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ANNO XXI QUARTA-FEIRA 12 DR MAIO DE 1886 1 m i ¦ua Nova do Ouvidor n. tll " 0 APÓSTOLO NUMERO 54 1S3ÍHT0U ADIANTADA Por anno lfiflOOfl Por somostre gjQOO PARTE OFFICIAL Distribue-se ás Quartas, Sextas e Domingos D«m |„ce,„ h.kelK crrdlle !„«„» (8. Joào cap. 12 y. 30). Cl.«a ll.q«e, ei»™, B0 eewe». (Curta de Fio IX A redacçâo do Apóstolo ) A l-F-wwi e-lhollca é .ma verdadeira mlsrt. perpetua. (Palavra, de Leão XIII).} ;• i Pastoral D. PEDRO MARIA DE LACERDA, POR MERCÊ DE DEOS E DA SANTA SE APOSTÓLICA BISPO DE S. SEBASTIÃO DO RIO DE JA- NEIRO, ASSISTI-NTE AO SOLIO PONTIFI- CIO. PRELADO DOMÉSTICO DE SUA SAN- TIDADE, DO CONSELHO DE S. M. O IMPERADOR E M'U CAPELLÃO MÓR, ETC, ETC., ETC. À*. diocese de S Sebastião saúde e benção em Jesus-Christo PARTE I » Desde que por insondaveis desígnios de Deos, a começar de 1869, Nós nos achamos na posse do governo desta diocese, esta he a quinta vez que vos annunciamos, amados filhos, a grande graça dehurii .1 nbiu>o concelido pela generosa munilicencia do Supremo Pastor da Saiu a I arroja, o Pon'ifice Romano. Vigário de Nosso Senhor Jesus Chris»o sobre a terra. Assim he que era 1^69 vos escreve- mos huma extensa Pastoral atiiiun ciando e explicando largamente o Ju- bileo cou-edido pelo Santo Padre o Papa Pio IX, de gloriosíssima e i>au- dosa memória, por oceasião do Conei- lipr Ecumênico, que devia ser aberto a 8 de Dezembro de-se anno na sump- tuosa Basílica Vatirana, como de fado foi, estando nós mesmos preseme com outros Mispos do Brazil e centenares de Prelados de todas as regiões do uni- verso. Em 1875 vos dirigimos outra Pasto- ral publicando o grande Jubilèo do Anno Sanlo cónçedidrj pelo mesmo ex- celso Papa Pio IX no 29° anno de sen longo Punfitiondc, o único que pela vez primeira deo tempo á hura mesmo Papa podei-o celebrar duas vezes. (I) E por essa oceasmo escrevemos e mandamos distribuir Iram extenso .lia- nual do Jubilèo para nsò dos Confrs sores e dos (leis desla diocese, no qual em compêndio so emionlra a resolução do que mais importa saber em tálma teria, hiixio tudo fundamentado em Resoluções das Congregações Roma. nas, o autores modernos de melhor nota. (•) ^ Em 1879 outra Pastoral vos envia- mos por occasiào do primeiro Jubile» concedido pelo Nosso Santo Padro Leòo XIII no primeiro anniversario de sua bem merecida exaltação á Cadeira deS. P«d-o. Em 1881 publicamos nova Pastoral annnnciando o Jubilèo extraordinário roneedido pelo me^mo Santo Padre Leão XIII. Esla Pastoral foi concluída em nosso Seminário ao mosmo tempo qne 115 sacerdotes ahi juntos faziio pela quarta vez os Exercicios Espiri- ? uaes, e tra* a data de 15 de Julho dia dos Beatos Ignacio de Azevedo e seus 39 companheiros, chamados os Mai ty- res do Brazil. E eis que agora apregoamos, ama- dos filhos, novo Jubilèo extraordinário concedido generosamente pela immensa caridade do grande Pontífice Leào XIII. eque deve encher de santo júbilo to dos os c -rações dos catholicos desta diocese e do mundo universo. E coin- eidencia í-onsohdora para nós! esta presente Pastoral he concluída em Be, nevente, antiga Aldêa da para sempre memoranda Korígtiba, onde a 9 de Junho de 1597 findou seus dias o Ve- neravp| Servo de Deos Padre José de Anchiefa, amigo e collega do dito Boato Ignacio de Azevedo, ambos os quaes acmoanbarào o segundo Bispo do Brazil.--D. Pedro, em Visita Episco- pai ao Rio de Janeiro, en tào parte da única diocese existente no vasto Bra- zil. (2) (1) O Anno Sinto tom logar cada 25 annos. À revolução im pedio o que deveria celebrar- se em 18o0. FOLHETIM DO APÓSTOLO ' Hum novo Jub'!eo, pois, está conce- dido, Filhos dilectissiraos ! E por tào grande rasgo fie beneficência Pontifícia spjão dados mil agradecimentos a Leio XIII, que assim demonstra quão gene rosamente sabo cumprir mais como pai do aue corno Pastor aqúeí e encargo sublime, qne Josus lhe confiou na pes- soa de Pedro dizendo: apascenta mi- nhas ovelhas, apascenta, meus cor- deirnsfô). Fazendo uso das poderosas chaves mysticas dadas pelo Filho de (*) He preciso ãlttender ás alterações que têm sido posteriormente feitas por ordem do Papa. i (2)Assim o diz o Fluminense Jesuíta Pa- dre Prudencio do Amaral, autor do Üatalogo dos Bispos qun vèm nn Const. dn Bahia. Anchiela comitavle mari, lerraaue Azevedo Lustrati errantes irrequielus ores, (3)Joan. XXI, 15 e. 17. Deos á Pedro para si e seus suecesso res (4), Leão XIII abre de parem par as portas dos céos á todo o rebanho de Christo! e desata e manda desatar por seus Delegados o que e.-tivor ligado, absolvendo de censuras e panas a todos quantos buscarem contritos o perdão dos próprios peccados. E nào contente de mostrar-se Ponti- flceqnal o grande Apóstolo dis Gentes descreve: constituído d favor dos Jiomens naqwdlas cousas que loção d Deos, para que offereça dous e saeri- feios pelos peecmlns, o qual se possa condoer dnqueUes que ignorão e errão (5). Leão XIII ainda quer nesta oceasião desempenhar o mnniis lan- tás vozes sapíentissimamoiite deverape- nhado de Do iior e Mestre e confirma? dor de seus Irmãos (6), e levantando sua voz autorisnda falia a todos os seus Veneraveis Irmãos, os Patriarcha*, Primazes, Arcebispos e Bispos e Odi- narios dos lugares: e eis que todos os Pastores acompanhados das ovelhas da grei Catholica prestao ouvidos aftentós, e no mais profundo silencio e rendida obediência filial ouvem a palavra da- quelle que prezão-se dechamar Pai em Jesus Christo. os lobos, e elles, uivão de raiva vendo todo o rebanho conchegado á sombra do baculo do Pastor vigilante! « cada qual, tanto melhor abrilhan- « tada será a vila pub!ica e mais « acrisolados os costumes do povo.— » Na presei\téí Encyclica Nosso Santo Padre remetfe-se á doutrinas magis tralmente desenvolvidas era anteriores u-agnifleas paginas de profunda sabe- doria, e depois como que condensa e fixa em poucas palavras perpassadas de uneção e de força, de luz e de ma- gestade. algumas Verdades á maneira de theses.das mais importantes appli cações na mesma ordem civil « O Estado ho qual o fazem os « costumes do p >vo Corno a nâo de « construcção, assim os Estados « sem bons costumes.— A vida civil de « um povo floresce ou definha segundo « o cunho que lhe dão as opiniões e « costumes dominantes.— He de su- « prema n -c^ssidade que cada hura « pense christâraente e christãmente « proceda nào somente em privado « mas ainda em publico. Quanto « mais apuradas forem as virtudes de LIONELLO OBHA HISTÓRICA PRLO PADRE .¦i, >¦¦¦. ANTÔNIO BRESCIANI ¦ ! (Continuação do n. 53) XIX. A OUPHX Quando Mimo chegou a esta parte das me- morias de Linnello, sobreveio uma circum- Btancia que iinpédio5 AHsa'de ir durarité alguns dias as' reuniões do prado;- Nos pri- meiros dias passado*, no Chabais, emqunnto Bartolo se entretinhà com D. Balthaaar e seus sobrinhos, fumando e lendo1 os jbrntosV Alisa ia passear debaixo de Uma alameda abril- nheiros brancos na margem do Inflo. Senta- [?a-se ahi a lôr a sombra de um grande sabu- gueiro. Um dia vio uma pequenina, que chegando-se a ella lhe fez um cumprimento e lhe offereceu um rnmilhete de flores. Alisa, satisfeita, acariciou-a, dando-lhe algum di- nheiro juntamente. Todas as manhãs, a mesma hora, vinha a aldeãsinha offertar-lhe o ramo, trazendo pin- tilda no rosto tanta alegria e felicidade, que Alisa nfío sabia como testemunhar o seu re- conhecimento. Pnuoo tempo depois, vendo Alisa uma outra aldcã, perguntou-lhe se co- nhecia a que lhe acabava de dar aquelle ramo. ²Oh ! minha senhora, é uma orphãsinha, de grande nascimento,e.que anda vegetando pelos campos, devendo viver feliz no palácio de seu pai. ²Quem silo os pais delia, e onde estão? ²Ah ! senhora, replicou a sabovana, seu pai foi viajar nao sesabeonde : é um conde rico, da Polônia, que, segundo diz o nosso cura, tinha tantas terras quantas o Chablais reunido, e era senhor de castellos, ondean- davam vassallos serh numero a servil-O; mas lòs grandes senhores não sabem como gosar os bens, e o conde' Casimiro, o pni do Ro- doiska, que eu ainda conheci, revoltou-se, éorn outros grandes senhores, contra um imperador terrivèí, de quo me nfto lembra o nome.I ²Hade ser o imperador da Rússia, que reina em grande parte da Polônia, disse Alisa. ²E' esse mesmo, e o conde Casimiro es- (4) Math. XVI, 19. (o) Hebr. V, 1 e 2. (6) Luc. XXII. 32. tava na sua corte Mas o tal imperador ven- ceu os outros senhores n'uma cidade... ²Em Varsovii. ²Mandou nntir muitos, outros foram desterrados para muito longe, onde faz muito frio, onde Ivi snnpre neve e gelo como no cimo do mont* Branco. ²Oh ! os clesgrados ! Na Sibéria... ²Mas o conde Oisimirn teve a ventura de fugir com a condessa LudomilH Qne boa senhora, e como ella era ben^vnla ! Até me chamava a sua b-ia Margarida. O i'mp»í- rador, para o punir, confiscou-lhe os bens c ameaçou-o com p-na de morte se entrasse na Pblonia. Fucrio então para a França com as joins que sua esposa poderá levar *ii pressa ; mas, não podendo fazor grandes d^sp^zas,; retirou-se, vindo habitar perto de Kvian aqviella casinha que se em baixo na collína Poi alli que nasceu a menina qu° vos trouxe as flores, e a condessa quanJo a desmamou conllou-a aos cuidados da mfti Agriüla. * Pobre senhora l Que tormentos não deve ter passado ao vôr-se mãi dessa innocente proscriptá! Passava tantos tormentos, minha se- nhora, que andava sempre a suspirar, e era necessarro levar-lho todas as manhas a sua rllhinha á casa, e de tarde ia á cabana da mãi Agnolla, e cobrindo sua filha de beijos e caricias, fazia-lhe o signal da cruz na testa, na boca e no peito, e muitas vezes repetia Taes princípios por raui sabidos que pareção ser, o sejão de quotidiana ex- periencia, e por muito que a historia os comprove, e ninguém possa arris- car-se a tíègarolhes a mais trãnscen- dental importância, comtudo parecem esquecidos quando não esf.ejão acinte- mente espesinhados. Ah! he por isso que ovarité o de collo erguido a Re- volução social vae de hum polo a outro e de> hura a outro oceano percorrendo o universo, levando a desolação e o extermínio á toda parte. Ella encar- cera os Pontífices Igreja, e os pro- prios Papas, arrasa os Templos, sa- queia os claustros, arremette ató con- tra os Cwres. apunhala presidentes de Republica', calca aos pés toda auto- ridaleaindi a mais democrática sem poupar a conjugai, paterna e heril ; perverte ;a mocidade tias escolas, e a cada momento propina veneno em mi- lhares de prelos corrompidos e corrup- tones, e não cessa de atropellar to Io e qualquer bem qne pareça medrar ou se qi]Pr apontando, mormente se a Igreja o abençoa. Emfim, grande Deos, até vosso Nome santíssimo e adorável chegou a ser p-ohibido em França nos lábios da in- fancia e nos livros das escolas elemen- ?ares sob as mais severas penas! Mas tu. nobre terra da França, tu pronun- ciarás sempre e-seNorne augusto, e teus Missionários o levaráõ ás extre- midades da terra, e era todas as lin- pas elle será traduzido, repetido, louvado e engrandecido ! He em vão que a Revolução cuida de tal arte ar- rastartola a Frmça á apostasia e â mais férade todas as íngrat.idôe< ! Baldados esforços; pois a Franca tem raães que sabem educar, e formar Missionários do nome de Deos e Mar- lyres de Christo. Os filhinhos de tao dignas mães, de joelhos a seu lado e de mãosinhas postas aprenderão dellas a repetir sem cessar aquella prece su blirao que Jesus Christo ensinou para todo sempre: Pai nosso que estais nos céos. sanelifinado seja o vosso nome. (7) E toda a Franca, e cora ella todo o universo responderá nnisono : Amen. (7) Math. Vi, 9. umas palavras cujo sentido não percebia, ^odo o trabalho caseiro ella o fazia com »s suas brancas mãosinhas; eu ajudava-a ai- guma cousa, mas o maior trabalho estava a seu carpro. « O conde ia á caça. e o que elle caçava era cosinhado pela condessa, e nisto consistia quasi sempre o seu jantar l Logo que a co- miHa estava prompta, preparava-se e ppnteá- va-se muito bem— parecia uma estrella em todo o seu brilho. Toda a manhã andava cho- rando: mas logo que se reunia ao esposo durante o jantar, mostrava-se risonha e apra- zivel. Julgaria, quem a visse, a mulher mais feliz do mundo, sorria e gracejava oom o marido, que ria poucas vezes, e essas a seu pezar. « A infeliz condessa começou, a enfraque- cer, tinha uma febre, que ocòúítava, manque a eonsumia a pouco e pouco, e era tfto Jfbrtè, que ás vpz«8 desmaiava, e eu deitando-lhe apua fresca nas fontes via subir ao Sir ^m fumo poueo espesso I Tinha ás veze^ pajpi- taco** violentas, e então fazia-me signal ae lhedesnportar os vestidos..j. ) t Todas as manhãs, depois de levar o café a s<mi marido, iaá missa, e còmmUn|fiiva re* petidíis y«2»s com muita contrfcçfio. Õv(Cni:fu quanto a vio mais doente, mandava a àcom- panhar por Alameda, rapariga forte; qtte mo- rava defronte da egreja. {Continua).

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Page 1: Distribue-se ás Quartas, Sextas e Domingosmemoria.bn.br/pdf/343951/per343951_1886_00054.pdf · Leòo XIII no primeiro anniversario de sua bem merecida exaltação á Cadeira deS

ANNO XXI QUARTA-FEIRA 12 DR MAIO DE 1886

1

m

i¦ua Nova do Ouvidor n. tll

" 0 APÓSTOLONUMERO 54

1S3ÍHT0U ADIANTADAPor anno lfiflOOflPor somostre gjQOO

PARTE OFFICIAL

Distribue-se ás Quartas, Sextas e DomingosD«m |„ce,„ h.kelK crrdlle I» !„«„» (8. Joào cap. 12 y. 30). Cl.«a ll.q«e, ei»™, B0 eewe». (Curta de Fio IX A redacçâo do Apóstolo )

A l-F-wwi e-lhollca é .ma verdadeira mlsrt. perpetua. (Palavra, de Leão XIII). }

;• iPastoral

D. PEDRO MARIA DE LACERDA, POR MERCÊDE DEOS E DA SANTA SE APOSTÓLICABISPO DE S. SEBASTIÃO DO RIO DE JA-NEIRO, ASSISTI-NTE AO SOLIO PONTIFI-CIO. PRELADO DOMÉSTICO DE SUA SAN-TIDADE, DO CONSELHO DE S. M. OIMPERADOR E M'U CAPELLÃO MÓR, ETC,ETC., ETC.

À*. diocese de S Sebastião saúde ebenção em Jesus-Christo

PARTE I»

Desde que por insondaveis desígniosde Deos, a começar de 1869, Nós nosachamos na posse do governo destadiocese, esta he a quinta vez que vosannunciamos, amados filhos, a grandegraça dehurii .1 nbiu>o concelido pelagenerosa munilicencia do SupremoPastor da Saiu a I arroja, o Pon'ificeRomano. Vigário de Nosso SenhorJesus Chris»o sobre a terra.

Assim he que era 1^69 vos escreve-mos huma extensa Pastoral atiiiunciando e explicando largamente o Ju-bileo cou-edido pelo Santo Padre oPapa Pio IX, de gloriosíssima e i>au-dosa memória, por oceasião do Conei-lipr Ecumênico, que devia ser aberto a8 de Dezembro de-se anno na sump-tuosa Basílica Vatirana, como de fadofoi, estando nós mesmos preseme comoutros Mispos do Brazil e centenares dePrelados de todas as regiões do uni-verso.

Em 1875 vos dirigimos outra Pasto-ral publicando o grande Jubilèo doAnno Sanlo cónçedidrj pelo mesmo ex-celso Papa Pio IX no 29° anno de senlongo Punfitiondc, o único que pela vezprimeira deo tempo á hura mesmoPapa podei-o celebrar duas vezes. (I)

E por essa oceasmo escrevemos emandamos distribuir Iram extenso .lia-nual do Jubilèo para nsò dos Confrssores e dos (leis desla diocese, no qualem compêndio so emionlra a resoluçãodo que mais importa saber em tálmateria, hiixio tudo fundamentado emResoluções das Congregações Roma.

nas, o autores modernos de melhornota. (•) ^Em 1879 outra Pastoral vos envia-mos por occasiào do primeiro Jubile»concedido pelo Nosso Santo PadroLeòo XIII no primeiro anniversario desua bem merecida exaltação á CadeiradeS. P«d-o.

Em 1881 publicamos nova Pastoralannnnciando o Jubilèo extraordinárioroneedido pelo me^mo Santo PadreLeão XIII. Esla Pastoral foi concluídaem nosso Seminário ao mosmo tempoqne 115 sacerdotes ahi juntos faziiopela quarta vez os Exercicios Espiri-? uaes, e tra* a data de 15 de Julho diados Beatos Ignacio de Azevedo e seus39 companheiros, chamados os Mai ty-res do Brazil.

E eis que agora apregoamos, ama-dos filhos, novo Jubilèo extraordinárioconcedido generosamente pela immensacaridade do grande Pontífice Leào XIII.eque deve encher de santo júbilo todos os c -rações dos catholicos destadiocese e do mundo universo. E coin-eidencia í-onsohdora para nós! estapresente Pastoral he concluída em Be,nevente, antiga Aldêa da para semprememoranda Korígtiba, onde a 9 deJunho de 1597 findou seus dias o Ve-neravp| Servo de Deos Padre José deAnchiefa, amigo e collega do ditoBoato Ignacio de Azevedo, ambos osquaes acmoanbarào o segundo Bispodo Brazil.--D. Pedro, em Visita Episco-pai ao Rio de Janeiro, en tào parte daúnica diocese existente no vasto Bra-zil. (2)

(1) O Anno Sinto tom logar cada 25 annos.À revolução im pedio o que deveria celebrar-se em 18o0.

FOLHETIM DO APÓSTOLO

' Hum novo Jub'!eo, pois, está conce-dido, Filhos dilectissiraos ! E por tàogrande rasgo fie beneficência Pontifíciaspjão dados mil agradecimentos a LeioXIII, que assim demonstra quão generosamente sabo cumprir mais como paido aue corno Pastor aqúeí e encargosublime, qne Josus lhe confiou na pes-soa de Pedro dizendo: apascenta mi-nhas ovelhas, apascenta, meus cor-deirnsfô). Fazendo uso das poderosaschaves mysticas dadas pelo Filho de

(*) He preciso ãlttender ás alterações quetêm sido posteriormente feitas por ordem doPapa. i

(2) Assim o diz o Fluminense Jesuíta Pa-dre Prudencio do Amaral, autor do Üatalogodos Bispos qun vèm nn Const. dn Bahia.Anchiela comitavle mari, lerraaue AzevedoLustrati errantes irrequielus ores,

(3) Joan. XXI, 15 e. 17.

Deos á Pedro para si e seus suecessores (4), Leão XIII abre de parem paras portas dos céos á todo o rebanho deChristo! e desata e manda desatar porseus Delegados o que e.-tivor ligado,absolvendo de censuras e panas a todosquantos buscarem contritos o perdãodos próprios peccados.

E nào contente de mostrar-se Ponti-flceqnal o grande Apóstolo dis Gentesdescreve: constituído d favor dosJiomens naqwdlas cousas que loção dDeos, para que offereça dous e saeri-feios pelos peecmlns, o qual se possacondoer dnqueUes que ignorão eerrão (5). Leão XIII ainda quer nestaoceasião desempenhar o mnniis já lan-tás vozes sapíentissimamoiite deverape-nhado de Do iior e Mestre e confirma?dor de seus Irmãos (6), e levantandosua voz autorisnda falia a todos os seusVeneraveis Irmãos, os Patriarcha*,Primazes, Arcebispos e Bispos e Odi-narios dos lugares: e eis que todos osPastores acompanhados das ovelhas dagrei Catholica prestao ouvidos aftentós,e no mais profundo silencio e rendidaobediência filial ouvem a palavra da-quelle que prezão-se dechamar Pai emJesus Christo. Só os lobos, e só elles,uivão de raiva vendo todo o rebanhoconchegado á sombra do baculo doPastor vigilante!

« cada qual, tanto melhor abrilhan-« tada será a vila pub!ica e mais« acrisolados os costumes do povo.— »

Na presei\téí Encyclica Nosso SantoPadre remetfe-se á doutrinas já magistralmente desenvolvidas era anterioresu-agnifleas paginas de profunda sabe-doria, e depois como que condensa efixa em poucas palavras perpassadasde uneção e de força, de luz e de ma-gestade. algumas Verdades á maneirade theses.das mais importantes applicações na mesma ordem civil •

— « O Estado ho qual o fazem os« costumes do p >vo — Corno a nâo de« má construcção, assim os Estados« sem bons costumes.— A vida civil de« um povo floresce ou definha segundo« o cunho que lhe dão as opiniões e« costumes dominantes.— He de su-« prema n -c^ssidade que cada hura« pense christâraente e christãmente« proceda nào somente em privado« mas ainda em publico. — Quanto« mais apuradas forem as virtudes de

LIONELLOOBHA HISTÓRICA

PRLO

PADRE.¦i, >¦¦¦.

ANTÔNIO BRESCIANI

¦ !(Continuação do n. 53)

XIX. — A OUPHX

Quando Mimo chegou a esta parte das me-morias de Linnello, sobreveio uma circum-Btancia que iinpédio5 AHsa'de ir duraritéalguns dias as' reuniões do prado;- Nos pri-meiros dias passado*, no Chabais, emqunntoBartolo se entretinhà com D. Balthaaar e seussobrinhos, fumando e lendo1 os jbrntosV Alisaia passear debaixo de Uma alameda dò abril-nheiros brancos na margem do Inflo. Senta-[?a-se ahi a lôr a sombra de um grande sabu-gueiro. Um dia vio uma pequenina, quechegando-se a ella lhe fez um cumprimento

e lhe offereceu um rnmilhete de flores. Alisa,satisfeita, acariciou-a, dando-lhe algum di-nheiro juntamente.

Todas as manhãs, a mesma hora, vinha aaldeãsinha offertar-lhe o ramo, trazendo pin-tilda no rosto tanta alegria e felicidade, queAlisa nfío sabia como testemunhar o seu re-conhecimento. Pnuoo tempo depois, vendoAlisa uma outra aldcã, perguntou-lhe se co-nhecia a que lhe acabava de dar aquelleramo.

Oh ! minha senhora, é uma orphãsinha,de grande nascimento,e.que anda vegetandopelos campos, devendo viver feliz no paláciode seu pai.Quem silo os pais delia, e onde estão?

Ah ! senhora, replicou a sabovana, seupai foi viajar nao sesabeonde : é um conderico, da Polônia, que, segundo diz o nossocura, tinha tantas terras quantas o Chablaisreunido, e era senhor de castellos, ondean-davam vassallos serh numero a servil-O; maslòs grandes senhores não sabem como gosaros bens, e o conde' Casimiro, o pni do Ro-doiska, que eu ainda conheci, revoltou-se,éorn outros grandes senhores, contra umimperador terrivèí, de quo me nfto lembra onome. I

Hade ser o imperador da Rússia, quereina em grande parte da Polônia, disseAlisa.

E' esse mesmo, e o conde Casimiro es-

(4) Math. XVI, 19.(o) Hebr. V, 1 e 2.(6) Luc. XXII. 32.

tava na sua corte Mas o tal imperador ven-ceu os outros senhores n'uma cidade...

Em Varsovii.Mandou nntir muitos, outros foram

desterrados para muito longe, onde faz muitofrio, onde Ivi snnpre neve e gelo como nocimo do mont* Branco.

Oh ! os clesgrados ! Na Sibéria...Mas o conde Oisimirn teve a ventura

de fugir com a condessa LudomilH Qneboa senhora, e como ella era ben^vnla ! Atéme chamava a sua b-ia Margarida. O i'mp»í-rador, para o punir, confiscou-lhe os bens cameaçou-o com p-na de morte se entrasse naPblonia. Fucrio então para a França com asjoins que sua esposa poderá levar

*ii pressa ;

mas, não podendo fazor grandes d^sp^zas,;retirou-se, vindo habitar perto de Kvianaqviella casinha que lá se vô em baixo nacollína Poi alli que nasceu a menina qu°vos trouxe as flores, e a condessa quanJo adesmamou conllou-a aos cuidados da mftiAgriüla.

* — Pobre senhora l Que tormentos não deveter passado ao vôr-se mãi dessa innocenteproscriptá!— Passava tantos tormentos, minha se-nhora, que andava sempre a suspirar, e eranecessarro levar-lho todas as manhas a suarllhinha á casa, e de tarde ia á cabana damãi Agnolla, e cobrindo sua filha de beijos ecaricias, fazia-lhe o signal da cruz na testa,na boca e no peito, e muitas vezes repetia

Taes princípios por raui sabidos quepareção ser, o sejão de quotidiana ex-periencia, e por muito que a historiaos comprove, e ninguém possa arris-car-se a tíègarolhes a mais trãnscen-dental importância, comtudo parecemesquecidos quando não esf.ejão acinte-mente espesinhados. Ah! he por issoque ovarité o de collo erguido a Re-volução social vae de hum polo a outroe de> hura a outro oceano percorrendoo universo, levando a desolação e oextermínio á toda parte. Ella encar-cera os Pontífices dá Igreja, e os pro-prios Papas, arrasa os Templos, sa-queia os claustros, arremette ató con-tra os Cwres. apunhala presidentesde Republica', calca aos pés toda auto-ridaleaindi a mais democrática sempoupar a conjugai, paterna e heril ;perverte ;a mocidade tias escolas, e acada momento propina veneno em mi-lhares de prelos corrompidos e corrup-tones, e não cessa de atropellar to Io equalquer bem qne pareça medrar ouse qi]Pr vá apontando, mormente se aIgreja o abençoa.

Emfim, grande Deos, até vosso Nomesantíssimo e adorável chegou a serp-ohibido em França nos lábios da in-fancia e nos livros das escolas elemen-?ares sob as mais severas penas! Mastu. nobre terra da França, tu pronun-ciarás sempre e-seNorne augusto, eteus Missionários o levaráõ ás extre-midades da terra, e era todas as lin-pas elle será traduzido, repetido,louvado e engrandecido ! He em vãoque a Revolução cuida de tal arte ar-rastartola a Frmça á apostasia e âmais férade todas as íngrat.idôe< !

Baldados esforços; pois a Francatem raães que sabem educar, e formarMissionários do nome de Deos e Mar-lyres de Christo. Os filhinhos de taodignas mães, de joelhos a seu lado ede mãosinhas postas aprenderão dellasa repetir sem cessar aquella prece sublirao que Jesus Christo ensinou paratodo sempre: Pai nosso que estaisnos céos. sanelifinado seja o vossonome. (7) E toda a Franca, e cora ellatodo o universo responderá nnisono :Amen.

(7) Math. Vi, 9.

umas palavras cujo sentido não percebia,^odo o trabalho caseiro ella o fazia com »ssuas brancas mãosinhas; eu ajudava-a ai-guma cousa, mas o maior trabalho estava aseu carpro.

« O conde ia á caça. e o que elle caçava eracosinhado pela condessa, e nisto consistiaquasi sempre o seu jantar l Logo que a co-miHa estava prompta, preparava-se e ppnteá-va-se muito bem— parecia uma estrella emtodo o seu brilho. Toda a manhã andava cho-rando: mas logo que se reunia ao esposodurante o jantar, mostrava-se risonha e apra-zivel. Julgaria, quem a visse, a mulher maisfeliz do mundo, sorria e gracejava oom omarido, que ria poucas vezes, e essas a seupezar.« A infeliz condessa começou, a enfraque-cer, tinha uma febre, que ocòúítava, manquea eonsumia a pouco e pouco, e era tfto Jfbrtè,que ás vpz«8 desmaiava, e eu deitando-lheapua fresca nas fontes via subir ao Sir ^mfumo poueo espesso I Tinha ás veze^ pajpi-taco** violentas, e então fazia-me signal aelhedesnportar os vestidos. .j. )

t Todas as manhãs, depois de levar o caféa s<mi marido, iaá missa, e còmmUn|fiiva re*petidíis y«2»s com muita contrfcçfio. Õv(Cni:fuquanto a vio mais doente, mandava a àcom-panhar por Alameda, rapariga forte; qtte mo-rava defronte da egreja.

{Continua).

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2 QUARTA-FEIRA 12 DE MAIO DE 1886

E só o Atheo (se he que ha atheodeveras) e só elle ficará mudo, mas es-tupefacto de se achar em tanto abaií-dono e tão sózt.vuo !

(Continua.)

0 VPOSTULO

Rio, 12 de Maio de 1886

Reformas urgentes

Justamente tolos os povos civilisa-dos depositam sua confiança ern seusrepresentantes, e acompanhando corainteresse as discussões no parlamento,buscam encontrar a solução das quês-toes que mais ou menos os affectara,julgando do patriotismo e habilitaçõesdaquelles era cujas mãos se acham en-tregues os destinos da naçào.

E é o que igualmente suecede uoBrazil; mas, terrível decepção! os nos-sos deputados deixara escoar-se otempo, esperam o acceno do governo,se aguardara para os últimos dias e atroche moche votam leis que nem es-tudaram seu (im e completamenteignoram sua efficacia para o bem pu-blico.

Debalde espera a nação o remédiopara tantos males, e a solução dessasquestões que obstatu o nosso progressoe são como nuvens que escurecem ofuturo da pátria.

Em mais de meio século de gestação,não está definida a ndssa uacionali-dade e nem firmada a nossa independencia.

E' assim que, em tão largo espaçode tempo, vivemos ainda em experien-cia e corao que em um estado de tran-sição, marchando sem fim no estudoou solução das questões que se nosimpõem.

Uma politica estreita, mesquinha eprejudicial ao nosso bera geral temabsorvido todas as attenções dos esta-distas e legisladores, nâo lhes permit-tindo dar-se ao estudo das urgentes epalpitautes reformas que exigem asnossas circumstancias, conserva a ua-ção em vergonhoso marasmo.

Succedera-se as legislaturas na maioresterilidade, e os partidos se degladiamsem outro fira que não seja o poder.

Pouco ou nada nos temos adiantadodo estado colonial. E' tempo, pois, deentrar-se no terreno real e tratar sedas exigências do paiz.

As reformas se impõem e não deveraser adiadas, quando ellas formam ocomplexo das aspirações naçionaes.

Nos tempos que correm será umcrime a indifferença.

A idéa de colouisação e sua necessi-dade para o nosso desenvolvimento,assim como a próxima extineção doelemento servil, longe de produzir oseffeitos desejados, uos trarão a misériae o pauperismo, se não tivermos umalei sobre a locação de serviços e queevite a ociosidade; e entretanto estaimportante reforma até hoje tem sidoposta á margem para dar logar ás dis-cussOes sobre as qualidades e méritosde algum chefe político.

A esta necessidade se prende a deum código civil, que, devendo sercoaio o complemento da Constituição,ainda não mereceu a attenção do go-

verno senão para protegerso a umfeliz da sorte

Ninguém dirá que por nossa legis-laçào sejamos uraa naçào civilisalaNao temos leis quo nos garantam osdireitos civis. A confusão de nossa le-gislação, as continuas econtradictoi iasinterpretações de leis antigas e de pai-zes estrangeiros sobre os direitos docidadão e da familia, tôm produzido aignorância e o servilismo do nossopovo que, não conhecendo os seus di-reitos e deveres, c obrigado a sujeitar-se aos caprichos do governo e dos ma-gistrados e ás chicanas de toda a es-pecie dos que governam.

Nesta confusão de nossa legislaçãode avisos o direito do cidadão está só-mente em obedecer ao abuso dos quemandam.

Um mais de meio século de indepen-dencia os nossos direitos ainda nâoforam definidos!

A palavra reforma, que echòa emtodo o Brazil, uão passa de merastheorias e somente do partido que estádebaixo; mas quando no poder sãologo esquecidas, ou, quaudo muito,lembradas era relatórios.

E' de esperar agora que os nossosdeputados se compenetrem de sua mis-sào ; é de confiar no patriotismo dellesque, além da reforma da lei de locaçãode serviço-, da sancçào de um códigocivil, tratem de uma lei sobre os abusosda imprensa, da creação de novos bispados, da catechese, da instrucçãopopular e de outras, das quaes depen-dem o nosso futuro e a estabilidade deuossas instituições.

TELEGRAMMASYienna, 7 de Maio.

Os representantes das grandes potênciasjunto ao governo hellenico entregaram hon-tem a este a derradeira nota diplomáticainstando pelo desarmamento immediato. Hamuita anciedade por saber-se se esta ultimatentativa surtirii effeito.

— 9 de Maio.As esquadras das grandes potências, cujos

plenipotenciarios se retiraram de Athenas,estabeleceram o bloqueio dos portos daGrécia.

—10 de Maio.O ministério grego acaba de dar a sua de-

missão.Londres, 8 de Maio.A Birmânia está em completa insurreição.Os indígenas incendiaram a capital, Man-

dalay. Mais de 4,003 casas foram destruídaspelo fogo.

Buenos-Ayres, 10 de Maio.Abriram-se hoje solemnern^nte as sessOes

do congresso argentino. A mensagem dopresidente, general itoca, falia das boas rela-ções estrangeiras, consigna o estado de tran-quillidade que se firmou no paiz, faz a rese-nha dos progressos de toda a espécie conse-guidos no anno findo, assignala o augmentoconstante da emigração, e alludiado á pro-xima eleição presidencial, manifesta a espe-rança de que nao seja perturbada a ordempublica, e que a transmissão dos poderes aoeleito da maioria se faça sem transições nemembaraços no tempo fixado pela lei.

Menciona também a mensagem o feliz ac-côrdo a que se chegou com o governo brazi-leiro na questão das Missões, cujos limitesserão demarcados pelas cornmissões scienti-ficas nomeadas pelas duas potências.

— O presidente da Republica, ao entrar nocongresso para inaugural-o, foi aggredido e

ferido na cabeça com ferro. O aggrcssor,Ignacio Monjes, foi preso.

Ligada a ferida, o presidente leu parte dasna mensagem.

Os membros do congresso e o povo, agita-dissimos, acclamai am o presidente e acom-panltaram-o á casa.

Os rochistas não assistiram á aberturado congresso.

Prepara-se uma manifestação para amanhã.(Do Jornal do Commercio).

SECÇÃO NOTICIOSATremor de terra.—No domingo, en-

tre a** 3 e 4 horas da tarde, foi sentido,em numerosos pontos de extensa zonae differentes direecões. em territóriodas províncias do Rio de Janeiro e Minas.ura tremor de terra mais ou menospronunciado e duradouo.

OSr. Dr. Ewbanck da Câmara, di-rector da estrada de ferro D. Pedro II,recebeu a primeira coramunicação ás4 horas da tarde ; enviou telegrammasa S. M. o Imperador e ao Sr. minis-tro da agricultura, enviando c.piasde ambos ao Sr. presidente do conse-lho; telegraphou a todas as estações,pedindo pormenores sobre o tremor deterra, e ás 7 horas e 25 minutos danoite enviou em um trem especial ochefe da linha, Arthur Alvim, afim deexaminar os 16 tunneis da serra, avi-s*ndo ao mesmo tempo o engenheirochefe da 2a divisão da serra para tara-bem proceder a rigoroso exame nostunneis.

A'sll horas da noite foi enviado aS. M. o Imperador e ao Sr. ministroda agricultura o seguinte telegramma :

« Tremor de terra estendeu-se á es-t- çlo linha centro até estação do Re-tiro: 5 estaçdes do ramal dê S. Paulo,até P mbal. todas esta-, Des do ramaldo Porto Novo, excepto Sapucaia; 2estações do ramal Santa Cruz, isto é,Campo Grande e Santa Cruz; tambémSep^tiba e Macacos. Na linha centroem 25 estações Maxamboraba até Re-tiro, excluindo Ubá, Serraria e Cedo-feita, sen tio se também tremor de terra.

Refiro dista 266 kilometros da côr-te. Attitnde620 metros sobre o mar.

Não houve estragos. O chefe da linhaseguio em trem especial para procedera detido exame nos 16 tunneis da Serrado Mar.

O tremor de terra foi sentido nosseguintes logares :

Mendes.—Grande estampido.—Seradesastre.

Ipiranga.—A's 3 horas e 8 minutosda tarde.

Queimados.—Tremor causou algumabalo.

Anta.—A's 3 horas e 15 miuutos.Durou 30 segundos. Nào houve es-tragos.

Kntre-Rios.— Na distancia de um ki-1 metro foi ouvido ás 4 horas e 5 mi-nutos da tarde ura estampido. Pequenotremor. Sera estragos.

Santa Fé.—A's3 horas. Pequeno tre-mor. Sera estragos.

Parahybuna.—A's 3 horas. Sentio-se tremor a 2 kPometros.

SanfAnna.— A's 3 horas. Durou 1minuto. Sun estrag».

Vassouras.—A s3 horas e 8 minu-to». Durou quasi ura minuto.

Blem.— A's 3 horas e 10 minutos.Nâoh -uve estragos.

Macacos.—Sem estragos. Pequenotremor.

Serra.—Durou 1 minuto o tremor.Oriente.—A's 3 horas e 15 minutos.

Durou quasi 1 minuto.Vol*a Redonda. — A's 3 horas e 10

minutos. Duiou dois segundos.Barra Mansa.—A's 3 horas, mais ou

menos. Pequeno tremor.Maxarabomba.—A's 3 horas e 16 mi-

nutos. Pequeno tremor.Desengano.—A's 3 horas e 20 mi-

nutos.Rodeio.—Pequeno tremor, sem es-

tragos.Vargem-Alegre. — O tremor durou

dois segundos.Barra.—A's 3 horas e 15 minutos.

Parahyba do Sul.—A\s 3 horas e 15minutos. Houve cheiro de enxofre.

Commercio.—A's 3 horas o 10 minu-tos. Durou 28 sejrundos. Também sen»tio-se na estação fronteira.

Pombal.—A's 3 horas e 45 minutos.Retiro.—A's3 honsPinheiros. — No kiloraetro 131 em

diante, ás 3 1/2 horas da tarde. Dura-ção momentânea.

Onro-Fino —3 horas e 10 minutos.Durou um segun 'o. Som estragos.

Conceição. —3 horas o 15 minutos.Durou tr<*s segundas. Sem estragos.

Porto Novo.—3 horas em ponto.Alliança. —3 horas e 10 minutos.

Durou de 28 a 30 segundos. Causougran Ift alarma, abrindo portas que seachavam fechadas.

Avellar.—A's 3 horas da tarde.Mathias Barbosa.—3 hoias e 15 mi-

nutos Duron dois segundos.Oampo-Grande.—3 horas o 40 raíuu-

tos. Insignificante. D iraçío rápida.Kspirito-Santo. — 3 horas e 10 mi-

nutos.Concórdia. —3 horas e 25 minutos.

Durou ura a dous segundos. Pequenotremor.

Casal.—3 horas e 10 minutos.Santa-Cruz.-3 horas e 15 minutos.

Soube que em Sepetiba lambem houvetremor, cahindo garrafas e objectos deuma casa de negocio.

Barão Cotegipe.— 3 horas e 15 mi-nutos. Pequeno abalo.— Estragos ne-nhuns.

Chiador.— A's3 horas e 10 minutos.Durou 20 segundos. Ruido bem pro-nunciado. Não houve estragos.

Itaguaby.— Pequeno tremor.Mangaratiba. — Dito.Petropolis. — A's 3 1/2 horas da

tarde. Pequeno estampido, seguido deum tremor de terra, que durou de tresa quatro segundos.

Palmeiras. — A's tres horas e 10minutos. Estampido bem pronun-ciado. Grande pavor.

A exação central da repprtição geraldos telegraphos recebeu as seguintescommunicações, que obseqidosamentenos transrnittio :

Da estação de Ilaguahy : — « Aqui3 horas e 25 minutos. Grande estam-pilo. Tremor de terra. »

Da de Mangaratiba. — « 3 horas e22 minutos. Foi aqui sentido, agora,grande tremor de terra, qne produziogrande susto na população destavilla. »

Do de Petropolis. « Hoje. ás 3 e 15 ,houve aqui um tremor de terra.« Em Itaguahy durou meio minuto

o abalo forte, do norte e de baixo paracima.« Mangaratiba demorou tres se-

gumlos.« Angra leve tremor.« Mambucaba bem pronunciado. »Aqui na corte era diversas casas sen-tio-se um vago rumor que não deixoude chamar a attenção dos moradores.Um novo seminário em Roma.—

As dioceses do Canadá mandaram edi-ficar um grande edifício unido á egrejade S. Vital, em Roma, afim de servirde seminário para seus filhos quequeiram estudar ou concluir seusestu-dos em Roma.

A direcção desse seminário será en-tregue aos padres de S. Sulpicio.Licenças.— Remetteram-se aos pre-sidentes das províncias em que residem

os interessados, atira de serem eutre-gues, as portarias de 3 do correntemez, pelas quae3 se concedeu licença:

A' irmandade da Miserieordia da*ci-dade de S. Joào do Rio Claro, na pro-vincia de S, Paulo, para possuir osterrenos, casas e muros que para orespectivo hospital e suas dependen-cias recebeu, por doação, de Franciscode Assis Negreiros e* sua mulher D.Theolinda de Camargo Negreiros.

Ao padre Manoel Pereira Baracho,parocho collado da freguezia de SantaLuzia do Norte, na provincia das Ala-goas e diocese de Olinda, para tratarde sua saude.

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QUARTi-FEIRl 12 DE MAIO DE 1886

Dlstiiicç&o honorífica. — Pelo go-verno portuguez foi agraciado com otitulo de visconde de S. Salvador o Sr.commendador João Josó dos Reis Ju-nior, proprietário d'0 Paiz.

Nossos parabéns ao agraciado.

Offeici Imento de serviço. - O artista professor de desenho Bra/, Igna-cio de Vasconcellos ofiereceu seusserviços gratuitos para leccionar o desenho de figuras e ornatos em umadas aulas nocturnas mantidas pelaAssociação Protectora de Instrücção.

Corroídas de Índios.—Lê-se no Dia-rio do Grão Pará :

« Nos logares Urucutituba e Bau-rnary. cabeceira do rio Aturaã, houveuraa horrível carnificina, da qual re-sultou a morle de 30 homens.

Occupavan-se no fabrico da birra-cha os trabalhadoresdo3 Srs. Carvalho& Delem, quando foram sorprendidospelos indios, matando os quasi todo*,inclusive o capataz José Corrêa de Miranda.

Os selvagens, logo qne lograram osseus iutentos ferozes, abandonaram ocamp".

E>tão também praticaudo correriasaudazes os indios Cutuquinas, queinfestam a regulo situada entre os riosBanana-Pixuná e Taraucá, aífluentesdo Juruâ.

Como verdadeiros piratas, percor-rem elles aqnella região era ubàs, eatacam commerciantes e rega toes queencontram.

Ultimamente foram mortos por ellesos negociantes Emiliano José da Costa,brazileiro, e o francez Promeya ».

A' nada se move o governo, e nemcompreheude a necessidade da cate-chese bem organizada sob a direcçãodos Bispos. Mandando agora um bata-lhão que extermine aquelles indios,julga ter cumprido seu dever.

O carvão na China. —0 barão deRichtuofrn, que ha tempos explorou14 das 19 províncias em que a Chinaestá dividida, enviou a uma revista deVienna algumas informações interes-santes acerca dos jazigos carboniferosdo Celeste Império, resultando que nãoha provincia alguma naquelle paiz quenão contenha mais ou menos carvão,encontrando-se os prineipaes jazigosna parte meridional de Chau Si, no sulde Hunan e no oeste do Chan-Tig.

Os jazigos de carvão de Chau-Si, dizo explorador, têm uma superfície de22,000 kilometros quadrados e contêmmilhões de toneladas que nâo se esgo-tariam em 3,000 annos. Como qualidade é o melhor anthracite, superiormesmo ao da Pensylvania.

A suéáte da mesma provincia encon-tra se um outro jazigo quasi com amesma extensão, mas o carvão é deuma qualidade mais bituminosa.

O barão Kichthofen accrescenta queassim que essas minas sejara devidamente exploradas, a Europa encontrará nellas grandes recursos deombustivel para as suas industrias, ape-zar de ficar por esse motivo tributariada China.

Um telescópio gigantesco. — Omaior e o mais poderoso telescópio domundo está era via de coustrucçio ac-tualmente nas offlcinas de um velhochamado Olvau Clark, em Cambridge-fort (Massachusseti).

Es>e telescópio destinado ao observatorio de Monnt-Hamilton, se denomi-nará James Lick, millionarioda Ca li for-uia, que legou fundos necessários parasua construcção.

Os dous discos de vidro que formaraas lentes são avaliados em 12.000 fran-cos cada um. e se se quebrassem sópoderiam ser refeitos em seis mezes eustando milhões. Delles foi encarregadoha cinco annos, e em repetidas expe-riencias tom procurado a maior per-feição. Essas lentes terão 36 pollega-das de diâmetro e serão por conse-guinte maiores do que os do grandetelescópio do governo russo—seis poi-legadas.

Esse instrumento monumental só po-dera ser concluído em Setembro.Póde-se fazer idéa desse maravi-

lhoso instrumento pelo facto de que uraastrônomo que se servir delle paraobservar a lua, distante da terra mais decento e oitenta mil léguas, a verá eramenos de setenta e cinco legoas de distaneia. Clark, o construetor desse in-struraento, acaba de completar oitentae dous annos e em 25 de Marco ceiebrou suas nupeias de diamantes.

A fortuna de Hlrmark. — Lê-se noCommercio do Minho :

« O correspondente de Berlim parauma folha de Pariz dá curiosas informacões acerca da fortuna do príncipede. Bismark, que. apezar de se oceu-par mús de politica, sabe perfeitamente administrar os seus bens. H u>o ehanceller fabrica perto di 100 000litros de aguardente, dos quaes 30,000sabem das dist.illarias de Varzin.

O domraio de Varzin, tanto pelasfabricas de distillações como de papel,dá annualrnento ao ehanceller cercade 150 000 francos. Este domínio foicomprado pelo ehanceller depois daguerra de 1866 com uraa dotação quelhe fez o rei da Prússia.

Por outro lado, o immenso dominiode Friedrichsue, que f d dado ao prin-cipó de Bisma-k era 1871, renie-lhecerca de 300,000 francos. Emfim, haalauns annos, o ehanceller resgatou ovelho dominio patrimonial da familia^o de Sehcenhau^en, cujos rendimentosexcedem hoje a 100,000 francos.

Actualmente, o príncipe Bisma-ktem um rendimento de 700,000 fran-cos (126:00080000.)»

Noticias diversas. — O czar prohi-bio qualquer demonstração nos enter-ros aos mortos, mesmo coroas.

Pelo tribunal correccional de Liègeforam condemnados 22 grevistas, regulaudo a pena de tres a seis mezes deprisão.O Freeman's Journal de Dublindeclara qne se o projecto do ho<tie ridefor repeliido cora auxilio dos liberaes,os deputados nacionalistas farão amais rigorosa opposiçáo ás proposiçõesconcernentes á Eswia e que o partidoirlandez não deixará de impedir aadopçio de qualquer medida interessan te dos deputados escocezes.

Nos Estados-Unidos a sala doparlamento foi invadida por grandemultidão de operários sem trabalho.

De Roma partio uma excursãoarcheologica para Ostia, sobre a direc-ção do professor C ipanmri.

No parlamento italiano foi apre-sentado um projecto de uma estatuaao poeta Cossa.

D. Lnca, ministro plenipoteneiario da Dalia ua China,offereceu ao mu-zeo do Collngio Romano uma c liecçãode instrumentos de musica chiuezes.

Um inseeto ant ln bico. — Segundodiz a Revisla Scientifica, existe umcoleoptero que faz competência á sabe-doi ia do illustre Pasteur.

E* a celonia auraln.Foi ura naturalista russo, Alex Be-

cher, quem descobrio as propriedadesuotaveis deste inseeto.

Quando uma pessoa é mordida porum cão raivoso, não precisa mais doque ingerir um pedaço de pão em quese t^nha metiido uma celonia anrala,para não seutir os effeitos terríveisda raiva.

A celonia aurala era já consideradana Rússia meridional como antídotoda raiva. E* um inseeto verde me-talico, com algumas listas e pontosbrancos, que se encontra nas flores eé muito abundante na Europa raeri-dional.

Roubo de diamante.—O mundo aris-tocratico de Berlim acha-se neste mo-mento impressionado com a revelaçãode um acontecimento extraordinário.

Era ura bade. a condessa X produ-zira uraa sensação profunda pelo bri-lho da sua toilette e principalmentepor uraa maravilhosa pomba de dia-mantes qne lne encimava os cabellos.

Quando terminou o baile, a condessa

notou que lhe desapparecera a sua pre-ciosa pomba. Procura-se, interroga-seunse outros, nada.No dia seguinte umdos criados da condessa falia do oeeor-rido a uma camareira da baroneza Y.,que lhe diz:

Vi esse adereço.Onde ?

—- Não o posso dizer.Este dialogo chega ao conhecimento

da policia que interroga a camareiraEsta, aterrada, declara que a pombaestá na secretária de sua senhora, abaroneza Y, esposa de um do* maisaltos funecionarios do império allemão.

Um agente é logo enviado, apezardisso, ã casa da baroneza. que o recebecom sobrecenho. O agente não se im-porta com cousa alguma, vai direito áindicada secretária, abre-a e lá estavao adereço! A baroneza cabe sem seu-tidos. Interrogada depois de os recnpe-rar, confessa que foi a invpja que aarrastou a praticar aquelle a"to.

Quiz arrebatar a uma rival umajoja que attrahia sobre ella todos osolhire*, accrescentoii.

Agora trata-se depor pedra era cimadeste triste acontecimento

EXPEDIENTE DO BI.PAD0Proclamas

Foram lidos na Capella Imperial, nodia 9 de Maio, os seguintes:

Luiz Cândido Pereira de Oliveira coraLeoncr Augusta da Costa.

Rusebiodos Reis com Ermelinda Au-gusta dos Reis.

Tenente George Alexander Victorvon Brixeu com Sarah Bruce.

Custodio Manoel da Silva Penna comEdwigps Francisca Bittencourt.

Caetano José de Freitas cora Joaquina Magalhães.

Antônio da Silva Rabello cora Caro-lina Augusta.

Bueuo Rosário Carmine com Mar-zula Maria Carraello.

Luiz Ignacio da Cunha com Antoniada Natividade Corrêa de Mello.

Horacio Dias de Moraes com Fran-cisca de Moura.

Luiz Alves Ribeiro com Clara Gui-1'iermina Drawy.

Domingos Fernandes Passe cora Ma-ria Augusta dos Reis.

José Ignacio Netto dos Reis de Cara-pebus com Margarida de AssumpçàoAndreWí

M <x Stephan com Maria K'ieber.Manoel Luiz Pacheco com Maria

Perpetua Vieira.Sabino Machado Ramos com Arthe-

mizia Herminia de Oliveira.José E ias da Silva com Bernardina

Correi Vasques.José Joaquim da Silva Maia com

Anna Josepha da Silva.José Joaquim Ferreira com Isabel

Cândida Moreira.Manoel Ferreira da Silva com Ida-

lina Clara dos Santos.Luiz Gonçalves da Silva Peçanha

com Maria Éulalia.Martinho Corroa de Sá com Regina

da Conceição.Custodio da Silva Araújo VillasBoas

com Catharina do Rosário Br um,João dos Santos Barbosa com Luiza

Antonia da Silva Cabral.Henrique Torres Ferreira dos Santos

com Sezinia Alves Coelho.Manoel Lopes Ferreira com Alice

Rosa dos Santos.Pedro Manoel Lourenço com Barbara

Emilia da Silva Matta.Casario José dos Passos Quintanilha

com Anacleta de França Lima.João Nunes da Costa com Maria José

da Costa.Arthur da Fonseca Braga cora Ame-

lia Angela de Mesquita.

EXTERIORRoma

Os jornaes catholicos de Roma pu-blicaram um protesto de 22 sábios eartistas allemães contra a transfor-

mação ou destruição daquella cidade.Os archeo'o*os esperara com an-

ciedade que os trabalhos da rm Cavourcheguem ao Fórum, porque têm a eon-viceão quedarão logar a preei »sasdes-cobertas e pormittiruo reconstruir deum modo certo a tbpographia da partenorte do Fórum.

Os trabalhos da restauração daabside da basílica de íyitram estão tãoadiantados que o Santo Padre resol/eufazer a eeremo lia da b^nçto solemnedo grande sino destinado a pssa parteda basílica. A ceremonia devia ter lo-orara 15 de Abril, na sala Ducal doVaticano, em presença dos Prebdosda có>t,e dos personas^ns con vi ladose do Cabido da dita basílica.

O governo mandou d^stmir aejfpja de Santo Kstevào— sopra Cacno,para em spii logar edificar um quartel.

Até ahi ch°ga a impiedade do go-verno invasor.

FrançaFm Marselha teve logar uma reunião

de cerca de 2,000 operários sem traba-lho, no saüo Frankhn, sob a direcçãode GorJeau, ca hei lei rei ro.

Com grande effeito e resultado?eve logar a execução da missa deOrani; obra de Liszt, na egreja de SantoEustachio.

A snb*cripção (na quarta lista) afavor do instituto Pasteur sobe a26.270 francos.

O total daquella subscripção se elevaa 502,922 francos.

A cornará municipal de Parizmandou executar a secnlarisação dohospício dos expostos.

AllemanhaOs jornaes allemães liçam grande

imnortancia a ura a'disro de Nnrddèu-tsche AHhemeine Zeituna, que de-clara queo ultimo discurso de Bismarknenhum pensamento h istil tem áFranca.

Diz-se que a lei ecclesiastica Rerâabandonada, e que o governo aceitaráuma proposição da câmara dos Senho-res, tendo um só artigo declarandoabrogadas as leis de Maio.

DIOCESE DE CUYABÁVisita pastoral

(Continuação do n.53)

A madrugada do dia 22 começava,quando chegaram do Diamantino oRvd. Vigário encarregado daquellaparochia e o Sr. Manoel do NascimentoFerreira Mendes, que d'alli partiramno dia seguinte ao da sahida de S Ex.Reverendissima.

Ao romper da manhã, entraramainda muitas famílias, sendo que a casado Sr. Silvestre já não podia conter asexta parte do povo que se tinha ajun-tado.

A's 5 1/2 horas o Sr. Nascimentotratou da armação do altar, preparan-do-o com o possivel asseio e decência,e déscie as 6 até quasi o meio-dia esti-ver-ra os livras. Vigário o ConegoBenfo oecupados no conf ^sionario,eommunicando aos nVis as graças doSacramento da Penitenciai c mal únicopnr onde. perdida a grviça do Uaptis-mo, se recebe a vida em Jesus Ciristo,princinioda verdadeira vida, soecorrop;ira todas as necessidades, remédiopara todos os males.

Concluídas as confissões, celebrou oRvm. C-nego Bento o Santo Sacrifícioda Missa, no qual distribuio o Pão Es-piritual a mais de 50 pessoas.

Era para admirar o profundo reco-Ihimento daquella multidão, toda pe-netr ida da grandeza e magestade dasaugustas cereraonias, tão cheias demysterios, de allegorias e das mais sa-luta res instrucções.

Em seguida," passou S. Ex. Rvma. aadministrar o Sacramento do Chrisma,pregando antes como costuma semprefazer, e confirmou na fé de Nosso Se-nhor Jesus-Christo a 165 pessoas, in-clusive muitas de avançada idade.

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4QUARTA-FEIRA 12 Dl MAIO DB 1886

Posto que o Sr. Bispo tivesse clara-mente explicado a natureza deste Sa-crameuto, suas ceremonias, seus effei-ios e condições necessárias á quem odeseja receber, comtudo muito fati-gouse neste acto, nào só pelo custoqu« houve em pôr-se aquella multid*«oimmovel, silenciosa e em ordem a re-ceber a primeira imposição de mãos,como também pelo estado embryooario de grande parte doscbrismandos.vários já com muitos janeiros bemcontados, os quaes, forca é dizel-o,mal sabiam ajoelhar, pôr as màos,persjguar-so, etc.

Via se de ura lado nma mulher for-miilando essa algaraviá com que asmais tem a habilidade de fazer rir oucaiar as c iancas; de outro lado o ex-plosivo conversar de alguns roceirosque mio se viam desde muito ; e, paraencurtar a historia, as attitndes e maneiias monos correctas e imperdoáveisde uns e outros e. ainda em cima. umcontinuado entrar o Mhir de gente pordifferentes logares, que com suas vin-das e idas, mil vezes repetidas e fôrade tempo, muito concorreu para demorar o acto.

üm pretendido casamento que log idepois appareceu n;lo se pôde realizar.Qualquer que fosse o motivo, a noiva,qne nos pareceu jndiciosa e da qualformámos a melhor opinião, ao serperguntada pelo sacerdote se era desua vontade o casamento foi com muita sem ceremonia dizendo qne seachava constrangida e nào queria secasar, por nao ser o noivo de senagrado e nào ler sido bem cou.snltadapor seus pais neste negocio.

Debalde fizeram-se lhe algumas ponderacões assás razoáveis, que naotiveram outro effeito setifío aiigmentargradualmente a sua opposicào e per-sistencia, passando ella finalmente,com modo um tanto frio. pallida e semmover os lábios, a responder meneian-do a cabe-a e encolhendo os hombros.

O coitado do moco, em redor do qualforam-se agrupando sem demora oscuriosos, a quererem saber e apurarbem a cansa do acontecido, mostravaem seu exterior a maior confusão, quenos fez sentir o mais concentrado dópor elle; envergonhado, titubiante einterdicto, nào sabia, por mal comosahir se de seus peccados, do emba-raçn, nem tào pouco deixava escaparuma só queixa.

. A ahtipathia é muitas vezes instinc-tiva. irierleclida e involuntária, e ve-zes lia em que ella se torna de todoinexplicável ; mas a desta moca proCe-dia, além de outras ra/ões, "de

nàoquerer ella sacrificar snâ indépendèn-cia a um mo o qne. cnmqnanto paranós tivesse as melhores appareuchs.nào llie: (.fferêcià atlraclivus nem erade seu gosto.

E'que seus pais quizerara sem du-vida aprovei.-r a occmsíío e assim, tomando pouco a sério o que seja um casamento e nada se inteiessándo pes-soalmente por sua filha, iam lhe imporum marido que ella pouco ou nada co-nhecia, nào p<dia estimar nem acharnelle quali hdes proprHs a garantir apaz e felicidole d imésticá,

E-to grave e .sobremaneira irrepa-ravel é esse de porem alguns pais acondescendência de suas filhas a tào

da bella língua doCamõe.. Com a suareconhecida bondade evangélica o virjuoso Pastor a todos animava, dan Jo-lhes conselhos de caridade e remédioas necessidades espirituaes de cadaum. Muito instantemente recommen-dou lhes que, á bem do coração e doscostumes de sens filhos, fizessem doensino reMgioso uma acção quotidianaa propósito de cada actò, ainda o maissimples, suecedido nò próprio seio dafamília, e que. adoçando-lhes a Índolee ameigando-lhes o coração, muito seinteressassem por desenvolver nelles ogosto pelo bem, pelo justo e honesto.

Pelas 5 horas da tarde, depois dealgumas palavras de agradecimentoao Sr. Silvestre e sua familia, S. Ex.Rvma. déspedío-sé de todos, a todosdeu a bencào pastoral e o annel a beijar, e montando a cavallo tomou o ca-minho da villa do Romário, retirando-se bastantemente commovido e san-doso daquelle pobre e humilde povo.

tes ; vejamos agora o que ha de ver-dade na aceusação baiial de intoleran-cia. que certa gente faz á Egreja Ca-tholica. Essa aceusacão encerra umaverdade e unia mentira.

A Egreja é intolerante em pontos dedoutrina. E' \erdade ; nào só o contes-samos. mas até nos gloriamos disso. Averdade d intolerante de sua natureza»Em religião como na mathematica, oque ó verdadeiro é verdadeiro, e o quee falso é falso. !_' impossível o menorcompromisso entre a verdade e o erro;é impossível á verdade fazer a menorconcessão. Essa concessão, por mínimaque fosse, seria a destruição immedialada verdade. Dous e doíis fazem qua-tro ; isto é assim, é o que se chamanma verdade. Logo quem disser o con-trano dirá uma falsidade ; qne sejapara mais ou para menos, o erro serásempre erro : que haja engano n'uraarhillesíma ou n'uma millionesima, es-taremos sempre fora da verdade em-«.- . •. , „r •¦¦"" h«w. -niouiu.. .-empre iora da vernnne PmNao te ia S. Ex. andado três quarto, quanto não dissermos mie dous e douslee-ua nuando ercoht.rni1.s0 ^.,m aí. íw™ „..-*„.. * 'V uous ° Ü0I,Sde légua quando encontrou-se c »m diversos illustres cavalleiros os quaes,avistando o Sr. Rispo, apearam-se écom a maior cordialidade e respeito ocumprimentaram.

Seguindo viagem acompanhado porestes senhores, chegou S. Ex., ás 7horas da noite, no ponto denominadoParatudà. on le o sorpreudeu a bandade musica dos alumnos da escola doRvd. pqdre Aureliano Pinto Botelho enm numero muito avultado de cavai-loiras, cont-mdo se entre elles as maisqualificadas pessoas da villa do Rosa-rio e algumas da capital. Subiram en-tio aos ares grande quantidade de fo-gos.

Findos os comprimentos, que foramh>eve<!, a musica, collocand >-seadiantedo numeroso prestito e dando uos osignal da partida com uma festivalpeca, executada com summo gosto,s-parou se de nós para ir esperar o Sr.1Bispo á entrada da villa.

O luar era esp'endido. o caminhobom e limpo, e favorecia-nos umabrisa fresca.

Perto da villa nm quarto de léguacomeçaram as detonações dos foguetes,indo gente pela estrada soltando ossofTregan ente uns s< bre outros, atéque S Ex. cheeou A povoacào, ondeentrou ás 8 horas, e era esperado comviva impaciência por toda a população.Achava-se brilhantemente illumina-da a rua por onde S. Ex. passou e nellaondiilavi uma enchente soberba, nmadessas aflliiencias de povo que nuncase vio no Rosaiio e que temos raramente presenciado, noüindo-se entre amnltidào muitas distinetas famíliasda local dade.

E ainda viamos crescer de instantepara instante este enorme ajunta-mento !

Alli na entrada da rua. ao som damusica, ao troar das gvrandnlas defoguetes e dos repiqués dos sinos damatriz que res. avam os seus sons festjyaes. aneou-se o eeregio Prelado efoi n'nm fechar e abrir d'olhos acer-rado por to Io o immenso povo que cor-reii á poi fia ao seu encontro para le-licitai o, e se disputavam a primaziapara beijar-lhe o annel. Com tal acom-panh^nenfo seguio S. Ex. para a casa

fazem quatroA Egreja traz e conserva no mundoverdades tão certas como as verdadesmathematicas e que têm conseqüênciasbem mais importantes. Ensina e detende essas verdades com a mesma in-tolerância com que a mathernaUcadefende as suas. Ha nada mais iegj-timo ? Só a Egreja Catholica no meio'Ias differentes seitas chris'às p-o-clama que possue a verdade absolutafora da qual não ha verdadeiro christiamsmo ; só ella pôde ser. só ella deveser intolerante. Só ella póde e detedizer, como faz, ha dezoito séculosnos seus Concilios : « Se alguém pen<aou ensina o contrario da minha dou-trina que é a Verdade, seja anathe-ma! »

Mas Nosso Senhor, que confiou áEgreja o deposito da verdade, deixoulhe tambera seu espirito de caridade ede paciência. Intolerante com as dou-trmas, a Egreja é misericordiosa comas pessoas, e nunca empregou os meiosegitimos de rigor senão depois de tertentado o caminho da doçura e dapersuasão.

Só tem castigado em ultima exfre-mídade, esó tem castigado os incorri-giveis. Neste caso ha sido obrigada apr c-der assira para livrar de contagioas almas fie-s, para pôr fim aos escan-aalos, e emfim, para cumprir o grandedever da justiça que nâo ó roemos di-vino que o dever da misericórdia.Na paciência como no rigor, na toe-ancia com as pessoas como na into-e-anca a respeito das doutrinas, aEgreja C.itholica imita fielmente seuChefe e seu Deos, Nosso Senhor JesusChnsio, que é a própria Verdade, aMis- ricordia e a Justiça.Quanto ás mentiras dos historiado

zel-aconhecida, rogo dignem-se VV.pnblical-a em seu jornal:

Papa, pai espiritual, foi nome com-mum a todos os Bispos ; mas no séculoVII, pouco mais ou menos, por cos-turno universalmente recobido, se ápro-priou este nome ao Bispo de Roma,porque 6 justamente Successor dêS. Pedro, primeiroe supremo Vigáriode Christo, e por direito divino Primazde todos os Bispos. Por isto interpre-tam, ou explicam alguns modernos asletras do nome Papa, pelo modo se-guinte:PAP A

Petri—Apostoli—Potestatcm—Accipicns

TraducçãoO que recebe o poder espiritual, queteve S. Pedro, Príncipe dos Apóstolos.

Abbade Frei Manoel dr SantaThereza Trovão',

Prior dos Religiosos Carmelitas da corte.

\ MUNI 1IÜS

MUSICAS SACRASNesta typographia acham-so d vendaalguus exemplares de urna Missa e deum Credo, composição do Rvd. padreJosé Maria Xavier, deS. Joào d-EI-Rei"

para quatrovozes e pequena orchesira'obra ha pouco edictada em Muních'nitidamente impressaA composiçào está de conformidadecom as prescripçõ-s respectivas da Sa-grada Congregação dos Ritos, obser-vando-se a brevida -a tào recommen-ciada hqjo nas musicas de egreja e al-guma analogia cora a letra, como tra-ducçao desta ; a ausência de cãrtínásou de solos e duos, sendo a letra todaem seguida e quasi seín repetição, amodelar.se, nesta parte, pelo theatro'lo canto Gregoriano; a inslrunwn-

mm mm pouca e simples sobresa-hindo sempre as vozes (sem gargan-teio) e a letra, entro curtos ritornellose guardando se em tudo certo decorop.edoso. V-fata, o exame e o ensaioo confirmarão.Preço da Missa. . . r-flnnnDito do Credo. . . \ . [ fg

SAHIO i mbhidii o mm

res anti catholicos sobre as snppostashli 11,1 In.ln, . I _ ia . . ' *

dura prova, qual a de umaímDÒsicàn I ^ ,he!eftav<a ^stinada, a qual acha-desía ordem?e par, ,,n acto mHo Z™ ^P»"l"'*"»- ,p"d" P*lemne, de t-mánha irr IMtoto?*

SaÍ Lnd? ° SPn ,nt7J0.r «ores e fulhas espa-lemne, de tmáuha imp..rtaucia e desupremo interesse para a sociedade!

Pfender-se para sempre e índissolu'velmente a um estado, nào é cousa quesé' faça assim de momento, sem sesaber e querer.

A's 3 horas da tarde foi que pôdeter logar o almoço, achandose o Sr.Bispo ató essa hora qnasr que em com-pletò jejum, pois levou a maior parteda dia sem poder gozar de um só mo-mento de repouso, conversando familiarirtente com todos é escutando comadmirável paciência, em üm òirculo denometas, mulheres e meninos, as quei-xaê^ destes, às exigências daqnelles eas impertinentes narrativas tíe outros

que em sua linguagem bÒírdalengàsoltava pedacinhos impagavôis, «^-'dadeiras 'bèltezàs otigrãoS de Ouro

... espa-Ihadas em pr m>ào.A' porta da n-sidencia episcopal foio Sr. Rispo recebdo por diversos ca-valheiros. ao som da musica que rora-

peu uma ma'cha á chegada de S. Ex..e alli ficou tocando até depois das 9horas. (Continua.)

^•barlades da Egreja na idade mé-dia. cada vez vào tendo hienós creditoem vista dos trabalhos conscien -io^osde uma nova geraçào de hisb.ri doresmais imparciaes que seus predecesso-res. « Para puder viver, fu o pr..teSaniisrno obrigado a fabricar u ..a hislona sua. dizia o celebre histoiadorAiig. Ilnerry, pouco susueito como sesahe a favor da Egreja.

Os próprios protestantes pmido departe o espirito de partido, vôru ^lepòvcontra essas velhas calumnias, e^asexagera ões culpaveis, essas períidasiNsmuações deque est-.o clom-s osivrus de historia, fl) * Ha três soou-os, disse de M. Maistre, a historiatem sido uma conspiração permanentecontra a verdade.1 i; i:

{Continuo).

ESPLENDIDO ROMANCE DE

EDMOND TAI1DÉEPublicado ultiraamente no Pinara etraduzido por ura distincto escipfor.

'

Vemle-se na rua Nova do Ouvidorn. 16e 11^livraria NICOLAü ALVESrua de Goiicalves IMas ns. _.(j e4^

CONSTRUCTÕirÊirJ. <*. IMttes & Vianna encarregam-se de coustrucções, reconstrucvões ereparos de prédios, tanto a jornal como

?r„haT.Pre,tada' assh" COíno *»dos- 08trabalhos concernentes a sua arte-attende a todos os Chamados -abres-cnpto á ruado Senhor dos Passos"• IU offlcina de carpinteiro.

SECÇÃO INSTRÜCTIVA

Conversas sobre o protestantismohodierno

parte terceiraVI

A intolerância catholicaTemos visto o que devemos pensar

_ __*« *4.m.rtMX_> L _ _J ;_• - 'è - '• . í :>¦. ' ,. 1

A PEDIDOS

da stípposta tolerância dos protestai Y^TJ^To t,

Srs. redactores do Apóstolo. — En-contrando nos meus papeis velhos ealfarrábios esta explicação dada á ve-neranta palavra Papa, e desejando fa-^1-Lf_irVRm de «emplo ob hÍ9toriadore«protestada Voifrt HÍfterSS

IttSTKATOS LITJIilfiRvpAAItOSDO EXM. SR.

ARCEBISPO DA BAHIAD. Joaquim Gonçalves de Azevedo

E DO EXM. SR.

BISPO DEiMARIANNAD. Antônio Maria Corrêa de Sá e Beneridts

A' venda nesta typographia a1^500 cada um.Remottido pelo correio 2S003

WPM hi\_el dos mmAlfiilate secular « «cclMsl^tleoJg &VA DA MISBRICordja 08

Typ. Montbneoro, rua Nova do Ouvidor 1«