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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
VIRGÍNIA VICÊNCIA DOS SANTOS TOMAZONI
FLUXO DE CAIXA PARA A EMPRESA
ZINCA RÁPIDO E COMÉRCIO DE FERRO LTDA
Biguaçu
2006
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VIRGÍNIA VICÊNCIA DOS SANTOS TOMAZONI
FLUXO DE CAIXA PARA A EMPRESA
ZINCA RÁPIDO E COMÉRCIO DE FERRO LTDA
Projeto de estágio apresentado como requisito da disciplina Estágio III, do Curso de Administração, Centro de Educação de Biguaçu – Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Crisanto Soares
Biguaçu
2006
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 8
1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................. 10 1.1.1 Objetivo geral.................................................................................................... 10 1.1.2 Objetivos específicos........................................................................................ 10
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO............................................................... 10 1.3 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................ ......................................................... 13
2.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA............................................................................. 13 2.1.1 A função do administrador financeiro ............................................................... 13
2.2 Importância da Pequena Empresa........................................................................... 14 2.3 Planejamento Financeiro.......................................................................................... 15 2.4 FLUXO DE CAIXA.................................................................................................... 16
2.4.1 Conceito do fluxo de caixa................................................................................ 16 2.4.2 Objetivo do fluxo de caixa................................................................................. 17 2.4.3 Finalidade e Importância do Fluxo de Caixa..................................................... 18 2.4.4 Importância do fluxo de caixa no controle financeiro das pequenas empresas 19 2.4.5 Modelos de fluxo de caixa ................................................................................ 20 2.4.6 Elaboração do fluxo de caixa............................................................................ 28
3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ........................................................................... 31
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......... ................................... 32
4.1 Fluxo de caixa realizado do mês de Junho. ............................................................. 32 4.2 Fluxo de caixa realizado do mês de Julho ............................................................... 35 4.3 Fluxo de caixa adaptado e projetado para o mês de Agosto ................................... 37
4.3.1 Fluxo de caixa projetado do mês de Agosto..................................................... 37 4.3.2 Fluxo de caixa realizado do mês de Agosto ..................................................... 39
4.5 Fluxo de caixa adaptado dos meses de Junho, Julho e Agosto .............................. 41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................. .............................................................. 43
REFERÊNCIAS................................................................................................................. 44
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Organograma da empresa Zinca Rápido.........................................................11 FIGURA 2 – Fluxograma dos principais elementos envolvidos na elaboração do fluxo de caixa segundo Zdanowizc (2004)..........................................................................................29
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1- Classificação das empresas segundo SEBRAE............................................14 TABELA 2 – Modelo de Fluxo de Caixa Segundo Zdanowicz..........................................22 TABELA 3 – Modelo dedutivo de fluxo de caixa prospectivo de Silvia Kassai.................25 TABELA 4 – Modelo de fluxo de caixa de Luci Longo......................................................27 TABELA 5 – Comparação dos Modelos de Fluxo de Caixa.............................................28 TABELA 6 – Fluxo de caixa projetado do mês de Agosto/06...........................................37 TABELA 7 – Fluxo de caixa real x Fluxo de caixa projetado do mês de Agosto/06.........38
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LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Ingressos e Desembolsos diário do mês de Junho/06...................................32 GRÁFICO 2 – Ingressos e Desembolsos semanais de Junho/06.........................................33 GRÁFICO 3 – Formas de Ingressos de Junho/06.................................................................33 GRÁFICO 4 – Desembolsos mês Junho/06..........................................................................34 GRÁFICO 5 – Ingressos e desembolsos diários do mês de Julho/06..................................35 GRÁFICO 6 – Ingressos e desembolsos semanais do mês de Julho/06.............................35 GRÁFICO 7 – Formas de ingressos do mês de Julho/06....................................................36 GRÁFICO 8 – Desembolsos do mês de Julho/06................................................................36 GRÁFICO 9 – Ingressos e desembolsos diários do mês de Agosto/06..............................39 GRÁFICO 10 – Ingressos e desembolsos semanais do mês de Agosto/06.......................39 GRÁFICO 11 – Formas de ingressos do mês de Agosto/06...............................................40 GRÁFICO 12 – Desembolsos do mês de Agosto/06...........................................................41 GRÁFICO 13 – Ingressos e desembolsos dos meses Junho, Julho e Agosto/06...............41
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RESUMO
O objetivo deste trabalho foi à elaboração do fluxo de caixa, da empresa Zinca Rápido e Comércio de Ferro Ltda, com enfoque na área financeira. O fluxo de caixa proposto visa fornecer a empresa uma ferramenta eficaz para atingir os objetivos traçados pela empresa, verificando as contas a pagar e a receber. Inicialmente, constatou-se que a empresa possuía um controle financeiro, onde então, decorreu-se à elaboração dos instrumentos de coletas de dados. Verificou-se as teorias de acordo com os temas em questão, relacionando a parte teórica com a prática e demonstrando um sistema de controle de fluxo de caixa. Foram utilizados modelos de fluxo de caixa, com a finalidade de buscar o que mais se encaixa na empresa. O estudo é apresentado através dos ingressos e desembolsos que ocorreram nos meses de Junho, Julho e Agosto de 2006. Com as informações obtidas, criou-se um fluxo de caixa para os meses de Junho a Agosto de 2006, e uma projeção de fluxo de caixa do mês de Agosto/06.
PALAVRAS-CHAVES : administração financeira, fluxo de caixa, contas a pagar e contas a receber.
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1 INTRODUÇÃO
Atualmente a competitividade entre as empresas, exige uma maior eficiência
na gestão de seus recursos e como parte integrante deste sistema, buscam cumprir
seu papel junto à sociedade. Esta busca pela melhoria e eficiência na aplicação dos
recursos, induz os responsáveis pela gestão empresarial, a avaliar suas decisões
embasadas em informações consistentes e cada vez mais atualizadas. Essas
decisões devem partir do administrador financeiro que deve também estar pronto
para tomar decisões rápidas, eficientes, e seguras no que tange à aplicação e
monitoramento dos recursos financeiros.
Mesmo em períodos de boas vendas e contendo um mercado em expansão,
as empresas devem sempre fiscalizar e organizar a administração de seus recursos,
pois qualquer desatenção neste setor pode afetar significativamente sua saúde
financeira. Quando os recursos ficam escassos e o mercado se retrai, o
administrador da área financeira deve estar preparado para saber conduzir os
recursos da empresa sem comprometer sua solvência.
Enfim, mesmo em situações normais, a empresa deve acompanhar
permanentemente e diariamente de forma sistemática e rigorosa o planejamento
para que haja um controle real e fidedigno sobre seu o fluxo de caixa.
Para a gerência financeira é também relevante, não só identificar os pontos
de estrangulamento, mas as causas que levam a essa situação. Deve-se buscar
informações consistentes, junto às outras áreas, para que não haja grande
disponibilidade entre o planejado e o realizado.
Vendo a necessidade de uma ferramenta gerencial que possibilitasse ao
administrador financeiro, um melhor planejamento da entrada e saída de caixa em
um determinado período, foi realizada uma pesquisa e assim a criação de um fluxo
de caixa adequado a esta empresa.
O fluxo de caixa permite que a empresa conheça o volume de capital
necessário para arcar com seus compromissos diários. O interesse em realizar o
projeto neste setor foi devido ao fato de a pesquisadora trabalhar na área financeira
da empresa como estagiária, visando uma melhoria com a construção do fluxo de
caixa.
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O presente trabalho abordou a necessidade da construção de um fluxo de
caixa adaptado na empresa Zinca Rápido e Comércio de Ferro Ltda localizada em
São José, que possibilitou um melhor controle e planejamento dos recursos
financeiros proporcionando uma visão clara do capital da empresa.
Diante as exposições, coloca-se a seguinte questão: Qual o modelo mais
eficaz de Fluxo de Caixa para a empresa obter um equilíbrio entre as contas a pagar
e as contas a receber?
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1.1 OBJETIVOS
Esta etapa do trabalho procura apresentar os tópicos referentes aos objetivos
a serem concretizados. Os temas são: Objetivo Geral e Objetivos Específicos.
1.1.1 Objetivo geral
Propor um modelo de fluxo de caixa para a empresa Zinca Rápido e
Comércio de Ferro Ltda em São José, no período de junho a agosto de 2006.
1.1.2 Objetivos específicos
• Apresentar três modelos de fluxo de caixa;
• Proceder levantamento das receitas e despesas;
• Estruturar o fluxo de caixa na empresa;
• Projetar a movimentação financeira da empresa.
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
Em 1983, inaugurava-se a Zinca Rápido e Comércio de Ferro Ltda onde a
única atividade realizada pela empresa era a de zincagem. No ano de 1987, a
empresa iniciou a comercialização de tubos, chapas, acessórios, visando atender as
necessidades de seus clientes.
A empresa possui veículos próprios para transporte de material e peças de
clientes, que auxiliam e facilitam a entrega das mercadorias vendidas para a Grande
Florianópolis e ainda conta com máquinas para corte e dobra de chapas.
Atualmente, a Zinca Rápido está operando com 50 funcionários, sendo 8
funcionários com nível superior incompleto e 42 funcionários com o 2º grau
incompleto.
Como a empresa executa uma atividade que emprega um processo químico,
que é o caso da zincagem, foi indispensável à contratação de um engenheiro
químico e sanitarista para a implementação de soluções de tratamento de resíduos
decorrentes da zincagem.
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O financeiro da Zinca Rápido não tem um controle demonstrativo das
entradas e saídas de seus recursos, portanto é de fundamental importância
implantar um fluxo de caixa, onde ao final de cada dia, mês e ano possa ser possível
à retirada de um relatório e feita uma visualização exata das entradas e saídas da
empresa.
A Zinca Rápido tem como seus principais concorrentes na comercialização de
tubos, chapas e assessórios, a Dominik, localizada na paralela da BR 101, a
Ferromil e a Perfibras, no bairro Floresta. Já a concorrente direta no serviço de
zincagem é a Nadal Zincagem, localizada na mesma rua da Zinca Rápido.
A figura 1 apresenta o organograma da empresa Zinca Rápido e Comércio de
Ferro Ltda.
Figura 1 – Organograma da empresa Zinca Rápido Fonte: Dados primários (2005)
Diretoria
Financeiro Vendas Produção
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1.3 JUSTIFICATIVA
O tema escolhido foi definido pela importância prática e teórica, tendo em
vista a percepção de que não existe um controle adequado das entradas e saídas
para que se possa obter um fluxo de caixa na empresa Zinca Rápido devidamente
correto, justificando assim, a necessidade da pesquisa.
Nesse sentido o momento atual é oportuno devido ao fato de a empresa ter
implantado um novo sistema de gestão administrativa, onde pretende obter como um
dos resultados um equilíbrio entre as saídas e entradas dos seus recursos
financeiros. Essa idéia surgiu a partir da necessidade que a empresa apresentou em
obter resultados diários de seu fluxo de caixa.
O fluxo de caixa deverá auxiliar na avaliação de vários aspectos da posição
financeira da empresa, principalmente sua capacidade de gerar fluxos de caixa
futuros e identificar a capacidade da empresa de pagar dividendos cumprindo suas
obrigações. Consequentemente, se uma empresa não tem um caixa adequado, não
é possível realizar o pagamento dos empregados, as dívidas, os dividendos, ou
maquinários adquiridos.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Esta etapa do trabalho procura levantar informações que possam justificar o
problema em estudo, tendo em vista o momento para aprimorar os conhecimentos
teóricos, adquiridos durante o curso de graduação. Os temas abordados nesta
fundamentação teórica são apresentados por: Administração Financeira de
Pequenas Empresas e Fluxo de Caixa.
2.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Ross, Westerfield e Jaffe (1995) descrevem que é o estudo das maneiras
pelas quais o investidor deve escolher da forma mais rentável, o ramo de atividade
que atuaria, a espécie de instalações e maquinário, onde seria obtido o
financiamento, se há a necessidade de sócios, como cobrar de seus clientes e como
pagar os fornecedores.
Para Weston e Brigham (2000) a administração financeira é a área que
oferece uma grande oportunidade de emprego. A administração financeira emprega
os administradores em todos os tipos de negócio, incluindo bancos, indústrias,
empresas, escolas, operações governamentais e fábricas.
2.1.1 A função do administrador financeiro
Segundo Gitman (2002) a administração financeira é uma responsabilidade
do administrador financeiro, desempenhando funções como provisões financeiras,
administração do caixa, administração do crédito, orçamentos, análises de
investimentos e capitação de fundos, respondendo assim, pelas finanças de
qualquer tipo de empresa, sendo elas financeiras ou não, privadas ou publicas,
grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos.
Para Ross, Westerfield e Jaffe (1995) uma das funções mais importantes do
administrador financeiro é criar valor a partir das atividades de orçamento de capital,
financiamento e liquidez da empresa.
Acrescentam Weston e Brigham (2000) que o administrador financeiro possui
a responsabilidade de decidir os termos de crédito sob os quais os clientes podem
14
comprar, quanto de estoque a empresa pode carregar, quanto dinheiro deve ter em
mãos, se deve adquirir outras empresas (análise de fusões) e quanto dos lucros da
empresa pode ser investido no próprio negócio versus pagamento de dividendos.
2.2 Importância da Pequena Empresa
Para Longenecker, Moore, Petty (1998) definir pequena empresa é algo
necessariamente arbitrário, pois as pessoas adotam padrões divergentes para
propósitos diferentes e acrescenta que os legisladores excluem pequenas empresas
de certas regulamentações e especificam dez empregados como o limite. O critério
mais usado é o número de empregados, porém existem outros como o volume de
vendas, valor dos ativos, seguro da força de trabalho e volume de depósitos.
O SEBRAE (2006) classifica as empresas utilizando um critério quantitativo
baseado no número de empregados e também de acordo com seu
faturamento/receita, dividindo-as em microempresa, empresa de pequeno porte,
empresa de médio porte e empresa de grande porte.
Tabela 1- Classificação das empresas segundo o SEBR AE PORTE EMPREGADOS
Microempresa
No comércio e serviços – até 09 empregados Na indústria e construção – até 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte
No comércio e serviços – de 10 a 49 empregados Na indústria e construção – de 20 a 99 empregados
Empresa de Médio Porte
No comércio e serviços – de 50 a 99 empregados Na indústria e construção – de 100 a 499 empregados
Empresa de Grande Porte
No comércio e serviços – de 50 a 99 empregados Na indústria e construção – de 100 a 499 empregados
Fonte: SEBRAE (http://www.sebrae.com.br/br/aprendasebrae/estudosepesquisas.asp)
Chiavenato (1995) afirma que as pequenas empresas constituem o centro da
dinâmica da economia dos países. Elas representam e impulsionam o mercado,
geram empregos mesmo em situação de dificuldade.
15
A efetiva participação das pequenas empresas no contexto econômico
nacional e as políticas de incentivo voltadas a este segmento são evidenciadas, por
Kassai (2000), ao explicar que, a pequena empresa supostamente gera incentivo
nas estatísticas nacionais para o crescimento econômico e na solução da diminuição
das taxas de desemprego devido a sua grande flexibilidade econômica globalizada.
As pequenas empresas demonstram um papel importante dentro da
economia do País, são raras as pesquisas deste setor da economia. Todavia nos
estudos realizados são as mais capazes de gerar empregos, serviços, produtos e
distribuição de renda (QUEJI, 2002).
2.3 Planejamento Financeiro
O planejamento financeiro relaciona a forma pela qual as metas financeiras
da empresa podem ser alcançadas, sendo assim, uma declaração do que deve ser
feito no futuro (ROSS, WESTERFIELD e JORDAN, 1998).
Com o processo de planejamento a empresa passará a ter interações
(propostas de investimento, de atividades operacionais distintas da empresa e as
alternativas de financiamento disponíveis), opções (examinar as diversas opções de
investimento e financiamento), viabilidade (termo de participação no mercado, taxa
de retorno do capital próprio, alavancagem financeira, etc.) e evitar surpresas
(realizando planos alternativos e considerando situações de risco para a empresa)
(ROSS, WESTERFIELD e JAFFE, 1995).
Alguns dos principais ingredientes citados por Ross, Westerfield e Jordan
(1998) para um planejamento financeiro são:
• Previsão de vendas: são exigidos em todos os planos e normalmente são
apresentadas sob a forma de taxa de crescimento das vendas, porém,
previsões perfeitas de venda não são possíveis, evidentemente, porque as
vendas dependem do futuro incerto da economia.
• Demonstrações preliminares: representam a forma que a empresa decide
escolher para sintetizar os diversos eventos projetados.
• Necessidades de ativos: descreverá os gastos de capital projetados e
discutirá as aplicações propostas do capital de giro líquido.
16
• Necessidades de financiamento: realiza uma análise financeira da empresa e
vendo a necessidade de um caixa adicional para novos investimentos.
• A variável de fechamento: representará uma fonte de financiamento externo
necessário pra lidar com qualquer insuficiência ou excesso de financiamento.
• Premissas econômicas: as premissas mais importantes que precisam ser
formuladas são o nível de taxas de juros e alíquota de imposto de renda da
empresa.
2.4 FLUXO DE CAIXA
2.4.1 Conceito do fluxo de caixa
Pivetta (2005) define que, fluxo de caixa é uma demonstração prática do
fornecimento de informações ao gerente financeiro na tomada de decisões. Ele
representa a previsão, o controle e o registro de entradas e saídas financeiras
durante um determinado período de tempo e informações sobre os dados
financeiros da empresa.
Assaf Neto e Silva (1997), Ross, Westerfield e Jaffe (1995), Zdanowicz
(2004), concordam e conceituam fluxo de caixa como uma ferramenta que
representa as entradas e saídas dos recursos financeiros de uma empresa em um
determinado período. Matarazzo (1998), acrescenta que pode-se denominar o fluxo
de caixa como um processo de Demonstração das Entradas e Saídas de Caixa,
permitindo ao administrador tomar decisões sobre os recursos e onde aplica-los.
Zdanowicz (2004) relata ainda que este permite ao administrador financeiro planejar,
organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros da empresa.
O caixa de uma empresa pode ser movimentado pelo fluxo não operacional
(que esta diretamente ligado ao processo de capitalização da empresa) como, por
exemplo, as saídas com projetos de investimento. Já o outro modelo, o fluxo
operacional, liga-se diretamente às operações da empresa, como as entradas e
saídas operacionais de caixa que envolvem o fluxo de dinheiro associado ao ciclo
operacional e à administração geral da empresa (HOJI, 2004).
17
2.4.2 Objetivo do fluxo de caixa
Um dos principais objetivos do fluxo de caixa é o lançamento das entradas e
das saídas dos recursos financeiros em um determinado período, visando à
necessidade de obter empréstimos ou aplicar sobras de caixa em operações
lucrativas para a empresa, consequentemente, proporcionando um fluxo de caixa
equilibrado, aprimorando a aplicação de recursos próprios e de terceiros nas
atividades rentáveis da empresa (PIVETTA, 2005).
O controle de fluxo de caixa tem como conferir ao administrador da empresa
mais um recurso de informações valiosas sobre os fatores financeiros do negócio,
além de proporcionar uma avaliação diária das movimentações dos recursos
presentes e futuros disponíveis (QUEJI, 2002).
A respeito dos mais importantes objetivos do fluxo de caixa, Zdanowicz (2004,
p.41) inclui os seguintes:
• facilitar a análise e o cálculo na seleção das linhas de crédito a serem obtidos
junto às instituições financeiras;
• programar os ingressos e os desembolsos de caixa, de forma criteriosa,
permitindo determinar o período em que deverá ocorrer carência de recursos
e o montante, havendo tempo suficiente para as medidas necessárias;
• permitir o planejamento dos desembolsos de acordo com as disponibilidades
de caixa, evitando-se o acúmulo de compromissos vultuosos em época de
pouco encaixe;
• determinar quanto de recursos próprios à empresa dispõe em dado período, e
aplicá-los de forma mais rentável possível, bem como analisar os recursos de
terceiros que satisfaçam as necessidades da empresa;
• proporcionar o intercâmbio dos diversos departamentos da empresa com a
área financeira;
• desenvolver o uso eficiente e racional do disponível;
• financiar as necessidades sazonais ou cíclicas da empresa;
• providenciar recursos para atender aos projetos de implantação, expansão,
modernização ou relocalização industrial e/ou comercial;
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• fixar o nível de caixa, em termos de capital de giro;
• auxiliar na análise dos valores a receber e estoques, para que se possa julgar
a conveniência em aplicar nesses itens ou não;
• verificar a possibilidade de aplicar possíveis excedentes de caixa;
• estudar um programa saudável de empréstimos ou financiamentos;
• projetar um plano efetivo de resgate de débitos;
• analisar a conveniência de serem comprometidos os recursos pela empresa;
• participar e integrar
2.4.3 Finalidade e Importância do Fluxo de Caixa
Matarazzo (1998) destaca que as principais finalidades da Demonstração do
Fluxo de Caixa são avaliar alternativas de investimento; controlar e avaliar ao longo
do tempo decisões importantes tomadas na empresa; avaliar situações presentes e
futuras do caixa, evitando a iliquidez; certificar como os excessos de caixa estão
sendo aplicados. Consequentemente, evitando que muitas empresas decretem
falência por não saberem administrar seu fluxo de caixa.
Como já foi citado anteriormente, o fluxo de caixa constitui-se de um
instrumento de controle de gestão financeira. Assaf Neto e Silva (1997) enfatizam
que o fluxo de caixa é um importante instrumento de planejamento e controle
financeiro, tornando-se indispensável em toda a tomada de decisão.
Sanvicente (1997) afirma que, uma previsão do fluxo de caixa é fundamental.
Braga (1995) ressalta que os dados dos fluxos de entrada e saída de numerário
constituem uma ferramenta indispensável na administração das disponibilidades.
Queji (2002) relata que, o fluxo de caixa é fundamental para o andamento de
uma empresa, pois é ele que promove o nível de liquidez necessário para saldar
precisamente as obrigações assumidas pela empresa. A insuficiência de caixa pode
determinar cortes de crédito, cancelamento de entregas de pedidos, além de
ocasionar uma série de descontinuidades em suas operações.
Zdanowicz (2004) ressalta que nenhuma empresa pode deixar seus recursos
ociosos no tipo de economia em que se encontra o Brasil.
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Entretanto Assaf Neto e Silva (1997, p. 37) esclarecem que o fluxo de caixa
não deve ser uma preocupação exclusiva da área financeira, mas sim de todos os
setores da empresa e descreve alguns exemplos abaixo:
• Na área de produção: promovendo mudanças nos prazos de
fabricação dos produtos, determinará novas alterações nas
necessidades de caixa de forma idêntica;
• As decisões de compras devem ser tomadas de maneira ajustada com
a existência de saldos disponíveis de caixa;
• Políticas de cobrança mais ágeis e eficientes: permitindo que recursos
financeiros entrem mais rápido à disposição da empresa, reforçando o
caixa;
• Na área de vendas: junto com a meta de crescimento comercial, deve
manter controle próximo sobre os prazos concedidos e hábitos de
pagamentos dos clientes, de maneira a não pressionar negativamente
o fluxo de caixa;
• Na área financeira: deve avaliar cuidadosamente o perfil de seu
endividamento, de forma que a retirada de dinheiro ocorram juntos com
a geração de caixa da empresa.
2.4.4 Importância do fluxo de caixa no controle fin anceiro das pequenas
empresas
Segundo Pivetta (2005), na pequena empresa, devido à simplicidade de sua
estrutura, a principal contribuição do fluxo de caixa é a compreensão dos efeitos das
decisões tomadas, com relação aos recursos disponíveis na empresa. O
administrador, ao dar prazo para pagamentos ou descontos aos clientes, pode criar
a obrigação de busca de recursos para pagamentos das obrigações, implicando na
incorrência de despesas financeiras. E isso deve ser considerado o custo da
operação, ao calcular-se, por exemplo, os preços praticados para vendas a prazo.
Além disso, ele cita outros aspectos da atividade que a manutenção de um fluxo de
caixa pode ajudar a perceber e compreender:
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• Existência de concentração de pagamentos/recebimentos;
• Sazonalidade nas vendas;
• Necessidade e resultados das políticas de marketing e promoções;
• Estrutura de custos/despesas fixa;
• Necessidade da separação dos controles pessoais e da empresa;
• Necessidade de uma remuneração pelo trabalho do empreendedor;
• Efeitos dos tributos;
• A noção de passivos/obrigações.
Porém, conforme Kassai (1997), um grande número de pequenos
empreendedores tomam suas decisões baseados na intuição. Evento que se agrava
no caso das pequenas empresas familiares, que na sua segunda geração, que
normalmente eternizam a maneira de administrar a empresa, fazendo exatamente
aquilo que aprenderam com seus pais, sem muitas vezes entender o significado de
suas ações administrativas, e o que é pior, não conseguem enxergar as atuais
mudanças de mercado.
Para Resnik (1991) a pequena empresa, quase sempre possui pouca
disponibilidade de caixa, exclusivamente nos primeiros anos de operação, tornando-
se sensível a mudanças no mercado.
2.4.5 Modelos de fluxo de caixa
Para Zdanowicz (2004), o processo de planejamento do fluxo de caixa
determina a percepção de uma estrutura de informações úteis, práticas e
econômicas, que estimam as futuras entradas e saídas do caixa de uma empresa.
Para Welsch (1983) existe uma importância especial no planejamento e no
controle das disponibilidades, pois determinando as saídas e entradas possíveis, fica
fácil uma avaliação da posição financeira no exercício orçamentário seguinte.
Segundo Yoshitake (apud Yoshitake e Hoji 1997, p. 156), o principal objetivo
da projeção do fluxo de caixa é certificar se há disponibilidade de saldo nas mais
variadas condições econômicas e obter o máximo de lucro.
O fluxo de caixa é uma ferramenta eficiente para a área financeira da
empresa, pois pode ser confeccionado de formas diferentes e adaptado de acordo
21
com a necessidade da empresa, permitindo uma visão prospectiva e retrospectiva
de seus recursos financeiros (QUEJI, 2002).
Yoshitake e Hoji (1997) e Welsch (1983) concordam que existem dois pontos
importantes no fluxo de caixa, um deles é o fluxo de bens e serviços prestados pela
empresa o outro é o dinheiro.
Welsch (1983) enfatiza algumas das principais importâncias do fluxo de caixa
projetado:
• Mostrar a situação financeira possível no resultado das operações planejadas.
• Mostrar o crédito ou o débito disponível.
• Avaliar se há necessidade de empréstimos ou se há fundos para
investimentos.
• Ajudar na organização dos recursos financeiros como o capital de giro total,
vendas, investimentos e capital de terceiros.
• Estabelecer metas concretas para a política de crédito e para o controle da
posição financeira.
Yoshitake e Hoji (1997) relatam que o fluxo de caixa projetado é uma
ferramenta que proporciona o controle e o feedback, sendo que deve ser atualizado
para sempre indicar as condições reais e a mais próxima possível da atual realidade
da empresa.
Ressalta Zdanowicz (2004) que quando a atividade da empresa esta sujeita a
altos e baixos no setor financeiro, recomenda-se a utilização de estimativas de curto
prazo (diário, semanal ou mensal). Já no caso das empresas que apresentam uma
certa regularidade no volume de vendas, há a opção de projetar o fluxo de caixa
para períodos mais longos (mensal, trimestral ou semestral).
Na seqüência são apresentados três modelos de fluxo de caixa. O primeiro
modelo é mais comum, conforme a proposta de Zdanowicz (2004), apresentado em
seu livro Fluxo de Caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiros. O
segundo é abordado por Kassai (1997) e finalmente o modelo de Longo (2001) que
foram concebidos com foco nas necessidades específicas das pequenas empresas.
22
2.4.5.1 Modelo de fluxo de caixa de acordo com Zdanowicz
Zdanowicz (2004, p. 144) faz as considerações iniciais a respeito de seu
modelo de fluxo de caixa dizendo que
o fluxo de caixa é o conjunto de ingressos e desembolsos financeiros projetados pelo administrador financeiros para um dado período. Na sua elaboração deverão ser discriminados todos os valores a serem recebidos e pagos pela empresa. Quanto mais específico for o fluxo de caixa, melhor será o controle sobre as entradas e saídas de caixa, verificando assim as suas defasagens e determinando as medidas corretivas ou saneadoras para os períodos subseqüentes.
Tabela 2 – Modelo de Fluxo de Caixa Segundo Zdanowi cz APRESENTACAO DO MODELO DE FLUXO DE CAIXA $
PERÍODOS JAN FEV MAR ... TOTAL ITENS P R D P R D P R D P R D P R D 1. INGRESSOS Vendas à vista Cobranças em carteira Cobranças bancárias Descontos de duplicatas Vendas de itens do ativo permanente Aluguéis recebidos Aumentos do capital social Receitas financeiras Outros SOMA 2. DESEMBOLSOS Compra à vista Fornecedores Salários Compras de itens do ativo permanente Energia elétrica Telefone Manutenção de maquinas Despesas administrativas Despesas tributárias Despesas financeiras Outros SOMA 3. DIFERENÇA DO PERÍODO (1-2) 4. SALDO INICIAL DE CAIXA 5. DISPONIBILIDADE ACUMULADA (± 3 + 4) 6. NÍVEL DESEJADO DE CAIXA PROJETADO 7. EMPRÉSTIMOS A CAPTAR 8. APLICAÇÕES NO MERCADO FINANCEIRO 9. AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS 10. RESGATE E APLICAÇÕES FINANCEIRAS 11. SALDO FINAL DE CAIXA PROJETADO
P= Projetado; R= Realizado; D= Defasagem. Fonte: Zdanowicz (2004)
Segundo Zdanowicz (2004, p. 146), os principais itens que compõem o
modelo de fluxo de caixa por ele apresentado são:
23
1. Ingressos: É todo o dinheiro que entra (caixa e banco) em qualquer
momento. É composto das vendas à vista, cobranças em carteira, cobranças
bancárias, descontos de duplicatas, vendas do ativo permanente, aumentos do
capital social, aluguéis recebidos e receitas financeiras.
2. Desembolso: são todos os pagamentos realizados pela empresa no
processo de produção, comercialização e distribuição de produtos pela empresa. É
constituído pelas compras à vista, fornecedores, salários, energia elétrica, compras
de itens do ativo permanente, telefone, manutenção de maquinas, despesas
(administrativas, tributárias, financeiras e vendas).
3. Diferença do período: É simplesmente o resultado entre o recebimento e o
pagamento da empresa, podendo ser positiva, negativa ou nula.
4. Saldo Inicial de Caixa: É o saldo final do período.
5. Disponibilidade Acumulada: É o resultado da diferença do período apurado,
mais o saldo inicial de caixa.
6. Nível Desejado de Caixa Projetado: compreende na projeção para o
período imediatamente seguinte das necessidades de caixa da empresa, em função
do volume de entrada e saída futuros.
7. Empréstimos a Captar: Os recursos poderão ser captados através de
empréstimos para suprir a necessidade de caixa, ou serão realizadas aplicações dos
recursos excedentes de caixa.
8. Aplicações no Mercado Financeiro: As aplicações de recursos financeiros
ocorrem em função do saldo da disponibilidade acumulada.
9. Amortização de Empréstimos: A amortizações são devoluções do principal
tomado emprestado.
10. Resgates de Aplicações Financeiras: constituem-se dos recebimentos do
principal.
11. Saldo Final de Caixa: é o nível desejado de caixa projetado para o período
seguinte, que será o saldo inicial de caixa do período subseqüente.
24
2.4.5.2 Modelo de fluxo de caixa prospectado de acordo com Silvia Kassai
O modelo de Fluxo de Caixa Prospectivo proposto por Kassai (1997), descrito
a seguir, possui uma estrutura flexível, com informações claras e básicas no cenário
da pequena empresa, que proporcionam uma maior eficiência na utilização dos
recursos, alem de conseguir realizar simulações do futuro da empresa.
Ao realizar simulações, o micro empresário começa a entender os fatores e
mudanças que afetam positiva ou negativamente o seu negócio, podendo assim,
aperfeiçoar sua maneira de gerir a empresa. (KASSAI,1997)
Kassai (1997) cita que, é necessário considerar algumas características
básicas. São elas:
• Simplicidade – as informações devem ser de entendimento intuitivo, não
sendo necessário o conhecimento prévio dos Princípios e Convenções
Contábeis ou do Método das Partidas Dobradas, que regem a Contabilidade;
• Facilidade de obtenção – as informações devem ser levantadas de forma
fácil, sem necessidade de manutenção de registros históricos ou de sistemas
de acumulação complexos;
• Relevância – apesar de a Contabilidade ser conhecida pela coincidência
algébrica dos centavos, propõe, inicialmente, que o empreendedor preocupe-
se apenas com as informações mais relevantes, desconsiderando os valores
menores;
• Atualidade – a Contabilidade, de forma incorreta, é relacionada geralmente à
mensuração de fatos e eventos passados, propõe modelos de informação
voltados para fatos e eventos presentes e futuros, através da utilização de
modelos prospectivos e orçamentos;
• Possibilidade de efetuar simulações – é importante que os modelos
considerem a possibilidade de efetuar simulações com relação às variáveis
principais, simular queda ou crescimento das vendas, aumento ou diminuição
de custos/despesas, efeitos de financiamentos e empréstimos ou outras
variáveis que podem auxiliar as decisões do empreendedor;
25
• Facilidade de manipulação das informações – a popularização da utilização
de microcomputadores tornou possível desenvolver modelos em softwares do
tipo planilha eletrônica.
O modelo de fluxo de caixa prospectivo proposto por Sílvia Kassai é
estruturado de forma dedutiva, ou seja, registram-se primeiramente os valores
referentes às entradas no caixa, para em seguida registrar as saídas de caixa,
obtendo-se, então, pela subtração desses valores o saldo do período, que
posteriormente é somado ou subtraído do saldo acumulado do período anterior,
chegando-se, assim, ao saldo final.
Tabela 3 – Modelo dedutivo de fluxo de caixa prospe ctivo de Silvia Kassai
Modelo Dedutivo de Fluxo de Caixa Prospectivo FLUXO Obs “n” PERÍODOS
1. Dados Operacionais Relevantes
2. ENTRADAS 3. SAÍDAS 4. VARIAÇÃO (2-3) 5. Retiradas 6. Novos Investimentos 7. Depreciação 8. Custo ou Remuneração do Dinheiro 9. SALDO ACUMULADO (4-5-6-7-8) 10. Empréstimos/Aplicação de Recursos 11. SALDO FINAL (9+/-10) Fonte: Kassai (1997)
Para Kassai (1997), a primeira tentativa de elaboração de Fluxo de Caixa
deve ser feita com empreendedor e um consultor, ou contador. Sendo esta
impossibilitada, o empreendedor deve possuir as características da empresa e suas
atividades, auxiliando assim, na determinação da viabilidade do negócio.
Por fim, o modelo de fluxo de caixa prospectado por Silvia Kassai teve como
principal objetivo, abordar fatores que se julgam importante no desenvolvimento e
constituição de um modelo de informação contábil-financeira para a gestão das
pequenas empresas.
26
2.4.5.3 Modelo de fluxo de caixa de acordo com Longo
Longo (2001) destaca a importância de se possuírem os controles financeiros
básicos, pois além de essenciais para o controle da administração, servem como
base para instrumentos de planejamento. Destaca como os principais controles:
• Registro de caixa e bancos - mantém diariamente o registro de todos os
recebimentos e pagamentos da empresa;
• Controle de contas a pagar e contas a receber - fornecem informações
essenciais referentes aos compromissos assumidos e créditos da empresa,
provenientes de compras e vendas a prazo;
• Controle de estoques - além de controlar os itens que compõem os estoques,
serve também para a manutenção de determinados níveis ideais para o
funcionamento da empresa.
Segundo Longo (2001), “o fluxo de caixa, apesar de ser um relatório simples,
caracteriza-se por ser um instrumento de planejamento, envolvendo previsões, como
por exemplo, as vendas à vista”, sendo que, o maior número de informações para a
composição do fluxo de caixa é proveniente dos controles de contas a pagar e
contas a receber.
O modelo proposto procura seguir a mesma base do histórico, porém
permitindo a projeção de informações para os períodos subseqüentes desejados,
conforme demonstrado através da Tabela 4:
27
Tabela 4 – Modelo de fluxo de caixa de Luci Longo FLUXO DE CAIXA Realizado “n” PE RÍODOS PROJETADOS 1. ENTRADAS 1.1 Recebimento de vendas/serviços à vista 1.2 Duplicatas a receber 1.3 Resgate aplicações 1.4 Empréstimos 1.5 Outros: venda de imobilizado 1.6 Seguros recebidos A – Total dos Recebimentos 2. SAÍDAS 2.1 Pagamento de fornecedores 2.2 Outros gastos com mercadoria 2.3 Pagamento de tributos 2.4 Despesas com vendas 2.5 Despesas administrativas 2.6 Despesas com pessoal e encargos 2.7 Outros impostos e taxas 2.8 Despesas financeiras B - Total dos Pagamentos C – VARIAÇÃO (A-B) D – SALDO ANTERIOR E – SALDO FINAL (C+/-D) Fonte: Ada ptado de Longo (2001 apud Queji, 2002, p.47)
Observando a figura 4, tem-se primeiramente o total dos recebimentos, que
representam o total das entradas no caixa, compreendendo todos os recebimentos
realizados e projetados pela empresa, relativos a vendas à vista, recebimento de
duplicatas de clientes e demais entradas de dinheiro.
Através do modelo de fluxo de caixa prospectado, o empreendedor passa a
identificar o caminho percorrido pelos recursos financeiros na empresa. Longo
(2001) enfatiza que:
Por meio do fluxo de caixa procura-se analisar o deslocamento dos recursos financeiros da empresa, partindo-se do disponível, verifica-se os caminhos percorridos pelo capital de giro, em operações que aumentam e diminuem o nível de caixa da empresa e são cíclicos.
O modelo de fluxo de caixa prospectado de Longo (2001) partiu da premissa
de que o profissional contábil deve buscar constantemente o aprimoramento de seus
28
conhecimentos, a fim de contribuir para transformar a contabilidade em um
instrumento gerador de informações para qualquer empresa, independente de seu
porte.
Neste parágrafo, será realizada uma comparação entre os modelos de fluxo
de caixa para determinada empresa.
Tabela 5 – Comparação dos Modelos de Fluxo de Caixa Modelos de Fluxo de Caixa Principais Características
Zdanowicz
Ingressos, desembolso, diferença do período, saldo inicial
de caixa, disponibilidade acumulada, nível desejado de
caixa projetado, empréstimos a captar, aplicações no
mercado financeiro, amortização de empréstimos,
resgates de aplicações financeiras e saldo final de caixa.
Silvia Kassai
Possui uma estrutura flexível, informações claras e
básicas para a pequena empresa. O fluxo de caixa deve
ter características como simplicidade, facilidade de
obtenção de dados, relevância, atualidade, possibilidade
de efetuar simulações e deve facilitar a manipulação das
informações de forma dedutiva.
Luci Longo
Possui relatório simples, caracterizado por ser um
instrumento de planejamento, envolvendo previsões,
como por exemplo, as vendas à vista, sendo que, o maior
número de informações para a composição do fluxo de
caixa é proveniente dos controles de contas a pagar,
contas a receber, registro de caixas e bancos e controle
de estoque.
2.4.6 Elaboração do fluxo de caixa
Zdanowizc (2004) relata que para realizar um fluxo de caixa é importante
obter algumas informações preliminares de diversos departamentos, setores, seções
da empresa, de acordo com o cronograma anual, mensal ou diário de ingressos e
desembolsos, remetido ao departamento ou gerência financeira.
29
Figura 2 – Fluxograma dos principais elementos na e laboração do fluxo de caixa Fonte: Zdanowicz (2004)
Para Zdanowicz (2004) a elaboração do fluxo de caixa deve conter dados e
estimativas como por exemplo:
• Projeções das vendas: prováveis proporções entre as vendas à vista e as
vendas à prazo;
• Estimativa de compras e condições dadas pelos fornecedores;
• Levantamento das contas a receber de clientes;
• Determinar um espaço de tempo de acordo com a necessidade, tamanho,
organização da empresa e ramo de atividade;
• Avaliação da entrada e saída de caixa de acordo do período pré-determinado.
Na elaboração do fluxo de caixa devem ser consideradas oscilações e
possíveis ajustes nos valores projetados. Para a empresa alcançar as metas e
objetivos positivos, ela deve possuir um nível razoável em caixa e bancos para suprir
suas necessidades; buscar o máximo de lucro; constituir reservas de caixa; aplicar
VENDAS À VISTA
VENDAS A PRAZO
VENDAS DE ATIVO
AUMENTOS DE CAPITAL
OUTROS INGRESSOS
FORNECEDORES
FOLHA DE PAGAMENTO
DESPESAS COM VENDAS
COMPRAS DE ATIVOS
OUTROS DESEMBOLSOS
30
os excedentes de caixa no mercado financeiro; estabelecer limites mínimos no
capital de giro da empresa; e todos estes requisitos devem ser pré-determinados
pelo administrador financeiro (ZDANOWICZ, 2004).
Para Padoveze (2000), a administração diária do fluxo de caixa é um
elemento vital ao setor financeiro que passa as informações para o setor da
tesouraria, através de computadores que possibilitam uma perfeita interação entre
eles. Já o fluxo de caixa mensal relaciona-se com os movimentos mensais e é de
extrema importância para acompanhar os recursos da empresa, o balanço
patrimonial e finalmente demonstrar os resultados.
31
3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
De acordo com Demo (1981, p.7), metodologia significa “etimologicamente, o
estudo dos caminhos, dos instrumentos usados para se fazer ciência. É uma
disciplina instrumental, a serviço da pesquisa”.
Richardson (1999, p.22) afirma que “a metodologia são as regras
estabelecidas para o método científico, por exemplo: a necessidade de observar, a
necessidade de formular hipóteses, a elaboração de instrumentos etc.”.
No presente trabalho primeiramente realizou-se uma ampla pesquisa de
ordem bibliográfica, objetivando a revisão da literatura acerca dos conceitos,
definições e demais aspectos que dizem respeito ao fluxo de caixa, uma ferramenta
de controle de gestão financeira. Neste sentido, assim, contribui-se para o
aprimoramento do setor financeiro da empresa, através do conhecimento dos
estudos já existentes.
Fachin (2001, p.126) afirma que “entende-se por levantamento bibliográfico o
material constituído por dados primários ou secundários que possam ser utilizados
pelo pesquisador”.
Após a definição dos conceitos operacionais que utilizados no decorrer do
trabalho, foi feita uma análise da documentação na empresa, com a finalidade de
determinar quais informações foram úteis para o desenvolvimento do trabalho.
Neste sentido, foi elaborado um estudo durante o período de março a
novembro de 2006, onde foi proposto um modelo do fluxo de caixa para a empresa
Zinca Rápido e Comércio de Ferro Ltda, localizada na cidade de São José, no
estado de Santa Catarina.
Para a obtenção das informações em campo, foi adotada como instrumento
a coleta de dados documentais das contas a pagar e a receber já existentes, as
quais foram melhoradas, conforme apresentados no desenvolvimento do trabalho.
Para elaborar estas informações, os dados coletados foram analisados e
seguidos com outros, projetando assim elementos para análise matemática
financeira.
32
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os resultados serão apresentados e analisados de acordo com o último
objetivo específico.
4.1 Fluxo de caixa realizado do mês de Junho.
Ingressos e Desembolsos Jun/06
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
01/06
/06
03/06
/06
05/06
/06
07/06
/06
09/06
/06
11/06
/06
13/06
/06
15/06
/06
17/06
/06
19/06
/06
21/06
/06
23/06
/06
25/06
/06
27/06
/06
29/06
/06
Junho
Val
or e
m R
$
Ingressos Desembolsos
Gráfico 1 – Ingressos e Desembolsos diários do mês de Junho/06
O gráfico 1 descreve os ingressos e desembolsos diários que ocorreram no
mês de junho. Observa-se que no início do mês houve um caixa positivo e após
essa data a empresa teve picos altos de desembolso.
33
Ingressos e Desembolsos Jun/06
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
160000
180000
01/06/06 05/06/06 09/06/06 13/06/06 17/06/06 21/06/06 25/06/06 29/06/06
Junho
Val
or e
m R
$
Ingressos Desembolsos
Gráfico 2 – Ingressos e Desembolsos semanais de Junho/06
O gráfico 2 demonstra que na primeira semana o ingresso manteve-se
positivo e crescente, porém paralelo ao desembolso. Na segunda semana houve
um declínio onde os pontos de ingresso e desembolso se cruzaram. Na terceira
semana o desembolso manteve-se crescente e o ingresso com um leve declínio,
para finalmente na última semana do mês a empresa obteve novamente um
ingresso favorável em relação ao desembolso.
Ingressos Junho/06
39299,26; 9%63038,17; 14%
359411,14; 77%
Cobranca Bancaria Besc Cobranca Bancaria BanrisulVendas a vista
Gráfico 3 – Formas de Ingressos de Junho/06
34
O gráfico 3 descreve as formas mais comuns de entradas para a empresa.
Em primeiro lugar com 77% as vendas à vista, em segundo e terceiro lugar as
cobranças bancárias totalizando 23% das entradas.
Desembolsos Junho/06
0%
1%
3%
12%
69%1%
4%
0%10%
Água/Frete
Combustivel
Despesas Administrativas
Despesas com vendas
Fornecedores
Luz
Pro;Labore
Salarios
Telefone
Gráfico 4 – Desembolsos mês Junho/06
O gráfico 4 descreve os desembolsos do mês de junho da empresa. Com
69% das saídas são gastos com fornecedores, com 12% os gastos com despesas
com vendas, 10% pagamento de salários, 4% de pró-labore, 3% despesas
administrativas, com 1% a luz e combustível e com menos de 1% despesas com
telefone, água e frete.
35
4.2 Fluxo de caixa realizado do mês de Julho
Ingressos e Desembolsos Julho/06
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
90000
100000
3/7/2
006
5/7/2
006
7/7/2006
9/7/2
006
11/7/2
006
13/7/2
006
15/7/2
006
17/7/2
006
19/7/2
006
21/7/2
006
23/7/2
006
25/7/2
006
27/7/2
006
29/7/2
006
31/7/
2006
Julho
Valo
r em
R$
Ingressos Desembolsos
Gráfico 5 – Ingressos e Desembolsos diários do mês de Julho/06
O gráfico 5 descreve os ingressos e desembolsos diários que ocorreram no
mês de julho. Observa-se que no início do mês houve um caixa positivo e após
essa data a empresa teve picos altos de desembolsos.
Ingressos e Desembolsos Julho/06
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
160000
180000
3/7/2006 7/7/2006 11/7/2006 15/7/2006 19/7/2006 23/7/2006 27/7/2006 31/7/2006
Julho
Valo
r em
R$
Ingressos Desembolsos
Gráfico 6 – Ingressos e Desembolsos semanais de Julho/06
O gráfico 6 demonstra que na primeira semana o ingresso manteve-se
positivo, porém decrescente. O desembolso começa menor que os ingressos na
primeira semana, mas como se pode ver no gráfico, ele está crescente e chega a
36
ultrapassar os ingressos. Na segunda semana houve um equilíbrio entre os
pontos de ingresso e desembolso, porém, os ingressos continuaram positivos. Na
terceira semana o desembolso encontrou-se menor que os ingressos, para
finalmente na última semana do mês a empresa obteve um ingresso negativo em
relação ao desembolso.
Ingressos Julho/06
32381,89; 9%
241111,4; 69%
75853,64; 22%
Cobrança Bancária BESC Cobranca Bancária BANRISUL Vendas à Vista
Gráfico 7 – Formas de Ingressos de Julho/06
O gráfico 7 demonstra que novamente as vendas à vista foram a maioria
dos ingressos do mês de jullho com 69%. As outras formas de pagamento foram
a cobrança bancária BANRISUL com 22% e BESC 9%.
Desembolsos Julho/06
505,23; 0%
5453,46; 1%67789,69; 18%
5611,79; 1%
18000; 4%
46779; 11%
1809,37; 0%
220575,1; 55%
40480,74; 10%
Água/Frete
Combustivel
Despesas Administrativas
Despesas com vendas
Fornecedores
Luz
Pro-Labore
Salarios
Telefone
Gráfico 8 – Desembolsos mês Julho/06
37
O gráfico 8 descreve os desembolsos do mês de julho da empresa. Com
55% das saídas são gastos com fornecedores, com 18% os gastos com despesas
com vendas, 11% pagamento de salários, 4% de pró-labore, 10% despesas
administrativas, com 1% a luz e combustível e com menos de 1% despesas com
telefone, água e frete.
4.3 Fluxo de caixa adaptado e projetado para o mês de Agosto
4.3.1 Fluxo de caixa projetado do mês de Agosto
Para o fluxo de caixa projetado do mês de agosto foi tomado o valor médio
dos ingressos e desembolsos dos meses de junho e julho. Este valor será o valor
provável. Para os valores pessimistas da empresa serão considerados valores
10% menor que a média e para uma visão otimista serão considerados um valor
de 10% acima do valor provável.
Tabela 6 – Fluxo de caixa projetado do mês de Agost o/06 Mês/Ano ago/06 Itens/Cenário PESSIMISTA MAIS PROV. OTIMISTA 1. Ingressos
Cobrança bancária Besc 36047,76 40053,07 44058,37 Cobrança bancária Banrisul 78915,06 87683,4 96451,74
Vendas de Mercadorias a vista 270235,13 300261,25 330287,37
SOMA 385197,95 427997,72 470797,48
2. Desembolsos
Fornecedores 234974,3 261082,55 287190,8
Despesas Administrativas 24247,08 26941,2 29635,32 Sálarios 16200 18000 19800
Pró-Labore 41300,55 45889,5 50478,45
Despesas com Vendas 54263,82 60293,13 66322,44 Água/Frete 699,03 776,7 854,37
Luz 4843,4 5381,55 5919,7
Telefone 1752,61 1947,35 2142,08 Combustivel 4760,82 5289,8 5818,78
SOMA 383041,61 425601,78 468161,94
3. Diferença do período ( 1-2 ) 2156,34 2395,94 2635,53
4. Aplicações financeiras
5. Saldo inicial de caixa 46.134,74 46.134,74 46.134,74
6. Dispon. Acumulada (+3-4+5) 48291,08 48530,68 48770,27
7. Nível desejado 10000 10000 10000
8. Resg. De aplicações financeiras 0 0 0
9. Saldo final de caixa 38291,08 38530,68 38770,27
Fonte: Dados primários (2006)
38
Ao analisar a tabela 6 do mês de Agosto/06, verifica-se que no mês de
Agosto/06 o saldo projetado é de R$2.156,34, de maneira pessimista, e mais
provável de R$2.395,94 e a otimista de R$2.635,53. Portanto, seu saldo de caixa
é positivo (entradas maior que as saídas), assim, a empresa pode atender seus
compromissos.
Tabela 7 – Fluxo de caixa real x Fluxo de caixa pro jetado do mês de Agosto Mês/Ano ago/06 Itens/Cenário REAL MAIS PROV. DIFERENÇA 1. Ingressos
Cobrança bancária Besc 23981,63 40053,07 -16071,44
Cobrança bancária Banrisul 126527,1 87683,4 -38843,7 Vendas de Mercadorias a vista 347229 300261,25 46967,75
SOMA 497737,73 427997,72 -7947,39
2. Desembolsos Fornecedores 311422,4 261082,55 50339,85
Despesas Administrativas 29214,89 26941,2 2273,69
Sálarios 45315,25 45889,5 -574,25 Pró-Labore 18000 18000 0
Despesas com Vendas 67484,42 60293,13 7191,29
Água/Frete 2271,29 776,7 1494,59 Luz 5849,08 5381,55 467,53
Telefone 2256,66 1947,35 309,31
Combustivel 5961,25 5289,8 671,45
SOMA 487775,24 425601,78 62173,46
3. Diferença do período ( 1-2 ) 9962,49 2395,94 7566,55
4. Aplicações financeiras
5. Saldo inicial de caixa 46.134,74 46.134,74 0,00
6. Dispon. Acumulada (+3-4+5) 56097,23 48530,68 7566,55
7. Nível desejado 10000 10000 10000
8. Resg. De aplicações financeiras 0 0 0
9. Saldo final de caixa 46097,23 38530,68 7566,55
Fonte: Dados primários (2006)
Ao analisar a tabela 7 do mês de Agosto/06 referente ao fluxo de caixa real
x fluxo de caixa projetado, verifica-se que a projeção de caixa para este mês os
ingressos são maiores que os desembolsos. Observa-se que o fluxo de caixa
realizado deste mês, confrontando com as projeções de caixa, existe uma
diferença de R$7.566,55. Assim, no mês de Agosto/06 o saldo de caixa do fluxo
real em relação ao projetado é de R$9.962.49, e R$2.395,94 para o projetado, e,
39
portanto, seu saldo de caixa é positivo, significa que a situação financeira da
empresa em estudo é confortável para a situação projetada.
4.3.2 Fluxo de caixa realizado do mês de Agosto
Ingresso e Desembolsos Ago/2006
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
1/8/2
006
3/8/2
006
5/8/2006
7/8/2006
9/8/200
6
11/8/2
006
13/8/
2006
15/8/
2006
17/8/
2006
19/8/
2006
21/8/2
006
23/8/
2006
25/8/
2006
27/8/
2006
29/8/
2006
31/8/2
006
Agosto
Valo
r em
R$
Ingressos Desembolsos
Gráfico 9 – Ingressos e Desembolsos diários do mês de Agosto/06
O gráfico 9 descreve os ingressos e desembolsos diários que ocorreram no
mês de agosto. Observa-se que no início do mês houve um caixa positivo e após
essa data a empresa teve picos altos de desembolsos.
Ingressos e Desembolsos Agosto/06
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
160000
180000
1/8/2006 5/8/2006 9/8/2006 13/8/2006 17/8/2006 21/8/2006 25/8/2006 29/8/2006
Agosto
Valo
r em
R$
Ingressos Desembolsos
Gráfico 10 – Ingressos e Desembolsos semanais de Agosto/06
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O gráfico 10 relaciona os ingressos e os desembolsos divididos em
semanas. Na primeira semana os ingressos iniciaram positivos em relação aos
desembolsos. Na segunda semana os desembolsos ultrapassaram os ingressos.
Na terceira semana novamente os ingressos foram maiores que os desembolsos,
para finalmente na quarta e última semana do mês existir um crescimento dos
ingressos e uma queda dos desembolsos.
Ingressos Agosto/06
23981,63; 5%
126527,1; 25%
347229; 70%
Cobranca Bancaria BESC Cobranca Bancaria BANRISULVendas a vista
Gráfico 11 - Formas de Ingressos de Agosto/06
O gráfico 11 mostra que as vendas à vista foram a maioria dos ingressos
do mês de agosto com 70%. As outras formas de pagamento foram a cobrança
bancária BANRISUL com 25% e a cobrança bancária BESC 5%.
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Desembolsos Agosto/06
2271,29; 0%
5961,25; 1%
29214,89; 6%
67484,42; 14%
311422,4; 65%5849,08; 1%
18000; 4%
45315,25; 9%
2256,66; 0%
Água/Frete
Combustivel
DespesasAdministrativasDespesas comvendasFornecedores
Luz
Pro-Labore
Salarios
Telefone
Gráfico 12 – Desembolsos mês Agosto/06
O gráfico 12 descreve os desembolsos do mês de agosto da empresa. Os
65% das saídas são gastos com fornecedores, os 14% os gastos com despesas
com vendas, os 9% são com os pagamentos de salários, os 6% das despesas
administrativas, os 4% de pró-labore, 1% de luz e combustível e com menos de
1% despesas com telefone, água e frete.
4.5 Fluxo de caixa adaptado dos meses de Junho, Julho e Agosto.
521608,6
444199,12426756,4 407004,76
517489,7487775,3
0
100000
200000
300000
400000
500000
600000
Valor em
R$
Junho Julho Agosto
Meses
Ingressos e Desembolsos Junho/Julho/Agosto/06
Ingressos Desembolos
Gráfico 13- Ingressos e Desembolsos dos Meses de Junho, Julho e Agosto de 2006.
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O gráfico 13 explica os ingressos e desembolsos dos meses de junho, julho
e agosto de 2006. No mês de junho a empresa obteve um ingresso de R$
521,608,60 e um desembolso de 444,199,12, dando uma diferença positiva para
os ingressos de 77,409,48. No mês de julho, os ingressos foram de R$
426,756,40 e R$ 407,004,76 de desembolsos, gerando um caixa positivo de
ingressos de R$ 19,751,64. Finalmente no mês de agosto, a empresa obteve um
ingresso de R$ 517,489,70 e um desembolso de R$ 487,775,30, gerando mais
uma vez um fluxo de caixa positivo de R$ 29,714,40.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A organização e a adaptação de um fluxo de caixa para a empresa Zinca
Rápido Ltda, foi de fundamental importância, pois foi nele que os gerentes
responsáveis pelo setor financeiro, puderam compreender de uma forma mais
científica e qualificada o caixa da empresa, seus principais tipos de embolsos e
desembolsos e o quanto a empresa ainda pode investir ou quitar dividas sem
perder o controle das finanças.
Foi feito controle diário dos embolsos e desembolsos da empresa, onde
foram todos relacionados e catalogados durante três meses.
Com a pesquisa realizada, a empresa agora poderá estabelecer algumas
metas e desenvolver algumas estratégias que facilitem uma maior harmonização
entre as entradas (ingressos) e saídas (desembolsos) de recursos advindos do
setor financeiros. Através do instrumento desenvolvido pode-se configurar e
estabelecer um planejamento mais eficiente para a alocação de recursos
excedentes e programar a captação, quando estes se mostrarem deficientes.
No decorrer da pesquisa, foi visto que a empresa em estudo mantinha
outras formas de controles que não se mostravam eficientes, e com a implantação
dos modelos de projeções, e fluxos de caixa propostos, certamente irão propiciar
agilidade e segurança na tomada de decisões.
Com isso, a empresa agora passa a ter um fluxo de caixa adaptado a suas
necessidades diárias, podendo servir como mais uma ferramenta gerencial de
destaque, facilitando o armazenamento e organização dos dados.
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REFERÊNCIAS
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