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www.empreendedor.com.br ISSN 1414-0152 ANO 17 N o 200 JUNHO 2011 R$ 9,90 FRANQUIAS: DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE CRIANÇAS ENTREVISTA: O QUE PENSA O NOVO PRESIDENTE DO SEBRAE Rosa de Oliveira, produtora rural que participa da Cozinha e Panificadora Comunitária do assentamento de Rio Cascudo, em Guaraniaçu (PR) ESPECIAL: MERCADO DE TRANSPORTE AÉREO DECOLA, MAS INFRAESTRUTURA DEFICIENTE PÕE EM RISCO A EVOLUÇÃO Exemplo de brasileira Uma em cada seis pessoas ativas no Brasil é empreendedora, um dos índices mais altos do mundo. E o aumento não é apenas de quantidade, mas também de qualidade

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Edição n. 200 da revista Empreendedor, de junho de 2011

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ISSN

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ANO 17 No 200juNhO 2011 R$ 9,90

FRANquIAS: deSeNvOlvImeNtO cOgNItIvO de cRIANçAS eNtRevIStA: O que peNSA O NOvO pReSIdeNte dO SebRAe

Rosa de Oliveira, produtora rural que participa da cozinha e panificadora comunitária do assentamento de Rio cascudo, em guaraniaçu (pR)

eSpecIAl: meRcAdO de tRANSpORte AéReO decOlA, mAS INFRAeStRutuRA deFIcIeNte põe em RIScO A evOluçãO

Exemplo de brasileirauma em cada seis pessoas ativas no brasil é empreendedora,

um dos índices mais altos do mundo. e o aumento não é apenas de quantidade, mas também de qualidade

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N E S TA E D I Ç Ã O

EMPREENDEDORESNÃO DURMA NO PONTOPRODUTOS E SERVIÇOSlEITURA ANÁlISE ECONÔMICAAGENDA

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L E I A TA M B É M

18 | ENTrEvISTA luiz barretto

O novo presidente do Sebrae fala sobre a evolução do empreendedor brasileiro e das condições para empreender no Brasil, além de suas metas para a instituição, que pretende se consolidar como referência não só no apoio à abertura de novos negócios como no aprimoramento dos já existentes.

34 | PANOrAMAdesafio está no chão

O mercado de transporte aéreo pode ser um céu de brigadeiro, mas tirar as aeronaves do chão (ou por vezes colocá-las) tornou-se um problema caótico. Para variar, a falta de investimentos em infraestrutura aeroportuária nas últimas décadas deixou o sistema em colapso. Dando continuidade à série sobre os diferentes meios de deslo-camento e o impacto que sistemas de transportes mais racionais teriam neste mercado, abordamos nesta edição aviões e helicópteros. Confira em que situação se encontra este modal hoje e o que está sendo feito para que ele te-nha uma participação mais expressiva dentro da matriz de transportes brasileira, ainda tão distante da racionalidade.

POvO EMPrEENDEDOrA Revista empreendedor chega, neste mês de junho, à edição número 200, uma jornada iniciada em 1994. de lá para cá, muita coisa mudou. hoje temos a maior taxa empreendedora entre os países do g20 e do bric, segundo dados da mais recente pesquisa global entrepreneurship monitor (gem 2010). por isso, a empreendedor fez uma análise do que mudou no empreendedorismo brasileiro, nesses 17 anos, apresen-tando a evolução dos empreendedores e das condições para empreender no país, e o que ainda precisa me-lhorar, a partir de pesquisas como a gem e da opinião de especialistas e dos próprios empreendedores.

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46 | PErfILmarcelo portella, do grupo maxx educacional

Nascido em família humilde e criado em um barraco, Marcelo lutou para se tornar professor de português, e a partir das aulas ministradas na garagem de sua casa mon-tou uma rede de três unidades próprias e previsão de fe-char o ano com mais de 20 unidades franqueadas.

50 | frANquIAmolde para o futuro

Cresce o número de redes voltadas ao aprimoramento da capacidade cerebral e das condições de aprendizagem, especial-mente para crianças. Conheça mais este mercado e quem está apostando nele, assim como a importância destas atividades para o desenvolvimento infantil.

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A Revista empreendedor é uma publicação da editora empreendedor diretor-editor: Acari Amorim [[email protected]]diretor de comercialização e marketing: Geraldo Nilson de Azevedo [[email protected]]Redação editor-executivo: Alexsandro Vanin [[email protected]] – Repórteres: Beatrice Gonçal-ves, Cléia Schmitz e Mônica Pupo – edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz – projeto gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Casa da Photo, lio Simas e PhotosToGo – Foto da capa: Hermínio Nunes/Divulgação – Revisão: lu CoelhoSedesSão paulo diretor: Fernando Sant’Anna Borba – execu-tivo de contas: Gerson Cândido dos Santos e Osmar Escada Jr – Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – higienópolis – 01239-010 – São paulo – Sp – Fones: (11) 3214-1020/2649-1064/2649-1065 [[email protected]]Florianópolis executiva de Atendimento: Joana Amorim [[email protected]] – Rua padre lourenço Rodrigues de Andrade, 496 – Santo Antônio de lisboa – 88050-400 – Florianópolis – Sc – Fone: (48) 3371-8666central de comunicação – Rua Anita garibaldi, nº 79 – sala 601 – centro – Florianópolis – Sc – Fone (48) 3216-0600 [[email protected]]escritórios RegionaisRio de janeiro triunvirato empresarial – Milla de Souza [[email protected]] – Rua São josé, 40 – 4º andar – centro – 20010-020 – Rio de janeiro – Rj – Fones: (21) 2611-7996/9607-7910brasília Ulysses Comunicação ltda. [[email protected]] – Fones: (61) 3367-0180/9975-6660 – condo-mínio ville de montagne, q.01 – cS 81 – lago Sul – 71680-357 – brasília – distrito Federalparaná merconeti Representação de veículos de comunicação ltda – Ricardo Takiguti [[email protected]] – Rua dep. Atílio Almeida barbosa, 76 – conjunto 3 – boa vista – 82560-460 – curitiba – pR – Fone: (41) 3079-4666 Rio grande do Sul Flávio Duarte [[email protected]] – Rua Silveiro, 1301/104 – morro Santa teresa – 90850-000 – porto Alegre – RS – Fone: (51) 3392-7767pernambuco hm consultoria em varejo ltda – Hamilton Marcondes [[email protected]] – Rua Ribeiro de brito, 1111 – conjunto 605 – boa viagem – 51021-310 – Recife – pe – Fone: (81) 3327-3384 minas gerais SbF Representações – Sérgio Bernardes de Faria [[email protected]] – Av. getúlio var-gas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – belo horizonte – mg – Fones: (31) 2125-2900/2125-2927Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – [[email protected]] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 10%, pagando somente R$ 106,92 à vista. estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. produção gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfica Editora CTP – distribuição: Distribuidora Magazine Ex-press de Publicações ltda – São Pauloempreendedor.com http://www.empreendedor.com.br editora: Carla Kempinski – Repórter: Raquel Rezende

Quando a Revista Empreende-dor começou a ser editada, em 1994, os brasileiros viviam assolados com a hiperinflação e os sucessivos pacotes econô-

micos sem sucesso. Abrir uma empresa, então, era uma temeridade. Nem mes-mo o termo “empreendedor” figurava nos dicionários. Duzentas edições se passaram, e muita coisa mudou.

A estabilização da economia, inicia-da naquele mesmo ano, permitiu que o brasileiro pudesse transformar o sonho do negócio próprio em realidade. Hoje, um em cada seis brasileiros em idade produtiva é empreendedor, o maior ín-dice entre os países do G20 e do Bric, e um dos mais altos do mundo. E o melhor de tudo é que para cada pessoa que abre uma empresa por necessidade, duas em-preendem por enxergar uma oportuni-dade de mercado.

Essa melhora de qualidade do em-preendedor refletiu em parte na dimi-nuição da taxa de mortalidade de peque-nas empresas com menos de cinco anos, 58% em 2010, ante 71% em 2000. É claro, contribuíram para isso a melhoria na ges-tão dos empreendimentos, um esforço de instituições como Sebrae, Endeavor e FNQ; a evolução da rede de suporte e apoio aos negócios nascentes, em especial a disseminação de incubadoras por todo o País; e o estabelecimento de políticas e tratamentos diferenciados para empresas de pequeno porte.

Mas ainda há muito o que melhorar. Apesar de representarem cerca de 99% do total de empresas e empregarem seis em cada dez trabalhadores formais, as MPEs têm uma participação de apenas 20% no PIB e de 1% nas exportações do Brasil. O índice de mortalidade continua muito alto e apenas 16,8% dos empreendedores brasileiros consideram novo o produto ou serviço que ofe-recem para os consumidores. Há ainda problemas de infraestrutura no País, principalmente logística, e políticas e tratamentos diferenciados demoram a ser efetivamente implementados por todas as esferas de governo. Há mais cré-dito, mas ele permanece caro e difícil para pequenos empreendimentos e para quem quer abrir um negócio. Não há educação empreendedora nas escolas, nem mesmo nas universidades.

A lista é grande. Governo, instituições de apoio e os próprios empreendedo-res precisam se esforçar e fazer a sua parte. A Revista Empreendedor continuará a fazer a sua: divulgar o empreendedorismo e apoiar os empresários brasileiros, apresentando oportunidades de negócio e as melhores práticas de gestão. Ao longo dos últimos 17 anos, nos orgulhamos de ter colaborado para que temas como empreendedorismo, inovação e sustentabilidade ganhassem lugar nos dicionários e espaço crescente não só na mídia, mas também nas discussões políticas e empresariais. E procuraremos fazer nosso trabalho cada vez melhor. Aguardem, que novidades surgirão até o final do ano.

Alexsandro vanin

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E M P r E E N D E D O r E S

Às vésperas de comemorar o aniversário de 20 anos do estaleiro Schaefer Yachts, referência em barcos de luxo, o empresário Marcio luz Schaefer só pensa em aumentar a produção. Duas novas fá-bricas estão nos planos da empresa, que tem hoje dois estaleiros, localizados em Palhoça e Biguaçu, na Grande Florianópolis. Além de uma terceira unidade em Santa Catarina, Schaefer está nego-ciando a instalação de um estaleiro no Nordeste. O objetivo é atender a uma demanda que cresce de forma espantosa. O último lançamento da mar-ca, a Phantom 600, apresentada em maio no Rio Boat Show, teve toda a produção prevista para 2011 encomendada durante a feira. Cada lancha custa cerca de R$ 5 milhões. “Enchemos o ano de encomendas, faltou fábrica para atender a todos os pedidos”, lamenta Schaefer.

Nascido em Florianópolis, o empresário co-meçou a desenhar barcos aos 17 anos e nunca mais parou. Depois de cursar Arquitetura Naval em Buenos Aires entre 1983 e 1985, iniciou uma carreira como projetista, atuando em fábricas do Brasil, Argentina, Espanha e Inglaterra. Em 1992, aos 30 anos, montou seu próprio estaleiro. “Co-mecei com uma lancha de 19 pés, investindo e reinvestindo tudo o que ganhava. Não foi fácil, o resultado só começou a aparecer depois de dez anos”, conta o empresário, que continua dese-nhando os barcos da marca. Sua mais nova cria-ção, a Phantom 600, de 60 pés, consumiu quase três anos de muitas madrugadas sobre a pranche-ta, além de investimentos pesados num moderno centro de design náutico, incluindo uma máquina que corta milimetricamente a forma do barco, um processo computadorizado à prova de erros.

O próximo desafio, já em curso, é um barco de 80 pés, com lançamento previsto para 2012. A Schaefer Yachts entregou mais de 2,5 mil barcos em seus 19 anos de história. A empresa tem 650 funcio-nários e é a maior fabricante nacional no segmento de barcos de luxo, com uma produção anual de 280 barcos de 26 a 60 pés. “Entramos definitivamente no mercado dos grandes barcos. E ninguém tem a mesma qualidade de desenvolvimento dos projetos e produção de barcos de luxo no Brasil”, garante Schaefer. www.schaeferyachts.com.br

marcio Schaefer, Schaefer Yachts

MAr DE ALMIrANTE

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leila Kraus, maria cristina maurat e márcia Reyner, labtox

ALTO IMPAcTO No início dos anos 2000, a oportunidade

bateu à porta das biólogas leila Kraus, Maria Cristina Maurat e Márcia Reyner. Elas eram bolsistas de um laboratório do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) quando se deram conta do potencial de negócio que havia nos estudos de impacto ambiental que faziam desde 1996. Na época, muitas empresas petrolífe-ras estavam se instalando no Brasil e preci-savam apresentar ensaios ecotoxicológicos em ambiente marinho para atender às mu-danças na legislação ambiental. “A demanda começou a aumentar muito, não tínhamos mais espaço e também não podíamos ficar dentro do laboratório prestando serviço

porque essa não é a função de uma univer-sidade”, afirma Márcia Reyner.

Em 2002, elas criaram o labtox – labo-ratório de Análise Ambiental e passaram a contar com o apoio do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro (Bio-Rio), onde a empre-sa foi incubada. Márcia reconhece que essa retaguarda foi muito importante para os pri-meiros anos do negócio. “A gente sofreu um bocado no início. Tivemos que aprender a li-dar com questões administrativas e financei-ras, algo que não se aprende na faculdade. Para isso também fizemos muitos cursos do Sebrae”, conta a bióloga. Ainda em 2011 o labtox deve se desligar da incubadora e se instalar numa área do Polo destinada às em-

presas graduadas. A empresa atende gran-des companhias como Petrobras, Shell e Statoil e quer ampliar seu portfólio de clien-tes com a oferta de novos serviços, como análise química de efluentes.

Hoje, o labtox oferece 20 tipos de ser-viços. O trabalho é feito por uma equipe de 16 funcionários, além das três sócias e de estagiários. No último ano, o fatura-mento do labtox chegou a R$ 2,5 milhões, e a previsão é que esse volume aumente pelo menos em 30% até 2012. “A legislação ambiental está cada vez mais exigente, o que faz com que muitas empresas procu-rem por nossos serviços”, explica Márcia. www.labtox.com.br

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E M P r E E N D E D O r E S

Rodolfo Alves, mr. beer

vIvEr DE cErvEjAO empresário Rodolfo Alves criou o

hábito de consumir cervejas especiais no tempo em que morou na Alemanha. De volta ao Brasil, sentiu falta da variedade que encontrava na Europa e iniciou com um amigo uma verdadeira peregrinação por cervejarias desconhecidas no interior de São Paulo. Todos os finais de semana eles viajavam em busca do que chamavam de “cerveja perdida”. Até que tiveram a ideia de transformar essa paixão em negó-cio e “viver de cerveja”. O resultado é a Mr. Beer Cervejas, rede de quiosques que ofe-rece cerca de 200 rótulos de cervejas dife-renciadas – de nacionais a importadas.

Com sede em londrina (PR), a empresa se tornou uma rede de franquia em junho de 2010. Um ano depois, já tem 18 lojas e um plano de expansão bastante ambicioso. “Nossa pretensão é fechar 2011 com 50 uni-

dades”, afirma Alves. O foco do empresário está em cidades com mais de 200 mil habi-tantes. O destaque é a Região Sul, por uma razão convincente: o consumo de cerveja é altíssimo – 8,742 litros por habitante ao ano, contra a média nacional de 5,632 litros. “É um público que nos interessa muito. Nossas franquias locais têm um faturamento exce-lente”, conta o empresário, que abriu recen-temente uma loja de rua em londrina.

Desde 2009, com a inauguração do pri-meiro quiosque da Mr. Beer, no Shopping Ibirapuera, em São Paulo, a rede despertou interesse de novos investidores que acaba-ram se tornando franqueados da marca. São empreendedores que, assim como Alves, apostam no interesse crescente de milhares de apreciadores de cerveja em experimen-tar diferentes tipos da bebida. Dados do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja

(Sindcerv) mostram que eles estão no ca-minho certo. A venda de rótulos especiais cresceu mais que o dobro nos últimos dez anos e o segmento já representa 5% do con-sumo total de cerveja no Brasil.

A estratégia da Mr. Beer de instalar os quiosques em shopping centers e aeropor-tos também se mostrou bastante acertada. Para Alves, ela garantiu visibilidade para o negócio e conveniência para o consumi-dor. “Nossa paixão pela cerveja contou e ainda conta muito para o nosso sucesso. Temos muito interesse pelo universo da bebida e pesquisamos porque gostamos, de fato. Isso impacta muito nos nossos re-sultados de vendas, pois falamos a mesma língua dos nossos consumidores, sabemos o que lhes agrada, o que esperam de nós. Somos nosso próprio termômetro”, afirma Alves. www.mrbeercervejas.com.br

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Rafael e Rodrigo branco peres, café do centro

HOrA DO cAfÉ O consumo de cafés finos, classifica-

dos como gourmets e superiores, tem crescido em média 30% ao ano no Bra-sil. É nesse mercado que Rafael Branco Peres e seu primo Rodrigo decidiram investir há 16 anos, quando adquiriram a torrefadora Café do Centro, fundada em 1916, em São Paulo. Na época, eles tinham apenas 19 anos de idade e se-quer haviam concluído a graduação em Administração de Empresas. Embora nascidos numa família que comerciali-zava café verde, na opinião de Rafael a experiência dos pais com o grão pouco ou nada ajudou. “Fomos aprendendo errando bastante, num trabalho de for-miguinha que, acumulado em 16 anos, deu porte ao negócio que temos hoje”, avalia o empresário.

O Café do Centro é a maior torrefa-dora de grãos gourmet e especiais do País, com presença em quase todos os estados brasileiros. Cerca de 80% das vendas são destinadas ao food service, ou seja, pontos de consumo imediato como cafeterias, bares e restaurantes. No ano passado, a empresa registrou alta de 20% no faturamento, chegando a R$ 30 milhões. No período, a marca também conquistou 200 novos clien-tes, totalizando 3,6 mil. Entre eles, lu-gares sofisticados como Grupo Fasa-no, Due Coucchi, le Caserole e KAÁ. Para 2011, a expectativa é crescer 30% em relação a 2010. A proposta é re-forçar a presença no interior de São Paulo e no Paraná e chegar também à Região Nordeste.

Para Rafael, o aumento do consu-mo de café gourmet no Brasil passa mais por uma mudança de cultura do que pelo aumento do poder aquisitivo da população. Ele compara o segmen-to ao mercado de vinhos. “Há pouco mais de dez anos, eram poucas as pessoas que pagavam mais de R$ 50 por uma garrafa de vinho. Hoje isso é comum porque se criou o hábito”, afirma. O trabalho do empresário é convencer donos de cafeterias e res-taurantes de que o consumidor de café vai aceitar pagar um pouco mais por um cafezinho de melhor qualida-de. “Quem se acostuma a tomar um bom café nunca mais quer saber de outro inferior.” www.cafedocentro.com.br

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O desafio do líder é obter resultados. disso ninguém discorda. e muitos real-mente atingem essa meta genérica. mas são poucos os líderes capazes de con-quistar resultados excelentes. A maior parte luta contra as infindas diferenças entre o que foi previsto e o que foi re-alizado. Alguns conseguem resultados em determinados períodos do ano para perdê-los em seguida, numa dispendiosa (e desalentadora) troca de figurinhas. Outros conseguem resultados, mas com esforços tão desgastantes que tudo não passa, mesmo, de vitórias de pirro.

A questão é que poucos líderes com-preendem o algoritmo do qual são feitos os resultados. Acreditam mesmo que tudo é uma questão restrita a volumes de receitas e de despesas e que, portanto, todo o trabalho gerencial deve ser vol-tado a aumentar ao máximo a primeira variável e, ao mesmo tempo, reduzir ao máximo a segunda. Mas não é assim que pensam e agem os líderes acostumados a conquistar resultados excelentes. Vale a pena saber como eles pensam e agem. Acompanhe com toda a atenção!

desempenho humano

A palavra resultado é muito usada para empresas. O mesmo sentido, quan-

do aplicado a pessoas, leva o nome de desempenho. Aceitemos tal diferença apenas por uma questão didática. Re-sultados são produzidos por empresas e desempenhos por pessoas.

Os resultados das empresas decor-rem diretamente dos desempenhos das pessoas. Ou seja: a única fonte confiável de resultados em uma empresa é o de-sempenho das pessoas. Bons ou ruins, positivos ou negativos, os resultados de-correm do desempenho humano.

Ainda que essa conclusão pareça óbvia, não é assim que muita gente cos-tuma pensar resultados. No dia a dia, a dimensão humana do resultado é muito esquecida. A única fonte confiável de re-sultados é o desempenho humano, em-bora geralmente eles sejam atribuídos às estratégias, aos produtos, aos preços, ao marketing, ao mercado.

E o desempenho humano, por sua vez, decorre das respostas que as pesso-as são capazes de oferecer aos problemas e aos desafios do trabalho e do negócio.

Considere, portanto, duas categorias de respostas: as técnicas e as criativas. Respostas técnicas são aquelas baseadas nas ações de ontem. Se foram respostas acertadas e produziram bons resultados, repita! Essa é a ordem, que acaba se trans-formando em processos de trabalho, alguns repetidos com tanta frequência

BuSquE A EXcELÊNcIA NOS rESuLTADOS

A única fonte confiável de resultados em uma empresa é o desempenho das pessoas. bons

ou ruins, positivos ou negativos, os resultados decorrem do desempenho humano

N Ã O D u r M A N O P O N T O

que acabam normatizados, para cumprir determinados padrões de qualidade.

Respostas técnicas são geradoras de desempenho e, por conseguinte, de re-sultados. Mas não são suficientes para dar conta de todos os problemas e desa-fios organizacionais. Para isso, existem as respostas criativas, aplicadas ad hoc, ou seja, aqui e agora. Essas exigem outros tipos de competências.

competências humanas

É isso: os resultados das empresas decorrem dos desempenhos das pessoas e esses das competências humanas.

Competência é uma palavra ampla. Abarca o conjunto de conhecimentos, habilidades e experiências gerador de respostas técnicas. Engloba, também, o conjunto de inteligências, talentos e dons gerador de respostas criativas.

Existe uma sutil diferença entre os dois conjuntos de competências. O pri-meiro pode ser transferido – sem maio-res dificuldades – de uma pessoa para outra, por meio de cursos e treinamen-tos. O segundo pode ser transferido de uma situação para outra, mas é inerente a cada indivíduo. É passível de aprimora-mento, via processos de aprendizagem, mas já está instalado.

Vale realçar: o mundo dos negócios está se tornando cada vez mais comple-xo. Os mercados mudam continuamente, exigindo muito além do que é sobeja-mente conhecido. Respostas técnicas são e sempre serão importantes para a pro-dução de desempenhos e de resultados, mas os resultados excelentes dependem, cada vez mais, de respostas criativas. Ou seja: cada vez mais, inteligências, dons e talentos são determinantes para a obten-ção de desempenhos e resultados supe-riores. As potencialidades humanas são incomensuravelmente superiores aos conjuntos de conhecimentos, experiên-cias e habilidades.

Mas aqui chegamos ao “x” da questão dos resultados. As pessoas só disponibili-zam seus conjuntos de competências se quiserem. Não há nada que as obrigue a fazer isso. Respostas técnicas podem ser oferecidas por meio de coesão e contro-

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As publicações da editora Empreendedor têm sempre artigos, notícias e dados atualizados sobre o mundo dos negócios.Com 17 anos de história, a Empreendedor é a maior editora brasileira voltada ao empreendedorismo e às inovações.Publica as revistas Empreendedor, Empreendedor Rural e Dirigente Lojista, e o Guia Empreendedor de Franquias, além de manter o mais acessado site sobre empreendedorismo: www.empreendedor.com.br.Na hora de buscar informações ou falar com empreendedores de todos os portes, conte com as nossas publicações.

O mundo dos negócios é muito grande para você se aventurar sozinho.

le. Mas respostas criativas só serão ofe-recidas se os seres humanos estiverem inclinados a essa oferta. Não há voz de comando capaz de fazer com que alguém entregue suas inteligências, dons e talen-tos. Não é qualquer líder que consegue motivar tal disposição de seus liderados. Aí está o maior desafio da liderança: fazer com que as pessoas, por vontade própria, entreguem os conjuntos de competên-cias que possuem. A isso dá-se o nome de comprometimento.

compromisso humano

Envolvidos todos estão, queren-do ou não. Comprometidos, apenas alguns. Porque o comprometimento depende de um detalhe fundamental. Comprometer-se é envolver-se emocio-nalmente. Quando isso acontece, todos os conjuntos de competências são colo-cados à disposição dos problemas e dos desafios. As dificuldades mudam de ta-manho, os obstáculos são transpostos, as turbulências não fazem mais do que temperar os desafios. Mas, por trás do comprometimento humano, existe um exercício de liderança muito distinto daquele de tipo autoritário, que, no má-ximo, conseguia obter respostas técni-cas. A virada depende de um modelo de liderança mais participativo, sustentado na relação de confiança e voltado ao de-senvolvimento das pessoas.

liderança humana

líderes bem-sucedidos conseguem compreender o algoritmo dos resultados.

comprometer-se é envolver-se emocionalmente. quando isso acontece, todos os conjuntos de

competências são colocados à disposição dos problemas e dos desafios

por Roberto Adami tranjanEducador da Cempre

Conhecimento & Educação Empresarial(11) 3873-1953/www.cempre.net

[email protected]

Sabem que estes advêm do desempenho humano, que, por sua vez, decorre das respostas – técnicas ou criativas – que as pessoas são capazes de oferecer aos problemas e desafios. Bons resultados surgem de respostas técnicas. Resultados excelentes derivam de respostas criativas. Sejam técnicas ou criativas, as respostas dependem dos conjuntos de competên-cias, só disponibilizadas quando existe comprometimento. O comprometimen-to, por sua vez, é conseguido por meio de uma liderança participativa.

Aí está! Simples assim. Mas ninguém imagine que seja fácil. Chegar a esse ní-vel é que torna desafiador o exercício da liderança. Encare com entusiasmo essa meta transformadora. Verá como é gratificante. A recompensa pode ser melhor ainda do que qualquer expecta-tiva otimista.

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luiz barretto

E N T r E v I S TA

Sebrae aprimora serviços para empreendedores já estabelecidos e pretende ser referência em inovação e tecnologia

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011hoje, as mpes são responsáveis por 20% do pIb

brasileiro e nossa intenção é chegar a percentuais compatíveis aos de países da união europeia, como

Alemanha e Itália, que estão por volta de 40%

por mônica [email protected]

Sob nova gestão desde o início do ano, o Serviço brasileiro de Apoio às micro e peque-nas empresas (Sebrae) pretende incrementar ainda mais os serviços oferecidos aos micro e pequenos empresários. uma das prioridades da nova diretoria é investir nas mpes que já se encontram em estágio mais avançado de de-senvolvimento. “queremos ser uma referência de inovação e tecnologia, principalmente para aquele empreendedor que já está no mercado há mais de dois anos e que talvez ache que o Sebrae não tem mais nada a oferecer. Nosso

objetivo é participar desse momento da empre-sa e ajudá-lo a avançar ainda mais”, afirma o presidente da entidade, luiz barretto, que as-sumiu o cargo – antes ocupado por paulo Oka-motto – no último mês de fevereiro.

Outro destaque são os programas de ca-pacitação voltados para a copa do mundo de 2014. com apoio da Fundação getulio vargas, o Sebrae mapeou as oportunidades que as mpes em todo o país terão com o evento esportivo. “Além de prepará-las para a copa em si, que-remos que elas tenham condições de absorver conhecimento neste período de preparação para que possa ser utilizado desde já e também nos anos seguintes ao evento”, explica barretto.

Sociólogo formado pela pontifícia uni-versidade católica (puc) de São paulo, luiz barretto já havia atuado no Sebrae anterior-mente, como gerente nacional de marketing e comunicação, entre os anos de 2005 e 2007. mas foi como ministro do turismo do gover-no lula, entre 2008 e 2010, que seu nome ganhou projeção nacional. Na entrevista a seguir, barretto comenta sobre o Sebrae e aponta quais melhorias e programas de apoio receberão destaque no seu mandato. Além disso, ele ainda faz uma avaliação do de-sempenho das mpes no brasil e aconselha os empreendedores que desejam se aventurar em um novo negócio.

em termos gerais, quais os seus principais pla-nos e metas para o novo mandato que se inicia?

Luiz Barretto – Queremos ampliar a participação da micro e pequena empresa no PIB. Hoje, as MPEs são responsáveis por 20% do PIB brasileiro e nossa inten-ção é chegar a percentuais compatíveis aos de países da União Europeia, como Alemanha e Itália, que estão por volta de 40%. Também precisamos aumentar a par-ticipação dos pequenos negócios no co-mércio exterior. Se o total do valor expor-tado por micro e pequenas empresas tem aumentado nos últimos anos, o número de empresas que competem no mercado externo é muito pequeno – pouco mais de 12 mil, o que corresponde a 1,3% das empresas exportadoras. Esse é um grande desafio. Mas é apenas um entre tantos que temos. Queremos ainda neste ano alcan-çar a meta de 1,5 milhão de empreende-dores individuais formalizados. Também pretendemos chegar a 3 mil municípios com a lei Geral da Micro e Pequena Em-presa regulamentada. Hoje já são 2,8 mil municípios com a regulamentação, e que atingem quase 70% da população do País.

quais melhorias o senhor pretende imple-mentar no Sebrae?

Luiz Barretto – Para acompanhar as mudanças deste novo Brasil e a pros-peridade do segmento dos pequenos negócios, o Sebrae precisa de muita mus-culatura. Não mediremos esforços para atender a uma demanda sempre crescen-te e cada vez mais exigente, e seguiremos, a exemplo do que foi feito nos últimos

anos, crescendo como instituição, aperfei-çoando o atendimento aos nossos clientes e tornando a nossa atuação cada vez mais transparente.

O senhor pretende implantar novos planos e programas de apoio aos micro e pequenos empresários? Algum que possa nos adiantar?

Luiz Barretto – Pretendemos fazer um grande investimento para preparar as micro e pequenas empresas para a Copa do Mundo. Além de prepará-las para o evento em si, queremos que elas tenham condições de absorver conhecimento nes-te período de preparação para que possa ser utilizado desde já e também nos anos seguintes ao evento. Queremos que este conhecimento seja o maior legado para as micro e pequenas empresas. Para nos aju-dar nesta tarefa, contratamos a Fundação Getulio Vargas para realizar um mapa com as oportunidades que as micro e pequenas empresas terão com a Copa, dividido em nove setores: construção civil, tecnologia da informação e comunicação, turismo, produção associada (gastronomia, artesa-

nato, etc.), comércio varejista, serviços em geral, madeira e móveis e agronegócios. Estamos investindo quase R$ 80 milhões no programa Sebrae na Copa de 2014.

qual “marca” o senhor pretende deixar na entidade? Ou seja, como gostaria de ser lem-brado após o término do mandato?

Luiz Barretto – Queremos que o Sebrae seja reconhecido cada vez mais por sua capacidade técnica em oferecer soluções para todos os nossos públicos. Temos 39 anos de história atendendo mi-cro e pequenos empresários; mais recen-temente começamos também a atender os Empreendedores Individuais. Mas o Sebrae não pode ser lembrado apenas por quem está dando os primeiros passos nos negócios. Quero que o Sebrae seja uma referência de inovação e tecnologia, prin-cipalmente para aquele empresário que já está no mercado há mais de dois anos e que talvez ache que o Sebrae não tem mais nada a oferecer. Queremos participar desse momento da empresa e ajudá-lo a avançar ainda mais.

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classe média com 30 milhões de novos consumidores. A estabilidade trouxe uma grande mudança no empreendedorismo, quando o País passou a ter mais empreen-dedores por oportunidade do que por ne-cessidade. Hoje, essa proporção é de 2,1 empreendedores por oportunidade para cada um por necessidade. Em termos de legislação, tivemos dois grandes avanços: a lei Geral da Micro e Pequena Empresa, em 2006, e a lei do Empreendedor Indi-vidual, em 2008. São duas leis que deram maior acesso a mercado aos micro e pe-quenos empresários, segurança jurídica para investir, sem falar na redução e sim-plificação de impostos. Acho que agora é o momento de revermos a lei Geral, pois necessitamos ampliar o teto do Simples para beneficiar mais empresas.

como o senhor avalia o desempenho recente das mpes no brasil?

Luiz Barretto – Atualmente as mi-cro e pequenas empresas no Brasil têm demonstrado estar melhor preparadas. Em 2004, por exemplo, o índice de sobre-vivência era de apenas 50%, e em 2007 o índice chegou a 78%. Esse desempenho se deve ao fortalecimento da economia brasileira nos últimos anos e também ao trabalho realizado pelo Sebrae, que ex-pandiu sua atuação com investimentos no atendimento presencial, a distância e diretamente na empresa.

qual a importância das mpes para a economia do país?

Luiz Barretto – As micro e peque-nas empresas possuem 52,3% de todo o emprego formal com carteira assinada no Brasil. No ano passado, foram res-ponsáveis por aproximadamente 1,7 mi-lhão (72%) de todos os novos postos de trabalho criados. Esses dados mostram o comprometimento dos pequenos negó-cios com o desenvolvimento econômico e social do País, gerando emprego e renda para a população. Nossa expectativa com a aprovação do Projeto de lei 591/10 (pro-move ajustes na lei Geral da MPE, como o aumento dos limites de faturamento para adesão ao Simples Nacional), que está em tramitação na Câmara dos Deputados, é de que sejam gerados mais 500 mil postos de trabalhos nos próximos dois anos.

quais as perspectivas de desenvolvimento e apoio para as mpes nos próximos anos?

Luiz Barretto – O desenvolvimento das micro e pequenas empresas está dire-tamente ligado à inovação, que é o resul-tado de conhecimento, trabalho, esforço, ousadia, capacidade de correr riscos calcu-lados, criatividade e outras características. E apoiar a inovação é um dos principais focos de atuação do Sebrae. As empresas que inovarem se tornarão mais competiti-vas ao longo dos anos e estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios cotidianos, como a entrada de produtos estrangeiros a baixo custo no mercado ou crises econômicas.

que conselhos o senhor daria a um empreen-

quero que o Sebrae seja uma referência para aquele empresário que já está no mercado e que talvez ache que o Sebrae não tem mais nada a oferecer. queremos participar desse momento e ajudá-lo a avançar ainda mais

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Sebrae: www.sebrae.com.br

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dedor que esteja prestes a abrir seu primeiro negócio neste momento?

Luiz Barretto – Minha dica é pro-curar o Sebrae, em um dos nossos vários canais de atendimento, seja em nossos postos fixos ou pela central de atendi-mento. Em nosso portal, por exemplo, temos informações detalhadas sobre ideias, tipos e ramos de atuação para quem quer abrir um negócio. Temos diversas ferramentas para fazer o inte-ressado adequar seu perfil empreende-dor e conhecer a realidade do mercado e organizar um plano de negócios. Isso aumenta substancialmente as chances de sucesso do empreendimento.

de 1994 para cá, qual foi a evolução dos em-preendedores e das condições para empreen-der no país? e o que ainda precisa melhorar?

Luiz Barretto – Neste período, o Brasil passou por muitas mudanças. Al-cançamos a estabilidade econômica, o desemprego diminuiu e temos uma nova

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sucesso da bematech, fundada no ano de 1991, em meio à

instabilidade econômica

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Um em cada seis brasileiros em ida-de produtiva é empreendedor, um dos mais altos índices do mundo. E esse nú-mero vem evoluindo. No ano passado, 17,5% da população com idade entre 18 e 64 anos – 21,1 milhões de brasileiros – exerceram alguma atividade empreen-dedora em negócios com até três anos e meio de vida. Em 2000, a taxa era de 13,5%. Mas o que torna o País um terre-no tão fértil para os novos negócios? So-mos mesmo mais criativos e ousados?

Mais ou menos. Que o empreende-dorismo aumentou no Brasil pode-se atestar pelos dados citados acima, da 11ª edição da Pesquisa Global Entrepre-neurship Monitor (GEM 2010), divulga-da em maio passado. O índice de 17,5% coloca o Brasil como o país com a maior Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) do G20, grupo que integra as maiores economias do mundo, e do chamado Bric, formado por Brasil, Rús-sia, Índia e China.

A TEA da China ficou em 14,4% e a da Argentina em 14,2%. Entre os países desenvolvidos, Austrália e Estados Uni-dos apresentaram TEA de 7,8% e 7,6%, respectivamente. A média do Brasil desde a primeira participação do País na pesquisa, no ano 2000, é de 13,3%. A GEM 2010 mostra que a evolução da TEA é resultado do maior número de empreendedores de negócios novos, ou seja, a opção pelo empreendedorismo vem crescendo entre os brasileiros.

E não é só isso. A mesma pesqui-

sa indica um crescimento qualitativo. O número de empreendedores que montam um negócio por enxergar uma oportunidade de mercado já é o dobro daqueles que decidem empreender por mera necessidade, ou seja, por não en-contrar outra opção profissional. Essa é uma condição ímpar para a sobrevi-vência dos empreendimentos. Na GEM 2002, a relação era de um empreende-dor por necessidade para 0,7 empreen-dedor por oportunidade.

“É claro que empresas abertas por necessidades podem virar grandes negócios. Mas, em geral, os empreen-dedores por oportunidade tendem a ser mais bem-sucedidos porque eles perceberam algo que o mercado está precisando e, por isso, estão mais di-recionados”, explica Romeu Friedlaen-der, economista do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), que realiza a GEM no Brasil em parceria com o Sebrae.

Segundo Friedlaender, entre os em-preendedores por necessidade é muito comum encontrar pessoas que abrem um negócio apenas para gerar renda enquanto não conseguem um emprego. Por isso, esses empreendimentos ten-dem a ser menos duradouros, elevando a taxa de mortalidade das micro e pe-quenas empresas. “É aquela pessoa que começa a costurar para fora ou fazer sal-gadinhos para festa, mas continua atrás de um emprego. Quando consegue, de-siste do negócio.”

Para especialistas no assunto, a GEM 2010 mostra como uma economia forte, aliada a políticas públicas de apoio ao empreendedorismo, pode estimular a abertura de novos e melhores negócios. “O ambiente econômico atual do Brasil favorece o surgimento de novas oportu-nidades aos micro e pequenos empresá-rios”, afirma Luiz Barretto, presidente do Sebrae. “Há mais pessoas consumindo e, consequentemente, mais gente queren-do oferecer produtos a elas”, resume o economista do IBQP.

conjuntura

Juliano Seabra, diretor de Educação, Pesquisa e Cultura da Endeavor, afirma que não há dúvidas de que as condições de mercado são determinantes ao em-preendedorismo. “Esse cenário ajuda as pessoas que têm vontade de montar um negócio. Elas se sentem mais confortá-veis para tentar empreender não só por-que o ambiente é propício, mas porque sabem que se fracassarem podem voltar mais facilmente ao mercado de trabalho”, analisa o executivo.

A estabilidade da moeda, com a criação do Real, em meados de 1994, foi o primeiro passo para a criação de um ambiente favo-rável. Era o fim da era da hiperinflação. “Só então conseguimos nos livrar do estresse do imediatismo. Antes disso, o empreende-dor só conseguia se preocupar com o dia seguinte”, afirma Ary Plonski, presidente da Associação Nacional de Entidades Pro-

país possui um dos índices mais altos do mundo em empreendedorismo, e esse número vem evoluindo em qualidade e quantidade

por cléia [email protected]

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motoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), que reúne 400 incubadoras e 6,3 mil empreendimentos inovadores.

Quem começou naquela época lem-bra bem das dificuldades. “Vivíamos em um cenário de inflação, não era fácil fazer um planejamento anual da empresa”, con-ta Eduardo Nader, presidente do Mercado Eletrônico. Especializada em soluções de e-commerce, a empresa foi criada em 1994, uma época em que a infraestrutura na área de telefonia era muito precária e a internet sequer era comercial no Brasil. “Muitos consideravam utópico, mas achá-vamos que o comércio entre empresas seria realizado em ambiente eletrônico e fomos em frente.”

Para Nader, apesar de alguns entraves como a burocracia e a carga elevada de im-postos persistirem, está mais fácil empre-ender. Ele destaca o fomento à inovação com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e incentivos como a lei do Bem. “De qualquer forma também usamos as crises econômicas e a adversidade ao nos-so favor, procurando oferecer soluções que dessem ganho de produtividade e ferramentas de inteligência aos nossos clientes”, observa Nader.

juliano, da endeavor: condições de mercado são determinantes ao empreendedorismo

lito Rodriguez criou a dry Wash em 1994 com o objetivo de ser diferente:

limpeza de veículos sem água

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Oferecer soluções inovadoras tam-bém foi o trunfo da Bematech, outra empresa criada em meio à instabilidade econômica, em 1991. “Éramos jovens, tínhamos muitas ideias e ímpeto para executá-las, mas faltavam recursos e es-trutura”, conta Wolney Betiol, um dos fundadores. Hoje, com duas décadas de história, a empresa é líder no segmento de tecnologia para o comércio e está pre-sente em mais de 400 mil pontos de ven-da com soluções de automação.

berço esplêndido

Para Betiol, o apoio da Incubadora Tecnológica de Curitiba foi fundamental naquela ocasião. Com acesso à infraestru-tura foi possível focar no desenvolvimento do projeto. “À medida que avançávamos e já tínhamos um produto para comerciali-zar, causava boa impressão aos potenciais clientes, em alguns casos grandes empre-sas estabelecidas no mercado, serem rece-bidos naquele espaço que não tínhamos condições de prover naquele período de empresa nascente”, observa.

O exemplo da Bematech mostra a importância do papel das incubadoras

vinculadas a universidades e instituições de ensino na evolução do empreende-dorismo brasileiro. Para o professor Ary Plonski, elas trouxeram um novo espa-ço de aprendizado, além da sala de aula e dos laboratórios. “Um espaço para transformar o conhecimento em produ-to, negócio”, explica. E o que é melhor, negócios inovadores, que tendem a ser mais duradouros e causam maior im-pacto na economia.

A inovação é o grande gargalo do em-preendedorismo brasileiro. Para Juliano Seabra, o que falta é educação empreen-dedora. “Quando o assunto é preparar para empreender, ainda estamos engati-nhando”, afirma. Seabra destaca informa-ções da GEM 2010 que mostram que, en-quanto no Chile 40% dos adultos tiveram treinamento para montar seus negócios, no Brasil esse índice foi apenas de 9% e, destes, apenas 3% receberam orientação nas universidades.

Na maioria das histórias de empre-endedorismo brasileiro, a vontade de ter o próprio negócio acabou superando muitas dificuldades. É o caso de Lito Ro-driguez, presidente e fundador da Dry Wash, rede de franquias do segmento

dornelas: “mais informação disponível para dar subsídio à tomada de decisões”

plonski: “Incubadoras são espaço para transformar o conhecimento em negócio”

Nader, do mercado eletrônico: crises e adversidades podem ser usadas a seu favor

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de limpeza e conservação de veículos. “Empreender é minha grande paixão. Em 1994, montei um lava-rápido ao en-xergar a oportunidade de fazer mais com menos, num segmento que carecia de profissionalismo e uma marca de refe-rência”, conta Rodriguez.

Inovação

Fazer diferente era a aposta do em-presário. Quando surgiu, a marca ainda utilizava água em suas lavagens, embora em menor quantidade do que os con-correntes. Dois anos depois, o próprio Rodriguez desenvolveu e patenteou um produto para eliminar de vez a água. “Pes-quisamos muito para chegar a um produ-to revolucionário. Quando encontramos, achávamos que precisava de alguns ajus-tes, por isso montamos uma indústria quí-mica para atender à demanda interna.”

Rodriguez começou a empreender

numa época em que o termo empreende-dorismo sequer estava no dicionário. Hoje alimenta um mercado editorial que só na última Bienal Internacional do livro de São Paulo, realizada em agosto de 2010, apresentou 115 lançamentos e reedições. “O empreendedor tem mais informação disponível para dar subsídio à tomada de decisões. No passado, tudo isso era mais restritivo”, afirma José Dornelas, autor de vários livros sobre o tema.

O caminho foi longo até aqui. O pri-meiro trato distinto para a pequena em-presa no Brasil é de 1984, a criação do Estatuto da Micro e Pequena Empresa (MPE), instrumento que dava isenção de imposto de renda nos primeiros anos de vida do empreendimento. Em 1988, a Constituição garantiu tratamento dife-renciado, simplificado e favorecido aos pequenos negócios, mas o dispositivo só foi regulamentado em 1999.

Antes disso, em 1996, a União havia edi-

tado o Simples Federal, estimulando esta-dos a dar tratamento diferenciado às MPEs na tributação do ICMS. O problema é que o sistema era desencontrado, situação que só foi contornada em 2003, com a aprovação de uma emenda constitucional que definiu um regime tributário diferenciado para as MPEs. Foi ela quem deu as condições ju-rídicas para a construção do atual Simples Nacional, lançado em julho de 2007.

Chamado de Supersimples, o novo regime integrou oito diferentes impostos estaduais, federais e municipais em um só tributo. Na época, 1,3 milhão de empreen-dedores migraram automaticamente para o sistema. Hoje já são mais de 5 milhões de empresas participantes. Em quatro anos, o Simples ampliou em 365% a arrecadação de ISS (tributo municipal) e em 253% o re-colhimento de ICMS (imposto estadual).

“A arrecadação das empresas do Sim-ples só faz crescer. Em 2008, foram R$ 24 bilhões; em 2009, R$ 26 bilhões; e, em

bruno quick, do Sebrae: “A arrecadação das empresas do Simples só faz crescer”

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011políticas públicas para

mpes se desenvolverem é fundamental para quantidade e qualidade de postos de trabalho

2010, R$ 35 bilhões”, destaca o gerente da Unidade de Políticas Públicas do Se-brae, Bruno Quick. Ele cita também o tratamento diferenciado às MPEs nas compras governamentais, que elevou o patamar de compras do governo federal com pequenas empresas de R$ 2,6 bi-lhões anuais, em 2006, para R$ 15,9 bi-lhões, em 2010. Em percentual, o índice dobrou – de 17% para 34%.

Outro mecanismo que deu impulso a novos negócios foi o Empreendedor Individual. O programa foi lançado em julho de 2009 com a proposta de for-malizar a atividade de milhares de pes-soas que trabalham por conta própria e faturam no máximo R$ 36 mil ao ano. legalizados, eles passam a ter registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), favorecendo a abertura de contas bancárias, a liberação de empréstimos e a emissão de notas fiscais.

Em março, antes mesmo de comple-

tar dois anos de vida, o programa ultra-passou a marca de 1 milhão de adesões. Hoje já são 1,1 milhão e a meta do gover-no federal é chegar a 1,5 milhão até o fi-nal deste ano. O fotógrafo Gabriel Heusi, 29 anos, é um deles. Ele afirma que não contou tempo quando soube do progra-ma e aderiu logo na primeira semana após o lançamento. Gabriel já sentia na pele as dificuldades de não estar forma-lizado. “Era difícil conseguir novos clien-tes. Hoje posso dizer que saí do escuro.”

Com CNPJ na mão, o fotógrafo come-

çou a fechar vários contratos de trabalho e passou até mesmo a participar de licita-ções. Atualmente ele atende mais de dez clientes fixos, inclusive fora de Floria-nópolis, sede do estúdio. Gabriel conta que está se preparando para migrar para outro patamar, o de microempresa. “Es-tamos na metade do ano e já cheguei a 80% do teto de faturamento do empre-endedor individual, que é de R$ 36 mil”, explica o empreendedor.

Para Bruno Quick, ainda há muito a ser feito pelos pequenos negócios e, consequentemente, pela maioria dos empreendedores brasileiros. “A peque-na empresa caminha para empregar na economia formal seis em cada dez tra-balhadores; entretanto, sua participação no PIB ainda é de apenas 20%. Por isso, ter políticas públicas para que elas sobre-vivam, prosperem e se desenvolvam é fundamental para ter quantidade e qua-lidade de postos de trabalho.”

EvOLuÇÃO DA TAXA DE EMPrEENDEDOrES EM ESTágIO INIcIAL

NO BrASIL

Ano teA (%)

2002 13,5

2003 12,9

2004 13,5

2005 11,3

2006 11,7

2007 12,7

2008 12,0

2009 15,3

2010 17,5

média brasileira 13,3%

Fonte: gem 2010

gabriel, que aderiu ao meI: “era difícil conseguir novos clientes. hoje posso dizer que saí do escuro”

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TrANSfOrMAÇÃO DurADOurA

por beatrice gonç[email protected]

A chegada de energia elétrica, de água encanada, de telefone e da internet a comunidades que viviam sem essa in-fraestrutura muda a realidade local. Além de garantir melhores condições de vida e de promover a inclusão social, o acesso a esses bens abre novas oportunidades. Permite, por exemplo, que essas pesso-as empreendam, aumentem sua renda e ainda gerem empregos. Uma transforma-ção que para se tornar realidade precisa de forte investimento público e de cur-sos e treinamentos que capacitem essas comunidades a abrir e gerenciar suas próprias empresas.

Há oito anos, mais de 13 milhões de brasileiros viviam sem luz, morando em situação precária, sem condições de ter uma geladeira sequer para conservar seus alimentos. Os mais prejudicados eram as pessoas que viviam em zonas rurais do País, onde para levar os cabos e postes de energia até as casas era ne-cessário um investimento alto dos muni-cípios ou mesmo dos próprios morado-res. Sem condições de fazer isso, muitos produtores largavam o campo e os que ficavam não tinham muitas perspectivas – a maioria plantava e vendia aquilo que produzia a preços baixos para outras em-presas industrializarem os produtos.

Uma realidade que atingia principal-mente os municípios mais pobres do Brasil e os moradores de comunidades quilombolas, ribeirinhos, assentados da reforma agrária e aldeias indígenas. Se-gundo levantamento do Ministério das Minas e Energia, das 13 milhões de pes-

Acesso à energia elétrica garante melhores condições de vida e a possibilidade de empreender, gerando renda e empregos

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soas que viviam sem luz em 2003, cerca de 90% das famílias tinham renda inferior a três salários mínimos e 80% delas mora-vam em zonas rurais.

A vida dessas pessoas passou por uma grande transformação quando o go-verno federal criou em 2003 o programa luz Para Todos para levar energia elétrica a comunidades carentes que não tinham acesso ao serviço. Coordenado pelo Mi-nistério das Minas e Energia, o programa recebeu investimentos de R$ 20 bilhões, recursos vindos do governo federal, dos governos estaduais e de empresas de energia. Um dinheiro que vem sendo uti-lizado em obras de infraestrutura para le-var energia elétrica para as comunidades e em uma série de ações integradas que buscam viabilizar novas oportunidades de renda e melhores condições de vida para os beneficiados.

Só na Região Sul do País e em Mato Grosso do Sul, mais de 1 milhão de pesso-as não tinham acesso a energia até 2003. Na área rural de Canguçu, no Rio Grande do Sul, camponeses do assentamento Her-deiros da luta viveram por mais de cinco anos sem luz. A principal produção da co-munidade na época era leite, mas como não tinham geladeira, os produtores eram obrigados a andar mais de cinco quilôme-tros para pedir para os vizinhos armaze-narem o produto – o que tornava muito difícil a vida dos agricultores na região.

Em 2005, a energia elétrica chegou ao assentamento através do programa luz Para Todos e mudou a forma de viver na comunidade. Além de comprar gela-deiras e freezers para armazenar o leite, os agricultores montaram uma confec-ção de roupas. Para auxiliá-los no novo negócio, o grupo Eletrobras, por meio das ações integradas do luz Para Todos, doou máquinas de costura e de bordado para o assentamento. Desde setembro de 2010, os agricultores, além de produ-zir grãos e leite, vendem roupas, bolsas e sacolas ecológicas. A confecção repre-senta hoje uma renda de R$ 3 mil para o assentamento, e cada moradora que participa da associação como costureira recebe em média R$ 250 por mês.

A chegada da energia elétrica à comu-nidade cafuza do município de José Boi-

energia permitiu à comunidade cafuza de josé boiteux (Sc) beneficiar a erva-mate e multiplicar os ganhos por 10

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para fazer o processamento da erva-mate colhida e a partir dessa oportunidade eles montaram sua própria empresa de beneficiamento, a Ervateira Cafuza. Ela funciona como uma associação e todos os moradores da comunidade participam da colheita e do processamento da erva. Até o momento foram produzidos cerca de 2 mil quilos de erva-mate pilada por mês, mas essa quantia pode aumentar e chegar a 20 mil quilos por mês.

Os primeiros pacotes da erva-mate Cafuza, que foi processada e embalada em José Boiteux, foram trazidos pelo líder da comunidade para serem vendidos em Flo-rianópolis na Feira luz Para Todos, evento organizado pela coordenação do progra-ma na Região Sul e em Mato Grosso do Sul que reuniu, na sede da Eletrosul, no mês de maio, comunidades beneficiadas pelo programa. Nos dois dias de feira, Mário de Jesus vendeu mais de 200 qui-los de erva-mate e, diferente da época em que a comunidade precisava comercializar o produto por alguns centavos, hoje eles ganham R$ 5 por pacote vendido.

índios Kadwéu, de bodoquena (mS), enfrentam dificuldades para vender as peças de cerâmica produzidas na aldeia

Luz E fOrÇA PArA TODOS

Lançamento: 2003

coordenação: ministério das minas e energia

Investimento: R$ 20 bilhões, vindos do governo federal, governos estaduais e empresas de energia

Beneficiados: 13 milhões de pessoas

80% dos beneficiados moram em zonas rurais

24 mil famílias indígenas beneficiadas

quando receberam energia elétrica, 90% das famílias atendidas tinham renda inferior a três salários mínimos

teux, em Santa Catarina, também abriu novas oportunidades de negócios para os moradores. As 26 famílias da locali-dade viveram por mais de dez anos sem luz, em condições precárias, tendo como sustento o plantio de fumo, hortaliças e a colheita de erva-mate. Como não podiam beneficiar os produtos por conta da falta de energia, vendiam o que produziam a preços muito baixos. “Antes a gente fazia a colheita de erva-mate e precisava ir a cidades que ficam a 280 quilômetros de José Boiteux para vender o produto a grandes empresas ao custo de R$ 0,42 o quilo. O preço era baixo porque a gen-te não podia fazer o processamento da erva-mate”, explica Mário de Jesus, um dos líderes da comunidade cafuza.

Com a chegada da energia elétrica em 2005, a produção da comunidade aumentou e eles passaram a beneficiar parte dos alimentos produzidos. No ano passado, os moradores ganharam do Mi-nistério do Desenvolvimento Agrário, do Incra e da Eletrosul, empresa que per-tence ao sistema Eletrobras, máquinas

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Além da comunidade cafuza, outros dez grupos beneficiados pelo programa na Região Sul e em Mato Grosso do Sul participaram da 1ª Feira do luz Para To-dos. Em estandes montados no hall da Eletrosul, cada comunidade trouxe uma amostra de produtos que eles fabricam em suas regiões. “A proposta da feira foi reunir os beneficiados pelo programa na região, dar visibilidade ao que eles vêm produzindo e ainda garantir uma oportu-nidade para que pudessem vender seus produtos. Para muitas comunidades, essa foi a primeira vez que participaram

de uma feira para expor e vender o que produzem em suas associações, e isso é importante para que tenham mais noção de mercado”, explica Delmar Gonçalves, gerente do luz Para Todos na Região Sul e em Mato Grosso do Sul.

Os assentados de Rio Cascudo, em Guaraniaçu, no Paraná, trouxeram para a feira pães, bolos e bolachas que produ-zem na Cozinha e Panificadora Comuni-tária montada na localidade através das ações integradas do luz Para Todos. A produtora rural Rosa de Oliveira partici-pa da associação e conta que o novo ne-gócio tem mudado a vida dos assentados. “Antes a gente fazia pão em casa, mas não podia vender. Com a cozinha industrial, vendemos nossos produtos para a cidade e para o programa de compra direta da merenda escolar do município.”

treinamento

Agora empreendedoras, muitas co-munidades beneficiadas pelo luz Para Todos estão se deparando com novos

O interesse dosprodutores em se profissionalizar ainda esbarra em problemas estruturais, diz queijada

A produtora rural Rosa de Oliveira conta que a criação de uma padaria comunitária mudou a vida

dos assentados de Rio cascudo, em guaraniaçu (pR)

fALTA DE INfrAESTruTurA

NO cAMPO

5 milhões de famílias que vivem em zonas rurais não têm água encanada em casa;

4 milhões de famílias não têm acesso a telefone fixo;

Apenas 2% dos produtores rurais têm internet em casa;

46% dos brasileiros que vivem em condições miseráveis no país moram no campo.

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rEfErÊNcIA ASSENTADA

celestino persch já viveu em lonas e acampamentos em beiras de estrada quando lutava por um pedaço de terra para plantar. As-sentado em 1985 no Oeste de Santa catarina, ele passou a produzir em conjunto com outros agricultores de 14 assentamentos da região. em 1996, eles montaram a cooperativa Regional de comercialização do extremo-Oeste (cooperoeste) para industrializar o leite produzido. em 16 anos de trabalho, os produ-tores transformaram a cooperativa em uma das maiores empresas do município de São miguel do Oeste e uma das maiores no ramo de leite em Santa catarina. São produzidos em média 120 milhões de litros de leite por ano, vendidos nos estados do Sul e em São paulo com a marca terra viva.

para persch, que é hoje diretor financeiro da cooperoeste, o sucesso do negócio se deu pelo trabalho em conjunto de todos os assentados. “Nós nos base-amos na experiência de outras associações e buscamos sempre trabalhar em cooperação. Isso fez com que alcançássemos os nossos objetivos de forma mais rápida. hoje, cada família associada à cooperativa tem, só com a venda do leite, uma renda entre dois e dez salários mínimos.”

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dilemas. A questão não é mais falta de luz, mas como criar estratégias para vender os produtos, aumentar a pro-dução e melhorar a gestão do negócio criado. No assentamento Herdeiros da luta de Canguçu, o maior problema que a confecção de roupas, bolsas e sacolas enfrenta hoje é conseguir vendedores. “Há muita mão de obra no assentamento para costureira, mas são poucas as pes-soas que têm perfil para ser vendedor. Precisamos de gente que saia no comér-cio das cidades da região para oferecer nossos produtos”, afirma Sérgio Blau, assentado do Herdeiros da luta.

No caso da ervateira de José Boiteux, Mário de Jesus explica que no período de entressafra não há como processar a

carrara, do Senar: no brasil ainda são

poucos os pequenos produtores com

plano de negócio

erva-mate e que nesse período as máqui-nas ficam paradas, mas elas poderiam ser utilizadas de outra forma. “Estamos pen-sando em começar a processar também chás na ervateira, mas ainda precisamos ver como planejar isso.”

Os índios da etnia Kadwéu, de Bo-doquena, em Mato Grosso do Sul, tam-bém beneficiados pelo luz Para Todos, têm dificuldade em encontrar compra-dores para as peças de cerâmica pro-duzidas na aldeia. “Para produzir uma peça precisamos encontrar vários tipos de tinta na mata e isso deixa o produto mais caro. O problema é que quando va-mos até Bonito (MS) para tentar vender a cerâmica, são poucos os que aceitam pagar o preço que nós pedimos”, conta a índia Clotilde Matechulte.

Os assentados de Rio Cascudo, em Guaraniaçu (PR), passaram por proble-mas semelhantes. Para resolvê-los, apri-moraram os processos de produção da panificadora. Eles buscaram capacitação e assessoria técnica no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), órgão que desenvolve ações de formação pro-fissional rural e oferece cursos de ges-

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lINhA dIRetA

Anprotec: (61) 3202-1555bematech: 0800 644 2362dry Wash: (11) 2954-8688endeavor: www.endeavor.org.brgabriel heusi: www.gabrielheusi.comIbqp: (41) 3264-2246josé dornelas: www.josedornelas.com.brluz para todos: http://luzparatodos.mme.gov.br/luzparatodos/asp/Sebrae: www.sebrae.com.brSenar: www.senar.org.brterra viva: www.terravivasc.com.br

moradores das zonas rurais representam 46% das pessoas que vivem em condições miseráveis no país

Assentados criaram cooperativa em 1996 para industrializar leite produzido, o que garante hoje uma renda entre dois e dez salários mínimos para cada associado

oportunidades e rever seus processos. Nesse programa, além de trabalhar con-ceitos teóricos com os produtores, há ainda um trabalho de consultoria técni-ca”, afirma Daniel Carrara, secretário-executivo do Senar.

Isso faz do “Negócio Certo Rural” um dos cursos mais procurados – cerca de 10 mil pessoas passam pelo treinamento por ano. “Temos percebido um aumento significativo no número de inscritos no programa, o que mostra que cada vez mais o pequeno produtor rural está ven-do sua propriedade como um negócio”, considera Ênio Queijada, gerente da uni-dade de atendimento coletivo, agronegó-cios e territórios do Sebrae.

Mas, ao mesmo tempo em que há um maior interesse do produtor em se pro-fissionalizar, ele ainda esbarra em pro-blemas estruturais. Queijada explica que entre as principais dificuldades de quem empreende em zonas rurais estão os cus-tos elevados para fazer a logística do que é produzido e a falta de acesso à internet – segundo dados do Sindicato Nacional das Operadoras de Satélites (Sindisat), dos cerca de 31 milhões de brasileiros

que moram em áreas rurais, apenas 2% dos domicílios têm acesso à web.

Além de luz e internet, a lista de bens que ainda precisam ser universalizados no campo é grande. A falta de água ain-da é um problema que atinge cerca de 5 milhões de famílias que moram em zonas rurais do semiárido nordestino. Somam-se a isso outras 4 milhões de famílias que vivem no campo e não têm acesso a te-lefone fixo. Sem infraestrutura adequada, esses moradores das zonas rurais repre-sentam 46% do número de pessoas que vi-vem em condições miseráveis no País. No plano de erradicação da miséria, lançado em junho pela presidenta Dilma Rousseff, estão previstos programas para a melhoria das condições de vida do homem do cam-po como o “Água Para Todos”, que prevê a construção de 800 mil cisternas, adutoras e reservatórios até 2014.

tão e aprimoramento de produção para empreendedores rurais. “O treinamento que fizemos nos ajudou a ter mais noção do negócio e do mercado em que esta-mos atuando”, afirma Rosa de Oliveira, moradora do assentamento.

Assim como a comunidade de Guara-niaçu, 1 milhão de pessoas participam por ano dos treinamentos oferecidos pelo Se-nar. O órgão tem uma série de cursos de capacitação gratuitos que atendem desde o pequeno até o grande produtor rural. O programa “Com licença vou à luta”, por exemplo, é voltado para a formação de mulheres proprietárias rurais e tem como foco trabalhar conceitos de liderança, pla-nejamento e gestão financeira.

O programa “Negócio Certo Rural”, desenvolvido pelo Senar em parceria com o Sebrae, auxilia os produtores a identificar novas áreas de investimento, a analisar a viabilidade do negócio e a gerenciar o empreendimento. “Percebe-mos que no Brasil ainda são poucos os pequenos produtores que têm um pla-no de negócio. Nossa proposta no ‘Ne-gócio Certo Rural’ é incentivá-los a fazer um plano para eles poderem identificar

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dilemaEterno

Assim como ocorre com outros modais, existe mercado para o setor aéreo, mas a infraestrutura carente é um empecilho para sustentar o crescimento

PA N O R A M A

O transporte aéreo brasileiro conta com 67 aeroportos operados pela Infraero

Os três principais aeroportos do Estado de São Paulo representam 30,75% do movimento de passageiros e 51,42% do movimento de cargas de porão

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por Cléia [email protected]

Há tempos que a demanda de passa-geiros e os investimentos em infraestru-tura de transportes deixaram de andar no mesmo ritmo no Brasil. No setor aeroportuário não é diferente. O resul-tado dessa falta de sintonia é o que cos-tumamos chamar de “caos aéreo”, uma situação que se traduz em aeroportos cheios, filas intermináveis para check-in e embarque, voos atrasados ou, ainda pior, cancelados. Tal conjuntura faz do avião um meio de transporte bastante imprevisível no País, independente das condições meteorológicas. É difícil saber

quando se vai chegar ao destino, princi-palmente em datas especiais e feriados como Carnaval, Páscoa e Natal.

Não é para menos. O estudo “Ae-roportos no Brasil: investimentos re-centes, perspectivas e preocupações”, divulgado em abril pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), aponta que 14 dos 20 maiores aeropor-tos do País operam bem acima de suas capacidades. Nesses terminais, a taxa média de ocupação passou de 164,3%, em 2009, para 187,2%, em 2010. É o impacto provocado por uma demanda que evoluiu de 71 milhões de passageiros em 2003 para 154 milhões em 2010. Um crescimento de 117%, não atendido pela

evolução dos investimentos públicos no setor aéreo, de R$ 503 milhões em 2003 para mais de R$ 1,3 bilhão em 2010.

Em declaração feita ao jornal Zero Hora no fi nal de maio, a ministra do Pla-nejamento, Miriam Belchior, disse que o País está “pagando o preço do sucesso”, uma referência à melhoria de indicadores como geração de emprego e renda. Na avaliação do Ipea, a atual situação aero-portuária refl ete um planejamento com olho no retrovisor. “A exemplo dos outros setores da infraestrutura de transportes, o passivo de necessidades dos investi-mentos que deixaram de ser feitos por mais de 20 anos ainda não permite que esses setores se preparem para o futuro”,

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por Cléia [email protected]

Há tempos que a demanda de passa-geiros e os investimentos em infraestru-tura de transportes deixaram de andar no mesmo ritmo no Brasil. No setor aeroportuário não é diferente. O resul-tado dessa falta de sintonia é o que cos-tumamos chamar de “caos aéreo”, uma situação que se traduz em aeroportos cheios, filas intermináveis para check-in e embarque, voos atrasados ou, ainda pior, cancelados. Tal conjuntura faz do avião um meio de transporte bastante imprevisível no País, independente das condições meteorológicas. É difícil saber imprevisível no País, independente das condições meteorológicas. É difícil saber imprevisível no País, independente das

quando se vai chegar ao destino, princi-palmente em datas especiais e feriados como Carnaval, Páscoa e Natal.

Não é para menos. O estudo “Ae-roportos no Brasil: investimentos re-centes, perspectivas e preocupações”, divulgado em abril pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), aponta que 14 dos 20 maiores aeropor-tos do País operam bem acima de suas capacidades. Nesses terminais, a taxa média de ocupação passou de 164,3%, em 2009, para 187,2%, em 2010. É o média de ocupação passou de 164,3%, em 2009, para 187,2%, em 2010. É o média de ocupação passou de 164,3%,

impacto provocado por uma demanda que evoluiu de 71 milhões de passageiros em 2003 para 154 milhões em 2010. Um crescimento de 117%, não atendido pela

evolução dos investimentos públicos no setor aéreo, de R$ 503 milhões em 2003 para mais de R$ 1,3 bilhão em 2010.

Em declaração feita ao jornal Zero Hora no fi nal de maio, a ministra do Pla-nejamento, Miriam Belchior, disse que o País está “pagando o preço do sucesso”, uma referência à melhoria de indicadores como geração de emprego e renda. Na avaliação do Ipea, a atual situação aero-portuária refl ete um planejamento com olho no retrovisor. “A exemplo dos outros setores da infraestrutura de transportes, o passivo de necessidades dos investi-mentos que deixaram de ser feitos por mais de 20 anos ainda não permite que esses setores se preparem para o futuro”,

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32 aeroportos têm terminais de processamento de cargas aéreas

Em 2010, o número de passageiros nos aeroportos operados pela Infraero chegou a 155,3 milhões, um crescimento de 21,25%

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PA N O r A M A EvOLuÇÃO NúMErO DE PASSAgEIrOSANO NúmeRO de pASSAgeIROS cReScImeNtO

2007 110.549.625 8,19%

2008 112.900.421 2,13%

2009 128.135.616 13,49%

2010 155.363.964 21,25%

conclui a nota técnica do Ipea.O assunto “aeroportos” tem estado

na pauta do dia por conta de um futuro bem próximo: a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. A luz vermelha se acendeu quando o mesmo estudo do Ipea alertou para a possibilidade de que as obras de 10 dos 13 aeroportos do Mundial não sejam finalizadas para o evento. Em resposta à crise, o governo federal anunciou a privatização parcial de três aeroportos – Viracopos e Guarulhos, em São Paulo, e o de Brasília. Estuda-se o mesmo modelo para Cofins, em Minas Gerais, e Galeão, no Rio de Janeiro. Em julho, vai a leilão a concessão do Aero-porto Internacional de São Gonçalo do Amarante, a 17 quilômetros de Natal, o primeiro terminal privado do País.

timo dia 1º de junho, Vale disse que os 13 aeroportos da Copa terão capacidade para suprir a demanda até dezembro de 2013. Segundo o executivo, os aero-portos diretamente relacionados às 12 cidades-sede do Mundial receberão ao todo investimentos de R$ 5,56 bilhões. A preocupação não é só com os eventos esportivos que estão na agenda brasilei-ra. Vale ressalta a expectativa de que a demanda continue crescendo a taxas de 10% nos próximos anos.

Os últimos números divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) têm comprovado essa tendência. No primeiro quadrimestre do ano, a procu-ra por voos domésticos cresceu 20,22% em relação ao mesmo período de 2010. A oferta aumentou 14,75% e a taxa de

Privatização à parte, o presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Gustavo Vale, garante que estudos feitos pela organi-zação dão conta de que não há por que se preocupar. Em audiência pública rea-lizada na Câmara dos Deputados, no úl-

quatorze dos 20 maiores aeroportos do país operam com ocupação quase duas vezes superior às suas capacidades

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EvOLuÇÃO cArgA AÉrEAANO tONelAdAS cReScImeNtO

2007 1.483.150 4,96%

2008 1.408.376 -5,04%

2009 1.216.485 -13,62%

2010 1.324.051 8,84%

Fonte: Infraero

ocupação dos voos passou de 69,43% para 72,74%. Em relação aos voos inter-nacionais operados por empresas brasi-leiras, a demanda aumentou 21,28% em comparação ao ano passado, enquanto a oferta cresceu 15,17%. A taxa de ocu-pação passou de 73,99% para 77,92%. O período de janeiro a abril é marcado por forte movimento nos aeroportos em função dos feriados de Carnaval e também de Páscoa, que neste ano foi prolongado pelo feriado de Tiradentes. Só a TAM linhas Aéreas transportou na segunda-feira após o domingo de Pás-coa 136 mil pessoas, um recorde diário de passageiros para a companhia.

A aposta da TAM para 2011 é um au-mento da oferta de assentos em voos domésticos em 10% a 14%. No primeiro

trimestre do ano, a companhia trans-portou 9,3 milhões de passageiros, alta de 11,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O presidente da TAM, líbano Barroso, destaca algumas ações recentes da companhia com o propósito de facilitar o acesso da classe C às viagens aéreas. Entre elas, as parcerias feitas com a Pássaro Marron e a Princesa do Agres-te, empresas interestaduais de ônibus do Sudeste e Nordeste, respectivamente, para a venda combinada de passagens de ônibus e de bilhetes aéreos.

As passagens estão disponíveis nas lojas TAM Viagens. A rede tem 90 pon-tos de venda, mas a meta é ampliar para 200 até o final de 2011. “Nossos números comprovam o sucesso da estratégia que implementamos para tornar as viagens

Apostole: “Ideal é que haja a integração com modais ferroviário e rodoviário”

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de avião acessíveis para uma parcela cada vez maior da população”, afirma Barroso. Em fevereiro deste ano, a TAM anunciou investimentos de US$ 3,2 bilhões em 34 novas aeronaves para suprir a demanda esperada pela empresa para os próximos 20 anos. Destes, dois são Boeing, com en-trega prevista para 2014, e 32 são Airbus, que deverão ser entregues entre 2016 e 2018. Em 2010, a empresa fechou o ano

trô Itaquera, Sé e luz, além de uma nova loja no Shopping Mais, em Santo Amaro, todos na capital paulista. Nesses pontos o cliente pode comprar passagens e fazer alterações e cancelamentos de reservas. A ação complementa outras ações da Gol para se aproximar das classes C e D. Em 2005, a empresa lançou o Voe Fácil, primeiro programa de parcelamento de passagens aéreas em 36 vezes.

com participação de 39% no mercado do-méstico e 27% no mercado internacional.

Autointitulada como a maior compa-nhia aérea de baixo custo e baixa tarifa da América latina, a Gol linhas Aéreas Inte-ligentes também aposta em novos canais de vendas para chegar até a nova classe média brasileira. Em março passado, a empresa inaugurou três quiosques cha-mados de “Voe Gol” nas estações de me-

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SETOr ESquEcIDOO problema da falta de infra-

estrutura aeroportuária se estende para o transporte de cargas. O modal participa apenas de 0,4% do total de mercadorias transportadas no brasil. “A demanda é enorme, como se vê no volume de cargas que transitam pelas rodovias. parte delas poderia estar voando”, afirma Ricardo Nogueira, vice-presidente da Associação brasileira de Aviação geral (Abag). de acordo com a Infraero, o volume de cargas transportadas, incluindo correios, cresceu 8,84% no ano passado, após dois anos consecutivos de queda. “O problema dos aeroportos é que estamos só olhando o lado da pessoa física. Ignoramos o setor de transporte de cargas, que está totalmente esquecido no brasil”, avalia Antonio Wrobleski Filho, sócio da Awro participações e logística e presidente do Instituto logweb de Supply chain e logística (Ilog).

Na opinião do professor paulo Resende, que coordena o Núcleo de Infraestrutura e logística da Fundação dom cabral, o problema ocorre justamente porque o país “mistura” carga e passageiro e cria uma disputa entre os dois segmentos. “esse é um erro primário porque a atenção acaba sempre se voltando mais para o passageiro.” Resende explica que os dois segmentos necessitam de tratamentos diferenciados, por isso devem ser separados para que não haja conflitos. “As cargas estão mais associadas a uma linha de produção”, observa. para o professor, até mesmo a integração do modal aéreo com outros meios de transporte para o escoamento de cargas esbarra no fato dele conviver com o segmento de passageiros. “como vou justificar a construção de uma ferrovia para um aeroporto de cargas se não existem metrôs fazendo a interliga-ção dos terminais de passageiros? Só vamos evoluir no dia em que separarmos as duas coisas.”

Criada há dez anos, a Gol oferece cerca de 900 voos diários para 59 desti-nos domésticos e 14 internacionais. No ano passado, a empresa obteve a maior participação no mercado doméstico: 41%. No mercado internacional, a com-panhia respondeu por 16% do número de passageiros. No primeiro trimestre deste ano, apresentou um crescimento de 9,7% na demanda em relação ao mes-

A aviação brasileira chegou a atender mais de 300 destinos nacionais na década de 1960, hoje são 150

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mo período de 2010, o que gerou uma taxa de ocupação de 73,5% no mercado doméstico, um recorde para o período, segundo a empresa. Em abril, o aumen-to da demanda foi de 13,8%, impulsio-nada pelo feriadão da Páscoa.

universalização

“O transporte aéreo vive um dos me-lhores momentos de sua história em re-lação à demanda de passageiros. Desde 2003 esse processo de universalização do transporte aéreo vem se firmando, ocasionado pela estabilidade econômica, pela redução nos preços das passagens aéreas e pelo aumento do poder de com-pra dos brasileiros”, avalia o economista Apostole Lazaro Chryssafidis, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar). A entidade tem como principal objeti-vo desenvolver o segmento da aviação regional. Desde a criação da Abetar, em 2001, a participação no mercado das em-presas regionais saltou de menos de 1% para 6%, em 2010.

Atender cada vez mais destinos é um dos principais desafios das compa-nhias regionais, que por operar aerona-ves menores conseguem chegar onde as outras não chegam. “Muitas vezes em destinos onde o acesso ou é feito em horas por avião ou em dias por rios, com o risco da viagem ter que ser in-terrompida”, afirma Apostole. Hoje, as empresas regionais atendem entre 140 e 150 localidades, transportando men-salmente cerca de 300 mil passageiros. “Mas esse número ainda é pequeno se lembrarmos que a aviação civil brasileira

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Infraestrutura é ainda mais preocupantenos aeroportossecundários, de média e baixa densidade de tráfego

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chegou a atender mais de 300 destinos na década de 1960”, observa o dirigen-te. Só nos Estados Unidos há mais de 750 localidades que dispõem de acesso ao transporte aéreo.

Segundo Apostole, a situação da in-fraestrutura aeroportuária é ainda mais preocupante nos aeroportos secundá-rios, de média e baixa densidade de tráfego, em sua maioria operados pelas associadas da Abetar. “Quatorze deles correm o risco de ver suas atividades pa-ralisadas pela falta de recursos para ade-quação à legislação vigente”, diz. Entre as exigências, Apostole destaca a aquisição de caminhão de combate a incêndio, se-gundo ele uma das maiores dificuldades encontradas pelos administradores des-tes terminais devido ao seu alto custo. Para a Abetar, a solução de boa parte dos problemas pode vir da utilização dos re-cursos do Programa Federal de Auxílio a Aeroportos (Profaa).

“O programa tem um orçamento anual aproximado de R$ 150 milhões, recursos que podem ser aplicados em obras nos aeroportos, mas que ano a ano deixam de ser utilizados em sua totalida-de.” Recentemente o Profaa, cujo gestor é o Ministério da Defesa, liberou R$ 102,3 milhões para aeroportos de pequeno e médio portes. “Foi uma ótima notícia, mas ainda é pouco”, observa Apostole. A Abetar defende que o programa passe a aceitar emendas parlamentares, o que multiplicaria os recursos, que poderiam chegar a R$ 600 milhões por ano. “Esse valor é suficiente para que, em quatro anos, os aeroportos pesquisados sejam totalmente remodelados de acordo com as exigências da Anac e ainda com capa-cidade suficiente para o atendimento da demanda por novos voos.”

O presidente da Abetar cita pesquisa da consultoria Bain & Company sobre o setor aéreo brasileiro para mostrar a defa-sagem do modal em relação aos Estados Unidos, também um país continental. De acordo com o estudo, se a demanda de passageiros avançar a uma taxa anual de 7% até 2027, o Brasil terá, em 2030, o mesmo patamar de passageiros embar-cados por habitante dos Estados Unidos

da década de 1970. “Hoje, com pratica-mente um passageiro embarcado a cada quatro habitantes, a aviação brasileira se compara à norte-americana na década de 1950. O ideal para o País é que haja a in-tegração dos modais aéreo, ferroviário e rodoviário. Isso permitiria o aumento de localidades atendidas conforme o perfil da viagem. Em um país como o Brasil, com dimensões continentais, é muito mais vantajoso o uso do avião para lon-gas distâncias.”

Para a Associação Brasileira de Avia-ção Geral (Abag), o modal aéreo é um importante vetor de desenvolvimento e inclusão social. Por isso, a entidade lan-çou no ano passado uma campanha para discutir a relevância da aviação executiva para o desenvolvimento de 75% das ci-dades brasileiras. São 3,5 mil municípios que dispõem de aeródromos, mas não são servidos pela aviação comercial. “O momento é de intensa verificação das necessidades. Por um lado empresas vi-sualizam o incremento nos seus serviços, mas, por outro, receiam não ter onde ofertá-los devido à carência de infraes-trutura”, afirma Ricardo Nogueira, vice-presidente da Abag. “Por isso, o principal desafio é o aumento da capacidade insta-lada nos aeroportos brasileiros.”

Ricardo: “principal desafio é o aumento da capacidade instalada nos aeroportos”

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TcHAu, cONgESTIONAMENTOSdeslocamentos aéreos são alternativa irresistível ao trânsito caótico e falta de segurança das ruas de São paulo

A cidade de São Paulo é campeã mun-dial em número de helicópteros urbanos. São cerca de 450 aeronaves, superando Nova York e Tóquio. É a única cidade no mundo a ter controle de tráfego aéreo ex-clusivo para esse tipo de aeronave. Não é difícil imaginar o motivo que leva a capital paulista a esta liderança de mercado. Além de serem mais seguros contra assaltos e sequestros, os deslocamentos aéreos são uma alternativa irresistível ao caótico trân-sito de São Paulo. Claro, para quem tem como pagar pela comodidade, um núme-ro de pessoas que é cada vez maior por conta do aquecimento da economia brasi-leira nos últimos anos.

Enquanto o percurso de cerca de 14 quilômetros do Aeroporto de Congonhas à Avenida Paulista leva, no mínimo, 40 minu-tos, a mesma viagem de helicóptero dura menos de 10 minutos. Para executivos cujo tempo é dinheiro, o helicóptero dei-xou de ser só um luxo para se transformar num meio de transporte imprescindível aos negócios. “A economia de tempo com certeza é o principal fator de crescimento dos voos de helicópteros em São Paulo”, confirma o comandante Jorge Bitar Neto, proprietário da Helimarte, empresa de táxi aéreo que atua há 12 anos nesse mercado. Em média, a Helimarte faz 600 decolagens por mês – 20 por dia. Para isso, conta com 12 helicópteros e dois aviões e, neste ano, planeja investir R$ 10 milhões para aumen-tar e modernizar essa frota.

“Queremos crescer entre 10% e 15%, tanto em número de voos quanto em fa-turamento”, destaca Bitar. Quando fundou a Helimarte, em 1999, o comandante nem sonhava com um crescimento tão veloz. Graduado em administração, Bitar entrou para a aviação em 1997, quando fez um curso para pilotar helicópteros. Um ami-go o convidou a montar a Helimarte, mas três anos depois a sociedade foi desfeita. “Fiquei com metade de um helicóptero,

mas decidi continuar o negócio”, conta. Hoje, além do transporte de executivos, a empresa faz passeios panorâmicos, voos para coberturas jornalísticas e serviços es-peciais para empresas, como inspeção de linhas de energia, por exemplo.

Mas a crescente demanda por voos de helicópteros na cidade de São Paulo tam-bém criou uma espécie de câmbio negro nesse mercado. Há muitas aeronaves par-ticulares sendo usadas como táxi aéreo, contrariando as regras da Agência Nacio-nal de Aviação Civil (Anac), que exige o Certificado de Homologação de Empresa de Táxi Aéreo (Cheta). “É uma concorrên-cia desleal porque eles têm um custo de operação muito menor do que o nosso, já que não precisam atender a uma série de exigências, como por exemplo a realização de constantes treinamentos para a tripula-ção. Desinformado, o cliente compara os preços e acaba fechando com eles”, desa-bafa Bitar, que reclama da falta de fiscaliza-ção da Anac contra essa prática irregular de compartilhamento.

Com a proposta de compartilhar voos de helicóptero sem transgredir a lei, o empresário Rusvel Tinoco Pinto Júnior criou, em fevereiro passado, um clube de táxi aéreo, o Sky Club. Os preços são fixos, variando de zero a R$ 700. Os voos grátis acontecem quando há empty legs, percursos em que as aeronaves voltam vazias depois de deixar um cliente em seu destino. Para utilizar o serviço do Sky Club, é preciso se associar e pagar anuidades que vão de R$ 150 a R$ 3 mil, dependendo do plano escolhido. Num sistema semelhante ao das companhias aéreas, os voos podem ser programados e pagos pela internet. Basta que o asso-ciado informe os helipontos de saída e chegada e a data e hora do voo com 48 horas de antecedência. Se for um sócio premium, o clube oferece garantia de atendimento emergencial.

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bitar, da helimarte: estimativa de 10% a 15% de crescimento, tanto em número de

voos quanto em faturamento, em 2011

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giões do Brasil, perde muito tempo se depender da aviação comercial brasileira ou tem muita dificuldade de chegar a de-terminados destinos”, argumenta Polli. Um indicador do aumento de interesse pela aviação executiva é a latin American Business Aviation Conference and Exhi-bition (labace). Após sete edições, a fei-ra, promovida pela Abag, já é a segunda maior do mundo no segmento de avia-ção executiva. No ano passado, o evento recebeu cerca de 15 mil visitantes e pro-moveu um volume de negócios da ordem de US$ 500 milhões. A expectativa para a edição deste ano, marcada para 8 a 13 de agosto, em São Paulo, é um crescimento de 10%, chegando a US$ 550 milhões.

“Perder um contrato de R$ 10 mil por causa de atraso no trânsito já é compen-sado por um investimento em um título do Sky Club”, argumenta Rusvel. A ideia do clube surgiu numa das muitas vezes em que o próprio empresário se viu tran-cado em congestionamentos a caminho de alguma reunião para fechamento de negócios. “O acesso aos voos era muito restrito e caro”, explica. Antes mesmo de completar seis meses de existência, o clube conta com 250 sócios, mas a meta é chegar a 1 mil até o final deste ano. A média de voos tem sido de cinco por se-mana, um movimento que está dentro das expectativas de seus empreendedores. O Sky Club opera com três aeronaves freta-das, homologadas junto à Anac.

uso compartilhado

Segundo Rusvel, o compartilha-mento dos voos pode reduzir o preço de uma viagem de helicóptero para um quarto do valor. Ele cita como exemplo o trecho entre o Aeroporto de Guaru-lhos e o heliponto do Shopping Frei Caneca, nas imediações da Avenida Pau-lista. O itinerário – que custaria R$ 1,4 mil – pode sair por R$ 360 se for dividi-

do entre quatro associados do clube. De táxi, cada passageiro pagaria cerca de R$ 120, mas levaria em torno de duas horas e meia para chegar à Avenida Paulista. De helicóptero é possível fazer em oito minutos. “Oferecemos um serviço dife-renciado numa cidade de trânsito muito lento, que tem 3,5 milhões de veículos em circulação e recebe 300 mil novos carros por ano”, comenta Rusvel.

Nesse mercado há também quem pre-fira contar com seu próprio helicóptero ou jato em vez de fretar. De acordo com a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), o Brasil tem a segunda maior frota de aviação geral do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Só neste ano, espera-se que 100 novas aeronaves cheguem ao País. O câmbio favorável, a facilidade de crédito e o aquecimento da economia são os fatores que impulsionam esse merca-do. Quem afirma é o empresário Cássio Polli, diretor da Aerie Aviação Executiva, empresa especializada na compra, venda e importação de aeronaves executivas. Em sete anos de atividade a empresa interme-diou mais de 60 aquisições, movimentan-do cerca de US$ 100 milhões.

“Quem tem necessidade de se des-locar com agilidade para diferentes re-

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Abag: (11) 5032-2727Abetar: (61) 3322-2993Anac: www.anac.gov.brgol: www.voegol.com.brhelimarte: (11) 2221-3200paulo Resende: (31) 3589-7300Sky club: www.skyclub.com.brtAm: www.tam.com.br

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Após sete edições, labace já é o segundo maior evento do mundo na área de aviação executiva, girando mais de uS$ 500 milhões

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011 paixãoProfessor de

portella sempre teve o sonho de ter um colégio, e hoje ele é dono de um grupo de empreendimentos na área de educação

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011paixão Idade: 42 anos | local de nascimento: Rio de janeiro

Formação: letras português e latim, pela universidade de brasília (unb)empresa: curso maxxSócios: 2 (Alexandre lopes e Ricardo mello)Funcionários: 263 (central de gestão e 5 unidades próprias)Faturamento: R$ 1,2 milhão a R$ 1,5 milhão/mês

Marcelo Portella

por mônica [email protected]

Ter um colégio sempre fez parte dos planos de Marcelo Por-tella. Nascido em família humilde e criado na periferia, o carioca precisou lutar muito para completar os estudos e garantir a vaga numa universidade pública. Em busca do sonho de infância, for-mou-se professor de português e começou a ministrar aulas de reforço escolar em sua casa. Hoje, aos 42 anos, ele está à frente do Grupo Maxx Educacional, rede de escolas especializadas em concurso público, que conta com cinco unidades próprias e aca-ba de se lançar no franchising, com a expectativa de chegar ao fim do ano com oito unidades em funcionamento e ter 24 unida-des abertas no Brasil até dezembro de 2012. O conglomerado de negócios dirigido por Portella inclui ainda um colégio de ensino infantil e médio, uma central de produção de videoaulas, uma editora de livros didáticos e o Aluno Urbano, site de compras coletivas na área de educação.

A ideia de investir no segmento de concursos públicos surgiu com a experiência própria do empreendedor. No tempo em que cursava faculdade de letras Português e latim na Universidade de Brasília (UnB), Portella dedicava-se paralelamente aos concur-sos públicos. “Passei a vida estudando para concursos e fazendo cursos pré-militares e essa preparação facilitou bastante o meu aprendizado, porque o ritmo de ensino em colégios militares é muito forte, principalmente na área de exatas”, conta o em-presário, que chegou a passar em diversos processos seletivos, incluindo um da Infraero, onde trabalhou por oito meses.

No entanto, foi como professor que Portella encontrou o caminho da realização profissional. Ainda hoje, mesmo com a rotina agitada à frente da rede, ele reserva as manhãs de quar-ta-feira para dar aula de língua portuguesa para uma turma de 90 alunos. “É minha paixão, quero ficar velhinho e continuar dando aulas”, afirma.

O desejo de empreender começou a surgir “de verdade” a partir dos 25 anos. “Até então, eu percebia a necessidade de es-tabilidade profissional e acabava me dedicando mais à carreira acadêmica do que à empresarial”, diz Portella, que aos 21 anos publicou o primeiro dos cinco livros que escreveu até hoje, in-

cluindo dois de ficção – Além da cobiça –, e o romance autobiográfico Preto e branco, a ser lançado ainda este ano.

Contando apenas com recursos pró-prios, em 2004 Portella começou a minis-trar aulas de reforço escolar em sua pró-pria casa, no Rio de Janeiro. “Percebi que havia uma oportunidade de negócio bas-tante promissora nessa área, justamente porque o mercado de educação no Brasil ainda é muito dominado por instituições familiares ou religiosas, que muitas vezes acabam não fazendo o esforço necessário para inovar”, reflete.

Mas essa não foi a sua estreia no mundo dos negócios. Em 2001, o carioca fundou a editora Irium, especializada em livros e materiais didáticos para cursos pré-vestibulares e ensino médio.

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não passe no concurso desejado.A fórmula deu certo. Em pouco tem-

po, Portella inaugurou outras quatro unidades do Curso Maxx, sendo duas no Centro, e as demais nos bairros Álvaro Alvim e Madureira, todas no Rio de Janei-ro. Motivado pela crescente demanda, o grupo decidiu criar também a Ícone Con-cursos, escola focada somente em con-cursos na área de segurança pública.

O lucro também cresceu. “Hoje a empresa tem faturamento de aproxima-damente R$ 1,2 milhão por mês”, diz Por-tella, relembrando que iniciou o negócio com pouco mais de R$ 15 mil. “Nossos cursos passaram a ter um tíquete médio mais alto e a arrecadação da empresa em relação aos concorrentes aumentou demais, o que trouxe um diferencial de crescimento para a rede.”

Atualmente com 3 mil alunos matricu-lados, o Curso Maxx iniciou 2011 se lan-çando no mercado de franquias. “Desde o início eu quis investir no franchising, mas foram três anos até concluirmos o plano de franquias”, diz o empresário, que contou com uma assessoria jurídica para conseguir formatar todos os deta-lhes do negócio. Já as partes adminis-trativa, pedagógica e operacional foram inteiramente desenvolvidas pela equipe interna. Para auxiliar na gestão e expan-são da rede, Portella conta com a ajuda

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Após três anos na empresa, decidiu ven-der sua parte devido à diferença de visão entre os sócios. “Eles tinham uma visão mais localizada, com foco no mercado do Rio de Janeiro, enquanto eu desejava ex-pandir de maneira mais global”, conta.

No início, a escola funcionava como uma espécie de tira-dúvidas sobre as principais disciplinas de ensino médio, incluindo diferenciais como atendimento individualizado, orientação psicológica e sistemas exclusivos de avaliação compor-tamental. Portella também comprou um carro que utilizava para o transporte dos alunos. “Nessa época, chegamos a ter 180 alunos pagando um tíquete médio men-sal que variava entre R$ 300 e R$ 400.”

Cada vez mais procurado por pessoas de todas as idades – mas sobretudo can-didatos a concursos públicos – o empre-endedor decidiu abrir a primeira unida-de no Bairro Recreio dos Bandeirantes. “A sala de aula improvisada em casa já não dava mais conta de tantos alunos”,

recorda. O crescimento da empresa, que primeiramente chamou-se Pronto-Aula e, mais tarde, Sem Dúvidas, motivou a abertura da segunda unidade apenas um ano depois, em 2005, localizada em Jaca-repaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. “Começamos a nos consolidar a partir dessa segunda unidade, quando atingi-mos a maturidade da proposta”, diz.

Foi nesta mesma época que Portella se separou do primeiro sócio, que assumiu a unidade do Recreio dos Bandeirantes, en-quanto o empreendedor ficou com a de Jacarepaguá. Reinaugurada com o nome Curso Maxx, a escola passou a oferecer uma metodologia de ensino exclusiva, com cursos que preparam para todos os concursos públicos – e não voltados para processos seletivos específicos, como faz a maioria da concorrência. “Ao invés de oferecermos cinco ou seis disciplinas vol-tadas especificamente para o concurso X, nossas turmas têm 14 disciplinas que pre-param os alunos para cerca de 90% dos concursos públicos”, explica.

O sistema de ensino do Curso Maxx inclui a realização de simulados, livros didáticos com 50% de desconto, moni-toria extra, aulas on-line e controle de aplicação de conteúdo. A escola ainda oferece pacotes de vantagens, em que o aluno frequenta 90% das aulas e ganha um curso igual com bolsa de 100% caso

“é minha paixão, quero ficar velhinho e continuar dando aulas”, afirma portella

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Um dos maiores desafios que Por-tella enfrentou como empreendedor foi conseguir capital de giro. “É preciso um endividamento inicial para ter lucro”, reflete. Outra dificuldade diz respeito à descrença e desconfiança dos que estão ao redor. “No início, o empreendedor é muito solitário, pois as demais pessoas geralmente têm dificuldade de enxergar as reais possibilidades do negócio – e elas nem têm a obrigação disso, já que sequer sabem exatamente o que você está fazendo”, afirma.

Manter a qualidade de vida faz parte das estratégias do empresário para ter sucesso na carreira. O kitesurfe semanal, por exemplo, é sagrado. “Em hipótese nenhuma eu abdiquei da qualidade de vida para empreender. Aconteça o que acontecer, às sextas-feiras eu largo tudo e vou para Araruama praticar kitesurfe”, conta Portella, que “bate cartão” todos os demais dias, das 9h às 22h. “Você precisa encontrar um método de se energizar e aproveitar a vida, porque o mais impor-tante nisso tudo é o ser humano.”

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curso maxx:www.cursomaxx.com.br

dos sócios, os também professores Ale-xandre lopes e Ricardo Mello.

padrão de ensino

Com o auxílio de um sistema infor-matizado de gestão empresarial, a rede será capaz de manter o mesmo padrão de ensino em qualquer lugar do Brasil. O objetivo este ano é dar continuidade à expansão no Rio de Janeiro, onde já foram comercializadas seis unidades. A primeira delas deve ser inaugurada em Niterói ainda este semestre. Até outubro, serão inauguradas as franquias da Barra da Tijuca, Ilha do Governador, Bangu e São Gonçalo.

A partir de 2012, a intenção de Por-tella é expandir para outros estados, so-bretudo São Paulo, Paraná e Distrito Fe-deral. “Como São Paulo é muito grande, vamos entrar logo com quatro unidades de uma vez, uma em cada zona da cida-de”, revela. Enquanto isso, o empresário concentra-se em fortalecer a infraestru-tura da chamada “central de inteligência” da empresa, que cuida de todo o funcio-namento de tarefas específicas das uni-dades, como a elaboração de material di-dático, atualização do site e extranet. “O objetivo é que os franqueados ocupem-se apenas da gestão do ponto de venda.”

Para realizar o antigo sonho de ter

um colégio, em março de 2010 Portella adquiriu o Colégio Educo, tradicional instituição carioca de educação infantil e ensino médio. Em 2012, a expectativa é reinaugurá-lo com o nome Colégio Maxx e uma proposta de ensino inovadora e to-talmente integrada às novas tecnologias. “Cada aluno, por exemplo, vai receber um iPad para fazer exercícios e assistir aulas on-line.”

1968

2001

2004

2005

2010

2011

Nasce no Rio de janeiro.

Funda a editora Irium, especializada em material didático.

vende sua parte na editora e começa a dar aulas em casa. No mesmo ano, funda a primeira unidade da pronto-Aula no bairro Recreio dos bandeirantes.

Abre a segunda unidade, em jacarepaguá. No mesmo período, separa-se do sócio e reinaugura a unidade com o nome curso maxx.

Adquire o colégio educo, que a partir de 2012 passa a se chamar colégio maxx.

Inicia a expansão do curso maxx através do franchising.

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OMarcelo Portellacurso maxx

Atualmente com 3 mil alunos, o curso maxx iniciou 2011 se

lançando no mercado de franquias

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011formação

por beatrice gonç[email protected]

Os primeiros anos de vida de uma criança são considerados por especialistas como uma janela de oportunidades. Mo-mento em que o cérebro está em formação e que precisa receber constantes estímulos para se desenvolver de uma forma plena. Essa é uma etapa da vida em que a criança, além de brincar, deve ser incentivada a fa-zer exercícios de memória e de raciocínio e testar suas aptidões motoras. As escolas têm um papel fundamental nesse processo mas, além delas, outras instituições têm se especializado em oferecer cursos que esti-mulem a memória, a concentração e o ra-ciocínio. Só no segmento de franquias, 8% do total de redes tem como público-alvo crianças, e uma grande parte dessas em-presas tem se destacado no mercado por oferecer programas de ensino que estimu-lam o desenvolvimento cognitivo. Métodos que podem ser aplicados nas escolas, como parte do currículo, ou utilizados como uma atividade extracurricular.

A franquia FasTracKids trouxe para o Brasil um método novo de ensino que busca promover o desenvolvimento e des-pertar o interesse e o prazer das crianças pela aprendizagem já nos primeiros anos da infância. O foco da empresa é trabalhar com meninos e meninas entre seis meses e oito anos de idade a partir de estímulos musicais, brincadeiras em lousas interati-vas e jogos lúdicos. “A franquia trabalha com crianças até oito anos porque é nesse período que 80% do cérebro está sendo formado e esse é um momento único para promover o desenvolvimento. Se ela for estimulada nessa etapa é possível até que aumente em 20% a 30% a sua capacidade intelectual”, afirma Ana Paula Harley, dire-tora da FasTracKids no Brasil.

A rede oferece quatro programas de estímulo cognitivo que são indicados para diferentes faixas etárias. O FasTrack Sig-ning, por exemplo, é voltado para crianças entre seis meses e dois anos de idade e

Aumento dos gastos dos pais com a educação dos filhos estimula a oferta de cursos para o desenvolvimento cognitivo de crianças

busca desenvolver a capacidade de comu-nicação dos bebês através do método da linguagem Americana de Sinais (ASl). A proposta do programa é fazer com que pais e babás aprendam a entender as re-ações e gestos das crianças mesmo antes delas começarem a falar.

O programa FasTracKids trabalha concei-tos de biologia, astronomia, economia e até mesmo metas e lições de vida com crianças entre três e oito anos. Todo o conhecimento é passado de forma lúdica e busca estimular os alunos a usarem a criatividade, a comuni-cação e o pensamento crítico. “Nós desem-penhamos um papel diferente do papel da escola. Na nossa rede não há o compromisso de fixação de conteúdos. Nossa proposta é estimular a criança em áreas que normal-mente ela não vê na escola.”

Durante as aulas os alunos são esti-mulados a falar em público e suas apre-sentações são gravadas pelos professores. Segundo a diretora da franquia no Brasil, esse processo faz com que as crianças au-mentem seu vocabulário, sua capacidade de raciocínio e de concentração. “Não tra-balhamos a formação profissional dos nos-sos alunos ou que a criança desde cedo vá se preparando para o mercado de trabalho. Mas a gente sabe que todas as atividades que realizamos na FasTracKids podem tra-zer bons resultados a longo prazo. Quan-do eu mostro para uma criança que falar em público é muito simples, naturalmente ela não terá dificuldade em falar em públi-co no futuro.”

Ana explica que para testar os resulta-dos do método, a franquia contratou um instituto de pesquisa norte-americano para acompanhar durante seis meses o desen-volvimento de crianças que faziam cursos da FasTracKids com aquelas que não eram alunas da instituição. “O que eles percebe-ram é que as crianças que utilizavam o mé-todo tinham uma evolução de 100% a 150% maior em habilidades sociais e de vocabulá-rios do que aquelas que não eram alunas.”

No Brasil, os programas da FasTracKids são oferecidos em escolas como parte do

FasTracKidsFundação: 1997taxa de franquia: a partir de R$ 50 milNúmero de funcionários necessários: de 2 a 8Faturamento bruto mensal: R$ 25 milInfraestrutura: de 25 a 85 m2

público-alvo: crianças entre seis meses e oito anos

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currículo e em unidades próprias da fran-quia. A rede, que tem hoje oito unidades, está em expansão e pretende chegar a 20 FasTracKids no Brasil nos próximos dois anos. Para abrir uma unidade dentro de uma escola, por exemplo, a taxa inicial de franquia é de R$ 50 mil e, para isso, é preciso ter uma sala de no mínimo 25 metros quadrados e uma lousa interativa. No caso da abertura de uma unidade própria, o investimento é maior, podendo chegar a R$ 250 mil.

A diretora da franquia explica que o re-torno sobre o investimento é rápido e que o faturamento bruto mensal de uma unida-de chega a R$ 25 mil. “Esse é um setor que vem crescendo no Brasil. Nos últimos anos é possível perceber uma preocupação maior dos pais com a educação de seus filhos e isso tem feito com que eles invistam mais em cur-sos de capacitação e de treinamento.”

Uma mudança de atitude dos pais que já é possível perceber até mesmo na eco-nomia. Pesquisa realizada pelo Instituto Insper mostrou que os brasileiros estão investindo mais em educação. O equiva-lente a 1,3% do PIB de 2009 é gasto por ano no País com educação privada, um valor alto se comparado até mesmo com as nações mais ricas do mundo, que inves-tem em média 0,9% das riquezas produ-zidas com educação privada. Segundo os autores da pesquisa, o estudo demonstra a precariedade do ensino público no País ao mesmo tempo em que evidencia uma maior preocupação com o nível educacio-nal das futuras gerações.

Nessa busca por oferecer melhores condições educacionais para os filhos e esti-mulá-los cada vez mais cedo, os pais devem

Top Secret Science & MathFundação: 1994taxa de franquia: a partir de R$ 15 milFaturamento bruto mensal: entre R$ 9 mil e R$ 30 milNúmero de funcionários: 1Infraestrutura: não é necessário ponto comercialpúblico-alvo: crianças e adolescentes entre quatro e 14 anos

Foco da FastracKids é trabalhar com crianças usando estímulos musicais, brincadeiras em lousas interativas e jogos lúdicos

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para casa e vão continuar brincando com o que criaram”, explica Ernani Fajgenbaum, franqueador da empresa no Brasil.

Um dos experimentos que a empresa costuma realizar com as crianças é mon-tar uma pequena lanterna a partir de fios, lâmpadas e uma bateria. Os materiais são disponibilizados pela empresa para cada criança e todo o trabalho de montagem do equipamento tem a orientação de um re-creador treinado pela franquia. Além dessa experiência, há outras 600 catalogadas pela franquia que podem ser feitas com crianças e adolescentes entre quatro e 14 anos.

O diretor da franquia no Brasil explica que esse tipo de serviço pode ser utiliza-do também em recreações em shoppings, empresas e escolas. O custo para levar uma equipe da Top Secret Science & Math para animar uma festa é de cerca de R$ 225 para 20 crianças, um valor que já inclui o mate-rial para a realização de cinco experiências.

A Top Secret foi lançada nos Estados Unidos em 1994 e tem hoje unidades em 18 países. A franquia entrou em funcionamen-to no Brasil em 2011 e a expectativa da rede é que ainda este ano sejam abertas mais 15 unidades no País. A taxa inicial de franquia é de R$ 15 mil e não é necessário ter um pon-to comercial porque a casa do franqueado pode funcionar como a base do seu negócio. “O investidor recebe treinamento de cinco dias para entender os processos da área ad-ministrativa da empresa e, além disso, ele é capacitado para manter o laboratório de experiências e se tornar o cientista que vai orientar os experimentos”, explica.

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FastracKids: www.fastrackids.com.brFranchise emporium: www.franchiseemporium.com.brmétodo Supera: www.metodosupera.com.brtop Secret Science and math: www.brasiltopsecretscience.com.br

ficar atentos. De acordo com a pedagoga Carine Conte, é preciso evitar a sobrecarga de atividades extracurriculares que podem até mesmo atrapalhar a vida escolar do filho. “Quando a criança tem muitas coisas para fazer, ela às vezes não tem nem tempo de brincar. Aconselho que a criança até um ano de idade tenha mais contato com sua família e que a partir dos dois anos ela comece a par-ticipar de outras atividades.”

O engenheiro Antônio Perpétuo é um desses pais que sempre buscou o melhor para seus filhos. Em 2005, ele montou um grupo interdisciplinar para discutir novos métodos de ensino que pudessem contri-buir para a melhor formação educacional de crianças e adolescentes. Em conjunto com educadores, pedagogos e psicólogos, ele criou o Método Supera, um sistema de ensino para potencializar a criatividade, a concentração e o raciocínio lógico que se baseia no uso do ábaco, de jogos, de exer-cícios lógicos e de dinâmicas de grupo.

A proposta do Método Supera é ser uma ginástica para o cérebro, um sistema de ensino que pode ser utilizado para pes-soas de diferentes faixas etárias. No caso das crianças, o método pode começar a ser aplicado aos quatro anos de idade como parte das atividades da escola ou como um curso extracurricular. “Esse é um método que pode tanto ajudar os alunos que têm dificuldades de aprendizagem porque os ensina a se concentrar melhor, como auxilia a potencializar a criatividade e a velocida-de de raciocínio daquelas crianças que não apresentam dificuldades na escola.”

O sucesso do método fez com que o engenheiro resolvesse franquear o negó-

cio. Hoje já são 35 unidades em operação em todo o Brasil e outras 20 devem ser inauguradas até o fim do ano. Em funcio-namento desde 2006, a rede é destaque em sua área de atuação e já recebeu o selo de excelência concedido pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Assim como a rede Supera, o setor de franquias com foco em educação registra alto crescimento no País. Em 2010, o seg-mento movimentou mais de R$ 5 bilhões no Brasil. Para quem pensa em investir em franquias de capacitação e treinamento e quer atender o público infantil, a sugestão do consultor Jefferson Ramirez, diretor da Franchise Emporium, é procurar um ne-gócio que tenha uma proposta diferencia-da. Além disso, ele aconselha que o inves-tidor faça uma pesquisa de mercado junto ao público que pretende atingir.

estímulo lúdico

Os momentos de festa também podem ser boas oportunidades para promover o desenvolvimento cognitivo das crianças. A franquia Top Secret Science & Math faz isso ao promover o que considera ser um entre-tenimento educativo. A proposta da rede é oferecer recreação para crianças – o entre-tenimento é feito com conteúdo científico.

Quando a franquia é contratada para animar festas de aniversário, por exemplo, quem entra em cena é o cientista maluco que junto com as crianças faz experiências usando conceitos de ciência e matemáti-ca. “Em uma festa realizamos cinco experi-ências com cada criança. O interessante é que aquilo que elas produzem elas levam

Método SuperaFundação: 2005taxa de franquia: R$ 35 milNúmero de funcionários: 6Infraestrutura: 70 m2

público-alvo: crianças a partir de quatro anos

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Modelo móvelEspecializada em serviços de reparos e reformas em residências,

condomínios e espaços comerciais, a Dr. Resolve lança um novo mo-delo de negócio itinerante. O projeto foi criado especialmente para cidades com até 15 mil habitantes e visa atender os consumidores que sofrem com a falta de empresas do tipo.

Trata-se da primeira franquia móvel do segmento no qual cada franqueado contemplará até cinco cidades em que o número total de moradores não ultrapasse a marca de 50 mil habi-tantes. O projeto piloto inaugurou em maio e abran-ge as cidades de Potirendaba, Nova Aliança, Ibirá, Cedral e Bady Bassit, no interior de São Paulo.

“Ao aderir ao formato, o franque-ado tem a vantagem de atuar em cidades que apresentam demanda de procura por ser-viços, mas que sofrem com a escassez de profi ssionais especializados”, conta David Pinto, diretor-presidente da rede. O investimento inicial médio para abertura de uma fran-quia móvel gira em torno de R$ 25 mil, com retorno previsto entre seis e 12 meses. www.drresolve.net

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Metodologia vencedoraO ano de 2011 tem sido de recordes para a Rede de Ensino Kumon.

Só no primeiro trimestre a empresa abriu 41 novas unidades em São Pau-lo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia. O segredo do sucesso está na metodologia única, desenvolvida ao longo de mais de cinco décadas, que desenvolve amplamente a capacidade de qualquer criança e que possibilita aos seus alunos estudarem conteúdos além da série escolar.

“Em 2011 buscaremos o cresci-mento ainda maior das franquias exis-tentes e das novas que entrarem na rede”, afirma Julia Shiroiwa, do Depar-tamento de Recrutamento. A empresa estima para este ano um crescimento médio de 13% no número de alunos no Brasil. Há expectativas de que em algumas regiões do Sudeste, Sul e Centro-Oeste este percentual de crescimento seja maior.

O valor inicial médio para instalação de uma unidade fica em torno de R$ 11 mil, mais taxa de franquia que varia entre R$ 1.560 e R$ 2.520 e capi-tal de giro no valor de R$ 5 mil. Com faturamento mensal estimado em R$ 12 mil, o retorno é esperado em 12 a 24 meses. www.kumon.com.br

Chancela renovadaCom 79 franquias, 14 quiosques e 600 pon-

tos multimarcas em todo o País, a Imaginarium é considerada a maior rede brasileira de loja de presente e decoração. O crescimento da empre-sa foi reconhecido pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), que concedeu à Imaginarium o 12º Selo de Excelência em Franchising (SEF) na categoria Sênior 2011. A premiação é conce-dida anualmente pela entidade aos profissionais que mais se destacam na prática do franchising.

O selo também visa estimular a melhoria do nível de atuação das empresas por meio da valorização das melhores práticas e do profissio-nalismo. Para obter a chancela, que vale por um ano, as franqueadoras passam por um rigoroso processo de avaliação. O critério utilizado pela ABF na concessão leva em consideração aspec-tos éticos e técnicos do franchising.

Especializada na produção e comércio de presentes, objetos de decoração, eletrônicos e artigos de uso pessoal, a Imaginarium ofe-rece completo suporte aos franqueados no controle das áreas de administração, vendas, decoração, marketing e treinamento. A expec-tativa da rede é continuar crescendo, com a inauguração de outras 20 franquias até o fim do ano e presença em mais 150 multimarcas. www.imaginarium.com.br

Expansão gradativaCom foco na expansão da rede, o centro de ensino de idiomas PBF

projeta crescimento de 20% para este ano e a abertura de dez novas unidades, concentradas principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais. O objetivo é ampliar o número de alunos de todas as faixas etárias: adultos, jovens e crianças – que hoje somam mais de 100 mil alunos.

Para sustentar o plano de crescimento, a rede conta com ações de propaganda para cada linha de produto e de patrocínio esportivo voltadas para o atletismo, ciclismo e futebol, como o recente apoio ao time do São Caetano durante jogo pelo Campeonato Paulista. A marca prevê ainda diversas ações para 2011, como o lançamento de uma nova mascote para a próxima campanha publicitária direcionada ao público infantil. “Nossa estratégia atual é apoiar a solidez de todas as franquias para que novas escolas possam surgir gradativamente em outras regi-ões”, afirma Christian Ambros, diretor da Fundação R. H. Fisk, detento-ra da rede PBF. www.pbf.com.br

Marca global Principal sistema de franquias de agências de

viagens independentes do mundo, a lufthansa City Center não para de crescer no Brasil. De 2010 até agora, o número de unidades franqueadas cresceu mais de 50%, saltando de 11 agências para 17 em apenas quatro meses. “Muitas agências de viagem já existentes, quando descobrem o ganho de competi-tividade que podem ter se tornando parte da rede, decidem aderir à franquia”, afirma Idione Particelli Rechinelli, presidente da associação que reúne to-das as franqueadas no Brasil.

As franquias lufthansa City Center no País estão presentes em São Paulo (capital e interior), Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Goiânia e Novo Hambur-go (RS). Os clientes, além de contar com o apoio de uma marca globalmente conhecida, têm à disposição tarifas especiais graças a acordos com mais de 13 mil hotéis, companhias aéreas e operadores de turismo.

Em todo o planeta são 690 agências de viagens, espa-lhadas por 80 países, gerando mais de 4,5 mil empregos diretos e um volume de negócios da ordem de mais de 4,5 bilhões de euros. O sistema de franquias chegou ao Brasil a partir de 2002. www.lufthansacc.com

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f r A N q u I A

Loja ecológicaCriada há dois anos pelo empresá-

rio André Krai, a Container Ecology Sto-re intitula-se a única rede de franquias em contêiner no mundo. Com dois anos de atuação no Rio Grande do Sul, a empresa agora chega à capital paulis-ta com o objetivo de fechar o ano com 80 lojas em todo o Brasil. Atualmente, a rede conta com franquias no interior de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O conceito inédito de loja ecoló-gica utiliza em sua composição con-têineres reciclados com mais de 20

anos de uso e outros materiais – como araras feitas de corrimão de ônibus e deques de casca de arroz. “Nós cria-mos um conceito inovador de butique ecológica que alia modernidade, sus-tentabilidade, baixo custo operacional e retorno imediato”, afirma Krai.

A Container Ecology Store oferece franquias a partir de R$ 79 mil, taxa de franquia zero, taxa de royalties fixa por mês conforme operação, fundo de mar-keting de 3% do faturamento mensal estimado e retorno no prazo de 12 a 24 meses. www.lojacontainer.com.br

Segunda mãolançado há dois anos, o site de

ofertas Tem Usados é especializa-do na comercialização de carros, caminhões, motos e aviões – usados, novos ou seminovos. Com franque-ados em 27 cidades de norte a sul do País, a empresa segue o plano de expansão com a abertura de mais duas unidades na capital paulista e uma em Teresina, no Nordeste.

O portal funciona da seguin-te forma: o franqueado regional credencia lojas locais de veículos usados no site, que funciona como uma vitrine eletrônica dos produtos. Através do portal o consumidor faz uma pesquisa e seleção de carros via internet para compra, envia ao lojista para contato pessoal, e vai à loja apenas para averiguar as condições reais do veículo e fechar negócio.

O valor inicial médio para aquisição da franquia varia conforme a localiza-ção e gira entre R$ 13 mil e R$ 60 mil, e o percentual de rentabilidade pode chegar a 50% do faturamento. “Durante a implantação, uma equipe vai até a re-gião da franquia para formatar, cadastrar as principais lojas da região e treinar técnicas de abordagem para a captação de clientes e funcionamento do softwa-re administrativo e do site. Além disso, há um suporte à disposição de segun-da a sexta-feira, através de skype ou telefone”, detalha Paulo Cruz, proprie-tário da rede. www.temusados.com.br

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PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto MercAdológico, MP- MAteriAl ProMocionAl, PP- ProPAgAndA e PublicidAde, Po- Projeto de oPerAção, oM- orientAção sobre Métodos de trAbAlho, tr- treinAMento, PF- Projeto FinAnceiro, Fi- FinAnciAMento, ei- escolhA de equiPAMentos e instAlAções, Pn- Projeto orgAnizAcionAl dA novA unidAde, sP- solução de Ponto

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EmpreenderInscrIções ao MPe BrasIl vão até dIa 15 de agosto

InforMe do sIsteMa BrasIleIro de aPoIo às MIcro e Pequenas eMPresas

junho/2011 – WWW.seBrae.coM.Br - 0800 570 0800

Premiação incentiva melhoria da gestão e reconhece boas práticas adotadas por micro e pequenas empresas

stão abertas as inscrições ao MPE Brasil 2011 – Prêmio de Compe-titividade para Micro e Pequenas Empresas, uma realização do Se-brae, Movimento Brasil Competi-

tivo (MBC), Gerdau e Fundação Nacional da Qualidade (FNQ).

Criado para reconhecer empresários e instituições brasileiras que investem em con-ceitos e práticas de gestão, a iniciativa busca valorizar ideias e difundir valores como o au-mento da qualidade, da produtividade e da competitividade das micro e pequenas em-presas (MPE). As inscrições são gratuitas e po-dem ser feitas até o dia 15 de agosto pelo site www.premiompe.sebrae.com.br ou nos pontos de atendimento do Sebrae em todo o País.

Além da participação em seminários de excelência, os inscritos no MPE Brasil pre-enchem um questionário de autoavaliação e recebem um relatório personalizado com pontos fortes da empresa e indicação de

oportunidades de melhoria na gestão. Com isso, as organizações têm a oportunidade de potencializar seu negócio, aumentar a competitividade e melhorar seus produtos e serviços, contribuindo para o desenvolvi-mento econômico da sua comunidade.

Com mais de 99 mil empresas inscritas na edição de 2010, a expectativa é reunir um número ainda maior de interessados em melhorar a qualidade dos serviços e produtos oferecidos. O MPE Brasil é voltado para negócios de diferentes setores, locali-zados em quaisquer estados, que tenham receita bruta anual de até R$ 2,4 milhões e pelo menos um ano fiscal.

Neste ciclo, o prêmio inova com a cria-ção da categoria “Destaque de Inovação”. As empresas ganham mais uma chance de concorrer à premiação, além das categorias já conhecidas e que premiam boas práticas de gestão em áreas como indústria, comér-cio, serviços, turismo, TI, saúde, educação,

Inscritos recebem um relatório personalizado com pontos fortes e oportunidades de melhoria na gestão

Divulgação

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Vencedores das etapas estaduais participam da cerimônia nacional, em Brasília, no primeiro trimestre do ano

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Reb

elloEmpreender o MPe BrasIl é

voltado Para negócIos de dIferentes setores e de todos os estados, que tenhaM receIta Bruta anual de até r$ 2,4 MIlhões e Pelo Menos uM ano fIscal

agronegócio e destaque de responsabilida-de social. As candidatas são avaliadas pela qualidade da gestão e pela capacidade em-preendedora do empresário.

A partir do preenchimento do questio-nário de autoavaliação, baseado no Modelo de Excelência da Gestão (MEG) disseminado pela FNQ, as empresas inscritas concorrem em duas etapas. Em âmbito estadual, as instituições recebem a visita de avaliadores capacitados e são submetidas à Banca Téc-nica e à Banca de Juízes. As selecionadas concorrem também na etapa nacional, com empresas de todo o Brasil.

Caso seja premiada, a empresa pode uti-lizar a marca MPE Brasil como instrumento de comunicação e ser reconhecida como exemplo de sistema de gestão alinhado aos princípios mundiais de excelência. Além de seguirem para a etapa nacional, os selecio-nados nos estados participam de seminário para micro e pequenas empresas em Brasí-lia, no primeiro trimestre de 2012.

// Modelo de excelência Credibilidade e comprometimento. Esses

são os principais diferenciais da Omega Tecnologia, na avaliação de seu diretor-executivo, Magnum Foletto. A pequena empresa de Santa Maria (RS) sempre teve como objetivo se aprimorar e alcançar me-lhores resultados, mas, no ano passado, ganhou mais do que isso. Foi reconhecida em 2010 como melhor empresa de Servi-ços de Tecnologia da Informação (TI) do país pelo Prêmio MPE Brasil.

“Sempre procuramos o aprimoramento da empresa, mas não imaginávamos ganhar na primeira participação. Foi muito bom sa-ber o estágio da empresa no mercado. Um reconhecimento como este mostra que, ape-sar de termos muito que melhorar, trilhamos o caminho certo”, diz o empresário.

Baseado no Modelo de Excelência em Gestão idealizado pela FNQ, o MPE Brasil avalia as empresas pelas características de comportamento empreendedor dos pro-prietários, pela gestão e pelos resultados financeiros. Com esses ideais, a Omega Tecnologia participa desde 2005 do PGQP, programa estadual com base nos mesmos critérios de qualidade e produtividade.

Por seus avanços ante o mercado, o empreendimento foi apontado como uma empresa que conta com sistemas organi-zacionais estruturados, com programas de gestão de pessoas e estratégias de resul-tados eficientes. “Acho que os clientes nos veem como empresa sólida e de credibili-dade. Isso na área de tecnologia da infor-mação é bem complicado porque envolve riscos altos. Temos programas bem estru-turados, voltados para ações que atendam clientes e fornecedores da melhor maneira possível”, conta Foletto. A Omega Tecnolo-gia surgiu em 2003 com foco em treina-mento e certificação oficial de TI, oferecen-do serviços de consultoria e suporte técnico empresarial. Três anos depois, unificou suas operações com a GPSNet, de Gustavo Stock, e reformulou o foco dos produtos e serviços. Hoje conta com 47 funcionários e está distribuída em sete unidades no Rio Grande do Sul. No próximo mês, uma nova unidade será inaugurada no município de Passo Fundo (RS). Ao todo, tem mais de 1 mil contratos e possui cerca de 500 clien-tes em 15 estados. E

Empreender – Informe do Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 605, Conjunto A, Asa Sul, Brasília-DF, CEP: 70.200-645 Fone: (61) 3348-7100 – Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae

ServiçoInscrições: www.premiompe.sebrae.com.br

Textos: www.agenciasebrae.com.brMais informações: www.sebrae.com.br

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Equipe on-lineA Nextel lança a nova versão do seu serviço de

automação da força de campo, o “Equipe Online 2.0”, elaborado especialmente para pequenas e médias empresas que precisam gerenciar suas equipes de forma ágil e eficiente. Com novas fun-cionalidades e layout mais moderno, a solução agora permite o envio de ordem de serviço para grupos, novos modelos de relatórios e também passou por algumas mudanças no menu de op-ções para facilitar a organização e o uso e ma-nuseio das informações.

Através desta ferramenta, as companhias podem enviar em tempo real ordens de ser-viço direto para os aparelhos Nextel via in-ternet. Indicado para as empresas dos ramos de manutenção, entregas, distribuição de produtos e serviços e logística, proporcio-na economia e produtividade, uma vez que diminui deslocamentos, e também garante maior segurança e controle ao fornecer in-formações precisas sobre o andamento das ordens de serviço. www.nextel.com.br

Torneiras inteligentesUma das maiores fabricantes de louças e metais sanitários do

mundo, a Toto desembarca no Brasil com uma linha de torneiras com sensores de vazão automática. Chamadas de Self-Power, as torneiras são fabricadas com tecnologias inovadoras que garan-tem máxima economia de água, como um microssensor automá-tico posicionado na ponta da bica, que acionará uma quantidade

mínima de água a cada utilização. Outro diferencial consiste num gerador localizado dentro da unidade eletrônica, que utiliza a energia da água em movimento que flui pelo interior do mistura-dor, para gerar e armazenar a energia do microssensor de forma autossuficiente, dispensando o uso de baterias ou eletricidade. www.br.totousa.com

Nas nuvensO Cloud E-mail Archiving é a nova

solução da Spamina para ajudar as organizações a simplificarem o armaze-namento e a administração dos e-mails. A solução permite que os administra-dores de sistemas possam capturar, armazenar e recuperar e-mails de entrada, de saída e internos, mantendo um registro seguro das comunicações críticas para os negócios da companhia.

Entre as principais características do software estão a interface de usuário pro-fissional acessível que, juntamente com um backend portátil, permite uma rápida configuração para uso com qualquer servidor de e-mail padrão; facilidade de busca por múltiplas categorias, gráficos e ferramentas para administração do arquivo; procura e recuperação rápida de qualquer e-mail; e a verificação da integridade das mensagens armazenadas no arquivo e suporte multiusuário, que permite o acesso de mais de um admi-nistrador ao arquivo. www.spamina.com

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Marketing gratuitolançado pelo Sebrae, o Click Marketing permite que os gesto-

res de micro e pequenas empresas façam gratuitamente o plano de marketing do seu empreendimento. O público-alvo são proprietá-rios de negócios com até dois anos de funcionamento. A página já foi utilizada por mais de 13 mil pessoas desde sua criação, em agosto de 2010. O Sebrae também oferece a oficina pre-sencial ‘Plano de Marketing’.

Para utilizar a ferramenta basta fazer o cadastro no site. Já os interessados em participar das oficinas devem se informar nas unidades estaduais do Se-brae. A programação acontece em dois encontros de quatro horas. O empresário recebe material impresso com exercí-cios e textos explicativos sobre o tema. “Aconselhamos que o empresário faça um trabalho integrado, passando primeiro pela ofi-cina e acessando, em seguida, o software, para colocar em prática o que aprendeu”, explica Alessandra Cunha, analista de Capacitação Empresarial do Sebrae. www.clickmarketing.sebrae.com.br

Soluções de impressão Destinada ao mercado de pequenas e médias empresas e pe-

quenos escritórios, a impressora multifuncional em cores OKI MC361 destaca-se pela qualidade de impressão e cópias em co-res, além de atender às necessidades de envio e recebimento de fax e digitalização de documentos. O equipamento possui mecanismo duplex (impressão automática em frente e ver-so) e alimentador automático de folhas soltas com reversão (RADF), que permite cópias de forma rápida e prática.

Outro diferencial é a velocidade de 23 páginas impressas por minuto em cores e 25 no modo monocromático, que agiliza o atendimento às necessidades de impressões sob deman-da. A tecnologia HD Color, em conjunto com a tecnologia Single Pass, permite a utilização de folhas com espessura de até 220g/m² e a produção de banners com o compri-mento de até 1,3 metro. Possui ainda o modo ECO, sis-tema inteligente que proporciona redução do consumo de energia elétrica e acelera automaticamente pequenas tarefas. O resultado final é alto desempenho com consu-mo de energia inferior a 1,5 W. O preço sugerido da MC361 é R$ 2.699. www.okiprintingsolutions.com.br

“TaPETs”Considerada líder global

do segmento de entretelas, a empresa alemã Freudenberg Nonwovens é responsável pelo desenvolvimento da lutrafor, uma nova geração de tapetes automotivos feitos à base de fibras recicláveis de garrafas PET. Os produtos receberam o Troféu Inovação e Sustentabilidade entregue durante a feira Index 2011, realizada em Genebra, na Suíça, no último mês de abril. Segundo o fabricante, entre as vantagens dos carpetes reciclados para a indústria au-tomobilística estão a redução de custo, peso e desempe-nho, além de ser uma solução sustentável por dispensar o uso de látex ou poliuretano, sem comprometer a aparên-cia. www.freudenberg.com

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Vendas pelo Facebook

O MoIP Pagamentos, empresa do setor de meios de pagamento on-line, é responsável pelo lançamento de uma interface – conhecida como widget – que torna possível a criação de serviços para e-commerce dentro do Facebook. Ini-ciativas como essa, até então inéditas no Brasil, são uma das principais tendências do comércio eletrônico no exterior. Só nos Estados Unidos, onde já há serviços do gênero, estima-se que US$ 1,2 bilhão circularão pelo Facebook durante 2011.

O objetivo da ferramenta é fomentar o chamado social commerce, conceito que define a integração entre e-commerce e redes sociais. Com um widget, qualquer empresa ou desenvolvedor poderá criar a sua própria solução de e-commerce dentro do Facebook aceitando os princi-pais meios de pagamento utilizados no Brasil, que inclui a maioria das bandeiras de cartões existentes ( Visa, MasterCard, Diners, American Express e Hipercard), débito em conta no Bradesco, Itaú, Banco do Brasil ou pagamento via boleto.

A primeira empresa a utilizar a nova interface é a LikeStore, que inaugurou em maio sua primeira loja no Facebook, do site Show de Ingressos. Através da opera-ção on-line, a companhia prevê movimen-tar cerca de R$ 18 milhões até o fim do ano, realizando 150 mil transações com tí-quete médio de R$ 120. www.moip.com.brhttp://apps.facebook.com/dextralikestore

Sistema inovador Especializada em sistemas pneumáticos para automação, a Metal Work

lança uma nova linha de produtos para manipulação com vácuo. A técnica do controle dos movimentos usando o ar comprimido para gerar vácuo é muito ampla e conta com diversas vantagens sobre os métodos tradicio-nais por bombas de vácuo elétricas, com destaque para a economia de energia. Para manipular peças dessa forma, através de bombas de vácuo acionadas eletri-camente, gasta-se energia mesmo quando o sistema não está consumindo vácuo. Já as centrais AR geram o vácuo somente no momento da fi xação das peças, o que reduz signifi cativamente o consumo. A tecnologia empregada na linha AR também produz volume de vácuo até cinco vezes maior que o ar comprimido consumido, ga-rantindo alto rendimento do sistema. Ao todo, são mais de 500 tipos diferentes de perfi s, tamanhos e materiais que permitem fi xar peças com porosidades, pedras úmidas, vidros, materiais quentes e até mate-riais sensíveis – como ovos – e transportá-los sem nenhum risco em altas velocidades. www.metalwork.com.br

P R O D U T O S E S E R V I Ç O S

nais por bombas de vácuo elétricas, com destaque para

que reduz signifi cativamente o consumo. A tecnologia empregada na linha AR também produz volume de vácuo até cinco vezes maior que o ar comprimido consumido, ga-rantindo alto rendimento do sistema. Ao todo, são mais de 500

Placa-mãe revolucionáriaA MSI Computer lança no mercado brasileiro a placa-mãe H61M-P21

(B3), feita sob medida para a nova geração de processadores Intel Sandy Bridge, baseados na plataforma Core i7, i5, i3, Pentium e Celeron com soquete LGA 1155. O equipamento conta com tecnologia exclusiva de overclocking e dispensa o uso de sistema operacional.

A placa-mãe contém os processadores gráfi cos Intel HD Graphics 3000 e 2000 integrados em seu núcleo, bem como conectores HDMI, DVI e D-Sub. Oferece até 16 GB de memória RAM por meio de dois soquetes Dimm, com 10 saídas USB 2.0, além de quatro portas Sata, que suportam fl uxo de dados de 3 GB por segundo, e outras três portas PCI-E x1. Conta com a exclusiva tecnologia de overclocking automático integrado desenvolvido pela MSI, o chamado OC Genie II. A ferramenta garante que, em apenas um segundo, haja um aumento na performance do processador e da memória. Desta for-ma, o desempenho da iGPU (Unidade de Processamento Gráfi co) aumenta

em até 36%. Ideal para equipar um HTPC (Home Theater PC), o produto conta ainda com oito canais de áudio (7.1) em alta defi nição.

www.msicomputer.com.br

em até 36%. Ideal para equipar um HTPC (Home Theater PC), o produto conta ainda com oito canais de áudio (7.1) em alta defi nição.

www.msicomputer.com.br

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O conflito sobre a oferta de crédito e os altos juros cobrados das pe-quenas e médias empresas é antigo. O cenário atual indica que o mercado caminha para um ambiente com oferta de crédito empresarial de perfil mais adequado e estável, para que a economia pos-sa crescer de forma sustentável.

Um dos entraves para que este ambiente se ma-terialize com mais rapidez é a existência de poucas referências sobre como funciona o processo deci-sório de crédito no sistema financeiro – etapa que define o custo final para as empresas. Outro empe-cilho é o fato do empresário, em geral, ter poucas informações sobre como pode e deve agir para me-lhorar o custo do crédito que lhe é oferecido.

Para guiar os empreendedores no chamado “relacionamento bancário”, a obra apresenta sete passos fundamentais para se atingir o sucesso nas negociações com bancos e instituições financeiras. Autoconhecimento, autoavaliação, mapeamento do mercado bancário, comunicação e monitoramento estão entre as dicas, que são recomendadas para empresas de todos os portes e segmentos.

Os autores ressaltam a importância de a orga-nização fornecer informações precisas sobre o seu negócio e sua solidez como tomadora de crédito, já que as análises de empréstimos devem ocorrer no momento em que ele será pago. O livro mostra ainda como reduzir a percepção de risco que os bancos têm da sua empresa e como é possível aumentar as linhas de créditos oferecidas, com pagamentos a juros bem mais baixos.

Chega de crise Os 7 passos para o melhor relacionamento bancárioFernando blanco e luiz caladoeditora Saraiva – R$ 39Obra mostra como melhorar o

relacionamento com os bancos, obtendo uma oferta maior de crédito a juros menores “Os bancos, em vez de concentrarem grande

volume de recursos em poucos megaconglomerados (costumam pagar spreads baixos), podem, hoje, fazer negócios com uma miríade de pequenas e médias empresas (pagam juros mais altos) que, por

serem ligadas estrategicamente às grandes corporações, oferecem risco proporcionalmente menor. por sua vez, isso proporciona que a economia atravesse um processo saudável de descentralização de negócios, abertura de novas oportunidades empresariais e geração de emprego, além da especialização, que agrega produtividade e riqueza para o sistema, num empolgante círculo virtuoso.”

“quando o crédito ideal não é aprovado, a maioria das empresas toma dinheiro a curto prazo, descontando as duplicatas mensalmente. Ou seja, financia ativos, que darão retorno a longo prazo com linhas de curtíssimo prazo, sempre

sujeitas a refinanciamento. em alguns casos, essa ilusão pode ter conserto. mas, em outros, empresas e empresários promissores são vítima de sua própria competência produtiva pela incapacidade de fazer sua relação bancária funcionar.”

Plano de negócios – Seu guia definitivojosé dornelas – editora campus-elsevier – R$ 44,90

Considerado um dos maiores especialistas brasileiros em empreende-dorismo, José Dornelas é professor em cursos de MBA na USP e na FIA, além de ser autor de uma dezena de livros sobre o tema. Em sua mais re-cente obra, ele pretende suprir a demanda de clientes, empreendedores e demais pessoas que precisam desenvolver um planejamento de negócios de maneira objetiva e direta.

Além do volume impresso, a editora oferece ainda vários recursos on-line, que são disponibilizados para complementar o aprendizado e o conhecimento. Os leitores podem conferir imagens de vídeos, apresenta-ções, planilhas e exemplos de planos completos. O pacote inclui ainda um software on-line (www.easyplan.com.br) para facilitar o desenvolvimento do plano de negócios.

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As medidas macroprudenciais do governo Dilma rousseff

A N á L I S E E c O N Ô M I c A

Quase seis meses à frente do País, o governo Dilma Rousseff começa a dar o tom de sua política econômica: pagar a conta deixada pelos anos de crescimento desordenado do governo lula. Em função da crise de 2008, os últimos anos foram caracterizados por inúmeros incentivos à produtividade e ao consumo, como a re-tirada do IPI para diversos setores (“linha branca”, automotivos, etc.) e a grande di-minuição de juros no País, chegando ao mais baixo nível em sua história (8,75% a.a.) em julho de 2009.

Tais políticas foram vitais para impedir uma recessão e ocasionar uma boa saída do Brasil perante uma grave crise interna-cional. No entanto, as consequências co-meçam a surgir, como uma inflação de de-manda interna, inflação internacional das commodities e uma acentuada queda do dólar – esta ocasionada pela política mo-netária expansionista dos Estados Unidos.

Com a entrada de um novo governo, um novo presidente do Banco Central foi escolhido. A saída de Henrique Meirel-les para a entrada de Alexandre Tombini marcou significativamente a mudança de postura na atuação da política monetária. Divergente a Meirelles – que contrariava constantemente o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o afrouxamento fis-

por álvaro Salgado Frassonleme Investimentos

política econômica atual é marcada por contração monetária e fiscal em relação ao presidente lula

cal –, Tombini está mais próximo ao discur-so desenvolvimentista do governo Dilma.

Diferentemente do que o antigo presi-dente faria, as medidas macroprudenciais desta nova gestão se dão de forma mais lenta, como as pequenas e sucessivas altas dos juros. Desde o início do ano, todas as reuniões do Copom resultaram em leves altas. Foram três: janeiro (0,5%), março (0,5%) e abril (0,25%).

Tombini crê que leves e constantes altas da Taxa Selic conseguem enfrentar a inflação sem afetar tanto a produtividade nacional – o que parece ser antagônico com os preceitos macroeconômicos mo-dernos, onde um governo com credibili-dade deve optar, sem titubear, por rápidas ações e altas taxas de juros.

Outras medidas também foram marcan-tes nesse período. O aumento da alíquota de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para 6% para empréstimos tomados no exte-rior. O objetivo é conter a entrada de dólares no País, tentando frear a valorização do real e aumentar a arrecadação fiscal.

A política econômica brasileira hoje é caracterizada por uma contração mone-tária e fiscal, ou seja, está diminuindo o crédito, aumentando os impostos e cortes nos gastos públicos. Todas essas atitudes nos últimos meses são em razão da con-

Apesar dos indicadores terem apresentado quedas,

muitos analistas preveem que tais ações ainda não são suficientes

e que o governo está conveniente com a volta da inflação

tenção da inflação, que já fugiu do seu centro de meta (4,5% a.a.) e sua expectati-va para o fim do ano já é de 6,37% a.a. – o topo da meta é de 6,5% a.a.

Vivemos hoje um momento de incer-teza quanto à efetividade dessas medidas. Apesar dos últimos indicadores de infla-ção tivessem nos apresentado quedas (IPCA/abril = 0,79% para uma expectati-va de IPCA/maio = 0,43%), muitos ana-listas preveem que tais ações ainda não são suficientes e que o governo de Dilma Rousseff está conveniente com uma volta da inflação. O que é evidente, aos nossos olhos, é que todas essas medidas macro-prudenciais são consequências de uma má herança deixada pelo governo lula.

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Carteira Teórica Ibovespa

All Amer lat ON 1,104 AçãoAmbev PN 0,979 AçãoB2W Varejo ON 0,701 AçãoBMF Bovespa ON 3,902 AçãoBradesco PN 3,130 AçãoBradespar PN 0,993 AçãoBrasil Telec PN 0,390 AçãoBrasil ON 2,726 AçãoBraskem PNA 0,596 AçãoBRF Foods ON 1,341 AçãoBrookfield ON 0,622 AçãoCCR Rodovias ON 0,802 AçãoCemig PN 1,134 AçãoCesp PNB 0,685 AçãoCielo ON 1,539 AçãoCopel PNB 0,598 AçãoCosan ON 0,784 AçãoCPFl Energia ON 0,441 AçãoCyrela Realty ON 1,866 AçãoDuratex ON 0,589 AçãoEcodiesel ON 1,311 AçãoEletrobras ON 0,890 AçãoEletrobras PNB 0,743 AçãoEletropaulo PNB 0,530 AçãoEmbraer ON 0,755 AçãoFibria ON 1,498 AçãoGafisa ON 1,648 AçãoGerdau Met PN 0,660 AçãoGerdau PN 2,574 AçãoGol PN 1,211 AçãoIbovespa 100,000 AçãoItausa PN 2,315 AçãoItauUnibanco PN 4,015 AçãoJBS ON 0,934 AçãoKlabin S/A PN 0,404 Açãolight S/A ON 0,541 Açãollx log ON 0,914 Açãolojas Americ PN 1,207 Açãolojas Renner ON 1,098 AçãoMarfrig ON 0,546 AçãoMMX Miner ON 1,440 AçãoMRV ON 1,233 AçãoNatura ON 0,845 AçãoOGX Petróleo ON 3,773 AçãoP. Açúcar - CBD PNA 0,808 AçãoPDG Realt ON 2,745 AçãoPetrobras ON 2,206 AçãoPetrobras PN 8,517 AçãoRedecard ON 1,283 AçãoRossi Resid ON 1,163 AçãoSabesp ON 0,352 AçãoSantander BR UNT N2 1,097 AçãoSid Nacional ON 2,359 AçãoSouza Cruz ON 0,443 AçãoTam S/A PN 1,041 AçãoTelemar N l PNA 0,225 AçãoTelemar ON 0,268 AçãoTelemar PN 0,923 AçãoTelesp PN 0,155 AçãoTim Part S/A ON 0,125 AçãoTim Part S/A ON 0,170 9Tim Part S/A PN 0,840 AçãoTran Paulist PN 0,229 AçãoUltrapar PN 0,486 AçãoUsiminas ON 0,592 AçãoUsiminas PNA 2,462 AçãoVale ON 2,925 AçãoVale PNA 11,956 AçãoVivo PN 0,793 Ação

Inflação (%)

índice maio Ano

Igp-m 0,43 3,38Igp-dI 0,50 3,48IpcA 0,66 3,64Ipc - Fipe 0,31 3,34

Juros/Aplicação (%)

maio Ano

cdI 0,98 4,53Selic 0,98 4,54poupança 0,61 2,92Ouro bm&F 0,25 -3,29

Indicadores Imobiliários (%)

maio Ano

juros/crédito (%)

2/junho 1/junho

desconto 2,00 2,00Factoring 3,90 3,91hot money 3,49 3,49giro pré (taxa mês) 2,20 2,20

câmbio

Mercados Futuros

cotação

dólar comercial ptax R$ 1,5845 euro uS$ 1,4482 Iene (uS$ 1,00) $ 80,8700

dólar R$ 1,585 R$ 1,590juros dI 12,08% 12,14%

contratos mais líquidos 31/05Ibovespa Futuro 64.490

Nome classe participação tipo deAção bovespa Ativo

Até 02/06

em 31/05

cub Sp 3,33 4,18tR 0,11 0,39

julho Agosto

Até 31/05

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De 15 a 17/09/2011Ecoenergy – Feira Internacional de Tecnologias Limpas e Renováveis para Geração de Energiacentro de exposições Imigrantes – Spwww.feiraecoenergy.com.br

Reúne empresas do setor de geração, transmissão e distribuição de energia lim-pa e renovável, do Brasil e do exterior, com novidades no setor de energia eólica, hidráulica e solar. A entrada é gratuita.

De 4 a 6/10/2011Tubotech – Feira Internacional de Tubos, Válvulas, conexões e componentescentro de exposições Imigrantes – Spwww.feirasnacipa.com.br

Empresas do Brasil e do exterior apre-sentam as principais novidades em tubos, medidores de vazão, ferramentas e borra-chas industriais. Durante o evento são re-alizadas também a Expo Válvulas e a Expo Bombas. A visitação é gratuita.

De 23 a 25/06/2011Fenavid – Feira Nacional do Vidro, Alumínio, Molduras & CiacentroSul – Florianópolis – Scwww.fenavid.com.br

Entre os expositores confirmados es-tão Alusupra, Arbax, Belmetal, Bottero do Brasil, GMS e Kimarco. Será realizada tam-bém em Goiânia de 14 a 16 de outubro.

De 27 a 30/06/2011Francal – Feira Internacional da Moda em Calçados e AcessóriosAnhembi – São paulo – Spwww.feirafrancal.com.br

Apresenta a coleção primavera-verão de mais de 1 mil marcas de sapatos, bolsas e acessórios. São esperados 50 mil visitan-tes, entre lojistas, importadores e estilistas.

De 5 a 8/07/2011Eletrolar ShowFeira para a Indústria e o varejo de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e tItransamérica expo center – Spwww.eletrolarshow.com.br

Um dos maiores salões de negócio do setor de eletrodomésticos, portáteis, brinquedos e produtos de informática. Exclusiva para varejistas e compradores. São esperados mais de 11 mil visitantes.

De 9 a 12/07/2011Enflor – Feira Nacional de floristasexpoflora – holambra – Spwww.enflor.com.br

A Enflor reúne os maiores floristas do Brasil. Nesta edição do evento, a artista floral Stans Scheltinga ensina a fazer bu-quês de noivas e Roberto Takata ensina a esculpir frutas utilizando uma técnica tailandesa. Durante o evento é realizada também a feira de paisagismo Garden Fair. Na edição deste ano, Raul Canovas debate práticas sustentáveis em projetos de paisagismo e os engenheiros agrôno-mos Antônio Marques de Souza Filho e Haroldo Sampaio falam sobre técnicas de implantação de gramados.

De 2 a 4/08/2011Brazil Promotiontransamérica expo center – Spwww.brazilpromotion.com.br

Apresenta as principais novidades em produtos e serviços promocionais, brin-des, presentes corporativos, produtos e serviços para a realização de eventos. A feira reúne cerca de 200 expositores e re-cebe mais de 11 mil visitantes.

De 16 a 18/08/2011Photoimage Brazilexpo center Norte – São paulo – Spwww.photoimagebrazil.com.br

A Photoimage Brazil é considerada um dos maiores eventos do setor de imagem e eletroeletrônicos do País. A feira abrange o segmento de foto, vídeo, pré-impressão, impressão digital, web design, acessórios, serviços e mídia. Paralelo ao evento é re-alizada a feira Brazil Consumer Eletronics Expo (BCEE), voltada para o segmento de games, eletroeletrônicos e notebooks.

A g E N D A

DESTINO BrASIL

De 13 a 17/07/2011Salão do Turismo – Roteiros do BrasilAnhembi – São paulo – Sp – www.salao.turismo.gov.br

O Salão do Turismo é promovido pelo governo federal para promover e comer-cializar roteiros turísticos do País. O evento, que está em sua sexta edição, faz parte das diretrizes do Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil. Os visitan-tes do Salão podem conhecer os roteiros turísticos das 27 unidades da federação e ainda adquirir pacotes de viagens.

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