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www.empreendedor.com.br ISSN 1414-0152 Gestão de excelência Essa é a chave para entrar no hall das empresas competitivas e resistentes às crises, não importa o tamanho de seu negócio ESPECIAL: SOMENTE OS TRENS PODEM COLOCAR O TRANSPORTE DE PESSOAS E CARGAS DO BRASIL NOS TRILHOS FRANQUIAS: ESCOLAS DE CLUBES E ESPORTISTAS FAMOSOS INOVAÇÃO: A ORDEM É OUVIR OS DESEJOS DO CONSUMIDOR ANO 17 N o 199 MAIO 2011 R$ 9,90

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Edição n. 199 da revista Empreendedor, de maio de 2011

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www.empreendedor.com.br

ISSN

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Gestão deexcelência

Essa é a chave para entrar no hall das empresas competitivas e resistentes às crises, não importa

o tamanho de seu negócio

ESpEcIal: SomENtE oS trENS podEm colocar o traNSportE dE pESSoaS E cargaS do BraSIl NoS trIlhoS

FraNquIaS: EScolaS dE cluBES E ESportIStaS FamoSoS INovação: a ordEm é ouvIr oS dESEjoS do coNSumIdor

aNo 17 No 199maIo 2011 r$ 9,90

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Chave do suCessouma gestão de excelência. Essa é a chave para entrar no hall das empresas compe-titivas e resistentes às crises, não importa o tamanho de seu negócio. um processo que exige planejamento, liderança, controle de gastos, motivação de funcionários, inovação e uma estreita relação com os clientes. como gerir todas essas práticas no dia a dia não é fácil, a Empreendedor foi atrás de especialistas e apresenta um sistema que permite sistematizar, controlar e verificar todos esses procedimentos. um modelo que vem trazendo um retorno excelente para quem já o adotou.

22N e s Ta e d I Ç Ã o

EMPREENDEDORES

NÃO DURMA NO PONTO

PRODUTOS E SERVIÇOS

lEITURA

ANÁlISE ECONÔMICA

AGENDA

81654626466

L e I a Ta M B É M

18 | eNTrevIsTarodrigo geammal

O diretor-executivo da Elos Cross Marke-ting fala como experiências esportivas e de entretenimento podem estreitar relações e elevar a satisfação de colaboradores e clien-tes, resultando na melhoria das vendas.

30 | PaNoraMatrilhos para que te quero

Fugir dos engarrafamentos nas cidades e do trânsito intenso e oneroso das rodovias. Para um país continental como o Brasil, trens são a melhor solução. Dando continuidade à série sobre os diferentes meios de deslo-camento e o impacto que sistemas de trans-portes mais racionais teriam neste mercado, abordamos nesta edição os trens. Confira em que situação se encontra este modal hoje e o que está sendo feito para que ele tenha uma participação mais expressiva dentro da ma-triz de transportes brasileira, ainda tão dis-tante da racionalidade.

40 | INovaÇÃodesejos do consumidor

O processo de inovação não é uma exclusividade dos departamentos de en-genharia ou de novos produtos. Profis-sionais de marketing, venda e pós-venda, por sua proximidade com clientes, podem colaborar muito para o desenvolvimento de artigos mais afinados com os interes-ses do mercado.

44 | FraNquIaolé!

Não é de hoje que o brasileiro é louco por futebol, e apaixonado por muitos outros esportes, entre eles o vôlei. E com o estímulo da realização de grandes eventos desportivos no Brasil, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, os negócios relaciona-dos à área só tendem a crescer.

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O índice de mortalidade de empresas no Brasil ainda é alto, apesar de grandes avanços terem sido feitos na última década – 58% em 2010, ante 71% em 2000, entre empreendimentos de pequeno porte com menos de cinco anos, conforme o Sebrae de São Pau-lo. Mais do que uma questão de mercado ou macroeconomia, o

motivo para este verdadeiro desastre pode estar em deficiências de ges-tão. Não importa se o seu produto ou serviço atende a todos os desejos e necessidades do cliente; se a administração do negócio apresentar falhas, isto vai corroer todo o trabalho restante e os resultados financeiros.

Está comprovado que uma gestão de excelência, das práticas do dia a dia ao planejamento da empresa, traz competitividade e fôlego para en-frentar crises. Isso envolve planejamento, liderança, controle de gastos, motivação de funcionários, inovação e uma estreita relação com os clien-tes. A boa notícia é que é perfeitamente possível, não importa o tamanho, sistematizar, controlar e verificar todos esses procedimentos através da incorporação de um modelo de gestão. A repórter Beatrice Gonçalves foi atrás de especialistas e apresenta na matéria de capa desta edição o sistema de gestão de excelência difundido pela Fundação Nacional de Qualidade, além de exemplos de quem já o adotou – os resultados são mais do que animadores.

Na continuidade da série sobre os meios de transporte, a jornalis-ta Cléia Schmitz expõe o cenário atual do modal ferroviário no País e o impacto na competitividade de empresas e na qualidade de vidas dos cidadãos se os trens fossem mais – e melhor – utilizados no transporte de cargas e passageiros. A necessidade de investir em ferrovias é antiga, mas com as perspectivas de forte crescimento da economia e o aumento da população nos centros urbanos ela se torna urgente e imprescindível.

Ainda sobre a série, mas em relação à reportagem publicada na edi-ção anterior, que abordava motos e bicicletas. Analisando os comentá-rios, percebi como a utilização das bicicletas ainda é polêmica, e que isto ocorre por falta de entendimento das características de utilização deste meio de transporte e da necessidade de um sistema integrado de modais – para não falar também em vias agradáveis. Ninguém quer que uma pes-soa pedale grandes extensões para chegar ao seu destino. Se o percurso é longo, a ideia é que ela percorra um pequeno trecho até a estação de transporte coletivo mais próxima, onde deixaria sua bicicleta e seguiria de ônibus, trem ou metrô. É claro, isso exige sistemas que integrem modais de forma eficiente e que propiciem conforto e segurança aos usuários. Tema que será discutido na última reportagem da série, que também abordará a logística integrada de cargas.

Antes disso, em junho, falaremos sobre a evolução do empreende-dorismo no País e do empreendedor brasileiro nos últimos 17 anos, em comemoração às 200 edições da Revista Empreendedor. Muita coisa mudou. Mas queremos saber de você o que melhorou em relação aos negócios no Brasil, o que piorou, o que continua na mesma – e precisa mudar. Envie sua opinião para [email protected], colocando “opinião 200” no campo “assunto” do e-mail. E se a sua empresa também nasceu em 1994, assim como a Revista Empreendedor, envie sua histó-ria para nós, através do e-mail [email protected], colocando “empresa 200”. Os melhores casos serão publicados na edição comemo-rativa de junho.

alexsandro vanin

e d I T o r I a L

Na edição de junho falaremos sobre a evolução do

empreendedorismo no país e do empreendedor brasileiro

nos últimos 17 anos, em comemoração às 200

edições da revista

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a revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor

diretor-Editor: Acari Amorim [[email protected]]

diretor de comercialização e marketing: Geraldo Nilson de Azevedo [[email protected]]

redação Editor-Executivo: Alexsandro Vanin [[email protected]] – repórteres: Beatrice Gonçalves, Cléia Schmitz e Mônica Pupo – Edição de arte: Gustavo Cabral Vaz – projeto gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Casa da Photo, lio Simas e PhotosToGo – Foto da capa: Divulgação/Elektro – revisão: lu Coelho

Sedes

São paulo diretor: Fernando Sant’Anna Borba – Executivos de contas: Ana Carolina Canton de lima e Osmar Escada Jr – rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – higienópolis – 01239-010 – São paulo – Sp – Fones: (11) 3214-1020/2649-1064/2649-1065 [[email protected]]

Florianópolis

Executiva de atendimento: Joana Amorim [[email protected]] – rua padre lourenço rodrigues de andrade, 496 – Santo antônio de lisboa – 88050-400 – Florianópolis – Sc – Fone: 3371-8666

central de comunicação – rua anita garibaldi, nº 79 – sala 601 – centro – Florianópolis – Sc – Fone (48) 3216-0600 [[email protected]]

Escritórios regionais

rio de janeiro triunvirato Empresarial – Milla de Souza [[email protected]] – rua São josé, 40 – 4º andar – centro – 20010-020 – rio de janeiro – rj – Fones: (21) 2611-7996/9607-7910

Brasília Ulysses Comunicação ltda. [[email protected]] – Fones: (61) 3367-0180/9975-6660 – condomínio ville de montagne, q.01 – cS 81 – lago Sul – 71680-357 – Brasília – distrito Federal

paraná merconeti representação de veículos de comunicação ltda – Ricardo Takiguti [[email protected]] – rua dep. atílio almeida Barbosa, 76 – conjunto 3 – Boa vista – 82560-460 – curitiba – pr – Fone: (41) 3079-4666

rio grande do Sul Flávio Duarte [[email protected]] – rua Silveiro, 1301/104 – morro Santa teresa – 90850-000 – porto alegre – rS – Fone: (51) 3392-7767

pernambuco hm consultoria em varejo ltda – Hamilton Marcondes [[email protected]] – rua ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa viagem – 51021-310 – recife – pE – Fone: (81) 3327-3384

minas gerais SBF representações – Sérgio Bernardes de Faria [[email protected]] – av. getúlio vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – Belo horizonte – mg – Fones: (31) 2125-2900/2125-2927

assinaturas Serviço de atendimento ao assinante – [[email protected]] – o valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de r$ 118,80. aproveite a promoção especial e receba um desconto de 10%, pagando somente r$ 106,92 à vista. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

produção gráfica Impressão e acabamento: Coan Gráfica Editora CTP – distribuição: Distribuidora Magazine Express de Publicações ltda – São Paulo

Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br Editora: Carla Kempinski – repórter: Raquel Rezende

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Alexandre Costa, da Cacau Show

EXEMPLO EMPREENDEDORAlexandre Costa, da Cacau Show

EXEMPLO EMPREENDEDORO empreendedor Alexandre Tadeu da Costa, presidente da

rede de lojas Cacau Show, vai representar o Brasil na 25ª edição do prêmio Ernst & Young Entrepreneur of the Year, marcada para o mês de junho, em Monte Carlo, no Principado de Môna-co. Ele é o vencedor da etapa brasileira do prêmio, concedido a empresários que se destacam em uma série de critérios como: inovação, espírito empresarial, integridade e infl uência pessoal, pioneirismo e perseverança na superação de obstáculos.

A trajetória de Alexandre Costa é mesmo referência para novos empreendedores. Ele criou a Cacau Show em 1988, aos 17 anos, por conta de um mal-entendido. Alexandre era revendedor de uma indústria de chocolates e depois de comercializar 2 mil ovos

de Páscoa de 50 gramas descobriu que o tamanho estava fora de linha. Para não frustrar os clientes, comprou a matéria-

prima necessária e contratou uma senhora que fazia chocolates caseiros para confeccionar os ovos.

A experiência lhe mostrou o potencial de negócio do chocolate artesanal e o jovem Ale-

xandre decidiu investir no segmento. Vinte e três anos se passaram e hoje ele é o dono da maior rede de chocolates fi nos do mundo. São mais de 1 mil franquias espalhadas por ruas e shoppings de todo o Brasil, o que faz da Cacau Show a maior rede de franquias de alimentação do Brasil. O que impres-siona ainda mais é que a marca aderiu ao franchising há apenas oito anos.

Em novembro do ano passado, Alexandre lançou o livro Uma trufa e... 1.000 lojas depois! para celebrar

sua milésima loja. Na obra ele conta sua trajetória e dá conse-lhos a quem quer se aventurar pelo mundo dos negócios. “Meu

grande desafi o pessoal é permane-cer com o mesmo espírito do começo,

de paixão pelo trabalho e entrega plena a um sonho. E fazer com que esse espírito

continue impregnado na empresa, por mais que ela cresça”, disse, na ocasião.

A fábrica da Cacau Show, instalada em Itapevi (SP), produz anualmente 13 mil toneladas de chocolate. São

cerca de 100 lançamentos a cada ano. Com essa estratégia, a marca registra um crescimento médio de 50% no seu fatu-ramento anualmente. Em 2010, Alexandre Costa alcançou a marca de R$ 1 bilhão, inimaginável àquele jovem de 17 anos que precisava dar um jeito para entregar o que vendeu e dei-xar seus clientes satisfeitos. Típico de um empreendedor que pensa longe. www.cacaushow.com.br

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guilherme Wroclawski e heitor chaves, do portal Saveme

oPorTuNIdade BeM aProveITada Aproveitar oportunidades é uma das

principais atitudes que se espera de um empreendedor. Foi seguindo essa carti-lha que os jovens publicitários Guilher-me Wroclawski, 27 anos, e Heitor Cha-ves, de 26, conquistaram, em menos de um ano, um espaço no disputadíssimo mercado de negócios na internet. Eles são os criadores do portal SaveMe, o primeiro agregador de sites de compras coletivas e clubes de compra do Brasil – um modelo de comércio eletrônico que explodiu na web brasileira no ano passa-do e continua conquistando milhares de adeptos pelo País afora.

O negócio nasceu como ZipMe no dia 1° de julho do ano passado e logo cha-mou a atenção de grandes empresas que atuam na web. Ao completar três meses de vida, 75% da empresa já pertencia ao Buscapé, gigante do setor de vendas on-line. Após um período de transição, o portal mudou de marca, passando a se chamar SaveMe. Atualmente, ele agre-ga mais de 400 sites em 47 cidades do Brasil e recebe 40 milhões de pageviews ao mês. No momento, sua atuação está sendo expandida para outros países do continente americano, como Argentina, México, Chile e Colômbia.

Guilherme e Heitor se conheceram em 2002 na Escola Superior de Propagan-da e Marketing (ESPM), em São Paulo. No início de 2010, a dupla tomou uma deci-são: deixar seus empregos e apostar num negócio próprio. A ideia era aproveitar o boom dos sites de compra coletivas no Brasil e criar um portal que colocasse as ofertas todas num só lugar, facilitando a escolha dos consumidores desses servi-ços e lhes poupando tempo e dinheiro. Hoje, com 25% de participação no negó-cio que criaram há dez meses, Guilher-me e Heitor continuam fazendo parte da equipe do SaveMe. www.saveme.com.br

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Concórdia, Santa Catarina, meados de 1995. A advogada Claudia Marcon Thomé esperava seu segundo filho quando conheceu Mery Portolan, então proprietária de um ateliê especializado em enxovais de bebês feitos sob medi-da. Ela se encantou tanto com o traba-lho que não contou tempo em aceitar a proposta de sociedade de Mery na produção das peças. Surgiu, assim, no início de 1996, numa pequena sala com duas máquinas de costura, a Começo de Vida, confecção de kits para berços e acessórios para os primeiros meses de vida de uma criança. Hoje a empresa tem 20 colaboradores diretos, atende lo-jas de todo o Brasil e ainda exporta para o Chile, Estados Unidos e Austrália.

“Minha maior dificuldade foi sair do nada”, recorda Claudia, 14 anos depois. No último dia 15 de abril, ela recebeu do Sebrae de Santa Catarina o prêmio Mu-lher de Negócios 2010, na categoria Pe-quenas Empresas. A empresária também é uma das 17 finalistas da etapa nacional, que teve mais de 3 mil inscritas. O prê-mio será entregue no dia 25 de maio, em Brasília. No evento em Concórdia, Clau-dia lembrou o primeiro dia em que foi ao Sebrae pedir orientação para o seu negó-cio. “Adquiri um pequeno livro de bolso chamado Indústria. Para quem vinha de um escritório de advocacia, aqueles ensi-namentos funcionaram como um bálsa-mo”, destaca a empresária.

Com metas ambiciosas, Claudia cha-mou a irmã Márcia para a sociedade e elaborou cinco coleções completas de enxovais. Todas as peças foram rabis-cadas à noite pela própria empresária, depois que os filhos já estavam dormin-do, com os lápis de cor das crianças. A empresária também investiu na produ-

claudia marcon thomé, da começo de vida

desaFIo CoLorIdo

ção de um catálogo e foi à luta com um propósito bem definido: conquistar uma grande rede de lojas. A meta foi alcança-da no ano 2000, quando a marca passou a ser vendida nas lojas Renner. A parceria durou até 2005, quando a rede extinguiu o setor de enxovais. “Foi uma grande vi-tória. A Renner foi uma escola para nós”, recorda Claudia.

Antes disso, em 1997, ela recebeu o primeiro pedido em série da Alô Bebê, rede de lojas de São Paulo, começando

seu processo de expansão para todo o mercado nacional. No momento, o foco é aumentar os negócios também no exte-rior. “Figuramos em mais de 40 sites inter-nacionais de comércio e aguardamos com otimismo o que está por vir neste segmen-to”, afirma Claudia. “Sigo colorindo com lápis de cor e lembrando o caminho per-corrido até aqui. Mesmo em momentos de instabilidade, tenho na alma a certeza de um sonho maior, de novos desafios e vitórias.” www.comecovida.com.br

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Andreia Rosa de Amorim, da Eco Moda para Crianças

QUEBRA DE PARADIGMAAndreia Rosa de Amorim ganhava a vida tentando con-

vencer empresários de que práticas de sustentabilidade são viáveis economicamente a qualquer negócio, além de uma ótima estratégia de diferenciação. Até que, em 2010, resolveu colocar em prática seus próprios ensinamentos e criou a Eco Moda para Crianças, uma loja de roupas infantis

especializada em artigos sustentáveis, instalada em Flo-rianópolis. Já no plano de negócios incluiu uma série

de estratégias ligadas à responsabilidade ambiental e social. O espaço de vendas foi feito com base nos princípios da arquitetura sustentável: uso racional de materiais para menor geração de resíduos; aplicação de materiais ecológicos como madeira de demolição e bambu; aproveitamento máximo da luz natural e iluminação artifi cial efi ciente; isolamento térmico para reduzir custos com ar-condicionado, etc.

Andreia também selecionou os fornecedo-res das roupas infantis utilizando critérios de sustentabilidade. Todas as marcas vendidas na loja têm algum tipo de preocupação ecoló-gica em seus processos de produção, como uso de algodão orgânico e de poliéster de garrafas plásticas, e aplicação de produtos

biodegradáveis no processo de tingimento e estamparia. A seleção exigiu tempo e

dedicação. Andreia mapeou cerca de 100 empresas e enviou um ques-

tionário para avaliar o nível de sustentabilidade. Vinte e cinco responderam e 12 foram selecionadas para in-tegrar a primeira coleção da

Eco. “Deu mais trabalho, mas em apenas seis meses que-bramos o paradigma de que não há mercado para tais produtos. Nossos clientes estão encantados”, afi rma a lojista. Andreia preten-de dobrar as vendas com

a coleção outono-inverno e, a médio prazo, franquear

seu modelo de loja. www.eco-modaparacriancas.com.br

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joão Satt Filho, da competence

MarCa ForTeCriar marcas fortes já era a preocupação do publicitário João Satt

Filho há 20 anos, quando ele decidiu levar adiante o desafio de ter o próprio empreendimento e fundou a Competence. Hoje, a agência é um dos maiores grupos publicitários do Sul do País. “Fomos pioneiros em pensar no posicionamento estratégico de uma marca”, afirma o empresá-rio. Satt vai comemorar duas décadas da empresa com um forte processo de expansão, incluindo o ingresso no mercado paulista por meio de uma parceria e a abertura de uma unidade em Joinville (SC).

A Competence também está presente fisicamente em Porto Alegre, Curitiba, Foz do Iguaçu (PR) e Brasília, e conta com mais de 200 colabo-radores. Com atuação nacional, a meta é superar em 25% o crescimento de 2010. Ao final do ano passado, a Competence se transformou em um grupo, formado pelas empresas Sunbrand, uma consultoria em estratégia de negócios e de marcas; pela Competence, uma agência de comunicação on-line/off-line/bellow the line; e pela Thiene, uma empresa de marke-ting comercial. www.competence.com.br

Vender sucos com sabor bem brasileiro no mercado norte-americano é um negócio que Glória Negrão e a filha Simone Anewalt dominam como poucos. Há dez anos elas comandam a liberty Imports, importadora fundada por brasileiros em 1983, com sede na Pensilvânia (EUA). A empresa distribui a linha Brazil Gourmet, marca de bebidas 100% naturais produzidas a partir do néctar de fru-tas tipicamente brasileiras, como manga, caju, goiaba e açaí. Hoje, a liberty Imports entrega seus produtos para mais de 5 mil pontos de venda em 18 estados americanos.

A expectativa é que esse crescimento seja ainda maior nos próximos anos. A meta da empresa, segundo Simone, é aumentar o fa-turamento em 25% até 2012. “Desenvolvemos nossa marca priorizando o sabor das frutas brasileiras com o objetivo de conquistar o mercado norte-americano, cuja preferência se dá por bebidas tropicais”, esclarece a empre-sária, que responde pela vice-presidência de vendas da liberty. A empresa tem centros de distribuição em Nova Jersey, Filadélfia, Savana e Houston. www.brazilgourmet.com

Simone anewalt, da liberty Imports

saBor BrasILeIro

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Eles estão aí. chegaram. E não foi agora, já faz algum tempo. mas nos pegaram to-talmente desprevenidos, ocupados que es-távamos matando um leão por dia. distraí-dos, não tivemos tempo para nos preparar. Foi tudo tão rápido que sequer consegui-mos apagar a nossa realidade anterior, tão diferente, mas ainda tão presente.

Nossa realidade era bem outra. Paciên-cia, uma atitude importante para quem qui-sesse aguardar uma promoção por mérito. A busca principal era por segurança acima de tudo, fosse em um emprego público ou na previsibilidade de uma carreira vertical. Os chefes eram respeitados e temidos. Ha-via uma grande distância entre eles e seus subordinados. Sabíamos dos nossos limites. Reconhecíamos e respeitávamos as claras fronteiras. As relações eram compartimen-tadas (pessoais, profissionais, familiares), com seus espaços e tempos específicos. Sem intercomunicação.

Mas eles chegaram e provocaram um vendaval! Vieram com mais ousadia do que responsabilidade, mais autoridade do que autonomia, mais direitos do que de-veres. Estão aí para deixar nossos cabelos de pé. E dispostos a arrombar a festa!

Eles têm pressa. Querem logo a di-retoria. Não têm noção de limites. Eles pensam que podem tudo; se deixar, são capazes de negociar a própria empresa. Relacionamento, para eles, é fundamen-

tal. Estão plugados o tempo todo: Twitter, SMS, Facebook, linkedIn, Blog, Orkut, YouTube, etc. As relações se fundem: cole-gas, amigos, familiares, e se desenvolvem em espaços e tempos compartilhados. O chefe pode ser “o cara” ou “o cara”, com ou sem ênfase, a entonação depende da qualidade da sua liderança.

O fato é que eles chegaram. De mochi-las, tatuagens, piercings, celulares e iPods. Pertencem à Geração Y. Podem ser a nos-sa mais nova dor de cabeça. Ou a solução para romper com o que ainda resta das sonolentas burocracias da era industrial. O fato é que não vieram em vão. Estão aí para sacudir a poeira. Nunca mais os am-bientes de trabalho serão os mesmos.

Eles querem privilégios e oportuni-dades. Ou nós aprendemos a aproveitar o potencial e o talento deles, ou eles vão buscar quem saiba aproveitar. Na concorrência, por exemplo. Conquistar – e, sobretudo, reter esses talentos – constitui o maior desafio das lideranças nos próximos anos. Não há saída, tere-mos que nos aliar a eles.

comece pelo relacionamentoEssa é a geração da conexão. E da

participação. Antigamente, a criança era colocada na sala para ser vista, não para ser ouvida. Essas da Geração Y, entretan-to, são diferentes. Aprenderam a opinar, a ser consultadas, a participar da decisão.

aPreNda (e LuCre!) CoM essa INvasÃo

Se você quer mesmo atrair e reter jovens da geração Y, promova o relacionamento. Eles querem

se sentir influentes: participar das decisões, trabalhar em equipe, integrar as redes sociais

N Ã o d u r M a N o P o N T o

São elas que escolhem onde e como vai ser o final de semana da família. Duvida? É só constatar.

Influentes desde a infância, na juven-tude e na vida adulta não conseguem se animar com um trabalho que desconsi-dere ou nem mesmo consulte suas opi-niões. Da mesma forma que acontecia em sua casa, o jovem da Geração Y quer se posicionar diante das decisões. Ele se sente parte ativa, no todo. Jamais se contentará em reduzir-se à condição de espectador silencioso.

Ambientes autoritários, onde as deci-sões são centralizadas e a distância entre chefes e subordinados é acentuada, difi-cilmente conseguirão atrair e reter os jo-vens da Geração Y. Esses jovens querem se relacionar do igual para o igual. Não estranhe se eles não usarem a alcunha ‘se-nhor’ ou qualquer outro tratamento mais protocolar. Não é do feitio deles.

Se você quer mesmo atrair e reter jovens da Geração Y, promova o relacio-namento. Eles querem se sentir influen-tes. Isso significa participar das decisões, trabalhar em equipe, integrar as redes sociais.

Invista no reconhecimentoEssa é a geração do feedback. Quer

um retorno sobre o seu trabalho. Nada, portanto, de partir da premissa de que as coisas não precisam ser ditas ou já estão subentendidas. Os jovens da Geração Y querem informações sobre o seu trabalho e sobre o seu comportamento. E esperam que essas informações sejam elogiosas.

Muitas vezes não há reforços ou elo-gios a fazer. Até ao contrário. Mas vá com calma. Respire fundo e se valha da memó-ria! lembre-se de algo positivo a dizer. E, depois, com cuidado e zelo, faça as críticas que precisam ser feitas.

Se você é de gerações anteriores, provavelmente vivenciou pouco o re-conhecimento (“não fez mais do que a

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sua obrigação” era a frase subliminar, na maioria das vezes) e, com isso, também não aprendeu a reconhecer. Essa é uma partitura fora de seu repertório. Então, você precisará se reeducar. Os jovens da Geração Y funcionam na base do reconhe-cimento. lembre-se disso se quiser atrair e reter esses profissionais de futuro.

promova o pensamento sistêmicoVocê certamente já se acostumou a

ver aquele jovem que, enquanto escuta seu iPod, tecla no computador, com vários arquivos abertos, ao mesmo tempo em que fala ao celular e dá goles no energé-tico à sua frente. O jovem da Geração Y é multifuncional. Cargo, para ele, não fun-ciona. Funções foram feitas para ser rein-ventadas. E manuais de normas e proce-dimentos para jogar no lixo. Não gostam do trabalho repetitivo e sem novidades. Querem experimentar coisas novas e, por isso, é preciso promover a inovação.

Se você quer oferecer um ambiente bem ao gosto dos jovens da Geração Y, introduza o trabalho por projetos. Eles gostam de desafios de curto prazo, para que logo estejam realizados. Projetos têm início, meio e fim e eles apreciam isso. Não querem a tristeza sem fim das tarefas e afazeres burocráticos. Anseiam, até mesmo, participar de mais de um projeto ao mesmo tempo. E, precipita-dos, antes de terminar o atual, já estão

ao lidar com a geração Y, pense mais em talento do que em habilidade, mais em

criatividade do que em experiência, mais em inovação do que em repetição

por roberto adami tranjanEducador da Cempre

Conhecimento & Educação Empresarial(11) 3873-1953/www.cempre.net

[email protected]

de olho no próximo projeto. Ao lidar com a Geração Y, pense mais

em talento do que em habilidade, mais em criatividade do que em experiência, mais em inovação do que em repetição.

Seja otimista“Quem eles pensam que são?” – esse é

um questionamento muito comum, dian-te deles, por que sempre se acham capa-zes, inclusive de fazer a sua parte, de ser promovidos antes do tempo ou de ganhar mais do que valem. O fato é que a Geração Y é a turma mais esperta que já pintou nes-se planeta, desde que por aqui apareceu o homo sapiens. Portanto, não tente corrigir esses talentos. Menos ainda com atitudes convencionais. Aprenda, isso sim, a lidar com eles e direcioná-los, de um jeito que compreendam e se comprometam. Afinal, eles já tomaram conta do mundo! E, apos-te, essa é uma realidade irreversível.

relatosA Revista Empreendedor chega, neste mês de junho, à edição número 200. São 17 anos de história de divulgação do empreendedorismo e apoio aos empresários brasileiros, apresentando oportunidades de negócio e as melhores práticas de gestão.

E, se a sua empresa também nasceu em 1994, assim como a Revista Empreendedor, envie sua história para nós, através do e-mail [email protected], colocando “empresa 200” no campo “assunto” do e-mail. Os melhores casos serão publicados na edição comemorativa de junho.

Muita coisa mudou neste período. Por isso, também queremos saber de você, empreendedor brasileiro, o que melhorou em relação aos negócios no Brasil, o que piorou, o que continua na mesma – e precisa mudar. Envie sua opinião para [email protected], colocando “opinião 200” no campo “assunto” do e-mail.

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exPerIêNCIasque MarCaM

rodrigo geammal

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Associar marca da empresa a emoções vivenciadas pelos clientes, como esportes e entretenimento, eleva a satisfação e o resultado de vendas

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para ser referência, é preciso garantir uma boa sinergia entre ações de comunicação do negócio,

relacionamento, incentivo e desenvolvimento

seus clientes. Para realizar isso desenvolve-mos uma metodologia exclusiva chamada Quatro Elos. Através da aplicação desse processo conseguimos elaborar um diag-nóstico, orientar as empresas para que elas consigam melhorar o relacionamento com seus colaboradores e clientes e para que aprimorem sua estratégia comercial.

como funciona a metodologia quatro Elos?Rodrigo Geammal – Desenvolve-

mos essa metodologia a partir da experi-ência que adquirimos enquanto agência de marketing de resultados. Ao analisar as necessidades de cada cliente, observamos quatro aspectos fundamentais para o su-cesso das vendas. Para ser uma referência em seu segmento, é preciso garantir uma boa sinergia entre as iniciativas de comu-nicação do negócio, promover ações de relacionamento, de incentivo e de de-senvolvimento. A partir desses critérios é que elaboramos o diagnóstico dos nossos clientes e trabalhamos no planejamento das ações de marketing.

como vocês trabalham esses dois eixos – do futebol e do entretenimento – no marketing de resultados?

Rodrigo Geammal – Temos mostra-do às corporações que é um bom negócio investir em esporte e entretenimento por-que esses temas conseguem sensibilizar, emocionar e motivar uma grande parte dos brasileiros. Nossa proposta é associar as marcas de nossos clientes a todas es-sas emoções geradas pelo esporte e pelo entretenimento. Para fazer isso desenvol-vemos uma série de produtos. Um deles é o Soccer Experience, uma campanha de marketing que busca promover o incre-mento de vendas usando o futebol para incentivar os colaboradores e sensibilizar os clientes da empresa. Para isso é criado um prêmio na empresa em que o ven-cedor ganha uma viagem para conhecer um clube de futebol e para passar um dia

por Beatrice gonç[email protected]

o esporte e o entretenimento po-dem ser bons aliados dos negócios. Empresas de diferentes formatos e perfis estão conseguindo melhorar seus resultados em vendas investindo em campanhas de marketing que promovam experiências esportivas e de entrete-nimento. para divulgar a marca e es-treitar as relações com seus públicos, elas apostam em eventos corporativos diferenciados como levar seus clientes e colaboradores para assistir a shows, espetáculos, jogos, campeonatos ou mesmo para viver um dia como jogador de futebol profissional.

rodrigo geammal, diretor-execu-tivo da Elos cross marketing, agência especializada em marketing de resul-tados com foco no esporte e no entre-tenimento, afirma que os investimen-tos corporativos nesses setores têm crescido a cada ano no Brasil e que o retorno para as marcas que promovem essas experiências é alto. Ele explica que em uma campanha cujo principal prêmio era levar um funcionário de uma corporação para viver um dia como jo-gador de futebol profissional no clube do Santos, a empresa que promoveu a experiência conseguiu alcançar 98% de satisfação do público que buscava atingir e registrou um aumento signi-ficativo nas vendas de seus produtos. “Nós temos mostrado para as corpo-rações que é um bom negócio investir em esporte e entretenimento porque esses temas conseguem sensibilizar, emocionar e motivar uma grande parte dos brasileiros. Nossa proposta é as-sociar as marcas de nossos clientes a todas essas emoções.”

Segundo geammal, para que o es-porte e o entretenimento tragam resul-tados significativos para os negócios é preciso planejamento. de acordo com o diretor da Elos cross marketing, é necessário realizar um trabalho per-sonalizado a partir das necessidades de cada cliente e aplicar um conjunto de estratégias de relacionamento, de incentivo e de endomarketing.

o que pode ser entendido como marketing de resultados?

Rodrigo Geammal – Essa é uma ca-tegoria nova que chega ao Brasil. Nossa proposta enquanto agência especializada em marketing de resultados é sempre empregar projetos para nosso cliente que promovam e viabilizem o incremento de vendas do negócio dele. Para promover isso usamos na Elos Cross Marketing um conjunto de estratégias de relacionamento, de incentivo e de endomarketing e estru-turamos todo o nosso trabalho a partir de duas temáticas: a do esporte e a do entrete-nimento. A partir desses eixos planejamos e executamos ações que permitam que nos-sos clientes melhorem seus resultados.

como funciona esse trabalho?Rodrigo Geammal – Em uma pri-

meira etapa, fazemos reuniões internas na empresa que será atendida para que pos-samos entender os seus processos e veri-ficar em que medida nós podemos auxiliá-la. Em alguns casos – como de empresas grandes que têm um número expressivo de colaboradores –, durante esse proces-so, além das reuniões são realizadas pes-quisas de mercado. Depois dessa etapa trabalhamos com todas as informações levantadas e a partir delas criamos um plano de ação e o executamos, sempre tendo como foco de trabalho o esporte e o entretenimento. Nossa proposta é a de trabalhar com as empresas o alinhamento de suas estratégias e o relacionamento de-las com seus clientes.

a que produtos e públicos a empresa pode apli-car o marketing de resultados?

Rodrigo Geammal – É possível tra-balhar para a promoção de produtos e serviços tanto com o público interno da empresa, com o intuito de motivar colabo-radores e fazer o alinhamento de estratégia do negócio, quanto com o público externo para melhorar a relação da corporação com

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nunca tinha viajado de avião e se hospedado em um hotel tendo a oportunidade de fazer isso. Essa é uma experiência que ele nunca esquecerá. Além disso, com uma campanha assim estamos realizando um sonho que muitos brasileiros têm, que é o de ser, pelo menos um dia, um jogador de futebol.

como tem sido a aceitação do mercado à pro-posta do marketing de resultados através do uso do esporte e do entretenimento?

Rodrigo Geammal – O mercado está vendo que o marketing de resultados é um diferencial. O crescimento da Elos Cross Mar keting chegou a 10% em 2010, na com-paração com o ano anterior. No ano passa-do, a empresa foi eleita uma das 15 melho-res agências brasileiras que trabalham com o tema esporte e isso, para nós, é um grande reconhecimento. O que mostra que estamos conseguindo transformar a paixão de algu-mas modalidades esportivas em resultados para as empresas. A projeção para 2011 é de aumento dos negócios em torno de 20%.

como se fosse um jogador profissional. Ele treina junto com a equipe principal e até joga com os atletas do time.

que produtos relacionados ao esporte e ao en-tretenimento vocês oferecem?

Rodrigo Geammal – Nosso trabalho é diferenciado, costumamos desenvolver produtos personalizados de acordo com a demanda de nossos clientes. Além do Soccer Experience, outro produto que tem uma procura alta é o Beautiful Day, uma campanha de marketing promovida por nossa equipe. É um dia especial ao público-alvo que a empresa pretende atingir levan-do-o para assistir a grandes shows e espetá-culos. Essa foi uma ação utilizada este ano pela PepsiCo para incentivar sua equipe de vendas na qual os melhores vendedores ganharam como prêmio a oportunidade de assistir ao show do U2 em São Paulo em um camarote. Temos também o Kart Expe-rience: realizamos um campeonato de kart exclusivo para o público a ser atingido pela campanha; e o Driver Experience, quando levamos clientes e colaboradores para assis-tir ao Stock Car Brasil.

qual costuma ser o esporte que as empresas que utilizam o marketing de resultados mais investem?

Rodrigo Geammal – O momento, claro, é de investir em futebol. Não se fala em outro assunto, já que estamos pró-ximos da Copa do Mundo no Brasil, e o brasileiro, de maneira geral, é um verda-deiro amante desse esporte. No entanto, temos vislumbrado uma forte tendência por ações relacionadas a esportes não tão populares assim. É o caso do golfe, que promete cair no gosto de muitos brasilei-ros em pouquíssimo tempo.

qual é o perfil de empresas que mais procuram pelo serviço de marketing de resultados?

Rodrigo Geammal – Quem costuma procurar nossos serviços são empresas de médio e grande portes. Já fizemos cam-panhas para a Sabesp, a Cosan (Esso), a Electrolux, a Globosat e a PepsiCo.

como essas ações promovidas pelo marketing de resultados trazem ganhos significativos para as empresas?

é um bom negócio investir em esporte e entretenimento porque esses temas conseguem sensibilizar, emocionar e motivar uma grande parte dos brasileiros

lINha dIrEta

Elos cross marketing: www.eloscrossmarketing.com.br

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Rodrigo Geammal – A proposta da Elos Cross Marketing é gerar emoção para o nosso cliente ou para os públicos que ele pretende atingir. Em todas as nossas campanhas o nosso objetivo principal é fazer com que o público-alvo se sinta prestigiado. Por isso temos que pensar em todos os detalhes para que a experiência que essa empresa vai promover, como a de vivenciar um dia como jogador de fute-bol ou assistir a um show, seja muito boa e que isso esteja relacionado à marca que levou o vencedor até lá e promoveu isso. Só para se ter uma ideia, com o Soccer Ex-perience uma empresa alcançou 98% de satisfação do público que buscava atingir e aumentou as vendas de seus produtos.

E o público-alvo dessas campanhas, como cos-tuma reagir a essa nova proposta de marketing?

Rodrigo Geammal – No ano passado fizemos uma campanha para a Esso para atingir os revendedores e os frentistas de postos de gasolina. O colaborador vencedor do prêmio veio de Manaus para Santos (SP) para viver o Soccer Experience na Vila Bel-miro. Foi emocionante ver uma pessoa que

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por Beatrice gonç[email protected]

A diferença entre uma empresa que não consegue sobreviver em um mercado tão competitivo – e que é obrigada a fe-char suas portas – e uma organização que é destaque em seu segmento pode estar na gestão. Um processo que exige planeja-mento, liderança, controle de gastos, mo-

tivação de funcionários, inovação e uma estreita relação com os clientes. Conseguir gerir todas essas práticas no dia a dia não é fácil, mas é possível sistematizar, controlar e verificar todos esses procedimentos atra-vés da incorporação de um modelo de ges-tão de excelência no negócio. Um sistema que pode auxiliar a empresa a analisar seus resultados, rever seus processos e fazer com que ela se torne mais competitiva.

Um estudo feito pela Serasa Experian durante nove anos com 182 empresas que utilizam modelos de gestão de exce-lência mostrou que elas tiveram melhor desempenho em comparação com outras do setor que não utilizam esses sistemas. Segundo o levantamento, as empresas do comércio que aplicaram modelos de gestão de qualidade tiveram crescimento de 82,8% no faturamento de 2000 a 2008,

adotar sistemas de gestão de excelência para as práticas do dia a dia e o planejamento de uma empresa traz competitividade e fôlego para enfrentar agruras do mercado

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CaMPeÃs da GesTÃo

Empresas vencedoras do mpE Brasil 2010

estância encantada (sP) categoria agronegócio

del Fino Centro automotivo (aL) categoria comércio

escola Chave do saber (MT) categoria educação

Paintech (sC) categoria indústria

Manipulare Farmácia de Manipulação (rs) categoria responsabilidade social

Medlab Laboratório Médico (MG) categoria saúde

NTW Contabilidade e Gestão empresarial (MG) categoria serviços

uninfo sistemas (sC) categoria tI

agência ar Casa Bonito e Pantanal (Ms) categoria turismo

enquanto as demais lojas do setor tiveram aumento no mesmo período de 51,2%. Em 2009, durante a crise econômica, as indústrias que aplicaram os princípios da gestão de excelência no negócio tiveram uma retração menor, cerca de 7%, en-quanto as demais indústrias diminuíram seu faturamento em 10%.

Mais preparadas para enfrentar os al-tos e baixos da economia, as empresas que utilizam sistemas de gestão conseguem rever constantemente seus processos e avaliar seus produtos e serviços. Ricardo Correa, diretor-executivo da Fundação Na-

cional de Qualidade (FNQ) – instituição que trabalha para disseminar a excelência em gestão empresarial no País –, avalia que nos últimos 20 anos as empresas bra-sileiras estão investindo mais nesse pro-cesso e que isso é possível perceber pela diminuição no número de mortalidade de empresas. Em 2010, segundo o Sebrae de São Paulo, 58% das empresas de pequeno porte fecharam suas portas antes de com-pletar cinco anos, um número alto mas que mostra uma queda em comparação com o ano de 2000, quando essa mesma taxa chegava a 71%. “Para sobreviver no

mercado, as empresas passaram a fazer não só a gestão da qualidade dos proces-sos através das normas ISO, mas também a trabalhar a qualidade da gestão. Dessa forma elas buscam a excelência por meio de um processo contínuo capaz de gerar resultados concretos.”

Correa explica que, para popularizar os fundamentos da excelência de gestão no Brasil, a Fundação Nacional de Qualidade trouxe para o País um sistema de avaliação de desempenho que foi desenvolvido a partir de um levantamento realizado com as melhores empresas do mundo. Nesse

mpE Brasil premia a cada ano empresas de micro

e pequeno portes que se destacam pela excelência em gestão do negócio em

nove categorias

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estudo foram observados quais são os prin-cípios de gestão aplicados nessas corpora-ções que contribuem para a melhoria contí-nua e o bom desempenho desses negócios. O diretor da FNQ diz que essas empresas se destacaram por ter líderes exemplares, por equilibrar planos a curto e longo prazos, por conhecer e ouvir os clientes, serem socialmente responsáveis, por organizar as informações do negócio, incentivar e respeitar os colaboradores, dominar os processos e controlar o desempenho da empresa. Um conjunto de características que ajudaram a desenvolver o Modelo de Excelência da Gestão, um sistema que per-mite ao empresário avaliar o desempenho e o grau de maturidade do negócio, e que é disponibilizado gratuitamente no Brasil

uma referência para que a Fundação Na-cional de Qualidade e o Sebrae desenvol-vam cursos de capacitação específicos para atender às demandas de cada segmento. “Nosso objetivo é levar os conteúdos es-senciais para uma gestão empresarial mais eficaz, e fazer com que a organização se torne mais competitiva e desenvolva de-terminadas competências para a melhoria da gestão de seu negócio. O propósito maior é melhorar a competitividade”, ex-plica Alessandra Souza, analista técnica da unidade de capacitação empresarial do Sebrae, responsável pelo desenvolvimen-to de cursos de treinamento para micro e pequenas empresas.

valorização

Para estimular a aplicação dos funda-mentos da gestão de excelência no Brasil, a Fundação Nacional de Qualidade, o Se-brae, o Movimento Brasil Competitivo e o Grupo Gerdau resolveram organizar prê-mios para destacar e valorizar aquelas em-presas que conseguiram mudar seus pro-cessos e se tornaram mais competitivas. O MPE Brasil premia a cada ano empresas de micro e pequeno portes que se desta-cam pela excelência em gestão do negócio em nove categorias: indústria, comércio, agronegócio, turismo, TI, saúde, educa-ção, serviços e responsabilidade social.

Para participar do MPE Brasil, as em-

pela Fundação Nacional de Qualidade.De acordo com Correa, a metodologia

utilizada nesse programa está estruturada em 11 princípios de excelência e o sistema pode ser aplicado em empresas de dife-rentes formatos e perfis. “Os critérios de excelência são os mesmos para qualquer negócio. O que costuma variar na avalia-ção de uma empresa pequena para uma de grande porte é o grau de maturidade da gestão e, para isso, foi criada uma esca-la de desempenho diferente. Enquanto as micro e pequenas empresas são avaliadas numa escala que chega a até 250 pontos, as grandes empresas são avaliadas por uma escala que chega a 1 mil pontos.”

Pelo Modelo de Excelência da Gestão, o empresário responde a um questionário com 30 perguntas sobre a empresa e rece-be um diagnóstico on-line sobre os pontos fortes e fracos do negócio. O programa dá aos empresários sugestões de cursos de capacitação sobre fundamentos de exce-lência, marketing, finanças, inovação, estra-tégia empresarial e logística. “Hoje, o maior problema das empresas nascentes no Brasil é de gestão, e esse é um sistema que permi-te ao empresário ter uma visão sistêmica de todo o seu processo. Além disso, por esse programa a empresa pode ter acesso a um conjunto de indicadores do seu setor em nível regional e nacional”, afirma Correa.

Os dados levantados pelo Modelo de Excelência da Gestão servem ainda como

correa, da FNq: sistema pode ser aplicado em empresas de diferentes formatos e perfis

para melhorar os resultados, a paintech passou a trabalhar com metas, indicadores

de qualidade e avaliação de desempenho

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eTaPas Para o suCesso do NeGóCIo

presas devem se inscrever no site da FNQ e aplicar o formulário de autoavaliação do Modelo de Excelência da Gestão. O sistema seleciona aqueles negócios que apresentam os melhores resultados em sua área e essas empresas recebem a vi-sita de um grupo técnico que avalia o de-sempenho da organização. “Em 2010 nós tivemos recorde de inscrições. Cem mil empresas se cadastraram no site, 22 mil responderam ao questionário de autoa-valiação e 700 foram visitadas pela nossa equipe técnica”, explica Correa.

A empresa Paintech, especializada em pintura de peças metálicas de Rio do Sul (SC), foi a vencedora na categoria indús-tria do MPE Brasil 2010. Criada em 1997, a indústria começou a reestruturar seus pro-cessos de gestão quando se candidatou ao ISO 9001. Candido Prada, diretor da empre-sa, conta que a consultoria contratada para auxiliar a empresa nesse processo de cer-tificação avaliou que era preciso aumentar

“hoje, o maior problema das empresas nascentes é de gestão, e esse sistema dá ao empresário uma visão sistêmica”, diz correa

o controle financeiro do negócio, organizar melhor os dados da empresa e aumentar a capacitação dos colaboradores.

O empresário explica que para conse-guir aprimorar os processos do negócio, eles começaram a aplicar o Modelo de Excelência da Gestão oferecido pela Funda-ção todos os meses e, a partir do diagnósti-co feito pelo sistema, passaram a fazer uma avaliação do desempenho do negócio, a traçar metas e a trabalhar com indicadores de qualidade. “Nós aumentamos os investi-mentos em treinamento dos colaboradores e criamos até um programa de qualificação de fornecedores. Além disso, conseguimos inserir um processo de controle muito grande tanto da parte produtiva quanto da parte gerencial e financeira.”

A Estância Encantada, propriedade rural localizada em São José do Rio Preto (SP), venceu o MPE Brasil 2010 na catego-ria agronegócios. A empresa foi criada em 2001 quando o casal Gecineide Mendes e Adacir Mota resolveu mudar de vida e sair da cidade para morar no campo. Na épo-ca eles não entendiam nada de produção agrícola, mas sabiam que queriam viver do que fosse produzido nos 2 alqueires de terra que tinham comprado.

Gecineide e o marido começaram o negócio vendendo leite das três vacas que compraram e, enquanto se adaptavam à nova rotina, cada um resolveu se aprimo-rar em uma área. Enquanto ela se dedicou

manipulare, da farmacêutica graziela ruschel, criou campanha de logística reversa para encaminhar embalagens à reciclagem

Seja um líder exemplar

Equilibre planos a curto e longo prazos

conheça e ouça os clientes

preocupe-se com o meio ambiente e seja socialmente responsável

organize as informações

Incentive, respeite e valorize colaboradores

domine os processos e forneça informações confiáveis

controle o desempenho do negócio

Fonte: Fundação Nacional de qualidade

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Estabelecimento de metas e remuneração variável dos funcionários aumentaram produtividade da empresa, diz Soares

a entender de inseminação, Adacir fez cursos de empreendedorismo, qualidade total e gestão no Sebrae. Em dez anos de trabalho, eles conseguiram aumentar sua produção e se tornaram uma referência em agronegócios. Hoje, 340 animais são criados na propriedade e produzidos 2 mil litros de leite por dia.

Gecineide conta que para aprimorar a gestão da Estância e a criação dos animais, desde o começo do negócio ela e o marido sempre participaram de feiras e exposições agrícolas. “É interessante participar desses encontros porque a gente consegue en-tender o que é preciso melhorar e sempre aprende um pouco mais.” Com o cresci-mento do negócio o casal também pas-sou a organizar feiras e até mesmo cursos de gestão para outros produtores rurais. “Desde 2005 a gente faz o Dia do Campo na Estância, quando convidamos as empre-sas parceiras do negócio para falar sobre a alimentação dos animais e sobre produção de leite. Esse é um evento que o Sebrae nos ajudou a organizar e que reúne cerca de 800 produtores rurais por ano.”

Envolvimento social

Assim como a Estância Encantada, a farmácia Manipulare também fez do en-volvimento com a comunidade em que atua um dos diferenciais do negócio. A empresa criou um programa de respon-sabilidade social que se tornou referên-cia em Estrela (RS) e que fez a empresa vencer o MPE Brasil 2010 na categoria responsabilidade social.

A farmacêutica Graziela Ruschel, proprie-

tária da Manipulare, criou uma campanha de logística reversa em que ela recebe embala-gens plásticas utilizadas pelos clientes e as encaminha para reciclagem. Para incentivar a participação dos clientes, a farmácia dá um sachê perfumado a cada material entregue. “O envolvimento dos clientes com os nossos projetos é tão grande que só no ano passado conseguimos mandar para a reciclagem mais de 3 mil embalagens de produtos.”

Além dessa campanha, no Dia da Ár-vore a Manipulare distribui plantas para todos os seus clientes e organiza uma sé-rie de palestras na cidade para falar sobre problemas de saúde e prevenção de do-enças. A empresária explica que a ideia para esses programas de responsabilida-de social foi criada em uma reunião do comitê interno de qualidade que discute e define metas para a empresa junto aos funcionários. “Ganhar o MPE Brasil nessa categoria foi muito importante porque é um reconhecimento do nosso trabalho e isso nos motiva a cada vez mais aprimo-rar a nossa campanha.”

Aumentar a participação dos colabo-radores no negócio também ajudou a Pa-trimonium, empresa de monitoramento e segurança 24 horas de Maringá (PR), a se

destacar em sua área. Em 2009 a organiza-ção recebeu o MPE Brasil na categoria co-mércio. A organização tem 63 funcionários e resolveu criar um programa de gratifica-ções de acordo com o desempenho dos co-laboradores e um plano de cargos e salários. “Nós observamos que o estabelecimento de metas combinado com a remuneração variável do trabalhador gerou um estímulo a mais para nossos funcionários e isso fez aumentar a produtividade da empresa”, diz Michel Soares, diretor da empresa.

Desde que ganhou o prêmio, a em-presa aplica todos os meses o Modelo de Excelência da Gestão, e a partir dos diag-nósticos do sistema desenvolveu um con-junto de indicadores. Um processo que,

adoção da gestão de excelência transformou a Elektro em uma das maiores distribuidoras de energia do país

patrimonium: modelo fez com que as vendas aumentassem em mais de 50%

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segundo Soares, fez com que as vendas aumentassem em mais de 50%, o índice de rentabilidade tivesse um crescimento de mais de 30% e a satisfação do cliente aumentasse em cerca de 20%.

Assim como a Patrimonium, outros 100 empreendimentos já receberam o selo MPE Brasil nas etapas estaduais e na nacional. Além de incentivar o uso de mo-delos de gestão em empresas de micro e pequeno portes, a Fundação Nacional de Qualidade também trabalha para a melho-ra da gestão das maiores empresas do País. Através do Prêmio Nacional de Qualidade (PNQ), a instituição avalia e destaca as cor-porações que apresentam práticas de ges-tão de excelência. O processo de seleção

das empresas para o PNQ é parecido com o do MPE Brasil: as corporações partici-pantes são também avaliadas através dos critérios do Modelo de Excelência da Ges-tão, o que muda é a escala de avaliação. No PNQ, para ser uma empresa vencedora é preciso alcançar bons resultados em uma escala que chega a 1 mil pontos, enquanto no MPE a escala é de 250 pontos.

A empresa de distribuição de energia elétrica Elektro, que atende os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, conquis-tou o prêmio PNQ em 2010 e foi destaque no PNQ 2009 nos critérios de clientes, sociedade e processos. “A corporação foi constituída em 1998 e se transformou em uma das maiores distribuidoras de energia

elétrica do Brasil ao colocar a gestão de excelência em seu plano estratégico”, afir-ma Alexandre Carrasco, gerente de gestão da qualidade da Elektro.

A empresa utilizou os critérios do Modelo de Excelência da Gestão da FNQ para desenvolver seu próprio processo de autoavaliação, o Sistema Empresarial Elektro. A ferramenta é utilizada em todos os departamentos da corporação e isso permitiu que a empresa conseguisse ge-rir melhor seus processos e padronizasse os procedimentos de trabalho. “Com a implementação do sistema conseguimos investir mais em ações preventivas e isso tem feito com que a Elektro reduza seus custos”, conclui Carrasco.

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BrasIL CoMPeTITIvomovimento procura disseminar tecnologias de gestão entre empresas brasileiras como forma de aumentar a produtividade e o nível de satisfação dos clientes

A melhora da gestão de uma em-presa do setor público ou do privado e o aumento de sua produtividade não geram apenas bons resultados para os negócios. A competitividade do País também aumenta. Esse é um processo em cadeia que traz mais eficiência ao mercado e que pode melhorar até mes-mo as condições de vida dos cidadãos que dependem desses serviços. Para estimular essas mudanças e possibilitar um ganho de qualidade nos negócios e nos serviços oferecidos, foi criado em 2001 o Movimento Brasil Competitivo (MBC), uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que tem como objetivo disseminar no País tecnologias de gestão e promover o de-senvolvimento sustentado.

Erik Camarano, presidente do Movi-mento, explica que a entidade trabalha tanto para mobilizar o setor privado, promovendo a profissionalização da ges-tão dos negócios, quanto para promo-ver a maior eficiência do setor público. Ele considera que houve uma melhora significativa nos últimos anos na gestão das empresas do País, mas avalia que há ainda grandes entraves. “É possível per-ceber uma maturidade do setor, porém

ainda há muito o que fazer para o País se tornar mais competitivo. Há problemas sérios como o baixo nível educacional da população, a falta de infraestrutura de transportes e a elevada carga tributária.”

O Movimento Brasil Competitivo atua hoje em nível nacional e há 14 en-tidades associadas ao MBC que atuam em nível estadual. No Rio Grande do Sul, o trabalho de promoção de mode-los de excelência em gestão é realizado pelo Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP). A entidade, que é uma parceria público-privada, foi criada em 1992, antes do Movimen-to Brasil Competitivo, e se associou ao MBC em 2001. “Com a abertura da eco-nomia brasileira no início da década de 1990 muitos produtos importados co-meçaram a entrar com mais facilidade no País, e tanto o governo estadual da época quanto entidades empresariais do estado perceberam que era preciso melhorar a produtividade e a qualidade do que era produzido no Rio Grande do Sul. O PGQP foi criado com o objetivo de tornar as empresas do estado mais competitivas”, afirma luiz Pierry, coor-denador-executivo do programa.

O trabalho da entidade começou no

estado com cerca de 200 indústrias. Elas eram convidadas a participar de seminá-rios e encontros com grandes empresá-rios, como Jorge Gerdau – presidente do conselho administrativo do Grupo Ger-dau –, e a implementar modelos de ex-celência em gestão nos negócios. A me-lhora nos indicadores industriais fez com que a coordenação do PGQP decidisse expandir a atuação da entidade e passas-se também a utilizar os mesmos proces-sos com empresas de comércio, serviços e do setor público do estado. “Hoje são quase 10 mil empresas inscritas no Pro-grama e nós registramos uma média de 500 novas adesões ao PGQP por ano. A maior parte das empresas que nos procu-ram – cerca de 80% delas – é de micro e pequeno portes”, explica Pierry.

O Programa Gaúcho de Qualidade está dividido em 80 comitês que reúnem empresas e entidades de classe de dife-rentes setores produtivos. Cada uma das corporações que aderem ao programa é assessorada por uma equipe de em-presários e consultores voluntários que dão dicas e sugestões para a melhora da produtividade do negócio. Além disso, as empresas que aplicam o Modelo de Ex-celência da Gestão da FNQ e obtêm os

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LINHA DIRETA

Elektro: www.elektro.com.brFundação Nacional de Qualidade: www.fnq.org.brManipulare: www.manipulare.far.brMBC: www.mbc.org.brOmega Tecnologia: www.omegatecnologia.comPaintech: www.paintech.com.brPatrimonium: www.patrimoniumbr.com.brPGQP: www.mbc.org.brSebrae: www.sebrae.com.br

melhores resultados em gestão de seu segmento no estado são premiadas com medalhas e troféus concedidos pelo Pro-grama Gaúcho de Qualidade.

Histórico animador

Pierry conta que nesses 19 anos de aplicação do PGQP, o estado já conse-guiu aumentar sua produção e melho-rar sua competitividade e que isso é possível perceber pelo desempenho das empresas que participam do Progra-ma. “Pesquisas mostraram que as corpo-rações que aderiram ao sistema conse-guiram ter um aumento de 30% na sua capacidade de ganho em dois anos de aplicação dos modelos de excelência da gestão. Isso porque, com esse proces-so, elas conseguem ter maior controle sobre os desperdícios ao mesmo tempo que aumentam a satisfação de seus co-

laboradores e clientes.” O coordenador do Programa diz que

um dos casos mais emblemáticos é o da Santa Casa de Porto Alegre. Na década 1990 o hospital tinha sérios problemas de gestão e corria o risco até mesmo de fechar as portas porque não tinha mais condições de fazer atendimentos. “Com a adesão da Santa Casa ao Programa a entidade melhorou seus processos e é hoje um dos maiores hospitais da cidade – atende agora de 3 mil a 4 mil pacientes por dia. Pesquisas mostraram também que a organização conseguiu melhorar seus serviços e o atendimento ao público.”

A assessoria prestada pelo PGQP também auxiliou a Omega Tecnologia a

melhorar a gestão do negócio. A empresa aderiu ao Programa depois de um ano de funcionamento e com isso passou a apli-car o Modelo de Excelência da Gestão. Além disso, criou um Comitê de Gestão com os funcionários e contratou um exe-cutivo só para trabalhar com os proces-sos de gestão de qualidade. A empresa foi vencedora de diversos prêmios do PGQP e em 2009 recebeu também o MPE Brasil na categoria TI. “Melhorando a ges-tão dos negócios conseguimos aumentar a satisfação de nossos colaboradores, que passou de 67% para 90%, e a satis-fação de nossos clientes chegou a quase 99%”, afi rma Magnum Foletto, diretor-executivo da Omega Tecnologia.

Camarano, do MBC: problemas como baixo nível educacional, falta de infraestrutura de transportes e elevada carga tributária são entraves competitivos

Foletto, da Omega: melhora da gestão elevou a satisfação doscolaboradores a 90% e a dos

consumidores a quase

99%

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trilhosde volta aos

Forte crescimento da economia, com centros produtivos cada vez mais distantes, exige investimentos no aumento da malha ferroviária para ganhar competitividade

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por cléia [email protected]

A carência do Brasil por ferrovias é um discur-so que se ouve repetidamente há décadas no País, uma ladainha de lamúrias para quem vê de fora. Mas o fato é que nunca tivemos tanta necessidade de investir em sistemas de trens como hoje, seja para o transporte de cargas ou de passageiros. Uma demanda que tende a se elevar ainda mais nos próximos anos com as perspectivas de forte cres-cimento da economia e o aumento da população nos centros urbanos. O crescente volume de car-gas transportadas por nossas estradas tem levado o modal rodoviário ao colapso e, consequentemente, aumentado os custos de logística, comprometendo a competitividade. Nas cidades, os congestiona-mentos evidenciam a urgência por transportes de massa com potencial para desafogar as ruas e me-lhorar a qualidade de vida das pessoas.

Sob o prisma da oportunidade, o momento pa-rece perfeito para o modal ferroviário conquistar mais espaço na matriz de transportes brasileira. Hoje, o percentual é de 25%, pequeno comparado a Estados Unidos e Austrália (43%), China (37%) e Rússia (81%), países de dimensões continentais como o Brasil. Para a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), já devería-mos ter uma malha férrea de mais de 50 mil qui-lômetros para transporte de cargas. Essa é a meta do Plano Nacional de logística em Transportes (PNlT), do governo federal, para 2025, quando se espera que os trens respondam por 35% da ma-triz. Hoje, o País conta com 28.476 quilômetros de ferrovias operadas pela iniciativa privada. “É me-nos do que tínhamos na década de 1920, quando a primeira rodovia brasileira foi asfaltada”, afirma

Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer).

Para o dirigente, a opção exclusiva pelo rodo-viarismo nos anos 1950 acabou levando à estagna-ção e degradação da malha férrea existente na épo-ca – cerca de 30 mil quilômetros. Abate acredita que, se tivéssemos seguido o ritmo que vínhamos tendo nas primeiras décadas do século passado, poderíamos ter uma malha comparada à dos Esta-dos Unidos (280 mil quilômetros) ou pelo menos da China (86 mil quilômetros). Até a vizinha Argen-tina, com área territorial muito menor que a nossa, tem maior extensão de ferrovias – 31.409 quilôme-tros. Para complicar, grande parte da malha férrea brasileira está defasada e subutilizada. De acordo com a ANTF, cerca de 80% têm mais de um século e, por isso, ainda utilizam bitola estreita. Apenas 5.069 quilômetros têm bitola larga, que permite maior velocidade das composições, fundamental para garantir a competitividade do modal.

Outro problema que compromete a eficiência do sistema ferroviário nacional são os gargalos ope-racionais. levantamento da ANTF registrou mais de 12 mil passagens de nível – cruzamentos da ferro-via com ruas e rodovias – e 372 invasões de faixas de domínio, das quais 183 têm moradias. Grande parte é herança do abandono das estradas de ferro no passado. Além de promover a insegurança do sistema, esses obstáculos tornam o modal ferroviá-rio menos ágil porque é preciso reduzir a velocida-de média das composições, que no Brasil já é baixa (25 km/h), para cerca de 5 km/h. Eles também são um entrave para o acesso ferroviário aos portos, li-mitando a capacidade de escoamento da produção brasileira. Para a ANTF, a solução está em exigir si-nalização adequada, obras de contornos e viadutos e realocação de famílias instaladas irregularmente,

MaTrIz de TraNsPorTes No MuNdo

rússia canadá austrália Eua china Brasil

g FErrovIárIo g rodovIárIo g aquavIárIo

81%

8% 11%

Fonte: ministério dos transportes

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entre outras iniciativas que dependem dos gover-nos municipais, estaduais e federal.

ritmo lento

Quanto à expansão e modernização da malha férrea, a crítica é para o ritmo lento dos inves-timentos e das obras. “O número mais otimista para este ano é que teríamos mais 1,5 mil quilô-metros de malha férrea. A China consegue fazer crescimento exponencial. lá eles construíram 300 quilômetros de metrô em um ano”, destaca Anto-nio Wrobleski Filho, sócio da Awro Participações e logística e presidente do Instituto logweb de Supply Chain e logística (Ilog). De acordo com o 11º Balanço do Programa de Aceleração do Cres-cimento (PAC), divulgado em dezembro passado, existem 3.771 quilômetros de obras ferroviárias em execução pelo governo federal e 2.153 quilô-metros ao encargo da iniciativa privada, totalizan-do quase 6 mil quilômetros. O relatório de obras concluídas do PAC 1 (2007/2010) aponta um total de 909 quilômetros de novas ferrovias, realizadas com investimentos de R$ 3,4 bilhões.

Para Wrobleski, o problema é que essas obras não integram as ferrovias aos outros modais. “Não dá mais para continuarmos a olhar os modais de forma isolada. Se fizermos isso, continuaremos co-metendo o erro de fazer uma Transnordestina sem a capilaridade de alimentação. Na logística, temos que olhar o conjunto”, destaca o especialista. Ele também cita o baixo investimento brasileiro em infraestrutura de transportes como um dos maio-res entraves para desenvolver a logística no Brasil. Vicente Abate, da Abifer, lembra que esse é um pro-blema de mais de 40 anos. “Na década de 1970, in-vestíamos quase 2% do PIB em transportes, volume

um trem composto por 100 vagões graneleiros, com capacidade para 100 toneladas cada, substitui 357 caminhões;

o modal ferroviário é considerado a melhor opção para distâncias entre 400 e 1,5 mil quilômetros, muito comuns em países de dimensões continentais, como o Brasil;

trens de carga emitem 70% menos de dióxido de carbono e 66% menos de monóxido de carbono do que caminhões, segundo a aNtt.

Por que TreNs?

Segundo balanço do pac, existem atualmente 3.771

km de obras ferroviárias em execução pelo governo federal

e 2.153 km ao encargo dainiciativa privada

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PA N O R A M A

PARTICIPAÇÃO DOS PRODUTOS TRANSPORTADOS PELAS FERROVIAS Minérios/carvão mineral .................... 74,85%

Agronegócio ......................................11,56%

Produtos Siderúrgicos ......................... 3,77%

Derivados de Petróleo Álcool ................2,79%

Insumos construção civil e cimento ..... 2,45%

Outros .............................................. 4,58%

que foi caindo até chegar a 0,2% no fi nal dos anos 1990”, destaca. Hoje, o governo federal acena com uma meta de chegar a 1% do PIB, mas por ora a taxa está em torno de 0,5%. “O Brasil precisa investir 3% do PIB em infraestrutura logística. Se continuarmos investindo 0,5%, o sistema que hoje está estressado vai parar”, diz Wrobleski.

Além dos investimentos serem consi-derados baixos, levantamentos da ANTF mostram disparidades na distribuição dos recursos entre os modais. No PAC 1 (2007/2010), as ferrovias receberam 14% dos recursos, enquanto o rodoviário fi cou com 56% do total. No PAC 2 (2011/2014), a disparidade desaparece – 46% para rodo-vias e 42% para ferrovias –, mas há que se destacar que neste último estão incluídos os recursos do polêmico projeto do trem de alta velocidade (TAV ) para transporte de passageiros entre Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas (SP). “Para que a meta do PNLT de elevar a participação do modal ferroviário a 35% em 2025, é necessário planejamento defi nido e, acima de tudo, que as obras sejam concluídas ainda nesta década”, afi rma Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da ANTF.

Assim espera o setor produtivo no Brasil, especialmente o agronegócio. “A

ENTENDA O SISTEMA DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE CARGASA operação da malha ferroviária brasileira foi desestatizada no final dos anos 1990 e é feita atualmente pelas seguintes concessionárias:

ALL – América Latina Logística Malha Norte S/A (antiga Ferronorte)

ALL – América Latina Logística Malha Oeste S/A (Novoeste)

ALL – América Latina Logística Malha Paulista S/A (Ferroban)

ALL – América Latina Logística Malha Sul S/A

Ferrovia Centro-Atlântica S/A – FCA

Ferrovia Tereza Cristina S/A – FTC

MRS Logística S/A

Transnordestina Logística S/A (antiga CFN)

Vale S/A

75%

3%11%5%

2,5%4%

Fonte: Associadas ANTF/ano-base 2009

Fonte: ANTF

Ferrovia Centro Atlântica opera mais de 8 mil km de ferrovias em sete estados

brasileiros, além do Distrito Federal

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produção brasileira de grãos cresceu 150% nos últimos 15 anos. A área de produção foi para o Brasil Central e as distâncias para transportar os produtos colhidos até os portos aumentaram substancialmen-te. Quando o caminho a ser percorrido começa a passar de 1 mil quilômetros, as ferrovias começam a ganhar vantagens em termos de menor custo quando com-parado com as rodovias. Diante das pers-pectivas de expansão da área cultivada e maior produção nas regiões centrais do País, as linhas ferroviárias ficam cada vez mais imprescindíveis”, esclarece luiz An-tonio Pinazza, diretor-executivo da Asso-ciação Brasileira do Agronegócio (Abag). Segundo ele, uma parcela expressiva das vantagens competitivas – de menor custo de produção nas fazendas – é perdida por questões de deficiências na parte da infra-estrutura e logística no transporte.

Balanço

As concessionárias que operam a ma-lha férrea do País desde 2006, início do processo de desestatização das ferrovias brasileiras, têm investido pesado para aumentar a movimentação de cargas: R$ 24 bilhões entre 1997 e 2010. Os recursos foram utilizados principalmente para re-

cuperação da malha e aquisição de novos equipamentos. De acordo com balanço da ANTF, 253,3 milhões de toneladas eram transportadas por trens em 1997 – 17% do total de cargas. Esse volume saltou para 471,1 milhões em 2010, um crescimento de 86% em 14 anos. O balanço da ANTF também aponta um aumento relevante na produtividade das ferrovias – de 110,2 bi-lhões para 280,1 bilhões de TKU (tonelada por quilômetro útil) no mesmo período. Já o número de locomotivas passou de 1.154 unidades para 3.130, e o de vagões de 43.816 para 99.531. A idade média da frota de vagões, que na década de 1990 era de 42 anos, hoje é de 25 anos.

Como o crescimento da malha ferro-viária federal é de responsabilidade do go-verno, as concessionárias têm buscado re-tomar ou aumentar fluxos das operações existentes. É o caso da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), que opera mais de 8 mil quilômetros de ferrovias em 300 municí-pios de sete estados brasileiros, além do Distrito Federal. Recentemente, a empre-sa revitalizou um trecho de aproximada-mente 150 quilômetros entre as cidades mineiras de Corinto e Pirapora. “O trecho estava parado havia anos. Criamos o Ter-minal Intermodal de Pirapora, que atu-almente atende a nova fronteira agrícola

vilaça, da aNtF: obras precisam ser concluídas ainda nesta década

Bernardi, da all: meta é crescer 10% ao ano nos próximos cinco anos

a américa latina logística, que opera metade de toda a malha ferroviária brasileira, cresceu 11,5% em 2010

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do noroeste de Minas. No ano passado, foram transportados quase 700 mil tone-ladas de grãos direto da região para o Por-to de Tubarão, em Vitória. O escoamento por ferrovia deu maior competitividade à produção da região, o que já se traduz em crescimento do número da área plan-tada”, afirma Fabiano Lorenzi, diretor de comercialização da FCA.

volume maior

Em 2010, a empresa fechou o ano com produção de 11,4 bilhões de TKU, 7,8% a mais que a produção de 2009. O volume transportado foi de 26,7 milhões de TU, 19,2% maior que 2009. “Focamos nossos investimentos na manutenção e melhorias da via permanente, a exemplo da remodelação de trilhos; construção e ampliação de pátios; modernização de vagões; microprocessamento de lo-comotivas; segurança, meio ambiente e saúde. Ao todo foram R$ 251,3 milhões”, destaca lorenzi. A FCA também colocou 450 novos vagões para circular na malha em 2010. Segundo o executivo, a tecno-logia desse material rodante – produzido ou incrementado única e exclusivamente pela indústria brasileira – é diferenciada para aumentar a eficiência do embarque e desembarque de produtos, principal-mente os siderúrgicos e o açúcar.

A América latina logística (All), que

opera metade de toda a malha viária bra-sileira, cresceu 11,5% em 2010, alcançan-do 39,715 bilhões de TKU transportados em território brasileiro. De acordo com Adriano Bernardi, gerente de projetos logísticos da All, o plano da empresa para os próximos cinco anos é crescer pelo menos 10% ao ano. Em 2011, os in-vestimentos para viabilizar o crescimento orgânico da empresa devem somar R$ 650 milhões. A All também reservou um

investimento de cerca de R$ 300 milhões para a continuidade do projeto de cons-trução da ferrovia entre Alto Araguaia e Rondonópolis (MT). No segundo semes-tre, deve ser inaugurado o trecho que chega em Itiquira (MT). “Um dos desafios do setor é a busca contínua pela melhoria operacional. O aprimoramento constante da operação e o trabalho na confiabilidade dos ativos são pontos que geram ganhos de produtividade para a empresa e seus clientes”, destaca Bernardi.

No ano passado, a All criou a Brado Logística, uma empresa específica para o segmento de logística de contêineres. Com investimentos de R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos, a concessionária quer aumentar a participação do modal ferroviário no segmento de contêineres. “A nova empresa vai atuar como conso-lidadora deste mercado, criando escala para a ferrovia. Ela tem foco, gestão e ad-ministração completamente independen-tes da All, com estrutura de ativos custo-mizada para atender às necessidades dos clientes de contêiner”, explica Bernardi. O investimento da Brado será destinado principalmente para aquisição de vagões e locomotivas, os quais possibilitarão trens expressos e dedicados, e terminais intermodais. A meta é chegar ao final dos cinco anos com uma participação de 12% no volume de contêineres movimentados nos portos servidos pela All.

MaLha FerrovIárIa Por País

país Extensão área da malha territorial Ferroviária (km) (km2)

alemanha 41.896 348.672

argentina 31.409 2.736.690

china 86.000 9.569.901

Eua 280.000 9.161.966

França 29.213 549.970

Índia 64.015 2.973.193

rússia 87.157 16.377.742

Brasil 28.857 8.459.417Fonte: aNtF

pinazza, da abag: vantagens competitivas do agronegócio brasileiro são perdidas por deficiências na infraestrutura e transporte

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TreM Para Todostrechos de ferrovias abandonados ou subutilizados permitem o incremento do transporte urbano e regional de passageiros, que vive um momento de redescoberta

O transporte de passageiros sobre trilhos sempre foi uma alternativa ignora-da por grande parte dos governantes de grandes e médios centros urbanos às vol-tas com problemas cada vez maiores de mobilidade urbana. Motivo: custo muito alto comparado ao modal rodoviário. Hoje, ironicamente, o próprio governo federal é criticado por levar adiante o projeto de um trem de alta velocidade (TAV) para transporte de passageiros no trecho Rio de Janeiro-São Paulo-Campinas. Motivo? O custo de R$ 34,6 bilhões que, segundo Marcos José Mendes, consultor do Senado e principal porta-voz dos críticos ao proje-to, é uma quantia altíssima considerando que nos últimos dez anos todo o segmento ferroviário não recebeu sequer um terço desse valor em investimentos públicos.

O argumento do governo é de que o TAV é a tecnologia mais adequada para atender à demanda de passageiros entre Rio de Janeiro e São Paulo – corredor que concentra 20% da população brasileira. Segundo dados do projeto, 32,6 milhões de passageiros devem ser transportados já no primeiro ano de operação do trem. As estimativas a longo prazo são de que esse número pode chegar a 46 milhões após dez anos e 100 milhões depois de 40 anos. O leilão para definir as empresas responsáveis pela construção do trem-bala já foi adiado duas vezes. A nova data é 29 de julho. O governo quer iniciar as obras no segundo semestre do ano que

vem e sonha com o TAV concluído para as Olimpíadas do Rio em 2016.

Além do trem-bala, há no País uma série de projetos para transporte urbano sobre trilhos, bem menos polêmicos. “A ex-pectativa é de que as iniciativas em fase de estudo ou já em andamento injetem cerca de R$ 85 bilhões em investimentos nos pró-ximos cinco anos, englobando desde linhas de metrô, trens regionais e interestaduais, até monotrilhos e os chamados ‘veículos leves sobre trilhos’ (VLTs)”, afirma o presi-

dente da recém-criada Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros so-bre Trilhos (ANPTrilhos), Joubert Fortes Flores Filho. De acordo com a entidade, atualmente cerca de 7,7 milhões de pas-sageiros são transportados diariamente por malha férrea no Brasil, sem conside-rar aqueles que passeiam pelos trens tu-rísticos e culturais. Desse total, 6 milhões estão em São Paulo, um número que deve chegar a 10 milhões em 2014.

Grande parte dos novos projetos tem como pano de fundo a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. É o caso, por exemplo, do Aeromóvel de Porto Ale-gre, cidade-sede da Copa. O projeto, já em execução, prevê a construção de uma via elevada de quase um quilômetro de exten-são interligando o Aeroporto Salgado Filho, na capital gaúcha, à estação de metrô da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb). Dois trens, com capacidade para 300 e 150 lugares, farão o transporte dos passageiros. A estimativa da Trensurb é que sejam transportadas no trecho 7 mil pessoas por dia. “A proposta é melhorar o acesso ao aeroporto e ampliar a capacidade de integração do nosso sistema”, explica Sidemar Francisco da Silva, gerente de Mo-bilidade Urbana da Trensurb.

O valor do projeto, que tem recursos do PAC Mobilidade, é de R$ 29, 9 milhões. Segundo Silva, a previsão é de que o aero-móvel começará a operar no início de 2012. “A intenção é partir de uma tecnologia to-

joubert, da aNptrilhos: volume de passageiros em São paulo deve crescer mais de 60% até 2014

metrô de cariri, no ceará, o primeiro projeto de vlt a entrar

em operação no Brasil

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Figueiredo, 1,5 mil pessoas utilizam o sistema diariamente. Para aumentar esse número, a Metrofor precisa melhorar a in-tegração com os ônibus intermunicipais. Para isso também depende da boa vonta-de dos donos das empresas de ônibus em alterar suas rotas e promover a integração com as estações do Cariri utilizando um único bilhete. O metrô de Cariri faz 42 viagens por dia numa velocidade de 40 km/h em um trecho de 14 quilômetros. O tempo médio da viagem é de 30 minutos e a passagem custa R$ 1, menos do que o bilhete do ônibus, R$ 1,30.

O projeto aproveitou a malha viária já existente na região, concedida à Trans-nordestina logística, um fator que tem chamado a atenção de outras cidades que possuem ferrovias, inclusive desa-tivadas, nos centros urbanos. É a deixa para novos projetos para transporte de passageiros sobre trilhos.

lINha dIrEta

abag: (11) 3285-3100abifer: (11) 3289-1667all: (41) 2141-7555aNptrilhos: (61) 3226-5434aNtF: (61) 3226-5434Ferrovia centro-atlântica: (27) 3333-2555Instituto Ilog: (11) 2936-9918www.logweb.com.brmetrofor: (85) 3101-7100trensurb: (51) 3363-8000

talmente nacional e com um custo acessí-vel para adquirir expertise e, então, fazer outras ligações ao longo do nosso sistema, por exemplo, interligando uma estação a uma universidade”, adianta Silva. Na região do aeroporto, o aeromóvel vai permitir que as pessoas cheguem com mais rapidez ao terminal aéreo utilizando transporte cole-tivo. Hoje, o trecho entre o aeroporto e a estação é feito em ônibus disponibilizado pelo aeroporto até a passarela que dá aces-so à estação da Trensurb. “O aeromóvel, interligado ao nosso sistema, vai tornar o trajeto ao aeroporto mais previsível”, des-taca o executivo da Trensurb.

Para Joubert Filho, da ANPTrilhos, o País vive um momento de redescoberta do trem de passageiros. Além do TAV, o Minis-tério dos Transportes prevê a criação de 16 linhas de trens regionais. A proposta é de composições capazes de andar a velocida-des de 200 km/h em trajetos de 100 a 400 quilômetros, utilizando trechos de ferrovias já existentes e hoje abandonadas ou subuti-lizadas pelas concessionárias de transporte de cargas. Entre as linhas previstas estão Rio Grande-Pelotas, no Rio Grande do Sul, londrina-Maringá, no Paraná, e Recife-Ca-ruaru, em Pernambuco. Atualmente, o úni-co trem de passageiro de longa distância no Brasil é a linha da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), entre Vitória e Governador Valadares (MG), operada pela Vale. São 905 quilômetros de extensão. Em 2010, mais de 1 milhão de pessoas foram transportadas nos trens da EFVM.

Uma das tecnologias que mais tem chamado a atenção é o VlT, um metrô de

superfície adequado para transportar até 30 mil passageiros por hora e sentido. Há projetos para uso desses trens em várias cidades do País, como Fortaleza, Recife, Maceió e Brasília. O VlT é considerado uma alternativa ao BRT, sigla para Ôni-bus de Trânsito Rápido, um modelo de transporte coletivo feito com veículos articulados que trafegam em faixas exclu-sivas – uma espécie de metrô no asfalto. A vitrine do VlT no Brasil é o Metrô de Cariri, que liga as cidades cearenses de Ju-azeiro do Norte e Crato, no sul do estado. Operado pela Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), o empreendimento é o primeiro projeto de VlT a entrar em operação no Brasil. “Já recebemos visitas de governantes de todo o Brasil interessados em conhecer o em-preendimento – e até da Espanha”, afirma Antonio Chalita de Figueiredo, gerente de Controle e Tráfego da Metrofor.

O Metrô de Cariri custou R$ 26, 5 mi-lhões ao governo do Ceará e começou a operar em maio de 2010 com dois trens de dois carros. Hoje, sua capacidade para transportar 15 mil passageiros por dia ainda é bastante subutilizada. Segundo

Nos últimos dez anos, o segmento ferroviário não recebeu um terço do valor estimado para a implantação do trem-bala

aeromóvel vai tornar o traslado ao aeroporto de porto alegre mais previsível

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ativavoz

por cléia [email protected]

Nem todo mundo pode se dar ao luxo de agir como Steve Jobs, fundador da Ap-ple, que já declarou não ouvir consumido-res nos processos de inovação da empre-sa. Para os defensores do open innovation (inovação aberta) e do crowdsourcing (utilização de ideias coletivas e voluntárias espalhados pela internet para desenvolvi-mento de novos produtos), Jobs deveria ser só a exceção a uma regra que reco-menda ouvir o que os clientes têm a dizer como uma forma de tornar os resultados mercadológicos mais assertivos.

É a velha caixinha de sugestões, mas agora chamada de espaço colaborativo, com ferramentas modernas (leia-se redes sociais) que multiplicam as possibilidades de relacionamento pessoal e, consequente-mente, a reunião de ideias. “Num mundo onde todos estão conectados, as empresas que criarem plataformas de inovação com cocriação e crowdsourcing serão benefi-ciadas”, afirma Martha Terenzzo, diretora da Inova 360˚ Consultoria de Inovação e Negócios e professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

A especialista argumenta que inovações feitas a partir de anseios dos consumidores tendem a ser mais afinadas com os inte-resses dos mercados. Martha lembra ainda que a inovação não precisa necessariamen-te estar atrelada à tecnologia. “Ela pode par-tir da percepção do que nós consumidores precisamos e é relevante em nossas vidas. O conceito parece óbvio mas não é. Há milhares de produtos e serviços novos que não trazem nenhum benefício para o con-sumidor e muito menos para a sociedade.”

produtos desenvolvidos a partir de anseios dos consumidores tendem a ser mais afinados com os interesses dos mercados

I N o va Ç Ã o

Um exemplo claro, segundo a pro-fessora, é o atendimento telefônico das operadoras de telefonia, que não leva em conta uma das principais necessidades das pessoas que vivem nos centros urba-nos – economizar tempo. Martha também destaca outros dois recursos escassos e muito requisitados: controle e a conveni-ência. “Quantas empresas de fato pensam nisso para resolver nossos problemas?”, questiona. Para ela, o que falta é tentar en-tender as necessidades das pessoas com um olhar não apenas mercadológico, mas sim antropológico e social.

Foi o que fez a Mueller, uma das mais tradicionais fabricantes de eletrodomésti-cos do Brasil. Ao identificar que as pesso-as estão vivendo em apartamentos e casas com áreas de serviço cada vez menores, a empresa desenvolveu uma máquina de la-var com despensa embutida para guardar produtos de limpeza. A ideia não partiu da área de engenharia ou de novos produtos da empresa, mas da equipe do marketing. A empresa faz pesquisas periódicas com consumidores e colhe opiniões ouvidas

pelos vendedores diretamente nas lojas. “As necessidades são identificadas e a

partir deste ponto começam as discussões em grupo sobre como podemos transfor-mar aquela vontade do consumidor em produto. As ideias são transformadas em protótipos para que sejam avaliadas as via-bilidades técnicas e econômicas”, explica Márcio Gonçalves, diretor de marketing e vendas da unidade de lavadoras da Mueller. A lavadora Family, que suporta até 10 quilos de roupa seca, é outro produto desenvolvi-do a partir dessa preocupação da marca. O objetivo é atender consumidores que que-rem lavar edredons e cobertas em casa.

Para Gonçalves, a principal vantagem desse processo é que a responsabilidade em apresentar ideias inovadoras é de to-dos. “Elas podem partir de qualquer pes-soa – um consumidor, um colaborador, um engenheiro, um vendedor... Assim as oportunidades se multiplicam”, destaca o executivo. Na opinião de Gonçalves, o maior desafio passa a ser a viabilização da ideia em um produto que seja, ao mesmo tempo, bem recebido pelo cliente e um bom negócio para a empresa. “Isso faz com que o processo de inovar seja sempre desafiador”, observa.

A montadora de caminhões Iveco tam-bém não dispensa a opinião do consumi-dor na hora de definir o desenvolvimen-to de novos produtos. De acordo com Cristiane Nunes, gerente de marketing e produto da empresa, além das tradicio-nais pesquisas qualitativas e quantitativas realizadas por empresas especializadas, a Iveco investe num trabalho constante de visita aos clientes para levantar os interes-ses e as impressões sobre os produtos. Essas informações seguem para o grupo

marta: falta entender as necessidades das pessoas com olhar antropológico e social

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menor espaçamento entre os bancos (que ficaram maiores) do vertis foi solicitado por clientes da Iveco

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a Tecnisa também usou uma plataforma de crowdsourcing, o Zooppa, rede so-cial de “talentos criativos”. Após lançar um desafi o aos profi ssionais, a empresa recebeu um total de 122 peças gráfi cas e 15 vídeos de divulgação do portal. Custo da ação? R$ 5 mil, valor pago ao vencedor do desafi o. Segundo Busarello, 99% das ideias implementadas atualmente pela construtora foram elaboradas pelo públi-co em geral através de espaços colabora-tivos disponíveis na internet.

A empresa, a primeira a contratar um gestor de redes sociais, começou a utilizar esses canais em 2005. Ciente do envelhecimento da população brasileira, a construtora queria ouvir sugestões de pessoas da terceira idade para melhor atendê-las. Para isso, propôs um desafi o de ideias em comunidades do Orkut li-gadas ao público. As sugestões que fos-sem implantadas receberiam R$ 2 mil. A empresa recebeu 52 ideias e implantou duas. Entre elas, a rampa na piscina, uma mudança bem-vinda para quem tem difi culdades em usar a escada. “As pessoas gostam de colaborar, mesmo que não haja um retorno fi nanceiro”, afi rma Busarello.

LINHA DIRETA

Iveco: 0800 704 8326Martha Terenzzo:www.marthaterenzzo.com.br

Mueller: (47) 3281-2000Tecnisa: (11) 3708-1000

um desafi o aos profi ssionais, a empresa recebeu um total de 122 peças gráfi cas e 15 vídeos de divulgação do portal. Custo da ação? R$ 5 mil, valor pago ao vencedor do desafi o. Segundo Busarello, 99% das ideias implementadas atualmente pela construtora foram elaboradas pelo públi-co em geral através de espaços colabora-tivos disponíveis na internet.

A empresa, a primeira a contratar um gestor de redes sociais, começou a utilizar esses canais em 2005. Ciente do envelhecimento da população brasileira, a construtora queria ouvir sugestões de pessoas da terceira idade para melhor atendê-las. Para isso, propôs um desafi o de ideias em comunidades do Orkut li-gadas ao público. As sugestões que fos-sem implantadas receberiam R$ 2 mil. A empresa recebeu 52 ideias e implantou duas. Entre elas, a rampa na piscina, uma mudança bem-vinda para quem tem difi culdades em usar a escada. “As pessoas gostam de colaborar, mesmo que não haja um retorno fi nanceiro”, afi rma Busarello.

Iveco: Martha Terenzzo:www.marthaterenzzo.com.br

Mueller: Tecnisa:

centro de desenvolvimento de produtos. O passo seguinte é a clínica de produ-

to: um protótipo e veículos similares de concorrentes são colocados à disposição de clientes da Iveco e de consumidores em geral para colher todas as opiniões possíveis – de sugestões e reclamações a comparações com outras marcas. Nesta etapa ainda é possível fazer correções no projeto, desde questões técnicas até de-talhes para agradar mais ao cliente. Cris-tiane cita o exemplo da linha Vertis, cujo espaçamento entre os bancos foi reduzido para aumentar o conforto do motorista. “A Iveco trabalha muito próxima do clien-te e valoriza muito a sua opinião.”

Para a professora Martha Teren-zzo, um bom motivo para apostar em ferramentas abertas de inova-ção é que os processos fechados costumam ser custosos e longos demais. Os resultados alcança-dos pela Tecnisa com sua pla-taforma de open innovation comprovam a tese de Martha. Nove meses depois de lançar o Tecnisa Ideias, portal aber-to a sugestões de usuários de internet, a empresa recebeu mais de 1 mil ideias, das quais 28 já foram implementadas. “Mais do que uma ideia em si, o importante é avaliar o conjunto de sugestões porque ele aponta tendências”, explica Romeo Busa-rello, diretor de e-business e relacio-namento com clientes.

Para promover seu portal de ideias,

Busarello, da Tecnisa: avaliação do conjunto de sugestões enviadas pelo portal aponta tendências

Máquina de lavar com despensa embutida foi uma ideia do departamento de marketing da Mueller

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talentosCeleiro de

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por Beatrice gonç[email protected]

De olho em futuros atletas, clubes e esportistas consagrados estão investin-do na abertura de escolas de formação e de treinamento. A proposta é desde cedo incentivar crianças e adolescentes a praticar esportes e quem sabe dessa forma também revelar jovens promessas. Para isso, eles têm usado a experiência bem-sucedida nos campos e nas quadras para estruturar esses novos negócios e conquistar seus clientes. Um modelo de empresa que tem se expandido no Bra-sil nos últimos anos através do sistema de franquias. Já há no mercado redes de escolas de futebol do Flamengo, do Co-rinthians e do Santos, redes de ensino de squash e de vôlei.

Conhecido por revelar grandes jo-gadores como Robinho, Neymar e Paulo Henrique Ganso, o Santos Futebol Clu-be resolveu transformar seu modelo de formação de atletas em franquia e criou em 2002 a Meninos da Vila, rede de en-sino e de treinamento de jogadores de futebol de campo para garotos entre sete e 15 anos. “Resolvemos abrir a franquia porque vimos nesse modelo de negócio a oportunidade de sistematizar os nossos serviços e de levar a marca Santos para outras regiões do País e do exterior”, afir-

Escola de vôlei Bernardinhoano de fundação: 2007unidades: 7taxa de franquia: r$ 37,5 milretorno sobre o investimento: entre 18 e 36 mesesInfraestrutura necessária para abrir uma unidade: uma quadra poliesportiva coberta

Escolas de clubes e esportistas consagrados têm procura crescente, e a realização de grandes eventos no Brasil tende a manter o segmento aquecido

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ma Nicolino Bozzela Júnior, diretor da di-visão de escolas de futebol do Santos.

As escolas do time paulista chama-ram a atenção não só dos meninos in-teressados em se tornar jogadores pro-fissionais, mas de investidores. Em nove anos de funcionamento, a Meninos da Vila se transformou em uma das maiores franquias do País no segmento esportivo. Hoje são 50 unidades instaladas em to-das as regiões do Brasil e há outras cinco escolas nos Estados Unidos, Canadá, Ja-pão, Egito e Paraguai.

O diretor da Meninos da Vila afirma que entre os franqueados há muitos ex-jogadores de futebol e torcedores do Santos, e ele explica que isso não é um pré-requisito para entrar na rede. O que é necessário, segundo Bozzela, é ter perfil para trabalhar no ramo empre-sarial. “Esse investidor vai representar o clube e por isso a nossa seleção de franqueados é rigorosa.”

Para abrir uma unidade é necessário ter um campo de futebol com vestiário e ter uma equipe de professores de educa-ção física. A taxa inicial da franquia é de R$ 25 mil e é preciso pagar taxas mensais de royalties. Os franqueados são treina-dos pela equipe do Santos no litoral de

São Paulo e as unidades são constante-mente avaliadas pela administração da Meninos da Vila.

renda extra

Bozzela explica que a franquia é hoje uma renda extra para o time e é, ao mesmo tempo, uma fonte de novos talentos. Representantes do clube cos-tumam visitar as unidades franqueadas, fazer pré-avaliações de atletas e convidar esses jovens esportistas para participar de seletivas realizadas na Vila Belmiro. “Hoje, cerca de 15% dos jogadores dos ti-mes da base do Santos são revelados por unidades franqueadas da rede.” Entre as futuras promessas, Bozzela cita o jogador Vitor Taubaté, que começou a jogar em uma unidade da Meninos da Vila e este ano foi o artilheiro do campeonato pau-lista sub-11 com a maior média de gols registrada em toda a competição.

Com o sucesso do modelo de fran-quia, o clube criou outros formatos. Há o Meninos da Vila Futsal, para formação de jogadores de futebol de salão, e ainda este ano o Santos planeja lançar a rede Sereias da Vila, para formação de jogadoras de fu-tebol de campo. “No Brasil o futebol faz

parte do DNA do brasileiro e esse é um mercado que tende a crescer ainda mais nos próximos anos com a realização da Copa no País”, considera Bozzela.

As redes de escola de futebol são maioria no segmento de franquias es-portivas no Brasil, porém, nos últimos anos, escolas de formação de atletas em modalidades como o vôlei também estão ganhando mercado através do sistema de franchising. O jogador e técnico de vôlei Bernardinho e parte de sua equipe na se-leção brasileira – Ricardo Tabach, Hélio Griner e José Inácio Salles – montaram em 2007 a Escola de Vôlei Bernardinho para promover e ensinar a prática de vô-lei a crianças e adolescentes no País, e com o sucesso do negócio eles transfor-maram a empresa em franquia este ano.

Em seis meses de trabalho, através do sistema de franchising, a rede expandiu sua atuação – antes era restrita ao Rio de Janeiro, Brasília e Goiânia – para cidades como Fortaleza, Niterói (RJ) e Bauru (SP), e a perspectiva da franquia é abrir outras 12 escolas ainda este ano. “Acreditamos que com as Olimpíadas e com o bom resultado da seleção na liga Mundial, o brasileiro tende a se interessar ainda mais pelo esporte e isso se reflete nos negó-

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lINha dIrEta

aBF: www.abf.com.brEscola de Futebol meninos da vila: www.santosfc.com.brEscola de vôlei Bernardinho: www.escoladevoleibernardinho.com.br

Escola de Futebol meninos da vilaano de fundação: 2002 | unidades: 50 | taxa de franquia: r$ 25 milInfraestrutura necessária: um campo de futebol com vestiário

cios. No ano que vem, podemos chegar a 30 unidades da Escola de Vôlei Bernardi-nho”, explica Ricardo Bergara, diretor de marketing e expansão da franquia.

Um dos diferenciais da Escola de Vôlei Bernardinho é a metodologia de ensino. O técnico da Seleção Brasileira de Vôlei e sua equipe desenvolveram o método minivôlei: o tamanho da quadra utilizada para a prática é menor do que o dos padrões oficiais, as redes são mais baixas e as bolas são mais leves e macias. A proposta da rede, segundo Bergara, é fazer com que o vôlei promova a diver-são e consiga ser praticado inclusive por crianças pequenas. Por esse sistema, os alunos são divididos em três categorias: a mini 1 é voltada para crianças entre sete

e 10 anos, a mini 2 para alunos entre 11 e 13 anos e a categoria 4x4 para adoles-centes entre 13 e 16 anos.

O diretor de marketing da rede expli-ca que a proposta da escola é trazer as crianças para o esporte e mostrar de uma forma divertida como o vôlei é pratica-do. Bergara afirma que o foco principal do negócio não é formar atletas de alto rendimento, mas que quando um dos alunos se destaca no esporte, a rede cos-tuma encaminhá-lo para testes em clubes de vôlei. “Além de ensinar-lhes o vôlei, também trabalhamos nas aulas concei-tos como cooperação, responsabilidade, superação e disciplina. Nossa proposta é também formar um cidadão.”

Para se tornar um franqueado não é preciso ter experiência na área. O que a administração da franquia costuma levar em consideração para a escolha dos investidores é se eles têm a atitude empreendedora e se há uma identifi-cação deles com a marca. A taxa inicial de franquia é de R$ 37,5 mil e é preciso ter uma quadra esportiva polivalente coberta. Todo o trabalho desenvolvido pela escola e a capacitação dos franque-ados têm a supervisão de Bernardinho, que é o presidente da rede.

O sucesso de franquias como a Es-cola de Vôlei Bernardinho e a Meninos da Vila é exemplo que, segundo Maria Cristina Franco, vice-presidente da ABF, mostra como o esporte é uma boa opor-tunidade de negócio no País. Ela con-sidera que a realização da Copa e das Olimpíadas no Brasil tende a manter esse mercado aquecido nos próximos anos, e vê como uma vantagem do se-tor tanto para conquistar franqueados quanto para conquistar clientes ser um negócio que trabalha com uma das principais paixões do brasileiro, que é o esporte. Mas ela faz algumas ressalvas para quem pensa em se tornar um fran-queado de uma rede esportiva. “Não se deixe levar apenas pela paixão. Ser tor-cedor é uma coisa e ser empresário é outra totalmente diferente.”

trabalhar com uma das principais paixõesdo brasileiro é vantagem tanto para conquistar franqueados quanto clientes

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Fast-kebabCriada em 2009 pelos israelenses Roni e Tomer Kanarek, o Laffa

Kebab Store aposta na abertura de franquias como estratégia de ex-pansão. Com duas lojas próprias no Rio de Janeiro, a expectativa é inaugurar sete franquias até o fi nal de 2011.

A rede é especializada em kebabs preparados de forma artesanal, com o pão feito na hora, mas sem abrir mão da velocidade e o aten-dimento característicos do fast-food. No cardá-pio, o tradicional shawarma é servido em duas versões – cordeiro e peru –, além de sanduíches típicos dos países árabes como Kafta, Sabich e o famoso Falafel. No total são 14 variedades de sanduíches com diferentes recheios, todos servidos no pão-folha e temperados com condimentos importados.

Elaborada pela Cherto Consultoria, a franquia requer área mínima de 40 me-tros quadrados e 12 funcionários. O in-vestimento inicial para abertura de uma unidade gira em torno de R$ 250 mil, incluindo custos de instalação, equipa-mentos e despesas pré-operacionais. A taxa de franquia é de R$ 40 mil, além de taxa de royalties de 6%. www.laffa.com.br

Criada em 2009 pelos israelenses Roni e Tomer Kanarek, o Laffa Kebab Store aposta na abertura de franquias como estratégia de ex-pansão. Com duas lojas próprias no Rio de Janeiro, a expectativa é inaugurar sete franquias até o fi nal de 2011.

A rede é especializada em kebabs preparados de forma artesanal, com o pão feito na hora, mas sem abrir mão da velocidade e o aten-dimento característicos do fast-food. No cardá-pio, o tradicional shawarma é servido em duas versões – cordeiro e peru –, além de sanduíches típicos dos países árabes como Kafta, Sabich e o famoso Falafel. No total são 14 variedades de sanduíches com diferentes recheios, todos servidos no pão-folha e temperados com

Elaborada pela Cherto Consultoria, a franquia requer área mínima de 40 me-tros quadrados e 12 funcionários. O in-vestimento inicial para abertura de uma unidade gira em torno de R$ 250 mil,

mentos e despesas pré-operacionais. A taxa de franquia é de R$ 40 mil, além de

www.laffa.com.br

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Investimento na baseHá 20 anos no mercado, a Água Doce Sabores do Brasil sabe que

para manter a qualidade dos serviços é preciso investir não só em bons produtos, mas sobretudo nas pessoas. Pensando nisso, a empresa lançou um plano de incentivo direcionado aos colaboradores das mais de 100 casas que compõem a rede. “Buscamos um caminho para fidelizar e ca-pacitar a brigada da Água Doce. Para isso, contamos com uma consultoria especializada”, explica Júlio Bertolucci, diretor de expansão da rede.

O primeiro passo do Plano de Incentivo foi a realização de uma Pesquisa de Clima e Satisfação, com o objetivo de buscar indicadores de satisfação, levando em conta aspectos como motivação, produtivi-dade e comprometimento da equipe com os objetivos da organização. No total, foram ouvidos 290 funcionários de 29 restaurantes, localiza-dos nas regiões Sudeste e Sul.

Segundo a pesquisa, o feedback positivo (elogios) fornecido pela che-fia é fundamental para motivar os funcionários. Outro fator citado por mui-tos entrevistados como desmotivador foi a falta de oportunidade de cresci-mento profissional, já que muitos almejam crescer dentro da empresa.

A partir dos resultados, a rede já adotou algumas estratégias. Entre elas são destaque a instituição de um programa de educação permanen-te para os franqueados e seus colaboradores em aspectos comportamen-tais e de liderança; criação de um modelo de avaliação dos funcionários visando perceber desempenhos e comportamentos esperados e um pro-grama de sugestões e críticas permanente nas franquias, destinado aos colaboradores da franqueada, buscando a melhoria contínua das ações de recursos humanos e de mar keting. www.aguadoce.com.br

Leve e saudávelApós conquistar o mercado carioca com pratos

leves e saudáveis, o restaurante Doce Delícia lança seu sistema de franquias com a inauguração de três lojas fora do Rio de Janeiro: Salvador, Cuiabá e Bra-sília. Para se estruturar para a nova fase, a empresa recebeu consultoria da FGV e está ampliando a fá-brica onde são produzidas as tortas e salgados para dar conta do aumemto da demanda.

Com área mínima de 100 metros quadrados e 25 funcionários, a franquia exige um investimen-to inicial de R$ 500 mil, exceto os custos com o ponto. A taxa inicial de franquia é de R$ 160 mil, royalties de 6% e taxa de publicidade de 2%. Os candidatos a franqueados devem ter um capital de giro em torno de R$ 40 mil e a previsão de faturamento bruto é entre R$ 200 mil e R$ 500 mil por mês, com prazo de retorno de 24 meses.

Atualmente, o Doce Delícia possui três lojas próprias no Rio de Janeiro – Ipanema, Fashion Mall e Shopping Tijuca – e, segundo luciana Al-meida, proprietária da rede, é possível que algu-mas delas também se transformem em franquias. “Minha vontade é, cada vez mais, me dedicar ao desenvolvimento de novos produtos e menos da administração das casas, daí a ideia de franquear algumas de nossas unidades próprias”, conta. Até o final do ano ela planeja inaugurar duas franquias na cidade: Barra da Tijuca e Centro. www.docedelicia.com.br

Específico para shoppingsPouco mais de seis meses após estrear no franchising, a Dr. Resolve

Reparos & Reformas anuncia a abertura de sua primeira franquia para atendimento exclusivo aos lojistas de shoppings. O projeto piloto está

instalado no Plaza Shopping de São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Pioneira neste modelo de franquia, a Dr. Re-solve lança a modalidade para atender a demanda existente no setor. “Nossa meta é estar em todos os shoppings do Brasil em cinco anos. Atenderemos em shoppings com mais de 100 lojistas, com garantia de lucro bruto de pelo menos R$ 10 mil ao franqueado”, afirma o dire-tor-presidente e fundador da Dr. Resolve, David Pinto.

Com investimento inicial de R$ 35 mil para abertura de quiosque ou ponto comercial em alameda de serviços, o franqueado será res-ponsável pela realização de serviços de reparos nas lojas, podendo se estender também às residências de clientes frequentadores dos shop-pings. A marca, que atualmente conta com 50 lojas em todo o País, é especializada em serviços de pintura, reparos hidráulicos e elétricos, jardinagem e alvenaria. www.drresolve.net

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Novo conceito

Primeiras franquias Há 14 anos no mercado, a Dentall Prime é uma operadora

odontológica especializada em diversas áreas da odontologia, como clínica geral, ortodontia, prótese, cirurgia, implantodontia e periodontia. A empresa também comercializa planos individuais, familiares e corporativos.

Com sede em São Paulo, a rede agora pretende crescer para todo o País através do franchising. “Buscamos potenciais candidatos para par-cerias de negócios, porém queremos expandir sem perder o compro-misso com a qualidade”, afirma Wagner Dias, diretor de expansão da marca, que planeja a abertura de pelo menos 100 unidades em 2011.

A taxa para aquisição de uma franquia varia de R$ 25 mil a R$ 500 mil, com prazo de retorno estimado entre 24 e 36 meses. O candidato a franqueado não precisa ser dentista, mas deve contar com a parceria de um profissional formado em odontologia, com registro no Conse-lho Regional de Odontologia (CRO).

Um dos diferenciais da marca é não cobrar taxa de marketing. “Não impomos a forma como a divulgação de cada clínica deve ser feita. Dei-xamos que cada franquia utilize essa verba em ações adequadas à sua necessidade e favoráveis ao bom desempenho do empreendimento em nível regional”, ressalta Dias. www.dentallprime.com

Inicialmente formatada para instalação em shopping centers, a Jin Jin Wok – fran-quia de fast-food de comida asiática – aca-ba de lançar um novo conceito para a rede e inaugura a primeira unidade da marca no formato de restaurante. O objetivo do novo projeto é ampliar o mercado e ofere-cer mais uma oportunidade de negócio aos mais de 30 franqueados da marca, já que o novo formato será instalado, inicialmen-

te, em cidades que já tenham o modelo fast-food: “Queremos que os franqueados sejam os primeiros a ganhar com o novo negócio e também que ele incremente o sucesso que as unidades de shoppings já fazem”, explica Eduardo Morita, diretor de Negócios do Grupo Ornatus.

O primeiro restaurante foi inaugura-do em abril no Centro Empresarial São Paulo (Cenesp), por onde circulam apro-

ximadamente 18 mil pessoas por dia. O investimento para implantar a nova loja ficou em torno de R$ 500 mil, com esti-mativa de faturamento mensal de R$ 200 mil. “O restaurante é um desejo antigo da franquia e vem complementar uma história de sucesso”, explica Jae Ho lee, fundador da rede Jin Jin Wok, que possui 18 anos de mercado e 55 unidades em operação. www.jinjin.com.br

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PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto MercAdológico, MP- MAteriAl ProMocionAl, PP- ProPAgAndA e PublicidAde, Po- Projeto de oPerAção, oM- orientAção sobre Métodos de trAbAlho, tr- treinAMento, PF- Projeto FinAnceiro, Fi- FinAnciAMento, ei- escolhA de equiPAMentos e instAlAções, Pn- Projeto orgAnizAcionAl dA novA unidAde, sP- solução de Ponto

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EmpreenderQuando se analisa a disponibilidade de recursos para abrir uma empresa ou expandir o negócio, o brasil se posiciona em 14º entre os países pesQuisados

Maioria investe até r$ 10 Mil para abrir negócio

informe do sistema brasileiro de apoio às micro e peQuenas empresas

maio/2011 – WWW.sebrae.com.br - 0800 570 0800

Pesquisa GEM mostra que as micro e pequenas empresas demandam baixos valores para abrir as portas

A pesquisa global entrepreneur-ship Monitor, a geM 2010, ela-borada pelo instituto brasileiro da Qualidade e produtividade (ibQp) em parceria com o se-

brae, aponta que 58,1% dos empresários investiram até r$ 10 mil para abrir seus negócios. o levantamento considera uma média dos investimentos entre os anos de 2002 e 2010.

a pesquisa, divulgada pelo sebrae no fi-nal de abril, mostra que os empreendimentos demandam um volume relativamente baixo de investimento. De cada 100 empresários, 18 gastaram menos de r$ 2 mil para iniciar a atividade. apenas em 18,9% dos casos foi necessário um gasto superior a r$ 30 mil. o restante, 23,1%, nasceu com um investimen-to que variou de r$ 10 mil a r$ 30 mil.

a pesquisa mostra que, em média, 36% dos valores necessários para abrir a empre-sa são de capital próprio. o valor é baixo em

relação a outros países. nos estados Uni-dos, os empresários utilizam 86% de recur-sos próprios. na china e na rússia, 67% e 44% do investimento, respectivamente, têm origem no caixa do próprio empreendedor.

além do uso do capital próprio, no bra-sil os empreendedores recorrem a familia-res e pessoas próximas na hora de abrir a empresa. Dos que precisam pedir ajuda, 70,5% procuram alguém da família. ami-gos ou vizinhos são a fonte complementar de recursos para outros 22,3%. o restante é financiado por investidores estranhos que têm uma boa ideia (3,8%), por colegas de trabalho (2,9%) ou por outros (0,6%).

segundo os empresários, um dos pila-res para o desenvolvimento e crescimento do negócio é o capital. a pesquisa mostra que eles reclamam da dificuldade de acesso ao crédito e seu custo elevado. Quando se analisa a disponibilidade de recursos para abrir uma empresa ou expandir o negócio,

A pesquisa mostra que, em média, 36% dos valores necessários para abrir a empresa são de capital próprio

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Empreenderno ano passado,

todas as faixas etárias

tiveram aumento nas taxas de

empreendedorismo. a Que obteve maior

crescimento foi a dos 25 aos

34 anos, com 22%

o brasil se posiciona em 14º entre os países pesquisados. apesar de o país ter avançado na questão macroeconômica, o acesso a cré-dito continua restrito.

entre as demandas para avançar nos negócios, os empreendedores apontam também a diminuição do grau de exigência dos bancos na concessão de financiamen-tos e criação de central de aval por parte dos municípios, a estruturação de canais de divulgação voltados à disseminação dos recursos financeiros disponíveis e a simpli-ficação do financiamento público voltado às micro e pequenas empresas.

esta é a 11ª vez que o brasil participa da pesquisa geM, maior estudo contínuo sobre a dinâmica empreendedora do mundo. Des-de sua primeira edição, em 1999, mais de 80 países participaram da pesquisa. em 2011, 60 países foram pesquisados. o sebrae é parceiro na realização da pesquisa no brasil.

// Mulheres e jovensDe acordo com a pesquisa geM, no brasil, homens e mulheres têm buscado no em-preendedorismo a oportunidade de estar no mercado quase que igualmente. Há um for-te equilíbrio entre gêneros, já que dos 21,1 milhões de pessoas à frente de empreen-dimentos em estágio inicial (tea) ou com menos de 42 meses de existência no brasil, 50,7% são homens e 49,3%, mulheres.

a pesquisa aponta que a mulher bra-sileira continua sendo uma das que mais empreende no mundo. apenas em gana, as mulheres atingiram tea mais altas que os homens, entre todos os outros 59 pa-íses participantes da pesquisa em 2010. em gana, a tea é de 34%, com 4,3 milhões de empreendedores, sendo 37,1% mulheres e 30,8% homens.

na 11ª edição da pesquisa no país, a taxa de empreendedores em estágio inicial

(tea) brasileira é de 17,5%, o que equivale a 21,1 milhões de empreendedores brasileiros. a tea é formada pela proporção de pessoas com idade entre 18 e 64 anos envolvidas com empreendimentos em estágio inicial ou com menos de 42 meses de existência. a taxa brasileira está acima da média históri-ca do país, que é de 13,38%. em 2009, por exemplo, a taxa foi de 15,3%.

a geM 2010 aponta também que no ano passado todas as faixas etárias tiveram aumento nas taxas de empreendedorismo. a que obteve maior crescimento foi a faixa dos 25 aos 34 anos, com 22%. o brasil se-gue a mesma tendência dos grupos de de-mais países analisados, nos quais esta é a faixa etária que prevalece. a faixa etária de 18 a 24 anos foi o segundo grupo com maior crescimento, 17,3%, valor superior à dos em-preendedores entre 35 anos e 64 anos, que varia de 9,5% a 16,6%. E

De cada 100 empresários, 18 gastaram menos de R$ 2 mil para iniciar a atividade, e 19 mais do que R$ 30 mil

Empreender – informe do sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: roberto simões. Diretor-Presidente: luiz barretto. Diretor-Técnico: carlos alberto dos santos. Diretor de Administração e Finanças: José claudio dos santos. Gerente de Marketing e Comunicação: cândida bittencourt. Edição: ana canêdo, antônio viegas. Endereço: sgas 604/605, módulos 30 e 31, asa sul, brasília/DF, cep: 70.200-645 Fone: (61) 3348-7100 – Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae

ServiçoTextos: www.agenciasebrae.com.br

Mais informações: www.sebrae.com.br

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011 de olho nas equipes

P r o d u T o s e s e r v I Ç o s

divulgação na webO Funcode é uma nova ferramenta de comunica-

ção de marcas e produtos, ideal para divulgar ações promocionais. O sistema, que foi desenvolvido pela Truetech, permite que as empresas disponibilizem filmes e shows pela web para seus clien-tes. Por esse sistema o consumidor ganha, na hora que faz uma compra ou efetua um cadas-tro no site da empresa, um código único de acesso que dá direito a assistir por streaming imediato ou efetuar download grátis de um filme ou clipe musical. “Os clientes sabem que, quanto mais comprarem, mais filmes poderão assistir e se sentirão incentivados a voltar à loja. Até mesmo porque o cartão com o código impresso tem fotos dos filmes e as crianças adorarão colecionar”, afirma o CEO da Truetech Marcelo Spinassé. www.funcode.com.br

O Portal Executivo é um sistema voltado ao gerenciamento on-line das equipes de vendas de uma em-presa. Com o software o empresário acompanha de perto vários aspectos do processo de vendas, o que per-mite otimizar recursos disponíveis e possibilita a correção de falhas no

atendimento aos clientes. O aplicati-vo gera indicadores de desempenho organizacional e transforma dados gerenciais em informações para as companhias. O Portal Executivo foi desenvolvido pela Máxima e foi in-tegrado ao portfólio da PC Sistemas. www.pcsist.com.br

energia livreA Brix lança plataforma eletrônica que

permite fazer a negociação de energia elé-trica on-line. O serviço atende os mais de 1,4 mil agentes que atuam no Ambiente de Contratação livre (ACl), também cha-mado mercado livre, que representa cerca de 25% da energia consumida no País. A operação é toda feita em plataforma web no site da Brix e não requer hardware ou software específicos. Pelo sistema os agentes assinam um acordo de participa-ção, comprometendo-se a respeitar regras e procedimentos da negociação on-line. Em seguida, cada participante estabelece limites de crédito bilateral, em megawatt (MW ), para negociação com cada um dos demais. Feito isso, por meio de login e senha, os agentes entram na plataforma de negociação. Os lances são anônimos até o fechamento da operação de compra e venda. Concluída a operação, as duas contrapartes que negociaram entre si re-cebem e-mail com a confirmação. A pla-taforma representa a primeira etapa para implementação de uma bolsa de energia no Brasil. www.brix.com.br

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P r o d u T o s e s e r v I Ç o s

Climatização ecológica

reservason-line

O Smart Table é um portal especializado em reserva on-line de mesas de bares e restaurantes. Pelo sistema o usuário não precisa pegar fila de espera para entrar nos estabelecimentos e consegue reservar antecipadamente seu lugar. Além disso, o Smart Table oferece um guia completo de bares e restaurantes e um programa de recompensas que beneficia clientes de bares e restaurantes com descontos e ações exclusivas. O portal permite que o proprietário do estabelecimento tenha acesso ao perfil dos seus clientes, o que eles mais gostam e quais são as suas preferências. www.smarttable.com.br

A Trane traz para o Brasil o sistema de Fluxo de Água Variável, um equipa-mento de climatização de ambientes. Diferente dos demais produtos do mercado, o aparelho utiliza água em todo seu processo e com isso gasta menos energia do que os climatizado-res comuns. O sistema é formado por um chiller com compressor scroll digi-tal instalado externamente e unidades internas de diferentes configurações, de embutir, cassetes e “hi-wall”. A tu-

bulação de água resfriada pode ser adaptada para uma instalação vertical ou horizontal, permitindo que a unida-de externa seja instalada em qualquer local fora do edifício. O sistema Trane de Fluxo de Água Variável pode ser instalado com uso de tubulação de aço galvanizado ou PVC, tornando-se uma solução mais econômica do que os sis-temas de fluxo de refrigeração variável que necessitam de tubulação de cobre rígida. www.trane.com.br

dirigibilidade garantidaO TDriveN2 é um sistema que permite a motoristas acionar a buzina, as lanter-

nas, dar seta e ligar limpadores e faróis de carros com comando de voz sem precisar tirar as mãos do volante enquanto dirigem. Pelo TDriveN2 o motorista pode ainda ligar o veículo apertando um botão de partida. O sistema de aceleração, representado por uma alavanca, está acoplado ao volante e o próprio peso da mão do condutor ven-ce a gravidade para movimentá-la. O TDriveN2 é indicado para pessoas com muitas restrições de movimentos, como é o caso dos tetraplégicos. www.cavenaghi.com.br

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Gerenciador de 0800A GVT oferece serviço de gerenciamento on-line das confi gurações de

telefones 0800 de empresas. Pelo sistema é possível fazer a distribuição das chamadas por grupos, interceptar, desconectar ou defi nir o atendi-mento por uma Unidade de Resposta Audível (URA) e gerar relatórios de desempenho. Além disso, a empresa pode, a qualquer momento, fazer alterações na confi guração de seus serviços, tarefas que anteriormente podiam levar dias para serem realizadas. Pelo sistema, quando um cliente liga para o 0800 de uma empresa, uma central encaminha as chamadas para um único local que recebe as ligações, identifi ca o número e busca em uma base de informações as respectivas confi gurações defi nidas para o número chamado. Denominada 0800 RI, a solução foi desenvolvida para atender desde pequenas e médias empresas a instituições fi nanceiras, em-presas de contact center e indústrias. www.gvt.com.br

Antivírus brasileiroO antivírus AVware, desenvolvido no Brasil, é

capaz de avaliar de 200 a 300 arquivos por segundo e operar em computadores com confi guração bai-xa sem sobrecarregar o sistema. Diferentemente de outros antivírus do mercado, o AVware monito-ra não apenas o Microsoft Outlook, mas todas as possíveis portas de saída de e-mails, avisando o usuário caso seja detectado algum envio não au-torizado. O antivírus é ainda efi ciente contra ata-ques aos internet bankings nacionais porque ele é capaz de detectar a existência de vírus (trojans bancários) especializados no roubo de senhas de usuários nessas plataformas. O AVware é o único a contar com um laboratório de análise sediado

na América do Sul, o VirusLab, para o qual os usuários podem enviar os arquivos suspeitos e receber a vacina na sequência. Para testar o produto por 30 dias gratuitamente o interes-sado deve acessar o site da empresa. www.avware.com.br

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Gerenciador de 0800A GVT oferece serviço de gerenciamento on-line das confi gurações de

telefones 0800 de empresas. Pelo sistema é possível fazer a distribuição das chamadas por grupos, interceptar, desconectar ou defi nir o atendi-mento por uma Unidade de Resposta Audível (URA) e gerar relatórios de desempenho. Além disso, a empresa pode, a qualquer momento, fazer alterações na confi guração de seus serviços, tarefas que anteriormente podiam levar dias para serem realizadas. Pelo sistema, quando um cliente liga para o 0800 de uma empresa, uma central encaminha as chamadas para um único local que recebe as ligações, identifi ca o número e busca em uma base de informações as respectivas confi gurações defi nidas para o número chamado. Denominada 0800 RI, a solução foi desenvolvida para atender desde pequenas e médias empresas a instituições fi nanceiras, em-presas de contact center e indústrias. www.gvt.com.br

Espiral fl uorescenteA Avant lança novas opções de lâmpadas fl uorescen-

tes da linha espiral na potência de 45 W, 60 W e 75 W. Os produtos são fabricados com reator eletrônico embutido, bulbo em forma de espiral e duram até 6 mil horas. Na comparação com as lâmpadas tradicionais incandescentes, o consumo de eletricidade pode ser reduzido em até 80%. As novas lâmpadas espirais estão disponíveis com tensão de 220 V, possuem acendimento automático, têm baixa dissi-pação térmica e são encontradas em duas tonalidades de

cor: branca (6,5 mil K), para estimular a pro-dutividade, e amarela (2,7 mil K), para am-

bientes mais aconchegantes. www.avantsp.com.br

cor: branca (6,5 mil K), para estimular a pro-dutividade, e amarela (2,7 mil K), para am-

bientes mais aconchegantes. www.avantsp.com.br

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As publicações da editora

Empreendedor têm sempre

artigos, notícias e dados

atualizados sobre o mundo

dos negócios.

Com 17 anos de história,

a Empreendedor é a maior

editora brasileira voltada

ao empreendedorismo e às

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Publica as revistas

Empreendedor,

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Dirigente Lojista, e o

Guia Empreendedor de

Franquias, além de manter

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O mundo dos negócios é muito grande para você se aventurar sozinho.

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Scanner delicado

A Scansystem traz ao mercado brasileiro o scanner OS 12.000 HQ, um aparelho in-dicado para digitalizar obras raras e livros antigos. O equipa-mento gera baixo ní-vel de emissão de luz e, diferente de outros scanners do mercado, não emite raios UV e infravermelhos duran-te o processo, o que evita o desgaste dos documentos. Além disso, a parte superior da máquina, que é a responsável pelo es-caneamento, não en-tra em contato com a folha, o que preserva livros e documentos. O aparelho permite a digitalização de obras com até 150 mm de espessura, em uma resolução de 400 x 600 ppi. www.scansystem.com.br

Fácil instalaçãoA nova linha de painéis QuiXtra 630 foi de-

senvolvida para a distribuição elétrica de baixa tensão de quadros até 630A, para aplicações comerciais, industriais e de infraestrutura. O produto é fornecido em forma de kits de mon-tagem do tipo click-in, com pontos de fecho, dobradiças e parafusos pré-montados, e vem

pronto para ser instalado. A linha QuiXtra 630 foi projetada em forma de es-truturas modulares (largu-ra para 12, 24 e 36 módu-los e altura de 3 a 12 fi las), o que facilita a montagem feita em cinco passos e manuseio dos equipamen-tos. www.ge.com.br

Imóveis no smartphone

Dentro das normasA Softcorp apresenta ao mercado uma

nova ferramenta de gestão de conteúdo que permite a verifi cação instantânea de diferen-tes formatos de documentos para ver se eles estão de acordo com as normas internas da empresa. Por meio de busca de palavra-chave, a solução localiza possíveis quebras de con-trato e outras falhas. A ferramenta ajuda, por exemplo, o departamento jurídico da empre-sa usuária a detectar quebra de compliance ou corrupção interna. Com esse aplicativo a empresa consegue padronizar os documen-tos disponíveis aos colaboradores e parceiros e evita erros humanos ou falhas de informa-ções. www.softcorp.com.br

O Imovelweb lança aplicativo mobile que permite ao usuário procurar imóveis para alugar ou comprar através de um smartphone. Pelo sistema é possível fazer uma busca padrão pelas características do imóvel ou busca por proximidade e funcio-nalidade. Se o usuário tiver celular com GPS ou algum modelo de geoposicionamento é possível ainda pesquisar todas as ofertas de imóveis próximas de onde a pessoa se

encontra. Essa é uma ferramenta que pode auxiliar também o anunciante do imóvel porque dá mais visibilidade à oferta divul-gada e facilita o acesso dos clientes aos em-preendimentos cadastrados no portal. Para usar o sistema é necessário fazer o down-load gratuito na Apple Store ou acessar o Imovelweb Mobile diretamente do browser do celular digitando m.imovelweb.com.br. www.imovelweb.com.br

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L e I T u r a

escalada executiva

Como chegar ao topojeffrey j. FoxEditora Sextante – r$ 19,90

autor apresenta as características que o líder deve ter para chegar à presidência e os comportamentos a serem evitados

Coloque sua carreira no rumo do sucesso:4conquiste aliados em

outros departamentos;4Evite desempenhar funções

de apoio. procure os cargos estratégicos, de preferência na linha de frente;

4Identifique os conhecimentos que você precisa ter para realizar bem o seu trabalho;

4Não espere que o departamento de recursos humanos planeje sua carreira;

4jamais subestime um adversário;4coloque um ponto final na fofoca;4Nunca escreva uma mensagem desagradável;4reconheça o valor dos seus funcionários;4Não leve trabalho para casa;4o conceito não precisa ser perfeito, mas a execução, sim; 4viva o presente, planeje o amanhã, esqueça o passado.

Persistência, integridade, visão e respeito por todos no ambiente de trabalho e na vida pessoal são as princi-pais qualidades dos líderes bem-sucedidos. Mas isso não basta: para ocupar o cargo mais alto de uma empresa é necessário conhecer algumas regras bem específicas. Es-tas diretrizes são o foco da obra de Jeffrey J. Fox, criador da empresa de consultoria em marketing Fox & Co. Inc.

“Ser o todo-poderoso de uma organização não se re-sume a ter autoridade para tomar decisões e comandar pessoas. É preciso demonstrar disciplina, visão, talento e ousadia para inovar na medida certa e tornar a empresa ainda mais lucrativa”, afirma Fox.

Com um estilo coloquial e provocador, o autor reve-la as características que um aspirante a presidente deve desenvolver, oferece conselhos práticos para alcançar metas e relaciona quais tipos de comportamento devem ser evitados.

Conveniência & franchising o canal do varejo contemporâneo Franquia de postos de serviçoluiz Felizardo Barroso Editora lumen júris – r$ 88

Com base no Novo Código Civil, o livro aborda questões do dia a dia do empresariado do setor de conveniência e franchising, traçando um panorama econô-mico e operacional dos postos de gasolina. A obra aborda ain-da temas como a internacio-nalização das redes, franquias compartilhadas, franquia em-presarial e sua definição jurídi-ca no Brasil, além da questão da franquia pública.

reposicionamentojack trout e Steve rivkin – Editora m.Books – r$ 65

Há 30 anos, os autores publicaram o best seller Posiciona-mento – A batalha por sua mente. Mas os tempos, a concorrên-cia e os consumidores mudaram. Com isso, empresas que antes tinham sucesso estão em crise. Na nova obra, Trout e Rivkin fornecem um arsenal de técnicas comprovadas de marketing redesenhadas especificamente para o momento atual. Apoia-dos em pesquisas recentes, eles revelam os motivos psicológi-cos ocultos que impulsionam o mercado de hoje. Saiba como desafiar seus concorrentes, di-ferenciar produtos, gerenciar crises e utilizar a tecnologia a favor dos negócios.

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a N á L I s e e C o N Ô M I C a

Alguns analistas já apontam que esta-mos caminhando para um novo choque do petróleo, porém com impactos mais amenos na economia global que na década de 1970, quando ocorreram os choques, em 1973 e 1979. No entanto, uma redução no ritmo de crescimento é iminente.

Desde o início do ano o preço do barril de petróleo na bolsa de Nova York segue em ascendência. O preço do petró-leo fino ( WTI) chegou a níveis máximos históricos em termos reais. Um relatório do Banco Goldman Sachs recentemente mexeu com o mercado ao prever que a cotação pode bater nos US$ 200.

Os eventos que vêm ocorrendo no Oriente Médio e África estão afetando consideravelmente a oferta de petróleo. Bahrein e líbia possuem algumas das maio-res reservas da região e os conflitos inter-nos estão prejudicando o fornecimento, principalmente para os países europeus. Outro fator que contribui para essa alta de preços é a forte demanda oriunda dos Brics, que vem crescendo ano a ano, princi-palmente na China e na Índia.

Uma das alterações mais significativas do impacto no preço do petróleo sobre a economia se dá pelo lado da oferta. O petróleo representa um importante fator de produção. Por ser uma commodity insubstituível, um aumento em seus pre-ços implica um aumento nos custos de produção. Com isso, o nível de produto gerado em uma economia pode vir a ser reduzido consideravelmente.

Consequentemente há uma queda de poder de compra dos países importado-res de petróleo e transferência de recur-sos para os países exportadores. Ou seja, haverá uma queda das receitas e conse-quente diminuição da demanda interna que será compensada por diminuição da poupança e aumento do endividamento.

O impacto negativo de um choque petrolífero sobre a atividade produtiva

efeitos da alta do petróleo

por Bruno SartorAnalista, leme Investimentos

redução no ritmo de crescimento é iminente, mas os impactos na economia global tendem a ser mais amenos do que na década de 1970

pode abalar a confiança em relação ao fu-turo da economia. Assim os consumido-res podem desistir de grandes compras ou investimentos, bem como as empre-sas poderão decidir adiar grandes proje-tos. Do mesmo modo, a queda na oferta do óleo poderá afetar negativamente o consumo e o investimento através do seu impacto sobre os mercados financeiros ou, em uma análise sistêmica, piorando as condições de financiamento. Em um cenário de maior incerteza, o mercado tende a reorientar suas carteiras para ativos líquidos, fazendo com que as taxas de juros de longo prazo aumentem.

Em um cenário de expectativas ruins quanto ao preço do petróleo, as indústrias têm como opção elaborar projetos a lon-go prazo, visando reduzir a dependência do combustível. Em qualquer discussão sobre o modo como os preços do petró-leo afetam a economia é importante ter em mente que o impacto também depen-de da natureza do choque petrolífero.

Em particular, alguns argumentos sugerem que o impacto global pode não ser proporcional à dimensão (em termos percentuais) da variação dos preços do petróleo: o impacto pode não ser linear. Vários fatores, tais como a direção, dura-ção, causa do choque e a variabilidade dos preços poderão desempenhar um papel importante quanto à dimensão que as economias serão afetadas.

Para tentar combater o impacto, os governos podem adotar uma política mo-netária mais austera visando estabilizar os preços, no intuito de evitar a queda do produto e conter uma possível crise eco-nômica mundial, apenas três anos após a crise do crédito de 2008.

para combater o impacto, os governos podem adotar uma

política monetária mais austera para estabilizar os preços,

evitando a queda do produto e contendo uma possível crise

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Carteira Teórica Ibovespa

All Amer lat ON 1,104 AçãoAmbev PN 0,979 AçãoB2W Varejo ON 0,701 AçãoBMF Bovespa ON 3,902 AçãoBradesco PN 3,130 AçãoBradespar PN 0,993 AçãoBrasil Telec PN 0,390 AçãoBrasil ON 2,726 AçãoBraskem PNA 0,596 AçãoBRF Foods ON 1,341 AçãoBrookfield ON 0,622 AçãoCCR Rodovias ON 0,802 AçãoCemig PN 1,134 AçãoCesp PNB 0,685 AçãoCielo ON 1,539 AçãoCopel PNB 0,598 AçãoCosan ON 0,784 AçãoCPFl Energia ON 0,441 AçãoCyrela Realty ON 1,866 AçãoDuratex ON 0,589 AçãoEcodiesel ON 1,311 AçãoEletrobras ON 0,890 AçãoEletrobras PNB 0,743 AçãoEletropaulo PNB 0,530 AçãoEmbraer ON 0,755 AçãoFibria ON 1,498 AçãoGafisa ON 1,648 AçãoGerdau Met PN 0,660 AçãoGerdau PN 2,574 AçãoGol PN 1,211 AçãoIbovespa 100,000 AçãoItausa PN 2,315 AçãoItauUnibanco PN 4,015 AçãoJBS ON 0,934 AçãoKlabin S/A PN 0,404 Açãolight S/A ON 0,541 Açãollx log ON 0,914 Açãolojas Americ PN 1,207 Açãolojas Renner ON 1,098 AçãoMarfrig ON 0,546 AçãoMMX Miner ON 1,440 AçãoMRV ON 1,233 AçãoNatura ON 0,845 AçãoOGX Petroleo ON 3,773 AçãoP.Açúcar-CBD PNA 0,808 AçãoPDG Realt ON 2,745 AçãoPetrobras ON 2,206 AçãoPetrobras PN 8,517 AçãoRedecard ON 1,283 AçãoRossi Resid ON 1,163 AçãoSabesp ON 0,352 AçãoSantander BR UNT N2 1,097 AçãoSid Nacional ON 2,359 AçãoSouza Cruz ON 0,443 AçãoTam S/A PN 1,041 AçãoTelemar N l PNA 0,225 AçãoTelemar ON 0,268 AçãoTelemar PN 0,923 AçãoTelesp PN 0,155 AçãoTim Part S/A ON 0,125 AçãoTim Part S/A ON 0,170 9Tim Part S/A PN 0,840 AçãoTran Paulist PN 0,229 AçãoUltrapar PN 0,486 AçãoUsiminas ON 0,592 AçãoUsiminas PNA 2,462 AçãoVale ON 2,925 AçãoVale PNA 11,956 AçãoVivo PN 0,793 Ação

Inflação (%)

Índice abril ano

Igp-m 0,45 2,94Igp-dI 0,61 2,96Ipca 0,66 3,16Ipc - Fipe 0,70 3,02

Juros/aplicação (%)

abril ano

cdI 0,91 3,52Selic 0,92 3,53poupança 0,53 2,30ouro Bm&F 0,77 -3,53

Indicadores Imobiliários (%)

abril ano

Juros/Crédito (%)

28/abril 27/abril

desconto 1,98 1,98Factoring 3,89 3,89hot money 3,48 3,48giro pré (taxa mês) 2,18 2,18

Câmbio

Mercados Futuros

cotação

dólar comercial ptax r$ 1,5845 Euro uS$ 1,4818 Iene (uS$ 1,00) $ 81,4700

dólar r$ 1,577 r$ 1,578juros dI 11,90% 11,90%

contratos mais líquidos 29/04Ibovespa Futuro 66.940

Nome classe participação tipo deação Bovespa ativo

até 28/04

Em 28/04

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de 15 a 17/09/2011ecoenergy – Feira Internacional de Tecnologias Limpas e renováveis para Geração de energiacentro de Exposições Imigrantes – Spwww.feiraecoenergy.com.br

Expositores do setor de geração, trans-missão e distribuição de energia limpa e renovável apresentam as novidades no se-tor de energia eólica, hidráulica e solar.

de 4 a 6/10/2011Tubotech – Feira Internacional de Tubos, válvulas, Conexões e Componentescentro de Exposições Imigrantes – Spwww.feirasnacipa.com.br

Empresas do Brasil e do exterior apre-sentam as principais novidades em tubos, medidores de vazão, ferramentas e borra-chas industriais. São realizadas também a Expo Válvulas e a Expo Bombas.

de 18 a 19/05/2011Feira do Profissional de Eventoscentro de convenções Frei caneca – Spwww.feiraebs.com.br

Apresenta produtos e serviços voltados para o mercado de gastronomia, segurança, limpeza e entretenimento. No espaço Des-tino de Eventos, empresas de 25 cidades do País apresentam a infraestrutura oferecida nesses municípios para a realização de se-minários, exposições e feiras.

de 23 a 28/05/2011Feimafe – Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e sistemas Integrados de Manufaturaanhembi – São paulo – Spwww.feimafe.com.br

Em sua 13ª edição, expõe novidades em sistema de solda, robôs industriais, máquinas de medição para sistemas fle-xíveis, hardwares e softwares para o setor industrial. Paralelo ao evento é realizada a Feira Internacional do Controle de Quali-dade. São esperados 67 mil visitantes.

de 22 a 26/05/2011exposeccentro de Exposições Imigrantes – Spwww.exposec.tmp.br

Uma das maiores feiras brasileiras espe-cializada em sistemas de segurança. Durante o evento são realizados o Congresso Brasi-leiro de Segurança Privada e a sétima edi-ção do Magnum Show, feira de armas, mu-nições e acessórios. A entrada é gratuita.

de 1º a 3/06/2011expoaço e Congresso Brasileiro do açotransamérica Expo center – Spwww.acobrasil.org.br

Reúne representantes das empresas siderúrgicas, mineradoras e fornecedores de equipamentos e serviços para o setor. O Congresso tem como tema as perspectivas de consumo de aço no mercado externo e as mudanças no cenário econômico mundial.

de 23 a 25/06/2011Fenavid – Feira Nacional do vidro, alumínio, Molduras & CiacentroSul – Florianópolis – Scwww.fenavid.com.br

Entre os expositores confirmados na na 14ª edição do evento estão Alusupra, Arbax, Belmetal, Bottero do Brasil, GMS e Kimarco. Será realizada também em Goiâ-nia de 14 a 16 de outubro.

de 16 a 18/08/2011Photoimage BrazilExpo center Norte – São paulo – Spwww.photoimagebrazil.com.br

Um dos maiores eventos do setor de imagem e eletroeletrônicos do País. Abrange o segmento de foto, vídeo, pré-impressão, impressão digital, web design, acessórios, serviços e mídia. Também é realizada a Brazil Consumer Eletronics Expo, para o segmento de games, eletroeletrônicos e notebooks.

a G e N d a

eNerGIa e ProduTos eCoLóGICos

de 1º a 3/06/2011eco Business showcentro de Exposições Imigrantes – São paulo – Spwww.ecobusiness.net.br

A Eco Business é uma feira de econegócios que reúne pesquisadores e fa-bricantes de produtos ecológicos do Brasil e do exterior. Paralelo ao evento é realizado um congresso técnico sobre resíduos sólidos, logística reversa, energia eólica e green building. A entrada é gratuita.

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