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1 FACULDADE CEARENSE CURSO DE GRADUAÇÃO CIÊNCIAS CONTÁBEIS PEDRO HENRIQUE PLÁCIDO RIBEIRO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: A MELHOR OPÇÃO DE MODALIDADE TRIBUTÁRIA APLICADA EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE COMÉRCIO VAREJISTA DE COMBUSTÍVEIS Fortaleza - Ceará 2013

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FACULDADE CEARENSE

CURSO DE GRADUAÇÃO CIÊNCIAS CONTÁBEIS

PEDRO HENRIQUE PLÁCIDO RIBEIRO

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: A MELHOR OPÇÃO DE MODALIDA DE TRIBUTÁRIA APLICADA EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE COMÉRCIO VAREJISTA DE COMBUSTÍVEIS

Fortaleza - Ceará 2013

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PEDRO HENRIQUE PLÁCIDO RIBEIRO

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: A MELHOR OPÇÃO DE MODALIDA DE TRIBUTÁRIA APLICADA EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE COMÉRCIO VAREJISTA DE COMBUSTÍVEIS

Monografia apresentada à Faculdade Cearense, como requisito parcial para à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Esp. Humberto Correia Lima Filho

Fortaleza - Ceará 2013

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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: A MELHOR OPÇÃO DE MODALIDA DE TRIBUTÁRIA APLICADA EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE COMÉRCIO VAREJISTA DE COMBUSTÍVEIS

PEDRO HENRIQUE PLÁCIDO RIBEIRO

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis , e aprovada em sua forma final pelo Curso de Graduação em Ciências Contábeis, da Faculdade Cearense, obtendo a nota média de _______, atribuída pela Banca Examinadora.

Fortaleza, Dezembro de 2013.

___________________________________ Profº. Esp. Humberto Correia Lima Filho

(orientador)

_____________________________________ Profº. Ms. José Flávio Vasconcelos Alves

Membro 1

_____________________________________ Prof°. Esp. Osvaldo Olímpio Bezerra

Membro 2

Fortaleza-CE 2013

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que iluminou o meu caminho durante esta

caminhada.

Á minha família, em especial minha esposa e meu filho e meus pais, pelo

apoio, incentivo e carinho dedicados a mim. Devo a eles tudo o que sou hoje.

Aos professores do curso pela atenção, conhecimento e dedicação

repassados a mim para obtenção desse titulo em especial ao meu orientador,

Professor Humberto Correia, pela sua dedicação e disponibilidade.

Agradeço aos meus colegas de curso, pela amizade e por estar sempre ao

meu lado nesses anos que passamos nos dedicando à nossa formação.

Agradeço a Faculdade Cearense, por ter nos repassado o conhecimento

necessário à nossa formação. A todos que colaboraram de uma maneira ou outra

para a laboração deste trabalho, o meu muito obrigado.

RESUMO

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O presente trabalho irá relatar a real importância que os impostos têm no atual contexto dos negócios, representando um grande déficit monetário para as empresas, esse trabalho surgiu com o interesse de demonstrar a melhor forma de tributação a nível federal para uma empresa que atua no comércio varejista de combustíveis, fazendo um planejamento tributário: Lucro Real, Lucro Presumido e Super Simples Nacional. Neste trabalho monográfico enfocou-se o planejamento tributário, procurando-se alcançar o objetivo de mostrar como se organizam os impostos que aumentam o ônus tributário para as empresas. No segundo capítulo abordou-se o desenvolvimento dos impostos relativos ao Lucro Real x Lucro Presumido, bem como o desenvolvimento da legislação vigente. E, finalmente, no terceiro capítulo foi desenvolvido um estudo hipotético de uma empresa analisando-se qual a melhor alternativa de tributação possível, pela legislação do imposto de renda: Lucro Real ou Lucro Presumido. PALAVRAS-CHAVE: Contabilidade tributária, Planejamento tributário. Lista ilustrações

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CAPITULO 1 Quadro 1 – Períodos Evolutivos Do Conhecimento................................................... 14 Quadro 2 - Método das partidas dobradas ............................................................... 15 Quadro 3 – Características básicas das contabilidades financeira e gerencial ....... 20 Quadro 4 – Presunção base de cálculo IRPJ lucro presumido................................. 33 CAPITULO 2 LUCRO REAL Quadro 1 – Cálculo lucro real anual IRPJ / CSLL .................................................. 41 Quadro 2 – Cálculo lucro real anual IRPJ / CSLL .................................................. 42 Quadro 3 – Cálculo lucro real anual IRPJ / CSLL .................................................. 43 Quadro 4 – Apuração PIS pelo Lucro Real............................................................... 43 Quadro 5 – Apuração COFINS pelo Lucro Real ....................................................... 43 LUCRO PRESUMIDO Quadro 1 – Apuração IRPJ Lucro Presumido 1º trimestre........................................ 46 Quadro 2 – Apuração IRPJ Lucro Presumido 2º trimestre ....................................... 46 Quadro 3 – Apuração IRPJ Lucro Presumido 3º trimestre....................................... 47 Quadro 4 – Apuração IRPJ Lucro Presumido 4º trimestre ....................................... 47 Quadro 5 – Apuração CSLL Lucro Presumido 1º trimestre ...................................... 49 Quadro 6 – Apuração CSLL Lucro Presumido 2º trimestre ...................................... 49 Quadro 7 – Apuração CSLL Lucro Presumido 3º trimestre ...................................... 50 Quadro 8 – Apuração CSLL Lucro Presumido 4º trimestre ...................................... 50 Quadro 9 – Apuração PIS e COFINS pelo Lucro Presumido ................................... 52 Quadro 10 – Comparativo Lucro Real x Lucro Presumido ....................................... 53 Lista de siglas

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IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido PIS - Programa de Integração Social

SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 09 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ....................................................................... 13 1.1 O inicio da contabilidade ............................................................................................... 13 1.2 A escola européia .......................................................................................................... 15 1.3 A escola norte-americana ............................................................................................. 17 1.4 A contabilidade no Brasil............................................................................................... 18 1.5 A contabilidade como ferramenta de gestão ............................................................. 19 1.6 O contador gerencial...................................................................................................... 22

2. MODALIDADES TRIBUTÁRIAS ................................................................................... 24 2.1 Lucro Real........................................................................................................................ 26 2.1.1 Base de cálculo do imposto de renda.................................................................. 26 2.1.2 CSLL – Contribuição social sobre o lucro liquido – lucro real............................. 28 2.1.3 PIS – Programa de Integração Social no lucro real............................................... 28 2.1.4 COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social no Lucro Real.................................................................................................................................................... 29

2.1.5 Pessoas jurídicas obrigadas ao Lucro Real ...................................................... 30 2.2 Lucro Presumido ............................................................................................................ 31 2.2.1 Adicional........ ............................................................................................................... 31 2.2.2 Base de cálculo do imposto de renda...................................................................... 32 2.2.3 CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Liquido – Lucro Presumido .......... 33 2.2.4 Percentuais aplicados sobre a receita bruta (presunção base de cálculo IRPJ lucro presumido................................................................................................................ 33 2.2.5 PIS - programa de integração social / COFINS - contribuição para financiamento da seguridade social pelo lucro presumido ........................................ 35 2.2.6 Pessoas jurídicas obrigadas ao lucro presumido ................................................. 35 2.3 Lucro Arbitrado .............................................................................................................. 36 2.4 Simples Nacional .......................................................................................................... 38 2.4.1 Pessoas jurídicas optantes do simples nacional.............................................. 39 2.5 Caso prático ........................................................................................................ 40 2.5.1 Apuração Lucro Real Anual ............................................................................. 40 2.5.2 Lucro Presumido .............................................................................................. 45 2.5.3 Apuração do IRPJ Lucro Presumido ................................................................ 45 2.5.4 Apuração da CSLL pelo Lucro Presumido ....................................................... 48 2.5.5 Apuração do PIS e da COFINS pelo Lucro Presumido ................................... 51 2.5.6 Conclusão ........................................................................................................ 53 2.6 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 55

INTRODUÇÃO

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A contabilidade é uma ciência que estuda, analisa, interpreta e registra os

fatos econômico-financeiros dentro de uma entidade para isso tem como objeto

principal o patrimônio.

A importância da área contábil, tanto para pessoas físicas como para pessoas

jurídicas através das constantes evoluções no cenário nacional e internacional,

mostra que a contabilidade também evolui de forma rápida, adequando-se a

necessidade da sociedade e melhorando continuamente através da tecnologia e

aprimoramento dos profissionais que ali estão inseridos.

Para que a contabilidade seja feita dentro da legalidade, ela obedece a vários

princípios fundamentais da contabilidade, de acordo com a resolução nº 750/93 do

CFC dentre esses princípios exemplifica-se a competência, continuidade, prudência

dentre outros.

Alem disso existem os CPC’s que tem como objetivo estudar e emitir

pronunciamentos técnicos sobre procedimentos de contabilidade para permitir a

emissão de normas, visando à centralização e uniformização do seu processo de

produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos

padrões internacionais.

Agora tratando da parte tributária incluem-se inúmeras leis e procedimentos a

serem adotados, temos como principal o decreto 3.000/99 e suas alterações,

permitindo que exista no Brasil três modalidades de tributação: lucro real, lucro

presumido e lucro arbitrado.

Vale também ressaltar a lei complementar 123/06, referente ao Simples

Nacional que é um regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido, aplicável

às microempresas e empresas de pequeno porte.

Como no Brasil a alta competitividade das empresas em seus mais diversos

segmentos (indústria, comércio e serviços) aliada ao grande crescimento da

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economia e poder de compras da população que na maioria das vezes utilizam-se

de recursos e facilidades para pagamentos das mercadorias ou serviços as

empresas tratam de alavancar as vendas / faturamento e isso não está atrelada ao

aumento do lucro, as entidades acabam por aumentar suas despesas tributárias.

Sabendo-se que no Brasil existem vários tipos de impostos, taxas e

contribuições e que as despesas tributárias correspondem a grande parte dos custos

absorvidos pela entidade e, todavia é um contribuinte direto do Fisco é necessário

ser feito um planejamento.

Podemos afirmar que a decisão por parte da gestão empresarial diretamente

ligada com a participação de um contador pode refletir significativamente na

apuração e recolhimento de impostos na entidade e consequentemente isso é

questão de sobrevivência na realidade atual do país, onde muitas empresas deixam

de operacionalizar suas atividades por falta de conhecimento gestão e eficácia na

gestão, induzida pela carga tributária que grande parte desses recursos destinado a

ser retribuído a população na maioria das vezes se perde por aplicações mal

sucedidas pelo governo .

Assim, analisando as possibilidades para planejar e dá continuidade a

empresa sem que deixe de recolher seus tributos corretamente e consequentemente

cumpra com suas obrigações tributárias obedecendo a atual legislação federal,

pergunta-se? Como elaborar um correto e seguro planejamento tributário lucro real x

lucro presumido em uma empresa que atua no comércio varejista de combustíveis?

OBJETIVO GERAL

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- Realizar um planejamento tributário com base na análise comparativa

das diversas modalidades de tributação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Explanar sobre a história da contabilidade, levando sua participação

como ferramenta de gestão e como as modalidades tributárias auxiliam a

contabilidade.

- Conceituar as principais modalidades tributárias existente no Brasil

(Real, Presumido e Simples Nacional) e campo de aplicação dessas modalidades.

- Estudo de caso realizado em uma empresa que atua no comercia

varejista de combustíveis.

METODOLOGIA

O individuo para desenvolver um trabalho acadêmico necessita de reflexão sobre

o tema proposto, sabe-se que partir deste momento, ocorre um aprofundamento

gradativo por parte de quem escreve.

Para a realização desta pesquisa quanto aos procedimentos delineados e a

obtenção de dados caracteriza-se como pesquisa bibliográfica, utilizando-se de

fontes primárias e secundárias.

De acordo com GIL (1999 apud RAUPP e BEUREN. 2004, p.87). explica que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida mediante material já elaborado, principalmente livros e artigos científicos. Apesar de praticamente todos os outros tipos de estudo exigirem trabalho dessa natureza, há pesquisas exclusivamente desenvolvidas por meio de fontes bibliográficas.

A pesquisa bibliográfica para CERVO e BERVIAN (1983, p. 55 apud RAUPP

e BEUREN.2004, p. 86).

Explica um problema a partir de referencias teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da

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pesquisa descritiva ou experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema.

Dentro do contexto bibliográfico, efetuou-se uma pesquisa em dados

primários e secundários, através de um levantamento das principais legislações que

regulamentam o Lucro Real Lucro Presumido e o Simples Nacional, utilizando-se de

livros, artigos publicados em revistas e na internet, e principalmente a legislação

sobre as modalidades de tributação abrangidas.

Assim o estudo de caso será aplicado a uma empresa que pra fins de

adequação e apuração dos impostos e sem que haja dano ao seu patrimônio bem

como ao erário nacional, estuda a melhor opção de tributação para seu ramo de

atividade (comércio varejista de combustíveis), referente ao exercício do ano

calendário anterior 2012.

1.1 O INICIO DA CONTABILIDADE

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O aparecimento da contabilidade é uma incógnita, alguns autores datam a

mais ou menos quatro mil anos, outros cinco mil anos a até alguns chegando a seis

mil anos antes de cristo. Naquele tempo onde até se sabe não existia moeda, escrita

e muito menos números, mas o que nota-se realmente é que onde o homem se

sentiu atraído em fazer os registros de seus rebanhos nas paredes das cavernas.

Segundo IUDICIBUS e MARION (1999), na Biblia no livro de Jo, que e

considerado o mais antigo, esta descrito no versiculo tres do primeiro capitulo.“ E era

o seu gado sete mil ovelhas, e três mil camelos, e quinhentas juntas de bois e

quinhentas jumentas.” Esse e diversos exemplos mostram que a contabilidade já

existia com o primitivismo dos povos, ainda que os conhecimentos da matematica,

das letras, dos negocios e ate, mesmo de patrimônio fossem limitados.

E atrelando o inicio da humanidade com a origem ou surgimento da

contabilidade verifica-se que o homem tinha era a real necessidade de permutar

seus objetos como, por exemplo, tecidos, peças artesanais etc. e alimentos como a

caça a pesca e a agricultura.

A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade. A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam com escritas, embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 a.C. (ZANLUCA, 2009)

Aliás, com as grandes movimentações de objetos, mercadorias e a

agricultura, quanto mais o homem ganhava ou perdia foi se desenvolvendo o

comércio e assim começaram a se certificar que precisavam possuir algum tipo de

registro ou um documento que tomassem por base aquilo que foi vendido e

comprado, ganhado ou perdido assim contabilizando seus lucros e ou prejuízos.

Segundo PADOVEZE (1997, p. 25), contabilidade é:

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O processo de identificação, mensuração, acumulação, analise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadas pela administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e para assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos.

Hoje o que a contabilidade chama de inventário e consequetemente o

controle de suas mercadorias, no inicio da humanidade era feito de maneira bem

rudimentar através de pedras onde o dono da mercadoria ou rebanho fazia sua

contagem uma a uma para assim registrar o quanto de patrimônio possuía.

Abaixo será apresentado um quadro onde mostra os principais períodos da

história da contabilidade onde esses períodos podem ser classificados em Intuitivo

Primitivo, Racional-Mnemonico, Lógico-Racional,Literatura,Pré-Científico, e

Cientifico.

Quadro: Períodos Evolutivos Do Conhecimento

1.2 A ESCOLA EUROPÉIA

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Os primeiros registros de estudo no que se inserem a contabilidade moderna

foi promovida pela escola italiana de contabilidade através do idealizador da

contabilidade, Frei Luca Pacioli, que revolucionou a contabilidade naquela época

através do método das partidas dobradas que é utilizado até os dias de hoje.

Frei Luca Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões,

deixou muitas obras destacando-se a "Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni

et Proporcionalitá", impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre

Contabilidade e Escrituração.

Pacioli escreveu o livro "Tratactus de Computis et Scripturis" (Contabilidade

por Partidas Dobradas), que foi publicado em 1494, onde cada débito terá um

crédito de valor igual.

Apesar de ser considerado um método simples não conseguiram sobrepor

esse método apesar de já terem se passado mais de seis séculos

Método das partidas dobradas

Quadro 2 Método das partidas dobradas Fonte: Pedro Henrique

Foi na Itália que aconteceram os primeiros registros de restrições a prática da

contabilidade onde o governo passou a reconhecer como contadoras apenas

pessoas que estavam devidamente possuíam conhecimento técnico para exercer a

prática contábil.

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Foi a partir da revolução industrial, onde as atividades econômicas migraram

do artesanato para indústria, quando o grande desenvolvimento econômico fez

surgir as grandes empresas e o mercado de capitais, daí verificou-se a necessidade

dos registros contábeis como forma de garantir e assegurar que essas transações

estavam feitas corretamente de acordo com a obra de Luca Pacioli

Segundo NAGATSUKA (2008, p. 03) a Itália dominou o cenário contábil até

os primeiros anos do século xx, quando, de 1920 em diante, a ascensão econômica

e cultural dos Estados Unidos fez com que a escola italiana entrasse em

decadência, a partir daí, começou o domínio da escola norte-americana.

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1.3 A ESCOLA NORTE-AMERICANA

Como visto anteriormente, a Itália foi a principal propulsora da contabilidade

para o cenário mundial, mas foi os Estados Unidos que observou, por centralizar as

informações econômicas de um período dentro da entidade, poderia ter um papel

mais intenso e relevante na gestão da empresa, e assim os estudos foram sendo

desenvolvidos para tomadas de decisões e as necessidades dos usuários da

contabilidade.

Para que esse estudo fosse estendido, diversas organizações norte-

americanas foram responsáveis pela pesquisa e desenvolvimento das normas e

procedimentos utilizados pela contabilidade, contribuindo com o enriquecimento da

ciência contábil e dos princípios contábeis, dentre elas vale ressaltar:

• AAA – American Accounting Association;

• AICPA – American Institute Of Certified Public Accountants;

• FASB – Financial Accounting Standards Board.

Logo, a escola Norte-Americana também aperfeiçoou as técnicas de auditoria

desenvolvidas pelos ingleses e com isso a escola Italiana curvou-se ao

desenvolvimento dessa nova visão contábil. Apesar dos estudos e as técnicas

desenvolvidas na contabilidade se preocuparem com a tomada de decisões no

universo empresarial, existia também a preocupação com o desenvolvimento e

aprimoramento da profissão do contador estendendo sua formação para a

universidade.

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1.4 A CONTABILIDADE NO BRASIL

A ciência contábil no Brasil iniciação sua profissionalização por volta do ano

de 1754 no Brasil colônia, quando foi autorizada a criação do curso “aula de

comercio” que era supervisionado na época pela Junta de Comercio de Lisboa.

Conforme NAGATSUKA (2008, p.04) duas escolas se destacaram pela

relevante contribuição para a evolução da profissão contábil no nosso país, essa

escolas foram:

1902 – Criação da Escola de Comércio Álvares Penteado , em São Paulo

que adotou basicamente as técnicas das escolas italiana e alemã (registro de

operações financeiras ocorridas em uma empresa).

1946 – Inauguração da Faculdade de Economia e Administração da

Universidade de São Paulo , seguindo os métodos utilizados pela escola norte-

americana – onde o uso das informações contábeis era para gestão dos

negócios . Também foi criada nessa época, um centro de pesquisa contábeis, com a

intenção de adaptar os métodos utilizados nos estados unidos

O professor Sérgio de IUDICIBIUS, em seu livro teoria da contabilidade,

capitulo 2, define com muita propriedade o momento atual da contabilidade

brasileira:

“uma característica atual do estagio de desenvolvimento da

contabilidade no Brasil e paradoxal: a qualidade de normas contábeis a

disposição ou editadas por órgãos governamentais ( devido à inoperância

de nossas associações de contadores, o governo teve ter de tomar

iniciativa) é claramente superior – principalmente agora com a lei da

sociedades por ações - à qualidade média atual dos profissionais que terão

de implementar estas normas. Nossa legislação, historicamente, adianta-se

sempre em relação aos homens que irão utilizá-la, isto é mais sentido no

campo contábil.

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1.5 A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA DE GESTÃO

A importância da área contábil, tanto para pessoas físicas como para pessoas

jurídicas através das constantes evoluções no cenário nacional e internacional,

mostra que a contabilidade também evolui de forma rápida, adequando-se a

necessidade da sociedade e melhorando continuamente através da tecnologia e

aprimoramento dos profissionais que ali estão inseridos.

A contabilidade é sem dúvidas um complexo de informações destinadas a

auxiliar os administradores para tomada de decisões, onde essas informações são

baseadas em livros ou em arquivos magnéticos, observando as técnicas contábeis,

leis e normas internacionais de contabilidade.

Como a contabilidade é responsável em passar essas informações tanto para

o público interno citando os administradores/acionistas como para o público externo

citando fornecedores, clientes e investidores então os chamados de usuários da

contabilidade, torna-se necessário descrever as atividades que interessam aos

administradores onde a contabilidade gerencial será inserida e a contabilidade

financeira para as atividades destinadas aos usuários externos (investidores,

clientes, fornecedores).

Assim, não importando o tamanho da empresa, todas elas precisam de

pessoas que possam ser responsáveis por sua gestão, e para gerir suas atividades

é necessário planejamento, execução e controle.

Podemos então fazer uma pequena comparação demonstrando as principias

características da contabilidade financeira para contabilidade gerencial.

Logo, abaixo será apresentado um quadro onde essas características serão

melhor visualizadas.

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Quadro 3: características básicas das contabilidades financeira e gerencial

Fonte: Dados conforme pesquisa

Daí, o planejamento é um processo atribuído ao momento em que é

estabelecido os objetivos da entidade, a execução é o momento em que a

administração coloca em prática tudo aquilo que foi planejado e o controle fica

assistido a verificação das atividades conforme o que foi planejado, e correlacionado

possíveis desvios, suas causas e ajustando a correções conforme for necessário. E

é ai em que a contabilidade gerencial desempenha seu fundamentação

principalmente no que é relacionado ao planejamento / controle atrelada a

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necessidade dos usuários internos e externo, utilidade das informações e ao

processo de tomada de decisão.

CREPALDI (1998, p.18) define Contabilidade Gerencial como:

Um ramo da Contabilidade quem tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. É voltado para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuados por um sistema de informação gerencial.

Já para OSNI / MOURA ( 2011, p. 03) conceitua a contabilidade gerencial

como:

Um sistema de informação que tem por objetivo suprir a entidade com informações não só de natureza econômica, financeira, patrimonial, física e de produtividade, como também com outras informações de natureza operacional, para que possa auxiliar administradores nas suas tomadas de decisões.

De acordo com CLESIA (2013, p. 231) relata a contabilidade gerencial como:

A contabilidade gerencial trata do processo de identificação, mensuração, analise e comunicação de infomações financeiras e operacionais que são utilizadas pelos administradores no planejamento, avaliação, controle e tomada de decisão dentro de uma organização.

Assim objetivando a contabilidade gerencial como uma conexão entre os

administradores e a contabilidade para que possa ser traçada a meta adequada para

obtenção de perspectivas sendo elas aumento da lucratividade, diminuição de

custos de produção, e o orçamento planejado para os próximos períodos, permitindo

assim um maior controle sobre as decisões da empresa quando tomadas e

conseqüente a continuidade da entidade seja estendida .

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1.6 O CONTADOR GERENCIAL

O profissional contábil precisa ter uma visão ampla do ambiente das

organizações, para que este profissional possa assumir essa profissão de grande

responsabilidade é preciso estar preparado, assim a Contabilidade Gerencial, aliada

com outras áreas do conhecimento científico, dará este suporte, com a finalidade de

agregar valor a esta profissão tão nobre e promissora dentro deste novo modelo de

fazer contabilidade.

O Contador Gerencial é definido como um profissional que identifica, mede,

acumula, analisa, prepara, interpreta e relata informações financeiras e operacionais

para o uso da administração da empresa, nas funções de planejamento, avaliação e

controle de suas atividades e para assegurar o uso apropriado e a responsabilidade

de seus recursos. (IFAC - International Federation of Accouting - Federação

Internacional de Contabilidade)

Para entender melhor o papel do contador gerencial nas organizações é

necessário conhecer profundamente a Contabilidade Gerencial e seus objetivos.

A Contabilidade Gerencial tem como objetivo facilitar o planejamento, controle,

avaliação de desempenho e a tomada de decisão internamente, através de

relatórios de orçamento, contabilidade por responsabilidade, desempenho, custos e

relatórios especiais com a finalidade de facilitar a tomada de decisão. (PADOVEZE,

1996).

A Contabilidade Gerencial utiliza-se de outras disciplinas como, economia,

finanças estatísticas, pesquisa operacional e comportamental organizacional.

Segundo Souto Maior (1994), existem quatro características principais

qualitativas da informação contábil mencionadas pela ONU:

Relevância: define como informação relevante, aquela informação capaz de

influenciar uma avaliação ou tomada de decisão, imediata ou futura. Os fatores que

influenciam na relevância da informação disponibilizada pelas demonstrações

23

contábeis são: oportunidade, tempestividade, materialidade, valor preditivo e

feedback.

Compreensibilidade: as informações contidas nas demonstrações, não devem ser

excessivas e complexas de tal modo a comprometer a compreensão por parte dos

usuários, destruindo a essência das demonstrações, que de informar.

Confiabilidade: uma informação é de qualidade quando a mesma se tem minimizado

a possibilidade de erros na sua geração. A informação apresentada deve

representar de forma fiel a realidade. Deve levar em consideração a essência

econômica dos eventos que ele representa, deve ser imparcial e neutra, e não deve

favorecer nenhuma das partes em detrimento da outra. A prudência deve ser

utilizada na elaboração de uma demonstração, o profissional precisa ter devido

cautela para que não superestime receitas e não sejam subestimados,

apresentando-se distante da realidade. Comparabilidade: os usuários devem

comparar as demonstrações contábeis de uma empresa através do tempo, a fim de

identificar tendências na posição patrimonial-financeira e no seu

desempenho.(PADOVEZE,1996).

Para que o trabalho do contador gerencial alcance com mais eficiência o seu

resultado final é essencial que no decorrer dos seus trabalhos utilize de todas as

suas ferramentas de trabalho com o intuito de otimizar os seus serviços. Ser um

Contador Gerencial, não é um exatamente uma função específica dentro das

organizações, mas sim um comportamento profissional e uma postura a ser aplicada

dentro do desenvolvimento das atividades das organizações.

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2. MODALIDADES TRIBUTÁRIAS Analisar a real possibilidade da aplicação de uma modalidade tributária pra

efeitos de tributação do Imposto de renda pessoa jurídicas – IRPJ e contribuição

social sobre o Lucro Líquido – CSLL pra fins de adequação e apuração dos impostos

sem que haja dano a patrimônio da entidade e também ao erário nacional.

Como no Brasil existem vários tipos de impostos, taxas e contribuições a

entidade torna-se contribuinte direto ao fisco. Assim a necessidade de um

planejamento tributário onde seu objetivo é diminuir os encargos tributários, mas

para isso sem deixar de obedecer a Elisão Fiscal (mais conhecida como

planejamento tributário).

A decisão pelo regime de tributação (lucro real, lucro presumido ou simples

nacional) depende de vários fatores que são estabelecidos dentro de uma empresa

como atividade da empresa, faturamento, estrutura societária, etc.

Então, o presente trabalho irá abordar a os conceitos aplicados a cada

modalidade tributária, bem como a aplicação e as pessoas jurídicas nos quais irão

se adequar.

Os tributos (impostos, taxas e contribuições) representam uma grande parte

dos custos da entidade, dependendo de seu planejamento pode se tornar a maior. E

com a evolução da economia, tornou-se questão de sobrevivência a correta

administração do ônus tributário.

De acordo com Oliveira et al (2004. p.23) o Código Tributário Nacional

conceitua tributo como:

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

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O tributo deve ser recolhido a união, estado ou município, como está instituído

em lei, o contribuinte não pode deixar de repassar ao fisco, assim o mesmo garante

o repasse financeiro para atendimento as necessidades do estado.

O estado tem a permissão do Sistema Tributário Nacional de cobrar as

seguintes espécies de tributos: impostos, taxas e contribuição de melhoria como

está redigido no artigo abaixo:

Art. 145/CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

As Pessoas Jurídicas, por opção ou por determinação legal, são tributadas

por uma das seguintes formas:

a) Lucro Real

b) Lucro Presumido.

c) Lucro Arbitrado.

d) Simples Nacional

A Secretaria da Receita Federal instituída em 1968 pelo decreto 63.659/68, é

responsável hoje pela administração, arrecadação e fiscalização tributária, a qual

obteve um grande avanço quanto às facilidades para se cumprir às obrigações

tributárias.

26

2.1 LUCRO REAL

A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro liquido de

cada período de apuração, com observância das disposições das leis comerciais (lei

8981/95, art.37 § 1º).

Martins de oliveira ET Al. (2009) definiram o lucro real como sendo aquele

que realmente é apurado pela contabilidade, com base na completa escrituração

contábil fiscal, com a estrita e rigorosa observância dos princípios fundamentais da

contabilidade e demais normas fiscais e comerciais.

O artigo 247 do Regulamento do imposto de renda RIR/99 diz que:

Art. 247. Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por este Decreto(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º). § 1º A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância das disposições das leis comerciais(Lei nº 8.981, de 1995, art. 37, § 1º). § 2º Os valores que, por competirem a outro período de apuração, forem, para efeito de determinação do lucro real, adicionados ao lucro líquido do período de apuração, ou dele excluídos, serão, na determinação do lucro real do período de apuração competente, excluídos do lucro líquido ou a ele adicionados, respectivamente, observado o disposto no parágrafo seguinte (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 4º). § 3º Os valores controlados na parte "B" do Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR, existentes em 31 de dezembro de 1995, somente serão atualizados monetariamente até essa data, observada a legislação então vigente, ainda que venham a ser adicionados, excluídos ou compensados em períodos de apuração posteriores (Lei nº 9.249, de 1995, art. 6º).

2.1.1 Base de cálculo do imposto de renda Para elaboração da base de cálculo do imposto de renda do lucro real é

preciso seguir a seguinte equação:

LUCRO LIQUIDO + ADIÇÕES – EXCLUSÕES E COMPENSAÇÕES

27

O regulamento do imposto de renda RIR/99 conceitua as adições no seu art.

249 como:

Art. 249 - Na determinação do lucro real serão adicionados ao lucro líquido do período de apuração: I - os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com este Decreto, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real; II - os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com este Decreto, devam ser computados na determinação do lucro real. (Decreto-Lei nº 1.598/77, art. 6º § 2º).

As adições não têm limite para integrar a base de calculo do imposto de

renda!

Já as exclusões e compensações são definidas pelo RIR/99 no artigo 250

como:

Art. 250. Na determinação do lucro real, poderão ser excluídos do lucro líquido do período de apuração. (Decreto-Lei nº 1.598/77, art. 6º § 3º): I - os valores cuja dedução seja autorizada por este Decreto e que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período de apuração; II - os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com este Decreto, não sejam computados no lucro real; III - o prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a compensação a trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas neste Decreto, desde que a pessoa jurídica mantenha os livros e documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do prejuízo fiscal utilizado para compensação, observado o disposto nos arts. 509 a 515. (Lei nº 9.065/95, art. 15 parágrafo único).

As exclusões são limitadas até a base de o imposto chegar à zero (até o limite

do lucro), e as compensações de prejuízos anteriores são limitados até no máximo

30% do lucro liquido já ajustado pelas adições e exclusões.

28

2.1.2 CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Liqu ido – Lucro Real

A CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Liquido devida pelas pessoas

jurídicas equiparadas pela legislação do imposto de renda, ela incide sobre o lucro

liquido do ano vigente antes da provisão do imposto de renda.

A alíquota para apuração da CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro

Liquido é de 9%.

2.1.3 PIS – Programa de Integração Social no lucro real

A cobrança não cumulativa do Programa de Integração Social (PIS) começou

a partir de dezembro de 2002, através da Lei nº 10.637/02 (Anexo A), conforme cita

em seu art. 68, estando obrigados a apurar de maneira não cumulativa o PIS, as

empresas não relacionadas no art. 8º da mesma, estando entre elas as empresas

optantes pelo Lucro Real.

A base de cálculo do PIS não-cumulativo é o faturamento mensal assim

entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de

sua denominação ou classificação contábil

As pessoas jurídicas de direto privado e as que lhes são equiparadas pela

legislação do Imposto de Renda, tributadas pelo IRPJ, com base no lucro real são

contribuintes do PIS programa de integração social no lucro real não cumulativo.

A Alíquota aplicada para PIS – programa de integração social no lucro real no lucro real é de 1,65%.

Sua base de calculo é o faturamento total mensal sendo deduzidas da base

os itens relacionados no artigo 1º da lei 10.637/02 citados abaixo:

29

Art.1º (...) § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas: I - isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota 0 (zero); II - não-operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente; III - auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; IV - de venda de álcool para fins carburantes; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.727, de 2008)(Vigência) V - referentes a: a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos; b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição que tenham sido computados como receita.

2.1.4 COFINS - Contribuição para Financiamento da S eguridade Social no Lucro Real

A COFINS não-cumulativa começou a partir de fevereiro de 2004, sendo

instituída pela Lei nº 10.833/03, a cobrança da COFINS não-cumulativo que define

em seu art. 10º os seus contribuintes, estando entre eles as empresas optantes pelo

Lucro real.

Sua base de calculo é o faturamento total mensal sendo deduzidas da base

os itens relacionados no artigo 1º da lei 10.833/03 citados abaixo:

Art.1º (...) § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas: I - isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota 0 (zero); II - não-operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente; III - auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; IV - de venda de álcool para fins carburantes; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.727, de 2008)(Vigência) V - referentes a: a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos; b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição que tenham sido computados como receita.

A Alíquota aplicada para COFINS - contribuição para financiamento da seguridade social no lucro real é de 7,6%

30

As pessoas jurídicas de direto privado e as que lhes são equiparadas pela

legislação do Imposto de Renda, tributadas pelo IRPJ, com base no lucro real SÃO

contribuintes do COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

no Lucro Real não-cumulativos.

2.1.5 Pessoas jurídicas obrigadas ao Lucro Real

A lei 9718/98 no seu art. 14 relata às pessoas jurídicas obrigadas a apuração

do lucro real no que diz o texto abaixo:

I - cuja receita total, no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002)

II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;

V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei n° 9.430, de 1996;

VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio. (Incluído pela Medida Provisória nº 472, de 2009)

31

2.2 LUCRO PRESUMIDO O lucro presumido é a modalidade de tributação que se obtém a base de

cálculo do imposto de renda e da contribuição social através da aplicação das

alíquotas, pré-determinadas contidas na legislação tributária especifica para o

segmento empresarial, sob o faturamento da empresa. em seguida, aplica-se o

percentual do imposto de renda 15% sobre essa base de calculo presumida mas o

adicional, se for o caso.

2.2.1 ADICIONAL

A parcela do Lucro Presumido (ou seja, a base de cálculo) que exceder ao

valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de

meses do respectivo período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional de

imposto à alíquota de 10% (dez por cento).

Oliveira ET AL (2004, p. 178) define lucro presumido como:

O lucro presumido difere do conceito de lucro real, visto tratar-se de

uma presunção por parte do fisco do que seria o lucro das organizações

caso não houvesse a contabilidade. Em outras palavras, como já

comentado, a introdução pelo fisco do conceito de lucro presumido visou

facilitar a apuração da base de calculo, para algumas empresas, para a

apuração e recolhimento dos tributos de imposto de renda e contribuição

social.

Já para Rodrigues ET AL (2009, p.327) define lucro presumido como:

O lucro presumido é uma forma simplificada para determinação da

base de calculo do imposto de renda e da CSLL, das pessoas jurídicas

que não estiverem obrigadas, no ano calendário, a apuração do lucro real. A

32

base de calculo do imposto e da contribuição é apurada mediante a

aplicação de um determinado percentual sobre a receita bruta.

2.2.2 BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA

De acordo com o regulamento do imposto de renda RIR/99 a base de cálculo

será em cima da presunção do lucro mediante a aplicação de alíquotas sobre a

receita bruta conforme os artigos aqui redigidos:

Art. 518 - A base de cálculo do imposto e do adicional (541 e 542), em cada trimestre, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração, observado o que dispõe o § 7º do art. 240, e demais disposições deste Subtítulo. (Lei nº 9.249/95, art. 15 e Lei nº 9.430/96, arts. 1º e 25, I). Art. 519 - Para efeitos do disposto no artigo anterior, considera-se receita bruta a definida no art. 224 e seu parágrafo único. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de [...]. (Lei nº 9.249/95, art. 15 § 1º): I - um inteiro e seis décimos por cento, para atividade de revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; II - dezesseis por cento para a atividade de prestação de serviço de transporte, exceto o de carga, para o qual se aplicará o percentual previsto no caput ; III - trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens, imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. § 2º - No caso de serviços hospitalares aplica-se o percentual previsto no caput . § 3º - No caso de atividades diversificadas, será aplicado o percentual correspondente a cada atividade. (Lei nº 9.249/95, art. 15 § 2º). § 4º - A base de cálculo trimestral das pessoas jurídicas prestadoras de serviços em geral cuja receita bruta anual seja de até cento e vinte mil reais, será determinada mediante a aplicação do percentual de dezesseis por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração. (Lei nº 9.250/95, art. 40 e Lei nº 9.430/96, art. 1º). § 5º - O disposto no parágrafo anterior não se aplica às pessoas jurídicas que prestam serviços hospitalares e de transporte, bem como às sociedades prestadoras de serviços de profissões legalmente regulamentadas. (Lei nº 9.250/95, art. 40 parágrafo único). § 6º - A pessoa jurídica que houver utilizado o percentual de que trata o § 5º - para apuração da base de cálculo do imposto trimestral, cuja receita bruta acumulada até determinado mês do ano-calendário exceder o limite de cento e vinte mil reais, ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto postergado, apurado em relação a cada trimestre transcorrido.

33

§ 7º - Para efeito do disposto no parágrafo anterior, a diferença deverá ser paga até o último dia útil do mês subseqüente ao trimestre em que ocorreu o excesso.

2.2.3 CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Liqu ido – Lucro Presumido

A CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Liquido devida pelas pessoas

jurídicas equiparadas pela legislação do imposto de renda, ela incide sobre o lucro

liquido do ano vigente antes da provisão do imposto de renda.

De acordo com o artigo 22 da lei 10.684/2003 a base de cálculo da

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devida pelas pessoas jurídicas tributadas

com base no lucro presumido corresponde as seguintes alíquotas

12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e

de transporte;

32% para:

a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e transporte;

b) intermediação de negócios;

c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer

natureza.

2.2.4 PERCENTUAIS APLICADOS SOBRE A RECEITA BRUTA (PRESUNÇÃO

BASE DE CALCULO IRPJ LUCRO PRESUMIDO

Quadro 4: PRESUNÇÃO BASE DE CALCULO IRPJ LUCRO PRES UMIDO

ESPÉCIES DE ATIVIDADES: Percentuais

sobre a receita

Revenda a varejo de combustíveis e gás natural 1,6% · Venda de mercadorias ou produtos

· Transporte de cargas

8 %

34

. Atividades imobiliárias (compra, venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis)

· Serviços hospitalares

· Atividade Rural

· Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante

· Outras atividades não especificadas (exceto prestação de serviços)

· Serviços de transporte (exceto o de cargas)

· Serviços gerais com receita bruta até R$ 120.000/ano – ver nota (1)

16%

· Serviços profissionais (Sociedades Simples - SS, médicos, dentistas, advogados, contadores, auditores, engenheiros, consultores, economistas, etc.)

· Intermediação de negócios

· Administração, locação ou cessão de bens móveis/imóveis ou direitos

· Serviços de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra (ADN Cosit 6/97).

· Serviços em geral, para os quais não haja previsão de percentual específico

32%

Comercialização de veículos usados ver nota (2) No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a receita bruta de cada atividade o respectivo percentual

1,6 a 32%

NOTAS IMPORTANTES:

(1) Esta regra não se aplica às pessoas jurídicas que prestam serviços hospitalares e de transporte, bem como às sociedades prestadoras de serviços de profissões legalmente regulamentadas (Lei 9.250/1995, artigo 40, parágrafo único). As empresas de serviços de profissões regulamentadas são aquelas sujeitas à fiscalização e controle profissional, como Advogados, Médicos, Dentistas, Músicos, Contabilistas, Auditores, Consultores, Administradores, Economistas, Engenheiros, etc.

A pessoa jurídica que houver utilizado o percentual de 16% para apuração da base de cálculo do imposto trimestral, cuja receita bruta acumulada até determinado mês do ano-calendário exceder o limite de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), ficará sujeita ao

35

pagamento da diferença do imposto postergado, apurado pelo percentual de 32% em relação a cada trimestre transcorrido. A diferença deverá ser paga até o último dia útil do mês subsequente ao do trimestre em que ocorreu o excesso, sem acréscimos legais.

(2) A pessoa jurídica que tenha como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra de venda de veículos automotores, que pratique as vendas em consignação, terá como base de cálculo o valor da diferença entre o valor de venda e o da compra (IN SRF 152/1998).

Fonte: portal tributário

2.2.5 PIS - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL / COFINS - CONTRIBUIÇÃO

PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL PELO LUCRO PRESUMIDO

O PIS e a COFINS são apurados mensalmente quando a pessoa jurídica é

optante pelo Lucro Presumido, tem como fato gerador a receita bruta, ou seja, o total

das receitas auferidas no mês menos as vendas canceladas e menos os descontos

concedidos.

Sobre esta receita bruta excluem-se as vendas de mercadorias tributadas

pela substituição tributária e o resultado é acrescido de outros rendimentos como as

receitas financeiras e receitas de aluguéis.

Obtendo a base de cálculo para o PIS - Programa De Integração Social e

Cofins - Contribuição Para Financiamento Da Seguridade Social e para a COFINS.

aplica-se a alíquota de 0,65% para o PIS e 3% para a COFINS.

2.2.6 PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS AO LUCRO PRESUMID O O lucro presumido é de melhor aceitação para pequenas e médias empresas,

onde a contabilidade aplicada é mais “simples” que no lucro real. Sendo até mais

fácil para fiscalização onde é apreciada a receita bruta para obtenção do imposto

devido

Assim podem optar ao lucro presumido as pessoas jurídicas que iniciarem

suas atividades ou que sejam resultadas de incorporação, fusão ou cisão desde que

36

não sejam obrigadas a tributação do lucro real.

De acordo com Rodrigues ET AL (2009, pag.327) podem optar pelo lucro

presumido:

Podem optar pelo lucro presumido as pessoas jurídicas não obrigas a apuração do lucro real, cuja receita bruta total, no ano calendário imediatamente anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 ou ao limite proporcional de R$ 4.000.000,00 multiplicadas pelo numero de meses de atividades no ano, se inferior a 12.

2.3 LUCRO ARBITRADO O Lucro arbitrado ocorre quando, por motivo de força maior, o fisco é

impedido de considerar a escrita fiscal e contábil da empresa, arbitrando assim o

lucro para efeito de tributação.

De acordo com Oliveira ET AL (2004, pag.176) o lucro arbitrado é:

O lucro arbitrado é utilizado pela autoridade tributária para

determinação da base de calculo do imposto de renda e da contribuição

social devidos pelo contribuinte, quando a pessoa jurídica deixa de cumprir

as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou

presumido ou se recusar a fornecer livros e documentos contábeis e fiscais

solicitados em um processo de fiscalização.

Em outras palavras, é aplicado pelas autoridades fiscais quando as mesmas

mensurar que existe confiança na escrituração contábil da entidade. Atenta-se

também quando por parte do contribuinte existir a resistência ou recusa da entrega

dos livros comprobatórios de suas atividades.

O lucro arbitrado será aplicado de acordo com o artigo 16 da lei 9.249/95

quando:

37

O lucro arbitrado das pessoas jurídicas será determinado mediante a

aplicação, sobre a receita bruta, quando conhecida, dos percentuais fixados

no art. 15, acrescidos de vinte por cento.

Parágrafo único. No caso das instituições a que se refere o inciso III do art.

36 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, o percentual para

determinação do lucro arbitrado será de quarenta e cinco por cento.

Já para a apuração do imposto de renda pela pessoa jurídica aplicada por

meio do lucro arbitrado o Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) no seu artigo

530 explana:

Art. 530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano-calendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei nº 8.981, de 1995, art. 47, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º):

I - o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal;

II - a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para:

a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou

b) determinar o lucro real;

III - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do parágrafo único do art. 527;

IV - o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido;

V - o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do comitente residente ou domiciliado no exterior (art. 398);

VI - o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário.

38

2.4 SIMPLES NACIONAL

Considerando o Simples Nacional não podemos qualificá-lo como Tributo ou

um Sistema Tributário, mas uma forma de arrecadação unificada dos seguintes

tributos.

A lei complementar 123/2006, institui a partir de 01/07/2007, mas uma forma

de arrecadação ou tratamento tributário simplificado, conhecido como simples

nacional ou super simples.

De acordo com a lei complementar 123/2006 mediante o documento de

arrecadação do simples nacional – DAS, implica o recolhimento dos seguintes

tributos:

• Tributos da Competência Federal:

� Imposto sobre a renda da pessoa jurídica - IRPJ

� Imposto sobre produtos industrializados - IPI

� Contribuição sobre o Lucro Líquido - CSLL

� Contribuição para o financiamento da seguridade Social - COFINS

� Contribuição para o PIS

� Contribuição para a seguridade Social – INSS, a cargo da pessoa

Jurídica.

� CPP.

• Tributo da Competência estadual:

� ICMS

• Tributo da Competência Municipal:

� ISS

39

2.4.1 Pessoas jurídicas optantes do Simples Naciona l

A opção pelo simples nacional está condicionada as Microempresas e

empresas de pequeno porte que não estejam vetadas na lei complementar 126/06.

Para Microempresas:

I – no caso de microempresa, o empresário, a pessoa jurídica ou a ela

equiparada, aufira em cada ano-calendário receita bruta igual ou inferior a R$

360.000,00 reais.

Para empresas de pequeno porte:

II – No caso de empresas de pequeno porte, a pessoa jurídica ou a ela

equiparada, aufira em cada ano-calendário receita bruta igual ou inferior a R$

3.600.000,00 reais.

40

2.5 CASO PRÁTICO

Neste capitulo, será apresentado a aplicação prática referente a apuração dos

principais tributos federais , através dos métodos permitidos pela legislação, no que

diz respeito a tributação sobre as modalidades tributarias que vigoram no pais.

Ressalto que para cálculo a empresa em destaque é optante do regime de

tributação do lucro real anual, por isso fica melhor expressado o calculo e

comparação entre os lucro real e o lucro presumido.

O cálculo para o SUPER SIMPLES NACIONAL, não será realizado, devido, a

empresa não está enquadrada nesse regime de tributação, conforme Lei

Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

2.5.1 Apuração Lucro Real Anual

O artigo 247 do RIR/99 o lucro real é o Lucro Líquido contábil do período-

base, ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas

pela legislação do Imposto de Renda.

O lucro real anual é apurado com base no resultado acumulado dos meses do

período vigente do exercício ,sendo assim seu calculo apenas no final do ano. A

base de cálculo do IRPJ anual é semelhante á do lucro real trimestral, porém, no

lucro real trimestral é calculado sobre o lucro líquido do trimestre, já no lucro real

anual, o valor do imposto devido é calculado sobre a apuração do final período-base.

Para formar a base e cálculo do IRPJ e da CSLL toma-se o resultado líquido

antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social menos as exclusões e mais as

adições. Sobre esta base aplica-se a alíquota de 15% para o IRPJ e de 9% para

CSLL.

41

Abaixo será demonstrado um estudo realizado durante o exercício social de

uma empresa cuja atividade fim é Revenda, para consumo, de combustível derivado

de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural referente ao ano calendário 2012.

Quadro:1 Cálculo Lucro Real Anual IRPJ / CSLL

Calculo Lucro Real Anual

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

(+) Receita Bruta R$ 425.587,23 R$ 231.125,00 R$ 252.005,00 R$ 289.256,89 R$ 358.925,23 R$ 291.568,26

(-) Deduções R$ 4.306,94 R$ 2.338,99 R$ 2.550,29 R$ 28.960,40 R$ 3.632,32 R$ 2.950,67

(=) Receita Liquida R$ 421.280,29 R$ 228.786,02 R$ 249.454,71 R$ 260.296,49 R$ 355.292,91 R$ 288.617,59

(-) C.M.V R$ 331.617,57 R$ 180.092,60 R$ 196.362,30 R$ 225.388,97 R$ 279.674,54 R$ 227.189,99

(=) Lucro Operacional Bruto R$ 89.662,72 R$ 48.693,42 R$ 53.092,41 R$ 34.907,52 R$ 75.618,37 R$ 61.427,60

(-) Despesas c/ vendas R$ 32.278,58 R$ 17.529,63 R$ 37.164,69 R$ 12.566,71 R$ 27.222,61 R$ 22.113,94

(-) Despesas administrativas R$ 9.306,99 R$ 5.054,38 R$ 5.510,99 R$ 3.623,40 R$ 7.849,19 R$ 6.376,18

(-) Despesas financeiras R$ 2.429,86 R$ 1.319,59 R$ 1.438,80 R$ 945,99 R$ 2.049,26 R$ 1.664,69

(-) Despesas tributárias R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

(+) Receitas financeiras R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

(=) Resultado Liq. do período R$ 45.647,29 R$ 24.789,82 R$ 8.977,93 R$ 17.771,42 R$ 38.497,31 R$ 31.272,79

(=) Resultado Liq. Acumulado R$ 45.647,29 R$ 70.437,11 R$ 79.415,03 R$ 97.186,45 R$ 135.683,76 R$ 166.956,56

Fonte: Dados conforme pesquisa

Quadro: 2 Cálculo Lucro Real Anual IRPJ / CSLL

Cálculo Lucro Real Anual

Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

(+) Receita Bruta R$ 293.568,64 R$ 288.269,35 R$ 298.587,53 R$ 354.721,23 R$ 295.458,56 R$ 256.986,65

(-) Deduções R$ 2.970,91 R$ 2.917,29 R$ 3.021,71 R$ 35.514,69 R$ 2.990,04 R$ 2.600,70

(=) Receita Liquida R$ 290.597,73 R$ 285.352,06 R$ 295.565,82 R$ 319.206,54 R$ 292.468,52 R$ 254.385,95

(-) C.M.V R$ 228.748,68 R$ 224.619,48 R$ 232.659,40 R$ 276.398,78 R$ 230.221,31 R$ 200.244,00

(=) Lucro Operacional Bruto R$ 61.849,04 R$ 60.732,59 R$ 62.906,42 R$ 42.807,76 R$ 62.247,21 R$ 54.141,95

(-) Despesas c/ vendas R$ 46.386,78 R$ 33.402,92 R$ 44.034,49 R$ 19.691,57 R$ 36.103,38 R$ 24.363,88

(-) Despesas administrativas R$ 6.419,93 R$ 6.304,04 R$ 11.323,16 R$ 4.443,45 R$ 6.461,26 R$ 5.619,93

(-) Despesas financeiras R$ 3.710,94 R$ 4.251,28 R$ 5.661,58 R$ 5.136,93 R$ 10.582,03 R$ 1.467,25

(-) Despesas tributárias R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

(+) Receitas financeiras R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

(=) Resultado Liq. do período R$ 5.331,39 R$ 16.774,34 R$ 1.887,19 R$ 13.535,81 R$ 9.100,54 R$ 22.690,89

(=) Resultado Liq. Acumulado R$ 172.287,94 R$ 189.062,28 R$ 190.949,48 R$ 204.485,29 R$ 213.585,83 R$ 236.276,72

Fonte: Dados conforme pesquisa

42

Quadro 3: Cálculo IRPJ / CSSL Lucro Real Anual

Fonte: Dados conforme pesquisa

Dentro da apuração do Lucro real anual obtivemos conforme demonstração

dos quadros 1, 2, e 3 as receitas auferidas nos meses de Janeiro a Dezembro como

também todas as suas deduções, despesas operacionais resultando no resultado

liquido do exercício.

Para a utilização da base de cálculo do Lucro real anual houve um resultado

de R$: 236.276,72 conforme demonstra o quadro nº 2 desse valor a apuração do

IRPJ – Imposto De Renda Pessoa Jurídica na alíquota de 15% conforme quadro nº e

CSSL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido na aliquota de 9% conforme

quadro nº 3.

Ainda no quadro nº 3 podemos observar os valores a recolher pelo fisco de

R$: 21.264,87 para CSSL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e R$:

35.441,45 para o IRPJ – Imposto De Renda Pessoa Jurídica.

43

Fonte: Dados conforme pesquisa

Fonte: Dados conforme pesquisa

44

Conforme os quadros nº 4 e 5 ficou demonstrado os valores referentes aos

valores a recolher para PIS – Programa de integração social e COFINS -

contribuição para financiamento da seguridade social para o PIS – conforme quadro

nº 4 houve um resultado de R$: 59.994,48 já para a COFINS CONFORME O

QUANDO Nº 5 houve um resultado de R$: 276.340,53.

45

2.5.2 Lucro Presumido

O lucro presumido é uma forma simplificada de apuração do imposto de renda

pessoa jurídica – IRPJ e da contribuição social sobre o Lucro Líquido – CSLL assim

presume- se a base de calculo para apuração dos devidos impostos.

As pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Presumido deverão fazer o devido

recolhimento do imposto de renda pessoa jurídica – IRPJ e da contribuição social

sobre o Lucro Líquido – CSLL por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos

dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-

calendário. Assim para o recolhimento do PIS e da COFINS é mensal.

2.5.3 Apuração do IRPJ Lucro Presumido

O cálculo do IRPJ pelo Lucro Presumido trimestralmente se dá através da

aplicação do percentual correspondente a receita auferida no trimestre, que é a

receita com vendas menos as vendas canceladas e menos os descontos

concedidos. Sobre esta receita aplica-se 1,6% sobre a venda de combustíveis e

lubrificantes, 8% sobre produtos tributados e 32% sobre prestação de serviços,

sendo este resultado acrescido de outros rendimentos, tais como juros recebidos,

descontos obtidos, variações monetárias ativas, aluguéis, entre outros. A ele aplica-

se a alíquota de 15% e, se exceder a R$ 60.000,00 no trimestre, 10% de alíquota

adicional sobre o excedente, e obtêm-se o IRPJ trimestral devido.

A seguir será demonstrado um quadro com as aplicações das referentes alíquotas

para apuração do IRPJ

46

Fonte: Dados conforme pesquisa

Fonte: Dados conforme pesquisa

47

Fonte: Dados conforme pesquisa

Fonte: Dados conforme pesquisa

48

Conforme o quadro nº 1 no 1º trimestre o valor apurado para o IRPJ foi de R$

15.809,21, já no 2º trimestre o valor apurado foi de R$ 16.554,01, no quadro nº 3 no

3º trimestre o valor apurado foi de R$ 15.130,21 e no 4º trimestre o valor apurado foi

de R$ 15.771,99 totalizando no ano de o montante de R$ 63.265,43 de IRPJ.

2.5.4 Apuração da CSLL pelo Lucro Presumido

A CSSL – Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido quando aplicada no lucro

presumido trimestral é calculada sobre a receita bruta do trimestre, onde sua base

de calculo é baseada sobre receita com vendas menos as vendas canceladas e os

descontos concedidos.

É aplicada o percentual de presunção 12% quando é referente a mercadorias

e um percentual de presunção de 32% sobre a prestação de serviços

Desta forma obtém-se a base de cálculo para a CSLL sobre a qual se aplica a

alíquota de 9%.

A seguir será demonstrado um quadro com as aplicações das referentes

alíquotas para apuração do CSLL

49

Fonte: Dados conforme pesquisa

Fonte: Dados conforme pesquisa

50

Fonte: Dados conforme pesquisa

Fonte: Dados conforme pesquisa

51

Conforme o quadro nº 5 no 1º trimestre o valor apurado para o CSLL foi de R$

9.814,15, já no 2º trimestre o valor apurado foi de R$ 10.149,30, no quadro nº 7 no

3º trimestre o valor apurado foi de R$ 9.508,60 no 4º trimestre o valor apurado foi de

R$ 9.797,40 totalizando no ano o montante de R$ 39.269,44 de CSLL.

2.5.5 Apuração do PIS e da COFINS pelo Lucro Presum ido

O PIS – Programa de Integração Social e a COFINS - Contribuição para o

Financiamento da Seguridade Social quando aplicados no lucro presumido mensal é

calculada sobre a receita bruta do mês, onde sua base de calculo é baseada sobre

receita com vendas menos as vendas canceladas e os descontos concedidos.

É aplicada a alíquota de 0,65% PIS – Programa de Integração Social, já para

COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social é aplicada a

alíquota de 3%.

A seguir será demonstrado um quadro com as aplicações das referentes

alíquotas para apuração do CSLL

Fonte: Dados conforme pesquisa

52

Fonte: Dados conforme pesquisa

Conforme o quadro nº 9 o valor apurado para o PIS – Programa de Integração

Social R$ 23.634,39 já para Contribuição para o Financiamento da Seguridade

Social foi de R$ 109.081,79.

53

CONCLUSÃO

Podemos observar a alta tributação aplicada sobre as entidades e

consequentemente um montante muito expressivo sobre suas receitas. Para que

isso possa ser amenizado os empresários e os profissionais da contabilidade

precisam está envolvidos e empenhados a obter alternativas que possa diminuir a

carga tributária.

O sucesso dessas alternativas chama-se elisão fiscal mais conhecida como

planejamento tributário, assim esses profissionais devem efetuar diversos estudos e

analises sobre as informações contábeis disponíveis na entidade, visando

alternativas que possam maximizar seus lucros.

Para um bom planejamento tributário é necessário que sejam analisados as

legislações pertinentes a cada modalidade tributaria, analisando a legislação

tributária, o perfil dos clientes, ramo de atuação, produtos mercadorias ou serviços

sujeitos a tributação diferenciada (substituição tributária) e a melhor modalidade

tributaria que a empresa possa se adequar.

Dentro das modalidades tributarias existentes o lucro real, o lucro presumido

e o Super Simples nacional, este último não teve enquadramento dentro da linha de

pesquisa, pois a empresa não se adequou ao limite estabelecido a essa modalidade

estabelecido em R$: 3.600.000.

Quadro 10 Comparativo Lucro Real x Lucro Presumido

Fonte: Dados conforme pesquisa

54

Podemos observar que no lucro Real a apuração do IRPJ – Imposto de renda

pessoa jurídica e CSSL – Contribuição social sobre o lucro liquido foram bem

menores que no Lucro Presumido, mas em contrapartida o PIS – Programa de

Integração Social e COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade

Social o lucro Presumido mostrou-se a melhor opção de escolha.

Na apuração final evidenciado que o Lucro presumido foi a melhor alternativa

para a empresa exemplo, sendo comprovado uma diferença de R$: 161.128.87 em

relação ao Lucro Real.

Assim fica comprovado com o estudo, que a entidade obteve com eficácia

valores que podem ser absorvidos por ela e serem investidos na melhoria contínua

dos processos de crescimento e desenvolvimento empresarial no seu segmento, que

através do planejamento tributário pode reduzir os impostos sem ferir ou sonegar a

legislação. Resultando assim em diversas ocasiões a influencia desses resultados

pode acarretar na manutenção e continuidade da empresa no mercado.

Desta forma, ao realizar o planejamento tributário foi possível aprimorar e

aprofundar meus conhecimentos na área tributária e, em especial a legislação

tributária e, principalmente, contribuir com informações necessárias para o

desenvolvimento da empresa.

55

REFERÊNCIAS

http://www.portaltributario.com.br/noticias/lucroreal_presumido.htm

http://www.fecomerciomg.org.br/pdfs/mcepp_vantagens_opcoes.pdf

http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2005/pergresp2005/pr242a264.

htm

http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/lucro-real-ou-

lucro-presumido-o-que-escolher/26424/

http://metacontabil.blogspot.com.br/2009/09/o-que-e-e-para-que-serve-o-comite-

de.html

http://www.classecontabil.com.br/noticias/ver/18351

http://tcc.bu.ufsc.br/Contabeis291620 acesso em 16/10/2013

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16/10/2013

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acesso em 16/10/2013

http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/di pj/2004/pergresp2004/pr431

a452.htm acesso em 05/11/2013

Decreto nº 3.000, de 26 de Março de 1999 . Disponível em: <http://www.planalto.gov.br >. Acesso em 16/10/2013 Simples Nacional. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 . Disponível em: < http://www8. receita.fazenda.gov.br > acesso em 16/10/2013

56

RODRIGUES, Aldenir Ortiz. de et al. IRPJ e CSLL: Manual do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre Lucro L iquido . 3. Ed. São Paulo: IOB, 2009, 525 p. Regulamento do Imposto de Renda - RIR/99 . (Decreto nº 3.000, de 26/03/99) - Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade gerencial . São Paulo: Atlas, 1998. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa . 3.ed. São Paulo: Atlas, 1991. ZANLUCA, Júlio César. História da Contabilidade . Disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm Jó. Português. In: Bíblia Sagrada. Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo: 1997. p. 640 e p.670. Edição Pastoral