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A lógica da ação coletiva e as ações da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) NILTON FACCI Universidade Estadual de Maringá. Paraná/Brasil. Email: [email protected] MARCO ANTÔNIO CARVALHO TEIXEIRA Fundação Getúlio Vargas Email: [email protected] Resumo: Nesse texto estão apresentadas relações entre as atividades realizadas pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), e as características da Lógica da Ação Coletiva (LAC) proposta por Olson em 1965. É pesquisa Descritiva e Pesquisa Qualitativa. As atividades da Fiep foram identificadas por meio de entrevistas não estruturadas, materiais elaborados pela entidade e de dados constantes em site. Apresenta diferenças e divergências, entre as ações da Fiep e a Lógica da Ação Coletiva. Como resultados, é possível afirmar que a LAC permite análises sobre ações de grupos de interesses e de pressão, não somente com base em determinados indicadores de sucesso, mas também pelas ações com algo grau de externalidade proporcionados à sociedade. Palavras-chave: Ação coletiva – Grupo de Interesse - Fiep – Serviços não-coletivos. 1. INTRODUÇÃO O objetivo deste texto é apresentar atividades realizadas pela Federação das Indústrias do Estado do 1

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Page 1: dryfta-assets.s3-accelerate.amazonaws.com · Web viewAo final, as considerações finais do texto, com destaques sobre semelhanças, diferenças e divergências entre a teoria da

A lógica da ação coletiva e as ações da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep)

NILTON FACCIUniversidade Estadual de Maringá. Paraná/Brasil.Email: [email protected]

MARCO ANTÔNIO CARVALHO TEIXEIRAFundação Getúlio VargasEmail: [email protected]

Resumo:Nesse texto estão apresentadas relações entre as atividades realizadas pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), e as características da Lógica da Ação Coletiva (LAC) proposta por Olson em 1965. É pesquisa Descritiva e Pesquisa Qualitativa. As atividades da Fiep foram identificadas por meio de entrevistas não estruturadas, materiais elaborados pela entidade e de dados constantes em site. Apresenta diferenças e divergências, entre as ações da Fiep e a Lógica da Ação Coletiva. Como resultados, é possível afirmar que a LAC permite análises sobre ações de grupos de interesses e de pressão, não somente com base em determinados indicadores de sucesso, mas também pelas ações com algo grau de externalidade proporcionados à sociedade.

Palavras-chave: Ação coletiva – Grupo de Interesse - Fiep – Serviços não-coletivos.

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste texto é apresentar atividades realizadas pela Federação das

Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), relacionando-as frente a características da

Lógica da Ação Coletiva (LAC) proposta por Olson em 1965.

Nesse texto compreende-se que aspectos da teoria de Olson podem ser

identificados nas ações da Fiep. As análises estão apresentadas de acordo com a

sequência do sumário do livro editado em 2011, frente a informações obtidas por meio

de entrevistas não estruturadas com diretores e funcionários da Fiep, e também com

dados disponíveis no site da entidade quanto a ações atualmente realizadas no âmbito

de serviços não-coletivos. Também compõem as análises vários aspectos sobre ações

de lobbying executadas pela entidade junto aos poderes Executivo e Legislativo do

Estado do Paraná. Portanto, o texto está caracterizado como Estudo de Caso, por

1

Page 2: dryfta-assets.s3-accelerate.amazonaws.com · Web viewAo final, as considerações finais do texto, com destaques sobre semelhanças, diferenças e divergências entre a teoria da

utilizar como fonte de dados, documentos e entrevistas não-formais com diretores da

Fiep. Os documentos foram importantes fontes para conhecer a agenda de temas que a

Fiep construí para direcionar suas ações. As entrevistas não-formais contribuíram para

conhecer detalhes das ações de várias diretorias da Fiep, principalmente nas relações

políticas com o Executivo e o Legislativo paranaense. As análises estão baseadas nas

características de Pesquisa Qualitativa, de acordo com Minayo (2013), com foco em

relacionar as premissas estabelecidas por Olson e as atividades realizadas pela Fiep.

Com exceção das atividades ligadas a formação da agenda legislativa e as

executadas no âmbito das relações políticas com os poderes Executivo e Legislativo

estaduais, que abrangeram o período de 2005 a 2015, todas as atividades analisadas se

referem as que foram realizadas durante o período de 2016.

As atividades realizadas pela Fiep estão no âmbito de conceitos e

características de grupo de interesse e de pressão, conforme pesquisas de Avizú

(2007), Berardi (2007), Boschi (1991) e Diniz (1996). De acordo com esses autores, as

ações de determinado grupo de interesse podem ser consideradas como ações

corporativas. Essa afirmação decorre do fato de que um grupo de interesse pode ser

comparado a um “corpo”, quando analisado sob o prisma de que, ao defender, ou

buscar alcançar interesses coletivos, visa, primeiro, manter o “corpo” vivo; segundo,

busca aumentar as condições de “crescimento” desse “corpo”. Em terceiro, tem o

objetivo de aproveitar as condições internas desenvolvidas, e as externas que se

apresentam, como forma de se tornar, cada vez mais, em condições de competir com

outros grupos de interesses. (Aragão, 1994; Avizú, 2007; Mancuso, 2004).

Olson (2011) acentua que ações de qualquer grupo de interesse que

exerce pressões sobre o Estado assumem uma certa lógica. Essa lógica inicia quando

determinado indivíduo compreende que, atuando isoladamente, terá poucas, ou

provavelmente nenhuma, condição de alcançar determinado objetivo. Com essa

percepção, esse determinado indivíduo busca alianças com outros que possam ter o

mesmo objetivo. Juntos, desenvolvem ações que permitem acumular, e utilizar

recursos, tanto financeiros quanto políticos, para que o objetivo seja alcançado.

Assim, além de recursos financeiros, grupos de interesses também buscam

recursos políticos, conforme acentua Dahl (1961) apud Mancuso (2004: 76), a

considerar que, sem esgotar as alternativas, esses recursos políticos podem ser: posição

social, boas conexões com ocupantes de cargos políticos, informação, inteligência,

2

Page 3: dryfta-assets.s3-accelerate.amazonaws.com · Web viewAo final, as considerações finais do texto, com destaques sobre semelhanças, diferenças e divergências entre a teoria da

honra, boa reputação, controle sobre a oferta de bens e serviços valorizados, tempo,

popularidade, legitimidade e legalidade.

Mesmo que a proposta de Olson fora apresentada em determinado contexto da

época, ainda se mostra como relevante para conhecer e analisar aspectos da Lógica da

Ação Coletiva em determinada entidade sindical permite compreender similaridades

entre uma dada teoria e as ações de determinada organização sindical que tem o

objetivo de representar interesses de empresários industriais. Por meio da descrição das

atividades dessa entidade sindical, e suas relações com a proposição de Olson, é

possível identificar aspectos de como a essa teoria pode ser percebida nessa dada

realidade. Nesse sentido, podem ser identificados aspectos da teoria que ainda são

percebidos nas relações analisadas, mesmo considerando a distância dos momentos.

Esse texto não se propõe a analisar qualquer aspecto ético das atividades

realizadas pela entidade sindical, ou mesmo relaciona-las a qualquer das

responsabilidades do Estado, enquanto provedor de serviços semelhantes aos realizados

pela entidade.

O texto está organizado em seis partes, iniciando pela Introdução, que contêm o

objetivo do texto e limitações da análise. Tendo como base o sumário da obra de Olson

editada em 2011, apresenta aspectos gerais da Lógica da Ação Coletiva.

Na segunda parte apresenta aspectos gerais da teoria da Lógica da Ação

Coletiva, inclusive com alguns comentários críticos sobre ela. Na terceira parte destaca

aspectos sobre a origem e objetivos da Fiep. Na quarta parte estão apresentadas

atividades acerca das relações políticas entre a Fiep e os poderes Executivo e

Legislativo do Estado do Paraná. Na quinta parte apresenta atividades realizadas pela

Fiep que definem a forma da Agenda Legislativa da Indústria do Estado do Paraná. Na

sexta parte estão atividades da Fiep no âmbito dos serviços não-coletivos colocados a

disposição, não somente dos empresários industriais filiados aos sindicatos membros,

mas de toda a sociedade paranaense. Destaque-se que as relações entre a teoria da LAC

proposta por Olson (1965) e as ações da Fiep estão apresentadas ao longo de todo o texto. Portanto,

não são relatadas em parte específica.

Ao final, as considerações finais do texto, com destaques sobre semelhanças,

diferenças e divergências entre a teoria da Lógica da Ação Coletiva e a realidade

apresentada. Esse texto permite confirmar, mesmo considerando realidades diferentes

entre aquela existente no momento da apresentação da proposta de Olson e as

destacadas nas ações da Fiep, que é possível analisar as ações de qualquer grupo de

3

Page 4: dryfta-assets.s3-accelerate.amazonaws.com · Web viewAo final, as considerações finais do texto, com destaques sobre semelhanças, diferenças e divergências entre a teoria da

interesse sobre a ótica da Lógica da Ação Coletiva, acentuando que vários aspectos

constantes na teoria analisada sejam atualizados, e, principalmente, que seja posta a

frente de realidades de qualquer grupo, permitindo, portanto, confirmar ou não, as

premissas dessa teoria, não com o objetivo de contestá-la, mas trazendo novas

perspectivas nas análises de qualquer grupo de interesse.

2. ASPECTOS GERAIS DA TEORIA DA LÓGICA DA AÇÃO COLETIVA

Na obra Lógica da Ação Coletiva, proposta em 1965, Olson busca apresentar

algumas explicações sobre como indivíduos, em ambientes racionais, procuram agir de

forma associativa como estratégias para alcançar objetivos, em primeiro momento,

pessoais, mas que, juntos e como forma alternativa, consigam também benefícios

coletivos.

Olson destaca que, ao agir de forma associativa, o alcance de objetivos

individuais tem maiores e melhores condições de serem alcançados. Dessa forma, a ação

coletiva passa a constituir uma vantagem também individual.

Diante desse aspecto de vantagem individual, qualquer benefício alcançado pela

organização associativa gera benefícios indivisíveis, que não podem ser limitados

somente a alguns indivíduos, mas disponíveis a todos que participam da organização.

Mesmo que a geração de custo ocorra somente para alguns e não a outros, membros e

não-membros. Diante desse aspecto, não são possíveis qualquer forma de impedimento

a que outros indivíduos, que não suportaram os custos, não serem beneficiados.

Olson destaca que, racionalmente, indivíduos poderão, ou não, contribuir com os

custos necessários a obtenção de benefícios, caso considerem que esses benefícios, não

somente, mas principalmente em termos monetários, sejam maiores do que os custos.

Caso aconteça esse aspecto, a organização poderá conseguir maior adesão de

indivíduos. Nesse sentido, os custos serão diluídos, contribuindo para aumento de

adesões, numa forma que pode ser definida como circular: benefícios gerados

influenciam adesões que, geram diluição de custos, que geram mais adesões.

Com esse efeito circular, grupos tendem a aumentar a quantidade de membros.

Esse aspecto, conforme Olson, pode não contribuir para que indivíduos continuem a

atuar para o alcance de benefícios, já que, alcança-los, podem não ser mais os

individualmente pretendidos pelos membros mais antigos no grupo. Esse aspecto pode,

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até, ser motivo para que alguns indivíduos deixem o grupo, pelo fato de que terão mais

dificuldades em alcançar objetivos individuais.

Assim, Olson destaca que grupos grandes podem encontrar maiores dificuldades

em alcançar objetivos de membros individuais, provocado pelo fato de que o benefício

seja diluído a tal ponto que os custos da participação se excedem aos benefícios

alcançados, desestimulando o indivíduo. Outro motivo que pode provocar dificuldades é

que a não participação do indivíduo não terá o impacto que teve antes do aumento da

quantidade de membros no grupo, o que não ocorria quando o grupo era pequeno. Nesse

aspecto, Araújo (2006) destaca que “o consenso não é condição para ocorrer ação

grupal, mesmo porque é incompleto

Por outro lado, mesmo que em grupos grandes que contenham grande

quantidade de membros não atuantes, todos os membros serão beneficiados pelos

resultados, uma vez que se trata de benefícios coletivos não-divisíveis. Diante desse

aspecto, o grupo precisa desenvolver algum tipo de coerção sobre o não-participante ou

um benefício exclusivo para os indivíduos atuantes. Um exemplo que pode ser

apresentado é quando determinado sindicato de trabalhadores consegue aumentos

salariais. Independente de ser membro desse sindicato, todos os trabalhadores

representados serão beneficiados.

2.1 – ASPECTOS NÃO CONSIDERADOS POR OLSON NA PROPOSIÇÃO DA

TEORIA DA AÇÃO COLETIVA

Com o destaque de que Olson, ao propor a teoria, tenha como base maior

somente decisões individuais e racionais, Wanderley (2000) acentua algumas críticas a

essa teoria da Lógica da Ação Coletiva, quando apresenta dois conceitos que se

conflitam, mais que influenciam decisões de indivíduos, quais sejam: Egoísmo e

Altruísmo. Wanderley (2000) apresenta como exemplo desse conflito: Um movimento

em prol da melhoria da cidade seria altruísmo uma vez que o benefício é coletivo? Não

seria, nesse mesmo caso, egoísmo, uma vez que o indivíduo estaria pensando em seu

bem-estar?

Para Wanderley (2000) e Zauli (1995), grupos de interesses precisam

desenvolver ações que focalizem aspectos de solidariedade, e não somente a

racionalidade econômica e interesses individuais. Somente acentuar benefícios

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coletivos, mesmo com destaque para custos individuais pequenos, não é suficiente

quanto ao convencimento de não-membros.

Wanderley (2000) ainda destaca que é preciso que, diante de novas dinâmicas da

sociedade, ações de solidariedade também passem a ser objetivos, não só para

indivíduos, mas, principalmente, por qualquer grupo de interesse.

Acompanhando as afirmações de Wanderley (2000), também Araujo (2003)

acentua que é preciso constituir a solidariedade como componente relevante nos

objetivos e ações de grupos de interesse, tendo como base a utilização de características

de Capital Social, definido por Robert Putnam, na obra Comunidade e democracia: A

experiência da Itália moderna, publicada em 1993.

O direcionamento da decisão focada na racionalidade defendida por Olson e

contestada por Monastério (2010), quando acentua que motivos no contexto de relações

sociais também devem ser analisadas, tanto para a adesão do indivíduo a determinado

grupo, quanto nas formas de atuações desse grupo.

Nessa direção de que decisões individuais e ações de grupo devem também ser

analisadas no contexto de relações sociais, Melucci (1999) acentua Olson não explorou

aspectos de ação coletiva de movimentos sociais.

Albuquerque (2010) destaca outro aspecto pouco explorado por Olson, quanto a

formas de ação coletiva existentes em organizações internacionais. Acentua que, no

momento que Olson destaca o Estado como um exemplo de grupo de interesse, esse

grupo tende a perder poder, ao enfrentar situações de multilateralismo nas relações com

outros países e com grupos econômicos que atuam em vários países. Na busca de

contribuir para esse aspecto não abordado por Olson, Graças Pinto (2013) buscou

compreender como a proposta da Lógica da Ação Coletiva foi adaptada por Robert

Gilpin para o campo das Relações Internacionais.

Como forma de destacar que a Fiep, além de apresentar características da Lógica

da Ação Coletiva, compreende e atende vários dos aspectos que não constaram das

proposições de Olson, nas partes seguintes do texto estão apresentados aspectos sobre

origem e objetivos da federação, e também atividades executadas pela Fiep no âmbito

de suas relações com os poderes Executivo e Legislativo no Estado do Paraná, assim

como descrição das ações que organizam e definem a formação da agenda política e

legislativa, e também atividades executadas para disponibilizar serviços não-coletivos

não somente a membros da entidade, como para toda a sociedade paranaense.

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3. ORIGEM E OBJETIVOS DA FIEP.

No primeiro capítulo da obra de Olson (1965) é descrita a Teoria dos Grupos

Sociais e das Organizações. Define que o nascimento de qualquer organização deve ser

iniciado com a definição do objetivo específico, para que então possa ser denominada

como Grupo Social.

Na introdução do livro o autor destaca fatores que podem influenciar para que

indivíduos entendam que pode ser positiva a participação, como membro associado, de

determinados grupos sociais. Acentua que é preciso algum tipo de coerção, isto é, um

motivo que, praticamente, exija que o indivíduo entenda necessária, ou até obrigatória,

sua participação em determinado grupo social. Na ausência de alguma coerção, poderá

existir algum incentivo em que o indivíduo, racionalmente, compreenda que o alcance

de seus interesses possa ser maior que os custos, não somente em termos econômicos.

A Fiep, como organização que visa representar interesses empresariais, não

nasceu de qualquer ação individual de alguma empresa, ou de iniciativa de algum

indivíduo. Seu nascimento oficial e estruturação inicial foi estabelecido por ação

do Poder Executivo do Paraná, quando reconhece a carta sindical em 18 de agosto de

1944. A Fiep é uma organização sindical de segundo grau, que tem como objetivo

aglutinar interesses de sindicatos singulares.

Especificamente para os chamados por Olson (2011) de serviços não-coletivos,

estão definidos na letra “g” desse mesmo artigo. Essa formalização segue a afirmação

de Olson (2011: 34), quando considera que “algumas vezes, um grupo tem de

constituir uma organização formal para poder lutar pela obtenção de um benefício

coletivo, e o custo de montar uma organização implica que a primeira unidade do

benefício coletivo obtido será relativamente alto.”. Para suprir esse custo alto, o

Governo Federal, por meio de legislação própria, além de condicionar a oficialidade da

representação de organizações empresariais junto ao Poder Executivo, obrigou as

empresas ao pagamento de tributo denominado Contribuição Sindical. Assim, os

custos de constituição e formalização da Fiep, em primeiro momento, já estariam

supridos, constituindo, conforme destaca Olson (2011: 82), o sindicalismo

compulsório.

Olson (2011) destaca que os grupos sociais podem ter tamanhos diferentes,

quando observada a quantidade de associados. Esses grupos sociais podem ser

pequenos, médios ou grandes. Olson (2011) considera que o custo para obtenção dos

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benefícios se torna cada vez maior, proporcionalmente ao aumento da quantidade de

membros do grupo.

Nesse sentido, é possível considerar que grupo pequeno pode obter benefícios

específicos a custo menor. Por outro lado, grupo pequeno poderá não conseguir

estrutura de apoio necessária para benefícios que sejam positivos a todos os membros

do grupo. Esse aspecto provoca a necessidade de que o grupo seja composto por, cada

vez mais, novos membros. Novos membros podem manifestar alguns interesses que

não sejam os mesmos para a maioria do grupo. Decorrente, Olson (2011: 48) afirma

que “quanto maior for o grupo, menos ele promoverá seus interesses comuns.”.

Analisando essa afirmação na ótica da Fiep quanto a legislação tributária acerca do

ICMS constante em cada uma das Agendas Legislativas da Indústria do Estado do

Paraná de 2005 até 2015, é possível afirmar que o foco nesse tema tem sido pequeno,

diante de outros interesses constantes também nessas agendas. Esse aspecto decorre da

forma como a agenda é construída. São definidos somente os temas que sejam de

interesses gerais.

Projetos de leis que podem ser específicos para determinados membros da Fiep,

por exemplo, legislação do ICMS que implica em futuros problemas específicos para

um ramo de atividade, normalmente não são elencados nas agendas. No período de

2005 a 2015, constam nas agendas 364 projetos de leis, sendo que 49 foram na espera

da legislação tributária do ICMS. Desses 49, 10 foram repetidos de anos anteriores. A

Fiep foi convergente para 42 projetos de leis, sendo que 41 foram arquivados, e

somente um foi transformado em lei. Em seis projetos a Fiep foi convergente com

ressalvas, sendo que 5 foram arquivados e um foi transformado em lei. Somente para

um projeto de lei a Fiep foi divergente, sendo esse transformado em lei, mas vetado

pelo Poder Executivo.

Portanto, é possível considerar que a Fiep não seja ator relevante, no período

analisado, quanto a influenciar alterações na legislação do ICMS.

4. RELAÇÕES POLÍTICAS ENTRE A FIEP E OS PODERES

EXECUTIVO E LEGISLATIVO NO ESTADO DO PARANÁ.

Quanto a relações políticas com o Estado, Olson (2011: 81) acentua que “a

força política de um grande sindicato é obviamente maior que a de um sindicato

pequeno.”. Essa afirmação contradiz algumas considerações quanto ao fato de que

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grupos pequenos podem obter benefícios que, por razões de tamanho e custos, grupos

grandes teriam maiores dificuldades.

Como componente dos serviços não-coletivos, é importante destacar que dos

315 (364-49) projetos de leis constantes nas agendas, estavam divididos para as

seguintes áreas: Direito do Consumidor, Fomento e Desenvolvimento Tecnológico,

Política Industrial, Energia, Transportes, Meio Ambiente, Desenvolvimento

Sustentável, Gestão de Recursos Hídricos, Política Agroindustrial, Responsabilidade

Social, Educação, Inclusão Social, Segurança Pública, Saúde, e Políticas Públicas

Institucionais. Claramente, os interesses da Fiep, e consequentemente de seus

membros, são muitos diversificados. Sejam aqueles que afetam diretamente as relações

comerciais dos empresários industriais situados no Estado do Paraná, mas também

outros que estão relacionados a aspectos que a sociedade considera importantes. Essas

ações estão de acordo com a afirmação de Barros (1991: 77), ao acentuar que “uma

divulgação adequada da política comunitária da sua empresa deixa claro o que ela faz

para ajudar o povo da região.

Essa ajuda está direcionada a colocar pressões sobre políticos locais, no sentido

de neutralizar iniciativas que possam ser potencialmente danosas para a sua empresa.”.

Barros (1991) ainda destaca que “nenhum ministro ou parlamentar estará disposto a

se desgastar beneficiando empresas que arrastem um sério contencioso social, político

e econômico com o governo e com a comunidade.”.

Essa preocupação com a sociedade, reafirma-se, é um dos focos da Fiep, o que

direciona as ações que disponibilizam serviços não-coletivos para qualquer indivíduo,

por meio do Sistema Fiep, tornando-os, assim, embora prestados por organização

privada, em serviços públicos do tipo não essencial, indivisível, tais como serviços nas

esferas da educação e da saúde. Sobre a necessária formalização e coordenação de

ações, Olson (2011: 58) destaca que “em qualquer grupo de dimensões maiores,

nenhum benefício coletivo poderá ser obtido sem algum acordo, coordenação ou

organização grupal.

Com os recursos obtidos por meio dos serviços prestados pelo Sistema Fiep, a

Fiep visa, além de manter, também aumentar a quantidade de membros, o que pode

contribuir para a diminuição de custos médios atribuídos a cada membro. Olson (2011)

denomina esses benefícios de “inclusivos”. Ao mesmo tempo que são “inclusivos”, são

também “exclusivos”, pois são direcionados também para indivíduos ou empresas não

membros da organização. Quanto aos membros, dessa forma obtêm benefícios por

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meio de menores custos médios, quando comparados com determinado fornecedor

privado de serviços semelhantes.

Assim a Fiep, nas concepções de Olson (2011: 51), é ao mesmo tempo um

grupo de comportamento inclusivo e exclusivo. Destaca ainda que “a questão de que a

exclusividade ou inclusividade de um grupo depende mais do objetivo envolvido do

que de quaisquer características de seu corpo de membros é importante, já que muitas

organizações operam tanto no mercado, para elevar os preços restringindo a

produção, quanto no sistema político e social, para promover outros interesses

comuns.”. Nesse caso, Olson (2011) destaca que poderá ocorrer o fato de não-

membros obterem os mesmos benefícios que os membros do grupo. Esse é o caso

especifico quanto a legislação tributária do ICMS, já que normas tributárias não podem

exclui ou inclui membro e não- membro de determinado grupo quanto ao benefício

concedido, ou mesmo de imposição legalmente determinada.

Para a Fiep, a existência de beneficiários não-membros pode contribuir, caso

sejam identificados, para a construção de mecanismos que os tragam para membros

dos sindicatos singulares e, por consequência, da própria Fiep. Assim, além de agregar

maior quantidade de membros, é novamente importante destacar, que poderá ter seus

custos divididos e diminuídos, proporcionalmente a cada membro.

Além de ser um grupo de interesses com ações do tipo inclusivo e exclusivo, a

Fiep é também do tipo “intermediário”, assim definido por Olson (2011: 62), quando

destaca que “um grupo intermediário é um grupo em que nenhum membro obtêm

sozinho uma parte do ganho suficientemente grande para incentivá-lo a prover o

benefício [...], em tal grupo um benefício coletivo pode ser obtido ou não, mas nenhum

benefício coletivo jamais será obtido sem alguma coordenação ou organização

grupal.”.

Como os principais interesses da Fiep estão dispostos na Agenda Legislativa, a

seguir estão apresentados os procedimentos adotados na elaboração dessa agenda.

5. ATIVIDADES QUE DEFINEM A AGENDA DA FIEP

Os procedimentos de definição dessa agenda iniciam por reuniões em cada

sindicato- membro da Fiep, com o objetivo de identificar e definir os interesses a serem

monitorados e, se necessárias, ações que visam exercer pressões junto aos poderes

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Executivo e Legislativo, entre outras arenas de decisões, dependendo dos aspectos

formais que cada interesse segue para ser discutido e implementado, ou até arquivado.

Quanto a formação da agenda, pode ser considerado um destaque apresentado

por Olson (2011:65), quando afirma que “quando o número de participantes é

grande, o participante típico tem consciência de que seus esforços individuais

provavelmente não influenciarão muito o resultado final e de que ele será afetado da

mesma maneira pelas decisões da reunião tanto se se aplicar muito quanto se se aplica

pouco no estudo do assunto em pauta. Assim, o participante típico pode não se dar ao

trabalho de estudar tão cuidadosamente o assunto da reunião quanto o estudaria se

pudesse tomar as decisões sozinho.”.

Olson (2011: 185) destaca que esse é um dos problemas que podem ocorrer nas

relações entre membros de determinado grupo de interesses. Esse é um aspecto que

decorre quanto das efetivas ações de lobbying, quando o fato de promover “um projeto

que envolve mais ganhos do que custos fará mais perdedores do que ganhadores se os

ganhos foram para uma minoria dos membros da jurisdição e os custos forem cobertos

por tributos de âmbito jurisdicional. Quando um benefício coletivo atinge somente uma

minoria dos membros da jurisdição, então (na ausência de alguma negociação) ele não

obterá apoio da maioria e será provido, se o for, somente em um nível inferior ao

ótimo.”.

Diante desse aspecto que pode ser verificado na forma de atuação da Fiep, as

empresas industriais membros de sindicatos singulares podem não se considerar, até

certo ponto, representadas pelo sindicato que faz parte, e também pela Fiep, já que

algumas de suas opiniões, decorrente do processo de escolha das ações que são

compreendidas como de interesse coletivo, não são de seu interesse particular. Esse é

um aspecto que pode ser considerado como negativo, talvez até provocando a saída

dessa empresa industrial como membro do sindicato singular. Para diminuir esse risco,

Olson (2011: 66) considera como importante que “as organizações recorrem com tanta

frequência ao pequeno grupo: comitês, subcomitês e pequenos grupos de liderança são

criados – e, uma vez criados, eles tendem a desempenhar um papel crucial.”.

A Fiep “recorre permanentemente” a comitês, subcomitês e pequenos grupos,

denominados de Conselhos Temáticos e Conselhos Setoriais.

Assim como a atuação de membros da Fiep é possível por meio das comissões e

conselhos descritos, Olson (2011: 148) destaca que uma das formas que grupos de

interesses utilizam para obter e aumentar a quantidade de associados, é a

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disponibilização de serviços não diretamente ligados aos interesses que são, de acordo

com diretrizes específicas que definem os objetivos gerais da organização, a defesa de

interesses que, na maioria das vezes, provocaram o nascimento dessa mesma

organização.

Decorrente desse aspecto, a organização tende a ser reconhecida por ações não

diretamente ligadas aos processos de lobby, mas, sobretudo, por aquelas que colocam à

disposição de seus associados, e até por extensão, a toda sociedade, serviços de

características não-coletivos, e que, de alguma forma, até substituem o Estado, no

provimento de serviços de caráter público. Essas ações são executadas pelo Sistema

Fiep.

Com base no relatório da Fiep denominado Balanço Gestão 2011 a 2015, o

chamado Sistema Fiep é uma organização composta pela Federação das Indústrias do

Estado do Paraná (Fiep), Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial (Senai) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL), a seguir estão

apresentadas várias ações da organização que podem estar no âmbito de serviços não-

coletivos.

6. SERVIÇOS NÃO-COLETIVOS DISPONIBILIZADOS PELA FIEP

Como organização, a Fiep é a maior entidade de representação da indústria no

Estado. Conforme Estatuto Social, foi criada em 1944 por meio de carta sindical

de 18 de agosto de 1944. A Fiep é formada pelos sindicatos representativos de

categorias econômicas da indústria, com o objetivo de representar e promover a defesa

dos seus legítimos interesses, e estimular o desenvolvimento sustentável da indústria

paranaense. Paralelamente, a Fiep visa organizar e manter serviços que possam ser

úteis aos sindicatos filiados e às indústrias, priorizando as que estejam associadas.

Atualmente a Fiep conta com 18 coordenadorias nas regiões-polo do Estado, que

prestam assessoria direta aos 108 sindicatos empresariais filiados, os quais congregam

interesses de 50 mil estabelecimentos industrias, que geram 870 mil empregos.

No âmbito de serviços oferecidos aos associados, o Sesi e o Senai no Paraná

têm como objetivo atuar no âmbito de práticas que permitam o treinamento de

colaboradores das empresas filiadas aos 108 sindicatos membros da Fiep, visando tanto

o desenvolvimento profissional quanto o pessoal, fato que os torna referência na

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Page 13: dryfta-assets.s3-accelerate.amazonaws.com · Web viewAo final, as considerações finais do texto, com destaques sobre semelhanças, diferenças e divergências entre a teoria da

formação e qualificação profissional, contribuindo para identificar soluções

tecnológicas voltadas à competitividade da indústria.

O IEL visa construir parcerias entre o setor produtivo e as instituições de ensino

superior, como forma de potencializar e reter capital humano para as indústrias

paranaenses.

Como forma de integrar as várias ações do Sistema Fiep, são realizadas

reuniões, chamadas de Fóruns Setoriais, em todas as regiões-polo no Estado do Paraná,

possibilitando a todos os associados manifestaram suas opiniões sobre quais deveriam

ser os objetivos da entidade, assim como sugestões para que os objetivos fossem

alcançados. Com o apoio de sistemas tecnológicos para gestão empresarial, a entidade

pôde estabelecer prioridades e construir ferramentas de controle e de acompanhamento

de todas as atividades do sistema. Essas ações colocaram a todo o Sistema Fiep como

um dos principais em âmbito nacional.

Por meio de diversas atividades proporcionadas aos membros da Fiep, ocorreu

o crescimento de 43% no número de atendimentos a membro e não membros, no

período de 2012 a 2015; promoção de encontros com empresas estrangeiras;

promoção de campanhas institucionais, com o objetivo de difundir os objetivos do

Sistema Fiep para a população paranaense.

Com a utilização de estudos técnicos e a realização de 337 reuniões temáticas

no período de 2012 a 2015, ocorridas nos Fóruns Setoriais, foi possível estabelecer

direcionamentos específicos para os conselhos temáticos, o que possibilitou o

necessário alinhamento entre os vários setores da Fiep.

Derivados dessas reuniões, foram constituídas 9.282 horas técnicas de

assessoria, inclusive no aspecto jurídico, tanto direcionadas às necessidades dos

sindicatos membros, quanto para também empresas que buscaram esse apoio junto à

Fiep.

No âmbito educacional, o Sistema Fiep efetuou 5,8 milhões de matrículas.

Nesse âmbito, o sistema constituiu a Rede Colégio Sesi, que abrange 53 unidades,

sendo uma internacional, formando 15 mil alunos nesse período.

O Sistema Fiep também apoiou vários eventos culturais, atuando no

Circuito

Cultural do Estado, e no apoio ao Centro Cultural Sesi Heitor Stockler de França.

Como forma de apoiar as pequenas e médias empresas, em trabalho conjunto

com o Sebrae, o Sistema Fiep desenvolveu o Programa Senai de Apoio à

13

Page 14: dryfta-assets.s3-accelerate.amazonaws.com · Web viewAo final, as considerações finais do texto, com destaques sobre semelhanças, diferenças e divergências entre a teoria da

Competitividade, buscando o apoio financeiro do BNDES, com aporte de 190 bilhões

de reais, juntamente com aporte também do Senai, no valor de 41 milhões de reais.

Com o objetivo de melhorar o atendimento aos empresários e seus

colaboradores, juntamente com os dependentes, o Sistema Fiep criou o Cartão Sesi, já

utilizado, até 2015, por 467 empresas.

Para corrigir problemas em serviços não-coletivos identificados por meio de análises

internas, e contribuir para prevenir futuros, o Sistema Fiep desenvolveu o Núcleo Senai

de Sustentabilidade, constituindo como espaço para conhecer novas tecnologias

focadas na gestão ambiental e nos aspectos inerentes à sustentabilidade.

Com o objetivo de contribuir para a Política Industrial, a Fiep elaborou uma

proposta, com previsão de 225,5 milhões de reais para investimentos, necessários para

execução de novas obras por parte do poder público.

Como ações institucionais, o Sistema Fiep proporcionou vários fóruns que

possibilitaram discussões sobre transparência nas relações entre a Fiep e seus

membros, assim como com a sociedade paranaense. Também desenvolveu ações que

visaram atuar juntamente com várias entidades acerca da crescente identificação de

corrupção em vários âmbitos na sociedade.

Quanto a ações na esfera política, a Fiep desenvolveu ações, primeiramente,

orientadas pela sua Agenda Legislativa da Indústria do Paraná. Essas ações também

tiveram o apoio do grupo denominado G7, constituído juntamente com a Faep

(Federação da Agricultura do Estado do Paraná), Faciap Federação das Associações

Comerciais e Industriais do Paraná, Fetranspar (Federação das Empresas de Transporte

de Cargas do Estado do Paraná), Fecoopar (Federação das Cooperativas do Estado do

Paraná) e a ACP (Associação Comercial do Paraná), em alinhamento, na esfera

federal, com a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Não somente as ações de lobbying junto aos poderes Executivo e Legislativo,

mas também as elencadas como serviços não-coletivos, podem ser consideradas como

ações de coerção, isto é, que podem ser compreendidas como estímulo para que as

empresas industriais não-membras de sindicatos singulares venham a se associar.

Todas essas ações são compreendidas como recompensas para todos, mesmo para os

não-membros.

Vários benefícios para que não-membros, sendo definidos como “incentivo

independente e “seletivo”, se associem aos sindicatos singulares são descritos no site

da Fiep, como Benefícios do Associativismo Empresarial, quais sejam: a) Ampliação

14

Page 15: dryfta-assets.s3-accelerate.amazonaws.com · Web viewAo final, as considerações finais do texto, com destaques sobre semelhanças, diferenças e divergências entre a teoria da

da capacidade de ação das empresas diante dos mais diversos atores, a partir do

conjunto; b) Ganhos de escala e ganhos relativos ao poder de mercado, tais como

economias de escala e poder de barganha junto a fornecedores e a compradores; c)

Geração e disponibilização de soluções coletivas, como, por exemplo, serviços de

garanti de crédito, prospecção de oportunidades de negócios, infraestrutura, serviços

contábeis, desenvolvimento de produtos e sistemas de informação; d) Redução de

custos e riscos relativos de ações e investimentos que podem ser assumidos

coletivamente, a exemplo dos custos de prospecção, produção, informação e inovação;

e) Acúmulo de capital social, pelo compartilhamento de normas e valores e pela

geração de confiança entre os associados, proporcionando maior abertura para

discussão de problemas, distribuição igualitária dos resultados obtidos, poder

compartilhado, auxílio mútuo constante, aprendizagem coletiva; f) Condições

favoráveis para atividades de inovação, facilitando a interação e a parceria com

instituições como governo, centros de tecnologia, universidades, empresas de grande

porte, tanto no País quanto no exterior.

O aspecto seletivo é característico por benefícios que podem ser direcionados

somente a membros do grupo. Olson (2011: 72) destaca que outro incentivo para que

indivíduos se sintam “obrigados” a se constituir como membro de grupo, além do

comportamento racional econômico, é o fato de “algumas vezes sentem-se

motivadas também por um desejo de prestígio, respeito, amizade e outro objetivos de

fundo social e psicológico.”. Esse aspecto motivador forma o “status social e constitui

forma de aceitação social, que são benefícios individuais e não-coletivos, funcionando

como incentivo seletivo”. (2011: 73).

No sentido que as ações da Fiep podem ser incentivadoras para que não-

membros tomem a decisão de se tornar membros da organização, e não somente

formas de coerção, como um exemplo de violência não física, Olson (2011: 87) destaca

que:

Muitos sindicatos nacionais tiram alguma força da federação, isto é, do fato de que seus membros pertencem a pequenos sindicatos locais e, portanto, em um certo grau desfrutam das vantagens do pequeno grupo. Os pequenos grupos, por sua vez, podem ser mantidos no sindicado nacional através de benfeitorias não-coletivas fornecidas aos sindicatos locais pelo sindicato nacional.

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Page 16: dryfta-assets.s3-accelerate.amazonaws.com · Web viewAo final, as considerações finais do texto, com destaques sobre semelhanças, diferenças e divergências entre a teoria da

Embora nesse item não é objetivo qualquer análise sobre ações do Estado,

interessante destacar que, quanto a fornecer benfeitorias aos indivíduos, Olson (2011:

105) faz uma analogia pertinente entre sindicato e Estado, demonstrando semelhanças

quanto a objetivos de grupos. Nesse caso, compreendendo que o Estado também é uma

espécie de grupo. Afirma que “tanto o sindicato quanto o Estado proveem

principalmente benfeitorias comuns ou coletivas para grandes grupos. Portanto o

membro individual do sindicato, como indivíduo que paga impostos, não terá

condições de providenciar sozinho o fornecimento de benefício coletivo.”. Da mesma

forma, essas situações também ocorrem em sindicatos constituídos como grupos de

interesses empresariais.

Quanto a capacidade da Fiep de se constituir como importante grupo de

interesses, Olson (2011: 161) considera que “a comunidade empresarial como um todo

não é um pequeno grupo privilegiado ou intermediário.”. No entanto, a afirmação

seguinte a essa frase, em que, ao afirmar que é um grande grupo, considera que “por

isso ela padece dos mesmos problemas organizacionais que os outros segmentos da

sociedade”, não pode ser, atualmente, confirmada, não somente pelo contexto da Fiep

exposto nessa pesquisa, mas também por outras realizadas por diversos autores, tais

como Mancuso (2004) e Santos (2011), que estudaram ações da Confederação

Nacional da Indústria, confirmando que, mesmo sendo grande grupo de interesses, está

plenamente organizada não somente como grupo de pressão, mas também na

disponibilização de vários benefícios não-coletivos.

Contrariamente a afirmação de Olson (2011: 162), acerca da National

Association of Manufacturers, de que “na prática ela é sustentada e controlada apenas

por um punhado de empresas realmente grandes”, o cargo de Presidente da Fiep foi

ocupado por industriais de diversos ramos de atividades, tais como construção civil,

agropecuários, indústrias gráficas, serviços do ramo da segurança, e indústria do

vestuário. Ainda vários atuaram como advogados, engenheiros, líderes de clubes de

serviços. Alguns vieram de sindicatos singulares, então, membros da Fiep. Portanto, de

forma bastante diferente do caso analisado por Olson.

Também a afirmação de Olson (2011: 162) de que os grandes grupos de

interesses por ele analisados “não atraem o apoio direto do conjunto da comunidade

empresarial. [...]. Por essa razão, a comunidade empresarial considerada como um

todo não é excepcionalmente eficaz como grupo de pressão”, também não é sustentada

pelas pesquisas de Diniz (1978), Leopoldi (2000), Mancuso (2004) e Santos (2011), as

16

Page 17: dryfta-assets.s3-accelerate.amazonaws.com · Web viewAo final, as considerações finais do texto, com destaques sobre semelhanças, diferenças e divergências entre a teoria da

quais contrariam fortemente a versão sobre Debilidade Política, a algum tempo,

apregoada aos empresários como atores políticos.

Outra afirmação de Olson (2011: 172) de que não existem evidências quanto a

que não-membros de grupos de interesses passaram a ser membros foi decorrente das

atividades lobistas, pode ser extensiva à Fiep, pois, de acordo com entrevistas não

estruturadas com empresários industriais, o incentivo foi a amplitude de serviços não-

coletivos disponibilizados pelo Sistema Fiep (Sesi, Senai e IEL).

Ações do Sistema Fiep atuam de acordo com as considerações de Olson

(2011:186), quais sejam: “À medida que o desenvolvimento econômico prossegue e a

tecnologia se torna mais sofisticada, provavelmente também é verdade que educação e

pesquisa se tornam proporcionalmente mais importantes, e muitos tipos de educação e

pesquisa parecem prover significativas benfeitorias para a sociedade.”. Com base no

site da Fiep podem ser verificadas várias ações do Sesi, Senai e IEL, com vistas a

proporcionar educação, não somente ligada a treinamentos técnicos específicos para

determinados ramos de atividade empresarial, tais como a indústria do vestuário e para

a indústria metalomecânica, por exemplo.

Por meio do projeto intitulado Graduação Tecnológica, o Senai também atua

em cursos regulares de graduação nas seguintes áreas: Manutenção Industrial, Design

de Modas, Automação Industrial e Alimentos. Também oferece cursos de pós-

graduação, lato e stricto sensu, nas seguintes áreas: Eficiência Energética na Indústria,

MBA em Gerenciamento de Projetos, Gerenciamento de Obras de Edificações, Gestão

da Manutenção Industrial, Gestão da Qualidade e Segurança de Alimentos, Serviços e

Equipamentos de Redes, Design de Moda, Gestão Estratégica em Moda, Gestão

e Marketing Digital para Moda, Industrialização de Produtos de Origem Animal, e

Refrigeração e Climatização aplicada à Indústria Alimentícia.

Olson (2011: 187) ainda considera que, da mesma forma que o Estado

aumentou sua capacidade de prestação de serviços, principalmente pela demanda da

sociedade, também grupos de interesses agem da mesma forma.

Derivado desse aumento na prestação de serviços coletivos, por parte do

Estado, e de serviços não-coletivos por parte de grupos de interesses, é possível afirmar

que também aumentaram as externalidades para os dois tipos de grupos de interesses, o

Estado e a Fiep. Olson (2011) considera que esse aumento decorreu por três motivos:

1) Aumento do número de problemas que requerem ação governamental em serviços

passíveis de serem oferecidos, também, pela iniciativa privada; 2) Aumento dos

17

Page 18: dryfta-assets.s3-accelerate.amazonaws.com · Web viewAo final, as considerações finais do texto, com destaques sobre semelhanças, diferenças e divergências entre a teoria da

impactos das externalidades, por meio dos serviços prestados pelos dois grupos de

interesses, junto à sociedade e para os membros das organizações privadas,

principalmente as externalidades ligadas ao “bem-estar”; e 3) Possível aumento de

conflitos entre indivíduos, decorrentes de determinadas externalidades proporcionadas

pelos dois grupos de interesses.

Constatadas as ações do Sistema Fiep, pode-se considerá-los como decorrentes

do que Olson (2011: 190) chama de “empreendedorismo político”, quando acentua

que “líder que ajuda a organizar esforços para prover um benefício coletivo” faz com

que a

sociedade possa chama-lo de “empreendedor

político.”.

Como empreendedor político, a Fiep também atua em negociações políticas

junto aos poderes Executivo e Legislativo, o que provoca “custos de negociação que

não podem ser ignorados”. (Olson, 2011: 190). Ainda acentua que o ato de negociar

toma tempo, e que os membros do grupo “perdem algo a cada dia que passa sem terem

um suprimento ótimo no futuro.”. Esse fato acentua que o custo a ser considerado não

são somente aqueles compreendidos como gastos financeiros, mas com base no site da

Fiep, todos são empresários industriais, portanto, uma parte do tempo que, em

princípio, dedicariam a sua atividade empresarial, destinam para atividades inerentes

aos objetivos da Fiep.

Finalmente, de acordo com o Estatuto da Fiep, a busca pela inovação em

serviços não-coletivos que podem ser colocados à disposição aos membros, e também

para não- membros, está em sintonia que a afirmação de Olson (2011: 192), quando

acentua que “o empreendedor de sucesso no caso do grande grupo, então, é acima de

tudo um inovador na área dos incentivos coletivos. Dado que os grandes grupos são

muitas vezes integrantes de coalizões ainda maiores e podem eles mesmos conter

muitos subgrupos, o empreendedor que trabalhar com um grande grupo com

frequência será também um barganhador, como o é no caso do pequeno grupo.”.

A Fiep está completamente em sintonia com essa afirmação. Como componente

de uma coalização sindical, acompanha as outras federações de empresários industriais

existentes no Brasil, por meio da coordenação da Confederação Nacional da Indústria.

Acrescente-se o fato de que a Fiep é comporta por 108 sindicatos singulares, nesse

caso, compreendidos como subgrupos.

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Page 19: dryfta-assets.s3-accelerate.amazonaws.com · Web viewAo final, as considerações finais do texto, com destaques sobre semelhanças, diferenças e divergências entre a teoria da

7. CONCLUSÕES

A teoria da Lógica da Ação Coletiva (LAC) proposta por Olson (2011),

apresentada em 1965, mesmo que diante de aspectos não constantes e ainda

considerando novas realidades determinadas por mudanças sociais, econômicas e

tecnológicas, ainda permite análises sobre ações de associações, neste texto também

chamadas de organizações, que visam alcançar objetivos que sejam, em sua maioria de

com alguma unanimidade, comum aos seus membros.

Olson destaca que, embora os indivíduos que entendem que somente por meio

de ação conjunta é que o alcance de seus interesses é possível, podem não conseguir

aqueles que são somente seus. Mesmo com esse problema, indivíduos ainda entendem

que a ação coletiva deve ser a melhor forma para alcançar objetivos. Essa percepção da

necessidade da ação coletiva também foi destacada por Melo Júnior, quando analisa a

obra From Mobilization to Revolution, de Charles Tilly (1978).

Na apresentação das atividades da Fiep e com base nas comparações com o

conceito e premissas da LAC, aspectos da atualidade confirmam várias ações de

membros dessa organização tem, como componente dos critérios de decisão, a

racionalidade econômica. Entre as confirmações está o fato de que a Fiep é um grupo

de interesse que exerce pressões. Conforme a LAC, a Fiep está configurada como

grande grupo, com características de ser exclusiva e inclusiva em suas atividades.

Assim como grandes grupos analisados por Olson, a Fiep não tem condições de

limitar os serviços não-coletivos a somente as empresas industriais filiadas aos

sindicatos que compõem a federação. Portanto, os custos decorrentes das atividades são

suportados pelos sindicatos membros, mas disponibilizados a toda a sociedade

paranaense. Esse aspecto pressiona para a dificuldade em diminuir os custos

individuais para os empresários industriais, os quais, a partir do momento que se

tornam filiados aos sindicatos, assumem a responsabilidade pelo fornecimento de

recursos financeiros.

Por outro lado, é por meio do fornecimento de serviços não-coletivos que os

sindicatos membros da Fiep tem a oportunidade de obter aumento da quantidade de

empresas industriais como filiados aos sindicatos. Compreendendo esse aspecto, tanto

a Fiep como seus sindicatos membros buscam, cada vez mais, aumentar e melhorar a

qualidade dos serviços não-coletivos.

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Page 20: dryfta-assets.s3-accelerate.amazonaws.com · Web viewAo final, as considerações finais do texto, com destaques sobre semelhanças, diferenças e divergências entre a teoria da

Decorrente dos objetivos da Fiep consignados no Estatuto, também estão as

atividades ligadas ao lobbying, que executam junto ao Executivo e Legislativo

estadual. Nesse aspecto, contrariamente a afirmação de Olson, que os lobbies são

subproduto das organizações, a Fiep tem aumentado a destinação de recursos para essa

finalidade. Essa decisão está configurada no fato de que somente por meio de ações

conjuntas, com o peso de “status político” (Offe, 1995), é que a Fiep procura contribuir

para que os objetivos das empresas industriais paranaense alcancem seus objetivos.

Para orientar as ações de lobbying, a Fiep constrói, anualmente, sua Agenda

Legislativa da Industria do Estado do Paraná.

Outra semelhança com a LAC é o fato de que a Fiep “recorre com frequência”

a pequenos grupos, já organizados na estrutura hierárquica da entidade. Também deve

ser destaco o fato de que entre a LAC e a Fiep é o fato da entidade ser identificada como

“empreendedor político”, pelo aspecto de que coordena ações conjuntas, em coalizão

política, com várias outras entidades que representam, no Estado, outros ramos de

atividades. Esse conjunto de entidades é chamado de G7.

Finalmente, embora, no período de 2005 a 2015, a Fiep não tenha se colocado como

importante ator quanto a sua capacidade de influenciar alterações na legislação do ICMS no estado

do Paraná, esse texto confirma que é possível analisar as ações de qualquer grupo de

interesse sobre a ótica da Lógica da Ação Coletiva, principalmente para que os

aspectos destacados por essa teoria sejam atualizados com o contexto atual, e

principalmente que seja posto frente a realidade de qualquer grupo, permitindo,

portanto, confirmar, ou não, as premissas dessa teoria, não com o objetivo de contestá-

la, mas, sim, trazendo novas perspectivas nas análises de qualquer grupo de interesse.

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NILTON FACCI

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[email protected] do Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Estadual de Maringá. Brasil. Doutora em Administração Pública e Governo pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.

MARCO ANTÔNIO CARVALHO [email protected] e pesquisador do Departamento de Gestão Pública junto a Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas de São Paulo. (EAESP-FGV). Leciona nos cursos de graduação em Administração Pública e Administração de Empresas, bem como no Mestrado e Doutorado em Administração Pública e Governo e, também, no Mestrado Profissional em Gestão e Políticas Públicas.

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