crisleine anad nobrega machado disturbios de...
TRANSCRIPT
CRISLEINE ANAD NOBREGA MACHADO
DISTURBIOS DE COMPORTAMENTO QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE
LEITURIZAQAO E LETRAMENTO
Monografia apresentada ao Centro dePos-Gradu8r;:8o Pesqulsa e Extensao aocurso de Educa<;iio Infantil-Alfabetiza9aoe Pre-Escola, da Universidade Tuiuti doParana. Orientadora: Olga Maria SilvaMattos.
CURITIBA
2000
SUM ARlO
RESUMO .
1 INTRODUc;:Ao .
2. LEITURIZAc;:Ao E LETRAMENTO ..
2.1. NivEIS CONCEPTUAIS LlNGOiSTICOS ..
2.1.1. NivEL 1 PRE-SILABICO ...
2.1.2. NivEL 2: INTERMADIARIO I
iv
6
8
9
9
10
2.1.3. NivEL 3: SILABICO.. 10
2.1.4. NivEL 4: INTERMADIARIO II OU SILABICO-ALFABETICO .. 11
2.1.5. NivEL 5: ALFABETICO .
2.2. METODOLOGIA APLICADA ..
2.2.1. METODO SINTETICO ( TRADICIONAL ) .
2.2.2. METODO ANALiTICO (ATUAL) ...............•••..................
3. DISTURB lOS COMPORTAMENTAIS .
3.1. COMPORTAMENTO INFANTIL NORMAL.
3.1.1. CRIAN<;;A COM 5 ANOS DE IDADE .
3.1.2. CRIAN<;;AS COM 6 ANOS DE IDADE .
3.1.3. CRIAN<;;AS COM 7 ANOS DE IDADE ..
3.2. DISTURBIOS
11
11
12
12
13
13
13
14
15
17
3.2.1. HIPERATIVIDADE . 17
3.2.2. AGRESSIVIDADE .. 20
4. IMPLlCA!;OES EDUCACIONAIS .
4.1. CRIANC;AS HIPERATIVAS .
23
23
4.2. CRIANC;AS AGRESSIVAS .... 25
4.3. PROPOSTAS ESPECiFICAS PARA 0 PROCESSO DA 26LEITURIZAC;AO E LETRAMENTO .
5. CONCLUSAO . 33
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA . . 34
BIBLIOGRAFIA . 35
iii
RESUMO
Os disturbios de comportamento sao de grande importancia dentro do
processo de leituriz8c;ao e letramento, pOis interferem diretamente desde 0 inicio
do desenvolvimento e afetam a relac;ao do individuo com a seu ambiente. A
crian~ passa par niveis conceptuais lingOisticos, que constituem fases de
desenvolvimento quanta a construg8o do pensamento em relac;ao a lingua gem
escrita. 0 professor precisa saber identificar uma crianc;a com problema para
poder conduzir 0 trabalho de leituriza9ao e letramento. 0 comportamento infantil
passa par eta pas de acordo com a faixa etari8 que encontra-se, ocorrendo
periodos de transic;ao com modificac;6es fundamentais, tanto somaticas como
psicol6gicas. Hiperatividade e urn dos disturbios de comportamentos mais
frequEmtes na idade pre-escolar e escolar. As principais caracteristicas deste
disturbio sao: Deficit de atenyao, atividade motora excessiva e impulsividade.
Costuma estar presentes outros sintomas tais como agressividade, labilidade
emocional, negativismo e dificuldades de aprendizagem. 0 comportamento
agressivo contitui uma das altera90es condutuais infantis decorrentes da influencia
dos pais e da sociedade. A agressividade se manifesta pelo ataque fiSiCO, verbal e
camuflado. Funciona tambem como urn desejo de afirmar-se au exibir-se perante
os Qutros. Fatores instigadores proporcionavam 0 desenvolvimento de urn
comportamento agressivo. No ambiente escolar a crianya agressiva e rotulada
como briguenta. Pais e educadores devem buscar soluc;:6es adequadas para
amenizar e/ou solucionar 0 disturbio de comportamento detectado. 0 professor
devera fazer intervenc;6es com crianc;as hiperativas e agressivas. Trabalhara as
iv
unidades menores da escrita, conscientizando os alunos sobre as letras e suas
combinac;;oes,ao mesmo tempo que inicia 0 trabalho com 0 texto. Urn trabalho
integrado e bern desenvolvido por parte de todos os profissionais que lidam com
estas crianyas auxiliarao no desempenho escolar.
1. INTRODU9Ao
Os disturbios de comportamento constituem urn assunto de grande
preocupagao para os educadores porqu8, embora muitos casas exijam assistencia
especializada, a "crian9a problema" geralmente permanece na sala de aula, mesmo
enquanto a tratamento esta S8 realizando.
Alguns professores tern tentado lidar com as disturbios condutuais atraves de
metodos diretos e as vezes drasticos: punigEio fisica, expulsao da sal a de aula,
sarcasmos, repreensao, etc. E passlvel que algumas vezes esses metodos ajudem
uma crian98 que hesita entre seguir normas sociais au urn comportamento anti-
social; contudo, a maieria dos casas, sao desapontadores 0 resultado de tais
"tratamentos diretos"
As manifestagoes freqOentes de alunos hiperativos au agressivos entre 5 e 7
anos, despertaram-me para 0 assunto, pais atuando diretamente com criangas nesta
faixa etaria, observo que estes educandos apresentam dificuldades na aquisi9iio de
conhecimentos no processo de leiturizagao e letramento.
Os educadores devem relacionar 0 trabalho escolar aos desejos e
necessidades do aluno; apresentar incentivos que despertem, na crianga, certos
motivos que a conduzirao ao sucesso.
Como despertar este interesse nos alunos hiperativos ou agressivos para 0
desenvolvimento do processo de leituriza9ao e letramento?
Nesta pesquisa pretendo fornecer subsidios de clarificac;ao para os educ
que atuam com estas crianc;as, auxiliando-os assim na resoluyao dos problemas de
aprendizagem do processo em questao.
2. LEITURlZA9Ao E LETRAMENTO
Muitas especialistas em educa,aa afirmam que alfabetizar significa aprender a
alfabeto, codificar as sinais graficos convencionais da escrita, porem reflexoes
contemporaneas, afirmam que 0 processo da alfabetiz8yao ultrapassa ests ato
mecanico de S8 desenhar letras ou palavras, po is urn individuo alfabetico faz a
rela,aa entre fanema e grafema; aperiei,oa sua artagrafia e gramatica; amplia sua
bagagem cultural; constr6i sua expressividade; pratica leituras multiplas; Ie 0 mundo
e representa-o verbal mente, graficamente e corporalmente.
Assim, a crian98 compreende 0 valor da leitura e da escrita na pratica social,
iniciando a sua transformay8o pSicol6gica, social e polftica.
A terminologia usada atualmente para definir este processo e LEITURIZACiio
E LETRAMENTO.
"Vygotsky tem uma abordagem genetica da escrita: preocupa-se com aprocesso de sua aquisiqao, 0 qual se inicia muitos anas antes da entrada dacrianqa na escola e se estende par muitos anos. Considera, entao, que paracompreender a desenvolvimento da escrita na crianqa e necessaria estudar aque e/e chama de "a pre-hist6ria da linguagem escrita'; isto 13, a que se passacom a crianqa antes de ser submetida a processos de/iberadas de leiturizaqao eletramento." ( OLIVEIRA; 68. 95 ).
Antes mesmo da crianya saber ler social mente, ela ja observa, pensa e vai
adquirindo conceP90es individuais a respeito dos simbolos linguisticos. Essas
concepgoes, que serao muito importantes para desenvolver a consciencia do valor
social da lingua, comegam a ser construfdas desde 0 nascimento. Por volta dos 6 a 8
anos, em geral a crian9a tern uma perceP9090mais apurada do "mundo escrito".
"Kleimen tamMm diz que, a processo de letramento e constituido par praticas eeventos relacionados aD usa, funC;8o e impacto da escrita na sociedade, esegundo a qual a leitura e a escrita realizados pelos alunos e orientada naoapenas pelo processo de escolarizaqao, mas tamMm pela experiencia previae/ou exterior a escola."( MATENCIO; 18,94 ).
Portanto, urn indivfduo que vive num ambiente Istrada ira despertar as
processos que permitem a aquisig80 da leitura e da escrita.
A sala de aula deve ser urn esp8go estimulador que favoreC;8 0 contata da
crianC;:8com uma certa quantidade e variedade de material escrito. Livros, jornais,
gibis, revistas e cartazes estimulam a curiosidade a respeito da leitura e da escrita.
2.1. NivEIS CONCEPTUAIS LlNGOiSTICOS
Os estudos de Emilia Ferreiro e Qutros pesquisadores contemporaneos
mostram que a crianC;8 apresenta "fases" ou "niveis" de desenvolvimento quanta aconstrUC;:80 do pensamento em relag80 a linguagem escrita.
2.1.1. NivEL 1: PRE-SILABICO
A crianc;a neste nfvel comec;a a diferenciar letras de numeros, desenhos ou
simbolos e reconhece 0 papel das letras na escrita.
Ela pode escrever para uma palavra muitas letras, quantidade. Ou pode
apresentar letras diferentes, qualidade.
Por exemplo, para a palavra VACA:
10
• Muitas letras: CABAZIDTXZIT
• Letras diferentes: CADETOU
2.1.2. NivEL 2: INTERMEDIARIO I
Nesta fase, 0 educando faz urna liga980 difusa entre pronuncia e escrita.
Ele escreve a prime ira letra correta e acrescenta varias Qutras sem sentido, sua
produgEio camega apresentar qualidade do valor sonora convencional ( VSC ), porem
encontra-se em conflito.
Por exernplo, para a palavra VACA:
• VCEIZOM
2.1.3. NivEL 3: SILABICO
Quando a crianga chega ao nivel silabico, sente-s8 confiante porque descobre
que pode escrever com 16gica.
Ha maior precisao na correspondemcia som/letra, 0 que nao ocorre
necessaria mente sempre.
A crian,a escreve para cada silaba da palavra urna letra.
Por exernplo, para a palavra VACA:
• Sern V.S.C. - DT
• Corn V.S.C. - AA ( apresenta apenas as vogais da palavra )
ou
VK ( apresenta apenas as consoantes da palavra )
11
2.1.4. NivEL 4: INTERMEDIARIO II OU SILABICO-ALFABETICO
E mais uma vez urn momenta conflitante, pais a crianC;:8 precisa negar a 16gica
do nivel silabico.
o discente come"" a trabalhar com a quantidade ou qualidade, porem ainda
sem certezas.
Por exemplo, para a palavra VACA:
• VCA
• Quando a crianC;:8 escreve VAK esta urn passo da fase alfabetica.
2.1.5. NiVEL 5: ALFABETICO
Quando 0 educando grafa corretamente, por exemplo, a palavra VACA, faz a
relagEio som/letra, constr6i a valor sonora convencional ( VSC ).
E importante destacar que nesse momento a crianc;a escreve foneticamente
( faz a relavao entre som e letra ), mas nao ortograficamente, em direC;:Elo a correc;ao
ortografica e gramatical.
2.2. METODOLOGIA APLICADA
Ha, basicamente, dais metodos possiveis oficialmente reconhecidos para
conduzir 0 trabalho da leituriza9ao e letramento.
12
2.2.1. METODO SINTETICO ( TRADICIONAL )
Consiste em mostrar primeiro as ]etras e ensinar suas correspond€mcias com
sons e depois campor com elas as silabas e as palavras.
2.2.2. METODO ANALiTICO (ATUAL)
Parte do principia de mostrar primeiro as palavras au as frases e ensinar a
identificar nelas as unidades competentes: as latras e as sons.
3. DISTURBIOS COMPORTAMENTAIS
Disturbios comportamentais sao certas condutas que afetam a relaC;8o do
individuo com seu ambiente e interferem negativamente em seu desenvolvimento.
3.1. COMPORTAMENTO INFANTIL NORMAL
Para identificar uma crianC;8 com problemas de condutas e necessaria localizar
o limite entre 0 normal e 0 patol6gico.
3.1.1. CRIANr;:AS COM 5 ANOS DE IDADE
Os lac;os emocionais de uma crianQa com 5 anos de idade com a mae sao
fortes. A mae e 0 centro. Obedece-Ihe prontamente. Gosta de ajuda-Ia em casa.
Apresenta-se nesta faixa etari8 amadurecida, sente-s8 bern no seu mundo, vive
em termos amigaveis com 0 seu ambiente. Podem perturbar-Ihe esse equilibria, mas
ela tende a regressar ao normal. ~Arnold Gesel afirma que "uma crianqa com 5 anos
apresenta-se bem organizada, em paz consigo pr6pria e com 0 mundo."( REIS; 71.
87).
Gostam de pequenas responsabilidades e privilegios, quando necessario
buscam a orientayao dos adultos. Interessam-se par saber fazer coisas dentro do
dominio das suas capacidades.
Nao e urn indivfduo alta mente socializado, seu grupo limita-se a tres pessoas.
Nao ha distinl'ao de sexo.
14
Eo uma crian<;a que apresenta um lundo de seriedade, pensa antes de lalar e
pode ter tambem urn sensa de humor.
E urn grande conversador, talvez apresente na linguagem do que em qualquer
Qutra area do comportamento uma breve tendencia para sarr dos limites. A sua
atividade espontanea tende a ser bem controlada.
Gosta de se submeter a conven<;ao social, de pedir licen<;a e de aguardar que
esta seja concedida. Come<;a a descobrir os delineamentos da ordem social.
Adapta-se com relativa lacilidade a escola.
Porem, com 5 an os e meio, a criany8 tends a ser violenta, explosiv8, cheia de
exigencias e combativa em certos aspectos do comportamento, e como S8 tivesse
entrada em guerra com ela mesma e com 0 mundo.
3.1.2. CRIANCAS COM 6 ANOS DE IDADE
E uma idade de transi<;8o, daC-S8 modific89oes fundamentais, tanto somaticas
como pSicol6gicas, a crian<;8 esta em transformay8.o.
Muitas mass de crian<;as com 6 an os de idade afirmam: " Esta crian<;8 esta
mudada" Pois surgem nelas novas propens6es, noves impulsos, novas sentimentos,
novas ar;oes, novos conftitos. "Dos cinco anos e meio para os seis anos verifica-se,
na verdade, urna tendencia para explos6es bruscas, para a confusao: e urn periodo
de desequilibrio bipolar, de extremos", diz Arnold Gesell ( REIS; 15, 87 ).
Esta sempre numa encruzilhada onde tem constantemente de optar entre duas
direr;6es contrarias. Ela age de muitas maneiras: pula rapidamente de um extremo a
15
Qutro. Chora, mas 0 seu choro transform8-sa facilmente em riso, e a riso em
lagrimas. Diz gastar imensamente da mae, e logo a seguir afirma que a detesta.
Muda com facilidade de urn estado de espirito para Qutro.
Seu eomportamento tende para a vaeila.,ao e a falta de integra.,ao. Brinca
melhor com um eompanheiro do que com dois. Quer ganhar sempre, nos jogos ebriguenta.
A crian98 nesta faixa Stari8 nao esta pre parada para urn ensina puramente
formal da leitura, da escrita e da aritmetica. Interessa-s8 par atividades criadoras.
Agrada-Ihe determinadas rotinas sociais. Encontra-se numa dependencia
estreita do eomando e orienta.,ao da autoridade adulta.
Quanto a sua adapta.,ao a eseola, pode sentir difieuldades, pois tem de ajustar-
S8 a dois mundos: do lar e da escola.
Pode negar-s8 a ir para a escola, devido a qualquer experiencia desagradavel
que tenha vivenciado.
3.1.3. CRIANCAS COM 7 AN OS DE IDADE
Aos 7 anos a erianya atinge um nivel mais elevado de maturidade.
E urna idade agradavel, desde que respeitem as sentimentos da crianya. Tende
a mergulhar em periodos de meditac;ao, durante os quais poe em ordem as suas
impressoes subjetivas: assimila, revive e reorganiza as suas experiencias.
"A crianqa de sete anos entra em prolongados periodos de aquietaqiio e deconcentraqiio em si mesma, durante os quais elabora repetidamente as suas
16
impressoes, afheada do mundo exterior. E uma idade assimifativa, uma ocasiaode ordenar a expen'encia acumufada e de re/acionar experiencias novas com asantigas" (REfS; 115-6,87).Esta S8 tornando consciente nac 56 de si pr6pria, mas tambem dos Qutros.
Possui assim, maior capacidade de socializ8c;80. Porem sua cooperac;ao nao e
intensa, nos jog OS, par exemplo, quer alcam;ar os seus fins individuais, nao sabe
perder.
Nac esta ainda organizada de maneira bastante estavel, verificam-se mudanC;8s
de humor. As vezes e d6cil e Qutras teimosa.
Gosta de trepar em arvores, de arrastar as pes pelo chao, de lutar com os
companheiros, de brincar de policia e ladrao e de guerra. Tern os seus perfodos de
atividade e estouvamento, bern como as de meditac;ao.
Tern sentimento de honestidade. Esta descriminando 0 que a born e mau nas
outras erianc;as e em si. E uma erianya perseverante, sensata e possui capacidade
eritiea.
Ainda e egoeentrica, mas nao esta tao absorvida em si propria. Interessa-se
pela comunidade.
Pareee depender de indicac;oes e de uma orientac;ao verbal, pois quer e espera
que Ihe lembrem quando tem de fazer alguma coisa.
A erianc;a pode nao se mostrar desejosa de regressar a eseola depois das
farias, por pensar que vai ser difieil demais.
17
3.2. DISTURBIOS
AS disturbios condutuais que mais afetam 0 ambiente escolar e familiar das
crian<;as entre 5 e 7 anos sao as comportamentos hiperativDs e agressivos.
3.2.1. HIPERATIVIDADE
Inicialmente foi definido como urn disturbio neurologica, vinculado a lesac
cerebral minima.
Nos anos 60, como sfndrome condutual, tendo como principal sintoma a
atividade motora excessiva.
E na decada de 80, observou-se que a atividade motora excessiva e 0 resultado
do alcance reduzido da aten~ao da crian~a e da mudan~a continua de objetivos e
metas a que eo submetida.
Hiperatividade e urn dos disturbios do comportamento mais freqOentes na idade
prs-8scolar e escolar.
Caracteristicas
As principais caracteristicas deste disturbio sao: deficit de atenQ:8o, atividade
motora excessiva e impulsividade; sem esquecer que, alem destes tr8905
definidores, costuma estar presents outros sintomas tais como agrsssividads,
labilidade emocional, negativismo e dificuldades de aprendizagem.
18
Deficit de aten9ao
Ate os 2 anos de idade a aten\'iio e controlada e dirigida por estimulos.
Entre as 2 e 5 anos surge 0 controle voluntario da atenyao, porem ainda edominada pelos estimulos externos.
A partir dos 6 anos 0 controle da aten\'iio passa a ser interno.
Nas crianyas hiperativas estes processos encontram-se alterados. Apresentam
dificuldades para concentrar sua atenyao durante periodos continuos de tempo. 0
processo da atenyao continua necessitando de estimulos.
Em grupo estas dificuldades aumentam, pois exige rnais atenyao para poder
absorver as informa90es geradas.
Atividade motora excessiva
Observa-s8 uma atividade corporal excessiva e desorganizada, nao tern
abjetivo concreto.
Costumam surgir tambem dificuldades na motricidade grossa enos movimentos
involuntarios de dedos, que interferem na realizayao de certas tarefas.
Impulsividade
No decorrer de seu desenvolvimento normal a crian98 adquire 0 autocontrole.
Nas crianc;as hiperativas a falta de controle constitui urn dos aspectos
relevantss do disturbio. Tern uma tendencia a satisfac;:aoimediata de seus desejos e
pouca tolerancia a frustra98o.
19
Agressividade
A hiperatividade vern acompanhada as vezes de agressividade, provocando
insatisfac;ao no ambiente escolar e familiar.
Labilidade emocional
E a tend€mcia do educando de passar alternadamente e com certa freqOencia
par estado de alegria e de melancolia.
Negativismo
E urna resistemcia exagerada da crianC;8 as imposic;oes que a adulto Ihe faz e
essa resistencia muitas V8zes S8 manifesta em forma de desobediencia,
acompanhada ate de agressividade.
A crianC;8 S8 nega a cumprir ordens e pedidos, fingindo nao Quvi-Ios. A medlda
que cresee, apresenta urn vocabulario que pareee ter apenas urna palavra: nao.
Quanta mais frustrada e incompreendida pelo adulto, mais negativista a crianya
S8 torna.
A crianC;8 negativista e chamada de " teimasa ". Na escola, alem de responder
negativamente a qualquer solicitayao, quando surge a autoridade, ela passa a
responder" eu nao sei ".
20
Dificuldade de aprendizagem
Com freqOemcia, as crian98s hiperativas passam par periodos de angustia e
apresentam serios problemas de comportamento que afetam todas as areas do
aprendizado. Par serem tao agitadas, nao podem concentrar-se multo tempo naquil0
que estao fazendo a dai nasee a dificuldade de aprender.
Evolw;:ao do distUrbio hiperativo
Em idades anteriores ao pre-escolar surgem numerosas e serias alterac;6es do
comportamento, como problemas na alimentayao e sono, inquietaC;80 excessiva e
periodos de negativjsmo ou birra.
Na idade pre-8scolar costumam aparecer a falta de controle, atividade motara
excessiva e deficit de atenyao.
E na idade escolar, al8m dos sintomas citados na fase anterior, comeC;8 a
manifestar-se perturbac;oes que afetam as relac;oes interpessoais e a aprendizagem
escolar.
o surgimento deste disturbio pressupoe interac;6es problematicas no ambiente
familiar, que podem desencadear isolamento ou rejeic;ao social.
3.2.2. AGRESSIVIDADE
o comportamento agressivo constitui uma das alterac;6es condutuais infantis
decorrente da influencia dos pais e da sociedade.
Para alguns auto res ( Lorenz, 1966 ), a agressao e um impulso inato inevit
que desempenhou urna funyao positiva na historia da evoluc;ao do sar humano.
Segundo outras posturas ( Bandura, 1979 ), considera-se que a agressao eaprendida, mediante um processo de aprendizagem social.
Existem posturas intermediilrias ( Bolroby, 1969 ) que conceituam a agressao
como impulso, aprendido em uma historia de frustray80 e necessidades precoces
insatisfeitas.
Manning ( 1978 ) considera que, embora possa-se observar em bebes
explosoes de raiva ( choro, gritos, etc. ), estas manifesta90es nao sao dirigidas ao
Dutro; trata-s8 de express6es de frustrag80 pela insatisfag80 de seus desejos. As
condutas agressivas, propriamente ditas, surgem somente no inicio do segundo ana
de vida, quando a crian9a as realiza jil de forma dirigida ao outro.
Feshbach ( 1970 ) distingue agress5es em manipulativas e hostis.
As agress6es manipulativas sao utilizadas para alcanyar determinados fins,
esta relacionada 80 controle do ambiente e a conservayao da propria identidade. Sao
usadas com frequencia ate os 3 au 4 anos.
As agressoes hostis constitui 0 proprio fim da conduta da criany8, causar dana
par causar dana. A crianc;a agressiva hostil mostra um padrao de comportamento
muito estavel e persistente, ao longo de seu desenvolvimento.
A crianc;a manifesta urn comportamento agressivo em traca de ganhos
positiv~s. Se ista nao ocorre pode frusta-Ia e aumentar sua agressividade.
A agressividade se manifesta pelo ataque:
fisico direto. Ex.: esperneia.
22
fisico indireto. Ex.: esconde objetos e coloca a culpa nos Qutros,
verbal. Ex .. xingar.
camuflado. Ex .. visa abatar a reputac;ao da pessoa a quem S8 quer atacar.
A agressividade funciona tambem como urn desejo de afirmar-se au exibir-se
peranle os oulros.
Fatores instigadores que proporcionam 0 desenvolvimento de urn
comportamento agressivo.
rejei<;ijo dos pais e parentes.
excessiva tolerancia da agressividade.
falta de supervisao dos pais au responsaveis.
desvios sociais dos pais e parentes.
disc6rdias em familia.
tratamento incoerente ( ora muito mirna, ora muita puniy80 ).
usa de punic;6es fisicas dolorosas.
ameac;as de puniry80 ffsica.
lalta de sensibilidade em rela,ao as necessidades da crianya.
No ambiente escolar a crianya agressiva e rotulada como briguenta.
23
4. IMPLlCA«;:OES EDUCACIONAIS
Pais e educadores devem buscar solUl;5es adequadas para amenizar e/au
solucionar a disturbio de comportamento detectado.
4.1. CRIANC;;AS HIPERATIVAS
As intervenc;oesdo professor com crianyas hiperativas sarao:
Trabalhar os principios de aprendizagem da modificac;iio de condula.
Par meio de auto-instruC;6es, a crianC;8 aprende a regular sua conduta. No
inicio, fornecidas pelo adulto, em forma de verbaliza,oes. Mas esta ajuda externa ira
sendo diminuida de forma progressiva e ordenada, para dar lugar a urn maior
envolvimento e iniciativa par parte da crianc;:a.
Sentar a crianC;8 em uma area com minimas distrac;oes estranhas.
Capacitar a crianc;:a periodicamente a levantar-se e andar.
Estabelecer consequemcias imediatas do mau comportamento.
Selecionar as estimulos relevantes para a realiz8C;80 de uma tarafa.
Utilizar instrw;5es breves acompanhadas de refon;o visual.
Fornecer freqOentes lembretes para persistir na tarefa.
Dar oportunidade para manifestar sucesso na turma, focalizando areas de
potencialidade ( "tecnico da sala" em alguma area ).
Turma menor e mais focalizada.
24
o professor deve lembrar da baixa tolerancia destas criangas em re18980 it
frustra,ao, cuidando na sequencia9ao do grau de dificuldade das atividades. A
gradu8C;:flo correta do trabalho e a introdw;:ao de auxilios externos evitarao
experiencias de fracasso para a crianC;:8.
Os pais tambem devem trabalhar alguns aspectos:
Estabelecer rctinas, pois estas crianc;as VaD melhor com programayao
organizada ( rotinas diarias como hara para dormir, para as brinquedos e as taretas
de casa).
Designar it crianC;8 tarefas de rotina, como arrumar a mesa.
Nao mudar as atividades repentinamente. E de ajuda avisar a crianC;:8 que
alga diferente sera feito.
Musica pode ajudar crian9as hiperativas a pegar no sana.
Apoiar atividades estimulantes. Estimular jogos individuals.
Escolher brinquedos apropriados para a idade, pais brinquedos mais
avan<;adas aumentam a frustrayao.
Estimulo positiv~, prom over a autoconfianC;:8 elogiando tarefas bern cumpridas.
Evitar jog as competitivos com outras crianc;as, isto e frequente fonte de
frustravao. Ao inves, encorajar tarefas onde a crianya compita consigo mesma.
Impor disciplina quando necessario, com consequencias negativas par motivo
de conduta inaceitaveL E necessaria definir a compartamento aceitavel e seus
limites. As consequencias pelas transgressoes devem ser coerentes e
implementadas sem demora.
25
Alem dista, naD pedir para a crianc;a ficar quieta par longo periodo de tempo e
evilar idas prolongadas aos mercados au locais de aglomerar;:8o.
4.2. CRIANCAS AGRESSIVAS
As atitudes que deveriio ser tomadas pelo professor ao trabalhar com crian9as
agressivas sao:
Favorecer a participa9iio das crian98s na elabora980 e aplica980 das normas.
Estabelecer regras para si proprio: sar firme, honesto e imparcial.
Chamar as pais e cientifica-Ios no case de brigas au comportamentos
agressivos.
Conscientizar as alunos sabre a necessidade do autocontrole.
Cativar a confianc;a e a seguranc;a dos alunos para que em casa de briga
procurem-no como mediador.
Discutir a importancia e a necessidade de conviverem uns com as QuIros e a
respeitarem pontcs de vistas contriuios denlro de urn mesma assunto.
Preencher sempre 0 tempo com atividades interessantes e relevantes para a
vida dos alunos.
Nao ignorar uma briga, nem mostrar indiferen9a perante ela.
Nunca deixar a turma sem supervisao.
Canalizar a energia dos alunos superativos. Ex .. pintura, desenho, etc.
Planejar tarefas que potencializem a intera~o cooperativa entre iguais, e
permita a ajuda eficaz por parte dos colegas mais adiantados.
26
Recompensar 0 born comportamento.
4.3. PROPOSTAS ESPECiFICAS PARA 0 PROCESSO DALEITURIZA~Ao E LETRAMENTO
o educador trabalhara as unidades menores da escrita, conscientizando as
alunos sabre as letras e suas combinac;oes, ao mesma tempo em que inicia a
trabalho com 0 textc. Portanto, havera um trabalho simultaneo com textos, letras e
palavras.
A uprimeira cartilha" da crian~ devera ser a lisla de chamada da turma, com
evidencia para 0 nome da propria crian9a.
A partir da lista de chamada, a professor dever,; desenvolver estrategias
estimulantes que canalizem a interesse dos alunos hiperativos e agressivos para 0
processo da leituriz8C;8o e letramento, propondo atividade como:
Escrever crachas com 0 nome dos alunos e, com eles, tazer a chamada diaria.
Separar os crachas com names das crianc;as que tern a mesma letra no inicio
e as mesmas letras finais.
Relacionar as names das crian~as com as objetos da sala, como par exemplo:
a janela com a Rafaela. Com esta atividade, a professor orientara a percep~o da
crianc;a para as semelhanc;as de sam e escrita, presentes em partes das palavras.
Fazer a lista da chamada em cartolina com letras grandes, em caixa alta, e
deixar exposta na sala para que a crian~a possa visualizar e encontrar outras
palavras que os nomes das crian9Bs contenham, como par exemplo: Marta e mar.
Trabalhar rimas com os nomes das crianc;as ou dos poemas lidos.
Cada crianga tera seu alfabeto movel para compor a seu nome, ados
da professora ou ate dos textos trabalhados.
Organizar cruzadas com as names dos alunos da sala, no chao com giz.
Escrever as names das crianc;as em frascos plasticos para que elas, num jog a
de boliche, por exemplo: derrubem a garrafa que tern a palavra indicada pelo
professor.
Compor quadros com palavras diversas, em papel-tigre, para ca9a-palavras.
Encontrar palavras dentro de outras como lan9a e bala em balan9a, aba e alho
em trabalho, dar e pesca em pescador, sorvete em sorveteiro.
Confeccionar baralhos com letras, sflabas, palavras e desenhos para compor
jogos diversos com as quais a crianya devera aprender a ler brincando.
Organizar com os alunos urn alfabeto ilustrado, colocando, numa sacola ou
caixa, objetos e gravuras para que sejam pastas sabre urn quadrado contendo letras.
A crianva devera coJocar, par exemplo: a aviao sobre a letra a, a carrinho sabre a
letra c.
Fazer jogos com letras, em bingos por exemplo. Cada crian98 devera ter sua
carteJinha com todas as letras do alfabeto e devera marcar na cartela as letras
sorteadas, em ordens diversas ou com pando palavras.
Compor palavras de acordo com as indica90es dadas, a partir de ratulos,
como por exemplo, BOM-BRIL
Confeccionar cartoes ou blocos de madeira com paJavras e letras para que,
olhando a palavra escrita e a desenho, a crianya monte a palavra observada.
2X
Fazer ditado com objetos: retirar alguns objetos de urna caixa ou sacola.
Mostrar as crianyas e guarda-Ios. Em seguida, solicitar que escrevam a nome dos
objetos que fcram mostrados.
Fazer ditado relampago: 0 professor escreve algumas palavras novas e outras
ja conhecidas da turma e apaga-as rapidamente. 0 aluno tentara escrever as
palavras sugeridas pela professora. Se a crianc;a nao conseguir, a professora e as
colegas devem ajuda-Ia.
Organizar duas caixas para ditado com figuras: urna com figuras, Dutra com as
names das figuras. Urn aluno retira urna figura da caixa e mostra a turma para que
cada colega escreva. Urna Qutra crian<;8escreve a palavra no quadro e a terceira
procura, na caixa, a palavra que foi escrita no quadra, comparando-a
Organizar com as crianC;8s urn dicionario: pesquisar palavras em jornais,
revistas, embalagens, rotulos e compor um dicionario, onde serao registradas as
palavras pesquisadas em ordem alfabetica e 0 seu significado.
Orientar pesquisa de palavras: selecionar palavras de jornais, revistas e
r6tulos e, na sala de aula, compor um texto, usando as palavras selecionadas. 0
professor sera 0 escriba, completando 0 texto com pontos, virgulas e paragrafos,
mostrando aspectos importantes da convenyao grafica.
Tesouro coletivo: usar uma caixa, forrar e escrever com letra caixa alta:
TESOURO COLETIVO. Fazer uma fenda na tampa como se fosse urn cofre. Solicitar
as crian9as que, sempre que desejarem escrever algo, 0 fa9am e 0 guardem dentro
do tesouro. Quando for oportuno, abrir 0 tesouro ever 0 que as crian98s
29
conseguiram escrever. Com certeza, esse tesoura tera coisas muito interessantes
que deverae ser observadas pelo professor, como exemplo: 0 que as crianC;8s estao
escrevendo? Como estao escrevendo? Hi! determinados aspectos que devem ser
retomados? Este material servira de avaliac;ao do trabalho do professor e dos alunos.
o trabalho com textos significativos, a partir de recados, lembretes, receitas,
chegando-se a pequenas hist6rias, deve permear todas as atividades de leitura e
escrita em sala de aula.
Procedendo desta forma, as crianyas hiperativas e agressivas acabarao S8
aventurando na tentativa de escrita, 0 professor deve aproveitar este momento e
encoraja-Ias a escrever. As crianyas devem ser conscientizadas que os equivocos da
escrita acontecem no inicio do processo, preparando-as assim para lidarem com os
erros.
Para esse momento, sugerem-se atividades tais como as que seguem.
Compor urn mural: utilizar notfcias de jornal ou revista que tenham imagem e
texto para compor 0 mural. 0 professor deve provocar a interesse para tentativas de
ler a que esta escrito. Pode ser usado 0 mural para registro de receitas, recados,
avisos, lembretes, fatos significativos.
Organizar com a ajuda das crian9as urn cantinho de revistas em quadrinhos
au jornais, em que aparecem historias para que fiquem a disposi9ao da turma.
Trabalhar com revistas em quadrinho: selecionar com as crianc;as revistas em
quadrinhos. Escolher as historias, ler com as crianc;as e faze-las recontar, oralmente
e par escrito, recriando a tala dos personagens.
)0
Orientar a correspondemcia entre turmas: propor as crian~s que escrevam
bilhetes para as Qulras turmas. No infcio podera ser feito pelo professor 0 registro
das ideias das criang8s.
Trabalhar a sequencia 16gica de hist6rias: formar pequenos grupos e distribuir
varias hist6rias e solicitar que as crianfYas reordenem e escrevam a hist6ria em
grupo. A turma escolhe a hist6ria de que mais gas tau. Esta sera registrada no quadro
pelo professor e copiada pelas crian9as.
Confeccionar com as crianyas uma televisao com caixa de papelao para
apresentac;ao de avisos, recados ou historias dramatizadas.
Para trabalhar com a linguagem em usa e nilo com a linguagem artificial das
cartilhas, 0 professor podera utilizar pequenos texlos de adivinhas, parlendas, trava-
linguas, charadas e quadras poeticas. 0 relevante, nesta atividade, e que a professor
privilegie e de destaque a atividade de leitura e escrita e nao S8 preocupe
exclusivamente, como no casa das adivinhas, com as respostas as mesmas. A
inclusao desses tipos de texles e urn modo de trabalhar com uma linguagem que a
crianya gosta e usa muito para brincar.
Trabalhar com pequenos texlos de adivinhas e charadas. Passar no quadro ou
na cartolina e mostrar aos alunos. Eles levantarao hipoteses e tentarao escrever a
resposta correta.
Selecionar quadras poeticas: solicitar que as crianyas pesquisem, junto a
familiares, amigos e a outras pessoas da comunidade, quadras poeticas para que
31
sejam lidas, escritas e criadas Qutras com base nos exemplos trabalhados. A crianC;8
tambem podera completar palavras em quadrinhas conhecidas.
Colecionar parlendas ( Ditos poeticos pertencentes a cultura oral, que
apresentam rima, fitmo, sonoridade e nao revelam preocupagao maior com 0
significado ). Selecionar varias parlendas e recitar com a turma. Pedir que as
crian~as as repitam oralmente. Escrever as pari end as, em cartolina ou no quadro,
solicitar a turma que as copie e as ilustre. Urna outra atividade, que tambem pode ser
realizada com trava-linguas, e a pesquisa desses dais tipos de ditos poeticos da
cultura oral, junto aos familiares, vizinhos e amigos. As crianC;8s coletarao, trarao aturma, a fim de serem escritos e recitados. Pade-s9 ainda propor que as crianyas
criem parlenctas e trava-linguas, a partir de exemplos conhecidos desses ditos.
Coletar trava-linguas ( Sao tambem ditos poeticos, como as pariendas, mas
que, no geral, possuem uma sucessao de palavras com digrafos ou encontros
consonantais de dificil articulayao, no caso de serem proferidos rapidamente ).
Pesquisar trava-linguas, escreve-Ios no quadro e recita-Ios com as crianc;as. Solicitar
que copiem e ilustrem os trava-linguas.
Ler muita poesia: selecionar varios textos poeticos e ler com frequencia para
toda sala. 0 professor devera enfatizar a entonac;ao, a rima, a ritmo. Solicitar a turma
que, em duplas, produzam uma quadrinha a partir das poesias trabalhadas. Em outra
ocasiao, farao a copia da poesia, ou ainda, a lerao de forma coralizada.
E claro que 0 professor nao deve ditar os poemas. Deve Ie-los e rele-Ios em voz
alta, celeca-Ios no quadro, pedir as crianc;as para cepia-Ios, ilustra-Ios, ceraliza-Ios,
32
dramatizE.!-los, escreve-Ios de outro modo, bern como extrair deles palavras para
trabalhar com un ida des menores da escrita, conscientizando as crianc;as sabre 0
emprego das letras, a partir de urn texto poetico significativo.
5e e lendo que S8 aprende a ter e escrevendo que S8 aprende a escrever, as
atividades com a linguagem na escola devem ser permeadas pelo trabalho com a
texto significativo. E claro que a beleza dos poemas nao pode ser esgotada com
atividades de escrita de palavras, mas nao posso negar que algumas dessas
atividades podem e devem ser feitas para conscientizar as crianc;as sobre as
unidades menores de escrita.
33
5. CONCLUsAo
Leiturizayao e letramento e urn processo ande 0 educando taz descobertas
significativas e constr6i seu conhecimento.
As crianc;:ashiperativas ou agressivas apresentam dificuldade em construir esse
conhecimento, po is possuem urn alto deficit de atenc;:ao e comportamento imaturo,
dificuldade em criar vinculos Gorn seus calegas, realizar atividades em grupo e em
lidar com frustrac;:6es.
Os educadores devem proporcionar atividades variadas desenvolvidas num
clima harmonioso, buscando uma estrutura educacional que leve em conta as
diferen~s individuais permitindo a adaptac;:aodos centeudos e estrategias didaticas
as capacidades e necessidades especfficas de cada crianc;:a.
A psicoterapia. 0 tratamento psicopedag6gico, a terapia ocupacional e a
musicoterapia sao de grande ajuda no tratamento de criany:as com disturbios
condutuais.
Um trabalho integrado e bem desenvolvido p~r parte das pessoas que lidam
com estas criany:as, auxiliarao no desempenho escolar, facilitando a construy:ao do
conhecimento no processo da leiturizac;:ao e letramento.
34
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
1. MATENCIO, Maria de Lourdes Meirelies. Leitura producao de textos e aescola: reflex6es sobre 0 processo de letramento. Campinas, S.P: EditoraAutores Associados, 1994.
2. OLIVEIRA, Marta Kohl de Oliveira. Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento umprocesso s6cio-hist6rico. Sao Paulo: SCipione,1995.
3. REIS, Cardigo dos. A crianca dos 5 aos10 anos - Arnold Gesell. Sao Paulo:Martins Fontes,1987.
35
BIBLIOGRAFIA
1. BARBOSA, Jose Juvsncio. Alfabetizacao e leitura. 2.ed.ver. Sao Paulo: Cortez,Cole,ao magisterio 2° grau. Serie forma,ao do professor. V. 16 1992.
2. BARROS, Celia Silava Guimaraes. Pontos da Psicologia Escolar. Sao Paulo:Atica,1991.
3. BEE, Helen. A Crianca em Desenvolvimento. 7. ed. Porto Alegre: ArtesMedicas, 1996.
4. BIAGGIO, Angela M. Brasil. Psicologia do Desenvolvimento. 9. ed. Petropolis:Vozes, 1988.
5. BlEGER, Jose. Psicologia da Conduta. Porto Alegre: Artes Medicas, 1984.
6. COCCO, Maria Fernandes e HAilER, Marco Antonio. Didatica de alfabetizacao:decifrar 0 mundo Alfabetizacao e socioconstrutivismo. Sao Paulo:FTD,1996.
7. COll, Cesar; PALACIOS, Jesus; MARCHESI, Alvaro. DesenvolvimentoPsico16gico e Educacao. Necessidades Educativas Especiais eAprendizagem Escolar. Porto Alegre: Artes Medicas, v.3, 1995.
8. FERREIRA, Idalma ladeira. Atividades na Pre-Escola. 13. ed. Sao Paulo:Saraiva, 1989.
9. FRANCHI, Egis Pontes. Pedagogia da alfabetiza,ao: da oralidade a escrita.3.ed. Sao Paulo: Cortez. 1991 Disserta,ao ( Doutorado ) UniversidadeEstadual de Campinas.
36
11. JERSILD, Arthur Thomas. PSicologia da Crianca. Belo Horizonte: Itatiaia, 1977.
12. JOSE, Elisabete da Assunyao; COELHO, Maria Teresa. Problemas deaprendizaqem. Sao Paulo: Atica,1991.
13. LEMLE, Miriam. Guia teorico do alfabetizador. Sao Paulo: Atica,1991.
14. MUSSEN, Taul H. 0 Desenvolvimento Psicologico da Crianca. 6. ed. Rio deJaneiro: Zahar, 1972.
15. ESTADO DO PARANA Criancas hiperativas - Elas nao param quietas. 0 quefazer? - 15 a 21 de mar90 de 1998.( Encarte Vip no Jornal ).
16. OLIVEIRA, Zilma de M. Ramos de. A Crianca e seu Desenvolvimento. SaoPaulo: Cortez, 1995.
17. PAllA, Diane E. 0 Mundo da Crianca. Sao Paulo: McGraw-Hili do Brasil, 1981.
18. RODRIGUES, Neidson, Por uma nova escola: 0 transitorio e 0 permanente naeducaciio. 9.ed. Sao Paulo: Cortez,1993.
19. SAU, Gemma Canovas. Seu filho: Desenvolvendo a linguagem. Rio de Janeiro:Globo,1995.
20. SCOZ, Beatriz Judith Lima. Psicopedagoqia. Porto Alegre: Artes Medicas, 1987.
21. SOARES, Magda. Linquaqem e Escola. Uma perspectiva social. Sao Paulo:Atica, 1992.
22. WElL, Pierre. A Crianca 0 Lar e a Escola. 16. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1979.