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DISSERTAÇÃO ESTADO NUTRICIONAL E PRODUTIVIDADE DE POMAR DE LIMA ÁCIDA TAHITI SOB DIFERENTES MANEJOS DE COBERTURA VEGETAL DIEGO FRANCISCO FUENTES AGUILERA Campinas, SP 2016

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DISSERTAÇÃO

ESTADO NUTRICIONAL E PRODUTIVIDADE

DE POMAR DE LIMA ÁCIDA TAHITI SOB

DIFERENTES MANEJOS DE COBERTURA

VEGETAL

DIEGO FRANCISCO FUENTES AGUILERA

Campinas, SP

2016

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INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E

SUBTROPICAL

ESTADO NUTRICIONAL E PRODUTIVIDADE

DE POMAR DE LIMA ÁCIDA TAHITI SOB

DIFERENTES MANEJOS DE COBERTURA

VEGETAL

DIEGO FRANCISCO FUENTES AGUILERA

Orientador: Fernando Alves de Azevedo

Campinas, SP

Abril 2016

Dissertação submetida como requisito parcial

para obtenção do grau de Mestre em

Agricultura Tropical e Subtropical, Área de

Concentração em Tecnologia da Produção

Agrícola

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Ficha elaborada pela bibliotecária do Núcleo de Informação e Documentação do Instituto Agronômico

A283e Aguilera, Diego Francisco Fuentes

Estado nutricional e produtividade de pomar de lima ácida Tahiti sob diferentes manejos de cobertura vegetal / Diego Francisco Fuentes Aguilera. Campinas, 2016. 54 fls.

Orientador: Fernando Alves de Azevedo Dissertação (Mestrado) Agricultura Tropical e Subtropical – Instituto Agronômico

1. Lima ácida Tahiti. 2. Nutrição 3. Taxa de decomposição 4. Roçadeira

5. Braquiárias 6. Taxa de decomposição 7.Glifosato I. Azevedo, Fernando Alves de II. Título

CDD. 634.337

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... i

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... ii

RESUMO .................................................................................................................................. iv

ABSTRACT ............................................................................................................................... v

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1

2 OBJETIVOS ............................................................................................................................ 3

2.1 Objetivo Geral .................................................................................................................... 3

2.2 Objetivo especifico ............................................................................................................. 3

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................ 4

3.1 Lima ácida Tahiti (Citrus latifólia Tanaka) ...................................................................... 4

3.2 Nutrição Mineral ................................................................................................................ 5

3.3 Manejo do solo na citricultura ........................................................................................... 9

3.4 Manejo da entrelinha com a roçadeira ecológica ............................................................. 10

3.5 Cobertura Vegetal e Liberação de nutrientes no solo ...................................................... 11

3.6 Controle químico de plantas daninhas no citros .............................................................. 14

4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 16

4.1 Local, delineamento e condução do ensaio ...................................................................... 16

4.2 Avaliações ....................................................................................................................... 18

4.2.1 Fitomassa seca da parte aérea da braquiária ............................................................... 18

4.2.2 Decomposição da massa da matéria seca e liberação de nutrientes da parte aérea de

duas braquiárias ........................................................................................................................ 18

4.2.3 Análise química do solo e folhas e leitura do SPAD-502 ........................................... 19

4.2.4 Atributos produtivos da lima ácida Tahiti .................................................................. 20

4.3 Análise estatistica ............................................................................................................ 21

5 RESULTADOS e DISCUSÃO ............................................................................................. 22

5.1 Fitomassa da parte aérea da braquiária ............................................................................ 22

5.2 Decomposição da massa de matéria seca da palhada e liberação de nutrientes da parte

aérea de duas braquiárias ......................................................................................................... 23

5.3 Anánilse química do solo e folhas e leitura do SPAD-502 .............................................. 30

5.4 Produtividade da Lima ácida Tahiti ................................................................................. 41

6 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 44

7 REFERÊNCIAS ...............................................................................................................45

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i

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 -Delineamento experimental utilizado no experimento em um pomar de lima ácida17

Tabela 2 - Atributos físicos do solo da área experimental .......................................................17

Tabela 3 - Atributos químicos do solo da área experimental....................................................18

Tabela 4 - Fitomassa da parte aérea, seca (MS), das diferentes braquiárias, na entrelinha e

projeção da copa das plantas de Tahiti (linha) nos diferentes tratamentos, acumulativo de três

roçagens....................................................................................................................................22

Tabela 5 - Equações das estimativas da decomposição da massa seca com as respectivas

constantes de decomposição (k) em função do tempo (t) de decomposição e tempo de meia vida

(T½) das braquiárias.................................................................................................................24

Tabela 6 - Equações das estimativas da mineralização do nitrogênio, fósforo e potássio com as

respectivas constantes de decomposição (k) em função do tempo (t) de dedecomposição e

tempo de meia vida (T½) das braquiárias................................................................................27

Tabela 7. Quantidade de N, P2O5 e K2O presentes na massa de matéria seca das braquiárias, na

linha de plantio da lima ácida Tahiti...............................................................................,,,,,,,,... 29

Tabela 8 - Leitura SPAD-502, teores de Nitrogênio obtidos por análise foliar das plantas de

lima ácida Tahiti....................................................................................................................... 30

Tabela 9 - Teor de Potássio obtidos por análise de solo e foliar de das plantas de lima ácida

Tahiti....................................................................................................................................... 33

Tabela 10 - Teor de Fósforo obtidos por análise de solo e foliar de das plantas de lima ácida

Tahiti....................................................................................................................................... 35

Tabela 11 - Teor de Cálcio obtidos por análise de solo e foliar de das plantas de lima ácida

Tahiti....................................................................................................................................... 37

Tabela 12 - Teor de Magnésio obtidos por análise de solo e foliar de das plantas de lima ácida

Tahiti...................................................................................................................................... 38

Tabela 13 - Capacidade de troca catiônica (CTC), matéria orgânica (M.O.) e saturação por bases

do solo da entrelinha (E) e linha (L) de plantio da lima ácida

Tahiti........................................................................................................................................ 39

Tabela 14 - Produtividade da lima ácida Tahiti nos diferentes tratamentos, nos primeiros e

segundos semestres de cada ano...............................................................................................42

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ii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Temperaturas máximas e mínimas e precipitação pluvial média durante o período

experimental (Araras/SP)..........................................................................................................16

Figura 2 - Roçadeira convencional (A); Roçadeira ecológica (B); massa de braquiária projetada

sob a copa dos citros..................................................................................................................18

Figura 3 - Amostragem massa vegetal na entrelinha com roçadeira manual (A), e amostragem

na linha de plantio após roçagem (B)........................................................................................19

Figura 4 - Telas de nylon protegendo amostras de bráquiárias sob a copa de lima ácida Tahiti

no experimento de decomposição da palhada e liberação de nutrientes...................................20

Figura 5 - Decomposição da palhada de Urochloa decumbens e Urochloa ruziziensis durante

60 dias ......................................................................................................................................25

Figura 6 - Liberação de nitrogênio (A), potássio (B) e fósforo (C), da matéria seca da parte

aérea de U. decumbens e U. ruziziensis, até 60 dias após instalação do

ensaio........................................................................................................................................28

Figura 7 - Teores de nitrogênio foliar em plantas de Lima ácida Tahiti submetidas a tratamentos

com roçadeiras e braquiárias (2015). Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si

(Tukey 5%), maiúsculas entre os tipos de roçadeiras, minúsculas entre as espécies de Urochloa

(dentro de cada interação); RE: roçadeira ecológica; RC: roçadeira convencional; UR:

Urochloa ruziziensis UD: U. decumbens...................................................................................31

Figura 8 - Teores de potássio foliar e no solo na linha de plantio em um pomar de lima ácida

Tahiti submetidas a tratamentos com roçadeiras e braquiárias (A-2014 e B-2015). Médias

seguidas de mesma letra não diferem entre si (Tukey 5%), maiúsculas entre os tipos de

roçadeiras, minúsculas entre as espécies de Urochloa (dentro de cada interação); RE: roçadeira

ecológica; RC: roçadeira convencional; UR: Urochloa ruziziensis UD: U.

decumbens.................................................................................................................................34

Figura 9 - Teores de fósforo no solo na linha de plantio de um pomar de lima ácida Tahiti

submetidas a tratamentos com roçadeiras e braquiárias (Mogi Mirim/SP, 2014). Médias

seguidas de mesma letra não diferem entre si (Tukey 5%), maiúsculas entre os tipos de

roçadeiras, minúsculas entre as espécies de Urochloa (dentro de cada interação); RE: roçadeira

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iii

ecológica; RC: roçadeira convencional; UR: Urochloa ruziziensis UD|: U.

decumbens.................................................................................................................................36

Figura 10 - Teores de magnésio foliar em plantas de Lima ácida Tahiti submetidas a tratamentos

com roçadeiras e braquiárias (2015). Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si

(Tukey 5%), maiúsculas entre os tipos de roçadeiras, minúsculas entre as espécies de Urochloa

(dentro de cada interação); RE: roçadeira ecológica; RC: roçadeira convencional; UR:

Urochloa ruziziensis UD|: U. decumbens..................................................................................39

Figura 11 - Produtividade de Lima ácida Tahiti submetidas a tratamentos com herbicidas e

braquiárias (2015). Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si (Tukey 5%),

maiúsculas entre os tipos de roçadeiras, minúsculas entre as espécies de Urochloa (dentro de

cada interação); SH: sem herbicidas; CH: com herbicida; UR: Urochloa ruziziensis UD|: U.

decumbens.................................................................................................................................43

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iv

Estado nutricional e produtividade de pomar de lima ácida Tahiti sob diferentes

manejos de cobertura vegetal

RESUMO

No manejo da entrelinha dos pomares de citros tradicionalmente sempre houve a

utilização de implementos agrícolas que desagregam a estrutura do solo, como por exemplo,

grades e arados que causam prejuízos ambiental e econômico para o citricultor. Essa prática

pode ser substituída pela combinação de diferentes métodos de manejo, como o uso de roçadeira

na entrelinha dos pomares de citros e a aplicação de herbicidas na linha, sendo uma alternativa

mais sustentável. Visando a sustentabilidade na produção de citros, o objetivo do trabalho foi

avaliar diferentes manejos de cobertura vegetal, sendo ensaio instalado em 2010. Utilizou-se o

esquema de parcela sub subdivididas, em delineamento de blocos ao acaso, com seis repetições.

As parcelas foram compostas por dois tipos de braquiárias: Urochloa decumbens (UD) e U.

ruziziensis (UR); as sub parcelas por dois tipos de roçadeiras: convencional (RC) e ecológica

(RE); e as sub sub parcelas: pela aplicação e ausência do herbicida glifosato na linha de plantio.

As braquiárias foram semeadas em janeiro de 2010 e o pomar de lima ácida Tahiti implantado

no mês de março desse mesmo ano. As avaliações realizadas foram massa da parte aérea das

braquiárias seca (MS); taxa de decomposição; composição química (macronutrientes) do solo

na linha e entrelinha do pomar e folhas da lima ácida Tahiti; teor de clorofila (folhas) e

produtivo nas plantas de lima ácida Tahiti. A UD produz maiores valores de MS, na entrelinha

do pomar além da decomposição da palhada ser mais lenta, enquanto que a UR é mais rica em

P e K, proporcionou um aumento no teor desses nutrientes no solo (linha) e de N nas folhas da

limeira ácida Tahiti. O uso de RE proporciona maior deposição de MS das braquiárias na linha

de plantio dos citros, incrementando teor foliar de P e K do solo da linha de plantio,

proporcionando aumento da produtividade da lima ácida Tahiti. Conclui-se dessa forma, que a

combinação de diferentes métodos de manejo de plantas de cobertura, como o uso de roçadeira

ecológica na entrelinha, que proporciona grande deposição de palhada (mulching) e a aplicação

de glifosato na linha é uma alternativa sustentável para incrementar produtividade da lima ácida

Tahiti.

Palavras-chave: roçadeira, braquiárias, taxa de decomposição, nutrição, glifosato.

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v

Nutritional status and productivity in a Tahiti lime orchard under different cover crop

managements

SUMMARY

The management of inter-row of citrus orchards, traditionally there has always been the use of

agricultural implements what disaggregate in soil structure, for example, notes and Ploughs

what cause environmental damage and economic for producer. This practice can be replaced

by a combination of different management methods such as the use of mowing between the

rows of citrus groves and the application of herbicides in row with a more sustainable

alternative that seeks greater longevity of the orchards. Thus the aim of the study was to evaluate

different management between the lines aiming at sustainability in citrus production, and test

installed in 2010, using the sub-plot subdivided in design of randomized blocks with six

replications. In this experiment, the plots were composed of two types of brachiarias: Urochloa

decumbens and U. ruziziensis; the sub plots of two types of mowers: conventional and

ecological; and the sub sub plots: the application and absence of glyphosate in the crop row.

Brachiaria species were sown in January 2010 and the Tahiti acid lime orchard implemented in

March of that year. The evaluations were dry mass of the brachiarias; decomposition rate;

chemical composition (macronutrients) in the soil row and leading the orchard and leaves of

Tahiti acid lime; chlorophyll content (leaves) and productivity in Tahiti acid lime orchard. It

follows that UD produces higher dry matter values of aerial part (MS) in the orchard spacing.

The UR presents in its composition high levels of P and K and provided an increase these

nutrient in soil and in N foliar in the leaves of acid lime Tahiti. The use of ecological mowing

(RE) provides greater deposition of MS brachiarias in the row, in addition to increasing the leaf

content of P and K in soil and Mg in leaves, providing an increase in the productivity of acid

lime Tahiti. It is concluded that the different combination methods of management of cover

crops, as the use of ecological mowing between the rows, which provides great deposition of

mulching and glyphosate application on line and a sustainable alternative to increase

productivity of acid lime Tahiti.

Keywords: mowing, brachiarias, decomposition rate, nutrition, glyphosate.

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1. INTRODUÇÃO

A produção brasileira de citros tem grande destaque no cenário internacional

sendo o país, o segundo maior produtor mundial, com aproximadamente 19,7 milhões de

toneladas (t), abaixo apenas da China, porém é o maior produtor de laranja com 17,5

mihões t. Especificamente na produção de limões e lima ácidas o país ocupou a 5º posição

em 2015 com aproximadamente 1,7 milhões de t (FAO, 2015).

Apesar de o Brasil apresentar elevada produção no contexto mundial, nossa

produtividade média é baixa, na ordem de 23,9 t ha-1 de lima ácida Tahiti, sendo o 13º

entre todos os países produtores. Vários fatores podem estar atuando desfavorecendo a

produção e um deles pode ser o manejo empregado de maneira incorreta no campo.

O manejo da entrelinha dos pomares de citros tradicionalmente sempre foi

realizado com a utilização de implementos agrícolas que desagregam a estrutura do solo,

como por exemplo, grades e arados. Esse tipo de manejo não traz benefícios ao produtor,

pelo contrário traz consigo implicações ruins para o solo e para cultura, gerando perdas

de partículas por desestruturação de seus agregados, compactação, exposição a altas

temperaturas, lixiviação de nutrientes, menor infiltração água no solo e o corte das raízes

dos citros e isso resulta em prejuízo econômico para o produtor (CARVALHO et al.,

2005).

Esse manejo adotado pelos produtores não é compatível com as novas ideias de

manejo sustentável do solo, que visa além do ganho econômico por parte do produtor, a

manutenção mais longínqua da sua atividade e preservação ambiental desta área. Novos

tipos de manejo podem ser adotados para a conservação do solo da entrelinha, além da

possibilidade de utilização de vegetação espontânea presente nela, que pode ser

aproveitada no sistema produtivo para o benefício da cultura, com baixo custo e grande

impacto econômico e social, se tratando assim de uma alternativa sustentável para

citricultura paulista.

Sendo assim, citricultores têm optado por manejar essa vegetação intercalar dos

pomares, com uso de roçadeira lateral tipo ecológico que lança toda massa vegetal da

entrelinha para a linha de cultivo sob a copa das plantas de citros. Esse material vegetal

alocado na linha de plantio traz consigo todo nutriente absorvido no perfil do solo da

entrelinha e pode posteriormente ser liberado para as plantas cítricas. Além disso, essa

cobertura vegetal melhora a estrutura do solo, evita degradação prematura do pomar,

permite uma maior infiltração de água para a cultura e diminuição da utilização de

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defensivos agrícolas como por exemplo, herbicidas, pois o mulching formado contribui

para o controle das plantas daninhas.

Outros métodos de controle são utilizados para o manejo da entrelinha do pomar

visando o controle de plantas daninhas, um deles é o controle químico, através da

utilização de herbicidas. Geralmente são realizadas 3 a 4 aplicações no ano na linha e

entrelinha do pomar, sendo o glifosato o ingrediente ativo mais utilizado (MATHEIS et

al, 2006).

O manejo de plantas daninhas na entrelinha e linha de plantio Tahiti proporciona

maior longevidade maior do pomar, pois evita a interferência e competição por nutrientes

e água com a cultura, além de algumas espécies acarretarem prejuízos ao introduzir no

ambiente compostos químicos por exudação radicular que interferem no desenvolvimento

do pomar (VICTORIA FILHO, 2004)

A combinação de diferentes métodos de manejo para a entrelinha do pomar, como

o uso de roçadeira lateral, que proporciona grande deposição de palhada (mulching) e a

aplicação de herbicidas na linha é uma alternativa sustentável para uma longevidade

maior e mais produtiva dos pomares paulistas.

Assim, tem-se como hipótese do presente trabalho, que o manejo com roçadeira

ecológica juntamente com a utilização de herbicida proporciona bom desenvolvimento

produtivo à lima ácida Tahiti, em função das melhorias dos atributos do solo.

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3

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar diferentes manejos de cobertura vegetal do pomar, visando sustentabilidade

da produção de lima ácida Tahiti.

2.2 Objetivos Específicos

(i) quantificar fitomassa, determinar taxa de decomposição e ciclagem de

nutrientes das palhadas de duas braquiárias (tempo de 1/2 vida);

(ii) determinar composição química do solo (linha e entrelinha) e das folhas da

lima ácida Tahiti e das braquiárias;

(iii) avaliar o desenvolvimento produtivo da lima ácida Tahiti nos diferentes

manejos propostos.

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4

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Lima ácida Tahiti (Citrus latifólia Tanaka )

A lima ácida Tahiti é uma planta pertencente à família Rutaceae, do gênero Citrus

e espécie Citrus latifolia (Yu. Tanaka) Tanaka (LORENZI et al., 2006). Apresenta

diversas denominações em outras partes do mundo, como limon Persa no México, Bearss

lime na Califórnia e Tahiti lime na Flórida (ROY et al., 1996).

Uma característica peculiar da lima ácida Tahiti é a não existência de variedades,

apresentando apenas clones (PIO et al., 2005). Isso pode ser explicado pelo fato que

dentro do grupo das limas ácidas, o Tahiti apresenta frutos grandes e quase totalmente

desprovido de sementes (WEBBER, 1943 citado por LUCHETTI et al., 2003) resultado

da sua característica de híbrido triploide (3n=27) do qual o pólen não é viável e os frutos

são partenocárpicos.

REECE e CHILDS (1962) descreveram que os parentais da lima ácida Tahiti são

uma lima ácida com semente [C. aurantifolia (Christm) Swingle] e uma cidra (C. máxima

L.) ou limão verdadeiro (C. limon Burm. F.). Caracteriza por ser uma planta de tamanho

médio a grande, arbustiva, com presença de espinhos. A coloração das folhas é um verde

escuro, lanceoladas e com pecíolos alados. As flores são singulares, com uma coloração

branca, dispostas em rácemos terminais curtos (COELHO et al., 1993).

A floração do Tahiti ocorre durante todo ano e seu período de maturação é de

aproximadamente 170 dias, com pico de produção ocorrendo no primeiro semestre de

cada ano. Apresenta frutos ovais, oblongos ou levemente elípticos, com casca fina e cor

verde, chegando a amarela pálida na maturação, pesam de 70 a 100 gramas (LUCHETTI

et al., 2003). A lima ácida Tahiti apresenta precocidade do início da produção, que a partir

do terceiro ano obtêm-se uma produção significativa (COELHO et al., 1993) com

produtividade em geral de 200 kg de frutos por planta, sendo a comercialização e o

consumo in natura o principal mercado seguido do mercado de suco concentrado. Outro

mercado que ele está inserido é o dos óleos industrias aromatizantes, que são extraídos

das suas cascas e tem grande consumo para a produção de perfume (LUCHETTI et al.,

2003).

Os clones mais utilizados pelos produtores do estado de São Paulo, são o IAC-5

(Peruano) e o Quebra-galho (PIO et al., 2005), mas existem outros clones como o

CNPMF-1 e CPNMF-2 que são muito difundidos na região Nordeste (COELHO, 1993).

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5

O IAC-5 foi introduzido no Brasil ainda com o nome de IA-5, proveniente da

Califórnia através do Peru, para o Instituto de Experimentação Agropecuária Centro Sul

que estava localizado no Rio de Janeiro e posteriormente testado na Estação experimental

de Limeira, atual Centro de Citricultura/IAC, na década de 1960, com mais seis clones

onde se concluiu que esse clone era o único não afetado pelo viroide da exocorte, que

ocasiona lesões nas cascas dos troncos das árvores (LUCHETTI et al., 2003). O IAC-5 é

um clone nucelar com boa produtividade, uniformidade de produção, o que não ocorre

com o clone Quebra-galho, é ainda tolerante ao vírus da tristeza (PIO et al., 2005).

3.2 Nutrição Mineral dos citros

Para se obter altas produtividades e bom desenvolvimento do pomar de citros é

necessário fornecer corretamente a quantidade de nutrientes nas diversas fases do ciclo

da cultura, utilizando-se de ferramentas como diagnose visual, análises foliares e solo

(MATTOS Jr et al., 2001). Para que isso possa ocorrer é necessário que a planta absorva

esses nutrientes, o que ocorre primariamente pelas raízes, a isso se acrescenta

característica da rizosfera, como fatores físicos, químicos e biológicos desse solo

(MATTOS Jr. et al., 2005).

A absorção desses nutrientes pelos citros ocorre durante o ano todo, porém o seu

pico é no florescimento e quando há formação de folhas e flores novas (MEDINA et

al.,2008). Uma particularidade dos citros é a concentração foliar de cálcio (Ca) ser maior

que todos outros elementos até mesmo do nitrogênio (N), que em grande parte das

culturas é o que apresenta concentrações mais elevadas (MATTOS et al., 2005).

Mesmo assim o nutriente exigido em maior quantidade pelas plantas cítricas é o

N, sendo um dos nutrientes que ocasionam maiores respostas em produtividade na

cultura. A planta cítrica requer maior quantidades de N antes da floração e maturação dos

frutos. Já o fósforo (P) sua maior exigência ocorre durante o período de floração e

maturação dos frutos, sendo esse período também maior extrator de potássio (K) no solo

(MALAVOLTA & VIOLANTE NETO, 1989).

Durante o desenvolvimento dos citros há mudanças de concentrações entre os

nutrientes, como por exemplo os teores de N e K que diminuem com idade da folha,

enquanto o Ca aumenta (MATTOS Jr. et al., 2005).

Já o total de nutrientes exportados em uma caixa de laranja de 40,8 kg é, em g: N

(76); P (7); K (60); Ca (21); Mg (5); S (6) e em mg B (88); Cl (1000); Cu (48); Fe (264);

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6

Mn (112); Mo (0,32); Zn (36); Na (1740) e Al (304) (Malavolta & Violante Neto, 1989).

Em lima ácida Tahiti 30 toneladas de frutos exportam em média 30 kg de N e 29,1 kg de

K (MATTOS Jr et al., 2003).

O N é um dos elementos químicos de maior consumo e exportação pela planta, na

grande maioria das culturas (RAIJ, 2011). A absorção deste nutriente ocorre na forma de

amônio (NH4+) e nitrato (NO3

-) (EPSTEIN &BLOOM, 2006) sendo que após sua

absorção este elemento é reduzido a forma amoniacal e combinado as cadeias orgânicas,

formando ácidos glutâmicos que darão origem aos aminoácidos (RAIJ, 2011).

A absorção de N pelos citros aumenta gradativamente quando se inicia a

primavera e seu pico ocorre no verão onde há o florescimento em temperaturas mais

elevadas, sendo menores relativamente nos meses mais frios onde a planta entra em seu

repouso vegetativo (MATTOS Jr et al., 2005). Este nutriente no interior da planta

participa de elementos estruturais de proteínas, nucleotídeos, lipídeos e de alguns

sacarídeos, e podem servir de elementos regulatórios onde os íons nitrato e amônio

regulam vários processos de reações metabólicas (KERBAUY, 2008). No metabolismo

dos citros pode estar envolvido diretamente sobre a área foliar, morfologia das folhas,

eficiência fotossintética e fixação de frutos (MATTOS Jr., et al. 2005).

O N participa da regulação da taxa fotossintética, consequentemente controlando

assim, a quantidade de fotoassimilados produzidos (KATO, 1986) além da influência na

síntese de biomassa (LEA-COX et al., 2001) e na produtividade das plantas de citros

(ALVA & PALMASIVAN, 1998). A lima ácida Tahiti apresenta produções satisfatórias

quando o teor deste nutriente foliar atinge 20 mg kg-1 (CAMPBELL e ORTH, 1968), 22

mg kg-1 (QUAGGIO et al, 2005). O N também influencia características do fruto como

coloração, espessura da casca e porcentagem de ácido (RODRIGUEZ, 1992).

Se sabe, que em solos pobres em P, comumente encontrados no Brasil

(QUAGGIO, 1996), doses corretas aplicadas aumentam a sua concentração podendo

resultar em maior produção das plantas de citros (QUAGGIO et al., 2005). Segundo RAIJ

(2011) este elemento é absorvido do solo preferencialmente na forma do ânion H2PO4-,

sendo um nutriente muito adsorvido pelos coloides do solo resultando em um baixo

aproveitamento quando aplicado via solo.

O P é um elemento que faz parte da estrutura de nucleotídeos e fosfolipídios,

participa na transferência de energia nas formas de ATP, PPi, NADPH e regulador da via

de fosforilação e defosforilação de enzimas (KERBAUY, 2008). Segundo

MALAVOLTA &VIOLANTE NETTO (1989) o P participa de muitos compostos

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orgânicos essências para as plantas como ésteres de carboidratos, fosfolipídios e

coenzimas.

O P pode influenciar positivamente nas características dos frutos como coloração

e quantidade de suco e negativamente, quando em excesso, a acidez do fruto e espessura

da casca (RODRIGUEZ, 1992). Diferentemente do que ocorre no solo, o P apresenta

grande mobilidade dentro da planta ocorrendo rapidamente a transferência dos tecidos

velhos para os meristemas em caso de deficiência (AUGUSTI, 2003). Assim os sintomas

de deficiência ocorrem nas folhas mais velhas, com manchas de coloração tipicamente

arroxeadas ocasionadas pelo acúmulo de antocianinas, menor expansão foliar e atraso na

iniciação floral (KERBAUY, 2008).

Pomares com deficiência de P crescem mais lentamente, as folhas são maiores,

apresentam coloração bronzeada na ponta e margens e caem prematuramente. Os citros

são plantas que têm grande necessidade de P, sendo em diferentes quantidades de acordo

com as espécies de copa e porta-enxertos utilizados (QUAGGIO et al., 2005).

O potássio é um elemento absorvido cátion K+ proveniente de sais inorgânicos e

ácidos orgânicos que estão na solução do solo (AUGUSTI, 2003). As funções deste

nutriente dentro da planta são diversas, se destacando o papel de ativador de reações

enzimáticas e manutenção da turgidez celular, não fazendo parte de nenhuma parte

estrutural da planta e composto especifico (RAIJ, 2011).

Segundo KERBAUY (2008) o K além de ser um regulador osmótico na planta

participando das relações hídricas como por exemplo, movimento estomáticos, pode

participar de processos como alongamento celular, ativação de enzimas, síntese de

proteínas, fotossíntese e transporte de carboidratos pelo floema.

O excesso de K influencia negativamente sobre as características de ratio do suco

(sólidos solúveis/acidez) e porcentagem de suco dos frutos de citros, além de diminuir a

sua qualidade e o tamanho (AUGUSTI, 2003). Já seus efeitos positivos são o aumento do

tamanho, coloração, espessura da casca e diminuição porcentagem de acidez no suco do

fruto cítrico (RODRIGUEZ, 1991).

Por ser um cátion de grande mobilidade na planta a deficiência deste nutriente é

geralmente observada nas folhas mais velhas que apresentam quando em deficiências

acentuadas bordas secas (KERBAUY, 2008). Quando há deficiência em um pomar em

produção de citros pode ocorrer frutos pequenos, casca fina e lisa e maturação precoce,

além disso se esta deficiência for aguda pode resultar em amarelecimento anormal do

pedúnculo e consequentemente queda dos frutos (QUAGGIO et al., 2005).

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O excesso de K pode gerar desbalanço nutricional nos citros principalmente com

os nutrientes Ca e Mg, ocasionando um déficit na produção (MATTOS Jr et al., 2005).

Esse excesso pode ser notado visualmente através da redução da folhagem dando um

aspecto vazado a planta. Essa queda prematura de folhas é decorrente da deficiência de

Ca (QUAGGIO et al., 2005). Em estudo realizado por QUAGGIO (1991), o autor

observou que a saturação por base e a relação Ca/K correlacionava melhor com a

concentração de Ca foliar, se comparada ao próprio Ca que estava na solução do solo.

O Ca é um macronutriente que está associado a todas estruturas das plantas, além

de ser o único elemento mineral juntamente com o B que o sítio de ação está fora do

citoplasma, estando situado no apoplasto (AUSGUSTIN, 2003).

Segundo KERBAUY (2008) esse elemento faz parte da estrutura da parede

celular, participa da homeostase iônica e mensageiro fundamental para as sinalizações

celulares. O Ca pode influenciar o desenvolvimento das raízes, aumento da resistência a

pragas e doenças e fixação de frutos após a florada (MALAVOLTA, 1987)

Por ser um elemento que não se movimenta pelo floema, a deficiência desse

nutriente ocorre nas folhas mais novas que se tornam deformadas e cloróticas e o

meristema sofre uma redução do seu crescimento (RAIJ, 2011). Segundo MATTOS Jr.

et al., (2003) o fornecimento deste nutriente na época da primavera, pode aumentar

fixação de frutos e a qualidade dos mesmos, como por exemplo, coloração da casca e

resistência ao transporte, no caso específico do fruto da lima ácida Tahiti.

O Mg é um elemento que se movimenta facilmente dentro da planta, assim como

no interior da célula, sendo encontrado na forma iônica no vacúolo e em pequena

concentração é encontrado na lamela média (CASTRO et al., 2005). Este nutriente

desempenha vários papéis importantes no metabolismo da planta, como regulação de

numerosas reações enzimáticas, facilita a união dos ribossomos na síntese proteica, além

de ser o átomo central da molécula de clorofila (AUGUSTI, 2003).

Por ser altamente móvel no floema, na sua ausência, sintomas de deficiência

manifestam-se em folhas mais velhas, formando áreas cloróticas internervais

(KERBAUY, 2008).

3.3 Manejo do solo na citricultura brasileira

O sistema de preparo de solo realizado pela citricultura brasileira, até a década de

1990, consistia em um sistema convencional de preparo, o qual se caracterizava pela

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mobilização intensa do mesmo com a utilização de grades e arados, com revolvimento da

camada superficial e incorporação total dos restos culturais (CARVALHO et al., 1991).

Com isso, desencadearam-se processos erosivos em áreas citrícolas decorrentes

do uso indiscriminado de grades e disposição inadequada da cultura dentro do talhão. O

preparo mecânico do solo, seja ele primário e/ou secundário, expõem a superfície do solo

a efeitos danosos proporcionados pelo impacto das gotas das chuvas tropicais, que resulta

no desprendimento das partículas do solo (CORÁ et al., 2005; COOPER, 2009)

A falta de drenagem do solo e os ferimentos ocasionados pelos implementos

agrícolas podem criar um ambiente ideal para o ataque de doenças como gomose dos

citros (Phytophthora nicotianae) e outras podridões no sistema radicular que podem

causar a morte da planta (KOLLER et al., 1982). O efeito desse processo erosivo na

cultura pode ser danoso, pois retiram as condições necessárias para um bom

desenvolvimento radicular da cultura, impedindo seu crescimento, diminuindo a absorção

de água e nutrientes pela planta (VITTI, 1992).

O manejo inadequado da superfície do solo através de utilização de insumos

agrícolas e trafico de maquinas, em primeira instância ocasiona queda na produtividade

dos citros podendo diminuir muito a longevidade do pomar (NIENOW, 2006).

O uso de implementos como arados, grade e subsoladores em pomares já

estabelecidos com mais de quatro anos se torna inadequado, pois pode ocasionar danos

ao sistema radicular desequilibrando a relação com o volume de copa, podendo ocorrer

maior disseminação de doenças e danos a parte física, química e biológica do solo

(NIENOW, 2006).

O controle de plantas daninhas na entrelinha de um pomar de citros apresenta um

maior potencial de degradação das propriedades físicas do solo se realizado sem um

prévio planejamento (CORÁ et al., 2005). Todavia há ocorrência de pomares que o

manejo do mato na entrelinha ainda é realizado através de gradagens, geralmente no

período chuvoso variando de três a quatro vezes e de uma a duas no período seco (CORÁ

et al., 2005). A persistência deste sistema pode estar ligado ao custo de produção gerado

pela utilização deste implemento em detrimento a utilização de herbicidas, que é menor

(TERSI, 2001).

Uma opção utilizada no manejo de plantas invasora é o uso de roçadeira, com a

função de realizar corte das plantas invasoras que ocupam a entrelinha e distribui e massa

vegetal no próprio local ou até mesmo embaixo do dossel da planta, na linha de plantio

(CORÁ et al., 2005). Isso resulta melhorias nas qualidades físicas e químicas do solo,

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além de menor competição dos citros com as plantas invasoras (MEDINA & SILVA,

2003).

3.4 Manejo da entrelinha com roçadeira ecológica (RE)

O manejo de plantas de cobertura e cultivos intercalares, na entrelinha de pomares

de citros, pode ser realizada utilizando-se da roçadeira enleiradora lateral, denominada

comercialmente como roçadeira ‘ecológica’ capaz de cortar a vegetação intercalar e

distribuí-la simultaneamente sobre a linha da cultura, formando-se uma camada de

cobertura morta sob a copa das plantas cítricas (CORÁ et al., 2005).

O manejo da entrelinha do pomar, com RE, acarreta melhorias no solo do pomar,

pois a linha dos citros ficará coberta por resíduos vegetais, resultando na decomposição

da palhada da vegetação intercalar (AZEVEDO, 2013). Essa melhoria está associada à

maior infiltração de água na profundidade de 0-20 cm do solo, principalmente devido a

proteção feita pela cobertura vegetal do material alocado na linha de plantio (SOARES et

al., 2002).

SOARES et al., (2002), relatam que há maior resistência de penetração no solo,

da linha dos citros, no tratamento com roçadeira convencional (RC), não observado na

entrelinha, em detrimento ao efeito que RE proporciona à entrelinha, retirando toda a

massa vegetal, que é então projetada para linha. No caso da RC a massa roçada é mantida

na entrelinha.

A manutenção da vegetação na entrelinha ou linha de plantio, proporciona

melhora nas características físico-químicas do solo devido acréscimos de matéria

orgânica no solo (FIDALSKI et al., 2007). Segundo ROSSÊTO (2007) essa massa vegetal

projetada pela roçadeira ecológica na linha de plantio reduz significativamente a

ocorrência de pinta preta dos citros [(Phyllosticta citricarpa (McAlpine) (Guignardia

citricarpa Kiely)], nos frutos, por dificultar a propagação do fungo no pomar, além de

acarretar aumento de produtividade na cultura dos citros.

A massa vegetal alocada na linha de plantio pela RE proporciona um aporte e

ciclagem de nutrientes para as plantas de citros, como resultado da decomposição dos

resíduos vegetais, ocorre a mineralização dos nutrientes e consequente liberação destes

para as plantas de citros (AZEVEDO et al, 2015). A RE, proporciona incremento de

nutrientes, na linha de plantio dos citros, devido ao aporte e mineralização da matéria

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orgânica, além de diminuir perda de água e aumentar a atividade microbiana do solo

(MEDINA & SILVA, 2003)

A utilização de RE no cultivo de laranja Pêra proporcionou um incremento de

produtividade, se comparada com o manejo da RC (AZEVEDO et al., 2012). MATHEIS

(2008) realizou um estudo comparando a RE e a RC, além de trabalhar com quatro tipos

de cobertura vegetal diferentes, concluiu que a utilização desta biomassa retirada da

entrelinha diminui a competição com plantas daninhas na linha de plantio dos citros.

Outra conclusão que o autor chegou foi que houve mudança no comportamento químico

do solo na linha de plantio, onde verificou-se alterações no pH, matéria orgânica, Mg, P

e Ca.

A introdução de uma espécie vegetal na entrelinha do pomar é necessária, para

que ocorra uma homogeneização das épocas de roçagem, para que todas ás plantas

atinjam seu ponto de florescimento e o equipamento realize o corte e lance toda a

biomassa vegetal sob a projeção da planta onde haverá ciclagem de nutriente (YAMADA

et al.,2000).

3.5 Cobertura vegetal e ciclagem de nutrientes no solo

O manejo de cobertura vegetal pode ser umas das ferramentas utilizadas para

minimizar a degradação do solo, permitindo uma renovação constante de nutrientes e

evitando a sua exaustão (PRIMAVESI, 2006). Nesse contexto, a adubação verde vem

sendo utilizada há anos como uma das práticas agrícolas de manejo de solo na agricultura

brasileira (MIYASAKA, 1984), embora a pesquisa indique seu efeito favorável na

produção agrícola, ainda continua restrita a um número reduzido de citricultores. Não se

restringe unicamente a uma espécie, apesar da utilização de espécies leguminosas

(Fabaceae) ser maior, há outras espécies, como por exemplo as gramíneas – Poaceae

(MATHEIS et al., 2006).

O emprego de diferentes espécies de famílias botânicas, nativas ou introduzidas,

que cobrem o terreno em períodos de tempo ou durante todo ano, são importantes, pois

têm como efeitos: a proteção do solo contra a erosão; adição de C e N; ciclagem de

nutrientes, melhoria da qualidade estrutural do solo, aumento da produção e

produtividade das culturas (SILVA et al., 1999).

A cobertura vegetal pode promover a ciclagem de nutrientes que estavam em

camadas mais profundas do perfil do solo através de suas raízes e devolver a superfície,

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onde poderá ser reaproveitado pela cultura dos citros (FAVERO & JUCKSCH, 2000). A

maior utilização das espécies leguminosas como cobertura vegetal deve-se ao seu sistema

radicular bastante ramificado e profundo, a grande quantidade de massa produzida por

unidade de área, sua riqueza em elementos minerais, capacidade de mobilização dos

nutrientes do solo e, principalmente, da possibilidade de aproveitamento do N

atmosférico (MAVAVOLTA, 1967).

Para manejo correto de plantas de coberturas deve-se levar em consideração as

suas estruturas vegetativas não conflitantes (raízes e parte aérea), características

fisiológicas complementares, período de máxima exigência por fatores de produção não

coincidentes e compatibilidade sanitária entre as espécies envolvidas, além de plena

adaptação à região (FANCELI, 1987).

BREMER NETO et al. (2008) verificou que laranjeiras cuja vegetação intercalar

era composta pelo consórcio de Urochloa ruziziensis e estilosantes [Stylosanthes

guianensis (Aubl.) Sw)] na entrelinha e cobertura morta na linha, apresentaram maior

produção de frutos em relação às plantas mantidas com vegetação intercalar de amendoim

forrageiro (Arachis pintoi Krapov. & WC Greg.).

Com base em inúmeras pesquisas realizadas com plantas de cobertura, vem se

intensificando a utilização de gramíneas (Poaceae) como cobertura vegetal, tais como

milheto, aveias preta e branca, centeio e principalmente braquiárias, objetivando a

melhoria da estrutura do solo, incorporação de matéria orgânica e supressão de patógenos

(FANCELLI, 2009).

A espécie implantada na entrelinha deve ser criteriosamente escolhida tanto

quanto ao porte e o hábito de crescimento, evitando sombreamento e interferência direta

por competição ou efeito alelopático sobre a cultura principal, como a alelopatia causada

pela Urochloa decumbens (UD), espécie amplamente utilizada e encontrada em pomares

de citros (DURIGAN & TIMOSSI, 2002). Uma possível alternativa ou substituição para

UD pode ser o emprego da Urochloa ruziziensis (UR) que de acordo com MARTINELLI

et al. (2013), não interfere no desenvolvimento vegetativo e produtivo da lima ácida

Tahiti.

A UD apresenta elevada produção de biomassa, 9 a 11 toneladas de matéria seca

por hectare em quatro cortes (SOARES FILHO, 1994). Outra espécie de braquiária que

pode ser utilizada como cobertura vegetal é a UR, sendo ela muito produtiva em áreas

tropicais onde há uma maior quantidade de chuva, mais promove um menor recobrimento

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do solo se comparado com outros tipos de braquiárias, produzindo segundo MENEZES

et al., (2009) 8,5 t ha-1.

A UD pode afetar diversas fases do ciclo do nitrogênio, por atuar nas ligações

entre o N fixado e o livre, além da matéria orgânica (RICE, 1984 citado por SOUZA et

al., 2006). SOUZA et al., (1997) verificou em estudo que com a incorporação da UD no

solo houve uma acentuada redução na concentração de N na solução do solo em uma área

com limão Cravo (Citrus limonia).

Assim pode haver redução na velocidade de crescimento de plantas pela UD,

resultante da inibição do processo de nitrificação pela matéria seca e também substâncias

tóxicas ou aleloquímicas que são liberadas durante a decomposição de sua massa seca

(SOUZA et al., 2006). Segundo FIDALSKI et al., (2010) a utilização de braquiária

brizantha na entrelinha de um pomar de laranja Pêra, e seu manejo na linha de plantio

provocou o aumento de água disponível para as plantas.

A alocação de fora do pomar de material vegetal para cobrir o solo é uma

alternativa inviável economicamente, questão já relatada por HOGUE & NEILSEN

(1987), assim o manejo da entrelinha com plantas que produzam muita massa vegetal é

uma alternativa viável para a citricultura de um modo geral (FIDALSKI et al., 2009).

Segundo BERALDO et al. (2007) a média de produção de matéria seca produzida pela

braquiária brizantha está por volta de 5 t ha-1, sendo uma quantidade expressiva quando

se compara com a biomassa produzida por leguminosas.

Em estudo realizado por FIDALSKI et al., (2008) trabalhando na entrelinha de

um pomar de laranja Pêra a gramínea “batatais” (Paspalum notatum) e a leguminosa

amendoim forrageiro (Arachis pintoi), o autor observou que houve um incremento de

água disponível, para a laranjeira, na entrelinha coberta pela gramínea.

FAVARIN et al., (2015) trabalhando com as UD e UR na entrelinha de café,

obteve um aumento de 49% de umidade do solo resultante da biomassa deixada pelas

plantas. Além disso essa biomassa deixada pela braquiária pode liberar elevadas taxas de

nitrogênio para o solo podendo ser reaproveitado pela cultura (PEDROSA, 2013), além

de benefícios físico, químicos e biológicos e que pode ser vantajoso para o produtor

(CANTARELLA, 2010).

A associação da biomassa depositada pelas braquiárias e os microrganismos do

solo resultam em uma decomposição lenta e gradual dos resíduos liberando compostos

orgânicos do solo que estimula a formação de novos agregados (SIX et al., 2002). Essa

decomposição e liberação de nutrientes da matéria seca das plantas no solo é determinada

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pelas características dos materiais, como por exemplo teor de nitrogênio, carbono

orgânico, lignina e polifenóis (HEAL et al., 1997)

Assim quanto mais alto for o teor de lignina e da relação entre carbono e N, mais

demorada será a decomposição do material e liberação dos nutrientes (FLOSS, 2000). Há

plantas que apresentam decomposição rápida por apresentar um menor teor de lignina e

uma relação C/N menor que 25, como é o caso das leguminosas, já outras apresentam

uma relação C/N maior que 25 e um teor maior de lignina estas apresentam a

decomposição mais lenta, por exemplo as braquiárias se encaixando neste caso (WIEDER

& LANG, 1982).

Segundo Souza et al., (1999) a relação C/N da UD gira em torno de 32,5

apresentando assim uma decomposição e liberação dos nutrientes mais lenta se

comparada com uma planta leguminosa. FAVARIN et al., (2015) descrevem que a

deposição de materiais com relação C/N maiores que 33:1 resulta em uma imobilização

do N incorporado a massa microbiana do solo. Para a decomposição completa do material

vegetal ocorre dois processos, o primeiro físico que é realizado principalmente pela

mesofauna e o segundo químico realizado por enzimas extracelualares que são absorvidas

e oxidadas por microrganismos (PEIXOTO, 1997).

A UD é caracterizada como uma gramínea perene, estolonífera, de hábito de

crescimento semi-ereto a prostrado. Pode alcançar de 30 a 100 cm de altura. Suas raízes

são fortes e duras, com presença de pequenos rizomas (OLIVEIRA, 2006). GOEDERT

et al. (1988), relatou que a UD pode alcançar uma produtividade anual entre 5 a 12 t/ha

de matéria seca.

3.6 Controle químico de plantas daninhas no citros

O manejo de plantas daninhas na cultura dos citros consiste em métodos de

controle preventivo, cultural, mecânico, biológico e químico (VICTORIA FILHO, 1998).

GELMINI et al (1998) relatam que para o controle químico de plantas daninhas na cultura

dos citros os grupos químicos disponíveis são bipirilidios, derivados de aminoácidos,

derivados de glicina, derivados de ureia, dinitroanilidas oxazalidinas, propionamidas,

trazinas e uracilas.

O manejo de plantas daninhas nos pomares a utilização do ghyphosate é frequente

no início da implantação do pomar, com aplicação em área total e depois em jato dirigido

sobre a linha de plantio (GALLI e MONTEZUMA, 2005). Com a grande utilização deste

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herbicida glifosato a pressão de seleção de biótipos resistentes é muito alta nas áreas

citrícolas (CHRISTOFFOLETI et al., 2009).

Uma das mais importantes características do glifosato é sua rápida translocação

das folhas da planta tratada para as raízes, rizomas e meristemas apicais. Esta propriedade

sistêmica resulta na destruição total de plantas invasoras perenes de difíceis controle, tais

como o picão preto - Bidens pilosa (YAMADA e CASTRO, 2007).

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Local, delineamento e condução do ensaio

O experimento foi conduzido em uma propriedade rural comercial localizada no

município de Mogi Mirim/SP. Inicialmente realizou-se semeadura a lanço (10 kg

sementes ha-1), em janeiro de 2010, de duas espécies de braquiárias, Urochloa decumbens

(UD) e U. ruziziensis (UR), em uma área de 1 ha por espécie. Após o estabelecimento das

mesmas, realizou-se, em março de 2010, a implantação das plantas de lima ácida Tahiti

[Citrus latifolia (Yu. Tanaka) Tanaka], enxertadas sobre citrumelo Swingle [Citrus

paradisi Macf. × Poncirus trifoliata (L.) Raf.], em espaçamento de 7,0 x 4,0m.

Dados médios mensais da temperatura (máxima e mínima) e precipitação pluvial,

do período experimental, foram obtidos junto à Estação Meteorológica da UFSCAR

campus Araras, que está próximo da área experimental (Figura 1).

Figura 1. Temperaturas máximas e mínimas e precipitação pluvial média durante o

período experimental (Araras/SP, 2013-2016).

O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualisados no esquema de

parcela sub-subdividida (Tabela 1), com quatro repetições, onde na parcela foram

alocadas as espécies de braquiária (A): U. ruziziensis (UR) e U. decumbens (UD); na

subparcela, as roçadeiras laterais (B): ecológica (RE) com seis facas, largura de corte =

2,60 m, e convencional (RC) com quatro facas, largura de corte = 2,60 m; e, a sub

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subparcela, aplicação de herbicida na linha (C): aplicação de glyphosate e sem aplicação

de glyphosate. Cada parcela foi constituída de três linhas com oito plantas de lima ácida

Tahiti e somente as quatro centrais foram consideradas para fins de avaliação.

Tabela 1 – Delineamento experimental utilizado no experimento em um pomar de lima

ácida Tahiti.

As braquiárias foram roçadas, por três vezes, entre outubro e março de cada safra

(2013/2014 e 2014/2015), coincidindo com o máximo desenvolvimento da vegetação

intercalar. O manejo de pragas e doenças foi realizado em todas as parcelas, nas duas

safras, com aplicações de inseticidas e fungicidas, respectivamente. Aplicaram-se 300 g

e 400 g de N e K20, por planta, nas safras 2013/2014 e 2014/2015, respectivamente e 150

g de P205, por planta, em dose única (julho/2014). Além disso, em julho de 2014 a área

experimental recebeu 2 t ha-1 de calcário dolomítico. Em 2010, logo após a instalação do

experimento foi realizado análise física e química do solo, para ter um parâmetro de

comparação para os resultados posteriores (Tabelas 2 e 3).

Tabela 2 - Atributos físicos do solo da área experimental

Areia (%) Limo

(%) Argila Densidade Porosidade Classe

Sub-

classe

Grossa Fina (Silte) (%) Aparente Real (%)

63 15 16 6 1,11 2,53 56,1 Limo

areno

Fino

areno

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Tabela 3. Atributos químicos do solo da área experimental.

M.O. pH P K Ca Mg H+Al SB CTC V%

g dm-3 CaCl2 mg

dm-3 -------------------(mmolc dm-3)----------------------- %

23 5,7 41 1,3 42 11 12 54,3 66,3 82

4.2 Avaliações

4.2.1 Fitomassa seca da parte aérea das braquiárias

As avaliações se iniciaram com a roçagem das parcelas, nas datas descritas acima,

com RC, que mantém a fitomassa roçada na entrelinha (Figura 2 - A) e RE que lança toda

fitomassa para baixo das copas das plantas de citros (Figura 2 - B). Nas mesmas datas,

avaliou-se a fitomassa da parte aérea das braquiárias (Figura 3 - A), ainda verde: na

entrelinha (antes de roçar – utilizando-se de roçadeira costal) e linha (projeção da copa –

Figura 3 - B), amostrando-se quatro pontos por parcela com um gabarito (0,25 m²),

totalizando 1 m². Após avaliação das massas verdes em balança de precisão foram

separadas quatro sub-amostras, em sacos de papel, novamente pesadas (massa verde) e

estas foram mantidas em estufa (60ºC) até atingir massa constante. Em seguida, foram

avaliadas as massas secas obteve assim, a massa da parte aérea das braquiárias seca (MS)

projetada em toneladas ha-1.

Três aplicações de glyphosate (1920 g i.a. ha-1) foram realizadas na safra

2013/2014 e 2014/2015, sempre um dia antes das roçagens, para não interferir na

Figura 2. Roçadeira convencional (A); Roçadeira ecológica (B); massa de braquiária

projetada sob a copa dos citros.

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absorção deste pelas plantas. As aplicações foram realizadas utilizando-se de bomba

manual (20L), com volume de calda de 200 L ha-1.

4.2.2 Decomposição da massa de matéria seca e liberação de nutrientes da parte

aérea das duas espécies de braquiárias

Trinta gramas de massa da matéria seca, de cada espécie de braquiária, foram

acondicionadas em bags de tela de nylon, usando o método litter bag adaptada da

metodologia de Bocock & Gilbert (1987) e alocados na superfície do solo para realizar

as avaliações de decomposição da palhada (Figura 4) e N, P e K.

Aos 0, 15, 30, 45, 60 dias após a instalação do experimento, quatro amostras de

cada braquiária foram retiradas, secas em estufa à temperatura de 60 ±3 °C até alcançar

massa constante, sendo então pesadas para determinar a taxa de decomposição da

palhada. Essas mesmas amostras foram encaminhadas ao laboratório de Fertilidade do

IAC, para determinação dos teores de nutrientes, de acordo com os métodos de

BATAGLIA et al., (1983).

Determinou-se, então, o tempo de meia vida (T ½) da biomassa e o teor de N, P e

K, na massa remanescente, ou seja, o tempo necessário para perder metade da biomassa

e liberar metade dos nutrientes presentes no tempo inicial, pelo modelo matemático, T

½= Ln 0,5 k-1, onde k é derivado de cada equação de regressão, obtida do ajuste do modelo

aos dados de decomposição e liberação de nutrientes. O ensaio foi instalado no mês de

novembro de 2015.

Figura 3. Roçagem massa vegetal na entrelinha com roçadeira manual (A), e

amostragem na linha de plantio após roçagem (B).

A B

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20

Figura 4. Telas de nylon protegendo amostras de bráquiárias sob a copa de lima ácida

Tahiti no experimento de decomposição da palhada e liberação de nutrientes.

4.2.3 Análise química do solo e folhas de Tahiti e leitura SPAD

Com a utilização de trado do tipo ‘holandês’, coletaram-se amostras de solo na

camada de 0-20 cm de profundidade em maio de 2014 (QUAGGIO et., 2011), para a

determinação dos teores de P, K, Ca, e Mg utilizando-se os métodos descritos por Raij et

al. (2001), sendo retiradas oito amostras por parcela (linha e entrelinha).

Para a avaliação do estado nutricional das plantas, foram coletadas amostras de

folhas em ramos frutíferos (QUAGGIO et al., 2010), em abril de 2014 e 2015, para

determinação da concentração total de macronutrientes, de acordo com metodologia

proposta por BATAGLIA et al. (1983), sendo amostradas quatro plantas parcela-1 e quatro

folhas planta-1. Medidas indiretas de clorofila foram realizadas com do aparelho portátil

SPAD-502 (Minolta Corporation LTDA, Japão), nas mesmas folhas coletadas para a

diagnose foliar, realizando-se duas análises por folha.

4.2.4 Atributos produtivos da lima ácida Tahiti

Foram realizadas avaliações de produtividade nas safras 2013/2014 e 2014/2015,

no primeiro e segundo semestres, colhendo-se todos os frutos maduros da parcela,

pesando-os e posteriormente calculando-se a produtividade (t ha-1).

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21

4.3 Análise estatísticas

Os dados médios obtidos nas avaliações foram submetidos à análise de variância

e posterior teste de comparação de médias (Tukey – 5 e 1%) utilizando o software

Assistat.

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22

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Fitomassa da parte aérea das braquiárias

Não houve diferenças para os valores de massa seca (MS) da parte aérea das duas

braquiárias, na linha de plantio dos citros. Por outro lado, maiores valores de MS de UD

foi encontrado, nas duas safras avaliadas, na entrelinha (Tabela 4). Isso pode ser

decorrente da capacidade da UD se adaptar a um estresse hídrico maior, pois apresenta

mecanismos de adaptação a seca, como por exemplo, diminuição do crescimento

vegetativo para menor perda de água por transpiração, além de ser uma planta mais

competitiva (GUENNI et al., 2002). Alta produção de matéria seca de UD (6,4 t ha-1),

em 90 dias, na entrelinha de pomar de citros, também é relatada por DAMASCENO

(2013). ALVIM et al., (1990) trabalhando com a UR, sem adubação observou produção

de 6 t ha-1, já quando a gramínea (Poacea) foi adubada com nitrogênio sua produção

chegou a 11 t ha-1.

Tabela 4. Fitomassa da parte aérea, massa seca (MS), das diferentes braquiárias, na

entrelinha e projeção da copa das plantas de Tahiti (linha) nos diferentes tratamentos,

acumulativo de três roçagens.

MS - Entrelinha MS Linha

Tratamentos 13/14 14/15 13/14 14/15

------------------------------t ha-1------------------------------

Vegetação (A) ** ** NS NS

U. ruziziensis 7,1 b1 5,0 b 1,8 a 1,5 a

U. decumbens 8,5 a 6,5 a 2,2 a 2,2 a

Roçadeira (B) ** ** ** **

Roçadeira ecológica 6,9 b 4,6 b 3,6 a 3,2 a

Roçadeira convencional 8,8 a 6,2 a 0,4 b 0,4 b

(A)x(B) NS NS NS NS

Manejo do mato (C) ** ** NS NS

Sem glyphosate 9,0 a 6,4 a 2,3 a 2,5 a

Com glyphosate 6,8 b 4,8 b 1,7 a 1,2 a

(A)x(C) NS NS NS NS

(B)x(C) NS NS NS NS

(A)x(B)x(C) NS NS NS NS 1médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); NS – não significativo (teste

F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças significativas (F 1 e 5%).

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23

O uso de espécies de braquiárias é destacado em outros trabalhos, como por

exemplo o de RAGOZZO et al., (2006) que também avaliou feijão de porco (Canavalia

ensiformis), guandu-anão (Cajanus cajan), labe-labe (Dilichos lablab) e braquiária como

adubação verde juntamente com a RE em laranja Pêra, concluindo que as espécies com

maior produção de matéria seca foram a Urochloa brizantha e o guando-anão,

respectivamente.

Mesmo as espécies de braquiária pertencerem ao mesmo gênero, essas forrageiras

apresentaram características estruturais diferentes, provavelmente em função das

respostas adaptativas às condições de ambiente e de manejo também diferenciadas, por

isso, justifica-se a produção de MS diferenciada por elas (BAUER et al, 2011).

A UR é uma boa opção para o plantio intercalar; não concorre com as plantas de

citros se comparada a UD. No período da seca, a UR não concorre por água, pois desidrata

e seca antes dos citros sofrerem qualquer estresse hídrico (SANCHES, 1998),

diferentemente da UD.

Há redução na produção de MS pelas duas forrageiras, com o passar dos anos,

provavelmente devido ao crescimento das plantas de citros, causando sombreamento da

entrelinha, acarretando competição por luz, água e nutrientes (Tabela 4). Em experimento

realizado por SCHEREINEIR (1987), o autor estudou a interferência do sombreamento

no crescimento de gramíneas no qual se incluía a UD. No experimento o autor aplicou

quatro graus de sombreamento sobre as gramíneas, sendo eles: 0, 25%, 50% e 80%, onde

verificou-se que no sombreamento de 50% e 80% houve redução de 43% e 78%

respectivamente na produção de MS da braquiária , mostrando o grau de intolerância

desta gramínea ao sombreamento.

Nas parcelas manejadas com RC altos valores de MS são observados na

entrelinha, em detrimento à RE, que acarreta no empobrecimento da entrelinha nesse

caso, pois toda biomassa é alocada para a linha. Por outro lado, a utilização da RE

proporcionou maior acúmulo de MS, na linha dos citros (projeção), nas duas safras

(Tabela 4). Isso ocorreu em decorrência da forma de trabalho desse equipamento agrícola,

que é projetado para fazer uso de técnicas de manejo sustentável, pois possui como

característica principal, lançar os resíduos vegetais (biomassa vegetal), sob as copas das

plantas, proporcionando dessa forma, maior retenção de umidade, redução do uso de

herbicidas e consequentemente maior proteção do solo (CORÁ et al., 2005).

ROSSÊTTO (2009) trabalhando com diferentes adubos verdes de inverno e

roçadeiras obteve resultados, com o uso da ecológica, semelhantes ao desse trabalho,

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24

computando o dobro da massa verde (na linha), em comparação ao uso da roçadeira

convencional na entrelinha dos citros, evidenciando a eficiência da RE em projetar os

resíduos vegetais sob a copa das plantas.

A utilização de herbicida reduziu a produção de massa seca na entrelinha de

plantio, devido a ação do herbicida na supressão das plantas daninhas, mas isso não

refletiu na linha (projeção).

5.2 Decomposição da massa matéria seca da palhada e liberação de nutrientes da

parte aérea das duas espécies de braquiárias

Decomposição da palhada

A decomposição da palhada da UD é mais lenta quando comparada à UR, com

tempo necessário para a decomposição de metade de seus resíduos vegetais, tempo de

meia vida, de 49,5 e 40,7 dias, respectivamente (Tabela 5 e Figura 5). Em dados

apresentados por TORRES et al., (2005), o autor verificou que o tempo de meia vida de

decomposição de outra braquiária, a Urochloa brizantha, variou de 50 a 62 dias.

Tabela 5. Equações das estimativas da decomposição da massa seca com as respectivas

constantes de decomposição (k) em função do tempo (t) de decomposição e tempo de

meia vida (T½) das braquiárias.

Espécies

t

(dias)

Equação k T½ R2

U. decumbens 60 y = 30,93e-0,014x -0,014 49,5 R² = 0,96

U. ruziziensis 60 y = 31,84e-0,017x -0,017 40,7 R²= 0,97

O tempo de decomposição da braquiária é um pouco longo se comparado a outras

plantas de coberturas, como por exemplo, ervilhaca (Vicia sativa L.) cujo o tempo de

meia vida em condições climáticas da região sul foram de 11 respectivamente (AITA &

GIACOMINI, 2003), e assim a decomposição e liberação dos nutrientes ocorre a longo

prazo. LEITE et al., (2010) trabalhando com milheto (Pennisetum glaucum L. R. Br) e

braquiária (Urochloa brizantha cv. Marandu) juntas e solteiras, observou que a braquiária

foi a planta com maior resistência a decomposição em condições climáticas do norte do

Brasil.

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25

Figura 5. Decomposição da palhada de Urochloa decumbens e Urochloa ruziziensis

durante 60 dias.

COSTA et al., (2014) trabalhando com palhada de UR obteve valores de matéria

seca de 4 t ha-1 produzidos na entressafra com manutenção de 60% desta palhada após

120 dias. No presente trabalho, a decomposição foi mais rápida e em menos de 50 dias

metade da palhada, em ambas as braquiárias (Tabela 5), já foi decomposta, fato que pode

ser decorrente da situação climática distinta dos locais de estudo. O índice pluviométrico

pode ter influenciado na maior velocidade de decomposição do material, nas condições

de Mogi Mirim/SP. CERETTA et. al. (2002) destacam que a elevada produção de

resíduos e maiores tempos de meia vida, constitui uma alternativa para proteção do solo,

mantendo os resíduos vegetais sobre o mesmo por maior tempo.

Um dos fatores que determinam o tempo de meia-vida de um material vegetal é a

relação C/N, que pode variar em função das características das espécies vegetais, da época

de manejo das espécies (mais novas, ou, mais velhas) e das condições de fertilidade do

solo. Além, disso as diferenças observadas no tempo de decomposição e mineralização

dos resíduos vegetais também podem ser influenciadas pelas condições climáticas locais,

principalmente precipitação e temperatura.

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26

Liberação de nutrientes

O N apresentou tempo meia vida de 86,6 e 99,0 dias para as espécies UR e UD,

respectivamente (Tabela 6 e Figura 6 A). Em estudo realizado por LEITE et al., (2010)

onde avaliaram a dinâmica da palhada de braquiária, braquiária + milho e milheto sobre

o solo, os autores observaram que a palhada de braquiária liberou mais nitrogênio para o

solo e foi o tratamento com maior concentração de N total remanescente.

O tempo de meia vida do N de resíduos de U. brizantha, verificado em Uberaba-

MG foi de 60 dias (TORRES et al., 2005); para a UD verificou-se o tempo de meia vida

de 131 dias, em condições climáticas do Rio de Janeiro (GAMA-RODRIGUES et al.,

2007). Vale ressaltar que a relação C/N dos materiais avaliados foi diferente, a U.

brizantha apresentou relação C/N de 16,1 (TORRES et al., 2005); e a UD de 31 (GAMA-

RODRIGUES et al., 2007), o que influenciou na decomposição do material vegetal.

PACHECO et al. (2011) estudando a relação C/N da espécie de cobertura UR, U.

brizantha, Pennisetum glaucum, Cajanus Cajan verificou que a UR, das plantas de

coberturas estudadas no trabalho foi a que apresentou menor relação C/N, obtendo aos 75

dias uma relação de 23 considerada baixa para uma gramínea, cujo a relação da

concentração de C e N em sua constituição costuma apresentar valores mais elevados

(PERIN et al., 2004).

A composição química dos resíduos vegetais da parte aérea das braquiárias pode

justificar o maior teor de nitrogênio foliar nas plantas de lima ácida Tahiti, que recebeu

massa de MS da UD (vide Tabela 7).

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Tabela 6. Equações das estimativas da mineralização do nitrogênio, fósforo e potássio

com as respectivas constantes de decomposição (k) em função do tempo (t) de

decomposição e tempo de meia vida (T½) das braquiárias.

Espécies T Equação k T½ R2

--------------------------------------Nitrogênio---------------------------------------

U. decumbens 60 y=21,269e-0,008x -0,008 86,6 0,945

U. ruziziensis 60 y = 23,214e-0,007x -0,007 99,0 0,903

----------------------------------------Fósforo-------------------------------------------

U. decumbens 60 y = 2,3799e-0,008x -0,008 86,6 0,895

U. ruziziensis

60 y = 3,6724e-0,011x -0,013 63,0

0,919

---------------------------------------Potássio----------------------------------------

U. decumbens 60 y = 15,822e-0,048x -0,048 14,4 0,950

U. ruziziensis 60 y = 29,708e-0,049x -0,049 14,1 0,939

Já a liberação do K foi muito rápida (Tabela 6 e Figura 6 C); com o tempo de

meia-vida de 14,4 e 14,1, para UR e UD, respectivamente; indicando que a lixiviação foi

um dos principais mecanismos de transferência de K para o solo, esse fato está

relacionado a maior velocidade de liberação desse nutriente, em relação aos demais em

estudo. Tal situação deve-se ao fato de o K ser um elemento que não está associado a

nenhum componente estrutural do tecido vegetal, e encontrar-se na forma iônica

(MEURER, 2006).

O tempo de liberação de metade do P presente inicialmente nos resíduos vegetais

foram de 86,6 e 63,0 dias para RUZ E DEC, respectivamente (Tabela 6 e Figura 6 B),

mais lento que o K, devido ao P fazer parte da estrutura de nucleotídeos e fosfolipídios,

participar na transferência de energia (ATP, PPi, NADPH) e regulador da via de

fosforilação e defosforilação de enzimas (KERBAUY, 2008).

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Figura 6. Liberação de nitrogênio (A), potássio (B) e fósforo (C) da matéria seca da parte

aérea, de U. decumbens e U. ruziziensis, até 60 dias após instalação do ensaio.

C

B

A

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A UR e a UD poderão liberar para a linha de plantio dos citros, o equivalente a 36

e 50 kg de N ha-1, contido na palhada produzida na safra 2014/2015, o que representa,

respectivamente, 20% e 36% do N necessário, num ano, para as plantas de citros com 4-

5 anos de idade, como as do presente ensaio. A composição química dos resíduos vegetais

da parte aérea das braquiárias pode justificar um maior teor de nitrogênio foliar nas

plantas de lima ácida Tahiti, na qual a linha recebeu massa de MS da UD (Tabela 7).

A quantidade de nutrientes alocados para a linha de plantio através da massa verde

distribuída pela RE são significativas, sendo 73-100% do K20 e 35% do P205, necessários,

num ano, para as plantas de citros com 4-5 anos de idade, como as do presente ensaio.

Entre as duas braquiárias a quantidade de K2O resultou em grande diferença, sendo que

a UR apresentou grande quantidade de K na sua composição química (Figura 6), nota-se

que mesmo a UD produzindo uma quantidade de MS maior (Tabela 4) não presentou

grande diferenças no aporte de nutrientes em relação a RUZ (Tabela 7).

Tabela 7. Quantidade de N, P2O5 e K2O presentes na massa de matéria seca das

braquiárias, na linha de plantio da lima ácida Tahiti.

2013/14 2014/15

U. decumbens U. ruziziensis U. decumbens U. ruziziensis

-----------------------------------------kg ha-1------------------------------------------

N 49 44 49 36

K2O 53 87 53 72

P2O5 12,5 16 12,5 14

MARASKA et al., (2011) observou resultado distinto do encontrado pelo

trabalho, no qual a composição da UR apresentou maior quantidade de N em sua

constituição com valores de 180 kg, 10 kg e 105 kg para N, P e K, respectivamente num

total de 10 t de massa matéria seca. Isso pode ser decorrente da forma de manejo que o

autor utilizou, onde trabalhando com o sistema barreirão, a gramínea recebeu adubação

que sucedeu a cultura do milho (recebem altas doses de N na adubação).

ROSA et al. (1997) trabalhando com as mesmas braquiárias, observaram valores

de P, entre 1,9 a 2,6 mg kg-1, na fitomassa da parte aérea de Urochloa decumbens e 1,6 a

2,7 mg Kg-1 em UR; com relação ao K observaram valores entre 7,3 e 13,2 mg Kg-1.

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5.3 Análise química do solo e folhas e leitura SPAD

Nitrogênio

Os teores de N observados nas folhas de lima ácida Tahiti são níveis bons se

comparado com o intervalo (18 - 22 g kg-1) considerado adequado para a cultura

(QUAGGIO et al., 2005). Sendo que, o maior valor foi encontrado nas plantas do

tratamento com UD (Tabela 8), provavelmente por esta aportar maior quantidade de

fitomassa (vide Tabela 4), por consequência, maior ciclagem desse nutriente no pomar.

Pedrosa (2013) verificou redução de 50% da necessidade de aplicação de N com a

utilização de resíduos vegetais de Urochloa brizantha na entrelinha da cultura do café.

Tabela 8. Leitura SPAD-502 e teores de nitrogênio (N) obtidos por análise foliar das

plantas de lima ácida Tahiti.

Causas de variação

2014 2015 Leitura

Spad -502

(2015)

Nitrogênio foliar

------------------g kg-1------------------

Espécie de Braquiária (A) * NS NS

Urochloa ruziziensis 19,6 b1 19,7 a 72,0 a

Urochloa decumbens 22,6 a 20,5 a 70,9 a

Roçadeira (B) NS ** **

Ecológica 21,2 a 20,8 a 73,5 a

Convencional 21,0 a 19,4 b 69,4 b

(A)x(B) NS * NS

Utilização de herbicida (C) NS NS **

Sem glyphosate 20,6 a 19,7 a 68,7 b

Com glyphosate 21,6 a 20,6 a 74,2 a

(A)x(C) NS NS NS

(B)x(C) NS NS NS

(A)x(B)x(C) NS NS NS

¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS: não significativo

(teste F); * diferença significativa (teste F – 5%); ** diferença significativa (teste F – 1%).

A concentração de N foi maior nas folhas das plantas de Tahiti, nos tratamentos

que utilizaram a RE (2015), evidenciando os benefícios da manutenção do mulching na

linha de plantio dos citros. OLIVEIRA et al. (2016) trabalhando com manejo de plantas

daninhas em um pomar de maça, utilizando os seguintes tratamentos: (T1) sem manejo

de plantas daninhas; (T2) dessecação das plantas daninhas na linha de plantio; (T3)

roçagem na linha de plantio e (T4) roçagem na linha e entrelinha do pomar, observaram

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bAaB

aA

aB

5

10

15

20

25

RE RC

N f

oli

ar

(g k

g-1

)

UR UD

que o tratamento com roçagem na linha de plantio, portanto manutenção do mulching

nesse local, proporcionou maior teor de N foliar às plantas de maça, corroborando com

os resultados do presente trabalho.

Pela leitura do Spad-502 o tratamento com a roçadeira ecológica também foi

superior ao convencional, essa relação entre a concentração de N foliar e as medidas

fornecidas pelo SPAD-502 são positivamente correlacionadas pelo fato de 50 a 70% do

N total das folhas ser integrantes de enzimas que estão no cloroplasto, como por exemplo

a rubisco (ARGENTA et al., 2001).

A UD, quando manejada com RE, proporcionou alto teor de N foliar para a lima

ácida Tahiti, no ano de 2015 (Figura 8). A concentração de N nas folhas das braquiárias

é muito próxima, 22,5 e 24,6 g kg-1 (Figura 6 A), porém, na safra 2014/2015, ficou

depositado na linha de plantio dos citros, 0,7 t ha-1 a mais de biomassa seca de UD (Tabela

4), consequentemente, liberando mais N para o sistema, nesse tratamento.

Figura 7. Teores de nitrogênio foliar em plantas de lima ácida Tahiti submetidas a

tratamentos com roçadeiras e braquiárias (2015). Médias seguidas de mesma letra não

diferem entre si (Tukey 5%), maiúsculas entre os tipos de roçadeiras, minúsculas entre as

espécies de Urochloa (dentro de cada interação); RE: roçadeira ecológica; RC: roçadeira

convencional; UR: Urochloa ruziziensis UD: U. decumbens.

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Esses dados demonstram que toda biomassa projetada para linha de plantio dos

citros, pela RE, está beneficiando o solo e consequentemente a cultura, já a RC não há o

aporte dessa massa verde para beneficiar a linha de plantio.

Pedrosa (2013) observou que o consorcio de braquiária com plantas de café e a

utilização da RE resultou em menor perda de N por lixiviação e maior reaproveitamento

deste nutriente.

As forrageiras apresentam elevada capacidade de ciclagem de N do solo, dados

publicados por VITTI e HEIRINCHS (2007) relatam que 17 t ha-1 de MS de forrageira

por ano pode liberar para o solo até 289 kg ha-1 de N. Apesar da UR apresentar uma

constituição de nutrientes menor nas suas folhas, se comparada a uma planta leguminosa,

BREMMER NETO et al., (2008) verificou que não houve alterações químicas

significativas quando esta gramínea estava em consorcio com amendoim-forrageiro

(Arachi pintoi) e estilosantes (Stylosantes capitata), na entrelinha de citros.

Apesar de não haver diferença significativa nos teores de N, a leitura Spad-502 do

tratamento que receberam aplicação de herbicida foi maior, provavelmente pela menor

competição de plantas daninhas com as plantas cítricas. As plantas daninhas estão entre

os fatores bióticos que podem interferir diretamente com as plantas cultivas,

principalmente por competir por recursos essenciais, como os nutrientes (SILVA et al.,

1999).

Potássio

Os teores de K no solo da entrelinha, foram maiores nos tratamentos com RC

(Tabela 9), evidenciando o efeito extrativo do uso contínuo da RE que projeta toda

fitomassa produzida na entrelinha para linha dos citros. O inverso se observa na linha das

plantas de lima ácida Tahiti, onde maiores teores de K são observados no tratamento com

a RE. No entanto, as análises foliares revelaram diferença nos teores de K, apenas em

2015, isso pode ser decorrente pela dinâmica deste nutriente no solo, onde sua

mineralização da MS é muito rápida, como demonstrado no experimento de

decomposição e liberação de nutriente (Tabela 6 e Figura 6 C), e sua lixiviação no perfil

do solo ocorre intensamente não sendo todo aproveitado pela cultura (Tabela 9).

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33

Tabela 9. Teores de potássio no solo, da linha e entrelinha (Entrel.), e folhas das plantas

de lima ácida Tahiti.

Tratamentos

Pótassio

2014 2015

Linha Entrel. Foliar Linha Entrel. Foliar

-------mmolcdm-3------- g kg-1 ------mmolcdm-3------ g kg-1

Vegetação (A) NS NS NS * NS NS

U. ruziziensis 3,2 a¹ 1,4 a 19,1 a 2,2 a 1,2 a 11,0 a

U. decumbens 2,6 a 1,1 a 17,3 a 1,5 b 0,7 a 10,3 b

Roçadeira (B) ** * NS NS ** NS

Ecológica 3,8 a 0,7 b 18,3 a 2,0 a 0,6 b 10,1 b

Convencional 1,9 b 1,8 a 18,1 a 1,7 a 1,3 a 11,3 a

(A)x(B) ** NS NS NS NS *

Manejo do mato (C) ** NS NS NS * **

Sem glyphosate 3,4 a 1,3 a 18,9 a 2,0 a 1,0 a 12,7 a

Com glyphosate 2,4 b 1,2 a 17, 4 a 1,7 a 1,0 a 8,6 b

(A)x(C) NS NS NS NS NS NS

(B)x(C) NS NS NS NS NS NS

(A)x(B)x(C) NS NS NS NS NS NS

¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS: não significativo

(teste F); * diferença significativa (teste F – 5%); ** diferença significativa (teste F – 1%).

Na avaliação de 2014 o tratamento com a RE apresentou maiores valores de

potássio no solo (linha) se comparado com a RC, resultado que não se repetiu na avaliação

de 2015. Isso pode ser explicado pela grande exportação de K pelos frutos produzidos na

RE (colheita, 2015), refletindo em menores teores foliares nas plantas deste tratamento.

NEVES e DECHEN (2011) e PROEBSTING (1952) citado por MATHEIS (2011)

avaliando coberturas vegetais por 10 e 20 anos respectivamente, não obtiveram alteração

nos teores de nutrientes do solo exceto o aumento da matéria orgânica, evidenciando a

dificuldade em se identificar alteração no solo, mas ambos os trabalhos não trabalharam

com a RE.

O tratamento que recebeu a biomassa da UR apresentou maior concentração de

potássio no solo (linha - 2014), quando comparado com a UD, fato esse explicado pela

maior concentração deste nutriente na constituição desta planta, chegando a ser dobro da

encontrada na UD (Figura 6 C).

Nos tratamentos com RC não houve diferenças entre as duas espécies de

braquiárias, quanto ao teor de potássio, no solo, da linha de plantio de lima ácida Tahiti

(Figura 8A). Houve um aumento no teor de K foliar quando se utilizou a UD juntamente

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34

com a roçadeira convencional (Figura 8B).

Figura 8. Teores de potássio foliar e no solo da linha de plantio em um pomar de lima

ácida Tahiti submetidas a tratamentos com roçadeiras e braquiárias (Mogi Mirim/SP, A-

2014 e B-2015). Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si (Tukey 5%),

maiúsculas entre os tipos de roçadeiras, minúsculas entre as espécies de Urochloa (dentro

de cada interação); RE: roçadeira ecológica; RC: roçadeira convencional; UR: Urochloa

ruziziensis UD: U. decumbens.

Ragozzo (2005) trabalhando com as plantas de coberturas feijão de porco (FP)

(Canavalia ensiformis DC), labe-labe (LL) (Dolichus lablab L.), feijão-guandu-anão

aA

aB

bA

aB

0

2

4

6

RE RC

K-

solo

, li

nh

a

(mm

ol c

dm

-3)

aAaA

bB

aA

3

6

9

12

RE RC

K f

oli

ar

(g k

g-1

)

UR UD

A

B

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35

(GA) (Cajanus cajan L. Millsp) e braquiária brizantha (Urochloa brizantha Hochst ex A.

Rich. Stapf) na entrelinha de citros e utilizando a RE não verificou mudanças nos teores

de potássio no solo na linha de plantio diferindo dos resultados apresentados (Figura 8).

Esse fato pode ser decorrente da baixa fertilidade do solo estudado pelo autor, sendo

necessário um aporte maior de K para que pudesse observar diferença, já no presente

estudo, os níveis iniciais de K eram satisfatórios (Tabela 3).

Fósforo

O tratamento com a UR, aumentou o teor de P no solo, na linha de plantio dos

citros, em 2015 (Tabela 10). Esse dado pode ser explicado pela constituição de nutrientes

da espécie e a porcentagem da sua decomposição para o solo (Figura 6 B). Em 2014 houve

diferença entre a RE e a RC na linha de plantio de citros, dado que não se repetiu na

avaliação de 2015 (Tabela 10), mesmo assim os teores de P obtidos no trabalho estão em

quantidades altas e considerados adequados (QUAGGIO et al., 2005).

Tabela 10. Teor de Fósforo obtidos por análise de solo e foliar de das plantas de lima

ácida Tahiti.

Tratamento

Fósforo

2014 2015

Linha Entrel. Foliar Linha Entrel. Foliar

---------mg dm-3 -------- g kg-1 ---------mg dm-3 --------- g kg-1

Vegetação (A) NS NS NS ** NS NS

U. ruziziensis 28,2 a1 7,2 a 1,4 a 39,6 a 22,6 a 1,7 a

U. decumbens 20,2 a 8,3 a 1,2 a 20,5 b 30,0 a 1,6 a

Roçadeira (B) ** NS NS NS NS NS

Ecológica 31,3 a 6,8 a 1,3 a 30,0 a 22,9 a 1,6 a

Convencional 17,1 b 8,7 a 1,2 a 30,1 a 29,8 a 1,7 a

(A)x(B) * NS NS NS NS NS

Manejo do mato (C) NS NS NS ** NS **

Sem glyphosate 25,2 a 8,5 a 1,3 a 30,5 a 26,9 a 1,9 a

Com glyphosate 23,2 a 7,0 a 1,2 a 29,5 a 25,8 a 1,4 b

(A)x(C) NS NS NS NS NS NS

(B)x(C) NS NS NS NS NS NS

(A)x(B)x(C) NS NS NS NS NS NS

¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS: não

significativo (teste F); * diferença significativa (teste F – 5%); ** diferença significativa (teste F

– 1%).

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36

Os teores de P foliares das plantas nas avaliações foram adequados para a lima

ácida Tahiti, esses teores variaram de 1,22 a 1,44 g kg-1 na avalição de 2014 e apresentou

um leve aumento na avaliação de 2015 com 1,71 e 1,63 g.kg-1, segundo Quaggio et., al

(2005) esses valores devem estar na faixa de 1,2-1,6 g kg-1.

As espécies de braquiárias diferiram no teor de P na linha de plantio, apenas

quando se utilizou a RE, onde a UR aumentou o teor deste nutriente. Já em ambas as

espécies de braquiárias, a utilização da RE resultou em um maior teor de P no solo na

safra de 2014 (Figura 9).

Figura 9. Teores de fósforo no solo da linha de plantio de um pomar de lima ácida Tahiti

submetidas a tratamentos com roçadeiras e braquiárias. Médias seguidas de mesma letra

não diferem entre si (Tukey 5%), maiúsculas entre os tipos de roçadeiras, minúsculas

entre as espécies de Urochloa (dentro de cada interação); RE: roçadeira ecológica; RC:

roçadeira convencional; UR: Urochloa ruziziensis UD: U. decumbens.

Cálcio

Não houve diferença entre os tratamentos em relação ao teor de cálcio, tanto no

solo como nas folhas. Houve um aumento abrupto deste elemento tanto no solo como nas

folhas da lima ácida Tahiti na avaliação de 2014 para a avaliação de 2015 (Tabela 11).

Isso pode ser explicado pela aplicação de calcário em área total (2014) que elevou a

concentração desse nutriente no solo, em 2015, e do baixo índice pluviométrico verificado

em 2014 (Figura 1). O Ca é um elemento absorvido por fluxo de massa, sendo necessário

uma quantidade de água no solo para estar disponível para a planta (MALAVOLTA,

aA

aB

bA

aB

0

5

10

15

20

25

30

35

40

RE RC

P-

solo

, li

nh

a

(g d

m-3

)

UR UD

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37

2006).

VICTORIA FILHO (2005) trabalhando com plantas de coberturas na entrelinha

de citros, verificaram apenas alteração do teor deste nutriente no solo no tratamento com

uma leguminosa labe-labe. Houve diferença estatística nos tratamentos que receberam a

aplicação de herbicida, resultado da menor competição das plantas daninhas com as

plantas cítricas.

Tabela 11. Teor de Cálcio obtidos por análise de solo e foliar de das plantas de lima ácida

Tahiti.

Tratamentos

Cálcio

2014 2015

Linha Entrel. Foliar Linha Entrel. Foliar

------mmolc dm-3------- g kg-1 -------mmolc dm-3------- g kg-1

Vegetação (A) NS NS NS NS NS NS

U. ruziziensis 9,4 a1 9,0 a 26,1 a 25,0 a 27,3 a 50,5 a

U. decumbens 8,6 a 8,9 a 21,9 a 25,4 a 24,0 a 48,4 a

Roçadeira (B) NS NS NS NS NS NS

Ecológica 8,5 a 8,8 a 22,8 a 25,9 a 25,5 a 49,1 a

Convencional 9,6 a 9,1 a 24,1 a 24,5 a 25,8 a 49,8 a

(A)x(B) NS NS NS NS NS NS

Manejo do mato (C) NS NS NS * NS **

Sem glyphosate 8,7 a 8,7 a 23,1 a 25,1 a 27,5 a 47,4 b

Com glyphosate 9,4 a 9,2 a 23,9 a 25,2 a 23,8 a 51,6 a

(A)x(C) NS NS NS NS NS NS

(B)x(C) NS NS NS NS NS NS

(A)x(B)x(C) NS NS NS NS NS NS

¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS S: não significativo

(teste F); * diferença significativa (teste F – 5%); ** diferença significativa (teste F – 1%).

Magnésio

Para o magnésio, maiores teores foliares foram encontrados com a utilização da

RE isto pelo efeito da exportação de nutrientes através da MS das braquiárias, como já

citado. O mesmo aumento ocorre quando há utilização de glyphosate, pois, este exerce

controle sobre as plantas daninhas, diminuindo a competição (Tabela 12).

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Tabela 12. Teor de Magnésio obtidos por análise de solo e foliar de das plantas de lima

ácida Tahiti.

Tratamentos

Magnésio

2014 2015

Linha Entrel. Foliar Linha Entrel. Foliar

-------mmolc dm3------- g kg-1 -------mmolc dm3------ g kg-1

Vegetação (A) NS NS NS NS ** NS

U.ruziziensis 4,0 a1 3,2 a 2,1 a 8,7 a 11,0 a 2,8 a

U.decumbens 4,5 a 3,1 a 2,2 a 9,1 a 10,1 b 3,1 a

Roçadeira (B) * NS ** NS NS **

Ecológica 4,8 a 3,2 a 2,3 a 9,3 a 11,6 a 3,4 a

Convencional 3,8 b 3,1 a 1,9 b 8,5 a 9,6 a 2,6 b

(A)x(B) NS NS ** NS NS NS

Manejo do mato (C) NS * * NS NS **

Sem glyphosate 4,4 a 3,0 b 2,0 b 8,8 a 11,3 a 2,5 b

Com glyphosate 4,1 a 3,2 a 2,2 a 9,0 a 9,9 a 3,4 a

(A)x(C) NS NS NS NS NS NS

(B)x(C) NS NS NS NS NS NS

(A)x(B)x(C) NS NS NS NS NS NS

¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS: não significativo

(teste F); * diferença significativa (teste F – 5%); ** diferença significativa (teste F – 1%).

Para as leituras indiretas de clorofila (SPAD), maiores valores foram verificados

nas parcelas com RE, evidenciando que as plantas destes tratamentos estão melhor

nutridas, correlacionado a maiores teores de nutrientes no solo e de Mg foliar (Tabela 12).

Valores mais altos também foram obtidos nas parcelas com glyphosate. Muitos trabalhos

mostram que a leitura do SPAD se correlaciona linearmente com N na folha, não

observado nesse trabalho (dados não demonstrados). No entanto, observa-se correlação

entre as leituras SPAD com o Mg foliar, pois esse é um componente estrutural da

molécula de clorofila, e tem como uma de suas principais funções, atuar no processo de

fotossíntese e respiração (MALAVOLTA, 2006).

O uso da UD incrementou o teor de Mg foliar da lima ácida Tahiti, quando foi

manejada com a RE, não observando diferença entre as espécies de braquiárias na RC. Já

a RE apresentou maior teor de Mg foliar em ambas as espécies de braquiárias, quando

comparada a RC (Figura 10).

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39

Figura 10. Teores de magnésio foliar em plantas de Lima ácida Tahiti submetidas a

tratamentos com roçadeiras e braquiárias (2015). Médias seguidas de mesma letra não

diferem entre si (Tukey 5%), maiúsculas entre os tipos de roçadeiras, minúsculas entre as

espécies de Urochloa (dentro de cada interação); RE: roçadeira ecológica; RC: roçadeira

convencional; UR: Urochloa ruziziensis UD: U. decumbens.

Matéria orgânica, CTC e saturação por bases

A capacidade de troca de cátions (CTC) do solo, em 2015, foi maior no tratamento

com a espécie UR, tanto na linha como na entrelinha do experimento (Tabela 13). Essa é

uma característica importante para o solo, pois a CTC, representa a quantidade total de

cátions retidos à superfície desses materiais em condição permutável (Ca2+ Mg2+ K+ H+

Al3+) (ROQUIN, 2010), demonstrando as melhorias na qualidade química no solo deste

tratamento proporcionada por essa braquiária.

bA

aB

aA

aB

0

1

1

2

2

3

3

RE RC

Mg

fo

lia

r (g

kg

-1)

UR UD

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40

Tabela 13. Capacidade de troca catiônica (CTC), matéria orgânica (M.O.) e saturação por bases do solo da entrelinha (E) e linha (L) de

plantio da lima ácida Tahiti.

Tratamento

2014 2015

CTC M.O. V% CTC M.O V%

E L E L E L E L E L E L

mmolc dm-3 g dm-3 % mmolc dm-3 g dm-3 %

Vegetação (A) NS NS ** NS NS ** * ** NS NS **

U. ruziziensis 25,0 a1 31,5 a 12,9 a 14,2 a 45,2 a 57,3 a 60,3 a 74,3 a 15,7 18,1 a 61,6 a 51,2b

U. decumbens 25,4 a 33,6 a 12,0 b 13,5 a 41,1 a 51,3b 49,3b 62,1b 16,5 17,3 a 68,6 a 58,9 a

Roçadeira (B) NS NS * NS NS NS NS NS - NS NS NS

Ecológica 25,9 a 33,3 a 12,9 a 14,5 a 41,2 a 52,3 a 55,8 a 71,8 a 16,5 17,2 a 64,0 a 54,3 a

Convencional 24,5 a 31,8 a 12,0 b 13,2 a 45,1 a 51,3 a 53,8 a 64,6 a 16,1 18,3 a 66,2 a 55,8 a

(A)x(B) N NS NS NS NS NS NS NS - NS NS NS

Manejo do mato (C) * * NS NS NS NS NS NS - NS NS NS

Sem glyphosate 25,8 a 31,6 b 12,2 a 13,5 a 43,5 a 50,3 a 55,7 a 69,7 a 16,8 17,7 a 66,8 a 54,8 a

Com glyphosate 25,2 a 33,5 a 12,7 a 14,2 a 42,8 a 53,3 a 53,9 a 66,7 a 15,8 17,8 a 63,5 a 55,3 a

(A)x(C) NS NS NS NS NS NS NS NS - NS NS NS

(B)x(C) NS NS NS NS NS NS NS NS - NS NS NS

(A)x(B)x(C) NS NS NS NS NS NS NS NS - NS NS NS

¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS: não significativo (teste F); * diferença significativa (teste F – 5%); ** diferença

significativa (teste F – 1%).

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41

Verifica-se diferença no teor de matéria orgânica entre os tratamentos com a RC e RE

apenas na avaliação de 2014 (Tabela 13). PEDROSA (2013) observou incremento no teor de

matéria orgânica no tratamento com braquiária brizantha na entrelinha de plantas de café

utilizando a roçadeira ecológica durante 2 anos de tratamento de 22 mg dm-3 para 27 mg dm-3.

Porem esse aporte decrescente de material vegetal na linha de plantio de citros irá

resultar consequentemente em um aumento de matéria orgânica, dado esse demonstrado por

ROSOLEM (2006) que obteve os benefícios de cobertura vegetal em experimento ao longo do

tempo. Segundo CABRERA (2006) esses resíduos vegetais depositados sobre o solo ao longo

do tempo irão liberar os cátions presentes na sua constituição para a solução do solo e esse

ficara disponível para as plantas.

A saturação de base (V%) apresentou diferença apenas no tipo de braquiária. Nas duas

avaliações (2014 e 2015) a UR apresentou porcentagem maior de saturação de base se

comparado com a UD (Tabela 13). Esses dados demonstram o potencial da UR como uma

planta de cobertura para o manejo da entrelinha de citros e os benefícios da sua biomassa.

RAGOZZO (2013) observou que o tratamento com braquiária apresentou valores médios (51-

70%) porcentagem de saturação de base em dois anos consecutivos manejada na entrelinha de

um pomar de laranja Pera.

5.4 Produtividade da lima ácida Tahiti

A utilização da RE proporcionou maior produtividade (Tabela 14 e figura 11) em

detrimento a RC nos 1º e 2º semestres de 2014 e o 1º semestre de 2015. Esses dados estão

condizentes com resultados preliminares desse experimento, quando avaliaram-se

produtividades do 2º e 3º anos (AZEVEDO et al, 2012). O uso de glyphosate proporcionou

maior produção, devido ao controle de plantas daninhas na linha de plantio através deste

herbicida, reduzindo competição por água e nutrientes (Martinelli et al., 2013; Brunetto et al.,

2014).

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Tabela 14. Produtividade da lima ácida Tahiti nos diferentes tratamentos, nos primeiros e

segundos semestres de cada ano.

Causas de variação

Produtividade (t ha-1)

2014 2015

1º sem. 2º sem. 1º sem. 2º sem.

Espécie de Braquiária (A) NS NS NS *

Urochloa ruziziensis 13,8 a¹ 3,7 a 22,1 a 1,2 b

Urochloa decumbens 13,4 a 2,2 b 24,3 a 2,3 a

Tipo de Roçadeira (B) ** * ** *

Ecológica 16,0 a 3,5 a 26,1 a 1,8 a

Convencional 11,2 b 2,4 b 20,2 b 1,8 a

(A)x(B) NS NS NS NS

Utilização de herbicida (C) ** NS ** NS

Sem glyphosate 11,6 b 3,1 a 19,3 b 1,8 a

Com glyphosate 15,6 a 2,8 a 27,1 a 1,7a

(A)x(C) * NS NS NS

(B)x(C) NS NS NS NS

(A)x(B)x(C) NS NS NS NS ¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS: não significativo (teste F);

* diferença significativa (teste F – 5%); ** diferença significativa (teste F – 1%).

Quando se utilizou herbicida a UR resultou em um maior incremento na produção da lima

ácida se comparado a UD, o que não ocorreu sem a presença do herbicida. Já com a utilização

do glyphosate em ambas as espécies de braquiárias resultaram em maior produtividade se

comparada a área que não recebeu o herbicida (Figura 11).

Esses dados enfatizam os benefícios que a RE e o manejo de cobertura da entrelinha

proporcionam para pomar. A cobertura vegetal produzida pela braquiária pode proporcionar

redução na utilização de insumos agrícolas como herbicidas e adubos. Isso ocorre, pois, além

de servir como impedimento físico e apresentar substancias alelopáticas para as plantas

daninhas, essa cobertura pode liberar quantidades consideráveis de nutrientes, como

demonstrado neste trabalho.

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43

Figura 11. Produtividade de Lima ácida Tahiti submetidas a tratamentos com herbicidas e

braquiárias (2014). Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si (Tukey 5%),

maiúsculas entre os tipos de roçadeiras, minúsculas entre as espécies de Urochloa (dentro de

cada interação); SH: sem herbicidas; CH: com herbicida; UR: Urochloa ruziziensis UD|: U.

decumbens.

O uso de braquiárias em conjunto com a RE consiste em uma boa opção para manejo

sustentável em pomares de citros, pois, não há incremento nos custos de produção, visto que a

cobertura é cultivada no próprio sistema produtivo, e que a roçadeira é um equipamento inerente

a qualquer produtor de citros, onde o mesmo pode optar pela ecológica, promovendo assim a

Agricultura de Conservação.

Na literatura há relatos de possível efeito alelopático da UD aos citros. Um exemplo é o

trabalho conduzido por Souza et al. (1997), que constataram uma redução na altura das mudas

enxertadas com limão siciliano (Citrus limon), plantadas em antigas pastagens de UD, fato este

não observado quando as mudas, foram plantadas em antigas pastagens de setária (Setaria

geniculata). Souza et al. (2006) descrevem reduções no tamanho em outras espécies, como

milho, arroz, trigo, soja, feijão e algodão quando cultivadas em solos onde se incorporou

matéria seca de UD. Strobel (2001), por sua vez, relata a existência de aleloquímicos como o

ácido p-cumárico, produzido pelo capim Urochloa humidicola e o ácido aconítico. No entanto,

nesse trabalho não se evidenciou efeitos maléficos da UD sobre o desenvolvimento vegetativo

das plantas de lima ácida Tahiti, até a presente data.

aB

aA

aB

bA

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

SH CH

t h

a-1

UR UD

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44

6 CONCLUSÕES

A produção de massa de matéria seca (MS) é maior quando se utilizada a U. decumbens

como planta de cobertura. Por outro lado, a decomposição da palhada da U. ruziziensis é mais

rápida e, esta apresenta maiores teores de fósforo (P) e potássio (K) na sua composição,

refletindo em maiores teores desses nutrientes no solo da linha de plantio e de nitrogênio (N)

nas folhas do Tahiti.

O manejo com a roçadeira ecológica acarreta maior deposição de MS das plantas de

cobertura, na linha de plantio da lima ácida Tahiti, melhorando a fertilidade do solo neste local,

com aumento nos teores de P e K no solo e magnésio (Mg) e N nas folhas, proporcionando

maior desenvolvimento produtivo da lima ácida Tahiti.

A utilização do herbicida mostrou-se importante no manejo do pomar, por uma provável

competição das plantas daninhas, principalmente quando consorciado com a U. ruziziensis,

acarretando aumento do desenvolvimento produtivo da lima ácida Tahiti.

Page 55: ESTADO NUTRICIONAL E PRODUTIVIDADE DE POMAR DE … · no experimento de decomposição da palhada e liberação de nutrientes ... com aproximadamente 19,7 milhões de toneladas (t),

45

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