didática do ensino superior - aula 06

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1 AULA 06 - PHILLIPS 66, GRUPO DE VERBALIZAÇÃO, GRUPO DE OBSERVAÇÃO, ESTUDO DE CASO E SIMPÓSIO. AULA 06 PHILLIPS 66, GRUPO DE VERBALIZAÇÃO, GRUPO DE OBSERVAÇÃO, ESTUDO DE CASO E SIMPÓSIO. DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR

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Didática do Ensino Superior - aula 06

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Page 1: Didática do Ensino Superior - aula 06

1AULA 06 - PHILLIPS 66, GRUPO DE VERBALIZAÇÃO, GRUPO DE OBSERVAÇÃO, ESTUDO DE CASO E SIMPÓSIO.

AULA 06PHILLIPS 66, GRUPO DE VERBALIZAÇÃO,

GRUPO DE OBSERVAÇÃO, ESTUDO DE CASO E SIMPÓSIO.

DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR

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2 DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR

PHILLIPS 66

Trata-se de um método para discussão de determinado assunto por todos os membros do grande grupo, dividido em grupos com 6 pessoas cada, para que discutam o assunto em 6 minutos – um minuto para cada pessoa. A técnica foi criada e difundida por J. DONAL PHILLIPS. O nome da técnica vem do nome de seu criador e leva o número 66 por causa da estratégia prevista: 6 pessoas discutindo o assunto em 6 minutos. (BEAL; BOHLEN e RAUDABAUGH, apud DYBAS, A. C. de M. et. al, 2012).

As atividades são cronometradas e, devido ao pouco tempo, o assunto é discutido de maneira superficial. Após as discussões, um líder de cada grupo terá entre 2 e 3 minutos para expor as conclusões a que chegaram.

Anastasiou e Alves (2009, p.85) sugerem a dinâmica conforme os passos a seguir:

1. Dividir os estudantes em grupos de seis membros, que durante 6 minutos podem discutir um assunto, tema, problema na busca de uma solução ou síntese final ou provisória. A síntese pode ser explicitada durante mais 6 minutos. Como suporte para discussão nos grupos, pode-se tomar por base um texto ou simplesmente o aporte teórico que o estudante já traz consigo.

2. Preparar a melhor forma de apresentar o resultado do trabalho, em que todos os grupos explicitem o resultado pelo seu representante.

As autoras indicam ainda que toda atividade grupal deve ser verificada em seu fechamento. Conforme a maturidade e a autonomia dos participantes, tanto avanços quanto dificuldades terão variações e devem ser encarados como parte de um processo. Para avaliar a atividade, deve-se sempre levar em conta os objetivos pretendidos. Alguns critérios de destaque:

• O envolvimento dos membros do grupo;

• A participação conforme os papéis estabelecidos;

• A pertinência das questões e/ou síntese elaborada;

• O processo de auto-avaliação dos participantes.

(ANASTASIOU e ALVES, 2009, p. 85)

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GRUPO DE VERBALIZAÇÃO E GRUPO DE OBSERVAÇÃO

Outra técnica de ensino-aprendizagem bastante utilizada no meio acadêmico é a de Grupo de Verbalização e Grupo de Observação (GV – GO). Você conhece? Provavelmente já deve ter participado desta técnica. Vamos relembrar?

Esta técnica consiste fundamenta-se na divisão do grande grupo em dois subgrupos (GV = grupo de verbalização; GO = grupo de observação). O primeiro grupo discute o tema na primeira fase, enquanto o segundo observa para posteriormente substituí-lo. Na segunda fase, o primeiro grupo observa e o segundo discute. Trata-se de técnica simples e informal.

Você sabe em que momentos essa técnica pode ser aplicada? Relacione alguns momentos e depois compare com o exposto a seguir.

A técnica deve ser usada para um número de participantes relativamente pequeno, e é útil quando se pretende:

• Estudar o conteúdo de um problema.

• Introduzir um assunto novo.

• Concluir o estudo de um tema.

• Discutir dado problema e sua solução.

• Estimular que todos do grupo participem.

• Estimular a discussão, o raciocínio e a criticidade nos participantes. É importante que cada participante tenha um papel definido enquanto estiver no grupo de observação, com o objetivo de analisar e apontar os pontos positivos e negativos na participação do grupo de verbalização. Isso favorecerá o desenvolvimento da análise crítica.

• Instigar o grupo a chegar a um consenso geral.

• Desenvolver a liderança.

A aplicação da técnica envolve os seguintes passos:

a) O professor (ou outro coordenador da atividade) apresenta o problema a ser discutido e o objetivo da atividade.

b) Explica como será a discussão e determina o tempo de duração.

c) O grupo é dividido em dois, um deles formará um círculo interno e será o Grupo de Verbalização (GV), o outro formará um círculo externo e será o Grupo de Observação

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(GO).

d) Apenas o GV debate o tema. O GO observa e anota.

e) Após o tempo determinado, o coordenador orienta que façam a inversão, ou seja, os grupos trocam suas posições.

f) Finalizadas as discussões, o coordenador poderá apresentar uma síntese do assunto debatido. Outra alternativa é que seja definido, no início da atividade, um dos participantes para exercer esse papel de “sintetizador”.

ESTUDO DE CASO

Você conhece uma metodologia de ensino na qual o aluno adquire novos conhecimentos utilizando-se de sua própria maneira de ver, sentir, entender e interpretar, por meio de uma análise minuciosa de uma situação real? Este método se baseia na ideia de que apenas por meio da vivência e da experiência é que se pode ensinar. É muito provável que você já tenha sido submetido a esta metodologia: Estudo de Caso. Vamos aprender mais sobre ela?

Gil apud Salu (2015) apresenta o conceito dessa técnica:

O estudo de caso consiste em apresentar fatos ou resumos narrativos de situações ocorridas em empresas, órgãos públicos ou em outras instituições para análise dos alunos. A situação é apresentada sem qualquer interpretação, podendo incluir declarações de pessoas envolvidas, organogramas, demonstrativos financeiros, cópia ou trechos de relatórios ou simplesmente, descrições verbais. Os alunos individualmente ou em grupo passam a trabalhar, podendo consultar as fontes que desejarem. As soluções, apreciações ou críticas dos alunos são finalmente apresentadas à classe e discutidas, para que sejam apontadas as mais válidas.

Para Anastasiou e Alves (2009, p. 91), trata-se de uma técnica bastante desafiadora aos participantes. As autoras apresentam sugestões para a dinâmica da atividade:

1. O professor expõe o caso a ser estudado (distribui ou lê o problema aos participantes), que pode ser um caso para cada grupo ou o mesmo caso para diversos grupos, ou seja, para todos os alunos.

2. O grupo analisa o caso, expondo seus pontos de vista e os aspectos sob os quais o problema pode ser enfocado.

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5AULA 06 - PHILLIPS 66, GRUPO DE VERBALIZAÇÃO, GRUPO DE OBSERVAÇÃO, ESTUDO DE CASO E SIMPÓSIO.

3. O professor retoma os pontos principais, analisando coletivamente as soluções propostas.

4. O grupo debate as soluções, discernindo as melhores conclusões.

Você sabe qual é o papel do professor na aplicação do Estudo de caso?

Reflita e, em seguida, confira sua resposta com o exposto a seguir.

Ao professor cabe selecionar o material de estudo, traçar o roteiro para a atividade, esclarecer dúvidas e orientar os grupos durante a realização do trabalho e criar uma maneira de avaliação. (ANASTASIOU e ALVES, 2009, p. 91)

Como exemplo, acompanhe a seguir as principais etapas de um estudo de caso, apresentadas pelas autoras.

• Descrição do caso: aspectos e categorias que compõem a situação. O professor deverá indicar as categorias mais importantes a serem analisadas;

• Prescrição do caso: O estudante faz proposições para mudança da situação apresentada;

• Argumentação: O estudante justifica suas proposições mediante aplicação dos elementos teóricos de que dispõe.

(ANASTASIOU e ALVES, 2009, p. 91)

Dando continuidade ao nosso estudo, abordaremos uma técnica que tem a finalidade de discutir um tema de conhecimento comum a todos os participantes, cuja intenção muitas vezes é de divulgar pesquisas e inovações de interesse comum à área. Geralmente o tema é científico e o objetivo principal é realizar um intercâmbio de informações. Identificou qual é essa técnica? Se você pensou em Simpósio, acertou! Vamos verificar com mais detalhes em que consiste?

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SIMPÓSIO

Segundo Bordenave apud Haydt (2011), “O simpósio é uma série de breves apresentações de diversas pessoas sobre diferentes aspectos de um mesmo tema ou problema. O simpósio pode ser realizado durante um mesmo diaou durante vários dias seguidos”.

O professor de Solos organiza um simpósio sobre Salinidade, e encarrega quatro alunos da preparação dos seguintes aspectos do problema:

• Aluno 1. Causas e origens da salinidade no solo.

• Aluno 2. Ação dos sais nas propriedades físicas do solo.

• Aluno 3. Efeitos da salinidade sobre o rendimento das culturas.

• Aluno 4. Medidas preventivas e corretivas da salinidade.

COMO REALIZAR UM SIMPÓSIO?

Anastasiou e Alves (2009, p. 93) apresentam uma proposta para a execução desta técnica. Nessa proposta, o professor coordena a escolha dos temas e faz o planejamento do simpósio, em conjunto com os participantes, da seguinte forma:

• Divididos em pequenos grupos, os alunos estudam e esquematizam a apresentação com antecedência, organizando o conteúdo em unidades significativas, de forma a apresentá-lo em no máximo 1h e 30, destinando de 15 a 20 minutos para a apresentação de cada comunicador (apresentador do pequeno grupo).

• O professor é o responsável pela indicação das bibliografias a serem consultadas para cada grupo, ou para todos os subitens, a fim de evitar repetições.

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• Cada pequeno grupo indica o seu representante, que exercerá a função de comunicador e comporá a mesa apresentadora do tema.

• Durante as exposições os comunicadores não devem ser interrompidos.

• O grande grupo assiste à apresentação do assunto anotando perguntas e dúvidas e encaminhando-as para o coordenador da mesa.

• O coordenador da mesa resume as ideias apresentadas e encaminha as perguntas aos membros da mesa. O coordenador da mesa não precisa ser necessariamente o professor, pode ser um estudante indicado pelo grande grupo. Não há necessidade de um fechamento de ideias.

(Anastasiou e Alves, 2009, p. 93)

Para finalizar esta aula, vamos relembrar, em resumo, o conceito de Metodologia:

Metodologia são os meios que o professor utiliza em sala de aula para facilitar a aprendizagem dos alunos, ou seja, para conduzi-los em direção aos objetivos da aula, do conjunto de aulas ou do curso. As técnicas de ensino normalmente empregadas são:

• Aulas expositivas, utilizando: quadro negro, retroprojetor e power point;

• Seminários para apresentação de trabalhos de pesquisa;

• Resolução intensiva de exercícios;

• Estudos dirigidos em sala de aula;

• Simulações computacionais;

• Investigaçãocientífica;

• Problematização.

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8 DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR

ABREU, M.C.de; MASETTO, M.T. O Professor Universitário em aula: prática e princípios teóricos. 8ª ed. São Paulo: MG Ed. Associados, 1990.

ANASTASIOU, L. G. C. e ALVES, L. P. (Orgs). Estratégias de ensinagem. ln: ______. Processos de ensinagem na universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 5. ed. Joinville, SC: UNIVILLE, 2009. Disponível em: <http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/124590/mod_resource/content/1/Txt%2B13_Anastasiou_estrategias%20de%20ensino.pdf>. Acesso em 06-jul-2015.

ARNOLD, K.L. O Guia Gerencial para a ISO-9000. Rio de Janeiro: Campos, 1994.

DYBAS, A. C. de M. et al. Técnica phillips 66 = uma proposta para ser utilizada no ensino de geografia. 2012. Disponível em < http://ensinodegeografiauenp.blogspot.com.br/2012/06/tecnica-phillips-66-para-ensinar.html>. Acesso em: 10-jul-2015.

GIL, A. C. Metodologia do Ensino Superior. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.

HAAS, C. M. Reflexões interdisciplinares sobre avaliação da aprendizagem. in: MENESES, J.G.C. e BATISTA, S.H.S.S. (Orgs). Revisitando a prática docente interdisciplinaridade, políticas públicas e formação. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

HOFFMAN, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Editora Mediação, 1993. 20ª Edição revista, 2003.

IBAIXE, C. S. B. Preparando Aulas: Manual Prático para Formação do Professor. São Paulo: Madras, 2006.

LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

ROMANOWSKI, J. P. e WACHOWICZ, L. A. Avaliação Formativa no Ensino Superior:

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9AULA 06 - PHILLIPS 66, GRUPO DE VERBALIZAÇÃO, GRUPO DE OBSERVAÇÃO, ESTUDO DE CASO E SIMPÓSIO.

que resistências manifestamos professores e os alunos. In: ANASTASIOU, L. G. C. e ALVES, L. P. (Orgs). Processos de Ensinagem na Universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville, SC: UNIVILLE, 2003.

SALU, R. R. O estudo de caso no ensino jurídico como estratégia de ensino-aprendizagem e de experiência interdisciplinar. RAFE - Revista Acadêmica da Faculdade Fernão Dias, ano 2, n. 3, jun-2015. Disponível em: < http://www.faculdadefernaodias.edu.br/rafe/Edicoes-Revista-03.asp>. Acesso em: 14-jul-2015.