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207 Relatório n o 40.674 8 SANEAMENTO E SAÚDE PÚBLICA Foram coletadas as informações disponíveis relacionadas ao saneamento básico nos municípios da UGRHI–TJ, as quais serviram de parâmetro para a caracterização preliminar da situação atual do saneamento e saúde pública na UGRHI. Os 34 municípios com sede na Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré são assim administrados: 9 municípios têm seus sistemas de água e esgoto operados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - Sabesp; 25 municípios apresentam serviços autônomos de água e esgoto ligados à Administração Municipal. Na FIGURA 8.1 é apresentado um mapa da UGRHI Tietê-Jacaré, onde estão diferenciados os municípios de acordo com a responsabilidade de operação, se pela Sabesp ou por serviços autônomos. Diante deste quadro, após o envio, recebimento e análise dos questionários referentes ao sistemas de água e esgoto de todos os municípios, adotou-se o seguinte procedimento para obtenção dos dados: para municípios operados pela Sabesp foram coletados dados em visita técnica à Unidade de Negócio correspondente e também às Gerências Divisionais responsáveis pela região; para municípios com serviços autônomos foram realizadas visitas técnicas às prefeituras e às sedes dos serviços operadores dos sistemas. 8.1 Abastecimento de água Os principais dados referentes aos sistemas públicos de abastecimento de água nos municípios da UGRHI Tietê-Jacaré são apresentados na TABELA 8.1. Na Tabela 4 do ANEXO D (no Volume 2 deste Relatório) são apresentados dados mais completos sobre estes sistemas. Como já apresentado no item que trata sobre demandas hídricas, o abastecimento público de água na UGRHI Tietê-Jacaré é feito, principalmente, a partir de mananciais subterrâneos, com 60,2% do total.

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Page 1: 8 SANEAMENTO E SAÚDE PÚBLICA - sigrh.sp.gov.br · 8.3 Doenças Infecto-Contagiosas Nesse tópico são apresentados alguns dados das doenças infecto-contagiosas que ocorrem na UGRHI-TJ,

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Relatório no 40.674

8 SANEAMENTO E SAÚDE PÚBLICA

Foram coletadas as informações disponíveis relacionadas ao saneamento básico nos

municípios da UGRHI–TJ, as quais serviram de parâmetro para a caracterização preliminar da

situação atual do saneamento e saúde pública na UGRHI.

Os 34 municípios com sede na Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré são assim

administrados:

• 9 municípios têm seus sistemas de água e esgoto operados pela Companhia de

Saneamento Básico do Estado de São Paulo - Sabesp;

• 25 municípios apresentam serviços autônomos de água e esgoto ligados à

Administração Municipal.

Na FIGURA 8.1 é apresentado um mapa da UGRHI Tietê-Jacaré, onde estão diferenciados

os municípios de acordo com a responsabilidade de operação, se pela Sabesp ou por serviços

autônomos.

Diante deste quadro, após o envio, recebimento e análise dos questionários referentes ao

sistemas de água e esgoto de todos os municípios, adotou-se o seguinte procedimento para

obtenção dos dados:

• para municípios operados pela Sabesp foram coletados dados em visita técnica à

Unidade de Negócio correspondente e também às Gerências Divisionais responsáveis

pela região;

• para municípios com serviços autônomos foram realizadas visitas técnicas às

prefeituras e às sedes dos serviços operadores dos sistemas.

8.1 Abastecimento de água

Os principais dados referentes aos sistemas públicos de abastecimento de água nos

municípios da UGRHI Tietê-Jacaré são apresentados na TABELA 8.1. Na Tabela 4 do ANEXO

D (no Volume 2 deste Relatório) são apresentados dados mais completos sobre estes

sistemas.

Como já apresentado no item que trata sobre demandas hídricas, o abastecimento público

de água na UGRHI Tietê-Jacaré é feito, principalmente, a partir de mananciais subterrâneos, com

60,2% do total.

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2

4

8

6

5

7

3 9JAÚ

BROTAS

ArealvaBARIRI

IBITINGA

IbatéItaju

Iacanga

PEDERNEIRAS

ARARAQUARA

Bocaína

AGUDOS

SÃOCARLOS

Boa Esperança do Sul

Tabatinga

LENÇÓIS PAULISTA

Matão

Itapuí

RIBEIRÃOBONITO

Dourado

Macatuba

Torrinha

BAURUDOIS CÓRREGOS

Gavião Peixoto

SÃOMANUEL

Boracéia

Borebi

Nova Europa

Trabiju

Areiópolis

São PedroBARRABONITA

Mineiros doTietê

Analândia

Abastecimento de águaAutônomoSabespFora da UGRHI-TJ

Sub-baciasLimite da UGRHI-TJ

SUB-BACIAS DA UGRHI-TJ

1- Rio Tietê/Rio Claro2- Rio Tietê/Rio Lençóis3- Rio Bauru4- Baixo Jacaré-Guaçu5- Médio Jacaré-Guaçu6- Alto Jacaré-Guaçu7- Baixo-Médio Jacaré-Pepira8- Alto Jacaré-Pepira9- Rio Jaú

COMITÊ DABACIA HIDROGRÁFICADO TIETÊ -JACARÉ - CBH - TJFEHIDRO - IPT

9 0 9 18 KilometerskmEscala Gráfica

49º00'22º45' 22º45'

48º30'

22º30'48º15'

22º15'47º45'

22º00'47º45'

21º45'48º00'

21º45'49º00'

N

EW

S

LEGENDA

Itirapina

Igaraçu do Tietê

FIGURA 8.1 – Distribuição das formas de administração dos sistemas de

abastecimento de água nos municípios da UGRHI-TJ.

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Relatório no 40.674

TABELA 8.1 - Dados sobre os sistemas públicos de abastecimento de água na UGRHI-TJ (mais dados na tabela 4 do ANEXO E).

Município Operação Produção (m3/mês)

Consumo (m3/mês) Perdas (%)

Captação Superficial

(%)

Captação Subterrânea

(%)

Consumo per capita (L/hab/dia)

1 Agudos Sabesp 208.547 131.178 37,1 0 100 145,92 Araraquara DAAE 1.861.580 1.141.441 38,7 50 50 237,73 Arealva Sabesp 27.415 23.367 14,8 0 100 * Arealva 3.531 3.201 9,3 0 100 * Arealva 1.343 909 32,3 0 100 * Arealva 32.289 27.477 14,9 0 100 208,7

4 Areiópolis Sabesp 50.302 35.244 29,9 0 100 140,05 Bariri SAEMBA 403.200 * * 50 50 *6 Barra Bonita SAAE 600.000 262.500 56,3 0 100 277,37 Bauru DAE 3.036.075 1.991.726 34,4 37,4 62,6 233,78 Boa Esperança do Sul Prefeitura 227.000 204.300 10,0 0 100 647,59 Bocaina Sabesp 70.399 41.179 41,5 0 100 * Bocaina Sabesp 1.215 750 38,3 100 0 * Bocaina Sabesp 71.614 41.929 41,5 1,7 98,3 184,1

10 Boracéia Sabesp 22.455 15.648 30,3 0 100 190,711 Borebi SAE 12.000 * * 100 0 *12 Brotas DAE 250.000 120.000 52,0 90 10 286,013 Dois Córregos SAAEDOCO 164.880 92.250 44,1 63 37 160,614 Dourado Sabesp 47.233 38.530 18,4 0 100 *

Dourado Sabesp 419 276 34,1 0 100 * Dourado Sabesp 47.652 38.806 18,6 0 100 174,8

15 Gavião Peixoto Prefeitura 28.500 19.950 30,0 0 100 201,516 Iacanga Prefeitura 81.360 55.000 32,4 0 100 273,417 Ibaté DAE 273.420 136.710 50,0 0 100 210,618 Ibitinga SAAE 585.300 570.000 2,6 10 90 485,619 Igaraçu do Tietê SAE 312.225 125.862 59,7 0 100 191,920 Itaju Prefeitura 15.120 12.960 14,3 100 0 434,621 Itapuí Prefeitura 48.000 * * 30 70 *22 Itirapina DAE 103.000 72.228 29,9 1 99 253,323 Jaú SAEMJA 1.100.000 600.000 45,5 85 15 206,324 Lençóis Paulista SAAE 390.000 292.500 25,0 70 30 205,025 Macatuba Sabesp 113.081 67.646 40,2 0 100 163,526 Mineiros do Tietê SANECISTE 84.000 60.000 28,6 10 90 193,027 Nova Europa Prefeitura 72.000 55.000 23,6 0 100 329,728 Pederneiras Sabesp 243.736 164.588 32,5 0 100 *

Pederneiras Sabesp 5.675 2.526 55,5 0 100 * Pederneiras Sabesp 5.917 1.886 68,1 0 100 * Pederneiras Sabesp 3.753 2.306 38,6 0 100 * Pederneiras Sabesp 5.208 2.404 53,8 0 100 * Pederneiras Sabesp 264.289 173.710 34,3 0 100 191,8

29 Ribeirão Bonito SAE 111.960 67.000 40,2 45 55 246,530 São Carlos SAE 1.984.312 1.322.282 33,4 50 50 269,131 São Manuel Sabesp 242.355 101.996 57,9 73 27 *

São Manuel Sabesp 21.757 11.577 46,8 0 100 * São Manuel Sabesp 1.651 1.394 15,6 0 100 * São Manuel Sabesp 265.763 114.967 56,7 66,6 33,4 113,6

32 Tabatinga Prefeitura 97.440 66.315 31,9 0 100 246,833 Torrinha DAE 36.000 * * 100 0 *34 Trabiju Prefeitura 25.800 13.725 46,8 0 100 250,0

TOTAL 12.979.164 7.928.354

* Sem informação.

8.2 Esgotamento Sanitário

Com relação ao esgotamento sanitário da UGRHI Tietê-Jacaré, pode-se dizer que

apresenta uma condição típica do saneamento básico no interior do Estado, com um alto

percentual de atendimento de coleta de esgotos e distribuição de água potável. Entretanto,

quando se enfoca o tratamento e disposição final dos efluentes líquidos, o quadro agrava-se

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Relatório no 40.674

substancialmente. Dos 34 municípios com sede na UGRHI Tietê-Jacaré, apenas 14 (41%) têm

algum tipo de tratamento de esgoto.

A TABELA 8.2 resume a situação dos esgotos domésticos na UGRHI Tietê-Jacaré,

enquanto que a tabela 5 do ANEXO E apresenta dados complementares.

TABELA 8.2 - Dados sobre os sistemas públicos de coleta e tratamento de esgotos na UGRHI Tietê-Jacaré (mais dados na tabela 5 do ANEXO E).

Município Operação Vol.

coletado (m3/d)

Pop. atendida

(hab.)

Índice de atend. (%)

No de ligações

Comprimento da rede (m)

% de ligações trat./colet.

1 Agudos Sabesp 3.146 26.956 89,5 7.779 82.817 0 2 Araraquara DAAE 29.891 157.213 98,2 57.489 715.000 0 3 Arealva Sabesp 700 4.190 95,0 1.634 26.384 100 4 Areiópolis Sabesp 915 8.170 96,9 2.256 21.927 100 5 Bariri SAEMBA * 23.142 99,0 8.600 * 0 6 Barra Bonita SAAE 6.650 29.980 95,0 10.206 100.000 0 7 Bauru DAE 50.967 272.628 95,0 87.408 1.472.490 0 8 B. Esperança do Sul Prefeitura 5.448 10.517 100,0 3.108 45.460 0 9 Bocaina Sabesp * * 95,5 2.640 32.041 100 Bocaina Sabesp * * 95,9 47 1.003 100 Bocaina Sabesp 1.073 7.286 95,5 2.687 33.044 100

10 Boracéia Sabesp 403 2.642 96,1 962 17.650 100 11 Borebi SAE 1.241 98,0 430 10.600 100 12 Brotas DAE * * 90,0 4.929 80.000 100 Brotas DAE * * 100,0 300 * 0 Brotas DAE 2.896 12.657 90,5 5.229 80.000 90,5

13 Dois Córregos SAAEDOCO 2.337 18.193 95,0 6.145 55.000 0 14 Dourado Sabesp 1.019 7.286 98,0 2.590 36.380 0 15 Gavião Peixoto Prefeitura 532 3.300 100,0 782 9.900 30 16 Iacanga Prefeitura 1.423 6.505 97,0 2.100 30.000 0 17 Ibitinga SAAE 6.591 39.128 100,0 12.878 450.000 0 18 Ibaté DAE 8.408 21.643 100,0 5.240 79.000 30 19 Igaraçu do Tietê SAE 3.323 21.645 99,0 5.990 * 0 20 Itaju Prefeitura 445 1.281 100,0 570 12.000 0 21 Itapuí Prefeitura 6.896 80,0 2.800 * 0 22 Itirapina DAE 1.310 6.463 68,0 2.706 35.560 100 23 Jaú SAEMJA * * 100,0 31.773 * 0 Jaú SAEMJA * * 100,0 5 * 0 Jaú SAEMJA * * 96,8 180 * 0 Jaú SAEMJA * * 100,0 142 * 0 Jaú SAEMJA * * 94,4 1.700 * 0 Jaú SAEMJA 15.608 94.553 97,5 33.800 700.000 0

24 Lençóis Paulista SAAE 7.800 47.552 100,0 16.000 165.000 0 25 Macatuba Sabesp 1.766 13.499 97,9 3.877 44.336 100 26 Mineiros do Tietê SANECISTE 1.584 10.260 99,0 3.200 48.000 0 27 Nova Europa Prefeitura 1.467 5.560 100,0 1.400 16.000 0 28 Pederneiras Sabesp * * 99,5 9.765 111.793 0 Pederneiras Sabesp * * 99,5 146 1.980 100 Pederneiras Sabesp * * 99,5 99 2.919 100 Pederneiras Sabesp * * 99,5 135 1.666 100 Pederneiras Sabesp 4.632 30.189 99,5 10.145 118.358 3,7

29 Ribeirão Bonito SAE 1.751 8.878 98,0 2.932 38.000 0 30 São Carlos SAE 34.908 162.177 99,0 57.642 600.000 1 31 São Manuel Sabesp * * 91,3 8.848 100.858 0 São Manuel Sabesp * * 93,3 1.025 19.166 100 São Manuel Sabesp 2.958 32.548 96,0 9.873 120.024 3,1

32 Tabatinga Prefeitura 1.733 8.776 98,0 2.980 38.915 0 33 Torrinha DAE 6.476 100,0 2.386 * 0 34 Trabiju Prefeitura 366 1.830 100,0 368 * 0 TOTAL 202.048 1.111.262 374.192 5.201.845

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Relatório no 40.674

8.3 Doenças Infecto-Contagiosas

Nesse tópico são apresentados alguns dados das doenças infecto-contagiosas que ocorrem

na UGRHI-TJ, com enfoque centrado naquelas de veiculação hídrica. Num primeiro momento, estes

dados foram levantados a partir de registros sobre dengue, esquistossomose, hanseníase e

leptospirose, fornecidos pelo SEADE (1993, 1995). As TABELAS 8.3 e 8.4 apresentam este dados.

Estas informações foram complementadas por dados fornecidos por Eduardo Sterlino Bergo,

pesquisador da Sucen, Regional de Araraquara, em colaboração com outros colegas de outras

regionais da Sucen e da Vigilância Epidemiológica, que atuam no âmbito da UGRHI-TJ.

TABELA 8.3 – Casos de doenças infecto-contagiosas registrados nos municípios da UGRHI – TJ, nos anos de 1993 e 1995.

1993 1995 MUNICÍPIOS

D E H L D E H L 1 Agudos 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Araraquara 0 0 12 0 1 1 14 0 3 Arealva 0 1 0 0 0 0 0 0 4 Areiópolis 0 0 1 0 0 0 1 0 5 Bariri 0 0 5 0 0 0 2 0 6 Barra Bonita 0 0 0 0 0 0 2 0 7 Bauru 1 0 15 0 109 0 23 1 8 Boa Esperança do Sul 0 0 1 0 0 0 4 0 9 Bocaina 0 0 0 0 0 0 0 0 10 Boracéia 0 0 0 0 0 0 0 0 11 Borebi 0 0 0 0 0 0 0 0 12 Brotas 0 0 4 0 0 0 2 0 13 Dois Córregos 0 0 0 0 0 0 1 0 14 Dourado 0 0 2 0 0 0 1 0 15 Gavião Peixoto ND ND ND ND ND ND ND ND 16 Iacanga 0 0 0 0 0 0 0 0 17 Ibaté 0 0 8 0 0 0 3 0 18 Ibitinga 0 0 2 0 45 0 2 0 19 Igaraçu do Tietê 0 0 1 0 0 0 0 0 20 Itaju 0 0 0 0 0 0 0 0 21 Itapuí 0 0 1 0 0 0 0 0 22 Itirapina 0 0 1 0 0 0 1 0 23 Jaú 0 0 7 0 0 0 1 2 24 Lençóis Paulista 0 0 9 0 0 0 2 1 25 Macatuba 0 0 1 0 0 0 2 0 26 Mineiros do Tietê 0 0 1 0 0 0 0 0 27 Nova Europa 0 0 1 0 0 0 4 0 28 Pederneiras 0 9 2 1 0 0 0 0 29 Ribeirão Bonito 0 0 0 0 0 0 1 0 30 São Carlos 0 1 9 0 0 0 6 0 31 São Manuel 0 0 4 0 0 0 5 1 32 Tabatinga 0 0 2 0 0 0 0 0 33 Torrinha 0 0 0 0 0 0 0 0 34 Trabiju ND ND ND ND ND ND ND ND

Total da UGRHI 1 11 89 1 155 1 77 5 % - UGRHI/SP 0,17 1,20 3,48 0,30 2,52 0,14 2,94 0,52 Total do Estado de SP 600 918 2.557 336 6.160 714 2.619 955

(*) - D – Dengue; E – Esquistossomose; H – Hanseníase; L – Leptospirose. ND – Não disponível Fonte: SEADE (1993,1995)

CASOS/ANO

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Relatório no 40.674

TABELA 8.4 – Coeficiente de Incidência - CI das doenças infecto-contagiosas nos municípios da UGRHI – TJ, anos de 1993 e 1995.

1993 1995 MUNICÍPIOS CI/ANO(*) D E H L D E H L

1 Agudos 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

2 Araraquara 0.00 0.00 37.40 0.00 3.07 3.07 42.93 0.00

3 Arealva 0.00 3.12 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

4 Areiópolis 0.00 0.00 3.12 0.00 0.00 0.00 3.07 0.00

5 Bariri 0.00 0.00 15.58 0.00 0.00 0.00 6.13 0.00

6 Barra Bonita 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 6.13 0.00

7 Bauru 3.12 0.00 46.75 0.00 334.25 0.00 70.53 3.07

8 Boa Esperança do Sul 0.00 0.00 3.12 0.00 0.00 0.00 12.27 0.00

9 Bocaina 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

10 Boracéia 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

11 Borebi 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

12 Brotas 0.00 0.00 12.47 0.00 0.00 0.00 6.13 0.00

13 Dois Córregos 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 3.07 0.00

14 Dourado 0.00 0.00 6.23 0.00 0.00 0.00 3.07 0.00

15 Gavião Peixoto ND ND ND ND ND ND ND ND

16 Iacanga 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

17 Ibaté 0.00 0.00 24.93 0.00 0.00 0.00 9.20 0.00

18 Ibitinga 0.00 0.00 6.23 0.00 137.99 0.00 6.13 0.00

19 Igaraçu do Tietê 0.00 0.00 3.12 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

20 Itaju 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

21 Itapuí 0.00 0.00 3.12 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

22 Itirapina 0.00 0.00 3.12 0.00 0.00 0.00 3.07 0.00

23 Jaú 0.00 0.00 21.82 0.00 0.00 0.00 3.07 6.13

24 Lençóis Paulista 0.00 0.00 28.05 0.00 0.00 0.00 6.13 3.07

25 Macatuba 0.00 0.00 3.12 0.00 0.00 0.00 6.13 0.00

26 Mineiros do Tietê 0.00 0.00 3.12 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

27 Nova Europa 0.00 0.00 3.12 0.00 0.00 0.00 12.27 0.00

28 Pederneiras 0.00 28.05 6.23 3.12 0.00 0.00 0.00 0.00

29 Ribeirão Bonito 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 3.07 0.00

30 São Carlos 0.00 3.12 28.05 0.00 0.00 0.00 18.40 0.00

31 São Manuel 0.00 0.00 12.47 0.00 0.00 0.00 15.33 3.07

32 Tabatinga 0.00 0.00 6.23 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

33 Torrinha 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

34 Trabiju ND ND ND ND ND ND ND ND (*) - CI = (N0 DE CASOS NO ANO /POPULAÇÃO NO ANO) x 100.000

D – Dengue; E- Esquistossomose; H – Hanseníase; L – Leptospirose. ND – Não disponível Fonte: SEADE (1993,1995)

Observa-se que a UGRHI – TJ apresenta uma percentagem relativamente pequena de

casos em relação ao Estado de São Paulo, para as quatro doenças infecto-contagiosas

analisadas (TABELA 8.3). Os maiores índices verificados foram para Hanseníase, 3,48% em

1993, e 2,94% em 1995.

Com relação à dengue, verifica-se que em 1993 foi registrado apenas um caso na UGRHI

– TJ, no município de Bauru. Já em 1995, foram verificados 155 casos, sendo 109 em Bauru, 45

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Relatório no 40.674

em Ibitinga e 1 em Araraquara. Quando considerados os Coeficientes de Incidência para 100 mil

habitantes (TABELA 8.4), Bauru e Ibitinga também apresentam os maiores valores para Dengue

em 1995 (334,25 e 137,99, respectivamente).

A UGRHI – TJ registrou 11 casos de esquistossomose em 1993, sendo 9 em Pederneiras,

1 em Arealva e 1 em São Carlos. Em 1995, observa-se apenas 1 caso desta doença, registrado

em Araraquara (TABELA 8.3). Em 1993, Pederneiras apresentou um CI de 28 casos de

esquistossomose para 100 mil habitantes.

Pelos dados de 1993 e 1995, a hanseníase parece ser o tipo de doença infecto-contagiosa

mais freqüente na UGRHI – TJ, entre as analisadas nas TABELAS 8.3 e 8.4. Dos 32 municípios

da UGRHI com dados disponíveis, 21 em 1993 (66%), e 19 em 1995 (59%), apresentaram casos

desta doença. Alguns municípios apresentaram CI significativos para hanseníase, tais como,

Bauru (46,75 em 1993, e 70,53 em 1995), Araraquara (37,40 em 1993, e 42,93 em 1995) e São

Carlos (20,85 em 1993, e 18,40 em 1995).

A leptospirose, doença tipicamente de veiculação hídrica e muitas vezes associada a

eventos de inundação, pode ser considerada pouco significativa na UGRHI – TJ, pelo menos para

os anos analisados nas TABELAS 8.3 e 8.4.

Quando consideramos as quatro doenças infecto-contagiosas em conjunto, os municípios

de Bauru em 1993 e 1995, Araraquara, principalmente em 1995, e Pederneiras, principalmente

em 1993, são os mais críticos.

A FIGURA 8.2 apresenta a distribuição espacial dos CI de hanseníase na UGRHI – TJ,

para o ano de 1993. Observa-se que as sub-bacias do Rio Bauru e Médio Jacaré-Guaçu são as

mais críticas, devido aos municípios de Bauru e Araraquara, respectivamente. Já as sub-bacias do

Alto Jacaré-Guaçu e Rio Jaú podem ser classificadas como medianamente críticas quanto ao CI

de hanseníase verificado no ano de 1993. Na sub-bacia do Alto Jacaré-Guaçu, este

comportamento é decorrente da presença dos municípios de São Carlos e Ibaté, enquanto que na

sub-bacia do Rio Jaú, deve-se ao município de Jaú.

A Regional Araraquara da Sucen possui uma série de dados para 11 municípios da UGRHI

– TJ, integrantes desta regional, envolvendo outros períodos e outros tipos de doenças infecto-

contagiosas. A TABELA 8.5 apresenta os Coeficientes de Incidência Total para tuberculose para

estes municípios, no período 92 – 97. A FIGURA 8.3 ilustra a evolução destes CI para alguns

destes municípios no período.

Analisando-se a TABELA 8.5 e a FIGURA 8.3, verifica-se que o município de Araraquara é

o que tem apresentado os maiores C.I. total de tuberculose no período considerado, com uma

tendência de declínio de pequena monta. O município de Boa Esperança do Sul apresenta um

elevado C.I. em 1992 (59,02), porém nos anos subseqüentes, estes valores decrescem

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214

Relatório no 40.674

significativamente, atingindo o valor de 10,69 em 1996. Em 1997, este município registra nova

elevação do C.I. de tuberculose, para o patamar de 26,61.

JAÚBROTAS

ArealvaBARIRI

IBITINGA

ItajuIbaté

Iacanga

PEDERNEIRAS

Bocaína

ARARAQUARA

Itirapina

SÃO CARLOS

AGUDOS

Boa Esperança do Sul

Tabatinga

LENÇÓIS PAULISTA

Matão

Itapuí

Dourado

Torrinha

RIBEIRÃO BONITO

Macatuba

BAURUDOIS CÓRREGOS

Gavião Peixoto

Boracéia

SÃO MANUEL

Borebi

Trabiju

Nova Europa

Areiópolis

São PedroBARRA BONITA

Mineiros do Tietê

Analândia

Igaraçu do Tietê

1

2

4

8

6

5

7

3 9

Coeficiente de incidência de Hanseníase - 9303.12 - 17.6617.66 - 32.232.2 - 46.75Sem dadosFora da UGRHI-TJ

Sub-baciasLimite da UGRHI - TJ

SUB-BACIAS DA UGRHI-TJ

1- Rio Tietê/Rio Claro2- Rio Tietê/Rio Lençóis3- Rio Bauru4- Baixo Jacaré-Guaçu5- Médio Jacaré-Guaçu6- Alto Jacaré-Guaçu7- Baixo-Médio Jacaré-Pepira8- Alto Jacaré-Pepira9- Rio Jaú

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO TIETÊ -JACARÉ - CBH - TJFEHIDRO - IPT

9 0 9 18 KilometerskmEscala Gráfica

49º00'22º45' 22º45'

48º30'

22º30'º48 15'

22º15'47º45'

22º00'47º45'

21º45'48º00'

21º45'49º00'

N

EW

S

LEGENDA

FIGURA 8.2 – Distribuição na UGRHI – TJ do Coeficiente de Incidência por 100 mil

habitantes da doença Hanseníase, ano 1993 (TABELA 8.4).

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215

Relatório no 40.674

TABELA 8.5 – Coeficientes de Incidência de tuberculose para alguns municípios da UGRHI-TJ (Fonte: Sucen, Regional de Araraquara, ano 1999).

COEFICIENTE DE INCIDÊNCIA TOTAL DE TURBERCULOSE MUNICÍPIO 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Araraquara 65.69 59.70 50.67 49.38 54.32 48.02 Boa Esperança do Sul 59.02 31.96 31.12 15.16 10.69 25.61 Dourado N.D. 0.00 0.00 24.71 0.00 47.33 Gavião Peixoto N.D. N.D. N.D. N.D. 0.00 0.00 Ibaté N.D. 0.00 0.00 18.22 0.00 0.00 Ibitinga 15.92 37.80 49.55 43.85 30.10 30.10 Nova Europa 18.58 3.60 35.87 17.71 14.15 14.15 Ribeirão Bonito N.D. 0.00 0.00 27.50 27.54 27.54 São Carlos N.D. 0.00 0.00 38.47 24.47 24.47 Tabatinga N.D. 35.38 44.50 33.92 31.29 31.29 Trabiju N.D. N.D. N.D. N.D. 0 0.00

N.D. – Não Disponível.

010203040506070

1992 1993 1994 1995 1996 1997

ANO

C.I.

TO

TAL

(TU

BER

CU

LOSE

)

Araraquara Boa Esp. do SulIbitinga Nova Europa

FIGURA 8.3 – Evolução do C.I. total de tuberculose para alguns municípios da UGRHI – TJ (TABELA 8.5).

Já o município de Ibitinga apresenta um valor relativamente baixo de C.I. total de

tuberculose em 1992 (15,92), e uma tendência de aumento significativa destes valores nos anos

subseqüentes, atingindo o valor máximo de 49,95 em 1994, para depois estabilizar no patamar de

30,10.

A TABELA 8.6 apresenta casos notificados e confirmados de algumas doenças infecto-

contagiosas no período de 1995 a 1998, para o município de Itirapina, localizado na sub-bacia do

Alto Jacaré-Guaçu da UGRHI-TJ.

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216

Relatório no 40.674

TABELA 8.6 – Casos de doenças infecto-contagiosas no município de Itirapina, no período 1995-1998. 1995 1996 1997 1998

N0 de Casos N0 de Casos N0 de Casos N0 de Casos DOENÇAS Notific. Confir. Notific. Confir. Notific. Confir. Notific. Confir.

AIDS (**) 2 2 1 1 2 2 - - Dengue - - - - 2 - 40 13 Doença Meningocócica 1 1 2 2 1 1 1 1 Meningite 1 1 - - - - 2 2 Esquistossomose 2 2 4 4 9 9 3 3 Hanseníase (**) 1 1 2 2 1 1 3 - Hepatite 1 1 - - - - 2 - Leptospirose - - - - - - 4 - Tuberculose (**) 2 2 2 2 4 4 7 -

(**) – Dado provisório do ano de 1998. Fonte: Vigilância Epidemiológica – Diretoria de Piracicaba.

Para realização de trabalhos mais exaustivos de análise da distribuição e freqüência das

doenças infecto-contagiosas na UGRHI – TJ, e em particular, aquelas de veiculação hídrica,

levantamentos sistemáticos junto às Regionais da Sucen e Diretorias de Vigilância Epidemiológica

terão que ser realizados. Os parâmetros levantados terão que ser organizados dentro da estrutura

de um banco de dados, que permita sua recuperação e a realização de análises de forma mais

rápida, uma vez que, hoje, os mesmos encontram-se dispersos nos vários órgãos municipais,

estaduais e federais.

A Vigilância Epidemiológica, Diretoria de Botucatu, dispõe de arquivos sobre as doenças

notificadas para os municípios de Areiópolis e São Manuel, pertencentes a UGRHI-TJ, abarcando

o período 1998-1999. Estes dados estão informatizados em formato para o Programa Tabwin do

DATASUS. O QUADRO 8.1 apresenta algumas pesquisas realizadas neste tema e no âmbito da

UGRHI – TJ, que poderão enriquecer e complementar os aspectos discutidos anteriormente.

QUADRO 8.1 – Algumas pesquisas recentes na área de doenças infecto-contagiosas e saúde dentro da região da UGRHI – TJ.

PESQUISA AUTOR

Análise do mecanismo de autodepuração do Rio Jacaré-Guaçu através do modelo de qualidade da água.

GASTALDINE (1982)

Geoecologia, hidrografia, hidroquímica, clima e processos antrópicos da bacia do Rio Jacaré-Pepira (SP)

MAIER (1983)

Ecologia da bacia do Rio Jacaré-Pepira: influência do solo, da água e da descarga de efluentes sobre a qualidade da água.

MAIER et. al. (1986)

Ecologia da bacia do Rio Jacaré-Pepira (47055’ – 48055’W; 22030’-21055’S - Brasil): qualidade da água do rio principal.

MAIER (1987)

Anofelíneos vetores em áreas de atividade agropecuária no interior do Estado de São Paulo.

BERGO (1996)

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217

Relatório no 40.674

9 ÁREAS PROTEGIDAS POR LEI

Para a elaboração desse tema, tomou-se como base os trabalhos de SILVA &

FORNASARI FILHO (1992), SMA (1998) e SEADE (1998), que apresentam um levantamento das

Unidades de Conservação Ambiental existentes no Estado de São Paulo, sob administração

federal e estadual, suas características e a área de abrangência por município.

Entende-se por Unidades de Conservação Ambiental aquelas “áreas definidas pelo Poder

Público, visando a proteção e a preservação de ecossistemas no estado natural e primitivo, onde

os recursos naturais são passíveis de um uso indireto sem consumo” (SILVA & FORNASARI

FILHO, 1992; SMA, 1998). Dentre os objetivos das Unidades de Conservação Ambiental

destacam-se:

• proteger a produção hídrica, minimizando a erosão, sedimentação, especialmente

quando afetam atividades que dependem da utilização da água e do solo;

• garantir a manutenção de bancos genéticos, da diversidade de espécies e

ecossistemas, ou seja, da biodiversidade, assegurando o processo evolutivo;

• manter os processos ecológicos fundamentais e os equilíbrios indispensáveis à

qualidade de vida;

• proteger áreas com características extraordinárias, ou que abriguem exemplares raros

da biota regional.

Na UGRHI-TJ existem 11 Unidades de Conservação, sendo três Áreas de Proteção

Ambiental, duas Estações Ecológicas, cinco Estações Experimentais e uma Estância Turística

(QUADRO 9.1 , FIGURA 9.1 ).

9.1 Área de Proteção Ambiental – APA

As APA são, de acordo com SILVA & FORNASARI FILHO (1992), “Unidades de

Conservação destinadas a proteger a qualidade ambiental e os sistemas naturais ali

existentes, visando à melhoria da qualidade de vida da população local e, também, à

proteção dos ecossistemas regionais. As APA deverão ter sempre um zoneamento

ecológico-econômico, que estabelecerá normas de uso, condições bióticas, geológicas,

urbanísticas, agropastoris, extrativistas, culturais e outras, do local. Qualquer que seja a

situação dominial de uma área, a mesma poderá fazer parte de uma APA. Todas as APA

deverão ter uma Zona de Vida Silvestre, onde será proibido ou regulado o uso dos sistemas

naturais”.

Na UGRHI-TJ estão presentes a APA Corumbataí - Perímetro Corumbataí, criada em 1983,

abrangendo áreas de vários municípios; a APA Piracicaba/Juqueri-Mirim (Área I), criada em 1991,

abrangendo parte dos municípios de Analândia e Itirapina; e a APA Ibitinga, instituída em 1987,

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218

Relatório no 40.674

compreendendo toda a área do município de mesmo nome. Estas APA encontram-se com a

localização indicada na FIGURA 9.1.

9.2 Estação Ecológica

As Estações Ecológicas são áreas representativas de ecossistemas brasileiros, cuja

finalidade é a realização de pesquisas básicas e aplicadas de Ecologia, a proteção do ambiente

natural e o desenvolvimento da educação conservacionista. Nessas áreas é proibida a exploração

de recursos naturais, exceto para fins experimentais, que não ocasionem danos para a

manutenção da biota nativa (SILVA & FORNASARI FILHO,1992).

A UGRHI-TJ apresenta a Estação Ecológica Itirapina, criada em 1984, compreendendo

áreas dos municípios de Brotas e Itirapina; e a Estação Ecológica São Carlos, criada em 1987,

localizada no município de mesmo nome. Estas Estações Ecológicas estão com a localização

aproximada indicada na FIGURA 9.1.

QUADRO 9.1 - Unidades de conservação ambiental existentes na UGRHI – TJ. TIPO DE UNIDADE

DE CONSERVAÇÃO (UC)

NOME MUNICÍPIOS ABRANGIDOS DIPLOMA LEGAL ÁREA (ha)

Área de Proteção Ambiental - APA

APA Corumbataí - Perímetro Corumbataí

Analândia, Barra Bonita, Brotas, Dois Córregos, Itirapina, Mineiros do Tietê, São Carlos, São Pedro, Torrinha

Decreto Estadual 20.960/83

272.692,00 (*)

Área de Proteção Ambiental - APA

APA Piracicaba/ Juqueri-Mirim -

(Área I) Analândia, Itirapina

Decreto Estadual 26.882/87; Lei

Estadual 7.438/91

107.000,00 (*)

Área de Proteção Ambiental - APA APA Ibitinga Ibitinga Lei Estadual

5.536/87 64.900,00

(*) Estação Ecológica

E Ec. E Ec Itirapina Brotas, Itirapina Decreto Lei 22.335/84 2.300,00 (*)

Estação Ecológica E Ec. E Ec São Carlos São Carlos Decreto Estadual

26.890/87 75,26 (*)

Estação ExperimentalE Ex. E Ex. Araraquara Araraquara Ocupação, 1964 143,36 (**)

Estação ExperimentalE Ex. E Ex. Jaú Jaú Decreto 39.128/61 258,65 (**)

Estação ExperimentalE Ex. E Ex. Itirapina Itirapina Decreto 28.239/57 3.212,81

(**) Estação Experimental

E Ex. E Ex.

Pederneiras Pederneiras Decreto 34.085/58 2.143,67 (**)

Estação ExperimentalE Ex. E Ex. Bauru Bauru Escritura, 1929 43,09 (**)

Estância Turística E Tur.

E Tur. Barra Bonita Barra Bonita Lei 2.109/79

Área do mun.

Contida na Bacia

Fontes: (*) - SMA, 1998; (**) - SEADE, 1998.

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Relatório no 40.674

#

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##

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#

#

250 50 km

BARRA BONITA

IGARAÇU DO TIETÊ

AGUDOS

ARARAQUARA

AREALVA

AREIÓPOLIS

BARIRI

BAURU

BOA ESPERANÇA DO SUL

BOCAINA

BORACÉIA

BOREBI

BROTAS

DOIS CÓRREGOS

DOURADO

GAVIÃO PEIXOTO

IACANGA

IBATÉ

IBITINGA

ITAJU

ITAPUÍ

ITIRAPINAJAÚ

LENÇÓIS PAULISTA

MACATUBA

MINEIROS DO TIETÊ

NOVA EUROPA

PEDERNEIRAS

RIBEIRÃO BONITO

SÃO CARLOS

SÃO MANUEL

TABATINGA

TORRINHA

TRABIJU

APA Ibitinga

APA Corumbataí ( Perímetro Corumbataí)

Estação Experimental Jaú ( Jaú / Bocaina)

Estação Ecológica Itirapina(I i i /B )APA Piracicaba / Juqueri-Mi i

Estância Turística Barra

Estação ExperimentalP d i

Estação ExperimentalA

Estação Experimental Itirapina

Estação Ecológica São

Estação Experimental Bauru

LEGENDA

Mirim

Carlos

de Barra Bonita

Limite de região administrativa

Limite de região de governo

FIGURA 9.1 – Localização da unidades de conservação ambiental na UGRHI – TJ.

)

)

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220

Relatório no 40.674

9.3 Estação Experimental

As Estações Experimentais, também denominadas de Reservas de Preservação

Permanente (no nível estadual), são áreas públicas destinadas à produção de matéria-prima

vegetal ou animal. Podem ser administradas nos níveis federal ou estadual (SILVA & FORNASARI

FILHO, 1992).

Na UGRHI–TJ, observam-se: a Estação Experimental Araraquara, criada em 1964;

Estação Experimental Bauru, instituída em 1929; Estação Experimental Jaú, criada em 1961; a

Estação Experimental Itirapina, instituída em 1957; e a Estação Experimental Pederneiras, criada

em 1958, todas com áreas inteiramente contidas nos municípios de mesmo nome. As Estações

Experimentais estão representadas por símbolos, na FIGURA 9.1.

9.4 Estância

As Estâncias são municípios que contêm fontes naturais de água, dotadas de altas

qualidades terapêuticas, e em quantidades suficientes para atender os fins a que se destinam,

assim como aos apelos de natureza histórica, artística ou religiosa. Qualquer município pode ser

constituído em Estância, em função do clima, altitude e outros predicados que favoreçam a

instalação de hotéis, sanatórios e similares (SILVA & FORNASARI FILHO, 1992). Podem ser

divididas, segundo suas características, em estâncias balneárias, hidrominerais, climáticas ou

turísticas. Na UGRHI-TJ, o município de Barra Bonita é considerado Estância Turística, desde

1979, e encontra-se representado na FIGURA 9.1.

9.5 Áreas Protegidas no Âmbito Municipal

Segundo informações obtidas nas Prefeituras, através de questionários, alguns municípios

da Bacia do Tietê/Jacaré apresentam áreas protegidas por Leis, no âmbito municipal. No entanto,

nenhum dos municípios apresentou a localização espacial destas áreas e as informações são

bastante genéricas. Os municípios que apresentam áreas protegidas por leis municipais são os

seguintes:

• Araraquara: Horto Florestal;

• Bauru: Parque Municipal (Parque Ecológico Tenri-Cidade Irmã/ Jardim Botânico

Municipal de Bauru); Área de Proteção Ambiental Municipal (APA 2 – entorno do

Parque Ecológico); e Setores Especiais de Conservação de Fundo de Vale-SECs;

• Pederneiras: área margeando o Rio Tietê;

• Ribeirão Bonito: proteção das nascentes de captação d’água.

Vale salientar a importância do entendimento e manutenção das Unidades de

Conservação, visando uma compatibilização entre as atividades de uso e ocupação do solo e os

interesses específicos para essas áreas.

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221

Relatório no 40.674

10 ÁREAS DEGRADADAS

As áreas degradadas e seus respectivos impactos nos recursos hídricos da UGRHI-TJ

foram analisadas segundo dois enfoques principais: a caracterização dos processos de erosão,

assoreamento e inundação; e as alterações ambientais provocadas por atividades de mineração.

Com relação às áreas ambientais, fez-se uma análise da degradação por supressão de

vegetação (item 10.5), conforme consta da proposta do CORHI.

10.1 Erosão

O levantamento dos dados a respeito dos processos erosivos da UGRHI foi realizado

fundamentalmente a partir de estudos anteriores do IPT (1990, 1995, 1997a). De IPT (1997a)

foram extraídas informações do Banco de Dados de Erosão do Estado de São Paulo, relativas ao

número total de erosões de cada município, destacando-se as erosões urbanas e o número de

erosões por sub-bacia; além disso foi utilizado o Mapa de Erosão do Estado de São Paulo, que

apresenta a classificação das áreas quanto à suscetibilidade à erosão (DESENHO 11).

10.1.1 Conceitos Adotados

Para o entendimento dos processos erosivos serão apresentados alguns conceitos e

definições básicas sobre os processos erosivos adotados no presente estudo.

Erosão pode ser definida como um processo de desagregação e remoção de partículas do

solo ou de fragmentos e partículas de rochas, pela ação combinada da gravidade com a água,

vento, gelo e/ou organismos (plantas e animais).

No caso deste estudo, será tratada mais especificamente, a erosão pluvial, que é regida

pelo dinâmica das águas de chuva. Esta erosão pode ser “natural” ou “geológica”, que se

desenvolve em condições de equilíbrio com a formação do solo, clima e processos tectônicos; ou

“acelerada” ou “antrópica”, cuja dinâmica é modificada pelas ações antrópicas (desmatamentos,

terraplenagem, concentração de água superficial, etc.), intensificando a velocidade destes

processos.

A erosão pluvial pode ser classificada em dois tipos principais: erosão laminar, ou em lençol,

quando causada por escoamento difuso das águas das chuvas, resultando na remoção progressiva

dos horizontes superficiais do solo; e erosão linear, quando causada por concentração das linhas de

fluxo das águas de escoamento superficial, resultando em incisões na superfície do terreno, na

forma de sulcos, ravinas e boçorocas e solapamento de margens de canal.

A erosão laminar é dificilmente perceptível, porém é evidenciada pela tonalidade mais clara

dos solos, exposição de raízes e queda da produtividade agrícola. É determinada a partir de

cálculos, segundo a Equação Universal de Perdas de Solo (USLE), levando em conta os índices:

erosividade da chuva, erodibilidade, comprimento de rampa, declividade do terreno, fator uso e

manejo do solo e prática conservacionista adotada. Estudos a respeito desses processos vêm

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222

Relatório no 40.674

sendo realizados pelo Instituto Agronômico de Campinas - IAC, da Secretaria da Agricultura (SAA,

1994).

As erosões lineares podem ser subdivididas em:

1. Sulcos: feições pouco profundas (inferiores a 50 cm), geralmente associadas ao

manejo agrícola inadequado, em áreas rurais de cultura sem a adoção de práticas

conservacionistas, ou à exposição dos solos de alteração em terraplenagens;

2. Ravinas: são feições de maior porte, profundidade variável, de forma alongada que não

atingem o nível d’água subterrânea, onde atuam mecanismos de desprendimento de

material dos taludes laterais e transporte de partículas do solo;

3. Boçorocas: têm dimensões superiores às ravinas e são geralmente ramificadas. No

mecanismo de desenvolvimento desta feição, atuam tanto a ação da água de

escoamento superficial, quanto os fluxos d’água sub-superficiais, por meio do

fenômeno de piping (erosão interna que provoca o carreamento de partículas do

interior do solo, formando “tubos” vazios, que provocam colapsos e escorregamentos

laterais do terreno, alargando a boçoroca). Ocorrem principalmente em cabeceiras de

drenagens, onde há uma convergência e concentração natural dos fluxos d’água

superficiais e subterrâneos.

Os processos erosivos pluviais também podem ser classificados em urbanos e rurais, em

função de sua área de ocorrência e interrelações com as formas de uso e ocupação.

As erosões em áreas urbanas são induzidas pelo lançamento de águas de chuva e esgoto,

diretamente ou pelo arruamento. Dependendo das características do terreno e das condições de

infra-estrutura local, o escoamento superficial tem capacidade para provocar o desenvolvimento

de processos erosivos de grande porte, causando sérios prejuízos ao ambiente urbano, inclusive

mortes.

As ravinas e boçorocas rurais (desenvolvidas nas áreas agrícolas, campos abandonados,

pastagens e associadas às redes viárias) são causadas pelo desmatamento e manejo inadequado

do solo, que acabam por modificar o regime hídrico regional, agindo diretamente na dinâmica dos

processos erosivos. As ravinas e boçorocas rurais desenvolvem-se em decorrência de

intervenções antrópicas inadequadas e por reativação das cabeceiras de drenagem (concentração

de escoamento superficial, desmatamento, etc).

As erosões rurais também podem ser induzidas e catalisadas pela implantação de obras

civis na área rural, principalmente rodovias e ferrovias. As rodovias sem coberturas de proteção

de seu leito e sem sistemas de drenagem adequados constituem, de início, áreas favoráveis para

a instalação dos processos erosivos e, com a evolução dos mesmos, tornam-se ameaçadas por

eles. A ausência de bueiros e dissipadores nas porções terminais do sistema de drenagem, que

nem sempre comportam o incremento da vazão imposta pelas obras, faz com que ao receber um

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223

Relatório no 40.674

grande volume do escoamento superficial, ocorra o processo remontante das ravinas/boçorocas,

colocando em risco determinados trechos do sistema viário. Muitas vezes as vias têm seu traçado

modificado em função de tais erosões.

10.1.2 Caracterização da Degradação da UGRHI–TJ por Erosão

A caracterização da degradação da UGRHI–TJ por processos erosivos foi realizada sob

dois enfoques. O primeiro deles refere-se à distribuição das classes de suscetibilidade à erosão,

oriundas do cruzamento dos condicionantes do meio físico e biótico destes processos

(litologia/solos, morfologia, uso e ocupação, etc.). Estas classes de suscetibilidade foram obtidas,

basicamente, a partir do Mapa de Erosão do Estado de São Paulo do IPT/DAEE (IPT, 1995),

elaborado a partir de Folhas 1:250.000 e apresentado na escala 1:1.000.000.

O segundo enfoque abrange análises da distribuição das erosões lineares presentes na

UGRHI – TJ. Esta linha de investigação foi baseada no levantamento de erosões urbanas e rurais,

realizado por IPT (1990, 1997a). Estas erosões foram identificadas a partir de cadastramento

através de trabalhos de campo (erosões urbanas) e interpretação de fotografias aéreas na escala

1:25.000 (erosões rurais), relativas ao único levantamento aerofotogramétrico que recobriu

totalmente a área do Estado, executado no ano de 1972. Também foram consideradas as

informações coletadas nos questionários respondidos pelas prefeituras da UGRHI–TJ.

Com relação às classes de suscetibilidade à erosão, na área da UGRHI–TJ foi identificada

a ocorrência de 8 classes, agrupadas em 5 níveis de suscetibilidade, conforme apresentado no

QUADRO 10.1. Os critérios detalhados utilizados para a cartografia destas classes e sub-classes

de suscetibilidade à erosão são apresentados em IPT (1995). O DESENHO 11 e a FIGURA 10.1

ilustram a distribuição espacial destas classes de suscetibilidade na UGRHI-TJ.

A TABELA 10.1 apresenta a distribuição percentual de área das classes de

suscetibilidade à erosão em relação à superfície total da UGRHI – TJ. A TABELA 10.2

apresenta a distribuição percentual em área destas classes em relação às nove sub-bacias

propostas para a UGRHI–TJ.

A análise dos resultados apresentados na TABELA 10.1 indica que, na área da

UGRHI–TJ, predominam terrenos com média suscetibilidade à erosão, correspondendo a

43,2% da superfície da UGRHI, sendo 24,1% do tipo IIIa e 19,1% do tipo IIIb. Por outro lado,

24,6% da área da UGRHI é constituída por classes de muito alta suscetibilidade à erosão

(5,2% do tipo Ia e 19,4% do tipo Ib). Seguem, em termos de predominância territorial na

UGRHI–TJ, as classes de baixa suscetibilidade à erosão (18,4%, sendo 1,9% IVc e 16,5%

IVd), alta suscetibilidade à erosão (9,6%, sendo 6,6% IIa e 3,0% IIb) e muito baixa

suscetibilidade à erosão (2,6% do tipo Vb).

Com relação à distribuição das classes de suscetibilidade à erosão pluvial nas sub-bacias

da UGRHI do Tietê-Jacaré, podemos afirmar que as sub-bacias do Alto Jacaré-Pepira (75,9% de

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224

Relatório no 40.674

muito alta suscetibilidade - Ib) e sub-bacia do Rio Jaú (58,6% de muito alta suscetibilidade – Ib)

apresentam mais de 50% de seu território com terrenos de muito alta suscetibilidade, portanto,

com alta potencialidade para o desenvolvimento destes processos de degradação.

QUADRO 10.1 – Classes de suscetibilidade à erosão identificadas na UGRHI – TJ.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS CLASSES DE SUSCETIBILIDADE MEIO FÍSICO (litologia/relevo) PROCESSOS EROSIVOS

Ia

Rochas sedimentares das Fm. Marília e Vale do Rio do Peixe (Adamantina). Planalto Ocidental, Colinas Médias, Morrotes Alongados e Espigões, Escarpas Festonadas e Escarpas com Espigões Digitados.

Boçorocas de cabeceira de drenagem, ravinas e sulcos. Incidência muito alta. Boçorocas de médio a grande porte. Forma: alongada e ramificada. Erosão laminar muito intensa. Ocorrência de movimentos de massa nos sistemas de relevo mais enérgicos (Escarpas).

Ib Rochas sedimentares das Fm. Botucatu, Pirambóia, Itaqueri e Sedimentos Correlatos. Cuestas Basálticas. Sistemas de relevo: idem a Ia.

Boçorocas de cabeceira de drenagem, ravinas e sulcos. Incidência alta. Boçorocas de médio a grande porte. Forma: anfiteatros semi-circulares. Erosão laminar intensa. Ocorrência de movimentos de massa nos sistemas de relevo mais enérgicos (Escarpas).

IIa Rochas sedimentares das Fm. Vale do Rio do Peixe (Adamantina). Planalto Ocidental, Colinas Médias e Colinas Amplas.

Boçorocas de cabeceira de drenagem, ravinas e sulcos. Incidência média. Boçorocas de médio a grande porte. Forma alongada e ramificada. Erosão laminar intensa.

IIb Rochas sedimentares das Fm. Botucatu, Pirambóia, Itaqueri e Sedimentos Correlatos. Morros Amplos

Boçorocas de cabeceira de drenagem, ravinas e sulcos. Incidência média. Boçorocas de médio a grande porte. Forma: anfiteatros semi-circulares. Erosão laminar intensa.

IIIa Rochas sedimentares das Fm. Vale do Rio do Peixe (Adamantina). Planalto Ocidental, Colinas Amplas.

Ravinas e sulcos. Incidência média. Boçorocas de cabeceira de drenagem. Incidência: baixa. Erosão laminar moderada.

IIIb Rochas sedimentares das Fm. Botucatu, Pirambóia, Itaqueri e Sedimentos Correlatos. Planalto Atlântico. Colinas Amplas.

Ravinas e sulcos. Incidência média. Boçorocas de cabeceira de drenagem. Incidência: baixa. Erosão laminar fraca.

IVc

Rochas vulcânicas (basaltos/diabásios). Fm. Serra Geral. Intrusivas básicas tabulares. Cuestas Basálticas. Morrotes Alongados e Espigões. Morros Arredondados e Escarpas Festonadas. Escarpas com Espigões Digitados.

Ravinas e sulcos. Incidência: moderada. Erosão laminar moderada.

IVd Rochas vulcânicas (basaltos/diabásios). Fm. Serra Geral. Intrusivas básicas tabulares. Colinas Amplas e Colinas médias.

Ravinas e sulcos. Incidência: moderada. Erosão laminar baixa.

Vb Sedimentos continentais. Planícies fluviais. Sujeitos a erosão fluvial (solapamento das margens).

A sub-bacia do Baixo-Médio Jacaré-Pepira, com 31.9% de terrenos de muito alta

suscetibilidade, e as sub-bacias do Médio e Baixo Jacaré-Guaçu com, respectivamente, 38,9% e

34,5% de suas áreas com terrenos de alta e muita alta suscetibilidade à erosão, também podem

ser consideradas potencialmente críticas à instalação destes processos (TABELA 10.2).

Salienta-se que estas classes de suscetibilidade à erosão indicam uma condição potencial,

determinada por alguns condicionantes predisponentes destes processos (litologia, solos, relevo,

cobertura vegetal, lençol freático, etc.). A deflagração e incidência é controlada principalmente,

pelas interferências antrópicas advindas das diferentes formas de uso e ocupação dos terrenos.

Desta forma, mesmo terrenos de média suscetibilidade podem apresentar grande incidência de

processos erosivos, em função da forma que são ocupados.

I – MUITO ALTA

II– ALTA

III – MÉDIA

IV – BAIXA

V – MUITO BAIXA

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225

Relatório no 40.674

1

2

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6

5

7

3 9

Classes de Suscetibilidade à ErosãoIa - Muito Alta Ib - Muito AltaIIa - AltaIIb - AltaIIIa - MédiaIIIb - MédiaIVc - BaixaIVd - BaixaVb - Muito Baixa

Reservatórios e lagosSub-baciasLimite da UGRHI - TJ SUB-BACIAS DA UGRHI-TJ

1- Rio Tietê/Rio Claro2- Rio Tietê/Rio Lençóis3- Rio Bauru4- Baixo Jacaré-Guaçu5- Médio Jacaré-Guaçu6- Alto Jacaré-Guaçu7- Baixo-Médio Jacaré-Pepira8- Alto Jacaré-Pepira9- Rio Jaú

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO TIETÊ -JACARÉ - CBH - TJFEHIDRO - IPT

9 0 9 18 KilometerskmEscala Gráfica

49º00'22º45' 22º45'

48º30'

22º30'48º15'

22º15'47º45'

22º00'47º45'

21º45'48º00'

21º45'49º00'

N

EW

S

LEGENDA

FIGURA 10.1 – Mapa simplificado com a distribuição das classes de

suscetibilidade à erosão na UGRHI – TJ.

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226

Relatório no 40.674

TABELA 10.1 – Distribuição percentual em área das classes de suscetibibilidade à erosão na UGRHI – TJ.

SUSCETIBILIDADE À EROSÃO Classe Subclasse % DA ÁREA DA UGRHI

Ia 5,2 I - Muito Alta Ib 19,4 Total 24,6 IIa 6,6 II - Alta IIb 3,0 Total 9,6 IIIa 24,1 III - Média IIIb 19,1 Total 43,2 IVc 1,9 IV - Baixa IVd 16,5 Total 18,4 Vb 2,6 Total 2,6

Reservatórios/Lagos 1,6

TABELA 10.2 – Distribuição percentual em área por sub-bacia da UGRHI – TJ das classes de suscetibilidade à erosão.

CLASSES DE SUSCETIBILIDADE (% DE ÁREA DA SUB-BACIA) SUB-BACIAS Ia(*) Ib IIa IIb IIIa IIIb IVc IVd Vb lagos

1 – Rio Tietê/Rio Claro 8,1 2,7 27,8 0,0 19,0 4,5 4,0 27,6 0,1 6,2 2 – Rio Tietê/Rio Lençóis 2,9 1,5 1,3 0,0 46,6 0,0 0,0 45,8 0,0 1,8 3 – Rio Bauru 2,1 0,0 3,6 0,0 82,3 0,0 0,0 11,7 0,0 0,3 4 – Baixo Jacaré-Guaçu 18,6 3,5 5,5 6,9 34,4 22,6 0,5 4,3 3,7 0,1 5 - Médio Jacaré-Guaçu 0,0 20,2 0,0 18,7 26,6 22,2 4,8 1,0 6,4 0,1 6 – Alto Jacaré-Guaçu 0,0 25,0 0,0 3,7 0,0 58,3 0,0 8,7 3,8 0,5 7 – Baixo-Médio Jacaré-

Pepira 3,2 28,7 0,0 0,0 4,7 54,0 0,2 0,4 8,9 0,0

8 – Alto Jacaré-Pepira 0,0 75,9 0,0 0,0 0,0 21,8 0,0 0,0 2,3 0,1 9 – Rio Jaú 0,0 58,6 0,0 0,0 2,1 0,0 17,6 21,7 0,0 0,0

(*) – Legenda: ver QUADRO 10.1

Com intuito de se aferir melhor esta interrelação, entre o uso e a suscetibilidade à erosão

dos terrenos na UGRHI–TJ, é que também foram realizadas algumas análises quanto ao quadro

atual de degradação da UGRHI, devido aos processos erosivos já instalados no seu território.

Esta linha de investigação foi baseada no levantamento de erosões urbanas e rurais, realizado por

IPT (1997a), e nos dados coletados através dos questionários respondidos por técnicos das

prefeituras com sede na UGRHI–TJ.

O referido levantamento, realizado por IPT (1997a), aponta a existência de 234 erosões

(ravinas e boçorocas) na área da UGRHI – TJ. Deste total, 40 (17%) foram cadastradas e estão

V – Muito Baixa

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227

Relatório no 40.674

associadas a áreas urbanas e periurbanas (ANEXO F), e 194 (83%) foram identificadas a partir de

fotointerpretação, estando localizadas na área rural dos municípios.

Com intuito de se avaliar o grau de concentração das erosões nas sub-bacias da UGRHI-

TJ, foi utilizado o Índice de Concentração de Erosões – ICE, obtido pela divisão do número de

erosões por 100 km2 de área de cada sub-bacia. A FIGURA 10.2 ilustra a distribuição espacial

destas feições erosivas na UGRHI–TJ. A TABELA 10.3 apresenta os ICE obtidos para cada sub-

bacia, bem como, o valor médio calculado para a UGRHI-TJ.

TABELA 10.3 – Índice de Concentração de Erosões - ICE (por 100 km2) das sub-bacias da UGRHI-TJ.

SUB-BACIAS N0 DE EROSÕES ÁREA (km2) ICE (n0E/100 km2)

1 – Rio Tietê/Rio Claro 66 2.267,28 2,9 2 – Rio Tietê/Rio Lençóis 35 2.085,79 1,7 3 – Rio Bauru 23 614,74 3,7 4 – Baixo Jacaré-Guaçu 48 1.708,34 2,8 5 - Médio Jacaré-Guaçu 14 1.065,67 1,3 6 – Alto Jacaré-Guaçu 2 1.112,91 0,2 7 – Baixo-Médio Jacaré-Pepira 13 1.051,65 1,2 8 – Alto Jacaré-Pepira 24 1.411,08 1,7 9 – Rio Jaú 9 467,16 1,9

UGRHI-TJ 234 11.784,62 2,0

Observa-se que o Índice de Concentração de Erosões médio da UGRHI-TJ é de duas

erosões por 100 km2 de área. As sub-bacias da UGRHI podem ser agrupadas em quatro classes

quanto aos seus ICE:

1. Baixo ICE (0,2 a 1,3) - Fazem parte deste grupo as sub-bacias 6 (do Alto Jacaré-

Guaçu, com ICE = 0,2), 7 (Baixo-Médio Jacaré-Pepira, ICE = 1,2) e 5 (Médio Jacaré-

Guaçu, ICE = 1,3);

2. Baixo a Médio ICE (>1,3 a 1,9) - Fazem parte deste grupo as sub-bacias 2 (Rio

Tietê/Rio Lençóis, com ICE = 1,7), 8 (Alto Jacaré-Pepira, ICE = 1,7) e 9 (Rio Jaú, com

ICE = 1,9);

3. Médio a Alto ICE (>1,9 a 2,9) - Estão neste grupo as sub-bacias 4 (Baixo Jacaré-

Guaçu, com ICE = 2,8) e 1 (Rio Tietê/Rio Claro, ICE = 2,9);

4. Alto ICE (2,9 a 3,7) – Apenas a sub-bacia 3, do Rio Bauru, está incluída neste grupo.

A FIGURA 10.3 ilustra a classificação das sub-bacias da UGRHI – TJ segundo os

intervalos de valores de ICE discutidos acima.

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228

Relatório no 40.674

x

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xx

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xxX x

X

x

XX

x

JAÚBROTAS

ArealvaBARIRI

IBITINGA

ItajuIbaté

Iacanga

PEDERNEIRAS

Bocaína

ARARAQUARA

Itirapina

SÃOCARLOS

AGUDOS

Boa Esperança do Sul

Tabatinga

LENÇÓIS PAULISTA

Matão

Itapuí

Dourado

Torrinha

RIBEIRÃO BONITO

Macatuba

BAURUDOIS CÓRREGOS

Gavião Peixoto

Boracéia

SÃOMANUEL

Borebi

Trabiju

Nova Europa

Areiópolis

São PedroBARRA BONITA

Mineiros do Tietê

Analândia

Igaraçu do Tietê

1

2

4

8

6

5

7

3 9

Erosões(Ravinas/Boçorocas)x Erosão fotointerpretadax cadastrada(urbana )

Sub-baciasReservatórios e lagosMunicípiosLimite da UGRHI-TJ

SUB-BACIAS DA UGRHI-TJ

1- Rio Tietê/Rio Claxo2- Rio Tietê/Rio Lençóis3- Rio Bauru4- Baixo Jacaré-Guaçu5- Médio Jacaré-Guaçu6- Alto Jacaré-Guaçu7- Baixo-Médio Jacaré-Pepira8- Alto Jacaré-Pepira9- Rio Jaú

COMITÊ DA BACIA HIDxOGxÁFICADO TIETÊ -JACAxÉ - CBH- TJFEHIDxO- IPT

9 0 9 18 KilometexskmEscala Gráfica

49º00'22º45' 22º45'

48º30'

22º30'48º15'

22º15'47º45'

22º00'47º45'

21º45'48º00'

21º45'49º00'

N

EW

S

LEGENDA

X

Erosão

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO TIETÊ - JACARÉ - CBH - TJFEHIDRO - IPT

Claro

FIGURA 10.2 – Localização das erosões (ravinas/boçorocas) na UGRHI–TJ, obtidas

a partir de IPT (1990).

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1

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3 9

Indice de Concentração de Erosões - ICE (100km²)0.2 - 1.3 (baixo)1.3 - 1.9 (baixo-médio)1.9 - 2.9 (médio-alto)2.9 - 3.7 (alto)

Sub-baciasReservatórios e lagosLimite da UGRHI-TJ

SUB-BACIAS DA UGRHI-TJ

1- Rio Tietê/Rio Claro2- Rio Tietê/Rio Lençóis3- Rio Bauru4- Baixo Jacaré-Guaçu5- Médio Jacaré-Guaçu6- Alto Jacaré-Guaçu7- Baixo-Médio Jacaré-Pepira8- Alto Jacaré-Pepira9- Rio Jaú

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO TIETÊ -JACARÉ - CBH - TJFEHIDRO - IPT

9 0 9 18 KilometerskmEscala Gráfica

49º00'22º45' 22º45'

48º30'

22º30'48º15'

22º15'47º45'

22º00'47º45'

21º45'48º00'

21º45'49º00'

N

EW

S

LEGENDA

FIGURA 10.3 – Classificação das sub-bacias da UGRHI–TJ a partir dos seus ICE.

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230

Relatório no 40.674

Comparando-se os resultados obtidos na análise da suscetibilidade à erosão da sub-bacia

(TABELA 10.2) e aqueles decorrentes dos seus respectivos Índices de Concentração de Erosões

– ICE (TABELA 10.3), verifica-se que, apesar da sub-bacia do Rio Bauru ser, caracteristicamente,

de média suscetibilidade à erosão, é a que apresenta o maior ICE; portanto, a maior degradação

por processos erosivos. Isto se deve à indução provocada pela ocupação, particularmente na área

urbana e periurbana do município de Bauru.

Por outro lado, as sub-bacias do Alto Jacaré-Pepira e do Rio Jaú, com predomínio de

terrenos de alta suscetibilidade à erosão, caracterizam-se apenas como de baixa a média

degradação por processos erosivos indicando que, provavelmente, as diferentes formas de uso e

ocupação destas sub-bacias ainda não favoreceram a deflagração destes processos. A sub-bacia

do Baixo Jacaré-Guaçu representa uma condição onde terrenos de média a alta suscetibilidade à

erosão foram ocupados de forma a gerarem ICE médio a alto, indicando um estágio médio de

degradação.

Analisando-se a FIGURA 10.2, observa-se que a distribuição das erosões não é

homogênea dentro das nove sub-bacias da UGRHI-TJ, concentrando-se, muitas vezes, em

determinados municípios. Com o intuito de detalhar-se melhor os estágios de degradação

associados aos municípios pertencentes à UGRHI, foi calculado o ICE para cada um deles.

Cabe destacar que foram consideradas somente as áreas municipais situadas dentro da

UGRHI–TJ.

Portanto, apenas nos 16 municípios totalmente inseridos na UGRHI-TJ, estas áreas são

coincidentes com a área total do município. Para os 18 municípios restantes, com parte da área

em outras UGRHI, e para os três municípios com sede em outras UGRHI, os ICE calculados

representam o grau de concentração de erosões por 100 km2 de área das suas porções

territoriais inseridas na UGRHI–TJ.

A TABELA 10.4 apresenta os municípios hierarquizados segundo os valores de ICE

obtidos.

Considerando-se a faixa de valores de ICE, obtida para as áreas municipais dentro da

UGRHI – TJ, podemos agrupá-los em cinco intervalos quanto à concentração de erosões

(ravinas/boçorocas, FIGURA 10.3):

1. Muito baixo (ICE entre 0 a 0,5), municípios: Boracéia, Dourado, Igaraçu do Tietê, Itapuí,

Itirapina, Macatuba, Analândia (sede fora da UGRHI-TJ), São Carlos e Brotas;

2. Baixo (ICE entre 0,5 a 1,7), municípios: Jaú, Bariri, Pederneiras, Araraquara, Torrinha,

Areiópolis, Ibaté, Lençóis Paulista, Ribeirão Bonito, Bocaina e Agudos;

3. Médio (ICE entre 1,7 e 3,2), municípios: Barra Bonita, Boa Esperança do Sul, Mineiros do

Tietê, Gavião Peixoto, Nova Europa, Arealva, Iacanga e Dois Córregos;

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Relatório no 40.674

4. Alto (ICE entre 3,2 e 4,9), municípios: Trabiju, Ibitinga, São Manuel, Matão (sede fora da

UGRHI) e Tabatinga;

5. Muita Alto (ICE entre 4,9 e 12,8), municípios: Tabatinga, Itaju, Bauru, Borebi e São Pedro

(sede fora da UGRHI).

TABELA 10.4 – Municípios da UGRHI – TJ hierarquizados pelos seus Índices de Concentração de Erosões – ICE (erosões por 100 km2).

MUNICÍPIOS NO DE EROSÕES ÁREA (km2) ICE (N0 E/100

km2) Boracéia 0 120,48 0,0 Dourado 0 208,10 0,0 Igaraçu do Tietê 0 68,82 0,0 Itapuí 0 138,29 0,0 Itirapina 0 283,77 0,0 Macatuba 0 225,16 0,0 Analândia (*) 0 46,83 0,0 São Carlos 2 450,72 0,4 Brotas 6 1112,39 0,5 Jaú 4 688,84 0,6 Bariri 3 437,45 0,7 Pederneiras 5 729,55 0,7 Araraquara 7 694,27 1,0 Torrinha 2 195,81 1,0 Areiópolis 1 89,34 1,1 Ibaté 3 258,54 1,2 Lençóis Paulista 7 539,65 1,3 Ribeirão Bonito 6 468,11 1,3 Bocaina 5 367,51 1,4 Agudos 5 300,27 1,7 Barra Bonita 2 107,51 1,9 Boa Esperança do Sul 13 670,59 1,9 Mineiros do Tietê 2 85,82 2,3 Gavião Peixoto 6 244,20 2,5 Nova Europa 4 160,80 2,5 Arealva 13 504,51 2,6 Iacanga 10 386,68 2,6 Dois Córregos 12 375,34 3,2 Trabiju 3 86,04 3,5 Ibitinga 20 548,79 3,6 São Manuel 9 194,85 4,6 Matão (*) 7 153,65 4,6 Tabatinga 14 287,15 4,9 Itaju 24 226,91 10,6 Bauru 20 172,14 11,6 Borebi 10 85,52 11,7 São Pedro (*) 9 70,07 12,8

TOTAL DA UGRHI-TJ 234 11.784,47 2,0 (*) – Municípios com sede fora da UGRHI – TJ.

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Relatório no 40.674

1

2

4

8

6

5

7

3 9JAÚ

BROTAS

ArealvaBARIRI

IBITINGA

ItajuIbaté

Iacanga

PEDERNEIRAS

Bocaína

ARARAQUARA

Itirapina

SÃO CARLOS

AGUDOS

Boa Esperança do Sul

Tabatinga

LENÇÓIS PAULISTA

Matão

Itapuí

Dourado

Torrinha

RIBEIRÃO BONITO

Macatuba

BAURUDOIS CÓRREGOS

Gavião Peixoto

Boracéia

SÃO MANUEL

Borebi

Trabiju

Nova Europa

Areiópolis

São PedroBARRA BONITA

Mineiros do Tietê

Analândia

Igaraçu do Tietê

Índice de Concentração de Erosões - ICE (100km²)0 - 0.5 (Muito Baixo)0.5 - 1.7 (Baixo)1.7 - 3.2 (Médio)3.2 - 4.9 (Alto)4.9 - 12.8 (Muito Alto)

Reservatórios e lagosLimites de municípioSub-baciasLimite da UGRHI - TJ SUB-BACIAS DA UGRHI-TJ

1- Rio Tietê/Rio Claro2- Rio Tietê/Rio Lençóis3- Rio Bauru4- Baixo Jacaré-Guaçu5- Médio Jacaré-Guaçu6- Alto Jacaré-Guaçu7- Baixo-Médio Jacaré-Pepira8- Alto Jacaré-Pepira9- Rio Jaú

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO TIETÊ -JACARÉ - CBH - TJFEHIDRO - IPT

9 0 9 18 KilometerskmEscala Gráfica

49º00'22º45' 22º45'

48º30'

22º30'48º15'

22º15'47º45'

22º00'47º45'

21º45'48º00'

21º45'49º00'

N

EW

S

LEGENDA

FIGURA 10.4 – Distribuição dos ICE calculados para as áreas municipais

pertencentes à UGRHI–TJ.

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233

Relatório no 40.674

Como era de se esperar, os municípios mais críticos quanto à degradação por ravinas e

boçorocas estão localizados nas sub-bacias também consideradas mais críticas. Porém, os dados

apresentados de ICE por área municipal auxiliam a identificar melhor, em alguns casos, dentro

destas sub-bacias críticas, os locais mais problemáticos. Este é o caso dos municípios de Ibitinga

e Itaju, na sub-bacia do Rio Tietê/Rio Lençóis, e das áreas relativas aos municípios de Ibitinga,

Tabatinga e Matão, na sub-bacia do Baixo Jacaré-Guaçu (FIGURAS 10.2 e 10.3).

A análise do Índice de Concentração de Erosões por limites municipais também auxilia na

identificação de trechos críticos em sub-bacias que, na média, não apresentam valores de ICE

elevados. A área municipal de São Pedro, na sub-bacia do Alto Jacaré-Pepira (8), constitui-se

num exemplo desta situação.

Portanto, estes dados de degradação por erosão devem ser analisados sempre

conjuntamente, em função da sua própria natureza espacial e das limitações inerentes à ela,

evitando-se conclusões aparentemente antagônicas. Outro aspecto, destacado pelos resultados

obtidos, refere-se ao fato de que as ações de gerenciamento e recuperação das erosões deverão

considerar os aspectos político-administrativos, conjugadamente aos aspectos do meio físico e

biótico. Dois trechos municipais, com alta e muito alta incidência de erosões (Matão e São Pedro),

fazem parte de municípios com sede em outra UGRHI, porém, esta alta degradação por erosão

pode interferir diretamente na dinâmica dos recursos hídricos da UGRHI – TJ. O município de São

Pedro, por exemplo, está localizado nas cabeceiras da sub-bacia do Alto Jacaré-Pepira (8),

podendo constituir-se numa fonte de assoreamento e debilitação da qualidade de água desta sub-

bacia.

Como grande parte das análises sobre degradação por erosão, apresentadas neste

Relatório, estão baseadas em estudos anteriores realizados por IPT (1990, 1995, 1997a) e,

portanto, podem estar com alguma defasagem em relação à algumas das situações atuais na

UGRHI, também foi realizada uma análise comparativa com os dados coletados junto aos

questionários respondidos pelas prefeituras da UGRHI. Logicamente esta comparação não inclui

os três municípios com sede fora da UGRHI – TJ (Analândia, Matão e São Pedro), uma vez que

os questionários não foram aplicados para estes municípios. A TABELA 10.5 apresenta a síntese

dos resultados obtidos nesta análise comparativa.

Sem considerar os números absolutos de erosões apresentados na TABELA 10.5, uma

vez que várias prefeituras não dispunham destes dados, observam-se os seguintes resultados:

a) em 20 dos 34 municípios (58,8%) ocorreu concordância entre o registro de erosões do

IPT e do questionário (existência de erosões urbanas ou rurais);

b) em 12 (35,3%), os dados do IPT apontam a existência de erosões não identificadas

pelos questionários das prefeituras;

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Relatório no 40.674

c) em 2 (5,9%), os questionários apontam a existência de erosões não identificadas pelos

dados do IPT.

TABELA 10.5 – Comparação entre os dados sobre erosão obtidos a partir de trabalhos anteriores do IPT e os oriundos do questionário respondido pelas prefeituras da UGRHI–TJ, em 1999.

EROSÕES (Questionário –99) MUNICÍPIOS No de Erosões Dados IPT Urbana Rural

Agudos 5 sim (5) sim (várias) Araraquara 7 não não Arealva 13 não sim Areiópolis 1 não não Bariri 3 não sim Barra Bonita 2 sim (2) sim Bauru 20 sim sim Boa Esperança do Sul 13 não não Bocaina 5 não sim Boracéia 0 não não Borebi 10 não não Brotas 6 não não Dois Córregos 12 sim (1) não Dourado 0 não não Gavião Peixoto 6 não não Iacanga 10 não não Ibaté 3 sim (1) não Ibitinga 20 não sim Igaraçu do Tietê 0 sim (1) não Itaju 24 não sim (várias) Itapuí 0 não não Itirapina 0 sim (2) sim Jaú 4 não sim Lençóis Paulista 7 sim (1) não Macatuba 0 não não Mineiros do Tietê 2 sim (1) sim Nova Europa 4 não não Pederneiras 5 sim (1) sim (1) Ribeirão Bonito 6 não não São Carlos 2 sim (3) não São Manuel 9 sim (2) sim (várias) Tabatinga 14 não não Torrinha 2 não não Trabiju 3 não não

Desta forma, pode-se considerar que os dados de ravinas e boçorocas do IPT (1997a),

condizem satisfatoriamente com a realidade atual da UGRHI-TJ, em relação à degradação por erosão.

Com relação às erosões rurais, os dados do IPT, oriundos da interpretação de fotografias aéreas de

1972, parecem estar um pouco acentuados em relação ao quadro atual, uma vez que vários municípios

responderam que as erosões rurais foram corrigidas e vêm sendo monitoradas pelos grandes

empreendimentos agrícolas (cana de açúcar e laranja, principalmente) existentes na região.

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235

Relatório no 40.674

10.2 Caracterização da Degradação da UGRHI–TJ por Assoreamento

O assoreamento é formado pelo material oriundo das erosões, cuja quantidade pode ser tão

significativa que chega a constituir extensos bancos de areia (depósitos) ao longo dos cursos d’água.

Para o IPT (1997c) o problema do assoreamento resulta nos seguintes impactos mais relevantes:

a) diminuição do armazenamento de água nos reservatórios;

b) colmatação total de pequenos lagos e açudes;

c) obstrução de canais de cursos d’água;

d) destruição dos habitats aquáticos;

e) indução de turbidez, prejudicando o aproveitamento da água e reduzindo as atividades

de fotossíntese;

f) degradação da água para o consumo;

g) prejuízo dos sistemas de distribuição de água;

h) veiculação de poluentes como pesticidas, fertilizantes, herbicidas, etc;

i) veiculação de bactérias e vírus;

j) abrasão nas tubulações e nas partes internas das turbinas e bombas.

A quantidade de assoreamento pode ser expressa pela relação entre os sedimentos

produzidos por uma bacia e a erosão pluvial total (laminar e linear), também conhecida como

relação de liberação de sedimentos. Bacias que possuam altas relações de liberação de

sedimentos tenderão a produzir mais depósitos de assoreamento. Vários fatores influenciam no

valor desta relação, tais como: tamanho da área fonte e proximidade da saída da bacia,

granulometria dos sedimentos, suscetibilidade à erosão dos terrenos, freqüência dos processos

erosivos, declividade e forma dos canais de drenagem, a existência de barreiras naturais e

artificiais nas drenagens, etc.

No presente trabalho, a análise do assoreamento foi baseada nos resultados obtidos na

caracterização do meio físico da UGRHI-TJ e, em particular, naqueles relativos à degradação

por processos erosivos (Item 10.1.2) e os dados coletados nos questionários respondidos pelas

prefeituras. A TABELA 10.6 apresenta uma síntese das características das sub-bacias da

UGRHI-TJ quanto às condições de declividade média, suscetibilidade a erosão e índice de

concentração de erosões, indicadores indiretos da condição potencial para geração de

assoreamento.

Considerando-se os dados apresentados na TABELA 10.6, e admitindo-se que o ICE representa

o fator mais importante, entre os analisados, na questão do fornecimento de sedimento potencial para o

assoreamento, mesmo que a erosão já tenha sido recuperada, podemos agrupar as sub-bacias da

UGRHI – TJ em três níveis qualitativos de potencialidade de degradação por assoreamento:

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Relatório no 40.674

a) Alta: sub-bacias do Rio Tietê/Rio Claro, do Baixo Jacaré-Guaçu e do Rio Bauru;

b) Média: sub-bacias do Rio Tietê/Rio Lençóis, do Alto Jacaré-Pepira e do Rio Jaú;

c) Baixa: sub-bacias do Alto Jacaré-Guaçu, Baixo-Médio Jacaré-Pepira e Médio Jacaré-Guaçu.

Os dados mais concretos para analise da condição de degradação por assoreamento da

UGRHI – TJ residem nos questionários aplicados aos municípios, ainda que os mesmos também

sejam, principalmente, qualitativos. A TABELA 10.7 apresenta os resultados obtidos com a

aplicação destes questionários. A ocorrência do assoreamento é discriminada e parcialmente

quantificada, em relação ao número de drenagens afetadas, sempre que esta informação foi

fornecida pela prefeitura. Outro parâmetro, importante para análise do grau de criticidade do

assoreamento apresentado nesta tabela, refere-se à informação se ele está interferindo ou não no

sistema de abastecimento de água da cidade em questão.

TABELA 10.6 – Caracterização das sub-bacias da UGRHI – TJ em relação aos fatores controladores do assoreamento.

FATORES DE ASSOREAMENTO SUB-BACIAS Declividade (*) Suscet. à erosão (**) ICE (***) 1 – Rio Tietê/Rio Claro 0,2% 38,6% 2,9 2 – Rio Tietê/Rio Lençóis 0,8% 5,7% 1,7 3 – Rio Bauru 0,3% 5,7% 3,7 4 – Baixo Jacaré-Guaçu 1,5% 34,5% 2,8 5 - Médio Jacaré-Guaçu 4,1% 38,9% 1,3 6 – Alto Jacaré-Guaçu 5,6% 28,7% 0,2 7 – Baixo-Médio Jacaré-Pepira 3,4% 31,9% 1,2 8 – Alto Jacaré-Pepira 9,7% 75,9% 1,7 9 – Rio Jaú 1,1% 58,6% 1,9

(*) – Percentagem de área da sub-bacia com declividade maior ou igual a 12% (Item 4.2.6); (**) – Percentagem de área com terrenos de alta e muito alta suscetibilidade a erosão (Item 10.1.2); (***) – Número de ravinas/boçorocas por 100 km2 (Item 10.1.2).

Com o objetivo de facilitar a espacialização, na UGRHI–TJ, das informações apresentadas

na TABELA 10.7, os municípios foram classificados nos seguintes grupos: sem ocorrência de

assoreamento; pelo menos uma ocorrência de assoreamento; e várias ocorrências de

assoreamento. Também foram identificados os municípios sem dados disponíveis e os com sede

fora da UGRHI (FIGURA 10.5).

A análise da FIGURA 10.5 indica que os municípios que apresentam mais registros de

assoreamento estão localizados nas sub-bacias do Rio Tietê/Rio Lençóis, do Rio Tietê/Rio Claro,

do Rio Bauru, do Alto Jacaré-Guaçu e Alto Jacaré-Pepira. Estas sub-bacias, com exceção do Alto

Jacaré-Guaçu, foram classificadas como de alta e média potencialidade ao assoreamento pelos

fatores controladores (TABELA 10.6).

No caso da sub-bacia do Alto Jacaré-Guaçu, esta condição de assoreamento acima da

obtida pela análise dos fatores controladores deve estar associada à presença de parte do

município de São Pedro nas cabeceiras desta sub-bacia. Ele apresenta o maior índice de

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Relatório no 40.674

concentração de erosões da UGRHI – TJ (TABELA 10.4), porém possui sede fora da UGRHI e,

portanto, não participou do levantamento de dados sobre assoreamento realizado junto às

prefeituras. Entretanto, parece que esta área está atuando como fonte de sedimentos para o

assoreamento dos municípios à jusante (Torrinha e Dois Córregos) e da sub-bacia como um todo.

Os municípios de Borebi e Lençóis Paulista, localizados na sub-bacia do Rio Tietê/Rio

Lençóis (2), e os municípios de Torrinha e Dois Córregos (parcialmente), localizados na sub-bacia

do Alto Jacaré-Pepira (8), merecem destaque, pois seus questionários indicam que o

assoreamento está interferindo ou pode vir a interferir diretamente no sistema de abastecimento

de água destes municípios.

TABELA 10.7 – Caracterização dos municípios com sede na UGRHI – TJ quanto à degradação por assoreamento.

ASSOREAMENTO MUNICÍPIOS OCORRÊNCIA AFETA O

ABASTECIMENTO? Agudos sim não Araraquara N.D. N.D. Arealva não não Areiópolis não não Bariri sim (6) não Barra Bonita sim (1) não Bauru sim sim Boa Esperança do Sul não não Bocaina não não Boracéia não não Borebi sim (vários) sim Brotas sim (vários) não Dois Córregos Sim (1) sim Dourado não não Gavião Peixoto não não Iacanga Pouco não Ibaté não não Ibitinga não não

Igaraçu do Tietê N.D. N.D. Itaju sim (3) Não Itapuí sim (2) não Itirapina não não Jaú sim não Lençóis Paulista sim (vários) sim Macatuba não não Mineiros do Tietê não não Nova Europa não não Pederneiras sim (2) não Ribeirão Bonito sim (1) não São Carlos sim (5) não São Manuel sim (2) não Tabatinga sim (1) não Torrinha sim (1) sim Trabiju não não

(*) N.D. – não disponível (não respondido pela prefeitura).

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Relatório no 40.674

As confluências dos rios Jacaré-Guaçu e Jacaré-Pepira com o Rio Tietê também

encontram-se bastante assoreadas, sendo que os depósitos são passíveis de identificação na

imagem de satélite LANDSAT de 1997 (resolução máxima em torno de 30 m, FIGURA 10.6),

também utilizada na elaboração da carta de uso e ocupação da UGRHI-TJ (Item 6.4). Estes

expressivos depósitos devem estar associados a vários ciclos de deposição de sedimentos,

oriundos de erosões a montante, nas sub-bacias 4, 5 e 6, no caso do Rio Jacaré-Guaçu e nas

sub-bacias 7 e 8, no caso do Rio Jacaré-Pepira.

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Relatório no 40.674

JAÚBROTAS

ArealvaBARIRI

IBITINGA

ItajuIbaté

Iacanga

PEDERNEIRAS

Bocaína

ARARAQUARA

SÃO CARLOS

AGUDOS

Boa Esperança do Sul

Tabatinga

LENÇÓIS PAULISTA

Matão

Itapuí

Dourado

Torrinha

RIBEIRÃO BONITO

Macatuba

BAURUDOIS CÓRREGOS

Gavião Peixoto

Boracéia

SÃO MANUEL

Borebi

Trabiju

Nova Europa

Areiópolis

São PedroBARRA BONITA

Mineiros do Tietê

Analândia

1

2

4

8

6

5

7

3 9

2- Rio Tietê/Rio Lençóis3- Rio Bauru4- Baixo Jacaré-Guaçu5- Médio Jacaré-Guaçu6- Alto Jacaré-Guaçu7- Baixo-Médio Jacaré-Pepira8- Alto Jacaré-Pepira9- Rio Jaú

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO TIETÊ -JACARÉ - CBH - TJFEHIDRO - IPT

9 0 9 18 KilometerskmEscala Gráfica

49º00'22º45' 22º45'

48º30'

22º30'48º15'

22º15'47º45'

22º00'47º45'

21º45'48º00'

21º45'49º00'

N

EW

S

Condição quanto ao assoreamentoAusentePelos uma ocorrênciaVárias ocorrênciasDado não fornecidoSede fora da UGRHI-TJ

Reservatórios e lagosMunicípiosSub-baciasLimite da UGRHI - TJ SUB-BACIAS DA UGRHI-TJ

1- Rio Tietê/Rio Claro

LEGENDA

Igaraçu do Tietê

Itirapina

FIGURA 10.5 – Classificação dos municípios da UGRHI – TJ quanto à degradação

por assoreamento (TABELA 10.7).

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Relatório no 40.674

Rio Jacaré-Guaçu

Rio Jacaré-Pepira

Rio Tietê

N

EW

S

Rio Jacaré-Pepira

FIGURA 10.6 – Visão geral e detalhe do assoreamento nas confluências dos

rios Jacaré-Guaçu e Jacaré-Pepira com o Rio Tietê (Imagem LANDSAT, 1997).

10.3 Caracterização da degradação da UGRHI-TJ por Inundações

Considera-se enchente ou cheia qualquer elevação do nível d’água da drenagem ou rio

acima do seu nível médio. A inundação é uma cheia que extravasa o leito menor do rio ou

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Relatório no 40.674

drenagem, alcançando o seu leito maior ou planície de inundação (FIGURA 10.7). Também utiliza-

se o termo alagamento para o acúmulo d’água em regiões baixas, não associadas diretamente às

linhas de drenagem. O QUADRO 10.2 apresenta os principais fatores e agentes condicionantes

das inundações.

A caracterização da UGRHI-TJ quanto à degradação por inundações foi realizada tendo

por base principalmente os dados levantados junto as prefeituras. A TABELA 10.8 apresenta a

síntese dos resultados obtidos com este levantamento. Dada a natureza dos dados, os locais

sujeitos a inundações e cheias referem-se, principalmente, às áreas urbanas e periurbanas.

Sempre que disponível, também foram levantadas as datas dos eventos de inundação registrados

nestes municípios.

FIGURA 10.7 – Seção de um rio ou drenagem com os principais tipos de leito fluvial.

QUADRO 10.2 – Principais fatores/condicionantes naturais e ações antrópicas indutoras das inundações.

FATORES/CONDICIONANTES NATURAIS AÇÕES ANTRÓPICAS INDUTORAS

• Chuvas: intensidade e duração • Planícies de inundação • Rupturas negativas de declive: bermas,

terraços, patamares, etc. • Baixa declividade • Cabeceiras de drenagem • Lençol freático raso • Grau de circularidade das bacias • Densidade de drenagem na bacia Capacidade de escoamento (assoreamento, soleiras, estreitamentos do canal, etc.)

• Eliminação da cobertura vegetal • Impermeabilização (aumento do escoamento

superficial) • Estrangulamento artificial do leito menor e maior

(estruturas mal dimensionadas, lixo, etc.) • Construção de reservatórios (impactos a

montante e a jusante)

Os municípios foram agrupados em três classes quanto a ocorrência de eventos de

inundações:

1. Sem registro de locais com inundação;

2. Pelos menos um local com ocorrência de eventos de inundação;

3. Mais de um local com ocorrência de eventos de inundação.

LEITO MAIOR

LEITO MENOR

Leito vazante

Dique Dique

(Sem escala e com exagero vertical)

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242

Relatório no 40.674

TABELA 10.8 – Caracterização dos municípios com sede na UGRHI–TJ quanto à degradação por inundações.

INUNDAÇÕES MUNICÍPIOS OCORRÊNCIA DATAS DE EVENTOS Agudos sim (1) 12/96 e 01/97 Araraquara sim (2) Arealva não Areiópolis não Bariri não Barra Bonita sim (2) Bauru não Boa Esperança do Sul não Bocaina sim (1) Boracéia não Borebi não Brotas não Dois Córregos não Dourado sim (1) Gavião Peixoto não Iacanga não Ibaté não Ibitinga não Igaraçu do Tietê sim (2) Itaju não Itapuí sim (1) Itirapina não Jaú não Lençóis Paulista sim (1) 1/99 Macatuba não Mineiros do Tietê sim (rural) Nova Europa não Pederneiras sim (1) 29/12/98 Ribeirão Bonito não São Carlos sim (2) anuais (dez/jan) São Manuel sim (2) 22/01/97 Tabatinga sim Torrinha não Trabiju sim (rural) jan-mar 98

Salienta-se que, apesar do questionário respondido pela Prefeitura de Bauru não apontar

eventos de inundação no município, sabe-se da ocorrência de vários eventos desta natureza na

área de influência do Rio Bauru, portanto, este município foi classificado na categoria 3.

Tendo-se em conta esta classificação, foi elaborada a FIGURA 10.8, para facilitar a

espacialização dos locais mais críticos quanto à ocorrência de inundações na UGRHI–TJ. Verifica-

se que os municípios onde as inundações parecem ser mais freqüentes situam-se, principalmente,

no extremo sul/sudeste da sub-bacia do Rio Tietê/Rio Lençóis, nas sub-bacias do Médio e Alto

Jacaré-Guaçu, e na sub-bacia do Rio Bauru (3).

As sub-bacias Baixo-Médio Jacaré-Pepira (7) e Baixo Jacaré-Guaçu também possuem

municípios com locais de inundação. Além dos pontos de inundação em áreas urbanas, ao qual a

grande maioria dos dados se refere, o município de Mineiros do Tietê, localizado na sub-bacia do

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243

Relatório no 40.674

Rio Tietê/Rio Lençóis (2), e o município de Trabiju, ocupando as sub-bacias do Baixo Jacaré-

Guaçu e Baixo-Médio Jacaré-Pepira, possuem registros de inundações e enchentes na zona rural.

em ocorrênciasPelos menos 1 localMais de 1 local

Sede fora da UGRHI

Reservatórios e lagosMunicípiosSub-baciasLimite da UGRHI - TJ SUB-BACIAS DA UGRHI-TJ

1- Rio Tietê/Rio Claro2- Rio Tietê/Rio Lençóis3- Rio Bauru4- Baixo Jacaré-Guaçu5- Médio Jacaré-Guaçu6- Alto Jacaré-Guaçu7- Baixo-Médio Jacaré-Pepira8- Alto Jacaré-Pepira9- Rio Jaú

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO TIETÊ -JACARÉ - CBH - TJFEHIDRO -

15'

00'

JAÚBROTAS

ArealvaBARIRI

IBITINGA

ItajuIbaté

Iacanga

PEDERNEIRAS

Bocaína

ARARAQUARA

tI irapina

SÃO CARLOS

AGUDOS

Boa Esperança do Sul

Tabatinga

LENÇÓIS PAULISTA

Matão

Itapuí

Dourado

Torrinha

RIBEIRÃO BONITO

Macatuba

BAURUDOIS CÓRREGOS

Gavião Peixoto

Boracéia

SÃO MANUEL

Borebi

Trabiju

Nova Europa

Areiópolis

São PedroBARRA BONITA

Mineiros do Tietê

Analândia

Igaraçu do Tietê

1

2

4

8

6

5

7

3 9

Locais sujeitos à inundaçãoS

IPT

9 0 9 18 KilometerskmEscala Gráfica

49º00'22º45' 22º45'

48º30'

22º30'48º15'

22º47º45'

22º47º45'

21º45'48º00'

21º45'49º00'

N

EW

S

LEGENDA

FIGURA 10.8 – Caracterização da UGRHI–TJ quanto à degradação por inundação.

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244

Relatório no 40.674

Toda a região das confluências dos rios Jacaré-Guaçu e Jacaré-Pepira com o Rio Tietê

constitui-se numa zona potencial de inundações e enchentes, uma vez que os canais destes rios

nestes locais, encontram-se bastante assoreados, reduzindo suas capacidades de vazão

(FIGURA 10.6).

Outro aspecto a ser destacado refere-se à correlação entre os locais de inundação mais

freqüente e a distribuição de chuva na UGRHI–TJ. As sub-bacias do Médio e Alto Jacaré-Guaçu,

que apresentam municípios com eventos de inundações recorrentes, são também aquelas onde

ocorrem os maiores índices pluviométricos da UGRHI.

Por outro lado, a sub-bacia do Rio Bauru, e em particular o município de Bauru, localiza-se

numa zona de baixa precipitação média, indicando que as inundações nesta área possuem outros

condicionantes atuando, além de mostrar que as inundações dependem mais da intensidade da

chuva do que do valor absoluto de precipitação média (FIGURA 4.12, Item 4.4 –

Hidrometeorologia).

10.4 Mineração

As operações necessárias para o desenvolvimento da mineração - nas fases de instalação

e funcionamento - e a desativação dessa atividade, tendem a provocar alterações no meio físico,

cujas conseqüências podem configurar impactos ambientais negativos, havendo a possibilidade

de, parte deles, influírem na qualidade e quantidade dos recursos hídricos superficiais e

subterrâneos. Entretanto, esses impactos podem ser mitigados e monitorados, ou compensados,

através da gestão ambiental da mineração.

Visando fornecer diretrizes básicas, que permitam a execução de um programa de gestão

ambiental da mineração na UGRHI-TJ, foi realizado o levantamento dessa atividade, através da

identificação dos bens minerais explotados e da quantidade de empresas atuantes na bacia.

Observe-se que a explotação de água não foi considerada, pois é tratada no item 7 – Recursos

Hídricos.

10.4.1 Considerações iniciais

Para a obtenção dos dados, foram pesquisados documentos técnicos de órgãos

fiscalizadores, sendo consultados o cadastro industrial da Companhia de Tecnologia de

Saneamento Ambiental - Cetesb (CETESB, 1998) e a compilação de dados do Departamento

Nacional da Produção Mineral - DNPM, executada pela Secretaria de Estado de Energia de São

Paulo (SEE, 1998).

Entretanto, Optou-se por utilizar apenas os dados da Cetesb, pois a compilação da

Secretaria de Energia apresenta os dados de forma genérica, sem especificar as unidades de

mineração existentes.

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245

Relatório no 40.674

Foi realizado, ainda, levantamento de dados em campo, nas Prefeituras Municipais.

Todavia, a maior parte dos entrevistados não soube responder às questões, evidenciando que as

Prefeituras não mantêm um cadastro de minerações atuantes no município nem acompanham o

desenvolvimento dessa atividade.

Assim, uma vez que na maior parte das Prefeituras não foi possível a obtenção de dados

consistentes, referentes à atividade de mineração, trabalhou-se, exclusivamente, com dados

cadastrais (CETESB, 1998), o que permite o tratamento das informações de forma homogênea.

Entretanto, ressalta-se que o cadastro utilizado apresenta as seguintes limitações:

a) os dados são relativos ao ano de 1997, podendo já ter ocorrido a desativação ou

paralisação de algumas empresas e a instalação de outras;

b) não existe a relação de minerações desativadas ou paralisadas;

c) os dados referem-se a empresas regulares e não há menção às empresas que atuam

irregularmente. Segundo MMA/ABC/PNUD (1997), o “Subsetor de Minerais de Uso

Direto na Construção Civil, em geral, é constituído por empresas de médio a pequeno

porte, podendo chegar a empresas individuais, com baixa capacidade organizacional e

econômica. Em função dessa característica, apresenta, também, um menor

desempenho em termos de gestão ambiental e um maior índice de operações

clandestinas”;

d) não são fornecidas as coordenadas das minerações; assim, no caso dos municípios

que estão parcialmente situados na bacia, não é possível identificar se as minerações

cadastradas situam-se em área da bacia;

e) não é possível diferenciar areia para construção de areia industrial; argilas comuns de

refratárias; e rocha para brita de cascalho (nesse último caso, optou-se por utilizar,

quando não possível a diferenciação, o termo “fragmento de rocha”);

f) entre as minerações de areia, não é possível identificar as que extraem em leito de

cursos d’água, em cava seca, ou em cava submersa.

10.4.2 Análise dos Dados Obtidos

De acordo com os dados obtidos (TABELAS 10.9 e 10.10), tem-se que:

a) em 18 municípios (52,9%), dos 34 com sede na UGRHI-TJ, existe algum tipo de

atividade de mineração;

b) existem 61 locais de extração;

c) dos 61 locais de extração, 22 (36,1%) encontram-se em municípios com área

totalmente contida na UGRHI-TJ, e 39 (63,9%) em municípios com área parcialmente

contida na UGRHI;

d) os bens minerais explotados são, principalmente, de uso direto na construção civil;

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246

Relatório no 40.674

e) em 41 (67,2%) locais de extração, dos 61 existentes, é retirada areia; em cinco (8,2%),

argila; em sete (11,5%), rocha para brita; em um (1,6%), cascalho; em quatro (6,6%),

fragmentos de rocha; e, em três (4,9%), não foi possível identificar o bem mineral

explotado.

A análise da FIGURA 10.9 indica que as sub-bacias do Rio Bauru, do Rio Tietê/Rio Claro e

do Rio Tietê/Rio Lençóis são as que concentram municípios com um maior número de áreas de

mineração e, portanto, com maior potencialidade para serem degradados por este tipo de

atividade econômica.

TABELA 10.9 - Atividade de mineração nos municípios da Bacia do Tietê-Jacaré. FONTE: Cetesb (1998).

BEM MINERAL MUNICÍPIO areia argila rocha

para brita cascalho fragmento de rocha

não identificado

1 Agudos 2 Araraquara 2 3 Arealva 1 4 Areiópolis 5 Bariri 1 6 Barra Bonita 1 7 Bauru 4 2 8 Boa Esperança do Sul 9 Bocaina

10 Boracéia 1 11 Borebi 12 Brotas 2 13 Dois Córregos 3 14 Dourado 15 Gavião Peixoto 16 Iacanga 5 17 Ibaté 18 Ibitinga 3 19 Igaraçu do Tietê 1 20 Itaju 21 Itapuí 22 Itirapina 3 23 Jaú 3 1 1 24 Lençóis Paulista 1 1 25 Macatuba 1 1 26 Mineiros do Tietê 27 Nova Europa 28 Pederneiras 7 1 3 29 Ribeirão Bonito 30 São Carlos 6 3 1 31 São Manuel 1 1 32 Tabatinga 33 Torrinha 34 Trabiju Total de locais de extração 41 5 7 1 4 3 NOTA: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 = quantidade de locais de extração.

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247

Relatório no 40.674

As sub-bacias do Rio Jaú, do Alto Jacaré-Pepira e do Alto Jacaré-Guaçu também

apresentam municípios com várias áreas de explotação por mineração. As demais sub-bacias

possuem municípios com pouca ou nenhuma atividade minerária.

Pelos resultados do levantamento apresentado na TABELA 10.9, fica claro que a extração

de areia é o tipo de extração mineral mais comum na UGRHI-TJ (67,2% dos locais cadastrados),

estando associada, em geral, aos leitos dos rios e drenagens, locais portanto, mais passíveis de

serem degradados por esta atividade, com impactos diretos nos recursos hídricos da UGRHI.

TABELA 10.10 - Empresas de mineração atuantes na Bacia Hidrográfica do Tietê/Jacaré (FONTE: Cetesb, 1998).

EMPRESA Endereço MUNICÍPIO BEM

MINERAL Razão social Logradouro CEP rocha para

brita Pedreira Santo Antônio de Araraquara Ltda.

Estrada vicinal Abílio A. Correa, km 3 1480-0000

Araraquara rocha para brita Multipedras Ltda. Fazenda da Americana 1480-0000

Arealva areia Portal Comércio de Areia e Pedregulho Ltda.

Margem esquerda do Rio Tietê 1716-0000

Bariri cascalho Prefeitura do Município de Bariri Rodovia Braz Fortunato, km 175+700m 1725-0000

Barra Bonita argila Sind. dos Trab. nas Ind. da Const. e do Mobiliário de Barra Bonita Sítio Ponte Alta 1734-0000

areia Maziero Porto de Areia e Transportes Ltda. Ferrovia Fepasa, km 334 1710-0000

areia Ico Extração e Comércio de Areia Ltda

Estrada Vargem Limpa - Quadra B 1702-7000

areia Aparecido Reghine Avenida Aureliano Cardia, 3 1701-3000

areia Portal Comércio e Extração de Areia e Pedregulho Ltda. Rua Alves Seabra, 860 1706-0000

não identificado

UBM União Brasileira de Mineração S/A

Avenida Elias Miguel Maluf, 6 1705-5000

Bauru

não identificado Dalmir de Oliveira Pimentel Rua Minas Gerais, 18 1703-0000

Boracéia argila Associação dos Ceramistas de Pederneiras

Margem esquerda do Rio Tietê - Piririca 1727-0000

areia Adelina Aparecida Lopes Valente Sítio Nosde 1738-0000 Brotas areia Flávio Antônio Simões Chácara Areia Branca 1738-4000

areia José Carlos da Silva - Dois Córregos - ME Fazenda São Vicente 1730-0000

areia Faulin e Peretti Sítio Santa Maria 1730-0000 Dois Córregos

areia Sebastião Jorge Baldon Sítio Três Barras 1730-0000

areia Porto de Areia Aparecido Reghine Ltda.

Margem esquerda do Ribeirão Claro 1718-0000

areia Pedreira e Extração de Areia Longhini Ltda. Rua 7 de setembro, 190 1718-0000

areia Porto de Areia Cristo Rei Ltda. Avenida São João, 55 1718-0000 areia Porto de Areia Iracema Ltda. Rodovia SP 321, km 406 1718-0000

Iacanga

areia Porto de Areia Cristo Rei Ltda. Rodovia SP 321, km 406 1718-0000

areia Extração e Comércio de Areia Jacarezinho Ltda. Rodovia SP 304, km 353 1494-0000

areia Santa Aparecida Juliane - ME Fazenda MV 1494-0000 Ibitinga

areia José Renato Longhini Fazenda Santa Isabel 1494-0000 Igaraçu do Tietê areia Rancho Alegre Indústria,

Comércio e Serviços Ltda. Margem esquerda do Rio Tietê 1735-0000

Itirapina areia Incomed Indústria e Comércio Santa Edwiges Ltda. Sítio Santa Quitéria 1353-0000

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Relatório no 40.674

EMPRESA Endereço MUNICÍPIO BEM

MINERAL Razão social Logradouro CEP areia Ronaldo Régis Noventa Graúna - ME Estrada de Itirapina, s/n 1353-5000

Itirapina areia Transminério Sul Minas Ltda. Rodovia Washington Luiz, km 212,8 1353-0000

areia Tratex Transp. e Extr. de Areia Ltda. Avenida Netinho Prado, 945 1720-8270 areia Mineração Cavalheiro Ltda. Fazenda São Sebastião 1720-0000

areia José Roberto Carneiro - Jaú - ME Sítio Baixão da Serra do Capauva 1720-0000

argila Sind. dos Trab. nas Ind. da Const. e do Mobiliário de Barra Bonita Sítio Ponte Alta 1720-0000

Jaú

fragmento de rocha

Itaporã Mineração e Construção Ltda.

Prolongamento da rua Luiz Paiva, s/n 1720-0000

areia João Fernandes Prado - Lençóis Paulista Sítio Rio Claro, CRT270B 1868-0000 Lençóis

Paulista rocha para brita Pedreira Rondon Ltda. Rodovia Marechal Rondon,

km 305 1868-0000

areia Lucason Extração e Com. Ltda. Margem esq. do Rio Tietê 1729-0000 Macatuba argila Associação dos Ceramistas de

Macatuba Reservatório da Usina de Bariri, 56E 1729-0000

areia Sandro Roberto da Cruz Fazenda Córrego das Pedras 1728-0000

areia Gerval Pedreiras Terraplanagens e Obras Ltda. Bairro Itatingui 1728-0000

areia Tratex Transporte e Extração de Areia Ltda.

Margem esquerda do Rio Tietê 1728-0000

areia J.M. Bosso - ME Fazenda Santa Terezinha 1728-0000

areia E.G. de Almeida e Companhia Ltda. Margem direita do Rio Bauru 1728-0000

areia Porto de Areia Heraldo Reghine Ltda.

Estrada municipal Bauru - Guaianaz 1728-0000

areia Roberto Bessi Companhia Ltda - ME Fazenda Curral de Pedras 1728-0000

argila Hilton César Bergamin Pagan Fazenda passa Quatro 1728-0000 rocha para

brita Pedreira Nova Fortaleza Ltda. Estrada Pederneiras, s/n 1728-0000

rocha para brita

Ponte Pedras Mineração e Britagem Ltda. Chácara Paulista 1728-0000

Pederneiras

rocha para brita

Ponte Pedras Mineração e Britagem Ltda. Chácara Paulista 1728-5000

areia Argamix Comercial Ltda. Rodovia SP 215, km 154 1356-0000 areia Sérgio Aparecido Deriggi Sítio Cocaes 1356-0000 areia Jayme Martins Rod. Washington Luiz, km 226 1356-5000 areia Mineração São Carlos Ltda. Fazenda Bela Vista, LT 10 1356-0000 areia Mineração Itaporanga Ltda. Rodovia SP 215, km 154 1356-0000

areia Porto de Areia Cocaes (Maria Aparecido Deriggi)

Rua Maria Isabel de Oliveira Botelho, 2008 1356-0000

fragmento de rocha Migliato & Migliato Ltda Rodovia Washington Luiz 1356-0000

fragmento de rocha Antônio Miguato Rodovia Washington Luiz 1356-0000

fragmento de rocha Aristides de Araújo Rodovia Washington Luiz 1356-0000

São Carlos

não identificado

Migliato Materiais de Construção e Transporte Ltda.

Rodovia Washington Luiz, km 221 1356-0000

areia Porto de Areia Santa Izabel Ltda. Sítio Barreirinha do Rio Tietê 1865-0000 São Manuel rocha para

brita Ponte Pedras Mineração e Britagem Ltda. Chácara Pedreira 1865-0000

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Relatório no 40.674

JAÚBROTAS

ArealvaBARIRI

IBITINGA

ItajuIbaté

Iacanga

PEDERNEIRAS

Bocaína

ARARAQUARA

nItirapi a

SÃOCARLOS

AGUDOS

Boa Esperança do Sul

Tabatinga

LENÇÓIS PAULISTA

Matão

Itapuí

Dourado

Torrinha

RIBEIRÃO BONITO

Macatuba

BAURUDOIS CÓRREGOS

Gavião Peixoto

Boracéia

SÃOMANUEL

Borebi

Trabiju

Nova Europa

Areiópolis

São PedroBARRA BONITA

Mineiros do Tietê

Analândia

Igaraçú do Tietê

1

2

4

8

6

5

7

3 9

Áreas de mineração01 - 23 - 45 - 78 - 11Sede fora da UGRHI

Reservatórios e lagosMunicípiosSub-baciasLimite da UGRHI - TJ SUB-BACIAS DA UGRHI-TJ

1- Rio Tietê/Rio Claro2- Rio Tietê/Rio Lençóis3- Rio Bauru4- Baixo Jacaré-Guaçu5- Médio Jacaré-Guaçu6- Alto Jacaré-Guaçu7- Baixo-Médio Jacaré-Pepira8- Alto Jacaré-Pepira9- Rio Jaú

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICADO TIETÊ -JACARÉ - CBH - TJFEHIDRO- IPT

9 0 9 18 KilometerskmEscala Gráfica

49º00'22º45' 22º45'

48º30'

22º30'48º15'

22º15'47º45'

22º00'47º45'

21º45'48º00'

21º45'49º00'

N

EW

S

LEGENDA

FIGURA 10.9 – Distribuição das áreas de mineração na UGRHI–TJ.

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250

Relatório no 40.674

10.4.3 Prováveis Impactos nos Recursos Hídricos Decorrentes da Mineração

Nesse item são apresentados os prováveis impactos ambientais negativos, decorrentes da

atividade de mineração, que podem alterar a qualidade e a quantidade dos recursos hídricos

superficiais e subterrâneos, na UGRHI-TJ.

10.4.3.1 Método utilizado

A relação de impactos negativos foi obtida através da análise ambiental da atividade

minerária - que, na UGRHI, é caracterizada pelas minerações de areia, argila e rocha para brita -

considerando-se as operações que geralmente são realizadas na explotação desses materiais.

Observe-se que, o bem mineral “fragmento de rocha” pode enquadrar-se na extração areia (como

cascalho) ou em rocha para brita, estando, assim, contemplada sua análise ambiental.

10.4.3.2 Alterações em processos do meio físico e impactos associados

De modo geral, os principais processos que podem ser alterados pelas operações das

minerações de areia, argila e rocha para brita, são: escoamento das águas em superfície; erosão

pela água; deposição de sedimentos ou partículas; inundação; movimentação das águas em

subsuperfície; e interações físico-químicas na água e no solo.

Apresenta-se, a seguir, a caracterização desses processos, com base em FORNASARI

FILHO et al. (1992), e a indicação das prováveis alterações e impactos nos recursos hídricos a

elas associados.

Escoamento da águas em superfície

O processo consiste no movimento das águas precipitadas da atmosfera ou aflorantes no

solo (cursos d’água), e que escoam na superfície de um terreno.

A parte da água precipitada que não infiltra no solo escoa na superfície do terreno, sendo,

o padrão de escoamento, condicionado pelas características extrínsecas e propriedades do solo.

Essa água termina por atingir cursos d’água, podendo provocar mudanças abruptas em seu

regime.

A água aflorante no solo que escoa em curso d’água recebe também uma parte da água

que se infiltrou no solo e que se move lentamente em subsuperfície pelo meio poroso, garantindo

uma certa sustentação ao escoamento fluvial nos períodos não chuvosos.

A alteração nesse processo vai se refletir em alteração nos processos de erosão pela

água, deposição de sedimentos ou partículas, inundação e movimentação das águas em

subsuperfície.

As operações da mineração podem alterar o escoamento das águas em superfície ao

modificarem as condições de superfície do solo, por exemplo com a retirada da vegetação, e ao

modificarem a conformação topográfica da bacia de captação, por exemplo com a abertura de

cavas.

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251

Relatório no 40.674

Erosão pela água

O processo erosão pela água consiste na desagregação e remoção de solo, fragmentos e

partículas de rocha pela ação combinada da gravidade e da água precipitada (pluvial) e de

escoamento (fluvial), podendo manifestar-se como sulcos, ravinas, boçorocas, piping (erosão

interna).

A alteração nesse processo inicia-se pela intensificação do processo escoamento das

águas em superfície; portanto, uma das operações de mineração que alteram esse processo é a

mesma que tende a alterar o processo escoamento das águas em superfície, qual seja, a retirada

da vegetação.

Outras operações da mineração, também, podem alterar esse processo, por exemplo: (1)

realização de movimentação de solo ou rocha que provoquem a desestruturação de solos e a

exposição de horizontes suscetíveis à erosão; e (2) criação de superfícies, como as de corpos de

bota-foras que, sem cobertura superficial, ficam sujeitas à ação erosiva da água.

Os principais impactos ambientais negativos decorrentes da alteração desse processo,

pelas operações de mineração são: (1) a alteração no processo deposição de sedimentos ou

partículas; (2) a perda de solo; e (3) a possibilidade da alteração no processo extrapolar a área da

mineração e atingir outras formas de uso e ocupação do solo, como matas nativas e áreas

edificadas.

Deposição de sedimentos ou partículas

O processo consiste na acumulação ou concentração de partículas sólidas em meio

aquoso, iniciando-se quando a força do agente transportador (curso d'água) é sobrepujada pela

força da gravidade, ou quando a supersaturação das águas induz a deposição das partículas.

A alteração nesse processo inicia-se, geralmente, pela intensificação do processo erosivo;

portanto, as operações de mineração que alteram este processo são as mesmas que tendem a

alterar o processo erosão pela água.

Os principais impactos ambientais negativos decorrentes da alteração na deposição de

partículas sólidas em cursos d'água são: (1) o assoreamento de cursos d'água (que provocará

alteração no processo inundação); e (2) o turvamento das águas (que pode interferir no hábitat de

organismos aquáticos e comprometer o uso da água a jusante do empreendimento).

Inundação

Esse processo corresponde ao extravasamento das águas de um curso d'água para as

áreas marginais, quando a vazão a ser escoada é superior à capacidade de descarga da calha.

A alteração nesse processo pode ter início com o assoreamento provocado pela alteração

no processo deposição de sedimentos ou partículas; assim, as operações da mineração que

podem provocar o assoreamento e, conseqüentemente, a inundação, são as mesmas que

intensificam o processo erosão pela água.

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252

Relatório no 40.674

Os principais impactos ambientais negativos decorrentes de inundações são: (1) a

interferência em áreas ribeirinhas (rurais e urbanas) a jusante do empreendimento, podendo

ocorrer perda de culturas (áreas rurais), perdas de bens materiais existentes em residências

afetadas por inundação, surgimento de doenças infecto contagiosas e óbitos; e (2) a interferência

no próprio empreendimento, as águas podem atingir taludes inferiores de bota-foras e barragens

de rejeito, agravando ainda mais o quadro de assoreamento/inundação.

Movimentação das águas em subsuperfície

O processo movimentação das águas em subsuperfície corresponde a todo deslocamento

das águas no solo ou fraturas de rocha.

A alteração nesse processo, pelas operações da mineração, pode ocorrer devido: (1) à

retirada da vegetação no decapeamento, que implica o aumento da quantidade de água no

escoamento superficial e a diminuição da quantidade de água que se infiltra em subsuperfície,

provocando, assim, o rebaixamento do nível d'água subterrâneo; (2) à criação de uma camada

semi-impermeável, como é o caso das barragens de rejeito da mineração de areia e dos corpos

de bota-fora da mineração de rocha para brita, que podem provocar, também, o rebaixamento do

nível d'água subterrâneo; e (3) à retirada da camada não saturada, que implica a exposição da

rocha fraturada, facilitando a entrada de água no maciço e elevando o nível freático local. Essa

última situação ocorre nas lagoas utilizadas como reservatório de água de uso industrial, em

minerações de areia.

Os principais impactos ambientais negativos decorrentes do rebaixamento do nível d'água

subterrâneo são: (1) aumento gradativo da dificuldade de acesso aos recursos hídricos

subterrâneos; e (2) perda de pontos de captação. O principal impacto decorrente da elevação do

nível freático é a possibilidade de ocorrerem desmoronamentos em poços de captação não

revestidos.

Interações físico-químicas e bacterianas na água e no solo

O processo interações físico-químicas e bacterianas na água e no solo é o conjunto de

reações entre substâncias e elementos provenientes ou concentrados nas águas e no solo.

As operações da mineração que podem alterar este processo são: (1) o funcionamento de

motores movidos a combustível; (2) o funcionamento de oficinas (tanque de óleo combustível,

troca de óleo, lavagem das máquinas, lavagem de peças, bombas de abastecimento, etc.); (3) as

operações de engraxamento e abastecimento in situ; e (4) a utilização de fossas sépticas ou a

ausência delas.

Os principais impactos ambientais negativos decorrentes da alteração no processo é a

contaminação da solo e das águas superficiais podendo comprometer o uso da água em pontos

de captação a jusante do empreendimento e o uso futuro do próprio solo.

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Relatório no 40.674

SUMÁRIO PARCIAL

8 SANEAMENTO E SAÚDE PÚBLICA ........................................................................................................ 207

8.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA.......................................................................................................................... 207 8.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO ......................................................................................................................... 209 8.3 DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS .............................................................................................................. 211

9 ÁREAS PROTEGIDAS POR LEI ............................................................................................................... 217

9.1 ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL – APA ..................................................................................................... 217 9.2 ESTAÇÃO ECOLÓGICA................................................................................................................................. 218 9.3 ESTAÇÃO EXPERIMENTAL ........................................................................................................................... 220 9.4 ESTÂNCIA................................................................................................................................................... 220 9.5 ÁREAS PROTEGIDAS NO ÂMBITO MUNICIPAL ............................................................................................... 220

10 ÁREAS DEGRADADAS .............................................................................................................................. 221

10.1 EROSÃO ................................................................................................................................................. 221 10.1.1 Conceitos Adotados........................................................................................................................... 221 10.1.2 Caracterização da Degradação da UGRHI–TJ por Erosão................................................................ 223

10.2 CARACTERIZAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DA UGRHI–TJ POR ASSOREAMENTO ............................................. 234 10.3 CARACTERIZAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DA UGRHI-TJ POR INUNDAÇÕES .................................................... 239 10.4 MINERAÇÃO........................................................................................................................................... 243

10.4.1 Considerações iniciais ...................................................................................................................... 243 10.4.2 Análise dos Dados Obtidos................................................................................................................ 244 10.4.3 Prováveis Impactos nos Recursos Hídricos Decorrentes da Mineração.............................................. 249

10.4.3.1 Método utilizado ..................................................................................................................................... 249 10.4.3.2 Alterações em processos do meio físico e impactos associados.................................................................. 249

QUADROS QUADRO 8.3.1 – Algumas pesquisas recentes na área de doenças infecto-contagiosas e saúde dentro da região da UGRHI – TJ .................................................................................244 QUADRO 9.1 - Unidades de conservação ambiental existentes na UGRHI – TJ ....................245 QUADRO 10.1.2.1 – Classes de suscetibilidade à erosão identificadas na UGRHI – TJ .........252 QUADRO 10.3.1 – Principais fatores/condicionantes naturais e ações antrópicas indutoras das inundações .........................................................................................................270 TABELAS TABELA 8.1.1 - Dados sobre os sistemas públicos de abastecimento de água na UGRHI Tietê-Jacaré .................................................................................................................235 TABELA 8.2.1 - Dados sobre os sistemas públicos de coleta e tratamento de esgotos na UGRHI Tietê-Jacaré .................................................................................................................236 TABELA 8.3.1 – Casos de doenças infecto-contagiosas registrados nos municípios da UGRHI – TJ, nos anos 1993 e 1995 .........................................................................................238 TABELA 8.3.2 – Coeficiente de Incidência - CI das doenças infecto-contagiosas nos municípios da UGRHI – TJ, anos 1993 e 1995 .........................................................................239 TABELA 8.3.3 – Coeficientes de Incidência de tuberculose para alguns municípios da UGRHI – TJ (Fonte: Sucen, Regional de Araraquara, ano 1999) ........................................242 TABELA 8.3.4 – Casos de doenças infecto-contagiosas no município de Itirapina, no período 1995-1998 ....................................................................................................................243 TABELA 8.3.4 – Casos de doenças infecto-contagiosas no município de Itirapina, no período 1995-1998 ...............................................................................................................254 TABELA 10.1.2.2 – Distribuição percentual em área por sub-bacia da UGRHI – TJ das classes de suscetibilidade à erosão ...................................................................................254

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Relatório no 40.674

TABELA 10.1.2.3 – Índice de Concentração de Erosão - ICE ( por 100km2) das sub-bacias da UGRHI –TJ ........................................................................................................257 TABELA 10.1.2.4 – Municípios da UGRHI – TJ hierarquizados pelos seus Índices de Concentração de Erosão – ICE (erosões por 100 km2) ............................................................260 TABELA 10.1.2.5 – Comparação entre os dados sobre erosão obtidos a partir de trabalhos anteriores do IPT e os oriundos do questionário respondido pelas prefeituras da UGRHI – TJ, em 1999 .........................................................................................................263 TABELA 10.2.1 – Caracterização das sub-bacias da UGRHI – TJ em relação aos fatores controladores do assoreamento ................................................................................................266 TABELA 10.2.2 – Caracterização dos municípios com sede na UGRHI – TJ quanto à degradação por assoreamento .................................................................................................267 TABELA 10.3.1 – Caracterização dos municípios com sede na UGRHI – TJ quanto à degradação por inundações ......................................................................................................272 TABELA 10.4.2.1 - Atividade de mineração nos municípios da bacia do Tietê/Jacaré. FONTE: Cetesb (1998) .............................................................................................................277 TABELA 10.4.2.2 - Empresas de mineração atuantes na bacia hidrográfica do Tietê/Jacaré (FONTE: Cetesb, 1998) ........................................................................................278 FIGURAS FIGURA 8.1 – Distribuição das formas de administração dos sistemas de abastecimento de água nos municípios da UGRHI – TJ ...................................................................................234 FIGURA 8.3.1 – Distribuição na UGRHI – TJ do Coeficiente de Incidência por 100 mil habitantes da doença Hanseníase, ano 1993 (TABELA 8.3.2) .................................................241 FIGURA 8.3.2 – Evolução do C.I. total de tuberculose para alguns municípios da UGRHI – TJ (TABELA 8.3.3) .....................................................................................................242 FIGURA 9.1 – Localização da unidades de conservação ambiental na UGRHI – TJ ...............246 FIGURA 10.1.2.1 – Mapa simplificado com a distribuição das classes de suscetibilidade à erosão na UGRHI – TJ ..............................................................................................................253 FIGURA 10.1.2.2 – Localização das erosões (ravinas/boçorocas) na UGRHI – TJ, obtidas a partir de IPT (1990) ....................................................................................................256 FIGURA 10.2.1 – Classificação dos municípios da UGRHI – TJ quanto à degradação por assoreamento (TABELA 10.2.2) ...............................................................................................269 FIGURA 10.2.2 – Visão geral e detalhe do assoreamento nas confluências dos rios Jacaré-Guaçu e Jacaré-Pepira com o Rio Tietê (Imagem LANDSAT, 1997) ............................270 FIGURA 10.3.1 – Seção de um rio ou drenagem com os principais tipos de leito fluvial .........271 FIGURA 10.3.2 – Caracterização da UGRHI – TJ quanto à degradação por inundação .........274 FIGURA 10.4.2.1 – Distribuição das áreas de mineração na UGRHI – TJ ...............................281