disturbio do sistema digestorio parte 2

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12/04/2015 1 Universidade da Região da Campanha Centro de Ciências da Saúde Curso de Medicina Veterinária Disciplina de Clínica de Pequenos Animais DISTÚRBIOS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (parte II) Profª Regina Pereira Reiniger Bagé, 2015 Distúrbios do Estômago Distúrbios do Estômago . Gastrite aguda . Gastrite crônica .Ulceração gastroduodenal .Obstrução do escoamento gástrico .Dilatação vólvulo-gástrico ENTEROPATIAS Diarreia - Secretória resposta vilosa exagerada, levando à entrada de grande volume de fluido isotônico no lúmen. Muito líquido na luz intestinal. Pode ser ativada por toxinas bacterianas (ex. Escherichia coli enteropatogênica, Salmonella spp); Pode ser associada a diarreia osmótica. - Osmótica Associada com a falha de digestão, levando à retenção de nutrientes aumentando o fluido retido no lúmen. Muita proteína na luz osmose puxa água para luz.

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12/04/2015

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Universidade da Região da Campanha Centro de Ciências da Saúde

Curso de Medicina Veterinária Disciplina de Clínica de Pequenos Animais

DISTÚRBIOS DO SISTEMA DIGESTÓRIO (parte II)

Profª Regina Pereira Reiniger

Bagé, 2015

Distúrbios do Estômago

Distúrbios do Estômago

. Gastrite aguda

. Gastrite crônica

.Ulceração gastroduodenal

.Obstrução do escoamento gástrico

.Dilatação vólvulo-gástrico

ENTEROPATIAS

Diarreia

- Secretória resposta vilosa exagerada, levando à entrada de

grande volume de fluido isotônico no lúmen.

Muito líquido na luz intestinal.

Pode ser ativada por toxinas bacterianas (ex. Escherichia coli

enteropatogênica, Salmonella spp);

Pode ser associada a diarreia osmótica.

- Osmótica Associada com a falha de digestão, levando à retenção

de nutrientes aumentando o fluido retido no lúmen.

Muita proteína na luz osmose puxa água para luz.

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Diarreia

- Exsudativa Aumento na permeabilidade, grande volume de

fluido atravessa normalmente o epitélio intestinal para o interior do

lúmen, sendo que 95% são reabsorvidos no íleo e cólon.

Inflamação, neoplasias, ulcerações, cardiopatias – podem

aumentar essa perda enteropatia perdedora de proteínas.

- Por motilidade Ocorre devido a perda de motilidade de

segmentação incapacidade de absorver adequadamete.

- COM SINAIS SISTÊMICOS ou SEM SINAIS SISTÊMICOS

Diarreia

- AGUDA – início súbito, curta duração (< 3 semanas), autolimitante.

Ex. troca de alimentação

. Aguda com risco de vida Parvovirose

- Pode estar associada: Inapetência, letargia, febre, dor abdominal e

desidratação.

- CRÔNICA - Diarreia persistente - > 4 semanas, recorrência.

- Raramente com risco de vida – pode refletir doença subjacente

séria. Ex. Giardíase, Insuficiência Pancreática exócrina, Enterite

eosinofílica, Neoplasia intestinal, Obstrução parcial...

Diarreia do Intestino Delgado

X

Diarreia do Intestino Grosso

Enteropatias agudas

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TRATAMENTO

-Sintomático e suporte

Fluidoterapia

Antibiótico (infecção bacteriana secundária)

Antieméticos (Metoclopramida; Citrato de Maropitant)

Suplementos Vitamínicos (Hemolitan; Metacell;

Glicopan).

Protetores de mucosa

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Intussuscepção

. Invaginação de um segmento intestinal (INTUSSUSCEPTO) dentro

de um segmento adjacente (INTUSSUSCIPIENTE).

Etiologia

. Enterite ativa – jovens . Diarreia intensa . Muitos parasitos

Sinais Clínicos

. Hematoquezia escassa

. Anorexia e Vômito

. Dor abdominal

. “Salsicha”

DIAGNÓSTICO

. Exame clínico

Palpação abdominal – “salsicha” (estrutura tubular firme) + sinais

clínicos e inclusive dor abdominal;

. Radiologia

. Laparotomia exploratória

. Achados laboratoriais

-Leucocitose por neutrofilia e DE ou

-Leucopenia degenerativa indicando isquemia ou perfuração

intestinal com peritonite.

Fonte: Luciara Teixeira, 2011 Fonte: Luciara Teixeira, 2011

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Pedro Wender, 2012

Pedro Wender, 2012 Pedro Wender, 2012

Enteropatias Crônicas

Geralmente – apetite normal com perda de peso!!!

Os animais param o que estão fazendo e liberam uma diarreia em jato.

Diarreia com aspecto de “aveia” ou “espumosa” = esteatorreia.

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Trofozoitos

Trofozoitos

CONSTIPAÇÃO

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DOENÇA DO SACO ANAL

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DISTÚRBIOS DO PÂNCREAS

PANCREATITE CANINA

Independente da forma de apresentação clínica – aguda ou

crônica – essa patologia representa alta taxa de mortalidade,

principalmente por translocação bacteriana. Pode-se encontrar

também a forma necrotizante ou hemorrágica e a forma

purulenta ou abscesso pancreático.

PANCREATITE

Inflamação aguda ou crônica

Ativação intrapancreática de enzimas

Autodigestão progressiva da glândula

FATORES DE RISCO

Obesidade,

Schnauzer, Pastor Alemão, Jack Russel, Chow chow

Refeição gordurosa

Estresse (corticóide)

Cadelas de meia idade;

Sedentárias.

PANCREATITE

Etiologia

hiperlipidemia,

administração de corticóides,

transgreção alimentar,

hipercalcemia,

obstrução de ducto pancreático,

traumatismo pancreático.

Dietas com bx teor de proteínas e ricas em gorduras.

PANCREATITE CANINA

Fatores predisponentes:

- Cadelas de meia idade;

- Obesas;

- Sedentárias;

Doença de inicio súbito

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PANCREATITE CANINA

Sinais clínicos - inespecíficos

Vômito, anorexia, depressão e desidratação

Dor abdominal cranial- leve a intensa = inquietação, ofego,

tremores, abdômen saliente, posição de prece, superfície fria

Diarreia

Febre

Icterícia

Fraqueza ou colapso CHOQUE

DIAGNÓSTICO

- Definitivo – depende da associação de resultados de

concentração de lipase pancreática, imagens de ultrassom

compatíveis e manifestações clínicas.

Hiperlipoproteinemia

Elevação das enzimas hepáticas

Hipocalcemia

Azotemia

Hiperbilirrubinemia

Pancreatite aguda - Bioquímica

CANINO FELINO

Amilase

Hiperamilasemia

Baixa sensibilidade

Baixa especificidade

Amilase

Sem valor diagnóstico

Lipase

Hiperlipasemia

Baixa sensibilidade

Baixa especificidade

Lipase

Sem valor diagnóstico

Amilase e lipase no líquido peritoneal

Pancreatite aguda - Amilase e Lipase

Tripsinogênio e tripsina séricas(TLI)

Baixa sensibilidade

Baixa especificidade

Lipase pancreática específica

Alta sensibilidade

Alta especificidade

(cPL Snap test)

Lipase pancreática específica

Pancreatite aguda - Imunoensaios

Normal Elevada

Pancreatite aguda - Diagnóstico

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http://www.idexx.com/view/xhtml/en_us/smallanimal/inhouse/snap/cpl.jsf?SSOTOKEN=0

SNAP CPL - LIPASE PANCREÁTICA CANINA

- Quando os cães apresentam vômitos, anorexia, dor abdominal

ou outros sintomas o culpado poderá ser o Pâncreas.

- O Snap cPL é a única prova que pode realizar na clínica para

medir os níveis de lipase canina específica do pâncreas.

Paciente: Yorkshire – 11 anos, fêmea.

Dor abdominal intensa, vômito e 960 triglicerídeos, leve alterações ALT, FA..

TRATAMENTO

- Fluidoterapia;

- Antibióticos – Clindamicina, metronidazol, cloranfenicol

- Ou - Cefataxima, cefotiam, ciprofloxacina

- Benzafibrato – para baixar triglicerídeos – 2,5mg/kg BID

Objetivo tratamento: remover a causa base,

restaurar e manter o volume vascular e a perfusão

pancreática, reduzir a secreção, aliviar a dor e fornecer

suporte nutricional.

PANCREATITE FELINA

Letargia, anorexia, perda de peso,

Pode ocorrer vômito

Achado de necrópsia

Frequentemente associada a colangite/colângio -

hepatite

INSUFICIÊNCIA PANCREÁTICA EXÓCRINA

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INSUFICIÊNCIA PANCREÁTICA EXÓCRINA

Perda progressiva de tecido acinar por atrofia ou inflamação

crônica

SINAIS

Perda de peso

Apetite voraz

Coprofagia

Diarreia (gordura, carboidrato e proteína)

Bolo fecal grande de odor rançoso

Borborigmos e flatos

Pelo opaco, mau estado, queda e oleoso no períneo

Estresse (corticóide)

INSUFICIÊNCIA PANCREÁTICA EXÓCRINA

DIAGNÓSTICO

Esfregaços fecais = esteatorréia

Amilorreia

DISTÚRBIOS DO FÍGADO

DISTÚRBIOS DO FÍGADO

FUNÇÕES

Fluxo sanguíneo hepático

Metabolismo

Detoxificação e excreção de drogas e toxinas

Formação e eliminação de bile

DOENÇA AGUDA

Causas tóxicas ou infecciosas

Prognóstico favorável!!

DOENÇA CRÔNICA

Alterações irreversíveis (cirrose)

Prognóstico reservado

SINAIS

Disfunção hepática=icterícia, encefalopatia hepática,

ascite e hemorragia;

Inespecíficas = vômito, diarreia, anorexia, letargia e

perda de peso

Poliúria/polidipsia

Bilirrubinúria

Fezes acólicas

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DIAGNÓSTICO

Pele e mucosa (icterícia –bilirrubina sérica > 2,5 a 3 g/dL)

Palpação abdominal (hepatodinia)

Exame neurológico

Hemograma (anemia leve a moderada)

Urinálise (isostenúria, bilirrubinúria, urobilinogênio, cristais

de biurato de amônio)

Aumento leve – pode ser outras causas.

* Gato = lipidose hepática FA extremamente elevada.

DIAGNÓSTICO

Bilirrubina

Globina

Colesterol

Albumina

Ureia

Glicose