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72 ___________________________________________ISSN 1983-4209 - Volume 07Número 01 2012 1 Graduando(a) em Ciências Biológicas pelo Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. Areia, Brasil. ([email protected]), ([email protected]).; 2 Graduando em Agronomia pelo Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. Areia, Brasil. ([email protected]), ([email protected]); 3 Professor da Universidade Estadual da Paraíba, campus III, Centro de Humanidades, Guarabira, Brasil, ([email protected]).; 4 Professor do Departamento de Fitotecnia e Ciências Ambientais do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. Areia, Brasil. ([email protected]). Esse estudo foi apresentado em forma de painel no VI Encontro Nordestino de Etnobiologia e Etnoecologia e II Encontro Paraibano de Etnobiologia e Etnoecologia, Areia, Paraíba, Brasil, 2011. ESTUDO ETNOBOTÂNICO DE MYRACRODRUON URUNDEUVA ALLEMÃO NO VALE DO PIANCÓ (PARAÍBA, NORDESTE, BRASIL) Rodrigo Ferreira de Sousa 1 , Daniel da Silva Gomes 2 , Arliston Pereira Leite 2 , Suellen da Silva Santos 1 , Carlos Antônio Belarmino Alves 3 e Reinaldo Farias Paiva de Lucena* 4 . RESUMO - No presente estudo buscou-se informações sobre o conhecimento e uso de Myracrodruon urundeuva Allemão em uma comunidade rural no município de Itaporanga (Paraíba, Brasil). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os chefes de famílias (homens e mulheres), participando 15 pessoas na comunidade Pau D`Arco. Nas entrevistas objetivou-se identificar e diferenciar os usos atuais dos usos potenciais para se obter informações mais precisas sobre a relação das pessoas com essa espécie. Os usos foram distribuídos em sete categorias de usos madeireiros e não madeireiros. Foram registradas 51 citações de uso por homens e 28 por mulheres. A separação de uso atual de uso potencial é importante como visto no presente estudo, no qual se observou que quando consideradas todas as citações de uso atribuídas a M. urundeuva obteve-se na comunidade Pau D‟arco um uso madeireiro superior aos 88%, mas com a separação do uso atual do potencial, essa porcentagem caiu consideravelmente para 44,3% de uso atual. Logo, considera-se com os resultados desse estudo o fato de que a notória popularidade e o uso parcial ou total dos recursos naturais disponibilizados pela espécie M. urundeuva pode trazer ameaças de extinção local. Unitermos: Aroeira, Caatinga, Etnobotânica. ABSTRACT - In the present study were sought information about knowledge and use of Myracrodruon urundeuva Allemão in a rural community in the municipality of Itaporanga (Paraiba, Brazil). Semi-structured interviews were conducted with the heads of families (men and women), 15 people participating in the community Pau D'Arco. In the interviews aimed to identify and differentiate the current uses of the potential uses to obtain more precise information on the relationship people have with this species. The uses were divided into seven categories of timber and non-timber uses. 51 citations of use were recorded for men and 28 for women. The separation of current use of potential use is important as seen in this study, which noted that when considering all the quotes attributed to use M. urundeuva was obtained in Pau D'arco use a timber above the 88%, but with the separation of the current use of the potential, that percentage dropped significantly to 44,3% in current use. It is therefore considered the results of this study the fact that the notorious popularity and use all or part of the natural resources available for the species M. urundeuva can bring the threat of local extinction. Uniterms: Aroeira, Caatinga, Ethnobotany INTRODUÇÃO O conhecimento sobre Myracrodruon urundeuva Allemão e o seu uso por populações locais, principalmente, as localizadas na região dominada pela vegetação de caatinga no semiárido nordestino, vem sendo documentada em estudos etnobotânicos (Monteiro et al., 2006a; Oliveira et al., 2007; Lucena, 2009; Albuquerque et al., 2011; Lucena et al., 2012), contudo, são estudos

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___________________________________________ISSN 1983-4209 - Volume 07– Número 01 – 2012

1Graduando(a) em Ciências Biológicas pelo Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. Areia,

Brasil. ([email protected]), ([email protected]).; 2Graduando em Agronomia pelo Centro de

Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. Areia, Brasil. ([email protected]),

([email protected]); 3Professor da Universidade Estadual da Paraíba, campus III, Centro de Humanidades,

Guarabira, Brasil, ([email protected]).; 4 Professor do Departamento de Fitotecnia e Ciências Ambientais

do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. Areia, Brasil. ([email protected]). Esse estudo

foi apresentado em forma de painel no VI Encontro Nordestino de Etnobiologia e Etnoecologia e II Encontro Paraibano

de Etnobiologia e Etnoecologia, Areia, Paraíba, Brasil, 2011.

ESTUDO ETNOBOTÂNICO DE MYRACRODRUON URUNDEUVA ALLEMÃO NO VALE

DO PIANCÓ (PARAÍBA, NORDESTE, BRASIL)

Rodrigo Ferreira de Sousa1, Daniel da Silva Gomes

2, Arliston Pereira Leite

2, Suellen da Silva

Santos1, Carlos Antônio Belarmino Alves

3 e Reinaldo Farias Paiva de Lucena*

4.

RESUMO - No presente estudo buscou-se informações sobre o conhecimento e uso de

Myracrodruon urundeuva Allemão em uma comunidade rural no município de Itaporanga (Paraíba,

Brasil). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os chefes de famílias (homens e

mulheres), participando 15 pessoas na comunidade Pau D`Arco. Nas entrevistas objetivou-se

identificar e diferenciar os usos atuais dos usos potenciais para se obter informações mais precisas

sobre a relação das pessoas com essa espécie. Os usos foram distribuídos em sete categorias de usos

madeireiros e não madeireiros. Foram registradas 51 citações de uso por homens e 28 por mulheres.

A separação de uso atual de uso potencial é importante como visto no presente estudo, no qual se

observou que quando consideradas todas as citações de uso atribuídas a M. urundeuva obteve-se na

comunidade Pau D‟arco um uso madeireiro superior aos 88%, mas com a separação do uso atual do

potencial, essa porcentagem caiu consideravelmente para 44,3% de uso atual. Logo, considera-se

com os resultados desse estudo o fato de que a notória popularidade e o uso parcial ou total dos

recursos naturais disponibilizados pela espécie M. urundeuva pode trazer ameaças de extinção local.

Unitermos: Aroeira, Caatinga, Etnobotânica.

ABSTRACT - In the present study were sought information about knowledge and use of

Myracrodruon urundeuva Allemão in a rural community in the municipality of Itaporanga (Paraiba,

Brazil). Semi-structured interviews were conducted with the heads of families (men and women),

15 people participating in the community Pau D'Arco. In the interviews aimed to identify and

differentiate the current uses of the potential uses to obtain more precise information on the

relationship people have with this species. The uses were divided into seven categories of timber

and non-timber uses. 51 citations of use were recorded for men and 28 for women. The separation

of current use of potential use is important as seen in this study, which noted that when considering

all the quotes attributed to use M. urundeuva was obtained in Pau D'arco use a timber above the

88%, but with the separation of the current use of the potential, that percentage dropped

significantly to 44,3% in current use. It is therefore considered the results of this study the fact that

the notorious popularity and use all or part of the natural resources available for the species M.

urundeuva can bring the threat of local extinction.

Uniterms: Aroeira, Caatinga, Ethnobotany

INTRODUÇÃO

O conhecimento sobre Myracrodruon urundeuva Allemão e o seu uso por populações locais,

principalmente, as localizadas na região dominada pela vegetação de caatinga no semiárido

nordestino, vem sendo documentada em estudos etnobotânicos (Monteiro et al., 2006a; Oliveira et

al., 2007; Lucena, 2009; Albuquerque et al., 2011; Lucena et al., 2012), contudo, são estudos

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pontuais, e necessita-se de mais pesquisas realizadas em diversas regiões desse ecossistema para

que, unindo tais resultados, se possa ter uma noção da relação entre as populações rurais e essa

espécie em um contexto mais amplo (regional) e não apenas local, o que pode trazer grandes e

importantes informações para planos de uso, manejo e conservação, visto que essa espécie está

ameaçada de extinção de acordo com a lista oficial do Ministério do Meio Ambiente (MMA) de

espécies ameaçadas de extinção segundo a Instrução Normativa Nº 06 de 23 de setembro de 2008

(MMA, 2008).

M. urundeuva além de ser uma espécie amplamente conhecida na região do semiárido, tem

sido utilizada, ao longo das gerações, para diversas finalidades, principalmente atendendo as

necessidades de subsistência da população rural, indo desde usos madeireiros a não madeireiros,

como por exemplo, o uso medicinal e o uso para construção de cercas (Albuquerque & Andrade,

2002a,b; Albuquerque & Lucena, 2005; Monteiro et al., 2006a; Albuquerque & Oliveira, 2007;

Lucena et al., 2007; Oliveira et al., 2007; Lucena et al., 2008; Monteiro et al., 2008; Ramos et al.,

2008a,b; Lucena, 2009). Outros estudos também vêm sendo realizados com foco nessa espécie, pelo

fato dela está ameaçada de extinção, os quais vêm analisando seus usos e presença em sistemas

agroflorestais, a conservação de seus recursos genéticos, estudos químicos e bioquímicos (Nobre-

Júnior et al., 2009; Gaino et al., 2010; Sá et al., 2009; Sousa et al., 2010).

A realidade de M. urundeuva se agrava muito na região do semiárido em virtude do processo

de degradação, desertificação, e demais alterações ambientais, que essa região vem passando ao

longo dos anos (Garda, 1996; Fernandes, 2002). Os estudos etnobotânicos são altamente

qualificados para realizar o registro de conhecimento e uso dessa espécie, além de fornecer

informações para seu manejo e conservação, principalmente, por levar em consideração e envolver

de forma ativa em suas pesquisas as populações locais que mantêm vínculos de conhecimento e uso

com essa planta (Monteiro et al., 2006a; Albuquerque & Oliveira, 2007; Lucena et al., 2007;

Oliveira et al., 2007; Lucena et al., 2008; Monteiro et al., 2008; Ramos et al., 2008a,b; Lucena,

2009).

Sendo assim, o presente trabalho buscou registrar informações etnobotânicas referentes a M.

urundeuva coletadas em uma comunidade rural localizada no sertão do estado da Paraíba, além de

promover o conhecimento sobre essa espécie em áreas de caatinga ainda não estudadas com o

enfoque etnobotânico, buscando comprovar se em tais regiões essa espécie é utilizada da mesma

forma como vem sendo registrada e apresentada na literatura etnobotânica.

Esse estudo também faz parte de uma pesquisa de amplitude maior que está sendo

desenvolvida em diversas cidades e regiões do estado da Paraíba pelo grupo de pesquisadores e

alunos (graduação e pós graduação) do Laboratório de Etnoecologia do Centro de Ciências Agrárias

da Universidade Federal da Paraíba, o qual vem buscando determinar os padrões de uso de espécies

vegetais no semiárido paraibano. Para alcançar tal resposta, são necessários estudos em diversas

comunidades, por isso a importância de estudos de etnobotânica geral, como o presente estudo.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo

O presente estudo foi realizado na comunidade rural de Pau D`Arco, município de

Itaporanga (Paraíba, Nordeste do Brasil) (Figura 1), o qual apresenta clima semiárido quente, com

uma curta estação chuvosa (IBGE, 2010). O município está inserido na mesorregião do Sertão e

microrregião do Vale do Piancó, possuindo uma área territorial de 468km2, localizado nas

coordenadas 7º18‟14”S e 38º09‟00”O, com altitude de 191m acima do nível do mar (IBGE, 2010).

Comunidade estudada

A comunidade Pau D`Arco localiza-se, aproximadamente, a 8km do centro urbano do

município. Na referida comunidade encontram-se oito residências habitadas. Possui um campo de

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futebol, uma capela de crença católica, sete açudes (todos privados) e uma escola desativada.

Devido à escassez de chuvas na região, foi construído um poço artesiano, por meio de uma ação

governamental, para suprir as necessidades hídricas dos moradores. Os primeiros contatos com a

comunidade foram mediados por agentes de saúde da localidade, sendo informados sobre a

finalidade e a importância do trabalho. Foram entrevistados moradores locais que conhecem e

fazem uso de plantas para diferentes finalidades. Na equipe de pesquisadores envolvidos na

pesquisa, tinham um membro que era natural de Itaporanga, e sua família residia na comunidade, o

que facilitou o acesso aos informantes, garantindo uma maior confiabilidade das informações.

Com relação ao acesso à educação, as crianças da comunidade Pau D‟arco se deslocam para

a comunidade vizinha (São Pedro) para estudarem na escola municipal de ensino fundamental

Joaquim Gomes de Melo. Alguns moradores trabalham como diaristas em fazendas locais e em

outras comunidades vizinhas. Algumas mulheres ainda trabalham como professoras na escola do

município, e como domésticas em casa e/ou nas fazendas da região.

A vegetação da comunidade é predominantemente um estrato arbustivo-herbáceo, com

predomínio de espécies como Croton blanchetianus Baill. (marmeleiro), Poincinela pyramidalis

Tul. (catingueira) e Aspidosperma pyrifolium Mart. (pereiro), com uma presença pouco expressiva

de cactáceas.

Inventário etnobotânico sobre Myracrodruon urundeuva Allemão

Os dados etnobotânicos necessários ao presente estudo foram coletados por pesquisadores

do Laboratório de Etnoecologia da Universidade Federal da Paraíba, por meio de entrevistas

semiestruturadas (Albuquerque et al., 2010), realizadas no mês de janeiro de 2010. Para cada

informante foi explicado o objetivo do estudo, e em seguida foram convidados a assinar o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, que é solicitado pelo Conselho Nacional de Saúde por meio do

Comitê de Ética em Pesquisa (Resolução 196/96). O estudo foi desenvolvido com aprovação do

Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) do Hospital Lauro Wanderley da

Universidade Federal da Paraíba, com registro de protocolo CEP/HULW nº 297/11, Folha de Rosto

nº 420134.

Os informantes da pesquisa foram os chefes domiciliares, considerando-se tanto o homem

como a mulher, entrevistando-se 15 informantes (oito homens e sete mulheres) (100% dos

informantes). O formulário utilizado nas entrevistas abordou perguntas específicas sobre M.

urundeuva, por meio do qual se registraram seus usos locais, bem como as categorias nas quais os

mesmos poderiam se enquadrar. Perguntaram-se quais usos eram atribuídos (madeireiros e não

madeireiros), quais partes eram utilizadas, qual a finalidade o uso e como se usava. As categorias

foram determinadas de acordo com a literatura (Albuquerque & Andrade, 2002a,b; Ferraz et al.,

2006; Lucena et al., 2008; Lucena, 2009), sendo elas: combustível, construção, tecnologia,

forragem, medicinal e veterinário. Em cada categoria, as citações de uso foram divididas em

subcategorias. Outra divisão observada foi com relação aos usos madeireiros e não madeireiros.

Além disso, foi distinguido o que era uso atual (citações de uso das plantas que as pessoas

informaram efetivamente utilizar) de uso potencial (baseado nos usos que os informantes afirmaram

conhecer, porém não utilizam em seu cotidiano) (Lucena et al., 2012).

Nas entrevistas buscou-se identificar e diferenciar os usos atuais dos usos potenciais para se

obter informações mais precisas sobre M. unrundeuva. Para isto, foi compreendido que o uso atual

baseia-se nas citações de uso que as pessoas informaram realmente utilizar; o uso em potencial

baseia-se nos usos que os informantes citaram conhecer, porém não utilizam (Lucena et al., 2012).

Essa distinção foi obtida nas entrevistas, no primeiro momento foi perguntado aos informantes

sobre os usos atribuídos a “aroeira”, depois dessas informações organizadas em planilhas do Excel,

foi realizada uma nova visita a cada informante, momento no qual se fez a distinção entre uso atual

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de uso em potencial. Com posse da planilha, foi perguntada a pessoa a condição de cada citação de

uso, se a mesma era atual ou não.

Durante as entrevistas buscou-se evitar a influência direta de outras pessoas durante a

mesma. Para isto, foram realizadas entrevistas individuais e em horários diferentes (Philips &

Gentry, 1993). As informações foram corroboradas e confirmadas com a utilização de técnicas

investigativas como a observação direta e a turnê guiada (Albuquerque et al., 2010).

A coleta do material botânico para identificação científica foi realizada com a ajuda de

informantes da comunidade. Sendo processado em campo e conduzido para o Laboratório de

Etnoecologia para tratamento, em seguida sendo identificado e incorporado ao acervo do Herbário

Jayme Coelho de Morais (EAN) da Universidade Federal da Paraíba.

RESULTADOS

Conhecimento e usos locais de Myracrodruon urundeuva Allemão

Os informantes da comunidade reconheceram diversos usos para M. urundeuva, os quais

foram distribuídos em seis categorias: forragem, combustível, construção, medicinal, tecnologia e

veterinário. Dentro de cada categoria, foram atribuídas subcategorias, como por exemplo, lenha e

carvão na categoria combustível, e construções rurais e domésticas na categoria construção.

Os usos de M. urundeuva foram divididos em madeireiros e não madeireiros com

predomínio do uso madeireiro (87% das citações de uso) com destaque para a categoria construção.

O destaque para o uso madeireiro se dá pela utilização de M. urundeuva nas construções de cerca,

visto que sua madeira é utilizada como estaca, mourão e forquilha. Na categoria combustível

registraram-se 15 citações de uso, sendo destas, sete para carvão e oito para lenha, todas de uso

atual (Figura 2). A categoria tecnologia recebeu 13 citações e se dividiu em cinco subcategorias:

ancoreta, cabo de ferramentas (enxada, chibanca, foice, pá, picareta, roçadeira), canga I (uso em

carroça de boi), canga II (uso em cultivador de roçado) e cangalha. A subcategoria cangalha foi a

mais expressiva, obtendo quatro citações de uso (31% das citações), sendo três citações de uso atual

e uma citação de uso potencial.

A categoria construção recebeu 42 citações de uso e foi dividida em construções rurais

(estaca e mourão) e construções domésticas (linha de telhado). A utilização de M. urundeuva para a

fabricação de linhas de telhado de casas parece estar relacionada a usos passados, em que as pessoas

do semiárido utilizavam com maior frequência os produtos florestais na construção de suas

moradias, o que pode ser comprovado nesse estudo, no qual as citações de uso potencial foram de

66%. Já com relação à construção de cercas, foram registrados usos atuais, tanto para a confecção

de estacas (87,5% de uso atual) como para mourão (70% de uso atual).

Com relação ao uso de M. urundeuva para fins medicinais (Figura 3), foram registradas sete

citações (três potenciais e quatro atuais). Na comunidade Pau D`Arco, os informantes mencionaram

utilizar essa espécie para o tratamento de doenças como inflamações gerais, ferimentos externos e

tosse, preparando os remédios com a casca (100% de citações de uso pelos informantes), em forma

de molho (33%) (a casca é mergulhada em água), lambedor (cozinhar junto com umburana -

Commiphora leptophloeos (Mart.) Gillet.) (17%), xarope (33%) e colocar a parte utilizada (casca

triturada formando o pó) sobre o ferimento (uso tópico) (17%).

Na categoria veterinária foi registrada apenas duas citações, sendo uma de uso atual (quando

a planta é efetivamente utilizada no cotidiano da comunidade) e a outra de uso potencial (quando a

planta tem seu uso conhecido, porém, não é utilizada). Esse uso é destinado ao tratamento de

inflamações gerais e para “desocupar” o parto do gado bovino (limpar o útero da vaca após o parto).

A categoria forragem foi identificada na utilização das folhas de M. urundeuva para a alimentação

dos rebanhos, principalmente do gado bovino e caprino, sendo registrada uma citação de uso atual

na comunidade.

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Manejo e disponibilidade local de Myracrodruon urundeuva Allemão

Em se tratando do local de coleta de M. urundeuva, os informantes evidenciaram que

coletam, ora nas áreas de vegetação de suas propriedades rurais, ora nas áreas pertencentes a

vizinhos ou amigos da comunidade. Essas informações de coleta estão relacionadas ao uso efetivo

da planta, desconsiderando-se nessa análise os usos potenciais. Contudo, por meio de conversas

informais e caminhadas nos fragmentos florestais com alguns informantes, percebeu-se, que não há

uma zona específica de extração da madeira, porém, quando o uso é destinado à fabricação de um

medicamento, eles preferem locais de vegetação que não estejam próximos às estradas e nem as

residências, ou qualquer tipo de área que tenha sofrido alguma ação antrópica, preferindo buscar as

cascas em indivíduos que estejam em áreas de vegetação nativa e que não sofreram nenhuma ação

antrópica. Segundo os informantes, as cascas de indivíduos de áreas modificadas não apresentam o

mesmo potencial médico de áreas preservadas.

DISCUSSÃO

Conhecimentos e usos de Myracrodruon urundeuva Allemão

No presente estudo, os atributos medicinais de M. urundeuva foram secundários, visto que

os usos madeireiros se sobressaíram, principalmente na construção de cercas e em sua utilização

como combustível (lenha), seguido de tecnologia (cabo de ferramentas). Assim como na

comunidade Pau D‟arco em Itaporanga, a utilização dessa espécie em construções de cercas foi

registrado por Nascimento et al. (2009), em estudo realizado em uma comunidade rural do

semiárido pernambucano, no município de Caruaru, na qual foi registrado um número elevado de

indivíduos de M. urundeuva nas cercas da comunidade. Esse uso também foi registrado no estudo

de Lucena (2009) em duas comunidades no município de Soledade, na região do Curimatau da

Paraíba. Esse potencial de uso madeireiro apresentado pela “aroeira” também foi registrado em

outros estudos no semiárido nordestino (Albuquerque & Andrade 2002 a,b; Ferraz et al., 2005,

2006; Lucena et al., 2008; Ramos et al., 2008 a,b; Lucena et al., 2011), o que evidencia a

necessidade de pesquisas que avaliem a real situação de uso e conservação dessa espécie, pois

nesses estudos não foi distinguido se o uso atribuído a essa espécies está sendo efetivamente

utilizado ou se está apenas no registro de conhecimento de cada pessoa, não sendo requisitado no

presente momento.

Apesar dessa espécie estar ameaçada de extinção, sua grande procura para usos madeireiros

se dá, principalmente, por sua capacidade e característica peculiar de ter sua madeira fortemente

resistente aos ataques de decompositores, animais como cupim, e a ação de desgaste provocada pela

umidade e pelos microorganismos encontrados no solo (Maia, 2004). Em algumas regiões da

caatinga, estudos evidenciam que essa espécie é mantida após a derrubada da vegetação (Sampaio,

2002), justamente por seu potencial de uso, mesmo sendo tal uso proibido por lei (Portaria

Normativa nº 83, de 26 de setembro de 1991).

Considerando-se os usos madeireiros de M. urundeuva, outro uso que a literatura vem

registrando é seu uso como combustível, tanto na fabricação de carvão como na utilização com

lenha para abastecer os fogões domésticos nas residências da zona rural (Ramos et al., 2008 a,b; Sá

& Silva et al., 2008; Lucena, 2009). Contudo, esses usos mudam de acordo com a região, por

exemplo, no presente estudo, houve uma distinção entre uso atual e uso potencial, e observou-se

que, no caso do uso para lenha, na comunidade de Pau D‟arco foram registrados usos potenciais, já

para o carvão obteve-se uso atual. Já Sá & Silva et al. (2008) e Lucena (2009) já encontraram usos

potenciais para carvão e usos atuais para lenha nas comunidades estudadas por esses autores, o que

vai de encontro ao achados de Itaporanga, evidenciando a necessidade de mais estudos em outras

comunidades e cidades para se entender melhor a dinâmica de uso dessa espécie, nesse caso

particular do uso como combustível.

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M. urundeuva apresentou, em Pau D‟arco, sete indicações na categoria medicinal. Almeida

et al. (2010) realizaram uma pesquisa específica com plantas medicinais nas comunidades Barrocas

e Cachoeira, localizadas na cidade de Soledade e registrou o mesmo número de indicações

terapêuticas. Esse pouco conhecimento e uso dessa espécie para fins medicinais pode ser

considerado baixo, quando comparado a outras comunidades na região da catinga e aos achados de

outros estudos, como, por exemplo, o de e Albuquerque et al. (2007) que registraram 24 indicações

em uma análise realizada com 22 artigos científicos publicados revistas cientificas. Já no estudo de

Araújo et al. (2008) foram registradas 15 indicações terapêuticas. Dentre todos os atributos

utilitários apresentados pela “aroeira”, o medicinal é um dos mais pesquisados, com muitos artigos

publicados na área da etnobotânica (Almeida & Albuquerque, 2002; Almeida et al., 2005; Silva &

Albuquerque, 2005; Almeida et al., 2006;Monteiro et al., 2006b; Albuquerque & Oliveira, 2007;

Albuquerque et al., 2007a,b; Oliveira et al. 2007; Araújo et al., 2008; Almeida et al., 2010).

Implicações para a conservação

Considerando que M. urundeuva está ameaçada de extinção (Instrução Normativa Nº 06 de

23 de setembro de 2008 do Ministério do Meio Ambiente), e vislumbrando os dados obtidos no

presente estudo, no qual se registrou um uso expressivo dessa espécie para finalidades madeireiras,

torna-se imprescindível pesquisas que avaliem, de forma mais profunda e específica, a atual

situação dessa espécie na vegetação dessa cidade e de outras na região do semiárido para analisar se

os espécimes ainda presentes têm capacidade suporte de atender a demanda das populações locais, e

o grau de recrutamento de indivíduos jovens e em regeneração. Com posse de tais informações fica

mais viável estabelecer estratégias de uso, manejo e conservação da “aroeira do sertão” nas regiões

onde se identificar risco de extinção local eminente.

Outro ponto a ser destacado é que nos estudos realizados que busquem tais respostas,

principalmente, os de caráter etnobotânico, é o de separar as citações de uso potencial das de uso

atual, para que uma real utilização seja registrada, a partir da qual, se pode indicar tendências de uso

e possíveis pressões de uso (Albuquerque & Lucena, 2005; Lucena et al., 2012). Essa separação é

importante como visto no presente estudo, no qual se observou que quando consideradas todas as

citações de uso atribuídas a M. urundeuva obteve-se na comunidade de Pau D‟arco um uso

madeireiro superior aos 88%, mas com a separação do uso atual do uso potencial, essa porcentagem

caiu consideravelmente para 44,3% de uso atual. Essa separação foi evidenciada e comprovada por

Lucena et al. (2012), que comprovaram que a distinção entre conhecimento (uso potencial) e uso

efetivo (uso atual) pode modificar o elenco e o ordenamento das espécies mais importantes

localmente.

CONCLUSÃO

Os dados coletados em Itaporanga são de grande importância para tomadas de decisões

sobre a conservação de M. urundeuva, e os mesmos devem ser visto com atenção buscando, se

possível, uma triangulação com outras fontes de dados e com informações sobre essa espécie

registradas em outros estudos desenvolvidos no domínio da caatinga. Além disso, confirmou os

achados de outros estudos etnobotânicos sobre essa espécie.

REFERÊNCIAS

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Figura 1: Localização do município de Itaporanga, estado da Paraíba, Nordeste do Brasil.

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Figura 2: Utilização de Myracrodruon urundeuva Allemão para fins de combustível no município

de Itaporanga, estado da Paraíba, Nordeste do Brasil.

Figura 3: Registro da utilização de Myracrodruon urundeuva Allemão para fins medicinais no

município de Itaporanga, estado da Paraíba, Nordeste do Brasil.