fichamento_ fluxo de caixa pessoal

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FLUXO DE CAIXA PESSOAL: EDUCAÇÃO FINANCEIRA EM AULAS DE MATEMÁTICA COM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA DO INTERIOR DO ESPÍRITO SANTO PEREIRA, Alexsandra Alves. Fluxo de caixa : educação financeira em aulas de matemática com estudantes do ensino médio de uma escola do interior do Espírito Santo. 26 de novembro de 2014. Dissertação de Mestrado Profissional (Mestrado Profissional em Educação em Ciências e Matemática). Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática. Instituto Federal do Espírito Santo. Vitória – Espírito Santo, 2014. 157 p. ALEXSANDRA ALVES PEREIRA – 2014 percebi que muitos deles apresentam dificuldades ligadas ao ensino da matemática, em especial no conteúdo envolvendo Matemática Financeira, não relacionando com o cotidiano. (p. 13) observação da existência de casos de estudantes e seus familiares que não contabilizam seus gastos diários, dificultando a gestão das suas finanças pessoais, consumindo produtos e, ou, serviços sem realizar uma análise das suas reais necessidades. A gestão das finanças pessoais pode ser entendida como um processo de planejar, organizar e controlar nossas entradas e saídas de dinheiro. A pesquisa propõe que se devem realizar mensalmente os registros, para que os sujeitos envolvidos possam planejar melhor seus gastos. Para que se tenha um futuro sem problemas financeiros é preciso realizar esse planejamento, com tomadas de decisões que priorizem a estabilidade financeira. Educação de qualidade é aquela em que a escola promove para todos o domínio de conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas necessários ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos, à inserção no mundo do trabalho, à constituição da cidadania (inclusive como poder de participação), tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e igualitária (LIBÂNEO, 2001, p.19).

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Page 1: Fichamento_ Fluxo de Caixa Pessoal

FLUXO DE CAIXA PESSOAL: EDUCAÇÃO FINANCEIRA EM AULAS DE MATEMÁTICA COM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA DO INTERIOR DO ESPÍRITO SANTO

PEREIRA, Alexsandra Alves. Fluxo de caixa: educação financeira em aulas de matemática com estudantes do ensino médio de uma escola do interior do Espírito Santo. 26 de novembro de 2014. Dissertação de Mestrado Profissional (Mestrado Profissional em Educação em Ciências e Matemática). Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática. Instituto Federal do Espírito Santo. Vitória – Espírito Santo, 2014. 157 p.

ALEXSANDRA ALVES PEREIRA – 2014

percebi que muitos deles apresentam dificuldades ligadas ao ensino da matemática, em especial no conteúdo envolvendo Matemática Financeira, não relacionando com o cotidiano. (p. 13)

observação da existência de casos de estudantes e seus familiares que não contabilizam seus gastos diários, dificultando a gestão das suas finanças pessoais, consumindo produtos e, ou, serviços sem realizar uma análise das suas reais necessidades.

A gestão das finanças pessoais pode ser entendida como um processo de planejar, organizar e controlar nossas entradas e saídas de dinheiro. A pesquisa propõe que se devem realizar mensalmente os registros, para que os sujeitos envolvidos possam planejar melhor seus gastos. Para que se tenha um futuro sem problemas financeiros é preciso realizar esse planejamento, com tomadas de decisões que priorizem a estabilidade financeira.

Educação de qualidade é aquela em que a escola promove para todos o domínio de conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas necessários ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos, à inserção no mundo do trabalho, à constituição da cidadania (inclusive como poder de participação), tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e igualitária (LIBÂNEO, 2001, p.19).

A escola deve propiciar aos estudantes, por meio de articulações, a possibilidade de realização da cidadania, tanto com o mundo do trabalho, como os auxiliando em sua formação política e social. Para que sejam capazes de fazer uma leitura crítica da realidade. (p. 13-14)

estudantes não possuírem o hábito de registro de suas entradas e saídas, sucessivamente, não saberem realmente lidar com o dinheiro. Atualmente, percebe-se que nas escolas brasileiras se trabalha pouco com a Educação Financeira, talvez isso se dê pelo fato de muitos anos de inflação e desinformação, ou seja, nós brasileiros não sabemos lidar de forma crítica com essa questão. (p. 14)

Devemos incentivar práticas em sala de aula voltadas à Educação Financeira para que a geração futura possa usar seus ganhos de forma correta e, assim, aumentar suas chances de alcançar a independência financeira. (p. 14-15)

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busca estimular a aprendizagem financeira dos estudantes, incentivando-os ao uso consciente do dinheiro em seu cotidiano. (p.15)

Através do fluxo de caixa pessoal é possível visualizar a situação financeira do indivíduo, facilitando o controle dos gastos, torna-se um poderoso instrumento de planejamento e gerência financeira, estabelecendo informações sobre a entrada e saída de dinheiro. (p. 15)

Ao realizar esse acompanhamento financeiro de forma crítica, o sujeito estará mudando sua realidade, pois se sabe que muitos não controlam suas entradas e saídas de dinheiro. (p. 16)

O uso do fluxo de caixa pessoal, se bem utilizado, serve para compreender e analisar o consumo diário e a partir dessas informações planejarem melhor os gastos individuais. Ao possuírem essa autonomia financeira, os estudantes ganham o poder de escolha ao realizarem uma compra de um produto e, ou, serviço. (p. 16)

No registro diário é descrito cada item relacionando-o com o valor pago à vista. Além disso, ao adquirirem compras a prazo, podem analisar os juros e a taxa de juros imposta e, nesse momento, com uma visão crítica é que decidem realizar ou não a compra. (p. 16)

discutir situações que envolvem o uso consciente e sustentável do dinheiro (p. 18)

Ao ler alguns trabalhos na área da Matemática Financeira, percebe-se que “administrar o dinheiro não se limita, a saber, economizar e fazer contas. Não é tampouco colocar o dinheiro como primeira grandeza em nossas vidas. Significa saber utilizar nossos recursos em prol do nosso crescimento e bem-estar” (BRASIL, 2011, p.12). (p. 19)

A Matemática Financeira nos capítulos dos livros didáticos fica reduzida ao ensino de cálculo de juro simples, montante, taxa de juro, desconto, aumento, cálculo de juro composto e entre outros temas. (p. 22)

Situações desse tipo em sala de aula levam a desenvolver a mecanização dos cálculos, a valorizar a educação bancária. Em contrapartida negam a reflexão, a crítica e podem tornar os estudantes incapazes de desenvolverem sua autonomia e o poder de escolha. Questões como parcelamentos, compra a prazo, cartão de crédito, carnê, entre outros, que podem gerar juros infindáveis e são questões interessantes para serem discutidas, quase não entram nas discussões das aulas e normalmente não são trabalhadas, gerando sujeitos despreparados para as práticas financeiras. (p. 22)

Segundo Amorim (2013, p.1) “o ensino de matemática há muito está marcado pelo conteudismo, pela repetição de abordagens, pelo ensino descontextualizado e por ausência de práticas interdisciplinares”. (p. 23)

A organização do controle e registro financeiro pessoal, devido às mudanças no contexto social atual, se torna cada vez mais necessária. Diante desse cenário, é fundamental que tenhamos uma visão crítica dessa sociedade, como

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consumidores conscientes, e que sejamos autônomos ao escolher consumir um determinado produto e, ou, serviço. (p. 24)

Uma educação sem aplicabilidade à realidade é para Freire (2005, p.66) uma “Educação Bancária”. “[...] a educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante”, contrapondo essa ideia é importante trabalhar conteúdos que possibilitam ao estudante uma visão crítica do cotidiano, propiciando a produção do conhecimento como processo de busca. (p. 24)

Quando os educadores promovem situações em sala de aula que induz a intercomunicação da realidade vivida pelo educando, essa se torna autêntica, possibilitando aplicar os conceitos estudados de forma prática. Trabalhar conceitos matemáticos que possam ser aplicados no cotidiano do estudante deve ser um dos focos das instituições escolares na atualidade, promovendo a verdadeira aplicação desses conteúdos no contexto social. (p. 24)

a escola deve propiciar essa aprendizagem com atividades que utilizem exemplos do cotidiano que façam o estudante pensar criticamente. (p. 30)

Ubiratan D’Ambrosio (2007, p.23) enfatiza que: “Análise comparativa de preços, de contas, de orçamento, proporcionam excelente material pedagógico”. Com a contextualização da matemática, é possível construir práticas de sala de aula, ou metodologia de ensino e aprendizagem que atendam ao propósito de relacionar teoria e prática. (p. 30)

“[...] teorias e práticas são as bases de elaboração de conhecimento e decisões de comportamento, a partir de representações da realidade” (Ibid, 2007, p.27). (p. 30)

A matemática quanto mais contextualizada, poderá servir de recurso para solucionar problemas, interpretando criticamente a situação social e política. (p. 31)

Diariamente consumimos sem analisar as consequências desses gastos no orçamento no final e muitos podem ser desnecessários ou mal utilizados. Baseando-se nessa ideia é essencial realizarmos a gestão das nossas finanças pessoais de forma crítica. (p. 32)

É importante ouvir os sujeitos envolvidos nos processos educacionais para organizar o conteúdo programático da ação educacional incentivando o desenvolvimento de busca de criatividade, decisão e consciência, promovendo um currículo que valorize a visão de mundo e uma ação libertadora. (p. 38)

Ao usar o fluxo de caixa pessoal em aulas de Matemática Financeira, não tivemos a intenção de buscar respostas certas ou erradas, somente incentivar os estudantes a registrar suas entradas e saídas e analisá-las de forma crítica. (p. 40)

A Educação Financeira deve ser trabalhada em sala de aula seguindo um currículo que contemple esse conteúdo de forma mais prática e que promova um olhar crítico ao lidar com o dinheiro. (p. 57)

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ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção, ou a sua construção. (p. 59)

De acordo com os autores Alro & Skovsmose (2006), o professor deve participar do diálogo em sala de aula, não com respostas prontas para problemas conhecidos, além disso, deve ser curioso a respeito das respostas dadas pelos estudantes em questões mais abertas. (p. 59)

E a forma como é realizado o consumo é um assunto que provoca ótimas atividades e resolução de problemas em sala de aula. O professor deve valorizar através do diálogo a sensibilidade do estudante em relação ao consumo, sabendo o quanto as mídias induzem a essa prática de forma a provocar dentro da comunidade familiar conflitos constantes. Dependendo da situação financeira da família, onde os ganhos e, ou, entradas são baseadas em salários mínimos, adquirir certos produtos e, ou, serviços se tornam um problema. (p. 59)

Com o aumento exageradamente do consumo, temos que ser críticos ao adquirir tais produtos ou serviços, para tanto devemos ter conhecimentos atualizados, e assim não sermos condicionados a realizar gastos desnecessários. Existe uma pressão social para as pessoas realizarem seu próprio planejamento, para que não fiquem endividadas, devido à necessidade da lucratividade de induzir ao consumo; em tese, quanto menor for o endividamento, maior autonomia o indivíduo terá para consumir. Para transformar essa realidade e intervir de forma consciente, é importante que o estudante tenha uma visão crítica para realizar, ou não, o consumo de produtos e serviços, ou seja, consumir se necessário e não apenas por imposição, conquistando sua autonomia financeira. (p. 61)

Ainda com essa visão sabemos que controlar as entradas e saídas de dinheiro mês a mês pode ser cansativo e dolorido inicialmente, mas isso se faz necessário. Em contrapartida, em longo prazo, se torna prazeroso.

Essas são decisões importantes a serem tomadas, sabemos que consumir não é errado, pelo contrário temos que consumir de forma consciente. Para evitar um desequilíbrio financeiro devemos planejar bem nossos gastos, esse planejamento não significa deixar de comprar, até porque sabemos que em muitas situações é impossível não consumir. “O planejamento financeiro possibilita consumir mais e melhor. Consumir “mais” por meio da potencialização do dinheiro e “melhor” via eliminação de desperdícios” (BCB, 2013, p.35). (p. 122)

é muito importante a gestão das finanças pessoais para manter estável a vida financeira dos indivíduos. As pessoas que planejam de forma consciente e crítica o seu consumo, conseguem controlar o endividamento pessoal mesmo passando por algumas dificuldades; têm condições de pagar o que devem e ainda destinar uma parte da renda para a poupança; evita pagar juros desnecessários. (p. 122)

É de fundamental importância que os estudantes saibam lidar com o dinheiro com uma visão crítica, para gerir melhor seus gastos pessoais e para poder exercer atividades ou funções que necessitem desses conhecimentos. (p. 123)

Quando são aplicadas atividades voltadas para a realidade cotidiana, as aulas tornam-se mais interessantes e inovadoras, e podem fazer o estudante pensar

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criticamente, desenvolver habilidades de elaboração de um raciocínio lógico, além, de envolvê-lo com aplicações da matemática no dia a dia. (p. 124)

É isso mesmo! Pode parecer loucura, mas o supermercado pode se tornar uma grande fonte de aprendizado sobre finanças. Muitos pais evitam levar crianças, já que elas sempre acrescentam algumas coisinhas ao carrinho, mas, tendo atenção em alguns pontos, pode ser uma aventura muito prazerosa e, com certeza, educativa (BRASIL, 2011, p.23) É importante que a família estimule essa análise referente ao consumo e transforme em aprendizagem, com certeza os filhos irão valorizar seus ensinamentos e aplicá-los em sua vida adulta. Antes mesmo de ir ao mercado, diga ao seu filho que precisa da ajuda dele para fazer uma lista de compras e acerte que comprarão apenas oque está na lista; • No supermercado, peça a ajuda dele para escolher os produtos da lista entre aqueles com bom preço e boa qualidade; • Lembre-se que você não está apenas comprando, mas ensinando como escolher produtos, seguir a lista, separar o caro do barato. Aproveite esse momento para interagir, sem assumir uma postura autoritária; • Ajude seu filho na comparação de preços, na procura pelo produto nas prateleiras, e risque o produto já selecionado da lista de compras; • Ao final, deixe que ele dê o dinheiro ao caixa e receba o troco (BRASIL, 2011, p.24). Sabemos que o consumo é necessário em nosso cotidiano, contudo temos que consumir de forma consciente, planejando as compras, sabendo sobre os impactos desse consumo no meio ambiente e na sociedade, procurando alternativas para evitar o consumo desnecessário e inútil. (p. 127)