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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Curso de Graduação em Farmácia-Bioquímica DISLIPIDEMIAS: PREVALÊNCIA, PADRÕES, INFLUÊNCIA DOS FATORES DE RISCO, AWARENESS E EVOLUÇÃO AO LONGO DA DÉCADA EM ADULTOS BRASILEIROS SUBMETIDOS À AVALIAÇÃO PERIÓDICA DE SAÚDE EM SÃO PAULO Susanna Elfriede Sara Heiller Gregorio Silvi Trabalho de Conclusão do Curso de Farmácia-Bioquímica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Orientador(a): Dr(a) Maria Aparecida Nicoletti São Paulo 2018

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Curso de Graduação em Farmácia-Bioquímica

DISLIPIDEMIAS: PREVALÊNCIA, PADRÕES, INFLUÊNCIA DOS

FATORES DE RISCO, AWARENESS E EVOLUÇÃO AO LONGO DA

DÉCADA EM ADULTOS BRASILEIROS SUBMETIDOS À AVALIAÇÃO

PERIÓDICA DE SAÚDE EM SÃO PAULO

Susanna Elfriede Sara Heiller Gregorio Silvi

Trabalho de Conclusão do Curso de

Farmácia-Bioquímica da Faculdade

de Ciências Farmacêuticas da

Universidade de São Paulo.

Orientador(a):

Dr(a) Maria Aparecida Nicoletti

São Paulo

2018

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SUMÁRIO

Pág.

LISTA DE ABREVIATURAS................................................................... 1

RESUMO ...................................................................................... 2

1. INTRODUÇÃO............................................................................. 3

2. OBJETIVOS................................................................................ 4

3. MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................. 5

4. RESULTADOS.............................................................................. 8

5. DISCUSSÃO................................................................................ 22

6. CONCLUSÃO............................................................................... 25

7. BIBLIOGRAFIA............................................................................. 27

8. ANEXOS.................................................................................... 29

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SILVI S. Dislipidemias: prevalência, padrões, influência dos fatores de risco, awareness e evolução ao longo da década em adultos brasileiros submetidos à avaliação periódica de saúde em São Paulo. Universidade de São Paulo, 2018.

LISTA DE ABREVIATURAS

DCV Doenças Cardiovasculares

HDL-c Lipoproteína de alta densidade colesterol

LDL-c Lipoproteína de baixa densidade colesterol

TG Triglicérides

IMC Índice de massa corporal

CA Circunferência abdominal

PA Pressão Arterial

PAD Pressão Arterial Diastólica

PAS Pressão Arterial Sistólica

HbA1c Hemoglobina Glicada

PCR Proteína C-reativa

AUDIT Alcohol Use Disorders Identification Test

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

n Número de indivíduos na amostra

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SILVI S. Dislipidemias: prevalência, padrões, influência dos fatores de risco, awareness e evolução ao longo da década em adultos brasileiros submetidos à avaliação periódica de saúde em São Paulo. Universidade de São Paulo, 2018.

RESUMO

SILVI, SESHG. DISLIPIDEMIAS: PREVALÊNCIA, PADRÕES, INFLUÊNCIA DOS FATORES DE RISCO, AWARENESS E EVOLUÇÃO AO LONGO DA DÉCADA EM ADULTOS BRASILEIROS SUBMETIDOS À AVALIAÇÃO PERIÓDICA DE SAÚDE EM SÃO PAULO. 2018. no. 45. Trabalho de Conclusão de Curso de Farmácia-Bioquímica – Faculdade de Ciências Farmacêuticas – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. Palavras-chave: dislipidemias, fenótipos, epidemilogia.

INTRODUÇÃO: Apesar das doenças cardiovasculares serem a principal causa de morte no Brasil e no mundo e as dislipidemias serem um conhecido fator de risco modificável, a literatura carece de estudos nacionais recentes que as avaliem em uma grande amostra para compreender o impacto no País. OBJETIVO: Avaliar a prevalência das dislipidemias considerando diferentes critérios de diagnóstico; Analisar os padrões dislipidêmicos encontrados e a correlação com o estilo de vida; Compreender a evolução do perfil lipídico ao longo da década e o awareness da população frente ao problema. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo observacional transversal baseado no banco de dados da Unidade de Check-up do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo, SP. Foram analisados os resultados clínico-laboratoriais e respostas de questionários de estilo de vida de sujeitos submetidos a exame periódico de saúde entre 2006 e 2016. Para indivíduos com mais de uma visita, apenas a primeira foi considerada. Sujeitos em terapia com hipolipemiantes foram excluídos da amostra. RESULTADOS: Foram avaliados 36.156 indivíduos (28,9% mulheres), com idade média de 41,8 ± 9,4 anos, em sua maioria não diabética, não hipertensa e não fumante. A prevalência de dislipidemias variou entre 23,8% a 63,3%, dependendo do critério considerado. A hipercolesterolemia isolada foi o padrão mais expressivo, atingindo 20% da amostra. As alterações em HDL-c e triglicérides predominaram na forma de dislipidemia mista. Sete a cada cem indivíduos apresentavam todos os lípides alterados. Quando analisados isoladamente, os fatores de risco para as dislipidemias apresentaram baixa correlação, sendo a medida da circunferência abdominal a de maior impacto (R2 = 0,106, p <0,001). As médias de HDL-c e triglicérides mantiveram-se constante ao longo da década na população, o LDL-c, no entanto, teve redução de 6mg/dL nos últimos cinco anos. 35,6% (n=12.838) dos indivíduos apresentavam algum tipo de dislipidemia, mas não estavam cientes. CONCLUSÃO: A prevalência das dislipidemias é intrínseca a escolha dos critérios diagnósticos, os quais são variáveis no Brasil. Esta divergência implica em diferentes tratamentos e prognósticos frente aos desfechos cardiovasculares. O padrão mais comum ainda é a hipercolesterolemia isolada, porém as dislipidemias mistas atingem mais de um quinto da população. Devido à baixa correlação quando analisados isolados, os fatores de risco para as dislipidemias devem sempre ser avaliados em conjunto, associados aos fatores genéticos. Ao longo da década, as influências da vida moderna resultaram em decréscimo nos níveis médios de LDL-c, porém o awareness da população frente ao seu quadro clínico e o impacto das dislipidemias ainda é alvo de preocupação para a saúde pública.

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1. INTRODUÇÃO

As Doenças Cardiovasculares (DCVs) são a primeira entre as causas de

mortalidade no mundo: em 2015, cerca de 17,7 milhões de pessoas morreram

deste motivo, representando 31% de todos os óbitos (WHO, 2017).

No Brasil, as mortes por DCVs corresponderam a 28% do total entre

2010 e 2015, sendo que na faixa etária produtiva (18 a 65 anos) este índice

atinge 38%. O custo associado foi de R$37,1 bilhões em 2015 (um aumento

percentual de 17% considerando os cinco anos anteriores), correspondendo a

0,7% do PIB. Deste valor, 22% está relacionado aos custos diretos

(internações e consultas) e 15% aos custos indiretos (perda de produtividade

relacionada à doença). O valor mais expressivo é o da morte prematura,

equivalente a 61% do valor total (SIQUEIRA; SIQUEIRA-FILHO; LAND, 2017).

Os fatores de risco para as DCVs já estão bem estabelecidos em

literatura, podendo ser citados hipertensão arterial, diabetes, tabagismo,

sobrepeso e sedentarismo. O principal fator de risco modificável, no entanto,

são as dislipidemias. Estudos epidemiológicos retrospectivos já demonstraram

a relação preditiva entre altos níveis de LDL-c e os eventos cardiovasculares,

bem como a relação protetora de altos níveis de HDL-c (MUSUNURU, 2010).

Como fatores de risco modificáveis, as dislipidemias podem ser foco de

políticas de saúde preventivas quanto aos desfechos cardiovasculares. Para

isto, é importante entender qual a prevalência, na população brasileira, dos

diferentes padrões de dislipidemias (hipercolesterolemia isolada, baixo HDL-c,

hipertrigliceridemia isolada, dislipidemia mista) bem como a conscientização da

mesma frente a este tópico.

O último estudo epidemiológico nacional de grande proporção voltado às

doenças cardiovasculares foi o ELSA-Brasil, o qual incluiu 15.105 servidores

públicos entre 35 e 74 anos de idade, de seis cidades brasileiras. Os resultados

mostraram que 48,9% (n=6.665) dos sujeitos tinham LDL-c acima de 130mg/dL

e somente 58.1% (n=3.871) destes estavam cientes desta condição. Ainda,

5,8% ultrapassava 190md/dL, nível considerado muito alto (LOTUFO, 2016).

Este estudo, no entanto, foi realizado entre 2008 e 2010. Os estudos

existentes mais recentes abordam populações pequenas, específicas, ou com

histórico prévio de doenças cardiovasculares e/ou tratamento com

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hipolipemiantes. Ainda, os dados disponíveis consideram classificações para

os lípides do tipo “alterado” e “não alterado”, tendo valores de referência

mutáveis ao longo dos anos, dificultando a aplicação nos moldes atuais.

Assim, a literatura carece de estudos recentes que, para estes dois

pontos, considerem grande amostra populacional “saudável” e cujos resultados

sejam expressos de forma reprodutível, atemporal. Além disso, é importante

determinar em dados real world a correlação das dislipidemias com fatores de

risco já descritos na literatura: índices antropométricos, hábitos alimentares,

nível de atividade física, fatores psicossociais e qualidade do sono.

Por fim, outro dado faltante é a compreensão da evolução do perfil

lipídico geral da população ao longo dos anos: a industrialização e suas

consequências (consumo de alimentos processados, estresse, falta de tempo

para exercícios físicos, menos horas de sono, entre outros) teve efeitos

negativos, não houve alteração média ou ainda houve melhora devido à

conscientização da população frente a necessidade de um estilo de vida mais

saudável?

2. OBJETIVO(S)

Determinar em indivíduos adultos saudáveis, com idade entre 18 a 80

anos:

1. A prevalência das dislipidemias considerando diferentes critérios

diagnósticos;

2. Os padrões dislipidêmicos apresentados;

3. A influência do estilo de vida;

4. O perfil lipídico ao longo da década;

5. A conscientização da população frente ao seu quadro clínico.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Estratégias de pesquisa

Estudo observacional transversal, baseado nos resultados de exames

clínico-laboratoriais e questionários para avaliação de atividade física, estilo de

vida e hábitos alimentares do Banco de Dados da Unidade de Check-up do

Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo, SP.

3.2. Critérios de inclusão

Foram incluídos no estudo indivíduos com idade entre 18 e 80 anos

avaliados entre 2006 e 2016 na unidade de Check-up do Hospital Israelita

Albert Einstein de São Paulo, SP. Para pacientes com mais de uma consulta

neste período, foi considerada apenas a primeira visita.

3.3. Critérios de exclusão

Os critérios de exclusão foram:

Idade inferior a 18 anos ou superior a 80 anos;

Estar em terapia com hipolipemiantes.

3.4. Coleta e análise dos dados

A Figura 1 mostra o diagrama de seleção dos sujeitos para análise, os

quais resultaram em uma amostra final de 36.156 indivíduos.

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Figura 1 – Diagrama de seleção dos sujeitos de análise

3.4.1. Variáveis Clínicas

Foram coletados dados referidos pelos próprios indivíduos quanto à

presença prévia de dislipidemia (diagnóstico prévio ou uso de medicamentos

hipolipemiantes), hipertensão arterial sistêmica (diagnóstico prévio ou uso de

medicamentos anti-hipertensivos), diabetes (diagnóstico prévio ou uso de

medicamentos antidiabéticos ou insulinas) e tabagismo (consumo de pelo

menos um cigarro nos últimos 30 dias).

O índice de massa corporal (IMC) foi obtido pela fórmula peso/altura2

(kg/m2) e a circunferência abdominal (CA) medida com auxílio de fita métrica,

tendo resultado em centímetros (cm).

Indivíduos avaliados entre 2006 e 2016

(N = 39.836)

Indivíduos com idade entre 18 e 80 anos

(n = 39.800)

Indivíduos sem uso de hipolipemiantes

(n = 36.158)

Indivíduos com uso de hipolipemiantes

(n = 3.642)

Pacientes com idade <18 anos ou >80 anos

(n = 36)

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A pressão arterial (PA) sistólica e diastólica (em mmHg) foi aferida com

através de um esfigmomanômetro aneroide, devidamente aferido e calibrado, e

com utilização do manguito adequado à circunferência do braço. A PA foi

medida três vezes e então calculada a média dos valores.

O grau de atividade física (sedentarismo, ativo e muito ativo) foi

determinado de acordo com os critérios do International Physical Activity

Questionnaires (IPAQ) (MATSUDO, 2001, p.5-18; CRAIG, 2003, p.1381-1395)

e a presença de quadro depressivo avaliado de acordo com o Inventário de

Depressão de Beck (BDI) (BECK, 1961; BECK, 1988), ambos aplicados em

sua forma íntegra e como auto-relato.

O consumo de álcool quantificado pelo questionário AUDIT (Alcohol Use

Disorders Identification Test) (SAUNDERS, 1993, p.791-804), sendo

considerado o consumo moderado/elevado quando o escore era ≥8. Os

sintomas de estresse foram avaliados e classificados segundo o Inventário de

Estresse de Lipp (LIPP, 1984, p. 5-19). A aplicação e a correção foram feitas

por psicólogos.

A qualidade do sono foi avaliada por meio do teste de Berlin para apneia

(NETZER, 1999).

O consumo de frutas e verduras foi adaptado do questionário de

FINDRISC (Finnish Diabetes Risk Score), originalmente utilizado como escore

de risco para desenvolvimento de diabetes tipo 2 (LINDSTRÖM, 2003).

3.4.2. Variáveis Laboratoriais

Exames de bioquímica clínica foram realizados após 12 horas de jejum.

O colesterol total, lipoproteína de alta densidade colesterol (HDL-c), triglicérides

(TG) e glicemia (mg/dL) foram determinados por métodos enzimáticos em

plataforma Vitros (Johnson & Johnson Clinical Diagnostics, Estados Unidos).

Lipoproteína de baixa densidade colesterol (LDL-c) foi calculada pela fórmula

de Friedewald para TG <400mg/dL. Os valores de proteína C-reativa (PCR) de

alta sensibilidade em mg/L foram determinados por imunoturbidimetria (Dade-

Boehring, Estados Unidos).

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Com exceção a análises específicas, LDL-c “alterado” foi considerado

como ≥160mg/dL, HDL-c “alterado” como <40mg/dL para homens e <50mg/dL

para mulheres e triglicérides alterado como ≥150mg/dL. Estes valores foram

preconizados na Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção

da Aterosclerose (FALUDI, 2017).

3.4.3. Aspectos Éticos

Este projeto foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital

Israelita Albert Einstein em 05 de Abril de 2017, sob o CAAE:

66170117.0.0000.0071 e foi dispensado do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE).

A instituição Hospital Israelita Albert Einstein cedeu o direito de uso dos

resultados do estudo à pesquisadora vinculada ao mesmo, Susanna Elfriede

Sara Heiller Gregorio Silvi, para construção de seu Trabalho de Conclusão do

Curso (TCC), conforme anexo “Carta_Autorização Einstein” ao final deste

documento.

Foi acordado com a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa –

CONEP/CNS/MS – e com a Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade de

Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo – CEP/FCF/USP – que

por se tratar de um TCC apresentando os resultados de uma pesquisa já

aprovada pelo Comitê de Ética da instituição proprietária dos dados, que não

seria necessária nova aprovação pelo CEP da FCF-USP, conforme anexo

“Autorização_CEP-FCFUSP” ao final do documento.

3.5. Análise estatística

O Software IBM® SPSS Statistics versão 20.0 foi utilizado para a análise

descritiva e realização dos testes t-Student, teste χ2, comparações múltiplas de

Tukey, regressão linear bivariada e divisão por quintiles.

Missing data: para variáveis com dados faltantes (exame não foi

realizado ou o questionário não foi preenchido para aquele paciente), na

análise estatística considerou-se o n total de respondedores.

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4. RESULTADOS

Dos 39.800 indivíduos incluídos, 3.642 (9,15%) faziam uso de

hipolipemiantes e por isso foram retirados da amostra. As características

clínicas e demográficas destes em comparação com o resto da população

podem ser encontradas na Tabela 1.

Tabela 1 - Características da população por uso de hipolipemiantes

Total Sem uso de

Hipolipemiante Com uso de

Hipolipemiante

N (%) N (%) N (%)

p-value*

Sexo

<0,001

Homens 28.288 (71,1) 25.276 (69,9) 3012 (82,7)

Mulheres 11.512 (28,9) 10.882 (30,1) 630 (17,3)

Faixa etária (anos)

<0,001

21 a 30 3.971 (10,0) 3.931 (10,9) 40 (1,1)

31 a 40 15.083 (37,9) 14.553 (40,2) 530 (14,6)

41 a 50 12.590 (31,6) 11.387 (31,5) 1.203 (33,0)

51 a 60 6.536 (16,4) 5.180 (14,3) 1.356 (37,2)

61 a 70 1.362 (3,4) 943 (2,6) 419 (11,5)

71 a 80 258 (0,6) 164 (0,5) 94 (2,6)

Fumantes <0,001

Não 30.501 (76,8) 27.997 (77,6) 2.504 (68,9)

Prévio 5.073 (12,8) 4.309 (11,9) 764 (21,0)

Sim 4.121 (10,4) 3.755 (10,4) 366 (10,1)

Hipertensão <0,001

Não 34.677 (87,1) 32.436 (89,7) 2.241 (61,5)

Si m 5.123 (12,9) 3.722 (10,3) 1.401 (38,5)

Diabetes <0,001

Não 38.816 (97,5) 35.536 (98,3) 3.280 (90,1)

Sim 984 (2,5) 622 (1,7) 362 (9,9)

Framingham <0,001

Baixo 31.870 (81,1) 29.777 (83,4) 2.093 (58,6)

Médio 5.124 (13,1) 4.348 (12,2) 776 (21,7)

Alto 2.285 (5,8) 1.584 (4,4) 701 (19,7)

Antecedente de Acidente Cardiovascular

<0,001

Não 39.691 (99,7%) 36.133 (99,9%) 3.558 (97,7%)

Sim 109 (2,7%) 25 (0,1%) 84 (2,3%)

Média ± DP Média ± DP Média ± DP p-value†

IMC (kg/m2) 26,53 ± 4,48 26,38 ± 4,34 28,01 ± 5,48 <0,001

CA 92,04 ± 17,38 91,49 ± 17,75 97,43 ± 11,92 <0,001

* Teste qui-quadrado. † Teste t-Student.

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A Tabela 2 mostra as características dos 36.158 indivíduos avaliados. A

idade média foi de 41,8 ± 9,4 anos. Em comparação as mulheres, homens

apresentaram em média 10mg/dL a mais de colesterol total; 30mg/dL a mais de

triglicérides; 15mg/dL a menos de HDL-c; 10mmHg a mais de PAS; 5 mmHg a

mais de PAD. Em compensação o nível de PCR-c foi em média 0,2mg/L

superior nas mulheres.

Trata-se de uma população em sua maioria composta por homens

adultos, em prevenção primária (99,9% não apresentavam antecedentes

cardiovasculares), com baixa prevalência de fatores de outros fatores de risco

modificáveis como tabagismo (10,4%), diabetes (1,7%) e hipertensão arterial

sistêmica (10,3%), mas com alta prevalência de sobrepeso (45,4%). Os valores

médios de colesterol total, HDL-c, LDL-c e triglicérides foram abaixo dos

limiares diagnósticos atuais para hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia.

Tabela 2 – Características da amostra

Total Homens Mulheres

N 36.158 25.276 10.882

Média ± DP Média ± DP Média ± DP p-value*

Idade (anos) 41,35 ± 9,39 41,77 ± 9,40 40,38 ± 9,28 <0,001

Colesterol total (mg/dL) 198,19 ± 37,27 201,60 ± 37,77 190,26 ± 34,80 <0,001

LDL-c (mg/dL) 140,65 ± 34,06 142,47 ± 33,87 134,30 ± 33,13 <0,001

HDL-c (mg/dL) 49,54 ± 13,84 45,21 ± 10,75 59,62 ± 14,95 <0,001

Colesterol não-HDL (mg/dL) 148,64 ± 39,38 156,39 ± 38,47 130,64 ± 35,36 <0,001

IMC (kg/m2) 26,38 ± 4,34 27,21 ± 4,05 24,46 ± 4,39 <0,001

CA (cm) 91,49 ± 17,15 95,71 ± 12,73 81,54 ± 23,13 <0,001

PAS (mmHg) 117,82 ± 13,49 120,91 ± 12,73 110,64 ± 12,43 <0,001

PAD (mmHg) 76,96 ± 8,69 78,80 ± 8,11 72,33 ± 8,30 <0,001

Glicemia (mg/dL) 88,37 ± 15,71 90,39 ± 16,77 83,68 ± 11,65 <0,001

HbA1c (%) 5,46 ± 0,67 5,49 ± 0,73 5,39 ± 0,55 <0,001

Mediana (Mín – Máx) Mediana (Mín – Máx) Mediana (Mín – Máx) p-value†

Triglicérides (mg/dL) 110 (18 – 3133) 121 (18 – 3133) 88 (19 – 2580) <0,001

PCR (mg/L) 1,3 (0,01 – 251,8) 1,30 (0,01 – 251,80) 1,50 (0,02 – 189,00) <0,001

N (%) N (%) N (%) p-value*

Tabagismo <0,001

Não 27.997 (77,6) 19.205 (76,2) 8.792 (81,0)

Prévio 4.309 (12,0) 3.196 (12,6) 1.123 (10,4)

Atual 3.755 (10,4) 2.819 (11,2) 936 (8,6)

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21 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60 61 a 70 71 a 80

170

180

190

200

210

220

21 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60 61 a 70 71 a 80

80

100

120

140

160

180

21 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60 61 a 70 71 a 80

Feminino MasculinoMulheres

40

45

50

55

60

65

70

21 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60 61 a 70 71 a 80

Hipertensão <0,001

Não 32.436 (89,7) 22.283 (88,2) 10.153 (93,3)

Si m 3.722 (10,3) 2.993 (11,8) 729 (6,7)

Diabetes <0,001

Não 35.536 (98,3) 24.767 (98,0) 10.769 (99,0)

Sim 622 (1,7) 509 (2,0) 113 (1,0)

(*) Teste t-Student. (†) Teste Mann-Whitney. IMC, Índice de Massa Corporal. CA, Circunferência Abdominal.

PAS, Pressão Arterial Sistólica; PAD, Pressão Arterial Diastólica. HbA1c, Hemoglobina Glicada. PCR, Proteína-C reativa. Mín, Mínima. Máx, Máxima. DP, Desvio Padrão.

Os valores médios do perfil lipídico de acordo com faixa etária e sexo são

apresentados na Figura 2.

Embora as mulheres apresentem entre os 20 e 30 anos de idade LDL-c

20mg mais baixo por decilitro, com o decorrer do tempo a diferença se reduz

progressivamente até coincidir com os níveis apresentados pelos homens entre

os 50 e 60 anos de idade e na faixa etária de 61 a 80 os ultrapassam.

A diferença nos valores médios de colesterol total entre os sexos foi menor

em função do impacto do HDL-c, que começa com uma diferença de 20mg/dL

(a mais para as mulheres) e que se atenua ao longo do envelhecimento: há

uma queda progressiva na média de HDL-c para as mulheres enquanto os

níveis permanecem estáveis nos homens.

Figura 2 – Média de colesterol por faixa etária

Colesterol Total

mg/dL mg/dL

mg/dL mg/dL

anos anos

LDL-c

HDL-c Triglicérides

anos anos

Homens

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4,5%

20,4%

35,1%

26,5%

10,4%

3,1%

< 70 70 a 100 100 a 130 130 a 160 160 a 190 > 190

Frequência por categoria de LDL-c

População 8%

31,1% 35,8%

18,1%

5,5% 1,4%

< 70 70 a 100 100 a 130 130 a 160 160 a 190 > 190

Mulheres

3%

15,7%

34,8% 30%

12,5%

3,9%

< 70 70 a 100 100 a 130 130 a 160 160 a 190 > 190

Homens

95,5%

75,1%

40,0%

13,6% 3,1%

≥70mg/dL ≥100mg/dL ≥130mg/dL ≥160mg/dL ≥190mg/dL

Hipercolesterolemia por corte de LDL-c

4.1. Prevalência de dislipidemias de acordo com diferentes limiares

diagnósticos

A Figura 3 mostra a distribuição da população por categoria de LDL-c e

a prevalência de hipercolesterolemia de acordo com diferentes pontos de corte

de LDL-c.

Figura 3 – Distribuição por faixa de LDL-c e hipercolesterolemia por diferentes cortes de LDL-c

A prevalência de hipercolesterolemia isolada na população avaliada de

acordo com o critério da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da

Aterosclerose de 2017 (FALUDI, 2017), ou seja, LDL-c >160mg/dL, foi de menos

de 15%. 40% da amostra estudada apresentaria quadro de hipercolesterolemia

adotando-se 130mg/dL como ponto de corte assim como apontado pela

American Association of Clinical Endocrinologists (AACE) (JELLINGER, 2017) e

este número aumentaria para 75% ao se adotar 100mg/dL.

anos

mg/dL

mg/dL mg/dL

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0,0% 0,4%

6,0%

19,6%

28,4%

22,4%

13,1%

6,6%

2,3% 1,1%

0,1%

3,7%

28,4%

37,5%

20,6%

7,1%

2,0% 0,4% 0,2% 0,1%

10 a 20 20 a 30 30 a 40 40 a 50 50 a 60 60 a 70 70 a 80 80 a 90 90 a 100 ≥100

Feminino

Masculino

Em algumas regiões do país onde a aferição do LDL-c não é rotineira, o

diagnóstico de hipercolesterolemia é baseado nos níveis de colesterol total.

Considerando-se como ponto de corte para o colesterol total o valor de

≥190mg/dL, a prevalência de hipercolesterolemia na população avaliada seria

de 57,2%, cairia para 46,0% se o ponto de corte considerado fosse ≥200mg/dL

e para 23,8% considerando ≥220mg/dL.

As Figuras 4 e 5 mostram a distribuição da população de acordo com

faixas de HDL-c e Triglicérides, respectivamente.

Figura 4 - Distribuição da população por faixa de HDL-c

Figura 5 - Distribuição da população por faixa de triglicérides

85,5%

14,3%

0,1% 0,0% 0,0%

65,6%

33,4%

0,7% 0,1% 0,1%

< 150 150 a 500 500 a 800 800 a 1000 ≥ 1000

Feminino

Masculino

Mulheres

Mulheres

Homens

Homens

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4.2. Padrões de dislipidemia

A prevalência de dislipidemia variou de 45% a 85% dependendo do

ponto de corte adotado para o LDL-c. Considerando um ponto de corte de LDL-

c ≥130mg/dL, mais de dois terços dos indivíduos apresentavam algum tipo de

dislipidemia, sendo a mais comum a hipercolesterolemia. Embora a definição

corrente de hipercolesterolemia adote o ponto de corte de LDL-c ≥160mg/dL,

medidas terapêuticas são preconizadas para qualquer caso acima de

130mg/dL. Em torno de 30% dos indivíduos apresentavam HDL-c baixo e 28%

hipertrigliceridemia. Sete em cada cem indivíduos apresentavam alteração

concomitante de todos os parâmetros do perfil lipídico.

A Figura 6 mostra a distribuição da população de acordo com as

alterações em LDL-c, HDL-c e triglicérides, adotando-se quatro possíveis cut-

offs de LDL-c.

Figura 6 - Caracterização do perfil lipídico da população

30,3% 28,4% 28,4%

28,4% 28,4%

30,3%

30,3% 30,3%

75,0% 40,0%

13,5% 3,2%

5.4

Perfil lipídico normal: 15,9%

Perfil lipídico normal: 36,6%

Perfil lipídico normal: 50,3%

Perfil lipídico normal: 55,2%

4,0% 2,0%

40,5

%

11,2%

3,0%

12,1%

11,2%

7,1%

7,5%

5,6%

5,7% 9,6%

19,8%

0,6%

1,3%

0,3% 1,0%

12,3% 14,9%

2,5%

3,2% 1,7%

6,1%

10,1% 13,5% 14,5%

8,0%

12,6%

LDL-c alterado HDL-c alterado TG alterado

1,3%

Cut-off:

LDL

≥160mg/dL

Cut-off:

LDL

≥100mg/dL

Cut-off:

LDL

≥130mg/dL

Cut-off:

LDL

≥190mg/dL

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49,4%

31,7% 20,1%

50,6%

68,3% 79,9%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

LDL-C HDL-C TG

Dislipidemia Composta

Dislipidemia isolada

A Figura 7 mostra a relação entre as dislipidemias isoladas e mistas:

enquanto em 50% dos casos a hipercolesterolemia é uma alteração isolada,

80% dos casos de hipertrigliceridemia associou-se a outras alterações do perfil

lipídico, em particular ao HDL-c baixo.

Figura 7 - Alterações isoladas versus mistas

Para esta figura foi considerado o corte LDL ≥130m/dL.

4.3. Extremos do perfil lipídico: dislipidemias graves e valores ‘ótimos’

Foi analisada a prevalência das dislipidemias graves, definidas como

LDL-c acima de 190mg/dL e/ou triglicérides acima de 1000mg/dL.

Adicionalmente determinamos a parcela da população apresentando HDL-c

abaixo de 20mg/dL, triglicérides acima de 500mg/dL e LDL-c acima de

400mg/dL ou 500mg/dL. Os valores encontram-se na Tabela 3.

Tabela 3 – Prevalência das dislipidemias graves

Variáveis

Homens Mulheres Total

% (N) % (N) % (N) N (não

faltantes)

LDL ≥ 400mg/dL 3,9.10-5

(1) 0 (0) 2,7.10-5

(1) 36.090

LDL ≥ 500mg/dL 0 (0) 0 (0) 0 (0) 36.090

TG ≥500mg/dL 9,3.10-3

( 235) 1,4.10-3

(15) 6,9.10-4

(250) 36.099

TG ≥1000mg/dL 1,3.10-3

(34) 2,7.10-4

(3) 1,0.10-3

(37) 36.099

HDL < 20mg/dL 8,3.10-4

( 21) 3,7.10-4

(4) 6,9.10-4

(25) 36.099

36,6%

35,1%

21,1%

7,1%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Número de Parâmetros alterados

3 parâmetros

2 parâmetros

1 parâmetro

0 parâmetros

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As Figuras 8 e 9 mostram a distribuição da população, por sexo, de

acordo com as faixas de HDL-c baixo e de hipertrigliceridemia.

Figura 8 - Distribuição por faixas de HDL-c baixo

Figura 9 - Distribuição da população de acordo com as faixas de

Hipertrigliceridemia

Tanto para homens quanto mulheres, mais de três quartos dos

indivíduos que estavam com níveis de HDL-c alterados encontravam-se na

faixa limítrofe aos valores recomendados, representando, portanto, em sua

maioria alterações discretas. Menos de 2% dos participantes com

hipertrigliceridemia apresentavam níveis maiores que 500mg/dL.

0% 0% 2%

23%

75%

0% 0%

12%

88%

NA

<10 10 a 20 20 a 30 30 a 40 40 a 50

Feminino

Masculino

99%

1% 0% 0%

97%

2% 0% 0% 0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

150 a 500 500 a 800 800 a 1000 ≥1000

Feminino

Masculino

mg/dL

Foi considerado como 100% o número de mulheres (n=2.827) e homens (n=8131) que tiveram HDL-c

menor que 50mg/dL e 40mg/dL, respectivamente.

Foi considerado como 100% o número de mulheres (n=1.573) e homens (n=8.677) que tiveram nível de

triglicérides maior que 150mg/dL, respectivamente.

mg/dL

Mulheres

Mulheres

Homens

Homens

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0,1% 0,1% 1,2% 4,1% 10,5%

27,8%

56,2%

0,2% 0,2% 0,6% 4,0% 11,7%

27,5%

55,7%

<= 10 10 a 20 20 a 30 30 a 40 40 a 50 50 a 60 60 a 70

Mulheres

Homens

38,4% 30,3%

17,8% 8,9%

3,1% 1,5%

55,4%

30,3%

10,4% 3,0% 0,6% 0,2% 0,1%

40 a 50 50 a 60 60 a 70 70 a 80 80 a 90 90 a 100 ≥100

Feminino

Masculino

NA

Foi determinada a distribuição da população de acordo com faixas de

LDL-c ≤70mg/dL e de HDL≥40mg/dL (para homens) ou ≥50mg/dL (para

mulheres), respectivamente apresentadas nas Figuras 10 e 11.

Figura 10 - Distribuição de LDL-c "ótimo" por sexo.

Figura 11 - Distribuição de HDL-c “ótimo” por sexo

A distribuição de LDL-c para homens e mulheres nesta subanálise foi

muito semelhante: ambos tiveram mais de 50% dos indivíduos alocados na

primeira faixa (60 a 70 mg/dL).

Mais da metade dos homens que possuíam HDL-c acima dos valores de

referência encontravam-se logo na primeira faixa (40 a 50mg/dL),

diferentemente das mulheres, para as quais a soma da segunda e terceiras

mg/dL

Foi considerado como 100% o número de mulheres (n=922) e homens (n=829) que tiveram LDL-c

menor que 70mg/dL, respectivamente.

mg/dL

Foi considerado como 100% o número de mulheres (n=8.032) e homens (n=17.109) que tiveram HDL-c

maior que 50mg/dL e 40mg/dL, respectivamente.

Mulheres Homens

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faixas (60 a 70 mg/dL e 70 a 80 mg/dL) superava a primeira faixa (50 a 60

mg/dL).

Centro e trinta e nove indivíduos, dos quais 124 eram mulheres,

atingiram valores de HDL-c superiores a 100mg/dL, equivalente a 0,6% da

população com HDL-c dentro dos parâmetros de normalidade (n=25.141).

4.4. Influência do estilo de vida

A Tabela 4 mostra a correlação entre os índices antropométricos,

hábitos alimentares, nível de atividade física, fatores psicossociais e qualidade

do sono e os parâmetros lipídicos.

Tabela 3 – Correlação fatores extrínsecos versus parâmetros lipídicos

Variável Fator Coeficiente/ Parâmetro

Valor Erro

padrão Valor t P R²

LDL-c

Circunferência Abdominal*

Coeficiente Linear 92,40 0,93 99,855 <0,001 0,031

Coeficiente Angular 0,33 0,01 33,6 <0,001

Frutas e verduras †

0,001 Não Média 118,77 0,26 449,128 <0,001

Sim Diferença das Médias -0,066 0,022 -3,087 0,002

IPAQ †

0,004

Sedentário Média 125,19 0,37 337,347 <0,001

Pouco ativo Diferença das Médias -1,80 0,48 -3,75 <0,001

Ativo Diferença das Médias -3,92 0,49 -7,99 <0,001

Muito ativo Diferença das Médias -7,61 0,73 -10,44 <0,001

Depressão †

0,002 Sim Média 123,55 0,20 618,15 <0,001

Não Diferença das Médias -3,40 0,46 -7,48 <0,001

Estresse † <0,001

0,001 Sim Média 122,52 0,26 473,34 <0,001

Não Diferença das Médias -2,28 0,45 -5,11 <0,001

Distúrbio do sono <0,001

0,002 Não Média 119,99 0,24 502,01 <0,001

Sim Diferença das Médias 4,74 0,69 6,88 <0,001

Consumo de bebidas alcóolicas

0,002 Baixo Média 122,24 0,20 624,59 <0,001

Intermediário Diferença das Médias 4,07 0,52 7,77 <0,001

Alto Diferença das Médias 4,14 1,29 3,19 0,001

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HDL-c

Circunferência Abdominal*

Coeficiente Linear 72,68 0,37 198,944 <0,001 0,106

Coeficiente Angular -0,25 0,00 -64,637 <0,001

Frutas e verduras †

0,005 Não Média 50,19 0,12 431,919 <0,001

Sim Diferença das Médias -0,08 0,01 -8,721 <0,001

IPAQ †

0,010

Sedentário Média 1,23 0,20 6,26 <0,001

Pouco ativo Diferença das Médias 2,82 0,20 14,031 <0,001

Ativo Diferença das Médias 4,57 0,30 15,311 <0,001

Muito ativo Diferença das Médias 1,23 0,20 6,26 <0,001

Depressão †

0,002 Sim Média 49,26 0,08 598,70 <0,001

Não Diferença das Médias 1,41 0,19 7,52 <0,001

Estresse †

0,003 Sim Média 49,49 0,11 453,20 <0,001

Não Diferença das Médias 1,74 0,19 9,27 <0,001

Distúrbio do sono †

0,022 Não Média 50,88 0,10 506,83 <0,001

Sim Diferença das Médias -6,43 0,29 -22,22 <0,001

Consumo de bebidas alcóolicas

2,8.10-

3 Baixo Média 49,66 0,08 615,30 <0,001

Intermediário Diferença das Médias -0,89 0,22 4,10 <0,001

Alto Diferença das Médias -0,01 0,53 0,00 0,985

TG

Circunferência Abdominal* Coeficiente Linear 18,18 2,65 6,872 <0,001 0,051

Coeficiente Angular 1,24 0,03 43,785 <0,001

Frutas e verduras †

0,015 Não Média 126,55 0,75 169,136 <0,001

Sim Diferença das Médias 0,96 0,06 15,82 <0,001

IPAQ †

0,018

Sedentário Média 148,81 1,07 139,498 <0,001

Pouco ativo Diferença das Médias -13,47 1,38 -9,789 <0,001

Ativo Diferença das Médias -27,40 1,41 -19,458 <0,001

Muito ativo Diferença das Médias -43,47 2,09 -20,756 <0,001

Depressão † 6,1.10-

5 Sim Média 0,018 0,018 0,018 0,018

Não Diferença das Médias 1,92 1,31 1,46 0,145

Estresse † 1,7.10-

4 Sim Média 132,10 0,74 177,66 <0,001

Não Diferença das Médias -2,65 1,28 -2,07 0,038

Distúrbio do sono †

0,016 Sim Média 125,74 0,69 181,73 <0,001

Não Diferen]ça das Médias 37,18 1,99 18,64 <0,001

Consumo de bebidas alcóolicas

0,006 Baixo Média 128,42 0,56 228,11 <0,001

Intermediário Diferença das Médias 19,91 1,51 13,23 <0,001

Alto Diferença das Médias 27,61 3,72 7,42 <0,001

Teste de Regressão linear. Interpretação: *Variável contínua, coeficiente linear= caso a variável fosse igual a zero, o valor do lípide

seria igual ao coeficiente linear (intercepto ao eixo y), alteração (por cm) = alteração na média do parâmetro lipídico para cada variação

de 1cm na circunferência abdominal. † Variável categórica: a média do parâmetro para os indivíduos na condição menos favorável do

fator extrínseco (por exemplo, sedentário para o IPAC) foi considerada como coeficiente linear. Foi feita a comparação uma a uma das

condições mais favoráveis com a condição menos favorável. O coeficiente angular representa a alteração entre a média dos indivíduos

nesta condição em relação aos indivíduos na condição menos favorecida/controle. Exceção: distúrbio do sono, para o qual foi avaliado

a média na condição mais favorável e a diferença da média foi calculada para a condição menos favorável.

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40

45

50

55

60

65

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

100

105

110

115

120

125

130

135

140

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Para todos os lípides a variável com maior influência foi a circunferência

abdominal, sendo que para o HDL-c esta variável sozinha tem 10% de peso na

determinação da alteração (R2 = 0,106, p <0,001).

Nota-se que a correlação de HDL-c com o consumo de bebidas

alcoólicas e entre a depressão e o estresse com os triglicérides foi muito baixa.

4.5. Evolução do perfil lipídico ao longo da década

A Figura 12 mostra a média dos parâmetros lipídicos por ano de

realização do exame.

As variações encontradas são semelhantes entre homens e mulheres.

Para LDL-c houve uma aparente inversão de tendência a partir de 2010,

quando se instalou uma tendência contínua de queda dos valores médios de

LDL-c: a média de LDL-c entre 2006 e 2010 foi de 126,69 ± 33,89 (N=13.521) e

entre 2011 e 2016 de 120,57 ± 34,05 (N=22.569).

Figura 11 - Média de colesterol da população por ano

LDL-c (mg/dL)

HDL-c (mg/dL)

anos

ano

ano

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80

90

100

110

120

130

140

150

160

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Feminino Masculino

4.6. Diagnóstico laboratorial versus Awareness

A Figura 12 traz a comparação entre a declaração de dislipidemia

previamente diagnosticada e a indicada por exames laboratoriais. Mais de um

terço da população não estava ciente de portar alterações dislipidêmicas. Em

contrapartida, 5% dos indivíduos referiram ter dislipidemia, porém

apresentaram níveis lipídicos normais.

Figura 12 - Diagnóstico laboratorial versus dislipidemia referida pelo

paciente: prevalências e valores absolutos

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000

Dislipidemia referida

Perfil lipídico normal

Perfil lipídico alterado

16.138

Triglicérides (mg/dL)

7.112

17.944

2.006 – 5,6%

12.838 – 35,6%

16.138 – 44,7%

5.106 – 14,1%

ano

Mulheres Homens

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5. DISCUSSÃO

Dependendo das variáveis (apenas colesterol total ou colesterol em

frações) e dos valores de referência considerados, a prevalência de

diagnósticos de dislipidemias seria bastante divergente.

Para os serviços de saúde com maiores recursos, os quais utilizam

critérios semelhantes às diretrizes americanas, quatro em cada dez sujeitos

apresentariam níveis de LDL-c indicativos de necessidade de intervenção, seja

alteração de estilo de vida, seja farmacológica. Esta prevalência é menor que a

apresentada pelo estudo ELSA-Brasil, próxima a 50% para o mesmo corte

(130md/dL) (LOTUFO, 2016, pp.568-576).

Considerando regiões do Brasil onde a disponibilidade de exames

laboratoriais é mais escassa e o colesterol total maior de que 200mg/dL é ainda

utilizado como o principal indicativo de dislipidemia, quase metade da

população seria diagnosticada. Embora em um primeiro momento, tenha-se a

impressão de que desta forma se estaria diagnosticando mais as dislipidemias

e assim a prevenção de DCVs seria mais eficaz, é importante ressaltar que

este diagnóstico tem menor precisão.

O colesterol total é resultante da soma de todas as frações lipídicas e

através dele não é possível identificar, por exemplo, pacientes com valores

altos exclusivamente devido ao HDL-c aumentado e que não precisariam ser

tratados, embora esta condição seja rara. Além disso, mesmo que o paciente

não seja esta exceção, não é possível diferenciar os pacientes que apresentam

colesterol total elevado devido a LDL-c alterado, triglicérides alterados ou

ambos, o que é de alta relevância para a escolha terapêutica.

Estas diferenças demonstram que apesar do conhecido impacto do

controle das dislipidemias na prevenção de eventos cardiovasculares,

pacientes em diferentes regiões e diferentes períodos (mesmo que próximos),

recebem diagnósticos e tratamentos divergentes, alterando o prognóstico dos

desfechos clínicos.

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A Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose de

2017 (FALUDI, 2017, pp.1-76) define quatro padrões de dislipidemia, sendo

eles: hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, HDL-c baixo ou

dislipidemia mista (resultante de dois ou mais fatores alterados em conjunto).

Considerando LDL-c alterado como maior ou igual a 130mg/dL (critério

utilizado na prática clínica), dois terços da população apresentam algum tipo de

dislipidemia. Foram encontrados mais casos com apenas um parâmetro

alterado, sendo a hipercolesterolemia isolada o padrão mais expressivo,

atingindo quase 20% da amostra. A probabilidade do LDL-c estar alterado

isoladamente ou em conjunto, no entanto, foi muito semelhante, diferente do

HDL-c e dos triglicérides, que em sete e oito de cada dez vezes em que

estavam alterados, respectivamente, encontravam-se na forma de padrão

misto.

Apesar da grande amostra populacional, não foram encontrados sujeitos

sem uso de hipolipemiantes com níveis de LDL-c superiores a 500mg/dL, os

quais seriam possíveis casos de hipercolesterolemia familiar homozigótica.

Esta é uma condição muito rara, cuja estimativa de prevalência é de um caso

para 160mil ou 250mil habitantes. No entanto, foi encontrado um sujeito com

LDL-c superior a 400mg/dL, podendo ser um caso de hipercolesterolemia

familiar heterozigótica, condição que atinge uma a cada 200 ou 250 pessoas,

necessitando de confirmação por avaliação genética (JELLINGER, 2017).

Ainda sobre as dislipidemias graves, a prevalência de HDL-c inferior a

20mg/dL encontrada foi de 69 a cada 10 mil sujeitos, enquanto de

hipertrigliceridemia grave foi de 37 a cada mil indivíduos. Ambos os casos

tiveram maior prevalência entre os homens.

É importante notar que, no entanto, a maioria das pessoas que tinham

triglicérides e HDL-c fora das recomendações apresentavam valores limítrofes,

sendo passíveis de mudanças de estilo de vida como terapia.

Da mesma forma, os sujeitos que apresentavam seus níveis de lípides

dentro da normalidade, encontravam-se logo na faixa limítrofe, sendo a

prevalência de indivíduos com HDL-c maior que 100mg/dL menor que 1% e

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quase metade o número dos indivíduos com LDL-c ótimo na faixa 60 a 70

mg/dL.

Neste estudo real word as variáveis antropométricas (circunferência

abdominal), de estilo de vida (consumo de frutas e verduras, nível de atividade

física e consumo de bebidas alcoólicas) e psicossociais (estresse, depressão e

distúrbios do sono), quando analisadas isoladamente demonstraram baixa

correlação com os níveis lipídicos. A variável isolada de maior impacto foi a

medida (em cm) da circunferência abdominal, demonstrada em estudos

anteriores (FERREIRA, 2006).

Este dado, no entanto, não deve ser interpretado erroneamente como

prova de inexistência de correlação do estilo de vida com as dislipidemias, mas

sim como o contrário: o organismo humano é complexo e todas essas variáveis

atuam de forma concomitante, associadas aos fatores genéticos, resultando

nos níveis lipídicos apresentados pelo indivíduo. Assim, a adoção de hábitos de

vida saudáveis é essencial para um perfil lipídico desejável.

Em relação à influência da vida moderna nas dislipidemias, ao longo da

década estudada, os níveis de HDL-c e triglicérides, apesar de pequenos

decréscimos e acréscimos intercalados, mantiveram uma tendência linear

constante. Entretanto, os níveis de LDL-c demonstraram nos cinco últimos

anos uma queda na média geral de 6mg por decilitro comparado aos cinco

primeiros, valor expressivo considerando o tamanho da amostra.

Por fim, há de se considerar que temos ainda mais de um terço da

população que apresenta algum tipo de dislipidemia e não está ciente. Duas

hipóteses podem ser levantadas para explicar o fato: ou a visita do paciente

considerada no estudo foi a primeira na qual o exame laboratorial apresentou

alguma alteração ou o paciente já apresentava anteriormente alterações

lipídicas e não compreendia seu quadro clínico.

Em ambos os casos, é importante a intervenção da equipe

multiprofissional de saúde como agente modificador desta realidade,

explicando ao paciente que não apresenta dislipidemias, mas que possui

hábitos de estilo de vida propícios ao seu desenvolvimento, as possíveis

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consequências da manutenção destes atos (prevenindo assim que as

alterações lipídicas ocorram) e alertando aos pacientes que já apresentam

alguma dislipidemia de forma clara o significado de seu quadro clínico, o

impacto do mesmo perante aos desfechos cardiovasculares e as possibilidade

terapêuticas, farmacológicas ou não, para alteração deste diagnóstico.

O estudo realizado apresenta limitações quanto à amostra utilizada: foi

analisado um único centro sediado no estado brasileiro com o 28º maior IDH do

Brasil, equivalente a 0,805 em 2010 (ATLASBRASIL, 2013). Adicionalmente,

trata-se de um serviço privado de saúde, no qual os índices de diabetes e

hipertensão referidas foram menores que a média da população geral brasileira

(GOVERNO DO BRASIL, 2017; INCA, 2017). Por fim, apenas um quarto da

população era representado pelo sexo feminino. Em contrapartida, avaliou-se

uma grande amostra populacional, com amplo espectro de idades (em média

42 anos), o que aumenta a chance de os dados terem maior normalidade e

representatividade.

6. CONCLUSÃO

A determinação da prevalência das dislipidemias está diretamente

relacionada às variáveis adotadas, bem como, aos valores de referências

considerados, os quais são variáveis no Brasil. Demonstramos que a

prevalência variou entre 23,8% (colesterol total ≥220mg/dL) a 63,3% (alguma

fração lipídica alterada, considerando o corte de LDL-c como 130mg/dL). Estas

divergências na prática clínica implicam em diferentes tratamentos e

prognósticos quanto aos desfechos cardiovasculares.

A hipercolesterolemia isolada apresentou-se como o padrão mais

prevalente e as alterações em HDL-c e triglicérides tendem a ocorrer em sua

maioria na forma de dislipidemias mistas.

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A população estudada apresentou níveis lipídicos com distribuição

normal, sendo encontrada uma pequena parcela que se encontrava nos limites

(dislipidemias graves e perfis lipídicos ótimos).

As variáveis externas estudadas (antropométricas, psicossociais e de

estilo de vida) apresentaram baixa correlação com as dislipidemias quando

analisadas isoladamente, demonstrando que todas devem ser consideradas de

forma concomitante, associadas aos fatores genéticos, para interpretação e

análise do quadro clínico do paciente.

Ao longo da década, a média dos lípides manteve constância se

observada a linearidade, com exceção ao LDL-c, que apresentou queda

expressiva nos últimos cinco anos.

Por fim, um terço dos sujeitos apresentava algum tipo de dislipidemia e

não estava ciente, ressaltando a necessidade não atendida quanto à

conscientização da população frente às dislipidemias, seu significado e impacto

perante aos desfechos cardiovasculares.

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7. BIBLIOGRAFIA

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FERREIRA M.A.; VALENTE J.G.; GONÇALVES-SILVA R.M.V; SICHIERI R. Acurácia da circunferência da cintura e da relação cintura/quadril como preditores de dislipidemias em estudo transversal de doadores de sangue de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, n.2, v.22, pp.307-314, 2006.

GOVERNO DO BRASIL. Número de brasileiros com diabetes cresceu 61,8% em 10 anos. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/saude/2017/11/numero-de-brasileiros-com-diabetes-cresceu-61-8-em-10-anos>. Acesso em 31 mar 2018.

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JELLINGER P.S.; HANDELSMAN Y.; ROSENBLIT P.D., et al. American Association of Clinical Endocrinologists and American College of Endocrinology Guidelines for management of dyslipidemia and prevention of cardiovascular disease. Endocrine Practice, suppl 2, v.23, pp.1-87, 2017.

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SIQUEIRA A.S.E.; SIQUEIRA-FILHO A.G.; LAND M.G.P. Análise do Impacto Econômico das Doenças Cardiovasculares nos Últimos Cinco Anos no Brasil. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v.109, n.1, pp.39-46, 2017.

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8. ANEXOS

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HOSPITAL ISRAELITA ALBERTEINSTEIN-SP

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

Pesquisador:

Título da Pesquisa:

Instituição Proponente:

Versão:

CAAE:

Prevalência, Fenótipos e Padrões de Dislipidemia em adultos brasileiros Submetidos aAvaliação de Check-up

Antonio Gabriele Laurinavicius

Hospital Israelita Albert Einstein-SP

1

66170117.0.0000.0071

Área Temática:

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Número do Parecer: 2.002.920

DADOS DO PARECER

As doenças cardiovasculares representam a primeira causa de morte no Brasil e no mundo, sendo

responsáveis por cerca de um terço da mortalidade no país. As dislipidemias, em particular, a

hipercolesterolemia, estão associadas a um significativo aumento do risco cardiovascular, justificando as

metas mundiais de redução dos níveis de lipídeos séricos na população. Os dados sobre a prevalência,

fenótipos e padrões das dislipidemias na população brasileira são escassos e frequentemente controversos,

dificultando a fomentação de políticas de saúde pública. Além disso, muitas vezes consideram apenas

pacientes já diagnosticados e tratados, não representando de forma fidedigna a população total. O estudo

pretende avaliar a prevalência dos diferentes tipos de dislipidemia e definir padrões e características

demográficas, antropométricas, laboratoriais e de estilo de vida que se associam aos distintos fenótipos de

dislipidemia na população avaliada. Trata-se de estudo observacional e retrospectivo, incluindo um total de

35.000 pacientes avaliados na Unidade de Check-Up do Hospital Israelita Albert Einstein entre 2006 e 2016.

Os dados serão extraídos a partir da base de dados da unidade serão incluídos tanto pacientes de

prevenção primária, como pacientes com histórico de eventos cardiovasculares prévios.

Apresentação do Projeto:

Os objetivos são:

Objetivo da Pesquisa:

Financiamento PróprioPatrocinador Principal:

05.652-000

(11)2151-3729 E-mail: [email protected]

Endereço:Bairro: CEP:

Telefone:

Av. Albert Einstein 627 - 2ssMorumbi

UF: Município:SP SAO PAULOFax: (11)2151-0273

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HOSPITAL ISRAELITA ALBERTEINSTEIN-SP

Continuação do Parecer: 2.002.920

- Avaliar a prevalência dos diferentes tipos de dislipidemia na população

considerada.

- Definir padrões e características demográficas, antropométricas,

laboratoriais e de estilo de vida que se associam aos distintos fenótipos

de dislipidemia na população avaliada.

Riscos: mínimos, relacionados a perda de confidencialidade dos dados dos pacientes.

Benefícios: não há benefício direto aos participantes da pesquisa, mas sim à futuros pacientes com a

possível definição de protocolos assistenciais.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Trata-se de um projeto de pesquisa observacional retrospectivo com pesquisa em banco de dados para

avaliação da prevalência, fenótipo e padrões de dislipidemia em pacientes submetidos a Avaliação de Check

-up.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

Os termos de apresentação obrigatória estão de acordo.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

Recomenda-se acrescentar numeração de páginas no protocolo e adequar descrição de riscos e benefícios.

É atribuição do CEP “acompanhar o desenvolvimento dos projetos, por meio de relatórios semestrais dos

pesquisadores e de outras estratégias de monitoramento, de acordo com o risco inerente à pesquisa”. Por

isso o/a pesquisador/a responsável deverá encaminhar para o CEP Einstein os Relatórios Parciais a cada

seis meses e o Relatório Final de seu projeto, até 30 dias após o seu término.

Segundo a Resolução CNS 466/2012 o pesquisador responsável deve prever procedimentos que

assegurem a confidencialidade e a privacidade, a proteção da imagem e a não estigmatização dos

participantes da pesquisa, garantindo a não utilização das informações em prejuízo das pessoas e/ou das

comunidades, inclusive em termos de autoestima, de prestígio e/ou de aspectos econômico-financeiros.

Recomendações:

05.652-000

(11)2151-3729 E-mail: [email protected]

Endereço:Bairro: CEP:

Telefone:

Av. Albert Einstein 627 - 2ssMorumbi

UF: Município:SP SAO PAULOFax: (11)2151-0273

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HOSPITAL ISRAELITA ALBERTEINSTEIN-SP

Continuação do Parecer: 2.002.920

Após avaliação, os seguintes documentos foram Aprovados:

1-Projeto de Pesquisa - Versão 2 – 08 de fevereiro de 2017

2-Solicitação de isenção de termo de consentimento livre e esclarecido.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

DOCUMENTAÇÃO APROVADA PELO CEP DO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN EM REUNIÃO

REALIZADA EM 04/04/2017.

Considerações Finais a critério do CEP:

Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:

Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação

TCLE / Termos deAssentimento /Justificativa deAusência

Isencao_TCLE_Antonio.pdf 24/03/201715:20:26

LETICIA FONSECADA COSTA

Aceito

Informações Básicasdo Projeto

PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_PROJETO_875660.pdf

22/03/201718:42:04

Aceito

Declaração deInstituição eInfraestrutura

Termodeanuenciadosgestoresdaarea.pdf

22/03/201718:39:19

Néa Miwa Kashiwagi Aceito

Outros TermodecompromissoFenotipo.pdf 22/03/201718:36:47

Néa Miwa Kashiwagi Aceito

Outros DeclaracaoResponsabilidadeInvestigadorFenotipo.pdf

22/03/201718:36:25

Néa Miwa Kashiwagi Aceito

Projeto Detalhado /BrochuraInvestigador

ProjetoPrevefenDLPV2.pdf 22/03/201718:32:26

Néa Miwa Kashiwagi Aceito

Folha de Rosto folhaDeRostoDislipidemia.pdf 22/03/201718:31:56

Néa Miwa Kashiwagi Aceito

Situação do Parecer:Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP:Não

05.652-000

(11)2151-3729 E-mail: [email protected]

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HOSPITAL ISRAELITA ALBERTEINSTEIN-SP

Continuação do Parecer: 2.002.920

SAO PAULO, 05 de Abril de 2017

Fabio Pires de Souza Santos(Coordenador)

Assinado por:

05.652-000

(11)2151-3729 E-mail: [email protected]

Endereço:Bairro: CEP:

Telefone:

Av. Albert Einstein 627 - 2ssMorumbi

UF: Município:SP SAO PAULOFax: (11)2151-0273

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São Paulo, 22 de maio de 2017.

Prezado Senhor (a),

Venho por meio desta informar que Susanna Elfried Sara Heiller Gregogio Silvi, aluna do

curso de Farmácia-Bioquímica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo está

participando de forma voluntária como co-autora do projeto de pesquisa “2896-16 - Prevalência,

Fenótipos e Padrões de Dislipidemia em Adultos Brasileiros Submetidos a Avaliação de Check-up” em

nossa instituição.

Informo ainda que estamos cientes e de acordo que a aluna supracitada utilize os dados

do presente projeto como parte do seu trabalho de conclusão de curso de graduação na Universidade de

São Paulo.

Atenciosamente,

Márcio Sommer Bittencourt

Professor Assistente do Curso de Medicina da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde

Albert Einstein

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