civil - direito das obrigações - apostila 03
TRANSCRIPT
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
1/66
1
MATERIAL DE APOIO
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Apostila 03
Formas Especiais de Paame!to
Pro"# Pa$lo Stol%e Galia!o
Re'isa!do a Teoria do Paame!to
Vimos que o pagamento traduz o adimplemento voluntário da
obrigação.
Relembrando, compõe-se o pagamento de três elementos
fundamentais:
a) o vínculo obrigacional: trata-se da causa (fundamento) do
pagamento n!o "avendo vínculo, n!o "# que se pensar em
pagamento, sob pena de caracteriza$!o de pagamento
indevido
b) o su%eito ativo do pagamento: o devedor, que & o su%eito
passivo da obriga$!o
c) o su%eito passivo do pagamento: o credor , que & o su%eito
ativo da obriga$!o'
ara ser eficaz, o pagamento dever# observar determinadas
condi$ões: ondi$ões *ub%etivas do agamento (+uem eve agar,
+uem se eve agar)' .emos, ainda, as ondi$ões /b%etivas do
agamento (/b%eto do agamento e sua rova, 0ugar do agamento,
.empo do agamento)'
.odavia, al&m do pagamento natural, cu%as condi$ões elencamos
acima, temos as formas especiais de pagamento:
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
2/66
2
a)
consigna$!o em pagamento
b) pagamento com sub-roga$!o
c)
imputa$!o do pagamentod) da$!o em pagamento
e) nova$!o
f) compensa$!o
g) transa$!o
h) compromisso (arbitragem)
i) confus!o
%) remiss!o'
Veremos, no decorrer do nosso curso, as principais formas especiais
(ressalvando as que integram outras grades do 012), com investiga$!o da
posi$!o %urisprudencial relevante para concurso'
(# )*rispr*d+!cia Selecio!ada das Pri!cipais Formas Especiais de
Paame!to
& , -o!si!a./o em Paame!to tema da rade de Direito
Process*al -i'il1
R/3**40 5V50' .R564.7R5/' 2RV/ R325839.0' R34R*/
3*350'
;/ 3 /9*529;/ 38 2839./' 5*4**;/ 3R /
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
3/66
3
=' < pacífico o entendimento desta orte *uperior no sentido de que a a$!o
de consigna$!o em pagamento & via inadequada para for$ar a concess!o de
parcelamento e discutir a e>igibilidade e a e>tens!o do cr&dito tribut#rio
(precedentes citados: gRg no g ='?@A'B=CDR*, Rel' 8in' 6enedito
2on$alves, Ee =A'=F'?F=F gRg no R3sp BBC'@BFD*, Rel' 8in' German
6en%amin, Ee =H'H'?FFB R3sp ='F?F'B@?DR*, Rel' 8in' 8auro ampbell
8arques, Ee H'?'?FFB gRg no g @=='=IJDR*, Rel' 8in' .eori lbino
KavascLi, E ?B'H'?FFJ)'
?' gravo regimental a que se nega provimento'
(gRg no R3sp =?JFFHIDR*, Rel' 8inistro 84R/ 86300 8R+43*,
*3249 .4R8, %ulgado em ?HD=FD?F=?, Ee FCD==D?F=?)
R/3**40 5V50 3 .R564.7R5/' 2RV/ R325839.0 9/ 2RV/ 3
59*.R4839./' ;/ 3 /9*529;/ 38 2839./' 35/ 3
R30839./ /8 3M04*;/ /* R
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
4/66
4
(gRg no g =?AC=CFD*, Rel' 8inistro 63935./ 2/90V3*, R5835R
.4R8, %ulgado em ?@DFBD?F=F, Ee FJD=FD?F=F)
/9105./ 932.5V/ 3 /83.N95 39.R3 E4*.5 3*.40 3
E4*.5 133R0' *5*.38 159935R/ G65.;/ - *1G'3M34;/ 3 G5/.3 3 ;/ 3 /9*529;/ 38 2839./'
/93M;/' R3*39 31 9 053' /83.N95 E4*.5
133R0'
=' cone>!o afigura-se entre duas ou mais a$ões quando "# entre elas
identidade do ob%eto, ou da causa de pedir, impondo a reuni!o das a$ões
para %ulgamento em unum et idem %ude>, evitando, assim, a prola$!o de
decisões incocili#veis' 9este sentido, tivemos oportunidade de assentar ,
verbis: '''& possível que duas a$ões manten"am em comum numa a$!o
e>atamente a mesma causa petendi sustentando pedidos diversos' ssim,
v'g', quando aio pede, em face de .ício, numa a$!o, a rescis!o do
contrato e noutra a imposi$!o de perdas e danos por for$a da infra$!o de
uma das cl#usulas do contrato lavrado entre ambos'
3sse vínculo entre as a$ões por for$a da identidade de um de seuselementos denomina-se, tecnicamente, de cone>!o e, conforme o elemento
de liga$!o, diz-se cone>!o sub%etiva, cone>!o ob%etiva ou cone>!o causal'
conseqência %urídico-processual mais e>pressiva da cone>!o, malgrado
n!o l"e se%a a Snica, & a imposi$!o de %ulgamento simultTneo das causas
cone>as no mesmo processo (simultaneus processus)' raz!o desta regra
deriva do fato de que o %ulgamento em separado das causas cone>as gera o
risco de decisões contraditPrias, que acarretam grave desprestígio para ooder Eudici#rio' ssim, v'g', seria incoerente, sob o prisma lPgico, que um
%uiz acol"esse a infra$!o contratual para efeito de impor perdas e danos e
n!o a acol"esse para o fim de rescindir o contrato, ou ainda, que anulasse a
assembl&ia na a$!o movida pelo acionista M e n!o fizesse o mesmo quanto
ao acionista U, sendo idêntica a causa de pedir'
/ instituto da cone>!o tem, assim, como sua maior raz!o de ser, evitar o
risco das decisões inconcili#veis' or esse motivo, diz-se, tamb&m, que s!o
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
5/66
5
cone>as duas ou mais a$ões quando, em sendo %ulgadas separadamente,
podem gerar decisões inconcili#veis sob o Tngulo lPgico e pr#tico' (14M,
0uiz, urso de ireito rocessual ivil' Rio de Eaneiro: 1orense, ?FFA, H
3d', p' =@@D=@B)'
?' 5n casu, a cone>!o entre a a$!o consignatPria e a e>ecu$!o de "ipoteca
resta evidenciada, eis que, em ambas, discute-se os crit&rios de rea%uste de
presta$!o sub%acente a contrato de mStuo "ipotec#rio para aquisi$!o de
residência prPpria, balizado pelas regras do *istema 1inanceiro da
Gabita$!o - *1G' ortanto, a prola$!o de decisões parcialmente
contraditPrias & o suficiente para impor o %ulgamento simultTneo'
H' competência da Eusti$a 1ederal ressoa inequívoca para processar e
%ulgar a$!o consignatPria a%uizada em desfavor da ai>a 3conWmica 1ederal
- 31, empresa pSblica federal, na qual se litiga a respeito de contrato de
mStuo "ipotec#rio pelas regras do *1G, e> vi do art'
=FB, 5, da arta 8agna'
I' onsectariamente, a remessa dos autos da a$!o e>ecutiva ao Euízo
1ederal & mister, posto a cone>!o determinar a unidade do %ulgamento,
prevalecendo, in casu, na Eusti$a 1ederal'
A' %urisprudência emanada pela rimeira *e$!o deste sodalício & uníssona
ao assentar a competência da Eusti$a 1ederal para processar e %ulgar, por
cone>!o, e>ecu$!o "ipotec#ria e consigna$!o em pagamento tratando de
contrato de financiamento para aquisi$!o de casa prPpria, regido pelo *1G,
com a presen$a da ai>a 3conWmica 1ederal - 31 na contenda'(recedentes: =C'H=J - *, Relator 8inistro E/*< 302/, rimeira
*e$!o, E de FH de %un"o de ='BBC
=A'H@= - *, Relator 8inistro 38XR5./ R3590/, rimeira *e$!o,
E de FC de maio de ='BBC =H'@@@ - R*, Relator 8inistro 1R95*/
39G 8R.59*, rimeira *e$!o, E de FC de fevereiro de ='BBC)'
C' onflito con"ecido para %ulgar competente o E4YK/ 133R0 I VR *3;/ E4557R5 / 3*./ 3 *9. .R59'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
6/66
6
( AA'A@ID*, Rel' 8inistro 045K 14M, R5835R *3;/, %ulgado em
=?DF@D?FFB, Ee FAD=FD?FFB)
.R564.7R5/ 3 R/3**40 5V50' ;/ 3 /9*529;/ 38
2839./'
5*4**;/ */6R3 3M52565053 3 3M.39*;/ / Raminar todas as teses
levantadas durante um processo %udicial, bastando que as decisões
proferidas este%am devida e coerentemente fundamentadas, em obediência
ao que determina o art' BH, inc' 5M, da 0ei 8aior' 5sso n!o caracteriza
ofensa ao art' AHA, inc' 55, do ' recedente'
?' < pacífico o entendimento desta orte *uperior no sentido de que a a$!ode consigna$!o em pagamento & via inadequada para for$ar a concess!o de
parcelamento e discutir a e>igibilidade e a e>tens!o do cr&dito tribut#rio'
recedentes'
H' G# pelo menos cinco anos foi firmada a orienta$!o do *uperior .ribunal
de Eusti$a no sentido de que [\o] deferimento do parcelamento do cr&dito
fiscal subordina-se ao cumprimento das condi$ões legalmente previstas'
essarte, afigura-se inadequada a via da a$!o de consigna$!o em
pagamento, cu%o escopo & a desonera$!o do devedor, mediante o depPsito
do valor correspondente ao cr&dito, e n!o via oblíqua Q obten$!o de favor
fiscal, em burla Q legisla$!o de regência[ (R3sp AAI'BBBDR*, Rel' 8in' 0uiz
1u>, rimeira .urma, E4 =F'=='?FFH)'
I' 3m raz!o da longevidade do entendimento da orte *uperior, tem-se,
aqui, caso em que o recurso especial tem nítido propPsito protelatPrio, oque atrai a aplica$!o dos arts' =J e =@ do '
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
7/66
7
A' plica$!o do decidido no R3sp BJB'AFAD6, *egunda .urma, de min"a
relatoria, %' ?C'@'?FF@: multa por litigTncia de m#-f& pela interposi$!o de
recurso especial, o qual funciona, na "ipPtese, unicamente como obst#culo
do qual a parte lan$a m!o para pre%udicar o andamento do feito' 5ncidência
dos arts' =J e =@ do '
C' Recurso especial n!o-provido, com aplica$!o das conseqências previstas
no art' =@ do e e>pedi$!o de ofício para a *eccional da /rdem dos
dvogados do 6rasil competente para que se%am apuradas as condutas do
patrono da parte recorrente'
(R3sp =F?FB@?DR*, Rel' 8inistro 84R/ 86300 8R+43*, *3249
.4R8, %ulgado em FBD=?D?FF@, Ee FHDF?D?FFB)
R/3**40 5V50' 4*N95 3 R3+43*.5/9839./' R/3**/
5V50'
.R564.7R5/' ;/ 3 /9*529;/ 38 2839./' 9.4R3K 3
159053'
4.505K;/ R /6.3R R/V5839./ 3 R7.3R /9*.5.4.5V/,8/515.5V/ / RK/ /6R52;/' 58/**565053'
=' falta de prequestionamento da quest!o federal impede o con"ecimento
do recurso especial'
?' / depPsito em consigna$!o & modo de e>tin$!o da obriga$!o, com for$a
de pagamento, e a correspondente a$!o consignatPria tem por finalidade
ver atendido o direito ^ material ^ do devedor de liberar-se da obriga$!o ede obter quita$!o' .rata-se de a$!o eminentemente declaratPria: declara-se
que o depPsito oferecido liberou o autor da respectiva obriga$!o'
H' *endo a inten$!o do devedor, no caso concreto, n!o a de pagar o tributo,
no montante que entende devido, mas sim a de obter moratPria, por meio
de parcelamento em ?IF meses, & invi#vel a utiliza$!o da via consignatPria,
que n!o se presta Q obten$!o de provimento constitutivo, modificador de
um dos elementos conformadores da obriga$!o (prazo)'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
8/66
8
I' gravo regimental a que se nega provimento'
(gRg no g @=='=IJDR*, Rel' 8inistro .3/R5 0659/ KV*_5,
R5835R .4R8, %ulgado em =A'FH'?FFJ, E ?B'FH'?FFJ p' ??I)
ireito civil e processual civil' Recurso especial' 3mbargos do devedor Q
e>ecu$!o' &dula de cr&dito comercial' ropositura de a$!o de consigna$!o
em pagamento' ausa interruptiva de prescri$!o'
3mbargos de declara$!o' usência de omiss!o, contradi$!o e obscuridade'
- 5nadmissível o recurso especial quanto Q quest!o que, a despeito da
interposi$!o de embargos de declara$!o, n!o foi apreciada pelo .ribunalestadual, que decidiu fundamentadamente a controv&rsia, sem omissões,
contradi$ões, ou obscuridades'
- / a%uizamento da a$!o de consigna$!o em pagamento consiste em causa
que interrompe a prescri$!o, pois o devedor, por meio desta a$!o, pretende
consignar em %uízo o valor que entende devido, importando, por
conseguinte, em ato inequívoco de recon"ecimento do direito do credor, nos
termos do art' =J?, inc' V, do D=C (correspondência: art' ?F?, inc' V5, doDF?)'
Recurso especial parcialmente con"ecido e, nessa parte, provido'
(R3sp CI@'B@BDR*, Rel' 8inistra 99U 9R52G5, .3R35R .4R8,
%ulgado em ?A'FB'?FFC, E FB'=F'?FFC p' ?@A)
R34R*/ 3*350 - R/3**40 5V50 - ;/ 3 /9*529;/ 382839./ - G3+43 *38 149/* - R3*2.3 - /**565053 -
R34* 9/ R3365839./ / V0/R / .Y.40/ 30/ R3/R -
/9.R./ 3 15995839./ 3 V3Y40/ - 3*48R5839./
/9.R.40 - 5*4**;/ +43 3V3 *3R /6E3./ 3 ;/ RXR5 -
5**Y5/ E4R5*R43950 - 9;/ /8R/V;/'
= - onforme %# decidiu esta orte, & cabível a a$!o de consigna$!o em
pagamento nos casos de dívida representada por título cambi#rio'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
9/66
9
? - .ratando-se a pretens!o do autor, com a presente consignatPria, de
possibilitar o resgate de c"eques emitidos sem suficiência de fundos,
eventual discuss!o acerca da ocorrência de descumprimento contratual de
financiamento de veículo e eventual saldo devedor remanescente deve ser
efetivada pela via adequada'
H - ara a comprova$!o do dissídio & necess#rio que se proceda o efetivo
confronto analítico entre as decisões supostamente divergentes, o que n!o
foi feito' or outro lado, no caso vertente, verifico a ausência de similitude
f#tica uma vez que o caso trazido a confronto trata de n!o cumprimento de
obriga$!o no tempo e modo convencionados e neste discute-se a
possibilidade de consignatPria nos casos de dívida cambi#ria'
I - Recurso n!o con"ecido'
(R3sp @IB'AHBD82, Rel' 8inistro E/R23 *R.3KK595, +4R. .4R8,
%ulgado em ?='FB'?FFC, E FB'=F'?FFC p' H=F)
EME2TA 2RV/ 3 59*.R4839./' 0539;/ 15457R5' R3V5*;/
/9.R.40' 35*;/ 8/9/R7.5' R/565;/ 3 59*R5;/ /
9/83 / 3V3/R 38 XR2;/* 3 R3*.R5;/ / R
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
10/66
10
( 4 Paame!to com S*$,Roa./o
R/3**40 5V50' 8595*.R.5V/' R34R*/ 3*350 *5*.38
159935R/ 3 G65.;/' 1V*' [/9.R./ 3 2V3.['
.R9*13RN95 3 15995839./' 4*N95 3 /9/RZ95
31' /**565053'
=' orienta$!o %urisprudencial desta orte considera ser o cession#rio
de imPvel financiado pelo *1G parte legítima para discutir e demandar
em %uízo questões pertinentes Qs obriga$ões assumidas e aos direitos
adquiridos atrav&s dos cognominados [contratos de gaveta[, porquanto,
com o advento da 0ei n'` =F'=AFD?FFF, teve ele recon"ecido odireito Q sub-roga$!o dos direitos e obriga$ões do contrato primitivo'
?' Recurso 3special n!o provido'
(R3sp @C@'FA@D3, Rel' 859' R0/* 13R99/ 8.G5* (E45K
/9V// / .R1 = R325;/), *3249 .4R8, %ulgado em
=JDFID?FF@, Ee =?DFAD?FF@)
R/3**40 5V50' R34R*/ 3*350' 15995839./ 3 58XV30
30/ *1G' /63R.4R 30/ 1V*' 3**;/ 3 5R35./* 3036R
*38 59.3RV39;/ 39.53 159935R' [/9.R./ 3
2V3.['
0325.5853 / 3**5/97R5/ R R//*5.4R 3 ;/
R3V5*5/90'
5 - [/ adquirente de imPvel atrav&s de [contrato de gaveta[, com o
advento da 0ei =F'=AFD?FF, teve recon"ecido o direito Q sub-roga$!o
dos direitos e obriga$ões do contrato primitivo' or isso, tem ocession#rio legitimidade para discutir e demandar em %uízo questões
pertinentes Qs obriga$ões assumidas e aos direitos adquiridos[ (R3sp n`
JFA?H=DR*, Rel' 8in' 3059 08/9, E de =C'FA'?FFA)'
55 - Recurso especial provido'
(R3sp @@@'AJ?DR*, Rel' 8inistro 1R95*/ 10;/, R5835R
.4R8, %ulgado em FA'=?'?FFC, E ?C'F?'?FFJ p' ACC)
esquisa : *46R/2/
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
11/66
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
12/66
12
58/**565053 0320'
=' impen"orabilidade do bem de família & regra, somente cabendo as
e>ce$ões legalmente previstas' 9os termos da 0ei n` @'FFBDBF, art' H`, V55
(incluído pela 0ei n` @'?IADB=, art' @?), & possível a
pen"ora do bem de família como garantia de obriga$!o decorrente de
fian$a concedida em contrato de loca$!o'
?' / fiador que paga integralmente a dívida a qual se obrigou, fica
sub-rogado nos direitos e garantias do locador-credor' 3ntretanto,
n!o "# como estender-l"e o privil&gio da pen"orabilidade do bem de
família em rela$!o ao locat#rio-afian$ado, ta>ativamente previsto no
dispositivo mencionado, visto que nem mesmo o locador o dispun"a'
H' Recurso con"ecido e provido'
(R3* ?AACCHD*, Rel' 8inistro 3*/9 V5520, +459. .4R8, %ulgado
em ?B'FC'?FFF, E ?@'F@'?FFF p' =?A - *.E)
título de complementa$!o, vale registrar que o *.E, recentemente, tem
firmado a possibilidade de pen"ora do imPvel do fiador, na loca$!o:
R/3**/ 5V50' 0/;/' 159' 39G/R' 638 3 18Y05'
/**565053' R.' C?F / ' 3M34;/ 839/* 2RV/*'
59*4155N95 /* 639* /13R35/* 39G/R /8/ 2R9.5
YV5'
*O840 JD*.E'
5 - < possível a pen"ora do Snico bem imPvel do fiador do contrato de
loca$!o, em virtude da e>ce$!o legal do artigo H` da 0ei @'FFBDBF'(recedente: R3 n` IFJ'C@@, leno do *.1, %ulgado em F@DF?D?FFC,
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
13/66
13
maioria, noticiado no 5nformativo n` I=C, e publicado no E4 de
FCD=FD?FFC)'
55 - .endo o e' .ribunal a quo manifestado-se no sentido de que os bens
oferecidos Q pen"ora n!o seriam suficientes para garantir o cr&ditoe>eqendo, bem como que estariam su%eitos Q constri$ões precedentes,
infirmar tais posicionamentos demandaria o ree>ame do material f#tico-
probatPrio constante dos autos, o que encontra Pbice no 3nunciado n'` J da
*Smula desta orte' recedentes'
gravo regimental desprovido'
(gRg nos 3cl no g JJA'JHID*, Rel' 8inistro 1305M 15*G3R, +459..4R8, %ulgado em ?@'=='?FFC, E FA'F?'?FFJ p' HI=)
onfira ainda estes %ulgados:
0/;/' 386R2/* 3M34;/ 38 R7.3R R32R3**5V/' /4./R2
4MXR5 38 159' 10. 3 R3+43*.5/9839./' *46-R/2;/ /15/R +43 2 YV5 /R549 3
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
14/66
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
15/66
15
2RV/ R325839.0 9/ 2RV/ 3 59*.R4839./' ;/ R3*5*XR5'
4*395 3 R3+43*.5/9839./' 3X*5./* 38 3R93. 3
/49'
.3R8/ 59550 /RR3;/ 8/93.7R5'
=' escritura de confiss!o de dívida, embora ressalve, e>pressamente,
que de nova$!o n!o se trata e mencione os títulos origin#rios, que
incorpora, n!o %untados na inicial, & título "#bil para a e>ecu$!o, podendo a
omiss!o, se for o caso, ser suprida e mel"or e>aminada a defesa deduzida
pela via dos embargos de devedor' (3ag HAJHJAD0, Rel' 8inistro
R0/* 063R./ 8393K3* 5R35./, *3249 *3;/, E =FD==D?FFH')
H' gravo regimental provido'
(gRg no g AFI'CJHD0, Rel' 8inistro 045* 13053 *0/8;/, +4R..4R8, %ulgado em =JDF?D?FFB, Ee F?DFHD?FFB)
8595*.R.5V/' *5*.38 159935R/ G65.;/' 1V*'
/9.R./ 3M.59./ /R 9/V;/' R3V5*;/ E4550' /**565053'
R3339.3*'
=' [< pacífica a %urisprudência desta orte no sentido da possibilidade de
revis!o %udicial de contratos %# e>tintos pelo pagamento ou ob%eto de
nova$!o'[ (gRg no R3sp @J@'A?ADR*, = .urma, 8in' enise rruda, E de
HF'FI'?FF@)'
?' Recurso especial a que se d# parcial provimento'
(R3sp BIJ'A@JDR*, Rel' 8inistro .3/R5 0659/ KV*_5, R5835R
.4R8, %ulgado em =@D=?D?FF@, Ee FIDF?D?FFB)
/9.R./ 697R5/' 9/V;/' R3V5*;/'
- renegocia$!o ou nova$!o da dívida n!o veda a possibilidade de revis!o
dos contratos anteriores' 5ncide a *Smula ?@C'
- n!o %untada dos contratos anteriores pelo credor, apesar de
devidamente intimado para tanto, acarreta a e>tin$!o do processo
e>ecutivo sem %ulgamento do m&rito'
(gRg no g @F='BHFD*, Rel' 8inistro G4863R./ 2/83* 3 6RR/*,
.3R35R .4R8, %ulgado em FID=?D?FFJ, E =ID=?D?FFJ p' IF=)
R/3**40 5V50 - 2RV/ R325839.0 9/ 2RV/ 3 59*.R4839./- /9.R./ 3 /8R 3 V39 3 3+45839./ - ;/
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
16/66
16
30R.XR5 3 .Y.40/* 03V/* R/.3*./ - 9/V;/ -
59//RRN95 - *O840 JD*.E'
conclus!o do .ribunal de origem, no sentido de que n!o foi consumada
nova$!o, tendo em vista n!o ter nascido v#lida e perfeita a nova obriga$!o,
n!o pode ser afastada por implicar o revolvimento do quadro f#tico-
probatPrio, o que n!o se admite por for$a da *Smula J desta orte:
pretens!o de simples ree>ame de prova n!o ense%a recurso especial'
gravo regimental improvido'
(gRg no g BFF'@HFD*, Rel' 8inistro *5935 6393.5, .3R35R .4R8,
%ulgado em FBD=?D?FF@, Ee =BD=?D?FF@)
0/;/' 9/V;/' *O840* A 3 JD*.E' 159' R/RR/2;/'RK/ 593.3R859/' 2R9.5 .< 39.R32 * GV3*'
R3339.3*'
5 - Rever o acPrd!o recorrido, quanto Q ocorrência de nova$!o, implicaria
ree>ame de cl#usulas contratuais e revolvimento da mat&ria f#tico-
probatPria, procedimentos inadmissíveis em Tmbito de recurso especial, nos
termos das *Smulas A e JD*.E'
55 - onforme %urisprudência firmada pela 3gr&gia .erceira *e$!o, no
%ulgamento do 3R3sp ACC'CHHD3, "avendo cl#usula e>pressa no contrato
de loca$!o, no sentido de que a responsabilidade dos fiadores perdura at& a
efetiva entrega das c"aves, n!o "# que se falar em e>onera$!o da garantia,
ainda que "a%a prorroga$!o por prazo indeterminado' 5ncidência da *Smula
@HD*.E'
555 - Recurso que n!o se con"ece'
(R3sp BAB'FJHD*, Rel' 8inistra E93 *50V (3*386R2/R
/9V/ / .ED82), +459. .4R8, %ulgado em FBD=FD?FFJ, E
?BD=FD?FFJ p' H==)
8595*.R.5V/ ^ 1V* ^ *0/ 3V3/R ^ 9/V;/ ^ R.' ?`, H`,
035 =F'=AFD?FFF ^ 3*/9./ 59.32R0 ^ /**565053* ^
R3339.3*'
=' 3ste *uperior .ribunal de Eusti$a firmou orienta$!o no sentido de que [&
direito do mutu#rio a manuten$!o da cobertura do 1V* e, porconseqência, a liquida$!o antecipada do saldo devedor, com desconto de
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
17/66
17
=FF pelo 1undo, desde que o contrato ten"a sido celebrado at& H= de
dezembro de =B@J (art' ?`, H`, da 0ei n' =F'=AFDFF), ainda que "a%a
nova$!o dos d&bitos fundada em edi$!o anterior da 8edida rovisPria
='B@=-A?D?FFF, cu%as regras foram mantidas quando convertida na 0ei
=F'=AFD?FFF['
?' Recurso especial n!o provido'
(R3sp =FJA?@ID82, Rel' 8inistra 3059 08/9, *3249 .4R8,
%ulgado em FJD=FD?FF@, Ee FID==D?FF@)
R/3**/ 5V50' 386R2/* 3M34;/ 15*0' 3*5*.N95'
[R315*['
3*;/' R39O95 / 5R35./ 38 +43 *3 149 ;/' R3+45*5./'
=' 0ei B'BCID?FFF, no seu art' ?`, C`, tem como destinat#rios osautores das a$ões que versam os cr&ditos submetidos ao R315*' 3m
conseqência, tanto o particular em a$!o declaratPria, quanto a 1azenda
que aceita a op$!o ao programa, renunciam ao direito em que se fundam as
a$ões respectivas, porquanto, mutatis mutandi, a inser$!o no R315*
importa nova$!o Q luz do art' ==F do .9 cDc o art' BBB, 5, do '
?' /s embargos Q e>ecu$!o têm natureza de a$!o de con"ecimento
introduzida no organismo do processo de e>ecu$!o' 3m conseqência, a
op$!o pelo R315* importa em o embargante renunciar ao direito em que se
funda a sua oposi$!o de m&rito Q e>ecu$!o' onsidere-se, ainda, que a
op$!o pelo R315* e>terioriza recon"ecimento da legitimidade do cr&dito'
H' 3ncerrando a renSncia ao direito em que se funda a a$!o ato de
disponibilidade processual, que, "omologado, gera efic#cia de coisa %ulgada
material, indispens#vel que a e>tin$!o do processo, na "ipPtese, com
%ulgamento de m&rito, pois o contribuinte, ao ingressar, por sua prPpria
vontade, no Refis, confessa-se devedor, tipificando o art' ?CB, V do '
t& porque, o n!o-preenc"imento dos pressupostos para a inclus!o da
empresa no programa de parcelamento & quest!o a ser verificada pela
autoridade administrativa, fora do Tmbito %udicial'
I' desistência da a$!o & condi$!o e>igida pela 0ei n'` B'BCIDFF para que
uma empresa, em d&bito com o 59**, possa aderir ao programa de
recupera$!o fiscal denominado [R315*[' recedentes: R3sp J=@J=?DR*
Relatora 8inistra 3059 08/9 E ?H'FA'?FFA 3R3sp AF??ICDR*
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
18/66
18
Relator 8inistro 1R954005 93../ E FI'FI'?FFA R3sp C?FHJ@DR*
Relator 8inistro *.R/ 835R E ?H'F@'?FFI'
A' gravo Regimental desprovido'
(gRg nos 3cl no R3sp J?C'?BHDR*, Rel' 8inistro 045K 14M, R5835R
.4R8, %ulgado em =ADFHD?FFJ, E ?BDFHD?FFJ p' ?=B)
5V50' 0/;/' R/3**40 5V50' R34R*/ 3*350' 159'
/9.R./ 3 0/;/' 8E/R;/ / 042430 *38 94N95 /*
15/R3*'
9/V;/' *O840 ?=ID*.E' 0565053' R34R*/ 3*350
/9G35/ 3 R50839.3 R/V5/'
=' .endo a locadora e o locat#rio do imPvel ma%orado o valor do aluguel
sem a anuência dos fiadores, n!o respondem estes pelos acr&scimosverificados, mas apenas pelo valor originalmente pactuado, devidamente
rea%ustado na forma prevista no contrato de loca$!o'
?' [/ fiador na loca$!o n!o responde por obriga$ões resultantes de
aditamento ao qual n!o anuiu[ (*Smula ?=ID*.E)'
H' Recurso especial con"ecido e parcialmente provido'
(R3sp IHJ'FIFDR, Rel' 8inistro R90/ 3*.3V3* 058, +459. .4R8,
%ulgado em FC'FH'?FFJ, E =B'FH'?FFJ p' H@F)
ontratos banc#rios' Revis!o' rescri$!o' 9ova$!o' omiss!o de
permanência' apitaliza$!o' recedentes da orte'
=' prescri$!o para a a$!o revisional de contratos banc#rios & a ordin#ria
n!o se aplicando a qinqenal do antigo Pdigo ivil (art'
=J@, =F, 555)'
?' 9!o "# falar em nova$!o quando, como no caso, o %ulgado dei>a claro
que "# continuidade negocial, permitida a revis!o dos contratos anteriores,
nos termos da *Smula n` ?@C da orte'
H' 9o caso dos autos admite-se, apenas, a capitaliza$!o anual'
I' ossível a cobran$a da comiss!o de permanência n!o cumulada com
quaisquer outros encargos, nos termos da assentada %urisprudência da
orte'
A' Recurso especial con"ecido e provido, em parte'
(R3sp C@A'F?HDR*, Rel' 8inistro R0/* 063R./ 8393K3* 5R35./,.3R35R .4R8, %ulgado em =C'FH'?FFC, E FJ'F@'?FFC p' ??F)
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
19/66
19
5V50' 9/V;/' *e o a%uste subseqente n!o & incompatível com o
contrato origin#rio, sP a manifesta$!o e>pressa das partes autoriza o
recon"ecimento da nova$!o - ine>istente no caso concreto' Recursos
especiais n!o con"ecidos'
(R3sp =@H'AFBDRE, Rel' 8inistro R5 R23903R, .3R35R .4R8,
%ulgado em FI'=F'?FFA, E ?='=='?FFA p' ??I)
2RV/ 59.3R9/' /9.R./ 697R5/' R3V5*;/' /**565053'
/s contratos banc#rios s!o passíveis de revis!o %udicial, ainda que ten"am
sido ob%eto de nova$!o, pois n!o se validam nem se ratificam obriga$õesnulas'
gravo a que se nega provimento'
(gRg no g CFA'BF@DR*, Rel' 8inistro *.R/ 150G/, .3R35R .4R8,
%ulgado em =J'FH'?FFA, E ?A'FI'?FFA p' HIF)
R34R*/ 3*350' /9.R./* 697R5/*' 032;/ 3 9/V;/'
*O840*
FA 3 FJD*.E' ' R3V5*;/' /**565053' 0585.;/ .M 3
E4R/*' 1*.839./' 035 9'` I'ABADCI'
5 - fastada pelo tribunal de origem a ocorrência de nova$!o em
raz!o da continuidade negocial, o ree>ame da quest!o encontra Pbice
no enunciado das *Smulas FA e FJ desta orte'
55 ^ inda que assim n!o fosse, pacífico o entendimento desta orte
no sentido da aplicabilidade das disposi$ões do Pdigo de efesa do
onsumidor aos contratos banc#rios, & possível sua revis!o, sendo
certo que a nova$!o n!o convalida cl#usulas ilegais'
555 ^ a 0ei n'` I'ABADCI resulta n!o e>istir, para as institui$ões
financeiras, a restri$!o constante da 0ei de 4sura, devendo
prevalecer o entendimento consagrado na *Smula ABC do *upremo
.ribunal 1ederal'
Recurso especial parcialmente provido'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
20/66
20
(R3* HBBJ=CDR*, Rel' 8inistro *.R/ 150G/, .3R35R .4R8, %ulgado
em ?='=F'?FFH, E =F'=='?FFH p' =@C)
: 4 Da./o em Paame!to
R34R*/ 3*350 - ;/ 8/95.XR5 - 159 3 V0 - 5*.59;/ - /
R5835R/ .38 9.4R3K 8650 3 / *3249/ 3 5R35./ /848 -
;/ 38 2839./ - /R5238 - R3365839./ 3 /5* 5*.59.
9.3R5/R839.3 V39 - /R/ 39.R3 R3/R 3 3V3/R -
R3+45*5./* - 3M5*.N95 3 /6R52;/ Rige-se uma obriga$!o
previamente criada um acordo posterior, em que o credor concorda em
aceitar coisa diversa daquela anteriormente contratada e, por fim, a entrega
da coisa distinta com a finalidade de e>tinguir a obriga$!o
5V - e>igência de anuência e>pressa do credor, para fins de da$!o em
pagamento, traduz, ultima ratio, garantia de seguran$a %urídica para os
envolvidos no negPcio %urídico, porque, de um lado, d# ao credor apossibilidade de avaliar, a conveniência ou n!o, de receber bem diverso do
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
21/66
21
que originalmente contratado' 3, por outro lado, assegura ao devedor,
mediante recibo, nos termos do que dispõe o art' H?F do Pdigo ivil, a
quita$!o da dívida
V - 9a esp&cie, o recorrente n!o demonstrou, efetivamente, a anuência
e>pressa do credor para fins de comprova$!o da e>istência de da$!o em
pagamento, o que ense%a a veda$!o de e>ame de tal circunstTncia, nesta
orte *uperior, por Pbice da *Smula JD*.E
V5 - Recurso especial improvido'
(R3sp ==H@BBHD*, Rel' 8inistro 8**85 4U3, .3R35R .4R8,
%ulgado em FHDFHD?F==, Ee =CDFHD?F==)
5R35./ 5V50' 5R35./ * /6R523*, 3 18Y05 3 3 *43**3*'
;/ 38 2839./' /. 3 58XV30'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
22/66
22
mas n!o a impWs obrigatoriamente, cabendo assim a cada ente federativo,
no domínio de sua competência e segundo as conveniências de sua política
fiscal, editar norma prPpria para implementar a medida'
?' Recurso especial improvido'
(R3sp @@I'?J?DRE, Rel' 8inistro .3/R5 0659/ KV*_5, R5835R
.4R8, %ulgado em FC'FH'?FFJ, E ?B'FH'?FFJ p' ?H@)
G63* /R4*' R5*;/ 5V50' 3V3/R 3 05839./*' 3M34;/ 9
1/R8 / R.52/ JHH / X52/ 3 R/3**/ 5V50'
/ d&bito, vencido "# mais de dois anos e relativo a quatro anos de
presta$ões alimentícias, alcan$ando alto valor, ainda que fruto de e>ecu$!osob o rito do artigo JHH do Pdigo de rocesso ivil, pode ser saldado por
da$!o de imPvel em pagamento'
/rdem concedida para suspender a pris!o pelo prazo de trinta dias, a fim
de oportunizar a postulada da$!o em pagamento'
(G ?F'H=JD*, Rel' 8inistro 3*R *1/R R/G, +4R. .4R8,
%ulgado em ?A'FC'?FF?, E =='=='?FF? p' ?=B)
; , -ompe!sa./o
2RV/ R325839.0' /9.R./ 3 8O.4/' 34;/ / *07R5/ /
/RR39.5*., .Y.40/ 3 /839*;/, 3 V0/R3* 595805/*'
58/**565053' 35*;/ 2RV' 894.39;/'
='- 5nadmissível a apropria$!o, pelo banco credor, de sal#rio do correntista,
como forma de compensa$!o de parcelas inadimplidas de contrato de
mStuo'
?'- gravo Regimental improvido'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
23/66
23
AR !o REsp &(&:;& Rel# Mi!istro SID2EI BE2ETI>
TER-EIRA T6RMA> ?*lado em &@=0@=(0&&> D)e (=0@=(0&&1
EE-6Ç9O# PE2S9O ALIME2TC-IA# -OMPE2SAÇ9O#
iscute-se se as dívidas alimentícias podem ser ob%eto de compensa$!o' 9o
caso, as instTncias ordin#rias recon"eceram ser possível a compensa$!o do
montante da dívida de verba alimentar com o valor correspondente Qs cotas
condominiais e 5.4 pagos pelo alimentante, relativos ao imPvel em que
residem os ora recorrentes, seus fil"os e a m!e deles' ois, embora o
alimentante se%a titular da nu-propriedade do referido imPvel e o usufruto
perten$a Q avP paterna dos recorrentes, os fil"os e a m!e moram no imPvel
gratuitamente com a obriga$!o de arcar com o condomínio e o 5.4' ara o
8in' Relator, apesar de vigorar, na legisla$!o civil nacional, o princípio da
n!o-compensa$!o dos valores referentes Q pens!o alimentícia, em situa$ões
e>cepcionalíssimas, essa regra pode ser fle>ibilizada' estaca que a
doutrina admite a compensa$!o de alimentos em casos peculiares e, na
esp&cie, "# superioridade do valor da dívida de alimentos em rela$!o aos
encargos fiscais e condominiais pagos pelo recorrido, que arcou com a
despesa que os alimentandos deveriam suportar, para assegurar-l"es aprPpria "abita$!o' ssim, concluiu que, de acordo com as peculiaridades
f#ticas do caso, n!o "aver a compensa$!o importaria manifesto
enriquecimento sem causa dos alimentandos' 5sso posto, a .urma n!o
con"eceu o recurso' recedente citado: g BC='?J=-*, E =JD=?D?FFJ'
REsp Rel# Mi!# Massami 6eda> ?*lado em &=
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
24/66
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
25/66
25
5 - transa$!o celebrada entre investidores e institui$ões financeiras em
decorrência da perda de investimentos com a desvaloriza$!o cambial
ocorrida em =BBB & v#lida, ficando afastada a pretens!o deduzida pelos
autores de que e>istiu vício de vontade a macular o ato %urídico'
55 - or se tratar de mat&ria que se encontra pacificada nas .urmas que
integram a ' *egunda, e, estando satisfeitos os requisitos de
admissibilidade, & admissível o %ulgamento do recurso especial por decis!o
monocr#tica, com base no artigo AAJ, caput, do Pdigo de rocesso ivil, o
qual prescinde do ree>ame de prova'
555 - / fato de os agravantes terem obtido, na origem, liminar em processo
cautelar assegurando-l"es o direito de discutir futuramente os termos do
acordo celebrado n!o apresenta maior relevo, devido ao efeito de coisa %ulgada assumido pela transa$!o, bem como em raz!o de a liminar
concedida - assim como o cPrd!o recorrido -, encontrar-se divorciada da
orienta$!o %urisprudencial desta orte sobre a mat&ria'
5V - 3m sede de agravo regimental n!o se discute quest!o que, a despeito
de ter sido suscitada nas contra-razões do recurso especial, n!o foi debatida
no .ribunal de origem, de modo a configurar o prequestionamento,
representando inova$!o de argumento'
gravo regimental improvido'
(gRg no g JF?'CFIDRE, Rel' 8inistro *5935 6393.5, .3R35R .4R8,
%ulgado em FIDFBD?FF@, Ee ?HDFBD?FF@)
R/3**40 5V50' 032;/ 3 /139* / R.' AHA / '
932.5V 3 R3*.;/ E4R5*55/90 9;/ /91524R' 12.*'
/RR3;/ 8/93.7R5'
513R39*' .R9*;/ 3M.RE4550' /6*3RVZ95 1/R8
R3V5*. 9/ R.' @I? / X52/ 5V50' 3*933**53' 94053
.R9*;/ /R /4.R/ VY5/' R3/9G35839./ 38 ;/ RXR5'
G/9/R7R5/*' R.'
?B- 035 @'FHCDBF, /8 R3;/ 30 835 R/V5*XR5
?'=CI-IFDF=' 3* E45K* 9.3* 3 ?J'FJ'?FF='
590565053'
=' 9!o viola o artigo AHA do , nem importa negativa de presta$!o %urisdicional o acPrd!o que adota fundamenta$!o suficiente para decidir de
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
26/66
26
modo integral a controv&rsia posta' recedentes: 3cl no gRg no 3R3sp
?AIBIBD*, .erceira *e$!o, 8in' 2ilson ipp, E de F@'FC'?FFA 3cl no
8* B?=HD1, rimeira *e$!o, 8in' .eori lbino KavascLi, E de ?='F?'?FFA
3cl no gRg no ?C@F@DRE, *egunda *e$!o, 8in' astro 1il"o, E de
=F'FC'?FF?'
?' transa$!o prevista na 0ei omplementar n` ==FDF= n!o se submete Q
forma prevista no art' @I? do Pdigo ivil, e sim Q forma prescrita pela lei
que regula a "ipPtese específica, que, observada, autoriza a sua
"omologa$!o %udicial'
H' nulidade da transa$!o por vício de vontade deve ser alegada, se for o
caso, em a$!o prPpria' recedentes: R3sp JHFFAH D R, = .', 8in' .eori
lbino KavascLi, E FC'FC'?FFA R3sp JBJI@I D *, ? .', 8in' e$an"a8artins, E ?C'FI'?FFC'
I' / art' ?B- da 0ei n` @'FHCDBF, introduzido pela 8 nh ?'=CI-IFD?FF=, &
norma especial em rela$!o aos arts' ?F e ?= do , aplicando-se Qs a$ões
a%uizadas apPs ?J'FJ'?FF=, inclusive nas causas que n!o têm natureza
trabal"ista, movidas pelos titulares das contas vinculadas contra o 12.*,
administrado pela 31'
A' Recurso especial a que se d# provimento'
(R3sp @BF'FJ@D*, Rel' 8inistro .3/R5 0659/ KV*_5, R5835R
.4R8, %ulgado em =H'FH'?FFJ, E FB'FI'?FFJ p' ?I=)
R34R*/ 3*350' R.52/ AHA / X52/ 3 R/3**/ 5V50'
V5/0;/'
9;/ //RRN95' .R9*;/' G/8/0/2;/' 35*;/
59.3R0/4.XR5'
R34R*/ 6YV30' 2RV/ 3 59*.R4839./'
=' 9!o ocorre omiss!o quando o .ribunal de origem decide
fundamentadamente todas as questões postas ao seu crivo, assim como
n!o "# confundir entre decis!o contr#ria ao interesse da parte e ine>istência
de presta$!o %urisdicional'
?' decis!o que "omologa transa$!o, mas determina o prosseguimento da
e>ecu$!o quanto aos "onor#rios advocatícios, & impugn#vel por meio de
agravo de instrumento'H' gravo regimental a que se nega provimento'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
27/66
27
(gRg no g BBJ'CHHD1, Rel' 8inistro 40/ 200/..5, *3M. .4R8,
%ulgado em =BDFCD?FF@, Ee ?ADF@D?FF@)
R/3**40 5V50 ^ 12.* ^ /**565053 3 G/8/0/2;/
.R9*;/ R3V5*. 9 035 /803839.R 9' ==FD?FF=,
5933939.3839.3 3 **5*.N95 / V/2/' R34R*/
3*350 R/V5/'
=' *e o negPcio %urídico da transa$!o %# se encontra concluído entre as
partes, impossível & a qualquer delas o arrependimento unilateral' ssim,
v#lido o acordo celebrado, obriga-se o %uiz Q sua "omologa$!o, salvo se
ilícito o seu ob%eto, incapazes as partes ou irregular o ato, o que n!o
ocorreu no presente caso'?' / fundista, nos termos do artigo J` da 0 n' ==FDF=, pode transigir
e>tra%udicialmente com a ai>a 3conWmica 1ederal, a fim de que se%am
aplicados os índices de corre$!o monet#ria Qs suas contas'
*omente a "omologa$!o & %udicial e, nesta fase, faz-se necess#ria a
presen$a de advogado' recedentes do *.E'
H' Recurso especial provido para "omologar a transa$!o'
(R3sp =FAJ=I?D*, Rel' 8inistro R0/* 13R99/ 8.G5* (E45K
133R0 /9V// / .R1 = R325;/), *3249 .4R8, %ulgado em
=JDFCD?FF@, Ee FJDF@D?FF@)
R/3**/ 5V50' .R9*;/' 4*N95 3 *39.39 /939.XR5'
G/9/R7R5/*' 3*65839./'
*e as partes transacionaram, n!o "ouve perdedor ou gan"ador' *endo
assim, n!o "# que se falar em condena$!o Q verba "onor#ria (art'?C,
?`)'
Recurso desprovido'
(R3* AIHJIBD82, Rel' 8inistro E/*< R90/ 1/9*3, +459.
.4R8, %ulgado em FJ'=?'?FFI, E =I'F?'?FFA p' ??A)
12.*' /RR3;/ 8/93.7R5' 513R39*' .R9*;/
3M.RE4550'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
28/66
28
R3*39 / V/2/' 3*933**53' 94053 .R9*;/
/R
/4.R/ VY5/' 933**53 3 50;/ R/6.XR5'
R3/9G35839./ 38
;/ RXR5'
=' assistência de advogado n!o constitui requisito formal de
validade de transa$!o celebrada e>tra%udicialmente, mesmo versando
sobre direitos litigiosos' recedentes'
?' nulidade da transa$!o por vício de vontade (descon"ecimento da
e>istência de trTnsito em %ulgado da senten$a de m&rito) deve ser
alegada, se for o caso, em a$!o prPpria'
H' Recurso especial a que se d# provimento'(R3* CCCIFFD*, Rel' 8inistro .3/R5 0659/ KV*_5, R5835R
.4R8, %ulgado em =B'=F'?FFI, E ??'=='?FFI p' ?B?)
4 -o!"*s/o
R/3**40 5V50' R34R*/ 3*350' 15M;/ 3 V3R6
G/9/R7R5 38 1V/R 3 3139*/R5 O605 3*.40 /9.R /
RXR5/ 3*./'
58/**565053' R3339.3* / *.E' *O840 I?=D*.E'
R34R*/ 3*350 R/V5/'
=' *egundo a %urisprudência do *.E, o 3stado n!o pode ser
condenado ao pagamento de "onor#rios advocatícios sucumbenciais a favor
de sua efensoria Sblica estadual, tendo em vista a ocorrência do instituto
da confus!o' 5ncidência da *Smula I?=D*.E'
?' Recurso especial provido'
(R3sp =?@=I?AD*, Rel' 8inistro 84R/ 86300 8R+43*,
*3249 .4R8, %ulgado em ??D==D?F==, Ee F=D=?D?F==)
R/3**40 5V50' 8595*.R.5V/' 2RV/ R325839.0
9/ 2RV/ 3 59*.R4839./' 1/R935839./ 3 835839./'2839./ * 4*.* R/3**45* 30/ 3*./' /914*;/ 39.R3
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
29/66
29
R3/R 3 3V3/R' 4*N95 3 R3+43*.5/9839./' *O840
?==D*.E' XR;/ 149/ 9/ 3M83 3 8.pressa
previs!o legal e>tingue-se a obriga$!o'
H' om base nessa premissa, a %urisprudência desta orte tem
assentado o entendimento de que n!o s!o devidos "onor#rios advocatícios
Q efensoria Sblica quando atua contra a pessoa %urídica de direito pSblicoda qual & parte integrante'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
30/66
30
I' contrario sensu, recon"ece-se o direito ao recebimento dos
"onor#rios advocatícios se a atua$!o se d# em face de ente federativo
diverso, como, por e>emplo, quando a efensoria Sblica 3stadual atua
contra 8unicípio'
A' gravo regimental n!o provido'
(gRg no g ==H=HA=D82, Rel' 8inistra 3059 08/9,
*3249 .4R8, %ulgado em ?FDF@D?FFB, Ee =FDFBD?FFB)
R/3**40 5V50 3 8595*.R.5V/' R34R*/ 3*350'
59.3R/*5;/ 9 39N95 3 E402839./ 3 386R2/*
30R.XR5/*' 59.383*.5V53'
E402839./ 3M.R 3.5.' 8.
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
31/66
31
%ulgamento e>tra-petita na an#lise do domínio, no bo%o da presente a$!o,
porquanto "#, em verdade, impossibilidade %urídica de o titular e>propriar
bem prPprio, o que encerra figura assemel"ada Q confus!o[ (R3sp
J@I=CJ D R, 8in'
0uiz 1u>, Ee FA'FA'?FF@)'
I' 3sta orte, por diversas vezes, assentou o entendimento de
que [in casu, cuidam-se de mil"ares de a$ões de desapropria$!o em curso
na Eusti$a 1ederal do 3stado do aran#, cu%a discuss!o dominial assume
relevTncia amazWnica, impondo-se o afastamento do Pbice em enfrentar a
legitimidade dos títulos, sob pena de resultar em nefastas conseqências
aos entes envolvidos - e>propriados, 5ncra, 4ni!o e 8inist&rio Sblico,
como, v'g', duplica$!o do nSmero de a$ões no %udici#rio e enriquecimentosem causa, com pre%uízos incalcul#veis[ (R3sp J?='JC@-R, = .urma, 8in'
0uiz 1u>, E de =@'FC'?FF@)'
A' abível, no seio da a$!o de desapropria$!o em comento, a
discuss!o atinente Q titularidade das terras ao argumento de que "#
contornos específicos no caso (violência e disputa de terras concedidas a
non domino) e, ainda em [respeito ao princípio do contraditPrio e da ampla
defesa e realiza$!o dos princípios da instrumentalidade das formas e da
efetividade da presta$!o %urisdicional[' recedentes da = .urma desta
orte: R3sp =F?B?BADR, 8in' .eori lbino KavascLi, Ee de ?F'F@'?FF@
R3sp J?@'JBADR, E de =B'FC'?FF@ R3sp @?A'C@ADR, E de =B'FC'?FF@
R3sp @I?'FACDR, E de =B'FC'?FF@R3sp @I@'BCADR, E de =B'FC'?FF@
R3sp @AF'BHADR, E de =@'FC'?FF@, todos da relatoria do 8inistro 0uiz
1u>'
C' Recurso especial do e>propriado n!o con"ecido Recurso
especial do 3stado do aran# parcialmente con"ecido e, nessa parte, n!o
provido'
(R3sp JA?'A@HDR, Rel' 8inistro .3/R5 0659/ KV*_5,
R5835R .4R8, %ulgado em =CDFBD?FF@, Ee ??DFBD?FF@)
R/3**40 5V50' /6R52;/ 3 39.R32R /5* 3R.'
835839./*'
*.R359.3*' 1K39 O605' 840. 57R5 /859.XR5'65839./'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
32/66
32
9.4R3K' R/V35./ 38 1V/R / R3/R' V0/R 840. /3
40.R**R / V0/R R3*.;/' 9;/ /3 59V56505KR
R3*.;/ R5950' 9;/ G7 0585.;/ 3 3R39.40 15M/ 30/
0325*0/R'
=' obriga$!o de fazer permite ao %uízo da e>ecu$!o, de ofício ou a
requerimento da parte, a imposi$!o de multa cominatPria ao devedor, ainda
que se%a a 1azenda Sblica, consoante entendimento consolidado neste
.ribunal' recedentes: gRg no R3sp JBC?AADR*, Rel' 8in' 0uiz 1u>,
rimeiro .urma, =H'=='?FFC R3sp @H=J@IDR*, Rel' 8in' enise rruda,
rimeira .urma, FJ'=='?FFC gRg no R3sp @AHBBFDR*, Rel'
8inistro Eos& elgado, rimeira .urma, E =C'=F'?FFC R3sp @A=JCF D R*,
Rel' 8in' .eori lbino KavascLi, rimeira .urma, =='FB'?FFC'?' multa processual prevista no caput do artigo =I do difere da multa
cominatPria prevista no rt' IC=, I` e A`, vez que a primeira tem
natureza punitiva, enquanto a segunda tem natureza coercitiva a fim de
compelir o devedor a realizar a presta$!o determinada pela ordem %udicial'
H' /s valores da multa cominatPria n!o revertem para a 1azenda Sblica,
mas para o credor, que faz %us independente do recebimento das perdas e
danos' onsequentemente, n!o se configura o instituto civil da confus!o
previsto no art' H@= do Pdigo ivil, vez que n!o se confundem na mesma
pessoa as qualidades de credor e devedor'
I' / legislador n!o estipulou percentuais ou patamares que vinculasse o
%uiz na fi>a$!o da multa di#ria cominatPria' o rev&s, o C`, do art' IC=,
autoriza o %ulgador a elevar ou diminuir o valor da multa di#ria, em raz!o
da peculiaridade do caso concreto, verificando que se tornou insuficiente ou
e>cessiva, sempre com o ob%etivo de compelir o devedor a realizar a
presta$!o devida'
A' / valor da multa cominatPria pode ultrapassar o valor da obriga$!o a ser
prestada, porque a sua natureza n!o & compensatPria, porquanto visa
persuadir o devedor a realizar a presta$!o devida'
C' dvirta-se, que a coer$!o e>ercida pela multa & tanto maior se n!o
"ouver compromisso quantitativo com a obriga$!o principal, obtemperando-
se os rigores com a percep$!o lPgica de que o meio e>ecutivo deve conduzir
ao cumprimento da obriga$!o e n!o inviabilizar pela bancarrota patrimonialdo devedor'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
33/66
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
34/66
34
confundem na mesma pessoa o credor e o devedor' recedentes: R3sp
ABA'==?DR*, Relator 8in'
astro 8eira, E4 ?IDFAD?FFI, R3sp AHC'F=FDR*, Relator 8in' .eori lbino
KavascLi, E4 ?@D=FD?FFH, e R3sp C?F'FAJDR*, da relatoria deste
8agistrado, E4' =@'=F'?FFI'
Recurso especial improvido'
(R3sp JFI'JCHDRE, Rel' 8inistro 1R954005 93../, *3249 .4R8,
%ulgado em ??'FH'?FFA, E ?F'FC'?FFA p' ?HC)
3# Remiss/o e -o!"*s/o
3mbora n!o ten"am a dimens!o tePrica de outros institutos,como a nova$!o ou o pagamento com sub-roga$!o, cuidaremos de tecer
algumas importantes considera$ões sobre a remiss/o e a co!"*s/o'
omecemos com a remiss!o'
5nicialmente, cumpre-nos, lembrar que esta modalidade de
e>tin$!o da obriga$!o n!o se confunde com a remi.!o, escrita com a letra
ç , que & instituto %urídico completamente diferente (de acentuado cun"o
processual)'
3>emplo da aplica$!o processual do instituto & a remi$!o da dívida
que est# prevista no art' CA= do vigente Pdigo de rocesso ivil brasileiro,
consistente no pagamento do total da dívida, e>tinguindo a e>ecu$!oH'
9!o & do instituto processual, todavia, de que cuidamos'
3 : rt' CA=' ntes de ad%udicados ou alienados os bens, pode oe>ecutado, a todo tempo, remir a e>ecu$!o, pagando ou consignando a importTnciaatualizada da dívida, mais %uros, custas e "onor#rios advocatícios' (Reda$!o dada
pela 0ei n` =='H@?, de ?FFC)'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
35/66
35
remiss!o aqui tratada traduz o perd!o da dívida, e>presso ou
t#cito, total ou parcial, e que, para se configurar, e>ige a con%uga$!o de
dois requisitos b#sicos:
a) Ânimo de perdoar
b)
Aceitação do perdão: 9esse sentido, observa
/R09/ 2/83*: “Para a doutrina italiana a
remissão de dvida ! neg"cio #urdico unilateral, uma
esp!cie particular de ren$ncia a um direito de
cr!dito% &. /ptou a nova 0ei odificada, portanto, pela
teoria oposta, no sentido do recon"ecimento danatureza bilateral da remiss!o (art' H@A, )'
l&m disso, o perd!o n!o pode pre%udicar a eventuais direitos de
terceiros'
onfira os artigos de lei:
Y.40/ 5M
a Remiss!o das ívidas
rt' H@A' remiss!o da dívida, aceita pelo devedor, e>tingue a obriga$!o,
mas sem pre%uízo de terceiro'
rt' H@C' devolu$!o volunt#ria do título da obriga$!o, quando por escrito
particular, prova desonera$!o do devedor e seus co-obrigados, se o credor
for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir'
rt' H@J' restitui$!o volunt#ria do ob%eto empen"ado prova a renSncia do
credor Q garantia real, n!o a e>tin$!o da dívida'
rt' H@@' remiss!o concedida a um dos co-devedores e>tingue a dívida na
parte a ele correspondente de modo que, ainda reservando o credor a
I 2/83*, /rlando' 'brigaç(es. @ ed' Rio de Eaneiro: 1orense, =BB?, p#g' =AF'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
36/66
36
solidariedade contra os outros, %# l"es n!o pode cobrar o d&bito sem
dedu$!o da parte remitida'
assemos, pois, agora, Q confus!o'
/pera-se a confus!o quando as qualidades de credor e devedor
s!o reunidas em uma mesma pessoa, e>tinguindo-se, conseqentemente, a
rela$!o %urídica obrigacionalA'
< o que ocorre, por e>emplo, uando um su#eito ! devedor de
seu tio, e, por *orça do *alecimento deste, aduire, por sucessão, a sua
herança' 3m tal "ipPtese, passar# a ser credor de si mesmo, de forma queo d&bito desaparecer# por meio da confus!o'
9esse sentido, dispõe o art' H@= do -F?:
“Art. 3+. -tingue/se a obrigação, desde ue na mesma
pessoa se con*undam as ualidades de credor e devedor%.
E# o art' H@I do Pdigo, finalmente, ao tratar da confus!o,
poderia causar alguma dSvida:
rt' H@I' essando a confus!o, para logo se restabelece, com
todos os seus acessPrios, a obriga$!o anterior'
ara facilitar a compreens!o da regra, vale transcrever o e>emplo
apresentado pelo ilustre 70VR/ V500 K3V3/:
A 9esse sentido, n!o "# dSvida na %urisprudência: ;/ 3 59395K;/' +uando as qualidades de credor e devedor se
confundem na mesma pessoa ocorre a figura da confus!o, sendo descabido o
pedido de indeniza$!o recursos denegados' ecis!o unTnime' (.R56490 3E4*.5 / R . 3 E402839./: FAD=?D=B@B R34R*/: 30/ 5V309483R/: =F?AB R30./R: 045/ R9.3*)
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
37/66
37
*eria o caso de operar-se a confus!o, de acordo com o
primeiro e>emplo dado, tendo em vista a sucess!o provisPria
de B (ante sua morte presumida ^ desaparecimento em um
desastre aviatPrio)' 9este caso, durante o prazo e as condi$ões
que a lei prevê, aparecendo vivo B, desaparece a causa da
confus!o, podendo dizer-se que A esteve impossibilitado de
pagar seu d&bito, porque iria fazê-lo a si prPprio, por ser
"erdeiro de B, como se, nesse período, estivesse neutralizado
o dever de pagar com o direito de receber'C
:# Teto -ompleme!tar
LEMBRETE
3m outra grade do urso, nas aulas de .eoria 2eral dos ontratos,
ser# estudada a principiologia constitucional aplic#vel Qs /briga$ões e
aos ontratos'9o entanto, desde %#, trazemos, para o seu estudo, um e>celente
te>to do rof' aulo 0Wbo, grande civilista brasileiro, a respeito da
mat&ria'
/bserve, portanto, que o seu estudo de ireito das /briga$ões e dos
ontratos somente ser# completo a partir de uma necess#ria cone>!o
com os princípios constitucionais, como o da fun$!o social e o da
boa-f& ob%etiva'
*egue, pois, o te>to do renomado %urista'
DE7ERES GERAIS DE -O2D6TA 2AS OBRIGAÇÕES -I7IS
C K3V3/, 7lvaro Villa$a' 0eoria 1eral das 'brigaç(es. B' ed' *!o aulo: R.,?FF=, p#gs' ??I-??A' everes gerais de conduta nas obriga$ões civis ' )*s 2a'ia!di, .eresina, a' B,
n' J==, =C %un' ?FFA' isponível
em:j"ttp:DDkkk='%us'com'brDdoutrinaDte>to'aspidCBFH' cesso em: FH %ul'?FFA'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
38/66
38
Paulo 2ui 4etto 2obo
S6MHRIO: =' 3V3R3* 93M/* R3*.;/ 3 3V3R3* 23R5* 3
/94. ?' 3V3R 3 6/-1< /6E3.5V 9* /6R523* ?'='
everes pr& e pPs-contratuais ?'?' ever de n!o agir contra o ato prPprio
H' 3V3R 3 R305K;/ 149;/ */50 * /6R523* I'
3V3R 3 3+45V0N95 8.3R50 3 5R35./* 3 3V3R3* A' 3V3R
3 3+453 C' 3V3R 3 591/R8R C'=' ever de informar e efeito
%urídico da publicidade C'?' ever de informar e garantia de
cognoscibilidade J' V5/0;/ /*5.5V /6R52;/'
DE7ERES A2EOS PRESTAÇ9O E DE7ERES GERAIS DE -O2D6TA
G# deveres que e>cedem do prPprio e estrito dever de presta$!o,
especialmente nas obriga$ões negociais, mas que s!o com ele
necessariamente ane>os, unidos ou correlacionados' 0arenz denomina-os
[deveres de conduta[, que resultam do que as partes estipularam, ou do
princípio da boa-f&, ou das circunstTncias, ou, finalmente, das e>igências do
tr#fico, que podem afetar a conduta que de qualquer modo este%a em
rela$!o com a e>ecu$!o da obriga$!o' ara ele, esses deveres n!o podem
ser demandados autonomamente, mas sua viola$!o fundamenta obriga$!o
de indeniza$!o ou, ante certas circunstTncias, a resolu$!o do negPcio
%urídico' 3sses deveres resultam naturalmente da rela$!o %urídica
obrigacional, mas se diferenciam por seu car#ter secund#rio ou
complementar do dever prim#rio de adimplemento' .oda obriga$!o recebe
seu car#ter distintivo (sua configura$!o como contrato de loca$!o, de
compra e venda, de empreitada) precisamente atrav&s do dever prim#rio de
adimplemento, mas seu conteSdo total compreende ademais deveres de
conduta mais ou menos amplosJ'
Pa*lo L*i% 2etto Lo$o , doutor em ireito pela 4*, advogado, professor dos
programas de 8estrado e outorado em ireito da 413, 410 e 4n6, membro do
onsel"o 9acional de Eusti$a'J
0R39K, _arl' 5erecho de obligaciones' .rad' Eaime *antos 6riz' 8adrid:3R,=BA@, p' ??'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
39/66
39
*em embargo da e>celência dessa constru$!o doutrin#ria, que
dilatou os efeitos das obriga$ões, no sentido da solidariedade social, e da
coopera$!o, com positiva influência na doutrina brasileira, atente-se para
duas importantes restri$ões que delas resultam: a) os deveres de conduta
seriam imput#veis apenas ao devedor b) seriam derivados do dever
prim#rio da presta$!o de adimplemento, neste sentido qualificando-se como
secund#rios, ou complementares, ou acessPrios, ou cone>os, ou ane>os,
segundo variada terminologia adotada na doutrina'
doutrina %urídica portuguesa opta pela denomina$!o [deveres
acessPrios de conduta[, conforme se vê em ntunes Varela e em 8enezes
ordeiro' ntunes Varela distingue os deveres acessPrios de conduta, assimentendidos os que est!o dispersos no Pdigo ivil e na legisla$!o avulsa, a
e>emplo de n!o se vender coisa com vício, e o [dever geral de agir de boa-
f&[, que seria muito mais que um dever acessPrio' generalidade dos
deveres acessPrios de conduta n!o daria lugar Q e>igibilidade da presta$!o
ou do adimplemento, mas sua viola$!o poderia obrigar Q indeniza$!o dos
danos causados Q outra parte ou dar mesmo origem Q resolu$!o do contrato
ou Q san$!o an#loga@'ara 8enezes ordeiro s!o deveres acessPrios: a) os
deveres in contrahendo, impostos aos contraentes durante as negocia$ões
que antecedem o contrato, revelados pelos deveres de prote$!o, de
esclarecimento e de lealdade b) deveres de efic#cia protetora de terceiros
c) deveres post pactum *initum, que subsistiriam apPs a e>tin$!o da rela$!o
obrigacional d) deveres que subsistem na nulidadeB' 3sses deveres
remetem, de um modo ou de outro, ao princípio ou dever geral de boa-f&'
.odavia, a evolu$!o do direito fez despontar deveres de conduta
que se revestiram da dignidade de princípios normativos, de car#ter
constitucional e infraconstitucional, que dei>aram de ter [car#ter
secund#rio, complementar, do autêntico dever de adimplemento[, referido
@ VR30, Eo!o de 8atos ntunes' 5as obrigaç(es em geral ' Vol' 5' oimbra:
lmedina, =B@C, p' ==J'B
/R35R/, ntPnio 8anuel da Roc"a e 8enezes' 5a boa *! no direito civil 'oimbra: lmedina, =BBJ, p' CFH-H='
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
40/66
40
por 0arenz, que tanta influência e>erceu e e>erce na civilística brasileira' /s
deveres de conduta, convertidos em princípios normativos, n!o s!o
simplesmente ane>os ao dever de prestar adimplemento' evolu$!o do
direito fê-los deveres gerais de conduta, que se impõem tanto ao devedor
quanto ao credor e, em determinadas circunstTncias, a terceiros' 3sses
deveres n!o derivam da rela$!o %urídica obrigacional, e muito menos do
dever de adimplemento est!o acima de ambos, tanto como limites
e>ternos ou negativos, quanto como limites internos ou positivos' erivam
diretamente dos princípios normativos e irradiam-se sobre a rela$!o %urídica
obrigacional e seus efeitos, conformando e determinando, de modo
cogente, assim o d&bito como o cr&dito' /s deveres gerais de conduta
e>igem interpreta$!o de seus efeitos e alcances diretamente con%ugada aosdos princípios de onde promanam' compreens!o de uns implicam a dos
outros'
/s princípios s!o e>plícitos quando %# positivados no ordenamento
%urídico, como os referidos no art' =JF da onstitui$!o, para a ordem
econWmica (%usti$a social, livre iniciativa, valoriza$!o do trabal"o "umano,
fun$!o social da propriedade, defesa do consumidor etc') s!o implícitos
quando s!o e>traídos dos valores consagrados no ordenamento %urídico
mercê da interpreta$!o sistem#tica de seus preceitos' 9o que respeita ao
contrato em geral, o Pdigo ivil de ?FF? verteu em princípios normativos
e>plícitos a boa-f& ob%etiva ou de conduta e a fun$!o social e,
implicitamente, a equivalência material' 3sses princípios engendram
deveres gerais de conduta a qualquer obriga$!o e n!o apenas aos
contratos, pois têm sede constitucional, como desdobramento dos princípios
da solidariedade social e da %usti$a social (arts' H`, 5, e =JF da
onstitui$!o), que transformaram profundamente o paradigma
individualista do Pdigo ivil anterior'
evemos esclarecer que & corrente no 6rasil a terminologia alem!
de cl#usula geral, ora com significado semel"ante ao de princípio, ora com
significado mais restrito de valor ou con%unto de valores, cu%o conteSdo se
concretiza na aplica$!o da norma que a cont&m' referimos tratar as duas"ipPteses como princípios, assumindo os riscos da generaliza$!o, como o
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
41/66
41
faz ontes de 8iranda' 1reqentemente, ambas utilizam conceitos
indeterminados, o que amplia a fun$!o de aplica$!o do direito e,
consequentemente, a responsabilidade do aplicador' preferência por
princípios & crescente no direito atual, como se vê na denomina$!o adotada
na 4ni!o 3urop&ia para o pro%eto de cPdigo unificado de direito contratual,
da c"amada omiss!o 0ando: [rincípios do ireito ontratual 3uropeu[=F'
9este caso, os princípios ter!o natureza dispositiva ou supletiva, podendo
as partes integr#-los ou n!o ao contrato' 9o direito brasileiro, os princípios
têm car#ter normativo cogente, com primazia sobre a conven$!o das partes
e integra$!o necess#ria ao ato ou negPcio %urídico, salvo se se tratar de
contrato internacional, cu%a lei nacional aplic#vel pode ser escol"ida'
9o Pdigo ivil, os princípios assumem primazia, com enuncia$õesfreqentes no conteSdo de suas regras, Qs vezes ao lado de conceitos
indeterminados' /s conceitos indeterminados ( e' g': [despropor$!o
manifesta[ e [valor real da presta$!o[, do art' H=J) complementam e
e>plicitam o conteSdo das regras %urídicas, mas n!o têm autonomia
normativa' E# os princípios s!o esp&cies de normas %urídicas, podendo ter
enuncia$ões autWnomas ou estarem contidos como e>pressões nas regras'
9o art' =@J, as e>pressões [fim econWmico e social[, [boa-f&[ e [bons
costumes[ s!o princípios, pois o ato %urídico que e>ceder os limites por eles
impostos ser# considerado ilícito e, consequentemente, nulo' Relativamente
ao contrato, o Pdigo ivil faz men$!o e>pressa Q [fun$!o social do
contrato[ (art' I?=) e, nesse ponto, foi mais incisivo que o Pdigo de
efesa do onsumidor' onsagrou-se, definitivamente e pela primeira vez
na legisla$!o civil brasileira, a boa-f& ob%etiva, e>igível tanto na conclus!o
quanto na e>ecu$!o do contrato (art' I??)' referência feita ao princípio da
probidade & abundante uma vez que se inclui no princípio da boa-f&, como
abai>o se demonstrar#' 9o que toca ao princípio da equivalência material o
Pdigo o incluiu, de modo indireto, nos dois importantes artigos que
disciplinam o contrato de ades!o (arts' I?H e I?I), ao estabelecer a
interpreta$!o mais favor#vel ao aderente (interpretatio contra stipulatorem)
e ao declarar nula a cl#usula que implique renSncia antecipada do
=F
f' GR._8, rt"ur' ."e principles of european contract lak' 6tvdia ivridica:collouia +' oimbra, n' CI, p' AH-A@, ?FF?'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
42/66
42
contratante aderente a direito resultante da natureza do negPcio (cl#usula
geral aberta, a ser preenc"ida pela media$!o concretizadora do aplicador ou
int&rprete, caso a caso)'
/ Pdigo de efesa do onsumidor & uma lei eminentemente
principiolPgica, com vasta utiliza$!o n!o sP dos princípios mas de conceitos
indeterminados' e seus variados dispositivos podem ser col"idos os
princípios da transparência, da "armonia das rela$ões de consumo, da
vulnerabilidade do consumidor, da boa-f&, da seguran$a do consumidor, da
equivalência material entre consumidores e fornecedores, da informa$!o, de
modifica$!o de presta$ões desproporcionais, de revis!o por onerosidade
e>cessiva, de acesso Q %usti$a, da responsabilidade solid#ria dosfornecedores do produto ou do servi$o, da repara$!o ob%etiva, da
interpreta$!o favor#vel ao consumidor, da equidade' esses princípios
defluem direitos gerais de conduta correspondentes, nas rela$ões %urídicas
de consumo'
/s deveres gerais de conduta, ainda que incidam diretamente nas
rela$ões obrigacionais, independentemente da manifesta$!o de vontade dos
participantes, necessitam de concre$!o de seu conteSdo, em cada rela$!o,
considerados o ambiente social e as dimensões do tempo e do espa$o de
sua observTncia ou aplica$!o' 3ssa & sua característica, raz!o porque s!o
insuscetíveis ao processo tradicional de subsun$!o do fato Q norma %urídica,
porque esta determina a obrigatoriedade da incidência da norma de conduta
(por e>emplo, a boa-f&) sem dizer o que ela & ou sem defini-la' situa$!o
concreta & que fornecer# ao int&rprete os elementos de sua concretiza$!o'
4tilizando-se uma met#fora, & uma moldura com tela em branco, para que
o conteSdo (a pintura) se%a necessariamente concretizado dentro dos
limites e condi$ões que ob%etivamente se apresentem' 9!o se confunde com
sentimentos ou %uízos de valor sub%etivos do int&rprete, porque o conteSdo
concreto & determin#vel em sentido ob%etivo, at& com uso de cat#logo de
opiniões e lugares comuns (topoi ) consolidados na doutrina e na
%urisprudência, em situa$ões semel"antes ou equivalentes' / lugar e o
tempo s!o determinantes, pois o int&rprete deve levar em conta os valoressociais dominantes na &poca e no espa$o da concretiza$!o do conteSdo do
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
43/66
43
dever de conduta' 9!o deve surpreender que o mesmo te>to legal, em que
se insere o princípio tutelar do dever de conduta, sofra varia$ões de sentido
ao longo do tempo'
(# DE7ER DE BOA,FJ OB)ETI7A 2AS OBRIGAÇÕES
boa-f& ob%etiva & dever de conduta dos indivíduos nas rela$ões
%urídicas obrigacionais, especialmente no contrato' 5nteressam as
repercussões de certos comportamentos na confian$a que as pessoas
normalmente neles depositam' onfia-se no significado comum, usual,
ob%etivo da conduta ou comportamento recon"ecível no mundo social'
boa-f& ob%etiva importa conduta "onesta, leal, correta' < a boa-f& deconduta' ara 8enezes ordeiro==, a confian$a e>prime a situa$!o em que
uma pessoa adere, em termos de atividade ou de cren$a, a certas
representa$ões, passadas, presentes ou futuras, que ten"a por efetivas' /
princípio da confian$a e>plicitaria o recon"ecimento dessa situa$!o e a sua
tutela'
boa-f& ob%etiva n!o & princípio dedutivo, n!o & argumenta$!o
dial&tica & medida e diretiva para pesquisa da norma de decis!o, da regra
a aplicar no caso concreto, sem "ipPtese normativa pr&-constituída=?, mas
que ser# preenc"ida com a media$!o concretizadora do int&rprete-%ulgador'
ada rela$!o obrigacional e>ige um %uízo de valor e>traído do ambiente
social, considerados o momento e o lugar em que se realiza mas esse %uízo
n!o & sub%etivo, no sentido de se irradiar das convic$ões morais do
int&rprete' omo esclarece 0arenz=H, deve ser tomado como mPdulo o
pensamento de um int&rprete %usto e eqitativo, isto &, [que a senten$a "#
de a%ustar-se Qs e>igências geralmente vigentes da %usti$a, ao crit&rio
refletido na consciência do povo ou no setor social a que se vinculem os
== /R35R/, =BBJ, p' ='?HI'=? 8392/95, 0uigi' *punti per una teoria delle clausule generali' 5n: 7l principio de
buena *ede' 1rancesco ' 6usnelli (oord')' 8ilano: 2iuffr, =B@J, p' =F'=H 0R39K, =BA@, p' =IH'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
44/66
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
45/66
45
confian$a, da informa$!o e da lealdade' ode dizer-se que n!o "# boa-f&
sem probidade'
boa-f& n!o se confunde com o dever observTncia dos bons
costumes, os quais têm sentido mais amplo de condutas socialmente
aceitas, como tradu$!o da moral comunit#ria dominante ao plano %urídico,
que l"e empresta %uridicidade' boa-f& ob%etiva oferece dimens!o mais
específica, como dever de conduta dos participantes da rela$!o obrigacional
segundo fundamentos e padrões &ticos' *abe-se que a moral e as normas
morais, e>istentes em cada comunidade, n!o se confundem com a &tica,
sublimada como padrões ideais de conduta' moral e>trai-se da realidade
social, com suas contingências e vicissitudes (por isso, fala-se de moral
crist!, moral burguesa, por e>emplo), enquanto a &tica & um dever serotimizado, ideal, que orienta a conduta "umana Q m#>ima "armonia e
perfectabilidade' om risco de simplifica$!o, dizemos que os bons costumes
est!o mais prP>imos da moral, e a boa-f& da &tica'
(# De'eres prK e ps,co!trat*ais
+uest!o relevante & o dos limites ob%etivos do princípio da boa-f&
nos contratos' mel"or doutrina tem ressaltado que a boa-f& n!o apenas &
aplic#vel Q conduta dos contratantes na e>ecu$!o de suas obriga$ões mas
aos comportamentos que devem ser adotados antes da celebra$!o ( in
contrahendo) ou apPs a e>tin$!o do contrato ( post pactum *initum)' ssim,
para fins do princípio da boa-f& ob%etiva s!o alcan$ados os comportamentos
do contratante antes, durante e apPs o contrato' / Pdigo de efesa do
onsumidor avan$ou mais decisivamente nessa dire$!o, ao incluir na oferta
toda informa$!o ou publicidade suficientemente precisa (art' HF), ao impor
o dever ao fornecedor de assegurar ao consumidor cognoscibilidade e
compreensibilidade pr&vias do conteSdo do contrato (art' IC), ao tornar
vinculantes os escritos particulares, recibos e pr&-contratos (art' I@) e ao
e>igir a continuidade da oferta de componentes e pe$as de reposi$!o, apPs
o contrato de aquisi$!o do produto (art' H?)'
/ Pdigo ivil n!o foi t!o claro em rela$!o aos contratos comuns,
mas, quando refere amplamente (art' I??) Q conclus!o e Q e>ecu$!o docontrato, admite a interpreta$!o em conformidade com o atual estado da
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
46/66
46
doutrina %urídica acerca do alcance do princípio da boa f& aos
comportamentos in contrahendo e post pactum *initum' referência Q
conclus!o deve ser entendida como abrangente da celebra$!o e dos
comportamentos que a antecedem, porque aquela decorre destes'
referência Q e>ecu$!o deve ser tamb&m entendida como inclusiva de todos
os comportamentos resultantes da natureza do contrato' 3m suma, em se
tratando de boa-f&, os comportamentos formadores ou resultantes de
outros n!o podem ser cindidos'
5ndependentemente do alcance da norma codificada, o princípio
geral da boa-f& obriga, aos que intervierem em negocia$ões preliminares ou
tratativas, o comportamento com diligência e considera$!o aos interessesda outra parte, respondendo pelo pre%uízo que l"es causar' rela$!o
%urídica pr&-contratual submete-se Q incidência dos deveres gerais de
conduta' onstruiu-se, no s&culo M5M, remontando-se ao %urista alem!o
5"ering, a teoria da culpa in contrahendo, para imputar a quem deu causa Q
frustra$!o contratual o dever de reparar, fundando-se na rela$!o de
confian$a criada pela e>istência das negocia$ões preliminares nessa &poca
de predomínio da culpa, procurou-se arrimo na responsabilidade civil
e>tranegocial culposa, gerando pretens!o de indeniza$!o' 0arenz entende
que n!o apenas procede a indeniza$!o do dano em favor da parte que
ten"a confiado na validade do contrato, mas todo dano que se%a
conseqência da infra$!o de um dever de diligência contratual, segundo o
estado em que se ac"aria a outra parte se tivesse sido cumprido o dever de
prote$!o, informa$!o e diligência' /u se%a, na pr#tica, a infra$!o de dever
de conduta pr&-contratual deve ser regida pelos mesmos princípios da
responsabilidade por infra$!o dos deveres de conduta contratual=I' 9esta
Sltima dire$!o, encamin"a-se o direito positivo brasileiro, principalmente
quanto aos efeitos da informa$!o que antecede' / art' HF do Pdigo de
efesa do onsumidor estabelece que toda informa$!o obriga o fornecedor
e [integra o contrato que vier a ser celebrado[' ortanto, os dados de
informa$!o que antecedem o contrato de consumo s!o partes integrantes
deste, independentemente da vontade ou culpa das partes'
=I 0R39K, =BA@, p' ==F'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
47/66
47
(#(# De'er de !/o air co!tra o ato prprio
3ntre tantas e>pressões derivadas do princípio da boa-f& pode ser
destacado o dever de n!o agir contra o ato prPprio' *ignifica dizer que a
ningu&m & dado valer-se de determinado ato, quando l"e for conveniente e
vanta%oso, e depois voltar-se contra ele quando n!o mais l"e interessar'
3sse comportamento contraditPrio denota intensa m#-f&, ainda que
revestido de aparência de legalidade ou de e>ercício regular de direito' 9as
obriga$ões revela-se, em muitos casos, como aproveitamento da prPpria
torpeza, mas a incidência do dever n!o e>ige o requisito de
intencionalidade'
3ssa teoria radica no desenvolvimento do antigo aforismo venire
contra *actum proprium nulli conceditur , significando que a ningu&m & licito
fazer valer um direito em contradi$!o com sua anterior conduta, quando
esta conduta interpretada ob%etivamente segunda a lei, segundo os bons
costumes e a boa-f&, %ustifica a conclus!o que n!o se far# valer
posteriormente o direito que com estes se c"oque' 9o direito anglo-
americano & longa a tradi$!o do instituto do estoppel , em raz!o do qual
[uma parte & impedida em virtude de seus prPprios atos de e>igir um
direito em detrimento da outra parte que confiou em tal conduta e se
comportou em conformidade com ela[=A' teoria encontra-se consolidada
na doutrina e na %urisprudência' uig 6rutau sustenta que quem deu lugar a
uma situa$!o enganosa, ainda que sem inten$!o, n!o pode pretender que
seu direito prevale$a sobre o de quem confiou na aparência originada
naquela situa$!o esta aparência, afirma-se, deu lugar Q cren$a da
[verdade[ de uma situa$!o %urídica determinada=C'
=A 60_, Genr ampbell' 8lac9s la; dictionar
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
48/66
48
/ conteSdo desse dever & tamb&m versado doutrinariamente sob a
denomina$!o de teoria dos atos prPprios, [que sanciona como inadmissível
toda pretens!o lícita mas ob%etivamente contraditPria com respeito ao
prPprio comportamento anterior efetuado pelo mesmo su%eito[' /
fundamento radica na confian$a despertada no outro su%eito de boa-f&, em
raz!o da primeira conduta realizada' boa-f& restaria vulnerada se fosse
admissível aceitar e dar curso Q pretens!o posterior e contraditPria' *!o
requisitos: a) e>istência de uma conduta anterior, relevante e eficaz b)
e>ercício de um direito sub%etivo pelo mesmo su%eito que criou a situa$!o
litigiosa devida Q contradi$!o e>istente entre as duas condutas c) a
identidade de su%eitos que se vinculam em ambas condutas=J' E# nderson
*c"reiber, sob a Ptica do direito brasileiro, considera como pressupostos deincidência da veda$!o de venire contra *actum proprium: a) um *actum
proprium, isto &, uma conduta inicial b) a legítima confian$a de outrem na
conserva$!o do sentido ob%etivo desta conduta c)um comportamento
contraditPrio com este sentido ob%etivo d) um dano ou, no mínimo, um
potencial de dano a partir da contradi$!o=@'
/ Pdigo ivil de ?FF?, nos preceitos destinados ao lugar do
adimplemento, introduziu norma (art' HHF) cu%a natureza corresponde ao
dever de n!o contradizer o ato prPprio: [/ pagamento reiteradamente feito
em outro local faz presumir renSncia do credor relativamente ao previsto no
contrato[' 3m outras palavras, o credor n!o pode fazer valer o estipulado
no contrato contrariando a conduta que adotou, ao admitir que o
adimplemento se fizesse em outro lugar, pois gerou a confian$a do devedor
que assim se manteria' /utra norma que realiza esse dever & o par#grafo
Snico do art' C=B, relativamente ao contrato de empreitada, mediante o
qual o dono da obra & obrigado a pagar ao empreiteiro os aumentos e
acr&scimos, segundo o que for arbitrado, se, sempre presente Q obra, por
continuadas visitas, n!o podia ignorar o que se estava passando, e nunca
=J 6/R, le%andro' 2a teoria de los actos proprios' 6uenos ires: beledo-errot,
=BBH, p' =?'=@
*GR3563R, ndrson' A proibição de comportamento contradit"rio: tutela dacon*iança e venire contra *actum proprium' Rio de Eaneiro: Renovar, ?FFA, p' ?J='
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
49/66
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
50/66
50
individual, em conformidade com a ideologia constitucionalmente
estabelecida o interesse individual era o valor supremo, apenas admitindo-
se limites negativos gerais de ordem pSblica e bons costumes, n!o cabendo
ao 3stado e ao direito considera$ões de %usti$a social'
fun$!o e>clusivamente individual do contrato & incompatível com
o 3stado social, caracterizado, sob o ponto de vista do direito, como %#
vimos, pela tutela e>plícita da ordem econWmica e social na onstitui$!o' /
art' =JF da onstitui$!o brasileira estabelece que toda a atividade
econWmica ^ e o contrato & o instrumento dela ^ est# submetida Q primazia
da %usti$a social' 9!o basta a %usti$a comutativa que o liberalismo %urídico
entendia como e>clusivamente aplic#vel ao contrato?F' 3nquanto "ouverordem econWmica e social "aver# 3stado social enquanto "ouver 3stado
social "aver# fun$!o social do contrato'
om e>ce$!o da %usti$a social, a onstitui$!o n!o se refere
e>plicitamente Q fun$!o social do contrato' 1ê-lo em rela$!o Q propriedade,
em v#rias passagens, como no art'=JF, quando condicionou o e>ercício da
atividade econWmica Q observTncia do princpio da *unção social da
propriedade. propriedade & o segmento est#tico da atividade econWmica,
enquanto o contrato & seu segmento dinTmico' ssim, a fun$!o social da
propriedade afeta necessariamente o contrato, como instrumento que a faz
circular'
.ampouco o Pdigo de efesa do onsumidor o e>plicitou, mas n!o
"avia necessidade porquanto ele & a prPpria regulamenta$!o da fun$!o
social do contrato nas rela$ões de consumo'
?F 9!o & por acaso que um dos maiores tePricos do neoliberalismo, 1redericL
GaecL, entende que a %usti$a social & o principal obst#culo a ser removido' 3m
vis!o profundamente individualista, diz que [ao contr#rio do socialismo, deve ser
dito que o liberalismo se dedica Q %usti$a comutativa, por&m n!o Qquilo que se
denomina %usti$a distributiva ou, mais recentemente, %usti$a social[' ara ele, em
uma ordem econWmica baseada no mercado, o conceito de %usti$a social n!o tem
sentido, nem conteSdo' 9o %ogo econWmico, somente a conduta dos %ogadores pode
ser %usta, n!o o resultado' GU3_, 1redericL' 2iberalismo: Palestras e 0rabalhos. .rad' _arin *trauss, *!o aulo: entro de 3studos olíticos e *ociais, =BBI, p' A='
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
51/66
51
9o Pdigo ivil de ?FF? a fun$!o social surge relacionada Q
[liberdade de contratar[, como seu limite fundamental' liberdade de
contratar, ou autonomia privada, consistiu na e>press!o mais aguda do
individualismo %urídico, entendida por muitos como o toque de
especificidade do direito privado' *!o dois princípios antagWnicos que
e>igem aplica$!o "armWnica' 9o Pdigo a fun$!o social n!o & simples limite
e>terno ou negativo mas limite positivo, al&m de determina$!o do conteSdo
da liberdade de contratar' 3sse & o sentido que decorre dos termos
[e>ercida em raz!o e nos limites da fun$!o social do contrato[ (art' I?=)'
/ princípio da fun$!o social & a mais importante inova$!o do direitocontratual comum brasileiro e, talvez, a de todo o Pdigo ivil' /s contratos
que n!o s!o protegidos pelo direito do consumidor devem ser interpretados
no sentido que mel"or contemple o interesse social, que inclui a tutela da
parte mais fraca no contrato, ainda que n!o configure contrato de ades!o'
*egundo o modelo do direito constitucional, o contrato deve ser
interpretado em conformidade com o princípio da fun$!o social'
/ princípio da fun$!o social do contrato "armoniza-se com a
modifica$!o substancial relativa Q regra b#sica de interpreta$!o dos
negPcios %urídicos introduzida pelo art' ==? do Pdigo ivil de ?FF?, que
abandonou a investiga$!o da inten$!o sub%etiva dos figurantes em favor da
declara$!o ob%etiva, socialmente aferível, ainda que contrarie aquela'
:# DE7ER DE E56I7ALN2-IA MATERIAL DE DIREITOS E DE7ERES
/ princípio da equivalência material busca realizar e preservar o
equilíbrio real de direitos e deveres no contrato, antes, durante e apPs sua
e>ecu$!o, para "armoniza$!o dos interesses' 3sse princípio preserva a
equa$!o e o %usto equilíbrio contratual, se%a para manter a
proporcionalidade inicial dos direitos e obriga$ões, se%a para corrigir os
desequilíbrios supervenientes, pouco importando que as mudan$as de
circunstTncias pudessem ser previsíveis' / que interessa n!o & mais a
e>igência cega de cumprimento do contrato, da forma como foi assinado oucelebrado, mas se sua e>ecu$!o n!o acarreta vantagem e>cessiva para
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
52/66
52
uma das partes e desvantagem e>cessiva para outra, aferível
ob%etivamente, segundo as regras da e>periência ordin#ria' / princípio
cl#ssico pacta sunt servanda passou a ser entendido no sentido de que o
contrato obriga as partes contratantes nos limites do equilíbrio dos direitos
e deveres entre elas'
9o Pdigo ivil o princípio teve introdu$!o e>plícita nos contratos
de ades!o' /bserve-se, todavia, que o contrato de ades!o disciplinado pelo
Pdigo ivil tutela qualquer aderente, se%a consumidor ou n!o, pois n!o se
limita a determinada rela$!o %urídica como a de consumo' 3sse princípio
abrange o princípio da vulnerabilidade %urídica de uma das partes
contratantes, que o Pdigo de efesa do onsumidor destacou'/ princípio da equivalência material rompe a barreira de conten$!o
da igualdade %urídica e formal, que caracterizou a concep$!o liberal do
contrato' o %uiz estava vedada a considera$!o da desigualdade real dos
poderes contratuais ou o desequilíbrio de direitos e deveres, pois o contrato
fazia lei entre as partes, formalmente iguais, pouco importando o abuso ou
e>plora$!o da mais fraca pela mais forte'
/ princípio da equivalência material desenvolve-se em dois
aspectos distintos: sub%etivo e ob%etivo' / aspecto sub%etivo leva em conta
a identifica$!o do poder contratual dominante das partes e a presun$!o
legal de vulnerabilidade' lei presume %uridicamente vulner#veis o
trabal"ador, o inquilino, o consumidor, o aderente de contrato de ades!o,
dentre outros' 3ssa presun$!o & absoluta, pois n!o pode ser afastada pela
aprecia$!o do caso concreto' / aspecto ob%etivo considera o real
desequilíbrio de direitos e deveres contratuais que pode estar presente na
celebra$!o do contrato ou na eventual mudan$a do equilíbrio em virtude de
circunstTncias supervenientes que levem a onerosidade e>cessiva para uma
das partes'
;# DE7ER DE E56IDADE
equidade, entendida como %usti$a do caso concreto, tem estecomo sua raz!o de ser, na contempla$!o das circunstTncias que o cercam
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
53/66
53
cada caso & um caso' / apelo Q equidade & o recon"ecimento pela prPpria
lei de que a presta$!o pode ser in%usta' E# ristPteles, em li$!o sempre
atual, dizia que a prPpria natureza da equidade & a retifica$!o da lei onde
esta se revela insuficiente pelo seu car#ter universal, porque [a lei leva em
considera$!o a maioria dos casos, embora n!o ignore a possibilidade de
fal"a decorrente dessa circunstTncia[?=' 9esses casos a equidade interv&m
para %ulgar, n!o com base na lei, mas com base naquela %usti$a que a
mesma lei deve realizar'
urante o predomínio do individualismo %urídico, a equidade
praticamente desapareceu do direito civil, principalmente do direito das
obriga$ões, em virtude da concep$!o dominante de insular as rela$õesprivadas em campo imune Q interferência do 3stado ou dos interesses
sociais' aplica$!o da equidade, milenarmente construída como valor
constituinte da %usti$a, envolve necessariamente a interven$!o do %uiz, que
& o agente do 3stado, e retomou sua for$a no 3stado *ocial, desenvolvido
desde as primeiras d&cadas do s&culo MM, como etapa da evolu$!o do
3stado 8oderno'
/ %uízo de eqidade conduz o %uiz Qs pro>imidades do legislador,
por&m limitado Q decidibilidade do conflito determinado, na busca do
equilíbrio dos poderes privados' pesar de trabal"ar com crit&rios ob%etivos,
com standards valorativos, a eqidade & entendida no referido sentido
aristot&lico da %usti$a do caso concreto' / %uiz deve partir de crit&rios
definidos referenci#veis em abstrato, socialmente típicos, conformando-os Q
situa$!o concreta, mas n!o os podendo substituir por %uízos sub%etivos de
valor'
/ Pdigo ivil determina e>plicitamente a forma$!o do %uízo de
equidade, para solu$!o de certas situa$ões com potencialidade de conflito, o
que obriga o %uiz a buscar os elementos de decis!o fora da simples e
tradicional subsun$!o do fato Q norma' *!o e>emplos dessa viragem Q
?=
R5*.X.303*' >tica a 4ic?macos' .rad' 8#rio de 2ama ur' 6rasília: 3d'4n6,=BBA, p' =FB'
-
8/17/2019 Civil - Direito Das Obrigações - Apostila 03
54/66
54
equidade, aplic#veis ao direito das obriga$ões: a) se os %uros de mora n!o
cobrirem o pre%uízo do credor, e n!o "avendo pena convencional, pode o
%uiz conceder eqitativamente indeniza$!o suplementar (art' IFI) b) se a
pena civil ou cl#usula penal for manifestamente e>cessiva, deve ser
eqitativamente reduzida pelo %uiz (art' I=H) c) se a obriga$!o do locat#rio
pagar o aluguel pelo tempo que faltar, pelo fato de devolver a coisa antes
do encerramento do contrato, for considerada e>cessiva, o %uiz fi>ar# a
indeniza$!o [em bases razo#veis[, ou se%a, equitativamente (art' AJ?) d)
se o aluguel arbitrado pelo locador, apPs notificado o locat#rio a restituir a
coisa em raz!o do encerramento do prazo, for considerado manifestamente
e