nÃo É difÍcil formar um pomar domÉstico

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NÃO É DIFÍCIL FORMAR UM POMAR DOMÉSTICO Observações: - Considerando-se um espaçamento básico de 5 m entre ruas e 4 m entre plantas, com variações para 5 x 8 m e 10 x 8 m, dependendo do porte da espécie; desta forma a marcação e estética do pomar ficam facilitadas. - Sugestões de espaçamento para: bananeira: 4 m entre ruas e 3 m entre covas maracujazeiro: 3 m entre ruas e 4 m entre plantas abacaxizeiros: entre as outras espécies de frutíferas, dentro da rua de plantio a 30- 40 cm uma muda da outra. Carlos Ramirez de Rezende e Silva Professor do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras-UFLA Dentro do contexto de vida moderna, com acentuada concentração de população nos centros urbanos, surgiu um novo tipo de agricultor, nem sempre ligado ao setor, proprietário de sítios, chácaras, áreas de lazer em condomínios. Este, coloca sempre como prioridade, os projetos de paisagismo e de implantação de um pomar doméstico, porém, é comum incorrer em insucessos pela falta de informações técnicas sobre o assunto. Desta forma, antes de se realizar o plantio, deve-se fazer um estudo prévio, no qual considera-se, resumidamente, os tópicos a seguir. Dimensão do pomar Depende do tamanho da propriedade e do volume de produção desejado. Quase sempre, há uma tendência em exagerar no tamanho, ocorrendo ainda desequilíbrio entre espécies e variedades plantadas. No geral, um pomar doméstico bem diversificado poderia ocupar de 3000 m ² (0,3 ha) a 10000 m ² (1,0 ha); não se trata de um padrão, podendo variar para mais ou menos. Em uma mesma área é preferível se ter um menor número de plantas, porém, bem arejadas e com boa insolação. É comum o plantio muito próximo, levando ao sombreamento das plantas, pouca luminosidade e arejamento e, em decorrência, aumento na incidência de doenças, pragas e menor produção. Escolha da área A área deverá apresentar entre outras, as seguintes características: • ser próxima da sede da propriedade • de fácil acesso porém, deve-se evitar a profundidade de estradas principais • com boa insolação, não sujeita a geadas e ventos fortes, preferencialmente com declividade baixa (5% ou menos) • solos bem drenados, sem encharcamento, com boa profundidade; quando possível, evitar solos muito argilosos ou muito arenosos. • em caso de irrigação, verificar a disponibilidade de água. Escolha de espécies e variedades

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Page 1: NÃO É DIFÍCIL FORMAR UM POMAR DOMÉSTICO

NÃO É DIFÍCIL FORMAR UM POMAR DOMÉSTICO

Observações: - Considerando-se um espaçamento básico de 5 m entre ruas e 4 m entre plantas, com variações para 5 x 8 m e 10 x 8 m, dependendo do porte da espécie; desta forma a marcação e estética do pomar ficam facilitadas.- Sugestões de espaçamento para:bananeira: 4 m entre ruas e 3 m entre covasmaracujazeiro: 3 m entre ruas e 4 m entre plantasabacaxizeiros: entre as outras espécies de frutíferas, dentro da rua de plantio a 30-40 cm uma muda da outra.Carlos Ramirez de Rezende e SilvaProfessor do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras-UFLA

Dentro do contexto de vida moderna, com acentuada concentração de população nos centros urbanos, surgiu um novo tipo de agricultor, nem sempre ligado ao setor, proprietário de sítios, chácaras, áreas de lazer em condomínios. Este, coloca sempre como prioridade, os

projetos de paisagismo e de implantação de um pomar doméstico, porém, é comum incorrer em insucessos pela falta de informações técnicas sobre o assunto.

Desta forma, antes de se realizar o plantio, deve-se fazer um estudo prévio, no qual considera-se, resumidamente, os tópicos a seguir.

Dimensão do pomar

Depende do tamanho da propriedade e do volume de produção desejado. Quase sempre, há uma tendência em exagerar no tamanho, ocorrendo ainda desequilíbrio entre espécies e variedades plantadas. No geral, um pomar doméstico bem diversificado poderia ocupar de 3000 m² (0,3 ha) a 10000 m² (1,0 ha); não se trata de um padrão, podendo variar para mais ou menos.

Em uma mesma área é preferível se ter um menor número de plantas, porém, bem arejadas e com boa insolação. É comum o plantio muito próximo, levando ao sombreamento das plantas, pouca luminosidade e arejamento e, em decorrência, aumento na incidência de doenças, pragas e menor produção.

Escolha da área

A área deverá apresentar entre outras, as seguintes características:• ser próxima da sede da propriedade• de fácil acesso porém, deve-se evitar a profundidade de estradas principais• com boa insolação, não sujeita a geadas e ventos fortes, preferencialmente com declividade baixa (5% ou menos)• solos bem drenados, sem encharcamento, com boa profundidade; quando possível, evitar solos muito argilosos ou muito arenosos.• em caso de irrigação, verificar a disponibilidade de água.

Escolha de espécies e variedades

As frutíferas se dividem em tropicais (climas quentes, temperaturas superiores a 22ºC), subtropicais (climas mais amenos) e temperadas (climas frios). Apesar do desenvolvimento de novas técnicas de cultivo e de variedades com adaptação em diferentes condições, deve-se no caso de pomar doméstico, considerar as exigências de cada uma.

Em regiões como o sul de Minas Gerais (clima subtropical a temperado), as laranjeiras, tangerineiras, limoeiros, abacateiros, caquizeiros e pessegueiros, entre outras, produzem bem. Espécies como o mamoeiro, mangueira e maracujazeiro, embora possam produzir em algumas épocas do ano, sofrem prejuízos principalmente em qualidade do fruto.

Aquisição de mudas

Se você pretende ter um pomar que possa produzir bem durante 20 anos ou mais, o passo inicial mais importante se refere à qualidade das mudas. Evite comprar mudas de "ambulantes"; procure junto a técnicos da área endereços de viveiristas registrados e idôneos.

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Cuidados no preparo da terra

Coletar inicialmente uma amostra do solo para ser analisada, verificando-se a necessidade de se aplicar calcário para corrigir a acidez.

O preparo se resume em limpeza, destoca, aração, calagem e gradagens, no caso de se utilizar máquinas agrícolas. Em áreas muito declivosas, ou mesmo quando não se dispõe de máquinas, pode-se simplesmente fazer a limpeza e abertura de covas.

Este é também o momento de se localizar os formigueiros na área ou proximidades, fazendo-se o controle, uma vez que as formigas são as pragas mais nocivas no início de um pomar.

As covas poderão ter 50 x 50 x 50 cm e, os sulcos pelo menos 40 cm de profundidade. A adubação de plantio dependerá da análise do solo, podendo-se recomendar, de uma maneira geral, por cova ou no sulco:

Adubação orgânica:

20 a 30 litros de esterco de curral curtido, ou10 a 15 litros de esterco de galinha curtido, ou20 litros de composto orgânico.

Adubação química:

500 gramas de superfosfato simples150 gramas de cloreto de potássio10 gramas de bórax (ou ácido bórico)10 gramas de sulfato de zinco

Em solos que apresentaram acidez, além da calagem aplicada em área total, pode-se aplicar de 200 a 300 gramas de calcário dolomítico no fundo de cada cova ou sulco.

Dependendo da disponibilidade de tempo e mão de obra, pode-se ter cuidados na disposição dos fertilizantes como mostra o esquema 1. Entretanto em termos práticos poderia se misturar os fertilizantes com a terra e encher a cova ou sulco; o calcário deve ser aplicado sempre no fundo.

Para o maracujazeiro as covas seriam de 30 x 30 x 30 cm e para mamoeiro 50 x 30 x 30 cm, com 3 mudas/cova, utilizando em ambos os casos, apenas a metade da adubação recomendada anteriormente.

Faça o preparo das covas ou sulcos com pelo menos 45 dias de antecedência, colocando logo após o enchimento uma estaca de bambu ou madeira no centro. Os espaçamentos vão depender principalmente do porte da espécie, como por exemplo:

Porte pequeno/médio: 5 a 6 metros entre linhas4 a 5 metros entre plantasPorte alto: 10 a 12 metros entre linhas8 a 10 metros entre plantas

Deve-se procurar facilitar a marcação do pomar através da escolha de um espaçamento básico, em torno do qual se faz as variações necessárias.

Um espaçamento básico de 5 metros entre linhas e 4 metros entre plantas poderá se transformar em 5 x 8 ou 10 x 8, saltando-se uma cova ou uma cova e uma linha.

Nesta fase de preparo da área deve-se verificar a necessidade do plantio de quebra-ventos que poderia ser a bananeira ou plantas como o bambu, calabura, grevílea e outras.

Também os limites do pomar poderiam ser protegidos além da cerca de arame farpado com alguma cerca viva, utilizando o limoeiro trifoliata, sansão do campo, e mesmo ornamentais como o hibíscus.

Cuidados na fase de plantio

Nesta fase deve-se considerar cuidados como:• transporte e maneje as mudas com cuidado, evitando quebrar o torrão, quando possuírem.• as fruteiras tropicais e subtropicais são plantadas no período de chuvas; no caso do sul de Minas Gerais entre dezembro e fevereiro. As fruteiras temperadas (videira, macieira, pessegueiro), principalmente

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quando não têm torrão, são plantadas em julho-agosto.• agrupar as espécies e variedades de acordo com sua classificação (tropicais, subtropicais e temperadas), época de produção e altura da planta; as temperadas devem ficar na parte mais baixa da área. Limoeiros e videiras o mais próximo possível da sede.• posicionamento da muda na cova ou sulco: com raríssimas exceções o plantio das mudas deve ser bem superficial (5 cm acima do nível do solo). No esquema 2 está representado o plantio de mudas em torrão.

• mudas em raiz nua exigem mais cuidados; devem ser plantadas com a cova muito molhada, quase um "barro"; vai enchendo a cova aos poucos, procurando-se distribuir bem as raízes. O plantio também é superficial com o colo da muda ficando a 5 cm acima do nível do solo.• terminada a operação de plantio faz-se uma bacia (80 cm de diâmetro) ao redor da muda, usando a terra do subsolo. Nesta, aplica-se 30 a 40 litros de água e faz-se uma cobertura morta, com capim seco, palha de arroz, bagaço de cana ou outro material disponível. Neste momento poderia-se colocar uma estaca de bambu ou madeira para servir como tutor.• aos 45 e 90 dias pós plantio, fazer as primeiras adubações em cobertura, utilizando-se 50 gramas de sulfato de amônio por planta. Adubar com o solo úmido, colocando o adubo a 40 cm do caule da muda, em círculo.• durante os primeiros seis meses após o plantio pode-se colocar uma cultura intercalar como o feijão entre as ruas; cultura de porte maior como o milho só obedecendo-se 1,5 metros de cada lado da planta.

Tratos culturais

Após o plantio é fundamental a realização de tratos e práticas culturais que visam dar ao pomar uma vida longa, com grande produção e frutos de boa qualidade. De uma maneira geral, os 3 a 4 primeiros anos são considerados de formação. Posteriormente, entraria na fase de produção embora, as mudas enxertadas possam produzir 6 meses após plantadas.

Para a correta execução destas atividades, deve-se ter uma orientação do técnico que deverá traçar um esquema para todo o ano.

Entre as atividades a serem realizadas na condução do pomar, temos:

• irrigação: apesar do plantio em período chuvoso, a ocorrência de veranicos obriga a irrigação uma vez por semana, nos primeiros 45 dias pós-plantio, colocando-se 30 litros de água por muda por vez.• capinas: deve-se manter limpa a rua de plantio ou, fazer o coroamento manual com enxada em torno das plantas (projeção da copa). Entre ruas o mato deve ser roçado ou ceifado. Poderá se utilizar herbicidas desde que se siga as recomendações específicas.• desbrotas: a porção do caule entre o colo da planta situado ao nível do solo até a abertura da copa (40 a 50 cm do solo) deve ser desbrotada periodicamente.• podas: vários tipos de podas são recomendados como as de formação, frutificação e limpeza. Quase sempre são realizadas no período de julho a agosto de cada ano.• desbaste de frutos: nos dois primeiros anos não se deve deixar muitos frutos, ou seja, apenas uma amostra entre 10 e 15 frutos por planta. Algumas variedades, já na fase de produção, necessitam de desbaste ou raleio de frutos, para melhorar o tamanho e a qualidade em geral.• adubação: todos os anos deve-se retirar amostras de solo em duas posições (próximo das plantas e entre ruas), a 0-20 cm de profundidade. Os resultados vão direcionar as adubações incluindo a calagem para o pomar. Estas, são realizadas pelo menos três vezes ao ano, no início, meio e final do período chuvoso.• controle de doenças e pragas: o número de doenças e pragas que atacam as fruteiras é muito grande, necessitando-se fazer vistorias periódicas. O controle só é possível seguindo-se corretamente as orientações técnicas. O aparecimento de doenças e pragas poderá ser reduzido e, como conseqüência reduzir o uso de defensivos se mantiver o pomar limpo e bem adubado.• práticas especiais: um grande número de práticas especiais poderão ser executadas com a finalidade de melhorar a produção e qualidade dos frutos e até mesmo produzir em épocas de entressafra; envolvem ensacamento de frutos, uso de reguladores de crescimento para aumentar o tamanho, forçar brotações e florescimento, etc.

Sugestões de espécies e variedades

Espécies cítricas• Laranjeiras: Parnásia, Campista, Serra D’água (Ilha), Seleta, Baia, Baianinha, Pera Rio, Valência, Lima Verde ou Tardia.• Tangerineiras: Cravo, Ponkan, Dancy• Mexeriqueira: Rio• Tangoreira: Murcote• Limas ácidas (limões): Tahiti e Galego• Limas doces: Lima da Pérsia e de Umbigo

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• Cidreira

Este grupo deve representar 40% da área do pomar, com destaque para as laranjeiras tardias (Pera Rio, Natal e Valência).

Espécies Temperadas e Subtropicais• Pessegueiro: Diamante, Biuti, Talismã, Ouro Mel, Aurora, Tropical, Jóia.• Pereiras: Pera D’água, Smith, Tenra, Triunfo.• Macieiras: Brasil, Rainha, Ana, Gala.• Nespereira: Mizuho e Precoce de Itaquera.• Figueira: Roxo de Valinhos.• Marmeleiro: Portugal.• Ameixeiras: Carmesin, Kelsey Paulista, Gema de Ouro, Centenária e Januária.• Abacateiro: Pollock (B), Geada (B), Simmonds (A) O precoces; Fortuna (A), Collinson (A) e Quintal (B) - meia estação; Ouro Verde (B), Prince (B), Margarida (B) e Wagner (A) - tardias.• Caquizeiros: Fuyu, Taubaté, Rama Forte e Jirô.• Macadâmias: IAC 4-20 e IAC 5-10.• Goiabeiras: IAC-4, Ogawa nº 3, Kumagai, Pedro Sato, Paluma.• Videiras: niagara branca e niagara rosada.

Estas espécies, principalmente as temperadas, devem ser escolhidas de acordo com sua exigência em frio (número de horas com temperaturas de 7,2ºC ou menor); aquelas muito exigentes em frio só se adaptam bem em regiões frias do sul do Brasil. Algumas frutíferas também exigem intercalar mais de uma variedade para que possam produzir bem, como acontece com abacateiros, macieiras e caquizeiro.

Espécies tropicaisAbacaxizeiros: Pérola (mais doce) e Smooth Cayenne ou Caiena ou Liso (mais ácido).• Bananeiras: Prata comum, Prata Anã, Mysore, Nanicão, Marmelo e Terra.• Mamoeiros: Sunrise Solo (papaya ou amazônia) Tainung 1 e 2 (mamão baiano) e tipos comuns (polpa amarela).• Mangueiras: Bourbon, Coração de Boi e Espada - precoces; Haden 2 H e Tommy Atkins, Santa Cruz - meia estação; Keitt, Pavão, Ouro, Ubá - tardias.• Maracujazeiros: Amarelo (suco), Roxo (suco), maracujá-doce (consumo in natura).

Em regiões de clima mais ameno (inverno frio e seco) as espécies tropicais sofrem algumas restrições, aumentando o ciclo, produzindo menos e frutos de pior sabor.

Outras espécies, nativas, subexploradas

De acordo com as preferências, existe uma grande relação de frutíferas neste grupo, que poderão completar o pomar. Muitas são excelentes para a produção de sucos, sorvetes, geléias, doces, etc., como por exemplo: abieiro, acerola, araçazeiro, cabeludinha, cainiteiro, cajá-manga, caramboleira, gravioleira, grumixameira, jabuticabeira, jaqueira, kiwizeiro, lichieira, nogueira pecã, pinha, pitangueira, pitombeira, romãzeira, sapotizeiro, sirigueleira, tamarindeiro, uvaieira.

Sugestões para formação de um pomar

As sugestões a seguir podem ser utilizadas para a formação de um pomar doméstico em área de 5.000 m² (0,5 ha):

Data Edição: 27/12/2004Fonte: Prof. Dr. Carlos Ramirez de Rezende e Silva - UFLA

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Irrigação por gotejamento

por Cleômenes em 25 Mai 2008, 11:06

Para quem deseja viajar ou se ausentar por longo período e não quer deixar suas queridas plantinhas morrerem de sede, aí vai uma dica simples, barata e super eficiente. Usando uma garrafa pet vazia e um equipo de soro fisiológico (custa R$ 1,50 nas farmácias) você pode montar um sistema de irrigação por gotejamento que irá suprir suas pimentas de umidade durante sua ausência. Vamos ao passo a passo:Anexos

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Um abraço alagoano.

Cleômenes Usuário Trinidad Scorpion   Mensagens: 4407 Data de registro: 22 Mar 2006, 02:55 Localização: Maceió - AL

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por Cleômenes em 25 Mai 2008, 11:11

A maior dificuldade está em estabelecer a vazão de água ideal. Dependendo do tipo de substrato, ventos, temperatura ambiente e umidade relativa do ar, a planta vai necessitar de uma maior ou menor quantidade de gotas por minuto. Devo lembrar que a quantidade ideal de água é

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importante para a saúde das plantas, com água demais elas podem desenvolver doenças e morrer, com água de menos elas se desidratarão, podendo entrar em colapso. Em culturas extensivas irrigadas por gotejamento, agrônomos e técnicos agrícolas desenvolvem cálculos baseados nas condições edafoclimáticas (condições de solo e clima) para estabelecer a vazão de gotejamento. Em culturas domésticas, que carecem desses recursos, temos de nos basear em nossas observações e experiência. Para quem nunca usou esse sistema de irrigação, aconselho montar inicialmente o aparato em uma ou duas plantas e, com o tempo, ir observando como elas se comportam em relação ao tipo de substrato, tempo (seco ou úmido) e vazão de água escolhida. Depois, com a experiência acumulada pode-se distribuir as mangueiras entre as plantas, regular o gotejador e viajar despreocupado, sabendo que elas ficarão bem cuidadas. Em condições de tempo boas, uma garrafa pet de dois litros dura tranquilamente durante três dias, se o gotejador for regulado para uma vazão de 8 gotas por minuto. Com essa mesma vazão e usando uma pet com capacidade de 5 litros, dessas usadas para água mineral, consegue-se um tempo de irrigação de 1 semana. Visando facilitar o trabalho de regulagem da vazão, tamanho do recipiente pet e tempo desejado de autonomia da irrigação, segue uma tabela do consumo diário de água de acordo com a vazão escolhida:

VAZÂO.................................CONSUMO LITROS P/DIA.

14gt/min............................................ 1,008L/dia 13gt/min............................................ 0,936L/dia 12gt/min............................................ 0,864L/dia 11gt/min............................................ 0,792L/dia 10 gt/min........................................... 0,720L/dia 09 gt/min........................................... 0,648L/dia 08 gt/min.......................................... 0,576L/dia 07 gt/min........................................... 0,502L/dia

Pode-se também usar um único depósito de água para suprir várias plantas, caso se utilize um garrafão de água mineral de vinte litros colocado em um local alto, como uma escada doméstica, com várias perfurações para o encaixe das mangueiras.Anexos

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Um abraço alagoano.

Cleômenes Usuário Trinidad Scorpion   Mensagens: 4407 Data de registro: 22 Mar 2006, 02:55 Localização: Maceió - AL

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por Cleômenes em 25 Mai 2008, 11:12

Para quem quer montar um sistema definitivo pode-se instalar, em uma parede próxima às plantas, uma caixa de descarga sanitária, dessas externas, de plástico, cujo duto de saída deve ser cortado de modo a ficar exposto um pedaço com 40 cm de comprimento com a extremidade

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vedada, onde serão feitas perfurações laterais para encaixar a quantidade de gotejadores desejada. Essa caixa deverá ser ligada ao sistema hidráulico da casa e terá sua válvula de saída removida, mas sua bóia de entrada deve ser preservada. As mangueiras de saída poderão atingir vasos mais distantes, usando-se mangueiras de aquário adaptadas à saída dos gotejadores.Anexos

Hidroponia em garrafas pet

por Adriana Ribeiro em 08 Dez 2009, 07:55

Olá todos!!Gostaria de mostrar um sistema hidroponico que vi em Alagoas que é o cultivo de pimenta biquinho em garrafas pet. Alem deles reciclarem as garrafas, o sitema é todos de baixo custo e é usado em varios projetos no alto sertão nordestino para a agricultura.É muito interessante.

Quem tiver o interesse de tentar o projeto, eu tenho ele completo e posso mandar um email para quem quiser, ok? Abraços a todos!!Adriana RibeiroAnexos

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Pimenta Biquinho "BOM MESMO É IR À LUTA COM DETERMINAÇÃO, ABRAÇAR A VIDA E VIVER COM PAIXÃO, PERDER COM CLASSE E VIVER COM OUSADIA, POIS O TRIUNFO PERTENCE A QUEM SE ATREVE, E A VIDA É MUITO BELA PARA SER INSIGNIFICANTE." (Charles Chaplin)

Adriana Ribeiro Usuário Jalapeño   Mensagens: 19 Data de registro: 23 Jul 2009, 10:16 Localização: Aracaju-Sergipe

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Re: Hidroponia em garrafas pet

por Adriana Ribeiro em 08 Dez 2009, 08:58

Olha, segue tambem o site da Consuagro Jr em Alagoas, onde fiz o curso e lá tem algumas fotos que dão uma boa ideia para quem gosta de ousar...o substrato usado é a casca de arroz carbonizado e o nutriente é um só para todas as fases da planta.

http://www.consuagrojr.com.br/eventos/hidroponia2.html

Espero ter ajudado, e boa sorte aos aventureiros!!Anexos

Page 23: NÃO É DIFÍCIL FORMAR UM POMAR DOMÉSTICO

manjerição e outros... vejam que o espaço é pequeno e dá pra muita coisa!!! "BOM MESMO É IR À LUTA COM DETERMINAÇÃO, ABRAÇAR A VIDA E VIVER COM PAIXÃO, PERDER COM CLASSE E VIVER COM OUSADIA, POIS O TRIUNFO PERTENCE A QUEM SE ATREVE, E A VIDA É MUITO BELA PARA SER INSIGNIFICANTE." (Charles Chaplin)

Adriana Ribeiro Usuário Jalapeño   Mensagens: 19 Data de registro: 23 Jul 2009, 10:16 Localização: Aracaju-Sergipe

E-mail

Cultivo indoor] Produzindo em Garrafas pet

por guvilla em 17 Jan 2009, 17:43

MICROCULTURA em Garrafa Pet

Recentemente tenho me dedicado à cultura de pimenta.Faço isso somente por hobby, já que moro em apartamento e não possuo grande espaço para o plantio.

De qualquer forma, tenho testado técnicas para melhorar a produção de minhas pimentas e acredito que já possa compartilhar algumas delas com vocês.A que gostaria de citar é o uso de garrafa pet, desde a fase de semeadura, até a produção de frutos.

Como o espaço para plantio de pimentas é restrito, tendo em vista que meu apartamento não tem varanda, uso a janela da lavanderia, que bate sol durante todo o período da manhã.

A experiência que fiz foi plantar sementes vindas da mesma pimenta em dois recipientes diferentes.Um de fibra de coco e outro feito de Garrafa pet com sistema de pavio.A plantada em garrafa pet está se desenvolvendo muito melhor, inclusive com relação à seu tamanho (apesar de ter menos terra!).

Para quem não sabe, o sistema de pavio é considerado sistema hidropônico (baseado em água), mas que usa a terra para passar os nutrientes para a planta.

Essa técnica da garrafa pet tem dado EXCELENTES RESULTADOS e recomendo a todos.Entre as vantagens estão:

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Exige menor monitoramento da humidade do solo

A própria planta dita o volume de água que deseja consumir

Sistema anti-dengue, já que a água não tem contato externo

Não permite evaporação do reservatório

Baixíssimo custo de produção

Para construir seu sistema hidropônico com garrafa pet, você precisará de:

1 garrafa de refrigerante com tampa (quanto maior, melhor)

1 Tesoura ou faca

1 Barbante ou pedaço de tecido - AMBOS DE ALGODÃO

Jornal ou saco de lixo preto

>>> CORTAR A GARRAFA <<<O primeiro passo é cortar a garrafa pet, como abaixo:

Se estiverem utilizando uma garrafa de coca-cola, notem que a garrafa possui uma faixa no centro, que é onde o rótulo fica colado.Exatamente essa faixa deve ser retirada, sobrando a ponta (em forma de funil) e a base.

O resultado deverá ser algo como isso:

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Agora que o corte está pronto, vamos preparar o pavio que irá transportar a água para o solo.

>>> PAVIO <<<Pegue a tampa do refrigerante e faça 1 furo ao meio para a passagem dos barbantes.

Corte 3 pedaços de barbante de cerca de 15cm cada e passe-os pelo furo da tampa.DICA: Caso o furo tenha ficado maior do que o desejado, dê um nó nos 3 barbantes para que não passem pelo furo.Rosqueie a tampa novamente no funil da garrafa.

>>> PROTEGENDO AS RAÍZES <<<Um dos fatores que pode limitar o desenvolvimento da sua pimenteira é o fato das raízes ficarem expostas e acredite, já tive problema com isso.A solução que encontrei foi forrar o funil por dentro (onde irá a terra) com jornal ou saco plástico preto, como na foto abaixo:

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Sem se esquecer dos barbantes

Para arrematar você pode cortar o jornal de forma a não ficar para fora do funil.

>>> PLANTANDO <<<Agora você pode preencher o espaço interno do jornal com terra, tomando o cuidado de deixar os barbantes bem divididos para ter mais de uma fonte de água para as raízes.

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Equipamentos:

Canais ou valas: Quando se possui um declive é o meio mais barato de se transportar a água. Ela vai por gravidade e não custa nada. Há vários tipos e modos de se fazer um canal. Desde uma simples vala no chão sem revestimento nenhum até canais de concreto.Encanamentos e tubulações: O investimento é maior. Pode-se usar também a gravidade

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porem na maioria dos casos é usado em conjunto com bombas. Podem ser de ferro, de plástico, de alumínio e inúmeros outros tipos. Podem ser flexíveis ou rígidos, rosqueados, colados ou com engates rápidos e ter diversas espessuras e diâmetros.Bombas: As melhores bombas para um sistema de irrigação são as centrifugas ou as rotativas pois sua vazão é constante e não intermitente como as de pistão. Existem basicamente 2 tipo de bombas: As de baixa pressão, 1 estágio, que atingem até elevações de 35 mca a 40 mca, e as de alta pressão quando se vai alem destes limites. As de baixa pressão são mais baratas e consomem menos energia.Uma irrigação não pode ficar sujeita a uma quebra de bomba. Sugerimos sempre que a área a irrigar comportar trabalhar com 2 ou 3 bombas. Nos projetos menores deveremos ter 2 bombas trabalhando uma cada dia e nos maiores 3 bombas trabalhando 2 a 2 em paralelo.Sempre que possa tente trabalhar com bombas afogadas ao invés de bombas que succionam água. Gastam menos energia e tem operação mais fácil principalmente na automação.Reservatórios: Muitas vezes a sua fonte de água (riacho, poço, etc) não tem vazão suficiente para alimentar seu sistema de irrigação quando esta operando. Constrói-se então um reservatório que armazenará a água e dará capacidade ao sistema de irrigação quando em operação.Principalmente quando a água é de poço é recomendado ter um reservatório para não trabalhar direto com a bomba do poço na irrigação. Consegue-se maior vazão no poço.Deve-se tomar cuidado com os reservatórios para que estes não formem algas pois estas são prejudiciais aos encanamentos e a maioria dos implementos de irrigação. É importante ou cobri-los ou fazer tratamento neles.Manômetros, reguladores de pressão, odômetros, hidrômetros, etc, São aparelhos dispensáveis mas muito úteis para o bom manejo da irrigação. Não faça economia nisto. Instale-os.

Regras e Leis de Hidráulica:

Fluxo de água: O fluxo de água é sempre medido pelo produto da velocidade da água pela área que a água ocupa em sua vazão. Ou seja a Vazão é igual a velocidade vezes a área.Q = V * A.Velocidade teórica de um liquido é função da diferença de altura entre o inicio e o final da linha e do dobro da aceleração da gravidade (2g). Daí a fórmula:V = Ö 2g X hA velocidade real da água é influenciada pelo atrito do liquido com as paredes do tubo, pelo bocal de entrada no tubo, do comprimento do tubo e de vários outros fatores que fazem resistência ao liquido em seu caminho dentro do tubo.Perda de carga: é a somatória das resistências que a água sofre em seu caminho dentro das tubulações. Existem inúmeras tabelas que mostram as perdas de carga em tubulações.É necessário apenas saber que quanto menor a velocidade menor será a perda de carga. Portanto quanto maiores os diâmetros menor será a perda de carga.A perda de carga não deve ultrapassar 5% a 10% da pressão total.Perda de carga em linha de saídas múltiplas: Normalmente em irrigação há varias saídas de água em um mesmo tubo. Quando isto ocorre temos o seguinte fato:A vazão após uma das saídas de água é menor do que antes da saída. O diâmetro do tubo permaneceu igual portanto a velocidade real diminuiu também. Como o diferencial de altura (pressão) continua o mesmo, então a perda de carga também diminui.Isto é coerente pois ao diminuir a velocidade sabemos que diminuímos os atritos.Nos casos de tubulações com múltiplas saídas calcula-se a perda de carga de traz para frente como se fossem tubulações independentes e depois soma-se todas elas.Em irrigação a variação da perda de carga não deve exceder de 20% entre a primeira e a ultima saída.