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Documentos Clubes Ambientais
“Escolas saudáveis, crianças
saudáveis, meio ambiente
saudável”
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Índice Introdução ........................................................................................................................................................................3
1. Clubes Ambientais ..................................................................................................................................................4
1.1. Problemas Biofísicos .............................................................................................................................................4
O que é Ecossistema? ........................................................................................................................................................4
1.2. Problemas Económicos .........................................................................................................................................4
1.3. Problemas Políticos (Leis e Politicas) ....................................................................................................................4
2. Clubes Ambientais e as Escolas ................................................................................................................................8
2.1. Objectivos: ............................................................................................................................................................8
2.2. Ter Parceria das Escolas com a Perspectiva de: ...................................................................................................9
3. Clubes Ambientais Escolares/Voluntariados da ADEL- Sofala/ADCs/Conselho Nacional de
Voluntariados ....................................................................................................................................................................9
4. Considerações sobre EA ........................................................................................................................................ 10
5. A Educação Ambiental na Escola ........................................................................................................................... 11
5.1. Princípios gerais da Educação Ambiental: ......................................................................................................... 11
6. Como Formar os Clubes Ambientais Escolares ..................................................................................................... 12
6.1. Os Resultados Que Podem Se Obter Na Criação Dos Clubes São: .................................................................... 13
6.2. Dessa avaliação, os possíveis problemas ambientais que podem ser encontrados são: .................................. 13
7. PROPOSTAS DE TRABALHO: ................................................................................................................................... 14
QUESTIONÁRIO – LEVANTAMENTO DO PERFIL AMBIENTAL DA ESCOLA ...................................................................... 16
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Introdução A necessidade de uma crescente internalização da problemática ambiental, um saber ainda em
construção, demanda empenho para fortalecer visões integradoras que, centradas no
desenvolvimento, estimulem uma reflexão sobre a diversidade e a construção de sentidos em torno
das relações indivíduos – natureza, dos riscos ambientais globais e locais e das relações ambientes
– desenvolvimento.
A educação ambiental, nas suas diversas possibilidades, abre um estimulante espaço para repensar
práticas sociais e o papel dos professores como mediadores e transmissores de um conhecimento
necessário para que os alunos adquiram uma base adequada de compreensão essencial do meio
ambiente global e local, da interdependência dos problemas e soluções e da importância da
responsabilidade de cada um para construir uma sociedade planetária mais equitativa e
ambientalmente sustentável.
Em Moçambique nos últimos anos a EA vem tomando espaço pois a degradação do meio esta
chegando a escalas preocupantes. Segundo a Dr. Alcinda1 Abreu é necessário divulgar mos a
educação em todas as localidades pois a degradação do meio ambiente ira ser prejudicial para todos
desde o nível local ate ao nível global, a estratégia de protecção ambiental que vai ser
implementada nas comunidades visa fundamentalmente educar as populações sobre a necessidade
de proteger o meio ambiente2.
1 Ministra do Meio Ambiente 2 Portal do governo de Moçambique
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1. Clubes Ambientais
Os problemas ambientais podem ser apresentados em quatro dimensões do ambiente:
1.1. Problemas Biofísicos
Poluição, perda da biodiversidade, degradação dos sistemas de suporte de vida, mudanças
climáticas globais e destruição da camada de ozono são alguns dos muitos problemas ambientais
que se tornaram visíveis na área biofísica. As actividades humanas (sociais, politicas e económicas)
apoiam se, ou são suportadas pelo mundo biofísico (o nosso sistema de suporte de vida de recursos
naturais). Um dos problemas chaves associados ao factor biofísico é a perda da biodiversidade. A
diversidade das espécies permite manter a estabilidade ecológica e qualquer redução dessa
diversidade ameaçada directamente ou enfraquece os ecossistemas3.
O que é Ecossistema?
É o conjunto de factores Bióticos (seres vivos) e Abióticos (o meio ambiente - solo, ar e água),
que encontramos em uma determinada região. Esses factores Bióticos e Abióticos interagem do
seguinte modo: se a temperatura de um determinado ambiente (factor abiótico) é muito baixa, os
seres vivos (factores bióticos) têm que estar adaptados ao frio, então têm pêlos grossos, mais
gordura e são grandes.
Existem vários tipos de ecossistemas mas eles podem ser agrupados em dois grupos:
Terrestre – é um ecossistema que ocupa uma área continental, seja ela uma ilha, uma
cidade, uma floresta ou continente.
Aquáticos
1.2. Problemas Económicos
A uma crise de desenvolvimento e de pobreza. No „Primeiro Mundo‟ o elevado crescimento
económico levou ao aumento do consumo que fez, por sua vez, crescer a procura de recursos
naturais. No „Terceiro Mundo‟ a exploração e a desigualdade contribuíram para a pobreza e
privação.
A existe uma relação de interferência entre a pobreza e a degradação ambiental que está ligada aos
níveis de renda da população; uma renda maior sugere padrões de consumo ambientalmente mais
limpos, níveis de educação mais elevados e, consequentemente, espera-se um destino adequado
para seus resíduos. Esse aumento na renda pode gerar uma melhoria na qualidade da água, a
ampliação do acesso ao saneamento básico e a diminuição da poluição. A melhora na qualidade
ambiental, assim, pode ocasionar uma melhora na qualidade de vida, como a diminuição da
incidência de doenças infecto-contagiosas, a queda na mortalidade infantil, dentre outras,
problemas presentes em populações que vivem em situação de pobreza e de vulnerabilidade social
enquanto uma renda mais baixa é o contraio.
1.3. Problemas Políticos (Leis e Politicas)
Em muitos Países são negados os direitos humanos mais básicos muitos governos reprimem as
pessoas ou descriminam – nas, e os trabalhadores são explorados para aumentar os ganhos
3 Ecossistema é o sistema formado pelos seres vivos, pelo ambiente onde vivem e pelas interacções que eles
estabelecem
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económicos e políticos. As pessoas oprimidas são muitas vezes forçadas a viver em grande número
em terras de área muito reduzida. Isto aumenta a pressão sobre o ambiente físico.
Existem várias leis que visam a protecção do meio e favorecem o bem-estar da comunidade mas
que muitas delas não são cumpridas. Muitas delas a comunidade não tem conhecimento do seu
conteúdo o que por um lado torna difícil o conhecimento dos benefícios que ela tem. Vejamos
algumas das leis que fazem menção à protecção ambiental e a comunidade:
Lei n° 20/97 de 1 de Outubro lei do ambiente que rege o seguinte:
…todo o cidadão tem direito de viver num ambiente equilibrado assim como o dever de o
defender. A materialização deste direito passa necessariamente por uma gestão correcta
do ambiente e dos seus componentes…
Isto significa que todos temos direitos iguais no meio ambiente e que devemos cuidar bem
dele e beneficiar mos nos dos seus componentes para o nosso bem-estar e desenvolvimento
sócio - económico e cultural, assim como deve – se preservar os seus recursos fazendo um
uso correcto isso servirá para que a geração vindoura possa beneficiar – se dos mesmos
recursos.
Decreto 22/99 de 6 de Junho da lei n° 10/99 de 7 de Junho lei da floresta e fauna
bravia o seguinte:
…estabelece os princípios e normas básicos sobre a protecção, conservação e utilização
sustentáveis dos recursos florestais e faunísticos….
Isto significa que todos temos direitos de explorar os recursos faunísticos e florestais, mas
devemos fazer um uso correcto e que seja sustentável que sirva para hoje amanha e assim
como um futuro longínquo. Mas que esse propósito seja atingido é necessário que nos
tenhamos consciência dos nossos actos e sejamos responsáveis e selemos pelas nossas
actividades assim como as dos mais próximos.
Decreto n° 25/2011 de 15 de Julho regulamento relativo ao processo de auditoria
ambiental aprovado pelo decreto n° 32/2003 de 12 de Agosto rege o seguinte: …a
auditoria ambiental, como um dos instrumentos de gestão e de avaliação sistemática,
documentada e objectiva dos processos de controlo e protecção do ambiente revela – se
um mecanismo preponderante no pais no contexto de fiscalização das acções de
monitorização e gestão das actividades susceptíveis de provocar danos ao ambiente…
Isto quer dizer que todas as actividades previstas numa determinada zona esta sujeito s
uma auditoria ambiental, pois a mesma ajuda no sentido de que a actividade esteja
licenciada e que não cause danos ao ambiente e a comunidade que se encontra ao redor e
nas proximidades do empreendimento.
Decreto n° 11/2011 de 25 de Maio rege o seguinte:
Havendo necessidade de instituir um organismo publico responsável pela administração das
áreas de conservação que impulsione a geração de receitas para o financiamento da gestão
da diversidade biológica das referidas áreas potenciando assim a contribuição no
desenvolvimento económico do pais…
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Isto servira para que as áreas protegidas sejam conservadas e que gere algum rendimento para
geração de rendimento para o órgão que estiver gerindo a áreas de modo que ela não degrade
os recursos dentro da área de conservação.
Lei n° 19/97 de 1 de Outubro os termos em que se opera a constituição, exercício,
modificação, transmissão e extinção do direito de uso e aproveitamento da terra. Decreto
n° 66/98 de 8 de Dezembro, regulamento da lei de terra rege o seguinte:
Visa simplificar os procedimentos administrativos e facilitar o acesso a terra por parte
dos investidores nacionais e estrangeiros, reconhecendo os direitos adquiridos por
ocupação pelas comunidades locais e pelas pessoas singulares nacionais que, de boa fé
ocupam a terra há pelo menos dez anos.
Isto quer dizer que o direito a terra pode ser passado de pai para filho assim como pode ser
adquirido legalmente nos respectivos sectores cumprido com todos os seus parâmetros ou
documentos o individuo deve possuir.
Para além de leis existe outros documentos que visam a protecção dos direitos da
comunidade como o Guião de Direitos das Comunidades Locais no Domínio dos Recursos
Naturais que pretende – se ajudar a obter um melhor conhecimento e compreensão da
Constituição da Republica de Moçambique (no que toca aos recursos naturais) e da
legislação do ambiente, terra, floresta e fauna bravia, pescas, minas e agua) incluindo os
respectivos regulamentos, de forma a contribuir para uma melhor e maior implantação de
todos os diversos instrumentos analisados.
O guião tem os seguintes objectivos específicos:
• Identificar e analisar os principais direitos reconhecidos os comunidades locais
pela legislação sobre os recursos naturais;
• Responder a algumas das grandes preocupações das comunidades locais no
processo de implementação das leis, apresentando exemplos de diversos casos reais.
Este guião de direitos da comunidade ira servir para que a comunidade tenha um meio de
se guiar em busca da defesa dos direitos com especial destaque para o mecanismo de
resolução de conflitos.
Existe muitas leis que visam a protecção da comunidade e o meio mas devido a falta de
informação a população muitas das vezes desconhece os seus direitos e usa meios obscuros
para resolver os conflitos o que não é correcto.
1.4. Problemas Sociais
Apesar da crescente sofisticação das sociedades no mundo, continuamos a ser importunados por
conflitos sociais e violência. As nações armazenam grandes quantidades de armas nucleares e
outras, com potência para destruir toda a humanidade e grande parte da terra; enormes orçamentos
militares enfraquecem a economia de muitos Países pobres. O outro nível, vemos aumentar o
stress, o número de crianças abandonadas, e presenciamos o desmoronar de casamentos, famílias
e valores sociais.
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Devido a interligação dos sistemas os problemas ambientais estão interligados. Isto pode verificar
– se através do exame das causas e efeitos dos problemas ambientais, como por exemplo o
crescimento da população, a erosão dos solos, a poluição da agua e muito mais.
Nestes tempos em que a informação assume um papel cada vez mais relevante, ciberespaço,
multimídia, internet, a educação para o cidadão representam a possibilidade de motivar e
sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de participação na defesa da qualidade
de vida. Nesse sentido cabe destacar que a educação ambiental assume cada vez mais uma função
transformadora, na qual a co-responsabilização dos indivíduos torna-se um objectivo essencial
para promover um novo tipo de desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável.
A reflexão sobre as práticas sociais, em um contexto marcado pela degradação permanente do meio
ambiente e do seu ecossistema, envolve uma necessária articulação com a produção de sentidos
sobre a educação ambiental. A dimensão ambiental configura-se crescentemente como uma
questão que envolve um conjunto de atores do universo educativo, potencializando o engajamento
dos diversos sistemas de conhecimento, a capacitação de profissionais e a comunidade
universitária numa perspectiva interdisciplinar. Nesse sentido, a produção de conhecimento deve
necessariamente contemplar as inter-relações do meio natural com o social, incluindo a análise dos
determinantes do processo, o papel dos diversos actores envolvidos e as formas de organização
social que aumentam o poder das acções alternativas de um novo desenvolvimento, numa
perspectiva que periodize novo perfil de desenvolvimento, com ênfase na sustentabilidade sócio
ambiental.
Tomando-se como referência o facto de a maior parte da população vive em cidades, observa-se
uma crescente degradação das condições de vida, reflectindo uma crise ambiental. Isto nos remete
a uma necessária reflexão sobre os desafios para mudar as formas de pensar e agir em torno da
questão ambiental numa perspectiva contemporânea.
Os Clubes Ambientais têm como objectivo principal capacitar crianças e adolescentes como
multiplicadores sócio ambientais através da criação de clubes ambientais nas escolas.
A educação ambiental (EA) é uma das grandes preocupações e prioridades do Ministério para a
Coordenação e Acção Ambiental (MICOA). As crianças e adolescentes constituem um grupo
muito importante para a Educação Ambiental, uma vez que apreendem facilmente novos conceitos
e da mesma forma divulga a mensagem ambiental aos amigos e famílias. A educação ambiental
deve ser vista como um processo de permanente aprendizagem que valoriza as diversas formas de
conhecimento e forma cidadãos com consciência local e planetária.
Entende-se, portanto, que a educação ambiental é condição necessária para modificar um quadro
de crescente degradação sócio ambiental, mas ela ainda não é suficiente. Se converte em “mais
uma ferramenta de mediação necessária entre culturas, comportamentos diferenciados e interesses
de grupos sociais para a construção das transformações desejadas”. O educador tem a função de
mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos para o
desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza.
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2. Clubes Ambientais e as Escolas
Os Clubes Ambientais Escolares funcionam em escolas e são constituídos por voluntários e
dedicam – se a divulgação de questões ambientais, através de actividades como organização de
jornadas de limpeza, jogos e concursos, implementação de projectos palestras, filmes, teatro entre
outras actividades.
2.1. Objectivos:
• Fomentar a participação, o conhecimento e a responsabilidade de crianças e adolescentes
nas questões sócio ambientais, construindo uma consciência que transcenda as classes
escolares, percebendo-se dentro de sua comunidade, cidade, planeta / organismo e meio
em congruência.
• Criar a sensibilidades para as questões ambientais na comunidade estudantil;
• Divulgar a mensagem ambiental a vários grupos sociais;
• Compreender os problemas do ambiente de forma integrada; (aspectos culturais, sócias,
económicos, físicos e biológicos);
• Desenvolver (capacidade….) as competências necessárias para concepção de soluções e
participação na resolução de problemas ambientais (passar para o 1 ponto)??????
O ambientalismo ingressa nos anos 90 constituindo-se como um actor relevante que, embora
carregue consigo as marcas do seu processo de afirmação, assume um carácter ampliado, baseado
num esforço cada vez mais claramente planeado de diálogo com outros actores sociais. As questões
que o ambientalismo suscita estão hoje muito associadas às necessidades de constituição de uma
cidadania para os desiguais, à ênfase dos direitos sociais, ao impacto da degradação das condições
de vida decorrentes da degradação sócio ambiental, notadamente nos grandes centros urbanos, e à
necessidade de ampliar a assimilação, pela sociedade, do reforço a práticas centradas na
sustentabilidade por meio da educação ambiental.
O salto de qualidade do ambientalismo ocorre na medida em que se cria uma identidade crescente
entre o significado e dimensões das práticas, com forte ênfase na relação entre degradação
ambiental e desigualdade social, reforçando a necessidade de alianças e interlocuções colectivas.
Apesar de a maior parte das entidades ser baseada no voluntarismo não remunerada, observa-se,
nos últimos anos, um crescente esforço de profissionalização, ainda que isso ocorra em um número
muito restrito de entidades. Um aspecto bastante polémico está relacionado com a
representatividade de entidades nos diversos tipos de conselhos e comissões. O que se nota é a
existência de organizações que praticamente concentram suas actividades associadas à
participação em espaços de representação.
O momento actual exige que a sociedade esteja mais motivada e mobilizada para assumir um
carácter mais propositivo, assim como para poder questionar de forma concreta a falta de iniciativa
dos governos para implementar políticas pautadas pelo binómio sustentabilidade e
desenvolvimento num contexto de crescentes dificuldades para promover a inclusão social. Para
tanto é importante o fortalecimento das organizações sociais e comunitárias, a redistribuição de
recursos mediante parcerias, de informação e capacitação para participar crescentemente dos
espaços públicos de decisão e para a construção de instituições pautadas por uma lógica de
sustentabilidade. Os clubes ambientais funcionam como vínculo entre a escola e a comunidade e
trocam experiência entre eles nos seminários que envolvem todas as escolas.
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2.2. Ter Parceria das Escolas com a Perspectiva de:
• Ampliação dos conceitos sobre Ambiente/ local e o global;
• Elaboração de diagnóstico sócio ambiental/ escola, comunidade e o planeta;
• Elaboração e execução de projectos sociais ambientais/ intervenções ambientais
O principal público-alvo dos clubes ambientais escolares é crianças e adolescentes a partir da 1°
classe, o corpo escolar, encarregados de educação e a comunidade em geral.
Alfabetizar-se ecologicamente é reencontrar-se com a teia da vida e significa construir, nutrir
e educar comunidades sustentáveis, nas quais podemos satisfazer nossas necessidades sem
diminuir as chames das gerações futuras. Uma comunidade humana sustentável esta ciente
das múltiplas relações entre seus membros. Nutrir a comunidade significa nutrir essas
relações (...). A teia da vida é uma rede flexível e sempre flutuante. Quanto mais variáveis
forem mantidas flutuando, mais dinâmico será o sistema, maior será sua flexibilidade e
maior será sua capacidade para se adaptar a condições mutáveis, (segundo CAPRA
FRITJOF).
As formas de trabalho implicadas nesse processo estão voltadas para o sentido de participação e
engajamento social, rompendo com o paradigma dominante da competitividade e construindo
estratégias colaborativas no contexto do trabalho colectivo, mediante à escola, ao bairro onde se
mora, à cidade, ao planeta.
Outro viés da metodologia será o de privilegiar a cultura lúdica das educandas, o aprendizado com
prazer, atribuindo sentido à relação entre quem conhece e aquilo que vai ser conhecido. Fazse
importante o grupo se aproprie dos conhecimentos (em sua diversidade) e assim, possa intervir nas
dimensões sócio ambientais, se colocando de maneira plena e conectada ao mundo, administrando
seus próprios sonhos dentro de uma proposta de desenvolvimento sustentável. Os blocos temáticos
pensados ocorrerão em diferentes espaços de aprendizado, com a ideia de ampliar as vivências e
os olhares sobre o bairro e a cidade onde mora. Ao final de cada bloco temático será realizado um
seminário integrador envolvendo os 2 clubes ambientais organizados nas escolas, dessa forma
buscamos garantir as trocas de experiências, o fortalecimento dos saberes, e a noção de que uma
realidade está conectada com a outra, desfragmentando a visão da cidade e ampliando as
alternativas de um melhor contexto urbano. Durante esse processo, procuraremos formas de dar
visibilidade às acções desenvolvidas e criar canais dinâmicos de comunicação com a comunidade
em geral, para cada vez mais envolvê-la no andamento desse trabalho, intensificando e expandindo
a dimensão participativa para que a comunidade pense junto nas soluções para os problemas actuais
e na construção de um presente por vir voltado ao bem viver de todas em congruência com o meio.
3. Clubes Ambientais Escolares/Voluntariados da ADEL- Sofala/ADCs/Conselho Nacional de
Voluntariados
A agência de desenvolvimento económico local de Sofala (ADEL - Sofala) é uma agência de
desenvolvimento que esta a implementar os clubes ambientais em centros locais de energias nas
comunidades nos arredores da cidade da Beira como um desafio para este ano, implementando a
educação ambiental nas comunidades como uma forma de educar a comunidade ambientalmente.
Esta componente da EA é importante nos nosso dia pois é imprescindível o que encontra mos nas
nossos comunidades onde os jovens não tem noção ou fazem no por ignorância, praticando das
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actividades que muitas da vezes são erradas prejudicando o meio ambiente. Uma vez que vários
jovens tem potencial para actividades como reciclagem de papel latas entre outros objectos. Porque
não aproveitar o potencial dos jovens para fazer algo em prol do meio ambiente perspectivando o
bem-estar da comunidade.
A ADEL‟s tem vários parceiros em várias áreas de intervenção, um dos parceiros é a Associação
para o Desenvolvimento Comunitário e solidariedade (ADCs) em que juntos como o desafio deste
ano é formar clubes ambientais nas escolas da Cidade da Beira e mais tarde expandir para outros
locais mais longínquos.
4. Considerações sobre EA
A educação ambiental fundamenta o cidadão, para construir uma postura ética com o nosso planeta,
possibilitando conexões entre os saberes escolares e os saberes necessários a nossa sobrevivência,
com o intuito de alcançarmos um desenvolvimento responsável capaz de ostentar a actual e as
futuras gerações.
A educação ambiental tem o intuito de construir conhecimentos e oportunizar o trabalho colectivo
entre às estudantes da rede pública e privada de ensino, formando multiplicadores/as de
consciência ambiental.
A organização de Clubes Ambientais vem fomentar a participação, a organização, o senso crítico,
a criatividade e a responsabilidade com nossas vidas e a vida do planeta.
As actividades de educação ambiental, através da organização de clubes ambientais, buscam
consolidar a reflexão Ambiental permanentemente, envolvendo todos os segmentos da
comunidade e do poder público, tornando esta reflexão, uma das mais importantes estratégias para
um desenvolvimento sustentável.
A educação ambiental proporciona a integração e o envolvimento das comunidades escolares, do
poder público, dos bairros e de associações não governamentais e governamentais, na busca de um
trabalho conjunto e na construção de saberes sócio ambientais.
Para que essa educação seja completa é necessário que os seguintes termos estejam patentes na
educação:
• O termo "sustentável" que provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer,
apoiar; conservar, cuidar). Segundo o Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável
dos recursos naturais deve "suprir as necessidades da geração presente sem afectar a
possibilidade das gerações futuras de suprir as suas".
• Conservação implica em uso racional de um recurso qualquer, ou seja, em adoptar um
manejo de forma a obter rendimentos garantindo a auto-sustentação do meio ambiente
explorado.
• Já preservação apresenta um sentido mais restrito, significando a acção de apenas proteger
um ecossistema ou recurso natural de dano ou degradação, ou seja, não utilizá-lo, mesmo
que racionalmente e de modo planeado.
Para a adopção de uma estratégia de actuação baseada nas necessidades de cada escola será feita
uma avaliação das necessidades e problemas ambientais que cada escola tem.
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5. A Educação Ambiental na Escola
A escola é o espaço social e o local onde o aluno dará sequência ao seu processo de socialização.
O que nela se faz se diz e se valoriza representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e
aprova. Comportamentos ambientalmente correctos devem ser aprendidos na prática, no
quotidiano da vida escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis.
Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo, no tempo e no
espaço, a escola deverá oferecer meios efectivos para que cada aluno compreenda os fenómenos
naturais, as acções humanas e sua consequência para consigo, para sua própria espécie, para os
outros seres vivos e o ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva as suas
potencialidades e adopte posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando
para a construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável.
A escola ajudará o aluno a perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão holística, ou seja,
integral do mundo em que vive. Para isso a Educação Ambiental deve ser abordada de forma
sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino, assegurando a presença da dimensão
ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das diversas disciplinas e das actividades
escolares.
Considerando a Educação Ambiental um processo contínuo e cíclico, o método utilizado pelo
Programa de Educação Ambiental para desenvolver os projectos e os cursos capacitação de
professores conjuga os princípios gerais básicos da Educação Ambiental (Smith, apud Sato,
1995).
5.1. Princípios gerais da Educação Ambiental:
• Sensibilização: processo de alerta, é o primeiro passo para alcançar o pensamento
sistémico;
• Compreensão: conhecimento dos componentes e dos mecanismos que regem os sistemas
naturais;
• Responsabilidade: reconhecimento do ser humano como protagonista;
• Competência: capacidade de avaliar e agir efectivamente no sistema;
• Cidadania: participar activamente e resgatar direitos e promover uma nova ética capaz de
conciliar o ambiente e a sociedade.
A Educação Ambiental, como componente essencial no processo de formação e educação
permanente, com uma abordagem direccionada para a resolução de problemas, contribui para o
envolvimento activo do público, torna o sistema educativo mais relevante e mais realista e
estabelece uma maior interdependência entre estes sistemas e o ambiente natural e social, com o
objectivo de um crescente bem-estar das comunidades humanas.
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Se existe inúmeros problemas que dizem respeito ao ambiente, isto se devem em parte ao fato
das pessoas não serem sensibilizadas para a compreensão do frágil equilíbrio da biosfera e dos
problemas da gestão dos recursos naturais. Elas não estão e não foram preparadas para delimitar
e resolver de um modo eficaz os problemas concretos do seu ambiente imediato, isto porque, a
educação para o ambiente como abordagem didáctica ou pedagógica, apenas aparece nos anos
80. A partir desta data os alunos têm a possibilidade de tomarem consciência das situações que
acarretam problemas no seu ambiente próximo ou para a biosfera em geral, reflectindo sobre as
suas causas e determinarem os meios ou as acções apropriadas na tentativa de resolvê-los.
As finalidades desta educação para o ambiente foram determinadas pela UNESCO, logo após a
Conferência de Belgrado (1975) e são as seguintes:
"Formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os
problemas com ele relacionados, uma população que tenha conhecimento, competências,
estado de espírito, motivações e sentido de empenhamento que lhe permitam trabalhar
individualmente e colectivamente para resolver os problemas actuais, e para impedir que eles
se repitam”.
6. Como Formar os Clubes Ambientais Escolares
Para formar os ECA é imprescindível uma serie de actividades
Principais Actividades que devem ser desenvolvidas para a formação dos clubes
1. Selecção de escolas;
2. Conquista da aceitação da comunidade escolar sobre vantagens de agir no ambiente;
3. Formação de _ clubes ambientais;
4. Fornecimento de informação ambiental relevante;
5. Lançamento e realização de eventos; palestras, composições, desenhos, pintura, eventos
desportivas;
6. Visitas de campo;
7. Articulação com várias Instituições (OG, ONGs, Sector Privado e Sociedade Civil); 8.
Mobilização de apoio financeiro.
Os principais constrangimentos que pode se encontrar no decorrer das actividades, em algumas
escolas, podem estar ligados a fraca participação por parte da Direcção das escolas, professores
funcionários e alguns Pais dos alunos.
A educação para o cidadão representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para
transformar as diversas formas de participação em potenciais factores de dinamização da sociedade
e de ampliação do controle social da coisa pública, inclusive pelos sectores menos mobilizados.
Trata-se de criar as condições para a ruptura com a cultura política dominante e para uma nova
proposta de sociabilidade baseada na educação para a participação. Esta se concretizará
principalmente pela presença crescente de uma pluralidade de atores que, pela activação do seu
potencial de participação, terão cada vez mais condições de intervir consistentemente e sem tutela
nos processos decisórios de interesse público, legitimando e consolidando propostas de gestão
baseadas na garantia do acesso à informação e na consolidação de canais abertos para a
participação, que, por sua vez, são pré condições básicas para a institucionalização do controle
social.
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Os desafios para ampliar a participação estão intrinsecamente vinculados à predisposição dos
governos locais de criar espaços públicos e plurais de articulação e participação, nos quais os
conflitos se tornam visíveis e as diferenças se confrontam como base constitutiva da legitimidade
dos diversos interesses em jogo, ampliando as possibilidades de a população participar mais
intensamente dos processos decisórios como um meio de fortalecer a sua co-responsabilidade na
fiscalização e controle dos agentes responsáveis pela degradação sócio ambiental.
O desafio que se é colocado é o de não só reconhecer, mas estimular práticas que reforcem a
autonomia e a legitimidade de actores sociais que actuam articuladamente numa perspectiva de
cooperação, como é o caso de comunidades locais e ONGs. Isto representa a possibilidade de
mudar as práticas prevalecentes, rompendo com as lógicas da tutela e da regulação, definindo
novas relações baseadas na negociação, na contratualidade e na gestão conjunta de programas e
actividades, o que introduz um novo significado nos processos de formulação e implementação de
políticas ambientais.
6.1. Os Resultados Que Podem Se Obter Na Criação Dos Clubes São:
• Resolução / minimização dos problemas ambientais anteriormente encontrados na escola;
• Mudança de consciência por parte dos alunos, professores e Direcção da escola;
• Diminuição do nível das agressões ao ambiente devido a maior informação;
• Passagem (Transmissão) dos conhecimentos da escola para as comunidades em que os
alunos residem
Para que esses clubes sejam eficazes é necessário que tenham uma monitoria de modo que eles
possam progredir e um plano ambiental que possa ser seguido. Já existe um plano ambiental
brasileiro que pode servir para orientar os clubes e para a nossa realidade é necessário adequa-lo
com o que se vive em Moçambique.
O plano ambiental vai servir como um guião de actividades para o clube ambiental pois os
conteúdos que contem têm a ver com conservação e preservação do meio ambiente assim como
actividades sustentáveis que ajudam a conscientizar o homem.
É necessário fazer uma avaliação nas escolas onde poder – se desenvolver projectos que se
adeqúem a realidade da escola e do País. Essa avaliação pode ser feita através do levantamento do
perfil escolar.
6.2. Dessa avaliação, os possíveis problemas ambientais que podem ser encontrados são: • Ausência de sanitários;
• Falta de água;
• Ausência de contentores para o depósito de lixo;
• Poluição provocada pela lixeira
• Desperdício de água nas torneiras;
• Ausência de espaços verdes;
• Localização dos contentores de lixo em relação as salas de aula; Queima de lixo
em horário de aulas.
• Existência ou inexistência de projectos na área ambiental
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7. PROPOSTAS DE TRABALHO:
• Levantamento do perfil ambiental das escolas (se possui área verde, horta, separação
de lixo, etc.);
• Levantamento dos projectos que estão sendo desenvolvidos nas escolas;
• Acompanhamento de projecto específicos nas escolas que serão desenvolvidos pelos
professores (horta comunitária, reciclagem de lixo, bacia hidrográfica como unidade de estudo,
plantio de árvores);
• Mobilização de toda a comunidade escolar para o desenvolvimento de actividades
durante a Semana do Meio Ambiente, com finalidade de conscientizar a população sobre as
questões ambientais;
• Realização de campanhas educativas utilizando os meios de comunicação disponíveis,
imprensa falada e escrita, TV, distribuição de panfletos, cartazes, a fim de informar e incentivar a
população em relação à problemática ambiental;
• Promover a integração entre as organizações que trabalham nas diversas dimensões da
cidadania, com o objectivo de ampliar o conhecimento e efectivar a implementação dos direitos de
cidadania no quotidiano da população.
• Com o intuito de levar às escolas e à comunidade o conhecimento necessário para a
construção da cidadania serão envolvidos diferentes órgãos que asseguram os direitos e deveres de
cada indivíduo na sociedade. Serão trabalhados temas relacionados à melhoria da qualidade de
vida da população, por exemplo:
Lixo (redução, reutilização e reciclagem);
Água (consumo, desperdício, poluição);
Florestas (porque preservá-las?);
Fogo (prevenção, efeitos negativos ao meio ambiente);
Agro tóxicos (riscos para a saúde, danos ambientais);
Caça ilegal;
Respeito aos animais silvestres e domésticos;
Drogas;
Segurança no trânsito;
Respeito ao próximo;
Noções de saúde (higiene, prevenção de doenças);
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Ao implementar um projecto de educação para o ambiente, estaremos facilitando aos alunos e
à população uma compreensão fundamental dos problemas existentes, da presença humana no
ambiente, da sua responsabilidade e do seu papel crítico como cidadãos de um país e de um
planeta. Desenvolveremos assim, as competências e valores que conduzirão a repensar e
avaliar de outra maneira as suas atitudes diárias e as suas consequências no meio ambiente em
que vivem.
Como o aluno irá aprender a propósito do ambiente, os conteúdos programáticos leccionados,
tornar-se-ão uma das formas de tomada de consciência, tornando-se, mais agradáveis e de
maior interesse para o aluno.
Serão desenvolvidas acções e actividades diferenciadas conforme a realidade de cada
local/região. Através de actividades e acções programadas, objectivamos promover a
sensibilização da populaça sobre a importância e a necessidade da preservação e da
conservação.
Para o acompanhamento e avaliação das actividades será redigido relatório mensal, onde serão
descritas todas as tarefas desenvolvidas sendo apresentado as entidades responsáveis pela
monitoria, ficando disponível a todos para consulta.
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7.1. Anexo
QUESTIONÁRIO – LEVANTAMENTO DO PERFIL AMBIENTAL DA ESCOLA
7.1. Nome da escola-----------------------------------------------------------------------------
7.2. Tel:
7.3. Nome da pessoa inquerida (o)----------------------------------------------------
7.4. Cargo que ocupa------------------------------------------------------------------- 7.5.
Quantos professores actuam na escola?
7.6. Quantos alunos estão matriculados?
7.7. A escola desenvolve projectos na área ambiental?
( ) Sim
( ) Não
7.8. Quais são os projectos que estão sendo desenvolvidos actualmente?
7.9. Quantos professores estão envolvidos no desenvolvimento dos projectos?
7.10. Como é a participação e o envolvimento dos alunos nos projectos?
7.11. Quais são as principais dificuldades encontradas pelos professores que desenvolvem
projectos?
7.12. Os professores são incentivados e motivados para estarem desenvolvendo pequenos
projectos ou actividades ambientais com seus alunos?
7.13. A escola possui área arborizada, horta, ou outros espaços que poderão ser utilizados para
trabalhar Educação Ambiental?
7.14. Na escola existe o processo de separação do lixo produzido pela comunidade escolar?
7.15. O que é feito com o lixo separado?
7.16. Existem contentores de lixo na escola?
7.17. Onde é que se encontram os contentores de lixo?
7.18. Fazem a queima de lixo? Que horas?
7.19. Os professores realizam actividades com os alunos fora da escola? Quais são os principais
locais utilizados pelos professores?
7.20. A escola realiza visitas a campo, para trabalhar a realidade local sobre as questões
ambientais?
7.21. Quantas casas de banho existem?
7.22. Tem problema de abastecimento de água?
7.23. Existem torneiras a pingar? Quantas?
7.24. Dos locais abaixo relacionados, assinale quais já foram visitados pelos alunos sob
orientação dos professores.
( ) Espaços verdes (Chiveve)
( ) Viveiros da Manga
( ) Pista de caminhada
( ) Praia
( ) Parque Nacional de Gorongosa
( ) Mangal da Praia -Nova
( ) Rios (nome do rio)
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( ) Captação de água em Mutua (rio Púnguè)
( ) Sistema de tratamento e abastecimento de água em Mutua – Centro
( ) Estação de Tratamento de Esgoto – ETE
( ) Aterro Sanitário
( ) Biblioteca Municipal
( ) Nhangau e Cerâmica (reflorestamento do mangal)
( ) Jardim Bacalhau
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Programa Escola Ambiental é uma parceria de:
ADEL Sofala &
ADCS
Associação para o Desenvolvimento
Comunitário e Solidariedade