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Projeto universitário de uma revista sustentável

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VIK MUNIZe a questãosocial

01SUSTENTABILIDADE, DESIGN E CULTURAJUL/12

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WWW.ecod.COM.BR

ECOLOGIA - DESIGN - SUSTENTABILIDADE - MODA - CULTURA COMO FORMA DE DESENVOLVIMENTO

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d. Entra em campo a maior revista desustentabilidade

ECOLOGIA - DESIGN - SUSTENTABILIDADE - MODA - CULTURA DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE

assine AGORA

E GRATIS

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EDITO

RIAL

EXPEDIENTE

BEM VINDO A UM NOVO CONCEITO

DADOS DA EDIÇÃO

DIRETOR GERAL:Gustavo Piqueira

DIRETOR COMERCIAL: Eike Batista

GERAÇÃO DE CONTEÚDO:Jornalista: Renato Brunetti - MTB [email protected]

COMERCIAL:Heloísa Helena - [email protected]

PRODUÇÃO:Designer: Lucas Martinelli - [email protected] Assistente: Ricardo Pereira - [email protected]

FINANCEIRO:Gerente: Erick Vinicius - fi [email protected]: Marcelo Ferreira

GESTÃO DE PESSOAS:Rafaela Miranda - [email protected]

ASSINATURA:Cassia Alessandra - [email protected]

ATENDIMENTO AO LEITOR:Luísa FernandesDe 2ª a 6ª, das 8h30 às 18hTel: (11) 4004-4400 / [email protected]

PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO:Plural Indústria Gráfi ca

• Tiragem: 05 mil exemplares• Distribuição nos Correios: 4.621 exemplares• Percentual de distribuição auditada (IVC): 95,10%

A revista ECOD. é uma publicação do grupo BRUVIMAPE. Trata-se de uma mídia impres-sa mensal gratuita que aborda temas como ecologia, sustentabilidade, arte e design como forma de cultura. Em seu primeiro ano de veiculação pretende-se expandir ideias e conceitos apurados para a conscientização. Os temas abordados nas edições são de relevân-cia para o futuro do nosso planeta.

É com um prazer imenso que apre-sento esse mais novo trabalho que com certeza deixa-rá muitos

confusos em relação ao conteúdo e as abordagens tomadas. Essa não é só uma revista de sustentabilidade, temas va-riados como ecologia, biologia, design e até mesmo moda serão caracteristicas que muitas vezes deixarão o leitor sem saber qual ao real público alvo.

De fato a característica do leitor é de desenvolvimento consciente da hu-manidade, partindo da premissa que os tempos em que vivemos de fato não há mais recursos naturais para uso abun-dante. A gratuidade da veiculação deste produto tem como intenção expandir e divulgar fatos e dados que muitas vezes passam despercebidos pela população.

Para muitas pessoas, mesmo no pre-sente, “desenvolvimento” é ainda sinó-nimo de “crescimento económico”. No entanto, o “desenvolvimento” tem obri-gatoriamente que integrar outras pers-pectivas - tais como o bem-estar social e qualidade ambiental - sob risco de se esgotar o capital planetário que permi-te a prosperidade económica. No limite, se se destruírem os recursos naturais de que dependemos, o crescimento eco-nómico deixa de existir. Por exemplo, sem petróleo, carvão, gás natural, entre outros, a sociedade não sabe garantir a energia para a sua actividade económi-ca; sem solo fértil e água limpa não é possível produzir alimentos e recursos florestais essenciais à sobrevivência. Ou seja, descurar o ambiente significa pôr em causa não apenas a prosperi-dade económica, mas também a sobre-vivência da espécie humana ou, pelo menos, da sociedade desenvolvida tal como a conhecemos...

Os problemas ambientais tornaram--se referências diárias do quotidiano a

partir dos anos 70, com maior destaque a partir dos anos 80. Foi durante estas décadas que as calamidades ambientais começaram a dominar as notícias. Ima-gens e notícias sobre o acidente nuclear de Chernobyl, a intoxicação de milhares de pessoas por mercúrio em Minamata, o “buraco” da camada de ozono, as mon-tanhas de lixo, os alimentos perigosos, os derrames de petróleo ou as chuvas ácidas tornaram-se conceitos comuns.

Além disso nos anos 70 ocorreram as primeiras crises petrolíferas, que vieram lembrar de forma muito directa o quanto estamos dependentes de um recurso instável e em vias de extinção. Foi então que, finalmente, a comunidade internacional decidiu pôr mãos à obra.

Assim, mais visivelmente desde 1972, os governos de todo o plane-ta têm feito um esforço no sentido de obter dados realistas e atingir acordos sobre definições, objectivos e planos de acção e ainda medidas concretas a im-plementar para atingir um novo tipo de desenvolvimento onde ambiente, eco-nomia e bem-estar social apareçam de mãos dadas..

Não sei ao certo se essa grande ex-periêmcia terá sucesso, mas o princípio geral para que o mundo possa se tornar um lugar melhor para viver, indepen-dente da super lotação, tem que ser passado para todos e transformado em modo de vida.

Espero que tenhamos um ano de su-cesso juntos, nossa projeção pode ser muito grande, maior até do que nossas expectativas, juntos de pessoas compro-missadas e de empresas grandes que realmente tem responsabilidade social.

Boa leitura!Gustavo Piqueira

Diretor Geral

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ÍNDICE

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ECOLOGIA - ECOBAG

As ecobags estão em alta. Em uma época em que mui-tas ações estão voltadas para sustentabilidade, elas se tornaram um símbolo de conscientização. Criadas com a intenção de substituir as sacolas plásticas de supermerca-do, as bolsas ecológicas já podem ser vistas em diversos tamanhos e estilos, com opções para todos os bolsos, usa-das em diversas ocasiões, seja para ir ao mercado, livraria ou praia.

ENTREVISTA - VIK MUNIZ

Vik Muniz, artista que entende a arte como projecto social de partilha e inclusão concedeu entrevista muito interessante no aspecto social. Falou sobre o documentário Lixo Extraordinário, revelou processos do seu trabalho e sublinhou o papel do artista na sociedade contemporânea.

Isso e muito mais desse que é considerado o maior artista brasileiro em atividade e o mais reconhecido no mundo depois de Portinari.

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“A arte contemporânea tem de ser um direito, não um pri-vilégio.” “Em casa, eu e meu na-

morado temos quarenta e duas unidades.”

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CURIOSIDADES

Do mundo para nossas páginas, curiosidades, novidades e notícias que inovam e agregam conteúdo:

BALCÃO FEITO DE LIVROS VELHOSEste invento pertece a Delft University of Technology loca-

lizada na Holanda.

MAIOR FLORESTA VERTICAL DO MUNDODuas torres residenciais sustentáveis estão em construção

em Milão, na Itália. O Bosco Verticale, criado pelo arquiteto Stefano Boeri, será a primeira floresta vertical do mundo.

ÓCULOS FEITOS DE SKATES VELHOSUma marca de óculos australiana, que produz óculos de

madeira, inovou criando óculos feitos de shapes velhos e que-brados de skate.

POLÍTICA - ECOPONTO

Você sabe o que é um Ecoponto? O Ecoponto é um local público onde os munícipes podem se desfazer de mate-riais de grande porte ou recicláveis como móveis velhos, restos de construção, madeira, garrafas pet etc. Veja como funciona o descarte e como são distribuídos os Ecopontos na cidade de São Paulo através de um gráfico de fácil en-tendimento.

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Obra feita no Jardim Gramacho com materiais reutilizáveis com ajuda de catadores

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VIK MUNIZe a questão social

Minucioso, criativo e singular. É assim o trabalho de Vik Muniz, artista que entende a arte como projecto social de partilha e inclusão. Isso o revela

o mediatizado documentário Lixo Extraordi-nário, que, para além de revelar processos de trabalho, igualmente sublinha o papel do ar-tista na sociedade contemporânea. Ao mesmo tempo que estatui uma premissa: para Vik, a arte contemporânea deve ser tudo menos um luxo extraordinário! Pintura, desenho, foto-grafi a, são diversos os géneros que Vik Muniz trabalha, sempre com acento tónico na utili-zação de materiais ditos pobres e perecíveis. Por trás desta opção, o desejo de questionar o mundo contemporâneo e o desejo de levar a arte à vida das pessoas.

Existem mais de uma centena de tra-balhos representativos da sua trajectória artística. Papel recortado, sucata, calda de

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Editado por Lucas Martinelli

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chocolate, geleia ou algodão, a relação entre os materiais utilizados e a referência a clás-sicos da história de arte é outro dos seus cartões de visita, de que são exemplo obras emblemáticas como a famosa réplica da “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci.

Vik, pelo fato de a sua obra ter uma vertente social mui-to acentuada, pode-remos dizer que ela encerra uma marca do que significa ser brasileiro hoje? De onde vem a sua inspiração?

Não creio que tenha uma marca específica do que seja ser brasileiro, até porque as re-alidades que ela aborda não são específicas ou exclusivas da sociedade brasileira. Quan-to à inspiração, ela vem de muitos lados. Por exemplo, em Nova Iorque, onde eu moro, po-deria pensar-se que a cidade me fosse uma grande fonte de inspiração, mas em Nova Iorque eu pouco saio, fico muito em casa, a trabalhar. Normalmente quando viajo para o exterior vejo até mais coisas. Nova Iorque, du-rante muito tempo, foi de facto uma fonte de

inspiração mas isso enquanto lá eu me sentia estrangeiro.

A arte deve ser crítica ou antes suscitar a crítica por via da reflexão?

Eu acho que a crítica cabe ao crítico. A arte deve promover diálogos, suscitar dis-cussões, levar o público a reflectir sobre coisas que ele não reflecte no dia a dia. O artista que se coloca na pele do professor, eu acho que está perdendo muito dessa possibilidade de ouvir o espectador, por-que no fim de contas o artista faz apenas metade do trabalho, quem faz a outra me-tade é o público, no modo como recepciona as obras.

Ainda acredita no poder da arte para mudar o mundo?

O mundo funciona a partir de imagens e repre-sentações de si mesmo. O advento da representação talvez seja o fato mais importante depois do con-trole do fogo. Foi isso que nos permitiu desenvolver o conceito de História, de imaginar um passado e também de conceber de um futuro. A partir de trocas simbólicas é que conseguimos desenvolver sistemas críticos, como

a política, a economia, a religião. Tudo isso vem do fato de você se deixar enganar mo-mentaneamente por uma imagem. Quem co-meçou tudo isso foi um artista! O artista que aparece como uma ocupação marginal, hoje em dia, mas a verdade é que tem um papel muito importante na nossa sociedade, sobre-tudo num momento de crise das instituições como o actual. Tem que haver um momento de reavaliação dos próprios sistemas e eu acho que o artista tem uma função muito importan-te nesse processo.

Qual a grande questão do Vik Muniz?Por não acreditar em respostas muito

abrangentes, nunca acreditei em grandes questões. O meu problema não é com a grande questão e sim com o número infinito de pequenas. Como enfatizar estes detalhes sem perder noção do todo? Como retratar este mundo tão multifacetado e holográfico, no qual memórias de filmes se fundem com sonhos sem perder o foco na condição humana que possibilita este meio ambiente?

A utilização de materiais ditos me-nos nobres no seu trabalho encerra al-guma dose de postura anti-artística?

Não, eu não sou anti-artístico de forma alguma. O que eu tento promover através da utilização de materiais não ortodoxos no meu trabalho é a ideia de que a arte não depende desses materiais. A arte não é uma função, não depende de uma hierarquia social e ma-terial. A arte existe tanto na cabeça da gente como nas coisas que a gente está olhando. E

“O meu problema não é com a grande questão e sim com o número in-finito de pequenas”

Obra utilizada na abertura da novela Passione da Rede Globo

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quando distinguimos material da forma, nós liberamos a ideia da arte do que ela é feita, ela passa a ser uma coisa mental, tal como Leonardo disse.

Sua obra é toda ela figurativa, mas hoje a figuração é trata-da muitas vezes com reticência por críticos. Como enxerga isso?

O meu trabalho começou a ganhar forma durante os meados dos anos 80, em Nova York. Coincidentemente, ao mesmo tempo em que alguns ar-tistas começaram a tratar o mundo da mídia como paisagem, uma forte corrente de abstração tomou conta do mercado, com artistas como Peter Schuyff, Peter Halley, Jonathan Lasker, Phillip Taaffe e Ross Bleckner. Enquan-to a maioria das pessoas via um certo antagonismo nos dois discursos vigen-tes, eu os achava perfeitamente complementares. A nova abstração, ou Neo--Geo, se distinguia categoricamente da ultima onda de abstracionismo, por ser completamente despida de esoterismos vulgares ou ambigüidades semânticas como “valores espirituais”, entre outras utopias estéticas. Essa abstração era, de certa forma, cínica e ácida e, ao invés de apontar para um universo de espirituali-dade, falava diretamente da pobreza sedativa do nosso imaginário. Eu acredito num projeto realista, no qual o ilusório caracteriza o real através de suas ferramentas e artifícios. Uma abstração capaz de revelar a programação visual do homem moderno não parece ser um projeto menos importante. Uma das coisas que aprendi durante esse período de contraste entre o figurativo e o abstrato foi dosar essas noções em quantida-des idênticas quando realizo um trabalho. Uma foto de chocolate é representacional somente enquanto o espectador se esquece do chocolate, uma vez que, quando a atenção passa para o material, a imagem se dissolve em uma espécie de falsa abstração. Uma imagem de uma substância remete à mesma através de significantes artificiais, como a memória do chocolate. Visualmente, porém, aquilo não passa de uma gororoba, que pode ou não ser chocolate de verdade.

A sua arte é sinónimo de ruptura; que espaço há nela também para contemplação?

Eu acho que o mais importante é trabalhar promovendo espaço para a experi-mentação, da própria ideia do processo. A contemplação pode vir depois.

O chegar ao espectador é para si fundamental e daí o fato de traba-lhar com as pessoas no processo de realização das obras?

Sem dúvida. Eu acredito que a arte não existe sem público. O artista pode até dizer que faz arte para si mesmo, mas ele faz arte para poder se observar através dos olhos alheios. A legitimação da obra só vem quando você vê que aquilo que lhe despertou interesse igualmente despertou dentro da cabeça das outras pessoas.

Arte deve ser sinónimo de ativismo?Creio que não. O artista é uma pessoa sensível, ele está aberto à reflexão sobre

a condição humana talvez com uma disponibilidade com que outras pessoas, noutras profissões, não estejam, mas isso não lhe confere autoridade para chegar a conclusões definitivas sobre os assuntos. O que a gente pode mudar é o modo como as coisas são vistas, e assim abrir novas possibilidades de leitura sobre o mundo.

Ainda relacionado com a utilização de materiais ditos pouco nobres e pe-recíveis. Como vê este conceito aliado à arte contemporânea, o da perenidade?

Existem algumas convenções sobre o que é a arte contemporânea. Eu acho que têm que ser reavaliadas. Porque existe hoje uma crise de relevância da arte contemporânea, até no relacionamento da arte com os demais meios de comunicação. É impossível assumir a arte como um instrumento de elitismo, como uma linguagem a que apenas alguns têm acesso. Isso tem de mudar, a arte contemporânea tem de ser um direito, não um privilégio. .

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As ecobags estão em alta. Em uma época em que muitas ações estão voltadas para sustentabili-dade, elas se tornaram um símbolo de conscien-tização. Criadas com a intenção de substituir as sacolas plásticas de supermercado, as bolsas eco-lógicas já podem ser vistas em diversos tamanhos e estilos, com opções para todos os bolsos, usadas

em diversas ocasiões, seja para ir ao mercado, livraria ou praia.A onda das Ecobags começou com a design inglesa AnyaHin-

dmarch, que lançou, em 2007, uma bolsa com a seguinte frase “I’mnot a plastic bag” (Eu não sou uma sacola plástica), e que depois conquistou celebridades e virou item de moda. No início, a bolsa era vendida por cinco libras em supermercados londrinos e logo depois que a moda pegou, subiu pra 250 libras em sites de moda. Hoje, muitos estilistas tornaram-se adeptos do movimento, que logo, tornou-se uma tendência.

De acordo com Miriam Tolpolar, sócia da marca “Eu não sou de Plástico”, atualmente, artistas, designers, estilistas e grandes magazines produzem modelos criativos e acessíveis de eco bol-sas, fazendo com que se estabeleça outro tipo de consumo das ecobags. “Algumas têm o design tão bonito, que são compradas não para as compras, mas para passear, ir à praia, faculdade”, conta.

Ela diz ainda que a linha “Eu não sou de Plástico”, lançada no final de 2007, alia arte a utilitários sustentáveis. “Nossas eco bolsas são confeccionadas com lonita crua, 100% algodão. As imagens são criadas a partir de nossas litografias e estampadas com serigrafia. Em algumas bolsas foi utilizada a lona pet, uma lona feita a partir da reciclagem de garrafas pet”, explica.

Segundo Delcio Junior, gerente nacional de vendas de uma confecção, as ecobags deixaram de ser básicas como eram no iní-cio, quando só continham o nome da loja ou supermercado. Ele acredita que as empresas estão muito criativas neste sentido, já que muitos modelos são feitos com estampas ou algum atra-tivo que chamam a atenção do consumidor. De acordo com ele, exemplo disso é um modelo que a empresa na qual trabalha está trabalhando. “A ecobag possui um bolso interno onde é possível embutir a sacola maior dentro deste bolso, transformando em uma “embalagem” da própria sacola”, explica.

Sacolas ecológicas são objetos de colecionadoras

As ecobags estão virando um ícone de quem se preocupa com o meio ambiente, já que resolve o transporte dos produtos e dá um sentido de comprometimento com o planeta. Para Thais Fon-tes, da Oficina da Folha – Sacolas Ecológicas, o uso das ecobags

ECOBAG:MODA OUECOLOGIA?Editado por Lucas Martinelli

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é, além de um posicionamento ecológico, parte do seu dia a dia. “Em casa, eu e meu namorado temos quarenta e duas unidades.Algumas usamos para o dia a dia, fazer compras, levar coisas para nossa casinha no mato. Outras, eu uso como acessório para sair, ir ao cinema, ou quando vou ao Rio ver minha mãe”, conta.

A estudante de jornalismo, Catarine Sturza, de Campo Grande (MS), também utiliza ecobags para tudo. “Ao contrário do que al-gumas pessoas pensam, as sacolas ecológicas combinam sim com todos os estilos, ou roupas e sapatos. Eu tenho várias, brancas (tradicionais), aquelas ´ganhadas´ (de Congresso e eventos), e de tudo quanto é cor”, revela. Catarine lembra que não basta usar uma ecobag e não ajudar na reciclagem, jogar lixo no chão. “É preciso ter consciência de que não é só moda, beleza e estilo, é querer fazer uma moda verde e ambientalmente responsável”, conclui.

O fim das sacolinhas

Em Janeiro diversos supermercados, incluindo os das três maiores redes (Grupos Carrefour, Walmart e Pão de Açúcar; todos apoiadores estratégicos do Akatu), deixaram de oferecer gra-tuitamente a seus consumidores as sacolas plásticas descartáveis gratuitas para o transporte de compras. A medida tem gerado polêmica. As sacolas plásticas são responsáveis por originar grande quantidade de lixo, demoram para se decompor na natureza e causam impactos negativos sérios sobre o meio ambiente. Para se ter uma ideia da dimensão, basta dizer que as 14 bi-lhões de sacolas produzidas anualmente no Brasil em 2010, se empilhadas, alcançariam 750 km de altura! Porém, elas são cômodas para o consumidor final, que tem muitas dúvidas sobre como substituí-las.

As sacolinhas costumam ser bastante criticadas por serem produzidas com material plástico. Mas, é um equívoco fazer do plástico um vilão. Na verdade, por ser leve, barato, durável, higiênico, se usado para produzir produtos não descartáveis, o plástico pode ser uma boa opção. O problema das sacolas plásticas é que são descartáveis e, por isso, incompatíveis com um futuro sustentável no longo prazo. Sua descartabi-lidade faz com que sejam produzidas em enorme quan-tidade. Cada sacolinha envolve, na sua produção, o uso de matérias-primas, água e energia. Envolve também gastos de energia e combustível para o seu transporte até os supermercados. E cada uma delas acaba em ge-ral sendo usada uma única vez e descartada com o lixo. O problema é que este processo resulta em um grande desperdício de recursos da natureza.

A pergunta que fica para o consumidor é como e pelo quê substituí-las. Existem inúmeras perguntas para serem feitas. De que matéria-prima é feita a sa-colinha de plástico? E de que matéria-prima é feita a alternativa escolhida? Qual o impacto da extração de

uma e de outra? E os impactos de seu processamento? Como são os processos de fabricação e transporte? A alternativa é reutili-zável? E é preciso considerar também o descarte, como uma das várias dimensões que devem ser avaliadas. Somente a avaliação comparativa poderá fornecer as informações sobre os impactos ambientais de cada alternativa e que, finalmente, podem balizar, corretamente, a escolha, pelo consumidor, do tipo de sacola mais adequada às suas condições específicas.

Existem estudos focados em fazer este tipo de avaliação. Chamam-se Análise de Ciclo de Vida (ACV) e podem orientar corretamente as escolhas do consumidor. Em agosto de 2011 foi divulgado um primeiro estudo sobre sacolinhas, comparando al-gumas das alternativas existentes no mercado brasileiro para o acondicionamento de compras. O estudo, pioneiro, foi solicitado pela Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, à Fundação Espaço Eco, entidade que desenvolve estu-dos de ACV considerando métodos científicos, internacionalmente reconhecidos e certificados.

O estudo avaliou a ecoeficiência das diversas possibilidades de se levar as compras para casa, ou seja, como se comporta-vam do ponto de vista do seu custo e seu impacto ambiental.

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Ecobag utilizada como utensílio de moda

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Consideraram-se alternativas mais ecoeficientes aquelas com baixo custo e menor impacto ambiental.

O estudo mostrou que a melhor opção varia de acordo com o cenário em que ela é utilizada. Por um lado, as sa-colas descartáveis de plástico apresentaram melhor eco-eficiência nas situações em que os consumidores fazem menos compras (até 26,5 kg/mês), tem menor frequência de ida ao supermercado (menos de uma vez por semana) e/ou maior frequência de descarte de lixo (duas ou mais vezes por semana), com reuso das sacolas plásticas para o descarte desse lixo. Por outro lado, as sacolas retorná-veis de tecido ou de plástico apresentaram melhor ecoefi-ciência nas situações em que os consumidores têm maior volume de compras (a partir de 106 kg/mês), maior fre-quência de ida ao supermercado (mais do que duas vezes por semana) e/ou menor frequência de descarte de lixo (até duas vezes por semana), levando à baixa necessidade de compra de sacos plásticos grandes para acondicionar o lixo. Em todos os casos, a sacola de papel apresentou os piores resultados.

A recomendação do Akatu é que o consumidor fi nal consi-dere a decisão dos supermercados como uma ação emblemática de combate à descartabilidade e aproveite-a para repensar todo o seu comportamento de consumo. Ou seja, é uma oportu-nidade concreta para começar a planejar as compras antes de ir ao supermercado, levar a sacola retornável e utilizá-la o maior número de vezes que for operacionalmente possível, estenden-do sua vida útil ao máximo. Quanto mais for ampliada a vida útil da sacola retornável tanto maior será a sua ecoefi ciência.

Em casa, é preciso reaproveitar ao máximo os alimentos e embalagens e reduzir, na medida do possível, a

quantidade de lixo produzido, diminuindo a necessidade de acondicionamento em

sacos específi cos para este fi m. No fi nal, praticar a coleta sele-

tiva e cobrar do poder público o forne-

cimento

deste serviço onde ele não existe.Para o Akatu, a educação do consumidor é sempre o mais

importante. E isto vale para que ele elimine os desperdícios em qualquer item de consumo, não só no caso das sacolas. Com isso, mudam os comportamentos de consumo, o que acaba gerando im-pactos mais positivos (ou menos negativos) e com resultados dura-douros, seja para a sociedade como para o meio ambiente. O que é bom para todos!

Ecobag utilizada para substituir sacolas plásticas

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SAUDESAÚD

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Sabor mais saudável

>>Chillinfused Olive OilOrigem: PalestinaPreço: R$ 187,64Destaques: Engarrafado com pimenta vermelha o produto se torna muito saboroso e nutritivo, é um ótimo combatedor dos radicais livres. >>Aléa

Origem: GréciaPreço: R$ 159,89Destaques: Muito usado em torradas, este azeite tem um gosto que deixa massas com sabor de pizza

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Preço: R$ 107,00Destaques: O azeite

orgânico mais popular da Turquia tem um percentual de acidez baixo e um gosto

mais amargo do que o normal.

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Destaques: Com nome de contos de fadas, este azeite

tem uma aparência muito caseira e não tem um preço

salgado. Não se destaca nas preteleiras, mas o seu

sabor é surpreendente.

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mais amargo do que o normal.

Azeites orgânicos estão cada vez mais presentes nas mesas brasileiras, e as prateleiras dos supermercados estão com maior número de opções. Porém em sua maioria são provenientes da mesma fazenda, por isso procuramos e experimentamos azeites de 19 países e escolhemos os mais interssantes que são vendidos em grandes adegas.

Por Lucas Martinelli

RapunzelEspanha

R$ 45,80 Com nome de

contos de fadas, este azeite tem uma aparência muito

caseira e não tem um preço salgado. Não se destaca

nas preteleiras, mas o seu sabor é surpreendente.

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SAUDESAUDESAUDESAUDESAUDESAUDESAUDESAUDESAUDE

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SAUDE>>OlaveOrigem: ChilePreço: R$ 39,50Destaques: Uma das op-ções mais nutritivas e bara-tas para quem procura um produto orgânico que não tem o sabor tão diferente dos produtos comuns

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>>LuciniOrigem: Lucini

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melhor método de produção de azeites orgânicos, pos-sui um sabor único, porém nem todos gostam do seu

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como produto caseiro, possui uma vasta clientela

em toda Oceania. Sua cor escura torna o produto

mais curioso e peculiar.SAUDESAUDEMoutere GroveSAUDESAUDENova ZelândiaSAUDESAUDE R$ 112,00SAUDESAUDE Considerado SAUDESAUDEcomo produto caseiro, SAUDESAUDEpossui uma vasta clientela SAUDESAUDEem toda Oceania. Sua cor SAUDEescura torna o produto SAUDEescura torna o produto SAUDE

mais curioso e peculiar.

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CURIOSIDADES

CURIO-CURIOSIDADES

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Após um devastador incêndio, que consumiu parte do acervo da Bibliote-ca do Departamento de Arquitetura da TU Delft, no dia 13 de maio de 2008, na Holanda, trouxe uma surpresa ao ser reaberta que qualquer viciado por livros ficaria extasiado. Um balcão feito inteiramente por livros recicla-dos!

A escola pretendia abrir nova-mente a biblioteca com uma área ape-nas para as publicações recuperadas no acidente. Foram revistas, livros e outros artigos, tudo queimado em um incêndio que deixou o prédio fechado por mais de um ano.

Para dar mais alegria ao lugar, e aproveitar os volumes que seriam descartados, pois tinham páginas fal-tando, estavam rasgados e queima-dos, os responsáveis pela inaugura-ção resolveram criar um balcão feito inteiramente de livros.

O inusitado balcão é uma idéia da empresa Recyclart. A ideia se mostrou simples e muito eficaz: composta de uma base de madeira e tampo de vi-dro, o balcão deu um visual diferente para a biblioteca e ainda combinou com a temática principal do ambiente.

A empresa Recyclart é especializada em criações com materiais reciclados, reaproveitados e upcycling (técnica de reinserção nos processos produtivos, de materiais que teriam como único destino o lixo) e demais processos criativos que podem otimizar recur-sos.

O móvel fica na área dos livros que resistiram as chamas, os que fo-ram restaurados e os no-vos, doados ou compra-dos. Para o acabamento, foram utilizados jornais e revistas, que serviram como enchimento para os lugares em que faltavam páginas ou maior supor-te. O balcão foi coberto com um vidro para dar durabilidade e estabili-dade.

A nova biblioteca possui áreas de estudo, informática, laboratórios de pesquisas e, acima de tudo, uma coleção inteira de livros para os estu-dantes de arquitetura desfrutarem.

Balcão feito com livros antigos

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CURIOSIDADES

CURIO-CURIOSIDADES

CURIO-CURIOSIDADES

DADES21ecod.

Duas torres residenciais sustentáveis estão em cons-trução em Milão, na Itália. O Bosco Verticale, criado pelo arquiteto Stefano Boeri, será a primeira floresta vertical do mundo.

As torres terão entre 76 e 110 metros de altura. Cada apartamento terá uma varanda com árvores plantadas. En-tão, quando for verão na região, as árvores vão sombrear as janelas, manter a temperatura ambiente mais amena e fil-trar a poeira da cidade. Por sua vez, no inverno, as árvores diminuirão a intensidade das correntes de vento.

Para essa filtragem da poluição do ar, os prédios serão cobertos por um sistema de energia eólica e fotovoltaica, que também irá produzir e recuperar energia. Além disso, haverá reaproveitamento da água produzida no prédio.

O objetivo do projeto é de reflorestação metropolitana. A construção deve ajudar a regenerar o ambiente e a bio-diversidade urbana. Além disso, haverá árvores e diversos tipos de plantas ao longo das torres.

Essa vegetação será responsável por ajudar na criação de temperaturas amenas e na filtragem das partículas do ar. Isso porque as plantas produzem umidade, absorvem gás carbônico e partículas sujas. Além de produzir oxigênio, elas também diminuem a poluição acústica.

Holloway é uma marca australiana de óculos escuros e de grau que conquista seu público atra-vés de uma identidade descolada e jovem. Para re-forçar essa imagem cool e se posicionar como uma empresa sustentável, a marca lançou uma edição limitada de óculos feitos de skates quebrados.

Assim como a Shwood, a Holloway fabrica ócu-los de sol com armação de madeira e, a ideia é pra-ticamente a mesma: bom uso e reuso de recursos naturais, sustentabilidade para o bem do planeta e de todos. E a semelhança não pára aí; eles também lançaram uma linha que reaproveita shapes velhos e quebrados de skate e criaram a coleção limitada SK8. Óculos de sol é um acessório tão participati-vo na vida das pessoas que existem inúmeros fa-bricantes para cada tipo de peça, moda, estilo ou ocasião. Estes da Holloway possuem lente NuPolar da Younger Optics, que dizem ser a melhor lente polarizada do mundo, e saem a partir de US$197.

Itália ganhará a maior fl oresta vertical do mundo

Óculos feitos de skates velhos

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POLÍT

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Hábitos ecologica-mente corretos devem fazer par-te de nossa roti-na. Mas, e quando

o assunto é reforma e construção, você sabe o que fazer com os res-tos de sua obra? Um projeto da Prefeitura de São Paulo está aí para incentivar a população a não descartar de maneira errada.

A prefeitura verificou que as pessoas faziam este descar-te de maneira errada em ruas, praças e avenidas da cidade. O que além de prejudicar o meio ambiente, ainda acaba por estragar lugares abertos dedicados ao lazer, por exemplo. Criaram--se, então, os pontos de coleta deste tipo de material e resíduo, os chamados eco-pontos. Cada munícipe tem o direito de le-var em torno de 1m³ de entulho, pequenos resíduos de reforma e até móveis velhos, que possivelmente seriam descartados em qualquer lugar da cidade.

Realmente funciona?

Dois ecopontos visitados não têm estrutura para receber esse tipo de ma-

terial. No ecoponto Glicério, localizado nos baixos do viaduto de mesmo nome, na região central da cidade, apesar do tótem da Prefeitura, o local não tem contêineres para materiais recicláveis, como plásti-cos, papel, metal ou vidro. No interior são aceitos apenas resíduos de construções e demolições e móveis de madeira descar-tados pela população. Uma empresa ter-ceirizada é responsável pela separação do entulho e encaminhamento para centrais de triagem conveniadas com a Prefeitura. Com o mesmo problema, o ecoponto da Li-berdade, não recebe resíduos recicláveis por falta de estrutura.

Consultada, a Prefeitura alegou que ao lado do eco-ponto da baixada do Glicério existe uma central de triagem que recebe materiais reciclá-veis. A assessoria de imprensa informou que a Prefeitura vai analisar as reclamações apre-sentadas pela reportagem.

Números

Hoje existem 56 ecopontos espalhados pela cidade de São Paulo. Sendo que 24 estão lo-

calizados na zona leste de São Paulo re-presentando quase metade do total que é dividido em 5 regiões.

A zona norte é a segunda região com maior quantidade, são 12, metade da re-gião leste. Com 11 unidades, a zona sul tem uma quantidade muito pequena pela extensão de seu território. O centro da ci-dade possui 6 unidade, o dobro da região que possui a menor quantidade, que é a zona oeste com 3 unidades.

Veja abaixo o gráfico percentual com a relação de ecopontos distribuidos pelas regiões da cidade de São Paulo.

ECOPONTOCOMO ELEFUNCIONA

Ecoponto do bairro São Lucas

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Editado por Lucas Martinelli

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