educaÇÃo ambiental na escola municipal de tempo … · estudo que a maioria dos educandos ......
TRANSCRIPT
1
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA MUNICIPAL DE TEMPO INTEGRAL
SANTA BÁRBARA, NO MUNICÍPIO DE PALMAS-TO.
AUTORES Arianny Silva, Gabriela Machado, Natan Coelho e Perla Maria
ACADÊMICOS DO CURSO DE GESTÃO AMBIENTAL DA FACULDADE CATÓLICA DO TOCANTINS Orientador: Flávio Pacheco – Coordenador do Curso de Gestão Ambiental na Faculdade Católica do Tocantins
RESUMO
O objetivo do estudo foi diagnosticar se o educando na Escola Municipal de Tempo Integral Santa Bárbara, no município de Palmas no estado do Tocantins, possui conhecimento, sensibilização e consciência ambiental dentro e fora da escola. Para a elaboração do artigo foi utilizada uma pesquisa quantitativa, o público entrevistado foram alunos do nono ano (antiga oitava série) turma 081. No referencial teórico foram apresentadas teorias relacionadas à conservação da biodiversidade, sustentabilidade, educação e educação ambiental. Pode ser percebido através deste estudo que a maioria dos educandos possui uma noção básica relacionada ao meio ambiente, sendo abordado no âmbito escolar, havendo uma interrelação de disciplinas, e se estendendo ao cotidiano.
1. INTRODUÇÃO
A relação, interação e diálogo que todos os seres vivos fazem com o meio
chama-se Ecologia. Segundo Haeckel (1972) eco significa “casa” e logia derivada de
logos quer dizer “reflexão” ou “estudo”.
Desde os tempos remotos, mas precisamente a.C, se tem observado a
relação do ser humano com o meio ambiente, mesmo que de uma maneira
rudimentar. Ao longo dos anos, principalmente depois da revolução industrial,
observou-se altos índices de poluição, excesso de desmatamento, degradação do
solo, destruição da fauna assim como da flora, pois a população passou a usar
máquinas para a substituição da mão-de-obra individual, o que antes levava-se dias,
agora era feito em horas, potencializando o efeito das ações humanas sobre o meio
ambiente.
Diante do processo acelerado de destruição, surge a preocupação de que
algo deveria ser feito para reverter, ou ao menos amenizar o impacto sob os
2
recursos naturais, desencadeando, assim, movimentos ambientais que
demonstraram ações relacionadas ao meio.
Hoje mais do que nunca, tem se falado em uma sociedade sócio e
economicamente sustentável, ecologicamente correta, com conceitos e filosofias
voltadas ao meio ambiente, como uma maneira de cuidar e interagir com o mundo,
respeitando-o e aceitando que o ser humano faz parte do ambiente e dele precisa
para sua sobrevivência. Faz-se então, necessário compreender que a educação é
um processo contínuo de construção de conhecimento, de formação de caráter, de
transmissão de culturas, agregando valores e crenças, tornando-se uma nova
filosofia e percepção da realidade.
A evolução dos conceitos voltados à sustentabilidade remete a definição de
Educação Ambiental, que para Reigota (2007) é uma representação social, já que é
realizada a partir da concepção individual que se tem do meio ambiente.
Sendo assim: A Educação Ambiental é um componente essencial, e
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em
todos os níveis e modalidades do processo educativo em caráter formal e não
formal. (Lei Nº 9.795 de 27 de Abril de 1999. Art. 2º)
É de extrema importância que a Educação Ambiental seja inserida na rotina
escolar de uma forma dinâmica, estimulante, lúdica, divertida, para que seja
desenvolvida nas crianças sua consciência, que possam mudar seus hábitos e o de
suas famílias, enraizando a verdadeira necessidade de se preservar nosso meio e
biodiversidade.
É interessante voltar toda e qualquer atividade para foco ambiental, que ela
seja inserida no conteúdo a ser desenvolvido, que alunos e professores possam
interagir a fim de agregar novos conhecimentos, usando a curiosidade humana para
atingir os objetivos propostos, formando cidadãos pensantes e gerações
ecologicamente sustentáveis. Nesse sentido, o estudo buscou averiguar se o
educando da rede publica municipal, possui conhecimento, sensibilização,
percepção e consciência ambiental dentro e fora da escola.
O artigo tem como finalidade verificar o grau de sensibilização dos alunos das
escolas da rede pública de Palmas, buscando um melhor aprendizado e interação
3
com o meio ambiente, observando assim como elas venham distinguir o certo e o
errado sobre as questões ambientais que hoje vivemos.
Com o intuito de responder aos objetivos, atendendo as expectativas
esperadas, observando e verificando como é abordada a Educação Ambiental no
âmbito escolar.
O presente artigo está dividido em 5 (cinco) partes, a primeira composta pela
a introdução, onde é apresentado a justificativa e relevância do tema, a problemática
e os objetivos do estudo. A segunda parte é composta pelo referencial teórico,
momento em que é discutido teorias sobre conservação da biodiversidade,
sustentabilidade, educação e educação ambiental. Na terceira parte a metodologia é
exposta, momento em que é explicado como o artigo foi elaborado. Na quarta parte
é apresentada a análise dos resultados, momento em que são mostrado as
discussões sobre o tema de campo que fora discutido. Na quinta e última parte, é
apresentado às considerações finais, momento em que são coroados os principais
fatores sobre o tema pesquisado.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Conservação da Biodiversidade
Por definição biodiversidade - ou diversidade biológica - descreve a riqueza e
a variedade do mundo natural. As plantas, os animais e os microrganismos fornecem
alimentos, remédios e boa parte da matéria-prima industrial consumida pelo ser
humano. Refere-se, portanto, à variedade de vida no planeta Terra, incluindo a
variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da
flora, da fauna, de fungos macroscópicos e de microrganismos, a variedade de
funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a
variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados.
Segundo a Cartilha de Conservação da Biodiversidade – Legislação e
Políticas Públicas afirma, a perda de biodiversidade é uma crise silenciosa. Se não
interrompida, levará à homogeneização biótica do planeta. As evidências dessa crise
manifestam-se no declínio das populações biológicas e na ameaça de extinção de
4
espécies, na perda de diversidade genética entre as espécies da agropecuária, na
degradação dos ecossistemas e na extensa perda de habitats.
Dos cerca de duzentos países atuais, apenas dezessete são considerados megadiversos, por conterem 70% da biodiversidade mundial. O Brasil está em primeiro lugar nessa lista, abrangendo a maior diversidade biológica continental. Nosso território abriga entre 15% e 20% de toda a biodiversidade do planeta e o maior número de espécies endêmicas, a maior floresta tropical (a Amazônia) e dois dos dezenove hotspots1 mundiais (a Mata Atlântica e o Cerrado). (GADEM, Roseli Senna. Conservação da Biodiversidade Legislação e Políticas Públicas, Brasília, 2011, p. 7)
Conservar a biodiversidade significa proteger a multiplicidade de formas de
vida que se manifestam entre a crosta terrestre e a fina camada de gases que a
reveste, a chamada biosfera (WILSON, 1997).
A biologia da conservação baseia-se na idéia fundamental e simples de que
conservar a biodiversidade é bom para a humanidade, tendo em vista que a
natureza é fonte de recursos materiais (vegetais, animais, minerais) usados para
finalidades diversas - econômicas, recreativas, culturais, científicas, psicológicas e
espirituais.
Além desses materiais, a natureza promove serviços, como a conservação da
água, a manutenção do clima, a fixação de carbono, a conservação do solo, o
controle de predadores, a polinização de plantas e a dispersão de sementes. Os
ecossistemas, particularmente os tropicais, ajudam a manter o teor de oxigênio na
atmosfera, regulam temperatura, precipitação, umidade e ventos, ou seja, os fatores
climáticos globais são mediados e dependentes da manutenção dos ecossistemas
tropicais nativos. Os recursos naturais servem ainda de fonte de energia e de
matérias-primas para o desenvolvimento industrial, especialmente para as indústrias
alimentares, química, farmacêutica e cosmética. Mais recentemente, a capacidade
de manipulação de materiais genéticos e a bioprospecção se tornaram importantes
ferramentas de exploração da biodiversidade para fins de desenvolvimento
tecnológico. “A biodiversidade é ainda componente importante da identidade cultural
de muitas populações locais e é a base do ecoturismo e do turismo rural.”
(ECOSYSTEMS, 2003; CAVALCANTI, 2006; MILLER, 1997).
Entretanto, a diversidade, manifestada em multidões de espécies de
distribuição geográfica limitada, é vulnerável a golpes mais violentos que as
5
perturbações comuns (WILSON, 1994). Existem alterações capazes de provocar a
eliminação de uma parcela dessa multidão de espécies, com o conseqüente
rompimento da cadeia a que estava ligada outra parcela de espécies, obstruindo-se
o ciclo de nutrientes e degradando-se o ecossistema. Perturbações catastróficas
resultam em comunidades diferentes daquelas pré-existentes (WILSON, 1994;
CREED, 2006).
“A perda de habitats, a redução do tamanho dos remanescentes e o crescente
isolamento do fragmento por novas formas de uso produzem grandes efeitos sobre a
biodiversidade” (BENSUSAN, 2001).
2.2. Sustentabilidade
Sustentabilidade é definida como a habilidade, no sentido de capacidade, de
sustentar ou suportar uma ou mais condições, exibida por algo ou alguém. É uma
característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua
permanência, em certo nível, por um determinado prazo. O termo "sustentável"
provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar,
cuidar).
Segundo o Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos
naturais deve "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a
possibilidade das gerações futuras de suprir as suas". O tema da sustentabilidade
confronta-se com o paradigma da “sociedade de risco”. Isso implica a necessidade
de se multiplicarem as práticas sociais baseadas no fortalecimento do direito ao
acesso à informação e à educação ambiental em uma perspectiva integradora.
(JACOBI, 2003)
Para Leff, o discurso da sustentabilidade busca reconciliar os contrários da
dialética do desenvolvimento: o meio ambiente e o crescimento econômico. Este
mecanismo ideológico não significa apenas uma volta de parafuso a mais da
racionalidade econômica, mas opera uma volta e um torcimento da razão; seu intuito
não é internalizar as condições ecológicas da produção, mas proclamar o
crescimento econômico como um processo sustentável, firmado nos mecanismos de
livre mercado como meio eficaz de assegurar o equilíbrio ecológico e a igualdade
social.
6
O discurso do desenvolvimento sustentável não é homogêneo. Pelo contrário, expressa estratégias conflitantes que respondem a visões e interesses diferenciados. Suas propostas vão desde um neoliberalismo econômico, até a construção de uma nova racionalidade produtiva (Leff, 1999: 123).
2.3. Educação
Relaciona-se por educação o período em que se estuda regularmente na
escola, no entanto os estudos acadêmicos fazem parte da educação mas não a
compreendem como um todo, educação é um processo que vai muito além desse
período, é gradual e natural, é a construção da personalidade do caráter, não é um
momento passageiro, é duradouro por toda a existência do individuo, é aprender a
passar do individualismo para o coletivo, para o bem comum, exercer uma
consciência, pensar no próximo sair do estado passivo e conduzir-se ao ativo,
tornar-se um indivíduo pensante, capaz de ter suas próprias opiniões, responder por
suas ações, educação é a construção do saber.
A educação é a ação exercida pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontrem ainda preparada para a vida social; tem por objetivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, particularmente, se destine (DURKHEIM 1978 p. 41).
No conceito tradicional de Educação, o aluno chegava à escola “sem nada na
cabeça”, cabendo a ela expor um conjunto de conhecimentos sobre vários assuntos
e os testando periodicamente através das provas para avaliar se tais conhecimentos
foram absorvidos . O que era mais valorizado ao fim do processo é chamado de
habilidades intelectuais que são a linguística (capacidade de ler, compreender e
escrever textos) e a lógica-matemática (capacidade de processar informação
quantitativa). Dessa forma o aluno meio que poderia passar de fase, para um outro
nível e assim sucessivamente, como em um vídeo-game.
No entanto o conjunto de fatos que lhes eram transmitidos não eram
sinônimos de conhecimento adquirido, estava apenas incentivando a sua
capacidade de memorização. e não estimulando as capacidades cognitivas como a
interpretação, poder julgamento e decisão, sem mencionar que as dificuldades e
especificações da aprendizagem individual eram ignorados.
7
Os alunos eram “treinados” de acordo com o que a sociedade exigia,
ensinados assim, eles poderiam agir como se esperava socialmente.
As leis da educação são as primeiras que recebemos. E como elas nos preparam para sermos cidadãos, cada família particular deve ser governada em conformidade com o plano da grande família que compreende todas as demais. Se o povo em geral tem um principio, as partes que compõem, isto é, as famílias também terão. As leis da educação serão, portanto, diferentes em cada tipo de governo. Nas monarquias terão a honra; na república, a virtude; no despotismo, o medo. (MONTESQUIEU 2004 p.44)
As salas de aulas eram isoladas e limitadas em recursos, às mesas e
cadeiras eram alinhadas em filas; o professor exercia a função único dono do
conhecimento; a apresentação da informação era limitada aos livros-texto e o uso do
quadro negro. Os conhecimentos eram bem divididos, não permitindo assim a visão
ampla de interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.
Com as mudanças dos tempos, as inovações das tecnologias, ampliação dos
pensamentos, o conceito tradicional tornou-se incapaz de “atender a demanda”
social. O volume de informações ofertadas a todos se tornou muito maior do que a
escola explorava. Houve a necessidade de constante reciclagem e formação de
profissionais, pela mudança do padrão de comportamento social.
Por esses e tantos outros motivos à escola deve ser um espaço rico em
recursos que estimulem a aprendizagem, um ambiente motivador de construção de
conhecimentos, onde aluno e professor possam interagir e construir os saberes, o
papel do professor agora é de conselheiro, um parceiro do discente, tornando-o
assim ativo e autônomo. Desenvolvendo capacidades que possibilitem um futuro
profissional promissor. O educando vai construindo sua autonomia por meio da
pesquisa.
Segundo Freire (1996) a educação não deve ser simplesmente uma
transmissão de conhecimento, mas criar uma esfera onde o educando possa
construir o seu próprio conhecimento baseado com o conhecimento que ele trás de
seu dia-a-dia, com a sua família. Temos ainda:
As condições ou reflexões até agora feitas vêm sendo desdobramento de um primeiro saber inicialmente apontado como necessário a formação docente, numa perspectiva progressista. Saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção (Freire 1996 p 47).
8
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro
de 1996) os níveis escolares são compostos pela Educação Básica, formada pela
educação infantil, ensino fundamental e ensino médio e pela Educação Superior.
Pressupõe que a Educação é de direito de todos, para que cada indivíduo
tenha sua própria visão.
2.4. Educação Ambiental
A Educação Ambiental tem sido proposta de várias maneiras alternativas,
segundo Marcos Reigota (2007, p.28), “o desafio da educação ambiental é sair da
ingenuidade e do conservadorismo (biológico e político)”. Desta forma, ao observar
como a sociedade lida com EA, percebe-se que cada vez mais se faz necessário
uma debate aprofundado sobre tal assunto e para o que ela tem contribuído, de
acordo com Marcos Reigota (2007, p. 28 e 29), “a educação ambiental tem
contribuído para uma profunda discussão sobre a educação contemporânea em
geral já que as concepções vigentes não dão conta da complexidade do cotidiano
em que vivemos nesse final de século.”
“A EA deve dirigir-se a pessoas de todas as idades, a todos os níveis, na educação formal e não formal. [...] A EA, devidamente entendida, deveria constituir uma educação permanente, geral, que reaja às mudanças que se produzem em um mundo em rápida evolução. Essa educação deveria preparar o individuo, mediante a compreensão dos principais problemas do mundo contemporâneo, proporcionando-lhe conhecimentos técnicos e qualidades necessárias para desempenhar uma função produtiva, com vistas a melhorar a vida e proteger o meio ambiente, prestando a devida atenção aos valores éticos.”(Primeira Conferência Intergovernamental sobre EA. Tbilisi, 1977)
De acordo com Dias (1991), a definição dos princípios básicos da educação
ambiental está dividida em dez tópicos, dentre os quais se destacam dois principais,
sendo eles: ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas
ambientais, e; utilizar diversos ambientes educativos e uma ampla gama de métodos
para comunicar e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, acentuando
devidamente as atividades práticas e as experiências pessoais.
Nesse contexto dos princípios estão reunidas as informações básicas
conceituais sobre a educação ambiental, que sugere atividades para a sua prática,
9
fornecendo subsídios para a ampliação dos conhecimentos e expõe os diversos
mecanismos legais de ação individual e comunitária que permitem o exercício
responsável à consciência da cidadania. Com a contribuição hoje da UNESCO apud
Pedrini (1997), a Educação Ambiental é vista como um meio de um indivíduo
construir valores sociais para consequentemente possuir um conhecimento e
continuando assim habilitado para gerar atitudes e de usar com responsabilidade o
que é do povo de fato, essencial à sadia qualidade de vida, contribuindo para um
lugar agradável a toda geração futura.
A Educação Ambiental pode ser proposta de duas formas, tanto formal quanto
não-fornal com diz a Lei N.º 9.795, de 27 de Abril de 1999:
Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa
integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino
formal.
§ 1º A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica
no currículo de ensino.
§ 2º Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto
metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a
criação de disciplina específica.
§ 3ºNos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos os
níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades
profissionais a serem desenvolvidas.
Art. 13. Entendem-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas
educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e
à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.
3. METODOLOGIA
3.1. PESQUISA
10
Pesquisa pode ser definida como: “um procedimento reflexivo sistemático,
controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis,
em qualquer campo de conhecimento” (Ander-Egg, 1978, p. 28). Tal procedimento
requer um levantamento de dados de várias fontes, sendo, portanto formal.
Para elaboração deste estudo será utilizada a pesquisa bibliográfica exploratória,
que segundo Lakatos (2006) “Trata-se de levantamento de toda bibliografia já
publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita.”
Este estudo será desenvolvido na Escola Municipal de Tempo Integral Santa
Bárbara, situada na Rua 07 Apm- L 5º Etapa, Setor Santa Barbara, Palmas – TO.
Onde será utilizada a análise descritiva quantitativa, pois foi aplicado um
questionário a fim de verificar o grau de consciência e sensibilização dos alunos em
relação às questões ambientais vivenciadas atualmente.
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1. OBJETO DE ESTUDO
A Escola Municipal de Tempo Integral Santa Bárbara nasceu em função de
atender a demanda das famílias que foram abrigadas no setor Santa Bárbara que se
formou pelas inundações que a Usina Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães causou
ao povoado de Canela (oeste de Palmas). Seu nome teve origem no nome do bairro,
sendo que as aulas tiveram inicio em março de 2002, porém a lei de criação que
regularizava o funcionamento da escola aconteceu em 2003. Está localizada na rua
07 APM “L” Taquaralto 5º Etapa, bairro Santa Bárbara, em Palmas- To, oferecendo
ensino fundamental.
4.2. A PESQUISA
Foi formulado um questionário quantitativo a fim de avaliar o grau de
conhecimento dos alunos em relação à educação ambiental, sua importância e o
contexto social em que ela se insere.
Aplicando-o então, no dia 26/05/2011 para posterior análise dos resultados.
4.3. ANÁLISE QUANTITATIVA
11
Trabalhou-se com alunos do ensino regular; da 9ª série do ensino
fundamental, com faixa etária a partir de 11 anos, aplicando um questionário de 10
questões quantitativas.
Com a primeira questão objetivou-se descobrir a idade dos alunos.
GRÁFICO 1: Percepção Ambiental relacionado à idade FONTE: Da pesquisa (2011)
Pode ser percebido no gráfico 1, que a maioria dos entrevistados possuem
entre 11 e 14 anos.
A segunda questão visou saber o gênero dos discentes.
GRÁFICO 2: Percepção Ambiental relacionado ao gênero FONTE: Da pesquisa (2011)
Foi verificado que mais da metade dos entrevistados é do sexo feminino.
Já a terceira pergunta procurou conhecer o nível do contato ambiental.
GRÁFICO 3: Contato direto com o meio ambiente FONTE: Da pesquisa (2011)
12
O gráfico mostra que apenas 21% tem muito contato com a natureza.
Com a quarta questão procurou-se descobrir o envolvimento com o meio
ambiente.
GRÁFICO 4: Participação de atividades ambientais FONTE: Da pesquisa (2011)
Pode ser verificado que a maioria da turma nunca participou de nenhuma
atividade ambiental.
A quinta pergunta buscou analisar se há uma interação e troca de
conhecimentos entre professores e alunos.
GRÁFICO 5: Participação da escola na formação da consciência ambiental FONTE: Da pesquisa (2011)
Fica claro a contribuição dos professores com a educação ambiental.
Com a sexta pergunta averiguou-se a preocupação com a separação do lixo.
GRÁFICO 6: Percepção ambiental relacionada à coleta seletiva FONTE: Da pesquisa (2011)
13
Pode ser visto que menos da metade dos entrevistados tem a preocupação
de separar o lixo úmido do lixo seco em sua casa ou escola.
Já na sétima questão pretendeu-se saber quais materiais são reaproveitados.
GRÁFICO 7: Percepção ambiental voltada á reciclagem FONTE: Da pesquisa (2011)
Foi possível perceber que quase todos os entrevistados reaproveitam ao
menos um material considerado descartável.
Sendo que a oitava buscou-se avaliar a importância da água potável.
GRÁFICO 8: Percepção ambiental relacionada à importância da água FONTE: Da pesquisa (2011)
Observa-se que uma minoria dos entrevistados pensam que a água é um
recurso ilimitado e infinito.
A nona pergunta procurou analisar a preocupação com o desmatamento de
matas ciliares.
GRÁFICO 9: Percepção ambiental voltada ao desmatamento FONTE: Da pesquisa (2011)
14
Com esse gráfico pode ser verificado que uma quantidade mínima dos
entrevistados tem dúvidas quanto às consequências negativas do desmatamento
para o meio aquático.
Logo a décima e última pergunta questiona o descarte do lixo ao ar livre.
GRÁFICO 10: Percepção ambiental relacionada à conscientização sobre a poluição FONTE: Da pesquisa (2011)
É possível observar que a grande maioria dos entrevistados tem a
preocupação com o descarte correto dos resíduos sólidos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Objetivo deste estudo foi averiguar se o educando na Escola de Municipal de
Tempo Integral Santa Bárbara, possui conhecimento, sensibilização, percepção e
consciência ambiental dentro e fora da escola.
Levando-se em consideração que a educação ambiental propõe um desafio
constante ao modo de vida existente entre educação, sociedade, trabalho e
natureza. Proporcionando uma relação de harmonia onde o individuo se
compreenda como parte do meio.
Assim é possível perceber no presente estudo que os educandos na sua
maioria possuem um comportamento satisfatório com o meio ambiente; ressaltando
a preocupação do docente para estabelecer conhecimento e abordagens voltadas
ao meio ambiente, como coleta seletiva e reutilização de produtos.
Nota-se também que os alunos tem a preocupação ambiental, relacionado a
escassez da água, desmatamento, assim como o descarte correto do lixo. No
entanto, faz-se necessário o aprofundamento individual, tanto quanto de incentivos
do governo para a sustentabilidade do planeta.
15
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS
BENSUSAN, Nurit. Os pressupostos biológicos do sistema nacional de unidades de
conservação. In : BENJAMIM, Herman (coord). Direito Ambiental das áreas
protegidas: o regime jurídico das unidades de conservação. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2001.
CAVALHEIRO, Jeferson de Souza. Consciência ambiental entre professores e
alunos da escola estadual básica dr. Paulo Devanier Lauda. Disponível em
http://jararaca.ufsm.br/websites/unidadedeapoio/download/JefersonCava..pdf.
Acessado em 15/04/2011.
DIAS. Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. Editora Gaia,
São Paulo: 1991
GADEM, Roseli Senna. Conservação da Biodiversidade Legislação e Políticas
Públicas, Brasília, 2011.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade; Metodologia Cientifica.5 ed.
Editora Atlas: 2006
LEFF, Enrique. Educação ambiental e desenvolvimento sustentável. In REIGOTA,
Marcos (org.). Verde cotidiano: o meio ambiente em discussão. DP&A.Rio de
Janeiro:1999 (p.111-129).
MILLER, Kenton R. Em busca de um novo equilíbrio. Brasília: Ibama, 1997.
Pedagogia.com.br. História da educação. Disponível em
http://www.pedagogia.com.br/historia.php. Acessado em 12/04/2011.
PEDRINI, Alexandre de Gusmão. Educação Ambiental: Reflexões e práticas
contemporâneas. Editora Vozes, Petrópolis: 2008
Planalto.gov.br. Lei N.º 9.795, de 27 de Abril de 1999. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm. Acessado em 20/04/2011
Portal.mec.gov.br. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio/ Ministério
da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Disponível em
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf. Acessado em 01/05/2011
16
Pt.wikipedia.org. Relatorio de Brundtland. Disponível em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Relat%C3%B3rio_de_Brundtland. Acessado em
13/05/2011
SOUSA, Paulo Renato. PCN Ensino Médio. 1999
WILSON, Edward Osbourne.A situação atual da diversidade biológica. In: WILSON,
Edward Osbourne; PETER, Frances M (editores). Biodiversidade. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1997.
ODUM, E. 1988. Ecologia. Rio de Janeiro, Editoria Guanabara. 3p.
REIGOTA, Marcos Antonio do Santos. Ciência e Sustentabilidade: a contribuição da
educação ambiental. Avaliação (Campinas), Jun 2007, vol. 12.
Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, Tbilisi,
Geórgia, 14 a 26 de outubro de 1977.
JACOBI, Pedro. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. In: Cadernos
de Pesquisa – vol. 118 – março 2003 – Fundação Carlos Chagas.