conscientizaÇÃo e orientaÇÃo dos educandos … · causas de complicações na gravidez...

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QUELENIS DORNELLES CONSCIENTIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO DOS EDUCANDOS SOBRE OS MALEFÍCIOS DO TABAGISMO CANOAS, 2009

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QUELENIS DORNELLES

CONSCIENTIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO DOS EDUCANDOS SOBRE OS

MALEFÍCIOS DO TABAGISMO

CANOAS, 2009

1

QUELENIS DORNELLES

CONSCIENTIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO DOS EDUCANDOS SOBRE OS

MALEFÍCIOS DO TABAGISMO

Trabalho de conclusão apresentado à banca examinadora do curso de graduação de Ciências Biológicas do Centro Universitário La Salle – UNILASALLE, como exigência parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Ciências

Biológicas, sob orientação do Professor Ms. Marcello da Silva Rodrigues.

CANOAS, 2009

2

TERMO DE APROVAÇÃO

QUELENIS DORNELLES

CONSCIENTIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO DOS EDUCANDOS SOBRE OS

MALEFÍCIOS DO TABAGISMO

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Ciências Biológicas do Centro Universitário La Salle – UNILASALLE,

pelo avaliador Professor Marcello da Silva Rodrigues.

__________________________________________________ Professor Ms. Marcello da Silva Rodrigues

Centro Universitário La Salle – UNILASALLE

Canoas, 19 de junho de 2009.

3

A minha família

4

AGRADECIMENTOS

O mérito para este trabalho necessita ser compartilhado com as pessoas,

que tornaram-no possível de ser realizado.

A Deus, por ter me permitido chegar até aqui e ter me iluminado neste longo

caminho, e ter andado comigo, durante todo o processo.

Agradeço a minha família pelo apoio e por estar presente sempre nas horas

que mais precisei, se cheguei até aqui, foi por vocês. Amo vocês!!!

Aos mestres, que dedicaram seu tempo e experiência, para me ensinar e

mostrar que é possível chegar a alcançar um sonho.

Ao meu orientador, que me apoiou, e me orientou na última etapa do curso.

Obrigado pela paciência e instrução.

Para todas essas pessoas dedico meu trabalho e o meu muito obrigado!!

5

MENSAGEM

“Não é o desafio com que nos deparamos que determina quem somos e o que

estamos nos tornando, mas a maneira com que respondemos ao desafio.

Somos combatentes, idealistas, mas plenamente conscientes, porque o ter

consciência não nos obriga a ter teoria sobre as coisas: só nos obriga a sermos

conscientes.

Problemas para vencer, liberdade para provar e, enquanto acreditamos no nosso

sonho nada é por acaso.” (Henfil)

6

RESUMO

Conforme MICHEL (2002), o abuso do tabaco em nosso país é um dos problemas mais sérios na área da saúde publica. Estima-se que 35 milhões de pessoas façam uso de cigarro regularmente no país. O tabaco é a droga mais usada no mundo, responsável por aproximadamente cinco milhões de mortes registradas no ano 2000 nos países em desenvolvimento. Cerca de 230 mil cigarros são fumados por minuto pelos brasileiros. A cada ano morrem 3 milhões de pessoas no mundo por abuso do tabaco, e no Brasil esta cifra gira em torno de 80 a 100 mil mortes/ano. Estima-se que até o ano 2020, 10 milhões de pessoas morrerão por causa do tabagismo. O fumo possui mais de 60 substâncias cancerígenas, incluindo o arsênio, o níquel, o cádmio, além de elementos radioativos como o carbono 14 e o polônio 210. O fumo reduz em média vinte e dois anos de vida do fumante, é responsável por 90% dos cânceres do pulmão e 30% dos outros cânceres (como o de laringe, boca, esôfago, pâncreas, rins, bexiga e útero), respondem, também por 85% das doenças pulmonares como bronquites e enfisemas. A utilização do fumo durante a gestação materna, vão além de prejuízos a mãe, mas também causando problemas aos fetos e recém-nascidos, como fetos com baixo peso ao nascer, partos prematuros, mortes perinatais e outros. O tabaco é a droga mais usada no mundo, responsável por aproximadamente cinco milhões de mortes registradas no ano 2000 nos países em desenvolvimento.

ABSTRACT

As Michel (2002), abuse of tobacco in our country is one of the more serious problems in the area of public health. It is estimated that 35 million people make regular use of cigarettes in the country. Tobacco is the most used drug in the world, responsible for approximately five million deaths registered in 2000 in developing countries. Around 230 thousand cigarettes are smoked per minute by the Brazilians. Each year 3 million people die worldwide from tobacco abuse, and in Brazil the figure is around 80 to 100 thousand deaths per year. It is estimated that by the year 2020, 10 million people will die because of smoking. The smoke has more than 60 carcinogens, including arsenic, nickel, cadmium, and radioactive elements such as carbon 14 and polonium 210. The smoke reduced on average twenty-two years of life of the smoker, is responsible for 90% of cancers of the lung and 30% of other cancers (such as the larynx, mouth, esophagus, pancreas, kidneys, bladder and uterus), responds, also by 85% of lung diseases like bronchitis and enfizemas. The use of maternal smoking during pregnancy, beyond the loss of his mother, but

7

also causing problems for fetuses and newborns and fetuses with low birth weight, premature births, perinatal deaths and others. Tobacco is the most used drug in the world, responsible for approximately five million deaths registered in 2000 in developing countries.

8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Adolescentes fumando – pág. 15;

Figura 2 – Esqueleto humano “cavera”, com cigarro na boca – pág. 16;

Figura 3 – Componentes do cigarro – pág. 19;

Figura 4 – Consequências do tabaco – pág. 24;

Figura 5 – Criança prematura – pág. 27;

Figura 6 – morte perinatal – pág. 27;

Figura 7 – Percentual da faixa etária dos alunos – pág. 44;

Figura 8 – Percentual do sexo dos alunos questionados – pág. 45;

Figura 9 – Percentual do estado civil dos alunos – pág. 45;

Figura 10 – Percentual da escolaridade dos pais dos alunos – pág. 46;

Figura 11 – Percentual de pessoas da família que são fumantes – pág. 46;

Figura 12 – Percentual em relação ao estado, que o aluno se encontra atualmente –

pág. 47;

Figura 13 – Percentual do conhecimento dos alunos sobre as doenças, que estão

relacionadas com o fumo – pág. 47;

Figura 14 – Percentual em relação ao conhecimento, de que o tabagismo pode levar

o embrião/feto à morte ao nascer pelo baixo peso ocorrido pelo consumo do tabaco

– pág. 48;

Figura 15 – Percentual sobre quais as doenças ocasionadas pelo uso do tabaco, os

alunos tem conhecimento – pág. 49;

Figura 16 – Percentual dos motivos pelos quais, os alunos nunca fumaram – pág.

50;

Figura 17 – Percentual de como os alunos reagem, quando alguém fuma ao seu

lado – pág. 50;

Figura 18 – Percentual da idade com que os alunos, começaram a fumar – pág. 51;

Figura 19 – Percentual de quanto tempo faz, que os alunos fumam – pág. 52;

Figura 20 – Percentual de quando fumam – pág. 52;

Figura 21 – Percentual de quantos cigarros fumam por dia – pág. 53;

Figura 22 – Percentual do por que começaram a fumar – pág. 53;

9

Figura 23 – Percentual do motivo pelo qual, continuam a fumar – pág. 54;

Figura 24 – Percentual do atual desejo, em relação ao hábito de fumar – pág. 54;

Figura 25 – Percentual de quanto tempo foram fumantes – pág. 55;

Figura 26 – Percentual do motivo, pelo qual deixou de fumar – pág. 55;

Figura 27 – Percentual de quanto tempo faz, que deixaram de fumar – pág. 56;

Figura 28 – Percentual de como reagem, quando alguém fuma ao seu lado – pág.

56;

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Uso na vida de tabaco, distribuído, segundo o sexo e as faixas etárias dos

8.589 entrevistados, nas 107 cidades do Brasil com mais de 200 mil habitantes – pág.

29-30;

Tabela 2 – Prevalência de dependentes de tabaco, distribuída, segundo o sexo e as

faixas etárias dos 8.589 entrevistados, nas 107 cidades do Brasil com mais de 200 mil

habitantes – pág. 31;

Tabela 3 – Prevalência do uso na vida de tabaco, distribuída, segundo o sexo e as

faixas etárias, nas dezoito da Região Sul com mais de 200 mil habitantes – pág. 32;

Tabela 4 – Prevalência de dependentes de tabaco, distribuída, segundo o sexo e as

faixas etárias, nas dezoito da Região Sul com mais de 200 mil habitantes – pág. 33;

Tabela 5 – Síntese da prevalência de respostas quanto à presença dos diferentes

componentes da dependência (sinais/sintomas) no último ano, atribuída ao uso de

tabaco nas dezoito cidades da Região Sul com mais de 200 mil habitantes – pág. 34;

Tabela 6 – Óbitos por algumas Causas Específicas, por sexo, residentes RS 2005 –

pág. 39-40;

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................12

1.1 Cigarro na adolescência......................................................................................14

1.2 Mortalidades atribuídas ao consumo do tabaco no mundo.................................15

1.3 Toxicidade dos compostos do tabaco na gestante e no feto...............................18

1.3.1 Nicotina.............................................................................................................19

1.3.1.1 Monóxido de carbono....................................................................................21

1.3.1.2 Outros efeitos tóxicos dos compostos do cigarro..........................................21

1.3.2 Doenças relacionadas ao hábito de fumar.......................................................22

1.3.3 Tabagismo materno e conseqüências no embrião/feto....................................24

1.4 Recomendações para deixar de fumar................................................................27

1.4.1 Crise de abstinência..........................................................................................28

2 PRIMEIRO LEVANTAMENTO DOMICILIAR SOBRE USO DO TABACO NO

BRASIL.....................................................................................................................29

2.1 Análise dos resultados sobre o tabaco................................................................35

3 USO DO TABACO NO RIO GRANDE DO SUL....................................................36

4 DICAS AO PARAR DE FUMAR.............................................................................41

5 OBJETIVOS............................................................................................................42

6 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................43

6.1 Material................................................................................................................43

6.2 Metodologia.........................................................................................................43

7 RESULTADOS.......................................................................................................44

8 CONCLUSÕES......................................................................................................58

REFERÊNCIAS.........................................................................................................60

ANEXOS....................................................................................................................62

12

1 INTRODUÇÃO

O tabagismo durante a gestação materna tem implicações que vão além dos

prejuízos causados para a mãe, mas causando malefícios graves para o feto e

conseqüentemente para a criança ao nascer, e por isso, é de grande importância à

conscientização e orientação, já que há um grande número de adolescentes

grávidas nas escolas, e mesmo estando grávidas, muitas continuam a ser tabagistas

ativas.

A associação entre consumo de tabaco e complicações durante a gravidez foi

detectada no final dos anos cinquenta. Desde então inúmeros estudos foram

conduzidos, abordando os efeitos do consumo de tabaco sobre o andamento da

gestação, sobre o desenvolvimento fetal e do recém-nascido. O consumo de tabaco

durante a gestação é hoje um problema de saúde pública e uma das principais

causas de complicações na gravidez passíveis de prevenção.

A maior parte das tabagistas torna-se fumante regular antes dos 18 anos.

Além disso, as adolescentes correspondem a mais de 90% das recém-fumantes.

Apesar da maioria das mulheres desejarem abandonar o cigarro, apenas 2,5% delas

alcançam tal objetivo anualmente. SALVADOR, Sofia. Tabaco e gestação.

Disponível em:<http://br.geocities.com/srsalvador2004/tabacoegestacao.htm>.

Salvador, 2004. Acesso em: 07 set. 2008.

Segundo os PCN’s, a intenção de completar a formação geral do estudante

implica, entretanto, uma ação articulada, no interior de cada área e no conjunto das

áreas. Essa ação articulada não é compatível com um trabalho solitário, definido

independentemente no interior de cada disciplina, como acontecia no antigo ensino

de segundo grau – no qual se pressupunha outra etapa formativa na qual os

saberes se interligariam e, eventualmente, ganhariam sentido. Ao se apresentarem

dessa forma, esses temas estruturadores do ensino disciplinar e seu aprendizado

13

não mais se restringem, de fato, ao que tradicionalmente se atribui como

responsabilidade de uma única disciplina.

Nesse momento da escolarização, os alunos ampliam, portanto, seu

entendimento sobre os fenômenos biológicos, os seres vivos, seu corpo, sua

sexualidade, sua saúde e sobre os usos, pela sociedade, dos produtos científicos e

dos recursos tecnológicos. Nos ciclos finais do ensino fundamental, os alunos

sistematizam concepções científicas mais estruturadas em relação aos seres vivos,

ao ambiente, ao corpo humano, à qualidade de vida das populações e aos sistemas

tecnológicos. Ampliam também suas capacidades de valorizar os cuidados com o

próprio corpo, de entender que a sexualidade é algo inerente à vida e à saúde e de

compreender que boas condições de moradia, saneamento, trabalho, transporte,

lazer, alimentação são essenciais para o bem-estar de todos nós, tanto quanto a

ausência de doenças.

Conforme os PCN’s, uma das competências da biologia é aplicar

conhecimentos estatísticos e de probabilidade aos fenômenos biológicos de caráter

aleatório, ou que envolvem um universo grande, para solucionar problemas tais

como: prever a probabilidade de transmissão de certas características hereditárias,

ou estabelecer relações entre hábitos pessoais e culturais e desenvolvimento de

doenças. Um dos temas estruturadores do ensino de Biologia é a qualidade de vida

das populações humanas, onde esse tema trata a questão da saúde como um

estado que não se restringe à ausência de doenças e procura relacioná-la com as

condições de vida das populações – renda, educação, trabalho, habitação,

saneamento, transporte, lazer, alimentação, longevidade, liberdade de expressão,

participação democrática. O que é saúde? Diante de índices de desenvolvimento

humano e de indicadores de saúde pública, como os referentes à natalidade,

esperança de vida ao nascer, mortalidade, longevidade, doenças infecto-

contagiosas, nutrição, renda, escolaridade, condições de saneamento, moradia,

acesso aos serviços voltados para a promoção e a recuperação da saúde:

•relacionar as condições sócio-econômicas com a qualidade de vida das populações

humanas de diferentes regiões do globo;

•elaborar tabelas ou gráficos mostrando a correlação entre certos indicadores como

mortalidade infantil e escolaridade dos pais, ou níveis de renda e incidência de

doenças infecto-contagiosas;

14

•construir a noção de saúde levando em conta os condicionantes biológicos como

sexo, idade, fatores genéticos e os condicionantes sociais, econômicos, ambientais

e culturais como nível de renda, escolaridade, estilos de vida, estado nutricional,

possibilidade de lazer, qualidade do transporte, condições de saneamento.

1.1 Cigarro na adolescência

Começar a fumar é fácil. Meio na brincadeira se aceita uma tragada do

cigarro de um amigo. Afinal de contas o adolescente quer fazer as mesmas coisas

que a “galera” faz e, embora a reação de quem experimenta o tabaco pela primeira

vez quase sempre não seja agradável – em geral, vêm acompanhada de tontura,

engasgos, tosse, dor de cabeça, mesmo assim, por teimosia, tenta mais uma vez. É

uma das principais motivações para que o adolescente comece a fumar é o desejo

de imitar o comportamento dos adultos, de se igualar aos pais e amigos mais velhos.

Estudos realizados no Brasil comprovam que 90% dos fumantes adultos

começaram a dar suas baforadas na adolescência. Esses mesmos estudos dizem

que atualmente cerca de 15% dos adolescentes entre 12 e 19 anos estão fumando.

Os médicos afirmam que a grande dificuldade de convencer o jovem de que

fumar não é bom, é que a maioria acha que leva muitos e muitos anos para o

cigarro fazer mal. Porém sabe-se que um adolescente que fuma há um ou dois anos

já tem sua capacidade respiratória diminuída. Para se ter uma idéia de como o

aparelho respiratório fica comprometido, basta saber que um jovem que fuma há

mais ou menos seis anos tem uma capacidade respiratória parecida com a de uma

pessoa de 30. Está provado que quem fuma um maço de cigarros por dia, desde a

adolescência, tem sua vida encurtada em média de 8 a 12 anos em relação a um

não-fumante.

A adolescente que fuma muito tem a menopausa mais precoce. Também

envelhece antes do tempo. Isso porque a nicotina contrai os vasos sanguíneos e

com isso há uma menor irrigação para o coração e para a pele. Com o passar do

tempo, a pele, menos irrigada pelo sangue, enruga mais depressa. Sem contar que

os dentes sempre ficam amarelados e o cheiro do cigarro fica impregnado na roupa

e nos cabelos. (MICHEL, Oswaldo da Rocha, 2002, p. 140).

15

Figura 1 – Adolescentes fumando. Fonte: www.iconocast.com/00000_Portu/R0/News6_2.jpg

1.2 Mortalidades atribuídas ao consumo do tabaco no mundo

Até aproximadamente metade do século XX, o hábito de fumar era tido como

socialmente elegante, e praticamente ninguém se importava com os malefícios que

eventualmente pudesse causar. Nas últimas décadas, porém, apesar de as

propagandas de cigarro continuarem vendendo uma imagem de saúde e intrepidez,

quase sempre relacionada com algum tipo de esporte, a verdade começou a vir à

tona. (MICHEL, Oswaldo da Rocha, 2002, p. 3).

O tabagismo mata 5 milhões de pessoas por ano no mundo, sendo que, destas

mortes, 200.000 ocorrem no Brasil. Está associado a 40% das mortes por câncer,

90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença coronariana

(infarto do miocárdio, angina do peito), 85% das mortes por doença pulmonar

obstrutiva crônica (bronquite e enfisema), 25% das mortes por doença cérebro-

vascular (derrames cerebrais). O fumo também provoca o envelhecimento precoce e

esclerose progressiva das artérias. O fumo está relacionado à impotência sexual

máscula, afetando a reprodução masculina. A produção de esperma, a morfologia e a

mobilidade dos espermatozóides e a produção de hormônios masculinos, são

alterados nos homens que fumam. Na gestação está associado a maior risco de

aborto espontâneo, morte perinatal, prematuridade, recém-nascido de baixo peso.

O câncer de pulmão vem apresentando um aumento por ano de 2% na sua

incidência mundial. Em 90% dos casos está associado ao consumo de derivados do

16

tabaco. Entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos. O aumento do consumo

de derivados do tabaco pelas mulheres nas últimas décadas levou a um importante

aumento na incidência e mortalidade por câncer de pulmão no sexo feminino, na

ordem de 122% em 20 anos. Entre os homens, o aumento da mortalidade por câncer

de pulmão em duas décadas foi de 57%. AMEPLAN, Associação médica do Planalto.

Tabagismo. Disponível em:<http://www.ameplan.com.br/tabagismo.php>. Acesso

em: 13 mai. 2009.

Em 1995, uma pesquisa realizada em 12 países por um instituto francês de

oncologia revelou que 97,5% dos casos de câncer do pulmão estavam relacionados

com o cigarro. Novas pesquisas demonstraram, posteriormente, que o fumo está,

também, diretamente relacionado com o câncer de mama, câncer de colo do útero e

câncer cervical. O cigarro já foi apontado como fator de risco de 24 doenças

diferentes. (MICHEL, Oswaldo da Rocha, 2002, p. 3).

O tabaco é a droga mais utilizada e disseminada no mundo, responsável por

50% de aproximadamente cinco milhões de mortes registradas no ano 2000 nos

países em desenvolvimento. Estima-se que no período de 2002/2030 as mortes

atribuíveis ao tabaco irão diminuir em 9% em países desenvolvidos, mas aumentar

em 100% (para 6,8 milhões) em países em desenvolvimento. Estima-se que em

2015 as mortes relacionadas ao fumo superarão em 50% aquelas causadas pela

epidemia de HIV/Aids e que o tabaco será responsável por aproximadamente 10%

de todas as mortes no mundo.

Figura 2 – Esqueleto humano “cavera”, com cigarro na boca. Fonte: enfermagemcomentada.blogspot.com/2007/08/fumo

17

Revisão sistemática de 139 estudos sobre a prevalência do tabagismo em

adultos encontrou que mais de 1,1 bilhões de pessoas em todo o mundo fumam, dos

quais 82% dos fumantes residiam nos países em desenvolvimento. Em 2000, as

maiores prevalências de tabagismo no mundo foram encontradas no sexo

masculino, ainda que a diferença entre os gêneros tenha diminuído nos países

desenvolvidos (37% entre homens e 21% em mulheres).

Os prejuízos causados à saúde pelo hábito de fumar são amplamente

conhecidos e seu controle é considerado pela OMS como um dos maiores desafios

da saúde pública atualmente.

Há fortes evidências de que o tabaco faça parte da cadeia de causalidade de

quase 50 diferentes doenças, destacando-se o grupo das doenças cardiovasculares,

cânceres e doenças respiratórias. OLIVEIRA, AF; VALENTE JG; LEITE IC.

Aspectos da mortalidade atribuível ao tabaco: revisão sistemática. Disponível

em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034891020080002000

20&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 06 set. 2008.

Segundo, MICHEL (2002), no Brasil, o consumo de tabaco subiu 127% entre

as décadas de 70 e 90, enquanto a população cresceu 55% no mesmo período. Em

1970 havia no país uma mulher fumante para cada grupo de 13 homens fumantes;

em 1995, para cada grupo de 11 homens fumantes, havia 10 mulheres que

fumavam. Para provar a sua “emancipação”, a mulher escolheu o caminho do vício,

tornando-se tão escrava deste pendor quanto o homem. Em 1995, estimava-se que

morriam 100 mil pessoas por ano no Brasil devido ao fumo. Uma marca que

certamente não comoveu a maior indústria de fumo do país, que, naquele ano, teve

o maior lucro nominal em seus 93 anos de operação.

Estima-se que no mundo todo haja atualmente 1,1 bilhão de fumantes, que

contribuem com uma morte a cada dez segundos, decorrente de alguma doença

relacionada ao fumo.

Ezzati et al (2005) estimaram que 11% de todas as mortes cardiovasculares

ocorridas no mundo em 2000 poderiam ser atribuídas ao tabaco, embora com maior

destaque para as doenças isquêmicas do coração e cerebrovasculares. Além disso,

o tabaco seria ainda responsável por 21% de todas as mortes por câncer no mundo,

chegando a 29% e 18% nos países desenvolvidos e em desenvolvimento,

respectivamente.

18

Conforme, ROBBINS et al (2005) o uso de produtos de tabaco, incluindo

cigarros, charutos, cachimbos e rapé estão associados com maiores morbidade e

mortalidade do que qualquer outra exposição pessoal, ambiental ou ocupacional. O

hábito de fumar cigarros contribui com 440.000 mortes prematuras por ano, nos

Estados Unidos, resultando numa perda econômica anual de 157 bilhões de dólares

com custos relacionados ao tratamento. Câncer de pulmão, doenças

cardiovasculares e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) respondem pela

maioria das mortes relacionadas ao hábito de fumar. Entre crianças e adolescentes,

o fumo continua a ser um grande problema de saúde publica; a exposição precoce

aos carcinógenos da fumaça do tabaco pode aumentar o risco de desenvolver

câncer pulmonar.

1.3 Toxicidades dos compostos do tabaco na gestante e no feto

Atualmente, sabe-se que a fumaça do tabaco possui mais de 4.700

substâncias tóxicas, 50 das quais comprovadamente cancerígenas, como o polônio

– um elemento radioativo, o arsênio, o níquel, o cádmio e o benzopireno, esta última

substância derivada do petróleo e altamente cancerígena, que sempre aparece na

queima do papel do cigarro. Aliás, apenas para que o papel queime de maneira

uniforme e a cinza não se fragmente são adicionados ao cigarro mais 12 tipos de

venenos químicos. Para se conseguir um cigarro light, com baixo teor de nicotina e

alcatrão, é necessário adicionar outros dez tipos de substâncias tóxicas. (MICHEL,

Oswaldo da Rocha, 2002, p.5).

19

Figura 3 – Componentes do cigarro Fonte: www.minerva.uevora.pt/.../images/toxicidade.jpg

Abaixo serão descritas as substâncias mais conhecidas e suas

conseqüências:

1.3.1 Nicotina

Conforme MICHEL (2002), a nicotina é um excitante do sistema nervoso

central (SNC). Cerca de 25% da nicotina inalada atingem o cérebro em 15 segundos

e sua vida útil é de 2 horas. Age também sobre os seguintes neurotransmissores

cerebrais: dopamina; noradrenalina; adrenalina; endorfina; nos hormônios

vasoprecina e actina, são uma potente inibidora do apetite. A nicotina, encontrada

na fumaça do cigarro, é a droga que causa dependências químicas, comparáveis à

dependência produzida pela cocaína.

A insuficiência útero-placentária tem sido indicada como o principal

mecanismo responsável pelo retardo do crescimento fetal nas gestantes fumantes. A

nicotina causa vasoconstricção dos vasos do útero e da placenta, reduzindo o fluxo

sangüíneo e a oferta de oxigênio e nutrientes para o feto. No entanto, alguns autores

20

acreditam que, além disso, os danos biológicos celulares e moleculares provocados

pelo monóxido de carbono e por outras toxinas também têm forte interferência no

desenvolvimento do feto. A exposição pré e perinatal à nicotina têm sido

relacionadas a alterações da cognição, e do desenvolvimento psico-motor e sexual

no jovem.

O fumo durante a gravidez é reconhecidamente um elemento que eleva o

risco de sua ocorrência. Uma das hipóteses para explicar essa relação é que a

exposição prolongada da medula adrenal do feto à nicotina leva à perda de sua

capacidade de responder reflexamente a hipóxia. Sendo assim, durante a apnéia

transitória ou obstrução das vias aéreas do recém-nato, não haveria liberação de

catecolaminas para redistribuição do fluxo sangüíneo para o cérebro e coração e

para a manutenção da freqüência cardíaca durante a hipóxia. SARAIVA FILHO,

Sebastião José; MORON, Antonio Fernandes; BAILÃO, Luiz Antonio; RIZZI, Maria

Christina dos Santos; NAKAMURA, Mary Uchyiama. Repercussões do tabagismo

na ultra-sonografia da placenta e a doplervelocimetria útero-placentária.

Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010072032006000600004

&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 02 nov. 2008.

Gilliland et al. mostraram que a exposição fetal aos compostos do tabaco

compromete o crescimento dos pulmões e leva à redução das pequenas vias

aéreas, implicando em alterações funcionais respiratórias na infância, que persistem

ao longo da vida. O desenvolvimento pulmonar modificado pode estar associado ao

aumento do risco futuro de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), câncer de

pulmão e doenças cardiovasculares.

A nicotina provoca alterações súbitas e momentâneas no aparelho

cardiovascular da gestante, com elevação da freqüência cardíaca e das pressões

arteriais sistólicas e diastólicas.

Segundo MICHEL (2002), os sintomas associados à falta de

nicotina/abstinência são: humor instável ou deprimido; insônia; irritabilidade;

frustração ou raiva; ansiedade; dificuldade para concentrar-se; inquietação;

frequência cardíaca diminuída; aumento do apetite ou ganho de peso.

21

1.3.1.1 Monóxido de carbono

O monóxido de carbono, encontrado na fumaça do cigarro, o mesmo gás

tóxico que sai do cano de descarga de automóveis, reduz a oxigenação (diminui o

oxigênio) dos tecidos do corpo. O CO liga-se à hemoglobina materna e fetal no sítio

onde se deveria ligar o oxigênio, com afinidade 200 vezes maior que este. O produto

dessa ligação é a carboxihemoglobina (COHb), que tem uma meia vida de

eliminação de cinco a seis horas, com variação de concentração no sangue dos

fumantes de 5% a 10%. A hemoglobina fetal tem uma ligação com o CO mais forte

que a hemoglobina materna, resultando em níveis de COHb mais elevados na

circulação fetal. As altas concentrações de COHb provocam hipóxia tecidual,

estimulando a eritropoiese e causando uma elevação do hematócrito da gestante

fumante e de seu feto. A hipóxia celular crônica é um dos fatores que podem

explicar o retardo do crescimento fetal.

No sistema nervoso do feto, o CO tem ação de uma potente toxina, e pode

causar lesões neurológicas temporárias e/ou permanentes. No sistema

cardiovascular, provoca elevação da freqüência cardíaca e hipertrofia miocárdica.

LEOPÉRCIO, Waldir; GIGLIOTTI, Analice. Tabagismo e suas peculiaridades

durante a gestação: uma revisão crítica. Disponível

em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806371320040002000

16&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 08 out. 2008.

1.3.1.2 Outros efeitos tóxicos dos compostos do cigarro

É sabido que o tabagismo leva ao comprometimento do sistema imunológico,

com diminuição da capacidade fagocitária dos macrófagos e alteração dos níveis de

IgA nas mucosas. Isto pode explicar porque as gestantes fumantes têm maiores

riscos de abortamento. Outra causa importante de ruptura prematura das

membranas e abortamento nas fumantes é o fato de haver uma redução de 50% na

concentração de ácido ascórbico no líquido amniótico em comparação às não-

fumantes. O transporte de aminoácidos pela placenta está reduzido nas fumantes, o

22

que interfere na síntese protéica e contribui para o mau desenvolvimento da

membrana aminiocoriônica.

O alcatrão é um dos mais potentes cancerígenos, encontrado na fumaça do

cigarro, que o ser humano introduz voluntariamente no organismo.

Outro fator responsável pelo aumento de abortamentos em fumantes é a

redução da síntese placentária de óxido nítrico, um potente relaxante do miométrio.

O fator de ativação das plaquetas está envolvido no início e na manutenção do

trabalho de parto, através da síntese de prostaglandinas. O tabagismo reduz a

inativação desse fator, podendo provocar contração uterina e parto prematuro.

LEOPÉRCIO, Waldir; GIGLIOTTI, Analice. Tabagismo e suas peculiaridades

durante a gestação: uma revisão crítica. Disponível

em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806371320040002000

16&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 08 out. 2008.

1.3.2 Doenças relacionadas ao hábito de fumar

A fumaça do cigarro inalada pelo hábito de fumar ou por não-fumantes que

estão em ambiente fechado com pessoas que fumam representa uma das mais

importantes causas evitáveis de doenças na espécie humana. O tabagismo está

relacionado diretamente ao aumento de risco para o carcinoma bronco pulmonar e

para os cânceres da laringe, faringe, esôfago, boca e, em menor intensidade, da

bexiga e do pâncreas. Além disso, é a principal causa de doença pulmonar

obstrutiva crônica e um dos mais importantes fatores de risco da aterosclerose e da

cardiopatia isquêmica. Na gravidez, está relacionado a aumento do risco de aborto e

de nascimento de crianças de baixo peso. A influência do uso do cigarro na etiologia

dessas doenças relaciona-se com a intensidade e as durações do hábito, como bem

demonstram estudos epidemiológicos. A cessação do hábito de fumar se

acompanha de diminuição do risco para as doenças citadas; a redução do risco é

tanto maior quanto mais prolongado é o período de tempo após o abandono do

hábito.

A fumaça do cigarro contém, entre centenas de produtos, CO, nicotina,

acroleína, nitrosamidas e vários hidrocarbonetos policíclicos aromáticos

considerados carcinogênicos. O calor da fumaça, a acroleína e a nicotina estão

23

entre os maiores agressores para o aparelho mucociliar no fumante, pois os dois

primeiros são irritantes e a nicotina inibe os movimentos ciliares. Disso resultam

aumento da secreção mucosa (a nicotina estimula essa secreção) e redução da

eliminação do muco, que se acumula e produz nos fumantes crônicos a chamada

descarga brônquica matinal, geralmente acompanhada de tosse. Produtos da

fumaça do cigarro reduzem a atividade microbicida e fagocitária dos macrófagos

septais, favorecendo infecções pulmonares e a progressão para a doença pulmonar

obstrutiva crônica.

A carcinogenicidade da fumaça do cigarro está ligada principalmente aos

hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e as nitrosamidas que contém. Admite-se

ainda que a fumaça do cigarro contenha radionuclídeos (como o plutônio), que,

embora em pequenas quantidades, parece se acumular na bexiga (local de

excreção), aí induzindo carcinoma de células transicionais. (BRASILEIRO FILHO;

Geraldo, 1998, p. 260,261).

Segundo MICHEL (2002), numa tragada a nicotina vai para o pulmão, passa

para a corrente sanguínea e, em sete segundos, chega ao cérebro. Lá, ela atinge

células nervosas, que “ensinam” ao organismo que ele precisa desta substância

para ficar legal.

Quem fuma desde cedo ou fuma mais, de dez cigarros por dia, mesmo

parando um certo tempo, não consegue eliminar os seus malefícios e tem 47% de

chance de contrair câncer. De todas as mortes de câncer, 40% em homens e 20%

em mulheres estão ligadas ao tabagismo. E os fumantes passivos, ou seja, as

crianças e os não-fumantes que convivem diariamente com fumantes, saem também

prejudicados. No caso das crianças, elas têm quatro vezes mais risco de pegar

bronquite, chiado no peito, asma e pneumonia. Os principais efeitos do cigarro no

organismo são: bronquite crônica; enfisema pulmonar (destruição das paredes do

pulmão); infarto no coração; câncer do pulmão e de cólon; derrame cerebral; úlcera

do estômago e do intestino; crises de tosse; câncer de laringe, faringe e boca. O

cigarro aumenta duas vezes a “velocidade” do envelhecimento e deixa a mulher

mais propensa à celulite, por causa da menor oxigenação das células; pílula

anticoncepcional e cigarro é combinação proibida, porque aumenta em 700% o risco

de infarto e derrame cerebral; quem não fuma e convive com fumantes sofre com os

efeitos do cigarro. No final de um dia ao lado de pessoas que fumaram 20 cigarros,

dependendo da ventilação, o fumante passivo terá recebido o equivalente à nicotina

24

de 2 a 4 cigarros; o fumante passivo tem de 200% a 300% de chances a mais de ter

câncer de pulmão do que uma pessoa que não convive com fumantes; quem fuma

tem o olfato e o paladar alterados; as substâncias tóxicas do cigarro inflamam o

tecido nasal e diminuem a irrigação sanguínea do sistema respiratório.

Figura 4 – Consequências do tabaco Fonte: www.abebadaeoequilibrista.blogger.com.br/imag

1.3.3 Tabagismo materno e conseqüências no embrião/feto

A gestação é uma ocasião especial para a promoção da cessação do

tabagismo. A preocupação com a saúde do feto gera uma motivação extraordinária

na gestante. Os resultados e a relação custo-efetividade das intervenções são

melhores neste grupo do que na população em geral. Os ganhos extrapolam os

benefícios à saúde da mulher, pois permitem também o desenvolvimento de um feto

mais saudável. O tabagismo durante a gestação tem implicações que vão além dos

prejuízos à saúde materna. Os malefícios sobre a saúde fetal são tantos, que

justificam dizermos que o feto é um verdadeiro fumante ativo.

Um único cigarro fumado pela gestante é capaz de acelerar em poucos

minutos, os batimentos cardíacos do feto devido ao efeito da nicotina sobre seu

aparelho cardiovascular. O fumo na gravidez é responsável por 20% dos casos de

25

fetos com baixo peso ao nascer, 8% dos partos prematuros e 5% de todas as

mortes perinatais. Estudos mostram que o tabagismo na gestação pode contribuir

para a síndrome da morte súbita do bebê, além de causar importantes alterações no

desenvolvimento do sistema nervoso fetal. Estimativas econômicas indicam que os

custos com as complicações perinatais são 66% maiores nos casos de mães que

fumaram durante a gravidez do que nos de mães não fumantes. Embora os maiores

benefícios para o desenvolvimento fetal ocorram se a cessação do tabagismo se

fizer ainda no início da gestação, a interrupção em qualquer momento da gravidez,

ou mesmo no pós-natal, tem significativo impacto na saúde da família. A

manutenção da abstinência no decorrer da gestação e no pós-parto tem papel

fundamental na prevenção de doenças materno-infantis relacionadas ao tabaco.

(LEOPÉRCIO, Waldir; GIGLIOTTI, Analice; 2004, p.1, 2,3).

Segundo SARAIVA FILHO et al (2006), estima-se que mais de 30% das

mulheres em idade reprodutiva sejam tabagistas e que apenas uma em cada cinco

abandone o vício ao engravidar. Dados recentes indicam que um terço das

gestantes americanas e um quarto das brasileiras são tabagistas.

O hábito de fumar acarreta riscos fetais decorrentes do amadurecimento

placentário precoce e redução do aporte nutricional, podendo provocar restrição do

crescimento fetal. Adicionalmente, a aceleração da maturidade placentária tem sido

associada a aumento na incidência de deslocamento prematuro da placenta. Além

de acarretar riscos perinatais, o tabagismo materno pode também afetar os

desenvolvimentos mentais, intelectuais e comportamentais das crianças expostas na

vida fetal ao fumo. Não se evidenciou associação do tabagismo com aceleração da

maturação placentária. No estudo feito pelos autores, o vício de fumar esteve

associado a alterações vasculares da circulação útero-placentário apenas na 32ª

semana de gravidez.

Conforme, ROBBINS et al (2005), o feto é especialmente vulnerável às

conseqüências do hábito materno de fumar. Mesmo 10 cigarros por dia podem

causar hipóxia fetal; os níveis de carboxihemoglobina fetal são mais altos do que os

níveis maternos. As conseqüências da hipóxia fetal são: baixo peso ao nascer,

prematuridade e aumento da incidência de aborto espontâneo; sérias complicações

no momento do parto incluem a ruptura prematura de membranas, placenta prévia,

descolamento prematuro da placenta. O hábito materno de fumar aumenta a

incidência da síndrome da morte súbita de recém-nascidos. Crianças pequenas que

26

vivem em lares em que se fuma, apresentam um aumento da incidência de

infecções respiratórias e de orelhas e exacerbação da asma.

Citando TAKITO et al (2005), o peso ao nascer é o fator singular que mais

exerce influência sobre o estado de saúde e as chances de sobrevivência infantil. Os

riscos de adoecer e morrer na infância são bastante acentuados para as crianças

nascidas com baixo peso (inferior a 2.500g) e para aquelas com peso inadequado

ao nascer (inferior a 3.000g). Estudos mais recentes mostram efeitos adversos tanto

do baixo peso (BP) quanto do peso inadequado ao nascer (PI) na vida adulta:

elevação do risco de disfunções metabólicas e problemas cardiovasculares.

Dois processos básicos isolados ou em associação fazem com que uma

criança nasça com peso abaixo do normal: o encurtamento da duração da gestação

(prematuridade) e o retardo de crescimento intra-uterino. A determinação do peso ao

nascer envolve múltiplos fatores como: condições socioeconômicas, nutricionais,

morbidade materna e fetal, tabagismo, falta ou deficiência de assistência pré-natal,

esforço físico excessivo.

O tabagismo materno é uma causa bem demonstrada de retardo de

crescimento intra-uterino. A despeito dos avisos de que fumar cigarros é prejudicial

para o feto, mais de 25% das mulheres continuam a fumar durante a gravidez. Em

grandes fumantes de cigarros (20 ou mais por dia), o parto prematuro é duas vezes

mais frequente do que nas mães que não fumam, e seus filhos pesam menos do

que o normal. Baixo peso ao nascimento (abaixo de 2.000g) é o principal

prognóstico de morte infantil. Em estudos de casos controlados, houve um pequeno

aumento na incidência de crianças com defeitos conotruncais cardíacos e

deficiências dos membros associadas tanto ao tabagismo materno como ao paterno.

Além disso, há evidências de que o tabagismo materno pode causar anomalias do

trato urinário, bem como problemas comportamentais e crescimento físico diminuído.

A nicotina contrai os vasos sangüíneos do útero, causando diminuição do fluxo

sangüíneo para o mesmo, reduzindo o suprimento de oxigênio e de nutrientes

disponíveis para o embrião/feto a partir do sangue materno presente no espaço

interviloso da placenta. A deficiência resultante no embrião prejudica o crescimento

celular e pode ter um efeito adverso sobre o desenvolvimento mental. Altos níveis de

carboxiemoglobina, resultante do tabagismo, aparecem no sangue materno e do

feto, podendo alterar a capacidade do sangue de transportar oxigênio. Em

consequência, a hipóxia fetal (diminuição dos níveis de oxigênio abaixo do normal)

27

crônica pode ocorrer e afetar o crescimento e o desenvolvimento do feto. (MOORE,

Keith L.; PERSAUD, T. V. N., 2003).

Figura 5 – Criança prematura Figura 6 – morte perinatal Fonte: www.piaui.pi.gov.br/.../CCOM02_f44c1360aa.jpg Fonte: simulacros.files.wordpress.com/.../filmo.jpg

1.4 Recomendações para deixar de fumar Ø Informe-se sobre o tabagismo e sobre o próprio fumo, pois sabe-se que quanto

maior forem nossas informações e nosso conhecimento em torno destes assuntos,

maiores serão suas chances de modificar estes hábitos.

Ø Sempre que você deixa de fumar aparecem vários sintomas físicos e emocionais

provocados pela falta de tabaco no organismo, e por conta disto muitas pessoas

desistem de parar de fumar. Ocorre que, se você deixar de fumar entre 3 e 5 dias, o

seu organismo já não vai sentir a falta destes produtos, o mal-estar provocado pela

falta do cigarro é transitório e você, persintindo em abster-se de fumar, acaba

conseguindo superar este problema.

Ø O tabagismo é uma doença que se alimenta de cigarro ou equivalentes, parar de

fumar significa interromper o curso da doença, ou seja, interromper a dependência

química de nicotina, que normalmente se estabelece a partir do terceiro mês de uso

do cigarro.

Ø Não se deixe enganar por propagandas enganosas, as quais associam o uso do

cigarro a poder, prazer, sucesso, esporte, beleza e descontração. É tudo mentira,

cigarro está associado a fracasso, doenças, disfunções sexuais (impotência), baixa

auto-estima pessoal, morte e péssima imagem social.

28

Ø Pratique esportes, a sua prática garante a saúde em suas várias dimensões:

física, emocional e social, além de estar associada a uma vida de qualidade e

satisfação. (MICHEL, Oswaldo da Rocha, 2002, p.156).

1.4.1 Crise de abstinência

Quem deixa de fumar geralmente experimenta um conjunto de sintomas

desagradáveis que variam em intensidade e duração – de 24 horas a dois meses,

em média. É a síndrome da abstinência, que se caracteriza por inquietação,

ansiedade, nervosismo, fadiga, perturbações do sono e do ritmo cardíaco,

dificuldade de concentração no trabalho e, naturalmente, intensa vontade de fumar.

O motivo é a supressão da nicotina, um alcalóide presente nas folhas do tabaco;

sua ação no sistema nervoso central cria a dependência, cujos mecanismos ainda

são desconhecidos. É isso que explica o pouco êxito das drogas antagônicas à

nicotina.

Depois de uma tragada, as substâncias tóxicas do fumo chegam ao pulmão,

vão para o sangue e se difundem pelo organismo. Quando a nicotina chega ao

cérebro, aumenta a produção de substâncias que, através da circulação, atingem o

coração. Sem a nicotina, o organismo passa por uma readaptação. Livres do

monóxido de carbono (que combinado com a hemoglobina do sangue acaba

imitando a oxigenação do organismo), as células tornam a respirar. A irrigação

sanguínea se normaliza e a pele recupera o viço. Sem as substâncias tóxicas do

fumo, que lesam as papilas gustativas e o nervo olfativo, os ex-fumantes

redescobrem cheiros e sabores. Com a desintoxicação do cérebro, o sono também

melhora. (MICHEL, Oswaldo da Rocha, 2002, p.157).

29

2 PRIMEIRO LEVANTAMENTO DOMICILIAR SOBRE USO DO TABACO NO BRASIL

Conforme, GALDUROZ et al (2002), a tabela 01 mostra as porcentagens e a

população estimada que fez uso na vida de tabaco. Nota-se que cerca de 50% das

pessoas com mais de 35 anos de idade já fizeram uso na vida de tabacoo, mas, no

total da amostra, menos da metade já experimentou cigarros.

Tabela 1 - Uso na vida de tabaco, distribuído, segundo o sexo e as faixas etárias dos 8.589 entrevistados, nas 107 cidades do Brasil com mais de 200 mil habitantes. FAIXA ETÁRIA (ANOS) OBSERVADO% INTERVALO DE CONFIANÇA 95% E SEXO

12 a 17 15,7 (12,4 - 19,0) M 15,2 (12,1 - 18,3) F 16,2 (12,9 - 19,4)

18 a 24 37,7 (33,8 - 41,6) M 42,8 (39,1 - 46,5) F 32,6 (29,5 - 35,7)

25 a 34 40 (36,3 - 43,7) M 43,9 (40,5 - 47,3) F 36,1 (33,2 - 39,1)

> 35 53 (50,2 - 55,7) M 61,4 (59,1 - 63,7) F 45,4 (43,5 - 47,4)

TOTAL 41,1 (37,5 - 44,7) M 46,2 (42,3 - 50,0) F 36,3 (33,2 - 39,4)

30

POPULAÇÃO ESTIMADA FAIXA ETÁRIA (ANOS) (EM MILHARES) INTERVALO DE CONFIANÇA 95%

E SEXO

12 a 17 1.177 (927 - 1.428)

M 560 (445 - 674)

F 618 (493 - 743)

18 a 24 3.482 (3.119 - 3.844) M 1.974 (1.803 - 2.144)

F 1.508 (1.364 - 1.652)

25 a 34 4.261 (3.866 - 4.656)

M 2.329 (2.148 - 2.510)

F 1.932 (1.773 - 2.091)

> 35 10.408 (9.871 - 10.945) M 5.674 (5.460 - 5.889)

F 4.734 (4.532 - 4.936)

TOTAL 19.328 (17.629 - 21.028)

M 10.537 (9.658 - 11.416)

F 8.791 (8.036 - 9.547)

**Nota: Algumas vezes, as somas dos milhares entre homens e mulheres não totalizam, pois os dados são resultados de fórmulas aplicadas separadamente. As estimativas são obtidas através de ponderação por idade e por sexo.

A dependência de tabaco na população traz dados interessantes. Assim,

entre os jovens (faixa etária de 12 a 17 anos), coincidentemente, 2,2%, tanto para o

sexo masculino quanto para o feminino, são dependentes de tabaco (165.000

pessoas). No conjunto das 107 cidades com mais de 200 mil habitantes, mostra-se

que 9,0% da população são dependentes de tabaco, o que equivale a 4.214.000

(pessoas). A dependência de tabaco no sexo feminino se aproxima à do masculino

a partir dos 18 anos de idade, porém não ultrapassa em nenhuma faixa etária

(Tabela 02).

31

Tabela 2 – Prevalência de dependentes de tabaco, distribuída, segundo o sexo e as faixas etárias dos 8.589 entrevistados, nas 107 cidades do Brasil com mais de 200 mil habitantes. FAIXA ETÁRIA (ANOS) OBSERVADO% INTERVALO DE CONFIANÇA 95% E SEXO

12 a 17 2,2 (0,9 – 3,5) M 2,2 (0,9 – 3,4) F 2,2 (0,9 – 3,5)

18 a 24 8,4 (6,3 – 10,4) M 9,9 (7,7 – 12,2) F 6,8 (5,1 – 8,5)

25 a 34 9,9 (7,9 – 11,9) M 10,4 (8,3 – 12,5) F 9,3 (7,5 – 11,1)

> 35 11,3 (9,9 – 12,8) M 13,1 (11,5 – 14,7) F 9,8 (8,6 – 10,9)

TOTAL 9 (7,2 – 10,7) M 10,1 (8,2 – 12,0) F 7,9 (6,4 – 9,4)

POPULAÇÃO ESTIMADA FAIXA ETÁRIA (ANOS) (EM MILHARES) INTERVALO DE CONFIANÇA 95%

E SEXO

12 a 17 165 (68 – 262) M 80 (34 – 127)

F 85 (35 – 135)

18 a 24 773 (586 – 960) M 458 (355 – 562)

F 315 (237 – 392)

25 a 34 1.052 (838 – 1.266) M 553 (441 – 665)

F 499 (403 – 595)

> 35 2.224 (1.942 – 2.506) M 1.207 (1.058 – 1.356)

F 1.017 (896 – 1.138)

TOTAL 4.214 (3.406 – 5.021) M 2.299 (1.864 – 2.734)

F 1.915 (1.554 – 2.276) ** Nota: Algumas vezes, as somas dos milhares entre homens e mulheres não totalizam, pois os dados são resultados de fórmulas aplicadas separadamente. As estimativas são obtidas através de ponderação por idade e por sexo.

32

Verifica-se o uso na vida de tabaco. Exceto na faixa etária de 12 a 17 anos

em que o sexo feminino experimentou mais cigarros do que o masculino, nas

demais se observou o oposto.

Tabela 3 – Prevalência do uso na vida de tabaco, distribuída, segundo o sexo e as faixas etárias, nas dezoito da Região Sul com mais de 200 mil habitantes. FAIXA ETÁRIA (ANOS) OBSERVADO% INTERVALO DE CONFIANÇA 95% E SEXO

12 a 17 18,7 (7,8 – 29,6) M 18,2 (7,9 – 28,5) F 19,3 (9,0 – 29,6)

18 a 24 49,1 (35,3 – 62,9) M 53,4 (41,9 – 64,9) F 44,9 (33,8 – 56,0)

25 a 34 40,6 (28,4 – 52,9) M 46,9 (36,0 – 57,8) F 34,9 (24,8 – 45,0)

> 35 52,1 (44,3 – 59,9) M 63,5 (56,9 – 70,0) F 42,1 (36,6 – 47,6)

TOTAL 44,1 (32,4 – 55,7) M 50,9 (38,7 – 63,1) F 37,7 (27,4 – 48,0)

POPULAÇÃO ESTIMADA FAIXA ETÁRIA (ANOS) (EM MILHARES) INTERVALO DE CONFIANÇA 95%

E SEXO

12 a 17 124 (52 – 196) M 60 (26 – 94)

F 64 (30 – 98)

18 a 24 393 (283 – 504) M 212 (167 – 258)

F 181 (136 – 226)

25 a 34 394 (275 – 512) M 218 (167 – 268)

F 176 (125 – 227)

> 35 1.039 (884 – 1.194) M 593 (532 – 654)

F 446 (388 – 505)

TOTAL 1.950 (1.434 – 2.466) M 1.083 (824 – 1.343)

F 867 (630 – 1.103)

33

As porcentagens e as estimativas populacionais para a dependência de

tabaco são vistas na tabela 04. Em todas as faixas analisadas, o sexo masculino

superou o feminino, porém, na maior parte dessas faixas, a diferença é pequena.

Tabela 4 – Prevalência de dependentes de tabaco, distribuída, segundo o sexo e as faixas etárias, nas dezoito da Região Sul com mais de 200 mil habitantes. FAIXA ETÁRIA (ANOS) OBSERVADO% INTERVALO DE CONFIANÇA 95% E SEXO

12 a 17 1,8 (*) M 1,8 (*) F 1,8 (*)

18 a 24 12,0 (4,3 – 19,6) M 13,7 (5,8 – 21,6) F 10,3 (3,5 – 17,0)

25 a 34 15,0 (6,9 – 23,0) M 14,8 (7,0 – 22,6) F 15,1 (7,5 – 22,7)

> 35 15,8 (11,0 – 20,6) M 19,7 (14,3 – 25,1) F 12,3 (8,6 – 16,0)

TOTAL 12,8 (6,6 – 19,1) M 14,7 (8,0 – 21,4) F 11,0 (5,4 – 16,7)

POPULAÇÃO ESTIMADA FAIXA ETÁRIA (ANOS) (EM MILHARES) INTERVALO DE CONFIANÇA 95%

E SEXO

12 a 17 12 (*) M 6 (*)

F 6 (*)

18 a 24 96 (35 – 157)

M 54 (23 – 86)

F 41 (14 – 69)

25 a 34 145 (67 – 223) M 69 (33 – 105)

F 76 (38 – 115)

> 35 315 (219 – 411)

M 184 (134 – 235)

F 130 (92 – 169)

TOTAL 567 (291 – 843) M 313 (171 – 456)

F 254 (124 – 383) ** Nota: Algumas vezes, as somas dos milhares entre homens e mulheres não totalizam, pois os dados são resultados de fórmulas aplicadas separadamente. As estimativas são obtidas através de ponderação por idade e por sexo.

34

(* )Baixa precisão

Finalmente, a tabela 05 traz uma síntese das porcentagens para os diferentes

sinais/sintomas que caracterizam a dependência de tabaco, quando estão presentes

em número mínimo de dois. Pode-se notar que o sinal/sintoma que aparece muito à

frente dos demais se referem à tentativa de diminuir ou de parar o uso de tabaco,

com 20,5% das respostas, seguido pela perda de controle (uso mais frequente que o

desejado), com 11,7%.

Tabela 5 – Síntese da prevalência de respostas quanto à presença dos diferentes componentes da dependência (sinais/sintomas) no último ano, atribuída ao uso de tabaco nas dezoito cidades da Região Sul com mais de 200 mil habitantes.

PROBLEMAS ATRIBUIDOS FAIXAS ETÁRIAS AO USO DO TABACO 12 a 17 % 18 a 24 % 25 a 34 % > 35 TOTAL

1. GASTOU GRANDE 0 1,3 2,4 3,1 2,2 PARTE DOTEMPO

2.

FREQUENCIAS 0 11,3 14,4 14,5 11,7 MAIORES

3.

TOLERÂNCIA 0 1,3 3 0,5 1,1

4. RISCOS FÍSICOS 0 0 0 0 0

5.

PROBLEMAS 2,7 2 3 4,2 3,3

PESSOAIS

6. QUIS PARAR OU 7,2 23,9 20,3 23,5 20,5

DIMINUIR

v Problemas decorrentes ao uso de tabaco:

1. Gastou grande parte do tempo para conseguir tabaco, para usá-lo ou para se

recobrar dos efeitos.

35

2. Usou quantidades ou em frequências maiores do que pretendia.

3. Tolerância (mais quantidade para produzir os mesmos efeitos).

4. Riscos físicos sob o efeito ou logo após o efeito do tabaco (por exemplo: dirigir,

pilotar, usar máquinas, nadar, etc.).

5. Problemas pessoais por causa do tabaco (tais como: com familiares, com amigos,

no trabalho, com a policia, emocionais ou psicológicos).

6. Desejo de diminuir ou de parar o uso de tabaco.

2.1 Análise dos resultados sobre o tabaco

Citando, GALDUROZ et al (2002), o uso na vida de tabaco, constatado neste

levantamento domiciliar, foi de 41,1% no total, sendo 46,2% para o uso na vida para o

sexo masculino r 36,3% para o sexo feminino. Essas porcentagens são inferiores às

prevalências observadas no Chile (70,1%) e nos EUA (70,5%), porém, mais que o

dobro do que foram vistas na Colômbia (18,5%).

É interessante observar que houve porcentagens semelhantes de dependentes

para os sexos masculinos e para o feminino nas faixas etárias de 12 a 17 anos (2,2%

para cada), assim, como nas demais faixas etárias, embora com porcentagens

maiores. Os componentes da dependência que aparecem com maiores porcentagens

foram: desejo de parar ou de diminuir o uso de tabaco, com 16,4% do total, e uso em

frequências ou em quantidades maiores do que a pretendida, com 8,2% do total. Vale

notar que, para todos os componentes da dependência, as porcentagens aumentam

conforme idade. Assim, por exemplo, o desejo de parar ou de diminuir o uso de

tabaco era de 5,3% na faixa etária de 12 a 17 anos e chegou a 20,8% naqueles com

idade acima dos 35 anos. Esse aspecto pode estar refletindo o aumento dos

prejuízos que o uso de cigarros provoca ao longo do tempo, e que são percebidos

pelos entrevistados tardiamente.

O critério para dependência referente aos “riscos físicos sob efeito ou logo

após o efeito de tabaco” não foi relatado pelos entrevistados, o que parece óbvio em

se tratando de tabaco.

A proporção de uso na vida e dependência para o tabaco mostra dados

idênticos para ambos os sexos. Assim, de cada quatro homens ou mulheres que

fazem uso na vida de tabaco, um se tornará dependente.

36

3 USO DO TABACO NO RIO GRANDE DO SUL

A Mortalidade geral no Rio Grande do Sul gira em torno de 68.000 cerca de

22% podem ser atribuídos ao uso do tabaco. Uma vez que aproximadamente 25%

das mortes por doenças cérebro e cardiovasculares, 90% das mortes por câncer de

pulmão, 30% das mortes por câncer e 85% das mortes por doenças crônicas do

aparelho respiratório são tabaco-relacionadas. Dentre os fatores ambientais

associados à maioria dos casos de câncer, encontra-se o tabagismo, reconhecido

pela OMS como doença resultante da dependência de nicotina e que prejudica a

saúde de quem faz uso dessa droga e também dos que convivem com o usuário

pela exposição à poluição ambiental provocada pelo consumo de cigarros e

assemelhado.

O câncer de pulmão é a primeira causa de morte por câncer entre os homens

e a segunda entre as mulheres no Rio Grande do Sul, que detém as maiores taxas

de incidência e mortalidade do país. Em 2004, o câncer de pulmão foi responsável

por 2480 óbitos, sendo 1791 no sexo masculino e 689 no sexo feminino.

Estimativas do Ministério da Saúde indicam que em 2006 no Estado 2860 homens e

1210 mulheres deverão adoecer de câncer de pulmão.

No RS, 38% dos homens e 30% das mulheres, fazem uso regular de cigarro

segundo pesquisa de prevalência de fatores de risco para doença arterial

coronariana realizada nas dezenove Coordenadorias Regionais de Saúde

(1999/2000).

Em Porto Alegre o inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e

morbidades referidas de doenças e agravos não-transmissíveis, módulo tabagismo

(CONPREV/INCA/MS), realizado em 16 capitais em 2003 apontou que:

- 24% da população de 15 a 24 anos fazem uso regular de cigarro e na população

acima dos 25 anos a prevalência é de 26%;

37

- a prevalência entre os homens foi de 28% e entre as mulheres de 23%;

- 33% dos que têm menos de 8 anos de estudo apresentam o hábito de fumar;

- entre os que têm mais de 8 anos de estudo o percentual cai para 22%.

A poluição decorrente da fumaça dos derivados do tabaco em ambientes

fechados, denominada de poluição tabagística ambiental (PTA), é a maior

responsável pela poluição em ambientes fechados. Hoje se estima que seja o

tabagismo passivo a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, subseqüente ao

tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool.

Nos ambientes de trabalho que não contam com regulamentações de

segurança e de proteção à saúde, os efeitos do tabagismo passivo são identificados

quando seus trabalhadores se expõem involuntariamente à fumaça do tabaco

correspondendo com freqüência a terem fumado de 4 a 10 cigarros, por jornada de

trabalho. Estes trabalhadores não fumantes são as maiores vítimas, pois, devido às

circunstâncias de seu trabalho, são obrigados a se exporem a PTA durante horário

de trabalho, como é o caso de trabalhadores de restaurantes, bares, boates ou

outros locais onde há um grande afluxo de fumantes e não se respeita à legislação

que proíbe fumar em ambientes públicos fechados.

Os dados apresentados a seguir dão à dimensão do problema de saúde

pública que representa a exposição crônica à poluição provocada pelo consumo do

tabaco:

“As pesquisas sobre tabagismo passivo rapidamente se acumularam durante

a década de 80 e em 1986 foi divulgado um importante relatório de consenso a

respeito dos riscos do tabagismo passivo pelos US NATIONAL ACADEMY OF

SCIENCES NATIONAL RESEARCH COUNCIL e pelo Ministério da Saúde dos

Estados Unidos. O relatório do MS norte-americano trouxe três grandes

conclusões”:

1. O tabagismo passivo é causa de doenças, inclusive câncer de pulmão em não fumantes saudáveis. 2. Os filhos de pais fumantes quando comparados com os filhos de não fumantes apresentam uma maior freqüência de infecções respiratórias, mais sintomas respiratórios e taxas ligeiramente menores de aumento da função pulmonar à medida que o pulmão amadurece.

38

3. A simples separação de fumantes e não fumantes dentro de um mesmo espaço aéreo pode reduzir, mas não elimina, a exposição de não fumantes à poluição tabagistica ambiental.

Recentes estudos de metanálise mostram que entre não fumantes

cronicamente expostos à poluição tabagistica ambiental o risco de desenvolver

câncer de pulmão é 30% maior do que entre os não fumantes não expostos

(HACKSHAW et al, 1997). Nos EUA, estima-se que a exposição à poluição

tabagistica ambiental é responsável por cerca de 3mil mortes anuais devido a câncer

de pulmão entre os não fumantes (UNITED STATES ENVIRONMEENTAL

PROTECTION AGENCY, 1993). Já os riscos de doenças cardiovasculares entre não

fumantes expostos à poluição tabagistica ambiental são 24% maior do que entre os

não expostos (Law at al, 1997). (Ministério da Saúde/INCA (2003) – Programa

Nacional de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer – Modelo

Lógico e Avaliação, 2ª edição, Rio de Janeiro. Página 04).

A forte associação do tabagismo com doenças crônicas graves e fatais e a

expansão do consumo em países em desenvolvimento tem preocupado órgãos

relacionados à saúde e ao desenvolvimento econômico e social. Segundo entidades

ligadas às Nações Unidas, como a OMS e o Banco Mundial, o tabagismo vem

impondo uma carga cada vez mais pesada sobre os países em desenvolvimento, que

ainda lutam para controlar doenças transmissíveis, como a tuberculose e HIV/AIDS, e

para reduzir a desnutrição e as taxas de mortalidade infantil.

Hoje, dos cerca de 1,3 bilhão de fumantes, 80% vivem em países em

desenvolvimento, e dos 100.000 jovens que começam a fumar a cada dia, 80% são

de países em desenvolvimento (Fonte: Banco Mundial). Na maioria das nações existe

uma correlação perversa entre tabagismo, baixa renda e baixo nível de escolaridade.

A dependência do fumo leva chefes de família a deixarem de comprar alimentos e

outros bens para comprar cigarros.

Nesse contexto, o enfrentamento ao tabagismo, já conhecido e continuamente

estudado, requer, dos gestores de saúde, em nível Federal, Estadual e Municipal,

investimentos em ações educativas e incentivo a ações legislativas e econômicas. A

mobilização da sociedade é estratégia fundamental nesse processo, interagindo com

o poder público, propondo, dando sustentação e acompanhando a execução e os

resultados de tais ações.

39

As ações educativas contínuas são essenciais para disseminação e

socialização de informações e do conhecimento produzido na área. Informação e

conhecimento são aspectos fundamentais, para mudança de atitude e

comportamento, necessários a uma existência mais saudável.

Medidas de cunho legal potencializam as ações educativas, na medida em

que, instrumentalizam a sociedade para o exercício do direito. A criação de leis que

informam sobre os riscos do tabagismo, que protegem o cidadão da exposição à

poluição ambiental produzida pelo consumo do tabaco e da indução ao consumo pela

publicidade, são importantes iniciativas na direção da redução da morbidade e da

mortalidade causadas por câncer e outros agravos relacionados ao tabagismo.

As ações econômicas podem colaborar para dificultar o acesso da população,

especialmente dos jovens, a produtos derivados do tabaco. Aumento de preços

desses produtos, controle da comercialização e fiscalização do comércio ilegal são

exemplos disso.

Diante do exposto a SES, como responsável no âmbito estadual pelo

Programa Nacional de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer,

propõe o Projeto Ambientes Livres do Tabaco no RS, que deve abordar

prioritariamente os ambientes de trabalho, nesse primeiro momento, bares,

restaurantes, escolas e unidades de saúde. O Projeto será desenvolvido

conjuntamente pelo Programa de Controle do Tabagismo e pela Coordenação

Estadual de Vigilância em Saúde.

Tabela 6 - Óbitos por algumas Causas Específicas, por sexo, residentes RS 2005. Causas Masculino Feminino ambos os sexos Neoplasia maligna do Lábio, 381 71 452 cavidade oral e faringe Neoplasia maligna do esôfago 685 250 935 Neoplasia maligna do estômago 573 318 891 Neoplasia maligna do Fígado, 321 249 570 vias biliares intra-hepáticas Neoplasia maligna do pâncreas 323 367 690 Neoplasia da laringe 269 33 302 Neoplasia maligna da traquéia, 1.837 783 2.620 brônquios e pulmões Neoplasia maligna da próstata 881 0 881 Neoplasia maligna da bexiga 234 71 305

40

Subtotal 5.504 2.142 7.646 Doenças isquêmicas do coração 4.036 3.354 7.390 Doenças cerebrovasculares 3.430 3.968 7.398

Subtotal 7.466 7.322 14.788 Doenças crônicas das vias áreas 2.974 1.737 4.711 inferiores

Subtotal 2.974 1.737 4.711 Total 15.944 11.201 27.145

Observações: 1- Os óbitos por Infarto Agudo do Miocárdio (CID I21), abaixo relacionados, estão

computados dentro das Doenças Isquêmicas do Coração (CID I20- I25).

Infarto Agudo do Miocárdio Masculino Feminino Ambos

2.920 2.296 5.216

2- O Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM/RS, não tem condições de

afirmar que, nos óbitos acima tabulados, as pessoas eram tabagistas.

3- As Causas de óbito especificadas na tabela, são aquelas que os organismos

nacionais e internacionais, reconhecem como tendo uma relação maior ou menor

com o uso do tabaco. PROJETO, Ambientes Livres do Tabaco no RS. Disponível em:

http://www.saude.rs.gov.br/wsa/binary/down_sem/PRDownloadServlet?arquivo=1177

614060485PROJETO%20AMBIENTES%20LIVRES%20DE%20TABACO%20NO%20

RS.pdf. Acesso em: 13 mai. 2009.

41

4 DICAS AO PARAR DE FUMAR

Þ Beba muita água (vários copos por dia).

Þ Mastigue bala ou chicletes dietéticos.

Þ Faça caminhadas.

Þ Faça exercícios de relaxamento (respire profundamente e procure relaxar os

músculos do corpo).

Þ Evite tomar café e bebidas alcoólicas.

Þ Escove os dentes imediatamente após as refeições.

Þ Fique atento às situações de estresse, o cigarro não resolverá seus problemas.

Þ Comece um novo esporte, aprenda a dançar, passeie de bicicleta.

Þ Modifique seus hábitos antigos, procure novas atividades e alternativas para

seu lazer. AMEPLAN, Associação médica do Planalto. Tabagismo. Disponível

em:<http://www.ameplan.com.br/tabagismo.php>. Acesso em: 13 mai. 2009.

42

5 OBJETIVOS

Ø Explicar, orientar e conscientizar os educandos, sobre os malefícios que o

tabagismo causa para a saúde;

Ø Investigar qual o nível de conhecimento dos educandos, em relação, as doenças

causadas pelo uso do tabaco;

Ø Apresentar dados referentes a patologias causadas em recém-nascidos pelo uso

do cigarro durante a gestação;

Ø Mostrar os índices de mortalidades ocorridas no Rio Grande do Sul, pela ingestão

do tabaco;

Ø Abordar aspectos negativos do tabagismo passivo (constituintes da fumaça do

cigarro, efeitos a curtos e longos prazos, grupos de risco);

Ø Apresentar estratégicas ao parar de fumar;

43

6 MATERIAL E MÉTODOS 6.1 Material

Foram utilizadas fotocópias de um questionário sobre tabagismo e montagem

de uma apresentação em power-point.

6.2 Metodologia O presente trabalho foi realizado no Colégio Estadual Jussara Maria Polidoro

(E.J.M.P), com alunos do Ensino Médio noturno, com idades entre 14 e 45 anos. Foi

aplicado um questionário de perguntas objetivas, relativo ao tema malefícios do

tabagismo e consequências em fetos e recém-nascidos. Obtivemos informações de

alunos que são tabagistas e alunas que fumaram durante a gravidez ou alunos que

fumaram durante a gravidez de suas companheiras. Os alunos colocaram idade,

sexo e nível de escolaridade, não precisando colocar nomes no questionário.

Após a investigação e análise dos resultados do questionário, foi realizada

uma apresentação de slides, no qual constavam os malefícios causados pelo uso do

tabaco, com fotos e índices de mortalidades, como meio de conscientização,

orientação para os educandos.

44

7 RESULTADOS

A aplicação do questionário visa levantar de modo panorâmico, exploratório e

não exaustivo, as principais dúvidas e falta de conhecimento das doenças

ocasionadas, pelo uso do tabagismo. Espera-se com este trabalho apresentar os

malefícios causados pelo uso do tabaco, para a vida e conseguir conscientizar os

alunos sobre a importância de uma vida sadia e conseqüentemente sem o uso do

mesmo.

Os resultados serão apresentados em forma de gráficos e comentados na

ordem em que as perguntas aparecem no próprio questionário.

Após a aplicação do questionário, pode-se chegar aos seguintes resultados:

Faixa Etária dos Alunos

65%

25%

10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Pe

rce

ntu

al

14-18 anos

19-26 anos

31-45 anos

Figura 7 – Percentual da faixa etária dos alunos. Fonte: Autoria própria, 2009.

45

Em uma visão geral, percebe-se que da totalidade dos alunos, que

responderam o questionário, 65% tinham idades entre 14 e 18 anos; 25% tinham

entre 19 e 26 anos e 10% tinham idades entre 31 a 45 anos.

43% 57%

SEXO DOS ALUNOS

MASCULINO

FEMININO

Figura 8 – Percentual do sexo dos alunos questionados. Fonte: Autoria própria, 2009.

80%

20%

ESTADO CIVIL DOS ALUNOS

CASADO

SOLTEIRO

Figura 9 – Percentual do estado civil dos alunos. Fonte: Autoria própria, 2009.

46

O gráfico mostra que a maior parte dos alunos questionados, são solteiros,

representando 80% no gráfico.

ESCOLARIDADE DOS PAIS

60%

36%

2%

2%

1º GRAU

2º GRAU

UNIVERSITÁRIO

PÓS-GRADUAÇÃO

Figura 10 – Percentual da escolaridade dos pais dos alunos. Fonte: Autoria própria, 2009.

Observa-se um percentual alto de pais de alunos que freqüentaram apenas até

o 1º grau, representando no gráfico 60% do total. Pais que completaram o 2º grau

são representados por 36% e 2% corresponde a pais universitários e com pós-

graduação respectivamente.

FUMANTES NA FAMÍLIA

19%

29%

19%

33%

PAI

MÃE

IRMÃOS

OUTROS

Figura 11 – Percentual de pessoas da família que são fumantes. Fonte: Autoria própria, 2009.

47

A análise do gráfico mostra que de todos os fumantes na família, os pais

correspondem a 19%; a mãe corresponde a 29%; os irmãos equivalem a 19% e

outros como (tios, primos, avós, etc), correspondem a 33%.

VOCÊ ATUALMENTE...

23%

72%

5%

FUMA

NÃO FUMA

EX- FUMANTE

Figura 12 – Percentual em relação ao estado, que o aluno se encontra atualmente. Fonte: Autoria própria, 2009.

O gráfico revela que 72% dos alunos não fumam; 23% são fumantes e 5% são

ex-fumantes.

73%

27%

VOCÊ SABE QUAIS AS DOENÇAS ESTÃO RELACIONADAS COM O

FUMO?

SIM

NÃO

Figura 13 – Percentual do conhecimento dos alunos sobre as doenças, que estão relacionadas com o fumo. Fonte: Autoria própria, 2009.

48

Analisando o gráfico, observa-se um percentual alto de jovens que conhecem

as doenças relacionadas com o fumo, e apenas 27% dos alunos não possuíam tal

conhecimento.

75%

25%

VOCÊ SABE QUE O TABAGISMO PODE LEVAR O EMBRIÃO/FETO À MORTE AO NASCER PELO BAIXO PESO OCORRIDO PELO CONSUMO DO

TABACO ?

SIM

NÃO

Figura 14 – Percentual em relação ao conhecimento, de que o tabagismo pode levar o embrião/feto à morte ao nascer pelo baixo peso ocorrido pelo consumo do tabaco. Fonte: Autoria própria, 2009.

A análise do gráfico diz que 75% dos alunos questionados sabem o que uso do

tabaco pode levar o embrião/feto à morte ao nascer pelo baixo peso ocorrido pelo

consumo do tabaco e apenas 25% desconhecem esse fato.

49

VOCÊ TEM CONHECIMENTO DESTAS DOENÇAS. QUAIS?

2% 6%

5%

8%

3%

3%

10%

5%

5%8%1%

3%

9%

3%

7%

2%

3%

2%2%

6%

7%

CÂNCER DE BEXIGA

CÂNCER DE ESÔFAGO

CÂNCER DE LARINGE

CÂNCER DE BOCA

CÂNCER DE FARINGE

CÂNCER DOS RINS

CÂNCER PULMONAR

CRIANÇA NASCE COM BAIXOPESOBRONQUITE CRÔNICA

BRONQUITE

MORTES PERINATAIS

CRESC. FÍSICO DIMINUÍDO NACRIANÇAASMA

TROMBOSE CORONÁRIA

PARTO PREMATURO

CONTRAÇÃO DOS VASOSSANGUÍNEOS DO ÚTEROALTERAÇÃO NO DESENV. DOSISTEMA NERVOSO CENTRALENFISEMA

SÍNDROME DA MORTE INFANTILREPENTINAIMPOTÊNCIA

DERRAME

Figura 15 – Percentual sobre quais as doenças ocasionadas pelo uso do tabaco, os alunos tem conhecimento. Fonte: Autoria própria, 2009.

A partir da análise feita do gráfico, percebemos que ficou bastante dividido o

conhecimento dos alunos sobre as doenças ocorridas pelo uso do tabagismo. Nota-

se também, que todas foram lembradas, mas com percentuais baixos, no qual, será

importante, uma orientação e explicação aos educandos sobre os malefícios que o

tabaco causa para a saúde.

50

QUESTÕES PARA NÃO FUMANTES

23% 23%

11% 11%

19%

9%

4%

MOTIVO PELO QUAL VOCÊ NUNCA FUMOU

NUNCA SENTI VONTADEDE FUMAR

FUMO É PREJUDICIAL ÀSAÚDE

EXPERIMENTEI E NÃOGOSTEI

CONSIDERO O HÁBITODE FUMAR VULGAR

NÃO GOSTO DESSEHÁBITO/VÍCIO

INFLUÊNCIA FAMILIAR

OUTRO MOTIVO

Figura 16 – Percentual dos motivos pelos quais, os alunos nunca fumaram. Fonte: Autoria própria, 2009.

O gráfico mostra que 23% dos alunos que não fumam, é porque nunca

sentiram vontade de fumar; 23% afirmaram que é porque o fumo é prejudicial à

saúde; 11% dos alunos experimentaram e não gostaram ou porque considera o

hábito de fumar vulgar; 19% responderam que nunca fumou, por não gostar desse

hábito/vício; 9% deles informam que foi por influência familiar e 4% revelam que foi

por outro motivo.

31%30%

7%2%

30%

COMO VOCÊ REAGE QUANDO ALGUÉM FUMA AO SEU LADO?

NÃO SE IMPORTA

SENTE VONTADE DEFUMAR

DÁ ORIENTAÇÕESSOBRE O MALEFÍCIOSDO FUMO

SENTE-SEINCOMODADO E MUDADE LUGAR

SENTE-SEINCOMODADO, MASNÃO MUDA DE LUGAR

51

Figura 17 – Percentual de como os alunos reagem, quando alguém fuma ao seu lado. Fonte: Autoria própria, 2009.

Observando o gráfico, percebe-se que 30% dos alunos que não fumam, não se

importam quando alguém fuma ao seu lado; 2% deles revelam que sentem vontade

de fumar; 7% dão orientações sobre os malefícios do fumo; 30% afirmam que se

sentem incomodados e mudam de lugar e 31% afirmam que se sentem

incomodados, mas não muda de lugar.

QUESTÕES PARA FUMANTES

42%

58%

COM QUE IDADE VOCÊ COMEÇOU A FUMAR?

ENTRE 16 - 20 ANOS

MENOS DE 15 ANOS

Figura 18 – Percentual da idade com que os alunos, começaram a fumar. Fonte: Autoria própria, 2009.

A partir do gráfico, concluímos que 42% dos alunos informaram que

começaram a fumar com menos de 15 anos e 58% responderam que fumaram entre

os 16 – 20 anos.

52

8%

33%

59%

HÁ QUANTO TEMPO VOCÊ FUMA?

MAIS DE 3 ANOS

1 A 3 ANOS

MENOS DE 1 ANO

Figura 19 – Percentual de quanto tempo faz, que os alunos fumam. Fonte: Autoria própria, 2009.

A análise do gráfico revela que 8% dos alunos questionados fumam há menos

de 1 ano; 33% deles fumam de 1 a 3 anos e 59% informam que fumam há mais de 3

anos.

67%

8%

25%

QUANDO VOCÊ FUMA?

SOCIALMENTE

NOS FINAIS DESEMANA

TODOS OS DIAS

Figura 20 – Percentual de quando fumam. Fonte: Autoria própria, 2009.

Observa-se no gráfico, que 67% dos alunos questionados fumam todos os dias;

8% fumam somente nos finais de semana e 25% fumam socialmente.

53

42% 42%

16%

QUANTOS CIGARROS VOCÊ FUMA POR DIA?

11 A 20 CIGARROS

6 A 10 CIGARROS

1 A 5 CIGARROS

Figura 21 – Percentual de quantos cigarros fumam por dia. Fonte: Autoria própria, 2009.

Analisando o gráfico, percebe-se que ocorreu um empate entre os que fumam

de 1 a 5 cigarros por dia e os que fumam de 6 a 10 cigarros com 42%. E um declínio

entre os que fumam de 11 a 20 cigarros, correspondendo a 16% no gráfico.

35% 35%

6%

24%

POR QUE VOCÊ COMEÇOU A FUMAR?

POR INFLUÊNCIA DOSCOLEGAS/AMIGOS

POR INFLUÊNCIA DOSPAIS/FAMILIARES

PARA ALIVIARTENSÕES

POR CURIOSIDADEPRÓPRIA"

Figura 22 – Percentual do por que começaram a fumar. Fonte: Autoria própria, 2009.

54

O gráfico revela que 35% dos alunos começaram a fumar por curiosidade

própria; 35% para aliviar tensões; 6% por influência dos pais/familiares e 24% por

influência dos colegas/amigos.

6%

12% 12%

35% 35%

POR QUE VOCÊ CONTINUA A FUMAR?

É UM HÁBITORELAXANTE

É UM VÍCIO

É UM HÁBITO COMUMENTRE COLEGAS

AJUDA A NÃOENGORDAR

OUTRO MOTIVO

Figura 23 – Percentual do motivo pelo qual, continuam a fumar. Fonte: Autoria própria, 2009.

Analisando o gráfico, conclui-se que 35% dos alunos questionados continuam a

fumar por achar que é um hábito relaxante; 35% consideram que é um vício; 12%

deles afirmam que continuam, por ser um hábito comum entre os colegas; 12%

dizem que o cigarro ajuda a não engordar e 6% dos alunos dizem que é por outro

motivo.

50%

8%

42%

DESEJO ATUAL EM RELAÇÃO AO HÁBITO DE FUMAR

NÃO SEI

NÃO QUERO PARAR DEFUMAR

QUERO PARAR DEFUMAR

Figura 24 – Percentual do atual desejo, em relação ao hábito de fumar. Fonte: Autoria própria, 2009.

55

Conclui-se analisando o gráfico, que 50% dos alunos possuem o desejo, de

parar de fumar; 8% não possuem tal desejo, dizendo que não querem parar de

fumar e 42% não sabem.

QUESTÕES PARA EX-FUMANTES

33%

67%

DURANTE QUANTO TEMPO VOCÊ FUMOU?

1 A 6 MESES

MAIS DE 3 ANOS

Figura 25 – Percentual de quanto tempo foram fumantes. Fonte: Autoria própria, 2009.

Observa-se um percentual alto de jovens que fumaram mais de 3 anos,

correspondendo a 67%. E um pequeno percentual de alunos que fumaram de 1 a 6

meses, que correspondem a 33% somente.

25%

50%

25%

POR QUE VOCÊ DEIXOU DE FUMAR?

INFLUÊNCIA DOSCOLEGAS/AMIGOS

INFLUÊNCIA DOSPAIS/FAMILIARES

INICIATIVA PRÓPRIA

Figura 26 – Percentual do motivo, pelo qual deixou de fumar. Fonte: Autoria própria, 2009.

56

Após observando o gráfico, verifica-se que 50% dos alunos ex-fumantes

deixaram de fumar, por influência dos pais/familiares; 25% deles, dizem ter deixado

de fumar por iniciativa própria e 25% por influência dos colegas/amigos.

100%

HÁ QUANTO TEMPO VOCÊ DEIXOU DE FUMAR?

MAIS QUE 5 ANOS

Figura 27 – Percentual de quanto tempo faz, que deixaram de fumar. Fonte: Autoria própria, 2009.

A totalidade dos estudantes (100%), responderam que já faz mais de 5 anos,

que deixaram de fumar.

100%

COMO VOCÊ REAGE QUANDO ALGUÉM FUMA AO SEU LADO?

SENTE-SEINCOMODADO EMUDA DE LUGAR

Figura 28 – Percentual de como reagem, quando alguém fuma ao seu lado. Fonte: Autoria própria, 2009.

57

Essa questão nos mostra que 100% dos alunos ex-fumantes sentem-se

incomodados e mudam de lugar, quando há alguém fumando ao seu lado.

58

8 CONCLUSÕES

Consideramos a conscientização, orientação e apresentação das doenças e

malefícios causados pelo uso do tabaco, de grande importância, pois vemos nas

escolas muitas meninas e meninos que começam a fumar já na adolescência.

Além disso, concluímos a partir das analises do questionário investigatório, que

muitos desconheciam as doenças causadas pelo uso do tabaco. Apresentamos

dados referentes a patologias causadas em recém-nascidos pelo uso do tabaco na

gestação, e com isso, percebemos que muitos ficaram surpresos e perplexos, das

doenças ocasionadas.

Mostramos índices de mortalidades ocorridas no Rio Grande do Sul, no qual

22% das mortes ocorreram por alguma doença relacionada pela ingestão do tabaco.

Abordamos aspectos negativos do tabagismo passivo (constituintes da fumaça do

cigarro, efeitos a curtos e longos prazos, grupos de risco) e estratégias de como

podemos parar de fumar, pois a abstinência é uma etapa muito difícil de resistir.

Com a análise do questionário, verificamos que, a maior parte dos alunos

questionados, tinham idades entre 14 e 18 anos, maioria do sexo feminino, solteiros

e que não fumavam.

Após observação do questionário, pode-se concluir que os adolescentes

informam que sabem quais as doenças estão relacionadas com o fumo e que o uso

do tabagismo causa mal para a saúde em geral, mas verificou na questão 7.4, que

eles não possuem um conhecimento aprofundado de quais são essas doenças

causadas pelo cigarro e o que causam. Muitos não sabiam ou não haviam escutado

a palavra mortes perinatais. O gráfico também revela que a maioria dos que são

fumantes, começaram com o hábito, ainda na adolescência, por curiosidade própria

e para aliviar tensões. Como dados já revelam, muitos querem parar com o fumo,

59

mas poucos conseguem e a maioria dos alunos, dizem, que pararam com o vicio,

em função da influência dos familiares. Também relatam que se sentem incomodado

com a presença de fumantes em lugares e que mudam de lugares, por conta do

cheiro que exala.

É sugerido aos educadores trabalharem esse assunto novamente, como uma

intervenção preventiva, onde é fundamental, o professor estar preparado e aberto a

perguntas que virão e trabalharem se possível, em parceria com a saúde, onde seria

importante levar um enfermeiro voluntário para sanar as possíveis dúvidas. O uso do

tabaco durante a gravidez e os malefícios do cigarro, podem ser trabalhados pelos

educadores como tema transversal e utilizar a interdisciplinaridade, estudando

desde a história, componentes químicos, passando pelos efeitos para a saúde,

mostrando os malefícios e problemas causados pelo consumo do cigarro para a mãe

e para o embrião/feto

“O Ministério dos Familiares Adverte: Fumar causa uma triste e profunda dor no coração: Saudade”. (Fernanda Pires Maciel)

“O Cigarro disse para o homem: Hoje você me acende amanhã eu te apago”. (Autor: desconhecido).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMEPLAN, Associação médica do Planalto. Tabagismo. Disponível em:<http://www.ameplan.com.br/tabagismo.php>. Acesso em: 13 mai. 2009. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília, DF: MEC, 1999. 3 v. BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Bogliolo patologia geral. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. Ezzati M, Henley J, Thun MJ, Lopez AD. Role of smoking in global and regional cardiovascular mortality. Circulation. 2005;112(4):489-97. GALDUROZ, José Carlos F.; NOTO, Ana Regina; NAPPO, Solange A. I Levantamento Domiciliar Sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil – 2001. 1. ed. São Paulo: Unifesp, 2002. LEOPÉRCIO, Waldir; GIGLIOTTI, Analice. Tabagismo e suas peculiaridades durante a gestação: uma revisão crítica. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180637132004000200016&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 08 out. 2008. MICHEL, Oswaldo da Rocha. Saúde Pública: Riscos e Humanismo. 1. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2002. MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. OLIVEIRA, AF; VALENTE JG; LEITE IC. Aspectos da mortalidade atribuível ao tabaco: revisão sistemática. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102008000200020&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 06 set. 2008. ROBBINS, Stanley L.; COTRAN, Ramzi S.. Patologia: bases patológicas das doenças. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. SALVADOR, Sofia. Tabaco e gestação. Disponível em:<http://br.geocities.com/srsalvador2004/tabacoegestacao.htm>. Salvador, 2004. Acesso em: 07 set. 2008. SARAIVA FILHO, Sebastião José; MORON, Antonio Fernandes; BAILÃO, Luiz Antonio; RIZZI, Maria Christina dos Santos; NAKAMURA, Mary Uchyiama. Repercussões do tabagismo na ultra-sonografia da placenta e a doplervelocimetria útero-placentária. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010072032006000600004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 02 nov. 2008.

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SEBBA, Paulo Milad. Tabagismo entre estudantes de graduação do curso de fisioterapia da Universidade Católica de Goiás. Disponível em:http://www.ucg.br/ucg/institutos/nepss/monografia/monografia_14.pdf. Acesso em: 26 out. 2008. TAKITO, Monica Yuri; BENÍCIO, Maria Helena D’Aquino; LATORRE, Maria do Rosário Dias de Oliveira. Postura materna durante a gestação e sua influência sobre o peso ao nascer. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003489102005000300001&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 06 set. 2008

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ANEXO A - QUESTIONÁRIO DE INVESTIGAÇÃO

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TABAGISMO ENTRE ESTUDANTES DO 1º ANO DO 2º GRAU NO COLÉGIO

JUSSARA MARIA POLIDORO

Questionário: Questões para TODOS os participantes: 1. Sua idade:__________anos 2. Seu sexo: ( ) masculino ( ) feminino 3. Seu estado civil: ( ) solteiro ( ) casado ( ) divorciado 4. Escolaridade dos pais: ( ) 1º grau ( ) 2º grau ( ) universitário ( ) pós-graduação 5. Fumantes na família: ( ) pai ( ) mãe ( ) irmãos ( ) outros 6. Você atualmente: ( ) fuma ( ) não fumo ( ) ex-fumante 7. Você sabe quais doenças estão relacionadas com o fumo:( ) sim ( )não 8. Você sabia que o tabagismo pode levar o embrião/feto à morte ao nascer pelo baixo peso ocorrido pelo consumo do tabaco: ( ) sim ( )não 9. Você tem conhecimento destas doenças. Quais? ( ) trombose coronária ( ) crescimento físico diminuído na criança ( ) derrame ( ) contração vasos sangüíneos do útero ( ) câncer pulmonar ( ) impotência ( ) câncer de esôfago ( ) síndrome da morte infantil repentina ( ) câncer de laringe ( ) parto prematuro ( ) bronquite crônica ( ) criança nasce com baixo peso ( ) câncer nos Rins ( ) asma ( ) câncer de bexiga ( ) câncer de faringe ( ) enfisema ( ) câncer de boca ( ) mortes perinatais ( ) alteração no desenv. do sistema nervoso central ( ) bronquite

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Antes de começar a responder as seguintes perguntas, você verá em qual dos questionários a seguir você se enquadra. Ø Caso seja FUMANTE, você responderá as questões de 1 a 7; Ø Caso seja NÃO – FUMANTE, responderá as questões de 8 e 9; Ø Caso seja um EX-FUMANTE, responderás as questões de 10 a 13;

Questões para FUMANTES: 1. Com que idade você começou a fumar? ( ) menos que 15 anos ( ) entre 16-20 anos ( ) mais que 21 anos 2. Há quanto tempo você fuma? ( ) menos de 1 ano ( ) 1 a 3 anos ( ) mais de 3 anos 3. Quando você fuma? ( ) todos os dia ( )nos finais de semana ( ) socialmente ( ) raramente 4. Quantos cigarros você fuma por dia? ( ) 1 a 5 cigarros ( ) 6 a 10 cigarros ( ) 11 a 20 cigarros ( ) mais 1 maço/dia 5. Por que você começou a fumar? ( ) por curiosidade própria ( ) para aliviar tensões ( ) para sentir-se adulto ( ) por desconhecer os prejuízos do fumo à saúde ( ) por influência dos pais/familiares ( ) por influência dos colegas/amigos 6. Por que você continua a fumar ( ) é um hábito relaxante ( ) é um vício ( ) alivia o cansaço ( ) aumenta o atrativo pessoal ( ) dá sensação de prazer e de liberdade ( ) ajuda a não engordar ( ) é um hábito comum entre colegas ( ) outro motivo 7. Desejo atual em relação ao hábito de fumar: ( ) quero parar de fumar ( ) não quero parar de fumar ( ) não sei

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Questões para NÃO-FUMANTES: 8. Assinale o motivo pelo qual você nunca fumou:

( ) nunca senti vontade de fumar ( ) experimentei e não gostei ( ) fumo é prejudicial à saúde ( ) influência familiar ( ) não gosto deste hábito/vício ( ) considero o hábito de fumar vulgar ( ) outro motivo 9. Como você reage quando alguém fuma ao seu lado? ( ) não se importa ( ) sente vontade de fumar ( ) dá orientações sobre os malefícios do fumo ( ) sente-se incomodado, mas não muda de lugar ( ) sente-se incomodado e muda de lugar Questões para EX-FUMANTES: 10. Durante quanto tempo você fumou?

( ) 1 a 6 meses ( ) 6 meses-1 ano ( ) 1 a 3 anos ( ) mais de 3 anos 11. Por que você deixou de fumar?

( ) iniciativa própria ( ) devido a problemas de saúde ( ) influência pais/familiares ( ) influência colegas/amigos ( ) influência religiosa ( ) problemas econômicos ( ) outro motivo 12. Há quanto tempo você deixou de fumar?

( ) menos de 1 ano ( ) 1 a 5 anos ( ) mais que 5 anos 13. Como você reage quando alguém fuma ao seu lado?

( ) não se importa ( ) sente vontade de fumar ( ) dá orientações sobre os malefícios do fumo ( ) sente-se incomodado, mas não muda de lugar ( ) sente-se incomodado e muda de lugar