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Orçamento do Setor Público
É a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem
realizadas por um Governo em um determinado exercício
(geralmente um ano).
Expressa, num determinado período, o programa de atuação do
governo, discriminando receitas e despesas
Na prática, também opera como ferramenta de planejamento no
curto prazo
O Orçamento Público Brasileiro é uma lei...
O orçamento público é uma lei que, entre outros aspectos exprime em
termos financeiros a alocação dos recursos públicos. Trata-se de um
instrumento de planejamento que espelha as decisões políticas,
estabelecendo as ações prioritárias para atendimento das demandas da
sociedade, em face à escassez de recursos.
É a lei que estima a receita e fixa a despesa
Cujo projeto de lei, de iniciativa do Poder Executivo, tem que ser
encaminhado ao Congresso e devolvido para sansão presidencial até o fim
da sessão legislativa
Déficit Orçamentário
• Se as receitas superam os gastos, haverá um superávit orçamentário
• Se as receitas forem menores do que os gastos, haverá um déficit orçamentário
Déficit nominal: diferença entre o total arrecadado e o total de gastos
públicos, calculada como porcentagem do PIB. Inclui despesas com correção
monetária, devido variação da taxa de inflação. O gasto com correção
monetária e cambial refere-se à atualização da dívida e não a um crescimento
real da mesma
Déficit operacional: são excluídos gastos com correção monetária e
cambial das dívidas interna e externa.
Déficit primário: exclui, além dos pagamentos relativos à correção
monetária, as despesas com juros reais das dívidas interna e externa,
refletindo, na prática, a situação das contas públicas, caso o governo não
tivesse dívida.
Déficit Orçamentário
Déficit nominal → 6,7% PIB
Déficit primário → 0,63% PIB
Déficit nominal → 3,25% PIB
Superávit primário → 1,88% PIB
2014…
2013…
Estes resultados indicam que
o saldo entre receitas e
despesas públicas não foi
suficiente para pagar os juros
da dívida. Além disso, houve
deterioração dos indicadores
fiscais em relação ao
ano anterior.
Fonte: DIEESE (Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos)
O déficit primário em 2014
• ↑de receitas: 3,6%, ↑despesas: 12,8%.
•Desempenho das receitas: afetado pelo baixo crescimento
econômico e pelas desonerações tributárias.
• Desempenho das despesas: crescimento de despesas de
custeio e capital e aumento dos benefícios previdenciários
Causas
No caso das receitas….
•Apesar do aumento do Imposto de Renda 5,6%
•Houve queda na arrecadação da Cofins (Contribuição para
Financiamento da Seguridade Social) em 3,1% e do PIS
(Programas de Integração Social) em 5,8%.
•Enquanto a arrecadação do IR refletem o fraco crescimento econômico e da
renda, o PIS/Cofins está ligado às desonerações.
•Em função do mercado de trabalho ainda favorável, as receitas da
Previdência Social tiveram quase 10% de aumento, apesar da desoneração
da folha.
No caso das despesas…
•Pessoal e encargos não pressionou as contas públicas, com variação de 8,4%.
•As despesas de custeio e capital foram as que mais contribuíram para o déficit
primário. Destaque para o aumento de 22% nas despesas do FAT (Fundo de
Amparo ao Trabalhador) e de 21,5% em outras despesas de capital para os
Ministérios da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social, investimentos do
PAC e a compensação pela desoneração da folha.
•Houve aumento das despesas da Previdência Social, mas numa taxa de 10,4%,
que não ficou muito distante do aumento das receitas. Assim, as contas da
Previdência parecem não ter colocado muita pressão sobre as contas do governo
central.
Com relação ao pagamento de juros
Apesar do resultado primário negativo, a conta principal ainda é a dos juros sobre a
dívida pública.
O ciclo de alta dos juros, usado como forma de combater a inflação, causou, em
2014, culminou em pagamento de juros equivalentes a 5,33% do PIB.
Significa uma enorme transferência de renda de toda a sociedade (dos
contribuintes, aqueles que pagam impostos) para uns poucos privilegiados,
detentores da dívida pública.
As contas públicas mostram que, em 2014, os fatores que determinaram o déficit
nominal recorde foram: a alta das taxas de juros, maiores gastos com investimentos,
desonerações tributárias, funcionamento dos ministérios e programas da área social.
O déficit e seu financiamento
O setor público tem aumentado sua participação na atividade econômica, na
maioria dos países, incorrendo em déficits, que implica, por sua vez, em
necessidades crescentes de financiamento.
Impostos
Criação de dinheiro
Emissão de títulos da dívida pública
O déficit e seu financiamento
Imposto
Ainda que apareça como forma natural de financiar os
gastos públicos, apresenta limitações: quando existe déficit
são insuficientes para atender os gastos, durante uma
recessão o aumento de impostos agravaria a situação
O déficit e seu financiamento
Criação
de
dinheiro
Vantagens
•Não gera déficits futuros
•Não é preciso elevar taxas de juros
Desvantagens
•Provoca a perda do valor do dinheiro, e
consequentemente provoca uma pressão inflacionária
Se o financiamento é feito exclusivamente com emissão de
moeda, o excesso de moeda pode gerar uma hiperinflação
O déficit e seu financiamento
Vantagem
•Evita pressões inflacionárias do excesso de moeda,
Desvantagem
•Aumenta a dívida interna, o que pressionará o próprio déficit
no futuro
•Eleva as taxas de juros (para viabilizar a colocação de seus
papéis)
Se o financiamento for por meio de títulos públicos é um instrumento
limitado, pois não é possível crescer indefinidamente a dívida pública, além
de gerar desconfiança nos investidores
Emissão
de
títulos
Política Monetária
É o conjunto de ações do Banco Central para controlar a quantidade
de dinheiro e a taxa de juros, e em geral, as condições de crédito
O mercado monetário é como qualquer outro, onde existe demanda (por
moeda), oferta (de moeda) e preço de equilíbrio, que nada mais é do que
a taxa de juros
O Banco Central do Brasil (BACEN) é o responsável pelo controle e
funcionamento do sistema financeiro. Uma de suas tarefas fundamentais
consiste em manter a quantidade de dinheiro ajustado aos objetivos
preestabelecidos. Ao se controlar a quantidade de dinheiro, simultaneamente
condiciona-se a taxa de juros
As funções do Banco Central
Banco emissor: tem o monopólio das emissões de moeda; o BC deve
colocar em circulação o volume de notas e moedas necessárias ao bom
desempenho da economia;
Banco dos bancos: é o órgão em que os bancos depositam seus fundos,
também empresta aos bancos;
Banco do governo: grande parte dos fundos do governo são depositados
no BC, e quando o governo necessita de recursos ele emite títulos e os
vende ao público, via BC;
Banco depositário das reservas internacionais.
A política monetária
Restritiva Engloba um conjunto de medidas que tendem a
reduzir o crescimento da quantidade de dinheiro
e a encarecer os empréstimos (elevar a taxa de
juros)
Expansiva É formada por aquelas medidas que tendem a
acelerar o crescimento da quantidade de dinheiro
e a baratear os empréstimos (baixar as taxas de
juros)
A importância da taxa de juros
•A taxa de juros representa o preço do dinheiro no tempo.
•É uma taxa de rentabilidade para os aplicadores e o custo do empréstimo
para os tomadores.
•Existem vários tipos de taxas, mas todas relacionadas com uma taxa básica
da economia, que é a taxa que os bancos pagam pelos fundos de outros
bancos (SELIC), que depende da oferta e demanda de dinheiro na economia.
SELIC – Sistema Especial de Liquidação e
Custódia
É utilizada como taxa básica da economia e fixada mensalmente pelo
Conselho de Política Monetária (COPOM), definida a cada 45 dias;
Serve para definir o piso de juros no país;
É usada nos empréstimos feitos entre os bancos;
A partir dela os bancos definem a remuneração de algumas aplicações
financeiras feitas pelos clientes;
É usada como referência de juros para empréstimos e financiamentos: os
bancos tomam dinheiro emprestado pela taxa SELIC, porém, ao
emprestar a seus clientes a tx bancária é bem maior, porque embutem
seus lucros
A oferta monetária e a taxa de juros
Se indivíduo ou empresa deseja $ para financiar seus
gastos
Empréstimos
Taxa de juros
• Se tem muita oferta moeda:
taxa juros cai
• Se oferta monetária reduz:
taxa aumenta
Taxas de juros altas
• Agentes pegam menos dinheiro
• Menos dinheiro, menos investimentos
produtivos, menos gastos
• Menos investimentos, menos
crescimento
Pouca oferta
monetária – inflação
controlada E o contrário?
Taxa de Juros
aumenta o custo de oportunidade de estocar
mercadorias, dada a atratividade de aplicar no
mercado financeiro;
incentiva o ingresso de recursos financeiros de
outros países;
freia a atividade econômica, ao desestimular o
consumo e o investimento produtivo, pois estimula
aplicações especulativas;
aumenta a dívida interna.
Uma alta taxa de juros
Os instrumentos de Política Monetária
O BACEN não pode influir diretamente na taxa de juros. Ele o faz por meio de 3
instrumentos:
Reservas compulsórias
• o BC obriga os bancos comerciais a reter uma parcela dos depósitos como depósitos
obrigatórios, que não poderão ser utilizados pelos bancos para empréstimos ou outras
aplicações. No Brasil, em média, essas reservas representam cerca de 50 a 60% dos
depósitos à vista. Um aumento desta taxa representa uma diminuição dos meios de
pagamento, dado que os bancos emprestarão menos ao público. São as reservas que
os bancos devem legalmente manter, não podem emprestar.
• Esta porcentagem é decidida pelo BACEN e é obrigatoriamente cumprida por todas
as entidades financeiras
• Se elevar o coeficiente de caixa, a quantidade de dinheiro para emprestar para os
clientes diminuirá, provocando uma elevação da taxa de juros
• Acontecerá o contrário caso o BACEN reduzir o coeficiente
Os instrumentos de Política Monetária
Compra e venda de títulos
• Operações de mercado aberto: vendas ou compras, por parte do BC, de
títulos governamentais no mercado de capitais. Quando o governo vende
esses títulos ao público, por meio do BC, ele enxuga moeda do sistema,
quando recompra esses títulos, o dinheiro dado em troca do título representa
um aumento nos meios de pagamento.
• Se o BACEN considera que a quantidade de dinheiro deve aumentar, uma
possibilidade é comprar títulos das instituições financeiras e dos particulares,
ficando com os títulos e pagando seu valor a seus antigos possuidores
• Se a pretensão é reduzir a quantidade de dinheiro, títulos serão vendidos às
instituições financeiras, de forma que a quantidade de dinheiro em
circulação será reduzida
Os instrumentos de Política Monetária
Taxa de redesconto
São dois tipos de redescontos:
Normal, quando visa apenas socorrer os bancos quando de eventual saldo negativo
na conta de depósitos voluntários, ou seja, visando equilibrar suas necessidades de
caixa no caso de aumento acentuado da demanda de recursos dos
depositantes.
•.
Especial, quando o BC abre uma linha de crédito aos bancos comerciais, desde que
estes utilizem essa verba adicional em setores específicos (ex. compra de
fertilizantes, para exportação, etc); Linha de crédito especial aos
bancos
Efeitos da Política Monetária
Efeitos sobre a demanda agregada e sobre a inflação
Aumento na oferta
monetária
Taxa de juros
cai
Aumenta a
demanda
agregada
•Gasto com consumo aumenta ($
emprestado para comprar carros,
casas, etc.)
•Empresas decidiráo financiar seus
investimentos
Economia cresce
Desemprego diminui
Inflação
Efeitos da Política Monetária
Efeitos sobre a entrada de capitais estrangeiros
Uma taxa de juros elevada incentiva a entrada de capital estrangeiro no
Brasil.
Isso é bom ou é ruim????
Eficácia das Políticas Monetária e Fiscal
A eficácia pode ser avaliada a partir de sua velocidade de
implementação, pelo grau de intervenção da economia
Velocidade de implementação: neste quesito a política monetária é mais
eficaz do que a política fiscal, visto que as decisões das autoridades
monetárias são aplicadas de imediato, enquanto que as decisões na área
fiscal devem passar pelo Poder Legislativo e só implementadas no exercício
fiscal seguinte (Princípio da Anterioridade)
Grau de intervenção na economia: a política fiscal é mais eficaz, ela tem
impactos mais fortes sobre o grau de distribuição de renda e sobre a
estrutura produtiva (alteração na alíquota de impostos, criação de novos
impostos, etc.).