dirigir-se para as saídas de emergência.

ITQB II - Abandonar o edifício pelas saídas do piso 2 (sector A – porta de

emergência ao fim do corredor da biblioteca; sector B – porta principal) e

prosseguir até ao ponto de encontro (parque de estacionamento da Estação

Florestal Nacional) – ver mapa.

ITQB I - Abandonar o edifício pela saída do piso 2 (porta principal) e prosseguir

até ao ponto de encontro (parque estacionamento para funcionários do Instituto

Gulbenkian de Ciência) – ver mapa.

6. O “chefe de fila” de cada piso deve colocar o colete de emergência e em conjunto

com o “cerra fila” (dois elementos por sector) verificar se os indicadores

luminescentes estão colocados em todas as portas de laboratório/ sala do sector

correspondente (ITQB II exclusivamente), avisar as pessoas que se encontrem em

zonas isoladas da situação de perigo e encaminhar para as respectivas saídas.

7. No ponto de encontro, as pessoas devem agrupar-se por sectores de andar junto

ao correspondente “chefe de fila”, de forma a facilitar a verificação da presença de

todos e eventual contagem. Deve ser comunicado de imediato ao “chefe de fila” a

falta de qualquer elemento do laboratório que estava presente antes de ser

accionado o sinal de alarme.

8. Não voltar a entrar no edifício até que lhe seja especificamente comunicado que já

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Fevereiro 2010 44

é seguro entrar.

Mapa de

emergência

para o

ITQB II

Mapa de emergência

para o ITQB I

Edifícios ocupados pelo ITQB I

X Ponto de encontro

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Fevereiro 2010 45

7.2 Derrames de produtos químicos

Proceder sempre de acordo com as indicações existentes nas fichas de segurança

MSDS do(s) produto(s) derramado(s). No caso de derrame de elevada quantidade, se o

produto derramado for muito tóxico ou perigoso, avisar de imediato os colegas e o

Serviço de Manutenção (ou outra pessoa responsável por área afim – ver Anexo 1).

Proceder de imediato à ventilação, se aplicável, e à limpeza do local.

Para resolver pequenos acidentes, que podem ocorrer no dia-a-dia, todos os

laboratórios devem possuir um kit de emergência para a contenção de derrames de

produtos químicos. Neste kit deve existir material absorvente inerte, de fácil

manipulação (por exemplo: toalhetes de papel, vermiculite, almofadas absorventes, etc.),

luvas, máscara para partículas, pincel largo ou vassoura pequena, pá pequena e sacos de

plástico com atilho.

Os seguintes conselhos podem evitar situações degradáveis e potencialmente

perigosas:

1. Nunca colocar frascos contendo produtos para fundir ou aquecer directamente

sobre uma placa de aquecimento. Usar um banho-maria e pôr o frasco dentro de

um segundo recipiente.

2. Não pousar recipientes quentes sobre superfícies frias ou molhadas. Usar uma

base de cortiça ou várias camadas de papel.

3. Sempre que transvazar líquidos, faça-o dentro de um tabuleiro ou sobre papel de

bancada absorvente.

4. Não pegar com as mãos ou luvas molhadas em objectos de vidro contendo

produtos químicos.

5. Não transvazar líquidos inflamáveis ou muito voláteis junto de fontes de ignição.

6. Usar as bases adequadas ao volume e forma dos recipientes e aos produtos que

está a manipular. Se necessário, fixar os recipientes com garras e verificar se

estão devidamente apertadas.

Derrame de produtos químicos sólidos – evitar o contacto directo com o produto e

evitar respirar as partículas que ficam em suspensão no ar, devido ao derrame. Usar o

pincel e a pá e limpar a área afectada, colocando o lixo no saco de plástico, inclusive os

vidros (no caso do recipiente se ter partido), luvas e outros materiais que tenham estado

em contacto com o produto. A zona contaminada só deve ser lavada com água (ou líquido

apropriado) depois de se assegurar que o produto entornado foi devidamente removido.

Deste modo diminui a probabilidade de acidente se o produto for sensível à humidade ou

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Fevereiro 2010 46

reactivo com a água, a contaminação dos esgotos com produtos químicos eventualmente

tóxicos e que o derrame alastre por hidrofobicidade do pó. Colocar uma etiqueta no saco,

identificando o produto que contém e quantidade aproximada. O saco deve ser

depositado no armazém de resíduos para eliminação, de acordo com as regras

estabelecidas na Secção 5.7.1 d).

Derrame de produtos químicos líquidos – evitar o contacto directo com o produto

e respirar as emanações de vapores. No caso de produtos inflamáveis, tomar as

precauções necessárias para evitar o contacto com fontes de ignição. Se o produto for

muito volátil, arejar a sala, abrindo as janelas. Limitar e absorver o líquido derramado

com material absorvente. A zona contaminada só deve ser lavada com água (ou líquido

apropriado) depois de se assegurar que o produto entornado foi devidamente removido.

Deste modo diminui a probabilidade de acidente se o produto for sensível à humidade ou

reactivo com a água, a contaminação dos esgotos com produtos químicos eventualmente

tóxicos e que o derrame alastre por hidrofobicidade do líquido. Introduzir todos os

materiais sujos ou que tenham contactado com o produto no saco de plástico e colocar

uma etiqueta com a identificação do produto e quantidade derramada aproximada. O

saco deve ser depositado no armazém de resíduos para eliminação, de acordo com as

regras estabelecidas na Secção 5.7.1 d).

7.3 Incêndio ou explosão

Para além dos extintores móveis e das botoneiras de alarme existentes nos

corredores, todos os laboratórios e salas então equipados com extintores manuais

adequados e possuem interruptores gerais de emergência (electricidade e gás). Nos locais

onde são utilizadas fontes de ignição com chama aberta existem, também, mantas

anti-fogo. Os responsáveis por cada laboratório deverão assegurar que a zona onde se

encontra o material para combate a incêndios se mantém desobstruída (sem armários,

arquivos ou equipamentos que dificultem chegar ao material) e bem visível (não usar

estes equipamentos como cabide ou suporte para pendurar roupas ou outros objectos).

Os extintores e mantas anti-fogo devem ser mantidos em perfeito estado de

utilização e nos respectivos locais devidamente assinalados. O Instituto assegura a

inspecção periódica deste equipamento e a sua validação. No entanto, se detectar alguma

anormalidade deverá contactar a Comissão de Segurança ([email protected] ).

Em caso de incêndio ou explosão verificar, se possível, a existência de vítimas, dar

o alarme, avaliar a possibilidade de actuação e proceder segundo as normas de

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Fevereiro 2010 47

evacuação (ver Secção 7.1).

7.4 Fuga de gás

O cheiro a gás poderá indicar a existência de um bico de Bunsen que se apagou

acidentalmente, uma torneira de gás aberta, um cartuxo de gás mal colocado, ou uma

fuga quer nas borrachas de ligação aos bicos quer na própria canalização.

Sempre que se detectar cheiro a gás deve tentar-se localizar a sua proveniência

(dentro ou fora do laboratório) e verificar que todos os equipamentos de queima se

encontram bem montados e fechados. Verificar, também, que todas as torneiras das

bancadas (torneiras amarelas) se encontram fechadas. Não accionar interruptores

eléctricos de equipamentos ou das luzes.

Abrir as janelas e informar o Serviço de Manutenção (ver contactos no Anexo 1).

O cheiro a gás pode propagar-se rapidamente a outros laboratórios através das condutas

de recirculação do ar. Assim, se a fuga foi identificada e eliminada, evitar que se gere o

pânico, informando os laboratórios vizinhos da ocorrência.

Caso a fuga não tenha sido identificada e eliminada dever-se-á actuar segundo as

indicações dadas pelos elementos do Serviço de Manutenção e, se necessário, proceder à

evacuação do piso ou do edifício (ver Secção 7.1).

7.5 Libertação de gases ou vapores tóxicos

A libertação de gases ou vapores tóxicos pode ocorrer durante a realização de um

trabalho de laboratório, a manipulação e/ou derrame de produtos químicos. Sempre que

esta ocorrência seja previsível, o trabalho laboratorial ou manipulação de produtos

químicos deverá, obrigatoriamente, ser realizado dentro da hotte. Antes de se utilizar este

equipamento dever-se-á assegurar que o sistema de extracção está ligado e em bom

funcionamento.

Em caso de acidente, alertar de imediato os colegas (do laboratório e vizinhos),

para evitar o pânico ou acidentes por intoxicação e o Serviço de Manutenção (ver

contactos no Anexo 1).

Nunca agir sozinho (procurar sempre a vigilância ou ajuda de outro colega) e usar

o equipamento de protecção adequado (máscara, luvas, etc.). Caso seja um acidente de

pequenas dimensões e controlável deve proceder à sua limitação. Fechar as portas, abrir

as janelas, desligar (caso não haja perigo de explosão) ou afastar os equipamentos ou

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Fevereiro 2010 48

fontes responsáveis pela libertação de gases ou vapores, absorver o produto derramado

com material adequado (vermiculite ou outros) e proceder à limpeza do local, respeitando

as normas de eliminação de resíduos (ver Secção 5.7.1 d) ).

Se o acidente for grave ou o equipamento de protecção adequado não estiver

disponível não voltar a entrar no laboratório, fechar a porta e seguir as instruções dadas

pelo pessoal do Serviço de Manutenção. Deve manter-se disponível para prestar

informações sobre a ocorrência (identificação dos produtos químicos, quantidades

aproximadas, localização, números de pessoas expostas, etc.) aos elementos do Serviço

de Manutenção, bombeiros ou outros serviços que tenham de intervir.

7.6 Contaminação radioactiva

Em caso de pequenos derrames, proceder como indicado na Secção 5.6.3. Se for

necessária ajuda, contactar de imediato a pessoa responsável pela utilização de

radioisótopos e/ou a Comissão de Segurança (ver contactos no Anexo 1).

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Fevereiro 2010 49

ANEXOS Anexo 1 – Responsáveis na área de segurança (identificação e contactos)

Coordenador de SFCC: Helena Matias ([email protected]) ext. 1711

Serviço de Manutenção: Henrique C. Nunes ([email protected]) ext. 1125

Armazém de Solventes: João Rodrigues ([email protected]) ext. 1141

Armazém de Reagentes: Laboratórios de química do 7º piso

(Carlos Romão, Beatriz Royo e Rita Delgado)

Armazém de Resíduos: Henrique C. Nunes ([email protected] ) ext. 1125

Medicina do Trabalho: Dra. Helena Santos ([email protected]) ext. 1233

Agentes Biológicos: ITQB I – Rosário Mato ([email protected]) ext. 1834

ITQB II – Sérgio Filipe ([email protected]) ext. 1541

Radioactividade: Cecília Arraiano (cecí[email protected]) ext. 1547

Solventes: Beatriz Royo ([email protected]) ext. 1754

Sala de Lavagens: Teresa Silva Baptista ([email protected]) ext. 1336

COORDENADORES DE PISO*:

Piso 1 Henrique C. Nunes ([email protected]) ext. 1125

Piso 2 Fernando Jorge ([email protected]) ext. 1247

Piso 3 Inês Pereira ([email protected]) ext. 1327

Piso 4 Abel Oliva ([email protected]) ext. 1427

Piso 5 Mariana Pinho ([email protected]) ext. 1527

Piso 6 Cândido Pinto Ricardo ([email protected]) ext. 1654

Piso 7 Rita Delgado ([email protected]) ext. 1737

Ed. Química Chris Maycock ([email protected]) ext. 1775

Unid. Piloto António Cunha ([email protected]) ext. 1382

ITQB I Jaime Mota ([email protected]) ext. 1836

* Existe um coordenador de piso substituto para situações de emergência – ver

identificação no quadro de segurança da piso.

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Fevereiro 2010 50

Anexo 2 – Horário dos serviços prestados aos laboratórios

SALA DE LAVAGENS

Horário normal de funcionamento – das 9:00 às 17:00 h

Autoclavagem (esterilização) – 11:00h e 15:00 h (5º piso)

11:00h e 15:30 h (3º piso e ITQB I)

11:00h e 16: 00 h (6º piso)

OFICINA DE VIDRO

Horário normal de funcionamento – das 13:00 às 20:00

(fora deste horário contactar o responsável pelo Serviço de Manutenção)

RECOLHA DE RESÍDUOS

Entrega de resíduos químicos, biológicos e radioactivos nos respectivos armazéns sob

supervisão de um funcionário do Serviço de Manutenção em ambos os edifícios do ITQB

(I e II):

4as. feiras das 14:30 às 15:00

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Fevereiro 2010 51

Anexo 3 – Sinalização de segurança

Perigo de exposição a materiais

explosivos

Perigo de exposição a agentes

biológicos

Perigo de exposição a materiais

radioactivos ou radiações ionizantes

Perigo de exposição a temperaturas

muito baixas ou congelantes

Perigo de exposição a raios laser

Perigo de exposição a campo

magnético muito forte

Perigo de queda devido a superfície

escorregadia

Perigo de choque eléctrico

Proibida a entrada a pessoas com

próteses electrónicas

(ex.: pacemaker)

Proibido entrar com objectos

metálicos, mecânicos ou

magnéticos

Proibido fazer fogo, usar fontes de

ignição e fumar

Proibido fumar

Água imprópria para consumo

Proibido usar água para apagar

incêndios

Proibido comer ou beber

Aviso de obrigatoriedade para

manter a porta fechada

Obrigatório usar máscara para

poeiras

Obrigatório usar roupa de protecção

(bata)

Obrigatório usar luvas

Obrigatório usar protecção auditiva

Obrigatório usar protecção ocular

Obrigatório usar protector facial

Chuveiro de emergência

Lava-olhos de emergência

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Fevereiro 2010 52

Caixa de Primeiros Socorros

Ponto de encontro

Botoneira de emergência

Extintor

Manta anti-fogo

Carretel

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Fevereiro 2010 53

Anexo 4 – Transcrição do Anexo III do Dec. Lei nº 84/97 (de 16 de Abril) - Medidas de

confinamento de agentes biológicos

B - Níveis de confinamento A - Medidas de confinamento

Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

1- O local de trabalho deve estar separado

de quaisquer outras actividades no

mesmo edifício

Não Recomendado Sim

2- Os dispositivos de admissão e

evacuação do ar do local de trabalho

devem ser munidos de filtros absolutos

(HEPA) ou equivalentes

Não Sim, na

evacuação do ar.

Sim, na admissão

e evacuação do

ar

3- O acesso deve ser restrito aos

trabalhadores autorizados Recomendado Sim

Sim, através de

um

compartimento

estanque

4- O local de trabalho deve poder ser

hermeticamente fechado, a fim de

permitir a desinfecção

Não Recomendado Sim

5- Medidas de desinfecção especificadas Sim Sim Sim

6- O local de trabalho deve ser mantido a

uma pressão negativa em relação à

atmosférica

Não Recomendado Sim

7- Controlo eficiente de vectores, por

exemplo roedores e insectos Recomendado Sim Sim

8- As superfícies devem ser impermeáveis

à água e de limpeza fácil Sim, as bancadas

Sim, as bancadas

e o pavimento

Sim, as bancadas,

as paredes, o

pavimento e o

tecto

9- As superfícies devem ser resistentes

aos ácidos, bases, solventes e

desinfectantes

Recomendado Sim Sim

10- Armazenagem com segurança de um

agente biológico Sim Sim

Sim,

armazenagem

com segurança

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Fevereiro 2010 54

11- Nas instalações deve existir uma

janela de observação ou um dispositivo

alternativo para que os ocupantes possam

ser vistos

Recomendado Recomendado Sim

12- O laboratório deve confinar o seu

próprio equipamento Não Recomendado Sim

13- O material contaminado, incluindo

qualquer animal, deve ser manipulado em

câmaras de segurança ou isoladores ou

outro meio de confinamento apropriado

Se for necessário

Sim, quando a

infecção for

transmissível pelo

ar

Sim

14- Incinerador para carcaças de animais Recomendado Sim (disponível) Sim, no local.

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Fevereiro 2010 55

Anexo 5 – Normas para a utilização das salas de lavagens

Com estas normas pretende-se melhorar o rendimento e a qualidade do trabalho

nas salas de lavagem, assim como a segurança das funcionárias e de todos nós no ITQB.

Para isso, leia atentamente estas normas, afixe-as em local bem visível no

laboratório, e siga criteriosamente as recomendações propostas:

Todo o material deve ser marcado de forma indelével com as iniciais do

laboratório.

Recipientes com soluções, meios de cultura e outros, devem ser enviados

identificados para a sala de lavagem.

O material a transportar para a sala de lavagem, deve ser cuidadosamente

separados e colocado em alguidares e estes nos carrinhos dos laboratórios.

Evite derrames.

Todos os recipientes que tiverem contido qualquer produto químico

ou meios de cultura sólidos deverão ser cuidadosamente passados por

água e escovilhados se necessário, antes de serem colocados nos

carrinhos, de forma a que fiquem completamente isentos de resíduos.

Todos os recipientes deverão ser enviados sem rolha ou destapados.

O tratamento a dar ao material contido em cada alguidar, deve ser especificado

colocando um aviso em folha A4 com uma das seguintes indicações:

LAVAR

DESCONTAMINAR E LAVAR

DESCONTAMINAR E DESCARTAR

ESTERILIZAR

CONTAMINADO N2 (agentes biológicos de Grupo de Risco 2)

O material para DESCONTAMINAR E DESCARTAR deve ser colocado nos

carrinhos em sacos próprios para autoclave fechados (à venda no armazém).

Nenhum recipiente que tenha contido um produto que liberte gases

irritantes ou tóxicos quando aquecido, pode ser enviado para as salas

de lavagem. Estes recipientes devem ser descontaminados com lixívia ou

outros descontaminantes químicos apropriados durante 24 horas, de acordo

com as especificações, e descartados pelo próprio laboratório, também de

acordo com as especificações. Devem ser também seguidas as regras

apropriadas para a descontaminação e a eliminação de restos destes reagentes,

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MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

Fevereiro 2010 56

devendo estes serem descartados de preferência no esgoto da sala de

tratamento de águas do 1º piso do ITQB II.

O material a autoclavar deve conter um pedaço de fita indicadora de

autoclavagem.

As condições normais de esterilização por autoclavagem são: 121ºC,

20 min. Casos especiais serão atendidos dentro das possibilidades do

serviço e deverão ser combinados atempadamente.

Os recipientes com meio líquido para autoclavar não devem estar cheios acima

de 80% do seu volume nominal.

Não deve ser enviado para a sala de lavagem material de vidro partido.

Se pretende utilizar algum autoclave, fora das horas de serviço das

funcionárias, leia as instruções com antecedência. Surgindo dúvidas, peça

esclarecimentos às funcionárias enquanto se encontram ao serviço. Assine o log

book.

Se usar alguma estufa, desligue-a logo que esta deixe de ser necessária.

As salas de lavagem não deverão ser utilizadas como locais de armazenamento

de lixo, tanto sólido como líquido.

Não é função das salas de lavagem encher as caixas de pontas dos

laboratórios. No entanto, solicitações serão atendidas mediante a

disponibilidade das funcionárias e sempre após a execução de todas

as suas tarefas.

NÃO SERÁ ACEITE material que não esteja devidamente:

• identificado

• acondicionado nos alguidares e nos carrinhos

• isento de resíduos e sem rolha

• acondicionado em sacos próprios para autoclave

Não são autoclavados recipientes que tenham sido sujeitos a descontaminação química.

SOLICITAÇÕES DE CARÁCTER PARTICULAR DEVERÃO SER REALIZADAS POR CADA

LABORATÓRIO.

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Fevereiro 2010 57

Anexo 6 – Classificação de substâncias químicas em grupos de risco, incompatibilidade e

indicações para armazenagem

Classe química Exemplos

Método de

armazenagem

recomendado

Incompatibilidade

dos materiais

Perigos

(reacção possível

se ocorrer mistura)

Ácidos

corrosivos

Ác. minerais:

Ác. crómico

Ác. clorídrico

Ác. nítrico

Ác. perclórico

Ác. fosfórico

Ác. sulfúrico

Armário

separado ou

local afastado

de zonas

húmidas (ex.

perto de

lavatórios)

Líquidos inflamáveis

Sólidos inflamáveis

Bases

Oxidantes

Tóxicos

Metais (formação de

H2)

Calor

Formação de gás

Reacção violenta

Bases

corrosivas ou

cáusticas

Hidróxido de

amónio

Hidróxido de sódio

Hidróxido de

potássio

Bicarbonato de

sódio

Armário

separado ou

local afastado

de zonas

húmidas (ex.

perto de

lavatórios)

Líquidos inflamáveis

Sólidos inflamáveis

Ácidos

Oxidantes

Tóxicos

Calor

Formação de gás

Reacção violenta

Explosivos

Nitrato de amónio

Ác. pícrico

Trinitroanilina

Trinitrobenzeno

Ác. trinitro-

benzóico

Trinitrotolueno

Nitrato de ureia

Local seguro,

afastado de

outros químicos

Líquidos inflamáveis

Oxidantes

Tóxicos

Ácidos

Bases

Explosão

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Fevereiro 2010 58

Líquidos

inflamáveis

Acetona

Benzeno

Dietil-éter

Metanol

Etanol

Tolueno

Ác. acético glacial

Armário para

produtos

inflamáveis

colocado junto

ao chão ou

frigorífico para

produtos

inflamáveis

Ácidos

Bases

Oxidantes

Tóxicos

Incêndio

Calor

Reacção violenta

Sólidos

inflamáveis

Sódio

Magnésio

Fósforo

Área separada,

seca e fresca

Ácidos

Bases

Oxidantes

Tóxicos

Incêndio

Calor

Reacção violenta

Oxidantes

Hipoclorito de

sódio

Peróxido de

benzoílo

Permanganato de

potássio

Clorato de

potássio

Dicromato de

potássio

E outros

peróxidos,

percloratos,

cloratos, nitratos,

bromatos, e

superóxidos

Colocar dentro

de um tabuleiro

anti-derrame

separado de

materiais

inflamáveis e

combustíveis

Agentes redutores

Inflamáveis

Combustíveis

Corrosivos

Incêndio

Formação de

gases tóxicos

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MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

Fevereiro 2010 59

Tóxicos

Cianetos

Cádmio

Mercúrio

Ósmio

Acrilamida

DMSO

DMF

Guardar dentro

de contentores

secundários

inquebráveis e

resistentes a

químicos em

local ventilado,

seco e fresco

Líquidos inflamáveis

Ácidos

Bases

Oxidantes

Corrosivos

Formação de

gases tóxicos e

inflamáveis

Reacção violenta

Químicos

reactivos com

água

Sódio metálico

Potássio metálico

Lítio metálico

Hidreto de lítio e

alumínio

Local seco e

fresco, longe de

zonas com

chuveiros

anti-incêndio e

lavatórios ou

outras fontes

húmidas

Soluções aquosas

Oxidantes

Calor

Reacção violenta

Gases

comprimidos

inflamáveis

Metano

Acetileno

Propano

Hidrogénio

Zona seca e

fresca, longe de

gases oxidantes

e firmemente

seguros a

parede ou

bancada

Gases comprimidos

tóxicos ou oxidantes

Sólidos oxidantes

Incêndio

Explosão

Gases

oxidantes

inflamáveis

Oxigénio

Cloro

Bromo

Zona seca e

fresca, longe de

gases

inflamáveis e

firmemente

seguros a

parede ou

bancada

Gases inflamáveis

Incêndio

Explosão

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MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

Fevereiro 2010 60

Gases

comprimidos

tóxicos

Monóxido de

carbono

Ác. Sulfídrico

Ác. clorídrico

Zona seca e

fresca, longe de

gases

inflamáveis ou

líquidos e

firmemente

seguros a

parede ou

bancada

Gases inflamáveis

Gases oxidantes

Libertação de gás

tóxico

Reacção violenta

Materiais

sensíveis a

choques

Nitrato de amónio

Trinitroanilina

Trinitroanisol

Trinitrobenzeno

Ác. trinitrobenze-

nosulfónico

Ác. trinitro-

benzóico

Trinitrocloro-

benzeno

Trinitrofenol (ou

Ác. Picríco seco)

Trinitrotolueno

Nitrato de ureia

Picratos (em geral)

Guardar em

local seguro

afastado de

outros químicos

Líquidos inflamáveis

Oxidantes

Tóxicos

Ácidos

Bases

Explosão

Reacção violenta

Radioactivos

Trítio (3H)

Carbono 14

Enxofre 35

Fósforo 32

Iodo 125

Guardar em

local com

protecção de

radiações,

fresco e seco.

O armário ou

caixa deverá ter

fechadura de

protecção.

Ver as folhas de

segurança dos

produtos (MSDS)

Ver as folhas de

segurança dos

produtos (MSDS)

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MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

Fevereiro 2010 61

Químicos

gerais

(não

reactivos)

Agar

Cloreto de sódio

Glucose (e outros

açúcares)

Albumina

Sais não reactivos

Nas bancadas

do laboratório

ou em estantes,

de preferência

com portas de

vidro or abaixo

do nível dos

olhos

Ver as folhas de

segurança dos

produtos (MSDS)

Ver as folhas de

segurança dos

produtos (MSDS)

EXEMPLOS DE MISTURAS INCOMPATÍVEIS

Composto/Classe

Ácidos Evitar guardar junto ou em contacto com:

Ác. acético

Ác. fluorídrico

Ác. nítrico (conc.)

Ác. sulfúrico

Ác. crómico, ác. nítrico, compostos hidróxilados, etilenoglicol, ác. perclórico,

peróxidos, permanganatos

Amónia (aquosa ou anidra)

Ác. Acético, anilina, ác. crómico, acetona, álcool ou outros líquidos

inflamáveis, ác. cianídrico, ác. sulfídrico ou outros gases inflamáveis,

substâncias que possam sofrer nitração: cobre, latão ou qualquer metal

pesado (ou que gerem NO2 ou fumos nitrosos) ou produtos orgânicos como

sejam a madeira e o papel

Metais leves (lítio, sódio, potássio), cloratos, percloratos, permanganatos,

água

Bases

Amónia

Óxido de cálcio

Metais alcalinos

Bromo

Carvão activado

Cloro

Cobre

Mercúrio, cloro, bromo, iodo, ác. fluorídrico, hipoclorito de cálcio

Água

Sódio, potássio, magnésio, cálcio, aluminio, dióxido de carbono, tetracloreto

de carbono ou outros hidrocarbonetos clorados, halogénios e água

Amónia, acetileno, butadieno, metano, propano, butano ou outros gases do

petróleo, hidrogénio, carbeto de sódio, turpentina, benzeno, partículas

metálicas finamente divididas

Hipoclorito de sódio, ác. nítrico, ác. sulfúrico, agentes oxidantes

Amónia, acetileno, butadieno, metano, propano, butano ou outros gases do

petróleo, hidrogénio, carbeto de sódio, turpentina, benzeno, partículas

metálicas finamente divididas

Acetileno, peróxido de hidrogénio, ác. nítrico, azidas

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MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

Fevereiro 2010 62

Flúor

Iodo

Mercúrio

Oxigénio

Fósforo (branco)

Potássio

Prata

Isolar de tudo

Acetileno, amónia (aquosa ou anidra), hidrogénio

Acetileno, ác. oxálico, ác. tartárico, ác. fulmínico (produzido por misturas de

ác. nítrico com etanol)

Óleos, gorduras, hidrogénio, outros gases, líquidos ou sólidos inflamáveis

Ar, oxigénio, agentes alcalinos caústico que actuem como redutores (ou que

gerem fosfina), enxofre

Tertracloreto de carbono, dióxido de carbono, água

Acetileno, ác. oxálico, ác. tartárico, ác. fulmínico (produzido por misturas de

ác. nítrico com etanol), compostos de amónio

Orgânicos

Acetona

Acetileno

Anilina

Líquidos inflamáveis

Hidrocarbonetos

(propano, butano, ...)

Nitroparafinas

Ác. oxálico

Misturas contendo ác. nítrico conc. ou ác. sulfúrico

Flúor, cloro, bromo, cobre, prata, mercúrio

Ác. nítrico, peróxido de hidrogénio

Nitrato de amónia, ác. crómico, peróxido de hidrogénio ác. nítrico, peróxido

de sódio, halogénios, óxidos de crómio VI

Flúor, cloro, bromo, ác. crómico, peróxido de sódio

Bases inorgânicas, aminas

Prata, mercúrio

Oxidantes

Cloratos

Ác. crómico (trióxido)

Nitrato de amónia

Dióxido de cloro

Hidroperóxido de

cumeno

Hipocloritos

Nitratos

Ác. Perclórico

Peróxidos (orgânicos)

Clorato de potássio

Permanganato de

potássio

Sais de amónia, ácidos, pó de metais, enxofre, compostos orgânicos

finamente divididos, materiais combustíveis

Ác. acético, naftaleno, cânfora, glicerol, terebentina, álcool ou líquidos

inflamáveis

Ácidos, pó de metais, líquidos inflamáveis, cloratos, nitratos, enxofre, metriais

orgânicos ou combustíveis finamente divididos

Amónia, metano, fosfina, ác. sulfídrico

Ács. inorgânicos e orgânicos

Ácidos (formam cloro ou ácido hipocloroso)

Ác. sulfúrico (gera NO2)

Anidrido acético, bismuto e sua ligas, álcool, papel, madeira, gorduras, óleos

Ács. orgânicos ou inorgânicos; evitar também a fricção e guardar no frio

Ácidos, especialmente o sulfúrico

Glicerol, etilenoglicol, benzaldeído, ác. sulfúrico

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MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

Fevereiro 2010 63

Peróxido de sódio

Metais alcalinos

Óxido de cálcio

Cianetos

Fósforo (branco)

Sulfuretos

Qualquer substância oxidável como o etanol, metanol, glicerol, etilienoglicol,

ác. glacial acético, anidrido acético, benzaldeído, furfural, acetato de metilo,

acetato de etilo, dissulfureto de carbono

Sódio, potássio, magnésio, cálcio, aluminio, dióxido de carbono, tetracloreto

de carbono ou outros hidrocarbonetos clorados, halogénios e água

Água

Ácidos (geram ác. cianídrico)

Ar, oxigénio, agentes alcalinos caústico que actuem como redutores (ou que

gerem fosfina), enxofre

Ácidos (geram ác. sulfídrico)

Agentes

redutores

Hidrazina

Nitritos

Nitrito de sódio

Peróxido de hidrogénio, ác. nítrico, outros oxidantes

Ácidos (geram fumos nitrosos)

Nitrato e outros sais de amónio

Tóxicos/Venenos

Arsenatos

Azidas

Cianetos

Ác. cianídrico

Ác. sulfídrico

Selenatos

Sulfuretos

Teluratos

Agentes redutores (geram arsénico)

Ácidos (geram ác. azídico)

Ácidos (geram ác. cianídrico)

Ác. nítrico e bases

Ác. nítrico fumante, gases oxidantes

Agentes redutores (geram ác. selénico)

Ácidos (geram ác. sulfídrico)

Agentes redutores (geram ác. telúrico)

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Fevereiro 2010 64

Anexo 7 – Tabela de propriedades de elementos radioactivos

ISÓTOPOS RADIACTIVOS MAIS UTILIZADOS – PARÂMETROS PRINCIPAIS

Nuclídeo Radiação

principal

Tempo de

meia-vida

Limite por

ingestão

(µµµµCi)

Protecção Notas

3H Beta

18,6 keV 12,3 anos 80000 Nenhuma -------

14C Beta

156 keV 5730 anos 2000 Nenhuma -------

32P Beta

1700 keV 14,3 dias 600

Plexiglas acrílico

1 cm

A radiação Beta

produz raios-X

quando interage

com materiais de

elevado nº

atómico. O

chumbo ou

outros metais não

devem ser usados

nas barreiras de

protecção.

35S Beta

167 keV 87 dias 1000 Nenhuma -------

45Ca Beta

257 keV 163 dias 2000 Nenhuma -------

51Cr Gama

320 keV 28 dias 40000

Chumbo

HVL*= 2 mm

TVL**= 6.6 mm

-------

57Co Gama

122 keV 271 dias 4000

Chumbo

HVL*= 6 mm

TVL**= 18 mm

-------

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MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

Fevereiro 2010 65

125I Gama

27 keV 60 dias 40

Chumbo

HVL*= 0.02 mm

TVL**= 0.07 mm

A volatilização

constitui o maior

perigo. Trabalhar

com um

composto de iodo

volátil cuja

actividade exceda

1 mCi deve ser

feita dentro da

hotte, excepto

quando for

estabelecido um

programa

especial de

ensaio biológico

para o utilizador.

Beta

606 keV 131I

Gama

364 keV

8 dias 30

Chumbo

HVL*= 3 mm

TVL**= 11 mm

Ver 125I

Os dados desta tabela foram consultados em Fevereiro de 2010 nos seguintes endereços:

http://www.mcg.edu/services/ehs/radsafe/rmanual1/nuclid.htm

http://hpschapters.org/northcarolina/nuclide_information_library.php3

*HVL – (Half Value Layer) Espessura da barreira protectora penetrável por 50% da radiação

**TVL – (Tenth Value Layer) Espessura da barreira protectora penetrável por 10% da radiação

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Fevereiro 2010 66

Anexo 8 – Recomendações ergonómicas para o trabalho de secretária9 e exercícios de

descontracção e anti-stress10

9 http://ceep.crc.uiuc.edu/eecearchive/books/fte/appli/ubelacker.html (consultado em Fevereiro de 2010) 10 http://blog.dharmanyc.com/blog/_archives/2007/10/30/3324184.html (consultado em Fevereiro de 2010)

(50 – 70 cm)

(50 – 70 cm)

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Fevereiro 2010 67

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Fevereiro 2010 68

Anexo 9 – Lista de pessoas credenciadas com o curso de “Suporte Básico de Vida”

ITQB II Luís Gonçalves ext. 1121

Nuno Monteiro ext. 1148

Cristina Lopes ext. 1233

Isabel Soares Mestre ext. 1244

João Nuno Carita ext. 1324

Cláudia Lopes Pinheiro ext. 1350

Leonor Tomaz ext. 1448

Marcos Sousa ext. 1424

M. Manuel Rato ext. 1409

Sónia Mendes ext. 1535

Paula Isabel Alves ext. 1552

Tiago Pais ext. 1545

Sónia Negrão ext. 1660

Pedro Barros ext. 1648

Conceição Almeida ext. 1744

Miguel Pessanha ext. 1760

Teresa Negrão-Serra ext. 1729

Unidade Piloto (não tem socorrista)

Edíficio da Química Fernanda Spínola ext. 1784/7

Antero Ramos ext. 1772

ITQB I Paula Cristina Alves ext. 1848

Debora Tavares ext. 1871

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Fevereiro 2010 69

Anexo 10 – Folha de registo de acidentes e incidentes

NOTIFICAÇÃO DE ACIDENTE OU INCIDENTE

ACCIDENT OR INCIDENT REPORT

1. Data, hora e local / Date, hour and place:

2. Descrição do acidente ou incidente / Accident or incident description:

3. Pessoas envolvidas (ID) / People involved (ID):

4. Análise das causas / Analysis of the causes:

5. Acções correctivas a implementar / Corrective measures to be applied:

6. Feridos /Injured? ���� Sim / Yes Quantos / How many? ______

���� Não / No

7. Tipo de ferimentos / Description of injuries:

8. Intervenção de socorrista / First Aid intervention?

���� Sim / Yes Quem / Who? _____________________________________

���� Não / No

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Fevereiro 2010 70

9. Atenção médica externa necessária / External medical care needed?

���� Sim / Yes Aonde / Where? ___________________________________

���� Não / No

10. Danos materiais / Material damage? ���� Sim / Yes ���� Não / No

11. Quais / What kind?

Nome / Name:

Data / Date:

Nota: Quando haja ocorrência de um acidente com feridos, as pessoas

afectas ao ITQB devem reportar o acidente à Secção de Pessoal (Madalena

Pereira ext.:1231) e os afectos ao IBET à Dra. Isabel Ribeiro (ext. 1371), para

fins de activação do seguro de acidentes.

Note: When an accident with injured people happens, people from ITQB

should report at the Personnel Department (Madalena Pereira, ext. 1231) and

people from IBET should report to Dra. Isabel Ribeiro (ext. 1371), in order to

activate the accident insurance.

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MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

Fevereiro 2010 71

Anexo 11 – Selecção de luvas para laboratório (compatibilidade com produtos químicos)

A selecção de luvas para as tarefas a realizar no laboratório é um factor

importante para a segurança pessoal. O uso de luvas apropriadas providencia protecção

contra substâncias químicas prejudiciais, mas uma escolha incorrecta do material com que

é fabricada a luva poderá promover uma falsa sensação de segurança. Os produtos

químicos podem atravessar as luvas como resultado de um dano existente nas luvas mas

também poderão difundir-se através delas, quer por degradação quer por permeação do

próprio material que constitui a luva.

O uso de luvas permeáveis aos químicos em utilização poderá agravar o perigo de

queimadura pois, neste caso, a luva prolongará o contacto com a pele, para além de a

humidade e o calor aumentarem a permeabilidade desta.

Se o tipo de luva a usar não permitir a maneabilidade adequada do equipamento

ou material (ex.: material escorregadio, luva demasiado larga, etc.), poderão ser

adaptados outros tipos de luvas a usar por cima ou por dentro das que conferem

protecção química (ex.: luva anti-derrapante, de algodão, etc.).

De uma forma geral, podem indicar-se os seguintes tipos de luvas, consoante o

tipo de químicos a manipular:

Borracha natural (látex) – resistente a bases, ácidos, álcoois e soluções aquosas

diluídas de uma grande variedade de químicos. As luvas finas de látex e as

luvas para exame médico não conferem protecção contra produtos químicos.

As proteínas contidas no látex podem provocar reacções alérgicas em algumas

pessoas (ver NOTA MUITO IMPORTANTE 11).

Neopreno – resistente a hidrocarbonetos alifáticos, álcoois, etilenoglicol, gorduras

ou óleos animais e vegetais e hidrocarbonetos fluorados, como sejam os

gases refrigerantes.

Nitrilo – resistente a soluções alcalinas, soluções salinas saturadas e hidrocarbonetos

alifáticos (saturados e insaturados). É pouco afectado pelos ácidos orgânicos

existentes em gorduras ou óleos vegetais ou álcoois alifáticos, glicóis e

gliceróis. Não deve ser utilizado na presença de agentes oxidantes fortes e

cetonas.

PVC – resistente a aminas, hidrocarbonetos aromáticos, ácidos inorgânicos, bases e

11 NOTA MUITO IMPORTANTE: As pessoas com alergia grave ao látex devem ser portadoras de uma bracelete

com essa indicação. É preciso ter em atenção que os socorristas ou médicos usam este tipo de luvas quando avaliam os doentes ou pessoas sinistradas para se protegerem contra infecções causadas por agentes biológicos.

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Fevereiro 2010 72

sais. Não deve ser usado com aldeídos, cetonas, compostos halogenados e

produtos do petróleo.

Viton – é a borracha mais resistente a produtos químicos. Pode ser utilizado com

óleos, combustíveis e lubrificantes, a maioria dos ácidos minerais, fluidos

hidráulicos e hidrocarbonetos (alifáticos e aromáticos).

PVA – resistente a solventes clorados, hidrocarbonetos aromáticos e cetonas. Como

o PVA é solúvel em água não deve ser usado em soluções aquosas ou água.

Borracha butílica – é resistente a ácidos extremamente corrosivos, cetonas e

ésteres. Não deve ser usada com compostos halogenados.

Como as características de protecção conferida pelas luvas dependem do

fabricante, é essencial consultar a tabela de compatibilidade química e tempos de

permeabilidade fornecida por este, antes de proceder à compra. Como exemplo, inclui-se

uma tabela 12 de compatibilidade química com dados referentes a algumas substâncias de

uso frequente.

TABELA DE COMPATIBILIDADE QUÍMICA PARA ALGUNS TIPOS DE LUVAS

Tipo de luva

Substância Látex Nitrilo Neopreno PVA PVC

Borracha

butílica Viton

Acetaldeído

Acetato de amilo

Acetato de butilo

Acetona

Acetonitrilo

Ác. acético

Ác. acrílico

Ác. cítrico

Ác. clorídrico

Ác. crómico

Ác. fluorídrico

Ác. fórmico

Ác. fosfórico

Ác. láctico

Ác. nítrico 70 %

F

NR

NR

F

F

G

F

G

G

NR

G

G

F

G

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NR

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G

G

G

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F

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12 http://www.safety.ed.ac.uk/resources/General/gloves.shtm (consultado em Fevereiro de 2010)

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MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

Fevereiro 2010 73

Ác. perclórico 60 %

Ác. pícrico

Ác. sulfúrico 47 % (baterias)

Ác. sulfúrico 95 %

Álcool isobutílico

Álcool isopropílico

Álcool propílico

Anilina

Benzaldeído

Benzeno

Bifenilos policlorados

Brometo de metileno

Butanol

Ciclohexanol

Cloreto de metileno

Clorobenzeno

Clorofórmio

Detergentes (pó/líquido)

Dibutil-ftalato

Dietilamina

Diesel

Diluente (remoção de tintas)

Dissulfureto de carbono

Estireno

Etanol

Etilacetato

Etilenoglicol

Etiléter

Fenol

Formaldeído (sol. 40 %)

Gasolina

Glicerina

Hexano

Hidrazina 65 %

Hidróxido de amónio (conc.)

Hipoclorito de sódio (lexívia)

Metanol

Metil metacrilato

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MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

Fevereiro 2010 74

Metilamina

Metiletil-cetona (MEK)

Peróxido de hidrogénio

Piridina

Soluções para fotografia

Solvente para borracha

Tetracloreto de carbono

Tetracloroetano

Tolueno

Terebentina

Tintas para impressão

Xileno

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Legenda da tabela:

NR – Este tipo de luva não protege a pele de exposição à substância (degrada-se ou é

permeável)

F – A luva pode ser usada para aplicações limitadas (salpicos ou períodos muito curtos).

Deve haver um controlo cuidado do estado da luva.

G – A luva confere protecção adequada quando exposta à substância.

* – Informação não disponível.