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O museum Aan de Stroom (MAS)
a mais nova atrao cultural de Anturpia.
A torre tem 60m de altura e pareceutuar
na gua (detalhe). Na foto que abre esta
reportagem, vista de dentro do museu para
o rio Escalda, que banha a cidade.
FotoFilipDujardin
FotoSarahBlee
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CIDADE-MUSEUPORFERNANDA PERUZZO, de Anturpia DESIGNIRAISI GEHRING
_ VIAGEM \ BLGICA
FRANA
HOLANDA
ALEMANHA
ANTURPIA
LIGE
BRUGES
BRUXELAS
Lngua francesaLngua holandesa
Bilngue
BLGICA
Responsvel por 85% da
venda mundial de pedrasbrutas, Anturpia sempre
se orgulhou de ser uma das
mais prsperas cidades da
Europa. Felizmente, para o bem dos amantes
das belas-artes, essa riqueza financiou no s
a pintura e a escultura dos chamados mestres
flamencos, como tambm a construo de
prdios pblicos, igrejas, praas e palacetes,
que seguiam os modismos e os arroubos cria-
tivos de seus construtores.Hoje, quem caminha pelas ruelas medie-
vais do centro histrico ou pelas largas aveni-
das abertas no sculo 20 encontra um variado
e original conjunto arquitetnico. Fachadas
do Renascimento aparecem apoiadas em
igrejas gticas e prdios art nouveaudividem
espao com representantes do rococ. Um
roteiro imperdvel para quem quer mergulhar
na arquitetura europeia.
A regio central um emaranhado decorredores, ruas e travessas com seu passado
medieval e construes to impressionantes
quanto a Catedral de Nossa Senhora de An-
turpia, um dos melhores exemplos do estilo
gtico. Prdios de at cinco andares em estilo
holands tradicional volta e meia abrem espa-
o para uma igreja ou uma praa.
A paisagem muda completamente quan-
do se segue em direo ao leste da cidade.
O Meir, bairro comercial, repleto de lojas dedepartamentos e redes internacionais, foi
durante muitos anos endereo da aristocra-
cia. Ali, reis, rainhas e at mesmo o impera-
dor francs Napoleo Bonaparte passavam
os seus dias entre passeios ao longo da ave-
nida que d nome ao bairro ou pelos belos
jardins internos das manses renascentistas,
neoclssicas e rococs.
A ARQUITETURA A JOIA MAIS PRECIOSA DE ANTURPIA. A CIDADEBELGA ATRAI PESSOAS DO MUNDO TODO INTERESSADAS NAMISCELNEA DE ESTILOS QUE INSPIRAM A ARTE E AS CONSTRUES
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Em direo ao sul, as edificaes cres-
cem e ganham corpo art nouveau, art dcoou mesmo modernista. Isso at se chegar
em Zuid, bairro burgus e bomio por ex-
celncia, onde as fachadas de inspirao
neoclssica voltam a ganhar fora. no
Museu de Belas-Artes, imponente como
um chateau francs, que tudo acontece.
Em torno dele que a vida cotidiana se de-
senrola e onde a cidade exibe a sua faceta
mais moderna: a moda. Essa nova alma
fashion garantiu a renovao cultural dacidade de 486 mil habitantes e levou para
l hordas de jovens aspirantes a estilista.
Foi uma revoluo de estilo que comeou
nos anos 80. Um grupo de designers de
moda sados da Academia de Artes de
Anturpia conhecidos como Antwerp
Six surpreendeu o mundo com uma pro-
posta ousada, experimental e ao mesmo
tempo cheia de qualidade. O Museu da
Moda, na Nationalestrasse, um dos pou-
cos representantes europeus
totalmente dedicados histria
do vesturio. Em seu acervo,
mais de 25 mil peas ajudam a
explicar o fascnio provocado
pelas roupas. A rua tambm
endereo de importantes bu-
tiques e lojas de grife, incluindo
a maison do estilista Dries van
Noten, o mais famoso entre os
Antwerp Six.
Curiosamente, tanto os fashionis-tas quanto os novos moradores esto
preferindo morar ao norte, perto do an-
tigo porto da cidade. A regio das docas,
chamada Het Heilandje, passou por um
longo processo de revitalizao, que
durou uma dcada e coincidiu com a
construo da mais nova atrao cultural
da cidade, o Museum Aan de Stroom, ou
simplesmente MAS. Nessa torre verme-
lha, com 60 metros de altura e que pareceflutuar na gua, os andares so torcidos,
no intuito de formar uma espiral, que se
converte em galeria vertical, levando o
espectador ao topo da construo, co-
menta a arquiteta Cris Lacerda, que per-
deu a conta de quantas vezes j visitou
Anturpia. Sobre as pedras vermelhas da
sua fachada, trazidas da ndia e talhadas
artesanalmente, repousam mais de trs
mil mos esculpidas em alumnio, uma
simptica referncia ao mito que d ori-
gem ao nome da cidade. Conta-se que
um soldado romano cortou as mos de
um gigante que subjugava os moradores
da vila em troca de suborno e as jogou no
rio. Por isso, a cidade chamada de Hand-
werpen em belga (hand = mo; werpen
= jogar). Mais do que decorativas, porm,
essas mos representam um importante
apoio financeiro ao museu: casa um delas
foi comprada por empresas e doadores
particulares, que contriburam assim coma construo do edifcio e com a consti-
tuio do seu acervo. No local esto ex-
postas cerca de 450 mil obras, entre telas,
esculturas, objetos e antiguidades.
frente do rio Escalda, que banha a
cidade, o MAS parece confirmar a voca-
o antuerpiana para as grandes obras e o
gosto pelos novos estilos arquitetnicos.
Tendncia seguida risca por seu filho
mais ilustre, o pintor Peter Paul Rubens.Expoente do estilo barroco nas artes
plsticas, Rubens tambm tinha um gosto
especial pela arquitetura e pelos estilos de
vanguarda. Sua casa, um tpico palcio do
perodo medieval, foi totalmente refor-
mulada e transformada em um palazzo
romano graas aos projetos e pacincia
do artista. Mesmo os jardins internos e os
prticos foram desenhados por ele, de
acordo com a moda italiana da poca.
As pedras vermelhas
da fachada do MAS foram
trazidas da ndia e talhadas
artesanalmente. Mos
esculpidas em alumnio fazem
referncia ao mito que deu
origem ao nome da cidade.
Fotodivulgao
FotoFilipDujardin
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F
OTOS
CRISLACERDA
MEIR _ Ao longo de 500 metros, essa rua de pe-
destres e comrcio intenso concentra uma cente-
na de prdios dos mais variados estilos. O palcio
Stadsfeestzaal, construdo em 1908 e que at 2000
funcionou como uma espcie de salo de festas
municipal, hoje abriga um shopping center. Perto
dali, no nmero 2 da rua Hopland, o Grand Caf
Horta rende homenagem ao maior representante
do art nouveaubelga, o arquiteto Victor Horta. Aestrutura de ferro e vidro e a escadaria central, com
suas curvas delicadas e insinuantes, foram inspira-
das na Casa do Povo de Bruxelas, uma das obras-
primas do arquiteto, destruda em 1965. Felizmen-
te, resqucios dessa construo foram preservados.
JUSTITIEPALEIS _ Inaugurado em 2006, o Palcio
da Justia, projetado pelo arquiteto Richard Rogers,
no nenhuma unanimidade. A razo da controvr-
sia a forma inusitada e pontuda do seu telhado de
ao e vidro, semelhante a asas, o que fez os locais ape-
lidarem o lugar de Palcio das Borboletas.
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RIQUEZA ARQUITETNICAANDAR A MELHOR MANEIRA DE CONHECER A CIDADE. ENTRE UMA PRAA ESCONDIDAE OUTRA, ALGUNS MONUMENTOS E PONTOS TURSTICOS SALTARO AOS SEUS OLHOS
Fo
toCrisLacerda
FotosCrisLacerda
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GRAND CAF HORTA_ Sua estrutura de
ferro e vidro e a escadaria central, com suas
curvas delicadas e insinuantes, foi inspirada
na Casa do Povo de Bruxelas, uma das obras
primas do arquiteto, destruda em 1965.
GROTE MARKET_ Talvez o carto-postal
oficial da cidade, a praa rene um conjuntode prdios em estilo gtico e renascentista fla-
menco dos sculos 16 e 17, caracterizados pelo
fronto em forma de escada, adornados por
esttuas e alto-relevos. Ocupadas pelos nego-
ciantes de mercadorias do perodo medieval,
essas edificaes so o nosso equivalente dos
edifcios das grandes corporaes. S que,
ao invs do nmero de andares, era a altura
do fronto que indicava a sade financeira da
casa, explica o arquiteto Andrew Theunissen,do escritrio belga Creneau.
A prefeitura, construda entre 1561 e 1564,
exibe a mesma mistura de estilos. Ao longo dos
74 metros de sua fachada principal, o prdio rece-
beu mansardas e cumeeiras flamencas e arcadas
italianas. Em frente, a Fonte de Brabo representa
o soldado romano Silvius Brabo, heri da lenda de
fundao da cidade, de acordo com a qual ele teve
que arrancar as mos do gigante Druon e jog-las
no rio para livrar os moradores do seu jugo.
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FotosCrisLacerda
HET STEEN _ Nas margens
do rio Escalda, esse pequeno
castelo medieval j serviu
como fortificao e ponto
estratgico para a defesa da
cidade. Hoje, o Het Steen
(Rua Steenplein, 1) abriga um
museu naval.
FotoFernandaPeruzzo
ONZE-LIEVE-VROUWEKATHE-
DRAAL (CATEDRAL DE NOSSA
SENHORA DE ANTURPIA) _
Foram necessrios 169 anos para
que a maior igreja gtica dos Pases
Baixos fosse construda, mesmo que
apenas em parte. De acordo com o
projeto original, a intrincada torre de
123 metros e at hoje o ponto maisalto da cidade deveria ser duas.
Quem a v de perto, porm, jura que
nada falta ali, especialmente aps os
oito anos investidos no trabalho de
restaurao. Seu interior, iluminado
por 55 vitrais e decorada por pinturas
de Rubens, to incrvel quando sua
fachada repleta de esculturas.
FotoRan
gaku
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CENTRAAL STATION (Estao
Central) _ Anturpia no poderia
ter um melhor carto de visitas. A
estao de trem, de 1905, tem estilo
ecltico. Exibe nada menos que 20 di-
ferentes tipos de mrmore no seu hall
principal e uma estonteante cpula
de metal e vidro, projetada por Cle-
ment Van Bogaert.
BOERENTOREN _ Um dos primei-
ros arranha-cus da Europa e at 1950
detentor do recorde europeu de altura
entre as construes do gnero, a Tor-
re da KBC (Rua Schoenmarkt, 3) uma
obra-prima do art dcobelga, constru-
da entre 1929 e 1932 a partir de uma
estrutura de ao e concreto armado.
COGELS-OSLEI _ Essa rua, locali-
zada no bairro art nouveaude Zurem-
borg, rene o conjunto arquitetnico
mais heterogneo da cidade, reco-
menda a arquiteta belga Agns Emery.
MUSEUS _ Apesar de pequena (so apenas 132 mil me-
tros quadrados de rea descontada a regio do porto),
a cidade rene nada menos que 31 museus. Entre eles, osmuseus da Moda, da Fotografia, da Histria da Navegao,
de Belas-Artes, de Arte Contempornea e dos Diamantes,
claro. Mas a casa ocupada pelo pintor barroco Rubens du-
rante parte de sua vida o principal centro de peregrinao
cultural da cidade. Em pleno bairro Meir, o Museu Rubens
(Rua Wapper 9-11) abriga o maior conjunto de pinturas do
artista, alm de sua coleo particular de arte.
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FotoCrisLac
erda
FotoCrisLacerda
FotoFernandaPeruzzo
FotoFernandaPeruzzo
SINT CAROLUS BORROMEUS (IGREJA SO CARLOS BORROMEU) _
Apesar da imponncia, essa igreja construda pelos jesutas entre 1615 e 1621 con-
segue se manter incgnita em meio aos prdios do centro histrico. Mas o desafio
de encontr-la vale a pena. Sua fachada em estilo barroco foi projetada por Rubens.
Foto
JaapvantVeen
_ VIAGEM \ BLGICA