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E N T R E V I S T A 6 por Patrícia Mariuzzo Mauricio Tolmasquim Em janeiro deste ano a União Européia anunciou que pretende cortar 20% de suas emissões de gases-estufa até 2020, por meio da redução do consumo de com- bustíveis e pelo uso de fontes alternati- vas de energia, com o objetivo de minimi- zar os impactos sobre o clima. Tais medi- das indicam aumento da percepção sobre a importância de aliar desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambien- tal. Gerar energia de modo sustentável é um dos grandes desafios do século XXI. Nesta entrevista, Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, EPE, órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia, respon- sável pelas pesquisas e estudos que sub- sidiam o planejamento do setor energé- tico no Brasil, fala sobre a capacidade brasileira de gerar energia limpa e bara- ta por meio das hidrelétricas. Mesmo sob as críticas de ambientalistas, defende a construção de novas usinas nos rios da região amazônica onde estão dois terços do potencial hidrelétrico do país a ser explorado. "Estamos fazendo empreen- dimentos com o maior cuidado e acredi- to ser possível aproveitar o potencial da Amazônia sem causar danos", diz. A matriz energética brasileira é reconhe- cidamente uma das mais limpas do mun- do, 44% da oferta interna de energia pro- vém de fontes renováveis enquanto no mundo esse índice é de 14%. Tolmasquim falou à Inovação Uniemp logo após o lan- çamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em sua opinião, as chamadas fontes renováveis de energia terão papel fundamental na composição da matriz energética do Brasil com des- taque para o biodiesel, "que está seguin- do o mesmo caminho do Proálcool" e para a energia térmica gerada a partir do baga- ço de cana. Ele adianta que a EPE está elaborando um novo plano de conserva- ção de energia para aumentar a eficiên- cia energética e economizar cerca de 5% de energia elétrica ao ano. Para se ter uma idéia, esses 5% representariam, até 2030, energia correspondente à gerada por uma Itaipu. Na crise de abastecimento de energia elé- trica no Brasil, em 2001, o senhor decla- rou que a causa do problema foi a falta de investimento em geração e em trans- missão de energia. O que mudou? Mauricio Tolmasquim - Embora tenha havido um período de poucas chuvas na época, a principal causa do apagão de 2001 foi, realmente, a falta de inves- timento. Hoje, a grande mudança é a retomada desses investimentos. Nos últimos quatro anos se construiu em geração mais de quatro mil megawatts por ano, mais ou menos o dobro do que foi construído entre 1995 e 2000, perío- do que antecedeu o apagão. Além dis- so, foram construídos mais de 3 mil quilômetros de linhas de transmissão nos últimos quatro anos. Isso é o mes- mo que nos oito anos anteriores. Em 2006, a região Sul do Brasil passou pela maior seca dos últimos 70 anos, mas o consumidor não ficou em nenhum momento sem energia. Isso só foi possível graças à transferência de energia do Sudeste para o Sul. Em 2001, na época do racionamento, exis- tia uma situação inversa. Existia uma sobra de energia no Sul e falta no Sudeste e não foi possível transmitir energia de um lugar para o outro por- que não havia linhas de transmissão. Do início de 2003 até agora, foi dupli- cada a capacidade de transmissão Sudeste-Sul. Graças aos investimen- tos feitos, e que continuam, teremos energia garantida para atender a um crescimento de até 5% da economia. O PRESIDENTE DA EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE) DEFENDE NOVAS USINAS NA AMAZÔNIA E REBATE CRÍTICAS DOS AMBIENTALISTAS Hidrelétricas são a opção energética mais limpa e barata para o Brasil

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E N T R E V I S T A

6

por Patrícia Mariuzzo

M a u r i c i o T o l m a s q u i m

Em janeiro deste ano a União Européiaanunciou que pretende cortar 20% desuas emissões de gases-estufa até 2020,por meio da redução do consumo de com-bustíveis e pelo uso de fontes alternati-vas de energia, com o objetivo de minimi-zar os impactos sobre o clima. Tais medi-das indicam aumento da percepção sobrea importância de aliar desenvolvimentoeconômico com sustentabilidade ambien-tal. Gerar energia de modo sustentável éum dos grandes desafios do século XXI.Nesta entrevista, Mauricio Tolmasquim,presidente da Empresa de PesquisaEnergética, EPE, órgão ligado aoMinistério de Minas e Energia, respon-sável pelas pesquisas e estudos que sub-sidiam o planejamento do setor energé-tico no Brasil, fala sobre a capacidadebrasileira de gerar energia limpa e bara-ta por meio das hidrelétricas. Mesmo sobas críticas de ambientalistas, defende aconstrução de novas usinas nos rios daregião amazônica onde estão dois terçosdo potencial hidrelétrico do país a serexplorado. "Estamos fazendo empreen-dimentos com o maior cuidado e acredi-to ser possível aproveitar o potencial daAmazônia sem causar danos", diz. Amatriz energética brasileira é reconhe-cidamente uma das mais limpas do mun-do, 44% da oferta interna de energia pro-vém de fontes renováveis enquanto no

mundo esse índice é de 14%. Tolmasquimfalou à Inovação Uniemplogo após o lan-çamento do Programa de Aceleração doCrescimento (PAC). Em sua opinião, aschamadas fontes renováveis de energiaterão papel fundamental na composiçãoda matriz energética do Brasil com des-taque para o biodiesel, "que está seguin-do o mesmo caminho do Proálcool" e paraa energia térmica gerada a partir do baga-ço de cana. Ele adianta que a EPE estáelaborando um novo plano de conserva-ção de energia para aumentar a eficiên-cia energética e economizar cerca de 5%de energia elétrica ao ano. Para se teruma idéia, esses 5% representariam, até2030, energia correspondente à geradapor uma Itaipu.

Na crise de abastecimento de energia elé-trica no Brasil, em 2001, o senhor decla-rou que a causa do problema foi a faltade investimento em geração e em trans-missão de energia. O que mudou?

Mauricio Tolmasquim - Embora tenhahavido um período de poucas chuvasna época, a principal causa do apagãode 2001 foi, realmente, a falta de inves-timento. Hoje, a grande mudança é aretomada desses investimentos. Nosúltimos quatro anos se construiu emgeração mais de quatro mil megawattspor ano, mais ou menos o dobro do quefoi construído entre 1995 e 2000, perío-do que antecedeu o apagão. Além dis-so, foram construídos mais de 3 milquilômetros de linhas de transmissãonos últimos quatro anos. Isso é o mes-mo que nos oito anos anteriores. Em2006, a região Sul do Brasil passoupela maior seca dos últimos 70 anos,mas o consumidor não ficou emnenhum momento sem energia. Issosó foi possível graças à transferênciade energia do Sudeste para o Sul. Em2001, na época do racionamento, exis-tia uma situação inversa. Existia umasobra de energia no Sul e falta noSudeste e não foi possível transmitirenergia de um lugar para o outro por-que não havia linhas de transmissão.Do início de 2003 até agora, foi dupli-cada a capacidade de transmissãoSudeste-Sul. Graças aos investimen-tos feitos, e que continuam, teremosenergia garantida para atender a umcrescimento de até 5% da economia.

O PRESIDENTE DA EMPRESA DEPESQUISA ENERGÉTICA (EPE)DEFENDE NOVAS USINAS NA

AMAZÔNIA E REBATE CRÍTICASDOS AMBIENTALISTAS

Hidrelétricas são a opção energéticamais limpa e barata para o Brasil

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rio muito menor. O alagamento fica pra-ticamente na calha do rio no período decheia. Isso faz com que cada megawatt(MW) gerado precise alagar 0,08 km2,área muito menor do que a média brasi-leira, de 0,57km2. Os empreendimentosatuais têm maior cuidado e, por isso, euacho que é possível aproveitar o potencialque a Amazônia tem, sem causar danos.

As duas hidrelétricas no rio Madeira emRoraima, a de Belo Monte no rio Xingu noPará, e a usina nuclear Angra 3 são pro-jetos considerados essenciais peloMinistério das Minas e Energia. Todosestão ou sem licenciamento ambiental,ou com problemas na justiça. Nas previ-sões de aumento de oferta de energia ogoverno está levando em conta o tempoque os projetos demoram a obter licen-ciamento ambiental?

Tolmasquim - Sem dúvida. Para as usi-nas de Santo Antônio e Jirau, a perspec-tiva é que a licença saia nos próximosmeses. A previsão para a usina de SantoAntônio é que entre em operação em 2012e Jirau em 2013. A usina de Belo Monteseria mais adiante.

A participação das chamadas novas fon-tes de energia renovável — eólica, solar,pequenas centrais hidrelétricas (PCH)entre outras — é bem modesta no país.Que papel as fontes renováveis podemassumir no balanço energético do Brasil?

Tolmasquim - Temos que distinguir ostipos de fonte de energia renovável. Emcurto prazo as mais viáveis seriam apequenas centrais hidrelétricas (PCH),as usinas térmicas a base de bagaço decana e a eólica. Dessas três, duas são jácompetitivas: a térmica a bagaço de canae as PCHs. Essas fontes terão um papelmuito importante no suprimento de ener-

Dados do Balanço Energético Nacional(BEN) mostram que 74,6% da energiagerada é de fonte hídrica. No planejamen-to governamental para o setor, este índi-ce deve se ampliar com a construção depelo menos mais três usinas hidrelétri-cas. Qual a razão dessa opção?

Tolmasquim -Essa é uma opção naturaldo Brasil, pois somos um país afortuna-do em termos de recursos hídricos. Sóutilizamos um terço do potencial. É cla-ro que 70% de nosso potencial está naregião amazônica e, por isso, nem tudopoderá ser aproveitado devido a umaquestão ambiental. Existem algunsimpactos ambientais que exigem pre-cauções mas, de qualquer maneira, hámuito ainda a ser aproveitado.

Além dos ambientalistas, esses projetos

recebem críticas até de dentro do gover-no, pelos danos ambientais irreversíveisque eles representam na Amazônia, porexemplo. É possível conciliar o cresci-mento de oferta de energia e sustentabi-lidade ambiental?

Tolmasquim - Os projetos atuais têm umnível de reservatório muito menor do queno passado, porque se leva em conside-ração a questão ambiental e social.Tradicionalmente, a tendência era maxi-mizar o potencial energético e para issoeram criados grandes reservatórios. Umbom exemplo é a Usina de Santo Antônioe Usina Jirau, que compõem o complexodo rio Madeira, em Roraima. Primeiro, ocomplexo era um empreendimento úni-co que alagava uma área importante. Parareduzir o nível de alagamento o projetofoi dividido em duas usinas: SantoAntônio e Jirau, com nível de reservató-

Assessoria de C

omunicação EPE

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gia do país nos próximos anos. Elas têmse inscrito para participar dos leilões eeu acho que a perspectiva é muita boa. Aeólica ainda é uma fonte mais cara doque as demais. Para se ter uma idéia, abiomassa, a PCH e a hídrica, estão abai-xo de US$ 45 o MW/hora enquanto a eóli-ca está em torno de US$ 70. Está, portan-to, numa outra escala econômica.

Qual a posição da EPE em relação aoPrograma de Incentivo às FontesAlternativas de Energia Elétrica (Proinfa),criado no final de 2003, com suporte doBNDES?

Tolmasquim - O Proinfa foi um programaimportante para demarcar essas fontes. NoProinfa 1, a eólica foi a fonte mais contra-tada, porque a biomassa não conseguiriaatender a cota demandada. Estavam pre-vistas originalmente 1,1 mil MW de ener-gia e se contratou cerca de 1,3 mil. Então,esta foi a fonte que, do ponto de vista deincentivo, mais se apoiou. No Plano 2030,que a EPE está fazendo, estamos traba-lhando com o horizonte de 25 anos, colo-cando mais 3,3 mil MW de energia eólica.Ou seja, um projeto de longo prazo.

Qual é a dinâmica dos leilões de energiapara as concessionárias?

Tolmasquim - No sistema elétrico brasi-leiro atual as distribuidoras prevêem quala sua demanda de energia para atendersua área de concessão, com cinco anos deantecedência, e informam ao governo.Em maio próximo elas apresentarão suaprevisão para 2012. Daí o governo faz umleilão para as empresas geradoras inte-ressadas em construir usinas para aten-

der a demanda das distribuidoras. As ins-crições são feitas na EPE e vêm de todasas fontes: biomassa, hidrelétrica, térmi-ca a carvão, PCH, térmica a gás etc. Aliás,temos um fato interessante este ano. Pelaprimeira vez empresas geradoras de ener-gia eólica estão pedindo para se inscre-ver no próximo leilão. Eu não sei se elasvão ser competitivas mas, de toda forma,estão se inscrevendo. O governo organi-za os leilões, habilita as usinas e subme-te às geradoras uma série de regras paraque se tenha segurança de que o projetoda nova usina não ficará só no papel.

O investimento em programas de eficiên-cia energética é reconhecidamente umaação complementar importante noaumento da oferta de energia. As cam-

panhas para economia de energia na épo-ca do apagão tiveram grande adesão dapopulação. Por que não continuar nessecaminho?

Tolmasquim - Alguns programas conti-nuam. Tem por exemplo o ProgramaNacional de Conservação de EnergiaElétrica, Procel com uma série de progra-mas de eficiência de energia, o Procel nasescolas etc. O Ministério de Minas eEnergia tem leis de eficiência mínima deequipamentos, motores, geladeiras etcque após serem aprovados no Congressotornam-se padrões. O Sebrae e outras enti-dades também têm ações. Agora, é natu-ral que num momento de crise, a açãotenha um caráter emergencial e uma mobi-lização em escala nacional. Eu acho queé fundamental um programa contínuo deeficiência. Pela primeira vez, estamoscom uma meta de energia a conservar.No Plano 2030, estima-se uma economiade 5% ao ano advinda em parte do cha-mado progresso autônomo, aquele queocorrerá de qualquer maneira, por causade melhorias de equipamento etc. Outros5% devem ser resultado de programasespecíficos. É aquele progresso em efi-ciência que não ocorreria sem a ação do

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A ENERGIA MAIS BARATA E INTERESSANTE

AMBIENTALMENTE É O MW NÃOGERADO; O INVESTIMENTO

PARA ECONOMIZAR UMMH/HORA É MENOR DO QUEPARA GERAR UM MH/HORA

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governo. Para isso a EPE vai estruturar umprograma nacional de conservação deenergia ao longo deste ano. Para se teruma idéia do que significam esses 5% emtermos de energia, seria o equivalente auma Itaipu em 2030. Essa meta vai sairno Plano Nacional de Energia, a ser apro-vado pelo Conselho Nacional de PolíticaEnergética, (CNPE). A energia mais bara-ta e interessante ambientalmente é o MWnão gerado. O investimento para econo-mizar um MH/hora é menor do que paragerar um MH/hora. A eficiência é umaprioridade. Porém, é um erro superdimen-sionar a capacidade das fontes alternati-vas, que têm um limite. O problema desuperdimensionar esse potencial é quevocê deixa de construir usinas, falta ener-gia e sem ela há racionamento. É precisoser bastante realista porque num plane-jamento não devemos confundir aquiloque se deseja com aquilo que é factível,para não faltar energia.

Pesquisadores da USP desenvolveramum aquecedor solar popular a partir dePVC, capaz de economizar até 80% daenergia gasta pelo chuveiro elétrico. Umamedida como essa aplicada em grandeescala representaria ganhos em termosde eficiência energética. O governo pen-sa em incentivar programas nessa linha?

Tolmasquim - Não conheço o projeto, masa idéia parece interessante. Alguns paísestêm programas específicos nesse senti-do. Em Israel, por exemplo, o aquecimen-to é feito exclusivamente com aquecedo-res solares instalados no teto das residên-cias. Idéias assim demandam mudanças,mais no nível municipal que federal. O cus-to principal para viabilizar tal instalaçãonão está exatamente no equipamento, mas

no próprio prédio, que tem que ter insta-lações de cano apropriadas etc. As ques-tões de edificação têm que ser alteradas.São idéias interessantes que devem serconsideradas e incentivadas.

Os 30 anos de investimento público noProálcool resultaram na liderança mun-dial brasileira em pesquisas e produçãode etanol. Seria esse o caminho paraoutras fontes de energia alternativas dis-poníveis no Brasil?

Tolmasquim - O Brasil está seguindo omesmo caminho no biodiesel. É um pro-grama que está nascendo muito pareci-do com o Proálcool. Há incentivos tribu-tários e fiscais de várias naturezas, depen-dendo da região onde é plantada a oleo-ginosa, do tipo de planta, do desenvolvi-mento social das famílias etc. A Petrobrascompra a produção do biodiesel comofazia com o álcool. A expectativa é que obiodiesel venha a ser completamente com-petitivo. O programa está indo bem e vaiatender a meta antecipada para 2008 demisturar 5% de biodiesel ao diesel.

Qual a expectativa de opções viáveis emcombustíveis para o suprimento da fro-ta nacional?Tolmasquim - O nosso planejamentopara daqui a 30 anos é chegar a 12% debiodiesel misturado ao diesel, plano cha-mado B-12.

No modelo energético brasileiro as usinastermelétricas, movidas a gás natural,funcionam como reserva de energia. Essepapel se mantém, diante dos problemasde abastecimento de gás natural?

Tolmasquim - Existe uma situação deoferta justa de gás em relação à deman-da. Isso vai perdurar até o início de 2009,quando deve entrar no balanço energé-tico a oferta 20 milhões de metros cúbi-cos/dia de gás natural liquefeito, o GNLhoje importado, com uma estação de 14milhões de metros cúbicos/dia no Rio euma de 6 milhões no Ceará. Além disso,haverá um aumento de cerca de 5 milhõesde metros cúbicos/dia da oferta internados postos de Campos, Espírito Santo eSantos. Então o problema da oferta jus-ta dura ainda uns dois anos. Felizmentenós estamos tendo um período hidroló-gico muito bom, os níveis dos reservató-rios estão altos em todas as regiões doBrasil e, portanto, muito provavelmen-te entre 2007 e 2008 precisaremos mui-to pouco do uso da termelétrica. A situa-ção é, portanto, tranqüila, sem proble-mas de abastecimento no horizonte.

A União Européia anunciou que preten-de cortar 20% das emissões de gasesoptando pelos biocombustíveis e pelouso de fontes renováveis como a eólicae a solar. Há planos para ampliar a par-ticipação do Brasil no mercado inter-nacional de álcool que se abre nessecenário?

Tolmasquim -Sem dúvida. O Brasil temuma grande oportunidade com a deci-são de outros países usarem mais álcoole pretende conquistar parte desses mer-cados. É claro que tem que ser com cal-ma para não prejudicar a oferta interna,mas como estamos tendo uma grandeexpansão da produção doméstica, pro-vavelmente poderemos avançar no mer-cado internacional sem comprometer oabastecimento interno.

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