direito civil - obrigações ii

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2 - A responsabilidade pela evicção da coisa alienada depende de cláusula expressa no contrato? Não, a regra geral (de que trata o artigo 447 do Código Civil de 2002) é que, nos contratos onerosos, o alienante responderá pela evicção. As cláusulas expressas servirão não para garantir a responsabilidade pela evicção, que é presumida, e sim para reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção (artigo 448 do CC/02). 3 Quais são os requisitos para que se configure a responsabilidade pela evicção? Existem três requisitos para que se configure a responsabilidade pela evicção: 1- A aquisição de um bem; 2- A perda da posse ou da propriedade; 3- A prolação de sentença judicial ou execução de ato administrativo. Quanto à aquisição do bem, pode ser esta através de contratos onerosos (onde deve haver equivalência entre as obrigações pactuadas, excluindo daí, portanto, a doação simples, pura e o comodato) ou através de hasta pública (ex: arrematação). 4 Quais são as pessoas que fazem parte da evicção e qual o papel de cada uma delas? Existem três sujeitos integrantes do instituo da evicção, quando ela ocorrer. São eles: 1- O evicto (que é o adquirente que sofre a devida evicção. Por exemplo, um sujeito que comprou um bem e vier a perdê-lo mediante sentença judicial ou ato administrativo que comprove que o bem alienado não era do vendedor, e sim de um terceiro). 2- O alienante ( o sujeito que transfere o bem mediante contrato oneroso e, com base nesta obrigação, deverá responsabilizar-se pela evicção pela indenização ao evicto) 3- O evictor ( o terceiro que move ação judicial contra o adquirente da coisa, reivindicando-a) 6 Quais são os pilares do Direito Civil?

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Evicção, boa fé objetiva, surrectio, supressio

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Page 1: Direito Civil - Obrigações II

2 - A responsabilidade pela evicção da coisa alienada depende de cláusula expressa no contrato?

Não, a regra geral (de que trata o artigo 447 do Código Civil de 2002) é que, nos contratos onerosos, o alienante responderá pela evicção. As cláusulas expressas servirão não para garantir a responsabilidade pela evicção, que é presumida, e sim para reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção (artigo 448 do CC/02).

3 Quais são os requisitos para que se configure a responsabilidade pela evicção?

Existem três requisitos para que se configure a responsabilidade pela evicção:1- A aquisição de um bem;2- A perda da posse ou da propriedade;3- A prolação de sentença judicial ou execução de ato administrativo.Quanto à aquisição do bem, pode ser esta através de contratos onerosos (onde deve haver equivalência entre as obrigações pactuadas, excluindo daí, portanto, a doação simples, pura e o comodato) ou através de hasta pública (ex: arrematação).

4 Quais são as pessoas que fazem parte da evicção e qual o papel de cada uma delas?

Existem três sujeitos integrantes do instituo da evicção, quando ela ocorrer. São eles:1- O evicto (que é o adquirente que sofre a devida evicção. Por exemplo, um sujeito que comprou um bem e vier a perdê-lo mediante sentença judicial ou ato administrativo que comprove que o bem alienado não era do vendedor, e sim de um terceiro).2- O alienante ( o sujeito que transfere o bem mediante contrato oneroso e, com base nesta obrigação, deverá responsabilizar-se pela evicção pela indenização ao evicto)3- O evictor ( o terceiro que move ação judicial contra o adquirente da coisa, reivindicando-a)

6 Quais são os pilares do Direito Civil?

7 Quais são as três funções do princípio da boa-fé objetiva? Aponte o dispositivo legal

Segundo Pablo Stolze, as três funções deste princípio são:1- Função interpretativa ( o intérprete jurídico, no uso de sua função interpretativa ou integradora, deve respeitar ao princípio da boa-fé, não podendo interpretar ou preencher lacunas na lei de maneira que não seja proba, ética e justa). Quanto à interpretação, a referência é o artigo 113 do CC/02;2- Função criadora de deveres jurídicos anexos ou de proteções (A referência legal é o artigo 422 do CC/02).3- Função delimitadora do exercício de direitos subjetivos. (artigo 187 do CC/02)

8) Significados de Surrectio, Supressio e Tu Quoque:Tanto o “surrectio”, quanto o “supressio”, são derivações do “venire contra factum proprio” (vir a contra fato que é próprio). Este último se encontra positivado no artigo 330 do CC/02 que versa sobre o pagamento reiterado feito em local diferente do pactuado (configurando

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renúncia tácita do credor, caso ocorra). Neste caso, haverá o supressio do direito do credor e o surrectio do direito do devedor, sendo ambos, portanto, faces opostas da mesma moeda. Quando uma parte perde um direito anteriormente pactuado, sofre ela supressio, e, em via dessa perda de direito, a outra parte ganha algo, configurando assim o surrectio.Existe também a figura do tu quoque , que pretende impedir a quebra da confiança pelo comportamento que venha a surpreender ou marcado pelo ineditismo.

9 Em que consiste a cláusula Rebus Sic Stantibus? Qual princípio contratual corporificou referida cláusula? Essa cláusula é aplicável aos contratos de execução instantânea?

Tal cláusula tem origem, obviamente, no princípio que carrega este mesmo nome e que dá origem à Teoria da Imprevisão, sendo esta cláusula a estipulação contratual ou a aplicação de um princípio da seguinte forma: presente uma situação imprevista anterior à execução, o contrato deverá ser ajustado à nova realidade. Surge daí a previsão para a revisão contratual.Esta cláusula é implícita a todos os contratos de execução diferida ou continuada, não sendo aplicável, desta forma, aos de execução instantânea.

10 Quais são e para que servem as chamadas ações edilícias?

Havendo vício redibitório cabem ações edilícias. São elas:1- Ação redibitória: aquela ação que objetiva rescindir o contrato por completo.2- Ação quanti minoris ou estimatória: o comprador permanece com o objetou que comprou, mas, porém, com o valor reduzido. Ocorre aqui o abatimento do preço proporcionalmente à parte em que o objeto está viciado.

É importante frisar que tais ações cabem tanto estando o vendedor de má-fé, quanto de boa-fé. Caso haja má-fe, o adquirente escolhe qual ação edilícia irá mover com percepção de perdas e danos. Caso haja boa-fé, cabe ao adquirente somente a rescisão do contrato ou o abatimento do preço do objeto.

11 Qual a principal diferença entre vícios redibitórios e evicção?

Vícios redibitórios são os defeitos ocultos que existem em um determinado bem alienado, tornando-o impróprio ao uso a que se destina, ou, em função deste defeito, diminuindo-lhe o valor. A coisa já é, portanto, adquirida com um defeito oculto, não conhecido do adquirente.A evicção é a perda da posse ou propriedade de um bem mediante sentença judicial ou execução de ato administrativo. A perda, total ou parcial, deste bem se dá pelo fato dele não ser propriedade de quem o vendeu e sim de um terceiro prejudicado.

Segundo tais conceitos, portanto, a principal diferença entre estes dois institutos é que no vício redibitório o defeito está no bem, quando na evicção o defeito encontra-se no próprio negócio jurídico.