erosividade das chuvas e erodibilidade dos erodibilidade dos solos na porção norte da bacia...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOI`S UNIDADE UNIVERSIT`RIA DE IPOR` COORDENA˙ˆO DO CURSO DE GEOGRAFIA LEILY SILVA DE OLIVEIRA EROSIVIDADE DAS CHUVAS E ERODIBILIDADE DOS SOLOS NA POR˙ˆO NORTE DA BACIA HIDROGR`FICA DO RIBEIRˆO SANTO ANTNIO EM IPOR` GOI`S NO PER˝ODO DE 2000 A 2008 IPOR` GO 2009

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    COORDENAO DO CURSO DE GEOGRAFIA

    LEILY SILVA DE OLIVEIRA

    EROSIVIDADE DAS CHUVAS E ERODIBILIDADE DOS

    SOLOS NA PORO NORTE DA BACIA HIDROGRFICA

    DO RIBEIRO SANTO ANTNIO EM IPOR GOIS NO

    PERODO DE 2000 A 2008

    IPOR GO 2009

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  • LEILY SILVA DE OLIVEIRA

    EROSIVIDADE DAS CHUVAS E ERODIBILIDADE DOS

    SOLOS NA PORO NORTE DA BACIA HIDROGRFICA

    DO RIBEIRO SANTO ANTNIO EM IPOR GOIS NO

    PERODO DE 2000 A 2008

    Monografia apresentada como exigncia para obteno do grau de licenciada no Curso de Geografia da Universidade Estadual de Gois Unidade Universitria de Ipor sob a orientao do Professor Ms. Flvio Alves de Sousa.

    IPOR GOIS 2009

  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    COORDENAO DO CURSO DE GEOGRAFIA

    Erosividade das chuvas e erodibilidade dos solos na poro norte da bacia hidrogrfica do ribeiro Santo Antnio em Ipor Gois no perodo de 2000 a

    2008

    por

    Leily Silva de Oliveira

    Monografia submetida Banca Examinadora designada a Coordenao do Curso de Geografia da Universidade Estadual de Gois, UnU- Ipor como parte dos requisitos necessrios obteno do grau de Licenciada em Geografia, sob orientao do Prof. Ms. Flvio Alves de

    Sousa.

    Ipor, ________de________________de_________.

    Banca examinadora:

    _________________________________________________

    Prof. Ms. Flvio Alves de Sousa UEG-Ipor

    (Presidente da Banca) _________________________________________________

    Prof. Ms.Valdir Specian UEG-Ipor (Membro)

    _________________________________________________

    Prof. Esp. Gilmar Silva (Membro)

  • Aos meus pais Valto e Lzara, minha irm Leiliane que ajudaram-me a levantar e criar nimo todas as vezes que fraquejava, aos meus familiares que estiveram sempre ao meu lado em especial aos padrinhos Divino e Benedita, aos amigos Sr. Otenevil (in memria) e a Sr. Vitria que deram uma grande ajuda na minha caminhada e a todas as pessoas que nas horas difceis me apoiaram e incentivaram com suas palavras de conforto. A todos dedico esse trabalho que foi feito com muito esforo e dedicao.

  • AGRADECIMENTO

    Agradeo a Deus que ajudou-me a superar todos os momentos difceis, me consolando nas horas que encontrava sozinha e fortalecendo-me diante as lutas do dia-a-dia. Agradeo tambm a minha famlia (meu pai Valto, minha me Lzara, minha irm Leiliane e meus

    padrinhos Divino e Benedita) que esteve sempre do meu lado no deixando que desistisse do curso, alm de dar fora em todos os momentos de angstia e desespero. Devo a todos muita

    gratido, pois grande parte da minha conquista deve-se ao esforo destes que juntamente comigo buscaram o mesmo objetivo.

    Tambm lembro com carinho dos professores e colegas de classe, que durante esses quatro anos de convivncia, com nossas diferenas buscamos um s objetivo, um s sonho,

    que a nossa capacitao profissional. Muito obrigada a todos que de uma forma direta ou

    indireta ajudaram-me a realizar parte do meu sonho. Tambm agradeo ao Prof. Flvio Alves de Sousa que incentivou-me na busca do conhecimento, alm de ajudar e muito na pesquisa do trabalho. A todos o meu muito obrigado, pois todos ficaro eternamente gravados na minha lembrana e na saudade.

  • A geografia tem suas razes na busca e no entendimento da diferenciao de lugares, regies, pases e continentes, resultante das relaes entre os homens e entre estes e a natureza.

    Roberto Lobato Correa

  • RESUMO

    Este trabalho apresenta de maneira parcial, estudos realizados na poro norte da bacia hidrogrfica do ribeiro Santo Antnio ligados avaliao da erosividade das chuvas e da erodibilidade dos solos. O estudo da erosividade das chuvas foi efetuado com base em dados de precipitao dos anos de 2000 a 2008 da Plataforma de Coleta de Dados (PCD) do Sistema Meteorolgico e Hidrolgico do Estado de Gois (SIMEHGO) instalada na UEG UnU de Ipor, estao esta que foi instalada no ms de maio de 1999. A partir dos dados de precipitao da srie histrica de nove anos (2000 a 2008), foram realizados os procedimentos para determinao da erosividade, que teve como base, estudos realizados por Bertoni e Modenhauer (1992), sendo que os ndices utilizados na frmula apresentada pelos autores foram modificados com base na proposta de Nascimento (1998), que sugere um ndice diferenciado para o clculo da erosividade em Gois. Para o clculo da erosividade da chuva, utilizaram-se valores mensais e anuais de cada ano da srie histrica. Com o objetivo de cooperar para o planejamento conservacionista de uso do solo local, foi avaliado, o fator erosividade da chuva (R). A pesquisa indicou dois momentos diferentes na erosividade local, com um momento de alta erosividade, ligado ao perodo de maior precipitao durante o ano, chamado de vero, e outro perodo de erosividade mais baixa, associado ao perodo anual de estiagem chamado de inverno. Diante disto, preciso considerar que a cobertura dos solos e tcnicas de manejo devem ser mais eficientes durante o perodo de maior concentrao de chuvas, j que neste perodo a erosividade atinge grau bastante alto de eficincia. O estudo da erodibilidade dos solos consiste na identificao dos solos na rea de estudo atravs de imagem de satlite, e posterior controle de campo, com a classificao dos solos em alguns pontos de controle dispersos na bacia, para favorecer o grau de confiabilidade no mapeamento. O estudo da erodibilidade foi realizado atravs de cruzamento dos ndices de erodibilidade dos solos conforme Salomo (1995) e a declividade.

    Palavras-chave: Chuva, solo, ao antrpica.

  • ABSTRACT

    This work presents in partial way, studies carried through in the portion north of the hydrographic basin it brook Saint Antonio on to the evaluation of the erosivity them rains and the erodibylit them ground. The study of the erosivity of rains it was effected on the basis of given of precipitation of the years of 2000 the 2008 of the Platform of Collection of Dados (PCD) of the System Meteorological and Hydrological of the State of Gois (SIMEHGO) installed in the UEG - UnU de Ipor, station this that was installed in the month of May of 1999. From the precipitation data of the historical series of nine years (2000 the 2008), the procedures for determination of the erosividade had been carried through, that had as base, studies carried through for Bertoni and Modenhauer (1992), being that the indices used in the formula presented for the authors had been modified on the basis of the proposal of Birth (1998), that it suggests an index differentiated for the calculation of the erosividade in Gois. For the calculation of the erosivity of rain, monthly and annual values of each year of the historical series had been used. With the objective to cooperate to the conservationist planning of use of the ground local, it was evaluated, the factor erosivity of rain (R). The research indicated two different moments in the local erosivity, with a moment of high erosivity, on to the period of bigger precipitation during the year, call of summer, and another period of erosivity lower, associated to the annual period of rainless called winter. Ahead of this, she is necessary to consider that the covering of ground and techniques of handling must be more efficient during the period of bigger rain concentration, since in this period the erosivity reaches sufficiently high degree of efficiency. The study of the erodibylit of ground it consists of the identification of ground in the area of study through satellite image, and posterior control of field, with the classification of ground in some dispersed points of control in the basin, to favor the degree of trustworthiness in the mapping. The study of the erodibylit it was carried through crossing of the indices of erodibylit of the ground in agreement Salomo (1995) and the declivity.

    Word-key: Rain, ground, action human.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Localizao da rea de estudo Ipor-GO..................................................................... Figura 2: Cerrado tpico alterado em Neossolo Litlico............................................................

    Figura 3: Pastagem como principal tipo de cobertura vegetal na rea de estudo....................... Figura 4: Efeito de salpicamento ou splash sobre o solo........................................................... Figura 5: Escoamento em uma rea com floresta.......................................................................

    Figura 6: Escoamento em uma rea sem floresta.......................................................................

    Figura 7: Cambissolo na antiga estrada para Diorama.............................................................. Figura 8: Argissolo Vermelho-Amarelo na estrada Ipor/Jacinpolis.......................................

    Figura 9: Neossolo Litlico na estrada Ipor/Jacinpolis...........................................................

    Figura 10: Latossolo Vermelho Escuro na estrada para Diorama............................................... Figura 11: Carta de declividade da Poro Norte do Ribeiro Santo Antnio........................... Figura 12: Mapa de Solos, feito a partir do levantamento dos tipos de solos encontrado na

    rea de estudo...............................................................................................................................

    Figura 13: Carta de suscetibilidade erosiva, produzida a partir dos tipos de solos encontrados

    na rea de estudo...........................................................................................................................

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  • LISTA DE QUADROS E GRFICOS

    ..

    Quadro 1: Pluviosidade mdia mensal (mm) e total e ndices de erosividade mdia e mensal para Ipor- GO...............................................................................................................27

    Quadro 2: Erosividade mdia mensal e seus ndices de erosividade.........................................29 Quadro 3: Relao declividade/erodibilidade dos solos............................................................31 Quadro 4: Relao solos/classes de erodibilidade.....................................................................31 Quadro 5: Relao classes de declividades/rea ocupada na poro norte da Bacia

    Hidrogrfica do Ribeiro Santo Antnio em Ipor-GO..............................................................38 Quadro 6: Iniciais e as classes de solos correspondentes..........................................................39 Quadro 7: Relao classes de solos/rea ocupada na poro norte da Bacia Hidrogrfica do Ribeiro Santo Antnio em Ipor-GO........................................................................................39 Quadro 8: Classes de suscetibilidade erosiva dos solos e suas iniciais....................................40 Quadro 9:Relao classes de suscetibilidade erosiva dos solos/rea ocupada na poro norte

    Da da Bacia Hidrogrfica do Ribeiro Santo Antnio em Ipor- GO.......................................43

    Grfico 1: Dinmica da precipitao entre os anos de 2000 a 2008 em Ipor-GO...................28 Grfico 2: Variao mensal da precipitao durante a srie histrica.......................................29

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    PCD Plataforma de Coleta de Dados

    ZCIT Zona de Convergncia Intertropical ZCAS Zona de Convergncia do Atlntico Sul

    SIMEHGO Sistema Meteorolgico e Hidrolgico do Estado de Gois EI ndice mdio de erosividade por um perodo anual

    p Precipitao mdia mensal

    P Precipitao mdia anual

    Mj Megajoule RGB Red, Green e Blue

    CaCO3 Carbonato de clcio HCL cido clordrico

    pH Potencial hidrogeninico IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Esttistica GPS Sistema de Posicionamento Global

  • SUMRIO

    INTRODUO.........................................................................................................................

    CAPTULO I CARACTERSTICAS FSICAS DA REA...............................................

    1.1.C lima....................................................................................................................................

    1.2. Vegetao............................................................................................................................

    1.3. Geologia..............................................................................................................................

    1.3.1. Complexo Grantico-gnissico..........................................................................................

    1.3.2. Granitos Tipo Ipor........................................................................................................... 1.3.3. Formao Furnas............................................................................................................... 1.3.4. Formao Ponta Grossa..................................................................................................... 1.3.5. Rochas alcalinas (Mesozico/Cretceo)........................................................................... 1.3.6. Coberturas detrtico-laterticas.......................................................................................... 1.4. Geomorfologia.....................................................................................................................

    CAPTULO II REFERENCIAL TERICO METODOLGICO....................................

    2.1. Erosividade das chuvas.....................................................................................................

    2.2. Erodibilidade dos solos.....................................................................................................

    CAPITULO III RESULTADOS E DISCUSSES.............................................................

    3.1. Erosividade das chuvas......................................................................................................

    3.2. Erodibilidade dos solos......................................................................................................

    3.3. Os principais solos na rea de estudo...............................................................................

    3.3.1.Cambissolo......................................................................................................................... 3.3.2. Argissolo...........................................................................................................................

    3.3.3. Neossolo Litlico.............................................................................................................. 3.3.4. Latossolo Vermelho Escuro..............................................................................................

    3.3.5. Solos Hidromrficos.........................................................................................................

    3.4. Avaliao do potencial erosivo dos solos da poro norte na Bacia Hidrogrfica

    do Ribeiro Santo Antnio em Ipor-Gois...........................................................................

    3.4.1. Declividades da rea.........................................................................................................

    3.4.2. Classes de solos................................................................................................................. 3.4.3. Classes de suscetibilidade erosiva dos solos......................................................................

    CONSIDERAES FINAIS...................................................................................................

    REFERNCIAS .......................................................................................................................

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  • INTRODUO

    O uso indiscriminado dos recursos naturais, e entre eles o solo, tem levado a srios problemas ambientais, econmicos e sociais, pois todo ano perdem-se no Brasil milhes de

    toneladas de solos frteis, que so levados pelas enxurradas e depositados nos cursos de gua provocando assoreamento destes, consequentemente diminuindo a quantidade de gua para o

    consumo dos seres vivos. Diante disso, v-se a necessidade de avaliar o poder de erosividade das chuvas sobre

    o solo, correlacionando estas informaes com a erodibilidade dos solos. A anlise da erosividade das chuvas pode cooperar para a determinao ainda que parcial, do grau de

    degradao dos solos, e colaborar na conservao dos mananciais, basta para isso, aplicar mtodos que sejam compatveis com a anlise pretendida.

    A rea de estudo a poro norte da bacia hidrogrfica do ribeiro Santo Antnio

    que fica no municpio de Ipor, na regio oeste do Estado de Gois. A rea de 180,533 km2.

    Figura 1. Localizao da rea de estudo Ipor-GO. Autor: (Sousa, 2009).

    12

  • A bacia hidrogrfica do Ribeiro Santo Antnio, segundo Sousa (2006) localiza-se em sua maior parte no municpio de Ipor, compreende um tero (1/3) de toda a bacia,

    atingindo 650 Km2, a qual atinge parte do municpio de Ivlandia e Amorinpolis. Segundo Gomis (1998) a rede hidrogrfica comandada pela bacia do Araguaia,

    tendo como destaque os Rios Claro e Caiap, os ribeires Santa Marta e Santo Antnio, todos com bom nmero de afluentes, sendo cortada ao meio a cidade de Ipor pelo crrego

    Tamandu. O Ribeiro Santo Antnio tem uma grande importncia para a cidade de Ipor, uma

    vez que a captao da gua feita no mesmo pela Estao de Tratamento de gua (ETA),

    utilizando-a para o abastecimento da cidade, no entanto encontra-se devastado, isto devido ao

    assoreamento, desmatamento a ponto de comprometer o manancial, ocasionado pelo depredamento do homem.

    A regio foi ocupada por uma economia que baseia-se essencialmente na produo agropecuria, tendo gado de corte, leiteiro e uma atividade agrcola que se restringe basicamente em pequenas quantidades.

    De acordo com o Superintendncia de Estatstica, Pesquisa e Informao (SEPIN, 2007) o municpio tem um rebanho de 89.500 cabeas de bovinos, dessas 17.000 cabeas de vacas so para ordenha, sendo esta a atividade produtiva mais significativa. Tendo assim uma

    grande quantidade de pessoas que sobrevivem nica e exclusivamente dessa produo. A agricultura marcada por um estilo tradicional, sem inovaes tecnolgicas,

    devido ao municpio ser predominado de pequenas propriedades. Tendo como gneros

    mais cultivados mandioca, arroz, cana-de-acar, milho. A cana-de-acar sendo produzida para o consumo no perodo da seca como rao para bovinos.

    Embora a bacia hidrogrfica no seja a nica unidade territorial para o estudo ambiental, esta tem sido de grande importncia para anlises integradas do meio fsico, j que de fcil delimitao, o que favorece a identificao de vrios fenmenos fsicos como geologia, solos, uso da terra, entre outros, favorecendo um melhor controle e planejamento.

    Segundo Sousa (2006) o uso da bacia hidrogrfica como objeto de estudo e gesto ambiental, deve considerar os vrios modelos de ocupao e uso de suas potencialidades

    ambientais (recursos minerais, florestais, agropecurios, hdricos, pesqueiro, energtico entre outros) com o objetivo de planejar, coordenar, executar e manejar as melhores formas de apropriao e explorao dos recursos ambientais.

    Os diferentes usos da terra na bacia hidrogrfica podem causar processos particulares

    de degradao dos solos, principalmente quando somados com o tipo de rocha dominante,

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  • com o grau de declividade do terreno e tipo de solo, j que estes ltimos fatores devem ser considerados para o planejamento do uso e do manejo das terras agrcolas, sem esquecer os fatores climticos, principalmente das chuvas, que dependendo de sua quantidade e

    intensidade gera problemas muitas vezes de difcil soluo, como as eroses, assoreamento de

    mananciais e enchentes.

    Para Guerra & Cunha (1995), as propriedades do solo so de grande importncia nos estudos de eroso, porque, juntamente com outros fatores, determinam a maior ou menor susceptibilidade eroso. Beltrame (1994) define erodibilidade dos solos como sendo a suscetibilidade que apresentam em erodirem em diferentes taxas, devido s diferenas em suas propriedades e seus diversos usos.

    Embora a atuao da eroso favorea a esculturao da superfcie terrestre, contudo, preciso considerar a ao humana sobre o meio ambiente, que contribui grandemente para o

    desencadeamento e acelerao deste processo erosivo, favorecendo a perda de solos frteis, a poluio da gua, o assoreamento dos mananciais e reservatrios, alm da reduo da

    qualidade dos ecossistemas terrestres e aquticos. Diante do exposto, o presente estudo busca entender a influncia das chuvas na

    eroso dos solos, e quais os perodos de maior influncia, alm de avaliar o grau de

    suscetibilidade erosiva dos solos presentes na rea, com a finalidade de auxiliar em aes de planejamento para o uso e manejo das terras.

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  • CAPTULO I CARACTERSTICAS FSICAS DA REA

    1.1. Clima

    O clima na regio segundo Nimer (1977) pertence ao tipo Cfw de Kppen, com duas

    estaes distintas com relao precipitao, uma chuvosa, que vai de setembro a maro, e

    outra menos intensa que vai de abril a agosto. O perodo de inverno o mais seco, pois a

    circulao atmosfrica no traz umidade para esta regio, ficando esta rea sobre o domnio de alta presso, com umidade do ar bastante baixa durante este perodo do ano.

    Nos meses de setembro a maro de acordo com Nimer (1977) h o deslocamento do centro de alta presso para a Depresso do Chaco, favorecendo a entrada de ventos midos de

    oeste, vindos da Amaznia, que provocam chuvas neste perodo na regio num fenmeno denominado de Zona de Convergncia Intertropical (ZCIT). Quando o ar mido vindo da

    Amaznia se encontra com o ar mais frio vindo do Atlntico tem-se o fenmeno de Zona de

    Convergncia do Atlntico Sul (ZCAS), que tambm provoca chuvas na regio. Portanto as chuvas mais intensas so chuvas frontais, j que o efeito de

    continentalidade o que predomina na regio, devido ao seu grande afastamento do oceano.

    A precipitao mdia na regio de 1500 a 1700 mm conforme Nimer (1977) com

    temperatura mdia de 22C, quanto mdia de precipitao na regio de Ipor analisada

    durante este estudo, chegou-se a uma mdia de 1368 mm.

    1.2. Vegetao

    A vegetao nativa pertence ao domnio do Cerrado que segundo Barbosa (1993)

    um sistema que abrange reas planlticas com altitudes mdias de 650 m, com um clima tropical submido de duas estaes, cujos solos so variados e com um quadro florstico e faunstico bastante diversificado e interdependente.

    Na rea de estudo a presena da vegetao nativa bastante restrita, devido ao

    intenso uso da terra para pastagens artificiais, ficando a vegetao nativa circunscrita aos topos de serras, terrenos mais ngremes e nas matas ciliares. Entretanto, comum encontrar

    trechos de cursos de gua sem a presena da mata ciliar, e onde so encontradas, quase nunca obedecem largura prevista por lei.

    Apesar do que foi exposto, os tipos ainda presente na rea so as Matas, associadas a terrenos mais planos; o Cerrado strictu, presente em reas de relevo mais ondulado e

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  • terrenos pedregosos como mostra a Figura 2; Campo sujo, associado a reas temporariamente sem uso, onde cresce uma vegetao secundria; Matas ciliares associadas s nascentes e cursos de gua.

    Figura 2. Cerrado tpico alterado em Neossolo Litlico (Foto: Sousa, 2006)

    O uso predominante das terras na rea de estudo a pastagem (Sousa, 2006). Como mostra a Figura 3, ocupando cerca de 75% da rea.

    Figura 3: Pastagem como principal tipo de cobertura vegetal na rea de estudo (Foto: Sousa, 2009)

    16

  • 1.3. Geologia

    Na rea de estudo afloram rochas de diferentes idades, formando um verdadeiro

    mosaico, uma vez que a rea de estudo se encontra na borda noroeste da bacia sedimentar do

    Paran, possvel encontrar rochas do embasamento cristalino e rochas sedimentares das

    Formaes Furnas e Ponta Grossa, alm de efusivas alcalinas de composies diversas.

    1.3.1. Complexo Grantico-gnissico

    De idade Proterozica superior, conforme Moreton (1999) compreende granitos, tonalitos, trondhjenitos e granodioritos gnaissificados e milonitizados, possivelmente gerados no Arqueano e rejuvenescidos no Neoproterozico. Na rea de estudo ocupa toda a rea central e norte, apresentando maior rea de abrangncia.

    1.3.2. Granitos Tipo Ipor

    Situam-se na regio norte da rea de estudo. So de idade Paleozica (Cambriano/Devoniano). As sutes granticas exibem corpos de amplas variedades petrogrficas, predominando os granitos e os granodioritos prfiros, havendo ainda descries

    de passagens entre quartzo dioritos e quartzo monzonitos (MORETON, 1999). Os afloramentos apresentam tonalidades diversas, de cinza a rosada e granulao de

    mdia a grossa (PENA & FIGUEIREDO, 1972).

    1.3.3. Formao Furnas

    Est presente nas reas marginais da bacia sedimentar do Paran, cobrindo rochas do

    embasamento cristalino e rochas alcalinas. Conforme Sousa (2006), a Formao Furnas foi classificada como pertencendo ao

    Grupo Paran, com idade Devoniana. A sua colocao na base da bacia sedimentar do Paran foi primeiramente sugerida por Oliveira (1927) ao subdividir a rea devoniana paranaense, onde teria sido considerada como seo-tipo as rochas evidenciadas nas escarpas da Serra de Furnas (SOUSA JNIOR et al, 1983).

    Apesar da maior ocorrncia de afloramentos ser encontrada no Estado do Paran, a referida formao estende-se por vrios Estados, como Mato Grosso e Gois, onde aflora na borda noroeste da bacia sedimentar do Paran, intercalada com outras estruturas litolgicas que formam o Complexo Ipor (SOUSA, 2006).

    17

  • 1.3.4. Formao Ponta Grossa

    Assim como a Formao Furnas, a Formao Ponta Grossa tambm foi descrita

    primeiramente por Derby (1978), ao caracterizar os schistos e grs schistos da escarpa da Serrinha, nas proximidades da cidade de Ponta Grossa - PR. Possui idade devoniana,

    sustentada pelo contedo fossilfero, admitindo-se uma origem marinha (IANHEZ et al, 1983; PENA et al, 1972).

    De acordo com Moreton (1999), a sul e a leste de Ipor os littipos mostram-se intensamente afetados por falhas gravitacionais, o que parece contribuir para condicionar-lhes a deposio. A espessura destes littipos bastante imprecisa devido ao mascaramento da ao erosiva e ao condicionamento estrutural, alm de um grande volume de intruses de

    rochas bsicas que afetam os seus sedimentos. Na rea de estudo aparece sempre em faixas prximas Formao Furnas e intercaladas s rochas alcalinas.

    1.3.5. Rochas alcalinas (Mesozico/Cretceo)

    Caracterizam-se por ocorrncias de rochas vulcnicas e intrusivas de natureza alcalina resultante de tectnica de borda da bacia do Paran durante a reativao mesozica da Plataforma Brasileira (ASSUY, DYER & IWANUCH, 1971 apud MORETON, 1999).

    O referido grupo de acordo com Glaser & Marques (1968 apud Sousa Jnior et al, 1983), constitudo por um complexo de rochas plutnicas, hipabissais e extrusivas de filiao alcalina, cidas e ultramficas, divididas em: rochas plutnicas (dunitos, peridotitos, serpentinitos, piroxenitos, gabros alcalinos, sienitos), rochas hipabissais (lamprfiros e diabsios), rochas extrusivas (traquitos, traquiandesitos, lavas alcalinas).

    Na rea de estudo afloram principalmente na poro N-NE em pequenas manchas, e

    esto quase sempre em contato com as formaes Furnas e Ponta Grossa (SOUSA, 2006).

    1.3.6. Coberturas detrtico-laterticas

    Conforme Sousa (2006) derivam de aes intempricas sobre o substrato rochoso, e podem ser divididos nos seguintes nveis: basal composto por rocha alterada com estrutura preservada (isalterita); mosqueado ou alotertica (sem preservao das estruturas), com argilosas diversas, rica em xidos de alumnio.

    Desenvolvidas durante os perodos Tercirio-quaternrio, suas espessuras variam de poucos decmetros at no mximo 50m. Ocorrem no extremo leste da bacia.

    18

  • 1.4. Geomorfologia

    Considerando a diviso geomorfolgica regional definida por Mamede et al (1983) a

    rea de estudo est inserida do domnio dos Planaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paran, no Planalto setentrional da Bacia do Paran. Este compartimento foi mapeado na

    Folha SE-22 (Goinia) pelos autores citados durante o Projeto Radambrasil. Esta unidade est representada por diferentes unidades geolgicas e por relevo

    dissecado, com formas de dissecao predominantemente convexas com vales em V abertos.

    Conforme Mamede et al (1983) a rea de domnio desta unidade sofreu levantamento epirogentico, o que gerou o levantamento das bordas. A presena de rochas Paleozicas

    (Devoniano) das Formaes Furnas e Ponta Grossa sobre rochas Neoproterozicas e Proterozicas caracterizam uma faixa de transio entre a rea da bacia do ribeiro Santo

    Antnio e a Bacia sedimentar do Paran (Sousa, 2006).

    Por apresentar pontos de maior altitude topogrfica o compartimento da bacia estudado enquadra-se conforme classificao de Sousa (op. cit) no compartimento geomorfolgico denominado Superfcie Denudacional Elevada, com altitudes que variam de

    650 a 750 m, onde nascem os principais afluentes do ribeiro Santo Antnio. A rea apresenta relevo predominantemente ondulado, com mdio grau de

    dissecao, onde predominam declividades entre 8 e 45% no extremo norte da bacia,

    declividades entre 8 e 13% nas reas de mdia encosta e entre 0 e 3% nos topos aplainados. Contudo, estes topos aplainados so bastante irregulares em termos de extenso, dificultando

    atividades agrcolas que necessitam de maior amplitude para serem viveis economicamente. A poro norte da bacia, foco deste estudo apresenta os maiores ndices de suscetibilidade erosiva devido presena de solos do tipo Neossolos Litlicos e Cambissolos.

    19

  • CAPTULO II REFERENCIAL TERICO METODOLGICO

    O estudo ambiental em bacia hidrogrfica de grande importncia, primeiro porque os recursos naturais nestas unidades so mais facilmente delimitados, e segundo porque na

    bacia hidrogrfica possvel medir todos os elementos que a compem, de maneira sistemtica, principalmente quando se trata dos recursos hdricos e dos solos, e para isso,

    necessria uma srie de intercmbios com outros elementos naturais, como o clima, que

    determina dinmica do input e output de energia no sistema. A erosividade das chuvas e a erodibilidade dos solos passa por uma srie de anlises intimamente ligadas com os demais elementos naturais, como clima, relevo, geologia, geomorfologia, solos, etc.

    2.1. Erosividade das chuvas

    A erosividade das chuvas para Beltrame (1994) corresponde quantidade de solo que se perde pela eroso causada pela chuva. Para Bertoni e Lombardi Neto (1990) o movimento do solo pela gua um processo complexo, influenciado pela quantidade, intensidade e durao da chuva, natureza do solo, cobertura vegetal, declividade da superfcie do terreno. Em cada caso, a fora erosiva da gua determinada pela interao ou balano dos vrios fatores, favorecendo, alguns, o movimento do solo e, outros, opondo-se a ele.

    Segundo Guerra (1999, apud CASSETI, 1994), a ao do splash, tambm conhecido por eroso por salpicamento, ou seja, a preparao inicial da eroso, pois prepara as

    partculas que faz parte do solo, para haver o transporte pelo escoamento superficial.

    Figura 4: Efeito de salpicamento ou splash sobre o solo. Fonte: RIBEIRO, S. L. 2001.

    20

  • Lepsch (2002), afirma que a eroso hdrica a remoo e transporte dos horizontes superiores do solo pela gua. Inicia-se com o salpico de gotas de chuva diretamente sobre a superfcie desprotegida e continua com a formao de enxurradas que formam sulcos de diversas propores.

    De acordo com Beltrame (1994) o efeito erosivo das gotas das chuvas d-se com a desagregao, o transporte atravs do salpicamento e o escoamento superficial das partculas

    do solo, caracterizando, assim, a eroso, como mostra nas figuras 5 e 6.

    COM FLORESTA

    Quando a chuva cai numa rea de mata, parte da gua

    absorvida pelo solo ou

    escorre lentamente para o rio.

    Figura 5: Escoamento em uma rea com floresta. Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Tecnolgicas (IPT).

    O impacto do desmatamento num declive sem floresta, a gua da chuva corre at quatro vezes mais rpido.

    SEM FLORESTA

    Se o terreno tiver apenas terra limpa para plantio, a

    chuva corre rpido para o rio

    e ainda arrasta lama junto.

    Figura 6: Escoamento em uma rea sem floresta. Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Tecnolgicas (IPT).

    21

  • Bertoni e Lombardi Neto (1990), dizem que a eroso do solo constitui a principal causa do depauperamento acelerado das terras. As enxurradas, provenientes das guas de chuva que no ficaram retidas sobre a superfcie, ou no se infiltram, transportam partculas

    de solo em suspenso e elementos nutritivos essenciais em dissoluo.

    Alm disso, Bloise et al (2001), dizem que as formas erosivas so intensificadas com a ao antrpica. Quando o solo passa a ser manejado para qualquer finalidade, ocorrem

    desequilbrios nas relaes solo - clima - vegetao que promovem a instabilidade do sistema e como nem sempre o destino que se do as terras o mais adequado sob o ponto de vista de sua aptido, so gerados processos de degradao de solos causados, principalmente, pela eroso hdrica (MERTEN et al.1995 apud BLOISE et al., 2001).

    A erosividade vem sendo acentuada pela ao antrpica por usos diversos, que vo desde uso rural desordenado, at o uso urbano, como em loteamentos abertos e desocupados, e

    ocupao de reas de risco. Alm disso, a ao das chuvas acaba por provocar intensa remoo de solos principalmente por causa do desflorestamento que deixam os solos desprotegidos.

    Segundo Bertoni e Lombardi Neto (1990), a luta do homem contra a eroso do solo antiga como a prpria agricultura. Quando mudou do nomadismo para o sistema fixo de vida,

    o homem teve necessidade de intensificar o uso do solo, levando a destruio da cobertura da superfcie e acarretando a exposio do solo s foras erosivas.

    A eroso hdrica segundo Nascimento e Chaves (1996) sem dvida, a principal causa do empobrecimento do solo, seja pela remoo de nutrientes e matria orgnica da camada superficial, seja pela remoo das prprias partculas do solo pelas enxurradas. Neste sentido, ela ocorre como um fator preponderante na diminuio da capacidade produtiva dos

    solos agrcolas.

    O solo perdido pela eroso hdrica geralmente o mais rico em nutrientes, devido a grande quantidade de elementos orgnicos de origem animal e vegetal, encontrados sob a superfcie do solo. Milhes de toneladas de solo todo ano so perdidos, sendo levados pelas

    enxurradas, provocando enormes danos ao solo e as vegetaes. Segundo Bertoni e Lombardi Neto (1990) a gua da chuva exerce sua ao erosiva

    sobre o solo pelo impacto das gotas, que caem com velocidade e energia variveis, dependendo do seu dimetro, e pelo escorrimento da enxurrada. A enxurrada varia com volume e a velocidade, com a declividade e comprimento da vertente, e com a capacidade do solo em absorver mais ou menos gua. A resistncia que o solo exerce ao erosiva da gua

    22

  • est determinada por diversas de suas caractersticas ou propriedades fsicas e qumicas, e pela

    natureza e quantidade do revestimento vegetal. A cobertura vegetal influencia na ao da chuva sobre o solo. Segundo Guerra e

    Cunha (1995) a densidade da cobertura vegetal fator importante na remoo de sedimentos, no escoamento superficial e na perda de solo. O tipo e percentagem de cobertura vegetal podem reduzir os efeitos erosivos naturais. As plantas podem reduzir o impacto da gota

    quando chega ao solo durante uma chuva, consequentemente, diminui a intensidade do contato da gota ao solo provocando menos eroso. Se a superfcie do solo estiver coberta com mata, a copa das rvores absorve grande parte da energia cintica das gotas das chuvas e a camada de folhas que esto sobre o solo diminui o restante da fora do impacto da gota sob o

    solo, vindo da copa das rvores at a superfcie do terreno. Segundo Brandt (1986) apud Guerra e Cunha, (1995), a cobertura vegetal em uma

    floresta pode atuar de duas formas: primeira reduzindo o volume de gua que atinge o solo, atravs da interceptao, e, segunda, modificando a distribuio do tamanho das gotas,

    afetando, assim, a energia cintica da chuva. Para o clculo da erosividade das chuvas da bacia hidrogrfica do Ribeiro Santo

    Antnio, contou com vrias etapas, algumas seqenciais e outras simultneas como o caso

    do levantamento bibliogrfico, que norteou a construo do trabalho. O tempo histrico de precipitao considerado para o clculo da erosividade das

    chuvas foi de nove anos (2000 a 2008), em funo do funcionamento da estao meteorolgica utilizada na coleta de dados ter iniciado seu funcionamento em maio de 1999.

    Aps ter conseguido todos os boletins dos anos considerados, emitidos pelo Sistema Meteorolgico e Hidrolgico do Estado de Gois (SIMEHGO) foram realizados os clculos

    de erosividade mdia e mensal, utilizando a mesma frmula para todos os meses, obtendo assim os resultados em MJ/ha.mm.

    Para o clculo da erosividade das chuvas, foi utilizada a equao desenvolvida por

    Bertoni e Moldenhauer (1992), a qual foi adaptada por Nascimento (1998) para o Estado de Gois. Esta equao foi a que mais se aproximou da realidade da regio analisada para definir o potencial erosivo da chuva, sendo representada por:

    EI= 89,823 (p2/P)0,759

    Onde: EI: ndice mdio de erosividade por um perodo anual (t/ha.mm/h);

    p: precipitao mdia mensal em mm;

    23

  • P: precipitao mdia anual em mm.

    Os dados foram coletados da Plataforma de Coleta de Dados (PCD) do SIMEHGO instalada na Unidade Universitria de Ipor, pois a mesma localiza-se dentro da bacia hidrogrfica estudada.

    Primeiramente, somou-se todos os valores de precipitao diria, dividindo assim pelos totais de dias durante o ms, chegando a uma mdia mensal para todos os meses durante

    a srie histrica. Em seguida, foram somadas as mdias mensais de cada ms correspondente,

    para chegar precipitao anual, efetuando-se o mesmo para todos os anos da srie, transformando esses valores em dados de EI (ndice mdio de erosividade), chegando-se no fator que a erosividade das chuvas durante a srie histrica, dada em MJ/ha.mm/ano.

    Para o tratamento estatstico dos dados, utilizou-se o Software ASISTAT 7.5 Beta. Os intervalos de confiana foram estimados em (a = 5 %) para as mdias mensais e anuais,

    onde posteriormente foram expostos os dados em forma de quadros, apresentados no ltimo captulo.

    A erosividade , portanto, a capacidade que a chuva tem de provocar eroso, para isso precipitao mdia anual, mensal e a intensidade da precipitao so importantes na

    definio da capacidade erosiva das chuvas, entretanto as caractersticas de relevo e solo so variveis fundamentais na anlise dos processos erosivos, j que a atuao da chuva pode

    obter respostas diferentes dependendo das caractersticas destes.

    2.2. Erodibilidade dos solos

    Beltrame (1994) define erodibilidade dos solos como sendo a suscetibilidade que apresentam de erodirem em diferentes taxas, devido s diferenas em suas propriedades e seus diversos usos. Para Guerra e Cunha (1995) as propriedades do solo so de grande importncia nos estudos de eroso, porque, juntamente com outros fatores, determinam a maior ou menor suscetibilidade eroso. Guerra e Cunha (op. cit.), ainda dizem que, um aspecto importante,

    tanto na definio como no estudo da erodibilidade do solo, que ela no esttica, mas, sim, uma funo que depende do tempo.

    Alm da textura, permeabilidade e profundidade Lepsch (2002) diz que o grau de

    fertilidade do solo tambm influi na sua maior ou menor erodibilidade. Um solo naturalmente mais frtil, ou adequadamente adubado, oferece condies para um desenvolvimento mais

    vigoroso das plantas e este fica menos sujeito a eroso. Alm disso, os vegetais retiram do

    24

  • solo elementos nutritivos que so incorporados nos seus tecidos, principalmente nas sementes e nos frutos. Em condies normais, sem a influncia do homem, os restos de vegetais retornam ao solo, com a sua queda, e se decompe, em processos terminados com a mineralizao, em que os elementos nutritivos voltam a um estado tal que podem ser

    novamente absorvidos pelos colides do solo (argilas ou hmus) e absorvidos pelas razes. Se esses nutrientes deixam de ser assim reciclados o solo tende a se empobrecer

    continuadamente. A degradao desenfreada dos recursos naturais renovveis no dias de hoje, segundo

    Beltrame (1994) um processo que deve ser analisado e contido com eficincia e rapidez. Nesse sentido, uma metodologia para o diagnstico da situao real em que se encontram

    esses recursos em dado espao geogrfico, passa a ser um instrumento necessrio em um trabalho de preservao, j que a luta do homem contra a eroso do solo segundo Bertoni e

    Lombardi Neto (1990) antiga como a prpria agricultura. As anlises fsicas dos solos na rea de estudo foram realizadas com a finalidade de

    avaliar tambm a erodibilidade dos solos, que contou com a utilizao de imagem Landsat 5 atravs da elaborao de uma composio colorida RGB com as bandas 5,4,3 utilizando o

    software Spring 5.0. Atravs da imagem foram destacados os possveis solos da rea baseando-se em

    chaves de interpretao como a reflectncia, as caractersticas topogrficas, cobertura vegetal, classes de declividade e geologia, sendo estes dois ltimos tpicos baseados nos mapeamentos realizados por Sousa (2006). Com base nestas informaes foi gerado um mapa preliminar de solos.

    Aps a realizao do mapa preliminar de solos foi feito o controle de campo em

    alguns pontos da bacia, em que obteve-se o maior grau de desconfiana ao tipo de solo encontrado na regio. Para isso foi utilizada a classificao de solos, conforme o seu grande grupo (Embrapa, 1999), utilizando tcnicas de identificao de campo como, cor atravs da carta de cores de Munsell; textura, atravs do tato; estrutura; porosidade atravs de lupa;

    transio entre os horizontes; plasticidade; presena de mangans utilizando gua oxigenada;

    determinao da presena de carbonato de clcio (CaCO3), utilizando cido clordrico (HCl) a 10%; descrio do relevo e pedregosidade; umidade e pH com medidor analgico.

    Para a classificao dos solos foram utilizados cortes de estradas e eroses, que

    foram previamente limpos, utilizando instrumentos necessrios, como enxado, p de corte e faca. Depois com o uso da faca demarcou-se os limites entre os horizontes para melhor

    visualizao dos contrastes entre os mesmos.

    25

  • Para localizao dos pontos, foi utilizada carta topogrfica do IBGE em escala

    1:100.000 e aparelho de recepo GPS para identificao e posterior mapeamento dos pontos de controle no mapa. O registro do solo foi feito com uma cmera digital.

    Aps o levantamento dos solos e sua confirmao em campo foi gerado o mapa final

    de solos da rea, que servir de parmetro para a determinao da suscetibilidade erosiva, conforme a erosividade das chuvas e a erodibilidade dos solos, conforme parmetros do

    estudo de Salomo (1995), que definiu o ndice de erodibilidade dos diferentes solos. Este estudo foi finalizado com a construo de um mapa de suscetibilidade erosiva,

    construdo com base na suscetibilidade erosiva de cada classe de solo segundo Ramalho Filho e Beek (1995 apud Sousa, 2006), cujas classes foram cruzadas com as classes de declividade da rea, resultando ento no mapa de suscetibilidade erosiva da rea estudada.

    O uso da terra, segundo Thomaz (2008) um dos principais fatores que induz mudanas biofsicas e eroso do solo. Diante disto, os indicadores biofsicos como cita Thomaz (op. cit.) a densidade do solo e estabilidade dos agregados, conseguem mudar anualmente ou mesmo de estao para estao.

    Na rea de estudo, a poro norte da bacia hidrogrfica do Ribeiro Santo Antnio

    no diferente, ocorre em grande escala eroso hdrica, devido regio ter a predominncia

    de plantaes de pastagens, uma vez se comparada com outras culturas torna-se mais eficiente, propiciando a eroso, pois os solos encontram-se sem a cobertura vegetal nativa, proteo esta mais eficiente, necessria para conter os processos erosivos, fazendo com que os

    solos percam os seus nutrientes, consequentemente diminui a sua capacidade produtiva.

    26

  • CAPITULO III - RESULTADOS E DISCUSSES

    3.1. Erosividade das chuvas

    A estao chuvosa a estao de maior incidncia de eroso, devido pequena

    presena de cobertura vegetal nativa. Dessa forma, diminui a defesa natural do solo contra a eroso, potencializando a perda de solos.

    Com o estudo realizado durante a srie histrica (2000 a 2008), pde-se perceber que a regio apresenta distribuio de chuvas bem irregular, uma vez que, existem anos com

    precipitaes elevadas e outros com ndices inferiores mdia regional.

    O Quadro 1 mostra as mdias mensais e anuais do perodo analisado, considerando o desvio padro e o limite inferior e superior com base em uma margem de confiana de cinco por cento (5%). Alm disso, mostra a erosividade mdia mensal e anual. Quadro 1. Pluviosidade mdia mensal (mm) e total de ndices de erosividade mdia e mensal para Ipor-GO.

    Observando o Quadro 1 possvel perceber que a maior mdia de precipitao concentra-se no ms de janeiro (284,08), e a menor no ms de julho (4,07). Ficam destacados os meses de novembro a maro como os mais chuvosos e os meses de abril a outubro como os

    mais secos.

    Ms Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total

    Mdia 284,08 234,44 174,41 76,04 34,93 27,76 4,07 12,30 27,90 99,01 204,24 243,88 1423,06

    Desvio padro

    73,23

    125,9 83,06 46,37 63,52 5,1 6,04 11,3 27,42 33,41 60,95 74,2 610,5

    Limite superior

    340,4

    331,49 238,37 111,75 83,84 7,01 8,72 20,95 49,02 124,73 254,59 301,02 1871,89

    Limite inferior

    227,7

    137,39 10,44 40,34 -13,97 0,84 0,58 3,54 6,79 73,28 163,20 186,74 864,81

    erosividade em Mj/ha.mm

    Mdia 1895 1415 903 256 78,5 55,5 2,93 16 55,9 382,5 1136 1503 7699,33

    Limite superior 2235 1746 1013 367 161,5 62,5 11,6 37 105 506 1390 1804 9438,6

    Limite inferior 1668 1277 666 216 64,5 54,66 2,33 12,5 49 309,5 973 1316 6608,4

    27

  • Grfico 01: Dinmica da precipitao entre os anos de 2000 e 2008 em Ipor-GO

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

    Tota

    l de chu

    va em

    (m

    m)

    Os dados de limite superior e inferior demonstram a variao possvel na mdia de precipitao para a rea observada, e diante desta variao possvel inferir que a precipitao

    para o municpio de Ipor est abaixo da mdia estabelecida por Nimer (1977) para a regio

    Centro-Oeste, sendo que o gradiente de precipitao varia entre 864 e 1872 mm/ano, com

    mdia de 1368 mm.

    Outra informao importante sobre a dinmica da precipitao na rea a

    irregularidade entre um ano e outro, como podemos perceber atravs do Grfico 1 que mostra a variao da precipitao durante a srie histrica considerada para este estudo.

    O ano de 2000 apresenta uma precipitao de 1756 mm, enquanto em 2003 a precipitao foi de 1126 mm, o que caracteriza um decrscimo de 630 mm neste perodo. Em

    2004 a precipitao sofre novamente um acrscimo, chegando a 1804 mm, vindo a cair novamente em 2005 e 2006, com novo acrscimo em 2007 e nova queda em 2008.

    Com exceo da irregularidade do ano de 2004 no ms de fevereiro, possvel perceber atravs do grfico 2, que todos os meses durante os anos apresentaram um decrscimo significativo de precipitao desde 2000, o que levanta uma preocupao sobre

    qual ou quais fatores estariam contribuindo para este decrscimo de precipitao. Porm no foi feita esta discusso neste estudo, uma vez que, a anlise do estudo concentra-se na

    degradao dos solos.

    28

  • Considerando a erosividade das chuvas, que o objeto deste estudo, ela varia de acordo com o volume e a durao da chuva, maior a precipitao, maior a erosividade. Neste

    caso, os maiores ndices de erosividade concentram-se entre os meses de novembro a maro, devendo as reas mais suscetveis eroso estar bem manejadas e com cobertura vegetal adequada para evitar as perdas de solo, j que a vegetao, de modo geral, protege o solo contra o impacto da chuva que cai sobre o solo.

    Com base nos dados obtidos sobre erosividade, o Quadro 2 mostra os ndices e a sua capacidade de promover eroso dos solos, baseada na escala proposta por Beltrame (1994).

    Quadro 2. Erosividade mdia mensal e seus ndices de erosividade.

    Fonte: Adaptado de Beltrame (1994).

    MS

    EROSIVIDADE MDIA

    (El= Mj/ha.mm)

    QUALIFICAO

    Janeiro 1895 Erosividade excessiva

    Fevereiro 1415 Erosividade excessiva

    Maro 903 Erosividade excessiva

    Abril 256 Erosividade dbil

    Maio 78,5 Erosividade dbil

    Junho 55,5 Erosividade dbil

    Julho 2,93 Erosividade dbil

    Agosto 16 Erosividade dbil

    Setembro 55,9 Erosividade dbil

    Outubro 382,5 Erosividade dbil

    Novembro 1136 Erosividade excessiva

    Dezembro 1503 Erosividade excessiva

    Grfico 02:Variao mensal da precipitao durante a srie histrica

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

    Anos da srie histrica

    Tota

    l de

    chuva

    em (m

    m)

    Jan.

    Fev.

    Mar.

    Abr.Mai.

    Jun.

    Jul.

    Ago.

    Set.

    Out.Nov.

    Dez.

    29

  • A variao da erosividade na rea de estudo bastante abrupta, sem escalas intermedirias, com erosividade dbil, inferior a 600 Mj/ha.mm e excessiva, acima de 830 Mj/ha.mm.

    A configurao da erosividade na rea de estudo bastante preocupante, devido ao

    ndice mdio da srie histrica (7.699,33 Mj/ha.mm/ano) que considerado alto quando

    comparado, por exemplo, com ndices da regio norte do pas, pegando como base o trabalho

    realizado por Macedo et al (2005) na regio de Coari no Estado do Amazonas com 8.900 Mj/ha.mm/ano.

    Alguns solos tm capacidade de erodirem com mais facilidade que outros. As

    propriedades do solo que vo influenciar na suscetibilidade de erodirem, uma vez que so de

    grande importncia para a resistncia eroso.

    3.2. Erodibilidade dos solos

    A erodibilidade dos solos apresenta uma relao direta entre a erosividade das chuvas

    e as caractersticas fsico-qumicas dos solos, o tipo de vertente (declividade e comprimento),

    e cobertura vegetal. Na rea de estudo o principal uso da terra constitudo por pastagens, e boa parte

    delas est degradada, o que leva a um maior ndice de erodibilidade dos solos. Considerando que em relao a outros tipos de uso da terra como agricultura temporria, por exemplo, a

    pastagem mais eficiente com relao diminuio da perda de solo por eroso. Conforme

    afirmam Bertoni e Lombardi Neto (1990) preciso apreciar que o manejo das pastagens precisa ser realizado para diminurem este potencial.

    Estudos dos autores acima citados afirmam que de um volume qualquer de chuva que atinge a superfcie, 40% se infiltra e 20% escoa numa cobertura vegetal de mata. Em

    contrapartida numa cobertura por pastagem deste mesmo volume de chuva 20% infiltram e

    40% escoam o que mostra que embora a pastagem seja mais eficiente que outras coberturas temporrias, preciso um cuidado permanente, principalmente quando se tem pastagens em

    relevos com declividades superiores a 20%. O quadro 3 mostra a relao declividade/suscetibilidade eroso linear, conforme

    estudos de Ramalho Filho e Beek (1995).

    30

  • Quadro 3. Relao declividade/suscetibilidade dos solos eroso linear.

    Fonte: Ramalho Filho e Beek (1995).

    O quadro abaixo mostra a relao entre os solos e os seus respectivos ndices de erodibilidade, conforme Salomo (1995), sendo utilizado para definio do grau de suscetibilidade erosiva na rea de estudo. Esses ndices variam de 0 a 0,54, cujo intervalo foi relativizado para uma escala de 0 a 10, sendo ponderadas e definidas cinco classes de

    erodibilidade.

    Quadro 4. Relao solos/classes de erodibilidade. Classes de

    erodibilidade ndices relativos de

    erodibilidade Unidade Pedolgicas

    I

    10,0 a 8,1

    Cambissolos; Neossolos Litlicos; Argissolos abruptos, textura arenosa mdia; Neossolos quartzarnicos.

    II 8,0 a 6,1 Argissolos no abruptos textura mdia argilosa e mdia.

    III 6,0 a 4,1 Argissolos de textura argilosa

    IV 4,0 a 2,1 Latossolos de textura mdia; Latossolos de textura argilosa; Terra roxa estruturada

    V 2,1 a 0,0 Solos hidromrficos em relevo plano Fonte: Salomo (1995) In: Sousa (2006).

    3.3. Os principais solos na rea de estudo

    3.3.1. Cambissolo

    Os Cambissolos so solos pouco desenvolvidos em relao aos Latossolos e Argissolos. Apresentam horizonte B em formao. So rasos e de elevada erodibilidade, podendo, em curto espao de tempo, ocorrer exposio de subsolo. A fertilidade do horizonte

    Classes de declividade (%) Grau de limitao por suscetibilidade eroso linear

    0 3 Nulo

    3 8 Ligeiro

    8 13 Moderado

    13 20 Forte

    20 45 Muito Forte

    > 45 Extremamente Forte

    31

  • A est condicionada ao tipo de rocha formadora inicial.

    Por serem muito susceptveis eroso, normalmente no permitem um uso intensivo,

    podendo, em condies naturais, ser observada a ocorrncia de eroso laminar moderada, ou severa, bem como em sulcos e voorocas (LARIOS, 2008).

    Esto associados a relevo ondulado com declividades superiores a 20%. Encontram-

    se sobrepostos na poro norte e nordeste da bacia a rochas Mesozicas Alcalinas e sobre os

    granitos paleozicos. Apresentam pouco desenvolvimento com A proeminente e B em

    formao. No norte e leste da bacia esto assentados sobre rochas alcalinas e apresentam colorao vermelha, com forte ndice de xido de ferro e textura argilosa, com presena de

    sesquixido de ferro bem prximo superfcie. Nos demais locais onde encontrado esto

    assentados sobre Granitos, Granodioritos e Sienitos. No se percebe eroso linear mais acentuada, todavia possvel identificar sulcos,

    mas apresentam alta suscetibilidade eroso laminar. A figura 7 mostra o perfil de um Cambissolo encontrado na poro norte da bacia, com alta concentrao de xido de ferro e a formao de concrees ferralticas.

    Figura 7: Cambissolo na antiga estrada para Diorama. Foto: Sousa (2009).

    CAMBISSOLO VERMELHO ESCURO

    Localizao: 485468 latitude Sul 8196937 longitude Oeste

    Cor: valor 3, croma 2(3/2) 2.5 YR Textura: argilosa - forma rolo com

    facilidade, mas no permite formao de argola.

    Porosidade: muito pequeno < 1mm. Contedo carbonato - ligeira Contedo de mangans: forte visvel Transio entre horizontes: abrupta faixa

    de separao menos que 2,5 cm Pedregosidade: ausente Descrio do relevo: 20 a 45% - Forte

    ondulado Uso da terra: pastagem Substrato: Rochas alcalinas pH: 6,5 moderadamente cido Umidade: 20% Ambiente: Cerrado Consistncia do solo: solto. OBS: Alto teor de xido de ferro e presena de petroplintita no horizonte C.

    32

  • 3.3.2. Argissolo

    Os Argissolos, segundo Lepsch (2002), comparado com os Latossolos apresentam uma profundidade menor, dimenses ligeiramente maiores de material sedimentar e de

    minerais pouco resistentes aos agentes atmosfricos e biolgicos, alm de sobressair na

    diferenciao de horizontes, ocorrendo naturalmente em relevos com declives mais intensos

    que os Latossolos.

    Ocorrem em relevo cujas declividades esto entre 8 e 20%, podendo estar associados a todo o tipo de rocha. So solos profundos e menos intemperizados do que os Latossolos, podendo apresentar maior fertilidade natural e potencial. Esses solos so desenvolvidos

    basicamente a partir de produtos da intemperizao de arenitos, com seqncia de horizontes A, B e C bem diferenciados e com suas transies geralmente bem definidas. A principal

    caracterstica deste solo a diferena textural entre os horizontes A e B, qual seja: no horizonte B concentra-se teor mais elevado de argila do que no horizonte A, onde, entretanto, a atividade biolgica apresenta-se intensa. O acmulo de argila no horizonte B torna os Argissolos menos permeveis, portanto mais propensos eroso hdrica (LARIOS, 2008).

    A figura abaixo mostra um perfil de Argissolo presente sobre rocha grantica em relevo suave ondulado, em mdia vertente.

    Figura 8: Argissolo Vermelho-Amarelo na estrada Ipor/Jacinpolis. Foto: Sousa (2009).

    ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO

    Localizao: 486975 latitude Sul 8192450 longitude Oeste

    Cor: valor 4, croma 6 (4/6) Textura: mdia arenosa forma rolo com

    dificuldade. Porosidade: mdia 2 5 mm.

    Avaliao de contedo carbonato com HCl 10%: ligeira

    Avaliao do contedo de mangans: ligeira - efervescncia fraca, somente ouvida.

    Transio entre horizontes: Clara - faixa de separao menos que 2,5 a 7,5 cm

    Pedregosidade: horizonte A1 e A2 ausentes. Descrio do relevo: 3 a 8% - suave

    ondulado Cobertura: uso de pastagem e lavoura pH: 6,8 praticamente neutra. Umidade do solo: 15% Ambiente: Cerrado Consistncia do solo: solto Substrato: Granito

    33

  • 3.3.3. Neossolo Litlico

    Esta classe dos Neossolos Litlicos constituda por solos pouco desenvolvidos, muito rasos, com o horizonte A assentado diretamente sobre a rocha. Situam-se nas reas com

    declive mais acentuados. Os locais onde este tipo de solo ocorre, so normalmente, destinados s reas de preservao permanente (MINISTRIO DA AGRICULTURA, 1983 apud LARIOS, 2008).

    Os Neossolos litlicos so solos pouco desenvolvidos, presentes em relevo ondulado com declividades acima de 20%. Apresentam A proeminente e transio abrupta.

    Na rea de estudo so mais presentes na regio norte-nordeste onde o relevo mais

    acidentado, entretanto encontrado em menor escala em outros pontos da bacia, associados a tipos diferentes de rochas.

    O exemplo abaixo mostra um Neossolo Litlico em rocha da Formao Ponta Grossa, com presena de cascalho e pedregosidade, o que dificultou a limpeza para identificao do perfil. A presena de concrees ferralticas na superfcie mostra a intensa lixiviao de bases, e a vegetao Cerrado strictu revela a presena de alumnio trocvel na

    sua constituio.

    Figura 9: Neossolo Litlico na estrada Ipor/Jacinpolis. Foto: Sousa (2009).

    NEOSSOLO LITLICO

    Localizao: 0487976 latitude Sul 8187626 longitude Oeste

    Cor: valor 6, croma 6 (6/6) 10 YR Amarelo amarronzado

    Textura: cascalhenta e cimento muito argiloso forma rolo com facilidade, mas no permite formao de argola.

    Porosidade: pequeno 1 a 2 mm. Avaliao de contedo carbonato com HCl

    10%: sem reao Avaliao do contedo de mangans: sem

    efervescncia Transio entre horizontes: abrupta faixa

    de separao menos que 2,5 cm Cobertura: Cerrado

    Substrato: Arenito da Formao Ponta Grossa.

    pH: 7 praticamente neutro Umidade do solo: 5% Ambiente: Cerrado

    Consistncia do solo: ligeiramente duro

    34

  • 3.3.4. Latossolo Vermelho Escuro

    Os Latossolos de acordo com a Embrapa (1999) so solos minerais com B latosslico e com teor de ferro (Fe2O3) superior a 18%. So profundos a muito profundos, acentuadamente drenados, friveis e muito porosos e permeveis, com baixa suscetibilidade erosiva, em funo do alto grau de floculao e estabilidade dos agregados.

    Quanto ao Latossolo Vermelho Escuro possui perfil bastante profundo, apresenta em relevos plano ou suave ondulado com declividade at 8%, facilitando a mecanizao agrcola desse tipo de solo, so bem drenados e com horizontes pouco individualizados, da ter sempre transio difusa entre eles.

    Na rea de estudo apresenta-se em grande quantidade, predominando em relevos relativamente planos.

    A figura 10, mostra um Latossolo Vermelho Escuro em rocha do Grupo Ipor, sem presena de pedregosidade, sendo um solo de fcil manuseio na limpeza para identificao do perfil.

    Figura 10: Latossolo Vermelho Escuro na estrada para Diorama. Foto: Sousa (2009).

    LATOSSOLO VERMELHO ESCURO

    Localizao: 0480462 latitude Sul 8186909 longitude Oeste

    Cor: valor 3, croma 6 (3/6) 10 R vermelho escuro

    Textura: argiloso forma rolo com facilidade e permite formao de argola.

    Porosidade: pequeno 1 a 2 mm. Avaliao de contedo carbonato com HCl

    10%: ligeira efervescncia fraca e pouco visvel

    Avaliao do contedo de mangans: ligeira efervescncia fraca, somente ouvida

    Transio entre horizontes: difusa faixa de separao menos que > 12,5 cm

    Descrio do relevo: suave ondulado 3 a 8%

    Cobertura: uso pastagem Substrato: Rochas alcalinas pH: 7 praticamente neutro Umidade do solo: 5% Ambiente: Cerrado Consistncia do solo: ligeiramente duro

    35

  • 3.3.5. Solos Hidromrficos

    Desenvolvem-se em condies de excesso dgua, ou seja, sob influncia de lenol fretico, encontrado principalmente perto do curso dos leitos na bacia hidrogrfica do Ribeiro Santo Antnio, rea de estudo. Estes solos apresentam a cor cinza em virtude da presena de

    ferro reduzido, ou ausncia de ferro trivalente. Logicamente, ocupam baixadas inundadas, ou freqentemente inundveis. Pelas condies onde se localizam, so solos difceis de serem

    trabalhados. Existem dois tipos principais de solos hidromrficos: os orgnicos e os minerais (SOUSA, 2006). 3.4. Avaliao do potencial erosivo dos solos da poro norte na Bacia Hidrogrfica do

    Ribeiro Santo Antnio em Ipor-Gois

    3.4.1. Declividades da rea

    O estudo aqui desenvolvido, influenciado pelo grau de declividade em que estiver inserido, dependendo do tipo de vegetao, solo, tipo de uso da terra, pode acelerar o processo de eroso hdrica, a partir do declive propiciando uma maior freqncia na formao de eroso

    laminar, em sulcos e voorocas, podendo ocorrer s trs formas simultaneamente no mesmo

    terreno.

    A eroso laminar a remoo das camadas superficiais do solo, sobre toda uma rea.

    A eroso laminar, leva primeiro as partculas superficiais do solo, sendo a parte que mais

    concentra os nutrientes, diminuindo a fertilidade do solo. A eroso em sulcos origina-se em

    declives, nas pequenas imperfeies no solo, fazendo com que a enxurrada, com velocidade e volume capazes de formarem regos, sendo aumentados o seu tamanho no decorrer do tempo, podendo ser mais ou menos profundos. E a vooroca quando os sulcos foram suficientemente erodidos, que vo ampliando pelo deslocamento do solo, ocasionada pela concentrao das chuvas (enxurrada), aumentando a largura e a profundidade do sulco, sendo

    a forma mais avanada da eroso.

    Devido a influncia da declividade para os processos erosivos foi feito o mapa de declividade representado pela Figura 11, baseado nas classes de declividades propostas por

    Ramalho Filho & Beek (1995), com o intuito de mostrar a localizao das mesmas, dentro da rea de estudo, alm da abrangncia espacial atingida entre as classes de declividade que foram representadas no Quadro 5, que mostra as classes de declividade, a rea em km2 que cada classe atinge e a porcentagem dessa rea em km2 de cada classe para a rea estudada.

    36

  • Figura 11: Carta de declividade da Poro Norte do Ribeiro Santo Antnio.

    37

  • Quadro 5: Relao classes de declividades/rea ocupada na poro norte da Bacia Hidrogrfica do Ribeiro

    Santo Antnio em Ipor-GO

    reas com declives que apresentam de 0 3%, consideradas planas, embora inclua

    algumas reas com declividade acima de 3%, ocupando principalmente reas com solos do

    tipo latossolos. Os terrenos desta classe ocupam 58,2478% da rea aqui analisada, ou seja, mais da metade, com um potencial erosivo considerado baixo.

    Os declives de 3 8% so reas com relevo suave ondulado, embora apresente incluses de reas com inclinaes abaixo de 3% e algumas vezes incluem reas acima de 8%

    de declive, atingindo uma rea de aproximadamente 47 km2, ou seja, 26,6517% da poro norte da Bacia Hidrogrfica do Ribeiro Santo Antnio, rea aqui estudada, com um potencial

    pouco erosivo.

    reas com relevo ondulado, com declividade entre 8 - 13% correspondem 12,9843 km2 ou a 7,3498% da rea total aqui estudada. Esta classe com suas caractersticas considerada como de potencial erosivo moderadamente suscetvel.

    As reas com declives com 13 20% apresentam-se muito suscetveis a erosividade devido o relevo ser ondulado, embora apresente incluso de reas com declive inferior a 13% e algumas vezes abrangem reas acima de 20% de inclinao. Esta rea corresponde a 6,4451km2 ou 3,6483%.

    A classe entre 20 - 45% de declive equivalem a 3,6108% ou 6,3789km2 da poro norte da Bacia aqui estudada, considerada fortemente suscetvel aos processos erosivos, pois

    localizam-se em relevos forte ondulado, ocupando muitas reas de topo de morro. Os declives > 45% apresentam em pequena quantidade com uma rea de 0,8684km2

    ou 0,4916%. Apresentam-se extremamente suscetvel a erosividade, pois esto em vertentes ngremes, sendo reas que devem ser preservadas constantemente por vegetao nativa.

    Classes (%) rea Km2 rea (%)

    0 3 102,9011 58,2478

    3 8 47,0830 26,6517

    8 13 12,9843 7,3498

    13 20 6,4451 3,6483

    20 45 6,3789 3,6108

    > 45 0,8684 0,4916

    Total 176,6608 100

    38

  • 3.4.2. Classes de solos

    O mapa de solos, como pode ser visto na Figura 12, mostra os tipos de solos que foram encontrados na poro norte da Bacia Hidrogrfica do Ribeiro Santo Antnio em

    Ipor-Gois. As iniciais a seguir representam as classes de solos correlatados na legenda do mapa de solos.

    Quadro 6: Iniciais e as classes de solos correspondentes.

    Iniciais Classes de solos

    Hidr Solos Hidromrficos

    NsL Neossolo Litlico

    Ca Cambissolo

    Arg Argissolo

    Lva Latossolo Vermelho Amarelo

    Lve Latossolo Vermelho Escuro

    O Quadro 7 mostra a relao de classes de solos que foram encontrados na poro norte da Bacia Hidrogrfica do Ribeiro Santo Antnio em Ipor-GO e suas respectivas reas

    em km2 e a porcentagem que atingem dentro da rea estudada.

    Quadro 7: Relao classes de solos/rea ocupada na poro norte da Bacia Hidrogrfica do Ribeiro Santo Antnio em Ipor-GO.

    Classes rea Km2 rea (%)

    Argissolo 18,5523 10,3739

    Cambissolo 39,1252 21,8778

    Hidromrfico 3,2503 1,8175

    Latossolo Vermelho Escuro 11,0051 6,1538

    Latossolo Vermelho-Amarelo 91,9604 51,4219

    Neossolo Litlico 14,9417 8,3551

    Total 178,835 100

    O Argissolo corresponde uma rea de 18,5523km2 ou 10,3739%, que ocorrem em relevo com declividade entre 8 20%, apresentando moderadamente a muito suscetvel a

    39

  • erosividade, isto vai depender das condies em que se encontra. O Cambissolo ocupa uma rea de 21,8778% correspondendo a 39,1252km2 da rea

    analisada, por ser solo raso, manifesta elevada erodibilidade, sendo encontrando nas bases dos morros.

    Quanto aos solos hidromrficos que se desenvolvem em condies de excesso dgua, apresentam 3,2503km2 ou 1,8175% da rea analisada.

    Os Latossolos Vermelho e Vermelho-Amarelo correspondem a aproximadamente 58% da rea estudada ou 102,9655 km2. Apresentam-se em grande quantidade, devido o relevo ser relativamente plano, com declividade at 8%, sendo pouco suscetvel eroso.

    E o Neossolo Litlico apresenta-se com 14,9417km2 ou 8,3551% da rea, encontra-se em relevo ondulado com declividade acima de 20%, sendo moderadamente a muito suscetvel aos processos erosivos.

    3.4.3. Classes de suscetibilidade erosiva dos solos

    A Carta de Suscetibilidade Erosiva, como pode ser evidenciada na Figura 13, mostra as classes de suscetibilidade erosiva dos solos e onde se localizam na rea de estudo, sendo quadro 8 para mostrar as iniciais utilizadas para as classes de suscetibilidade citadas na legenda.

    Quadro 8: Classes de suscetibilidade erosiva dos solos e suas iniciais

    Iniciais Classes de suscetibilidade erosiva dos solos

    Exts Extremamente suscetvel

    Frts Fortemente suscetvel

    Mts Muito suscetvel

    Mds Moderadamente suscetvel

    PoNs Pouco a No suscetvel

    40

  • Figura 12: Mapa de Solos, feito a partir do levantamento dos tipos de solos encontrado na rea de estudo 41

  • Figura 13: Carta de suscetibilidade erosiva, produzida a partir dos tipos de solos encontrados na rea de estudo

    42

  • O Quadro 9 exibe a relao das classes de suscetibilidade erosiva dos solos apresentando cinco classes diferentes e as reas ocupadas pelas mesmas em km2 e as suas porcentagens dentro da rea aqui analisada.

    Quadro 9: Relao classes de suscetibilidade erosiva dos solos/rea ocupada na poro norte da Bacia

    Hidrogrfica do Ribeiro Santo Antnio em Ipor-GO.

    - Pouco a no suscetvel: corresponde a 98,1576km2 ou 50,7661% da rea, com declividade entre 0 e 8%, predominando em relevos relativamente planos como os Latossolos. - Moderadamente suscetvel: possui uma rea de 22,1616% ou 42,8500km2, apresentando

    declividade entre 8 e 13%. - Muito suscetvel: apresenta uma rea de 38,7512km2, ou seja, 20,0418% da rea analisada, com relevo ondulado apresentando declividade entre 13 e 20%, como o Argissolo. - Fortemente suscetvel: corresponde a 11,1732km2 ou 5,7787% da rea estudada, apresentando declividade entre 20 e 45%, sendo relevos fortemente ondulados, onde encontra-se os solos do Neossolo Litlico.

    - Extremamente suscetvel: possui uma rea de 2,4204km2 ou 1,2518%, correspondendo quanto declividade classes maior que 45%, sendo relevos abruptos.

    Classes rea Km2 rea (%)

    Pouco a No suscetvel 98,1576 50,7661

    Moderadamente suscetvel 42,8500 22,1616

    Muito suscetvel 38,7512 20,0418

    Fortemente suscetvel 11,1732 5,7787

    Extremamente suscetvel 2,4204 1,2518

    Total 193,3524 100

    43

  • CONSIDERAES FINAIS

    A metodologia adotada para obteno dos resultados mostrou-se adequada, pois

    possibilitou identificar as reas mais propicias aos processos erosivos, alm de permitir conhecer as causas e a suscetibilidade dos solos a eroso.

    Para a rea de estudo, baseando-se nos dados analisados durante a srie histrica (2000 a 2008) para esta pesquisa, conclui-se que a chuva tem uma participao importante no desencadeamento erosivo, com uma erosividade classificada como abrupta, devido distribuio irregular das chuvas durante o ano.

    O ndice de erosividade mdia anual da srie histrica para a poro norte da bacia hidrogrfica do ribeiro Santo Antnio foi de 7.699,33 Mj/ha.mm/ano, tendo como limite

    inferior de 6608,4 e superior de 9438,6 Mj/ha.mm/ano, considerada excessiva. Os resultados obtidos mostram o potencial excessivo de eroso anual que ocorre no

    perodo de alta incidncia de chuva de novembro a maro, devido falta de cobertura vegetal

    nativa, substituda por pastagens. O solo tambm constituiu um importante fator para os resultados obtidos. Por sua

    vez, para a erodibilidade dos solos encontrados na regio analisada neste trabalho, observou-se o predomnio de terrenos com potencial erosivo mdio, pois o relevo encontrado predominantemente plano, pois constitui-se grande parte de Latossolo Vermelho Amarelo e Latossolo Vermelho Escuro, que so solos encontradas em reas planas. Os terrenos de mais

    alto potencial erosivo encontram-se nas reas mais onduladas, entretanto aqueles com baixo

    potencial erosivo prevalecem nas reas mais planas.

    Na rea de estudo, foi encontrado tambm solos que so mais suscetveis eroso,

    como: Neossolo Litlico, pois varia de plano a suave ondulado e encontrado principalmente

    nas reas de relevo mais acidentados. Em seguida vem o Cambissolo que encontrado tambm em relevos com declividade mais acentuada que o Latossolo Vermelho e Argissolo.

    Alm disso, percebe-se que a grande influncia da ao antrpica sobre o meio ambiente na rea pesquisada, favorece o incremento de eroses, que so mais representadas

    por eroso laminar, sendo que as eroses lineares so mais favorecidas nos alinhamentos de

    cercas e margem de estradas, principalmente em locais onde predominam litologias mais friveis.

    Aqui como nos demais locais onde predomina-se o clima tropical sobre Cerrado, os solos so bastante antigos, com alto grau de remoo de suas bases trocveis, e nas anlises

    44

  • realizadas, mesmo sem o auxlio de experimentos de laboratrio possvel verificar a ausncia de minerais primrios, j lixiviados ao longo do tempo.

    Atravs dos resultados obtidos nessa anlise, pode-se perceber que a bacia hidrogrfica do Ribeiro Santo Antnio encontra-se numa situao preocupante. As prticas

    de conservao devem ser utilizadas para melhorar a estabilidade e a fertilidade do solo, pois grande parte dos nutrientes so levados pelas enxurradas durante a chuva, e no caso da bacia

    estudada, as prticas devem ser utilizadas para amenizar o problema, uma vez que a gua do ribeiro Santo Antnio est diminudo devido ao assoreamento dos leitos, ocasionado principalmente pela cultura adotada, no que tange ao uso e manejo do solo.

    45

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