disturbio alimentar-versão final

13
Fisiologia Humana e Comparativa 1 – BIF 211 Profa. Débora R. Fior Chadi TRABALHO SOBRE DISTURBIOS EMOCIONAIS: DISTÚRBIOS ALIMENTARES Grupo Noturno: Alexandre Igari Eleonora Aguiar Ilton Narita Juliana Paz Kalina Endo Miguel Romero I – O QUE É E COMO SE MANIFESTA O que é Distúrbio Alimentar? Distúrbio Alimentar é uma condição em que a pessoa se importa demais com o seu peso e sua aparência física e têm um comportamento alimentar anormal. Há dois tipos principais de distúrbios alimentares: anorexia nervosa e bulimia nervosa. Em vários casos, o paciente anoréxico torna-se bulímico. A causa dos distúrbios alimentares é uma combinação de fatores psicológicos, sociais e biológicos. No passado, pensava-se que a causa dos distúrbios alimentares era a recusa da jovem a crescer e se tornar mulher. No entanto, estudos recentes mostram que ao lado dessa teoria, a personalidade do indivíduo, uma imagem distorcida do próprio corpo, relações familiares e o stress ambiental podem ser também causas psicológicas e sociais dos distúrbios alimentares. Mais adiante serão abordadas em mais detalhes as causas biológicas dos distúrbios. O que é Anorexia? Anorexia Nervosa é uma condição (usualmente afeta mulheres, mas também afeta homens) em que o afetado tem um medo mórbido de engordar. É uma obsessão em ser magro. No passado, anorexia era vista predominantemente como uma condição física ao invés de uma condição psicológica. Atualmente, é largamente reconhecida como psicológica.

Upload: mromerousp

Post on 14-Nov-2015

218 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

resenho de estudo

TRANSCRIPT

O que Distrbio Alimentar

Fisiologia Humana e Comparativa 1 BIF 211

Profa. Dbora R. Fior Chadi

TRABALHO SOBRE DISTURBIOS EMOCIONAIS: DISTRBIOS ALIMENTARES

Grupo Noturno:

Alexandre Igari

Eleonora Aguiar

Ilton Narita

Juliana Paz

Kalina Endo

Miguel RomeroI O QUE E COMO SE MANIFESTA

O que Distrbio Alimentar?

Distrbio Alimentar uma condio em que a pessoa se importa demais com o seu peso e sua aparncia fsica e tm um comportamento alimentar anormal. H dois tipos principais de distrbios alimentares: anorexia nervosa e bulimia nervosa. Em vrios casos, o paciente anorxico torna-se bulmico.

A causa dos distrbios alimentares uma combinao de fatores psicolgicos, sociais e biolgicos. No passado, pensava-se que a causa dos distrbios alimentares era a recusa da jovem a crescer e se tornar mulher. No entanto, estudos recentes mostram que ao lado dessa teoria, a personalidade do indivduo, uma imagem distorcida do prprio corpo, relaes familiares e o stress ambiental podem ser tambm causas psicolgicas e sociais dos distrbios alimentares. Mais adiante sero abordadas em mais detalhes as causas biolgicas dos distrbios.

O que Anorexia?

Anorexia Nervosa uma condio (usualmente afeta mulheres, mas tambm afeta homens) em que o afetado tem um medo mrbido de engordar. uma obsesso em ser magro. No passado, anorexia era vista predominantemente como uma condio fsica ao invs de uma condio psicolgica. Atualmente, largamente reconhecida como psicolgica. Estima-se que 1% das estudantes secundrias so anorxicas. As vtimas tambm esto sujeitas a a tendncias bulmicas, como abusos com laxantes e diurticos. Os mdicos diagnosticam uma pessoa como anorxica depois que ela tenha perdido mais que 15% do seu peso normal.

Como a Anorexia se manifesta:

A pessoa tem medo de ganhar peso, mesmo que seja um ganho pequeno

A pessoa no mantm o seu peso normal pois submete-se a jejum

A pessoa sempre acredita que tem que comer menos

Elas negam que esto com fome

Elas se imaginam sempre gordas ou no-magras

Elas ficam muito cansadas, mas permanecem muito ativas

Apresentam amenorria (perda do perodo menstrual)

Esto sempre com frio

Tm dificuldade de concentrao

Tm baixa auto-estima

Isolam-se de amigos e da famlia

Tm um crescimento anormal dos plos corporais

Apresentam perda de cabelo

Apresentam constipao e dor abdominal

Sintomas comportamentais:

Restrio severa de alimentao

Comportamento alimentar ritualstico, como contar mordidas, cortar comida em pedaos pequenos, brincar com a comida no prato e preparar comida para os outros recusando-se a com-la.

Comportamento obsessivo por coisas menores

Exerccio excessivo para perder peso

Medo excessivo de engordar

Veste-se com roupas largas ou sobrepostas para esconder a perda de peso

Pode vomitar, usar laxantes, diurticos ou enemas para se livrar do que comeram

Mudanas de humor

Sentimento de insegurana sobre suas habilidades

Sentimento de auto-avaliao determinada em funo do que est comendo

Riscos:

Freqente tontura e desmaios

Fadiga

Desbalanceamento eletroltico

Anemia

Desidratao

Diminuio dos rgos internos

Pulso baixo

Problemas renais

Arritmia cardaca levando a possveis ataques cardacos

Osteoporose

Ressecamento da pele

O que Bulimia?

A bulimia uma sndrome caracterizada por acessos repetidos de hiperfagia e uma preocupao excessiva com relao ao controle do peso corporal conduzindo a uma alternncia de hiperfagia e vmitos ou uso de purgativos. Este transtorno partilha diversas caractersticas psicolgicas com a anorexia nervosa, dentre as quais uma preocupao exagerada com a forma e peso corporais. Os vmitos repetidos podem provocar perturbaes eletrolticas e complicaes somticas. Nos antecedentes encontra-se freqentemente, mas nem sempre, um episdio de anorexia nervosa ocorrido de alguns meses a vrios anos antes.

Como a Bulimia se manifesta:

As compulses peridicas parecem caracterizar-se mais por uma anormalidade na quantidade de alimentos consumidos do que por uma avidez por determinados nutrientes, como carboidratos. Tipicamente, o alimento consumido durante os ataques inclui doces e alimentos com alto teor calrico, tais como sorvetes ou bolos.

A compulso peridica freqentemente prossegue at que o paciente se sinta desconfortvel, ou mesmo dolorosamente repleto.

A caracterstica essencial da Bulimia Nervosa o uso recorrente de comportamentos compensatrios inadequados para prevenir o aumento de peso.

A tcnica compensatria mais comum a induo de vmito aps um episdio de compulso peridica. Este mtodo purgativo empregado por 80 a 90% dos pacientes com Bulimia Nervosa que se apresentam para tratamento em clnicas de transtornos alimentares.

Em alguns casos, o vmito torna-se um objetivo em si mesmo, de modo que a pessoa come em excesso para vomitar ou vomita aps ingerir uma pequena quantidade de alimento.

Os pacientes em geral se tornam hbeis na induo de vmitos e por fim so capazes de vomitar quando querem.

Sintomas comportamentais:

Os pacientes com Bulimia Nervosa tipicamente se envergonham de seus problemas alimentares e procuram ocultar seus sintomas. As compulses peridicas geralmente ocorrem em segredo, ou dissimuladas tanto quanto possvel.

A compulso peridica tipicamente desencadeada por estados de humor disfricos, estressores interpessoais, intensa fome aps restrio por dietas, ou sentimentos relacionados a peso, forma do corpo e alimentos.

A compulso peridica pode reduzir temporariamente a disforia, mas autocrticas e humor deprimido freqentemente ocorrem logo aps.

Os pacientes com Bulimia Nervosa podem jejuar por um dia ou mais ou exercitar-se excessivamente na tentativa de compensar o comer compulsivo.

Os pacientes com Bulimia Nervosa colocam uma nfase excessiva na forma ou no peso do corpo em sua auto-avaliao, sendo esses fatores, tipicamente, os mais importantes na determinao da auto-estima.

As pessoas com o transtorno podem ter estreita semelhana com as que tm Anorexia Nervosa, em seu medo de ganhar peso, em seu desejo de perder peso e no nvel de insatisfao com seu prprio corpo.

Riscos:

Desequilbrio metablico

Depresso com risco de suicdio Perda de peso acentuado com comprometimento do estado geral Hipopotassemia seguida de arritmia cardaca Casos de comportamento multiimpulsivo (abuso de lcool, drogas, automutilao, cleptomania, promiscuidade sexual).O que o Comer Compulsivo (Binge Eating)?

um distrbio caracterizado pelo consumo exagerado de alimentos, no acompanhado de purgao. Neste caso, h uma ingesto excessiva de calorias e muito comum em indivduos obesos, tornando-se mais prevalente com o aumento do peso corpreo. As pessoas que apresentar o comer compulsivo tendem a ser mais velhas do que aquelas que apresentam anorexia nervosa ou bulimia nervosa, sendo a proporo maior nos homens. Geralmente, os comedores compulsivos obesos apresentam depresso em algum nvel e um potencial para problemas vasculares devido ao sobrepeso.

Ainda no h um tratamento teraputico comum para o comer compulsivo e so adotadas as tcnicas utilizados na bulimia nervosa. A maioria dos pacientes que apresenta o distrbio tratada em programas convencionais de perda de peso, que no consideram a questo do comer compulsivamente (deve-se salientar que entre 10% a 20% dos participantes destes programas apresentam esse problema).

Tratamentos especficos encontram-se em fase de desenvolvimento e, alm da psicoterapia, incluem a utilizao de antidepressivos e inibidores de apetite.

Como o Comer Compulsivo se manifesta:

A pessoa come muito sem estar com fome

A pessoa come muito rpido

H desconforto aps comer

A pessoa come sozinha por se sentir envergonhada

H sentimento de culpa e depresso aps comer

Abandona atividades devido vergonha com o tamanho

Sucesso e fracasso atribudos ao peso

Ganho de peso no explicvel por condies mdicas

Sintomas comportamentais:

Come escondido ou sozinho

Ganha peso apesar de comer pouco na frente dos outros

Evita eventos sociais

Mudanas de humor

Usa a comida para compensar o stress

Sensao de falta de controle com comida

Sentimento de auto-estima determinado pelo peso e pelo que ou no comido

Riscos:

Oscilaes de peso

Sobre-peso

Problemas de mobilidade

Diabetes

Hipertenso

Problemas cardacos

II POR QUE ACONTECE REA ENCEFLICA ENVOLVIDA E NEUROTRANSMISSORES

As causas da anorexia e da bulimia no so bem conhecidas, mas variam entre fatores biolgicos e psicolgicos. Entre os fatores biolgicos esto a predisposio gentica e alteraes de substncias neuroqumicas (neurotransmissores), havendo conseqentemente, a desorganizao do comportamento alimentar normal e manuteno do peso. H alteraes de vias dopamingicas, serotonrgicas e de peptdeos opiides.

Uma possvel causa destes tipos de distrbios seria uma alterao nos mecanismos da neurotransmisso de noradrenalina, 5-HT e opiides, em pessoas com anorexia, e de noradrenalina e 5-HT, em pessoas com bulimia. Muitos estudos tm revelado alteraes nos nveis hormonais de pacientes anorxicos, mas estas mudanas so provavelmente os efeitos do transtorno, no as causas.

Alguns pesquisadores sugeriram que o neuropeptdio Y (NPY) pode estar envolvido na anorexia. Indivduos anorxicos apresentam nveis elevados de NPY no lquido cerebroespinhal. Deste modo, acredita-se que o aumento do nvel de NPY seja um resposta perda de peso e que seria parcialmente responsvel pela obsseso por alimento que tpica da anorexia. Alm disso, o nvel alto de NPY provavelmente seria a causa da ausncia de menstruao observada em mulheres anorxicas.

Como poderia se esperar, os nveis de leptina so baixos em anorxicos que esto abaixo do peso. Entretanto, se eles voltam a comer, seus nveis de leptina alcanam valores normais, mesmo antes de seus pesos voltarem ao normal, o que pode dificultar a manuteno do ganho de peso.Um dos fatores associados aos distrbios alimentares so as disfunes identificadas na atividade dos hormnios e dos neurotransmissores, que mantm o equilbrio entre dispndio de energia e ingesto de alimentos. Essa regulao constitui um processo complexo que envolve diversas regies do crebro e vrios sistemas orgnicos.

As vias nervosas que descendem do hipotlamo, na base do crebro, controlam os nveis de hormnios sexuais, tireide, e a secreo do hormnio adrenal, cortisol, os quais exercem influncia sobre o apetite, sobre o peso corporal, sobre o estado de nimo e tambm sobre as respostas ao stress. Os neurotransmissores serotonina e norepinefrina so encontrados nessas vias hipotalmicas. Estudos farmacolgicos revelam a importncia da serotonina como um modulador dos padres de consumo normal de alimentos. As substncias que atuam de modo seletivo sobre o sistema serotoninrgico exercem importantes efeitos sobre a conduta alimentar. No mbito dos pacientes com transtornos alimentares observam-se alteraes da serotonina cerebral e de seus metablitos.

Os transtornos da conduta alimentar, por sua vez, podem ser corrigidos, ao menos parcialmente, mediante a administrao de substncias serotoninrgicas (Silva, 1994). Observa-se tambm a participao da leptina, hormnio produzido em clulas adiposas brancas, que uma vez na corrente sangnea, interage com receptores prprios em vrios centros hipotalmicos.

Hoje em dia, investiga-se a hiptese de que a obesidade possa resultar de uma diminuio da sensibilidade do organismo aos efeitos da leptina. Negro (1998) realizou estudo para verificar se h uma diferena no padro de secreo diria de leptina entre os sexos. Concluiu que as mulheres necessitam do dobro da concentrao plasmtica de leptina, quando comparadas aos homens, indicando que uma possvel resistncia leptina pode contribuir para que as mulheres sejam mais suscetveis que os homens a transtornos acompanhados de alteraes neuroendcrinas.

Outra hiptese que os distrbios alimentares sejam influenciados pela atividade das encefalinas e endorfinas, substncias similares aos opiceos produzidos no corpo. Como a maioria dos distrbios psiquitricos, existem tambm indicaes de que a anorexia e a bulimia fazem parte do histrico familiar. A taxa de anorexia entre mes e irms de mulheres anorxicas de 2% a 10%. Num estudo comparativo, a anorexia foi constatada em 9 de 16 gmeos univitelinos de pacientes anorxicos, mas apenas em 1 dos 14 gmeos fraternos.

Alm disso, um estudo sugere relao entre anorexia e sistema imunolgico Um defeito no sistema imunolgico pode ser responsvel por alguns casos de anorexia e bulimia. Cientistas encontraram evidncias de que as doenas alimentares podem ser resultantes de distrbios imunolgicos semelhantes queles que, acredita-se, estariam por trs da esclerose mltipla e da artrite. Os pesquisadores, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, analisaram amostras de sangue de mulheres que sofrem de anorexia, bulimia ou das duas condies para verificar a presena de agentes qumicos do sistema imunolgico, os anticorpos. Em circunstncias normais, os anticorpos atacam infeces e agentes estranhos que podem representar uma ameaa ao organismo. Mas ocasionalmente, distrbios imunolgicos podem levar os anticorpos a atacar os tecidos do prprio organismo. Os pesquisadores descobriram que a maior parte dos pacientes produz anticorpos que se acoplam a clulas de duas estruturas encontradas nos crebros o hipotlamo e a glndula pituitria. Ambas as estruturas secretam substncias qumicas que regulam o metabolismo humano. No est claro se - ou como - os anticorpos afetam os crebros de mulheres com distrbios alimentares. Mas os pesquisadores acreditam que os anticorpos podem destruir ou interferir indiretamente nos sinais do crebro que regulam a ingesto de comida e o peso do corpo. No entanto, eles enfatizam que a presena dos anticorpos no garante que uma pessoa desenvolva um distrbio alimentar. Os mesmos anticorpos foram encontrados em uma pequena quantidade de pessoas saudveis. Mas h vrias razes para o envolvimento do hipotlamo e da glndula pituitria, uma vez que essas estruturas regulam o apetite e a imagem do corpo.

III O QUE TEM SIDO FEITO PARA CONTROLE DROGAS E INTERVENES

Procedimento de cura para os distrbios alimentares

Para que a disfuno seja completamente sanada, necessrio que o tratamento aborde tanto a parte fsica quanto psicolgica do paciente. Num primeiro estgio, o tratamento se concentra principalmente na recuperao fsica. No caso da anorexia e bulimia, o tratamento psicolgico no surte efeito nesta fase inicial, principalmente porque o paciente no reconhece o estado crtico em que se encontra. Quando o peso estiver a 85% do normal, aproximadamente, inicia-se o tratamento psicolgico. Se o paciente permanecer numa fase boa por trs a cinco anos, considera-se que a cura foi completa.

Apesar de ainda no haver uma maneira de se prevenir a anorexia ou bulimia, pode-se detectar este tipo de distrbio em seus estgios iniciais, por exemplo, atravs do acompanhamento do peso de estudantes com idades entre 12 e 15 anos, nas escolas. Nesta fase da vida, o peso tende a aumentar naturalmente com o passar dos anos. Um peso constante ou o seu declnio ao longo do tempo seria indicativo de algum problema e um sinal de alerta para que os pais fossem notificados a encaminhar a criana para um hospital. A adoo de uma poltica de divulgao nas escolas poderia ajudar a combater a doena, por exemplo, quando uma criana percebe que a outra no est comendo suficientemente e ento perguntar se est tudo bem com ela. Essa percepo tambm vir dos educadores, uma vez que as crianas passam um bom perodo na escola.

As trs fases para a reabilitao

Fase de Avaliao

Quando um paciente inicia um tratamento para distrbio alimentar, ele avaliado por um psiquiatra e um nutricionista, que realiza uma srie de avaliaes nutricionais. O objetivo recolher informaes dos hbitos alimentares e o desenvolvimento dos sintomas, detectar complicaes relacionados com o problema de alimentao e realizar diagnsticos.

Reunindo e avaliando todos os dados, um plano de tratamento realizado. Geralmente recomenda-se o tratamento no hospitalizado do paciente, exceto nos casos em que o distrbio coloque o paciente em risco de morte ou quando apresente srios problemas mdicos nestas situaes recomenda-se a hospitalizao parcial ou intensiva.

Fase de tratamento

Nesta fase, o tratamento focado nas condies fsicas e necessidades emocionais. Uma vez analisado o problema e feito um plano de tratamento, a teraputica se utiliza de uma ou mais das seguintes modalidades:

Terapia individual, familiar ou em grupo

Aconselhamento nutricional

Psicoeducao

Medicao, quando necessrio

O tratamento deve ser reavaliado e o seu plano individual atualizado de acordo com o progresso mdico e psicolgico do paciente.

Preveno contra recada

Durante o tratamento, aplica-se gradativamente tcnicas novas e mais efetivas no combate contra o problema, de modo a manter o paciente num estgio seguro e controlado. Geralmente, aps a internao, aplica-se o tratamento no hospitalizado para consolidar o progresso na recuperao do paciente. Depois, a terapia reduzida gradualmente para que as recm adquiridas habilidades de controle alimentar sejam cuidadosamente monitoradas.

Alm disso, o paciente pode ingressar em um grupo de apoio, onde poder partilhar das suas experincias com os demais participantes, alm de aprender e receber apoio dos que esto num estgio mais avanado do tratamento.

Tratamentos especficos

Anorexia

A principal dificuldade fazer com que a paciente entre num plano de tratamento, pois a negao da doena faz parte do quadro clnico. As pacientes geralmente consideram os mdicos como inimigos e como pessoas que apenas querem realiment-las. Assim, os profissionais da sade devem encorajar os hbitos saudveis de alimentao, sem que isto se torne o foco nico do tratamento.

Em situaes clnicas em que seja necessria a internao da paciente, muitas vezes devido caquexia, so adotados procedimentos de correo hidroeletroltica, dieta hipercalrica, correo de alteraes metablicas e tratamento psiquitrico, mesmo contra a vontade do paciente.

O encorajamento, a adoo de atitudes mais sadias por parte da paciente deve ser recompensada com elogios e diminuio da restrio de sua mobilidade. indicado o uso de psicoterapia para modificao de comportamento, crenas e esquemas falhos de pensamento.

indispensvel o uso de frmacos, geralmente, antidepressivos que contenham tricclicos e que apresentem como efeito colateral o estmulo do apetite e o ganho de peso, como o caso da maprotilina, amitriptilina ou clomipramina. No caso de necessidade de sedao, recomenda-se que seja feita com neurolpticos, preferencialmente com aqueles que tambm aumentem o apetite, como a levomeprozamina.

Recadas so frequentes e o acompanhamento deve ser feito durante anos.

Bulimia

Os pacientes geralmente so tratados em nvel ambulatorial, exceto nos casos em que o desequilbrio metablico exija uma interveno mais intensiva, sendo, nestes casos, associadas a complicaes como: depresso com risco de suicdio, perda de peso acentuado com comprometimento do estado geral, hipopotassemia seguida de arritmia cardaca e comportamento multiimpulsivo (uso de lcool, drogas, automutilao, cleptomania, promiscuidade sexual).

A prescrio da adoo de um plano de alimentao regular, onde a alimentao, pensamentos, sentimentos e comportamentos experimentados em cada situao so registrados e discutidos de forma tranqila e franca.

O uso da psicoterapia na linha cognitiva e/ou comportamental pode ajudar o paciente no entendimento dos seus aspectos dinmicos e orient-lo em questes prticas como, por exemplo, no planejamento antecipado dos horrios das atividades e refeies, tentar comer acompanhado, no estocar alimentos em casa, pesar-se apenas na consulta mdica, etc.

Os antidepressivos tm demonstrado mais eficcia na diminuio dos episdios bulmicos e incluem antidepressivos tricclicos, ou ISRS (inibidores seletivos da recaptao da serotonina), por exemplo fluoxetina e fluvoxamina, mesmo na ausncia de depresso coexistente.

Transtorno do Comer Compulsivo (Binge-Eating disorder)

Atualmente em estudo, caracterizado pelo fato de os pacientes apresentarem episdios de voracidade fgica. Estes pacientes so na maioria das vezes, obesos e se distinguem dos obesos que no apresentam estes episdios por apresentarem mais co-morbidade psiquitrica e pelo fato da obesidade ser de maior gravidade.

Adota-se o uso de medicamentos que inibem o apetite, denominados anorexgenos. Entretanto, um estudo de quase quatro anos utilizando duas drogas anorexgenas, a fentermina e a fenfluramina, aliadas a modificao de comportamento, dieta e exerccios, mostrou resultados pouco otimistas em relao obesidade grave e mais otimista em obesidades menos graves.

As anfetaminas representam o principal grupo das substncias que inibem a fome, portanto, das drogas anorexgenas. Sintetizadas pela primeira vez em 1887, as anfetaminas so drogas consideradas estimulantes, ou seja, estimulam ou aceleram o funcionamento do crebro e do sistema nervoso central so consideradas drogas psicotrpicas e a sua utilizao ilegal sem o acompanhamento mdico.

importante, do ponto de vista psiquitrico, saber que a perda de peso com dieta, costuma causar depresso, ansiedade, irritabilidade, fraqueza e preocupao com alimentos. Por isso, juntamente com anorexgenos, os antidepressivos e ansiolticos devem ser recomendados.

A Fluoxetina um antidepressivo com propriedades anorticas. Inibe a recaptao de serotonina nas terminaes sinpticas. Pode ser utilizada em dosagens que vo de 40 a 80mg/dia divididas em duas tomadas. Pode causar ansiedade, distrbios do sono, sudorese e nuseas. Sua utilizao indicada em obesos com sndrome depressiva associada.

A Sibutramina tem tanto uma ao serotoninrgica, inibindo a recaptao da serotonina, como tambm um efeito catecolaminrgio. Aumentando a serotonina, a Sibutramina aumenta a sensao da saciedade, agindo tambm sobre a compulso alimentar, enquanto que, aumentando outras catecolaminas, promove um efeito inibidor na sensao de fome.

Enfim, o tratamento para a obesidade objetiva a diminuio do impulso de super-alimentao do paciente. O uso de medicamentos, em associao psicoeducao, so procedimentos adotados no combate ao distrbio.

Medicamentos

Distrbio AlimentarCategoriaPrincpio AtivoNome Comercial

(exemplos)

AnorexiaAntidepressivosTricclicosMaprotilina, Amitriptilina, Clomipramina

SedativosNeurolpticosLevomeprozamina

Bulimia

AntidepressivosTricclicosMaprotilina, Amitriptilina,Clomipramina

Antidepressivos (ISRS) *FluoxetinaProzac Verotina, Eufor, Deprax, Psiquial, Fluxene, Daforin, Nortec

FluvoxaminaLuvox

Obesidade

(inclusive binge-eating disorder)

Anorexgenos

ou

AnfetaminasDietilpropiona ou AnfepramonaDualid, Inibex Hipofagin, Moderine

FemproporexLipomax Desobesi

MazindolDasten, Absten, Moderamin Fagolipo Inobesin

Lipese

Diazinil

MetanfetaminaPervitin

Antidepressivo (ISRS) *FluoxetinaProzac Verotina, Eufor, Deprax, Psiquial, Fluxene, Daforin, Nortec

AntidepressivosSibutraminaPlenty e do Reductil

ISRS *: Inibidores Seletivos da Recaptao da SerotoninaIV - FONTES CONSULTADAS:

Carlson, N. C. 2001. Fisiologia do Comportamento. Ed.Manole. S.Paulo, Brasil. 1 ed. 699p.http://library.thinkquest.org/C007274

http://library. thinkquest. org/277 55

http://www.nead.uncnet.br/revista/psicologiahttp://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/021210_anorexiamv.shtmlhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-http://www.psiqweb.med.br/anorexia.htmlhttp://www.psiqweb.med.br/bulimia.htmlhttp://www.psiqweb.med.br/trats/obesitrat.htmlhttp://www.mentalhelp.com/antidepressivo.htm