civil - direito das obrigações - apostila 03

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  • 8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03

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     MATERIAL DE APOIO

    DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

    Apostila 03

    Formas Especiais de Paame!to

    Pro"# Pa$lo Stol%e Galia!o

      Re'isa!do a Teoria do Paame!to

    Vimos que o pagamento traduz o adimplemento voluntário da

    obrigação.

    Relembrando, compõe-se o pagamento de três elementos

    fundamentais:

    a)  o vínculo obrigacional: trata-se da causa (fundamento) do

    pagamento n!o "avendo vínculo, n!o "# que se pensar em

    pagamento, sob pena de caracteriza$!o de pagamento

    indevido

    b)  o su%eito ativo do pagamento: o devedor, que & o su%eito

    passivo da obriga$!o

    c)  o su%eito passivo do pagamento: o credor , que & o su%eito

    ativo da obriga$!o'

    ara ser eficaz, o pagamento dever# observar determinadas

    condi$ões: ondi$ões *ub%etivas do agamento (+uem eve agar,

    +uem se eve agar)' .emos, ainda, as ondi$ões /b%etivas do

    agamento (/b%eto do agamento e sua rova, 0ugar do agamento,

    .empo do agamento)'

    .odavia, al&m do pagamento natural, cu%as condi$ões elencamos

    acima, temos as formas especiais de pagamento:

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    a) 

    consigna$!o em pagamento

    b)  pagamento com sub-roga$!o

    c) 

    imputa$!o do pagamentod)  da$!o em pagamento

    e)  nova$!o

    f)  compensa$!o

    g)  transa$!o

    h)  compromisso (arbitragem) 

    i)  confus!o 

     %)  remiss!o'

    Veremos, no decorrer do nosso curso, as principais formas especiais

    (ressalvando as que integram outras grades do 012), com investiga$!o da

    posi$!o %urisprudencial relevante para concurso'

    (#  )*rispr*d+!cia Selecio!ada das Pri!cipais Formas Especiais de

    Paame!to

    & , -o!si!a./o em Paame!to tema da rade de Direito

    Process*al -i'il1

    R/3**40 5V50' .R564.7R5/' 2RV/ R325839.0' R34R*/

    3*350'

    ;/ 3 /9*529;/ 38 2839./' 5*4**;/ 3R /

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    =' < pacífico o entendimento desta orte *uperior no sentido de que a a$!o

    de consigna$!o em pagamento & via inadequada para for$ar a concess!o de

    parcelamento e discutir a e>igibilidade e a e>tens!o do cr&dito tribut#rio

    (precedentes citados: gRg no g ='?@A'B=CDR*, Rel' 8in' 6enedito

    2on$alves, Ee =A'=F'?F=F gRg no R3sp BBC'@BFD*, Rel' 8in' German

    6en%amin, Ee =H'H'?FFB R3sp ='F?F'B@?DR*, Rel' 8in' 8auro ampbell

    8arques, Ee H'?'?FFB gRg no g @=='=IJDR*, Rel' 8in' .eori lbino

    KavascLi, E ?B'H'?FFJ)'

    ?' gravo regimental a que se nega provimento'

    (gRg no R3sp =?JFFHIDR*, Rel' 8inistro 84R/ 86300 8R+43*,

    *3249 .4R8, %ulgado em ?HD=FD?F=?, Ee FCD==D?F=?)

    R/3**40 5V50 3 .R564.7R5/' 2RV/ R325839.0 9/ 2RV/ 3

    59*.R4839./' ;/ 3 /9*529;/ 38 2839./' 35/ 3

    R30839./ /8 3M04*;/ /* R

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    (gRg no g =?AC=CFD*, Rel' 8inistro 63935./ 2/90V3*, R5835R

    .4R8, %ulgado em ?@DFBD?F=F, Ee FJD=FD?F=F)

    /9105./ 932.5V/ 3 /83.N95 39.R3 E4*.5 3*.40 3

    E4*.5 133R0' *5*.38 159935R/ G65.;/ - *1G'3M34;/ 3 G5/.3 3 ;/ 3 /9*529;/ 38 2839./'

    /93M;/' R3*39 31 9 053' /83.N95 E4*.5

    133R0'

    =' cone>!o afigura-se entre duas ou mais a$ões quando "# entre elas

    identidade do ob%eto, ou da causa de pedir, impondo a reuni!o das a$ões

    para %ulgamento em unum et idem %ude>, evitando, assim, a prola$!o de

    decisões incocili#veis' 9este sentido, tivemos oportunidade de assentar ,

    verbis: '''& possível que duas a$ões manten"am em comum numa a$!o

    e>atamente a mesma causa petendi sustentando pedidos diversos' ssim,

    v'g', quando aio pede, em face de .ício, numa a$!o, a rescis!o do

    contrato e noutra a imposi$!o de perdas e danos por for$a da infra$!o de

    uma das cl#usulas do contrato lavrado entre ambos'

    3sse vínculo entre as a$ões por for$a da identidade de um de seuselementos denomina-se, tecnicamente, de cone>!o e, conforme o elemento

    de liga$!o, diz-se cone>!o sub%etiva, cone>!o ob%etiva ou cone>!o causal'

    conseqência %urídico-processual mais e>pressiva da cone>!o, malgrado

    n!o l"e se%a a Snica, & a imposi$!o de %ulgamento simultTneo das causas

    cone>as no mesmo processo (simultaneus processus)' raz!o desta regra

    deriva do fato de que o %ulgamento em separado das causas cone>as gera o

    risco de decisões contraditPrias, que acarretam grave desprestígio para ooder Eudici#rio' ssim, v'g', seria incoerente, sob o prisma lPgico, que um

     %uiz acol"esse a infra$!o contratual para efeito de impor perdas e danos e

    n!o a acol"esse para o fim de rescindir o contrato, ou ainda, que anulasse a

    assembl&ia na a$!o movida pelo acionista M e n!o fizesse o mesmo quanto

    ao acionista U, sendo idêntica a causa de pedir'

    / instituto da cone>!o tem, assim, como sua maior raz!o de ser, evitar o

    risco das decisões inconcili#veis' or esse motivo, diz-se, tamb&m, que s!o

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    cone>as duas ou mais a$ões quando, em sendo %ulgadas separadamente,

    podem gerar decisões inconcili#veis sob o Tngulo lPgico e pr#tico' (14M,

    0uiz, urso de ireito rocessual ivil' Rio de Eaneiro: 1orense, ?FFA, H

    3d', p' =@@D=@B)'

    ?' 5n casu, a cone>!o entre a a$!o consignatPria e a e>ecu$!o de "ipoteca

    resta evidenciada, eis que, em ambas, discute-se os crit&rios de rea%uste de

    presta$!o sub%acente a contrato de mStuo "ipotec#rio para aquisi$!o de

    residência prPpria, balizado pelas regras do *istema 1inanceiro da

    Gabita$!o - *1G' ortanto, a prola$!o de decisões parcialmente

    contraditPrias & o suficiente para impor o %ulgamento simultTneo'

    H' competência da Eusti$a 1ederal ressoa inequívoca para processar e

     %ulgar a$!o consignatPria a%uizada em desfavor da ai>a 3conWmica 1ederal

    - 31, empresa pSblica federal, na qual se litiga a respeito de contrato de

    mStuo "ipotec#rio pelas regras do *1G, e> vi do art'

    =FB, 5, da arta 8agna'

    I' onsectariamente, a remessa dos autos da a$!o e>ecutiva ao Euízo

    1ederal & mister, posto a cone>!o determinar a unidade do %ulgamento,

    prevalecendo, in casu, na Eusti$a 1ederal'

    A' %urisprudência emanada pela rimeira *e$!o deste sodalício & uníssona

    ao assentar a competência da Eusti$a 1ederal para processar e %ulgar, por

    cone>!o, e>ecu$!o "ipotec#ria e consigna$!o em pagamento tratando de

    contrato de financiamento para aquisi$!o de casa prPpria, regido pelo *1G,

    com a presen$a da ai>a 3conWmica 1ederal - 31 na contenda'(recedentes: =C'H=J - *, Relator 8inistro E/*< 302/, rimeira

    *e$!o, E de FH de %un"o de ='BBC

    =A'H@= - *, Relator 8inistro 38XR5./ R3590/, rimeira *e$!o,

    E de FC de maio de ='BBC =H'@@@ - R*, Relator 8inistro 1R95*/

    39G 8R.59*, rimeira *e$!o, E de FC de fevereiro de ='BBC)'

    C' onflito con"ecido para %ulgar competente o E4YK/ 133R0 I VR *3;/ E4557R5 / 3*./ 3 *9. .R59'

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    ( AA'A@ID*, Rel' 8inistro 045K 14M, R5835R *3;/, %ulgado em

    =?DF@D?FFB, Ee FAD=FD?FFB)

    .R564.7R5/ 3 R/3**40 5V50' ;/ 3 /9*529;/ 38

    2839./'

    5*4**;/ */6R3 3M52565053 3 3M.39*;/ / Raminar todas as teses

    levantadas durante um processo %udicial, bastando que as decisões

    proferidas este%am devida e coerentemente fundamentadas, em obediência

    ao que determina o art' BH, inc' 5M, da 0ei 8aior' 5sso n!o caracteriza

    ofensa ao art' AHA, inc' 55, do ' recedente'

    ?' < pacífico o entendimento desta orte *uperior no sentido de que a a$!ode consigna$!o em pagamento & via inadequada para for$ar a concess!o de

    parcelamento e discutir a e>igibilidade e a e>tens!o do cr&dito tribut#rio'

    recedentes'

    H' G# pelo menos cinco anos foi firmada a orienta$!o do *uperior .ribunal

    de Eusti$a no sentido de que [\o] deferimento do parcelamento do cr&dito

    fiscal subordina-se ao cumprimento das condi$ões legalmente previstas'

    essarte, afigura-se inadequada a via da a$!o de consigna$!o em

    pagamento, cu%o escopo & a desonera$!o do devedor, mediante o depPsito

    do valor correspondente ao cr&dito, e n!o via oblíqua Q obten$!o de favor

    fiscal, em burla Q legisla$!o de regência[ (R3sp AAI'BBBDR*, Rel' 8in' 0uiz

    1u>, rimeira .urma, E4 =F'=='?FFH)'

    I' 3m raz!o da longevidade do entendimento da orte *uperior, tem-se,

    aqui, caso em que o recurso especial tem nítido propPsito protelatPrio, oque atrai a aplica$!o dos arts' =J e =@ do '

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    A' plica$!o do decidido no R3sp BJB'AFAD6, *egunda .urma, de min"a

    relatoria, %' ?C'@'?FF@: multa por litigTncia de m#-f& pela interposi$!o de

    recurso especial, o qual funciona, na "ipPtese, unicamente como obst#culo

    do qual a parte lan$a m!o para pre%udicar o andamento do feito' 5ncidência

    dos arts' =J e =@ do '

    C' Recurso especial n!o-provido, com aplica$!o das conseqências previstas

    no art' =@ do e e>pedi$!o de ofício para a *eccional da /rdem dos

    dvogados do 6rasil competente para que se%am apuradas as condutas do

    patrono da parte recorrente'

    (R3sp =F?FB@?DR*, Rel' 8inistro 84R/ 86300 8R+43*, *3249

    .4R8, %ulgado em FBD=?D?FF@, Ee FHDF?D?FFB)

    R/3**40 5V50' 4*N95 3 R3+43*.5/9839./' R/3**/

    5V50'

    .R564.7R5/' ;/ 3 /9*529;/ 38 2839./' 9.4R3K 3

    159053'

    4.505K;/ R /6.3R R/V5839./ 3 R7.3R /9*.5.4.5V/,8/515.5V/ / RK/ /6R52;/' 58/**565053'

    =' falta de prequestionamento da quest!o federal impede o con"ecimento

    do recurso especial'

    ?' / depPsito em consigna$!o & modo de e>tin$!o da obriga$!o, com for$a

    de pagamento, e a correspondente a$!o consignatPria tem por finalidade

    ver atendido o direito ^ material ^ do devedor de liberar-se da obriga$!o ede obter quita$!o' .rata-se de a$!o eminentemente declaratPria: declara-se

    que o depPsito oferecido liberou o autor da respectiva obriga$!o'

    H' *endo a inten$!o do devedor, no caso concreto, n!o a de pagar o tributo,

    no montante que entende devido, mas sim a de obter moratPria, por meio

    de parcelamento em ?IF meses, & invi#vel a utiliza$!o da via consignatPria,

    que n!o se presta Q obten$!o de provimento constitutivo, modificador de

    um dos elementos conformadores da obriga$!o (prazo)'

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    I' gravo regimental a que se nega provimento'

    (gRg no g @=='=IJDR*, Rel' 8inistro .3/R5 0659/ KV*_5,

    R5835R .4R8, %ulgado em =A'FH'?FFJ, E ?B'FH'?FFJ p' ??I)

    ireito civil e processual civil' Recurso especial' 3mbargos do devedor Q

    e>ecu$!o' &dula de cr&dito comercial' ropositura de a$!o de consigna$!o

    em pagamento' ausa interruptiva de prescri$!o'

    3mbargos de declara$!o' usência de omiss!o, contradi$!o e obscuridade'

    - 5nadmissível o recurso especial quanto Q quest!o que, a despeito da

    interposi$!o de embargos de declara$!o, n!o foi apreciada pelo .ribunalestadual, que decidiu fundamentadamente a controv&rsia, sem omissões,

    contradi$ões, ou obscuridades'

    - / a%uizamento da a$!o de consigna$!o em pagamento consiste em causa

    que interrompe a prescri$!o, pois o devedor, por meio desta a$!o, pretende

    consignar em %uízo o valor que entende devido, importando, por

    conseguinte, em ato inequívoco de recon"ecimento do direito do credor, nos

    termos do art' =J?, inc' V, do D=C (correspondência: art' ?F?, inc' V5, doDF?)'

    Recurso especial parcialmente con"ecido e, nessa parte, provido'

    (R3sp CI@'B@BDR*, Rel' 8inistra 99U 9R52G5, .3R35R .4R8,

     %ulgado em ?A'FB'?FFC, E FB'=F'?FFC p' ?@A)

    R34R*/ 3*350 - R/3**40 5V50 - ;/ 3 /9*529;/ 382839./ - G3+43 *38 149/* - R3*2.3 - /**565053 -

    R34* 9/ R3365839./ / V0/R / .Y.40/ 30/ R3/R -

    /9.R./ 3 15995839./ 3 V3Y40/ - 3*48R5839./

    /9.R.40 - 5*4**;/ +43 3V3 *3R /6E3./ 3 ;/ RXR5 -

    5**Y5/ E4R5*R43950 - 9;/ /8R/V;/'

    = - onforme %# decidiu esta orte, & cabível a a$!o de consigna$!o em

    pagamento nos casos de dívida representada por título cambi#rio'

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    ? - .ratando-se a pretens!o do autor, com a presente consignatPria, de

    possibilitar o resgate de c"eques emitidos sem suficiência de fundos,

    eventual discuss!o acerca da ocorrência de descumprimento contratual de

    financiamento de veículo e eventual saldo devedor remanescente deve ser

    efetivada pela via adequada'

    H - ara a comprova$!o do dissídio & necess#rio que se proceda o efetivo

    confronto analítico entre as decisões supostamente divergentes, o que n!o

    foi feito' or outro lado, no caso vertente, verifico a ausência de similitude

    f#tica uma vez que o caso trazido a confronto trata de n!o cumprimento de

    obriga$!o no tempo e modo convencionados e neste discute-se a

    possibilidade de consignatPria nos casos de dívida cambi#ria'

    I - Recurso n!o con"ecido'

    (R3sp @IB'AHBD82, Rel' 8inistro E/R23 *R.3KK595, +4R. .4R8,

     %ulgado em ?='FB'?FFC, E FB'=F'?FFC p' H=F)

    EME2TA  2RV/ 3 59*.R4839./' 0539;/ 15457R5' R3V5*;/

    /9.R.40' 35*;/ 8/9/R7.5' R/565;/ 3 59*R5;/ /

    9/83 / 3V3/R 38 XR2;/* 3 R3*.R5;/ / R

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    ( 4 Paame!to com S*$,Roa./o

    R/3**40 5V50' 8595*.R.5V/' R34R*/ 3*350 *5*.38

    159935R/ 3 G65.;/' 1V*' [/9.R./ 3 2V3.['

    .R9*13RN95 3 15995839./' 4*N95 3 /9/RZ95

    31' /**565053'

    =' orienta$!o %urisprudencial desta orte considera ser o cession#rio

    de imPvel financiado pelo *1G parte legítima para discutir e demandar

    em %uízo questões pertinentes Qs obriga$ões assumidas e aos direitos

    adquiridos atrav&s dos cognominados [contratos de gaveta[, porquanto,

    com o advento da 0ei n'` =F'=AFD?FFF, teve ele recon"ecido odireito Q sub-roga$!o dos direitos e obriga$ões do contrato primitivo'

    ?' Recurso 3special n!o provido'

    (R3sp @C@'FA@D3, Rel' 859' R0/* 13R99/ 8.G5* (E45K

    /9V// / .R1 = R325;/), *3249 .4R8, %ulgado em

    =JDFID?FF@, Ee =?DFAD?FF@)

    R/3**40 5V50' R34R*/ 3*350' 15995839./ 3 58XV30

    30/ *1G' /63R.4R 30/ 1V*' 3**;/ 3 5R35./* 3036R

    *38 59.3RV39;/ 39.53 159935R' [/9.R./ 3

    2V3.['

    0325.5853 / 3**5/97R5/ R R//*5.4R 3 ;/

    R3V5*5/90'

    5 - [/ adquirente de imPvel atrav&s de [contrato de gaveta[, com o

    advento da 0ei =F'=AFD?FF, teve recon"ecido o direito Q sub-roga$!o

    dos direitos e obriga$ões do contrato primitivo' or isso, tem ocession#rio legitimidade para discutir e demandar em %uízo questões

    pertinentes Qs obriga$ões assumidas e aos direitos adquiridos[ (R3sp n`

    JFA?H=DR*, Rel' 8in' 3059 08/9, E de =C'FA'?FFA)'

    55 - Recurso especial provido'

    (R3sp @@@'AJ?DR*, Rel' 8inistro 1R95*/ 10;/, R5835R

    .4R8, %ulgado em FA'=?'?FFC, E ?C'F?'?FFJ p' ACC)

    esquisa : *46R/2/

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    58/**565053 0320'

    =' impen"orabilidade do bem de família & regra, somente cabendo as

    e>ce$ões legalmente previstas' 9os termos da 0ei n` @'FFBDBF, art' H`, V55

    (incluído pela 0ei n` @'?IADB=, art' @?), & possível a

    pen"ora do bem de família como garantia de obriga$!o decorrente de

    fian$a concedida em contrato de loca$!o'

    ?' / fiador que paga integralmente a dívida a qual se obrigou, fica

    sub-rogado nos direitos e garantias do locador-credor' 3ntretanto,

    n!o "# como estender-l"e o privil&gio da pen"orabilidade do bem de

    família em rela$!o ao locat#rio-afian$ado, ta>ativamente previsto no

    dispositivo mencionado, visto que nem mesmo o locador o dispun"a'

    H' Recurso con"ecido e provido'

    (R3* ?AACCHD*, Rel' 8inistro 3*/9 V5520, +459. .4R8, %ulgado

    em ?B'FC'?FFF, E ?@'F@'?FFF p' =?A - *.E)

    título de complementa$!o, vale registrar que o *.E, recentemente, tem

    firmado a possibilidade de pen"ora do imPvel do fiador, na loca$!o:

    R/3**/ 5V50' 0/;/' 159' 39G/R' 638 3 18Y05'

    /**565053' R.' C?F / ' 3M34;/ 839/* 2RV/*'

    59*4155N95 /* 639* /13R35/* 39G/R /8/ 2R9.5

    YV5'

    *O840 JD*.E'

    5 - < possível a pen"ora do Snico bem imPvel do fiador do contrato de

    loca$!o, em virtude da e>ce$!o legal do artigo H` da 0ei @'FFBDBF'(recedente: R3 n` IFJ'C@@, leno do *.1, %ulgado em F@DF?D?FFC,

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      13

    maioria, noticiado no 5nformativo n` I=C, e publicado no E4 de

    FCD=FD?FFC)'

    55 - .endo o e' .ribunal a quo manifestado-se no sentido de que os bens

    oferecidos Q pen"ora n!o seriam suficientes para garantir o cr&ditoe>eqendo, bem como que estariam su%eitos Q constri$ões precedentes,

    infirmar tais posicionamentos demandaria o ree>ame do material f#tico-

    probatPrio constante dos autos, o que encontra Pbice no 3nunciado n'` J da

    *Smula desta orte' recedentes'

    gravo regimental desprovido'

    (gRg nos 3cl no g JJA'JHID*, Rel' 8inistro 1305M 15*G3R, +459..4R8, %ulgado em ?@'=='?FFC, E FA'F?'?FFJ p' HI=)

    onfira ainda estes %ulgados:

    0/;/' 386R2/* 3M34;/ 38 R7.3R R32R3**5V/' /4./R2

    4MXR5 38 159' 10. 3 R3+43*.5/9839./' *46-R/2;/ /15/R +43 2 YV5 /R549 3

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    2RV/ R325839.0 9/ 2RV/ 3 59*.R4839./' ;/ R3*5*XR5'

    4*395 3 R3+43*.5/9839./' 3X*5./* 38 3R93. 3

    /49'

    .3R8/ 59550 /RR3;/ 8/93.7R5'

    =' escritura de confiss!o de dívida, embora ressalve, e>pressamente,

    que de nova$!o n!o se trata e mencione os títulos origin#rios, que

    incorpora, n!o %untados na inicial, & título "#bil para a e>ecu$!o, podendo a

    omiss!o, se for o caso, ser suprida e mel"or e>aminada a defesa deduzida

    pela via dos embargos de devedor' (3ag HAJHJAD0, Rel' 8inistro

    R0/* 063R./ 8393K3* 5R35./, *3249 *3;/, E =FD==D?FFH')

    H' gravo regimental provido'

    (gRg no g AFI'CJHD0, Rel' 8inistro 045* 13053 *0/8;/, +4R..4R8, %ulgado em =JDF?D?FFB, Ee F?DFHD?FFB)

    8595*.R.5V/' *5*.38 159935R/ G65.;/' 1V*'

    /9.R./ 3M.59./ /R 9/V;/' R3V5*;/ E4550' /**565053'

    R3339.3*'

    =' [< pacífica a %urisprudência desta orte no sentido da possibilidade de

    revis!o %udicial de contratos %# e>tintos pelo pagamento ou ob%eto de

    nova$!o'[ (gRg no R3sp @J@'A?ADR*, = .urma, 8in' enise rruda, E de

    HF'FI'?FF@)'

    ?' Recurso especial a que se d# parcial provimento'

    (R3sp BIJ'A@JDR*, Rel' 8inistro .3/R5 0659/ KV*_5, R5835R

    .4R8, %ulgado em =@D=?D?FF@, Ee FIDF?D?FFB)

    /9.R./ 697R5/' 9/V;/' R3V5*;/'

    - renegocia$!o ou nova$!o da dívida n!o veda a possibilidade de revis!o

    dos contratos anteriores' 5ncide a *Smula ?@C'

    - n!o %untada dos contratos anteriores pelo credor, apesar de

    devidamente intimado para tanto, acarreta a e>tin$!o do processo

    e>ecutivo sem %ulgamento do m&rito'

    (gRg no g @F='BHFD*, Rel' 8inistro G4863R./ 2/83* 3 6RR/*,

    .3R35R .4R8, %ulgado em FID=?D?FFJ, E =ID=?D?FFJ p' IF=)

    R/3**40 5V50 - 2RV/ R325839.0 9/ 2RV/ 3 59*.R4839./- /9.R./ 3 /8R 3 V39 3 3+45839./ - ;/

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    30R.XR5 3 .Y.40/* 03V/* R/.3*./ - 9/V;/ -

    59//RRN95 - *O840 JD*.E'

    conclus!o do .ribunal de origem, no sentido de que n!o foi consumada

    nova$!o, tendo em vista n!o ter nascido v#lida e perfeita a nova obriga$!o,

    n!o pode ser afastada por implicar o revolvimento do quadro f#tico-

    probatPrio, o que n!o se admite por for$a da *Smula J desta orte:

    pretens!o de simples ree>ame de prova n!o ense%a recurso especial'

    gravo regimental improvido'

    (gRg no g BFF'@HFD*, Rel' 8inistro *5935 6393.5, .3R35R .4R8,

     %ulgado em FBD=?D?FF@, Ee =BD=?D?FF@)

    0/;/' 9/V;/' *O840* A 3 JD*.E' 159' R/RR/2;/'RK/ 593.3R859/' 2R9.5 .< 39.R32 * GV3*'

    R3339.3*'

    5 - Rever o acPrd!o recorrido, quanto Q ocorrência de nova$!o, implicaria

    ree>ame de cl#usulas contratuais e revolvimento da mat&ria f#tico-

    probatPria, procedimentos inadmissíveis em Tmbito de recurso especial, nos

    termos das *Smulas A e JD*.E'

    55 - onforme %urisprudência firmada pela 3gr&gia .erceira *e$!o, no

     %ulgamento do 3R3sp ACC'CHHD3, "avendo cl#usula e>pressa no contrato

    de loca$!o, no sentido de que a responsabilidade dos fiadores perdura at& a

    efetiva entrega das c"aves, n!o "# que se falar em e>onera$!o da garantia,

    ainda que "a%a prorroga$!o por prazo indeterminado' 5ncidência da *Smula

    @HD*.E'

    555 - Recurso que n!o se con"ece'

    (R3sp BAB'FJHD*, Rel' 8inistra E93 *50V (3*386R2/R

    /9V/ / .ED82), +459. .4R8, %ulgado em FBD=FD?FFJ, E

    ?BD=FD?FFJ p' H==)

    8595*.R.5V/ ^ 1V* ^ *0/ 3V3/R ^ 9/V;/ ^ R.' ?`, H`,

    035 =F'=AFD?FFF ^ 3*/9./ 59.32R0 ^ /**565053* ^

    R3339.3*'

    =' 3ste *uperior .ribunal de Eusti$a firmou orienta$!o no sentido de que [&

    direito do mutu#rio a manuten$!o da cobertura do 1V* e, porconseqência, a liquida$!o antecipada do saldo devedor, com desconto de

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    =FF pelo 1undo, desde que o contrato ten"a sido celebrado at& H= de

    dezembro de =B@J (art' ?`, H`, da 0ei n' =F'=AFDFF), ainda que "a%a

    nova$!o dos d&bitos fundada em edi$!o anterior da 8edida rovisPria

    ='B@=-A?D?FFF, cu%as regras foram mantidas quando convertida na 0ei

    =F'=AFD?FFF['

    ?' Recurso especial n!o provido'

    (R3sp =FJA?@ID82, Rel' 8inistra 3059 08/9, *3249 .4R8,

     %ulgado em FJD=FD?FF@, Ee FID==D?FF@)

    R/3**/ 5V50' 386R2/* 3M34;/ 15*0' 3*5*.N95'

    [R315*['

    3*;/' R39O95 / 5R35./ 38 +43 *3 149 ;/' R3+45*5./'

    =' 0ei B'BCID?FFF, no seu art' ?`, C`, tem como destinat#rios osautores das a$ões que versam os cr&ditos submetidos ao R315*' 3m

    conseqência, tanto o particular em a$!o declaratPria, quanto a 1azenda

    que aceita a op$!o ao programa, renunciam ao direito em que se fundam as

    a$ões respectivas, porquanto, mutatis mutandi, a inser$!o no R315*

    importa nova$!o Q luz do art' ==F do .9 cDc o art' BBB, 5, do '

    ?' /s embargos Q e>ecu$!o têm natureza de a$!o de con"ecimento

    introduzida no organismo do processo de e>ecu$!o' 3m conseqência, a

    op$!o pelo R315* importa em o embargante renunciar ao direito em que se

    funda a sua oposi$!o de m&rito Q e>ecu$!o' onsidere-se, ainda, que a

    op$!o pelo R315* e>terioriza recon"ecimento da legitimidade do cr&dito'

    H' 3ncerrando a renSncia ao direito em que se funda a a$!o ato de

    disponibilidade processual, que, "omologado, gera efic#cia de coisa %ulgada

    material, indispens#vel que a e>tin$!o do processo, na "ipPtese, com

     %ulgamento de m&rito, pois o contribuinte, ao ingressar, por sua prPpria

    vontade, no Refis, confessa-se devedor, tipificando o art' ?CB, V do '

    t& porque, o n!o-preenc"imento dos pressupostos para a inclus!o da

    empresa no programa de parcelamento & quest!o a ser verificada pela

    autoridade administrativa, fora do Tmbito %udicial'

    I' desistência da a$!o & condi$!o e>igida pela 0ei n'` B'BCIDFF para que

    uma empresa, em d&bito com o 59**, possa aderir ao programa de

    recupera$!o fiscal denominado [R315*[' recedentes: R3sp J=@J=?DR*

    Relatora 8inistra 3059 08/9 E ?H'FA'?FFA 3R3sp AF??ICDR*

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    Relator 8inistro 1R954005 93../ E FI'FI'?FFA R3sp C?FHJ@DR*

    Relator 8inistro *.R/ 835R E ?H'F@'?FFI'

    A' gravo Regimental desprovido'

    (gRg nos 3cl no R3sp J?C'?BHDR*, Rel' 8inistro 045K 14M, R5835R

    .4R8, %ulgado em =ADFHD?FFJ, E ?BDFHD?FFJ p' ?=B)

    5V50' 0/;/' R/3**40 5V50' R34R*/ 3*350' 159'

    /9.R./ 3 0/;/' 8E/R;/ / 042430 *38 94N95 /*

    15/R3*'

    9/V;/' *O840 ?=ID*.E' 0565053' R34R*/ 3*350

    /9G35/ 3 R50839.3 R/V5/'

    =' .endo a locadora e o locat#rio do imPvel ma%orado o valor do aluguel

    sem a anuência dos fiadores, n!o respondem estes pelos acr&scimosverificados, mas apenas pelo valor originalmente pactuado, devidamente

    rea%ustado na forma prevista no contrato de loca$!o'

    ?' [/ fiador na loca$!o n!o responde por obriga$ões resultantes de

    aditamento ao qual n!o anuiu[ (*Smula ?=ID*.E)'

    H' Recurso especial con"ecido e parcialmente provido'

    (R3sp IHJ'FIFDR, Rel' 8inistro R90/ 3*.3V3* 058, +459. .4R8,

     %ulgado em FC'FH'?FFJ, E =B'FH'?FFJ p' H@F)

    ontratos banc#rios' Revis!o' rescri$!o' 9ova$!o' omiss!o de

    permanência' apitaliza$!o' recedentes da orte'

    =' prescri$!o para a a$!o revisional de contratos banc#rios & a ordin#ria

    n!o se aplicando a qinqenal do antigo Pdigo ivil (art'

    =J@, =F, 555)'

    ?' 9!o "# falar em nova$!o quando, como no caso, o %ulgado dei>a claro

    que "# continuidade negocial, permitida a revis!o dos contratos anteriores,

    nos termos da *Smula n` ?@C da orte'

    H' 9o caso dos autos admite-se, apenas, a capitaliza$!o anual'

    I' ossível a cobran$a da comiss!o de permanência n!o cumulada com

    quaisquer outros encargos, nos termos da assentada %urisprudência da

    orte'

    A' Recurso especial con"ecido e provido, em parte'

    (R3sp C@A'F?HDR*, Rel' 8inistro R0/* 063R./ 8393K3* 5R35./,.3R35R .4R8, %ulgado em =C'FH'?FFC, E FJ'F@'?FFC p' ??F)

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    5V50' 9/V;/' *e o a%uste subseqente n!o & incompatível com o

    contrato origin#rio, sP a manifesta$!o e>pressa das partes autoriza o

    recon"ecimento da nova$!o - ine>istente no caso concreto' Recursos

    especiais n!o con"ecidos'

    (R3sp =@H'AFBDRE, Rel' 8inistro R5 R23903R, .3R35R .4R8,

     %ulgado em FI'=F'?FFA, E ?='=='?FFA p' ??I)

    2RV/ 59.3R9/' /9.R./ 697R5/' R3V5*;/' /**565053'

    /s contratos banc#rios s!o passíveis de revis!o %udicial, ainda que ten"am

    sido ob%eto de nova$!o, pois n!o se validam nem se ratificam obriga$õesnulas'

    gravo a que se nega provimento'

    (gRg no g CFA'BF@DR*, Rel' 8inistro *.R/ 150G/, .3R35R .4R8,

     %ulgado em =J'FH'?FFA, E ?A'FI'?FFA p' HIF)

    R34R*/ 3*350' /9.R./* 697R5/*' 032;/ 3 9/V;/'

    *O840*

    FA 3 FJD*.E' ' R3V5*;/' /**565053' 0585.;/ .M 3

    E4R/*' 1*.839./' 035 9'` I'ABADCI'

    5 - fastada pelo tribunal de origem a ocorrência de nova$!o em

    raz!o da continuidade negocial, o ree>ame da quest!o encontra Pbice

    no enunciado das *Smulas FA e FJ desta orte'

    55 ^ inda que assim n!o fosse, pacífico o entendimento desta orte

    no sentido da aplicabilidade das disposi$ões do Pdigo de efesa do

    onsumidor aos contratos banc#rios, & possível sua revis!o, sendo

    certo que a nova$!o n!o convalida cl#usulas ilegais'

    555 ^ a 0ei n'` I'ABADCI resulta n!o e>istir, para as institui$ões

    financeiras, a restri$!o constante da 0ei de 4sura, devendo

    prevalecer o entendimento consagrado na *Smula ABC do *upremo

    .ribunal 1ederal'

    Recurso especial parcialmente provido'

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    (R3* HBBJ=CDR*, Rel' 8inistro *.R/ 150G/, .3R35R .4R8, %ulgado

    em ?='=F'?FFH, E =F'=='?FFH p' =@C)

    : 4 Da./o em Paame!to

    R34R*/ 3*350 - ;/ 8/95.XR5 - 159 3 V0 - 5*.59;/ - /

    R5835R/ .38 9.4R3K 8650 3 / *3249/ 3 5R35./ /848 -

    ;/ 38 2839./ - /R5238 - R3365839./ 3 /5* 5*.59.

    9.3R5/R839.3 V39 - /R/ 39.R3 R3/R 3 3V3/R -

    R3+45*5./* - 3M5*.N95 3 /6R52;/ Rige-se uma obriga$!o

    previamente criada um acordo posterior, em que o credor concorda em

    aceitar coisa diversa daquela anteriormente contratada e, por fim, a entrega

    da coisa distinta com a finalidade de e>tinguir a obriga$!o

    5V - e>igência de anuência e>pressa do credor, para fins de da$!o em

    pagamento, traduz, ultima ratio, garantia de seguran$a %urídica para os

    envolvidos no negPcio %urídico, porque, de um lado, d# ao credor apossibilidade de avaliar, a conveniência ou n!o, de receber bem diverso do

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    que originalmente contratado' 3, por outro lado, assegura ao devedor,

    mediante recibo, nos termos do que dispõe o art' H?F do Pdigo ivil, a

    quita$!o da dívida

    V - 9a esp&cie, o recorrente n!o demonstrou, efetivamente, a anuência

    e>pressa do credor para fins de comprova$!o da e>istência de da$!o em

    pagamento, o que ense%a a veda$!o de e>ame de tal circunstTncia, nesta

    orte *uperior, por Pbice da *Smula JD*.E

    V5 - Recurso especial improvido'

    (R3sp ==H@BBHD*, Rel' 8inistro 8**85 4U3, .3R35R .4R8,

     %ulgado em FHDFHD?F==, Ee =CDFHD?F==)

    5R35./ 5V50' 5R35./ * /6R523*, 3 18Y05 3 3 *43**3*'

    ;/ 38 2839./' /. 3 58XV30'

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    mas n!o a impWs obrigatoriamente, cabendo assim a cada ente federativo,

    no domínio de sua competência e segundo as conveniências de sua política

    fiscal, editar norma prPpria para implementar a medida'

    ?' Recurso especial improvido'

    (R3sp @@I'?J?DRE, Rel' 8inistro .3/R5 0659/ KV*_5, R5835R

    .4R8, %ulgado em FC'FH'?FFJ, E ?B'FH'?FFJ p' ?H@)

    G63* /R4*' R5*;/ 5V50' 3V3/R 3 05839./*' 3M34;/ 9

    1/R8 / R.52/ JHH / X52/ 3 R/3**/ 5V50'

    / d&bito, vencido "# mais de dois anos e relativo a quatro anos de

    presta$ões alimentícias, alcan$ando alto valor, ainda que fruto de e>ecu$!osob o rito do artigo JHH do Pdigo de rocesso ivil, pode ser saldado por

    da$!o de imPvel em pagamento'

    /rdem concedida para suspender a pris!o pelo prazo de trinta dias, a fim

    de oportunizar a postulada da$!o em pagamento'

    (G ?F'H=JD*, Rel' 8inistro 3*R *1/R R/G, +4R. .4R8,

     %ulgado em ?A'FC'?FF?, E =='=='?FF? p' ?=B)

    ; , -ompe!sa./o

    2RV/ R325839.0' /9.R./ 3 8O.4/' 34;/ / *07R5/ /

    /RR39.5*., .Y.40/ 3 /839*;/, 3 V0/R3* 595805/*'

    58/**565053' 35*;/ 2RV' 894.39;/'

    ='- 5nadmissível a apropria$!o, pelo banco credor, de sal#rio do correntista,

    como forma de compensa$!o de parcelas inadimplidas de contrato de

    mStuo'

    ?'- gravo Regimental improvido'

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    AR !o REsp &(&:;& Rel# Mi!istro SID2EI BE2ETI>

    TER-EIRA T6RMA> ?*lado em &@=0@=(0&&> D)e (=0@=(0&&1

    EE-6Ç9O# PE2S9O ALIME2TC-IA# -OMPE2SAÇ9O# 

    iscute-se se as dívidas alimentícias podem ser ob%eto de compensa$!o' 9o

    caso, as instTncias ordin#rias recon"eceram ser possível a compensa$!o do

    montante da dívida de verba alimentar com o valor correspondente Qs cotas

    condominiais e 5.4 pagos pelo alimentante, relativos ao imPvel em que

    residem os ora recorrentes, seus fil"os e a m!e deles' ois, embora o

    alimentante se%a titular da nu-propriedade do referido imPvel e o usufruto

    perten$a Q avP paterna dos recorrentes, os fil"os e a m!e moram no imPvel

    gratuitamente com a obriga$!o de arcar com o condomínio e o 5.4' ara o

    8in' Relator, apesar de vigorar, na legisla$!o civil nacional, o princípio da

    n!o-compensa$!o dos valores referentes Q pens!o alimentícia, em situa$ões

    e>cepcionalíssimas, essa regra pode ser fle>ibilizada' estaca que a

    doutrina admite a compensa$!o de alimentos em casos peculiares e, na

    esp&cie, "# superioridade do valor da dívida de alimentos em rela$!o aos

    encargos fiscais e condominiais pagos pelo recorrido, que arcou com a

    despesa que os alimentandos deveriam suportar, para assegurar-l"es aprPpria "abita$!o' ssim, concluiu que, de acordo com as peculiaridades

    f#ticas do caso, n!o "aver a compensa$!o importaria manifesto

    enriquecimento sem causa dos alimentandos' 5sso posto, a .urma n!o

    con"eceu o recurso' recedente citado: g BC='?J=-*, E =JD=?D?FFJ'

    REsp Rel# Mi!# Massami 6eda> ?*lado em &=

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    5 - transa$!o celebrada entre investidores e institui$ões financeiras em

    decorrência da perda de investimentos com a desvaloriza$!o cambial

    ocorrida em =BBB & v#lida, ficando afastada a pretens!o deduzida pelos

    autores de que e>istiu vício de vontade a macular o ato %urídico'

    55 - or se tratar de mat&ria que se encontra pacificada nas .urmas que

    integram a ' *egunda, e, estando satisfeitos os requisitos de

    admissibilidade, & admissível o %ulgamento do recurso especial por decis!o

    monocr#tica, com base no artigo AAJ, caput, do Pdigo de rocesso ivil, o

    qual prescinde do ree>ame de prova'

    555 - / fato de os agravantes terem obtido, na origem, liminar em processo

    cautelar assegurando-l"es o direito de discutir futuramente os termos do

    acordo celebrado n!o apresenta maior relevo, devido ao efeito de coisa %ulgada assumido pela transa$!o, bem como em raz!o de a liminar

    concedida - assim como o cPrd!o recorrido -, encontrar-se divorciada da

    orienta$!o %urisprudencial desta orte sobre a mat&ria'

    5V - 3m sede de agravo regimental n!o se discute quest!o que, a despeito

    de ter sido suscitada nas contra-razões do recurso especial, n!o foi debatida

    no .ribunal de origem, de modo a configurar o prequestionamento,

    representando inova$!o de argumento'

    gravo regimental improvido'

    (gRg no g JF?'CFIDRE, Rel' 8inistro *5935 6393.5, .3R35R .4R8,

     %ulgado em FIDFBD?FF@, Ee ?HDFBD?FF@)

    R/3**40 5V50' 032;/ 3 /139* / R.' AHA / '

    932.5V 3 R3*.;/ E4R5*55/90 9;/ /91524R' 12.*'

    /RR3;/ 8/93.7R5'

    513R39*' .R9*;/ 3M.RE4550' /6*3RVZ95 1/R8

    R3V5*. 9/ R.' @I? / X52/ 5V50' 3*933**53' 94053

    .R9*;/ /R /4.R/ VY5/' R3/9G35839./ 38 ;/ RXR5'

    G/9/R7R5/*' R.'

    ?B- 035 @'FHCDBF, /8 R3;/ 30 835 R/V5*XR5

    ?'=CI-IFDF=' 3* E45K* 9.3* 3 ?J'FJ'?FF='

    590565053'

    =' 9!o viola o artigo AHA do , nem importa negativa de presta$!o %urisdicional o acPrd!o que adota fundamenta$!o suficiente para decidir de

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    modo integral a controv&rsia posta' recedentes: 3cl no gRg no 3R3sp

    ?AIBIBD*, .erceira *e$!o, 8in' 2ilson ipp, E de F@'FC'?FFA 3cl no

    8* B?=HD1, rimeira *e$!o, 8in' .eori lbino KavascLi, E de ?='F?'?FFA

    3cl no gRg no ?C@F@DRE, *egunda *e$!o, 8in' astro 1il"o, E de

    =F'FC'?FF?'

    ?' transa$!o prevista na 0ei omplementar n` ==FDF= n!o se submete Q

    forma prevista no art' @I? do Pdigo ivil, e sim Q forma prescrita pela lei

    que regula a "ipPtese específica, que, observada, autoriza a sua

    "omologa$!o %udicial'

    H' nulidade da transa$!o por vício de vontade deve ser alegada, se for o

    caso, em a$!o prPpria' recedentes: R3sp JHFFAH D R, = .', 8in' .eori

    lbino KavascLi, E FC'FC'?FFA R3sp JBJI@I D *, ? .', 8in' e$an"a8artins, E ?C'FI'?FFC'

    I' / art' ?B- da 0ei n` @'FHCDBF, introduzido pela 8 nh ?'=CI-IFD?FF=, &

    norma especial em rela$!o aos arts' ?F e ?= do , aplicando-se Qs a$ões

    a%uizadas apPs ?J'FJ'?FF=, inclusive nas causas que n!o têm natureza

    trabal"ista, movidas pelos titulares das contas vinculadas contra o 12.*,

    administrado pela 31'

    A' Recurso especial a que se d# provimento'

    (R3sp @BF'FJ@D*, Rel' 8inistro .3/R5 0659/ KV*_5, R5835R

    .4R8, %ulgado em =H'FH'?FFJ, E FB'FI'?FFJ p' ?I=)

    R34R*/ 3*350' R.52/ AHA / X52/ 3 R/3**/ 5V50'

    V5/0;/'

    9;/ //RRN95' .R9*;/' G/8/0/2;/' 35*;/

    59.3R0/4.XR5'

    R34R*/ 6YV30' 2RV/ 3 59*.R4839./'

    =' 9!o ocorre omiss!o quando o .ribunal de origem decide

    fundamentadamente todas as questões postas ao seu crivo, assim como

    n!o "# confundir entre decis!o contr#ria ao interesse da parte e ine>istência

    de presta$!o %urisdicional'

    ?' decis!o que "omologa transa$!o, mas determina o prosseguimento da

    e>ecu$!o quanto aos "onor#rios advocatícios, & impugn#vel por meio de

    agravo de instrumento'H' gravo regimental a que se nega provimento'

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    (gRg no g BBJ'CHHD1, Rel' 8inistro 40/ 200/..5, *3M. .4R8,

     %ulgado em =BDFCD?FF@, Ee ?ADF@D?FF@)

    R/3**40 5V50 ^ 12.* ^ /**565053 3 G/8/0/2;/

    .R9*;/ R3V5*. 9 035 /803839.R 9' ==FD?FF=,

    5933939.3839.3 3 **5*.N95 / V/2/' R34R*/

    3*350 R/V5/'

    =' *e o negPcio %urídico da transa$!o %# se encontra concluído entre as

    partes, impossível & a qualquer delas o arrependimento unilateral' ssim,

    v#lido o acordo celebrado, obriga-se o %uiz Q sua "omologa$!o, salvo se

    ilícito o seu ob%eto, incapazes as partes ou irregular o ato, o que n!o

    ocorreu no presente caso'?' / fundista, nos termos do artigo J` da 0 n' ==FDF=, pode transigir

    e>tra%udicialmente com a ai>a 3conWmica 1ederal, a fim de que se%am

    aplicados os índices de corre$!o monet#ria Qs suas contas'

    *omente a "omologa$!o & %udicial e, nesta fase, faz-se necess#ria a

    presen$a de advogado' recedentes do *.E'

    H' Recurso especial provido para "omologar a transa$!o'

    (R3sp =FAJ=I?D*, Rel' 8inistro R0/* 13R99/ 8.G5* (E45K

    133R0 /9V// / .R1 = R325;/), *3249 .4R8, %ulgado em

    =JDFCD?FF@, Ee FJDF@D?FF@)

    R/3**/ 5V50' .R9*;/' 4*N95 3 *39.39 /939.XR5'

    G/9/R7R5/*' 3*65839./'

    *e as partes transacionaram, n!o "ouve perdedor ou gan"ador' *endo

    assim, n!o "# que se falar em condena$!o Q verba "onor#ria (art'?C,

    ?`)'

    Recurso desprovido'

    (R3* AIHJIBD82, Rel' 8inistro E/*< R90/ 1/9*3, +459.

    .4R8, %ulgado em FJ'=?'?FFI, E =I'F?'?FFA p' ??A)

    12.*' /RR3;/ 8/93.7R5' 513R39*' .R9*;/

    3M.RE4550'

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    R3*39 / V/2/' 3*933**53' 94053 .R9*;/

    /R

    /4.R/ VY5/' 933**53 3 50;/ R/6.XR5'

    R3/9G35839./ 38

    ;/ RXR5'

    =' assistência de advogado n!o constitui requisito formal de

    validade de transa$!o celebrada e>tra%udicialmente, mesmo versando

    sobre direitos litigiosos' recedentes'

    ?' nulidade da transa$!o por vício de vontade (descon"ecimento da

    e>istência de trTnsito em %ulgado da senten$a de m&rito) deve ser

    alegada, se for o caso, em a$!o prPpria'

    H' Recurso especial a que se d# provimento'(R3* CCCIFFD*, Rel' 8inistro .3/R5 0659/ KV*_5, R5835R

    .4R8, %ulgado em =B'=F'?FFI, E ??'=='?FFI p' ?B?)

    4 -o!"*s/o

    R/3**40 5V50' R34R*/ 3*350' 15M;/ 3 V3R6

    G/9/R7R5 38 1V/R 3 3139*/R5 O605 3*.40 /9.R /

    RXR5/ 3*./'

    58/**565053' R3339.3* / *.E' *O840 I?=D*.E'

    R34R*/ 3*350 R/V5/'

    =' *egundo a %urisprudência do *.E, o 3stado n!o pode ser

    condenado ao pagamento de "onor#rios advocatícios sucumbenciais a favor

    de sua efensoria Sblica estadual, tendo em vista a ocorrência do instituto

    da confus!o' 5ncidência da *Smula I?=D*.E'

    ?' Recurso especial provido'

    (R3sp =?@=I?AD*, Rel' 8inistro 84R/ 86300 8R+43*,

    *3249 .4R8, %ulgado em ??D==D?F==, Ee F=D=?D?F==)

    R/3**40 5V50' 8595*.R.5V/' 2RV/ R325839.0

    9/ 2RV/ 3 59*.R4839./' 1/R935839./ 3 835839./'2839./ * 4*.* R/3**45* 30/ 3*./' /914*;/ 39.R3

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    R3/R 3 3V3/R' 4*N95 3 R3+43*.5/9839./' *O840

    ?==D*.E' XR;/ 149/ 9/ 3M83 3 8.pressa

    previs!o legal e>tingue-se a obriga$!o'

    H' om base nessa premissa, a %urisprudência desta orte tem

    assentado o entendimento de que n!o s!o devidos "onor#rios advocatícios

    Q efensoria Sblica quando atua contra a pessoa %urídica de direito pSblicoda qual & parte integrante'

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    I' contrario sensu, recon"ece-se o direito ao recebimento dos

    "onor#rios advocatícios se a atua$!o se d# em face de ente federativo

    diverso, como, por e>emplo, quando a efensoria Sblica 3stadual atua

    contra 8unicípio'

    A' gravo regimental n!o provido'

    (gRg no g ==H=HA=D82, Rel' 8inistra 3059 08/9,

    *3249 .4R8, %ulgado em ?FDF@D?FFB, Ee =FDFBD?FFB)

    R/3**40 5V50 3 8595*.R.5V/' R34R*/ 3*350'

    59.3R/*5;/ 9 39N95 3 E402839./ 3 386R2/*

    30R.XR5/*' 59.383*.5V53'

    E402839./ 3M.R 3.5.' 8.

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      31

     %ulgamento e>tra-petita na an#lise do domínio, no bo%o da presente a$!o,

    porquanto "#, em verdade, impossibilidade %urídica de o titular e>propriar

    bem prPprio, o que encerra figura assemel"ada Q confus!o[ (R3sp

    J@I=CJ D R, 8in'

    0uiz 1u>, Ee FA'FA'?FF@)'

    I' 3sta orte, por diversas vezes, assentou o entendimento de

    que [in casu, cuidam-se de mil"ares de a$ões de desapropria$!o em curso

    na Eusti$a 1ederal do 3stado do aran#, cu%a discuss!o dominial assume

    relevTncia amazWnica, impondo-se o afastamento do Pbice em enfrentar a

    legitimidade dos títulos, sob pena de resultar em nefastas conseqências

    aos entes envolvidos - e>propriados, 5ncra, 4ni!o e 8inist&rio Sblico,

    como, v'g', duplica$!o do nSmero de a$ões no %udici#rio e enriquecimentosem causa, com pre%uízos incalcul#veis[ (R3sp J?='JC@-R, = .urma, 8in'

    0uiz 1u>, E de =@'FC'?FF@)'

    A' abível, no seio da a$!o de desapropria$!o em comento, a

    discuss!o atinente Q titularidade das terras ao argumento de que "#

    contornos específicos no caso (violência e disputa de terras concedidas a

    non domino) e, ainda em [respeito ao princípio do contraditPrio e da ampla

    defesa e realiza$!o dos princípios da instrumentalidade das formas e da

    efetividade da presta$!o %urisdicional[' recedentes da = .urma desta

    orte: R3sp =F?B?BADR, 8in' .eori lbino KavascLi, Ee de ?F'F@'?FF@

    R3sp J?@'JBADR, E de =B'FC'?FF@ R3sp @?A'C@ADR, E de =B'FC'?FF@

    R3sp @I?'FACDR, E de =B'FC'?FF@R3sp @I@'BCADR, E de =B'FC'?FF@

    R3sp @AF'BHADR, E de =@'FC'?FF@, todos da relatoria do 8inistro 0uiz

    1u>'

    C' Recurso especial do e>propriado n!o con"ecido Recurso

    especial do 3stado do aran# parcialmente con"ecido e, nessa parte, n!o

    provido'

    (R3sp JA?'A@HDR, Rel' 8inistro .3/R5 0659/ KV*_5,

    R5835R .4R8, %ulgado em =CDFBD?FF@, Ee ??DFBD?FF@)

    R/3**40 5V50' /6R52;/ 3 39.R32R /5* 3R.'

    835839./*'

    *.R359.3*' 1K39 O605' 840. 57R5 /859.XR5'65839./'

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    9.4R3K' R/V35./ 38 1V/R / R3/R' V0/R 840. /3

    40.R**R / V0/R R3*.;/' 9;/ /3 59V56505KR

    R3*.;/ R5950' 9;/ G7 0585.;/ 3 3R39.40 15M/ 30/

    0325*0/R'

    =' obriga$!o de fazer permite ao %uízo da e>ecu$!o, de ofício ou a

    requerimento da parte, a imposi$!o de multa cominatPria ao devedor, ainda

    que se%a a 1azenda Sblica, consoante entendimento consolidado neste

    .ribunal' recedentes: gRg no R3sp JBC?AADR*, Rel' 8in' 0uiz 1u>,

    rimeiro .urma, =H'=='?FFC R3sp @H=J@IDR*, Rel' 8in' enise rruda,

    rimeira .urma, FJ'=='?FFC gRg no R3sp @AHBBFDR*, Rel'

    8inistro Eos& elgado, rimeira .urma, E =C'=F'?FFC R3sp @A=JCF D R*,

    Rel' 8in' .eori lbino KavascLi, rimeira .urma, =='FB'?FFC'?' multa processual prevista no caput do artigo =I do difere da multa

    cominatPria prevista no rt' IC=, I` e A`, vez que a primeira tem

    natureza punitiva, enquanto a segunda tem natureza coercitiva a fim de

    compelir o devedor a realizar a presta$!o determinada pela ordem %udicial'

    H' /s valores da multa cominatPria n!o revertem para a 1azenda Sblica,

    mas para o credor, que faz %us independente do recebimento das perdas e

    danos' onsequentemente, n!o se configura o instituto civil da confus!o

    previsto no art' H@= do Pdigo ivil, vez que n!o se confundem na mesma

    pessoa as qualidades de credor e devedor'

    I' / legislador n!o estipulou percentuais ou patamares que vinculasse o

     %uiz na fi>a$!o da multa di#ria cominatPria' o rev&s, o C`, do art' IC=,

    autoriza o %ulgador a elevar ou diminuir o valor da multa di#ria, em raz!o

    da peculiaridade do caso concreto, verificando que se tornou insuficiente ou

    e>cessiva, sempre com o ob%etivo de compelir o devedor a realizar a

    presta$!o devida'

    A' / valor da multa cominatPria pode ultrapassar o valor da obriga$!o a ser

    prestada, porque a sua natureza n!o & compensatPria, porquanto visa

    persuadir o devedor a realizar a presta$!o devida'

    C' dvirta-se, que a coer$!o e>ercida pela multa & tanto maior se n!o

    "ouver compromisso quantitativo com a obriga$!o principal, obtemperando-

    se os rigores com a percep$!o lPgica de que o meio e>ecutivo deve conduzir

    ao cumprimento da obriga$!o e n!o inviabilizar pela bancarrota patrimonialdo devedor'

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    confundem na mesma pessoa o credor e o devedor' recedentes: R3sp

    ABA'==?DR*, Relator 8in'

    astro 8eira, E4 ?IDFAD?FFI, R3sp AHC'F=FDR*, Relator 8in' .eori lbino

    KavascLi, E4 ?@D=FD?FFH, e R3sp C?F'FAJDR*, da relatoria deste

    8agistrado, E4' =@'=F'?FFI'

    Recurso especial improvido'

    (R3sp JFI'JCHDRE, Rel' 8inistro 1R954005 93../, *3249 .4R8,

     %ulgado em ??'FH'?FFA, E ?F'FC'?FFA p' ?HC)

    3#  Remiss/o e -o!"*s/o

    3mbora n!o ten"am a dimens!o tePrica de outros institutos,como a nova$!o ou o pagamento com sub-roga$!o, cuidaremos de tecer

    algumas importantes considera$ões sobre a remiss/o e a co!"*s/o'

    omecemos com a remiss!o'

    5nicialmente, cumpre-nos, lembrar que esta modalidade de

    e>tin$!o da obriga$!o n!o se confunde com a remi.!o, escrita com a letra

     ç , que & instituto %urídico completamente diferente (de acentuado cun"o

    processual)'

    3>emplo da aplica$!o processual do instituto & a remi$!o da dívida

    que est# prevista no art' CA= do vigente Pdigo de rocesso ivil brasileiro,

    consistente no pagamento do total da dívida, e>tinguindo a e>ecu$!oH'

    9!o & do instituto processual, todavia, de que cuidamos'

    3  : rt' CA=' ntes de ad%udicados ou alienados os bens, pode oe>ecutado, a todo tempo, remir a e>ecu$!o, pagando ou consignando a importTnciaatualizada da dívida, mais %uros, custas e "onor#rios advocatícios' (Reda$!o dada

    pela 0ei n` =='H@?, de ?FFC)' 

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      remiss!o aqui tratada traduz o perd!o da dívida, e>presso ou

    t#cito, total ou parcial, e que, para se configurar, e>ige a con%uga$!o de

    dois requisitos b#sicos:

    a)  Ânimo de perdoar 

    b) 

     Aceitação do perdão: 9esse sentido, observa

    /R09/ 2/83*: “Para a doutrina italiana a

    remissão de dvida ! neg"cio #urdico unilateral, uma

    esp!cie particular de ren$ncia a um direito de

    cr!dito% &. /ptou a nova 0ei odificada, portanto, pela

    teoria oposta, no sentido do recon"ecimento danatureza bilateral da remiss!o (art' H@A, )'

    l&m disso, o perd!o n!o pode pre%udicar a eventuais direitos de

    terceiros'

    onfira os artigos de lei:

    Y.40/ 5M

    a Remiss!o das ívidas

    rt' H@A' remiss!o da dívida, aceita pelo devedor, e>tingue a obriga$!o,

    mas sem pre%uízo de terceiro'

    rt' H@C' devolu$!o volunt#ria do título da obriga$!o, quando por escrito

    particular, prova desonera$!o do devedor e seus co-obrigados, se o credor

    for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir'

    rt' H@J' restitui$!o volunt#ria do ob%eto empen"ado prova a renSncia do

    credor Q garantia real, n!o a e>tin$!o da dívida'

    rt' H@@' remiss!o concedida a um dos co-devedores e>tingue a dívida na

    parte a ele correspondente de modo que, ainda reservando o credor a

    I 2/83*, /rlando' 'brigaç(es. @ ed' Rio de Eaneiro: 1orense, =BB?, p#g' =AF'

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    solidariedade contra os outros, %# l"es n!o pode cobrar o d&bito sem

    dedu$!o da parte remitida'

    assemos, pois, agora, Q confus!o'

    /pera-se a confus!o quando as qualidades de credor e devedor

    s!o reunidas em uma mesma pessoa, e>tinguindo-se, conseqentemente, a

    rela$!o %urídica obrigacionalA' 

    < o que ocorre, por e>emplo, uando um su#eito ! devedor de

    seu tio, e, por *orça do *alecimento deste, aduire, por sucessão, a sua

    herança' 3m tal "ipPtese, passar# a ser credor de si mesmo, de forma queo d&bito desaparecer# por meio da confus!o'

    9esse sentido, dispõe o art' H@= do -F?:

    “Art. 3+. -tingue/se a obrigação, desde ue na mesma

     pessoa se con*undam as ualidades de credor e devedor%.

    E# o art' H@I do Pdigo, finalmente, ao tratar da confus!o,

    poderia causar alguma dSvida:

     rt' H@I' essando a confus!o, para logo se restabelece, com

    todos os seus acessPrios, a obriga$!o anterior'

    ara facilitar a compreens!o da regra, vale transcrever o e>emplo

    apresentado pelo ilustre 70VR/ V500 K3V3/:

    A 9esse sentido, n!o "# dSvida na %urisprudência: ;/ 3 59395K;/' +uando as qualidades de credor e devedor se

    confundem na mesma pessoa ocorre a figura da confus!o, sendo descabido o

    pedido de indeniza$!o recursos denegados' ecis!o unTnime' (.R56490 3E4*.5 / R . 3 E402839./: FAD=?D=B@B R34R*/: 30/ 5V309483R/: =F?AB R30./R: 045/ R9.3*)

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     *eria o caso de operar-se a confus!o, de acordo com o

    primeiro e>emplo dado, tendo em vista a sucess!o provisPria

    de B  (ante sua morte presumida ^ desaparecimento em um

    desastre aviatPrio)' 9este caso, durante o prazo e as condi$ões

    que a lei prevê, aparecendo vivo B, desaparece a causa da

    confus!o, podendo dizer-se que A  esteve impossibilitado de

    pagar seu d&bito, porque iria fazê-lo a si prPprio, por ser

    "erdeiro de B, como se, nesse período, estivesse neutralizado

    o dever de pagar com o direito de receber'C 

    :#  Teto -ompleme!tar

    LEMBRETE

    3m outra grade do urso, nas aulas de .eoria 2eral dos ontratos,

    ser# estudada a principiologia constitucional aplic#vel Qs /briga$ões e

    aos ontratos'9o entanto, desde %#, trazemos, para o seu estudo, um e>celente

    te>to do rof' aulo 0Wbo, grande civilista brasileiro, a respeito da

    mat&ria'

    /bserve, portanto, que o seu estudo de ireito das /briga$ões e dos

    ontratos somente ser# completo a partir de uma necess#ria cone>!o

    com os princípios constitucionais, como o da fun$!o social e o da

    boa-f& ob%etiva'

    *egue, pois, o te>to do renomado %urista'

    DE7ERES GERAIS DE -O2D6TA 2AS OBRIGAÇÕES -I7IS 

    C K3V3/, 7lvaro Villa$a' 0eoria 1eral das 'brigaç(es. B' ed' *!o aulo: R.,?FF=, p#gs' ??I-??A' everes gerais de conduta nas obriga$ões civis ' )*s 2a'ia!di, .eresina, a' B,

    n' J==, =C %un' ?FFA' isponível

    em:j"ttp:DDkkk='%us'com'brDdoutrinaDte>to'aspidCBFH' cesso em: FH %ul'?FFA'

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    Paulo 2ui 4etto 2obo 

    S6MHRIO: =' 3V3R3* 93M/* R3*.;/ 3 3V3R3* 23R5* 3

    /94. ?' 3V3R 3 6/-1< /6E3.5V 9* /6R523* ?'='

    everes pr& e pPs-contratuais ?'?' ever de n!o agir contra o ato prPprio

    H' 3V3R 3 R305K;/ 149;/ */50 * /6R523* I'

    3V3R 3 3+45V0N95 8.3R50 3 5R35./* 3 3V3R3* A' 3V3R

    3 3+453 C' 3V3R 3 591/R8R C'=' ever de informar e efeito

     %urídico da publicidade C'?' ever de informar e garantia de

    cognoscibilidade J' V5/0;/ /*5.5V /6R52;/'

    DE7ERES A2EOS PRESTAÇ9O E DE7ERES GERAIS DE -O2D6TA

    G# deveres que e>cedem do prPprio e estrito dever de presta$!o,

    especialmente nas obriga$ões negociais, mas que s!o com ele

    necessariamente ane>os, unidos ou correlacionados' 0arenz denomina-os

    [deveres de conduta[, que resultam do que as partes estipularam, ou do

    princípio da boa-f&, ou das circunstTncias, ou, finalmente, das e>igências do

    tr#fico, que podem afetar a conduta que de qualquer modo este%a em

    rela$!o com a e>ecu$!o da obriga$!o' ara ele, esses deveres n!o podem

    ser demandados autonomamente, mas sua viola$!o fundamenta obriga$!o

    de indeniza$!o ou, ante certas circunstTncias, a resolu$!o do negPcio

     %urídico' 3sses deveres resultam naturalmente da rela$!o %urídica

    obrigacional, mas se diferenciam por seu car#ter secund#rio ou

    complementar do dever prim#rio de adimplemento' .oda obriga$!o recebe

    seu car#ter distintivo (sua configura$!o como contrato de loca$!o, de

    compra e venda, de empreitada) precisamente atrav&s do dever prim#rio de

    adimplemento, mas seu conteSdo total compreende ademais deveres de

    conduta mais ou menos amplosJ'

     Pa*lo L*i% 2etto Lo$o , doutor em ireito pela 4*, advogado, professor dos

    programas de 8estrado e outorado em ireito da 413, 410 e 4n6, membro do

    onsel"o 9acional de Eusti$a'J

      0R39K, _arl' 5erecho de obligaciones' .rad' Eaime *antos 6riz' 8adrid:3R,=BA@, p' ??'

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      *em embargo da e>celência dessa constru$!o doutrin#ria, que

    dilatou os efeitos das obriga$ões, no sentido da solidariedade social, e da

    coopera$!o, com positiva influência na doutrina brasileira, atente-se para

    duas importantes restri$ões que delas resultam: a) os deveres de conduta

    seriam imput#veis apenas ao devedor b) seriam derivados do dever

    prim#rio da presta$!o de adimplemento, neste sentido qualificando-se como

    secund#rios, ou complementares, ou acessPrios, ou cone>os, ou ane>os,

    segundo variada terminologia adotada na doutrina'

    doutrina %urídica portuguesa opta pela denomina$!o [deveres

    acessPrios de conduta[, conforme se vê em ntunes Varela e em 8enezes

    ordeiro' ntunes Varela distingue os deveres acessPrios de conduta, assimentendidos os que est!o dispersos no Pdigo ivil e na legisla$!o avulsa, a

    e>emplo de n!o se vender coisa com vício, e o [dever geral de agir de boa-

    f&[, que seria muito mais que um dever acessPrio' generalidade dos

    deveres acessPrios de conduta n!o daria lugar Q e>igibilidade da presta$!o

    ou do adimplemento, mas sua viola$!o poderia obrigar Q indeniza$!o dos

    danos causados Q outra parte ou dar mesmo origem Q resolu$!o do contrato

    ou Q san$!o an#loga@'ara 8enezes ordeiro s!o deveres acessPrios: a) os

    deveres in contrahendo, impostos aos contraentes durante as negocia$ões

    que antecedem o contrato, revelados pelos deveres de prote$!o, de

    esclarecimento e de lealdade b) deveres de efic#cia protetora de terceiros

    c) deveres post pactum *initum, que subsistiriam apPs a e>tin$!o da rela$!o

    obrigacional d) deveres que subsistem na nulidadeB' 3sses deveres

    remetem, de um modo ou de outro, ao princípio ou dever geral de boa-f&'

    .odavia, a evolu$!o do direito fez despontar deveres de conduta

    que se revestiram da dignidade de princípios normativos, de car#ter

    constitucional e infraconstitucional, que dei>aram de ter [car#ter

    secund#rio, complementar, do autêntico dever de adimplemento[, referido

    @  VR30, Eo!o de 8atos ntunes' 5as obrigaç(es em geral ' Vol' 5' oimbra:

    lmedina, =B@C, p' ==J'B

      /R35R/, ntPnio 8anuel da Roc"a e 8enezes' 5a boa *! no direito civil 'oimbra: lmedina, =BBJ, p' CFH-H='

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    por 0arenz, que tanta influência e>erceu e e>erce na civilística brasileira' /s

    deveres de conduta, convertidos em princípios normativos, n!o s!o

    simplesmente ane>os ao dever de prestar adimplemento' evolu$!o do

    direito fê-los deveres gerais de conduta, que se impõem tanto ao devedor

    quanto ao credor e, em determinadas circunstTncias, a terceiros' 3sses

    deveres n!o derivam da rela$!o %urídica obrigacional, e muito menos do

    dever de adimplemento est!o acima de ambos, tanto como limites

    e>ternos ou negativos, quanto como limites internos ou positivos' erivam

    diretamente dos princípios normativos e irradiam-se sobre a rela$!o %urídica

    obrigacional e seus efeitos, conformando e determinando, de modo

    cogente, assim o d&bito como o cr&dito' /s deveres gerais de conduta

    e>igem interpreta$!o de seus efeitos e alcances diretamente con%ugada aosdos princípios de onde promanam' compreens!o de uns implicam a dos

    outros'

    /s princípios s!o e>plícitos quando %# positivados no ordenamento

     %urídico, como os referidos no art' =JF da onstitui$!o, para a ordem

    econWmica (%usti$a social, livre iniciativa, valoriza$!o do trabal"o "umano,

    fun$!o social da propriedade, defesa do consumidor etc') s!o implícitos

    quando s!o e>traídos dos valores consagrados no ordenamento %urídico

    mercê da interpreta$!o sistem#tica de seus preceitos' 9o que respeita ao

    contrato em geral, o Pdigo ivil de ?FF? verteu em princípios normativos

    e>plícitos a boa-f& ob%etiva ou de conduta e a fun$!o social e,

    implicitamente, a equivalência material' 3sses princípios engendram

    deveres gerais de conduta a qualquer obriga$!o e n!o apenas aos

    contratos, pois têm sede constitucional, como desdobramento dos princípios

    da solidariedade social e da %usti$a social (arts' H`, 5, e =JF da

    onstitui$!o), que transformaram profundamente o paradigma

    individualista do Pdigo ivil anterior'

    evemos esclarecer que & corrente no 6rasil a terminologia alem!

    de cl#usula geral, ora com significado semel"ante ao de princípio, ora com

    significado mais restrito de valor ou con%unto de valores, cu%o conteSdo se

    concretiza na aplica$!o da norma que a cont&m' referimos tratar as duas"ipPteses como princípios, assumindo os riscos da generaliza$!o, como o

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    faz ontes de 8iranda' 1reqentemente, ambas utilizam conceitos

    indeterminados, o que amplia a fun$!o de aplica$!o do direito e,

    consequentemente, a responsabilidade do aplicador' preferência por

    princípios & crescente no direito atual, como se vê na denomina$!o adotada

    na 4ni!o 3urop&ia para o pro%eto de cPdigo unificado de direito contratual,

    da c"amada omiss!o 0ando: [rincípios do ireito ontratual 3uropeu[=F'

    9este caso, os princípios ter!o natureza dispositiva ou supletiva, podendo

    as partes integr#-los ou n!o ao contrato' 9o direito brasileiro, os princípios

    têm car#ter normativo cogente, com primazia sobre a conven$!o das partes

    e integra$!o necess#ria ao ato ou negPcio %urídico, salvo se se tratar de

    contrato internacional, cu%a lei nacional aplic#vel pode ser escol"ida'

    9o Pdigo ivil, os princípios assumem primazia, com enuncia$õesfreqentes no conteSdo de suas regras, Qs vezes ao lado de conceitos

    indeterminados' /s conceitos indeterminados ( e' g': [despropor$!o

    manifesta[ e [valor real da presta$!o[, do art' H=J) complementam e

    e>plicitam o conteSdo das regras %urídicas, mas n!o têm autonomia

    normativa' E# os princípios s!o esp&cies de normas %urídicas, podendo ter

    enuncia$ões autWnomas ou estarem contidos como e>pressões nas regras'

    9o art' =@J, as e>pressões [fim econWmico e social[, [boa-f&[ e [bons

    costumes[ s!o princípios, pois o ato %urídico que e>ceder os limites por eles

    impostos ser# considerado ilícito e, consequentemente, nulo' Relativamente

    ao contrato, o Pdigo ivil faz men$!o e>pressa Q [fun$!o social do

    contrato[ (art' I?=) e, nesse ponto, foi mais incisivo que o Pdigo de

    efesa do onsumidor' onsagrou-se, definitivamente e pela primeira vez

    na legisla$!o civil brasileira, a boa-f& ob%etiva, e>igível tanto na conclus!o

    quanto na e>ecu$!o do contrato (art' I??)' referência feita ao princípio da

    probidade & abundante uma vez que se inclui no princípio da boa-f&, como

    abai>o se demonstrar#' 9o que toca ao princípio da equivalência material o

    Pdigo o incluiu, de modo indireto, nos dois importantes artigos que

    disciplinam o contrato de ades!o (arts' I?H e I?I), ao estabelecer a

    interpreta$!o mais favor#vel ao aderente (interpretatio contra stipulatorem)

    e ao declarar nula a cl#usula que implique renSncia antecipada do

    =F

     f' GR._8, rt"ur' ."e principles of european contract lak' 6tvdia ivridica:collouia +' oimbra, n' CI, p' AH-A@, ?FF?'

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    contratante aderente a direito resultante da natureza do negPcio (cl#usula

    geral aberta, a ser preenc"ida pela media$!o concretizadora do aplicador ou

    int&rprete, caso a caso)'

    / Pdigo de efesa do onsumidor & uma lei eminentemente

    principiolPgica, com vasta utiliza$!o n!o sP dos princípios mas de conceitos

    indeterminados' e seus variados dispositivos podem ser col"idos os

    princípios da transparência, da "armonia das rela$ões de consumo, da

    vulnerabilidade do consumidor, da boa-f&, da seguran$a do consumidor, da

    equivalência material entre consumidores e fornecedores, da informa$!o, de

    modifica$!o de presta$ões desproporcionais, de revis!o por onerosidade

    e>cessiva, de acesso Q %usti$a, da responsabilidade solid#ria dosfornecedores do produto ou do servi$o, da repara$!o ob%etiva, da

    interpreta$!o favor#vel ao consumidor, da equidade' esses princípios

    defluem direitos gerais de conduta correspondentes, nas rela$ões %urídicas

    de consumo'

    /s deveres gerais de conduta, ainda que incidam diretamente nas

    rela$ões obrigacionais, independentemente da manifesta$!o de vontade dos

    participantes, necessitam de concre$!o de seu conteSdo, em cada rela$!o,

    considerados o ambiente social e as dimensões do tempo e do espa$o de

    sua observTncia ou aplica$!o' 3ssa & sua característica, raz!o porque s!o

    insuscetíveis ao processo tradicional de subsun$!o do fato Q norma %urídica,

    porque esta determina a obrigatoriedade da incidência da norma de conduta

    (por e>emplo, a boa-f&) sem dizer o que ela & ou sem defini-la' situa$!o

    concreta & que fornecer# ao int&rprete os elementos de sua concretiza$!o'

    4tilizando-se uma met#fora, & uma moldura com tela em branco, para que

    o conteSdo (a pintura) se%a necessariamente concretizado dentro dos

    limites e condi$ões que ob%etivamente se apresentem' 9!o se confunde com

    sentimentos ou %uízos de valor sub%etivos do int&rprete, porque o conteSdo

    concreto & determin#vel em sentido ob%etivo, at& com uso de cat#logo de

    opiniões e lugares comuns (topoi ) consolidados na doutrina e na

     %urisprudência, em situa$ões semel"antes ou equivalentes' / lugar e o

    tempo s!o determinantes, pois o int&rprete deve levar em conta os valoressociais dominantes na &poca e no espa$o da concretiza$!o do conteSdo do

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    dever de conduta' 9!o deve surpreender que o mesmo te>to legal, em que

    se insere o princípio tutelar do dever de conduta, sofra varia$ões de sentido

    ao longo do tempo'

    (# DE7ER DE BOA,FJ OB)ETI7A 2AS OBRIGAÇÕES

    boa-f& ob%etiva & dever de conduta dos indivíduos nas rela$ões

     %urídicas obrigacionais, especialmente no contrato' 5nteressam as

    repercussões de certos comportamentos na confian$a que as pessoas

    normalmente neles depositam' onfia-se no significado comum, usual,

    ob%etivo da conduta ou comportamento recon"ecível no mundo social'

    boa-f& ob%etiva importa conduta "onesta, leal, correta' < a boa-f& deconduta' ara 8enezes ordeiro==, a confian$a e>prime a situa$!o em que

    uma pessoa adere, em termos de atividade ou de cren$a, a certas

    representa$ões, passadas, presentes ou futuras, que ten"a por efetivas' /

    princípio da confian$a e>plicitaria o recon"ecimento dessa situa$!o e a sua

    tutela'

    boa-f& ob%etiva n!o & princípio dedutivo, n!o & argumenta$!o

    dial&tica & medida e diretiva para pesquisa da norma de decis!o, da regra

    a aplicar no caso concreto, sem "ipPtese normativa pr&-constituída=?, mas

    que ser# preenc"ida com a media$!o concretizadora do int&rprete-%ulgador'

    ada rela$!o obrigacional e>ige um %uízo de valor e>traído do ambiente

    social, considerados o momento e o lugar em que se realiza mas esse %uízo

    n!o & sub%etivo, no sentido de se irradiar das convic$ões morais do

    int&rprete' omo esclarece 0arenz=H, deve ser tomado como mPdulo o

    pensamento de um int&rprete %usto e eqitativo, isto &, [que a senten$a "#

    de a%ustar-se Qs e>igências geralmente vigentes da %usti$a, ao crit&rio

    refletido na consciência do povo ou no setor social a que se vinculem os

    == /R35R/, =BBJ, p' ='?HI'=? 8392/95, 0uigi' *punti per una teoria delle clausule generali' 5n: 7l principio de

    buena *ede' 1rancesco ' 6usnelli (oord')' 8ilano: 2iuffr, =B@J, p' =F'=H 0R39K, =BA@, p' =IH'

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    confian$a, da informa$!o e da lealdade' ode dizer-se que n!o "# boa-f&

    sem probidade'

    boa-f& n!o se confunde com o dever observTncia dos bons

    costumes, os quais têm sentido mais amplo de condutas socialmente

    aceitas, como tradu$!o da moral comunit#ria dominante ao plano %urídico,

    que l"e empresta %uridicidade' boa-f& ob%etiva oferece dimens!o mais

    específica, como dever de conduta dos participantes da rela$!o obrigacional

    segundo fundamentos e padrões &ticos' *abe-se que a moral e as normas

    morais, e>istentes em cada comunidade, n!o se confundem com a &tica,

    sublimada como padrões ideais de conduta' moral e>trai-se da realidade

    social, com suas contingências e vicissitudes (por isso, fala-se de moral

    crist!, moral burguesa, por e>emplo), enquanto a &tica & um dever serotimizado, ideal, que orienta a conduta "umana Q m#>ima "armonia e

    perfectabilidade' om risco de simplifica$!o, dizemos que os bons costumes

    est!o mais prP>imos da moral, e a boa-f& da &tica'

    (# De'eres prK e ps,co!trat*ais

    +uest!o relevante & o dos limites ob%etivos do princípio da boa-f&

    nos contratos' mel"or doutrina tem ressaltado que a boa-f& n!o apenas &

    aplic#vel Q conduta dos contratantes na e>ecu$!o de suas obriga$ões mas

    aos comportamentos que devem ser adotados antes da celebra$!o ( in

    contrahendo) ou apPs a e>tin$!o do contrato ( post pactum *initum)' ssim,

    para fins do princípio da boa-f& ob%etiva s!o alcan$ados os comportamentos

    do contratante antes, durante e apPs o contrato' / Pdigo de efesa do

    onsumidor avan$ou mais decisivamente nessa dire$!o, ao incluir na oferta

    toda informa$!o ou publicidade suficientemente precisa (art' HF), ao impor

    o dever ao fornecedor de assegurar ao consumidor cognoscibilidade e

    compreensibilidade pr&vias do conteSdo do contrato (art' IC), ao tornar

    vinculantes os escritos particulares, recibos e pr&-contratos (art' I@) e ao

    e>igir a continuidade da oferta de componentes e pe$as de reposi$!o, apPs

    o contrato de aquisi$!o do produto (art' H?)'

    / Pdigo ivil n!o foi t!o claro em rela$!o aos contratos comuns,

    mas, quando refere amplamente (art' I??) Q conclus!o e Q e>ecu$!o docontrato, admite a interpreta$!o em conformidade com o atual estado da

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    doutrina %urídica acerca do alcance do princípio da boa f& aos

    comportamentos in contrahendo e  post pactum *initum' referência Q

    conclus!o deve ser entendida como abrangente da celebra$!o e dos

    comportamentos que a antecedem, porque aquela decorre destes'

    referência Q e>ecu$!o deve ser tamb&m entendida como inclusiva de todos

    os comportamentos resultantes da natureza do contrato' 3m suma, em se

    tratando de boa-f&, os comportamentos formadores ou resultantes de

    outros n!o podem ser cindidos'

    5ndependentemente do alcance da norma codificada, o princípio

    geral da boa-f& obriga, aos que intervierem em negocia$ões preliminares ou

    tratativas, o comportamento com diligência e considera$!o aos interessesda outra parte, respondendo pelo pre%uízo que l"es causar' rela$!o

     %urídica pr&-contratual submete-se Q incidência dos deveres gerais de

    conduta' onstruiu-se, no s&culo M5M, remontando-se ao %urista alem!o

    5"ering, a teoria da culpa in contrahendo, para imputar a quem deu causa Q

    frustra$!o contratual o dever de reparar, fundando-se na rela$!o de

    confian$a criada pela e>istência das negocia$ões preliminares nessa &poca

    de predomínio da culpa, procurou-se arrimo na responsabilidade civil

    e>tranegocial culposa, gerando pretens!o de indeniza$!o' 0arenz entende

    que n!o apenas procede a indeniza$!o do dano em favor da parte que

    ten"a confiado na validade do contrato, mas todo dano que se%a

    conseqência da infra$!o de um dever de diligência contratual, segundo o

    estado em que se ac"aria a outra parte se tivesse sido cumprido o dever de

    prote$!o, informa$!o e diligência' /u se%a, na pr#tica, a infra$!o de dever

    de conduta pr&-contratual deve ser regida pelos mesmos princípios da

    responsabilidade por infra$!o dos deveres de conduta contratual=I' 9esta

    Sltima dire$!o, encamin"a-se o direito positivo brasileiro, principalmente

    quanto aos efeitos da informa$!o que antecede' / art' HF do Pdigo de

    efesa do onsumidor estabelece que toda informa$!o obriga o fornecedor

    e [integra o contrato que vier a ser celebrado[' ortanto, os dados de

    informa$!o que antecedem o contrato de consumo s!o partes integrantes

    deste, independentemente da vontade ou culpa das partes'

    =I 0R39K, =BA@, p' ==F'

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    (#(# De'er de !/o air co!tra o ato prprio

    3ntre tantas e>pressões derivadas do princípio da boa-f& pode ser

    destacado o dever de n!o agir contra o ato prPprio' *ignifica dizer que a

    ningu&m & dado valer-se de determinado ato, quando l"e for conveniente e

    vanta%oso, e depois voltar-se contra ele quando n!o mais l"e interessar'

    3sse comportamento contraditPrio denota intensa m#-f&, ainda que

    revestido de aparência de legalidade ou de e>ercício regular de direito' 9as

    obriga$ões revela-se, em muitos casos, como aproveitamento da prPpria

    torpeza, mas a incidência do dever n!o e>ige o requisito de

    intencionalidade'

    3ssa teoria radica no desenvolvimento do antigo aforismo venire

    contra *actum proprium nulli conceditur , significando que a ningu&m & licito

    fazer valer um direito em contradi$!o com sua anterior conduta, quando

    esta conduta interpretada ob%etivamente segunda a lei, segundo os bons

    costumes e a boa-f&, %ustifica a conclus!o que n!o se far# valer

    posteriormente o direito que com estes se c"oque' 9o direito anglo-

    americano & longa a tradi$!o do instituto do estoppel , em raz!o do qual

    [uma parte & impedida em virtude de seus prPprios atos de e>igir um

    direito em detrimento da outra parte que confiou em tal conduta e se

    comportou em conformidade com ela[=A' teoria encontra-se consolidada

    na doutrina e na %urisprudência' uig 6rutau sustenta que quem deu lugar a

    uma situa$!o enganosa, ainda que sem inten$!o, n!o pode pretender que

    seu direito prevale$a sobre o de quem confiou na aparência originada

    naquela situa$!o esta aparência, afirma-se, deu lugar Q cren$a da

    [verdade[ de uma situa$!o %urídica determinada=C'

    =A 60_, Genr ampbell' 8lac9s la; dictionar

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      / conteSdo desse dever & tamb&m versado doutrinariamente sob a

    denomina$!o de teoria dos atos prPprios, [que sanciona como inadmissível

    toda pretens!o lícita mas ob%etivamente contraditPria com respeito ao

    prPprio comportamento anterior efetuado pelo mesmo su%eito[' /

    fundamento radica na confian$a despertada no outro su%eito de boa-f&, em

    raz!o da primeira conduta realizada' boa-f& restaria vulnerada se fosse

    admissível aceitar e dar curso Q pretens!o posterior e contraditPria' *!o

    requisitos: a) e>istência de uma conduta anterior, relevante e eficaz b)

    e>ercício de um direito sub%etivo pelo mesmo su%eito que criou a situa$!o

    litigiosa devida Q contradi$!o e>istente entre as duas condutas c) a

    identidade de su%eitos que se vinculam em ambas condutas=J' E# nderson

    *c"reiber, sob a Ptica do direito brasileiro, considera como pressupostos deincidência da veda$!o de venire contra *actum proprium: a) um *actum

     proprium, isto &, uma conduta inicial b) a legítima confian$a de outrem na

    conserva$!o do sentido ob%etivo desta conduta c)um comportamento

    contraditPrio com este sentido ob%etivo d) um dano ou, no mínimo, um

    potencial de dano a partir da contradi$!o=@'

    / Pdigo ivil de ?FF?, nos preceitos destinados ao lugar do

    adimplemento, introduziu norma (art' HHF) cu%a natureza corresponde ao

    dever de n!o contradizer o ato prPprio: [/ pagamento reiteradamente feito

    em outro local faz presumir renSncia do credor relativamente ao previsto no

    contrato[' 3m outras palavras, o credor n!o pode fazer valer o estipulado

    no contrato contrariando a conduta que adotou, ao admitir que o

    adimplemento se fizesse em outro lugar, pois gerou a confian$a do devedor

    que assim se manteria' /utra norma que realiza esse dever & o par#grafo

    Snico do art' C=B, relativamente ao contrato de empreitada, mediante o

    qual o dono da obra & obrigado a pagar ao empreiteiro os aumentos e

    acr&scimos, segundo o que for arbitrado, se, sempre presente Q obra, por

    continuadas visitas, n!o podia ignorar o que se estava passando, e nunca

    =J 6/R, le%andro' 2a teoria de los actos proprios' 6uenos ires: beledo-errot,

    =BBH, p' =?'=@

      *GR3563R, ndrson'  A proibição de comportamento contradit"rio: tutela dacon*iança e venire contra *actum proprium' Rio de Eaneiro: Renovar, ?FFA, p' ?J='

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    individual, em conformidade com a ideologia constitucionalmente

    estabelecida o interesse individual era o valor supremo, apenas admitindo-

    se limites negativos gerais de ordem pSblica e bons costumes, n!o cabendo

    ao 3stado e ao direito considera$ões de %usti$a social'

    fun$!o e>clusivamente individual do contrato & incompatível com

    o 3stado social, caracterizado, sob o ponto de vista do direito, como %#

    vimos, pela tutela e>plícita da ordem econWmica e social na onstitui$!o' /

    art' =JF da onstitui$!o brasileira estabelece que toda a atividade

    econWmica ^ e o contrato & o instrumento dela ^ est# submetida Q primazia

    da %usti$a social' 9!o basta a %usti$a comutativa que o liberalismo %urídico

    entendia como e>clusivamente aplic#vel ao contrato?F' 3nquanto "ouverordem econWmica e social "aver# 3stado social enquanto "ouver 3stado

    social "aver# fun$!o social do contrato'

    om e>ce$!o da %usti$a social, a onstitui$!o n!o se refere

    e>plicitamente Q fun$!o social do contrato' 1ê-lo em rela$!o Q propriedade,

    em v#rias passagens, como no art'=JF, quando condicionou o e>ercício da

    atividade econWmica Q observTncia do  princpio da *unção social da

     propriedade.  propriedade & o segmento est#tico da atividade econWmica,

    enquanto o contrato & seu segmento dinTmico' ssim, a fun$!o social da

    propriedade afeta necessariamente o contrato, como instrumento que a faz

    circular'

    .ampouco o Pdigo de efesa do onsumidor o e>plicitou, mas n!o

    "avia necessidade porquanto ele & a prPpria regulamenta$!o da fun$!o

    social do contrato nas rela$ões de consumo'

    ?F  9!o & por acaso que um dos maiores tePricos do neoliberalismo, 1redericL

    GaecL, entende que a %usti$a social & o principal obst#culo a ser removido' 3m

    vis!o profundamente individualista, diz que [ao contr#rio do socialismo, deve ser

    dito que o liberalismo se dedica Q %usti$a comutativa, por&m n!o Qquilo que se

    denomina %usti$a distributiva ou, mais recentemente, %usti$a social[' ara ele, em

    uma ordem econWmica baseada no mercado, o conceito de %usti$a social n!o tem

    sentido, nem conteSdo' 9o %ogo econWmico, somente a conduta dos %ogadores pode

    ser %usta, n!o o resultado' GU3_, 1redericL' 2iberalismo: Palestras e 0rabalhos. .rad' _arin *trauss, *!o aulo: entro de 3studos olíticos e *ociais, =BBI, p' A='

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    9o Pdigo ivil de ?FF? a fun$!o social surge relacionada Q

    [liberdade de contratar[, como seu limite fundamental' liberdade de

    contratar, ou autonomia privada, consistiu na e>press!o mais aguda do

    individualismo %urídico, entendida por muitos como o toque de

    especificidade do direito privado' *!o dois princípios antagWnicos que

    e>igem aplica$!o "armWnica' 9o Pdigo a fun$!o social n!o & simples limite

    e>terno ou negativo mas limite positivo, al&m de determina$!o do conteSdo

    da liberdade de contratar' 3sse & o sentido que decorre dos termos

    [e>ercida em raz!o e nos limites da fun$!o social do contrato[ (art' I?=)'

    / princípio da fun$!o social & a mais importante inova$!o do direitocontratual comum brasileiro e, talvez, a de todo o Pdigo ivil' /s contratos

    que n!o s!o protegidos pelo direito do consumidor devem ser interpretados

    no sentido que mel"or contemple o interesse social, que inclui a tutela da

    parte mais fraca no contrato, ainda que n!o configure contrato de ades!o'

    *egundo o modelo do direito constitucional, o contrato deve ser

    interpretado em conformidade com o princípio da fun$!o social'

    / princípio da fun$!o social do contrato "armoniza-se com a

    modifica$!o substancial relativa Q regra b#sica de interpreta$!o dos

    negPcios %urídicos introduzida pelo art' ==? do Pdigo ivil de ?FF?, que

    abandonou a investiga$!o da inten$!o sub%etiva dos figurantes em favor da

    declara$!o ob%etiva, socialmente aferível, ainda que contrarie aquela'

    :# DE7ER DE E56I7ALN2-IA MATERIAL DE DIREITOS E DE7ERES

    / princípio da equivalência material busca realizar e preservar o

    equilíbrio real de direitos e deveres no contrato, antes, durante e apPs sua

    e>ecu$!o, para "armoniza$!o dos interesses' 3sse princípio preserva a

    equa$!o e o %usto equilíbrio contratual, se%a para manter a

    proporcionalidade inicial dos direitos e obriga$ões, se%a para corrigir os

    desequilíbrios supervenientes, pouco importando que as mudan$as de

    circunstTncias pudessem ser previsíveis' / que interessa n!o & mais a

    e>igência cega de cumprimento do contrato, da forma como foi assinado oucelebrado, mas se sua e>ecu$!o n!o acarreta vantagem e>cessiva para

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    uma das partes e desvantagem e>cessiva para outra, aferível

    ob%etivamente, segundo as regras da e>periência ordin#ria' / princípio

    cl#ssico pacta sunt servanda  passou a ser entendido no sentido de que o

    contrato obriga as partes contratantes nos limites do equilíbrio dos direitos

    e deveres entre elas'

    9o Pdigo ivil o princípio teve introdu$!o e>plícita nos contratos

    de ades!o' /bserve-se, todavia, que o contrato de ades!o disciplinado pelo

    Pdigo ivil tutela qualquer aderente, se%a consumidor ou n!o, pois n!o se

    limita a determinada rela$!o %urídica como a de consumo' 3sse princípio

    abrange o princípio da vulnerabilidade %urídica de uma das partes

    contratantes, que o Pdigo de efesa do onsumidor destacou'/ princípio da equivalência material rompe a barreira de conten$!o

    da igualdade %urídica e formal, que caracterizou a concep$!o liberal do

    contrato' o %uiz estava vedada a considera$!o da desigualdade real dos

    poderes contratuais ou o desequilíbrio de direitos e deveres, pois o contrato

    fazia lei entre as partes, formalmente iguais, pouco importando o abuso ou

    e>plora$!o da mais fraca pela mais forte'

    / princípio da equivalência material desenvolve-se em dois

    aspectos distintos: sub%etivo e ob%etivo' / aspecto sub%etivo leva em conta

    a identifica$!o do poder contratual dominante das partes e a presun$!o

    legal de vulnerabilidade' lei presume %uridicamente vulner#veis o

    trabal"ador, o inquilino, o consumidor, o aderente de contrato de ades!o,

    dentre outros' 3ssa presun$!o & absoluta, pois n!o pode ser afastada pela

    aprecia$!o do caso concreto' / aspecto ob%etivo considera o real

    desequilíbrio de direitos e deveres contratuais que pode estar presente na

    celebra$!o do contrato ou na eventual mudan$a do equilíbrio em virtude de

    circunstTncias supervenientes que levem a onerosidade e>cessiva para uma

    das partes'

    ;# DE7ER DE E56IDADE

    equidade, entendida como %usti$a do caso concreto, tem estecomo sua raz!o de ser, na contempla$!o das circunstTncias que o cercam

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    cada caso & um caso' / apelo Q equidade & o recon"ecimento pela prPpria

    lei de que a presta$!o pode ser in%usta' E# ristPteles, em li$!o sempre

    atual, dizia que a prPpria natureza da equidade & a retifica$!o da lei onde

    esta se revela insuficiente pelo seu car#ter universal, porque [a lei leva em

    considera$!o a maioria dos casos, embora n!o ignore a possibilidade de

    fal"a decorrente dessa circunstTncia[?=' 9esses casos a equidade interv&m

    para %ulgar, n!o com base na lei, mas com base naquela %usti$a que a

    mesma lei deve realizar'

    urante o predomínio do individualismo %urídico, a equidade

    praticamente desapareceu do direito civil, principalmente do direito das

    obriga$ões, em virtude da concep$!o dominante de insular as rela$õesprivadas em campo imune Q interferência do 3stado ou dos interesses

    sociais' aplica$!o da equidade, milenarmente construída como valor

    constituinte da %usti$a, envolve necessariamente a interven$!o do %uiz, que

    & o agente do 3stado, e retomou sua for$a no 3stado *ocial, desenvolvido

    desde as primeiras d&cadas do s&culo MM, como etapa da evolu$!o do

    3stado 8oderno'

    / %uízo de eqidade conduz o %uiz Qs pro>imidades do legislador,

    por&m limitado Q decidibilidade do conflito determinado, na busca do

    equilíbrio dos poderes privados' pesar de trabal"ar com crit&rios ob%etivos,

    com standards  valorativos, a eqidade & entendida no referido sentido

    aristot&lico da %usti$a do caso concreto' / %uiz deve partir de crit&rios

    definidos referenci#veis em abstrato, socialmente típicos, conformando-os Q

    situa$!o concreta, mas n!o os podendo substituir por %uízos sub%etivos de

    valor'

    / Pdigo ivil determina e>plicitamente a forma$!o do %uízo de

    equidade, para solu$!o de certas situa$ões com potencialidade de conflito, o

    que obriga o %uiz a buscar os elementos de decis!o fora da simples e

    tradicional subsun$!o do fato Q norma' *!o e>emplos dessa viragem Q

    ?=

     R5*.X.303*' >tica a 4ic?macos' .rad' 8#rio de 2ama ur' 6rasília: 3d'4n6,=BBA, p' =FB'

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    equidade, aplic#veis ao direito das obriga$ões: a) se os %uros de mora n!o

    cobrirem o pre%uízo do credor, e n!o "avendo pena convencional, pode o

     %uiz conceder eqitativamente indeniza$!o suplementar (art' IFI) b) se a

    pena civil ou cl#usula penal for manifestamente e>cessiva, deve ser

    eqitativamente reduzida pelo %uiz (art' I=H) c) se a obriga$!o do locat#rio

    pagar o aluguel pelo tempo que faltar, pelo fato de devolver a coisa antes

    do encerramento do contrato, for considerada e>cessiva, o %uiz fi>ar# a

    indeniza$!o [em bases razo#veis[, ou se%a, equitativamente (art' AJ?) d)

    se o aluguel arbitrado pelo locador, apPs notificado o locat#rio a restituir a

    coisa em raz!o do encerramento do prazo, for considerado manifestamente

    e