“das sementes aos frutos”: indicaÇÕes terapÊuticas dos vegetais...

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“DAS SEMENTES AOS FRUTOS”: INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS DOS VEGETAIS E SUAS PARTES EM UMA COMUNIDADE TRADICIONAL NA PARAIBA José Aécio Alves Barbosa 1 RESUMO O uso de plantas para fins medicinais existe desde tempos remotos e é amplamente disseminado em diferentes culturas humanas. No Brasil, onde a diversidade florística e cultural é acentuada, plantas medicinais são bastante utilizadas em todas as regiões. Não obstante, ainda são poucos os estudos sobre o tema, sobretudo em regiões semi-áridas. O presente estudo teve como finalidade analisar o uso de vegetais em tratamentos médico-tradicionais pelos habitantes da localidade do Castanho de Baixo no município de Queimadas, agreste paraibano, bem como analisar a conjuntura sócio- cultural e econômica em que se dá a utilização de fitoterápicos nessa região. As informações foram obtidas através da aplicação de formulário semi-estruturados a 37 entrevistados, que indicaram o uso terapêutico de 31 espécies vegetais, que servem para tratar 59 enfermidades. As plantas são utilizadas inteiras ou em partes: folhas, flores, cascas, frutos, dentre outras. Segundo os entrevistados, dos vegetais citados, alguns necessitam de cuidados especiais, pois não são mais encontrados tão facilmente, o que evidencia a necessidade de medidas de manejo para conservação. O uso de plantas como forma de terapêutica constitui uma saída para os habitantes da comunidade pesquisada, considerando-se que no município a assistência médica é deficiente e a grande maioria dos habitantes locais possui baixa renda, não possuindo condições de obter tratamento médico particular ou de comprar remédios alopáticos. UNIERMOS: Fitoterapia, Caatinga, Conservação “TO SEED TO FRUITS”: THERAPEUTICS INDICATION OF VEGETABLES IN A TRADICIONAL COMMUNITY OF PARAIBA - BRAZIL ABSTRACT The use of plants to medicine there is since very time ago and it is disseminated in different human culture. In Brazil, where the floristic and cultural diversity are increased, medicinal plants are so much used in all regions. Even so, still there are little studies about the subject, principally in semi- arid regions. The present study has how objective analyze the use of vegetables in medical traditional treatment by inhabitants of Castanho de Baixo in municipality of Queimadas, semi-arid of Paraiba and analyze the social, cultural and economics characteristics of the utilization of nature medicine in this region. The information was obtained through application of from to 37 interviews that indicated the therapeutic use of 31 vegetal species serving that 59 illness. The plants are used whole or in parts: Flower, fruits, leaves, barks, between others. According to interviewees, some vegetables needs special care, that in turn they are not found easily, what show the necessity of handle to conservation. The use of plants how therapeutic form constitute a way out to inhabitants of community researched, considering that in municipality the medical assistance is backing and the most of local inhabitants own low income, they don’t have conditions of obtain private medical treatment or buy industrialists medicine. UNITERMS: Medicinal plants, Caatinga Biome, Conservation _________________________________________ 1 Biólogo, Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da UFCG e Membro do Grupo de Pesquisas em Etnobiologia e Etnoecologia da UEPB, Departamento de Biologia, /CCBS/UEPB - [email protected]

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“DAS SEMENTES AOS FRUTOS”: INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS DOS VEGETAIS E SUAS PARTES EM UMA COMUNIDADE TRADICIONAL NA PARAIBA

José Aécio Alves Barbosa1 RESUMO O uso de plantas para fins medicinais existe desde tempos remotos e é amplamente disseminado em diferentes culturas humanas. No Brasil, onde a diversidade florística e cultural é acentuada, plantas medicinais são bastante utilizadas em todas as regiões. Não obstante, ainda são poucos os estudos sobre o tema, sobretudo em regiões semi-áridas. O presente estudo teve como finalidade analisar o uso de vegetais em tratamentos médico-tradicionais pelos habitantes da localidade do Castanho de Baixo no município de Queimadas, agreste paraibano, bem como analisar a conjuntura sócio-cultural e econômica em que se dá a utilização de fitoterápicos nessa região. As informações foram obtidas através da aplicação de formulário semi-estruturados a 37 entrevistados, que indicaram o uso terapêutico de 31 espécies vegetais, que servem para tratar 59 enfermidades. As plantas são utilizadas inteiras ou em partes: folhas, flores, cascas, frutos, dentre outras. Segundo os entrevistados, dos vegetais citados, alguns necessitam de cuidados especiais, pois não são mais encontrados tão facilmente, o que evidencia a necessidade de medidas de manejo para conservação. O uso de plantas como forma de terapêutica constitui uma saída para os habitantes da comunidade pesquisada, considerando-se que no município a assistência médica é deficiente e a grande maioria dos habitantes locais possui baixa renda, não possuindo condições de obter tratamento médico particular ou de comprar remédios alopáticos. UNIERMOS: Fitoterapia, Caatinga, Conservação “TO SEED TO FRUITS”: THERAPEUTICS INDICATION OF VEGETABLES IN A TRADICIONAL COMMUNITY OF PARAIBA - BRAZIL ABSTRACT The use of plants to medicine there is since very time ago and it is disseminated in different human culture. In Brazil, where the floristic and cultural diversity are increased, medicinal plants are so much used in all regions. Even so, still there are little studies about the subject, principally in semi-arid regions. The present study has how objective analyze the use of vegetables in medical traditional treatment by inhabitants of Castanho de Baixo in municipality of Queimadas, semi-arid of Paraiba and analyze the social, cultural and economics characteristics of the utilization of nature medicine in this region. The information was obtained through application of from to 37 interviews that indicated the therapeutic use of 31 vegetal species serving that 59 illness. The plants are used whole or in parts: Flower, fruits, leaves, barks, between others. According to interviewees, some vegetables needs special care, that in turn they are not found easily, what show the necessity of handle to conservation. The use of plants how therapeutic form constitute a way out to inhabitants of community researched, considering that in municipality the medical assistance is backing and the most of local inhabitants own low income, they don’t have conditions of obtain private medical treatment or buy industrialists medicine. UNITERMS: Medicinal plants, Caatinga Biome, Conservation _________________________________________

1Biólogo, Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da UFCG e Membro do Grupo de Pesquisas em Etnobiologia e Etnoecologia da UEPB, Departamento de Biologia, /CCBS/UEPB - [email protected]

INTRODUÇÃO O uso de produtos oriundos da fauna e flora, além de minerais em tratamentos médicos é, já

há muito tempo, praticado e difundido por diversas comunidades mundiais (David e Anderson, 1969; Lev, 2003). Esses recursos vegetais, minerais e animais podem ser usados separadamente ou em simultaneidade.

A variedade de recursos biológicos e a relação de comunidades tradicionais com esses recursos configura uma preciosa fonte de informações e matéria-prima que sustém sistemas de saúde tradicional em diversas culturas humanas. É estimado, segundo a Organização Mundial de Saúde, que entre 75 a 80% da população mundial empregue a medicina tradicional em seu dia-a-dia (Alves e Rosa, 2005). No Brasil, a biodiversidade é um dos aspectos mais intrínsecos, o que possibilita uma maior utilização desses recursos biológicos na medicina tradicional, configurando uma relação de consideráveis saldos à saúde pública (Alves, 2007). Em nosso país, a ampla influência cultural proveniente de povos indígenas, africanos e europeus é um dos motivos da abrangente utilização dos tratamentos alternativos em saúde desde o início de sua colonização (Rocha, 1960; Silva et al., 2004).

O semi-árido brasileiro é tido por alguns como sendo um ecossistema pobre em recursos ecológicos (Vanzolini et al., 1980; Andrade-Lima, 1982; Prance, 1987), o que não é fato, tendo em vista a extraordinária manifestação de espécimes endêmicos, tanto florísticos quanto faunísticos (Leal et al., 2003), e que são amplamente utilizadas como terapêuticos. É possível observar que em algumas regiões no nordeste brasileiro, inclusive por populações típicas do semi-árido, a utilização tradicional de recursos biológicos, sobretudo o uso de vegetais como forma de tratar enfermidades e ferimentos é amplamente difundida. No entanto, a despeito de ser o único grande ecossistema natural brasileiro cujos limites estão inteiramente restritos ao território nacional, pouca atenção tem sido dada à preservação da variada e acentuada paisagem da caatinga, e a contribuição da sua biota à biodiversidade extremamente alta do Brasil tem sido subestimada (Silva et al., 2004).

Uma das formas mais conhecidas de aproveitamento da biodiversidade é o preparo tradicional de plantas medicinais. A abordagem desse tema tão amplo deveria ser feita de acordo com uma óptica etnobotânica, já que a utilização de plantas em medicina tradicional deriva da cultura intrínseca e do folclore de cada sociedade, além do mais, os conhecimentos e práticas fitoterápicas são transmitidos de geração a geração, especialmente por meio da tradição oral, e estão bem integrados com outros aspectos das culturas das quais fazem parte (Fleming-Moran, 1992). A perda desse saber contribui, dessa forma, com a diminuição da variabilidade cultural local, que pode tornar as comunidades menos capazes de responder às mudanças, afetando assim o poder de recuperação do sistema local (Begossi, 2000). Vale salientar ainda que a Política Nacional De Medicamentos do governo federal (Política Nacional de Medicamentos, Portaria N° 3916/98) especifica que “o apoio para pesquisas que apontem para o potencial uso terapêutico da flora e fauna nacional, com ênfase na certificação de suas propriedades médicas, deve ser continuado e expandido” (Alves et al., 2007).

Diante do exposto, o presente estudo objetivou analisar o preparo e a utilização tradicional de plantas medicinais pelos habitantes de uma comunidade no município de Queimadas, agreste paraibano, listando as doenças tratadas e as formas de preparo e administração desses vegetais, bem como analisando os aspectos socioculturais e econômicos dos usuários locais, no intuito de fornecer informações relevantes à eventuais intervenções conservacionistas. MATERIAL E MÉTODOS Área de Estudo

Esta pesquisa foi realizada entre novembro de 2008 e fevereiro de 2009 na comunidade do Castanho de Baixo no município de Queimadas (latitude 7º21´29"S; longitude 35º53´53"W) localizado na mesorregião do agreste paraibano, como mostra a figura 1.

Figura 1: Localização do Município de Queimadas, Mesorregião Agreste da Paraíba, Brasil.

Queimadas possui uma área de 409 km². A sede da cidade tem uma altitude aproximada de 450 metros, distando 117,2 Km da capital (CPRM, 2005 e IBGE, 2007). O município foi criado em 1961 e possui uma população total é de 38.883 habitantes (IBGE, 2007), sendo 17.046 na área urbana. Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0.595, segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano-PNUD - 2000 (CPRM, 2005).

A localidade representa uma paisagem típica do semi-árido nordestino, com vegetação composta basicamente por Caatinga Hiperxerófila com trechos de Floresta Caducifólia. O clima é do tipo Tropical Semi-árido, com chuvas de verão. Esse município apresenta uma precipitação média anual de entre 400 e 800 mm (CPRM, 2005).

A comunidade estudada (Castanho de Baixo) localiza-se na zona rural do município de Queimadas e é composta de sertanejos típicos que descendem de famílias tradicionais da mesoregião Agreste do Estado da Paraíba (Alves et al., 2009).

Há cerca de 130 anos atrás, as várias florestas existentes nas montanhas próximas à cidade eram excelentes para a caça, conduzindo diversas pessoas a mover-se até lá. Essas pessoas começaram a povoar a região e desde então ainda praticam a caça como atividade de subsistência na região do Castanho de Baixo. Contudo, o cultivo de subsistência e as pequenas criações pecuárias são atividades bastante presentes entre a população (Alves et al., 2009).

Metodologia de coleta e análise dos dados

Para coleta de dados, foram feitas visitas aos moradores da comunidade mencionada anteriormente. Inicialmente buscou-se ativamente identificar os moradores locais que tradicionalmente utilizavam plantas medicinais, ou tinham conhecimento acerca dessa prática na região.

Após os primeiros contatos, os dados acerca da utilização de plantas no preparo de medicamentos foram obtidos através da aplicação de formulários semi-estruturados associados a entrevistas livres feitas de modo individual e conversas informais (Mello, 1995; Chizzoti, 2000; Huntington, 2000; Albuquerque e Lucena, 2004). Buscou-se a confirmação das informações, sobretudo de maneira sincrônica (Marques, 1991); no entanto, para alguns indivíduos, principalmente aqueles que demonstraram grande conhecimento em relação ao tema, utilizou-se também o modo diacrônico para confirmação de informações (Marques, 1991). Os formulários continham questões acerca das plantas e partes utilizadas, dos modos de preparo e administração, das doenças tratadas. Além disso, ainda foi feita uma sondagem acerca da coleta das plantas e

derivados e da distribuição destes vegetais na região e a respeito da opinião dos entrevistados sobre a evolução histórica e cultural do uso de plantas medicinais na área pesquisada. Por fim, foi aplicado um questionário sócio-cultural baseado em Alves (2006).

Para respeitar os direitos de propriedade intelectual, em todos os casos, tanto antes das entrevistas abertas, quanto da aplicação do formulário semi-estruturado, solicitou-se o consentimento prévio esclarecido do provável indagado; caso o pré-entrevistado não o permitisse, a entrevista não era realizada. Tentamos entrevistar moradores de todas as residências do lugarejo, entretanto alguns se mostraram não dispostos e outros não foram encontrados em casa nos momentos de realização da pesquisa.

Os nomes vernaculares dos espécimes citados foram registrados como mencionadas pelas pessoas entrevistadas. Os vegetais foram identificados usando critérios adotados por Souza e Soares Filho (2005) e Alves e Rosa (2006): 1) análise dos espécimes doados pelos entrevistados; 2) análise de fotografias das plantas feitas durante as entrevistas; 3) através dos nomes vernaculares, com o auxílio de taxonomistas familiarizados com a flora das áreas de estudo.

Para cada espécie de planta citada foi calculado seu respectivo valor de uso (VU) (Adaptado pra proposta de Phillips et al., 1994) que possibilitou demonstrar a importância relativa da espécie conhecida e utilizada localmente. O valor de uso foi calculado através da seguinte fórmula: (VU = ΣU/n), onde: VU = valor de uso da espécie; U = número de citações por espécie; n = número de informantes.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A fitoterapia é um fato presente na história das sociedades. A utilização da medicina tradicional baseada em plantas, embora considerada por muitas pessoas como crendice, não deve ser recusada pela comunidade científica uma vez que os recursos biológicos têm sido examinados sistematicamente pelas empresas farmacopolas como fontes de drogas para a ciência curativa contemporânea (Costa-Neto e Pacheco, 2005), além disso, inúmeros trabalhos científicos abordam o uso de recursos naturais como matéria-prima para o preparo de medicamentos mágico-tradicionais como lambedores, garrafadas e chás (Barbosa e Alves, 2010; Alves et al., 2009; Brito et al., 2009; Chaves et al., 2008; Dantas et al., 2008; Gomes et al., 2008; Agra e Dantas, 2007; Dantas e Guimarães, 2007).

Desse modo, entrevistamos 37 pessoas (28 mulheres e 9 homens) com idades variando de 33 a 67 anos. Estas indicaram um total de 31 plantas medicinais usadas inteiras ou em parte no tratamento de 59 enfermidades. As doenças citadas estão organizadas na tabela 1 de acordo com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (OPAS, 2009). A figura 2 mostra a distribuição das partes dos vegetais utilizados na medicina tradicional na comunidade estudada.

Figura 2: Distribuição das partes e derivados de drogas vegetais indicados como fitoterápicos na área de estudo.

Tabela 1 - Distribuição das Doenças de acordo com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (OPAS, 2009).

Categorias Doenças Mencionadas pelos Entrevistados Total Doenças Infecciosas e Parasitárias

Amebíase, giardíase, monilíase, frieira, herpes e sarampo

6

Doenças do Aparelho Respiratório

Asma, bronquite, “catarro no peito”, tosse, gripe, dor de garganta, sinusite e amigdalite

8

Doenças Indefinidas Rouquidão, inflamação, infecções, febre, alergias, insônia, mau hálito e dores em geral

8

Causas Externas de Morbidade e de Mortalidade

Pancadas 1

Doenças Dentais Cárie 1 Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte

Tumores, câncer e úlceras 3

Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo

Reumatismo e artrite 2

Lesões, envenenamento e algumas outras conseqüências de causas externas

Queimaduras, feridas, luxação, distensão, entorse e inchação

6

Doenças do Aparelho Circulatório

Hipertensão, infarto, trombose, derrame, hemorróidas, hemorragias, controle do colesterol e dos triglicerídeos

8

Doenças do Aparelho Digestivo Má digestão, gastrite, diarréia e cólicas intestinais 4 Doenças do sistema nervoso Problema nos nervos 1 Doenças das glândulas endócrinas, metabolismo e nutrição

Anemia, diabetes, fraqueza e distúrbios hepáticos 4

Doenças do Aparelho Geniturinário

Corrimentos, cólicas uterinas, cólicas menstruais, infecção urinária, cálculos renais e problemas de próstata

6

Doenças da pele e do tecido subcutâneo

Caspa 1

Total 59

Dentre as categorias de doenças mencionadas que são tratadas com plantas medicinais na região, as mais representativas foram as das doenças do aparelho respiratório, doenças do aparelho circulatório e doenças indefinidas, que apresentaram oito enfermidades cada, contudo, a maior parte das plantas citadas neste estudo (51,6%) é utilizada para o tratamento das doenças do aparelho respiratório. Na realidade, assim como neste trabalho, vários outros textos científicos acerca do uso de alternativas medicinais por populações tradicionais têm demonstrado que as doenças do aparelho respiratório constituem um dos grupos mais destacados de enfermidades tratadas tradicionalmente no Brasil (Penna, 1946; Balbach, 1986a; Balbach, 1986b; Sanguinetti, 1989; Corrêa et al., 1998; Almeida e Albuquerque, 2002; Dantas, 2002; Alves e Rosa, 2006; Alves e Rosa, 2007; Alves et al., 2008; Alves, 2009; Alves et al., 2009; Ferreira et al., 2009; Barbosa e Alves, 2010).

Na localidade, nove espécies foram citadas pelos entrevistados mais de trinta vezes, a saber: Myracrodrum urundeuva – Aroeira (N=35); Aloe vera – Babosa (N=33); Anacardium occidentale – Cajueiro (N=37); Psidium guajava – Goiabeira (N=35); Chenopodium ambrosioides – Mastruz (N=37); Tabebuia avellanedae – Pau d’arco roxo (N=31); Sideroxylon obtusifolium – Quixabeira

(N=35); Sambacus australis – Sabugueiro (N=32); Bryophyllum pinnatum – Saião (N=30). A tabela 2 traz um apanhado geral da fitoterapia na comunidade estudada, com as espécies e partes utilizadas, suas indicações terapêuticas, o número de citações e os respectivos valores de uso local das espécies, já a figura 3 mostra espécies vegetais usadas como fitoterápicos na região. Figura 3: Algumas plantas utilizadas como fitoterápicos pelos moradores do Castanho de Baixo. Legenda: A - Hortelã miúda (Mentha villosa H.); B – Mastruz (Chenopodium ambrosioides L.); C - Louro (Ocimum gratissimum L.); D – Quebra-pedra (Phyllanthus niruri L.); E - Babosa (Aloe vera L.); F – Cidreira (Lippia geminata H.B.K.).

A

C

E

B

D

F

Constatou-se que a maior parte dos recursos vegetais utilizados na comunidade pode ser encontrado no ecossistema local, o que é uma tendência em estudos acerca da utilização do potencial terapêutico da biodiversidade local por populações tradicionais (Barbosa e Alves, 2010; Alves et al., 2009; Ferreira et al., 2009a; Ferreira et al., 2009b; Alves et al., 2008; Moura e Marques, 2008; Quave, et al. 2008; Almeida e Albuquerque, 2002). Quando aos produtos que não derivam de plantas típicas da flora local, estes são conseguidos em outras localidades mediante intermediação de amigos, conhecidos ou comerciantes que vendem as plantas medicinais em mercados públicos e feiras livres do próprio município e de cidades vizinhas. A utilização dos recursos locais prontamente acessíveis está certamente relacionada a aspectos históricos como o conhecimento popular do potencial medicinal atribuído às espécies florísticas da região. Esse fato reflete a contínua transmissão desses conhecimentos através de diferentes gerações. Uma situação bem semelhante foi observada por Adeola, (1992), que, em estudo acerca da importância da biodiversidade para cultura, religião e medicina tradicional de populações na Nigéria, constatou que uso de recursos biológicos para medicina preventiva e curativa estava ligado à zona ecológica nas quais os usuários vivem, bem como a relativa abundância das espécies em cada zona, e que o conhecimento acerca dessa modalidade de uso era transmitido de pai para filho. A figura 4 demonstra como, na afirmação dos entrevistados, estes adquiriram os conhecimentos acerca da fitoterapia.

Figura 4: Fontes de aprendizado do conhecimento fitoterápico dos moradores da área estudada Tabela 2 - Espécies vegetais indicadas como fitoterápicos pelos entrevistados na comunidade pesquisada. Legenda: VU = Valor de Uso Local

Vegetal Citado

Identificação Partes Usadas

Indicações Terapêuticas

Citações VU

Alecrim

Rosmarinus officinalis L.

Folhas e flores

Hipertensão, infarto, trombose, derrame, rouquidão e dor de garganta

13 0,351

Alho

Alium sativum L.

Bulbos Ferimentos, monilíase, frieira, rouquidão, dor de garganta e controle do colesterol e dos triglicerídeos

23 0,621

Angico

Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan

Cascas e entrecascas

Hemorragias, bronquite, “catarro no peito”, tosse, gripe e dor de garganta

9 0,243

Arnica

Solidago chilensis Meyen

Folhas, flores e ramos

Dores em geral, ferimentos, reumatismo, artrite, luxação, distensão, entorse e inchação

6 0,162

Aroeira

Myracrodruom urundeuva Fr. All.

Cascas e entrecascas

Inflamação, feridas, úlcera e infecções

35 0,945

Babosa

Aloe vera L.

Folhas e resina

Feridas, queimaduras, Inflamação, hemorróidas e caspa

33 0,891

Barbatimão

Stryphnodendron coriaceum Benth.

Cascas e entrecascas

Corrimentos, hemorróidas, e hemorragias

6 0,162

Cajueiro

Anacardium occidentale L.

Folhas, cascas e óleo

Inflamações, infecções, feridas, queimaduras, corrimentos, infecção urinária, hemorragias, asma, bronquite, “catarro no peito”, tosse, gripe e dor de garganta

37 1

Capim-santo

Cymbopogon citratus (D. C) Stapf.

Folhas, raízes e óleo

Problemas nos nervos, cólicas uterinas, cólicas intestinais e má digestão

17 0,459

Chanana

Turnera subulata J.E. Smith

Folhas e raízes

“Catarro no peito”, tosse, gripe, dor de garganta, amigdalite, diabetes e infecção urinária

14 0,378

Cidreira

Lippia geminata H.B.K.

Folhas, flores e ramos

Problemas nos nervos, insônia, cólicas intestinais, má digestão e “catarro no peito”

29 0,783

Colônia

Alpinia speciosa Schum.

Folhas e flores

Hipertensão, febre, gripe, dores em geral e problemas nos nervos

24 0,648

Cumaru

Amburana cearensis (Fr. All.) A. Smith.

Cascas, entrecascas e

sementes

“Catarro no peito”, tosse, sinusite, hemorragias e dores em geral

16 0,432

Erva-doce

Pimpinella anisum L.

Folhas, flores, frutos e óleos

Problemas nos nervos, insônia, má digestão, cólicas intestinais e cólicas menstruais

21 0,567

Eucalipto

Eucalyptus citriodora Hook.

Folhas e cascas

Feridas, queimaduras, asma, bronquite, “catarro no peito”, tosse, má digestão e febre

27 0,729

Fedegoso

Heliotropium indicum L.

Folhas, flores, raízes e ramos

“Catarro no peito”, tosse, gripe, dor de garganta e hipertensão

13 0,351

Goiabeira

Psidium guajava L.

Brotos novos, folhas e frutos

Diarréia, má digestão, cólicas intestinais e inflamações

35 0,945

Hortelã-miuda

Mentha villosa Huds.

Folhas Amebíase, giardíase, trombose, asma, bronquite, “catarro no peito”, tosse, gripe, dor de garganta, sinusite e amigdalite

29 0,783

Juazeiro

Zyziphus joazeiro Martius

Folhas, cascas,

entrecascas, frutos e raízes

Caspa, mau hálito e cáries

12 0,324

Jurubeba

Solanum panniculatum L.

Folhas, frutos e raízes

Anemia, distúrbios hepáticos, má digestão e febre

8 0,216

Louro

Ocimum gratissimum L.

Folhas Má digestão e cólicas intestinais

16 0,432

Malva-rosa

Pelargonium graveolens Art.

Folhas, flores e ramos

Cólicas intestinais, asma, bronquite, “catarro no peito” e tosse

14 0,378

Mastruz

Chenopodium ambrosioides L.

Folhas, flores e ramos

Amebíase, gastrite, reumatismo, feridas, “catarro no peito” e tosse

37 1

Mulungu

Erythrina velutina Willd.

Folhas, flores, frutos, cascas

e raízes

Problemas nos nervos, amebíase, bronquite, “catarro no peito” e tosse

5 0,135

Pau d’arco roxo

Tabebuia avellanedae (Mart. ex. D.C.) Standl.

Cascas e entrecascas

Inflamação, infecção, alergia e tumores

31 0,837

Quebra-Pedra

Phyllanthus niruri L.

Folhas, raízes e ramos

Infecção urinária, cálculos renais, problemas de próstata

14 0,378

Quixabeira

Sideroxylon obtusifolium (Roem. e Schult) T.D. Penn

Cascas, entrecascas e

raízes

Ferimentos, queimaduras, luxação, distensão, entorse, inchação, pancadas, inflamação, diabetes e fraqueza

35 0,945

Romã

Punica granatum L.

Fruto, casca do fruto, cascas e raízes

Inflamação, infecção, dores de garganta, rouquidão e herpes

28 0,756

Sabugueiro

Sambucus australis Cham e Schlecht.

Flores, folhas, cascas e raízes

Asma, bronquite, “catarro no peito”, tosse, gripe, dor de garganta, sinusite, amigdalite, sarampo, inflamação e febre

32 0,864

Saião

Bryophyllum calycinum Salisb.

Folhas e resinas

Inflamação, infecção, ferimentos, câncer, queimaduras e tumores

30 0,810

Sete dores

Plectranthus barbatus Andr.

Folhas e ramos

Distúrbios hepáticos e má digestão

18 0,486

Além dos aspectos biológicos da localidade pesquisada, os fatores econômicos e sócio-

culturais da população local também influenciam a relação dos moradores dessa comunidade com o uso das plantas medicinais. Se por um lado, a utilização dos recursos locais reflete a transmissão dos conhecimentos, por outro lado, reforça a denúncia das restrições financeiras que limitam o acesso a recursos medicinais alopáticos pelos moradores da região. No sítio pesquisado, o acesso limitado a cuidados médicos adequados resulta tanto da limitação financeira dos usuários quanto das deficiências no sistema de saúde pública local, tendo em vista que, segundo os entrevistados, o município ainda não conta com um hospital público ativo e, em casos mais graves é necessário o deslocamento do enfermo para cidades vizinhas. A precariedade da saúde pública na região já havia sido registrada na literatura (Barbosa e Alves, 2010; Alves et al., 2009).

Para Barbosa (2009), as modalidades de uso dos recursos naturais tornam-se ainda mais importantes em cenários como o do semi-árido nordestino, por conta da situação econômica e social das populações tradicionais locais. Diante dessa realidade, torna-se inconcebível esboçar táticas de conservação para a localidade estudada sem considerar o elemento humano e seus aspectos socioculturais e econômicos, além dos impactos decorrentes do uso da biodiversidade na área.

Todos os vegetais citados como medicinais no presente trabalho, já haviam sido listados em outros estudos a respeito de fitoterapia realizados no nordeste do Brasil (Brito et al., 2009; Chaves et al., 2008; Dantas et al., 2008; Gomes et al., 2008; Agra e Dantas, 2007; Dantas e Guimarães, 2007; Almeida e Albuquerque, 2002), o que sugere uma disseminação consistente dessa prática na região e evidencia a maior necessidade de estudos acerca do tema no intuito de registrar a prática, e fornecer subsídios para eventuais ações conservacionistas na caatinga, bioma já tão degradado por ações de natureza antrópica.

É pertinente mostrar ainda que, muitas vezes, ao longo do tempo, diante da contínua necessidade de aproveitamento dos recursos naturais, os usuários desenvolvem um considerável conhecimento a respeito da dinâmica do ecossistema em que vivem. Para Barbosa et al. (2009), o conhecimento que as populações locais desenvolvem acerca dos diversos modos de relacionamento e aproveitamento dos recursos naturais, aliado a um manejo sustentável, que tende a ser alcançado com trabalhos de conscientização, pode tornar duradoura a disponibilidade e o aproveitamento dos recursos naturais, não afetando a capacidade de resiliência dos ecossistemas e condicionando as populações humanas a uma melhor coexistência com o meio em que vivem. CONCLUSÃO O presente estudo registrou o uso de 31 diferentes espécies vegetais utilizadas no preparo tradicional de medicamentos na comunidade do Castanho de Baixo, município de Queimadas. Esses vegetais e seus produtos derivados são usados para tratar 59 diferentes enfermidades, com destaque para as doenças do aparelho respiratório. A composição da flora local, a cultura popular e o comércio são fatores que sustentam a utilização de plantas medicinais na região pesquisada. A fitoterapia representa uma alternativa às praticas medicinais oficiais em regiões semi-áridas do nordeste do Brasil, inclusive na área estudada, onde futuros estudos acerca da flora medicinal serão úteis para: determinar o uso e frequência com que essas espécies são aplicadas; orientar as populações usuárias, visando à utilização correta dos medicamentos populares; promover o desenvolvimento sustentável no uso de potenciais espécies medicinais ameaçadas; resguardar e disseminar conhecimentos adquiridos com indivíduos da comunidade tradicional, garantindo a preservação desses saberes; e identificar e desenvolver novos medicamentos oriundos desses produtos naturais. AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer ao Grupo de Pesquisas em Etnobiologia e Etnoecologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), bem como sou assaz grato as senhoras Alice Alves de Oliveira e Raynara Karenina Verissimo Correia Barbosa pelo sustentáculo e contribuição imprescindíveis à concretização desse trabalho, e, em especial agradeço aos entrevistados, que partilharam comigo seus conhecimentos. REFERÊNCIAS Adeola, M.O. (1992). Importance of wild animals and their parts in the culture, religious festivals, and traditional medicine, of Nigeria. Environ Conserv, 19:125-34. Agra, C.A.; Dantas, I.C. (2007). Identificação das plantas medicinais indicadas pelos raizeiros e utilizadas pelas mulheres no combate a enfermidades do aparelho geniturinário na cidade de Campina Grande – PB. Biofar, 1 (1).

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