fundamentos e metodologia de matemática - intervenções do professor
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Fundamentos e Metodologia de Matemática
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SUMÁRIO
1. Texto: Intervenções do Professor para o Conceito de Número ............... 03
2. Apresentação para Alunos da 5ª Série: A História da Matemática .......... 04
3. Ábaco: Tipos, Surgimento e Utilidades para a Humanidade ................... 13
4. O Ábaco como Recurso para a Compreensão das Casas Decimais
nos Livros Didáticos ................................................................................. 16
5. Crianças Utilizando o Ábaco: Atividade e Perguntas ............................... 20
6. Bibliografia ............................................................................................... 23
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1. TEXTO: INTERVENÇÕES DO PROFESSOR PARA O CONCEITO DE
NÚMERO
O desenvolvimento do pensamento e do aprendizado da criança está ligado à observação e à exploração do mundo à sua volta e,
no ensino da matemática, isso não é diferente. Partindo do princípio de que a compreensão e o aprendizado são processos pessoais,
torna-se indispensável que o aluno pense por si próprio e faça as suas descobertas. Neste contexto, o papel do professor é apresentar
e estimular o conhecimento matemático através dos instrumentos adequados.
As primeiras experiências matemáticas na escola devem basear-se nos conhecimento pré-existentes e informais das crianças e,
para isso, o professor buscará meios de fazer a criança explorar o que as rodeia a fim de que ela crie suas próprias reflexões.
Existem diversas possibilidades de intervenções que podem ser aplicadas pelo professor na construção do conceito de número,
sendo que as mais comuns e eficazes estão relacionadas ao manuseio de materiais (reconhecimento e contagem de objetos, blocos,
jogos, dominós, material dourado, ábaco e etc.).
No aprendizado da matemática, os materiais concretos são utilizados para representar os conceitos matemáticos. As relações
matemáticas não estão nos objetos, em si, mas são os facilitadores para que esses pensamentos abstratos sejam assimilados. A
compreensão e consequentemente assimilação do abstrato através do concreto resulta em uma aprendizagem significativa.
Para estimular a autonomia e espontaneidade de reflexão, é indispensável que o docente se preocupe com a realidade apresentada
pelos alunos, adequando o conteúdo conforme a evolução deles e fazendo intervenções conscientes, permitindo que a criança
complete sua construção de conceitos de maneira autônoma. O docente deve levar os alunos a refletirem criticamente, procurando
trabalhar as operações matemáticas de forma contextualizada, levando-os a exercitar o raciocínio lógico.
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1. TEXTO: INTERVENÇÕES DO PROFESSOR PARA O CONCEITO DE
NÚMERO
Durante o ensino do conceito de número, o professor deve oferecer os materiais às crianças antes das explicações teóricas e do
trabalho com lápis e papel. Os educandos precisam de tempo e liberdade no contato com o material, fazer descobertas sobre a sua
estrutura e brincar com os objetos. Após o trabalho livre, o professor pode fazer intervenções, levantando questões e estimulando os
alunos a emitirem suas opiniões. Resumindo, no início do aprendizado matemático, é indispensável a ação e o raciocínio do aluno,
pois é através dele que os conceitos exatos serão absorvidos. A troca de ideias proveniente da observação e manipulação de
materiais permite a elaboração das relações matemáticas. A partir daí, o professor assume o papel de organizar este conhecimento de
maneira gradual.
Podemos concluir que o professor deve encarar o ensino da matemática nas séries iniciais como um estímulo à exploração e ao
raciocínio, cujo principal instrumento é a utilização de materiais concretos. É importante frisar que é através das intervenções
oportunas do professor, respeitando a individualidade e autonomia de cada criança no processo de aprendizagem, que os alunos
constroem seu conhecimento lógico-matemático.
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2. APRESENTAÇÃO PARA ALUNOS DA 5ª SÉRIE: A HISTÓRIA DA
MATEMÁTICA
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• Os pastores de ovelhas tinham necessidades de controlar os rebanhos. Precisavam saber se não faltavam ovelhas. Como os pastores
podiam saber se alguma ovelha se perdera ou se outras haviam se juntado ao rebanho?
• Alguns vestígios indicam que os pastores faziam o controle de seu rebanho usando conjuntos de pedras. Ao soltar as ovelhas, o
pastor separava uma pedra para cada animal que passava e guardava o monte de pedras. Quando os animais voltavam, o pastor
retirava do monte uma pedra para cada ovelha que passava. Se sobrassem pedras, ficaria sabendo que havia perdido ovelhas. Se
faltassem pedras, saberia que o rebanho havia aumentado. Desta forma mantinha o seu controle.
• Uma ligação do tipo: para cada ovelha, uma pedra chama-se em Matemática: correspondência um a um, que nada mais é associar a
cada objeto de uma coleção um objeto de outra coleção. Como você vê, o homem resolveu seus primeiros problemas de cálculo
usando a correspondência um a um. A correspondência um a um foi um dos passos decisivos para o surgimento da noção de
número.
A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
O número surgiu a partir do momento em que existiu a
necessidade de contar objetos e coisas e isso aconteceu há
mais de 30.000 anos. Os homens nessa época viviam em
cavernas e grutas e não existia a ideia de números. Assim,
quando os homens iam pescar ou caçar levavam consigo
pedaços de ossos ou de madeira. Para cada animal ou fruto
capturado, o homem fazia no osso ou no pedaço de madeira
um risco.
Com a evolução do homem, que deixando de ser nômade
fixou-se em um só lugar, esse passou a praticar não somente a
caça e a coleta de frutos, mas também o cultivo de plantas e a
criação de animais. A partir daí surgiu a necessidade de uma
nova forma de contagem, pois o homem precisava controlar o
seu rebanho.
Passou-se, então, a utilizar pedras: cada animal representava
uma. Mas como isso era feito? Para cada animal que ia pastar,
uma pedra era colocada dentro de um saco. Ao final do dia,
para cada animal que entrava no cercado, uma pedra era
retirada. Assim, era possível manter o controle e saber se
algum animal havia sido comido por outro animal selvagem
ou apenas se perdido. Por fim, com a evolução do homem e da
matemática, surgiu a palavra cálculo, que em latim significa
“contas com pedras”.
OS PRIMEIROS REGISTROS DE NÚMEROS
• Depois que o homem teve a ideia de fazer agrupamentos
para facilitar a contagem, surgiu o problema de registrar os
agrupamentos usando algum tipo de marca. Veja porque isso
era necessário:
• Imagine que uma pessoa usasse traços para representar cada
ovelha. Por exemplo: um homem tinha | | | | | | | | | | | | | | | | | | |
| | | | ovelhas. Não seria nada prático, não é mesmo? Talvez a
solução encontrada tenha sido separar grupos de marcas: um
homem tinha | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | ovelhas. Neste caso,
as marcas estão agrupadas de dez em dez.
REGISTRANDO GRANDES QUANTIDADES
Surgiu a partir do momento que o homem teve acesso a
abstração dos números e aprendeu a distinção entre o
número cardinal e o número ordinal. Seus instrumentos
de contagem (pedras, conchas, pauzinhos, terços de
contas, bastões entalhados, nós de corda e etc.)
tornaram-se verdadeiros símbolos. Existiam outras
bases: base cinco, base vintesimal (20 dedos) e a base
60. Os sumérios e os assírios – babilônios utilizavam nas
medidas de distância, superfície, volume, dia (dividido
em 12 partes) juntamente com o zodíaco (base 12).
A INVENÇÃO DA BASE
Os egípcios da antiguidade criaram um sistema muito
interessante para escrever números, baseando em
agrupamentos. Essa ideia de agrupar foi utilizada nos
sistemas mais antigos de numeração.
Cada unidade era representada por:
Ao chegar às dezenas os foram substituídos por ∩:
O SISTEMA DE NUMERAÇÃO EGÍPCIO
1 2 3 4 5 6 7 8 9
I II III II
II
II
II
I
III
III
III
III
I
IIII
IIII
IIII
IIII
I
1
0 11 12
1
3 14 15 16 17 18 19 20 21
∩ ∩I ∩II
∩I
II
∩III
I
∩II
I
II
∩II
I
III
∩II
I
IIII
∩III
I
IIII
∩III
I
IIIII
∩
∩
∩
∩
I
• Para representar a centena os ∩∩∩∩∩∩∩∩∩∩
foram substituídos, ou seja, juntando vários
símbolos de 100 escreviam o 200, o 300, o 400 e
assim até 900.
• Dez marcas de 100 eram trocadas pelo símbolo,
assim a cada marca de dez mudamos o
símbolo. Veja os símbolos usados pelos egípcios e
o que significa cada marca.
O SISTEMA DE NUMERAÇÃO EGÍPCIO
Antes da invenção da imprensa, que ocorreu no século XV, os livros eram copiados manualmente, um a um. Como cada copista tinha a sua caligrafia, durante os longos séculos copiaram os manuais, as letras e os símbolos para representar números sofreram muitas modificações. Além disso, como o sistema de numeração criado pelos hindus foi adotado pelos árabes e passado aos europeus, é natural que, nesse percurso, a forma de escrever os dez algarismos sofresse alterações. Por volta do século IV, os hindus representavam os algarismos assim:
Hoje a representação é esta:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 0
Após a invenção da imprensa, as variações foram pequenas. Os tipos foram sendo padronizados. Mas, mesmo assim, as modificações são inevitáveis. No visor das calculadoras eletrônicas e dos relógios digitais, os dez algarismos são representados assim:
MUDANÇAS NA ESCRITA DOS ALGARISMOS
3. ÁBACO: TIPOS, SURGIMENTO E UTILIDADES PARA A
HUMANIDADE
Ao longo da História, a humanidade desenvolveu mecanismos para realizar estudos matemáticos, um deles é o ábaco.
Existem relatos de que os babilônicos utilizavam um ábaco construído em pedra lisa por volta de 2400 a.C., os indícios
do uso do ábaco na Índia, Mesopotâmia e Grécia são contundentes.
Na Idade Média o ábaco era utilizado pelos romanos para a realização de cálculos. A utilização por parte dos chineses e
japoneses foi importante para o aperfeiçoamento do instrumento.
O ábaco permite que as operações sejam realizadas de acordo com o sistema posicional. O ábaco não resolve os
cálculos, servindo como auxílio na memorização das casas decimais para que os cálculos sejam realizados
mentalmente.
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3. ÁBACO: TIPOS, SURGIMENTO E UTILIDADES PARA A
HUMANIDADE
ÁBACO CHINES
O registo mais antigo que se conhece é um esboço presente
num livro da dinastia Yuan (século XIV). O seu nome em
Mandarim é "Suan Pan" que significa "prato de cálculo". O
ábaco chinês tem 2 contas em cada vareta de cima e 5 nas
varetas de baixo razão pela qual este tipo de ábaco é referido
como ábaco 2/5. O ábaco 2/5 sobreviveu sem qualquer
alteração até 1850, altura em que aparece o ábaco do tipo
1/5, mais fácil e rápido. Os modelos 1/5 são raros hoje em dia,
e os 2/5 são raros fora da China exceto nas suas comunidades
espalhadas pelo mundo.
ÁBACO BABILÔNICO
O ábaco foi criado na Mesopotâmia e depois foi seguido
por outras civilizações que também utilizaram o ábaco
como, por exemplo, os babilônicos. Os babilônicos
usavam o ábaco para fazer subtração e adição, existem
relatos que os babilônios usavam um ábaco construído
em pedra lisa por volta de 2400 a.C. As linhas foram
desenhadas na areia e os eixos foram usados para
auxiliar no cálculo.
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3. ÁBACO: TIPOS, SURGIMENTO E UTILIDADES PARA A
HUMANIDADE
ÁBACO ROMANO
O Ábaco Romano reconstruído era o método normal de cálculo
na Roma antiga, assim como na Grécia antiga, era mover bolas
de contagem numa tábua própria para o efeito. As bolas de
contagem originais denominavam-se calculi. Mais tarde, na
Europa medieval, os jetons começaram a ser manufaturados.
Linhas marcadas indicavam unidades, meias dezenas, dezenas,
etc., como na numeração romana.
ÁBACO RUSSO
O ábaco russo, inventado no século XVII, e ainda hoje
em uso, é chamado de Schoty. Este ábaco opera de
forma ligeiramente diferente dos ábacos orientais. As
contas movem-se da esquerda para a direita e o seu
desenho é baseado na fisionomia das mãos humanas.
Colocam-se ambas as mãos sobre o ábaco, as contas
brancas correspondem aos polegares das mãos (os
polegares devem estar sobre estas contas) e as restantes
contas movem-se com 4 ou 2 dedos. A forma de fazer
operações matemáticas é semelhante ao do ábaco
chinês.
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4. O ÁBACO COMO RECURSO PARA A COMPREENSÃO DAS
CASAS DECIMAIS NOS LIVROS DIDÁTICOS
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4. O ÁBACO COMO RECURSO PARA A COMPREENSÃO DAS
CASAS DECIMAIS NOS LIVROS DIDÁTICOS
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4. O ÁBACO COMO RECURSO PARA A COMPREENSÃO DAS
CASAS DECIMAIS NOS LIVROS DIDÁTICOS
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4. O ÁBACO COMO RECURSO PARA A COMPREENSÃO DAS
CASAS DECIMAIS NOS LIVROS DIDÁTICOS
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5. CRIANÇAS UTILIZANDO O ÁBACO: ATIVIDADE E
PERGUNTAS
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5. CRIANÇAS UTILIZANDO O ÁBACO: ATIVIDADE E
PERGUNTAS
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5. CRIANÇAS UTILIZANDO O ÁBACO: ATIVIDADE E
PERGUNTAS
DEPOIMENTOS:
O que você achou ao manuseá-lo?
Achei muito legal, aprendi bastante. (Gabriel, 9 anos)
Você pode aprender a operações no ábaco?
Sim, consegui, foi legal. (Larissa, 8 anos)
Foi uma forma fácil de aprender números?
Mais ou menos, nunca tinha visto um ábaco, mas depois
que aprendi achei mais fácil. (Evelin, 10 anos)
PERGUNTAS DESAFIADORAS:
Criança de 8 ou 9 anos, já com conhecimento da utilização do
ábaco e noções básicas de divisão, subtração e adição:
1ª Coloque nove dezenas, subtraia três dezenas, divida em dois.
Qual é o número final?
R: 30.
2ª Coloque uma dezena, divida em cinco partes. Quantas unidades
ficaram em cada parte?
R: 2.
3ª Coloque uma centena, converta-a em dezenas.
4ª Coloque duas dezenas, tire dezessete unidades. Quanto ficará?
R: 3.
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BIBLIOGRAFIA
Disponível em <http://www.webestudante.com.br >. Acesso em: 22 e 23 setembro 2012.
Disponível em <http://educar.sc.usp.br/matematica/let1.htm>. Acesso em: 23 e 24 setembro 2012.
Disponível em <http://www.pte.it/didattica/abaco/abaco.htm>. Acesso em: 23 e 24 setembro 2012.
Disponível em <http://museu.boselli.com.br/Abaco%20Russo.htm>. Acesso em: 23 e 24 setembro 2012.
Disponível em <http://abacaxipodre.blogspot.com.br/2012/05/dos-primeiros-computadores-primeira.html>. Acesso em: 23 e
24 setembro 2012.
Disponível em <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/matematica/abaco/02.html>. Acesso em: 24 e 25 setembro
2012.
Disponível em <http://tecnologiawilli.blogspot.com.br/2011/10/historia-del-computador.html>. Acesso em: 24 e 25 setembro
2012.
http://www.passeiospelamatematica.net/dia-a-dia/matdi.htm> Acesso em: 24 e 25 setembro 2012.
IMENES, Luiz Marcio. Os números na história da civilização. São Paulo: Editora Scipione, 1990.
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