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AMO XVI SEXTA-FEIRA 25 DE MARÇO DE 1884 NUMERO 33 REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO 4—16 Rua Nova Ouvidor 14—16 PUBLICA-SE ÁS QUARTAS, SEXTAS E DOMINGOS PREÇO DA ASSIGNATÜRA ADIANTADA Por íinno . 15*000 | Por semestre 8*000 D™ ,„.om &«i, .*» fc lutó. (S. M., k | , »., dlanií .*,»*, —. - —. (O* d. Pi, ík í |g g i^fc, A ¦n-pren,. .a.h.Uo, 4 g^e^^ ,-*- <P..aTO, U. M. m| AOS NOSSOS ASSIGNANTES Pedimos aos nossos as- signantes em atrazo, man- dom satisfazer suas asslg- naturas, para não sermos obrigados a suspender a remessa da folha. 0 APÓSTOLO Rio, 25 de Março de 1881. A aurora do grande dia 25 de Março sempre despontou para a cliristandade a mais brilhante e esplendida. Foi n'esse dia que, às palavras do anjo S. Gabriel, se annunciou a realisação das propliecias, das promessas da redeinpção do mundo pela vinda do Messias. O anjo, annunciando a Maria sua con- cepção, como Mãi do Messias annunciado, o fez por um modo admirável e convincente das altas immunidades que a cercavam. Declarou-lhe, tranquillisando-a, que con- ceberia do Espirito-Santo, e que o santo que d'ella nascesse, seria chamado Filho de Deus. Como é tamo, consolador e cheio de mys- terio divino, o colloquio entre o anjo e Maria l Ninguém deixara de commover-se pela confiança que inspiram as palavras do anjo, em relação á procedência do Messias, e da pureza de sua mãi. Ave Maria, gr alia plena, Dominus lecum. A quem, senão a uma creatura immacu- lada, se podem referir aquellas palavras?- , Quem pôde estar cheia da graça divina, senão aquella quo sempre fora immaculada ? Effectivamente foi sempre universal esta crença; todos os christâos se curvaram re- vereutes ante Maria immaculada. quando a impiedade, não tendo de que duvidar, voltou olhos incrédulos para Maria, quando a rebeldia orgulhosa articulou palavras de duvida sobre a concepção im- maculada de Maria, veio a definição d'esse dogma cortar disputas e afirmar a verdade. Mas fique bem claro, a crença na Imma- culada Conceição de Maria é tão antiga como o christiauismo. Esse colloquio sublime do anjo com Maria revela, repetimos, a sua antigüidade, a vou- tade divina, e põe em pleno realce a humil- dade de Maria. Quomodoflet istud, disse ella ao ouvir as palavras do anjo, quonian virum non cognosco ? i Como pôde ser isto, se não conheço homem ? Ah I maravilhas da humildade, da man- sidão, que tanto elevam a escolhida para mãi de Deus e co-redemptora dos homens 11 E ainda poderá haver alma tão perversa ou transviada, que se não curve à vontade divina, annunciada pelo anjo e com tanta humildade acceita por aquella que fora des- tinada para mãi immaculada do Filho de Deus, promettido redemptor do mundo ? FOLHETIM DO APÓSTOLO Essa scena sublime, que descreve a em- baixada do anjo a Maria, e uma scena tão cheia de piedade, e ao mesmo tempo-de. grandeza, que facilmente revelam a catego- ria dos que n'ella representam ; ó uma scena tão verdadeira, tão divina, que impossivel é, de boa fé, pol-a em duvida. Não, o christão fiel, o christão sincero acceita com humildado, e com convicção,pro- fessa veneração a immaculada maternidade de Maria, que lhe foi annunciada pelo anjo por ordem de Deusi Tudo, tudo n'esse colloquio, revela a ver- dade e as disposições da grande mulher des- tinada para Mãi de Deus, e essa sempre sua mais elevada humildade ao accoitar a missão matfirnal, que lhe annuncia o anjo. Como são sublimes, tão cheias de piedade e obediência, as palavras com que responde ao anjo, quando lhe declara, que o Espirito- Santo desceria sobre ella, e que se chamaria Filho de Deus o Santo que d'ella nascesse? Eis a serva do Senhor, responde Maria, cumpra-se em mim a sua palavra. Que mullier,sem as prerogativas de Maria, poderia conservar tão alto, tão elevado, esse colloquio, esse annuncio, que, eugrande- cendo a Mãi de Deus, era motivo para sua maior humildade, para mais obediente cur- var se a vontade de seu Deus e Creador, que a escolheu para Mãi de seu Filho Unige- nitq? N'este grande dia, pois, saudemos tam- bem a Maria Immaculada, Virgem antes, no parto, e depois do parto, pedindo-lhe sua in- tercessão em favor d'este Império, dos ca- tholicos; emfim, que implore de seu Divino Filho a conversão dos pe.ccadores, a couser- vação da nos que estão fiéis aos dogmas da Egreja, ao seu Vigário, e disposições sempre christãs para ns futuras gerações, repetindo todos cora o anjo:. Ave Maria, gratia plena, Dominus lecum. FOLHINHA CATHOLICA Março 25.Sexl. \j( Annunciaçao de Nossa Senhora. S. Quirinn, m.; S. Irinôo, b., rti.j Si Dulti, crcada, mi; S. Ladrão, que foi crucificado no lado do Joaus-Clirwto; S. Pclagio, b.; S. Ba- roncio; S. Dosiderio; S. Hermclando, abb.— Na Capella Imperial festa de Nossa Senhora, e Te-Dcum com assistência de SS. MM. Imperiaes c corte pelo annivcrsario do juramento da Con- stiluição.—Sermão d tarde na egreja dos Terceiros de S. Francisco da Penitencia,—Lua no Perigfo. 26.Sabb. S. Cnstulo, m.; os SS. P>'dro, Marciano, Jovínò, Tecla o Cussiono, mm.; os SS. Tbco- doro, b.; Irenôo, díac.; Sorapiito e Ammonio, mm.; os SS. Montnno, presb., fi Máximo, mm.; os SSt Qun-irato, Thòodocio o Manoel, mm.; S. Eutycliio, m.; S. Ludgero, b.; Braulio, b.; S. Felix, b. SECÇÃO NOTICIOSA TELEGRAMMAS 0 ZUAVO PONTIFÍCIO PELO PADRE BRESCIANI S! 'A-,. .„ AUTOR DO WÍÊÊff. DE Traduzido da 5a edição VII O QUE HA DE SUCCEDER? (Continuação do n. 32) « _ nós, os fieis, continuou Judith, cahiremos nas garras d'estes ladrões da terra sagrada de S. Pedro I O Arcediago diz também que os reis offerecerara ao Santo Padre uma pensão, mas elle a não quer, dizendo : « que se dão pensOes aos criados e não a um pai; que lhe restituam o que 6 seu; prefere viver de esmolas, acceitará antes o obolo dos pobres, e os soecorros de seus piedosos Hinos. » « Por esto motivo, concluio Judith, emquanto pasta o gado, trabalhamos com gosto para nosso caro pai. > Lisboa, 21 de Março. O senado portuguez votou uma moção de censu- ra ao gabinete. Falla-se que o gabinete está em crise, julgH-se provável que peça demssão. Annunciam aqui que falleceu D. Dolores (?) 22 de Março. O ministério, presidido pelo Sr. conselheiro Anselmo Brancamp, pedio demissão collectiva- mente. Bahia, 23 do Março. A barca ingleza Pride of Wale>, quo vinha de Santos para os Estados-Unidos, incendiou, no dia 20 do corrente, na altura de Maceió. Chegaram hontem a Aracaju 8 tripulantes que foram salvos por uma catraia, 8 outros recusaram soecorro, e ainda mio chegaram. Campo-Bello, 22 Março. Doscobrio-se hoje que dous indivíduos seduzem e armam os escravos mais fortes das principaes fazendas d'nqui o da Boa-Vista, persüadindo-os de que viío encontrar o imperador com a bandeira da liberdade, mas com o fim de assaltarem e rouba- rem. Na localidade não ha recursos para reprimir semelhantes correrias, (Dó Jornal do Commercio) « Jacqüelina, o duque, teu pai, .que mandou ao Papa grande quantia de dinheiro; tu, que offere- Céste doíis magníficos braceletes de ouro esmnl- tado e tua bella roza de rubis, 'pensais tér dado mais do que a pobre pastorinha?1 « Nossos amigos da França o da Bélgica hos escrevem que a piedade generosa faz sumptuosas dadivns, Lendo suas cartas, minha alma se enche de indizivel alegria; màs não posso exprimir-te a ventura que sinto lendo a Harmonia, jornal catho- lico.e leal de Piemonte, em que se publicam as oftertas feitas ao Papa por tantos nobres, cidadãos, e pessoas pobres,que, apezar de viverem de'baixo do governo sacrilego que reduziò o Summo Pontífice' a tSo eruel miséria, e ameaça deapojal-o de todo, tôm todavia a coragem christã de deixar publicar seus nomes e todos os seus sentimentos de delica- desa, affecto e respeito pelo Santo Padre. Esta lei- tura me faz exclamar : Almas livres o grandes ! testemunhais publicamente perai.iie o côVea terra que não ó o Piemonte que rouba o patrimônio de S. Pedro! E' um bando de malfeitores, que assa- cou esta infâmia ao mais valente paiz da Penin- sula 1 <t Se visses estes nomes, se lêsses estas expres- sfíes tão vivas de amor filial, llcarias encantada, tu, cujo coração ó tão magnânimo! Quantas criadas pobres mandam as pequenas economias que chega- ram a fazer de seus salários! Quantas viuvas offerecom seu único thesouro, o annel do casa- mento ! Quantas donzellas se privam com alegria das pequenas jóias que tanto presavam 10 soldado velho da parto de sua pensão, pensão ganha á força de feridas! O pobre sachristão, o velho podre, que não tôm nada que dar, enviam ao Pana suas flvellas de prata! A nobre matrona manda pára Roma os diamantes de familia, as jóias de seu noi- vado, suas pérolas preciosas, vestidos de corte, de baile. Via-sacra—Durante esta quaresma ha- verá exercício da Via-sacra, em todas as sextas-feiras, nas seguintes egrejas : ' Na do convento dos religiosos capuchi- nhos, às 6 horas da tarde, terminando com a benção do relicario da Santa Cruz. ²Na da veneravel irmandade do Senhor do Bomfim e Nossa Senhora do Paraizo (em S. Christo vão), ás 7 horas da tarde. ²Na de Nossa Senhora do Parto, ás 6 1/2 horas da tarde, terminando com ser- mão e benção do Santo Lenho. Visita pastoral. Coinmunicam-nos o seguinte que com prazer publicamos ; « O Sr. Bispo subio o riacho, através- sou as lagoas de Baixo, do Meio e Aquiar, em cuja capella houve sermões, commu- nhões, chrisraas, casamentos. Percorreu Aquiar, subio todos os afluentes, Quartel, Norte, S. José, Sul, Estanque, corrigindo enormes erros 110 melhor mappa d'esta pro- vincia. Regressou â pequena freguezia do Riacho, Continuou o trabalho havendo trinta e nove sermões, seiscentos e quarenta com- munhões, seteeentâsie trinta chrismas, ses- senta e cinco baptisinos, quarenta e cinco casamentos, sendo dezeseis revalidados. Con- ciai quanto houve nas outras cinco fre- guezias mais populosas percorridas e o que haverá nas dezeseis restantes. S. Ex. re- gressou á Serra, onde foi recebido festi- valmente; houve Te-Deum que foi muito concorrido. » Com particular prazer inserimos no Apóstolo a noticia qne nos o nosso col- lega Jornal do Commercio, de se have- rem associado os seus typographos 110 in- tuito de crearem aulas de línguas e sciencias para uso próprio e de seus collegas de arte. Revela isto que a classe dos typogra- phos tão próxima das lettras e das scien- cias, como fica, por ser a transmissora do movimento scientifico. está convencida da necessidade de instruir-se para melhor des- empenho da arte que professa. Eis o que lemos no digno collega : « Louvável deliberação. Um grupo numeroso de compositores do Jornal do Commercio, animados de verdadeiro amor á instrucção, deliberaram estabelecer aulas de línguas e sciencias, ondo seus compa- nheiros aprendam. Hontem, foram inauguradas essas aulas, que funecionam 110 edifício onde 11 mesma associação celebra suas sessões, achaudo-se matriculados 30 alumnos. » O episcopado francez —Segundo nffi.r- ma a Correspondência de Pariz, o Em, Arcebispo d'essa capital convocou seus suf- fraganeos de Versailles, Menux, Orleans, Blois e Chartres, para uma reunião, cujo fim ó decidir a linha de condncta quo o.s Bispos devera seguir em face das invasões do Estado, no domínio da Egreja, redigir um documento collectivo, expondo as reso- luções do episcopado no que diz respeito aos ataques projectados contra os direitos do sa- cerdocio, e, finalmente, enviar um memo- randum a Sua Santidade reclamando sua intervenção. Mensagem dos catholicos legiti- mistas ao rei de Nápoles.—O Crocialo, jornal catholico e legitimista de Nápoles, publica uma mensagem dirigida a S. M. Francisco II, rei das duas Sicilias, com 11,640 assignaturas recolhidas em 48 horas: d'estas assignatüras 4,107 são da cidade de Nápoles e 7,542 das províncias meridionaes e da Sicilia. O documento termina assim : « Senhor, sois digno de reinar e reinareis. E emquanto a Providencia não determinar de outro modo, Seuhor, reinais no coração de vossa querida, formosa e fiel cidade Nápoles, e no coração de todo o povo das duas Sicilias. Viva o rei Francisco III Viva a rainha Maria Sophia I » Irmandade de Nossa Senhora da Candelária.—Pagam-se, nos dias 28 e 29 do corrente, do meio-dia até ás 2 horas, á rua dos Ourives n. 114, as mensalidades do 4" trimestre aos irmãos soecorridos por esta irmandade. Sendo o ultimo pagamento d'este anuo, os irmãos que precisarem ser soecorridos no futuro anno de 1881 a 1882, devem apre- sentar seus requerimentos até o dia 31 do corrente, não podendo ser attendidos os que não requererem este mez. Ainda o negocio do padre Gillet.— A agencia Havas recebeu do ministro de Guatemala, de Pariz, a seguinte communi- cação: « Pariz, 18 de Fevereiro. Sr. director da Agencia llavas.—Vt\i\~ mamente vos foi enviado de Nova Orleans, um telegramma acerca do jesuíta padre Gillet, que dizia-se ter sido encarcerado e fuzilado, por ordem do presidente Barrios. Eu vos communiquei, que a dita noticia era falsa, e evidentemente inventada por algum inimigo do governo de Guatemala. Hoje, um telegramina oííicial ine permitte dizer-vos cathegoricamente, que o telegrain- ma de Nova Orleans uão continha uma palavra de verdade. Nenhum jesuíta foi preso e muito menos fuzilado, nem cousa alguma se passou em Guatemala quo a isso se parecesse. Em Guatemala, como tive a honra de com- municar-vos, não existo lei que puna com a morte os jesuítas que entrarem. Vossa boa foi illudida, e espero que dareis pu- biicidade a esta rectificação. Sou com toda a consideração.—Chrysantho Medina. » Instrucção publica. Non ó muito agradável trasladar para o Apóstolo o pa- recer autorisado, que mereceu um livro de- dicado ao ensino da mocidade, cujo autor ó um cidadão que se tem dedicado a compi- lação de livros ateis para facilitar o ensino nas escolas. Falíamos do Curso elementar de arilhmelica e do calado mental, pelo Sr. Dr. Manoel Ribeiro de Almeida. nos pronunciamos sobre o merecimento d'este livro, e vendo confirmado o nosso juizo por homens profissíonaes, como são os que assignaram o parecer da commissão, que abaixo inserimos, não podemos deixar de recommendar tão útil livro aos Srs. dirocto- res e professores de collegios e aulas parti- culares, pois nos parece estar adoptado nas aulas publicas. Eis o parecer. « Primeira secção do conselho de instruo ção da província do Rio de Janeiro.—Nithe- rohy, 2 de Março de 1881. Parecer sobre o livro do Dr. Manoel Ribeiro de Almeida, intitulado—Curso elementar de arilhmetica e do calculo mental. Está o livro dividido em capítulos, dos quaes o 1" trata dos números inteiros", o das fracções decimaes,o 3o do calculo mental, o 4o das fracções ordinárias, o 5o da resolução de problemas pelo methodo da reducção á unidade, e o de algumas definições. Na introducção faz o autor bem judiciosas ponderações sobre o antigo systema de en- sinarem nossas escolas, systema condem- nado em todo o inundo civilisado por uma longa experiência, e também acerca dos li- vros adoptados no ensino, que de todo não satisfazem ás exigências de uma peda- gogi.a; e apresenta o methodo intuitivo como o mais racional e fecundo, para dar ás crian- ças uma idéa clara dos números e de suas combinações. Para mostrar a excellencia do methodo intercalou o autor na mesma introducção os> desenhos do antiquissimo apparelho imagi- nado pelo mathematico francez Georges Ritt, e do contador mecânico, boulier-com- pteur, cuja origem se perde ua noite dos tempos; c, explicando-os, resolve sobre elles alguns problemas, pondo em jogo o.s prí- meiros elementos da arithmetica. Os doutos conselhos e as considerações que se encontram n'esta parte do livro, offerecem aos educadores da infância salutares lições, que estão perfeitamente de accôrdo com o que a respeito têm escripto notáveis peda- gogistas. As matérias contidas nos differentes capi- tulos, verdadeiras e exactas. formando um conjuneto dos princípios mais elementares « Mandando seu magnífico relógio, Breguet^ um fidalgo escrevia ao Papa : s « Esperamos, Santo Padre, que em breve elle marcará a hora da divina Misoricordia para trium- pho e paz da Egreja. » « Minha Jacqüelina, não acabaria a cafta, se referisse tudo ! para te mostrar como a bondado de Deus soceorre todas as nossas necessidades, no meio das fadigas quo supportamos em defeza da Santa Só, torno a fallar-te da pastora que acudirn á minha sôde. A boa Judith, vondo-me prestes ft ir reunir-me aos. camaradas, deixou onhir, abrindo seu avontalsinlio, um bello ramo de morangos do bo«qüè, vermelhos como rubis, que exhala- vam admirável perfume. Ella me disse, offerecen- do-mo os morangos : (( _ Acceitairos, senhor, hão de refrescar-vos a boca durante estes ardentes calores. » « Dei-lhe três pauis, dizendo-lhe : « Compra um bonito lenço vermelho para o teu pescoçn no domingo « _ nso, respondeu ella, eu os reunirei ao obolo de S. Pedro. Oh! que felicidade! exclamou ella, saltando do alegria, eu poderei dar mais do que as outras, ou!... » « Repeti a dádiva e lhe Hz prometter que com- praria o lenço esearlate no mercado de Temi ' « Deus sabe, minha Jacqueiina, quantas 01 m- ppnezas da Bretanha venderam seus bellos eabellos para mandar seu preço ao Santo Padre, por inter- médio de seu Parodio! Este pensamento me con- sola, o me faí conformar com esto triste uso de nosso paiz! « Vejo-te, mentalmente, nos teus passeios ma- tutihos, visitar tuas herdades, dar trabalho a tuas jovens protegidas, para que, evitando o sacrifício dos eabellos, possam dar seu obolo í Excita-as a amar o Santo Padre, e dize-lhes que res^m pelo teu—Odorico. VIII O MARQUEZ DE PIMODAN O homem 6 organisado nssim! Vedes mancnbos l,pm educados, graves, severos ate quando estão ,„ -«cupam de seus negócios ou dovores ; sós,, ou se o \dounidad abaixo to.-os entar na. ._ jeitfti.08 U leis do das ordens de um mpeno., « slJ& - qualquer disciplina, vel-os-heis mu.-t,lvèza e tornarem-se obstinados e indóceis. A nu.- o quer assim, pois o homem, sugeito á vontade de um chefe e que vive com camaradas, nSo tem um pensamento que lhe seja próprio 5 sua alma se ospalha pelos objectos exteriores, vive incuripsa- mente, não se fatigando a providenciar o presente, c ainda a menos prever o futuro. Assim suecedia no acampamento de Temi. Todos estes jovens fidalgos, que adoptaram a ban- deira do Papa por uma causa tão sublime o santa, no meio de todas as fadigas da carreira militar, conservando, porém, coração piedoso e puro, pas- savam os curtos instantes de descanso que tinham a gracejar, cantar, dançar, pregar peças uns aos outros.... O logar predilecto das brincadeiras era o alpendre da tavnrneira allemü. Os zuavos e os italianos não tinliam taverneira, sim os allemães ; os soldados todos so reuniam na taverna depois do exercício, sentavam-RO om ban- cos, tomavam alguns copos de vinho de Orvietto e de Montefiascone. A conversa principiava, ora engraçada e leviana, ora ardente em amor pela pátria" c amor filial, ora singela o alegre, com as lembranças das primeiras aventuras da adoles- cenoiu. Dous zuavos, antigos discípulos do collegio de Fribourg, fallavam entre si do padre Gloriot, que fora seu superior, e que morrera de typho em Constantinopla, pelo tempo da guerra da Orimóa, exhortando os soldados atacados da terrível mo- lestia. Elles so recordavam com gosto de seus brinquedos de verão, distracções do inverno, astu- cias para obter do regente meio sueto, para cor- rerem 110 bosque e descerem no profundo valle da Serine, fazerem gymnastica na quinta de Belfaux, ou uma partida de natação no lago, ou corrida veloz a cavallo. Pertencíamos á classe das crianças, dizia Atain; lembras-te, Henrique, que apenas tínhamos chegado da colônia de Estâvãyer a Fribourg. brin- c:*vamos em baixo, atraz do barranco, trepando para yôrjmos bríi^ar os grandes com balões, bollas, o jogo da palma? _ Certamente, respondia Henfi^e, lembram- me as lutas dos francezes com os russos, O? i"[?lc- zcs, os allemães, suissos, lutas em que os nossos francezes eram quasi sempre vencedores em todos os jogos de agilidade, coragem, habilidade. Os russos eram fortes na luta, os inglezes no pugi- lato, os suissos na corrida atravez de tijolos, seixos, barrancos e subidas; os allemães sobre- sahom na marcha na planície, por extensa que fosse! Somente Pimodiin, nosso valente general, excedia seus camaradas de todas as nações. Sem duvida iião esqüeceste que em Belfaux, quando elle jogava os murros com os inglezes, ninguém o podia tocar,—não digo na face—mas nem nas abas de sua veste, tão bem elle jogava e tão flexível, rápido o csbclto era que se podia comparar com um leopardo! Vi-o lutando com os russos, entre- laçar seus dedos com os do adversário c empur- rar-lhe a palma da mão com tal força, que embora tosse mui nervoso o moscovita, debaldo vergava sob os calcanhares, foi-lhe preciso recuar. (Continua) jSy

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Page 1: PREÇO DA ASSIGNATÜRA ADIANTADA PUBLICA-SE ÁS …memoria.bn.br/pdf/343951/per343951_1881_00033.pdf · amo xvi sexta-feira 25 de marÇo de 1884 numero 33 redacÇÃo e administraÇÃo

AMO XVI SEXTA-FEIRA 25 DE MARÇO DE 1884 NUMERO 33

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

4—16 Rua Nova dô Ouvidor 14—16PUBLICA-SE ÁS QUARTAS, SEXTAS E DOMINGOS

PREÇO DA ASSIGNATÜRA ADIANTADA

Por íinno . 15*000 | Por semestre 8*000

D™ ,„.om &«i, .*» fc lutó. (S. M., k | , »., dlanií .*,»*, —. - —. (O* d. Pi, ík í |g g

i^fc, A ¦n-pren,. .a.h.Uo, 4 g^e^^

,-*- <P..aTO, U. M. m|

AOS NOSSOS ASSIGNANTESPedimos aos nossos as-

signantes em atrazo, man-dom satisfazer suas asslg-naturas, para não sermosobrigados a suspender aremessa da folha.

0 APÓSTOLORio, 25 de Março de 1881.

A aurora do grande dia 25 de Marçosempre despontou para a cliristandade amais brilhante e esplendida.

Foi n'esse dia que, às palavras do anjoS. Gabriel, se annunciou a realisação das

propliecias, das promessas da redeinpção domundo pela vinda do Messias.

O anjo, annunciando a Maria sua con-cepção, como Mãi do Messias annunciado,o fez por um modo admirável e convincentedas altas immunidades que a cercavam.

Declarou-lhe, tranquillisando-a, que con-

ceberia do Espirito-Santo, e que o santo qued'ella nascesse, seria chamado Filho de Deus.

Como é tamo, consolador e cheio de mys-

terio divino, o colloquio entre o anjo eMaria l

Ninguém deixara de commover-se pelaconfiança que inspiram as palavras do anjo,em relação á procedência do Messias, e da

pureza de sua mãi.Ave Maria, gr alia plena, Dominus

lecum.A quem, senão a uma creatura immacu-

lada, se podem referir aquellas palavras?- ,

Quem pôde estar cheia da graça divina,senão aquella quo sempre fora immaculada ?

Effectivamente foi sempre universal estacrença; todos os christâos se curvaram re-vereutes ante Maria immaculada.

Só quando a impiedade, não tendo de queduvidar, voltou olhos incrédulos para Maria,só quando a rebeldia orgulhosa articulou

palavras de duvida sobre a concepção im-maculada de Maria, veio a definição d'essedogma cortar disputas e afirmar a verdade.

Mas fique bem claro, a crença na Imma-culada Conceição de Maria é tão antiga comoo christiauismo.

Esse colloquio sublime do anjo com Mariarevela, repetimos, a sua antigüidade, a vou-tade divina, e põe em pleno realce a humil-dade de Maria.

Quomodoflet istud, disse ella ao ouvir as

palavras do anjo, quonian virum noncognosco ? i

Como pôde ser isto, se não conheçohomem ?

Ah I maravilhas da humildade, da man-sidão, que tanto elevam a escolhida paramãi de Deus e co-redemptora dos homens 11

E ainda poderá haver alma tão perversaou transviada, que se não curve à vontadedivina, annunciada pelo anjo e com tantahumildade acceita por aquella que fora des-tinada para mãi immaculada do Filho deDeus, promettido redemptor do mundo ?

FOLHETIM DO APÓSTOLO

Essa scena sublime, que descreve a em-baixada do anjo a Maria, e uma scena tãocheia de piedade, e ao mesmo tempo-de.

grandeza, que facilmente revelam a catego-ria dos que n'ella representam ; ó uma scenatão verdadeira, tão divina, que impossivel é,de boa fé, pol-a em duvida.

Não, o christão fiel, o christão sinceroacceita com humildado, e com convicção,pro-fessa veneração a immaculada maternidadede Maria, que lhe foi annunciada pelo anjo

por ordem de DeusiTudo, tudo n'esse colloquio, revela a ver-

dade e as disposições da grande mulher des-tinada para Mãi de Deus, e essa sempresua mais elevada humildade ao accoitar amissão matfirnal, que lhe annuncia o anjo.

Como são sublimes, tão cheias de piedadee obediência, as palavras com que respondeao anjo, quando lhe declara, que o Espirito-Santo desceria sobre ella, e que se chamariaFilho de Deus o Santo que d'ella nascesse?

Eis a serva do Senhor, responde Maria,cumpra-se em mim a sua palavra.

Que mullier,sem as prerogativas de Maria,

poderia conservar tão alto, tão elevado, essecolloquio, esse annuncio, que, eugrande-cendo a Mãi de Deus, era motivo para suamaior humildade, para mais obediente cur-var se a vontade de seu Deus e Creador, quea escolheu para Mãi de seu Filho Unige-nitq?

N'este grande dia, pois, saudemos tam-bem a Maria Immaculada, Virgem antes, no

parto, e depois do parto, pedindo-lhe sua in-tercessão em favor d'este Império, dos ca-tholicos; emfim, que implore de seu DivinoFilho a conversão dos pe.ccadores, a couser-vação da fé nos que estão fiéis aos dogmasda Egreja, ao seu Vigário, e disposiçõessempre christãs para ns futuras gerações,repetindo todos cora o anjo:. Ave Maria,

gratia plena, Dominus lecum.

FOLHINHA CATHOLICAMarço

25. Sexl. \j( Annunciaçao de Nossa Senhora.S. Quirinn, m.; S. Irinôo, b., rti.j Si Dulti,crcada, mi; S. Ladrão, que foi crucificado nolado do Joaus-Clirwto; S. Pclagio, b.; S. Ba-roncio; S. Dosiderio; S. Hermclando, abb.—Na Capella Imperial festa de Nossa Senhora, eTe-Dcum com assistência de SS. MM. Imperiaesc corte pelo annivcrsario do juramento da Con-stiluição.—Sermão d tarde na egreja dos Terceirosde S. Francisco da Penitencia,—Lua no Perigfo.

26. Sabb. S. Cnstulo, m.; os SS. P>'dro, Marciano,Jovínò, Tecla o Cussiono, mm.; os SS. Tbco-doro, b.; Irenôo, díac.; Sorapiito e Ammonio,mm.; os SS. Montnno, presb., fi Máximo,mm.; os SSt Qun-irato, Thòodocio o Manoel,mm.; S. Eutycliio, m.; S. Ludgero, b.;Braulio, b.; S. Felix, b.

SECÇÃO NOTICIOSA

TELEGRAMMAS

0 ZUAVO PONTIFÍCIOPELO

PADRE BRESCIANIS! 'A-,. .„ AUTOR DO

WÍÊÊff. DE

Traduzido da 5a edição

VII

O QUE HA DE SUCCEDER?

(Continuação do n. 32)

« _ nós, os fieis, continuou Judith, cahiremosnas garras d'estes ladrões da terra sagrada deS. Pedro I O Arcediago diz também que os reisofferecerara ao Santo Padre uma pensão, mas ellea não quer, dizendo : « que se dão pensOes aoscriados e não a um pai; que lhe restituam o que 6seu; prefere viver de esmolas, acceitará antes oobolo dos pobres, e os soecorros de seus piedososHinos. »

« — Por esto motivo, concluio Judith, emquantopasta o gado, trabalhamos com gosto para nossocaro pai. >

Lisboa, 21 de Março.O senado portuguez votou uma moção de censu-

ra ao gabinete. Falla-se que o gabinete está emcrise, julgH-se provável que peça demssão.

Annunciam aqui que falleceu D. Dolores (?)— 22 de Março.O ministério, presidido pelo Sr. conselheiro

Anselmo Brancamp, pedio demissão collectiva-mente.

Bahia, 23 do Março.A barca ingleza Pride of Wale>, quo vinha de

Santos para os Estados-Unidos, incendiou, no dia20 do corrente, na altura de Maceió. Chegaramhontem a Aracaju 8 tripulantes que foram salvospor uma catraia, 8 outros recusaram soecorro, eainda mio chegaram.

Campo-Bello, 22 dè Março.Doscobrio-se hoje que dous indivíduos seduzem

e armam os escravos mais fortes das principaesfazendas d'nqui o da Boa-Vista, persüadindo-os deque viío encontrar o imperador com a bandeira daliberdade, mas com o fim de assaltarem e rouba-rem. Na localidade não ha recursos para reprimirsemelhantes correrias,

(Dó Jornal do Commercio)

« Jacqüelina, o duque, teu pai, .que mandou aoPapa grande quantia de dinheiro; tu, que offere-Céste doíis magníficos braceletes de ouro esmnl-tado e tua bella roza de rubis, 'pensais tér dadomais do que a pobre pastorinha?1

« Nossos amigos da França o da Bélgica hosescrevem que a piedade generosa faz sumptuosasdadivns, Lendo suas cartas, minha alma se enchede indizivel alegria; màs não posso exprimir-te aventura que sinto lendo a Harmonia, jornal catho-lico.e leal de Piemonte, em que se publicam asoftertas feitas ao Papa por tantos nobres, cidadãos,e pessoas pobres,que, apezar de viverem de'baixo dogoverno sacrilego que reduziò o Summo Pontífice'a tSo eruel miséria, e ameaça deapojal-o de todo,tôm todavia a coragem christã de deixar publicarseus nomes e todos os seus sentimentos de delica-desa, affecto e respeito pelo Santo Padre. Esta lei-tura me faz exclamar : — Almas livres o grandes !testemunhais publicamente perai.iie o côVea terraque não ó o Piemonte que rouba o patrimônio deS. Pedro! E' um bando de malfeitores, que assa-cou esta infâmia ao mais valente paiz da Penin-sula 1

<t Se visses estes nomes, se lêsses estas expres-sfíes tão vivas de amor filial, llcarias encantada,tu, cujo coração ó tão magnânimo! Quantas criadaspobres mandam as pequenas economias que chega-ram a fazer de seus salários! Quantas viuvasofferecom seu único thesouro, o annel do casa-mento ! Quantas donzellas se privam com alegriadas pequenas jóias que tanto presavam 10 soldadovelho da parto de sua pensão, pensão ganha áforça de feridas! O pobre sachristão, o velho podre,que não tôm nada que dar, enviam ao Pana suasflvellas de prata! A nobre matrona manda páraRoma os diamantes de familia, as jóias de seu noi-vado, suas pérolas preciosas, vestidos de corte, debaile.

Via-sacra—Durante esta quaresma ha-verá exercício da Via-sacra, em todas assextas-feiras, nas seguintes egrejas :

' Na do convento dos religiosos capuchi-nhos, às 6 horas da tarde, terminando com abenção do relicario da Santa Cruz.

Na da veneravel irmandade do Senhordo Bomfim e Nossa Senhora do Paraizo (emS. Christo vão), ás 7 horas da tarde.

Na de Nossa Senhora do Parto, ás6 1/2 horas da tarde, terminando com ser-mão e benção do Santo Lenho.

Visita pastoral. — Coinmunicam-nos o

seguinte que com prazer publicamos ;« O Sr. Bispo subio o riacho, através-

sou as lagoas de Baixo, do Meio e Aquiar,em cuja capella houve sermões, commu-nhões, chrisraas, casamentos. PercorreuAquiar, subio todos os afluentes, Quartel,Norte, S. José, Sul, Estanque, corrigindoenormes erros 110 melhor mappa d'esta pro-vincia. Regressou â pequena freguezia doRiacho, Continuou o trabalho havendo trintae nove sermões, seiscentos e quarenta com-munhões, seteeentâsie trinta chrismas, ses-senta e cinco baptisinos, quarenta e cincocasamentos, sendo dezeseis revalidados. Con-ciai quanto houve nas outras cinco fre-

guezias mais populosas percorridas e o quehaverá nas dezeseis restantes. S. Ex. re-

gressou á Serra, onde foi recebido festi-valmente; houve Te-Deum que foi muitoconcorrido. »

Com particular prazer inserimos noApóstolo a noticia qne nos dá o nosso col-lega Jornal do Commercio, de se have-rem associado os seus typographos 110 in-tuito de crearem aulas de línguas e sciencias

para uso próprio e de seus collegas dearte.

Revela isto que a classe dos typogra-

phos tão próxima das lettras e das scien-cias, como fica, por ser a transmissora domovimento scientifico. está convencida danecessidade de instruir-se para melhor des-empenho da arte que professa.

Eis o que lemos no digno collega :

« Louvável deliberação. — Um grupo

numeroso de compositores do Jornal do

Commercio, animados de verdadeiro amor

á instrucção, deliberaram estabelecer aulas

de línguas e sciencias, ondo seus compa-nheiros aprendam.

Hontem, foram inauguradas essas aulas,

que funecionam 110 edifício onde 11 mesmaassociação celebra suas sessões, achaudo-sematriculados 30 alumnos. »

O episcopado francez —Segundo nffi.r-ma a Correspondência de Pariz, o Em,Arcebispo d'essa capital convocou seus suf-fraganeos de Versailles, Menux, Orleans,Blois e Chartres, para uma reunião, cujofim ó decidir a linha de condncta quo o.sBispos devera seguir em face das invasõesdo Estado, no domínio da Egreja, redigirum documento collectivo, expondo as reso-luções do episcopado no que diz respeito aosataques projectados contra os direitos do sa-cerdocio, e, finalmente, enviar um memo-randum a Sua Santidade reclamando suaintervenção.

Mensagem dos catholicos legiti-mistas ao rei de Nápoles.—O Crocialo,

jornal catholico e legitimista de Nápoles,

publica uma mensagem dirigida a S. M.Francisco II, rei das duas Sicilias, com11,640 assignaturas recolhidas em 48 horas:d'estas assignatüras 4,107 são da cidade deNápoles e 7,542 das províncias meridionaese da Sicilia.

O documento termina assim :« Senhor, sois digno de reinar e reinareis.

E emquanto a Providencia não determinarde outro modo, Seuhor, reinais no coração

de vossa querida, formosa e fiel cidade dèNápoles, e no coração de todo o povo das

duas Sicilias. Viva o rei Francisco III Viva

a rainha Maria Sophia I »

Irmandade de Nossa Senhora da

Candelária.—Pagam-se, nos dias 28 e 29

do corrente, do meio-dia até ás 2 horas, á

rua dos Ourives n. 114, as mensalidades do

4" trimestre aos irmãos soecorridos por esta

irmandade.Sendo o ultimo pagamento d'este anuo,

os irmãos que precisarem ser soecorridos no

futuro anno de 1881 a 1882, devem apre-

sentar seus requerimentos até o dia 31 do

corrente, não podendo ser attendidos os quenão requererem este mez.

Ainda o negocio do padre Gillet.—

A agencia Havas recebeu do ministro de

Guatemala, de Pariz, a seguinte communi-

cação:« Pariz, 18 de Fevereiro.Sr. director da Agencia llavas.—Vt\i\~

mamente vos foi enviado de Nova Orleans,

um telegramma acerca do jesuíta padreGillet, que dizia-se ter sido encarcerado e

fuzilado, por ordem do presidente Barrios.

Eu vos communiquei, que a dita noticia era

falsa, e evidentemente inventada por algum

inimigo do governo de Guatemala.Hoje, um telegramina oííicial ine permitte

dizer-vos cathegoricamente, que o telegrain-

ma de Nova Orleans uão continha uma só

palavra de verdade. Nenhum jesuíta foi

preso e muito menos fuzilado, nem cousaalguma se passou em Guatemala quo a issose parecesse.

Em Guatemala, como tive a honra de com-municar-vos, não existo lei que puna coma morte os jesuítas que lá entrarem. Vossaboa fé foi illudida, e espero que dareis pu-biicidade a esta rectificação. Sou com toda aconsideração.—Chrysantho Medina. »

Instrucção publica. — Non ó muitoagradável trasladar para o Apóstolo o pa-recer autorisado, que mereceu um livro de-dicado ao ensino da mocidade, cujo autor óum cidadão que se tem dedicado a compi-lação de livros ateis para facilitar o ensinonas escolas. Falíamos do Curso elementarde arilhmelica e do calado mental, peloSr. Dr. Manoel Ribeiro de Almeida.

Já nos pronunciamos sobre o merecimentod'este livro, e vendo confirmado o nosso

juizo por homens profissíonaes, como são os

que assignaram o parecer da commissão, queabaixo inserimos, não podemos deixar derecommendar tão útil livro aos Srs. dirocto-res e professores de collegios e aulas parti-culares, pois nos parece estar adoptado nasaulas publicas.

Eis o parecer.« Primeira secção do conselho de instruo

ção da província do Rio de Janeiro.—Nithe-rohy, 2 de Março de 1881.

Parecer sobre o livro do Dr. ManoelRibeiro de Almeida, intitulado—Cursoelementar de arilhmetica e do calculomental.Está o livro dividido em capítulos, dos

quaes o 1" trata dos números inteiros", o 2°das fracções decimaes,o 3o do calculo mental,o 4o das fracções ordinárias, o 5o da resoluçãode problemas pelo methodo da reducção áunidade, e o 6° de algumas definições.

Na introducção faz o autor bem judiciosasponderações sobre o antigo systema de en-sinarem nossas escolas, systema já condem-nado em todo o inundo civilisado por umalonga experiência, e também acerca dos li-vros adoptados no ensino, que de todo nãosatisfazem ás exigências de uma sã peda-gogi.a; e apresenta o methodo intuitivo como

o mais racional e fecundo, para dar ás crian-

ças uma idéa clara dos números e de suas

combinações.Para mostrar a excellencia do methodo

intercalou o autor na mesma introducção os>

desenhos do antiquissimo apparelho imagi-

nado pelo mathematico francez Georges

Ritt, e do contador mecânico, boulier-com-

pteur, cuja origem se perde ua noite dos

tempos; c, explicando-os, resolve sobre elles

alguns problemas, pondo em jogo o.s prí-meiros elementos da arithmetica.

Os doutos conselhos e as considerações quese encontram n'esta parte do livro, offerecem

aos educadores da infância salutares lições,

que estão perfeitamente de accôrdo com o

que a respeito têm escripto notáveis peda-gogistas.

As matérias contidas nos differentes capi-

tulos, verdadeiras e exactas. formando um

conjuneto dos princípios mais elementares

« Mandando seu magnífico relógio, Breguet^ umfidalgo escrevia ao Papa : s

« Esperamos, Santo Padre, que em breve ellemarcará a hora da divina Misoricordia para trium-pho e paz da Egreja. »

« Minha Jacqüelina, não acabaria a cafta, sereferisse tudo ! para te mostrar como a bondado deDeus soceorre todas as nossas necessidades, nomeio das fadigas quo supportamos em defeza daSanta Só, torno a fallar-te da pastora que acudirná minha sôde. A boa Judith, vondo-me prestes ftir reunir-me aos. camaradas, deixou onhir, abrindoseu avontalsinlio, um bello ramo de morangosdo bo«qüè, vermelhos como rubis, que exhala-vam admirável perfume. Ella me disse, offerecen-do-mo os morangos :

(( _ Acceitairos, senhor, hão de refrescar-vos aboca durante estes ardentes calores. »

« Dei-lhe três pauis, dizendo-lhe :« — Compra um bonito lenço vermelho para o

teu pescoçn no domingo« _ nso, respondeu ella, eu os reunirei ao obolo

de S. Pedro. Oh! que felicidade! exclamou ella,saltando do alegria, eu poderei dar mais do queas outras, ou!... »

« Repeti a dádiva e lhe Hz prometter que com-praria o lenço esearlate no mercado de Temi' « Deus sabe, minha Jacqueiina, quantas 01 m-ppnezas da Bretanha venderam seus bellos eabellospara mandar seu preço ao Santo Padre, por inter-médio de seu Parodio! Este pensamento me con-sola, o me faí conformar com esto triste uso denosso paiz!

« Vejo-te, mentalmente, nos teus passeios ma-tutihos, visitar tuas herdades, dar trabalho a tuasjovens protegidas, para que, evitando o sacrifíciodos eabellos, possam dar seu obolo í Excita-as aamar o Santo Padre, e dize-lhes que res^m peloteu—Odorico.

VIII

O MARQUEZ DE PIMODAN

O homem 6 organisado nssim! Vedes mancnbos

l,pm educados, graves, severos ate quando estão,„ -«cupam de seus negócios ou dovores ;

sós,, ou se o do unidad abaixoto.-os entar na. ._

jeitfti.08 U leis dodas ordens de um mpeno., « slJ & -

qualquer disciplina, vel-os-heis mu. -t,lvèzae tornarem-se obstinados e indóceis. A nu.-o quer assim, pois o homem, sugeito á vontade deum chefe e que vive com camaradas, nSo tem umsó pensamento que lhe seja próprio 5 sua alma se

ospalha pelos objectos exteriores, vive incuripsa-mente, não se fatigando a providenciar o presente,c ainda a menos prever o futuro.

Assim suecedia no acampamento de Temi.Todos estes jovens fidalgos, que adoptaram a ban-deira do Papa por uma causa tão sublime o santa,no meio de todas as fadigas da carreira militar,conservando, porém, coração piedoso e puro, pas-savam os curtos instantes de descanso que tinhama gracejar, cantar, dançar, pregar peças uns aosoutros.... O logar predilecto das brincadeiras era

o alpendre da tavnrneira allemü.Os zuavos e os italianos não tinliam taverneira,

sim os allemães ; os soldados todos so reuniam na

taverna depois do exercício, sentavam-RO om ban-cos, tomavam alguns copos de vinho de Orvietto e

de Montefiascone. A conversa principiava, ora

engraçada e leviana, ora ardente em amor pelapátria" c amor filial, ora singela o alegre, com as

lembranças das primeiras aventuras da adoles-cenoiu.

Dous zuavos, antigos discípulos do collegio de

Fribourg, fallavam entre si do padre Gloriot, quefora seu superior, e que morrera de typho em

Constantinopla, pelo tempo da guerra da Orimóa,exhortando os soldados atacados da terrível mo-lestia. Elles so recordavam com gosto de seusbrinquedos de verão, distracções do inverno, astu-cias para obter do regente meio sueto, para cor-rerem 110 bosque e descerem no profundo valle daSerine, fazerem gymnastica na quinta de Belfaux,ou uma partida de natação no lago, ou corridaveloz a cavallo.

— Pertencíamos á classe das crianças, diziaAtain; lembras-te, Henrique, que apenas tínhamoschegado da colônia de Estâvãyer a Fribourg. brin-c:*vamos em baixo, atraz do barranco, trepando

para yôrjmos bríi^ar os grandes com balões, bollas,

o jogo da palma?_ Certamente, respondia Henfi^e, lembram-

me as lutas dos francezes com os russos, O? i"[?lc-

zcs, os allemães, suissos, lutas em que os nossosfrancezes eram quasi sempre vencedores em todosos jogos de agilidade, coragem, habilidade. Osrussos eram fortes na luta, os inglezes no pugi-lato, os suissos na corrida atravez de tijolos,seixos, barrancos e subidas; os allemães sobre-sahom na marcha na planície, por extensa quefosse!

— Somente Pimodiin, nosso valente general,excedia seus camaradas de todas as nações. Semduvida iião esqüeceste que em Belfaux, quandoelle jogava os murros com os inglezes, ninguém opodia tocar,—não digo na face—mas nem nas abasde sua veste, tão bem elle jogava e tão flexível,rápido o csbclto era que se podia comparar comum leopardo! Vi-o lutando com os russos, entre-laçar seus dedos com os do adversário c empur-rar-lhe a palma da mão com tal força, que emboratosse mui nervoso o moscovita, debaldo vergavasob os calcanhares, foi-lhe preciso recuar.

(Continua)

jSy

Page 2: PREÇO DA ASSIGNATÜRA ADIANTADA PUBLICA-SE ÁS …memoria.bn.br/pdf/343951/per343951_1881_00033.pdf · amo xvi sexta-feira 25 de marÇo de 1884 numero 33 redacÇÃo e administraÇÃo

Sexta-feira 25 de Março cie 1881

da arithmetica, estão expendidas com me-thodo, porque se achara dispostas em ordem,e ensinadas pelos meios mais apropriados ãintelligencia infantil.

Os questionários, exercícios e problemas,que se encontram no fim de cada uma dassubdivisões dos capítulos, são, sem duvidaalguma, de incontestável utilidade.

Os capítulos relativos ao calculo mental eá resolução de problemas pela reducção àunidade, constituem certamente um grandemelhoramento introduzido pelo autor no eu-sino da arithmetica elementar, melhora-mento conhecido nos paizes mais adiantadosem instrucção publica, mas entre nós emcompleto esquecimento.

Com o conhecimento perfeito dos númerosinteiros e decimaes, e fracções ordinárias,ficará o alumno habilitado a resolver pro-bletnas que outr'ora exigiam somraa de co-nhocimentos muito mais variados, por exein-pio : a theoria das equidifterenças e das pro-porções, e a theoria das progressões.

Com o calculo mental terão os nossos pro-fessores um poderoso meio para desenvolverna infância a intelligencia e a memória dosnúmeros. Se não se acha ainda introduzidoem nossas escolas o ensino do calculo mental,ó, sem duvida, por falta de um livro próprio,e esta falta será corrigida com o appareci-mento do livro de que nos oecupamos.

Em resumo, ó de grande merecimento olivro intitulado Curso elementar ele eirilh-melica e do calculo menled, escripto peloDr. Manoel Ribeiro de Almeida, e sua adop-ção nas escolas da província será de grandevantagem. — Luiz Antônio ele MirandaFreitas. — Antônio Marciano ela SilvaPontes.-—Dr. João Martins Teiooeirei.

Nitherohy, 2 do Março de 1881. »

Imprensa. — Recebemos:Economia Domestica Moral, livro que

nos parece ser útil porque contém liçõespraticas de economia, pois na rápida lei-tuía que d'elle fizemos encontramos muitospreceitos e regras que praticadas serão degrande proveito para queín as observar.Seu autor é o Sr. Samuel Smiles, traduc-cão do Sr. Jacintho Cardoso da Silva.

Editor o incansável Sr. B. L. Garnier,que cada vez se torna mais digno da at-teução dos homens de lettras.

— A Estação (Saison) jornal sempre maisinteressante ás famílias pelos seus desenhos,figurinos, e moldes ; seu merecimento crescea par da boa reputação artística de seus in-telligentes editores e proprietários, os Srs.Lombaerts & Comp.

. Donativo importante. — Lemos comprazer no Jornal elo Commercio :

« O Sr. Frederico Gustavo de OliveiraRoxo, que mais de uma vez já tem dadoprovas da sua philautropia, acaba de pôrá disposição do Sr. conselheiro Vicente Can-dido Figueira de Saboia, director da Fa-culdade de Medicina, a quantia de 5:000gpara custear no primeiro anno a enferma-ria especial que, por ordem do Sr. minis-tro do Império, vai ser estabelecida paraclinica de partos.

Actos como este recommendara-se por si,basta referil-os para que áppareçain outrossemelhantes. »

A assembléa de Berlim.—O centrocatholico tem 101 membros; os conserva-dores unidos (velhos e novos) são 50; osconservadores liberàes, ou imperiaes alie-mães, 48 ; os liberàes nacionaes do grupode Bennigsen, 38; os do grupo de Voelk, 15;os liberàes seccionistas, 17 ; os progressis-tas, 27 ; os liberàes fluetuautes, 10; incer-tos, 37. Total 397.

D'esse parlamento póde-se dizer: Tol sen-tenticu quot capita.

Theorias americanas. — O annunciosó começa a ter importância depois de in-serido pela 7a vez:

1* inserção: o assignante não vê o an-núncio;

2* inserção3* inserção4" inserção

vê, mas não lê.lê,

repara no preço do obje-cto annunciado.

5' inserção: falia do annuncio a suamulher, e mostra-lh'o.

6" inserção: decide-se a comprar.7* inserção: compra-o.Recommeridamos a theoria aos auuun-,

ciantes.Uma noticia ^ãsustadora dada pelo

« Progr^saóT Catholico ». —Nãosabem°S nossos leitores o que acontece I ?

Afinal, todos os palácios de Lisboa estãocomprados pelos jesuítas! Já não ha urasó' para vender. O mesmo em que re-side Sua Magestade está em negociaçõesde compra. E d'aqui ha dias toda a ei-dade, e o reino de Portugal e Algarve,estará comprado pelos jesuítas; é o quenão tarda a dizer-nos o Diário ele Noti-cias.

Amor com amor se paga. — Um ca-valheiro, cujo espirito passava por muicurto, rendo brilhar um bello diamanterio dedo" d'uma dama, que, sem ser for-mosa, tinha a mão bastante magra e des-camada, disse, rindo-se, a um dos que es-tavani a seu lado j

— Antes queria o annel do que a mão.

— E ou, replicou a dama, que o escu-tara, antes queria o cabresto do que abesta,

Referia-se a uma corrente de relógio,que tinha o indivíduo pendente do bolsodo collete.

Injuria ao Papa e aos catholicos deRoma.—Está acabada, o brevemente seráinaugurada em Roma, a estatua do celebreNino Bixio, cujo principal desejo era afo-gar no Tibre o Papa e todos os Cardeaes,mas que afinal teve a sorte de ser devo-rado pelos selvagens.

Fundo de emancipação.—Por contado fundo de emancipação acabam de serlibertados na província de S. Paulo : 12escravos no município de Sorocaba, pelaquantia de 10:160$908, para. a qual con-correram os libertandos com. a de 1:770jj; e 1em Campo Largo por 1:500)?, inclusive opecúlio de 166*000.

Contam-se 491 alforrias concedidas na mes-ma província, tendo despendido com ellaso Estado a quantia do 439:6jS3i?444, e res-tando empregar a de 53l:498$l85.

Na província de Minas Geraes foram ul-tinitimente alforriados 8 escravos no municipio de Montes Claros, pela quantia de9:430$,, para a qual concorreram os liber-tandos com a' de 50$000.

Sommamos 1,100 libertações concedidasna mesma província por conta do fundo deemancipação, mediante a despeza de réis989:984^400. Das quotas distribuídas restaempregar 692:257^639.

Corporações religiosas da França.— O Eminentíssimo Cardeal Jacobini e Mon-senhor Rampolla, estão trabalhando pararesolver prudente e definitivamente a quês-tão das corporações religiosas de França.

Os pontos principaes são os segnintes :1." Que os institutos e conventos reli-

giosos pratiquem suas regras sem sujeiçãoá lei, afim de que para o futuro não se-jam perturbados pelo governo.

S." Que certas casas religiosas, do ho-meus, não compreheudidas actualmente naconcordata, possam ser abertas de novo de-baixo da salvaguarda da lei.

3." Que se estabeleça uma convenção com-pleta entre o governo e a Santa Sé sobretodas as questões, cora o fim de prevenirtodo e qualquer conflicto para o futuro.

Descoberta. — Em Londres, no New-gale Street, foram encontrados restos deantigüidades e moedas romanas de Nero eCláudio.

A importância do debate, que começouriesta occasião nas sessões de 26 e 27 de Ja-neiro, nos decide a publicar parte d'elle.

O Sr. Windthorts:—Se eu hoje subo átribuna, não ó como combatente, ó com in-tenções essencialmente pacificas. Não peçoa abrogação, nem mesmo a revisão das leisdo Maio, mas unicamente, que o parlamentoautorise, para as necessidades urgentes, ocuidado das almas, nas freguezias privadasde padres. O systema das leis de Maio per-manece assim intacto. Minha proposta soli-cita somente a impunidade para a distribui-ção dos sacramentos, e também para a ce-

. lobração. du missa. Nada mais, nada menos.Recentemente a câmara se oecupou de umtriste incidente. Uma companhia de soldadosse requisitou para prender um pobre padre,cujo único crime era ter dado os últimos sa-craraentos a um,moribundo. Senão vissemosestes factos passarem-se á nossa vista, recu-sariamos acreditai- os; diríamos, que estascousassão impossíveis no século XIX, e emum paiz que se ufana de exceder os outrosna vereda da civilisação I {Muito bem! nocentro.)

Julgo .ter. o direito, de apresentar minhaproposta..Não tem o fito de qualificar comocrime' ou delicto, uma acção boa em simesma. Mas o que o povo não comprehendeé, como praticas a que está afféicòado,, comsua alma e coração, ucções que merecem seurespeito e amor,, sejam hoje punidas pelo co-digo penal, [muito bem! no centro) quehomens velhos, cercados de suprema consi-deração, sejam, exclusivamente por causad'estüs acções santas, condemnados judicial-mente, encerrados e tratados como os maisendurecidos malfeitores.; Qual ó a causad'este rigor? Usais d'elle para attingir. umalvo mais remoto ? N'este caso, não conheçoqualificação parlamentar, que designe talcondueta. A repressão de acções boas em simesmas ó violação da liberdade de, conscien-cia, violação do livro exercício do culto, etambém do direito natural.

Qual ó o indicio que designa o grào decivilisação de ura povo? E' a liberdade deconsciência que o determina. Esta deve sergarantida, embora não houvesse outros mo-tivos, porque é dever do homem que vive naterra preparar-se para a vi'darfutura'. A li-herdade de consciência foi garantida pelotratado de Westphalia; também o foi. pelapalavra real e garantida pelo art. 12 i daConstituição. Punir a celebração do santosacrifício da missa I Pois bem I faltais a pro-messas feitas do alto do throuo. [Tumulto delireita.) Se fosse possível tolerar a impo-sição de penas a estes santos mysterios, istouão seria já possível, agora, que as estatis-tioas publicam de modo tão pungente a pe-uuria religiosa, a fome espiritual dos catho-licos. Persistir no actual systema, é violartodo o sentimento de benevolência, de equi-dade e de direito. A quarta parte do cleroparochial desappareceu; por conseguinte óimpossível que se soecorram as almas com aregularidade necessária, especialmente por-que a coadjuvação das ordens religiosasextinetas não suppre a falta de padres secu-lares. E' certo, que áquelles que sobrevivemnão poupara, nem suas forças, nem ãuavida, para acudirem ás necessidades, mas asmortes numerosas mostram, que este excessode trabalho diminue o clero. [Risaelas ei es-querda.) Faço constar ao paiz, que os mem-bros da esquerda accolhera com riso estequadro da desolação dos catholicos, e a no-ticia da morte de nossos padres I [Novas ri-saelas). O ministro não deve encarar a sirtuação sentado á sua mesa verde; vá aoslogares era que se soffre, para verificar a rea-lidade dos factos. Reconhecerá quanta dei-dicação é precisa para acudir., no decurso doinverno, aos interesses espirituaes de fre-guezias, que distara muitas léguas umas dasoutras.

Além de que minha proposta apenas -om-pleta um pouco o artigo Ag lei de Julho.O qual não bastoP% Tgjta que se! reco-

|ta ta^oem o direito'de; acudir'aos in-

...tísses espirituaes que soffrem, aos jovensSacerdotes que se dedicam ao magistério par-ticular ou estão refugiados na Baviera Cüna Áustria; isto ó necessário, se, se querprovidenciar as mais urgentes necessidades.Minha, proposta tiao aspira^ como disseram1,ao radical aniquilamento- das leis de Maio.Se se pretende que terá este resultado re-.conhece-se,, pois,, que. a legislação de, Maiofunda-se era um principio immoral (Appro*vações- no1 centro. Protestos á direita ed esquerela).

Sei que o parlamento approvou este prin-cipio, que tem força de lei. Mas nem porisso é mais moral. Não, minha propostasó anliela soecorro dás necessidades espirí-tuaes mais urgentes. Não tem o fito deorganizar completamente o serviço das fre-guezias. Dizem-nos : fazei a declaração eBujeitai-vos* ás leis de Maio I [Muitôbem,á direita.) Esta exigência vos condemua.O Kulturkampf tem já longa duraçift; exigiomuitos sacrifícios e fez muitas Victimas.

Julgais que a Egreja presencia taes1 des-astros-com alegria?; Se- n^0 cedeu, é por-que não

Jóflg e não podendo não o fará.AL.,n,,alnnr, ,., " •_ iA leoislaf-o de Maio é somente uma ten-Abril de 1875, sobre a suspensão de na°-a- ta-tiva ?Q;tn „„ * v, •í j ,'¦¦ , raau lauva'íeita contra a EoreiapSthnliVn rnntramento dos bispados e padres catholicos » !n ú7uniL' ??reJa

¦«wuouca,,conxrayaures cainoiicos. » o cathohcismo, que se quer 0l± alípláf,

Monumento a Washington.—O con-gresso dos Estados Unidos deu ordem paraterminar se em Washington, o monumentodo grande general. Acabado o monumentovirá a custar cinco milhões de dollars.

Os três canaes projectados.— O ca-nal de Panamá custará 130,000,000 de dol-lars. O de Nicarágua 100,000,000. O deCap. Eads, por Telmantepec 75,000,000. Omais breve é o de Panamá, que é de 45milhas, e o mais comprido o de Nicarágua.

Viajantes corajosos.— Os italianos ca-pitão Manfredo, e tenente Ciuxia, erapre-heuderam uma viagem que requer ousadiae constância.

De Milão partiram para o centro da África,com o seguinte programma ; visitar o gol-pho de Bomba, o porto de Cabruk e Derua,em o qual farão experiências hydrographi-cas, e entrar no oásis de Jarabud, onde re-side o chefe da tribu dos Inuzos, espéciede rei selvagem, cujo domínio se estendedesde a Cireanica até o Soudan.

O programma ó bello; veremos o suecesso.A Biblia mais antiga.— Foi vendida

em Londres por 760 libras esterliuns a Bi-blia latina mais antiga. Foi impressa porGuttemberg em 1452, e jazia na sacrhistiada egreja de uma aldeia da Baviera.

NOTICIAS ESTRANGEIRASParlamento allemão

INTERPELLAÇÃO WINDTHORST

Uma proposta que o £*, Windthorst, oeloqüente e; aninho deputado dó centro ca-

lic°, ítcába de fazer, na câmara dos de-lutados da Prússia, mostra o que podem es-perar os catholicos, do governo prussiano.

Eis a proposta:« Projecto de lei relqXiva d impuni-

dade, acerca da distribuição dos sacra-rnentos^ e ela celebração ela missa.« Nós, Guilherme, etc., ordenamos com o

consentimento das duas câmaras e da dietada monarchia, o seguinte:

« Paragrapho único.—A distribuição dossacramentos, e celebração da missa, nãoestão sujeitos ás prescripções penaes das leisde 11 de Maio de 1873, relativas aos estudose nomeações dos padres; 12 de Maio de 1873,acerca do poder disciplinario, e á instituiçãodo tribunal real para os negócios ecclesias-ticos ; 20 de Março de 1874, relativa á admi-nistração dos bispados catholicos vagos; 21de Maio de 1874, acerca da declaração dalei de 11 de Maio de 1873, a respeito dos es- \tudos e nomeações dos padres, e de 22 de

ou, o que seria ainda peior, falsear o des-honrar. A declaração que exigis vos con-fere a plenitude do direito de confirmar ouannullar os actos da autoridade ecclesiastica.Seria a abdicação da Egreja.

O orador discute um artigo da Corres-ponelencia^ Provincial e demonstra que éexactamentô o governo temporal que actual-mente tem mais interesse em favorecer odesenvolvimento do espirito . religioso, quesomente impede os throuos de se desmoro-

;narem. (Tumiülo.) Fiualisando.o Sr. Wind-thorst faz sobresahir as gloriosas conse-quencias, admiráveis e abençoadas que re-su.ltar.iam da. odopção de sen projecto; agoranão ousa prever os resultados de sua re-jeição. (Vivos applausos no centro.)

O Sr. de Puttkamer [ministro dos cultos), admira-se que, seis mezes depois da'lei do Julho, o Sr. Windthorst trate d'esta'diíficil

questão sem indicar nenhum aspectonovo. Não duvida que o autor da proposta'limite suas vistas no soecorro das mais ur-gentes necessidades. Mas appella para ogoverno e câmaras; o primeiro ha de es-perar a opinião da segunda. Posso todavia'declarar, era nome do governo, que res-pondi extensamente ao Sr. Windthorst, haseis mezes; que quando apresentou sua actualproposta^ declarei que o governo não a po'dia ápprovaiv Acho, pois, inútil; renovaruma discussão já aprofundada. {Bravos desquerda.) Nao penso que a câmara adòptea. proposta: todavia, se o fizer, discutireia fundo a questão.

Quanto às ruínas causadas pelo Kultur-karapf, têm' sido exageradas. O reino daPrússia tem 4,604 freguezias catholicas com8,000,800 fieis'. Ora, 1,103 somente, eUãoprivadas de seu clero, e estas fregueziastem a população catholica de 2,085,000 ai-mas [Ouvi! ouvi!), 508 d'estas fregueziascom 1,374,000 almas poderão aproveitar avantagem dá lei' dè Julho, e tem .ainda umpadre regularmente' nomeado. 445 outras,com 450,000 almas, são regularmente soe-corridas por padres que tôin cargos na vi-sinhança. Segue-se, pois, que a lei de Ju-lho, feita sem a cooperação do centro, for1-neceu pastores a 252 freguezias. Ficamcompletamente privadas de todo o auxilioespiritual 150 freguezias cora 170,000 alniás.Estes nuirieros' designam á situação actual,mas è certo, e nós o sabemos, qüô' o riu-mero das freguezias completamente priva-das de padres, lia de áugméntar-se rápi-damente. E' triste, mas é a verdade.

Querèis o fim do Kulturkampf?Deixai dé resistir ás leis do Estado : que

não ha de-côder por causa dos vossos ata-quês. Por outro lado, éu penso que a lei deJulho, embora mutilada, ainda contém ai-gumas disposições que fazem possível e atépoderiam facilitar a conciliação. Desejo quea lei de Julho não seja letra morta, masse deve ser effieaz, depende isto exclusiva-mente da iniciativa do partido que tem emsuas mãos ,a sorte da Egreja catholica naPrússia. [Ruidosos applausos d esquerelae á elireita. Caluda 1 no centro.)

O Sr. de Bbji-nigsbh faz também os ca-íllCllOoá responsáveis do Kulturkampf,'quenão acabará senão quando Roma ordenaraos catholicos que se submetiam ás leisdo paiz. Toda a hostilidade dos catholicoscontra as leis e contra o Império não'temoutra causa senão ser protestante o novoImpério allemão.

O Sr. de Schorlemer Alst.— protestacontra a ultima ali gação e desafia o oradorque dê provai d'ella; ó úm rei catholicoque em, primeiro logar pffereceu a coroaao Imperador Guilherme e os catholicossão os mais leaes subditos de seu mo-narcha.

O Sl. Helldorff [liberal suecession-nista), defende a proposta do Sr. Wind-thorst, que é fundada náliberdade da con-sciencia. Sua opinião ácercà do' patriotismodos catholicos é sobre ó poder do Estadoé muito boa para que possa temer peri-gos para o ultimo, se se restituisse a li-berdade da religião aos cidadãos catho-liços, ,j, .„fr: .,.„,.. ... .,-. , j ,.,... .

O Sr. Holts [conservador) lamenta asituação actual, teria querido, e tambémseus' amigos, votar a favor da propostaWindthorst, se não tivesse receio qüe áEgreja se aproveitasse d'ella para organi-sar clero ambulante., como empaiz.de mis-soes. Todavia espera que o governo reali-sara os votos' unanimes do paiz que suspirapela paz.

0 Sr. Stableroski [polonez) agradece aoSr. Helldorff de ter elle somente do ladoesquerdo, ousado manifestar interesse peloscatholicos'. Até aqui da direita como daesquerda só; se diz esta palavra. fatal:. Alei vos conderana á morte; morrei I Porisso os catholicos são condemnados a mor-rer sém padres, sem Sacramentos, o Si',ministro não nega o rigor da actual íe-gislação; declara-se disposto a auxiliar suamodificação.

Pódè-se imaginar um acto' mais mon-struoso do que seja punir a distribuição dosSacramentos, quando é evidente que òsfieis hão-de morrer sem as consolações dafé ou que o padre ha-de infringir. a lei.Na Prússia poloneza, os misero3 catholi-

cos são óondéninadós a levarem seus fllhçsa 6 ou 8 legoas de distancia que hão-depercorrer a pó, com o risco de morreremde fome ou de verem perecer seus filhos.[Muito bem). A ousencia dos padres nãoó sentida; dizemI Ahi o que obriga osfieis a andarem ás vezes 8 legoas parase confessarem e ahi esperarem 8 a 10horas ao pó do confissionario até que che-gue a sua vez ?

Não ó isto. falta de padres ? póde-se fa-zer semelhante cousa? [Òuvi\ ouvi.) Eos moribundos? o padre corre de ura aoutro, consagra-lhes seus dias e noites etem muitas vezes a dôr de só encontrar ca-

"(favores emquanto elle próprio não sucumbe:no trabalho! Vi casos como estes I" Tomaium mappa da archidiocese dô Geiiesen-

.Posen, e vede, 106 freguezias coutando,13,4,000 almas estão compietameute_,prív.a-,das de todo o^soecorro religioso. (Ouvi!),31. outras, co.in 96,000 alraa^ tem a.inda

jCada uma um .Vigário ;" outras,, dffliçtascom a imposição ,de Vigários ^ados pelo

governo, tendo 30,000 aímas,Já não. téjiclero, e entre estas 8, tendo 19,000 almas,estão em absoluta impossibilidade de teremo minirao soecorro religioso. Se estas fre-guezias ainda existem ei a fé se mantémn'ellas, é por milagre da divina graça. Em

'torno de Makowarslí, em um âmbito de6 legoas, acham-se 5' freguezias sém padres,e a todas juntas' deve acudir um.Vigário^o de Zabartowo. O orador menciona gratidenumero de factos análogos. Eis', continua'elle, a actual situação. Ha padres que'éstaopromptos a acudir a estas' necessidadesevidentes, sém sequei* exigirem' indemni*dade' material. Ao menos permittám-lhesisto, e não òs lancèin rias prisões pôr fa-zerem esta obra de misericórdia!

Tehios uma lei, éu o sèi';! por causa!d'ella perseguem'os pobres padres como fórásbravas que ousara levar os Sacramentosaos' moribundos",' vão-llies rió ericálijó como'fazia d'ántés a fanática Inglaterra', a!Françano tempo da revolução. (Signaes de dês-jirezo). Só falta pôr-se a preço á cabeçados padres I [Este tempo chegará). O eXer-cito se emprega n'este triste'offició, assimcomo na terrível noite dé Wi'lá't\vo, em' queos campbnezes'afflictòá'pelos ultrajes qúefa-ziam a seus pastores, se reuniram paralhes dar o ultimo adeus, foram derruba-dos cora pranchadast [Ouvi! ouvi I) Maisainda; as victimas foram prezas por ha-verem manifestado uma dôr sediciosa; óverdade que a justiça lhes restituio a li-berdade. A policia fez um inquérito parase certificar se estas correrias contra ospadres não teriam enfraquecido em ai-guns corações o respeito devido ao Es*tado.

Ah I senhores, quanto mais padres con-demnais, o povo mais os' venera earàa| maisdetesta o Estado, e também melhor se'dí-visam estes sentimentos uos raios que scin-tillara nos olhos dos líoraéns e nas lagrimasdas mulheres. Quem desdenha estes sen-timentos, por demais esqueça as lições dahistoria. Vossos empregados parecem ter ümúnico dever: a caça dos.padres., £' gloriavossa, sem duvida, e disputam! a palmaaos mais celebres caçadores de padreá dahistoria ingleza.

Ha tempos se instauraram, em Traustadt,processos cora 124 testemunhas i um padreera aceusado de ter dito duas vezes missa,em segredo, na presença de. uma únicapessoa. [Ouvi!) O que dirão de nós,osestrangeiros,' á vista d'estes monstruosõâprocessos? Cento e yintç testemunhas, nãopara negocio de alta, traição, mas, por umamissa rezada I, (Muito bem,!\ ,Vossas leisde Março tiveram o resultado,, de .tornar ajustiça prussiana ra.u.i hábil, quando se tratade irapôr aos catholicos, ,.9, .çigor das leisperseguidoras.1 [Miiito bem!)

O orador menciona longa serie de factosem apoio de suas àsserçoes; revela espe-cialmente ura muito iuteressante, e que con-siste em ter-se imposto aos, professores aobrigação de fazerem ó officip de, espiõesdo governo contra o clero catholico. Acabalembrando que Frederico Guilherme IV feza promessa formal de garantir aos catho-licos o livre e completo exercício de suareligião, e exprime a confiança de que seusuecessor não deixará em falta a promessareal; [Muito bem, no centro.)

A própria Rússia reconheceu aonde con-duz a oppressão das consciências (ouvi,ouvi}) e parece querer éntreábrir aos ca-tholicos a porta da liberdade. Somente aPrússia quer manter esta abominável op-pressão ? Caihatn suas conseqüências sobreáquelles que as querem; quanto a nós,desejamos recuperar nossa liberdade pelaadopção da proposta Windthorst; desejamosisto para obviar os perigos que progressiva-mente crescera, ameaçando a sociedade.[Muito bem, no centro.)

•¦:¦ ¦;¦ j ! [Continua) ....

ARCHEOLOfilAIllion, a, cidade e pátria dos

Troyano»Emquanto a Europa está quasi obrigada

a tomar de.novo q. elmo,. guerreiro, peloprocedimento dos bellicosos Argirios, a^a-

Page 3: PREÇO DA ASSIGNATÜRA ADIANTADA PUBLICA-SE ÁS …memoria.bn.br/pdf/343951/per343951_1881_00033.pdf · amo xvi sexta-feira 25 de marÇo de 1884 numero 33 redacÇÃo e administraÇÃo

veu America se extasia com uma magníficaobra publicada em New-York. O resultadodas pesquizas o descobertas que fez o fa-moso Dr. Henrique Schlieinau, procuran-do, cavando nos

Campos, übi Tróia fuüEsta obra foi seguida e recapitulada por

outra ; Troya e suas ruínas, a qual sócontinha os resultados obtidos até o annode 1863,- e abrange as investigações e des-cobertas de Schliemau até 1880.

Depois da biographia do autor, a obradá um esboço dos trabalhos du Virchow,de Mahaflíyj de Sayce, doCàlvort, do 13m-

gseheBey e muitos outros. Censurou-se Sch-lieman de ter começado suas pesquizas poronde cumpria acabal-as, é se ter deixadodoinihar muito pelas imaginárias descri-

peões d^.líomerp, mas se os felizes resul-tados obtidos não desculpassem o illustrearcheologo, bastava para merecer admiração

perante os doutos:.. o aturado estudo ó o grande amor

quò lhe fizeram procurar o volume do pri-meirò pintor das memórias antigas, quedesde a idade de 8 annos encheu de eu-thusíasmo süa joven alma.

Sete diversas e suecessivas fundações sup-

põe Sclilíemàn e o exame da fortaleza deHissarlik síd para os sábios suíliciente provade suas descobertas.

Éscavando-se debaixo da cidade e do muro

grego, encontram-se objectos da época Ar-chaica da arte grega; depois se acham tra-bálhos do tôrapo átití histórico. Schliemauattribue a sexta Cidade aos Lidos; não deixade ter bons fundamentos sua hypothese.Na distancia de 17 a 18 pés da cidade deLidia,' elle achou a quinta Troya, e 10 péspara baixo a superfície da quarta*' Continuando as escavações, 10 pós maisabaixo, achou' os alicerces de Illiou quei-màda-, theatro.do memorável assédio5') a sededé Priamo, logar onde se realisou o grandedrafna em' que Hecuba, Heitor, Paris, e abella e infiel Helena, tiveram tanta parte.

D'òste modo Schliemau confirmou umaopinião que expendeu em 1872, conforme a

qual) a Cidade de Priamo tora queimadaentre IUion e o rochedo. Depois das recun-

' tes investigações, elle julga puder aflirmar

que este recinto encerra mais duas cidades,tfiriá estaria na distancia de 22 pés a 18da cidade queimada, e a outra 7 mais abaixo,isto é, na pedra onde elle julgou achar ves-tio-íos dos primeiros habitantes de His-

Scxla-ícira % de Março cie "1881

não tem sabida, pois está rodeada de murosA parte superior^ feita do tijolos triangu-lares ao nível do solo, sorvia du morada

para a familia e a inferior de dispensa.Quando no pavimento térreo ha uma porta,é que sorvia para a cavallarice dos ani-mães. As pedras das paredes do primeiroandar das casas troyanas não mostramsignaes de obra do mão,, mas parece quevieram da próxima praia. Os vasos eam-

plioras são tão grandes que um homemem pó cabe ú'èlles. As estradas lambem

sai-lik.A descripção dos objectos adiados no pa-

vimeuto é, para assim dizer, a historiaiüdirecta das sete cidades e dos sete povosextírictos e de sua civilisação. As descri-

peões" d'esta segunda obra de Schliemau,üâo são inspiradas pelo enthusiasmo quefeínava na primeira; mas são o resultadodas, perseverantes pesquizas de um impar-ciaí e calmo observador, que, reprimindo aimaginação, escolheu a sciencia e a critica,como mais seguros guias.

Quantos" annos de antigüidade têm estesfragmentos e ruinas? O autor não ousa di-zel-o. A superfície da collina de Hissarlik,

que jaz debaixo do muro macedonio, per-íence ao século terceiro da era vulgar. ONovüm Illium ao décimo oitavo do tempode Alexandre. Nenhum povo da época de

pedra habitou Hissarlik, visto que até na pri-meira cidade, isto é, na ultima descoberta,não sé acha ouro, prata, cobre, nem utensíliosnietallicos; eram talvez emigrados do Hei-íesponto, dos confins da Clima? Os poucoscraneos achados nas cidades mais pequenas,apresentam signaes de uma raça civilisada,üâo têin nenhuma das feições peculiares aos

povos selvagens. Não conheciam o forro.Até" riaf cidade' queimada não se acha uma

espada, armas, de bronze ou cobre, não ha

lanças,' fréchas, cutelos, nem espadas. Tam-bem sé nu'ó acharam lâmpadas1 nas cidades

antigas.. •í Pouco se sabe acerca d'aquellas cidades,

fez-se o paralello entre os fragmentos dos

Vasos achados em' Hissarlik e os seinelhan-teá, achados rios tempos anti-historicos, que

precedemos povos europeus. Parecem obras

da Assyria e do Egypto.- As pesquizas do Dr. Schliemau, foram

principalmente dirigidas para descobrir todo

ô circuito dos' muros. Convindo muito dei-

xar intactas as casas' da cidade queimada,eíle escavou gradualmente as ruinas das três

cidades superiores, em direcção borisontal,fragmento por fragmento, até que chegou

abs' restos', fáceis de conhecer, da terceira

cidade queimada. Tendo chegado ao nivel

do "espaço

que pretendia explorar, começou

da extremidade da. área escavando casa por

por casa e continuando o trabalho na di-

fécção' do norte. D'esta fôrma descobrio to-

dás ás Casas da terceira cidade, sem derru-

bar os muros. Descobrio as construcções de

tijoloj3 pedra cimentada com terra;. O grandenumero de ampboras que se acharam fez

acreditar a Schlieraan,.. que servissem de

Safa, ainda que é difficil explicar a es-

treiteza das bocas d'ellas. Parece qüe^seentrava nas casas por escadas de mão. To-

dás as câmaras tinham portas para o norte

oü para o oeste da entrada.Uin. dos característicos da architectura

é que em "bastantes

casas a parte inferior

são raras, pois exçepto nina mui larga,

que é a da porta da cidade, só so achouuma da largura de 4 pés o calçadas com pesçoçcpedras grandes que conservam signaes dofogo intenso a que.foram expostas.

A primeira cidade não tem muros ro-

gulares; ao menos do fôrma que se se

possa chamar cidade fortificada. Ahi abün-dam vasos de barro cosido. Com umaúnica excepção, na ;.cidade queimada nãose achara pinturas, haviam duas nas qua-tro aüte-liistoricas. Os Ídolos de fôrma hu-mana revelam mesquinhas tentativas daarte. Mertellos, machados, e serras de pe-dras se adiaram. Cutellos, pontaletesj fre-chás de ouro e prata revelam um estadoanterior ao da descoberta do bronze. Acha-ram-se agulhas de marfim e osso.

Os habitantes da segunda cidade con-struiram muros eiclopiosQ calçaram as es-iradas com pedaços de pedra calcarea. Nãose encontraram sulcos de carros, provável-mente serviam só para os peões. Nãousavam tijolos. Nas ruinas de uma cidade

queimada se achou o esqueleto de umamoça, com brincos de ouro queimados, eatinei no dedo, bagatellus e contas do ouro.Também se acharam martellos. de pedra.O barro cosido indica povo dinerente doda primeira cidade.

As ampboras são mui grandes e de barrocosido, tão grandes que fazem crivei a his-toria de Alli Baba. Estas como os vasosmodernos serviam de déspensa ou arma-zetril Algumas tem o feitio de cabeças dehomens e de ahimaes. Os cònátrüctòres daterceira cidade, que foi queimada, come-

çaram a demolir as ruinas da segunda.Fizeram grande muro longe dos de seus

predecèssores, para o fazerem mais forte,edifíçaràm casas de tijolos sobre estes. Fi-zoram pavimento e paredes de ladrilho.Parece que foram povos pastores e dedi-cados á agricultura. Seus vazos do barroeram bellos e representavam a figura hu-mana. Foi ri'esta cidade que Schlieinam

Consulto o niappa géographico e o raappadiz me '.—Portugal,

Mas o raappa tem soffridò tantas altera-

ções quo já ine hão fio n'elle.Consulto o cartapacio-magno, intitulado

carta constitucional, e o cnrtápacio diz-me,todo ancho \—Ê um povo caihotico, aposto-lico, romano.

Mas o qiie o cartapacio diz'entra-me porum ouvido o sahe-inò por outro.

Com o respeito devido a tão nobres cava-lheiros, consulto os venerarcis, mestres eaprendizes dá grande obra dos três . ' pohtinhos e elles, levando a mth á altura do

o possível para desmascarar a padralliada, ' uxactidão nós não temos direitos a exercer,

essa corja do miseráveis hypocritas que que-; mas unicamente dovores a preencher, o eme

rem fanatisar os nossos filhos, e desmorali- I constituem a base da sociedade sobre a im-

sar a sociedado. Chegou a hura dos gran-j mensa hiorarchia dos deveres impostos a

des trabalhos: não e só o jesuíta quo do- j cada membro, cm rolação aos outros, e^cla

vemos combater, é Deus, ó o Papa, o pa-drp, ó osacrhistão... Morto a Deus, morto

como quem diz :—se le apanho,csr/ftno-le—nsaovcviv.n-uM', quo e uin povolivre, com tendências a liberrimq'.

Mas os veneraveis, os mestres o os aprén-dizes, formam um só corpo, composto dos

ao Papa, morte ao...N'isto levantara-se clamores, alguns ca-

tholicos que assistom ao meeling queremprotestar; mas os homens livres usam daforca <[iie lhes é peculiar,— a força bruta',— o, apezar da decantada liberdade, esta-belece-se o cabos, o ós catholicos, repel-lindo, como podem, a brutal aggressão,sabem, respondendo aos gritos blasphemos

todos os membros para cada ura d'estes (l).V

A liberdade publica e social acha, pois, seu

principio e typo ua individual, e se o ho-mora mais livre é aquelle que podo encarai-nhar-se com menos obstáculos a seus fins,ou secundários, ou geraes e últimos, a so-ciedade mais livre deve ser a que tem maiorfacilidade em funecionar na esphera da, vir-,ude, e melhor salvaguarda contra os ata-

de Morra o Papa, cora vivas ao Papa, aos j 1ue-s do mil1- ;.,.,... .,.

jesuitas e á liberdade. í «W a Uburdade individual, ou pub íca e

Uai jornal republicano, no dia immodinto,': «ocial, não podo ser absoluta. Vivendo era

!^^^P»> àos paço. m$«i f* f '^ ; /— Ê-âÍSSÍ^

isso aliarem elles e cluai um cano, ou i ,. %!'dL assim comaIo direito ndvdual cede ondeladrar um cão produz era mim o mesmo I carta a asseverar que a religião do Estado ««*im como uuu olndiai umeao, piocuiz Lntinúa a s,r a Catholica, apostólica, ro- começa o direito publico.°"clto- i , ü„. ,„ „, , i„,lli„lH|...nM (ine QualoofitodoSupremoLegisladorin.su-

se alistam no batalhão cia, í»oiiia e ao uj, /,-/„„„„•,„„ i mente fazer ausar o homem social du maior

i„. ua, d. &f&i n**. ?»*- í to; ;;-;:,.:::';::!:;„, ^ ,,' ¦&$& j« m ™mm »#•gaes, em honra da deusa l.beul de e ja ^ .orti(1(J ^ úia*utâà de ca- , viar d'dle todos os males do que se pôdenão acredito em cravinas de Amorosio, eis a , uigm w« , -^j- p()is Dt)lls tein gloria quando suarazão por que insisto na pergunta: jraiba.sl. | creatura é feliz, é assim que o império da

Minam genlinm sximusl \ Outra üxeinp.os heSuanh'ol ' terra, como diz o grande Papa S. Gregorio,

V. talvez não queiram crer; mas eu tenho, | Chega a Lisboa um ,,, do Io , ^ ^ ^ y

. . ft^fâ^c^ de mim para mim, que estecantinho a quo homem respei ayeL e^ eu s e pd,s .^ ^ ^.^o raappa dá o nome de Portugal,* carta do silas virtudes, e peusuádido de .ue L.sboa . ^ . . i^ .^.^ _ •,, ^^i.^

povo catholico, e os Srs. inações de povo | é uma cidade culta e policiada, da um pas-

livre, está convertido uVini povo de caraibas, ' seio pide hottentotes, de selvagens, tão certo como '

dous e dous serem quatro.

Marte vão-se aggreffa

Os factos encarregam-se de justificar o meuass.ertp.

Exemplos :Os meètingueiros republicanos, inspira-

dos pelos mágicos que se conservam ria augmenta; .ouvem-se gritoa:^maw,sombra e que estão fazendo á canzuada pè- jesuíta',-» pelicia,-essa nuL,mu, ,

inévitaveisf. Ha concessões que se precisamíiuaiiu coiui v IÍU11U.O.UI., i—- i.i

i, ivnivVH iinrin mais natural fazer para se gosor das vantagens da asso-ias ruas Cia baixa: nacia mais nauuai. , . •/• lij i-

Ê não sabem o que acontece &%?- ?M ^ é inister ^fe S da

Meia dúzia de bonifrates, alguns d'elles ! nossa fortuna para conservar a outra, d aqui

miiitárinlios de água dôcê; começam a in- provôm os impostos.

sultar o padre ; aos taes valentes filhos de I B' preciso conceder aquelle que governa a

,„,„ ,,„....,, ,)i;bandoraais outros cida-i sociedade alguma autoridade sobre nós,

Oãos livres e, dentro em pouco, a confusão < para sermos protegidos contra os ataques «

queéi violências dos máos; seguem se (Testa ne-

de es. | cessidade os empregos públicos, os tribünàes;™,..,m., ..,..,.,..,... lr ,., ,,n,wllinj|. i a desigualdade das classes. E' preciso que

Z; o pobre padre, para fugir á horda do M'-e repouso doméstico, para os asseguraropinião publica que, era tal sitio, em taldia e a tal hpra.cleve reunir-se um comido decidadãos;—livres já se; entende,—pára tratarde um üssuuiptò intcrèssahtissiino á hum íni-dade :—a expulsão dos jesuítas.

O assuinpto é greve, urgente, de umaurgência palpável, porque a cidade está iuça-dá de iesuitas

canibaos mette-sé ora um trem qua parto debalida, e a oslas horas dirá, o com razão :Portugal 6 um paiz de sol vagens.

Ora, digam-me vocês, com a mão na con-sciencia: faltarei á verdade repetindo que

| esta nossa terra está convertida em ura povoOcàso, como vôm, ô tetrico, ultra-pavo- de caraibas1

descobrio os famosos orriatos de ouro quetantas vezes foram desoriptòs, e que elleentende que pertencera in a algum chefeou rei, talvez ao próprio Priamo.

Encontraram-se a cada passo n'esta ei-dade os signaes de fogo destruidor. N'esteterreno havia de ter existido o Illios deHomero. No inesperado desastre foram na-turalmente abandonados tantos objectos queem uma emigração o no saque de umacidade sempre clesapparecem. Por isso seencontraram' lyrás e flautas de marfim, sco-

ptros de crystal com a pòrita de ouro,dous bellissimos diademas de ouro, umcVestes 74 ániieis e o outro 1.6, formamum ornamento de cabeça magnífico parauma dama ; bracelletes e outras jóias acha-das em vazos de prata. Taças de ouro e

prata appareceram em grande quantidade.Nem faltavam armas na terceira cidade,nem escudos de cobre, lanças troyanas,fachas de bronze (arma antiga.) Jóias paraas damas, bellas armas para os homens,mas não havia ferro. As ultimas desço-bertas abraiigom collares, bracelletes deâmbar, brincos e ornatos de ouro para oscabellos.

Havia também uma grande colher de

prata, elmos de guerreiros com seus cru-neos; mortos na guerra.

A destruição de Troada foi mui terri-vel para não ser esquecida, e Homerodeve ter aprendido a historia das narra-

ções e cantos dos bardos. Elle conheciabem a Troada e no seu canto deu novavida á cidade e' aos heróes que a tinhamhabitado o defendido.

Esta pequena cidade não era grande me-tropole. Não podia encerrar nos murossenão 3,000 habitantes.

O Dr. Sçhliéraan não é exclusivo, mas con-scienciosainente cita na sua obra as opi*niões que divergem da sua. Talvez queo leitor goste de conhecer melhor este ho-mem, e saber por que veredas e meios che-

gou a resuscitar a antiga Troya, cimten-taremos sua curiosidade em outro artigo,em um esboço biographico do feliz ar-cheologo.

JSESSCÉBSB

roso IA cada canto um jesuíta 1Credo !Vai um cidadão livre a levantar a tampa

da terrina para tirar uma colher du sopa o,em vez de codea molhada em caldo, traz...

Se a liberdade é isto,—e não é

aos outros membros; iTaqui provém, os re-crutamentos, sentinollas, o serviço militar,erafim, convém privar-nos de parto da li-herdade natural, para obtermos, para nós onossos concidadãos, o goso seguro e pacificoda liberdade publica ; temos, pois, regula-mentos policiaes e administrativos, a magis-

outra i tratura civil.

cousa,—adeus luzes, que se apagara as can-duias.

Cá para mira failarem-me ein liberdade,ameaçarem me com a tranca da porta, ouamolgarem-nie as coáteliàs', ó tudo uma e a

O j o xi ai Catliolico

uin jesuita ; córaeca a dormira sésta, sente mesma cousa.

passos u vê... um jesuita... Tenham vocês muita saúde. Cuidado com

Horror :: os homens livres, fechem bem as portas, e

N-estes casos, quid faeiendum I se comprarem bengala, que seja de cana da

Pôl-os rio andar da rua, o quanto mais índia.., Jodo vosso

depressa melhor. .,E' o mais seguro. '„^^A liberdade, vendo-se em taes apertos,: '

ordena: j SECÇÃO DOUTRINARIAFiai meeling.El meeling faelum esl.O cidadão presidente põe ò chapéo ás três

pancadas e diz:— E' transcendental o assumpo que temos

a tratar : a Europa liberal tem os olhos fitosem nós, e nós, convivas do grande banqueteda liberdade, devemos levantar-mo-nos á ai-tura de um povo livre. Seja o nosso grito de

guerra ;—Jesuitas nem por um óculo '

Depois d'esta apresentação solemné, pro-nuncia a phrase consagrada :

Está aberta a sessão.Os cidadãos livres, com a palavra ainda

molhada, pedem mais palavra o agora overeis.

c( — O jesuita, diz um orador, com a lin-

gua um pouco entaramelada, — o jesuita éinimigo das luze?— o cidadão preppinauteestaca porque as luzes, era.certasoceasiões,fazem mal á vista; passada a primeira im-

pressão e, depois de lamber os beiços paraos refrescar, continua :— o jesuita é ini-mi°'o das luzes; é um envenenado!' da mo

Oa demonslração dos dogmas o moral da EgrejaCatholica, com resposta ás objecções mais com-mims, que actualmente fazom os incrédulos, oshereges, os semi-chrislãos e indifferentes, porCloet.

CAPITULO ÜECIMO-r-lUMElUO

A liberdade

resumo, -I. A. rcíigifio ó inimiga dá libcrdado nnós não queremos voltar para a escravidão.Imnortanciu d'esta uecusacão.—II. Considera,cões preliminares. Liberdado religiosa, hl^r-dade moral, libordhdo civil c política.—III. Re-finicüò da verdadeira liberdade. Appnçaçaod'bstS ao homom-individuo o an hommn-povn.—IV Direitos e riééosíiiladós sociacs limitandoa liberdade individual.-V. Mosaio assuiupto._VI A. autoridade 6 à alma da liberdade—VII.\ liberdade é companlieira inseparável cia reli-"isío Harmonia da razão com os lautos.—vlll.Liberdade revolucionaria. — IX- Memoráveispalavras de Doaoso-Cortús.—X. Conclusão.

(Continuação do n. 32)

IV

O que dissemos acerca dos indivíduos,naturalmente so applicá aos Estados. Q*

cidade; um monstro, cujas doutrinas dele-1 povos, repetimos, são os indivíduos consi-

terias— este palavrão apanhou elle a dente, | derados collectiyamente. Dos direitos de cada

andando a remover de um cano de esgoto j Um e dos de todos, coustitue-se um direito

uma porção de matérias fecaes- cujas dou- | commum. designado ordinariamente com o

tripas, deletérias infeccionam o povo, o po- j nome do liberdade publica; e, para os povos,bre povo,.a nobre classe produetora [applau- assim como para os indivíduos, esta hber

MBBP nas3s:;2!3E=a:.«.-s2f2

TRANSCRIPÇÃO

Jesuita cá, Jesuita lá

Com a devida venia transcrevemos hoje daEsperança um engraçadissimo folhetim a

propósito do Caso da Praça das Flores :

CAUTA DE UM VELHO DE CHINO'

Meus caros redactores.—Respondam-me,por Deus, a esta pergunta : ubinam gen-lium sumus ?

Que paiz é este era que vivemos?

sos calorosos,) sim, sim,— o orador roncauma oitava acima— a nobre classe produ-ctora, sacrificada [muito bem, miiilo bem,)sacraficada, repetirei sempre, sadmficadapelos infames jesuitas, que pregam ao opfí-rari que deve descansar um dia na swraaria,quando o triste oparário aspira a descansara sumaria inteira, uo momento em que sefizer a grande partilha social (bravo, bravo,muito bem) sim, a grande partilha—aquio illustre orador bebo uni gole d'agua...para apagar o calar,— a grande partilhasocial. Cidadão presidente, não posso con-tiriiíar com a palavra, porque me sinto umpouco agoniado. »

E retira se, entre as dez e as onze, emmeio de estrepitosas ovaçõos.

Outro cidadão, previamente iriscripto norol, levanta-se. tosse, escarra e diz

dade consiste em poder escolher os meiosde realizar os fins que lhe são propries, ea praticar a virtude sem obstáculos.

Ba para cada povo, como para cada individuo, verdadeira e falsa liberdade, usolegitimo e abuso cVella.

Se é violar sagrados direitos privar um

povo dos meios necessários para preencherseus fins, não ha tyrànnia em reprimir osdésvarios da libertinagem, ou as criminosastentativas das paixões turbulentas.^ Pois,

para os povos, assim como para os iudivi-duos, quando o direito impede o cumpri-mento do dever, deixa du ser direito, éabuso ; então a lei pôde intervir, e até aforça, se fôr necessária sua intervenção.

Definida assim, não pensamos que a quês-tão, maduramente examinada, possa ser en-tendida de outro modo, a liberdade é menos

Por isso também a autoridade, que vela naconservação e bem estar de todos, pôde pro-hibir, temporariamente, ou para sempre,alguns actos livres e em si innocentes, paraprevenir, não somente delictos, mas accí-dentes involuntários. Não passareis por talrua, onde está uni edifício ameaçando ruiria;não vos podeis desviar d'esta regra na cere-ínó.hia publica; n'êstè sitio não haveia deconstruir tal oficina1, porque poderia preju-dicar a saúde dos habitantes; alli não acceu-dereis fogo, nem habitareis, por causa dorisco de incendiar a fabrica dè pólvora',' ou afloresta visinha. Quereis abrir uma mina,

qrganisár uma empreza,que possa ser peri-gosa para a ordem publica, ou nociva aosinteresses individuaes, sois obrigados a pre-veuir a autoridade competente, a qual exa-minará as cousas, chamará os interessados,consentirá ou prohibirá, ou imporá con-dições. <üVM:mí

Os exemplos d'estas cousas se vôm dia-rianiente, e ninguém se queixa do abusodo poder, tão certos estão todos da justiçae razão dos limites desfarte impostos áliberdade.

Semelhantemente, a autoridade que go-verna as acções dos cidadãos, regula tam^-bem seus discursos e escriptos. Pune as

palavras nocivas, as blasphemias, injurias,a calurania; considera cúmplices os coiise-lheiros e instigadores dos crimes; previueabusos no ensino da mocidade, faz examinaros professores, nomeia-os, deraitte-os. A co-media indecente não se representará,;: sup-

primireis esta sceua, em que a religião, eo mouarcha são aggravados com allusõesofensivas, - : _

A autoridade, prevenindo ou corrigindo,não exerce tyrànnia. Todos estes, cercea-mentos feitos pela lei ás iminunidades na-turaes não alteram as bases essenciaes daliberdade, pois não foi concedida a ninguémsenão com a condição de uão prejudicaros outros. Se cada um a quizessei còiri-

pleta para si, ninguém a teria no Es-tado.

Liberdade plena é sera limites, é incom-

pativel eom a ordem social. O..homen sen-sato não reclama illimitada liberdade, queos aduladores apresentara ao povo em taçascheias para o fascinar e escrayisar cjeppia;elle se contenta cora a liberdade licita, eregulada, única possível e útil aos Estadose cidadãos, a única a que aspirara raspa-velmente as pessoas judiciosas.

O melhor governo proporciona á socie-dade a maior cópia de liberdade possível,assegurando, de prefencia a tudo, sua exis-tenda, seu repouso e felicidade. D'aquiprocede a definição da liberdade, publicadaein uma solemnidade judiciaria. «Aliber-

« — Cidadãos : eu sempre tenho feito por um direito do que um dever. D'aqui procede,mim (a assembléa estremece, o um cidadão | sem duvida, a doutrina dos illustres pubh-

(1) O Decalogo sd estabeleço a sociedade lia-mana sobre a base do dever Não afflrma- direeta-mente o direito do proprietário, mas, somente o'crime do ladrão. Do dever de respeitar á proprie-

I

m.1 -.

- I-iíííSI

.'¦•¦".

I

mim ia asseuu.ui:a esiieiueoeHo uiu;üiu»u»u awu.uu.imu, » uyu — >. ¦ crnm; <iu muniu, wuo.w m.uo^»....,...

abre a janella que lhe tica próxima) todo1 cistas, que ensinam, que fallando-se com dade alheia procede o direito do proprietário.

Page 4: PREÇO DA ASSIGNATÜRA ADIANTADA PUBLICA-SE ÁS …memoria.bn.br/pdf/343951/per343951_1881_00033.pdf · amo xvi sexta-feira 25 de marÇo de 1884 numero 33 redacÇÃo e administraÇÃo

Sextá-íeira <25 de Marco de 1881

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dade publica é o complexo de immunidà-des que uma nação podo ter sem so per-judicar. »

Eis o grande problema a resolver : as-segurar a ordom com a liberdade.— A or-dera primeiro; a liberdado depois.

Entre nós, cora a disposição actual dosatiiraaes, quo só querem da liberdade o queque favorece as paixões, a ordem, em França;deve ser menos o reinado da liberdade do

que da autoridade, ou, para melhor dizer,a liberdade só é possível sob abemfazeja,

protecção da autoridade.

VI

Com effeito, visto que nosso dever eircurn-screve nosso direito, e quo o individual cede

o passo ao diroito publico, podemos também

definir a liberdade como consagração dos di-

reitos limitados pelos direitos e deveres de

todos o de cada um,

Quem ha de garantir os direitos í quemha de regular os devores? A lei, dirão mui-

tos. Mas quem a fará executar? Quem a

ha de representar? Quem a ha de proteger?Quem a ha de envolver com saneção invio-

lavei e sagrada, contra a insubordinação o

revolta? São os poderos públicos, a auto ri-

dade. Se esta mesma fôr desrespeitada, cal-

cada aos pés, o que será feito da liberdade,

isto é, do respeito dus pessoas e cousas? O

que será feito das garantias individua.es o

sociaes? Serão nullas. E'mister pura ali-

herdade, assim como para a ordem, que tudo

que é inferior receba legitimo impulso do

que é superior. Na raachina mais bem con-

struida, se uma roda interna, tendo do ira-

proviso liberdade, recusasse seu concurso ao

mecanismo superior, estorvaria o trabalho,

e pela sua revolta a mesma roda teria em-

baraço em seus movimentos -, nada é mais

radicalmente opposto á liberdade do que a

independência; o êxito d'esta é a autori-

dade.

Por isso, embora não sejamos comprehon-

didos pelos fautores do moderno liberalismo,

diremos, que perece a liberdade no dia em

que suecumbe a autoridade; que para se

ser livre é preciso ser-se governado ; e que

por isso ampla liberdade é impossível, em-

quanto existir em um paiz uma facção obsti-

nada a desconhecer as bases fiiudamentaes

do governo. Porque então a liberdade, em

logar de esclarecer, investigar, aperfeiçoar,

já não é nas mãos dos partidos, senão uma

arma para derrubar, ou um véo para oceul-

tar os actos mais arbitrários.O perigo, embora alguns assim digam,

não consiste nas prerogativas da autoridade,mas sim na falta de leis repressivas; e senão convém sacrificar a liberdade aos inrle-xiveis rigores da ordem, a rude experiênciada época actual nos demonstrou, que ainda¦è mais necessário não sacrificar a ordem ástempestades de liberdade demasiada, e queas melhores instituições que nos possam dar'são aquellas que, capazes de moderar a ar-dente democracia, são também próprias paracontentar os partidários leaes da autoridade,regulada pelas leis.

Quando Jesus-Christo desceu do céo paral-estituir a liberdade aos hoineus, quo o pec-cado lhes roubara, desvelou-se em ensinar-lhes a usar d'ella, a prescrever-lhes as vir-tudes que os fariam dignos de tão nobre

prerogativa.Semelhantemente, antes de chá-mar os povos á liberdade, convém, como

preliminar, estabelecer os homens nas con-dições de verdade que convém ao entelivre. Promulgar um privilegio sem exigirao mesmo tempo as virtudes que habili-tam fazer bom uso d'elle, dar o beneficiodo direito sem os ônus do dever, doar aliberdade sem ensinar o homem a servir-sed'ella, seria desencadear ao mundo devas-tadora torrente, e ser não o bemfeitor, massim o agitador da sociedade.

De novo repito, assegurar á esta a pazque ó a tranquillidade na ordem; paraeste fim, designar a parte que pertence áliberdade e aquella que é da auioridade:«is o grão problema dos tempos modernos.Não pertencendo ao nosso assumpto, nemtèiulo habilitações para discutir tão alta

questão, nós as entregamos ás meditaçõesdos sábios, dos publicistas e philosophos.

[Continua)mÊUtmtíWMM ai< 11 ui«w«Mtai*>ftü.-.;;>: -; t,

PUBLICAÇÕES A PEDIDOManifesto ao Sr. r>r. José

Oalmon

Meus senhores.—Eis aqui reunidos os

conservadores do districto de S. José do Rio-

Preto, unidos ao nosso futuro candidato á

députação geral, accoito por nós e creio que

por todo o circulo. Nós nos devemos ufanar

por ser elle aplicado de nossa freguezia por-

que isto muito nos honra. Se este nada fizer

por nós, nada mais devemos esperar de

outro.Da união nasce a força.O que se entende por partido conservador ?

Eu entendo, (não sói se todos serão concor-

des), que este grande partido tem por fimconservar a Constituição jurada por nossos

antepassados, levando todos, alçado, o estan-

darte da Cruz o mantendo a nossa santa re-

ligiãoy' porque assim ficam cumpridos os

mandamentos da lei Deus: Amar a Deus

sobro todas rs cousas e ao próximo como anós mesmos.

N'e.stns sublimes palavras acham-se in-cluidas as obras do misericórdia, cujos priii-cipaes artigos são os seguintes: corporal:1", (lar de couvr a quem tom fome ; o espi-íituaèsi art. 4°i castigar, os que erram ; 5",perdoar as injurias, e finalmente o (>°, sóffrercom pacioncin ás fraquezas do nosso pro-ximo ; som o que é viagem sem roteiro, por-que o homem quo não teme a seu Deus nãotome a mais ninguém.

Se este meu pensamento é ináo, me con-solo ficar ehv unidade, estando sempre firmeno meu posto de honra, pois se o ser catho-lico apostólico romano ó ser ultramontanoou carola, eu mo ufano do o ser, em razão denão vôr o mal que d'ahi resulte.

Nosso pedido, Caso nosso partido triumphe,é dar força á autoridade, náo ser um subde-legado mero inspector de quarteirão, toman-do toda a responsabilidade no seu districto,arriscaudo u sua vida em prisões e ser meroinquiridor. Soja responsabilisada a autori-dado que coramotta faltas, mus não desmo-ralizada, como estamos vendo todos os dias.

Pedimos também a .suspensão do art. 8"da vigente lei eleitoral, o qual fere muito aConstituição.

Depois furemos outros pedidos.E' missão do partido conservador melhorar

as cousas cora prudência e passo firme e nãoquerer passar por progressistas, porque estessão oncarregados do demolir o nós de odi-ficar.

Estas são as minhas idóaspanheiros 11'oste sentidoassiguem este manifesto.

Esperança, 14-de Marco de

¦w^-t.imn:MrMH»mnr™»rCTnii

1MPCMTANTEVARA

IIELOJOEIROS

o se acliar com-

peço que commigo

1881.Gabriel Antônio nu Baukos.

caaaMij^.yvm-TTmii gagá nyigrejr:r73u..>..i-<-T*»»-.-

SECÇÃO 0OMMBROMIMERCADO DU CAMBIO

Mar. -2?.—Inglez ..

23— » ..22—Francez.23— » ...22—Ilamb...

bane.21 1/8 0 21

213/16'113 o 446

3/10part.

21 1/4, 21o 21 3/8

21 3/8 o 21

5/10

7/1G

5-18, 55U o 55-1 —•142, 443 o 445

LETRAS HYPOTHECAIllASVenderam-se:

Mar. 22—100 letras hypótliecarias do1?. do Brazil (5c.j

100 letras hypótliecarias doB. Predial

80 1/20/0

78 1/2 0/0

lfOLSAVonderam-so:

Mar. 22—100 Apólices geraes do 0 0/0.13 » ...32 >> » ,,,150 AcçOos da C. Carris Ur-banos

5 0 Acçõcs da C. Carris Ur-bauos

150 Acções da C. Carris Ur-banos (até o fim do moz v/c)

í 23—4 Apólices gáraes de (i 0/0....41 » ...280 Apólices fferaes do 0 0/0

(para G do Abril)00 Acções do Li. Mercantil doSantos

20 Acções do B. Rural 250h'000150 Acções da C. Carris Ur-banos

1,245 Acções da C. Carris Ur-banos

1,757 Acções tia C. Carris Ur-bauo.s, a dinheiro

1:05050001:048-50001:0-17,-JOOO

244|}000

24485Ò0

245S00O1:04680001:0483000

1:0508000

205S000

24-JJJO0O

245SO0Ü

2473000

le

FORA DA BOLSA

Venileriim-se:Mar. 22—100 Acções do B. do Brazi

50 Acções do B. MercáritiSantos

150 Acções da C, Carris Ur-banos

535 Acções da C. Carris Ur-banos

» 23—Um pequeno loto do apólicesgeraos de 0 0/0

Uni loto de acções do B. doCommercio

Uni lote do acções da C. Ar-cliitéctonica

2773000

20530011

2-143OOO

2458000

1:0-18;Í000

2043000

953000

RENDIMENTOS

Março Alfaiitl.Ia 21-2.814:8113180

22- 114:000370423— líSiCOíOÜS

lleoeb.

537:500351211:140325115:9133395

M. pi-ò.v.259:653 •; 987

705.85147653335

3.055:1578037 504:5008188 261:1248800

NOTICIAS MARÍTIMASVAPOHRS HSPEIUDOS

Santos, Humboldt 26Valpni-aizo por Montovidóo, Araucania 27Portos do sul, Caldcron 27Southampton e escalas, Nasmylh 27Rio da Prata, Ilorróx 27

VAPORRS A SAUIR

Portos do sul e Montoyidéo, Ganova 25Hamburgo c escalas, Hamburgo 25Santos, A nwica 25Itápeirierim e escalas, Presidente 27Nova-York, Humboldt 27Liverpool e escalas, Araucania 28Portos do sul, Rio de Janeiro 23w9^l^»WM£«apaaBi«BiBBW»aa<amB^

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APÓSTOLOEste estabelecimento dispondo de três pre-

Io* mechaniçòs; abundância e variedade detypos novos e pessoal habilitado para a com-posição de trabalhos de todo o gênero, aceitae imprime relatórios, livros, folhetos, contas,recibos e tudo quanto concerne á arte typo-graphica com a maior brevidade, nitidez ecomitiodidades de preço.

FORO 11111No escriptorio da redacção do Monitor

Calholioo tirara-se provisões de Vigários,dispensas de casamento (na secretaria Eccle-siastica e na Intèriiutíciatura Apostólica),requnr-se e promove-se pagamento de con-grilas, trata-se de acçOes de divorcio e detodos os negócios aftectos ao juizo ecclesias-tiro.

Cartas a Bstevam Leão3ottrr*oúi.

S. T»AXJL.O

ATTENCAOO mecanismo sem chave para um relógio

é um dos grandes melhoramentos modernosno trabalho du relógios, e acaba com achave, da moda antiga, Com que muitaspessoas estragavam seus relógios.

Dá-se corda ao Hogio, fazendo gyrur opó que esíá no cabo, em vez dós

'meios

ordinários, e do mesmo modo acortam-seos ponteiros.

As vantagens d'estes melhoramentos estãoclaras ; não precisando íiuuca abrir a tampaparu dar corda, a caixa é hermeticameute ,fechada^ impedindo a entrada do ar e do ¦ obras são bem conhecidos e só por si recom-

pó, conservando assim por muito mais tempo ! mandam u tão antigo artista.a íiuidez do óleo, e prolongando os inteí ~~~~

íüicardo Rangel dos !Sf»xi-tos reside no largo de Satita üitarx. Í3, sobrado, eahi está á disposição deseus antigos freguezes, os Rvms. tírs. sacer-dotes, que por tanto tempo o honraram comsua fregiieziá: o corte e trabalho de suas

vallos necessários para limpar o relógio.

RELÓGIOS DE PRATA

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rampa dobrada, mostrador de es-raalte ou dé prata ornamentada'. 15,-3000

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RELÓGIOS DE OURO

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Hàlf-hunter (raêió-caçador), me-^|lhor movimento, com todos os

recentes melhoramentos o 15pedras. '¦'. 32§000

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Chronometro de ouro, com trêstampas de ouro, do melhormovimento, ponteiro de sègun-dos no centro, dando horas equartos de hora 853000

(Dhròriòmetro imperial, mostran ioos dias, a dum, as semanas eo raez na lace, dando horas,quartos e oitavos de hora, comtrês pesadas tampas de ouro,garantido por cinco annos, esem duvida o melhor relógioque existe 170^000

©DBSES5VAÍ'ÔES

L." Todos os relógios-acima mencionadospodem-se obter em tamanho menor, parauso das senhoras, pelo mesmo preço. Mo-nógraihmàsi inicia.es, brazõés, etc, gravadosnas

2/bados e promptos paru uso immediatq; eserão mandados cn caixas de marroquim,bem acondiciõuaclps o sem pagar transporte,a qualquer parte do mundo, juntamente commolas de reserva, vidros e chaves, sendoisto uma grande conveniência, porque emmuitos logares afastados é quasi impossívelsubstituir qualquer d'estes artigos.

3." Cada relógio é acompanhado de umacautela escripta, que garante por três annosa sua regularidade e superioridade, poisnada se cobra, durante este tempo, porqualquer concerto, sendo o relógio mandadoá fabrica livre de porte.

d." Todas as nossas tampas de ouro sãode 18 quilates, emquanto as de prata sãoda melhor possível.

5." Concede-se 6 °/o de desconto para en-coinmendas de seis ou mais relógios.

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MONDO li D,\ IIIIJUNIDAOB

MI IfflllJDia feliz ou recordação da primeira com-

munlião.—1'adiif, Macii.—1 v. cart. 3400B&ii.M-aEr-*.:» recitado na abertura do semi-

nario do Porto e sermão recitado na cathe-dral da mesma cidade na quinta-feirasauta de 1879 pelo conego Manoel Ignaciòda Silveira Borges. 1 v. br 3600

l>e.ii>59H.:$«.—MoNsiíNiioa Siíoür.—Traclu-zida da 10a edição. 1 v. br 3200

S^ôwímiípsos do conselheiro Zacarias e sena-dor Cândido Mendes, proferidos no Su-premo Tribunal de Justiça, na sessão de21 de Fevereiro de 1874, por oceasião dojulgamento do Exm. e Rvin. Sr. Bispo deOlinda. 1 v. br 3800

líésgráçajilos (Os).—Escaicu. — Obra il-lustrada, 1 v. contendo: Io, O Millio-nario; 2°, Maqdalena—A Vizinha doPoeta.—I v. ene .. 53000

aíewíiüi».*-» si{» «Ho.-i&iiiuíço.— MoNSRHiioaSiÍGmt.— 1 v. br .' 3400

ãMireeüüi* para socegar as almas timo-ratas". 3400

lÈxísite iam íííííí») que se occnpa de nós ?—Monsenhor Shour. —1 v. b.... 3300

Síx«i'cs<ji«w «lis jierfoiçiitt e doutrinaespiritual para extinguir vicios e adquirirvirtudes. — Padrk Affonso Rodrigues.1 v. ene 13500

l^raaiíMPW-ílrtçííes; o que são, o que fazeme o que querem.—Monsenhor Ségur.— 1v. br 3300

9?uí»iolu. ou a Egreja das Catacumbas.—Cardeal Wiseman.—E' a historia do es-tado da Egieja Christã na sua primeiraidade híódiu, e, por assim dizer, a epopóado heroism > catholico, o poema do mar-tyrio evang :lico e o cântico dos trium-phos da fé. Escripta sob a fôrma de ro-inance, com simplicidade elegante, aFabiola tem o grande merecimento deestar ao alcance de todas as intelligeucias,a propriedade de estylo e a pureza da dou-trina recommeudain tão famosa obra, queé digna do illustre autor da Alampadado Santuário. I grosso v. com umabonita càrtonagem vinda de Pariz, enca-dernado 63000

apavore* <1<» Cé» a Portugal.—Fran-cisco Lopes—1 v. br 13500

l^inu da vitla.—Roger.—1 v. ene. 43000iFíòa» <i«w íPrésailorcM ou collecção se-

lecta de sermões dos mais celebres ora-dores contemporâneos, para todas as do-raihgas e principaes festas do anno.—P.Luiz de Seabra. 9 v. ene 313500

Pranoa Sluçonaria e a Revolução. —

Padre P. X. Gautiiei.ei—Cora a approya-

ção da autoridade ecclesiastica; traduzida

pelo Conde de Samodães. 3 v. ene 63000Guerra Franco-Qoniianioa. 1 v.br 8400

Bloròoa Catlmlicos.—Henui Conscien-ce.—Scenas históricas do século V, versãode Cunha Vianna ; o Io v. eom cerca de300 paginas. O Io v. br. 18500, o 2o v.encí... 28500

llurais llariantias ou OíHcio menor daSantíssima Virgem Maria Nossa Senhora.— ,T. J. Roquettb.—Novamente tradvzidoe novo devocionario mui completo de ora-

ções e exericios de piedade.— 1 v.. ele-f-aute, dourado e emado de finas estam-

?as... «000Hi»toria Ecclosiastloa. — Padre ; Rr-

vaux.—Traduzida da 6.* edição considera-velmente auginetitada e continuada até1876, por Francisco Luiz de Seabra. A1-, 2*, 3\4«, 5-, 6", 7', 84, 9', 10*, 11',121 cadernetas, cada uma com 96 paginase contendo uma d'ellas o retrato de Pio IX.As 12 cadernetas, 128000

Itttlin, Elucidario do Viajante.—Antônio' Alves Mendes da Silva Ribeiro.—I V.ene • 58000

Igreja €a(hotica, o Sr. Bispo Diocesanoe o'iMaconismo. — I^dre João Esberard.-lv.br 8500

Bgrcja Triatiipliaiite no Concilio doVatitíauo. -* D. Miguel Souto Maior.—Explicação dogmática, philosophica e his.torica dós decretos do Concilio lícilinenico-Um bello v. in-8" de 300 paginas, euc.38,br 28000

Iiliertio o l»arai«o. — Por ÜM EGittíSSOda Ordem de S. Bento.—1 v. br. 18500

Inslruceáo Pastoral sobre o Protestaü-tismo dirigida aos seus diocesanos peloBispo do Porto D. Américo. 1 v. br. »500

Jü^íiilif*.—Paulo Féval.—Obra tradu-zida livremente do francez e annotadapelo padre Senna Freitas. 2 v. ene. 48br...í 33000

Jcwjis-CJ&iristo o a critica moderna, urafolheto br 8800

Lei <le Weus.—D. Maria de! Pilar.—Collecção de lendas, baseadas nos pre-ceitos cio Decalogo. E' um livro digno deser lido por todas as famílias. _ Contémlendas interessantíssimas e muito edifi-cantes. 1 bello v. de cerca de 300 pagnas.ene 38000

LiPieraaric íleligiosa. —D. A. J. iraMacedo Soares.—1 v. br 8500

Lüliemiaile <le Co«*eiciicia. — Du.Luiz Maria da Silva Ramos.—Conside-rada philosophica, religiosa e socialmente.Conferência recitada na Sé Cathedral deCoimbra.—1 v. 8800

lliartyr d» ttolgotüiu.—Escricii.—Trardições do Oriente, um dos melhores ro-mances e que tem tido muita aceitação.2v. ene 83000

iluHier forte.—Traducção de AlpredoCampos,—Da 10' edição franceza. Estelivro deve ser lido por todas as faiailiascatholicas. 1 v. ene 3$000

lliseellania religiosa philosophica elitteraria.—D. Jaymes Balmes.— 2 v.ene 68000

.Mez de Maria Portuguez ou Mez deMaio.—Padre José de Souza Amado.—Meditações para todos os dias do Mez. 1v.enc/....:. 28000

llmui «Io Sacerdote decorado cora umabella Estampa.—Padre Mach.— 1 v.cart 28000

Hess de Sflaria.—Frei. Caetano dp Mes-sina.—Exercícios devotos para o Mez déMaria, instituído no dia 30 de Abril de1860 na Egreja de S. Sebastião do MorrodoCastello. 1 v. br 8500

Me/ de .BeNus ou Mez de Janeiro,—PadreJosé de Souza Amado.— 1 v. br.. 180.00

Manamal de Missa e de Couflssito.-J. .1. Roquette.—Nova Edição augmenta-da com varias devoções.—Üm bello v. ni-tidainente impresso, dourado e com finasEstampas, ene 33000

iMmüi»s de precaver uxtiocidade con-tra o materialismo e a irreligiãp.—PaoubSonier—lv.br 8400

¦lisuoe* Ultrasnatinas, por ManoelAugusto de Souza Pires de Lima.— l v.br 8600

Mus-ic oo €Iericalisnto,ou Resurreiçãodo Sacrifício Humano.—Por MonsenhorGaume.— 1 v. br 18200

Uniu il dos Ülevotos dp Divino CoraçãodeJesus, compilado e traduzido do italiano,2a edição correcta e augineutada cora a1"Novena do Sagrado Coração de Maria eCânticos devotos. 1 v. br 13000

üoilea asüieuas (contos).—Escrich. Seisv. contendo : O violino do didabo; Talarvore, lalfruclo; Um filho o povo';Quem tudo quer tudo perde ; A verdadenua e crua; Por bem fazer mal haver ;As culpas dos pais; Um hospital depoudos.A obra ene. era 3 v. 118Ó00

Ho H*reUysrcrio e no Templo.—PadreSenna Freitas.—Litteratura christãi ser-mões, praticas, etc. 2 v. ene 78000'

Ho C!éo nos reconheceremos.— P.Blot.—Cartas de consolação, traduzidasda décima nona edição franceza. 1 v. ene.18000 br 8600

Naturalismo ou o dogmatisrao applicadoá sciencia.—Roberto G. Woodhouse.— 1v. br 8600

r\»<*sa Senhora de Lourdes.—Obrahonrada com ura breve especial de SuaSantidade o Papa Pio IX, traduzida einportuguez. — H. Lasserre.—Recommen-damos muito aos catholicos essa excellenteobra que narra a apparição de Nossa Se-nhora de Lourdes e os grandes prodígiosque se tem operado na gruta de Lourdes.A obra de H. Lasserre ó a melhor que ha,e tem sido traduzida em diversas línguas.1 v. ene 330OO

Oside estamos ?—Monenhor Gaüme.—1 v- ene 28000br... 03800

Oííicio da Semana Santa. 1 v:ene 3300O

Orações fúnebres.—Monsenhor Fonse-ca Lima.— 1 v. br 23000

Typ. do Apóstolo, rua Nova do Ouvidor ns. 14 e 16

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