conscientização ambiental: percepção dos educandos sobre a
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM INTEGRAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSION AL À
EDUCAÇÃO BÁSICA NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL: percepção dos educandos sobre a poluição da água.
Josiane Prestes de Souza Orientador: Prof. Vilmar Alves Pereira
Bento Gonçalves
2009
FICHA CATALOGRÁFICA ___________________________________________________________________________ S729c Souza, Josiane Prestes de
Conscientização ambiental: percepção dos educandos sobre a poluição da água / Josiane Prestes de Souza ; orientador Vilmar Alves Pereira. – Bento Gonçalves, 2009.
20 f. : il. Trabalho de conclusão (Especialização) – Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. Faculdade de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação. Curso de Especialização em Educação Profissional integrada à Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos, 2009, Porto Alegre, BR-RS.
1. Educação. 2. Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com
a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. 3. PROEJA. 4. Educação ambiental – Percepção – Formação do sujeito. I. Pereira, Vilmar Alves. II. Título
CDU 374.7:504
_____________________________________________________________________________ CIP-Brasil. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação. (Jaqueline Trombin – Bibliotecária responsável - CRB10/979)
CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL: percepção dos educandos sobre a poluição da água.
Josiane Prestes de Souza1 Vilmar Alves Pereira2
Resumo: Este artigo tem por finalidade apresentar a importância de uma educação ambiental na formação dos sujeitos a partir da percepção de cada um. Dessa maneira desenvolveremos o estudo em três momentos. No primeiro momento estudaremos algumas obras e autores sobre o assunto para termos embasamento teórico. No segundo momento, focaremos no estudo de caso, realizado no Arroio Barracão para mostrar resultados de análises à turma do PROEJA. No último momento, estaremos apresentando análises e sugestões para amenizar a poluição das águas. Abstract: This article aims to show the importance of environmental education in the training of the subjects from the perception of each one. So the study will be developed in three stages. At first stage we’ll study some works and authors on the subject for theoretical terms. In the second, the focus will be in the case study, conducted in Arroio Barracão to show results of analysis of the class PROEJA. The last part we’ll presented analysis and suggestions to mitigate water pollution. Palavras-chaves: educação ambiental – percepção – formação do sujeito.
INTRODUÇÃO
Dentre os temas frequentemente mencionados pela Educação Ambiental se destaca a
questão da poluição e qualidade da água. Como esta temática é fundamental para os seres
vivos, se faz necessário possibilitar aos alunos reflexões sobre a realidade da água que bebem.
Como diz respeito à Educação Ambiental, no caso, a poluição da água, no contexto do
Arroio Barracão, qual seria a percepção dos alunos e é através da conscientização que
reduziremos o agravamento desse problema?
Nesse contexto, temos como objetivo o de trabalhar à Educação Ambiental através da
percepção da turma 2008 do PROEJA do IFRS-BG, sobre o agravamento da poluição do
Arroio Barracão que abastece a cidade de Bento Gonçalves.
Consequentemente os motivos que nos levaram a uma investigação aprofundada desse
assunto foram a urgência, a magnitude e a preocupação do agravamento da poluição da água
e o interesse dos alunos pelo mesmo.
Dessa maneira foram levantadas as seguintes hipóteses: uma seria por meio dos temas
transversais estudar a Educação Ambiental para que os alunos identifiquem suas percepções
sobre a poluição da água e construam alternativas. Outra questão são os principais poluidores
do Arroio Barracão, em específico, sendo o lixo e o esgoto. E uma outra seria algumas
1 Graduanda do curso de Especialização em Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul – IFRS de Bento Gonçalves e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
alternativas para conter este problema, a poluição, através de campanhas, estudando a
realidade local, tratamento de esgoto, reciclagem, leis, entre outros.
Nesse estudo será apresentada em três momentos: no primeiro, constituirá um enfoque
teórico, baseado em alguns autores como: Boff, Branco, Gadotti, Freitas, Freire, Pinto e
outros. No segundo momento, ficará voltado para um estudo de caso, em específico, Arroio
Barracão de Bento Gonçalves para levar análises aos alunos do PROEJA para identificarem
percepções sobre o assunto, e no último momento serão levantados sugestões, diálogos e
apontamento dos poluentes do mesmo.
1. INVESTIGAÇÃO COM A TURMA 2008 DO PROEJA SOBRE A POLUIÇÃO DA
ÁGUA, EM ESPECÍFICO DO ARROIO BARRACÃO
1.1 A importância da Educação Ambiental
“Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”
(FREIRE,1996, p.25).
Atualmente o educando participa de práticas de ensino voltado a sua realidade. Nessa
modalidade são mostrados os fatos a partir de um contexto mais aproximado da vida deles. A
decorrência disso a partir de uma perspectiva freiriana é a primeira leitura de mundo,
possibilitando a construção de uma visão mais crítica e consciente dos acontecimentos. É
através da educação que o sujeito vivenciará o processo de ensino-aprendizagem e construirá
percepções sobre as questões ambientais.
Acreditamos que é através de uma educação construída inicialmente em sala de aula,
juntamente com a sociedade que os educandos irão analisar suas atitudes e consequentemente
poderão ajudar o meio ambiente.
Nesse contexto, Corsen (1996), destaca que educandos e educadores tem que possuir e
despertar uma percepção. Pois é através da educação com uma conscientização ambiental que
ambos poderão construir uma aprendizagem. Descrevendo essa construção de conhecimento
através de programas, debates, cursos, palestras, aulas interdisciplinares, temas transversais,
entre outros meios para este fim.
Nessa perspectiva os PCN`s descreve uma Educação Ambiental sendo mais
aprofundada através de temas transversais, incluída em qualquer disciplina, sendo um
elemento essencial a educação. Ainda destaque-se nos PCN´S do Ensino Médio (MEC,
2002):
2 Professor orientador, Dr. em Educação e docente de Filosofia e Metodologia da Pesquisa do IFRS.
A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a
formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e atuar na realidade socioambiental
de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade,
local e global. (MEC/PCN´s, 2002, p.187).
Dias (1994), também relata sobre a Educação Ambiental, que é através de pequenas
atitudes que se faz a diferença. Pois ser um sujeito consciente vai além de ouvir palestras e
discursos sobre a poluição em geral, o meio ambiente, mas aquele que se torna diferente, que
mude seus hábitos e atitudes perante a realidade ecológica.
Analisando os relatos dos autores percebemos que é através de uma educação
ambiental que podemos fazer a diferença em cada educando, tocando-os profundamente e
despertando-os algumas percepções e atitudes individuais e coletivas para poderem melhorar
o nosso meio ambiente. O papel do educador nesse processo de aprendizagem é fundamental
na vida educacional e particular dos sujeitos, principalmente no contexto do PROEJA porque
já possuem uma visão de mundo, de sociedade, porém sem a educação convencional.
1.2 O papel do professor no contexto do PROEJA x Educação Ambiental
Segundo Freire: “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades
para sua produção ou sua construção” (FREIRE, 2004, p.47). O educador tem que ir além de
um mero profissional, ser um pensador, um crítico. Tem que gostar do que faz, sempre
refletindo sobre suas ações e se aperfeiçoando a cada dia. Para poder fazer a diferença em
cada educando.
O mesmo pensamento partilha Gadotti que refere-se um novo educador como um novo
sentido de educação, tendo a pedagogia como um dos alicerces da aprendizagem, tornando
todos aprendizes e mestres, ou seja, aprender mutuamente. Ainda afirma:
Novo professor, mediador do conhecimento, sensível e crítico, aprendiz permanente e organizador do trabalho, na escola, um orientador, um cooperador, curioso e, sobretudo, um construtor de sentido. (GADOTTI, 2000, p.45).
Conforme Pinto (1994) o educador deve agir na Educação de Jovens e Adultos
normalmente, porém mais concretamente, porque são sujeitos com saberes profissionais e
culturais almejando saberes educacionais. Por isso o educador deve compreender qual o
significado de ensinar.
O Programa Nacional do PROEJA3(2007) sobre a Educação de Jovens e Adultos
escreve que a necessidade de criar condições materiais e culturais capazes de consolidar um
projeto societário com caráter mais ético e humano.
Nesta questão Boff descreve uma sociedade sustentável: “a sociedade ou o planeta que
produz o suficiente para si e para os seres dos ecossistemas” (BOFF, 1999, p.137). Vivemos
em tempos de tecnologia e avanços científicos, um mundo que precisa de cuidados especiais
para sobreviver. Ainda neste contexto afirma:
Cuidar das coisas implica ter intimidade, senti-las dentro, acolhe-las, respeitá-las, dar-lhes sossego e repouso. Cuidar é entrar em sintonia com, auscultar-lhes o ritmo e afirmar-se com ele. (BOFF, 1999, p.96).
Conforme os autores o educador tem que estar em constante aperfeiçoamento, ser
crítico de seus atos, se auto avaliar, aprender e ensinar junto com os educandos. No PROEJA
não podia ser diferente a construção do conhecimento, ou seja, mutuamente e constantemente
através da realidade do aluno, o mesmo na questão ambiental, construir partindo da realidade
local e sempre motivando as atitudes que proporciona o bem para a comunidade e para o
nosso meio ambiente.
Nessa perspectiva de educação é que podemos destacar como os educandos do
PROEJA percebem, num fato isolado, a poluição da água do próprio Arroio Barracão que
abastece a cidade de Bento Gonçalves. Para assim analisar o quanto estão envolvidos e atuam
nessa questão ambiental.
1.3 Percepção da turma 2008 a partir de visualização fotográfica da área estudada
Com base nos autores mencionados anteriormente, uma educação ambiental se faz
necessária em todos os momentos na vida dos sujeitos, em específico a poluição da água do
Arroio Barracão de Bento Gonçalves.
Nesse contexto foram mostradas aos educandos da turma 2008 do PROEJA algumas
fotos, abaixo, do local de estudo, porém não foi falado a sua denominação e local, para que
assim fosse possível identificar as percepções deles sobre a poluição da água.
Podemos observar pelas fotos um Arroio que vem sendo poluído por esgoto, lixo e
outros poluentes e ao mesmo tempo é utilizado pela comunidade local no abastecimento e
3 Programa Nacional de Integração Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e
outras atividades, confirmando a contradição porque não perceberam que estão poluindo e ao
mesmo tempo usando esta água suja, sem nenhum problema. Para entendermos se ao
educandos perceberam está contradição, após a observação das fotos eles descreveram suas
interpretações, percepções e entendimentos , abaixo alguns relatos:
“Preservação dos mananciais, crescimento sem planejamento da cidade, lugar bonito e
com muita miséria, poluição, falta de respeito com a natureza, esgoto a céu aberto, pessoas
não preocupadas em cuidar do nosso planeta, ninguém vive sem água, como nós queremos
um bom futuro se não cuidamos do presente,...”
Esses relatos nos revelam que esses sujeitos percebem como a água está sendo
poluída, pois relataram que os mananciais têm que ser preservado, ou seja, o homem tem que
respeitar a natureza, não jogando lixo, esgoto e outros poluentes nas águas porque notaram
que sem água ninguém sobrevive, mesmo que a população cresça o cuidado com o nosso
Planeta é constante e querem ter um bom futuro.
Outros depoimentos “não é só das autoridades a culpa é também da falta de
consciência de todos, os governos também tem que se preocuparem mais, mas como vimos
muitas das sujeiras são plásticos e isso as pessoas jogam, gostei muito de alguns pontos e
outros da tristeza de ver, esse mau cuidado de nossa água que entra na nossa casa todo dia,
como seria bom um planeta limpo, sem poluição, esta é a qualidade dos impostos que nós
sempre contribuímos cada vez mais para tomarmos essa água onde ninguém dá valor por ser
um riacho e poluem, por isso que muitas vezes o que tomamos parece mais leite de tanto cloro
e de muito tratamento, ...”
Esses escritos acima demonstram que possuem uma percepção do assunto, culpando
eles mesmos, a comunidade e as autoridades sobre a poluição do Arroio. Não gostam de ver
está situação, onde muitas pessoas não dão valor do bem que possuem e consequentemente só
percebem quando chega nas torneiras e nos bolsos. Sabem que cada um tem que fazer sua
parte e cobrar das autoridades as devidas medidas para conter a poluição.
Alguns mencionaram: “as pessoas não estão se preocupando com a hipótese da água
acabar, estão jogando lixo, esgoto e assim poluindo os rios e lagos, sem água não tomamos
banho, não regamos as plantas, não cozinhamos enfim precisamos dela para tudo, temos que
repensar nossos atos, preservar para termos água potável,...”
Nesse parágrafo destacaram a importância da água na vida dos seres vivos, pois ela é
fundamental na sobrevivência humana, porém a maioria das pessoas não perceberam que é
Adultos – PROEJA, Ministério da Educação, 2007.
bem finito. Assim, então relataram que a preservação e a conscientização é fundamental para
combater a poluição da água.
Outros relatos: “o próprio homem é culpado por não cooperar com a limpeza das
nascentes das águas, o bem que mais deveríamos dar valor e cuidar é aquele que observamos
a ser destruído todos os dias e as vezes damos risadas quando falam em guerra pela água, nós
temos que parar e pensar o que podemos fazer para não contaminar mais a água e tentar
passar para as outras pessoas que ajudem a preservar a natureza.”
Com esses depoimentos podemos observar que a turma 2008 possui uma percepção
sobre o meio ambiente e uma sobre a poluição da água, independente do local. Sabem da
importância da água e a urgência de sua preservação e cuidados. Destacam a ação dos
governantes e da própria atitude deles perante o assunto, no contexto geral todos sabem do
agravamento da poluição das águas e desaprovam atitudes a favor do mesmo.
Para analisar essas percepções dos educandos, após as observações das fotos foi
relatado a eles o local, ou seja, o Arroio Barracão da mesma cidade, para poderem entender
sobre este estudo e assim compreenderem a importância das características do local para
assim analisar as percepções e atitudes a serem tomadas após conhecimento do problema.
2. ANÁLISE DO CONTEXTO DO ESTUDO DO CASO
2.1 Caracterização do estudo do caso
O estudo do caso em questão, se localiza na cidade de Bento Gonçalves. O município
é um dos mais importantes roteiros turísticos da Serra Gaúcha. Destacando-se como a Capital
Brasileira da Uva e do Vinho e o maior pólo moveleiro do Estado.
Conforme o IBGE (2008), Bento Gonçalves localiza-se a 125 km² da capital Porto
Alegre, possuindo uma área de 382,5 km², com uma população de 100.467 habitantes, sendo
13.823 das pessoas vivendo na área rural e 86.820 na área urbana. A cidade tem como acesso
a RST 470 e RST 122.
. Encontra-se no município os Arroios Barracão, Burati e Pedrinho, que cortam a área
urbana. Em destaque o Arroio Barracão se localiza no Bairro Barracão, onde encontra-se um
ponto de captação de água da Corsan para o abastecimento da cidade. Sendo que na área
urbana o abastecimento é 100% realizada pela Corsan e parte da área rural com alguns poços
artesianos. O sistema de esgoto da cidade é interligado e abaixo da superfície, não há
tratamento do esgoto, o mesmo é liberado nos próprios Arroios.
Sua hidrografia pertence a do Taquari-Antas, Região Hidrográfica do Guaíba. O
principal rio é o Rio das Antas, com destaque aos Arroios Barracão, Burati e Pedrinho que
cortam a área urbana. O município utiliza esses Arroios para abastecimento da cidade sendo o
mais captado o Burati. E o Arroio Barracão fica o segundo no abastecimento da cidade pelo
seu volume.
3. PESQUISA DE CAMPO: COLETAS, ANÁLISE E ENTREVISTA
Neste estudo estaremos apresentando os resultados da pesquisa de campo, realizada na
cidade de Bento Gonçalves. Com objetivo maior de analisar as percepções dos educandos
através de amostras dos dados das coletas e questionário. Foram desenvolvidos um
questionário aos educandos e uma entrevista ao Técnico da Corsan: o questionário com quatro
questões de análise qualitativa onde os educandos possam expressar sua opinião sobre o
assunto. E a entrevista foi realizada com base em sete perguntas que engloba todo o assunto
pesquisado, deixando assim o entrevistado livre para opinar e relatar sobre. Estes
questionários tentam mostrar e fazer refletir sobre a poluição da água e foram desenvolvidos
para a turma 2008 do PROEJA desta cidade.
3.1 Entrevista com o Técnico da Corsan
Na visita a CORSAN de Bento Gonçalves em novembro de 2008 pode-se observar a
estação de tratamento, o reservatório, o processo de tratamento da água, a distribuição a
comunidade, a atividade educacional que a instituição elabora com os educandos da
comunidade e uma entrevista com o Técnico Ademar Zanin sobre a água de Bento Gonçalves.
3.1.1 Sobre a função da CORSAN dentro do município de Bento Gonçalves
Segundo Sr. Ademar a função da Corsan no município de Bento Gonçalves
atualmente é somente para o tratamento da água. Sendo que o grande objetivo da Corsan é
trabalhar hoje para proteger o meio ambiente e oferecer água tratada a todos os gaúchos.
Podemos entender conforme as palavras acima que a Corsan é uma empresa que visa
um objetivo movida por lucro, trabalha conforme é solicitada. Cabe então ao município
contratar a empresa para as devidas necessidades da cidade. Não estamos julgando, porém
relatando como funciona o serviço de abastecimento e tratamento da água do nosso
município.
3.1.2 Procedência da água
O entrevistado revela que a captação da água realizada pela Corsan é feita em dois
locais: no Arroio Barracão pela Barragem Barracão e no Arroio Burati na Barragem São
Miguel. A Barragem São Miguel é mais utilizada pela sua potência, fluxo e volume de água o
já a Barragem do Barracão é pouco utilizada por causa do volume de água, mas não relata
que não é dispensada pelo Corsan para que o Arroio fique preservado, por causa do risco de
virar um grande lixão.
Nas palavras do técnico observamos a veracidade do fato, pois realmente o fluxo de
água do Arroio Barracão é insuficiente para o abastecimento da nossa cidade, ao contrário, do
Arroio Burati, que possui um fluxo e volume muito maior do Barracão. Também
concordamos com a Corsan quando descrevem que não querem parar de captar a água do
Barracão para não deixá-la virar um esgoto a céu aberto, pois a população ao seu redor trata o
Arroio assim, não tendo uma visão da sua importância a todos nós. Em anexo VII fotos do
Arroio.
3.1.3 Composição da água antes e após a estação de tratamento
Conforme o Sr. Zanin o estado da água quando chega na estação de tratamento possui
uma aparência feia. É turva, com sedimentos, cheiro forte e escura. Quando sai da Corsan está
com todas suas características, pronta para o consumo da comunidade, completamente livre
de bactérias.
Durante a visita na Corsan podemos observar a concretude das palavras do Sr. Zanin,
pois visualizamos a água em seu estado normal na chegada a estação de tratamento, sendo ela
muito escura e com muitos sedimentos e após todo o tratamento é liberada a população com
seu devido parâmetros de consumo.
3.1.4 Quantidade de produto utilizado na água
O Técnico nos relatou que antigamente se usava pouco produto para o tratamento da
água, talvez por causa da quantidade de habitantes, esgoto, lixo e poluentes jogados nos
Arroios, atualmente a quantidade de cloro, fluoreto e outros elementos variam de acordo com
a quantidade de poluentes encontrados na água, mas o número já elevou em comparação a
anos atrás.
Podemos sim concordar com o técnico, sobre esta questão porque é visível o elevado
número de habitantes no município e consequentemente o crescimento do número de lixo e
esgoto do mesmo. Sendo que os Arroios que abastece a nossa cidade são os mesmos, não
cresceram, ao contrário, a cada dia recebem um número maior de esgoto e outros poluentes.
Nessa linha de tempo é inevitável o elevado número de produtos utilizado para o tratamento
da água.
3.1.5 Tratamento de esgoto
Segundo o Sr. Ademar esta questão sobre o tratamento de esgoto relatou que a Corsan
possui este serviço, porém o município não utiliza desse recurso atualmente. Existe um
projeto para sua concretização, mas não foi aprovado e assinado pela Prefeitura Municipal de
Bento Gonçalves, onde relata que falta uma lei para pagamento do tratamento de esgoto para
a comunidade.
Inicialmente concordamos que nosso município não possui um tratamento de esgoto,
mas não aceitamos que a Prefeitura Municipal de nossa cidade, ainda não contratou este
serviço, sendo este essencial para toda a comunidade. Pois, evitaria a poluição do Arroio em
questão, possíveis doenças e outras consequências maiores devido os contaminantes de nosso
esgoto. Isso sem contar com o esgoto hospitalar e industrial, sendo ainda mais prejudiciais a
nossa saúde.
3.1.6 Principais poluidores e a participação da comunidade
O entrevistado relatou que os principais poluidores da água do nosso município
primeiramente está no despejo dos esgotos da cidade nossa cidade nos nossos Arroios,
obviamente liberados sem tratamento, em segundo os esgotos de algumas empresas que
liberam seus poluentes em nossas águas e em terceiro o lixo que a própria comunidade joga
nos Arroios.
Ainda afirma que cabe as pessoas se conscientizarem e cuidarem da nossa água, não
jogando lixo e poluentes nos rios e arroios, construindo fossas e consequentemente fazendo a
sua manutenção para diminuir os poluentes dos esgotos até chegar nos arroios, etc.
Não podemos discordar do técnico sobre os principais poluidores do Arroio porque
nas fotos e na pesquisa de campo foi possível observar o esgoto a céu aberto e grande
quantidade de lixo em seu corpo d’água. Também entendemos que só a partir de uma
conscientização que as pessoas poderão melhorar a situação do Arroio, pois é através de uma
educação que os sujeitos despertaram percepções sobre o que estão fazendo, construindo
assim uma visão mais crítica de seus atos e melhorando a cada dia.
3.1.7 Tratamento da água
Nesta questão o Sr. Ademar nos forneceu os dados de como é o processo de
tratamento da água dentro da estação de tratamento. Mas, também nos explicou que
inicialmente a água é conduzida a ETA (estação de tratamento da água) num processo de
floculação, ou seja, onde a água recebe sulfato de alumínio.
Após passa por filtros no processo de decantação, a sujeira cai no fundo do
decantador. E após é filtrada, retirando toda a impureza que restou. Estas três etapas:
floculação, decantação e filtração recebem o nome de clarificação. Nesta fase, todas as
partículas de impurezas são removidas deixando a água límpida. Mas ainda não está pronta
para ser usada. Para garantir a qualidade da água, após a clarificação é feita a desinfecção.
A cloração consiste na adição de cloro. Este produto é usado para destruição de
microorganismos presentes na água, chamado o processo de Fluoretação que é uma etapa
adicional. O produto aplicado tem a função de colaborar para redução da incidência da cárie
dentária.
Cada ETA, estação de tratamento de água, possui um laboratório que processa
análises e exames físico-químicos e bacteriológicos destinados à avaliação da qualidade da
água desde o manancial até o sistema de distribuição. Além disso, existe um laboratório
central que faz a aferição de todos os sistemas e também realiza exames especiais como:
identificação de resíduos de pesticidas, metais pesados e plancton. Esses exames são feitos na
água bruta, durante o tratamento e em pontos da rede de distribuição, de acordo com o que
estabelece a legislação em vigor. O Bombeamento é a fase de conclusão do tratamento, a água
é armazenada em reservatórios quando então, através de canalizações, segue até as
residências.
Esse processo foi importante para esclarecer como a nossa água é tratada e como ela
chega até nossas torneiras. E também foi de suma importância a visita na ETA de Bento
Gonçalves, bem como a entrevista com o Técnico da Corsan para esclarecer essas dúvidas e
para melhor analisarmos como está a situação da água do nosso município. Por isso, em
seguida foi estudado e coletado dados do Arroio Barracão, entre a parte de captação da
Corsan, para compreender quem polui? O que polui? E reflexão sobre o assunto.
3.2 Procedimentos Metodológicos e de Coleta
No dia 28 de setembro de 2008 foram coletadas amostras de água em dois pontos do
Arroio Barracão, sendo o Ponto A localizado 400 m antes e o Ponto B 300 m depois da
captação de água feita pela Corsan, aproximadamente. A análise realizada foi de Coliforme
Fecais e Totais. A coleta nos dois pontos ocorreu entre as 18 horas e 19 horas do dia 28 de
setembro de 2008, tendo o mínimo de contato com a água da amostra e com o material
utilizado.
A importância desse procedimento é de não contaminar e não alterar o resultado das
análises, para assim obter dados mais precisos. A seguir será relatado a coleta dos dois pontos
para melhor entendimento do processo do estudo em questão.
3.3 Ponto de Coleta A
A coleta da água neste ponto foi no final da tarde do dia 28/09/08. Foi escolhido este
ponto por estar próximo a um dos pontos de captação da Corsan no abastecimento da cidade,
para assim verificar a qualidade da mesma antes e depois da estação e do tratamento. A foto
abaixo identifica o ponto A.
Ponto A – Josiane P.S. 28/09/08
Nesta foto podemos observar um ponto de liberação de esgoto, este tendo como ponto
de largada nos Bairros Santa Helena, Santa Marta e demais bairros das proximidades.
Também se encontra uma empresa x e um clube de banho e pesca. Foi de interesse este ponto,
justamente para avaliar os níveis de poluentes existentes neste local. Sendo este utilizado pela
comunidade tanto para despejo de esgoto como para fins agrícolas e lazer. Na foto abaixo
podemos observar a coleta da água.
Na foto abaixo podemos identificar a coleta da água para análise laboratorial da
mesma, nota-se o volume e o fluxo da água razoável, com muito lixo, cheiro e uma crosta de
espuma que se formou pelo transporte rápido dos corpos de água no local. Ente o ponto A e B
se encontra a estação de captação d a Corsan, sendo uma área privada, não entramos para
coletar água e sim logo abaixo, conforme esclarece o Ponto B a seguir.
Ponto A - Coleta – Josiane P.S.
3.4 Ponto de Coleta B
O Ponto B foi escolhido por estar após o ponto de captação da Corsan, onde localiza-
se o Bairro Barracão, possuindo na sua comunidade: escola, posto de saúde, fábricas,
residências, empresas e atividades como agricultura e pecuária. Na foto abaixo iremos
identificar o ponto B. Ponto B – Josiane P.S.
A coleta do ponto B também foi no final da tarde do dia 28/09/08. Neste ponto o
Arroio torna-se mais aberto e com fluxo maior do que o ponto A, por isso os poluentes se
espalham mais e o resultado da análise torna-se menor do que o ponto A, porém concentra
todos os poluentes acima citados do ponto A e B. Abaixo na foto a coleta.
Foto coleta B – Josiane P.S.
3.5 Laudo
0
50000
100000
150000
200000
250000
MG/L- CON AMA
1 2
PONTO A PONTO B
ANÁLISE DOS COLIFORMES
COLIFORMES FECAIS COLIFORMES TOTAIS
Após as coletas dos pontos escolhidos, foram levados ao laboratório para identificar os
dados. Segundo o laudo os resultados foram o esperado. No gráfico acima podemos
identificar o resultado em mg/l e classificar conforme o CONAMA sua qualidade.
No gráfico acima os resultados foram de no Ponto A: coliformes fecais de 54750
nmp/100ml e coliformes totais de superior a 241960 nmp/100ml. Segundo o CONAMA a
classificação é de classe 4.
O resultado dos coliformes fecais e totais ficou na classificação 4 por concentrar um
número elevado de esgoto domiciliar, por não ocorrer precipitação durante os dias anteriores e
no dia da coleta a concentração elevou-se, onde seria diferente e consequentemente o número
seria menor se caso chovesse, por causa da água que se autodepura.
Já no Ponto B os resultados foram: coliformes fecais 3970 nmp/100ml na classe 2 e os
coliformes totais de 54750 nmp/100ml na classe 3, conforme estabelece a resolução do
CONAMA. Esta classificação se dá por a água se expandir e se concentrar mais volume de
água, espalhando e correndo mais os poluentes, por isso o número de coliformes diminui,
obtendo assim classificação 2 e 3, porém ainda o número é muito elevado e tem que passar
por um processo de tratamento para o abastecimento da população.
Conforme os resultados obtidos podemos analisar que a situação do Arroio Barracão
precisa ser mudada. Também com esses dados queremos identificar as percepções dos
educandos da Turma 2008 do PROEJA sobre o caso em questão.
3.6 Apresentação dos dados à turma do PROEJA
Com embasamento em todos os dados acima citados e nas palavras dos autores aqui
mencionados, foram expostos para a turma 2008 do PROEJA os dados obtidos sobre o Arroio
Barracão. Repassando a eles com o objetivo que percebam o grau de poluição do mesmo e o
que estão fazendo para amenizar este problema.
Foi relatado o local e a classificação segundo o CONAMA, onde a maioria conhecia o
local e o problema, ficando espantados com o tamanho descaso com o assunto. Foi um
diálogo expositivo, com a participação de todos, sem julgamento dos setores e órgãos
envolvidos. Após a exposição com o intuito de identificar o entendimento e a percepção deles
foi elaborado um questionário para obtenção desses dados.
3.7 Desenvolvimento do estudo com questionário aos educandos
1- Numa visão ambiental descreva a situação que se encontra o Arroio Barracão. Você acha
que é uma situação boa? Se não, como deveria ser?
2- Em sua opinião o que poderia ser feito para melhorar a situação quanto à poluição do
Arroio Barracão? Depois de mostrados os dados da poluição da mesma?
3- Na sua casa e no seu dia-a-dia, que destino dá ao seu lixo? Você possui fossa em casa?
Costuma limpá-la?
4- Você costuma ajudar a preservar o meio ambiente da sua cidade e do mundo? De que
forma?
3.7.1 Situação ambiental que se encontra o Arroio Barracão
Percebemos nesta questão que a turma percebeu que a situação do Arroio não é boa,
isto é, mal cuidado e precário. Luiz relata que “a situação é horrível para melhorar tem que
acabar com todos os dejetos jogados no Arroio”. Jorgina concorda e ainda afirma “falta tratar
os esgotos”.
A educanda Jaqueline descreve que “os governantes tem que se preocuparem mais”.
Neste contexto Elisane afirma “os órgãos públicos deveriam focar mais nisso e aplicar
punições mais severas”. Enquanto Débora escreve que “só vai mudar quando as pessoas se
conscientizarem desse mal”. Fabiana nesse sentido também concorda “acho que as pessoas
deveriam Ter mais consciência e não jogar lixo nos rios”.
Todos concordaram que o Arroio se encontra poluído e só vai mudar esta situação
quando as pessoas perceberem que há necessidade de pequenas atitudes, como não jogar lixo,
conscientizar outras pessoas para quem sabe melhorar o Arroio.
3.7.2 O que poderia ser feito para melhorar esta situação
Todos descreveram alguma sugestão para melhorar a situação do Arroio Barracão.
Fabiana relata que “as pessoas deveriam ver o estado que se encontra os riachos. Assim
teriam mais responsabilidades” Já Debora declara que “deveria ser feito a limpeza dos rios,
após a limpeza deveria haver a monitoração”. Elisane reafirma “aplicar punições severas para
quem polui”.
Cristino sugere que construa um “desvio das redes de esgoto para fossa comunitária”.
Jorgina descreve que “deveria tratar os esgotos,...o lixo e...conscientizar mais a população”.
Enquanto Luiz declara que “nós temos que formalizar uma denúncia contra a prefeitura de
Bento Gonçalves para que possamos obter resultados”.
Todos de alguma maneira encontrou caminhos para amenizar a situação do Arroio,
destacando a conscientização da população, o descaso dos governantes e a urgência de se
fazer algo para resolveu o problema.
3.7.3 Destino do nosso lixo e importância de fossa
Essa questão favorecia para identificar pequenas atitudes que melhoraria o Meio
Ambiente. A turma respondeu com mais facilidade sobre a separação do lixo, não se
preocupando com o destino dele. Também não houve respostas significativas sobre a
importância de fossas.
Destacamos o relato de Marinice “o lixo na minha casa é separado corretamente...e
uma vez por ano as fossas são limpas”. Teresinha declara que “a reciclagem eu separo tudo,
os restos de comida vai para o cachorro, as cascas de frutas e legumes são enterradas e o lixo
seco é separado”. Verano escreve que “o lixo coloca na lixeira para ser recolhido pelo
lixeiro”.
Poucos responderam com clareza ou toda a questão, faltando dados de informação
sobre fossas e destino do lixo. É notável que a grande maioria sabe como fazer sobre esta
questão, mas não dão valor com quem vai fazer e onde vai levar o lixo que produzimos.
3.7.4 Preservar o Meio Ambiente
Foi unânime a resposta, todos preservam o Meio Ambiente de alguma maneira,
possuindo como frase em destaque “eu faço minha parte”. Em específico destacamos Fabiana
“não jogando lixo na rua, nos rios e reciclando”. Débora “ incentivando as pessoas que
conheço a preservarem também”. Luiz relata “eu aprendi a respeitar a natureza”.
Outros descreveram, como Teresinha “não queimar a mata, nem gastar água aonde não
é necessário”. E Marinice “não comprando produtos químicos de limpeza doméstica, procuro
adquirir produtos com pouca embalagem,...utilizo transporte público”.
Todos os educandos demonstraram interesse na preservação do meio ambiente,
percebendo o valor de seus atos, pois é o início de uma grande rede contra a poluição.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na intenção do desenvolvimento deste estudo, o nosso objetivo primordial era o de
trabalhar a Educação Ambiental através da percepção da turma 2008 do PROEJA do IFRS,
sobre o agravamento da poluição do Arroio Barracão que abastece a cidade de Bento
Gonçalves.
Desse modo, levantamos algumas hipóteses sobre este tema, sendo que a primeira foi:
que os educandos obteriam uma percepção mais ampla da poluição das águas através de
construção do conhecimento desenvolvida pela Educação Ambiental por temas transversais.
Em seguida, analisamos que os principais poluidores do Arroio visualizados foram: os
esgotos, os lixos e os poluentes industriais.
E, por fim, relatamos algumas alternativas para amenizar a poluição, como: prevenção
por meio de campanhas, estudando a realidade local, tratamento de esgotos, conscientização
da população, entre outros.
Com esta análise, estamos convencidos que a turma 2008 possui percepções sobre a
poluição do Arroio, onde relataram algumas sugestões para amenizar o problema, como
exemplos: conscientização das pessoas, não jogando lixo em rios e canalizando esgotos, etc.
Entendemos que é importante essa construção de conhecimento para que possam desenvolver
não só percepções como pequenas atitudes que venham a melhor a sociedade em que vivem.
Dessa maneira, acreditamos que os educandos entenderam o verdadeiro significado da
Educação Ambiental, pois sua construção é em qualquer hora e em qualquer lugar. Assim
como, compreendemos que todos possuem uma percepção sobre a poluição da água, em
específico, do Arroio Barracão através desse estudo. Constatamos também que muitos
ignoravam pequenas atitudes , como: fazer valer seus direitos, destino do lixo e outros,
importantes para a amenizar o problema em questão.
Para poder alcançar nosso objetivo foi essencial estudar vários meios para confirmar
os direitos dos sujeitos e mostrar concepções diferentes sobre o estudo em debate.
Primeiramente, os autores que descreveram sobre a educação e poluição de água. Sendo que
concordamos quando os autores escreveram que é através de uma educação que se modificará
algo, onde educandos e educadores possuem a função de construir o conhecimento juntos. Já
sobre a poluição da água é fundamental que todos os sujeitos se conscientizem sobre esse bem
natural, que é finito e todos nós dependemos dele.
E não discordamos quando descreveram que não poderia ser diferente com a educação
do PROEJA, que precisa mais de saberes da realidade dos educandos, para concretizar já os
conhecimentos vividos deles e transformá-los em sujeitos críticos e ativos na sociedade.
Outro meio utilizado para que os educandos compreendessem o estado de nossa água
foi a entrevista realizada com o técnico da Corsan sobre o uso e tratamento da água do nosso
município. Onde podemos constatar que seu relato sobre o abastecimento de Bento
Gonçalves é 100% de água tratada e abastecida. Possuindo como função no município ainda o
de tratamento da água, mesmo possuindo capacidade para o tratamento do esgoto, mas
realizam por falta de lei municipal para tal serviço.
É visível e compreensivo quando relata que hoje para o tratamento da água, já se usa
muito mais produtos do que antigamente, por inúmeros motivos, como: crescimento da
população e consequentemente do lixo e esgoto. Ficando visível o descaso da população
perante os Arroios, isso quando jogam lixo e prejudicam o nosso ambiente. E ainda aderimos
junto ao técnico quando escreve que a prefeitura deveria contratar e trabalha em conjunto com
a Corsan no tratamento do esgoto.
Reconhecemos que para melhor entendimento e visualização do problema, as coletas
de amostras e os resultados dos mesmos foram fundamental para a identificação da poluição
do Arroio Barracão. Sendo que os resultados obtidos nos Pontos A e B, segundo o CONAMA
foram classificados nas classes II,III e IV nos parâmetros coliformes fecais e totais.
Porém, não podemos afirmar que todo o Arroio se encontra nessa classificação, pois
foi realizado uma pequena amostra, para se afirmar deveria ser realizado periodicamente
análises e verificar os elementos que a compõe, foi somente para analisar o grau de poluição
do Arroio naquele momento, mas já percebemos que vem sofrendo alterações e sendo
poluído.
Concordamos segundo nossa análise como fictício o Arroio Barracão vem sendo
poluído por esgoto doméstico como demonstra as fotos retiradas do mesmo já mencionadas, e
o descaso da população também vem agravando a situação, porque ao mesmo tempo que
polui o Arroio utiliza-o para lazer e outras atividades, ocorre uma contradição quanto ao uso e
uma ignorância sobre o assunto.
Como o próprio laudo demonstrou o Arroio está sendo poluindo e não poderá ser
utilizado antes de um bom tratamento. Com base nesses resultados nos perguntamos para que
ter leis e órgãos que protegem o Meio Ambiente se não é usado, não é respeitado?
Não se vê infratores penalizados e órgãos cumprindo as leis, ocorre ai uma contradição
entre leis no papel e na ação, incluindo o principal poluidor do Arroio o esgoto que deveria
ser tratado. Essa análise foi realizada somente no Arroio Barracão que é pouco utilizado pela
Corsan para o abastecimento da cidade, fica então uma questão para ser pensada.
O Arroio Barracão já vem sofrendo alterações e sendo poluído, como está à situação
do Arroio Burati, onde é retirada a maior parte de água para o nosso abastecimento e que pega
toda a rede de esgoto da mesma, incluindo o hospital e indústrias?
O ponto principal desse estudo era a percepção dos alunos do PROEJA sobre a
poluição do Arroio Barracão, sendo que no primeiro momento todos relataram e demonstra -
ram que possuem uma percepção sobre o assunto, ou seja, sobre a poluição da água.
Em relação ao questionário notamos que os educandos tentaram repassar suas
manifestações sobre o assunto, mesmo alguns não respondendo claramente por falta de
interpretação da questão e outros por não se envolverem, nesse caso, não demonstraram a
ração do motivo de relatarem suas angústias.
Mas, estamos convictos que a maioria percebeu que o Arroio Barracão não está numa
situação boa, identificando suas características, ou seja, poluída e que precisa de ajuda, porém
poucos descreveram como deveria ser ou como deveria se encontrar o Arroio, no caso, limpo,
sem poluentes, esgotos e preservado, como nas outras questões faltou atenção.
Notamos que na questão onde deveriam descrever o que fariam para melhorar a
situação do Arroio, as respostas foram diversas e obtiveram maior compreensão e análise da
situação, entendendo e demonstrando interesse e percepção sobre a poluição da água e a falta
de pequenas atitudes das pessoas para melhorarem o grau de poluição.
Reconhecemos que sobre a preservação do ambiente, questão para provocar os
educandos e identificar se possuem pequenas atitudes para amenizar este problema,
identificamos que possuem pequenas atitudes, mas nesse caso, poucos chegaram ao nosso
objetivo, pois todos sabem que o lixo tem que ser separado e deveria ser levado ao lixeiro e
consequentemente ao caminhão de lixo, mas não se deram conta aonde esse caminhão vai
levar o lixo, que destino ele vai dar e tão pouco se preocuparam com fossas, sendo um grande
elemento de ajuda aos esgotos que caem nos nossos Arroios.
Outra firmeza que percebemos quanto ao que fazem para preservar nosso ambiente,
pois demonstraram ser bem diretivos, todos apontaram que preservam de alguma maneira o
Meio Ambiente, destacando algumas atitudes, porém sendo pouco para ajudar a combater a
poluição do Arroio, porque não se manifestam e se juntam para dar um fim na poluição ou
pelo menos amenizar a situação, claro que é partindo de pequenas atitudes que se motiva algo,
mas cabe este trabalho a despertar interesses maiores ao combate da poluição da água.
Estamos convencidos que com base nesse trabalho, de todos os dados aqui
mencionados podemos sugerir um estudo mais minucioso sobre o arroio Burati, que é o mais
utilizado no abastecimento da cidade, para assim poder dispertar percepções de toda a
população quanto a poluição da própria água.
• Propostas de intervenção: algumas sugestões para amenizar a poluição do Arroio
Barracão e os demais
• Penalizações
O infrator que poluir a água deve ser penalizado com multa, reparo do dano, perda de
autorização de uso e se caso julgado e condenado dependendo da destruição, para que assim
as pessoas pensassem muito bem antes de poluir.
• Leis atuantes
Existem leis e elas devem ser cumpridas e respeitadas, por isso os órgãos responsáveis
por essas leis devem fazer valer o seu uso, para isso é necessário recursos humanos e
financeiros para tal cumprimento.
• Órgãos públicos cumprindo as leis
No caso da prefeitura é o órgão mais próximo do Arroio em questão, por isso tem o
dever de cuidá-lo e mantê-lo em boas condições para o consumo humano, por isso deve por
meios de campanhas conscientizar a população para não poluir, controlar e punir os infratores,
fazer exames periódicos para verificar seu estado e tratar os esgotos do município.
• Tratamento de esgoto e construção de fossas
O tratamento do esgoto da cidade é fundamental para não poluir os Arroios, sendo as-
sim neste caso, o maior poluidor das águas. Dessa forma é fundamental para a população seu
tratamento do que tratar a água e colocar mais produtos para chegar num estado bom para
consumo. E a construção de fossas é fundamental para que os próprios esgotos não chega aos
Arroios ou a estação de tratamento muito carregado, diminuindo assim a poluição da água.
• Separação e destino do lixo
É fundamental no controle da poluição em geral a separação do lixo para que assim
cada item possa ir ao seu destino corretamente, como exemplo: plásticos e papéis para a
reciclagem. E outros meios que se pode fazer com o lixo ao invés de jogar em qualquer lugar
só para poluir e virar chorume.
• Conscientização da população
É através da conscientização das pessoas, de cada um, que poderemos construir
percepções e atitudes melhores para combater a poluição E sustentamos que as escolas
deveriam ter estudos para combater a poluição, estudar as causas, prevenções e conseqüências
para futuramente obter tal recurso. Enfim, todos os meios possíveis para melhorar a poluição
da água, pois é um recurso escasso e finito e sem ele não sobreviveremos.
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