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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA EM DISLEXIA NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR. Por: Juliana dos Santos Lima Orientada por: Vilson Sérgio de Carvalho Rio de Janeiro 2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA EM DISLEXIA NA

INSTITUIÇÃO ESCOLAR.

Por: Juliana dos Santos Lima

Orientada por: Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro

2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA EM DISLEXIA NA

INSTITUIÇÃO ESCOLAR.

Objetivos: O estudo configura-se pela necessidade de

Mostrar o que é a dislexia e como o

Psicopedagogo vai intervir no

Processo de ensino a um aluno disléxico.

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AGRADECIMENTOS

Neste grande momento da minha vida, agradeço ao

carinho e ao estímulo dado para a caminhada que foi

difícil e gratificante por todos aqueles que direto ou

indiretamente ajudaram na conclusão desse curso.

Agradeço também a Deus que me

guiou e me escutou em todos momentos de

desespero . À minha família que deu força e apoio

para a realização deste sonho e ao meu noivo pelo

apoio e incentivo.

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DEDICATÓRIA

Em especial a Deus que sempre está em primeiro

lugar em minha vida. À minhas irmãs que não fossem

por elas jamais teria pensando em um dia fazer

uma pós graduação. À os meus pais por terem me dado

essa oportunidade única em minha vida.

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RESUMO

A dislexia é um fato presente nas escolas e assim deve ser objeto de estudo e analise por parte dos educadores. O presente estudo monográfico apresenta a Dislexia e o fracasso escolar mediante a este distúrbio da leitura e escrita com o objetivo de identificar o que é dislexia, sintomas, diagnóstico e intervenção no sistema educacional. O embasamento teórico deu se a partir de pesquisas bibliograficas com um texto dissertativo descritivo, vivência como professora de ensino fundamental ao médio e consultas a sites de internet.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada na presente pesquisa deu se a partir de pesquisas

bibliográficas, com um texto dissertativo-descritivo, convivência no ambiente

educacional como professora investigadora e consultas a sites de internet.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 8

CAPÍTULO I – Dislexia o que é? --------------------------------------------------------- 10 1.1 Definições de Dislexia -------------------------------------------------------------- 13 1.2 As várias designações dadas a Dislexia --------------------------------------- 14

CAPÍTULO II – Dificuldade de aprendizagem na leitura e escrita --------------- 17 2.1 As principais manifestações da dislexia e suas características nas competências da leitura e da escrita ------------------------------------------------ 19 CAPÍTULO III – Dislexia e o aspecto legal --------------------------------------------- 21

CAPÍTULO IV – Como obter o sucesso na sala de aula --------------------------- 25 4.1 Dicas e Sugestões ------------------------------------------------------------------- 26

CAPÍTULO V – Atuação do Psicopedagogo ------------------------------------------ 29 5.1 Como o psicopedagogo vai intervir na dislexia ------------------------------ 31 5.2 Roteiro psicopedagogico para a intervenção com a EOCA --------------- 32

CONCLUSÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 37

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS -------------------------------------------------------- 39

WEBGRAFIA ----------------------------------------------------------------------------------- 40

ANEXOS-----------------------------------------------------------------------------------------41INTRODUÇÃO

A dislexia representa, no momento atual um grave problema escolar, para

qual todos os profissionais da educação estão cada vez mais atentos.

Passamos a observar este tema com maior interesse, quando da prática

como professora do ensino fundamental ao medio, ao constatarmos nossas

dificuldades como professora , pois alguns alunos mostravam inteligência

excepcional na observação do mundo, com a oralidade, bom pensamento em

matemática e boa comunicação; porém, não demonstravam as mesmas habilidades

em relação à escrita e leitura. Diante das dificuldades e o não entendimento da

reprovação dessas crianças como única saída possível, a angústia de educadora,

levou-nos a buscar conhecimentos para podemos atuar como pisicopedagoga

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conscientes do papel mediador na superação das dificuldades das crianças sob

nossa responsabilidade educacional. Na elaboração dessa pesquisa, queremos

compreender como o psicopedagogo atua na intervenção da dislexia .

Assim, ao escolhermos esse tema temos a intenção de aperfeiçoar ainda mais a

nossa vida profissional, pois nosso interesse por este assunto se deu ao

observarmos diversos fracassos na aprendizagem . Este fato levou-nos a

buscar mais conhecimentos para que possamos apresentar alternativas de

trabalho ao ter que enfrentar algumas dificuldades apresentadas pelas crianças,

com carinho, responsabilidade e, sobretudo, profissionalismo.

A partir do século XIX, passou-se a dar mais atenção às crianças com problemas

de leitura e que não apresentavam fracassos nas demais disciplinas escolares;

nem possuíam quaisquer deficiência que pudessem explicar as dificuldades para

ler.

Quem descreveu esses distúrbios de leitura, pela primeira vez, foi James Kerr

em 1896. Desse período até aos nossos dias, muitas descrições de crianças com

problemas de leitura e muitas definições foram formuladas.

Atualmente há vários estudos que têm a dislexia como considerada incurável, como

entrave permanente e hereditário na vida de uma pessoa. A escola precisa

buscar mecanismos para superar tais problemas apresentados pelas crianças, e

manter uma relação de companheirismo com os pais, facilitando buscar por

possíveis soluções e encaminhamentos para as pessoas disléxicas.

A pesquisa aqui apresentada é de cunho bibliográfico, onde são presentes os

trabalhos de diversos autores.

Desse modo, o presente trabalho encontra-se assim estruturado.

Capítulo I — Dislexia o que é ? Este capítulo tratou do histórico deste disturbio, a

visão de autores e diversas definições do que é dislexia.

Capítulo II — “Dificuldade de aprendizagem na leitura e escrita” — onde falou-se das

dificuldades apresentadas quando pais e professores não respeitam os

obstáculos apresentados pela pessoa com dislexia.

Capítulo III — “Dislexia e o aspecto legal” — Onde se destacou a importância do

estudo das dificuldades de leitura e escrita na formação do professore o papel do

professor.

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Capítulo IV — “Como obter o sucesso na sala de aula” – onde foram apresentadas

dicas e sugestões para o sucesso na sala de aula.

Capítulo V — “Atuação do Psicopedagogo” – Mostraou-se como ocorre a intervenção

psicopedagogico passo a passo.

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CAPÍTULO I

DISLEXIA O QUE É?

A partir do século XIX passou-se dar mais atenção às crianças com problemas

de leitura e que não apresentavam fracassos nas demais disciplinas escolares,

nem tinham qualquer deficiências que pudessem explicar as dificuldades para

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ler. Quem descreveu esses distúrbios de leitura pela primeira vez, foi James

Kerr em 1896.Desse período até os nossos dias A evolução do que é Disléxia, é

resultante do trabalho de mentes brilhantes que têm-se doado em muitas

pesquisas . Durante esse longo período de pesquisas que transcende gerações,

o desencontro de opiniões sobre o que é Dislexia redundou em mais de cem

nomes para designar essas específicas dificuldades de aprendizado, e em

cerca de 40 definições, sem que nenhuma delas tenha sido aceita. Pesquisas

realizadas por diferentes áreas relacionadas aos campos da Educação e da

Saúde, foram surgindo respostas importantes e conclusivas, como: que

Dislexia tem base neurológica, e que existe uma incidência expressiva de fator

genético em suas causas, transmitido por um gene de uma pequena ramificação

do cromossomo , por ser dominante, torna Dislexia altamente hereditária, que o

disléxico tem mais desenvolvimento em uma área específica de seu hemisfério

cerebral lateral-direito do que leitores normais. Condição que, segundo

estudiosos, justificaria seus "dons" como expressão significativa desse

potencial, que está relacionado à sensibilidade, artes, atletismo, e mecânica.

Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, é uma das

causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no

desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada

como desencadeante de insucessos no aprendizado.

A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se

tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e

desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda

esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma

inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais da

Ciência.

Existem dois mecanismos ligados no ato de ler: o mecanismo de fixação

visual e o mecanismo de transição ocular estes, mais tarde, foram estudados

por outros pesquisadores, e demonstraram que não há diferença entre crianças

disléxicas e não-disléxicas na fixação visual ao ler; os disléxicos, porém,

encontraram dificuldades no mecanismo de transição no correr dos olhos, em

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seu ato de mudança de foco de uma sílaba à seguinte, fazendo com que a

palavra passasse a ser percebida, visualmente, como se estivesse borrada.

Segundo pesquisa realizada na ABD(2006) foi registrado que 20% da

população americana é disléxica, e como observação adicional: "existem muitos

disléxicos não diagnosticados em nosso país". Para sublinhar, de cada 10 alunos

em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de

dificuldades.

Ainda é de extrema relevância considerar estudos americanos, que provam

ser de 70% a 80% o número de jovens delinqüentes nos USA, que apresentam

algum tipo de dificuldades de aprendizado. E que também é comum que

crimes violentos sejam praticados por pessoas que têm dificuldades para ler.

E quando, na prisão, eles aprendem a ler, seu nível de agressividade diminui

consideravelmente.

A falta de consenso no entendimento do que é Dislexia, começou a partir

da decodificação do termo criado para nomear essas específicas dificuldades

de aprendizado; que foi eleito o significado latino dys, como dificuldade; e

lexia, como palavra. Mas que é na decodificação do sentido da derivação grega de

Dislexia, que está à significação intrínseca do termo: dys, significando imperfeito

como disfunção, isto é, uma função anormal ou prejudicada; e lexia que, do grego,

dá significação mais ampla ao termo palavra, isto é, como Linguagem em seu

sentido abrangente.

Podemos concluir que Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado

da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou

Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e

Social. Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de

vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa

primária. Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é

característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.

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1.1 – Definições de Dislexia.

A dislexia aparece através das queixas de dificuldades de leitura e escrita,

comportamento instável, falta de atenção, discordância entre a linguagem e as

demais matérias.

Dislexia é a dificuldade na aquisição da leitura geralmente acomparhada de

distúrbios da escrita, existindo, em maior ou menor grau, perturbações na percepção

associada às dificuldades têmporo-espaciais, ao esquema corporal e a

lateralidade . crianças portadoras da dislexia têm dificuldades em aprender a

ler, e geralmente apresentam distúrbios para com a escrita.

As dificuldades apresentadas por essas crianças possuem níveis

diferenciados os quais podemos destacar em grau maior ou menor em cada

criança.

Tais dificuldades são originadas devido às desordens, confusões na faculdade

de perceber, associada às dificuldades de tempo e espaço, ao esquema corporal

,e de forma literal, essa dificuldades podem estar ligadas

ao domínio funcional de um lado do corpo sobre o outro, como forma de uma

disfunção cerebral mínima.

“A dislexia é uma dificuldade duradoura da aprendizagem da leitura e

aquisição do seu mecanismo, em crianças inteligentes, escolarizadas, sem

quaisquer perturbação sensorial e psíquica já existente”.

Segundo o autor Vitor da Fonseca(1984) podemos observar que a

dislexia é uma dificuldade que pode permanecer por muito tempo na

aprendizagem leitura. Porém esta dificuldade ocorre em crianças que tem as

faculdades de compreensão e aptidão para captar as relações. Sua inteligência é

dita normal, participa das aulas freqüentemente, não possuem dificuldades

auditivas nem visuais e não possuem o intelectual alterado.

Para alguns autores Dislexia é uma alteração nos neurotransmissores

cerebrais que impede uma criança de ler e compreender com a mesma

facilidade com que fazem as crianças com a mesma faixa etária, independente

de qualquer causa intelectual. cultural ou emocional”.

Todas as crianças são normais, até entrar na escola, pois é na escola

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que, através de acompanhamento da aprendizagem da leitura e escrita, é

verificada a dificuldade das crianças em relação às da mesma idade.

A criança disléxica se parece em tudo (ou quase tudo) com as outras

crianças inteligentes, vivas, agradável e esportiva. Apenas se apresenta

abaixo de seu grupo no desempenho da leitura e da escrita, apresentando

uma incapacidade parcial de ler compreendendo o que se lê, apesar de sua

inteligência.

1.2 - As várias designações dadas à dislexia

De acordo com as experiências e base teóricas de cada autor, foram propostas

várias designações que pudessem identificar e descrever as crianças portadoras de

distúrbios de leitura e explicar o seu fracasso.Mas a cada teoria desenvolvida não

faltaram as críticas e a oposição de uma outra linha teórica .

CEGUEIRA VERBBAL CONGÊNITA: Este termo foi usado em 1896 por

Pringle Morgan para caracterizar um rapaz de 14 anos de idade que não

conseguia aprender a ler e a escrever, apesar de sua visão normal. Segundo

este autor, o caso representava um exemplo típico de cegueira verbal congênita,

pois as dificuldades para ler e escrever que o adolescente apresentava eram

decorrentes de um desenvolvimento defeituoso do “girus angularis” — giro cerebral

localizado no lóbulo temporal e responsável pela leitura.

Contrária a esta designação, encontramos as opiniões de Downing e Thackray

(1974) que afirmam que é improvávél que exista uma área cortical ou um

determinado centro específico no cérebro que seja o responsável pelo ato de ler.

Estes autores, partem do princípio de que a leitura è a escrita, ao contrário da

linguagem oral, são atividades muito recentes na vida do homem e, seria

impossível que um determinado “orgão” tivesse se desenvolvido num tão curto

espaço de tempo (a escrita mais antiga surgiu acerca de 3.500 anos). Como

exemplo, os autores citam as sociedades chamadas “primitivas”, que não

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desenvolveram as atividades gráficas (ler e escrever) e, nem por isso, podem

ser chamadas de “disléxicas”.

“STREPHOSYMBOLIA “: Termo que significa “simbolos torcidos” e foi utilizado

por Orton em 1920, para designar crianças que invertiam letras ou números

durante a leitura e a escrita. Segundo Orton, a dislexia seria o resultado de

uma indefinição na dominância lateral, indefinição essa, decorrente da “luta” travada

pelos dois hemisférios cerebrais para se tornarem dominantes.

A idéia subjacente a esta teoria é a de que o cérebro é formado por dois hemisférios

cerebrais, um esquerdo e outro direito, unidos pelo corpo caloso sendo que, um

hemisfério seria o espelho do outro. Na criança destra o hemisfério principal é o

esquerdo, enquanto na criança canhota o hemisfério dominante é o direito, isto

ocorre devido ao cruzamento das vias nervosas. Desta forma a criança que

apresenta lateralidade cruzada acaba vendo em determinadas situações, os

símbolos visuais de forma torcida ou espelhada. Esta teoria já encontra-se

ultrapassada e atualmente não se acredita que os problemas de lateralidade

possam ser a causa da dislexia.

DISLEXIA ESPECÍFICA DE EVOLUÇÃO: definida para caracteriza crianças

com dificuldades na leitura e escrita. É chamada de dislexia específica da evolução,

por pensarem que os sintomas apresentados pelas crianças podem desaparecer

com o tempo; especifica ainda que a dificuldade é só para o campo da leitura e

escrita.

Contudo concluimos que todas as definições dadas a dislexia falam que

dislexia é um termo que se refere a criança que possui dificuldades na leitura e

consequentemente na escrita, por outro lado a criança disléxica não apresenta

nenhum distúrbio sensorial, físico, emocionalou desvantagens sôcio-econômicas e

culturais que possam ser consideradas causasdas dificuldades para aprender a

ler.

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CAPÍTULO II

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA

LEITURA E ESCRITA

“A inteligencia é um processo

não um dom:

Fica se inteligente porque

se aprende”

Neusa Hickel

Quando uma criança apresenta dificuldades, não consegue aprender a ler e a

escrever , ou faz com dificuldade suas tarefas sobre fortes pressões sociais de

pais, professores, e companheiros que contribuem para a formação de uma auto

imagem negativa geralmente não são entendidos as pessoas que a cercam

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acham que está com falta de interesse , desmotivação para estudar , prequiça e

distração . Estas idéias fazem com que pais e professores não respeitem os

obstáculos educacionais que as crianças encontram e estas acabam sendo

rotuladas de “más alunas” sofrendo punições devido ao seu fracasso constante.

E isso acaba transformando as criança com distúrbios de aprendizagem em

sujeitos inseguros, tímidos e sem motivação para qualquer atividade escolar, e

isso muita das vezes ocorre por culpa dos responsáveis. Quando uma criança

apresenta dificuldade para aprender é normal que os pais esperem que ela

melhore por si só e acompanhe o ritmo da turma. Mas na maioria das vezes

acontece da dificuldade aumentar a medida em que o programa escolar vai

aumentando e se tornando mais complexo. E com isso acaba por iniciar um

quadro de fracasso escolar que influencia diretamente na imagem da criança.

Para se evitar esta situação, recomenda se que a partir do momento em que a

criança comece a sentir dificuldades para acompanhar a classe, realize um

diagnóstico com a finalidade de se detectar a causa do não aprender . Este

diagnóstico deve ser feito por um psicopedagogo o qual, deve avaliar todas as

habilidades( perceptivas , motoras, linguísticas, cognitivas ) envolvidas no

processo de leitura e da escrita.Pais e professores devem trabalhar em

conjunto, sem contradizer um ao outro .Não se deve tratar o aluno como um

incapaz e não deixem que os colegas os ridicularizem pelas dificuldades

apresentadas. Caso contrário , além do possível distúrbio em si, ainda haverá um

comprometimento psicológico, gerando baixa auto-estima e outras complicações.

2.1 - As Principais Manifestações da Dislexia e suas

Características nas Competências da Leitura e da Escrita.

As principais manifestações de dislexia nas competências da leitura e escrita

são:

* Atraso na aquisição das competências da leitura e escrita.

* Dificuldades acentuadas ao nível do processamento e consciência fonológica.

* Leitura silábica, decifraria, hesitante, sem ritmo, com bastante correcções erros

de antecipação.

* Velocidade de leitura bastante lenta para a idade e para o nível escolar.

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* Confusões entre letras, sílabas ou palavras com diferenças subtis de grafias ou

de som( a — o, c —o, e— c, f—t, h— n, m— n, v—u, f— v, ch—j, p —t, v—z).

* Confusões entre letras, sílabas ou palavras com grafia similar, mas com

diferente orientação no espaço (b — d, d — p, b — q, d — q, n — u, a — e).

* Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras (ai __ ia, per — pré, fia — fal, me —

em, sal — las, p.a — pal, era — ar)

* Substituições de palavras por outras de estrutura similar, porém com significados

diferente (saltou — salvou, cubido — bicudo)

* Adição ou omissão de sons, sílabas ou palavras (famosa — fama, casaco — casa,

livro — livo, batata — bata)

* Substituição de palavras inteiras por outras semelhantemente vizinhas.

* Problemas na compreensão semântica e na análise compreensiva de textos

lidos.

* Dificuldades em exprimir as suas idéias e pensamentos em palavras.

* Escrita não legível, letra rasurada, disforme e irregular, presenças de muitos

erros ortográficos e dificuldades ao nível da estruturação e seqüenciação lógicas das

idéias,

surgindo estas desordenadas e sem nexo (também ao nível verbal).

Outros sintomas que podem estar associados a este quadro são:

* Dificuldades na memória auditiva imediata.

* Problemas ao nível da dominância lateral (lateralidade difusa, confunde a direita

e esquerda).

* Problemas ao nível da motricidade fina e do esquema corporal.

* Problemas na orientação espaço-temporal.

*A escrita pode surgir em espelho.

Para que seja diagnosticado um caso de dislexia não é necessário que estejam

presentes todos esses indicadores que se apresentam de forma simultânea,

mas estes devem alertar para a possibilidade de um possível caso de dislexia, já

que é preciso compreender a razão destes comportamentos, investigando-os e

procurando encaminhamentos para resolvê-los.

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CAPÍTULO III

DISLEXIA E O ASPECTO LEGAL

Em nosso país, há muitas leis e documentos que preconizam como direito de

todos, a educação. Podemos citar: Constituição federal (1988), a Declaração Mundial

sobre Educação para todos (1990), a Declaração de Salamanca (1994) e a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96).

A Constituição Federal de 1988, diz em seu art. 205:

“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e

mcentivada, com a colaboração da Sociedade. visando ao pleno

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desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para ao trabalho”.

Podemos perceber que a lei não discrimina a pessoa quanto ao potencial ou

as limitações; qualquer que seja o distúrbio e ou a dificuldade, das crianças, estas

tem o direito ao ensino a ser oferecido pelo Estado e pelas respectivas famílias.

Assim sendo, os disléxicos devem, por direito cetitucional, ser assistidos com a

educação, independentemente de suas dificuldades na aprendizagem da leitura e

escrita.

A conferência mundial de Educação Especial, representando oito governos e

vinte e cinco organizações internacionais, em assembléias aqui em Salamanca

(Espanha), entre 7 a 10 de junho de 1994, reafirma o compromisso para com

educação para todos, reconhecendo a necessidade e urgência da providência de

educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades especiais, dentro

do sistema regular de ensino: “Reafirmamos que os Estados assegurem que a

educação de pessoas com deficiências seja parte integrante dos sistemas

educacionais”.

mesmo com tantas recomendações, o aluno com dislexia ainda não tem um

espaço próprio no sistema de educação regular, para que o mesmo possa ser

melhor assistido em suas dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita,

sendo os mesmos assistidos juntamente com todos, sem o devido preparo dos

profissionais da educação.

A LDB em seus artigos 58, 59 e 60 diz que:

Art. 58 - entende-se por educação especial, para os efeitos desta lei, a

modalidade de educação escolar. oferecida preferencialmerite na rede regular de

ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

Art. 59 — Os sistemas de ensino asseguraram aos educandos com necessidades

especiais: 1 — Currículos, métodos. técnicas, recursos educativos, organização

especifíca, para atender as suas necessidades.

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Art. 60 — Os órgãos normativos do sistema de ensino estabeleceram critérios de

caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com

atuação exclusiva em educação especial. para fins de apoio técnico e financeiro pelo

poder público”.

Podemos observar que a lei garante ao portador de necessidades especiais,

dentre eles, o aluno com dislexia, o atendimento especializado de adquirir

conhecimento e habilidades necessários para se manter informado e fazer

escolhas conscientes , infelizmente, o poder público não está preparado para esse

atendimento especializado, apesar do contido na lei. As escola publicas e

muitas das particulares não possuem suporte pedagogico para tratar com um

Dislexico, não possuem profissionais preparados em dar assistência “de certa

forma” em especial para este portanto de necessidades especiais .Então cabe ao

profissional da educação esse papel de investigador do saber. Entender o porque

que seu aluno não aprender. O professor desempenha um papel muito

importante ,tanto no processo de diagnóstico nos problema de aprendizagem

como no processo reeducativo .

À nivel de diagnóstico ,o professor tem o papel de reconhece a criança que

possui algum distúrbio .No ambiente escolar cabe ao professor percebe os

alunos que possui algum problema ou dificuldade de aprendizagem durante o

processo de ensino /aprendizagem Mais precisamente se tratando do tema

proposto “Dislexia” .O professor percebe quando o aluno apresenta dificuldade

de ler,ou trocas ortográficas, ou lentidão para realizar atividades escolares.

Depois desse reconecimento é importante que o problema que a criança

apresenta sejam vistos como decorrentes e dificuldades e não como fruto de

prequiça ou desleixo. Se o problema é visto e classificado como dificuldade então

a causa é independente de boa ou má vontade da criança em realizar tarefas

escolares.

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À nivel reeducativo, o professor também possui papel de destaque. Na

verdade, dificilmente um psicopedagogo pode ter sucesso em seu trabalho

reeducativo se não houver a colaboração do educador.

O educador tem que respeitar o ritmo da criança e não a envolver em situações

de competição com os demais colegas , evitar comparações com outros colegas

que não apresentem dificuldades ; e conversem com o aluno sobre as

dificuldades , explicando –lhe por que ocorrem. Esta conversa é de suma

importancia já que permite que se estabeleça entre o professor e o aluno um

clima harmonico onde o aluno percebe o apoio , dedicação e interesse do

professor em sua dificuldades.

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“Precisamos contribuir para criar a

escola que é aventura, que é marcha,

que não tem medo de risco, por isso

que recusa o imobilismo. A escola

em que se pensa, em que se atua,

em que se cria, em que se fala, em

que se ama, se advinha, a escola

que apaixonadamente diz sim à vida”

Paulo Freire

CAPÍTULO IV

COMO OBTER SUCESSO NA SALA DE AULA

COM O ALUNO DISLEXICO?

A atuação do professor na sala de aula promove a articulação entre os objetivos

educativos, as circunstâncias contextuais e as possibilidades de aprendizagem

de seus alunos.

O educador deve ser investigador, o qual deve mergulhar a ndo no mundo

da pratica pedagogica, onde como pesquisador deve procurar alternativas,

levantar hipoteses e compreender as situações de ensino aprendizagem em sala

de aula.

O exercício da prática e reflexão da aprendizagem são de extrema importância

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para o trabalho em sala, ressaltando que no curso de formação de professores

deveria ser inserido conteúdos formativos que auxiliem o trabalho pedagógico,

pois é preciso interpretar e analisar o contexto da realidade educativa.

O conhecimento e a análise de situações pedagógicas, tão necessários ao

desenvolvimento de competências profissionais, não precisam ficar restritos

apenas aos estágios e observações, mas a realidade e a prática do educador,

instrumentos teóricos, estudos especializados.

Dessa forma, buscamos informações e dados que, de alguma forma, informem,

formando educadores conscientes no seu papel de ensinar e transformar,

enfim utilizando-se das novas tecnologias que são recursos importantes que

potencializam uma formação mais objetiva e concreta do trabalho do educador,

no qual trabalhará de forma mais clara e alcançando suas metas.

4.1- DICAS E SUGESTÕES :

Aqui, apresentamos algumas sugestões para auxiliar o trabalho do professor

para detecção e encaminhamento do aluno com dislexia segundo a Associação

Brasileira de Dislexia (2004).

São elas:

* Acompanhe sempre que possível a agenda do aluno.;

* Certifique-se, sempre de que o aluno entendeu as instruções ou solicitações feitas

por escrita;

* Dê “dicas” e oriente o aluno sobre de como organizar-se e realizar atividades na

carteira, sala de aula;

* Dê instruções e orientações curtas e simples que evitem confusões;

* Incentive o aluno a restaurar confiança em si próprio;

* Não estimule, e tão pouco permita, que os colegas humilhem ou rejeitem o

aluno por causa de suas dificuldades;

* Não exerça pressão sobre ele a ponto de amedrontá-lo com a perspectiva de não

passar de ano;

* Não insista em exercícios de fixação, repetitivas, numerosos; isso nãc diminui a

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sua dificuldade;

* Não insista para que o aluno leia em voz alta perante a class;

* Ressalte os acertos, ainda que pequenos, e não enfatize os erros;

* Sempre que possível atribua-lhe tarefas, que possam fazê-lo se sentir útil;

* Sempre que possível, proponha estratégia lúdicas que favoreçam a

aprendizagem;

* Valorize sua grafia;

Além dessas sugestões, podemos sugerir algumas atividades: O aluno aprende

ouvindo fatos ao invés de ler sozinho.

* Livros de contos, romances e histórias infantis, devem ser lidos juntos com o

aluno, para que possa haver a discussão com o aluno sobre o texto e a leitura.

* Leitura de um texto, usando um pedaço de cartolina ou marcador de páginas

para bloquear linhas enquanto lê.

* Antes da leitura de algum texto, faça uma breve discussão, antecipe, perguntas

sobre o conteúdo. Leia para responder a essas perguntas, parando para fazê-lo

resumidamente.

* Criar uma caixa de palavras; recorte figuras de revistas que representem as

palavras que o aluno deve aprender. Ponha etiquetas nas figuras e peça a ele

para verificar as ilustrações e as palavras diariamente. Isso vai fornecer indícios

visuais que ajudam a motivar a memória.

* Utilize o tato: peça ao aluno para escrever palavras em areia espalhada em um

tabuleiro. Você também pode fazê-lo formar letras com argila, deixá-la secar, e então

usá-las para construir moldes das palavras a serem escritas.

Podemos observar que existem muitas técnicas que, se adaptadas para sala de

aula, podem auxiliar os alunos portadores de dislexia, na aprendizagem da

leitura e escrita.

Para tanto, nós professores devemos estar atentos às mesmas e buscar a

cada dia, as novidades que se apresentem de forma a permitir o melhor

desenvolvimento destes alunos, de forma saudável e respeitosa para com eles,

motivando-os a continuarem na construção de suas vidas.

Da mesma forma, os professores devem estar atentos aos programas,

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associações e atuação de profissionais que se propagam com o desenvolvimento

da criança. São eles: Fonaudiólogos, Psicólogos, Educadores, Neurologistas,

Neuropsicólogos e Neuropsiquiatras, entretanto. Também chamamos a atenção

para a importância da colaboração da família no encaminhamento e no tratamento

de pessoas com dislexia e dificuldades na leitura e escrita.

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CAPÍTULO V

ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO

Antes de falarmos sobre a atuação do psicopedagogo é importante sabermos que

profissão é essa?

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Psicopedagogia é a profissão que entende-se como atendimento ,investigação e

intervenção para que se compreenda o significado , a causa e a modalidade de

aprendizagem do sujeito ,com intuito de sanar suas dificuldades.

A marca diferencial entre o Psicopedagogo e os demais profissionais é que o

foco do Psicopedagogo é o vetor da aprendizagem ,assim como o neurologista

prioriza o aspecto orgânico; O psicólogo, a “ Psique”;O pedagogo ” conteúdo Escolar”.

A Psicopedagogia compreende de forma geral e integrada os processos

cognitivos , emocionais, sociais, culturais, orgânicos e pedagógicos que

interferem na aprendizagem , afim de possibilitar situações que resgatem o

prazer de aprender em sua totalidade, incluindo a valorização da união entre pais,

professores,orientadores educacionais e demais especialistas que transitam no

universo educacional do aluno.

Cabe ao psicopedagogo assessorar a escola ,alertando-a para o papel que lhe

compete, seja reestruturando a atuação da própria instituição junto a alunos e

professores ,seja ainda redimensionando o processo e aquisição e incorporação do

conhecimento dentro do espaço escolar encaminhando alunos para outros

profissionais.

O psicopedagogo promove o levantamento ,a compreensão e a análise das

práticas escolares e suas relações com a aprendizagem,

Promovendo a prevenção de fracassos na aprendizagem e a melhoria da

qualidade do desempenho escolar

O psicopedagogo:

Possibilita intervenção visando a solução dos problemas de aprendizagem tendo

como enfoque o aprendiz ou a instituição de ensino .

Realiza diagnóstico e intervenção psicopedagogica, utilizando métodos,

instrumentos e técnicas próprias da psicopedagogia.

Atua na prevenção dos problemas de aprendizagem.

Desenvolve pesquisas e estudos científico relacionados ao processo de

aprendizagem e seus problemas.

Oferece acessoria psicopedagógica aos trabalhos realizados em espaços

institucionais.

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5.1 - Como o Psicopedagogo vai Intervir na Dislexia.

Para verificarmos um caso de dislexia, é necessário fazermos um levantamento

inicialmente na história familiar se existe alguns casos de dislexia ou de

dificuldades de aprendizagem, analisando se ocorreu um atraso na aquisição da

linguagem.

As pessoas ditas disléxicas são bastante intuitivas, pois pensam primeiramente

através de imagens e sentimentos e não com sons e palavras.

Na leitura dos disléxicos, nota-se confusões de grafemas cuja correspondência

fonética é próxima, ou cuja forma é aproximada; bem como a existência de inversões,

omissões, adições e substituições de letras e sílabas. Ao nível de frases, existe uma

dificuldade nas pausas e no ritmo, assim como,revelam uma análise

compreensiva da informação lida muito deficitária e, muitas dificuldades em

compreender o que lêem.

Ao nível da produção escrita e sintomatologia é semelhante, verificando-se a

presença de muitos erros ortográficos, grafia disforme e ilegível, como também

lacunas na estruturação e seqüência lógica das idéias, surgindo estas desordenadas.

Os pais costumam procurar um psicopedagogo quando a criança está com

10,11 anos, iniciando a 5ª série. Nessa fase encontram muitas exigências de vários

professores. Fica-se muito evidente sua desorganização e dificuldades na leitura

e expressão escrita.

Identificado que existe um problema de rendimento escolar ou alguma

dificuldade deve-se procurar auxílio pedagógico e psicopedagógico, onde será

realizado um diagnóstico, para realização deste se faz necessário uma parceria

envolvendo psicopedagogo, pais e a escola. No caso da dislexia essa parceria é

vital no processo de aprender desta criança.

Os sintomas que podem identificar a dislexia antes de um diagnóstico

multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a

dislexia. Não parando por aí os mesmos sintomas podem indicar outras situações

como lesões, síndromes e etc. É nesse momento que o Psicopedagogo vai

intervir.Grande parte da intervenção Psicopedagogica estara em buscar os

talentos muitas vezes escondidos dessa criança. Os fracassos sem dúvidas ela já

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os conhece bem são constantemente explicitados na escola, na família . Outra

tarefa da psicopedagogia é ajudar essa pessoa a descobrir modos

compensatorios de aprender. Jogos, leituras compartilhadas, atividades

específicas para desenvolver a escrita e habilidades de memória e atenção fazem

parte do processo de intervenção. À medida que essa criança se percebe capaz de

produzir poderá avançar no seu processo de aprendizagem e iniciar o resgate de

sua auto- estima.

Na ABD são ao todo sete consultas: uma primeira entrevista com os pais

(anamnese), onde estes receberão um questionário para responder em família;

(vide anexo 1) no caso de crianças e adolescentes, também receberão um

questionário para ser respondido pelo professor da escola e no caso do adulto

um questionário para o próprio responder individualmente. Também são pedidos

uma audiometria e um exame oftalmológico.

Após a primeira entrevista com os pais ou responsáveis, inicia- se a avaliação com

a criança, sendo três consultas com a psicóloga e uma com a fonoaudiologa e

psicopedagoga . Após realizar todas sessões e entregue todos os questionarios

e exame pedidos, a equipe se reúne, juntamente com a coordenadora técnica e

científica da ABD para o estudo do caso e fechamento do diagnóstico. É marcada

uma última entrevista. O relatório contém os resultados dos testes aplicados e

observações dos profissionais com conclusão e encaminhamento.

5.2 - Roteiro psicopedagogico e a EOCA:

1.°) Acolher a família / queixa (eixo vertical - horizontal);

2.°) Localizar e compreender a queixa nas dimensões escolar e familiar;

3.°) Captar as relações (comunicação, ideologia, papéis e funções parentais);

4.°) Reconhecer as expectativas familiares (significado do sintoma na/para

família);

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5.°) Observar a circulação do conhecimento no espaço inter e trans familiar;

6.°) Perceber as expectativas em relação à intervenção psicopedagógica;

7.°) Delimitar espaço / função / objetivos / metodologia da Psicopedagogia;

8.°) Estabelecer enquadre / contrato;

9.°) Solicitar objeto transicional ao cliente;

1O.°) Articular as observações feitas levantando o 1.0 sisteipa de hipóteses, a fim

de planejar a seqüência diagnóstica.

A EOCA ( Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem ) é a primeiea

abordagem do diagnóstico.

O psicopedagogo, nesse primeiro momento, deve observar o movimento de

aprender do sujeito. Levantam-se a partir daí as primeiras hipóteses do que

poderiam provocar o(s) sintoma(s). Muito do que é dito nesse primeiro momento

somente terá significado mais tarde, ao final do diagnóstico.

A EOCA é a chave do diagnóstico operatório; o psicopedagogo observa os

vínculos do sujeito com a aprendizagem e em que nível operatório ele se

encontra. É a primeira abordagem que nos mostra quem é este sujeito.

O mais importante nessa sessão é o respeito, a observação e o registro do que é

feito e não, a repetição do modelo de aprendizagem, por isso, deve-se adequar a

seleção de materiais às observações feitas na Entrevista Inicial.

O psicopedagogo precisa observar como o sujeito constrói o conhecimento

para poder detectar sua área de competência (afetivo, cognitivo, social).

A EOCA é o primeiro sistema de hipóteses levantado pelo psicopedagogo, a

partir dos sintomas, para delimitar a seqüência diagnóstica.

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Em todos os casos, é necessário levar em conta que o que se obtém nesta

primeira entrevista é um conjunto de observações, que deverão ser submetidas a

uma verificação mais rigorosa, a qual constitui o passo seguinte do processo

diagnóstico.

Ressaltamos a importância da postura de tranqüilidade, neutralidade e

afetividade que devem ser constantes características na atuação do

psicopedagogo.

A EOCA foi criada por Jorge Visca para denominar um instrumento:

entrevista operativa centrada na aprendizagem e faz parte da teoria da

epistemologia convergente.

A EOCA é um instrumento simples, espontâneo e rico em seus resultados.

“Esse instrumento se inspira, por um lado, na Psicologia Social de Pichon Riviére

e, por outro, nos postulados da Psicanálise, tomando também a modalidade

experimental do método clínico da escola de Genebra. Mas, diferente de todas

elas, se focaliza sobre a aprendizagem, ou melhor dizendo, sobre a investigação

do modelo de aprendizagem, vale dizer naquilo que alguém aprende e aprende

a aprender”

Contrariamente ao método tradicional onde se começa o diagnóstico pela

anamnese, na teoria da Epistemologia Convergente, o processo diagnóstico se

inicia com a EOCA. Visca acredita que os pais, ainda que em intensidades

diferentes, tentam impor suas opiniões, sua ótica durante a anamnese. E

preferível que o psicopedagogo se aproxime do cliente sem estar contaminado

pela visão dos outros. A esse respeito Visca diz: “Na minha opinião, iniciar a

seqüência do processo diagnóstico com a anamnese responde a um pressuposto

imutável que estabelece que os adultos têm razão e as crianças (adolescentes e

pessoas que não aprendem) não” (Visca — Clínica Psicopedagógica p. 71). Sendo

assim, a EOCA é o primeiro recurso de investigação sobre o modelo de

aprendizagem do cliente. É preferível que o psicopedagogo se aproxime

“ingenuamente” do cliente para descobri-lo sem influências externas.

Há críticas a respeito de se iniciar o diagnóstico pela EOCA, dizendo que o

terapeuta não é influenciável pela opinião dos pais e que este ordenamento faz com

que o discurso dos país se perca. Visca defende dizendo que, mesmo que o

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profissional com uma certa idoneidade para descontaminar-se das opiniões dos

pais, não deixará perder sua percepção ingênua.

EOCA da Criança

A EOCA deve ser feita a partir dos 4/5 anos, pois nessa idade a criança está

em processo de alfabetização e conseguirá tirar mais proveito da sessão.

Material: o material usado é o material escolar: caixa de lápis, lápis sem ponta,

apontador, revistas, gravuras, livro de história, cola, tesoura, durex, folha branca

e pautada, lápis de cor, pilot, caneta esferográfica, borracha, régua, marcadores e

papel fantasia.

Na EOCA da criança, o material é colocado sobre a mesa à disposição do cliente.

Ao mostrar o material que está sobre a mesa, o psicopedagogo deve dizer:

“Gostaria que você me mostrasse o que saber fazer, o que te ensinaram e o que

aprendeu.”. O material simples que se encontra sobre a mesa é oferecido ao

entrevistado dizendo-lhe mais ou menos como continuação do que se falou antes:

“este material é para que você o use se precisar para mostrar-me o que te falei.”

É importante citar que Visca coloca o lápis sem ponta e o apontador para

observar a iniciativa de a criança em fazer a ponta, a lateralidade, entre outras

coisas.

Conforme o caso, o psicopedagogo pode recorrer a outros materiais, O jogo

pode ser usado num segundo momento, para não correr o risco de a criança

querer ficar só jogando.

Diante de todo o material, é importante o psicopedagogo observar como o

sujeito se aproxima do objeto de conhecimento, qual o vínculo que ele

estabelece e qual o modelo de aprendizagem.

Caso não haja reação alguma da criança, ou seja se esta ficar arada e não fizer

nada, o psícopedagogo pode recorrer ao que Visca chama de alternativas

múltiplas. Esse modelo consiste numa enumeração não taxativa cuja intenção é

unicamente a de desencadear respostas por parte do sujeito. Apresenta-se ao

sujeito algumas alternativas, dizendo: você pode desenhar, escrever, fazer

contas ou qualquer coisa que queira. E importante dar o mesmo peso e valor

para todos os materiais sem influenciar na escolha da criança.

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O objetivo é o tempo todo fazer uma entrevista espontânea, porém dirigida de

forma experimental, O psicopedagogo não deve esperar nada desse sujeito, ele

está diante de uma situação por descobrir ou revelar.

Quando o cliente demonstra como opera em relação a algo, o psicopedagogo

pode pedir-lhe que mostre outra coisa.

Na realidade da EOCA é importante que o psicopedagogo faça a devolução ao

seu cliente de tudo o que está acontecendo.

A criança vai tentar mostrar um modelo de conhecimento. É importante observar

os conecimentos do sujeito, atitudes, destresas, mecanismos de defesa,

ansiedade, áreas de expressão da conduta, níveis de operatividade, mobilidade

horizontal e vertical, etc.

CONCLUSÃO

É consenso de todos os estudiosos que apresentamos neste trabalho, que os

problemas emocionais que geralmente a crianças disléxica apresenta não são a

causa das dificuldades de ler, mas sua conseqüência. Geralmente

incompreendida para superar suas dificuldades escolares, a criança disléxica

acaba desenvolvendo uma auto-imagem negativa e uma total desmotivação para

empreender a difícil tarefa de ler e de escrever. Nesses casos, a escola torna-

se um ambiente aversivo e gerador de ansiedade, pois é nesse local que a

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criança se depara frente a frente com seus problemas e com as exigências de ter

uma boa produção para poder passar de ano.

As dificuldades acumuladas a cada etapa de aprendizagem, as cobranças

dos pais e professores e os risos dos colegas contribuem para o

desenvolvimento de comportamentos agressivos, frente ao ambiente escolar,

inibições, timidez e ansiedade que podem culminar com a evasão escolar.

É decorrente desta situação que, tanto a dislexia, como as demais dificuldades

escolares, devem ser motivo de preocupação de professores e pais na tentativa

de se fazer um diagnóstico precoce com a finalidade de se desenvolver uma

estratégia de ajuda, que auxilia a criança a superar os obstáculos que vão tornando

impossível o ato de aprender a ler e a escrever. Cabe ao professor observar

aos alunos e procurar estratégias para ajudá-los. Estas crianças necessitam de

um apoio especial para encontrar prazer na sala de aula, domínio ao invés de

falhas e frustrações. Exercitações ao invés de tédio e medo. É essencial prestar atenção às

emoções envolvidas no processo da linguagem.

Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura,

escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula.

Pesquisas realizadas em vários países mostram que cerca de 10 a 15% da

população mundial é disléxica.

Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má

alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência.

Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações

no padrão neurológico.

Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma

equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento

mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às

particularidades de cada indivíduo, levando a resultados mais concretos.

Em todos os esforços de reabilitação. O contexto psicosocial e a reação à

incapacidade por parte da criança e da família necessitam de atenção. A orientação

parental é frequentemente indicada para ajudar os pais a entender e aceitar a

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incapacidade da criança ao invés de supor preguiça. Teimosia ou falta de motivação.

Alguns pais necessitam de orientação para modular o protecionismo ou uma

tendência a culpar a escola.

Em muitos casos, o prognóstico de que haja melhora com a maturidade é bom

se as crianças puderem ser mantidas motivadas neste meio tempo. Elas

necessitam de apoio dos pais e professores com uma expectativa otimista de

melhora gradual através de pequenos passos. Um dos perigos é que elas

desistam e parem de tentar. Perdendo a oportunidade de aprender desse

modo.

A dislexia não obriga aos pais a darem mais atenção a estes que os outros

membros da família. Ler mais para seus filhos portadores de dislexia é

fundamental para a melhor compreensão destes. Para finalizar, é muito

importante que elogiem, motive-os, informe-os e estimule sua auto-confiança e

sua auto-estima.

BIBLIOGRÁFIA

BAUER, James J. Dislexia: ultrapassando as barreiras do preconceito. São

Paulo: Casa do Psicólogo, 1997

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei 9394/96. As novas Leis da

Educação.

CUNHA, Jurema Alcides: Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed,2000 .

FONSECA, Vitor: Introdução às dificuldades de aprendizagem. Lisboa:

notícias, 1984.

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MORAES, Antônio Manoel Manoel Pamplona. Distúrbio da Aprendizagem:

uma abordagem Psicopedagógica. São Paulo: Edicon, 2002.

Referências para a formação de professores — Secretária de Educação Fundamental.

Brasília,

1999.

VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica. Epistemologia Convergente. Porto

Alegre, 1987.

WEISS, Maria Lúcia Leme: Psicopedagogia Clínica Uma Visão Diagnóstica dos

Problema de Aprendizagem escolar _ Rio de Janeiro:DP&a,2000.

WEBGRAFIA:

BRASIL. Associação Nacional de Dislexia. O que é dislexia. Disponível na

internet em Julho2006

http://www.andislexia.org.br

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ABD.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISLEXIA.Disponível na internet em Julho

de 2006.

http: //WWW.DISLEXIA.ORG.BR

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ANEXOS

Anexo 1 – Entrevista Inicial

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Anexo 2 - O QUE ESPERAR EM CADA FAZER

PSICOPEDAGOGICO:

. No desenho:

- localização do próprio paciente, de outros personagens, de objetos no

conjunto da cena criada; características lógicas e temporais da seqüência de

cenas;

- formas originais e alguns detalhes significativos;

- idade, sexo, nomes, características de personagens, se possível

comparar com o próprio, colegas de escola, amigos, familiares;

adequação ao pedido feito pelo terapeuta.

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2. No relato oral:

- Observar a seqüência têmporo - espacial, contexto espacial em que ocorrem

as cenas;

- Temas escolhidos, relações apresentadas;

- Coerência entre as cenas e os relatos orais e os títulos escolhidos.

3. Durante a execução:

- indecisões para começar, durante o processo;

- troca de tema durante a execução;

- apagar, desmanchar refazer;

- posturas e movimentos corporais, motricidade, posição e domínio do lápis.