classificaÇÃo etnobotÂnica por uma comunidade...

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55 ___________________________________________ISSN 1983-4209 - Volume 06Número 01 2011 1 Graduandos em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias. 2 Graduando em Agronomia pela Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias. 3 Professor da Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias. Departamento de Ciências Biológicas. Laboratório de Botânica e Citogenética. Areia, Paraíba. CEP: 58397-000. 4 - Professor da Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias. Departamento de Fitotecnia e Ciências Ambientais. Laboratório de Etnoecologia. Areia, Paraíba. CEP: 58397-000. E-mail: [email protected] CLASSIFICAÇÃO ETNOBOTÂNICA POR UMA COMUNIDADE RURAL EM UM BREJO DE ALTITUDE NO NORDESTE DO BRASIL Diego Batista de Oliveira Abreu 1 , Ronaldo Benevides de Oliveira Filho 2 , Carlos Frederico Alves de Vasconcelos Neto 1 , Camilla Marques de Lucena 1 , Leonardo Pessoa Felix 3 e Reinaldo Farias Paiva de Lucena 4 RESUMO - A classificação folk é um ramo da etnobiologia que busca investigar a maneira como as sociedades humanas vêem a natureza, sob o ponto de vista cognitivo, elucidando os princípios subjacentes ao reconhecimento e classificação dos seres vivos. O presente estudo teve por objetivo descrever e analisar a classificação etnobiológica feita por uma comunidade rural em um brejo de altitude localizado no município de Areia (PB). A pergunta geradora de dados utilizada na entrevista foi: “Quais plantas você conhece?”. Realizou-se um inventário de todos os genéricos folk. Por meio da lista dos genéricos folk foi elaborado um banco de dados utilizado para a elaboração de fichas de identificação dos genéricos e específicos folk. Com essas fichas foram realizados os agrupamentos de todas as plantas, por quatro especialistas locais. Estes foram escolhidos pela indicação de todos os moradores da comunidade. Na análise e representação dos agrupamentos realizados foi utilizado o Diagrama de Venn e o programa Pilesort Multidimensional Scaling do ANTHROPAC Software. Foram registrados 152 genéricos folk, distribuídos em 92 árvores/arbustos, 45 ervas, 11 cipós/trepadeiras, duas bromélias, uma parasita e um cacto. A classificação desses especialistas compreendeu quatro níveis hierárquicos. Obteve-se 100 genéricos monotípicos e 18 politípicos. Foram identificadas dez formas de vida e cinco critérios de classificação. As informações do presente estudo sugerem a necessidade de mais estudos voltados para a classificação folk, principalmente em outras áreas de brejo de altitude, para verificar se os resultados no brejo de Areia se reproduziram ou serão encontrados padrões diferentes na organização da classificação. Unitermos: Etnobotânica, Classificação Folk, População Tradicional. ABSTRACT - The folk classification is a branch of ethnobiology that investigate how human societies see nature, under the cognitive point of view, elucidating the principles underlying the recognition and classification of living things. This study aimed to describe and analyze the classification ethnobiologic made by a rural community in an upland forest located in Areia (PB). The question generates data used in the interview was: "Which plants do you know?" We conducted an inventory of all generic folk. Through the list of generic folk was prepared a database used for the preparation of notes identifying generic and specific folk. With these chips were made groupings of all plants by four local experts. These were chosen by an indication of all community residents. In the analysis and representation of groups conducted was used Venn diagram and the program's ANTHROPAC Pilesort Multidimensional Scaling Software. 152 folk generics were recorded, distributed in 92 trees/shrubs, 45 herbs, 11 lianas / vines, bromeliads, a parasite and a cactus. The classification of these experts included four hierarchical levels. Reached 100 generic monotypic and 18 polytypic. We identified ten forms life and five classification criteria. The information from this

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___________________________________________ISSN 1983-4209 - Volume 06– Número 01 – 2011

1 – Graduandos em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias.

2 – Graduando em Agronomia pela Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias.

3 – Professor da Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias. Departamento de Ciências

Biológicas. Laboratório de Botânica e Citogenética. Areia, Paraíba. CEP: 58397-000.

4 - Professor da Universidade Federal da Paraíba. Campus II. Centro de Ciências Agrárias. Departamento de Fitotecnia

e Ciências Ambientais. Laboratório de Etnoecologia. Areia, Paraíba. CEP: 58397-000. E-mail: [email protected]

CLASSIFICAÇÃO ETNOBOTÂNICA POR UMA COMUNIDADE RURAL EM UM

BREJO DE ALTITUDE NO NORDESTE DO BRASIL

Diego Batista de Oliveira Abreu1, Ronaldo Benevides de Oliveira Filho

2, Carlos Frederico Alves de

Vasconcelos Neto1, Camilla Marques de Lucena

1, Leonardo Pessoa Felix

3 e Reinaldo Farias Paiva

de Lucena4

RESUMO - A classificação folk é um ramo da etnobiologia que busca investigar a maneira como

as sociedades humanas vêem a natureza, sob o ponto de vista cognitivo, elucidando os princípios

subjacentes ao reconhecimento e classificação dos seres vivos. O presente estudo teve por objetivo

descrever e analisar a classificação etnobiológica feita por uma comunidade rural em um brejo de

altitude localizado no município de Areia (PB). A pergunta geradora de dados utilizada na

entrevista foi: “Quais plantas você conhece?”. Realizou-se um inventário de todos os genéricos folk.

Por meio da lista dos genéricos folk foi elaborado um banco de dados utilizado para a elaboração de

fichas de identificação dos genéricos e específicos folk. Com essas fichas foram realizados os

agrupamentos de todas as plantas, por quatro especialistas locais. Estes foram escolhidos pela

indicação de todos os moradores da comunidade. Na análise e representação dos agrupamentos

realizados foi utilizado o Diagrama de Venn e o programa Pilesort Multidimensional Scaling do

ANTHROPAC Software. Foram registrados 152 genéricos folk, distribuídos em 92

árvores/arbustos, 45 ervas, 11 cipós/trepadeiras, duas bromélias, uma parasita e um cacto. A

classificação desses especialistas compreendeu quatro níveis hierárquicos. Obteve-se 100 genéricos

monotípicos e 18 politípicos. Foram identificadas dez formas de vida e cinco critérios de

classificação. As informações do presente estudo sugerem a necessidade de mais estudos voltados

para a classificação folk, principalmente em outras áreas de brejo de altitude, para verificar se os

resultados no brejo de Areia se reproduziram ou serão encontrados padrões diferentes na

organização da classificação.

Unitermos: Etnobotânica, Classificação Folk, População Tradicional.

ABSTRACT - The folk classification is a branch of ethnobiology that investigate how human

societies see nature, under the cognitive point of view, elucidating the principles underlying the

recognition and classification of living things. This study aimed to describe and analyze the

classification ethnobiologic made by a rural community in an upland forest located in Areia (PB).

The question generates data used in the interview was: "Which plants do you know?" We conducted

an inventory of all generic folk. Through the list of generic folk was prepared a database used for the

preparation of notes identifying generic and specific folk. With these chips were made groupings of

all plants by four local experts. These were chosen by an indication of all community residents. In

the analysis and representation of groups conducted was used Venn diagram and the program's

ANTHROPAC Pilesort Multidimensional Scaling Software. 152 folk generics were recorded,

distributed in 92 trees/shrubs, 45 herbs, 11 lianas / vines, bromeliads, a parasite and a cactus. The

classification of these experts included four hierarchical levels. Reached 100 generic monotypic and

18 polytypic. We identified ten forms life and five classification criteria. The information from this

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study suggest the need for more studies into the folk classification, especially in other areas of

forest, to verify the results in the swamp Sand reproduced or be found different patterns in the

organization of the classification.

Uniterms: Ethnobotany, folk classifications, traditional population

INTRODUÇÃO

A classificação folk é um ramo da etnobiologia que se preocupa em investigar como as

sociedades humanas vêem a natureza, sob o ponto de vista cognitivo, elucidando os princípios

subjacentes ao reconhecimento e classificação dos seres vivos (Mourão & Montenegro, 2006).

Esses princípios que formam a base das classificações folk são os que decorrem do reconhecimento

e agrupamento dos organismos a partir da percepção das similaridades e diferenças morfológicas.

Contudo, nestas classificações incluem-se também fatores culturais, econômicos e ecológicos

(Mourão & Montenegro, 2006).

Segundo Mourão & Montenegro (2006) foram por meio de estudos com o registro dos

nomes de plantas e animais e suas possíveis utilizações pelas populações tradicionais que a

classificação folk teve seus primeiros passos na ciência, sendo realizada por Zeisberger (1887) e

Coudreau (1892). A partir desses inventários muitos outros trabalhos foram realizados ao longo

desses anos (Berlin et al., 1968; Berlin, 1973a, b; Berlin et al., 1973; Berlin 1976; Hays 1976; Hunn

1982; Hays 1983; Atran 1985), a partir dos quais, Berlin (1992) verificou que as populações

tradicionais, espalhadas pelo mundo, apresentavam formas semelhantes de classificação dos

animais e plantas, bem como a maneira de enquadrá-los dentro dos conceitos biológicos. No Brasil,

os primeiros estudos realizados com a classificação folk foram com populações indígenas de várias

etnias, como por exemplo, os Tupis-guaranis, Kaingang e Canela, os quais foram realizados nas

primeiras décadas do século passado (ver Carrara, 1997).

De forma geral, pode-se entender a classificação folk analisando três aspectos: 1) da

classificação, que analisa os princípios de organização de organismos em classes; 2) da

nomenclatura, que busca entender o pensamento que norteia a adoção de nomes às classes da

classificação folk e 3) da identificação, que busca compreender a relação existente entre os

caracteres dos organismos e a sua classificação (Berlin, 1973a, b).

A classificação folk já foi bastante estudada nas décadas passadas (Berlin et al., 1968;

Berlin, 1973a, b; Berlin et al., 1973; Berlin 1976; Hays, 1976; Hunn, 1982; Hays, 1983; Atran,

1985; Clément, 1995; Carrara, 1997; Atran, 1998), porém, hoje tem-se menos estudos realizados

com esse enfoque. Analisando os estudos atuais desenvolvidos com a temática da classificação feita

pelas populações tradicionais, com relação ao meio ambiente, pode-se observar que a maioria, no

Brasil, é desenvolvida no campo da etnozoologia (Mourão 2000; Mourão & Nordi 2002a, b; Araújo

2005; Mourão & Nordi 2006; Mourão et al., 2006; Mourão & Montenegro 2006; Souza & Begossi

2007), sendo poucos os estudos no Brasil com enfoque nas etnoclassificações botânicas (Sambatti

2001; Hanazaki et al., 2006; Peroni et al., 2007; Lucena, 2009).

Diante do panorama no Brasil da classificação folk, o presente estudo buscou entender a

dinâmica e a forma de construção da classificação folk das espécies vegetais conhecidas por

especialistas locais de uma comunidade rural de brejo de altitude adjacente ao Parque Estadual

Mata do Pau Ferro (Areia, Paraíba, Brasil), analisando e interpretando os critérios utilizados em

suas classificações. Como ponto de destaque é que se trata de um estudo pioneiro realizado em

brejos de altitude analisando esse sistema de classificação no estado da Paraíba. As informações

adquiridas na presente pesquisa poderão dar suporte para estudos futuros que busquem analisar se

no estado da Paraíba as populações tradicionais seguem o mesmo princípio de organização e

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classificação da biodiversidade, já que existem trabalhos realizados em outras áreas como caatinga

(Mourão et al. 2006; Lucena, 2009), mangue (Araújo, 2005) e áreas litorâneas (Mourão, 2002a, b).

MATERIAL E MÉTODOS

Área de Estudo: Contexto Regional e Ambiental

No Nordeste do Brasil o termo brejo de altitude é usado de forma distinta (Andrade-Lima,

1982). De acordo com Lima et al. (1975), os “brejos” são ilhas de floresta úmida no semiárido

brasileiro condicionado pela altitude (500-1.110 metros), recebendo influência de ventos úmidos

originados no Oceano Atlântico, os solos são desenvolvidos e profundos com formações florestais e

cursos d’água permanentes (Andrade-Lima, 1960; Lins, 1989).

A diversidade de espécies nas matas úmidas dos brejos é provavelmente mais alta que nos

outros tipos de vegetação da região no Nordeste do Brasil (Sales et al., 1998). Do ponto de vista do

meio ambiente, a conservação dessa cobertura florestal é muito importante para manter o

ecossistema e as interações ecológicas entre fauna e flora. Contudo, Andrade-lima (1961), nos

lembra de que o seu papel mais importante talvez seja a preservação das fontes d’água nas bacias

dos rios maiores e menores, e as variedades de recursos, tais como produtos agrícolas, plantas

medicinais, fontes de energia, madeira para construção, recursos de lazer e atividades turísticas,

assim como recursos alimentícios para a fauna da região, além de serem também recursos úteis para

as populações tradicionais que vivem nessas áreas.

O município de Areia, onde foi realizado o presente trabalho, está situado numa região de

brejo de altitude no estado da Paraíba. É localizado na microrregião do Brejo e mesorregião do

Agreste Paraibano (68° 58’ 12’’ latitude e 35° 42’ 19’’ longitude). Abrange uma área de 269 Km².

Possui clima ameno e altitude de 618 metros acima do nível do mar. Sua população atualmente é de

23.837 habitantes (IBGE, 2010). Em Areia, existe um brejo de altitude que é considerado o de

maior proporção no Nordeste Oriental, Andrade & Lins, (1964). Esta característica deriva da

orientação quase perpendicular da escarpa da Borborema, na região, em relação à direção dos

alísios de sudeste. Nessa região foi criada o Parque Estadual Mata do Pau Ferro, com cerca de 600

hectares, constituindo uma unidade de conservação de domínio estadual, criada pelo Decreto

14.832, de 01 de outubro de 1992. Esse parque detém a mata de brejo mais representativa no estado

da Paraíba (Pôrto et al., 2004).

O Parque Estadual Mata do Pau Ferro, adjacente à comunidade onde foi desenvolvido o

presente estudo, localiza-se a 5 km da cidade de Areia (6° 58’12’S latitude e 35° 42’15’W

longitude), numa altitude variável entre 400 e 600 metros, temperatura média anual de 22 °C,

umidade relativa em torno de 85% e totais pluviométricos mensais em torno de 1.200 mm Mayo &

Fevereiro, (1982).

Retratos da Comunidade Estudada

A comunidade escolhida para a realização deste estudo encontra-se próxima ao Parque

Estadual Mata do Pau Ferro, sendo conhecida como comunidade Vaca Brava de Cima. A região

mais ao norte denomina-se Vaca Brava de Cima, situando-se nas imediações da barragem Vaca

Brava (6º59'40.24" S35º45'07.08" O). Essa parte da comunidade é constituída por seis residências

habitadas com predomínio da agricultura de subsistência, com alguns de seus moradores

desenvolvendo trabalhos terceirizados na área urbana da cidade de Areia. São moradores

remanescentes do antigo engenho conhecido por Vaca Brava de Cima. A região mais ao sul,

denomina-se Vaca Brava de Baixo, estando nas imediações do Engenho Vaca Brava de Baixo (ou

“Engenho Gondim”) (7º00'52.27"S 35º44'44.06"O), constituída por 20 residências, predominando

também a agricultura e prestação de serviços aos engenhos ativos da região.

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Inventário Etnobotânico Antes do início das entrevistas com os moradores dessa comunidade, foi realizada uma

conversa informal com cada um explicando o objetivo do estudo. Em um segundo momento, deu-se

início ao levantamento dos nomes vernaculares das espécies conhecidas na região por meio de

entrevistas semiestruturadas (Viertler, 2002; Albuquerque et al., 2010).

Na primeira etapa do trabalho, foi realizada uma entrevista, onde a pergunta geradora dos

dados foi: Quais plantas da Mata Pau Ferro você conhece? Por meio dessa pergunta se obteve a

relação de plantas conhecidas pelos moradores da comunidade. Entrevistaram-se 28 informantes (17

homens e 11 mulheres), representando 100% dos chefes domiciliares da comunidade. Além das

informações sobre as plantas, perguntou-se também se eles conheciam algum especialista local na

comunidade com relação ao conhecimento sobre a diversidade vegetal encontrada na Mata Pau

Ferro. Numa segunda etapa, e com posse desses dados, identificaram-se seis especialistas locais

(quatro homens e duas mulheres), todos pertencentes à região de Vaca Brava de Cima. Contudo,

dois informantes se negaram a participar da pesquisa, sendo a mesma realizada com quatro (três

homens e uma mulher).

Seguindo a metodologia proposta por Lucena (2009), realizou-se um inventário de todos os

genéricos folk (Berlin, 1992), ou seja, os nomes vulgares de plantas, conhecidos por cada

informante geral. Foram incluídas na listagem todas as plantas lenhosas (árvores, arbustos e

herbáceas de grande porte), bromélias, trepadeiras, cipós, epífitas, cactáceas e herbáceas (pequeno

porte), na qual foram incluídas as pteridófitas.

Por meio da lista dos genéricos folk foi montado um banco de dados que foi utilizado para a

elaboração de fichas de identificação dos genéricos e específicos folk. Com essas fichas foram

realizados pelos especialistas locais os agrupamentos de todas as plantas. Cada ficha foi produzida

com papel tipo cartolina sendo inscrito o nome de cada genérico e o específico folk.

As entrevistas semiestruturadas com os especialistas locais foram realizadas da seguinte

forma: foram colocadas aleatoriamente todas as fichas em uma mesa, em seguida solicitou-se a cada

um que organiza-se as plantas de acordo com o seu entendimento. Foi explicado que uma planta

poderia ficar sozinha, caso não houvesse características que a agrupassee com outras, além de ser

permitido separar os nomes que não conhecesse em um grupo a parte, denominado de

desconhecidas. Essa etapa foi realizada com cada informante separadamente. Depois de finalizada

esse primeiro agrupamento, considerado como grandes grupos, por meio dos quais se desvendou as

formas de vida utilizadas na classificação etnobiológica, foi perguntado se os mesmos poderiam ser

divididos em grupos menores, sendo elaborados subgrupos dentro de cada grupo maior.

Registrou-se em um caderno de anotações os nomes das plantas com seus respectivos grupos

e subgrupos. Ao término dessas anotações perguntou-se ao especialista qual o motivo da formação

de cada grupo, com a finalidade de inferir sobre os critérios de classificação adotados por cada um,

e a identificação das respectivas formas de vida.

Análise dos Dados

Os agrupamentos foram analisados segundo os critérios e justificativas propostas pelos

especialistas locais. Buscou-se comparar tais critérios com os registrados na literatura, além de

confirmar os nomes atribuídos as categorias geradas. Na comparação da classificação folk com a

científica foram adotadas as categorias hierárquicas de inclusão taxonômica de Berlin (1992), sendo

elas: reino, forma de vida, intermediário, genérico, específico e variedade. Foi analisado o contexto

dos genéricos, os quais podem ser divididos em monotípicos (quando possuíam um só nome,

podendo ser simples ou composto), e politípicos (quando é dividido em dois ou mais nomes).

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Outra comparação realizada entre as classificações folk e científica foram as

correspondências taxonômicas, sendo elas: correspondência 1:1, na qual o genérico folk

corresponde a uma espécie científica; sobre diferenciação, em que dois ou mais genéricos folk

correspondem a uma espécie científica e; subdiferenciação, a qual é dividida em dos subtipos:

subdiferenciação 1, quando um genérico folk representa duas ou mais espécies do mesmo gênero

científico, e subdiferenciação 2, na qual é evidenciada a correlação de um genérico folk com duas

ou mais espécies científica de gêneros diferentes.

Na análise e representação dos agrupamentos realizados pelos especialistas locais foi

utilizado o Diagrama de Venn adotado por Berlin (1992), e o programa Pilesort Multidimensional

Scaling (PMS) do ANTHROPAC, software (Analytic Technologies & Medical Decision Logic, Inc.

versão 1.0). Esse teste foi utilizado para analisar o grau de consenso dos especialistas, com relação

as suas classificações. Por meio do programa, também se pode analisar a proximidade dos

informantes com relação aos critérios classificatórios utilizados pelos mesmos. A nomeação desses

critérios foi elaborada pelos autores desse estudo.

As espécies coletadas foram identificadas com a ajuda de chaves analíticas e por

comparação com o material depositado no Herbário Jayme Coêlho de Moraes (EAN) da

Universidade Federal da Paraíba, e por consulta a especialistas.

RESULTADOS

Foram registrados 152 genéricos folk divididos em 92 árvores/arbustos, 45 ervas, 11

cipós/trepadeiras, duas bromélias, uma parasita e um cacto. A classificação dos especialistas

compreendeu quatro níveis da estrutura hierárquica proposta por Berlin (1992), não sendo

reconhecido o nível intermediário e variedade (Figura 1). Dos genéricos folk registrados e

nomeados pelos informantes, 100 foram monotípicos e 18 politípicos (Tabela 1).

O resultado das correspondências taxonômicas adquiridos pela análise das 97 espécies

botânicas coletadas e identificadas evidenciou 68 correspondências do tipo 1:1, 16 do tipo

sobrediferenciação, uma correspondência do tipo subdiferenciação tipo 1 e uma subdiferenciação do

tipo 2.

Os especialistas demonstraram um amplo conhecimento com relação ao elenco de plantas

adquirido nas entrevistas gerais pelos moradores da comunidade, porém, nenhum deles reconheceu

todas as plantas inventariadas. Um dos especialistas reconheceu 140 genéricos folk correspondendo

a 92,1% do total citado nas entrevistas, outro reconheceu 101 genéricos (66,5%), outro 82 (54%) e o

último 64 (42,1%). Todos os genéricos folk de porte lenhoso foram reconhecidos, havendo

distinções apenas com relação às herbáceas de pequeno porte, como no caso das espécies

pertencentes às famílias botânicas Poaceae e Pteridaceae. Os critérios utilizados pelos especialistas locais para classificar e agrupar os vegetais foram:

utilitário, morfológico, linguístico, tóxico, ecológico e não útil. Algumas plantas não foram

agrupadas por não compartilhar nenhuma característica que as unem com as demais, ficando assim

sozinhas. O critério utilitário foi dividido em alimentação, medicinal, madeireiro, tecnológico,

higiene, forrageiro, ornamental e construção (Tabela 1).

Como exemplo dos agrupamentos formados por meio dos critérios acima citados; tem-se o

caso da “jurema preta” (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir) e “jurema branca” (Mimosa

ophtalmocentra Mart. ex. Benth.) que foram agrupadas de acordo com suas utilidades e morfologias

(Figura 2); o caso do “ipê amarelo” (Tabebuia serratifolia (Vahl) G. Nichols.) e “ipê roxo”

(Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl), que foram agrupadas de acordo com suas

características morfológicas compartilhadas, como suas folhas, flores, madeira e altura (Figura 3);

da “aroeira branca”, “aroeira do brejo” (Schinus terebinthifolia Raddi.) e “aroeira do sertão”

(Myracrodruon urundeuva Allemão.) por ambas iniciarem seus nomes com a palavra aroeira,

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sendo assim um exemplo de critério linguístico; “olho de boi” (Dioclea violacea Mart. ex Benth.),

“maracujá mochila” (Passiflora cincinnata Mast.), “japecanga” (Similax cf. cissoides Mart. ex

Griseb.) e “erva de passarinho” (Phthirusa pirifolia (Humb; Bonpl & Kunth) Eichcer.) por

crescerem sobre árvores (critério ecológico) e; “coco catolé” (Syagrus oleracea (Mart.) Becc. e

“macaíba” (Acrocomia intumescens Drude.) por ambas servirem de alimento para as pessoas

(critério utilitário). Como exemplo de genéricos isolados tem-se “imbaúba” (Cecropia

pachystachya Trecul.) e “pimenta d’água” (Indeterminado), os quais não apresentaram

características compartilhadas com outras plantas.

Cerca de cinquenta e dois por cento dos genéricos folk receberam um critério de

classificação, trinta e cinco, três dois critérios e dez, seis três critérios. Para tal observação

considerou-se a união das classificações de todos os especialistas locais da comunidade de Vaca

Brava. O fato de um genérico folk ter recebido mais de um critério de classificação está vinculado,

além da união das informações ditas acima, ao fato da divisão de grupos maiores em subgrupos

(Tabela 1). Nesse sentido, têm-se indivíduos de espécies e famílias botânicas diferentes formando o

mesmo grupo, como é o caso da “Tiririca” (Cyperus rotundus L.) (Cyperaceae) e “Barba de Bode”

(Desmodium adscendens (Sw.) DC.) (Fabaceae) junto com os capins (Poaceae), por ambas

servirem de forragem para animais. Quando separados em subgrupos foi adotado para tal separação

características morfológicas, como altura e tipo de folhas.

Registraram-se dez formas de vida, sendo elas identificadas e nomeadas pelos especialistas

locais: mato grande, mato médio, mato pequeno, mato baixo, mato rasteiro, capim, palmeira, rama,

enxerto e espinho (Tabela 1). A forma de vida mato grande foi identificada por 49,1% dos

informantes, mato médio por 32,8%, mato pequeno 13,9%, espinho por 13,1%, rama por 9%, capim

e mato baixo por 8,2%; mato rasteiro por 3,3%; palmeira por 1,7%; enxerto por 0,81%.

As análises realizadas usando o programa Pilesort revelaram que na comunidade de Vaca

Brava não existe um sistema de classificação consensual entre os especialistas locais, onde foi

verificado que cada um utilizou critérios próprios e particulares na organização do universo vegetal

reconhecido por ele (Figura 4). Além disso, tomaram posições distintas na análise, na qual os

mesmos ficaram separados (Figura 5). Mesmo com esse contexto, houve uma tendência para

agrupar as espécies seguindo os princípios relacionados às formas de vida, onde se destaca um

grupo de plantas lenhosas, outro com as herbáceas e outro de plantas com espinhos (Figura 6). As

demais espécies ficaram ora margeando esses grupos, ora em sobreposição a eles (Figura 7).

Outra tendência observada foi dos agrupamentos seguirem a orientação do critério de plantas

utilitárias, tanto para usos madeireiros como não madeireiros. Exemplos desses agrupamentos

foram citados acima.

DISCUSSÃO

Na classificação folk do presente estudo foram registradas 73 genéricos folk de porte lenhoso

reconhecidos pelos especialistas locais. Esse grande número de espécies lenhosas também foi

registrado em uma comunidade rural na região de caatinga na Paraíba Lucena (2009), onde o autor

registrou 65 plantas lenhosas reconhecidas e citadas pelos especialistas locais. O maior

reconhecimento de espécies lenhosas pelos especialistas locais tem sido evidenciado na literatura

como uma tendência nas classificações etnobiológicas, pelo fato de espécies de grande porte ser de

mais fácil visualização e por haver um predomínio dessas espécies nas áreas pesquisadas, como

vem sendo registrado em alguns estudos (Kakudidi, 2004; Lucena, 2009).

Com relação aos genéricos folk, houve um predomínio dos monotípicos com 85% e os

politípicos com 14% do total dos genéricos registrados nas entrevistas. Esse baixo índice dos

politípicos tem sido registrado em outros estudos, como por exemplo, o de Lucena (2009), que

registrou 14% de politípicos, Hays (1974), 14%, Berlin et al. (1974). 16%, Brunel (1974), 11%,

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Berlin (1976), 18% e Mourão & Nordi (2002a), 23%. O presente estudo encontrou os politípicos em

formato “bitípicos”, apresentando dois taxa específicos, sendo os politípicos reconhecidos com um

nome composto. Essa relação de politípicos com nomes compostos vem sendo também registrada

na literatura (Berlin, 1976; Mourão et al., 2002a, b; Araújo 2005; Hanazaki et al., 2006; Haverroth

2007; Lucena 2009).

Nas classificações folk Berlin et al. (1973a, b) e Berlin (1992), propuseram ranks

hierárquicos para organizá-las, podendo assim realizar comparações com as classificações

científicas. Na comunidade de Vaca Brava foram reconhecidos quatro níveis dos propostos pelos

autores acima, exceto o nível intermediário e variedade. Esse mesmo padrão foi registrado por

Lucena (2009), em uma comunidade rural residente em área de caatinga na Paraíba. Essa tendência

tem sido evidenciada em outros estudos, como afirma Mourão et al. (2002a) ao mencionar que

usualmente só aparecem quatro dos seis níveis hierárquicos nas classificações folk.

A utilização de diferentes critérios para a realização das classificações folk pelas populações

locais, também tem sido registrada na literatura (Berlin, 1976; Mourão & Nordi (2002b); Jinxiu et

al., 2004; Kakudidi, 2004; Lucena, 2009). Em Vaca Brava se registrou um predomínio dos critérios

utilitários e morfológicos, predomínios estes apresentados também por Berlin (1976), Hun (1982),

Hanazaki et al., (2006), Haverroth, (2007) e Lucena, (2009). O critério ecológico encontrado no

presente estudo também foi registrado em outros trabalhos de classificação folk (Jensen, 1985;

Lucena, 2009), assim como o linguístico (Berlin, 1976), que se baseia nas semelhanças dos nomes

das plantas ou animais para realizarem os agrupamentos.

Os dados desse estudo enfatizam a importância do conhecimento da dinâmica de utilização

das espécies vegetais pelos moradores, em virtude do grande emprego de características utilitárias

das plantas na organização de suas classificações, sendo requisitadas por 98% dos especialistas

entrevistados na comunidade. Essa organização utilitária foi defendida por Hun (1982) e Ellen

(1993), que argumentam que a classificação só é realizada para animais e plantas que possuam

algum valor para a população em questão. Assim como no presente estudo com os vegetais,

Haverroth (2007), também registrou uma forte presença utilitária na classificação dos índios

Kaingang, onde as plantas foram agrupadas em diferentes categorias de uso.

Também foi utilizado, pelos especialistas, o critério das plantas que não apresentavam

utilidade, sendo agrupadas em um mesmo grupo. Esse conceito de planta não útil foi encontrado por

Berlin (1976), em seu estudo em Aguaruna, onde um terço das plantas conhecidas foi considerado

com ausência de importância cultural, sendo as mesmas, geralmente, genéricos monotípicos, o que

também foi observado no presente estudo.

Na classificação etnobiológica desse trabalho, encontrou-se espécies de famílias diferentes

agrupadas, tais como: Fabaceae, Anacardiaceae e Myrtaceae, reunidas em virtude do potencial

alimentício (critério utilitário). Além desse grupo, também se obteve agrupamentos de indivíduos de

famílias diferentes a partir do critério morfológico, como Lecytaceae e Erytroxilaceae, que foram

reunidos utilizando suas alturas. Em virtude de tal situação, vê-se que os informantes de Vaca Brava

seguem sua própria lógica classificatória, que nesse caso, vai contra a classificação científica, assim

como afirma Kakudidi (2004) e Lucena (2009).

Em alguns agrupamentos foram utilizados mais de um critério, sendo usado um critério para

o agrupamento maior, e o outro para o desmembramento do mesmo agrupamento em grupos

menores. Por exemplo, um informante reuniu espécies lenhosas e herbáceas de famílias diferentes

em um grande grupo utilizando como critério sua utilização medicinal, e quando perguntado se o

grupo poderia ser dividido, o especialista local redirecionou as espécies para subgrupos, utilizando

dessa vez a altura como parâmetro classificatório. Do mesmo modo, os informantes indígenas da

etnia “Dai” na China utilizam critérios variados em sua classificação, na qual foi identificado que

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uma mesma espécie pode receber nomes diferentes de acordo com suas características (Jinxiu et al.,

2004).

As formas de vida encontradas em Vaca Brava foram denominadas pelos especialistas locais

tomando como determinante suas características morfológicas, como altura e presença de estruturas

(ex.: espinho) e critérios ecológicos como o utilizado para identificar a forma de vida parasita, cipó

e trepadeira. A utilização dessas características na determinação das formas de vida foi apresentada

por (Kakudidi, 2004; Lucena, 2009).

As formas de vida mato grande mato médio, mato pequeno, mato rasteiro, espinho e rama

que foram registrados no presente estudo, apareceram também no estudo de Lucena (2009), em área

de caatinga na Paraíba. Outros trabalhos têm organizado as plantas pertencentes a essas formas de

vida com denominações diferentes, sendo as mesmas mais próximas das organizações acadêmicas,

denominadas como árvores, arbustos, herbáceas, lianas, trepadeiras e epífitas (Berlin, 1976; Jinxiu

et al., 2004; Kakudidi, 2004).

Nesse estudo, a análise do programa Pilesort mostrou uma tendência dos especialistas locais

agruparem as plantas de acordo com seus próprios critérios, não havendo concordância entre eles.

Situação semelhante foi encontrada por Lucena (2009), com agricultores em uma comunidade rural

de Soledade (Paraíba). A forma como os especialistas locais utilizaram os critérios classificatórios

pode ter colaborado para o amplo universo das denominações das formas de vida e os seus critérios

de classificação.

CONCLUSÃO O presente estudo evidenciou que os níveis hierárquicos da classificação seguiram os

indicados pela literatura, com cada um bem definido pelos informantes. As formas de vida foram

abundantes, sendo que algumas já foram evidenciadas na literatura e outras foram registradas pela

primeira vez. Os critérios de classificação foram predominantemente morfológicos e utilitários. Os

informantes não seguiram um modelo semelhante na organização de sua classificação.

Essas informações sugerem a necessidade de mais estudos voltados para a classificação

etnobiológica vegetal, principalmente em outras áreas de brejo de altitude, para verificar se os

achados no brejo de Areia se reproduziram ou serão encontrados padrões diferentes na organização

da classificação.

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Tabela 1: Lista das genéricas folk citadas pelos especialistas locais, viventes nos arredores do

Parque Estadual Mata do Pau Ferro, da comunidade Vaca Brava; famílias, gêneros e espécies,

critérios de classificação; Alimentação (AL), Construção (CON), Forragem (FO), Higiene (H),

Linguístico (L), Madeira (M), Medicinal (M), Morfológico (MO), Ornamental (O), Sozinho (S),

Tecnológico (TEC), Tóxico (T), Útil (U), Não útil (NU), Ecológico (EC). Formas de vida: Rama

(R), Enxerto (EN), Mato rasteiro (MR), Mato pequeno (MP), Mato baixo (MB), Mato médio (MM),

Mato grande (MG), Espinho (E), Palmeira (PAL), Capim (C).

Família/Espécie

Nome

Vulgar

Critérios de

Classificação

Formas de

vida

ANACARDIACEAE

MO / MM /

Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira do Sertão U / M / NU MG

Schinus terebinthifolia Raddi

Aroeira do Brejo

(Branca) U / NU/ MO

MM/MG

Spondias mombin L.

Cajá

U / MO

E / MG

Tapirira guianensis Aubl.

Cupiúba branca U / NU

MG

ANNONACEAE

Annona crassiflora Mart. Ariticum U / MO MM / MG

APOCYNACEAE

Himatanthus phagedaenicus (Mart.) Woodson. Lagarteiro NU MM

Tabernaemontana cf. heterophilla Vahl. Leiteiro NU/U MM / MG

ARACACEAE

Acrocomia intumescens Drude Macaíba NU / U PAL /MG

Syagrus oleracea (Mart.) Becc. Côco catolé U PAL /MG

ASTERACEAE

Conyza bonariensis (L.) Cronq Rabo de raposa U MP

ARALIACEAE

Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire et al. Sabaquí U / NU MM / MG

BIGNONIACEAE

Crescentia cujete L.

Cuité

U / M

MP / MG

Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. Ipê roxo U / NU / MO MG

Tabebuia serratifolia (Vahl) G.Nichols. Ipê Amarelo (Pau

D’arco Amarelo)

U / NU / MO MG

BORAGINACEAE

Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. Louro freijorge

Heliotropium indicum L. Fedegoso U /L MR / MB

BROMELIACEA

Bromelia karatas L.

Abacaxi de Raposa

(Banana de Raposa)

U MB / MM

BURSERACEAE

Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Amescla

CACTACEAE

Cereus jamacaru DC.

Cardeiro

NU / AL

E

CAPPARACEAE

Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl

Feijão Bravo

U / NU

MM / R

CECROPIACEAE

Cecropia pachystachya Trécul Imbaúba U /NU MG

CHRYSOBALANACEAE

Licania rigida Benth. Oiticica U MG

CONVOLVULACEAE

Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. & Schult. Salsa U

R / MP

cont.

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cont.

CLUSICACEAE

Clusia nemorosa G. Mel. Pororoca NU/U MG

Vismia guianensis (Aubl) Pers. Canelinha NU MG

CUCURBITACEAE

Mormodica charantia L. Melão de São Caetano

U

R / MR

CYPERACEAE

Cyperus rotundus L.

Tiririca (Tiririca

Branca)

U

C

DIOSCOREACEAE

Dioscorea orthogoneura Uline ex. Hochr.

Cará Babão (do mato) U

R

ERYHTROXYLACEAE

Erythroxylum pauferrense Plowman

Erythroxylum simonis Plowman Guarda orvalho

NU/U

MM / MG

EUPHORBIACEA

Sapium glandulosum (L.) Morong.

Burra Leiteira

NU

MM

Croton heliotropiifolius Kunth. Velame NU / MO MM / MP

FABACEAE

Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record. Bordão de Velho U / L MG

Anandenanthera colubrina (Vell.) Brenan.

Indet1.

Angico

Amorosa

NU / M

U / NU

E / MG

MG

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó NU/U MM

Bowdichia virgilioides Kunth Sucupira-preta

Desmodium adscendens (Sw.) DC. Barba de Bode U /NU R / C

Dioclea grandiflora Mart. ex Benth. Olho de Boi U / L R

Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong. Tambor = Orelha de

Negro

U / M / MO MG

Hymenaea courbaril L. var. courbaril. Jatobá U MG

Inga ingoides (Rich.) Will. Ingá U MG

Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz var.

ferrea. Pau – ferro (jucá)

U MG

Lonchocarpus araripensis Benth. Sicupira Branca

(Capoeira : Concha)

U / NU MG

M. ophtalmocentra Mart. ex. Benth. Jurema Branca NU MM / E

M. tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema Preta U / NU MM / E

M.somnians Humb. & Bonpl. ex Willd. Malícia NU MB /MP/MR

Mimosa. caesalpiniaefolia Benth.

Sabiá com Espinho

(Sabiá lisa)

U / CON E / MM /MG

Pterogyne nitens Tul. Madeira Nova U / NU MG

Senegalia bahiensis (Benth.) Seigler & Ebinger Calumbim

Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Rose. Espinheiro Preto

(Espinheiro)

U / NU / MO E / MG

Senegalia sp. Espinheiro Mole NU E/ MG

Indet1. Amorosa U / NU MG

Indet2. Camunzé U MG

Indet3. Piaca NU MG

LAMIACEAE

Hyptis suaveolens (L.) Point.

Alfazema de Caboclo

NU / MO

MM

Marsypianthes chamaedrys (Vahl) Kuntze Papaconha U / L R / MM

cont.

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cont.

LAURACEAE

Ocotea glomerata (Nees) Mez. Louro Freijorge U / NU MG/MM

LECYTHIDACEAE

Eschweilera ovata (Cambess.) Mart. ex Miers. Imbiriba U /NU MM / MG

LORANTHACEAE

Phthirusa pyrifolia (Kunth) Eichler.

Erva de Passarinho

U / S

EM

MALPGHIACEAE

Byrsonima gardnerana A.Juss. Murici U MG

MALVACEAE

Ceiba glaziovii (kuntze) K.Schum. Barriguda NU E

Guazuma ulmifoila Lam. Mutamba U MG

MELIACEAE

Brosimum guianense (Aubl.) Huber.

Quirí NU/U

MG

Cedrela odorata L. Cedro U MG

Ficus calyptroceras (Miq.) Miq. Gameleira U E /MG

Sorocea ilicifoilia Miq. Burra leitera U MG

MYRTACEAE

Campomanesia synchrona O. Berg. Guabiraba U/NU MG

Myrcia sp. Cupiúba preta (Roxa) U / NU MG

Myrcia sp. Jaboticaba U MM

Psidium guineense Sw. Araça U /MO

MB / MM /

MG

NYCTAGINACEA

Guapira opposita (Vell.) Reitz João mole

NU / L

MM / MG

OLACACEAE

Ximenia americana L. Oliveira U MG

PASSIFLORACEAE R / MP

Passiflora cincinnata Mast.

Passiflora sp.

Maracujá muchila

Canapú (Cumapú)

U / NU

U

R / MB / MP

R / MP

POACEAE-PANICOIDEAE

Panicum polygonatum Schrad. Capim de Seda U C

POACEAE

Indet4. Capim Luca U C

Indet5. Capim Miam U C

Indet6. Capim Navalha U C

Indet7. Capim Pé de Galinha U C

RHAMNACEAE

Ziziphus joazeiro Mart.

Juazeiro

U / H / NU

E / MG

RUBIACEAE

Borreria verticillata (L.) G.Mey. Vassoura de Botão

(Vassoura de relógio)

U / MO/NU /U / MO MM / MP

Genipa sp. Genipapo Branco U MM / MG

Genipa sp. Genipapo Bravo U / MO MM / MG

SAPINDACEAE

Allophylus laevigatus Radlk. Estraladeira U / NU / L MG / MM

Cupania impressinervia Acev.-Rodr. var.

(revoluta) Radlk.

Cabatã do Rego = da

Mata

U / NU / L MG

Serjania cearacasana (Jacq.) Willd Cipó de Lã U/NU CI

Talisia esculenta (A. St.-Hil) Radlk. Pitombeira

SAPOTACEAE

Chrysophyllum sp Pororoca

Chrysophyllum sp Laque NU MG

SMILACACEAE

Similax cissoides Mart. ex Griseb.

Japecanga

U/EC

CI

cont.

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cont.

SOLANACEAE

Solanum sp.

Gogóia Verde =

Vermelha

NU

E / MP

Solanum absconditum Agra. Jurubeba U MP

Indet8. Capim Luca U C

Indet9. Capim Miam U C

Indet10. Capim Navalha U C

Indet11. Capim Pé de Galinha U C

Indet12. Cipó de Balaio = de

Cesto

U/NU CI

Indet13. Cipó de Macaco NU CI

Indet14. Cipó Pau U CI

Indet15. Cipó Taboca U CI

Indet16. Diabinho NU / O/U MR / MM

Indet17. Espriteira U / NU MM / MB

Indet18. Gravatá U MB

Indet19. Limãozinho U / NU E / MM

Indet20. Maria Branca U / T/NU MG

Indet21. Mata Calado T /NU MP / MB

Indet22. Pimenta D’água NU/U MB / MP

Indet23. Pitiá U MG

Indet24. Purpuna U MG

Indet25. Quebra Pedra = Pedra

Panela

U R

Indet26. Saboneteira NU / L / M / MO/U MM / MG

Indet27. Sete Cascas U / NU MG

Indet28. Taboa NU MP

Indet29. Tinguí NU/T R / CI / MP

Indet30. Urinanã U MB / R

Indet31. Urtiga Branca U MM

Indet32. Vassoura Rabo de

Cavalo

U / NU / MO MM / MP

Indet33. Camará Branco U / NU MP/ MM

Indet34. Camará de Cavalo NU MM

Indet 35 Crauaçú U MP/R

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Específico

Genérico

Reino

Forma de vida Táxon etnobiológico

Táxon biológico

Mato grande

Aroeira

Aroeira branca

Aroeira do brejo

Aroeira do sertão

Angico

Barriguda

Piaca

Genipapo

Cabatã

Oiticica

Braúna

Sicupira

Juazeiro

Figura 1: Representação esquemática das quatro categorias da classificação etnobiológica e

seus respectivos táxons, em uso simultâneo com a classificação hierárquica da comunidade

rural de Vaca Brava (Nordeste do Brasil), seguindo o modelo de Berlin (1992).

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Jurema

Jurema branca

Piptadenia stipulaceae

Jurema preta

Mimosa tenuiflora

Mimosaceae

Mimosa

Piptadenia

Figura 2: Específico folk do genérico “Jurema”, citado pelos especialistas locais da

comunidade rural Vaca Brava, Paraíba, Brasil, e seus equivalentes na classificação científica.

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Bignoniaceae

Tabebuia

Ipê

Ipê amarelo

Tabebuia serratifolia Ipê roxo

Tabebuia impetiginosa

Figura 3: Específico folk do genérico “Ipê”, citado pelos especialistas locais da comunidade

rural Vaca Brava, Paraíba, Brasil, e seus equivalentes na classificação científica.

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Figura 5: Agrupamento dos especialistas locais da comunidade Vaca Brava, Paraíba,

Brasil, utilizando o pile-sort do ANTROPAC, versão 1.0.

Figura 4: Agrupamento das etnoespécies citadas pelos especialistas locais da

comunidade Vaca Brava, Paraíba, Brasil, utilizando o pile-sort do ANTROPAC,

versão 1.0.

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Figura 6: Agrupamento das etnoespécies citadas pelos especialistas locais da comunidade

Vaca Brava, Paraíba, Brasil, em grupos utilitários, utilizando o pile-sort do ANTROPAC,

versão 1.0.

Figura 7: Agrupamento das etnoespécies citadas pelos especialistas locais da

comunidade Vaca Brava, Paraíba, Brasil, em grupos morfológicos, utilizando o pile-

sort do ANTROPAC, versão 1.0.

“Capim”

“Cipó”

“Mato Grande”

“Mato rasteiro”

“Mato pequeno”

Usos Madeireiros

Usos Não Madeireiros (Forragem)

Plantas Tóxicas