lucro real e lucro presumido: vantagens e...

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Administração LETÍCIA PRADO DE OLIVEIRA LETÍCIA PRADO DE OLIVEIRA LUCRO REAL E LUCRO PRESUMIDO: VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA A EMPRESA TQA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Bragança Paulista 2010

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Administração

LETÍCIA PRADO DE OLIVEIRA

LETÍCIA PRADO DE OLIVEIRA

LUCRO REAL E LUCRO PRESUMIDO: VANTAGENS E

DESVANTAGENS PARA A EMPRESA TQA INDÚSTRIA E

COMÉRCIO LTDA

Bragança Paulista 2010

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LETÍCIA PRADO DE OLIVEIRA RA: 001200701914 Administração

LETÍCIA PRADO DE OLIVEIRA

LUCRO REAL E LUCRO PRESUMIDO: VANTAGENS E

DESVANTAGENS PARA A EMPRESA TQA INDÚSTRIA E

COMÉRCIO LTDA

Trabalho apresentado a disciplina de Estágio Supervisionado I, do curso de Administração da Universidade São Francisco, sob a orientação do Prof.Ms. Luiz André Longanese, como exigência parcial para a conclusão do curso de graduação.

Bragança Paulista 2010

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Dedico este trabalho á minha família, em especial minha mãe que tem muito orgulho em

ver um filho cursando o ensino superior, e a todos que fazem parte da minha vida dia-a-dia

que observaram meu esforço em poder concluir o curso.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela vida e por me proporcionar a oportunidade de

poder cursar e concluir o curso superior.

Ao orientador Luiz André Longanese que me ajudou muito na elaboração do trabalho.

A todos que acreditam no meu potencial, aos meus pais que sempre me apoiaram nesta

fase tão importante da minha vida, que nos momentos difíceis entendiam o meu nervosismo e

ansiedade.

Ao meu namorado Rafael que esteve do meu lado em todos os momentos, me

ajudando e apoiando com suas palavras positivas.

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“Então percebo que não há nada melhor para um homem do que

alegrar-se com o próprio trabalho”.

Eclesiastes

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OLIVEIRA, Letícia Prado de. Lucro Real e Lucro Presumido: Vantagens e Desvantagens para a empresa TQA Indústria e Comércio Ltda. 2010. Trabalho apresentado ao curso de Administração da Universidade São Francisco, Bragança Paulista.

RESUMO A opção pelo Lucro Real ou Lucro Presumido é um problema encontrado atualmente nas organizações e a TQA Indústria e Comércio também enfrenta essa dúvida, as formas de tributação existentes permitem aos gestores através do planejamento tributário minimizar os tributos, adiando ou até evitando o seu pagamento, o que deverá refletir positivamente nos resultados da empresa. O Lucro Presumido é calculado pela presunção de lucro que a empresa pode ter e as alíquotas correspondentes são estipuladas pela Secretaria da Receita Federal, porém no Lucro Real o cálculo é baseado no lucro efetivo com base nas escriturações fiscais, ou seja, dados reais após as deduções, adições e exclusões para os ajustes estabelecidos pela legislação. Nesse contexto o estudo indica que a empresa hoje opta pela tributação do Lucro Presumido por uma questão de segurança e não possui vantagens em comparação com o Lucro Real como mostra as projeções, o que torna sua escolha inviável para a empresa. Palavras chaves: planejamento tributário. opção. lucro real. lucro presumido.

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LISTA DE SIGLAS

CF - Constituição Federal

CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

CTN - Código Tributário Nacional

DARF - Documento de Arrecadação de Receitas Federais

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados

IPTU - Imposto Propriedade Territorial Urbana

IPVA - Imposto Propriedade de Veículos Automotores

IR - Imposto de Renda

IRPF - Imposto de Renda Pessoa Física

IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica

ISS - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza

ITR - Imposto Territorial Rural

LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real

PIS - Programa de Integração Social

RIR - Regulamento do Imposto de Renda

S/A – Sociedade por Ações

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Apuração dos impostos no Lucro Presumido...........................................................41

Tabela 2- Cálculo IRPJ e CSLL no Lucro Real .......................................................................43

Tabela 3- Cálculo do PIS e COFINS no Lucro Real................................................................44

Tabela 4 – Comparativo Lucro Presumido e Lucro Real.........................................................45

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Percentuais do IR e CSLL sobre receita bruta. .......................................................25

Quadro 2 - Cálculo do IRPJ......................................................................................................27

Quadro 3 - Cálculo da CSLL....................................................................................................27

Quadro 4 - Cálculo PIS.............................................................................................................27

Quadro 5 - Cálculo COFINS ....................................................................................................27

Quadro 6- Lucro Presumido .....................................................................................................31

Quadro 7- Lucro Real ...............................................................................................................31

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................11

2 DIREITO TRIBUTÁRIO ...................................................................................................14

2.1 TRIBUTOS...................................................................................................................14

3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ...................................................................................16

3.1. ELISÃO FISCAL .........................................................................................................16

3.2. EVASÃO FISCAL .......................................................................................................19

4 DA TRIBUTAÇÃO ADOTADA PELA EMPRESA ........................................................21

4.1 LUCRO PRESUMIDO ................................................................................................21

4.1.1 Apuração...................................................................................................................22

4.1.2 A Opção pelo Lucro Presumido ...............................................................................23

4.1.3 Base de cálculo .........................................................................................................24

4.1.4 Cálculo do lucro presumido......................................................................................26

4.1.5 Resultados.................................................................................................................26

4.1.6 Cálculo do imposto...................................................................................................26

4.1.7 Obrigações ................................................................................................................28

4.1.8 Distribuição de lucros...............................................................................................28

5 O LUCRO PRESUMIDO E O LUCRO REAL ................................................................30

5.1 LUCRO REAL .............................................................................................................31

5.1.1 Apuração...................................................................................................................33

5.1.2 Apuração trimestral do lucro real .............................................................................33

5.1.3 Apuração anual do lucro real....................................................................................34

5.2 CÁLCULO POR ESTIMATIVA .................................................................................35

5.2.1 Inclusões ...................................................................................................................35

5.2.2 Exclusões..................................................................................................................36

5.2.3 Deduções ..................................................................................................................36

5.3 LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL (LALUR)...........................................37

5.3.1 Normas para escrituração .........................................................................................37

5.3.2 Obrigações ................................................................................................................38

5.3.3 Exclusões não autorizadas........................................................................................38

5.3.4 Dispensa de registro .................................................................................................39

6 METODOLOGIA ................................................................................................................40

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7 ANÁLISE DOS DADOS.....................................................................................................41

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................48

ANEXO 1.................................................................................................................................50

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1 INTRODUÇÃO

O objeto de estudo é a empresa TQA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA que está

localizada na Rodovia Benevenuto Moretto s/n km 7,2, no bairro Sete Barras em Bragança

Paulista-SP. Por ser uma empresa familiar, possui estrutura de capital fechado, tem por sócios

Muriel Cenciani e Carolina de Tullio Cenciani. A responsabilidade dos mesmos é limitada à

importância total de suas quotas do capital social, entretanto, todos respondem solidariamente

pela integração do mesmo. A empresa iniciou suas atividades em 8 de Maio de 1996 e seu

ramo de atuação é a industrialização e comercialização de produtos químicos utilizados para

tratamento de água, assim como, produção de papel.

Entre os produtos que são industrializados ou revendidos estão: ácido clorídrico,

hidróxido de alumínio, colas (que são utilizadas na fabricação de papel), massa crua,

solventes e borracha. A empresa também oferece prestação de serviços, dentre eles:

revestimento em peças e tanques.

Ela possui centenas de clientes que estão localizados em várias regiões do Brasil entre

eles estão: SANTHER, CSM PRODUTOS QUÍMICOS, BASEQUIMICA, NHEEL

QUÍMICA, USIMINAS, CBMM, NETZSCH, entre outros. Anualmente são realizadas

pesquisas de satisfação do cliente, no qual apresentam informações necessárias para a

identificação de oportunidades de melhoria e plano de ações, se necessário.

Possui amplas opções de fornecedores que entregam os produtos na própria empresa,

independente da distância, são eles: CANEXUS QUÍMICA LTDA, DOW DO BRASIL,

RESIPIM, OXY TRADE, FRAGON, AURIQUÍIMICA. A TQA depende de seus

fornecedores para todo o desenvolvimento de seus produtos, pois são eles que fornecem a

matéria-prima, máquinas e equipamentos possíveis para a industrialização, comercialização e

revenda.

Como em todo seguimento a empresa possui concorrentes no mercado, dentre eles

vale citar: COVERLINE, ELASTICA, CARBOCLORO e USIQUÍMICA, porém no ramo da

borracha não existem muitos concorrentes, isto porque nesse segmento, as empresas

necessitam de altos investimentos e mão de obra especializada.

A empresa, desde sua fundação em 1996 até 2001. não era muito conhecida no

mercado, porém em 2002 houve aumento de capital que contribuiu para o seu crescimento e

reconhecimento. Hoje a empresa importa produtos de vários países, principalmente, matéria-

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prima e recentemente também exporta.

Conta com uma frota de 16 caminhões todos com muito conforto e tecnologia, os

motoristas são treinados e orientados para transportarem cargas de alto valor e periculosidade.

Atualmente possui cerca de 50 colaboradores que contam com o auxílio do

departamento de RH, formado por profissionais capacitados e experientes na área de atuação,

sempre disponível para eventual solução de problemas, desde o momento da sua contratação

até o seu possível desligamento da empresa. Os colaboradores periodicamente participam de

treinamentos, avaliações de desempenho e processo de reciclagem.

Segundo levantamentos do setor contábil, o faturamento da empresa gira em torno de

R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) por mês. A organização está em

constante crescimento, e procura sempre buscar melhor qualidade em seus produtos, dentro da

lei e das normas de qualidade.

Investe muito na área física da empresa com a construção de novos galpões, com

aumento de sua gama de produtos, compra de máquinas e equipamentos de alta tecnologia,

etc.

Ela procura pagar menos tributos e aumentar seu lucro, porém encontra um problema

atual que é a escolha de optar pelo Lucro Presumido ou o Lucro Real. No Lucro Presumido,

os tributos são calculados com base um percentual estabelecido sobre o valor das vendas

realizadas, independente se a empresa obteve lucro ou não, enquanto que no Lucro Real os

tributos são calculados de acordo com a realidade da empresa, considerando seu faturamento,

gastos etc.

Atualmente, a empresa é optante pelo Lucro Presumido e paga os tributos devidos

baseados em porcentagens estabelecidas. Pergunta-se: se optasse pelo Lucro Real não seria

mais vantajoso?

Embora, a TQA adote o Lucro Presumido, ela já pensa na possibilidade de optar pelo

Lucro Real devido ao seu porte e faturamento, com o intuito de diminuir os gastos,

principalmente, o tributário, em face da alta carga existente no Brasil, objetiva-se fazer um

planejamento tributário e diante das informações encontradas, analisar qual seria a melhor

opção, continuar com o Lucro Presumido ou optar pelo Lucro Real.

Todas as organizações com fins lucrativos buscam ganhar mais e pagar menos, a TQA

INDUSTRIA E COMÉRCIO LTDA não é diferente, ela busca alternativas para seu maior

rendimento e crescimento. As empresas precisam fazer planejamento em todas as áreas e

principalmente na área tributária. Controlar gastos, aumentar o faturamento e fazer o

planejamento tributário é o caminho certo para que a empresa cresça cada vez mais.

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Cada organização analisa suas condições, seu porte e opta pela melhor alternativa:

Lucro Real ou Presumido. Portanto essa opção que a empresa possui poderá contribuir no seu

desenvolvimento, pois deixará de pagar tributos que são desnecessários, mas sempre dentro

da legalidade.

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2 DIREITO TRIBUTÁRIO

2.1 Tributos

Como é do conhecimento de todos o Brasil possui uma alta carga tributária,

representa uma das maiores do mundo tanto para pessoas jurídicas como físicas.

Segundo o Código Tributário Nacional –CTN (1966) artigo 3º:

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Um tributo é caracterizado pelos seguintes elementos: fato gerador, contribuinte e a

base de cálculo. Para que exista uma obrigação, é preciso de um vínculo entre o credor

(sujeito ativo) e devedor (sujeito passivo).

Para Fabretti (2006) os tributos classificam-se em duas espécies: tributos não

vinculados e tributos vinculados.

Tributos não vinculados são os impostos que uma vez instituídos por lei são devidos,

independentemente, de qualquer atividade estatal em relação ao contribuinte.

De acordo com Shingaki (2008) tributo é uma prestação em dinheiro obrigatória,

instituída por lei e cobrada mediante atividade do Estado. As principais características de um

tributo são:

a) É sempre devido a um ente público;

b) Sua arrecadação fundamenta-se no poder do império do Estado;

c) Visa a arrecadação de recursos financeiros para o Estado realizar suas tarefas;

d) É obrigatório;

e) Deve ser pago em moeda nacional ou em valor que nele se exprima;

f) Deve ser previsto em lei;

g) Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Tributos vinculados são taxas e contribuição de melhorias que uma vez instituídas por

lei, são devidos apenas quando houver atividade estatal prestada ou colocada á disposição do

contribuinte. (Fabretti, 2006, p. 52).

O Art. 5 da CTN diz: “ Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.”

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Shingaki (2008, p. 207) afirma:

O imposto é uma modalidade de tributo que tem hipótese de incidência uma fato qualquer, não consistente numa atuação estatal. Assim, a hipótese de incidência do imposto ocorre devido a um comportamento do contribuinte ou a uma situação jurídica na qual se encontra.

No entanto, CTN art.16 estabelece: “imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato

gerador uma situação independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao

contribuinte”.

Para a Constituição Federal arts 153 a 156 o imposto é de competência privada, ou

seja, é exclusivamente da União ou dos Estados ou dos municípios ou do Distrito Federal.

Fabretti (2006, p. 57), define que existem os tributos diretos e indiretos: Os diretos

recaem sobre pessoas físicas e jurídicas que tem relação direta com o fato gerador, incidem

sobre o patrimônio e a renda como IRPF (imposto de renda pessoa física), IRPJ (imposto de

renda pessoa jurídica), IPTU (imposto propriedade territorial urbana), ITR (imposto territorial

rural), IPVA (imposto propriedade de veículos automotores).

Na visão de Perez (2010) imposto direto é quando apenas uma pessoa desempenha o

papel de contribuinte, que arca com o pagamento do tributo e todas as obrigações tributárias

previstas na legislação.

Impostos indiretos incidem sobre a produção e circulação de bens e serviços e são

repassados para o preço, onde o consumidor final é o contribuinte de fato, são eles: ICMS

(imposto sobre circulação de mercadoria e serviços), IPI (imposto sobre produtos

industrializados), ISS (imposto sobre serviços de qualquer natureza), COFINS (contribuição

social para o financiamento as seguridade social). (FABRETTI, 2006, p. 57),

Para Perez (2010) imposto indiretos são aqueles que os contribuintes apenas recolhem

o valor exigido na apuração que é suportada de fato pelo consumidor final.

Shingaki (2008, p.12) reforça que imposto, é uma espécie de tributo exigido de acordo

com a hipótese de incidência previstas em lei, não vinculado diretamente a nenhuma atividade

específica do Estado em relação ao contribuinte.

Pode-se concluir que a incidência do fato gerador ocorre devido a um comportamento

do contribuinte ou uma situação jurídica na qual se encontra.

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3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

3.1 Elisão Fiscal

Diante do cenário atual brasileiro, as organizações têm o intuito de reduzir os gastos e

principalmente a carga tributária que é considerada uma das maiores do mundo.

A forma legal para que essa redução ocorra denomina-se elisão fiscal ou planejamento

tributário, portanto, é uma maneira legal perante o Estado de retardar ou reduzir a carga

tributária existente.

Para Peixoto (2004) elisão fiscal é a redução tributária legal, posterga a ocorrência do

fato gerador fazendo com que a empresa reduza ou tenha maior prazo para o cumprimento da

obrigação tributária.

A estrutura tributária no Brasil, na situação que se encontra hoje, é um dos maiores

problemas no processo de crescimento e desenvolvimento do país.

Janczeski (2004, p.182) ainda define que existe a elisão induzida, quando a própria lei

deseja o comportamento do contribuinte, por razões extras fiscais como, por exemplo, a

isenção de impostos para as empresas que se instalem no norte-nordeste do Brasil e a elisão

por lacunas, quando a lei deixa brechas que são aproveitadas pelos contribuintes.

Enquanto no Brasil não é feita uma reforma tributária adequada, busca-se como

alternativa o planejamento tributário, que é um meio de reduzir a incidência tributária no qual

gera maiores prazos para o pagamento de tributos, com o objetivo de aumentar o lucro para a

empresa e diminuir gastos.

A maioria das empresas encerram suas atividades em menos de 1 ano de existência

porque não conseguem se manter no mercado, 1em média 33% do faturamento é encaminhado

ao pagamento de tributos, só o imposto de renda e a contribuição social sobre lucro líquido

representam 51,51%.

Segundo NOGUEIRA (2004, p. 30) Tributar e gastar de forma ética significa tributar e

gastar conforme a justiça tributária. Planejar os negócios jurídicos dos contribuintes de forma

ética é planejar segundo a justiça tributária.

Para que esse planejamento ocorra, busca-se tomar decisões de maneira que o

1Disponível em http://www.portaltributario.com.br/planejamento.htm. acesso em: 2 de Abril,2010 ás 16:34

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procedimento a ser tomado, durante o ano, seja esquematizado e combinado com a legislação,

porém, essa prática nem sempre é levada a sério, de um lado temos o fisco e do outro o

contribuinte, um eterno confronto em relação aos pagamentos de tributos.

O fisco deseja reduzir ao máximo a evasão fiscal mais conhecida como sonegação, seu

objetivo é fazer com que a justiça fiscal seja igual para todos, de forma a satisfazer as

necessidades financeiras do Estado. Do outro lado o contribuinte, que busca alternativa que

nem sempre é legal, tem como principal objetivo a exclusão ou o retardamento do pagamento

dos tributos.

Para Shingaki (2008, p. 29):

O planejamento tributário é a escolha de alternativas de ações ou omissões lícitas, portanto, não (dis)simuladas e sempre anteriores á ocorrência dos fatos geradores dos tributos, que objetivem direta ou indiretamente a redução desse ônus diante de uma ato administrativo ou fato econômico.

Esse processo tem que ser analisado pelo gestor da empresa, antes de implantado, pois

um bom profissional na área tributária executa suas funções dentro da lei e toma decisões que

proporciona o bom funcionamento da empresa.

A eficiência na redução de custos de um planejamento tributário bem elaborado pode

ser considerável, pois no cenário brasileiro atual o planejamento é uma questão de sucesso ou

até de sobrevivência das empresas.

Pode-se definir que esse procedimento é uma das funções mais importantes para a

empresa, no qual através de resultados obtidos possa tomar decisões consideradas essenciais

para o desenvolvimento e crescimento da mesma, e ter vantagens significativas.

De acordo com Perez (2010, p. 35) planejamento tributário é uma forma lícita de

reduzir a carga fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e bom senso dos

responsáveis pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo.

O papel do gestor é sempre estar informado sobre as leis, decretos e portarias que

freqüentemente são alteradas, também verificar se a empresa está pagando corretamente os

tributos nas datas estipuladas pelo fisco, com a apresentação de livros, declaração, guias de

recolhimento, entre outros.

Os tributos representam um dos maiores custos para uma empresa, no país existe mais

de 80 tipos de tributos e os contribuintes pagam direta ou indiretamente, com a globalização é

necessário uma gestão tributária eficiente com capacidade e competências para que sejam

cumpridos os prazos e suas obrigações sem que gere multa e juros.

A maior finalidade do planejamento tributário é a busca de alternativas lícitas de

determinada operação, antes de ocorrer o fato gerador, no qual, o contribuinte opta pela que

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apresente menor ônus tributário.

Para Shingaki (2008) após identificar a necessidade estuda-se caminhos viáveis e

ações previstas como:

• Remunerar o diretor com um salário fixo anual elevado, ou com um salário fixo

anual menor e um complemento por meio de planos de participação em

resultados;

• Instalar uma nova fábrica perto da matriz em algum Estado que tenham

incentivos ficais;

• Captar recursos financeiros via emissão de ações por debêntures;

• Aplicar recursos no exterior de forma direta ou por meio de uma sociedade

domiciliada no exterior;

• Vender uma participação societária por um holding (sócia do empreendimento)

ou diretamente dos sócios pessoas físicas (sócios da holding).

A economia de tributos incide diretamente no preço dos produtos, sendo assim, com o

planejamento os custos são menores e os preços se tornam mais acessíveis fazendo com que a

competitividade se torne maior. 2O planejamento tributário é uma obrigação entre os administradores segundo a lei

6.404/76 (LEI DAS S/A) artigo 153. “O administrador da companhia deve empregar, no exercício

de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na

administração dos seus próprios negócios".

O art. 113 da CTN estabelece: “A obrigação tributária é principal ou acessória”.

§1º A Obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o

pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dele

decorrente.

§ 2º A obrigação acessória decorrente da legislação tributária e tem por objeto as prestações,

positivas ou negativas, nela prevista no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação

principal relativamente à penalidade pecuniária.

Além do mais, planejamento tributário nunca pode ser confundido com sonegação ou

evasão fiscal, são situações completamente distintas.

Para Amaral (2002), apud Barbosa (2004) são três as finalidades do planejamento

tributário:

2 Disponível em: http://portaltributario.com.br/artigos/planejamento.htm, acesso em 2 de Abril, 2010 ás 21:20

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1) Evitar a incidência do tributo, tomando-se providências com o fim de desviar-se do

seu fato gerador;

2) Reduzir o montante do tributo, buscando-se meio de se reduzir a alíquota ou sua

base de cálculo;

3) Retardar o pagamento do tributo, adotando-se medidas que têm este fim, sem a

ocorrência da multa.

Um bom planejamento tributário é garantia de bom rendimento a empresa, pois deixa

de gastar pagando tributos desnecessários, e com os recursos economizados possibilita novos

investimentos.

Independente da forma de tributação que foi escolhida pela empresa, é visível que a

falta de planejamento tributário pode deixar a empresa mal preparada para possíveis

investimentos com o decorrer do tempo. Planejar é um ato preventivo, no qual se evita gastos

desnecessários a organização.

3.2 Evasão Fiscal

O Brasil arrecada como um país de primeiro mundo, no entanto o retorno que o

contribuinte tem com serviços públicos, por exemplo, é de um país subdesenvolvido, diante

dessa situação acaba-se estimulando a sonegação, também conhecida como evasão fiscal.

Segundo Perez (2010, p.36) Sonegar, por sua vez, é utilizar de meios ilegais, como

fraude, simulação, dissimulação etc., para deixar de recolher o tributo devido.

A evasão caracteriza-se pelas seguintes práticas:

• Sonegação: ocultação do pagamento do tributo

• Fraude: do latim fraudis (má-fé, engano) atos como falsificação, adulteração de

documentos.

• Simulação: finge-se o que não existe.

Peixoto (2004) destaca que, evasão fiscal é a fuga total ou parcial da obrigação

tributária já existente pela anterior ocorrência do fato gerador previsto em lei, ou que está

prestes a acontecer.

O não pagamento dos tributos para a empresa é uma vantagem pois o gasto é menor,

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porém, é um crime perante o Estado e se ocorrer uma fiscalização no estabelecimento a multa

a ser aplicada pode ser alta.

Evasão tributária significa forma ilícita de evitar a satisfação da obrigação tributária e

elisão significa forma lícita de evitar ou minorar a incidência de tributos. (CARVALHO,

2004, P. 58).

Carvalho (2004) reforça que “Evasão significa que já há dever do contribuinte em

satisfazer obrigação tributária, porém, o ocultou, enquanto na elisão busca-se evitar o

surgimento desta”.

Para Janczeski (2004) existe a evasão omissiva que se divide em: intencionalmente

quando o contribuinte omite dados, procedimentos ou informações que causam a exclusão,

diminuição ou retardamento do pagamento do dever tributário mais conhecido como

sonegação e não intencionalmente quando o contribuinte ignora a lei ou o dever fiscal e atinge

os mesmos resultados.

Tanto a elisão (planejamento tributário) ou evasão (sonegação) tem as mesmas

intenções, que é reduzir ou retardar o pagamento de tributos. Cada empresa adota seu critério

conforme a índole e o caráter de quem a administram, e pode ser feita dentro ou fora da lei.

Para Shingaki (2008, p. 31) evasão fiscal é conceituada como sendo toda e qualquer

ação ou omissão ilícita tendente a eliminar o cumprimento de obrigação tributária.

È dever das autoridades administrativas e jurídicas a investigação, autuação e se

necessário, a abertura de inquéritos policiais para a punição das entidades que usam meios

ilícitos para o não cumprimento da lei lesando a Fazenda Pública, órgão que considera esses

atos como inadmissíveis e aplicam-se multas que pode até comprometer o bom

funcionamento da empresa.

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4 DA TRIBUTAÇÃO ADOTADA PELA EMPRESA

4.1 Lucro Presumido

Dentre os regimes de tributação, entende-se que Lucro Presumido é uma forma de

tributação alternativa, para as empresas que não podem optar pelo Simples Federal, e desde

que atendidas às disposições legais poderão optar pelo ingresso no regime do Lucro

Presumido. Portanto, Lucro Presumido é o lucro que se presume através da receita bruta de

vendas de mercadorias e ou prestação de serviços.

Segundo Perez (2010) Lucro Presumido trata-se de uma forma simplificada para a

apuração da base de calculo do imposto de renda (IR) e da contribuição social, sobre o lucro

líquido (CSLL) e restringe-se a contribuintes que não estão obrigados ao regime de tributação

do Lucro Real.

A TQA hoje opta pelo Lucro Presumido por uma questão de segurança, pois no ano de

2008 esse regime de tributação foi mais vantajoso. Em 2009 não ocorreu o mesmo, pois a

empresa teve prejuízo.

Com esse regime de tributação presume-se que a empresa obteve lucro, o que não

ocorreu, visto que, a mesma pagou tributos devidos sobre um lucro quem não existiu, todavia,

se optasse pelo Lucro Real isso não aconteceria.

Para Pêgas (2009, p.454) em regra gerais, a opção pelo Lucro Presumido deve ocorrer

para empresas bem lucrativas. Por outro lado, quando a empresa tem uma margem de lucro

reduzida, a tendência natural é que o Lucro Real seja a melhor opção.

De acordo com Pêgas (2009, p. 439):

O Lucro Presumido é uma forma de tributação que utiliza apenas as receitas da empresa para apuração do resultado tributável de IR e CSLL. Com isso, estes tributos são calculados por um resultado estimado, encontrado através de percentuais definidos por lei.

Devido a essa situação, prefere-se continuar optando pelo Lucro Presumido que é mais

garantido depois do retorno de uma grande crise mundial que afetou a empresa.

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4.1.1 Apuração

Para ser optante pela tributação do Lucro Presumido, a empresa deve apurar o imposto

de renda e a contribuição social sobre o lucro trimestral que teve vigência em 01/01/1997, no

qual deve ser apurado nos dias 31 de Março, 30 de Junho e 31 de Dezembro de cada ano-

calendário, também no momento de sua extinção, caso suas atividades sejam encerradas.

A empresa que passar pelo processo de incorporação, cisão ou fusão que seja optante

pelo Lucro Presumido, deverá levantar balanço e verificar a data em que houve a aprovação

da absorção desse patrimônio líquido, podendo os bens e os direitos ser avaliados pelo valor

contábil ou valor de mercado.

Perez (2010) afirma que a Declaração de Pessoas Jurídicas deixou de ser um elemento

que formaliza a obrigação tributária para tornar-se uma mera Declaração de Informações de

periodicidade anual.

Portanto, a opção manifestada com o pagamento da primeira quota ou quota única do

imposto devido, correspondente ao primeiro período de apuração, conforme data mencionada

acima é considerada como definitiva para todo ano-calendário. 3Desde o ano calendário de 1999, a opção pela tributação com base no Lucro

Presumido a ser definitiva em relação a todo ano-calendário, ou seja, depois de iniciado o

pagamento do imposto com base no Lucro Presumido, não será mais admitida à mudança para

o regime do Lucro Real, em relação ao mesmo ano-calendário (RIR/1999, art. § 1º).

Neste tipo de regime tributário, o montante a ser tributado é determinado com base na

receita bruta, através da aplicação de alíquotas variáveis em função da atividade geradora da

receita.

No regime do Lucro Presumido são quatro os tipos de impostos federais incidentes

sobre o faturamento, dentre eles o PIS e a COFINS, que devem ser apurados mensalmente, e o

IRPJ e a CSLL cuja apuração deverá ser feita trimestralmente.

O processo de pagamento do tributo é a formalização no decorrer do ano-calendário e

manifestada com o recolhimento do mês de abril que indica a primeira cota do primeiro

período trimestral de apuração, que corresponde aos meses de (janeiro a março), pode também

optar pelo pagamento já no primeiro mês do ano no qual o documento mensal denomina-se

3 Disponível em: http://www.iobonlineregulatorio.com.br/pages/core/coreDocuments.jsf?guid=I618C441CE461E44AE040DE0A24AC4640&tipodoc=3&esfera=FE&ls=2&&index=4. Acesso em 4 de Abril, 2010 ás 21h30min.

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DARF (Documento de Arrecadação).

4.1.2 A Opção pelo Lucro Presumido

Young, L. H. B. (2009) destaca, podem optar pelo Lucro Presumido as pessoas

jurídicas, cuja receita bruta total no ano calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$

48.000.000,00 ou ao limite proporcional de R$ 4.000.000,00 multiplicados pelo número de

meses de atividade no ano, se esse for inferior a 12 meses.

Estão incluídas nesse regime, pessoas jurídicas rural desde que não utilize os

incentivos aplicáveis a essa atividade.

Várias são as entidades que não podem optar pelo regime do Lucro Presumido:

• Entidades financeiras/ equiparadas e de seguros;

• Empresas que aufiram lucros, rendimentos ou ganhos de capital, oriundos do

exterior;

• Empresas que usufruam benefícios fiscais de isenção ou redução do Imposto de

Renda, cálculos com base no lucro da exploração (empresas geralmente sediada

nas áreas da Sudene e Sudam);

• Prestadoras de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de

crédito (factoring);

• Imobiliária de construção, incorporação, compra e venda de imóveis que

tenham registro de custo orçado, nos termos das normas aplicáveis a essas

atividades.

No limite de R$ 48.000.000,00, considera-se todas as receitas, mesmo as não

tributadas pelo Lucro Presumido, como o resultado positivo de participação em empresas

controladas e coligadas e as reversões de provisões. São deduzidos da receita total: vendas

canceladas, devolvidas ou anuladas; os descontos incondicionais concedidos 4; IPI e ICMS

substituição tributária, quando registrados como receita; devoluções de vendas; e saídas que

não decorrerem de vendas, a exemplo das transferências de mercadorias para filiais.

Young, L. H. B (2009, p.33) afirma que dessa forma, o ICMS devido pela pessoa

4 Por descontos incondicionais entendem-se, de conformidade com a Instrução Normativa SRF 51/78, parcelas redutoras do preço de venda, quando contarem na nota fiscal de venda, quando constarem na nota fiscal dos bens ou da fatura de serviços e não dependerem de evento posterior à emissão desses documentos.

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jurídica, como contribuinte não deve ser excluído da receita bruta. Porém o ICMS cobrado do

adquirente, como substituição tributária, não deve integrar a receita bruta.

A empresa que optar pelo Lucro Presumido deverá permanecer por esse regime até o

final do exercício, porém pode acontecer que em algum período seu faturamento ultrapasse os

R$ 48.000.000,00, no entanto, a mudança de tributação para o Lucro Real só ocorrerá no

próximo exercício.

Pode-se dizer que o Lucro Presumido é uma presunção por parte do fisco, do que seria

o lucro de uma empresa caso não existisse a contabilidade. Porém, notamos que algumas

empresas possuem algumas dificuldades em relação a informações sobre as formas de

tributação. A partir dessa dúvida é que entra o planejamento tributário, o qual deverá exercer

conscientemente a redução da carga tributária visando à melhor opção para a empresa, seja

através do Lucro Real ou Presumido.

4.1.3 Base de cálculo

Segundo Perez a base de cálculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Presumido é

apurada a partir da receita bruta decorrente da atividade da pessoa jurídica optante e dos

resultados das demais receitas e dos ganhos de capital. (2010, p. 235)

Na receita não incluem os impostos não acumulativos cobrados do comprador ou

contratante, em caso de vendas a prazo, o custo do financiamento integra a receita bruta como

complemento do preço de venda.

A base de cálculo do IRPJ e da CSLL trimestral obedece ao seguinte percentual sobre

a receita bruta com relação as suas atividades. O quadro a seguir apresenta os percentuais a

serem utilizados.

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Quadro 1- Percentuais do IR e CSLL sobre receita bruta.

RECEITAS BASE DE

IR- % BASE DA CSL-%

Venda ou revenda de bens e produtos 8% 12% Prestação de serviços 32% 32% Administração, locação ou cessão de bens e direitos de qualquer natureza (inclusive imóveis) 32% 32% Transporte de passageiros 16% 12% Transporte de cargas 8% 12% Serviços hospitalares 8% 12% Prestação de serviços até R$ 120 mil/ano menos regulamentadas 16% 32% Revenda, para o consumo, de combustíveis, derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural 1,60% 12%

Outras receitas, não definidas no estatuto ou contrato social 100% 100% Fonte: PÊGAS, Paulo H. Manual de Contabilidade Tributária . 6 Ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2009.

Como regra geral, qualquer atividade não enquadrada em nenhuma das especificadas

acima, terá sobre a receita da atividade operacional a aplicação de 8% do IRPJ. (Art.519 do

Regulamento do imposto de Renda, RIR/99e Ato Declaratório Normativo- ADN nº 16/00).

Sobre a base de cálculo citadas anteriormente, acrescenta-se, ainda:

• Receitas de outras naturezas não relacionadas ao objetivo social da empresa;

• Ganhos de capital na alienação de bens e direitos;

• Ganhos líquidos em renda variável;

• Rendimentos em aplicações financeiras.

Depois de aplicado o percentual para encontrar a base de cálculo citada acima, aplica-

se ainda a alíquota vigente de IRPJ (15%) e da CSLL (9%).

Segundo Pêgas (2009. P. 448) não devem integrar a base do lucro presumido os

seguintes valores:

• Receitas de partições em empresas controladas e coligadas avaliadas pelo

método de equivalência patrimonial;

• Receitas de dividendos de investimentos avaliados ao curso de aquisição;

• Reversões de provisões operacionais, quando não representarem ingresso de

novos recursos;

• IPI, quando registrado como receita de vendas; e

• ICMS substituição tributária, quando registrada como receitas de vendas.

Conclui-se que antes do cálculo é necessário excluir o que não deve integrar a base de

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cálculo, e em seguida aplicar a alíquota vigente.

4.1.4 Cálculo do lucro presumido

O Imposto de Renda das pessoas jurídicas baseia-se no lucro.

Perez (2010, p. 236) lembra que:

As empresas optantes por essa forma de tributação devem presumir o lucro auferido em cada trimestre, e essa presunção é feita pela aplicação de percentuais de lucratividade ditados pela lei.

Em caso de empresas prestadoras de serviço com receita bruta de até R$ 120.000,00

anual a base de cálculo será determinada mediante aplicação do percentual de 16% sobre a

receita bruta auferida mensalmente.

4.1.5 Resultados

Depois de calculado o Lucro Presumido, adiciona-se a esse lucro, integralmente, os

ganhos de capital, os rendimentos e os ganhos líquidos em aplicações financeiras.

As demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas

pela atividade, auferidos no trimestre podendo diminuir Imposto de Renda retido na fonte

sobre os rendimentos de aplicações financeiras em que for computado o rendimento. (PEREZ,

2010, p.236)

4.1.6 Cálculo do imposto

Para Shingaki (2008) o cálculo do Imposto de Renda das pessoas jurídicas é feita da

seguinte forma: 15% sobre a base total apurada (Lucro Presumido mais demais despesas e

ganhos de capital). Incide também 10% sobre a parcela da base de cálculo que exceder o valor

resultante da multiplicação de R$20.000,00 pelo número de meses do período de apuração.

Exemplos:

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Quadro 2 - Cálculo do IRPJ

Faturamento % Base de Cálculo Lucro Presumido Alíquota do IRPJ IRPJ a pagar R$ 120.000,00 (jan.) R$ 9.600,00 R$ 1.440,00 R$ 140.000,00 (fev.) 8% R$ 11.200,00 15% R$ 1.680,00 R$ 160.000,00 (mar.) R$ 12.800,00 R$ 1.920,00

Total R$ 33.600,00 R$ 5.040,00 Fonte: Elaborada pela autora da Monografia

Cálculo do adicional do IRPJ

Nesse caso não haverá o adicional, pois não houve o excedente de R$ 60.000,00 no

trimestre.

Quadro 3 - Cálculo da CSLL

Faturamento % Base de

Cálculo Lucro

Presumido Alíquota da

CSLL CSLL a pagar R$ 120.000,00 (jan.) R$ 14.400,00 R$ 1.296,00 R$ 140.000,00 (fev.) 12% R$ 16.800,00 9% R$ 1.512,00 R$ 160.000,00 (mar.) R$ 19.200,00 R$ 1.728,00

Total R$ 50.400,00 R$ 4.536,00 Fonte: Elaborada pela autora da Monografia

Quadro 4 - Cálculo PIS

Faturamento Alíquota PIS PIS a Pagar R$ 120.000,00 (jan.) R$ 780,00 R$ 140.000,00 (fev.) 0,65% R$ 910,00 R$ 160.000,00 (mar.) R$ 1.040,00

Total R$ 2.730,00 Fonte: Elaborada pela autora da Monografia Quadro 5 - Cálculo COFINS

Faturamento Alíquota COFINS COFINS a Pagar R$ 120.000,00 (jan.) R$ 3.600,00 R$ 140.000,00 (fev.) 3% R$ 4.200,00 R$ 160.000,00 (mar.) R$ 4.800,00

Total R$ 12.600,00

Fonte: Elaborada pela autora da Monografia

Segundo Perez (2010) do imposto devido à empresa poderá deduzir: o imposto pago

ou retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo; dos créditos, inclusive os

judiciais com trânsito em julgado, relativos a tributos e contribuições administrados pela

Receita Federal, objetivo de declaração de compensação; do saldo negativo de IRPJ de

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trimestres anteriores.

4.1.7 Obrigações

Para Perez (2010) as empresas optantes pelo Lucro Presumido precisam manter a

escrituração contábil nos termos da legislação comercial, como o Livro de Registro de

Inventário, no qual devem constar registrado os estoques existentes no término do ano-

calendário.

Algumas empresas ainda optam por não manterem a escrituração fiscal, o que não é

recomendável, porém, necessita manter livro Caixa onde deverão constar todas as

movimentações financeiras, inclusive bancária e são obrigadas a considerar a depreciação de

bens do imobilizado pelos mesmos prazos do Lucro Real. Não é necessário que este livro seja

registrado.

4.1.8 Distribuição de lucros

Segundo Perez (2010) o lucro pode ser distribuído pelo valor da base de cálculo menos

todos os impostos e contribuições que a empresa esta sujeita.

O autor ainda afirma que se o lucro apurado na contabilidade for superior ao estimado,

pode-se distribuir o lucro contábil sem incidência de imposto para o beneficiário.

Young, L. H. B (2009) ressalta que, a pessoa jurídica tributada com base no Lucro

Presumido, poderá ter o lucro distribuído, sem incidência de imposto:

a) O valor da base de cálculo do imposto, diminuída de todos os impostos e

contribuições a que estiver sujeitas a pessoa jurídica;

b) A parcela de lucros ou dividendos excedentes ao valor determinado no item a,

desde que a empresa demonstre, através de escrituração contábil feita com observância da lei

comercial, que o lucro efetivo é maior que o lucro determinado segundo as normas da

apuração da base de cálculo do imposto.

A empresa que opta pelo Lucro Presumido não terá incidência de IR à distribuição de

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lucro para seus sócios, acionistas e empresários individuais, pois o mesmo se torna isento para

pessoas físicas e jurídicas.

Pêgas (2009) afirma que a isenção do IR à distribuição de lucro só é aceita caso a

empresa demonstre que obteve lucro acima da base presumida, e que apresente a escrituração

contábil completa.

O lucro isento de uma empresa que não possui escrituração fiscal completa, segue da

seguinte forma, exemplo:

Lucro presumido deduzindo (-) o IRPJ, adicional do IRPJ se houver, CSLL, PIS,

COFINS, encontra-se o valor a ser distribuídos aos sócios.

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5 O LUCRO PRESUMIDO E O LUCRO REAL

A maioria das empresas que não são obrigadas a optar pelo Lucro Real, enfrentam

certa dúvida em relação a escolha da melhor forma de tributação a ser adotada: Lucro

Presumido ou o Lucro Real, isto porque, o fato da escolha as obriga a continuar com a mesma

forma de tributação durante todo o ano calendário.

A escolha pela tributação do Lucro Presumido se torna mais vantajosa para empresas

que possuem maior lucratividade, pois a base de cálculo é feita a partir das receitas, não

deduzindo as despesas, assim a empresa paga seus tributos a partir de uma presunção que o

fisco estabelece do lucro que a empresa obteve.

Já no Lucro Real, os impostos incidem no real resultado que a empresa teve, ou seja, a

receita menos as deduções, exclusões e adições necessárias para o ajuste.

Fonte: PEREZ JR., José H. Manual de Contabilidade tributária . São Paulo: Atlas, 2010, p. 231.

As alíquotas dos impostos também mudam dependendo da forma de tributação

adotada. Os quadros a seguir mostram as alíquotas de IRPJ, CSLL, PIS, COFINS para as duas

formas de tributação:

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Quadro 6- Lucro Presumido

Lucro Presumido Alíquota IRPJ (lucro até R$ 187.500,00) 15% IRPJ (lucro superior a R$ 187.500,00 ) 25% CSLL (sobre qualquer valor de faturamento) 9% PIS 0,65%

COFINS 3% Fonte: Elaborada pela autora da Monografia Quadro 7- Lucro Real

Lucro Real Alíquota IRPJ (lucro até R$ 20.000,00) 15% IRPJ (lucro superior a R$ 20.000,00 ) 25% CSLL (sobre qualquer lucro apurado) 9% PIS 1,65%

COFINS 7,6% Fonte: Elaborada pela autora da Monografia

È fundamental ressaltar que as alíquotas do PIS e COFINS do lucro real são mais

elevadas em comparação com o Lucro Presumido, porém, essa diferença não pode ser

considerada na tomada de decisão, pois as empresas optantes pelo lucro presumido não

podem tomar créditos referente ao PIS e COFINS, no entanto, no Lucro Real o mesmo pode

ser abatido pelo fato de aquisição de determinados insumos.

Pode-se verificar as diferenças dentre as tributações em relação às bases de cálculos,

pagamento do IR e CSLL, ajustes, obrigatoriedades, conforme anexo 1.

5.1 Lucro Real

Para Perez (2010, p. 230) o conceito de Lucro Real:

É o lucro líquido do período apurado nas escrituração comercial, denominado lucro contábil, ajustado pelas adições, exclusões e compensações autorizadas pela legislação do imposto de renda.

A palavra Real significa o que existe de fato, verdadeiro ao contrário de presumido, é

tudo o que é realmente apurado na contabilidade, com base nas escriturações fiscais e as

normas fiscais e comerciais.

No geral empresas que optam pelo Lucro Real são de grande porte, no qual devem

manter uma contabilidade bem estruturada, pois, exige de seus gestores uma complexidade na

rotina contábil e tributária, para que no momento da apuração tudo ocorra corretamente e

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seguindo os termos da legislação comercial, conforme a Lei das Sociedades por Ações e

órgãos contábeis específicos.

Perez (2010) ressalta que a apuração do Lucro Real requer alguns procedimentos:

• Rigorosa observância dos princípios fundamentais de contabilidade;

• Constituições das provisões necessárias;

• Completa escrituração contábil e fiscal;

• Escrituração de um conjunto de livros fiscais e contábeis, incluindo o Registro

de Inventário e o LALUR;

• Preparação das demonstrações contábeis etc. 5A expressão Lucro Real significa o próprio lucro tributável, para fins da legislação do

imposto de renda, distante do lucro liquido apurado contabilmente.

De acordo com o art. 247 do RIR/1999, Lucro Real é o lucro liquido do período de

apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela

legislação fiscal. A determinação do Lucro Real será precedida da apuração do lucro líquido

de cada período de apuração com observância das leis comercias.

Estão obrigadas a optar pela tributação com base no Lucro Real as pessoas jurídicas,

que estiverem enquadradas nas seguintes condições:

I – Que tenham receita total, no ano-calendário anterior, superior a R$ 48.000.000,00,

ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 meses;

II – cujas atividades sejam de instituições financeiras ou equiparadas;

III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

IV – que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam benefícios fiscais relativos à

isenção ou redução do imposto;

V – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo

regime de estimativa, inclusive mediante balanço ou balancete de suspensão ou

redução de imposto;

VI – cuja atividade seja de factoring.

No ramo industrial a opção pelo Lucro Real é uma ótima alternativa para a redução de

tributos, a fabricação de produtos utiliza vários custos operacionais diretos e matérias-primas

que dão direito a créditos, minimizando assim a carga tributária da empresa.

A opção do Lucro Real além de diminuir a da carga tributária na empresa exige do

profissional responsável uma maior dedicação em relação à empresa, uma vez que os

5 Disponível http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2005/PergResp2005/pr242a264.htm. Acesso em 4 de Abril, 2010 ás 11:50.

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balancetes e DRE’s devem ser apurados mensalmente, portanto, todos os documentos devem

estar em dia e organizados para que evite problemas futuros em caso de fiscalização.

O Lucro Real exige uma escrituração mais detalhada em relação ao lucro presumido

no qual os livros contábeis e fiscais são encerrados no final de cada ano, com isso, o contador

tem que estar atualizado sobre qualquer mudança que poderá vir a ocorrer.

Conforme lembra Oliveira e Santos (2007) o contador deve adotar uma série de

procedimentos no ambiente profissional como:

� Rigorosa observância aos princípios contábeis

� Completa escrituração fiscal e contábil

� Preparação das demonstrações contábeis (Balanço Patrimonial, Demonstração

do Resultado do Exercício- DRE, Balancetes)

� Livros (Livros de Apuração do Lucro Real- LALUR, Entrada e Saída e Livro de

Registro de Inventário)

5.1.1 Apuração

As empresas que não podem, ou não querem, optar pelo Lucro Presumido, devem

basear-se na apuração do Lucro Real, que pode ser feito trimestralmente ou anualmente.

Os impostos Federais incidentes nas empresas optantes pelo Lucro Real são o PIS,

COFINS, o IRPJ e a CSLL, sendo os dois primeiros apurados mensalmente sobre o

faturamento e os dois últimos anualmente ou trimestralmente.

5.1.2 Apuração trimestral do lucro real

Nas empresas optantes pela apuração do Lucro Real trimestral, os períodos de

apuração são encerrados em 31 de Março, 30 de Junho, 30 de Setembro e 31 de Dezembro,

com base no resultado líquido de cada trimestre.

Os resultados deverão ser apurados mediante as demonstrações contábeis, cumprindo

as normas estabelecidas da legislação comercial e fiscal, o qual será ajustado pelas adições,

exclusões e compensações determinadas ou autorizadas pela legislação tributária. (PEREZ,

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2010)

Para Shingaki (2008, p.260) é raro existir uma situação em que haja vantagens para a

sociedade escolher o Lucro Real trimestral em relação ao Lucro Real anual.

A empresa é obrigada a considerar cada período trimestral como um exercício

encerrado, efetuando todos os procedimentos exigidos pelo Fisco, não fazendo assim os

ajustes que geralmente são efetuados em 31 de Dezembro.

O imposto de renda trimestral será calculado mediante a aplicação das alíquotas:

1. Alíquota normal de 15% sobre a totalidade da base de cálculo, ou seja, 15% do

lucro real;

2. Alíquota adicional de 10% sobre a parcela da base de cálculo que exceder o

limite trimestral. No caso de início de atividades, o limite trimestral será

proporcional ao número de meses em que a empresa exerceu atividades no

trimestre.

Poderão ser deduzidos do valor do Imposto de Renda trimestral:

• Os incentivos fiscais, dentro dos limites e condições fixados pela legislação;

• O Imposto de Renda pago ou retido na fonte sobre receitas computadas na

determinação do lucro real;

• O saldo do imposto pago a maior ou indevidamente em períodos anteriores.

O prazo de pagamento do Imposto de Renda ou da Contribuição Social apurado em

cada trimestre poderá ser pagos em quota única no mês seguinte ao trimestre sem nenhum

acréscimo.

Segundo Perez (2010) o contribuinte pode optar por pagar em três quotas mensais,

onde são acrescidos juros pela taxa Selic até o mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês.

5.1.3 Apuração anual do lucro real

As pessoas jurídicas tributadas com base no Lucro Real podem optar pela apuração do

Lucro Real anual, que compreende o período de janeiro a dezembro de cada ano, no qual os

recolhimentos dos tributos devem ser efetuados todos os meses.

Na apuração do Lucro Real anual, o IRPJ deve ser recolhido, por antecipação,

mensalmente, e em regime de estimativa. A base de cálculo é praticamente a mesma do lucro

presumido (percentual sobre receita bruta, conforme a atividade operacional). (SHINGAKI,

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2008. p.247).

As empresas optantes pelo Lucro Real devem efetuar recolhimentos mensais com base

em estimativas, sendo assim, a mesma está obrigada á apuração do Lucro Real anual, e não

pode mudar a base de tributação pelo Lucro Presumido.

Young, L. H. B (2009) considera ainda que, nesta opção, cabe a utilização de balanços

ou balancetes acumulados para suspensão ou redução do imposto de renda e da contribuição

social sobre o lucro.

5.2 Cálculo por estimativa

Todas as pessoas jurídicas sujeitas ao IRPJ pelo Lucro Real anual devem pagar seus

impostos mensalmente, calculados pelas estimativas, com base na presunção de lucros no qual

o primeiro pagamento deve ocorrer referente ao mês de janeiro ou de início de sua atividade.

A base de calculo será apurada conforme os percentuais do Quadro 1, visto

anteriormente, aplicando-se assim os percentuais sobre as receitas brutas de cada uma de suas

atividades.

A receita bruta do contribuinte é a soma das vendas de mercadorias ou produtos; dos

serviços prestados. Pode-se também incluir ou excluir receitas que influenciarão na base de

cálculo para efeito de incidência do imposto.

5.2.1 Inclusões

Os ganhos de capital, demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas

não abrangidas pelo artigo anterior, serão acrescidos á base de cálculo para efeito de

incidência do imposto. (SHINGAKI, 2008, p. 249).

Segundo Perez (2010) deve ser acrescida ás receitas brutas, os ganhos de capital,

demais receitas e resultados positivos, excetuados os rendimentos ou ganhos tributados a

título de aplicações financeiras.

Para Shingaki (2008) fazem parte das inclusões:

• Rendimentos de mútuos entre empresas ligadas;

• Ganhos de capital na alienação de ativos permanentes;

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• Receita de locação de imóvel não operacional

• Juros de impostos a compensar ou restituir (Selic);

• Variações monetárias ativas.

Shingaki (2008) cita que os valores que não integram a base do imposto estimado:

• Rendimentos de aplicação financeira de renda fixa e variável (os quais

sofreram retenção do IR fonte ao pagamento em separado), exceto para instituições

financeiras e assemelhadas;

• Receitas provenientes de atividade incentivada;

• Recuperação de créditos que não representem ingressos de novas receitas;

• Reversão de provisões;

• Lucros ou dividendos de participações societárias avaliadas pelo custo de

aquisição e ajuste de equivalência patrimonial

5.2.2 Exclusões

Alguns itens podem ser excluídos da receita bruta, no qual se diminui a base de

cálculo para o efeito de incidência do imposto.

De acordo com Perez (2010) fazem parte das exclusões da receita bruta: o IPI

incidente sobre as vendas e o ICMS devido pelo contribuinte substituto, no regime de

substituição tributária; as vendas canceladas e as devoluções de vendas; os descontos

incondicionais concedidos- que são aqueles constantes da nota fiscal de venda dos bens ou da

fatura e que não dependem de evento posterior á emissão do documento fiscal.

5.2.3 Deduções

As pessoas jurídicas poderão deduzir das receitas brutas:

1) No caso das instituições financeiras, sociedades corretoras de títulos, valores

mobiliários e câmbio, e sociedade distribuidoras de títulos e valores imobiliários:

a) as despesas incorridas na captação de recursos de terceiros;

b) as despesas com obrigações por refinanciamentos, empréstimos e repasses de

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recursos de órgãos e instituições oficiais e do exterior;

c) as despesas de cessão de créditos;

d) as despesas de câmbio;

e) as perdas com títulos e aplicações financeiras de renda fixa;

f) as perdas nas operações de renda variável realizadas em bolsa, no mercado de

balcão organizado, autorizado pelo órgão competente, ou por meio de fundos de investimento.

Os custos e despesas são aceitos como dedutíveis para a apuração da base de cálculo

do Lucro Real, se forem consideradas operacionais, ou seja, necessárias para a realização das

atividades da empresa. Esse procedimento tem que ser documentado, registrado na

escrituração contábil, com todos os detalhes e informações que permita a identificação da

operação com os documentos que deram origem a tal fato.

Sendo assim, as empresas podem deduzir ou suspender o pagamento do imposto em

cada mês, desde que demonstre através dos balanços ou balancetes que o valor já pago excede

o valor do imposto. (SHINGAKI 2008).

Os balanços e balancetes devem ser levantados e verificados se estão dentro das leis

comerciais e fiscais e se estão transcritos no livro diário.

Também estão dispensados os pagamentos mensais das empresas que por meio de

balanços ou balancetes demonstrem que a mesma obteve prejuízos fiscais apurados a partir do

mês de janeiro do ano-calendário.

5.3 Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR)

O Livro de Apuração do Lucro Real foi desenvolvido para o auxilio da conciliação,

uma ferramenta muito utilizada pelos contadores, no qual a finalidade do mesmo é registrar e

controlar os ajustes no lucro apurado contabilmente, sendo que o Fisco não aceita como

dedutíveis algumas despesas.

5.3.1 Normas para escrituração

Segundo o art. 262 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99):

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No Livro de Apuração do Lucro Real-LALUR, a pessoa jurídica deverá. (Decreto-lei

nº1.598/77, art. 8º, inciso I):

I. Lançar os ajustes do lucro liquido do período de apuração;

II. Transcrever a demonstração do lucro real;

III. Manter os registros de controle de prejuízos fiscais a compensar em períodos de

apuração subseqüentes, do lucro inflacionário a realizar, da depreciação

acelerada incentivada, da exaustão mineral com base na receita bruta, bem como

os demais valores que devam influenciar a determinação do lucro real de

períodos de apuração futuros e não constem da escrituração comercial;

IV. Manter os registros de controles dos valores excedentes a serem utilizados no

cálculo das deduções nos períodos de apuração subseqüentes, dos dispêndios

com programa de alimentação ao trabalhador, vale- transporte e outros previstos

neste Regulamento.

Ainda reforça o (RIR/99) art. 263:

O Livro de Apuração do Lucro Real- LALUR poderá ser escriturado mediante a utilização de sistema eletrônico de processamento de dados, observadas as normas baixadas pela Secretaria da Receita Federal (Lei nº 8.218/91, art.18).

5.3.2 Obrigações

Todas as empresas optantes pelo Lucro Real são obrigadas escriturar o Livro de

Apuração do Lucro Real, tais como:

a) As de direito privado, sediadas no país, inclusive as filiais, de pessoas jurídicas

domiciliadas no exterior;

b) As firmas individuais

c) As pessoas físicas equiparadas a empresas individuais que promovem a

incorporação de prédios em condomínio ou em loteamento de terceiros;

d) As sociedades cooperativas que realizarem atos não cooperativos.

5.3.3 Exclusões não autorizadas

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O LALUR não pode ser utilizado para nele serem consignadas exclusões resultantes

da falta de registro, na escrituração comercial, de custo ou de despesas operacionais, ou,

ainda, as que tenham por objetivo complementar valor da mesma natureza insuficientemente

registrado, considerando-se os limites máximos permitidos. (PEREZ, 2010, p. 335)

5.3.4 Dispensa de registro

Diferentemente do diário, o livro de apuração do Lucro Real não precisa ser

autenticado, nem registrado, mas é necessário um termo de abertura e encerramento. Cada

exercício é finalizado com a assinatura do diretor, gerente ou qualquer pessoa legalmente

habilitado após a demonstração do Lucro Real.

Devem constar na primeira e na última página os termos de abertura e encerramento,

que identificará o contribuinte e deve constar: A firma ou razão social; o número e a data do

arquivamento dos atos constitutivos no órgão de registro do comércio (quando se tratar de

sociedade civil, o número sob qual foi registrada no Registro Civil das Pessoas Jurídicas) e o

número de registro no CNPJ-MF.

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6 METODOLOGIA

A pesquisa possui uma finalidade específica, conforme a necessidade de quem irá

executá-la. Para Goldemberg (1999), apud Silva e Menezes (2001), para que seu estudo seja

considerado científico você deve obedecer aos critérios de coerência, consistência,

originalidade e objetivação. È desejável que uma pesquisa científica preencha os seguintes

requisitos:

• A existência de uma pergunta que se deseja responder

• A elaboração de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta

• A indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida

No presente trabalho foi feita uma pesquisa bibliográfica, com o auxílio da pessoa

responsável pelo setor de contabilidade da empresa, que disponibilizou todos os relatórios

para serem analisados, tais como: balancetes e planilhas de apuração dos impostos, sobre os

quais foi realizada uma análise quantitativa, pois se trata de dados reais da empresa.

Os dados são correspondentes ao primeiro semestre de 2010, sendo que: nos meses de

Janeiro, Março e Abril apresentam dados reais que foi disponibilizado pela empresa, já para

os meses de Maio, Junho e Julho foram utilizados projeções de valores, pois os balancetes

ainda não estavam completamente finalizados.

Por meio de diversas comparações entre os impostos apurados pelo Lucro Presumido e

projeções se a empresa utilizasse o método de apuração pelo Lucro Real, procurou-se indicar

as diferenças de valores entre as duas formas de apuração.

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7 ANÁLISE DOS DADOS

Diante da pesquisa realizada, nota-se vantagens e desvantagens da empresa em optar

pelo Lucro Presumido. A tabela a seguir mostra os impostos recolhidos pela empresa.

Tabela 1- Apuração dos impostos no Lucro Presumido LUCRO PRESUMIDO - 2010CÁLCULO DOS IMPOSTOS: PIS, COFINS, IR e CSLL

ATIVIDADES JAN FEV MAR TRIM 1 ABR MAI JUN TRIM 2VENDA DE PRODUTOS 392.140,61 482.277,89 478.985,34 1.353.403,84 459.180,49 501.105,53 874.844,78 1.835.130,80INDUSTRIALIZAÇÃO 5.547,53 0,00 92.096,60 97.644,13 12.296,24 33.339,11 42.719,03 88.354,38(-) Vendas canceladas/devoluções 0,00 0,00 -523,86 -523,86 0,00 0,00 -46.225,50 -46.225,50(-) Descontos incondicionais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00(-) IPI sobre vendas (saídas) -5.358,39 -12.885,30 -1.649,75 -19.893,44 -1.919,80 -9.876,17 -15.948,52 -27.744,49

Total 392.329,75 469.392,59 568.908,33 1.430.630,67 469.556,93 524.568,47 855.389,79 1.849.515,19

REVENDA DE PRODUTOS 1.100.557,90 1.431.649,80 1.511.184,97 4.043.392,67 1.268.673,50 1.178.778,70 1.401.078,98 3.848.531,18(-) Vendas canceladas/devoluções 0,00 -5.910,90 -29.454,00 -35.364,90 0,00 0,00 -3.735,20 -3.735,20(-) Descontos incondicionais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total 1.100.557,90 1.425.738,90 1.481.730,97 4.008.027,77 1.268.673,50 1.178.778,70 1.397.343,78 3.844.795,98

REVENDA PROD. EXPORTAÇÃO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00(-) Vendas canceladas/devoluções 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00(-) Descontos incondicionais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

VENDA DE SERVIÇOS 52.416,16 153.426,51 51.851,55 257.694,22 34.582,80 84.681,38 76.202,70 195.466,88(-) Vendas canceladas/devoluções 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00(-) Descontos incondicionais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total 52.416,16 153.426,51 51.851,55 257.694,22 34.582,80 84.681,38 76.202,70 195.466,88

RECEITA BRUTA DE VENDAS 1.545.303,81 2.048.558,00 2.102.490,85 5.696.352,66 1.772.813,23 1.788.028,55 2.328.936,27 5.889.778,05

VALORES P/BASES DE CÁLCULO 0,00 0,00 Venda/revenda de produtos (IRPJ) 8% 119.431,01 151.610,52 164.051,14 435.092,68 139.058,43 136.267,77 180.218,69 455.544,89 Venda/revenda de produtos (CSLL) 12% 179.146,52 227.415,78 246.076,72 652.639,01 208.587,65 204.401,66 270.328,03 683.317,34 Venda de serviços 32% 16.773,17 49.096,48 16.592,50 82.462,15 11.066,50 27.098,04 24.384,86 62.549,40 Ganhos de capital 0,00 27.166,66 27.166,66 Ganhos liquidos (aplic. financ.) 0,00 0,00 Variações monetárias ativas 0,00 0,00 Descontos financeiros obtidos 0,00 0,00 Juros taxa Selic (perdcomp) 0,00 0,00 Recuperação de custos/desp. -14.132,78 -14.132,78 0,00

0,00 -14.132,78 0,00 -14.132,78 0,00 0,00 27.166,66 27.166,66

(-)VENDAS CLIENTES ISENTOS PIS/COFINS 0,00 95.806,66 47.161,40 142.968,06 44.877,05 63.862,90 78.213,80 186.953,75

BASE DE CÁLCULO ISS 52.416,16 153.426,51 51.851,55 257.694,22 34.582,80 84.681,38 76.202,70 195.466,88 BASE CÁLCULO PIS/COFINS 1.545.303,81 1.938.618,56 2.055.329,45 5.539.251,82 1.727.936,18 1.724.165,65 2.250.722,47 5.916.944,71 BASE CÁLCULO IRPJ 136.204,18 186.574,22 180.643,64 503.422,05 150.124,93 163.365,82 231.770,21 545.260,96 BASE DE CÁLCULO CSLL 195.919,69 262.379,48 262.669,21 720.968,38 219.654,15 231.499,70 321.879,55 773.033,40

IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕESPIS 8109 0,65% 10.044,47 12.601,02 13.359,64 36.005,14 11.231,59 11.207,08 14.629,70 37.068,36

(-) PIS Retido -251,75 -953,73 -176,08 -154,87 -403,91 -417,84 -976,62PIS a recolher 9.792,72 11.647,29 13.183,56 34.623,58 11.076,72 10.803,17 14.211,86 36.091,74

COFINS 2172 3% 46.359,11 58.158,56 61.659,88 166.177,55 51.838,09 51.724,97 67.521,67 171.084,73(-) COFINS retido -1.161,93 -4.401,78 -812,69 -6.376,40 -714,81 -1.864,25 -1.928,50 -4.507,56

COFINS a recolher 45.197,18 53.756,78 60.847,19 159.801,15 51.123,28 49.860,72 65.593,17 166.577,1720.000,00

IRPJ 2089 60.000Alíquota 15% 20.430,63 27.986,13 27.096,55 75.513,31 22.518,74 24.504,87 34.765,53 81.789,14Adicional 10% 11.620,42 16.657,42 16.064,36 44.342,20 13.012,49 14.336,58 21.177,02 48.526,10Subtotal 119.855,51 130.315,24(-) IRRF -14,40 0,00 0,00 -14,40 -270,91 -621,18 -23,00 -915,09

(-) IRRF de AF 0,00 0,00Subtotal -14,40 -270,91 -621,18 -23,00 -915,09

IRPJ a recolher 119.841,11 129.400,1539.947,04 43.133,38

CSLL 2372 9% 17.632,77 23.614,15 23.640,23 64.887,15 19.768,87 20.834,97 28.969,16 69.573,01(-) CSLL retida -399,30 -1.455,25 -270,90 -2.125,45 -238,27 -621,42 -642,83 -1.502,52

CSLL a recolher 62.761,70 68.070,4920.920,57 22.690,16

Fonte: Elaborada por José Luiz Rodrigues Castro, consultor da empresa.

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Analisando a tabela 1 acima podemos identificar os valores dos tributos a serem

recolhidos, no qual foi utilizado o seguinte cálculo: para cálculo do PIS, a base utilizada foi a

receita bruta, que consiste na somas das vendas, industrialização, revenda de produtos e

serviços no valor de R$ 1.545.303,81 no qual se aplicou a alíquota de 0,65% e em seguida

deduzimos os impostos retidos na fonte, no caso do primeiro trimestre o valor recolhido no

mês de Janeiro foi de R$ 9.792,72, em Fevereiro R$ 11.647,29 e em Março R$ 13.183,56

totalizando um montante de R$ 34.623,58.

No segundo trimestre foram recolhidos os seguintes valores: Abril R$ 11.076,72, Maio

R$ 10.803,17 e Junho R$ 14.211,86 totalizando R$ 36.091,74

Para o cálculo do COFINS, a base utilizada é a mesma do PIS no qual se aplica a

alíquota de 3%, os valores recolhidos no primeiro trimestre: Janeiro R$ 45.197,18, Fevereiro

R$ 53.756,78 e Março R$ 60.847,19 totalizando R$ 159.801,15.

No segundo trimestre foram recolhidos os seguintes valores: Abril R$ 51.123,28, Maio

R$ 49.860,72 e Junho R$ 65.593,17 totalizando R$ 166.577,17.

Para o IRPJ, o valor para a base de cálculo é a soma dos produtos e revenda e sobre ela

aplica-se a alíquota de 8%, já para o serviço alíquota de 32%. Encontrada a base que é a soma

dos produtos e serviços aplica-se a alíquota de 15% e em seguida o adicional de 10%. No

primeiro trimestre foi recolhido R$ 119.841,11 já com a dedução de R$ 14,40 do imposto

retido na fonte, enquanto que, no segundo trimestre foi recolhido R$ 129.400,15 com a

dedução de R$ 915,09 do imposto retido na fonte.

Para o cálculo da CSLL o valor para a base de cálculo é a mesma que o IRPJ, alíquota

para o produto é de 12% e serviço se mantém 32%, encontrada a base aplica-se a alíquota de

9% . No primeiro trimestre foi recolhido R$ 62.761,70 já com a dedução de R$ 2.125,45 do

imposto retido na fonte, no segundo trimestre foi recolhido R$ 68.070,49 com dedução de R$

1.502,52 do imposto retido na fonte.

Podem-se observar todos os valores a serem pagos dos tributos baseados na tributação

do Lucro Presumido, os mesmos tratam-se de informações reais que a empresa disponibilizou

e que de fato foram pagos.

A seguir tabela 2, mostra o cálculo do IRPJ e CSLL se a empresa optasse pelo Lucro

Real.

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Tabela 2- Cálculo IRPJ e CSLL no Lucro Real

Exercício 2010 JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO

DRE 11.855,42 -145.915,62 143.783,79 -157.090,58 -278.159,51 157.492,48

IRPJ alíquota 15% 1.778,31 -21.887,34 21.567,57 -23.563,59 -41.723,93 23.623,87(+) adicional 10 % 156,76 362,39(-) IRPJ retido na fonte 14,40 270,91 621,18 23,00(-) IRPJ pago até o mês anterior 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00(=) IRPJ à pagar 1.763,91 -21.887,34 21.724,33 -23.834,50 -42.345,11 23.963,26

CSLL alíquota 9% 1.066,99 -13.132,41 12.940,54 -14.138,15 -25.034,36 14.174,32(-) CSLL retido na fonte 399,30 1.455,25 270,90 238,27 621,42 642,83(-) CSLlL pago até o mês anterior 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00(=) CSLL à pagar 667,69 -14.587,66 12.669,64 -14.376,42-25.655,78 13.531,49

CÁLCULO IRPJ E CSLL NO LUCRO REAL

Meses/ Valores em Reais (R$)

Fonte: Elaborada pela autora da Monografia. Dados coletados na empresa

Na tabela 2 acima foi utilizado para a base de cálculo o resultado real da empresa,

destaca-se que nos meses de Fevereiro, Abril e Maio a empresa teve prejuízo,

conseqüentemente não seriam recolhidos os tributos devidos, pois na tributação do Lucro Real

não ocorre o pagamento caso a empresa tenha prejuízo. Entretanto, nos meses de Janeiro,

Março e Junho haveria o recolhimento do mesmo normalmente.

Com a apuração verifica-se que a partir do lucro ou prejuízo aplica-se a alíquota de

15% para o IRPJ mais o adicional de 10%, no qual também se deduz as retenções em fonte e

o tributo pago no mês anterior, o que não houve em nenhum momento nesta análise. A partir

desse procedimento encontramos o tributo a pagar.

A alíquota da CSLL consiste em 9% com o mesmo procedimento do IRPJ até

chegarmos ao valor a ser pago.

A tabela 3 indica quais os valores de PIS e COFINS a serem pagos se a empresa

optasse pelo Lucro Real mediante projeções e levantamento de todas as despesas da empresa.

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Tabela 3- Cálculo do PIS e COFINS no Lucro Real

Exercício 2010 JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO

VENDA 397.688,14 482.277,89 571.081,94 471.476,73 534.444,64 917.563,81REVENDA 1.100.557,90 1.431.649,80 1.511.184,57 1.268.673,50 1.178.778,70 1.401.078,98PRESTAÇÃO DE SERV. 52.416,16 153.426,51 51.851,55 34.582,80 84.681,38 76.202,70(IPI) 5.358,39 12.885,30 1.649,75 1.919,80 9.876,17 15.948,52(DEVOLUÇÃO) 0,00 5.910,90 29.977,86 0,00 0,00 49.960,70

BASE DE CALCULO 1.545.303,81 2.048.558,00 2.102.490,45 1.772.813,23 1.788.028,55 2.328.936,27

PIS alíquota 1,65% 25.497,51 33.801,21 34.691,09 29.251,42 29.502,47 38.427,45COFINS alíquota 7,60% 117.443,09 155.690,41 159.789,27 134.733,81 135.890,17 176.999,16

DEDUÇÕES

FRETES 50.882,95 38.758,07 29.379,75 26.824,71 22.458,03 42.028,48COMPRA MP 48.920,94 340.071,74 188.552,15 155.897,04 356.923,86 438.259,62DEPRECIAÇÃO 117.902,14 114.248,12 114.453,14 120.531,98 130.640,68 131.775,75ENERGIA ELETRICA 20.605,99 26.724,20 31.513,18 22.349,99 28.455,00 30.871,13MATERIAL REVENDA 343.242,05 545.038,62 571.587,77 427.798,26 483.513,27 908.209,28COMBUSTIVEL 127.320,14 97.512,82 101.944,38 157.145,22 128.799,86 113.418,97

TOTAL 708.874,21 1.162.353,57 1.037.430,37 910.547,20 1.150.790,70 1.664.563,23PIS alíquota 1,65% -11.696,42 -19.178,83 -17.117,60 -15.024,03 -18.988,05 -27.465,29 COFINS alíquota 7,60% -53.874,44 -88.338,87 -78.844,71 -69.201,59 -87.460,09 -126.506,81

(-) Impostos Retidos

PIS 251,75 953,73 176,08 154,87 403,91 417,84COFINS 1.161,93 4.401,78 812,69 714,81 1.864,25 1.928,50

IMPORTAÇÃOPIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00COFINS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

PIS A PAGAR 13.549,34 13.668,64 17.397,41 14.072,52 10.110,51 10.544,32COFINS A PAGAR 62.406,72 62.949,76 80.131,88 64.817,41 46.565,83 48.563,85

CÁLCULO PIS E COFINS NO LUCRO REAL

Meses/ Valores em Reais (R$)

Fonte: Elaborada pela autora da Monografia. Dados coletados na empresa.

Os dados acima apontam o cálculo de PIS e COFINS com base da tributação do Lucro

Real. A apuração acompanha a legislação do PIS e COFINS, que concede direito a créditos

em caso de custos diretos, no entanto se deduz custos como frete, compra de matéria-prima,

depreciação, energia elétrica, materiais para revenda e combustíveis, que estão diretamente

relacionados com a atividade da empresa. Portanto, a base de cálculo para o recolhimento do

imposto reduziu com a utilização dos créditos disponíveis.

Aplicaram-se as alíquotas de 1,65% para o PIS e 7,60% para COFINS, se comparadas

com as alíquotas do Lucro Presumido é bem maior, mas apenas no Lucro Real é possível a

utilização dos créditos o que diminui a base de cálculo, já no Lucro Presumido seria utilizado

à alíquota sobre o faturamento bruto.

Os tributos retidos foram deduzidos para encontrar o valor final a ser recolhido, o que

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acontece nas duas formas de tributação.

A tabela a seguir mostra a Comparação entre o Lucro Presumido e o Lucro Real.

Tabela 4 – Comparativo Lucro Presumido e Lucro Real Comparativo - Lucro Presumido e Lucro Real

Exercício de 2010

Lucro Presumido Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Totais

PIS 9.792,72 11.647,29 13.183,56 11.076,72 10.803,17 14.211,86 70.715,32COFINS 45.197,18 53.756,78 60.847,19 51.123,28 49.860,72 65.593,17 326.378,32IRPJ 32.036,65 44.643,56 43.160,91 35.260,32 38.220,27 55.919,55 249.241,26CSLL 17.233,47 22.158,90 23.369,33 19.530,60 20.213,55 28.326,33 130.832,18

Total- Lucro Presumido 104.260,02 132.206,53 140.560,99 116.990,92 119.097,71 164.050,91 777.167,08

Lucro Real

PIS 13.549,34 13.668,64 17.397,41 14.072,52 10.110,51 10.544,32 79.342,74COFINS 62.406,72 62.949,76 80.131,88 64.817,41 46.565,83 48.563,85 365.435,45IRPJ 1.763,91 0,00 21.724,33 0,00 0,00 23.963,26 47.451,50CSLL 667,69 0,00 12.669,64 0,00 0,00 13.531,49 26.868,82

Total- Lucro Real 78.387,66 76.618,40 131.923,26 78.889,93 56.676,34 96.602,92 519.098,51

Comparação 25.872,36R$ 55.588,13R$ 8.637,73R$ 38.100,99R$ 62.421,37R$ 67.447,99R$ 258.068,57R$ Fonte: Elaborada pela autora da Monografia. Dados coletados na empresa.

A partir dos dados levantados referente ao primeiro semestre de 2010, utilizado o

planejamento tributário nota-se que, de uma visão geral, se levar em consideração todos os

tributos recolhidos, a opção pelo Lucro Presumido se torna incorreta pela empresa.

Pode-se destacar que nos meses de Janeiro, Fevereiro, Março e Abril o valor a ser

pago, especialmente no PIS e COFINS, seria menor comparado com optante pelo Lucro Real.

Porém nos meses de Maio e Junho a situação se inverte, se a empresa optasse pelo Lucro Real

nesse período seria mais vantajoso, pois o valor a ser pago seria menor.

Se levarmos em conta a análise do IRPJ e CSLL também seria mais vantajoso se a

empresa optasse pelo Lucro Real, pois além de pagar menos tributos, a mesma teve prejuízo

nos meses de Fevereiro, Abril e Maio e conseqüentemente não seria necessário o pagamento

dos mesmos. Entretanto como a empresa opta hoje pela tributação do Lucro Presumido foram

pagos os tributos normalmente, independente se obteve prejuízo ou não.

No mês de janeiro se a empresa optasse pelo Lucro Real teria feito uma economia de

R$ 25.872,36 em relação aos tributos, em fevereiro de R$ 55.588,13, no mês de março R$

8.637,73, em abril R$ 38.100,99, no mês de maio R$ 62.421,37 e em junho R$ 67.447,99.

Com a análise, percebe-se que durante o período de janeiro a junho, a empresa poderia

ter tido uma economia no total de R$ 258.068,57, se fosse optante pelo Lucro Real. O que se

pode concluir que diante da pesquisa realizada a empresa TQA que hoje opta pelo Lucro

Presumido não fez a escolha certa.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, no cenário empresarial a carga tributária brasileira encontra-se elevada, o

que obriga os gestores a procurarem alternativas rápidas e precisas para a redução dos custos e

maximização dos lucros.

Pode-se verificar que um bom planejamento tributário é indispensável, pois é uma

forma legal perante o Estado de retardar ou reduzir a carga tributária existente, o que torna um

diferencial competitivo entre as empresas. Um bom trabalho executado pode ajudar no

desenvolvimento e crescimento das mesmas, isto posto, verifica-se que a falta de

planejamento pode estar diretamente ligado ao fato de o país hoje, apresentar um baixo

percentual de empresas que se mantém no mercado por mais de um ano.

A escolha certa da forma de tributação é fundamental, além do mais, a mesma deve

permanecer até o término do ano calendário sem possibilidade de alteração, no caso do Lucro

Presumido mesmo que o faturamento ultrapasse os R$ 48.000.000,00 que é permitido em lei,

torna-se obrigatório continuar com a tributação até o próximo exercício.

A TQA Indústria e Comércio optou recentemente pela tributação Lucro Presumido

devido o seu montante de faturamento e também porque hoje não está preparada

contabilmente para exercer o Lucro Real, pois este exige do setor contábil um maior controle

de suas tarefas e manutenção de todas as informações em dia.

Percebeu-se que o Lucro Real vem se mostrando uma das melhores alternativas no

momento de apurar os tributos, pois é visível uma diferença significante no montante a ser

pago, o que auxilia os gestores a ver a real situação da empresa, visto que a forma de

tributação exige uma escrituração contábil mais exata e rigorosa.

Diante da pesquisa realizada foram levantadas todas as informações necessárias,

apresentando planilhas para se fazer análises comparativas. Nestas foram utilizados valores

reais que a empresa possui e realizadas projeções, considerando a hipótese da mesma ser

optante pelo Lucro Real.

O objetivo foi comparar e analisar qual seria a melhor forma de tributação para se

adotar e verificou-se que dentre os tributos que incidem sobre o faturamento, que são: PIS,

COFINS, IRPJ e CSLL, se a mesma houvesse optado pelo Lucro Real teria sido mais

vantajoso. Constatou-se também, que em alguns momentos a empresa teve prejuízo e nessa

forma de tributação não seria necessário o pagamento do tributo, o que teria gerado um lucro

para a empresa.

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Portanto se a empresa houvesse optado pelo Lucro Real economizaria um valor

significante, que poderia ser investido na mesma. Conclui-se que a empresa optou

erroneamente pelo Lucro Presumido.

Dessa forma, a pesquisa realizada apontou que a empresa TQA Indústria e Comércio,

hoje optante pelo Lucro Presumido, não obtêm vantagem em relação à tributação pelo Lucro

Real, pois ela paga seus tributos em valores superiores aqueles que deveriam se tivesse feito a

opção por esta última forma de tributação.

Uma alternativa viável para a empresa será alterar a forma de tributação e migrar para

o Lucro Real já no próximo exercício.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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FABRETTI, Láudio Camargo. Direito Tributário para os cursos de administração e ciências contábeis. 5º Ed. Editora Atlas, 2006.

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PEGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária . 6º Ed. Rio de Janeiro, Editora Freitas Bastos, 2009.

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PEREZ, José Hernandes Junior. Manual de Contabilidade Tributária . 9º Ed. São Paulo, Editora Atlas, 2010. Planejamento tributário: luxo ou necessidade? Disponível em http://portaltributario.com.br/artigos/planejamento.htm, acesso em 2 de Abril, 2010 ás 21:20

Planejamento Tributário: pague menos, dentro da lei! Disponível em http://www.portaltributario.com.br /planejamento.htm. acesso em: 2 de Abril,2010 ás 16:34

Regulamento do Imposto de Renda http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/rir/default.htm. Acesso em 10 de Abril, 2010 ás 13:24

SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3º Ed. Florianópolis. Laboratório de ensino a distância da UFSC, 2001. SHINGAKI, Mario. Gestão de impostos para pessoas físicas e jurídicas. 6º Ed. São Paulo, Editora Saint Paul, 2008.

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ANEXO 1

Características Presumido Real/anual Real/trimestral Pagamento do IRPJ

e da CSLL Trimestralmente Mensalmente Trimestralmente

Base de Cálculo

Percentual sobre a receita bruta + demais rendimentos e ganhos de capital

Percentual sobre a receita bruta + demais rendimentos e ganhos de capital ou resultado líquido contábil ajustado por adições e exclusões

Resultado líquido contábil ajustado por adições e exclusões

Ajuste no final do exercício

Não

Sim

Sim

Compensação de prejuízos fiscais e base negativa de

CSLL

Não

Sim, limitado a 30% dos lucros tributáveis nos anos subseqüentes

Sim, limitado a 30% dos lucros tributáveis nos anos subseqüentes

Obrigatoriedade de contabilidade

Não

Sim

Sim

Distribuição de lucros é isenta

Sim

Sim

Sim

Critérios para escolha

Margem de lucro superior ás alíquotas de presunção

Nível de custos/despesas dedutíveis = receitas e demais rendimentos e ganho de capital

Nível de custos/despesas dedutíveis = receitas e demais rendimentos e ganho de capital

Fonte: SHINGAKI, Mário. Gestão de impostos para pessoas físicas e jurídicas. São Paulo: Saint Paul, 2008, p. 263.