fundamentos metodologia língua portuguesa

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Universidade Anhanguera -Uniderp Centro de Educação à Distância METODOLOGIA DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Curso de Pedagogia Glacemi Portz Loch 5312969868 Jaraguá do Sul - SC 2014

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Universidade Anhanguera -Uniderp

Centro de Educação à Distância

METODOLOGIA DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Curso de Pedagogia

Glacemi Portz Loch 5312969868

Jaraguá do Sul - SC

2014

INTRODUÇÃO

Escrever como de fala ou falar como se escreve? Eis a questão.

A língua materna (ou língua nativa) é a primeira manifestação linguística a que

uma criança tem contato. A fala que aprendemos quando criança é o motor real da

comunicação verbal, tornando a linguagem informal a primeira forma de socialização

dos indivíduos.

No entanto, a língua muda conforme o grupo social, a região, e o contexto

histórico. A maneira que se fala no sul do Brasil é diferente de outras regiões. São as

chamadas variações linguísticas, objeto de estudo científico da Linguística que tenta

explicar como a linguagem humana funciona e como são as línguas em particular.

Quando, numa tradição cultural dentro de um país, é negada a existência de

variantes linguísticas caracterizando-as como deficiente acontece o preconceito

linguístico.

Por todas esses fatores é que o presente trabalho apresenta algumas considerações

sobre o assunto em questão.

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA

Fala Escrita

1. Acontece sempre em um determinado contextos,

as referências são claras( isto aqui, aquela coisa lá).

1. Deve ser bem especificadas para criar um

contexto próprio.

2. O falante e o ouvinte estão em contato direto, e a

interação acontece por troca de turnos.

2. O leitor não está presente quando se escreve e

não há interação, exceto na conversa via internet

ou telefone celular, embora não tão imediata

quanto oral.

3. O interlocutor é, geralmente, alguém especifico. 3. Muitas vezes, o leitor nã é conhecido pelo

escrito.

4. Como existe interação, as reações são,

normalmente, imediatas e podem ser:

● Verbais: perguntas, comentário, murmúrios,

resmungos etc.

● Não verbais: expressões faciais ou corporais.

4. Não é possível o escritor conhecer a reação

imediata do leitor. Ele pode, no entanto,

anteciparas reações comentar no texto. Nas

interações eletrônicas, existem os emoticons(

aquelas simpáticas carinhas).

Fala Escrita

5. A fala é transitória. Se o interlocutor não

compreender alguma coisa, pode interagir.

5. A escrita é permanente e pode ser lida e relida

quantas vezes for necessário para a compreensão.

6. Há hesitações, frases incompletas, pausas e

redundâncias.

6. Espera-se maior estruturação da linguagem,

organizada em forma de texto e construída com

maior cuidado.

7. Existe uma série de recursos para a transmissão

do significado: tonicidade, ritmo e entonação. As

expressões faciais e os gestos servem a esse

propósito.

7. Os recursos são gráficos como: pontuação, letra

maiúsculas, aspas, tipo de letras etc. Agora

também os emoticons.

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA

FONÉTICA ALTERADA NO MOMENTO DA FALA

PEIXE - PEXE OURO - ORO

ALFACE - ALFACI

Fonte: http://www.ig10.net/peixes-ornamentais.htmlFonte: http:www.reisman.com.br

Fonte: http://www.buscasaude.com.br/

ortomolecular/beneficios-da-alface/

TRAVESSEIRO - TRAVISSERÚ

QUEIJO - QUEJO

FONÉTICA ALTERADA NO MOMENTO DA FALA

Fonte: http://nepo.com.br/2010/02/18/os-fora-da-caixa/

Fonte: http://www.baratosdaribeiro.com.br/clubeda

leitura/2011/05/15/quem-mexeu-no-meu-queijo-por-

igor-dias/

Fonte: ttp://www.cemara.com.br/blog/index.php/a-

escolha-do-travesseiro-pode-influenciar-no-sono/

CAIXA - CAXA

FONÉTICA ALTERADA NO MOMENTO DA FALA

ALMOÇO - ALMOÇU

CARANGUEIJO - CARANGUEJO

GELADEIRA - GELADERA

Fonte: http://www.panificadoracerroazul.com.

br/produtos/6/almoco

Fonte:

ttp://www.lojasbrejao.com.br/ofertas

/geladeira-arno-facilite-crb39-342lts/

http://www.teusonhar.com.br/sonhar-caranguejo/

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Abóbora - fruto da aboboreira, uma planta rasteira da

família das cucurbitáceas, a abóbora possui diferentes

denominações no Brasil, como moranga, na região Sul, e

jerimum na região Norte e Nordeste.

Mandioca - é uma raiz branca utilizada para a culinária. Ela

recebe esse nome na região sul do Brasil. Na região

Nordeste do Brasil é conhecida como macaxeira.

Salsicha - é um produto de alimentação, é feito a partir de

carne cruas, gordura animal, ervas, especiarias e outros

ingredientes.É conhecida como vina em Curitiba e

arredores.

Fonte: ttp://www.brasilescola.

com/saude/abobora.htm

Fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Man

dioca

Fonte: http://www.revistaescola.

abril.com.br

Estojo - pequena bolsa para guardar, transportar e organizar lápis,

caneta e pequenos objetos escolares e de uso pessoal. Em algumas

localidades do estado do Paraná e Santa Catarina, é conhecido como

penal.

Canjica é o nome dado a uma espécie de milho branco e também ao

prato que é preparado com esse milho e outros ingredientes. No

Nordeste, o prato recebe o nome de munguzá, em Minas Gerais de

piruruca, no Rio de Janeiro de canjiquinha e no Sudeste de curau.

Refrigerante - é uma bebida gasosa, não alcoólica e não fermentada

fabricada industrialmente. No estado do Paraná é conhecida como

gasosa e em Minas Gerais como tubaína.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Fonte: http://cheirodevanilla.blog

spot.com.br/2012/02/penal-pencil-

case.html

Fonte: http://editoraeuropa.com.br/

vegetarianos/canjica/

Fonte: http://restauranteemsp.com.br/

blog/refrigerantes-que-marcaram-

nossa-infancia/

Urucum, nome da planta, tem sua origem na Floresta

Amazônica e muito utilizada pelos índios. Nas culinária

nordestina é chamado por “urucum”, e na região sul por

“colorau”, que é o pó obtido da planta.

No Sul, este legume é mais conhecido por salsão, embora

hoje, em função das grandes redes de mercados, o nome

“aipo” também esteja mais difundido. Mas na região

nordeste é aipo.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Fonte: http://imacbyartes.blogspot.

com.br/2011/04/urucum.html

Fonte: ttp://www.cnph.embrapa.br/

hortalicasnaweb/aipo.html

NÃO SE FALA COMO SE ESCREVE

Em todas as línguas, as pessoas falam de um jeito e escrevem de outro. A

fala e a escrita são duas modalidades diferentes da língua.

A língua escrita exige certos padrões, em comparação às regras da

gramática normativa. Isso ocorre porque, ao falar, as pessoas podem recorrer a

outros expedientes para que a comunicação ocorra. Pode-se, por exemplo, pedir

que se repita o que foi dito. Ainda há os gestos, os trejeitos individuais, etc. que

nos auxiliam a entender o nosso interlocutor. Já na linguagem escrita, a interação

é mais complicada, o que torna necessário assegurar que o texto escrito dê conta

da comunicação. Por essa razão, a fala e a escrita exigem conhecimentos

diferentes. O português na variante padrão exige que se escreva corretamente.

Essas diferenças geram muitos conflitos.

Nesta placa tem dois erros ortográficos:

CEM e AGROTOXIO.

SEM e AGROTÓXICO são as formas corretas.

FONTE: libertosdoopressor.blogspot.comFONTE:http://caloteiro.blogspot.com.br/2012/02/top-7-

placas-com-erros-de-ortografia.html

Nesta placa tem dois erros ortógraficos;

VENDE-SI e e CAZA.

VENDE-SE e CASA são as formas corretas

Além disso, o N está espelhado.

EXEMPLOS DE ERROS ORTOGRÁFICOS

FONTE: turma304.escolanereuramos.com.br

Nesta placa tem um erro ortográfico: IRMÕES.

IRMÃOS é a forma correta.

FONTE:http://libertosdoopressor.blogspot.com.br/2011/0

8/erros-ortograficos-incriveis-em-placas.html

Nesta placa tem um erro ortográfico: CREXE

CRECHE é a forma correta.

EXEMPLOS DE ERROS ORTOGRÁFICOS

LINGUAGEM VERBAL E A COMUNICAÇÃO

O PODER DA PALAVRA

A comunicação constitui a base das relações interpessoais, sendo um elemento

fundamental na construção do homem enquanto ser.

Comunicação verbal é todo tipo de passagem ou troca de informações por meio de

linguagem escrita ou falada. Nem a língua, nem a fala são imutáveis. A língua evolui

transformando, historicamente, algumas palavras que perdem ou ganham certos

fonemas.

Dentro do nosso processo de aprendizagem seguidamente nos pedem não só para

adquirir informação, mas também sermos capazes de compreendê-la e comunicá-la.

Por isso é importante que desenvolvamos nossa capacidade para planificar e produzir

informações tanto oral quanto escrita.

ESOPO: A melhor e a pior coisa do mundo

Com muita simplicidade e sabedoria esta parábola nos leva

a refletir de que somos aquilo que falamos. Com a língua

você pode escolher as palavras, se vai usa-lás para o bem ou

o para mal.

O que acontece na maioria das vezes, é que a nossa língua

acaba denegrindo a imagem de alguém ou material.

Devemos nos policiar, frear a nossa língua quando vamos

falar a respeito da vida de alguem ou de algo.A verdade é

que devemos aprender a usar a língua para denunciar as

injustiças que geralmente nos calamos diante dela.

www.canstockphoto.com.br/…-

imagens/conversando.htm.

GÊNEROS LITERÁRIOS

“A Literatura é a arte que se manifesta pela palavra, seja ela falada ou escrita”. (das autoras)

Os gêneros literários são conjuntos de princípios semânticos, estilísticos e formais usados pelos autores em

suas criações para qualificá-las de acordo com a sua perspectiva da realidade e para quem se destinam.

Dividem-se em:

LÍRICO

Seu nome vem de lira, instrumento musical que acompanhava os cantos dos gregos. Textos de caráteremocional centrados na subjetividade dos sentimentos da alma. Predominam as palavras e pontuações de1ª pessoa. O “eu - lírico” que pode ser masculino ou feminino independente do autor.

DRAMÁTICO

Representam o gênero dramático os textos, em poesia ou prosa, feitos para serem representados

teatralmente. Compreende as seguintes modalidades:

Tragédia: é a representação de um fato trágico, apto a despertar compaixão e terror.

GÊNEROS LITERÁRIOS

Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil, geralmente

critica os costumes.

Tragicomédia: é a mistura do trágico com o cômico. Antigamente significava a mistura do real com o

imaginário.

Farsa: pequena peça teatral, de caráter ridículo e caricatural, criticando a sociedade e seus costumes.

ÉPICO

Na estrutura épica temos: o narrador, que conta a história praticada por outros no passado; a história, a

sucessão de acontecimentos; as personagens, em torno das quais giram os fatos; o tempo, o qual

geralmente se apresenta no passado e o espaço, local onde se dá a ação das personagens. Quando as ações

são narradas por versos, temos o poema épico ou Epopeia.

GÊNERO NARRATIVO

É visto como uma variante moderna do gênero épico. Caracterizado por se apresentar em prosa.

Encontramos as seguintes modalidades: romance, novela, conto, fábula e crônica.

COMÉDIA

O vocábulo comédia vem do Grego komodia, que derivou de kômos (= festim popular), ou de komas (=

aldeia). Segundo Aristóteles, em sua Arte Poética, os comediantes adotaram esse nome por "andarem os

atores de aldeia em aldeia, por não serem prezados na cidade". Para diferenciar a comédia da tragédia,

Aristóteles diz que, "enquanto esta última trata essencialmente de homens superiores (heróis), a comédia

fala sobre os homens inferiores (pessoas comuns da sociedade, a pólis)".

A comédia é um tipo de gênero teatral que tem por objetivo criticar, satirizar a sociedade e o

comportamento humano através do ridículo. Visa provocar o riso, o prazer e a diversão e, a princípio,

surgiu dos cantos feitos em homenagem a Dionísio na Grécia, ou Baco em Roma. Sua aparição oficial se

daria em 486 a. C. Sua evolução da comédia na Grécia se deu em três fases: Comédia Antiga, Comédia

Mediana, Comédia Nova.

Em Roma, apesar da comédia não ter alcançado os níveis atingidos na Grécia, distinguiram-se os seguintes

tipos de comédia: Atelanas, Paliata, Togata.

Durante a idade Média a comédia praticamente desapareceu para ressurgir na Renascença. Inicialmente

destacou-se Gil Vicente com o teatro popular. Depois floresce na Itália com a Comédia Dell'arte, na

Inglaterra (Shakespeare, e outros), na França (Molière) e muitos outros que elevaram a comédia a um

patamar pouca vezes igualados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dominar a linguagem oral e escrita é fundamental para o exercício da cidadania. É

através do domínio da língua que o sujeito constrói conhecimentos, conquista condições

efetivas de se manifestar, expressa suas ideias, partilha seus saberes, elabora perguntas,

formula respostas; enfim, amplifica sua visão de mundo para conseguir atuar como sujeito

ativo na sociedade e assim marcar uma posição de ordem social dentro do contexto cultural

em que vive.

É obrigação da escola aceitar a criança em sua singularidade, respeitando sua cultura,

sua forma de se expressar. Contudo, é também dever da escola, ensinar aos alunos a utilizar

a linguagem oral e escrita de forma competente, nas diferentes situações comunicativas, em

diferentes situações.

Os educadores devem planejar sua prática pedagógica de maneira que os alunos

tenham acesso aos diferentes gêneros textuais circulantes na sociedade contemporânea,

tendo sempre o zelo de contextualizar o material com a realidade a ser trabalhada.

REFERÊNCIAS

BORBA, Daniela Farias Garcia de; BORBA, Marcelo Barros de. Variação Linguística na Culinária

Brasileira: Regiões Nordeste e Sul. Disponível em:

http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_010/artigos/artigos_vivencias_10/l27.htm. Acesso em 14

março 2014.

GOMES, Maria Lucia de Castro. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa. Curitiba. IBPEX. 2011.

SÉRGIO, Ricardo. A comédia: estudos literários. Disponível em:

htttp://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/2173912. Acesso em 16 de março de 2014.

STALLONI, Yves. Os gêneros literários. Rio de Janeiro. DIFEL, 2001.

ESOPO. A melhor e a pior coisa do mundo. Disponível em:

<https://docs.google.com/file/d/0B8qKHuHMENvZGZkdUhDN2FjRDQ/edit?usp=sharing >.Acesso em

10 março 2014.