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Durante o ano de 2005, a CENRE traçou uma proposta metodológica para trabalhar junto aos associados da ABEn a construção coletiva do processo Repensar a ABEn. Atendendo a um imperativo ético-político, técnico-administrativo, histórico-social e jurídico do tempo atual que impõe um processo de no modelo predador de desenvolvimento identificado como neoliberal que perpassa as instituições do campo do Estado, Mercado e da Sociedade Civil. A ABEn tem compromisso com movimentos contra hegemônicos que projetem e articulem outra possibilidade histórica de desenvolvimento para a humanidade, no contexto de um projeto civilizatório alicerçado em valores humanos de respeito à vida, de justiça, solidariedade e respeito a diferença, em torno de ideais e práticas de inclusão e emancipação social em busca de uma sociedade que promova igualdade com eqüidade nas suas relações civis, políticas e sociais. Para contribuir com esse processo no seu campo de atuação, aABEn está fazendo um esforço para identificar os desafios contemporâneos da organização em enfermagem no contexto das transformações das instituições/Estado e organizações sociais - partindo da reflexão sobre o papel que cabe a organização civil na relação com o Estado - na formulação e implementação de políticas públicas e na reconstrução do país. Para tanto, devemos analisar as organizações sociais e as mudanças em curso, procurando discernir entre mudanças do campo conservador e mudanças de rumos na história contemporânea que são de longo prazo, mas precisam ser trabalhadas com urgência com políticas inclusivas pelo desenvolvimento da educação, da cidadania e das lutas emancipatórias na sociedade brasileira de forma a superar progressivamente os desequilíbrios regionais. Assim sendo, tentando fazer a nossa parte resta indagar quais os caminhos que devemos construir para superar as dificuldades presentes em conjunto com outros coletivos da sociedade, a partir das seguintes questões: Onde estamos e aonde queremos chegar? Estamos vivendo um estado de esgotamento no atual modelo de organização da enfermagem? É preciso fazer rupturas? O que deve permanecer? E que mudanças precisam ISSN 1518-0948 IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO Nº 0701/02 ECT/DR/RN ABEn - Assoc. Bras. de Enf. ACF B. GONÇALVES 2 3 4 5 e 6 7 e 8 9 10 a 12 13 14 a 19 20 Desafios atuais da organização na enfermagem ser acordadas, articuladas e implantadas nesta organização e com quem? Qual a agenda estratégica para trabalhar a fragmentação do atual modelo de organização da enfermagem? Qual o papel da ABEn, do movimento sindical e estudantil neste momento presente? E qual a relação com o Estado e com o controle social? Como ampliar a expressão política específica e do conjunto das entidades de enfermagem? Qual o papel do Sistema COFEN/COREn enquanto órgão de fiscalização do exercício profissional e o que precisa mudar na autarquia? Quais mudanças devem ser propostas e acordadas no âmbito da ABEn quanto ao modelo de organização, natureza, campo de representação, na gestão, agenda de atuação internacional? Qual o plano para enfrentar a estagnação do quadro de associados, as dificuldades de natureza administrativa e a baixa capacidade de gestão e de auto-sustentação financeira e o crescente individualismo e competitividade que agrava a falta de participação nas entidades de natureza civil? Como ampliar a visibilidade e a expressão política específica e do conjunto das entidades de enfermagem? As entidades de enfermagem não têm destino, mas sim passado, presente e futuro. Neste sentido, o que propor hoje? O Congresso Brasileiro de Enfermagem (57º CBEn) instala a programação comemorativa dos 80 anos da ABEn. Esse evento configura-se, portanto, num espaço propício para avançar processos de reconstituição histórica e repactuação da agenda política com a intenção de viabilizar o presente e o futuro da ABEn, na perspectiva do cumprimento da missão da instituição, ou seja, promover o fortalecimento organizativo da enfermagem, visando uma ação proativa da Associação na articulação de cenários que favoreçam o desenvolvimento da enfermagem brasileira. Georges La Tour (detalhe) Ajustando Contas / Pavilhão Agenda de Trabalho ABEn Ações Político-Administrativas Informes Relatório da 66ªSBEN Conjuntura Atual 9º SENADEn - Carta de Natal Oficina ABEn / INEP Regulação Profissional Memória ABEn Francisca Valda da Silva Presidenta da ABEn Nacional Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem Apenas sei de diversas harmonias possíveis sem juízo final Alguma coisa está fora da ordem Fora da nova ordem mundial... Caetano Veloso

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Durante o ano de 2005, a CENRE traçou uma proposta metodológica para trabalhar junto aosassociados da ABEn a construção coletiva do processo Repensar a ABEn. Atendendo a umimperativo ético-político, técnico-administrativo, histórico-social e jurídico do tempo atualque impõe um processo de no modelo predador de desenvolvimento identificado como neoliberalque perpassa as instituições do campo do Estado, Mercado e da Sociedade Civil. A ABEn temcompromisso com movimentos contra hegemônicos que projetem e articulem outra possibilidadehistórica de desenvolvimento para a humanidade, no contexto de um projeto civilizatórioalicerçado em valores humanos de respeito à vida, de justiça, solidariedade e respeito a diferença,em torno de ideais e práticas de inclusão e emancipação social em busca de uma sociedade quepromova igualdade com eqüidade nas suas relações civis, políticas e sociais.

Para contribuir com esse processo no seu campo de atuação, a ABEn está fazendo umesforço para identificar os desafios contemporâneos da organização em enfermagem nocontexto das transformações das instituições/Estado e organizações sociais - partindo dareflexão sobre o papel que cabe a organização civil na relação com o Estado - na formulaçãoe implementação de políticas públicas e na reconstrução do país. Para tanto, devemosanalisar as organizações sociais e as mudanças em curso, procurando discernir entre mudançasdo campo conservador e mudanças de rumos na história contemporânea que são de longoprazo, mas precisam ser trabalhadas com urgência com políticas inclusivas pelodesenvolvimento da educação, da cidadania e das lutas emancipatórias na sociedade brasileirade forma a superar progressivamente os desequilíbrios regionais.

Assim sendo, tentando fazer a nossa parte resta indagar quais os caminhos que devemosconstruir para superar as dificuldades presentes em conjunto com outros coletivos dasociedade, a partir das seguintes questões:• Onde estamos e aonde queremos chegar?• Estamos vivendo um estado de esgotamento no atual modelo de organização da

enfermagem? É preciso fazer rupturas? O que deve permanecer? E que mudanças precisam

ISS

N 1

518-

0948

IMPRESSO ESPECIAL

CONTRATO Nº 0701/02

ECT/DR/RN

ABEn - Assoc. Bras. de Enf.

ACF B. GONÇALVES234

5 e 67 e 8

910 a 12

1314 a 19

20

Desafios atuais daorganização na enfermagem

ser acordadas, articuladas e implantadas nesta organização e com quem? Qual a agendaestratégica para trabalhar a fragmentação do atual modelo de organização da enfermagem?

• Qual o papel da ABEn, do movimento sindical e estudantil neste momento presente?E qual a relação com o Estado e com o controle social? Como ampliar a expressãopolítica específica e do conjunto das entidades de enfermagem?

• Qual o papel do Sistema COFEN/COREn enquanto órgão de fiscalização do exercícioprofissional e o que precisa mudar na autarquia?

• Quais mudanças devem ser propostas e acordadas no âmbito da ABEn quanto ao modelo deorganização, natureza, campo de representação, na gestão, agenda de atuação internacional?

• Qual o plano para enfrentar a estagnação do quadro de associados, as dificuldades denatureza administrativa e a baixa capacidade de gestão e de auto-sustentação financeirae o crescente individualismo e competitividade que agrava a falta de participação nasentidades de natureza civil?

• Como ampliar a visibilidade e a expressão política específica e do conjunto das entidadesde enfermagem?

• As entidades de enfermagem não têm destino, mas sim passado, presente e futuro.Neste sentido, o que propor hoje?O Congresso Brasileiro de Enfermagem (57º CBEn) instala a programação

comemorativa dos 80 anos da ABEn. Esse evento configura-se, portanto, num espaçopropício para avançar processos de reconstituição histórica e repactuação da agenda políticacom a intenção de viabilizar o presente e o futuro da ABEn, na perspectiva do cumprimentoda missão da instituição, ou seja, promover o fortalecimento organizativo da enfermagem,visando uma ação proativa da Associação na articulação de cenários que favoreçam odesenvolvimento da enfermagem brasileira.

Georges La Tour (detalhe)

Ajustando Contas / PavilhãoAge n d a de Trabalho ABEn

Ações Político-AdministrativasInformes

Relatório da 66ªSBENConjuntura Atual

9º SENADEn - Carta de NatalOficina ABEn / INEP

Regulação ProfissionalMemória ABEn

Francisca Valda da SilvaPresidenta da ABEn Nacional

Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordemApenas sei de diversas harmonias possíveis sem juízo final

Alguma coisa está fora da ordemFora da nova ordem mundial...

Caetano Veloso

E X P E D I E N T EDiretoria da ABEn

Presidenta: Francisca Valda da SilvaVice-presidenta: Ivete Santos BarretoSecretária Geral: Tereza Garcia BragaPrimeira Secretária: Ana Lígia Cumming e SilvaPrimeira Tesoureira: Fidélia Vasconcelos de LimaSegunda Tesoureira: Jussara Gue MartiniDiretor de Assuntos Profissionais: FranciscoRosemiro Guimarães Ximenes NetoDiretor de Publicações e Comunicação Social: Isabel

Coordenação editorial e gráfica: UNA(84) 9988-2812 - [email protected]/[email protected]

Jornalista responsável: Marize CastroDiagramação e arte-final: Alessandro Amaral

SGAN Quadra 603 Avenida L2 NorteConjunto B Asa Norte CEP 70.830-030Brasília DF - Fone (61) 225.4473 - Fax 226.0653E-mail [email protected] www.abennacional.org.br

A ABEn agradece a Alzirene Nunes de Carvalho e a Janete Lima de Castro pela assessoria na realização desta edição.

Esta edição foi financiada pelo Programa de Cooperação ABEn / DEGES-SGTES-MS.

Cristina Kowal Olm CunhaDiretora Científico e Cultural: Maria Emília de OliveiraDiretora de Educação: Carmen Elizabeth KalinowskiDiretora do Centro de Estudos e Pesquisas emEnfermagem: Alba Lúcia Botura Leite de BarrosMembros do Conselho Fiscal: Marta de Fátima Lima,José Rocha e Nilton Vieira do Amaral

ABEn - jul.ago.set. 20052

ABEn - Jornal da Associação Brasileira de Enfermagem -Brasília/DF Ano 47 N. 3Conselho editorial: Diretoria Nacional da ABEn

A j u s t a n d o c o n t a s P a v i l h ã o

Balanço patrimonial da ABEn1°/01/2005 a 30/06/2005

Balanço não consolidado

A T I V O R$ 3.884.422,58

Ativo circulante R$ 251.011,34

Caixa Geral R$ 4.202,65

Fundo fixo R$ 920,63

Banco / Movimento R$ 10.657,37

Banco / Poupança R$ 2.923,34

Banco Aplicação R$ 184.832,73

Depósitos Bloqueados R$ 225,00

Bloqueio Judicial R$ 7.419,59

Adiantamentos Concedidos R$ 25.573,98

Créditos diversos R$ 14.256,05

Ativo permanente R$ 3.633.411,24

Computadores e Periféricos R$ 28.157,83

Dep. Comp. Periféricos R$ (333,55)

Máquinas e Equipamentos R$ 48.642,06

Dep. Maq. Equipamentos R$ (2.667,59)

Móveis e Utensílios R$ 44.640,29

Dep. Mov. Utensílios R$ (5.071,98)

Edificações R$ 3.704.088,45

Dep. Edificações R$ (184.044,27)

O olhar estudantil sobre o movimento pela moralizaçãodo Sistema COFEn/COREns

Ao se estudar movimentospolíticos organizados pelasentidades de classe, comofoi o Ato Público de 21 defevereiro de 2005, pelamoralização do SistemaCOFEn/ COREns, reco-nhecemos o quanto é árduoo caminho percorrido. Ofato é que, a partir destaexperiência concreta,tivemos a oportunidade demelhor perceber que osporta-vozes oficiais denossa profissão trabalhamcom muito empenho pela melhor inserção da profissão de enfermagem na sociedadebrasileira.

Pela experiência vivenciada, constatamos que existe um enorme investimento financeiroe emocional e um grande esforço físico e psicológico para a realização de movimentos emprol de nossa categoria. Os antecedentes contextualizam esses eventos e nos permitemcompreender sua história, assim como foi a Plenária e o Ato Público, realizados no dia 02e 21 de fevereiro de 2005, respectivamente no Pavilhão de Aulas da Escola de EnfermagemAnna Nery/UFRJ e na Praça em frente à Igreja Candelária./RJ.

O debate ocorrido na 321ª sessão do Seminário Permanente do Seminário Permanentedo Núcleo de Pesquisa de História da Enfermagem Brasileira (Nuphebras), realizada no dia28 de fevereiro de 2005, após apresentação do trabalho sobre o Ato Público, reuniu entreoutros, representantes da ABEn Nacional, da ABEn-RJ e do SindEnfRJ, o que nos permitiuconhecer os seus pontos de vista acerca dos movimentos organizados e suas repercussões;participação estudantil e reivindicações da classe.

Refletindo sobre o apoio e a participação dos estudantes, percebemos que as funçõesdos representantes da classe não são suficientemente compreendidas e valorizadas,principalmente, devido à falta de engajamento dos membros das diversas categorias daenfermagem nos movimentos políticos organizados por nossas entidades de classe.

Agora sabemos que este tipo de envolvimento deve ser estimulado ainda durante aformação profissional, pois acreditamos que a reflexão-ação "precoce" dos estudantes deenfermagem é indispensável para o desenvolvimento das entidades de classe e, portanto, daprofissão. Porém, não podemos esquecer que este processo é também de responsabilidadede todos, sejam eles estudantes, profissionais, entidades estudantis ou da classe daenfermagem.

Concluímos que o envolvimento e participação de estudantes e profissionais emacontecimentos históricos, de todo significativos para a profissão, fortalecem a categoria eportanto, favorecem o crescimento profissional, a conquista de novos campos e a ampliaçãodo espaço do enfermeiro na sociedade brasileira.

Ana Paula Silva Natividade, Gisele Costa de Carvalho, JoelmaRodrigues Souza Gonçalves, Pacita Geovana Gama de Souza

Aperibense, Renata Lucas Mercês Silva, Thaís Silva Corrêa Barbosa eVerônica Barbosa Mattos

Bolsistas de IC/CNPq - Nuphebras

Ieda de Alencar Barreira, Maria da Luz Barbosa Gomes e Suely deSouza Baptista

Professoras orientadoras

P A S S I V O R$ 3.884.422,58

Passivo circulante R$ 16.655,68

Cheque a Compensar R$ 1.257,05

Encargos Sociais a Recolher R$ 189,42

Recursos de Conv. Aplicar R$ 15.209,21

Patrimônio Social R$ 3.867.766,90

Superavit Exercício Anterior R$ 103.216,40

Superavit Acumulado R$ 3.758.609,12

Superavit do Período R$ 5.941,38

Divulgação

Barreto, Ana Ligia Cumming e Silva e do ConselheiroFiscal Rocha.

Oficina do processo Repensar a ABEn nos dias 6 e 7,em Natal, como atividade pós 9º SENADEn. Reuniumembros do CONABEn, da CENRE e da diretoria daABEn Nacional, entre eles: Francisca Valda da Silva,Carmem Kalinowisk, Isabel Cristina K. O. Cunha,Jussara Gue Martini, Ivete Santos Barreto, Ana LigiaCumming e Silva e o Conselheiro Fiscal Rocha.

Agenda administrativa da presidência e da diretoriaexecutiva da ABEn Nacional nos dias 8 e 9, na sede daAssociação, em Brasília (DF). Na pauta, despachosdiversos com a secretaria, tesouraria, com o CEPEn,com o setor de informática e com as assessorias jurídicae contábil da ABEn. Participaram Francisca Valda daSilva, Tereza Garcia e Fidélia Vasconcelos de Lima.

Reunião ordinária do CNS, nos dias 10 e 11, com aparticipação da representação da ABEn no segmentodos trabalhadores, através de Francisca Valda da Silvana condição de conselheira.

Reunião da Comissão Organizadora da 3ª CNGTES, nodia 12, com a participação de Francisca Valda da Silva.

Reunião da CIRH no dia 15 para avaliação técnica,política e financeira das portarias de RH suspensaspelo ministro da saúde.

Reunião promovida pela SGTES-DEGES, no dia 17,para apresentação da proposta do Pró Saúde paraincentivo à mudança no ensino de graduação, com apar ticipação da ABEM, ABENO e ABEn.Representando a ABEn, esteve presente sua presidentaFrancisca Valda da Silva.

Reunião do GT para adequação do estatuto da ABEn aonovo código civil nos dias 19 a 21. na sede da ABEn, coma participação Francisca Valda da Silva, Jussara Gue Martini,Ivete Santos Barreto e Ana Ligia Cumming e Silva.

Audiência Pública promovida pela Comissão deSeguridade Social e Família (CSSF) da Câmara dosDeputados, em Brasília, sobre o PL de regulamentaçãoda jornada de 30 horas para os profissionais deenfermagem. Participaram Francisca Valda da Silva eSolange Belchior, na mesa como debatedoras.

Reunião extraordinária do CNS no dia 25, em Brasília,para discussão e deliberação do orçamento da saúdepara 2006. Contou com a participação de FranciscaValda da Silva.

Oficina de Trabalho sobre Desprecarização do Trabalhona Saúde no dia 31, no CNS, com a participação deFrancisca Valda da Silva.

SETEMBROCongresso Internacional de Bioética, em Foz do Iguaçu,de 31 de agosto a 3 de setembro. Contou com arepresentação da ABEn através de Francisca Valda da Silva.

Reunião PALTEX,no dia 6, na cidade do Rio de Janeiro,na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Adiretora de Educação da ABEn Nacional, CarmenKalinowsk, participou da reunião de grupo de trabalhosobre o PALTEX (Programa Ampliado de Livros, Textos

ABEn - jul.ago.set. 2005 3

e Materiais de Instrução). Além de Carmen, estavampresentes Silvina Malvarez (OPS-WDC); Liane vander Haagen da Silva (OPAS-Brasil , responsável peloPaltex no Brasil); Alcira Castilho (ESP-Costa Rica);André Malhão, Isabel Brasil,Anamaria Corbo, Márciavaleria Morosini (da EPSJV); e Maria Helena LarcherCaliri (Centro de Colaboração - USP-Ribeirão Preto).

Seminário promovido pela ABEnRN, no dia 9, noDepartamento de Enfermagem da UFRN, sobre AOrganização em Enfermagem e o imperativo dasmudança. O evento teve como conferencista o professorGelson e como debatedores Raimunda MedeirosGermano e Francisca Valda da Silva.

Seminário do Pró Saúde, promovido pela SGTES, nacidade do Rio de Janeiro, nos dias 12 e 13. Contoucom a participação de Francisca Valda da Silva.

Colóquio Latino Americano de História deEnfermagem. Contou com a participação da diretoriada ABEn Nacional através de Francisca Valda da Silva,na sessão solene de abertura, e de Isabel Cristina K. O.Cunha como conferencista.

Reunião ordinária do CNS nos dias 14 e 15, com aparticipação da representação da ABEn no segmentodos trabalhadores, através de Francisca Valda da Silvana condição de conselheira.

Participação de Carmen Kalinowski na 14ª ENFSUL,em Florianópolis, no dia 20, integrando a mesa-redondaO processo de trabalho na Região Sul.

Congresso Internacional de Informática na Saúde, de20 a 23, em Salvador, com a participação de IsabelCristina K. O. Cunha apresentando trabalho sobre aBVS- Enfermagem e participando de reunião desseprojeto interinstitucional.

Reunião da Comissão Organizadora da 3ª CNGTES, nodia 20, com a participação de Francisca Valda da Silva.

Reunião 10º SENADEN realizada na sede da ABEnDF, no dia 21, com a presença de Carmen Kalinowski,Erlita Santos, Casandra Leon, Silvana Funghetto, IsabelSlva, Rinaldo Neves, Carmen Kell , Zulmira Costa. Napauta, apresentação e expectativas, comentários geraissobre a avaliação do 7º SENADEn (realizado peloDF) e dos dois últimos.

Congresso do IMIP, em Recife (PE), no dia 24, com aparticipação da ABEn através de Francisca Valda daSilva na mesa-redonda Ética na Enfermagem:conhecendo seus direitos e deveres, ao lado daprofessora da UFRN Raimunda Medeiros Germano.

Participação da diretora de Educação da ABEnNacional, Carmen Kalinowski, no dia 26, em Curitiba,da reunião preparatória do VII Congresso da RedeUnida, a se realizar em Curitiba, de 15 a 18 de julhode 2006. A ABEn Nacional e a Seção Paraná foramindicadas para comporem a comissão científica.

Reunião da Comissão Organizadora do 58º CBEn,nos dias 27 e 28, em Salvador (BA). Contou com aparticipação de Francisca Valda da Silva.

A g e n d a d e T r a b a l h o A B E n

JULHOReunião do Fórum de Escolas de Enfermagem na EE-UFMG, no dia 1º, tendo como pauta a discussão sobrea integralidade na formulação e ação de políticas desaúde e educação; a implantação do SINAES/ INEP-MEC e a agenda da diretoria de Educação da ABEn,com a participação de Roseni Pinheiro(UERJ), FranciscoLana (UFMG), membros da diretoria da ABEn MG ede Francisca Valda (ABEn Nacional).

VI Congresso Brasileiro da Rede Unida realizado dodia 1º ao dia 5, em Belo Horizonte (MG), com aparticipação de Francisca Valda na Oficina da Rede deObservatórios de Recursos Humanos em Saúde, nareunião da CIRH/CNS e como coordenadora de mesa-redonda sobre a regulação das profissões de saúde.

A diretoria de Educação da ABEn Nacional participouda Reunião da Comissão de Educação Permanente,no dia 7, na sede do MS, em Brasília. Discutiram-se asprincipais atribuições da comissão – deacompanhamento e avaliação das políticas de educaçãopermanente. O grupo considerou também que devidoao momento de transição do MS, ficaria no aguardopara novas iniciativas.

Reunião da comissão organizadora do 9º SENADEn,no dia 7, em Natal (RN). Na pauta, a programação dasolenidade de abertura e a organização da oficina ABEn-/MEC-INEP.

Reunião do FENTAS, no dia 12,preparatória daspropostas do segmento dos trabalhadores para areunião do CNS.

Reunião da diretoria executiva com o contador daABEn Nacional, no dia 12 de julho. ParticiparamFrancisca Valda da Silva e Fidélia Vasconcelos de Lima.

Reunião do CNS nos dias 13 e 14,com a participaçãode Francisca Valda da Silva na condição de conselheirasuplente.

57ª Reunião Anual da SBPC em Fortaleza (CE), nodia 21. Participação de Francisca Valda comoconferencista sobre o tema O enfermeiro, aEnfermagem e o Trabalho em Saúde.

Reunião com as EEs do CE na sede da ABEn CE, nodia 21.Na pauta, a agenda política da diretoria deEducação da ABEn.

Agenda diária de acompanhamento dos últimospreparativos do 9º SENADEn e, principalmente, daOficina ABEn/MEC-INEP, do dia 26 ao dia 31.

AGOSTOOficina de Trabalho ABEn/MEC-INEP nos dias 1º e 2em Natal (RN). Essa programação pré-SENADEnsobre Avaliação do Ensino Superior contou com aparticipação dos seguintes membros da diretoria:Francisca Valda da Silva, Carmem Kalinowisk, IsabelCristina K. O. Cunha, Jussara Gue Martini e doConselheiro Fiscal Rocha.

9º SENADEn realizado de 2 a 5, em Natal (RN), coma participação dos seguintes membros da diretoria:Francisca Valda da Silva, Carmem Kalinowisk, IsabelCristina K. O. Cunha, Jussara Gue Martini, Ivete Santos

ABEn - jul.ago.set. 20054

A ç õ e s P o l í t i c o - a d m i n i s t r a t i v a s

Nota de esclarecimentosobre o 4º concurso público paratitulação de enfermeirosespecialistas em saúde coletivaA diretoria da Associação Brasilei-ra de Enfermagem (ABEn) vem apúblico esclarecer que preocupadaem preservar os direitos de seusassociados, bem como a transpa-rência, reconhecimento e idonei-dade do Concurso Público para Ti-tulação em Enfermeiros Especia-listas em Saúde Coletiva, altera ocronograma de atividades do Edital001, ABEn, 2005, através do Edital002, ABEn, 2005, publicado na Se-

ção 03 do Diário Oficial da Uniãonº 173 de 8 de setembro de 2005e no site da ABEn –www. abennacional. or g. br.Esclarece ainda que os associadosjá inscritos no concurso terão suasinscrições asseguradas. A diretoriada ABEn espera contar com acompreensão de todos os asso-ciados e pede desculpas pelostranstornos que possam ter sidocausados.

Por delegação da presidenta da ABEnNacional, estivemos em três Estados daFederação, na Região Norte – Amapá,Rondônia e Amazonas – com o objetivo derealizar AGS, como pauta: discutir a situaçãodas Seções e proposta para reestruturaçãoou fechamento da referida Seção. Asassembléias foram realizadas, com média de30 sócios efetivos, além de estudantes eprofissionais não sócios.

No dia 14 de setembro de 2005, aassembléia foi na cidade de Macapá (AP),no dia 22 setembro de 2005 realizou-se nacidade de Manaus (AM), e no dia 24 desetembro de 2005 em Porto Velho (RO).O clima nas AGS foi de expectativa e muitosprofissionais se pronunciaram. Combastante ênfase defenderam a reestruturaçãoda Seção, chamando a atenção para oprincipal ponto em situação com a que seapresenta, que é o compromisso de cadaum em trabalhar e reerguer a Seção. Forammarcadas reuniões e assembléias para oaprofundamento da discussão e a realizaçãodo relatório o qual constará de três pontos:situação atual, o compromisso assumido edefinição de metas, inclusive nomes paracompor a diretoria, a ser proposta àdiscussão na AND em novembro.

Foram eleitos para compor ascomissões: Macapá (AP) – enfermeiraOlinda Consuelo Lima Araújo, SelmaCristina Gomes Maciel e Rozilda Alves daSilva Islã Chamilco; Manaus (AM) – Mirianda Silva Rocha, Alex Mariano Rosa da Silvae Rosângela Mendes Caldeira; Porto Velho(RO) – Kátia Fernanda Alves Moureira,Virginia Tereza Neta Freitas e Maria SocorroBandeira de Jesus. Todos se mostrarambastante animados em concluir o trabalhode acordo com a decisão da AssembléiaNacional de Delegados.

Amapá, Rondônia eAmazonas; reestruraçãodas Seções

Ana Lígia Cumming e SilvaPrimeira Secretária daABEn Nacional

CRONOGRAMA DO CONCURSOData ResponsávelAtividade

até 08/ 09/ 2005

de 09/ 09 a 09/ 10/2005

de 10/ 10 a 10/ 11/2005

16/11/2005

09/12/2005

de 15/ 12/ 2005 a 15/01/2006

20/01/2006

20/02/2006

Publicação do Editaldo Concurso no DiárioOficial da União –DOU

Inscrições

Avaliação dedocumentos dasinscrições

Divulgação dosInscritos Aptos arealizarem a provaescrita

Prova Escrita

Correção da ProvaEscrita e Prova deTitulos

Divulgação dosAprovados

Outorga do Título deEnfermeiroEspecialista em SaúdeColetiva aos aprovadosno Concurso

Diretoria ABEnNacional

ABEn Nacional

Comissão Especial doConcurso

ABEn Nacional

ABEn Seções(DCC – DAP –DCEPEn)

Banca Examinadora

ABEn Nacional(DCC – DAP –DCEPEn)

Diretoria Nacional daABEn

ABEn - jul.ago.set. 2005 5ABEn - jul.ago.set. 2005 5

Saraiva Felipe assume o Ministério daSaúdeO ministro da Saúde Saraiva Felipe em sua primeirareunião com o Conselho Nacional de Saúde, no dia15 de julho de 2005, declarou que o SUS precisaser politizado e não partidarizado. Ao ser indagadopelo Jornal do CNS pelas prioridades e ações queestabeleceu para sua gestão, Saraiva Feliperespondeu: "Assumi a pasta da Saúde com ocompromisso de lutar pela melhoria da gestão epela garantia do financiamento do SUS. Tambémvou dar uma especial atenção a alguns projetos queme foram recomendados pelo presidente Lula,como: o Brasil Sorridente - de atendimentoodontológico especializado e básico; o FarmáciaPopular – de venda de medicamentos a preços decusto; o Serviço de Atendimento Móvel deUrgência (Samu) – que envia ambulâncias e UTIsmóveis para atender pedidos de socorro feitos pelotelefone 192; e o Brasil Saudável - de estímulo àprática de exercícios e alimentação saudável. Eugostaria de lembrar, inclusive, que esta é uma gestãode continuidade. Nossa meta é expandir eaprimorar os programas, por exemplo, queremosacelerar o processo de venda dos medicamentosfracionados e reforçar a política de planejamentofamiliar. Vamos buscar também formular açõesespecíficas para a saúde da terceira idade. Essa é umapopulação que tem crescido no País, graças aoaumento da expectativa de vida, e o SUS precisaestar preparado para atender às necessidadesespecíficas desse público".

CNS manifesta-se em relação aolicenciamento compulsório dos anti-retroviraisO Conselho Nacional de Saúde realizou debate eaprovou Resolução favorável ao licenciamento

I n f o r m e s

compulsório de alguns medicamentos anti-retrovirais. A discussão foi pautada na reuniãoordinária do mês de agosto. O objetivo dodebate, além dos esclarecimentos sobre atemática, foi tirar um posicionamento doConselho em relação ao licenciamentocompulsório, tema que vem sendo debatidopelo CNS em outros momentos e fóruns docontrole social.

Todas as exposições apresentadas tiveram aintenção de subsidiar o CNS na discussão do temae facilitar a análise e manifestação do Conselho emrelação ao licenciamento compulsório dos anti-retrovirais.

Na opinião dos conselheiros nacionais, aexposição permitiu uma avaliação mais profundado tema e facilitou o posicionamento do CNSsobre a matéria. "Entendo que as transnacionaisnão vão deixar de explorar esse mercado quetemos no nosso País. É por isso que sou favorávelao licenciamento compulsório e a toda e qualquermedida que signifique a ampliação do acessouniversal do usuário aos medicamentos",defendeu o conselheiroFrancisco Batista Júnior,representante dosegmento dostrabalhadores.

3ª ConferênciaNacional de Saúdedo Trabalhador:Trabalhar, sim!Adoecer, não!À luz do tema Trabalhar,sim! Adoecer, não!, a 3ªConferência Nacionalde Saúde doTrabalhador (CNST)será realizada de 24 a27 de novembro de 2005, em Brasília (DF), como objetivo de propor diretrizes para efetivar a açãoarticulada dos órgãos setoriais do Estado naexecução da política definida e para a ampliação eefetivação do controle social.

Os eixos temáticos da Conferência são: Comogarantir a integralidade e a transversalidade da açãodo Estado em saúde dos trabalhadores? Comoincorporar a saúde dos trabalhadores nas políticasde desenvolvimento sustentável do País? Comoefetivar e ampliar o controle social em saúde dostrabalhadores.

O documento-base da 3.ª CNST, elaborado apartir desses eixos e das deliberações dasConferências Nacionais de Saúde e de Saúde doTrabalhador, subsidiará os debates nos municípios,estados e na etapa nacional.

Os municípios que não realizarem as suasconferências municipais poderão, em caráterextraordinário, e por iniciativa de articulação entreos próprios municípios com até 200.000habitantes, realizarem Conferências Regionais deSaúde, desde que oficializada junto à ComissãoOrganizadora da 3.ª Conferência Nacional deSaúde do Trabalhador.

De acordo com o Regimento da 3.a CNST, aetapa estadual tem por objetivo, obrigatoriamente,analisar o documento-base e os relatórios dasconferências municipais e elaborar propostas paraos estados e União, produzindo um relatório quedeverá ser encaminhado à Comissão OrganizadoraNacional.

A etapa nacional da conferência contará com1.524 participantes, entre delegados econvidados. As vagas de delegados foramdistribuídas de forma paritária (de acordo com aResolução nº 333/ 2003) entre usuários,trabalhadores, gestores e prestadores de serviço.

Orçamento de 2006, CNS aprovaRecomendaçãoO Conselho Nacional de Saúde aprovou umaRecomendação para o Orçamento de 2006. ARecomendação foi aprovada com itensconsiderados relevantes pelo CNS, tais como: queo cálculo dos valores a serem aplicados em 2006com ações e serviços públicos de saúde, o queprevê a Emenda Constitucional n.º 29 e naResolução n.º 322 do CNS, deve ser consideradocomo "piso", e não como "teto"; que o cálculodos valores mínimos a serem aplicados em ações eserviços públicos de saúde para fins decumprimento da EC 29 não deve considerar osvalores programados para "Farmácia Popular",nos termos dos dispositivos da Resolução n.º322/ 2003 do CNS. A Recomendação orientatambém que a proposta orçamentária deverácontemplar ações voltadas para o fortalecimentodo controle social, especialmente no tocante àsações denominadas "Mobilização da Sociedadepara a Gestão Participativa no SUS" e "ControleSocial no Sistema Único de Saúde".

CNS aprovou a realização da 3ªConferência Nacional de Gestão doTrabalho e Educação na SaúdeO Conselho Nacional de Saúde aprovou arealização da 3ª Conferência Nacional de Gestãodo Trabalho e Educação na Saúde, a se realizar de15 a 18 de março de 2006, em Brasília (DF). Oencontro tem como objetivo discutir e apontarpropostas de diretrizes nacionais para aimplementação de políticas de Gestão do Trabalhoe Educação na Saúde, tendo por referência a

Saraiva Felipe, ministro da Saúde

Reprodução

I n f o r m e s

Secretário Francisco Campos ao lado da presidenta da ABEn Nacional Fracisca Valdae da presidenta da ABEn RN Sheila Saint Clair

Foto: Alessandro Amaral

ABEn - jul.ago.set. 20056

NOB/ RH-SUS, como forma de ampliar aparticipação e a co-responsabilidade dos diversossegmentos do SUS na execução desta política,fortalecendo o compromisso social nesse campo.

Os Eixos temáticos serão: Gestão doTrabalho; Educação na Saúde; Participação doTrabalhador na Gestão e Negociação do Trabalhoe na Gestão da Educação na Saúde;Financiamento do Trabalho e da Educação naSaúde pela União, pelos Estados e pelosMunicípios; Controle social na Gestão doTrabalho e Educação na Saúde; Produção eIncorporação de Saberes a partir dasPráticas de Trabalho, de Gestão, deFormação e de Participação, comFoco no Cuidado e na Saúde doTrabalhador do SUS.

O encontro será precedido deetapas municipais e estaduais. A etapamunicipal terá o objetivo de formularas diretrizes municipais e indicardiretrizes estaduais e nacionais para aimplementação da política de gestãodo trabalho e da educação na saúde.

A etapa nacional formulará asdiretrizes nacionais para a execução dapolítica de gestão do trabalho e daeducação na saúde, ampliando aparticipação e a co-responsabilidadedos diversos segmentos do SUS naexecução dessa política, qualificandoseu debate e fortalecendo ocompromisso nacional nesse campo,seguindo as orientações estabelecidas noRegimento da Conferência, disponível na páginado CNS na internet: http://conselho.saude.gov.br.

Secretário de Gestão do Trabalho e daEducação na Saúde salientou, durante o 9ºSENADEn, que a discussão de recursoshumanos e a discussão da enfermagemsão hoje questões centrais no mundoNa sua primeira aparição pública como secretáriode Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, omédico e professor Francisco Eduardo Camposparticipou, em Natal (RN), do 9º SeminárioNacional de Diretrizes para a Educação emEnfermagem (2 a 5 de agosto) abordando a agendapolítica e linhas de ação do Ministério.

Ao lado da presidenta da Associação Brasileirade Enfermagem, Francisca Valda da Silva, osecretário enfatizou, durante sua comunicação,que o compromisso do MS é com a construçãodo Sistema Único de Saúde "o SUS é uma coisasuprapartidária, transcende os partidos, vai alémdos partidos", afirmou.

Ao fazer uma breve configuração do panoramamundial, Francisco Campos ressaltou os principaisproblemas de recursos humanos e asseverou aimportância deste campo nos processos dereformas do setor saúde. Salientou ainda que adiscussão de recursos humanos e a discussão daenfermagem são hoje questões centrais no mundo.Ele ilustrou a abordagem com a situação, naInglaterra, de recrutamento de enfermeiros.

O secretário de Gestão do Trabalho e daEducação na Saúde declarou o compromisso coma educação permanente e disse que a sua equipe

seguirá a política de recursos humanos que vemque vem sendo construída nos últimos 20 anos,ou seja, a política da Reforma Sanitária.

Ao final, ao ser indagado sobre o Ato Médico,Francisco Campos afirmou: "De forma unilateralnão é como se constrói uma sociedadedemocrática". Nesse momento, o sanitarista foiaplaudido por toda a platéia.

Referendo do Desarmamento: ABEn dizsim à vidaA Associação Brasileira de Enfermagem junta-se adiversas iniciativas de mobilização pelo sim, nocaso do Referendo do Desarmamento. Apopulação brasileira está sendo chamada a semanifestar sobre uma lei já aprovada - a Lei10.826 que diz: "É proibida a comercialização dearma de fogo e munição em todo o territórionacional, salvo para as entidades previstas no art.6º desta Lei". Por conseguinte, fazemos nossas aspalavras da professora Maria Cecília de SouzaMinayo quando ela afirma:" Um dos mais fortesargumentos dos que são a favor das armas nasmãos da população civil e, portanto, são contra a

proibição da comercialização, é de que a arma éuma segurança e uma defesa pessoal numasociedade fragilizada pela violência. Proibir ao civilcomprar uma arma, para os que pensam assim, é omesmo que privá-lo da sua única e últimapossibilidade de reagir aos horrores da violênciados outros, a violência social. Esse argumentoemocional, no entanto, não se sustenta nosestudos de várias áreas e de vários autores,sobretudo os da área de saúde pública. NosEstados Unidos, por exemplo, pesquisas do CDC(Centro Nacional de Controle de Doenças)

calculam que possuir em casa umaarma de fogo tem potencializado aspessoas 43 vezes mais a matarem ou aferirem alguém, inclusive dentro daprópria família. Os estudos mostramque sem as armas, as pessoas se vêemobrigadas a discutir, a argumentar e,mesmo quando se agridem fisicamente,geralmente, não provocam a morte".

A ABEn diz sim à proibição dacomercialização das armas! Diz simpara a centelha de vida que habita emnossas almas.

Concurso para o controle socialno SUSConselho Nacional de Saúde e oMinistério da Saúde realizarão 1ºConcurso Nacional de ExperiênciasBem Sucedidas em Controle Social noSUS. O objetivo é premiar e divulgar as

experiências dos Conselhos de Saúde que desde aLei 8142/ 90, tem desempenhado seu papel decontrole, fiscalização e deliberação das políticas desaúde nas três esferas de governo.

O concurso é voltado para experiências deConselhos de Saúde no âmbito Municipal eEstadual. A intenção é que os concorrentesabordem temas relacionados a experiências naorganização, funcionamento e deliberação doconselho de saúde; atividades de esclarecimentosà população sobre o SUS e o controle social;formação e capacitação de conselheiros de saúde.

Estudantes e profissionais de enfermagemparticipantes deste movimento, inscrevam suasexperiências.

As inscrições, com o resumo da apresentaçãodos trabalhos serão recebidos até o dia 31 dejaneiro de 2006, que deverão ser enviadas aoendereço eletrônico do Conselho Nacional deSaúde: [email protected] ou pelo correio para oendereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco G,Anexo B. Sala 104B. CEP: 70.058-900 Brasília-DF. Conselho Nacional de Saúde.

ABEn - jul.ago.set. 2005 7

O objetivo da Semana Brasileira de Enfermagem, foiamplamente alcançado neste ano, em que o tema central foi: ABioética e os modos de Ser da Enfermagem, de acordo com adeliberação do CONABEn – Gestão 2004-2007, realizado emGramado no mês de novembro de 2004.

Esta nova gestão 2004-2007, mantém o compromisso dedar continuidade ao processo político caracterizado peloempenho social e a saúde da população, mostrando-se preocupadacom a equidade, a ética do cuidar e a inserção social da categoria.

As várias Seções e Regionais, pela organização dos membrosde suas diretorias e membros associados, puderam, nummovimento de reflexão, diálogo e comemoração, refletir sobrea Bioética, que se apresenta como uma síntese de conhecimentoe ação multidisciplinar para responder aos problemas morais novasto campo da vida e da área da saúde. Refletiram tambémsobre como a Enfermagem vem contribuindo para a discussãoda ética individual e social no mundo que buscamos. Um mundo,que de acordo com Saupe (1995) é feito de homens em contínuoprocesso de humanização, que ultrapassam o unilateral ecaminham em direção a omnilateralidade..

Num primeiro momento, como nos anos anteriores, aCoordenação Nacional elaborou o “Caderno de Dicas” que foidistribuído para as Seções e Regionais, por meio eletrônico(disquete), com a finalidade de subsidiar as discussões edesenvolvimento da temática como um todo.

Realizada como em todos os anos, em todo o territórionacional, no período de 12 a 20 de maio de 2005, a SemanaBrasileira de Enfermagem, demonstrou sua importância erelevância, como pôde ser observado nos relatóriosencaminhados à Coordenação Nacional, pelas Seções: Goiás,Paraná, Paraíba, São Paulo,Maranhão, Sergipe, Tocantins, Riode Janeiro, Ceará, Regional São José do Rio Preto e Núcleo SãoCarlos.

Analisando-se os relatórios enviados, observa-se que onúmero de participantes variou bastante, sendo que a médiaficou entre 20 e 300 participantes.. A participação mais efetiva,continua sendo dos estudantes, tanto da graduação quanto donível técnico.

As atividades desenvolvidas durante a Semana foram muitovariadas, contando com palestras, mesas redondas, oficinas,exposições de trabalhos científicos, cursos, homenagens,programação social e cultural, dentre outras.

A Seção Rio de Janeiro desenvolveu uma programação pré-semana na escola de Enfermagem da FESO com representantes

das Seções e da diretoria Nacional. A sessão de abertura oficialda Semana foi realizada na Câmara Municipal do Rio de janeirosob a presidência do vereador Adelino Simões, que em seudiscurso considerou a Enfermagem como o esteio da área dasaúde. Durante a cerimônia, a lamparina foi acesa, após o discursoda presidente da ABEn RJ, Iraci do Carmo de França. Foramentregues diplomas de honra de enfermagem aos profissionaisda categoria pelo serviço realizado com dedicação. Durante asemana as atividades foram desenvolvidas nas escolas deEnfermagem e nas comunidades. No dia 16/05 a Câmara devereadores de Niterói prestigiou a Enfermagem Fluminense,destacando a importância na participação política da profissãoque vem crescendo e desenvolvendo atividades assistenciais,de pesquisa e organizações de serviços em prol da população.Finalizando a SBEn, a seção RJ realizou o evento “Enfermageme Vida” no dia 20/05 na praça da Cinelândia com participação dasseguintes escolas de Enfermagem: FABA, Luiza de Marilac,UNIGranrio, UVA, Celso Lisboa, Alfredo Pinto, Escola de Saúdeda Marinha, FAETEC, UNISUAM, Centro Universitário PlínioLeite, UERJ. Foram desenvolvidas junto à população, atividadesde controle de glicemia, verificação de pressão arterial,aconselhamento e prevenção de DST/AIDS, distribuição decódon, entre outros.

A Seção Goiás buscou parceria com as instituições de ensinoe Unidades de Saúde. Realizou uma feira de saúde com exposiçãode stands de livros, materiais e equipamentos hospitalares,Realizou no dia 17/ 05 o Fórum de Entidades pelademocratização e moralidade no Sistema COFEn/COREn GO,com o debate a Ética na Sociedade civil, entidades de classe e naorganização governamental..Realizou também uma passeata aqual constou de duas concentrações, uma em frente ao MinistérioPúblico e outra na Justiça Federal, sendo entregues na ocasiãodocumentos e abaixo assinados solicitando anulação do processoeleitoral do sistema COFEn/ COREn. Deliberou ainda peladivulgação de uma Carta aberta à população e um café da manhãno dia 01/06 para jornalistas e conselhos de Saúde para trataremda questão COFEn/COREn-GO.

A Seção Paraná realizou atividades conjuntas com váriasinstituições, sendo que as mesmas abriram suas programaçõesinstitucionais para a comunidade de enfermagem. A duração dasatividades foram de 12 dias, sendo que a Presidente e a diretoriada ABEn-Pr, esteve presente em vários eventos comopalestrantes ou exercendo a representação nas mesas de aberturae nos eventos propriamente ditos. No dia Nacional de Luta

Realizada em todo o território nacional, no período de 12 a 20 de maio de 2005, a SemanaBrasileira de Enfermagem demonstrou sua importância e relevância, como pôde serobservado nos relatórios encaminhados à Coordenação Nacional, pelas Seções: Goiás,Paraná, Paraíba, São Paulo, Maranhão, Sergipe, Tocantins, Rio de Janeiro, Ceará, RegionalSão José do Rio Preto e Núcleo São Carlos.

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R e l a t ó r i o d a 6 6 ª S B E n

espaço propício ao crescimento

da expressão nacional da

enfermagem brasileira

ABEn - jul.ago.set. 20058

contra a impunidade, 16/05, a Presidente da Seção mais a ex-presidente da ABEn Nacional Maria Goretti David Lopes,discursaram na tribuna do Plenário do centro Legislativo,juntamente com parlamentares que apóiam a luta em favor dademocracia no sistema COFEn/COREn.

A Seção Paraíba desenvolveu suas atividades no âmbito daUniversidade Federal da Paraíba, e contou com o apoio doCentro de Ciências da Saúde, da escola Técnica de Saúde, Dep.de Enfermagem Médico-cirurgica e Administração, Dep. DeEnfermagem em Saúde Pública e Psiquiatria, Núcleo de estudosem saúde Coletiva e Departamento de Educação Física. Algumaslojas de venda de material hospitalar contribuíram com brindesque foram sorteados entre os participantes da SBEn..

A Seção São Paulo não desenvolveu atividades em sua sede,no entanto os membros da diretoria representaram a ABEn emdiversas instituições, como: UNICASTELO, UNITAU,UNIFMU, AACD, Hospital do Servidor Público estadual e santacasa de Misericórdia de São Paulo. A Regional de São José deRio Preto realizou pré-cursos, conferências, palestras eapresentação de trabalhos. O Núcleo de São Carlos realizouconferências, mesas redondas e palestras sobre o tema Bioética.

A Seção Maranhão realizou a SBEn juntamente com a 35ªJornada Maranhense de Enfermagem no Auditório doDepartamento de Enfermagem da Universidade Federal doMaranhão, com uma série de palestras e discussões a respeito datemática.

A Seção Sergipe realizou uma Feira de Saúde, além de umculto religioso e uma extensa programação que incluiu oficinas,cursos, palestras e atividades culturais.

A Seção Tocantins realizou um movimento no dia 12 demaio reforçando a luta da enfermagem contra a impunidade nopaís, contando com o apoio do Sindicato de Enfermagem doestado. Apoiou também o evento realizado na cidade deAraguaina que desenvolveu uma reflexão sobre os aspectoséticos envolvidos na pesquisa.

A Seção Ceará realizou a SBEn junto com o I encontro deenfermeiro do Hospital distrital Gonzaga Mota, I Fórum deIncentivo à formação de Núcleos de assistência, ensino e pesquisaem Enfermagem e I Encontro das equipes de enfermagem darede hospitalar de referência da secretaria de Saúde do Estadodo Ceará. Dentre as atividades, realizou missa em ação de graças,entrega do troféu amigo da ABEn-Ce, entrega do troféuenfermeiro destaque, além de uma série de palestras.

A temática desenvolvida pelas Seções, foi bastantediversificada, contribuindo sobremaneira para a discussão dotema central, incluindo além da discussão sobre Bioética, assuntoscomo:debate sobre reforma universitária, centros energéticose suas correlações com a saúde, parto humanizado vivenciadono Japão, , tratamento de feridas e lesões, saúde do trabalhador,hotelaria hospitalar, gestão de conhecimento, negociação ecustos, humor no serviço de enfermagem, a fé no processo decura e integralidade e ações de saúde, vivências de cuidadorasfamiliares no cuidado ao idoso dependente, a biodança e os modosde ser, fazer e sentir Enfermagem, vivência em terapiacomunitária, potencializando o trabalho do agente comunitáriode saúde; medo do vir a acontecer, trabalho em equipe comênfase ao reforço em educação em saúde bucal; o grupo comoespaço de fortalecimento no processo de formação doenfermeiro para o papel de gestor, planejamento e execuçãodas atividades de enfermagem em hospital público, entre outras.

Considera-se que os momentos vivenciados durante a 66ªSemana Brasileira de Enfermagem constituíram-se emmomentos riquíssimos, com um elevado nível de reflexão sobreo tema central, contribuindo na socialização e divulgação daprodução científica da Enfermagem. As discussões e reflexõesforam de extrema importância no sentido de mobilizar a atençãodos trabalhadores de Enfermagem de nível médio e superiorpara as questões da Ética e Bioética na Enfermagem.

Nas facilidades encontradas evidenciaram-se aspectosimportantes, como: empenho da atual gestão em realizar a SBEn,participação de monitores na organização do evento,envolvimento das instituições parceiras, colaboração edisponibilidade dos palestrantes, participação dos profissionaisde enfermagem, interesse e presença dos estudantes deenfermagem, boa receptividade das instituições, colaboraçãodos membros da diretoria, apoio das instituições de ensino detodos os níveis, apoio das Secretarias e captação de novos sócios

Porém, como em todo processo, algumas dificuldadessurgiram no meio da caminhada, sendo que de forma algumaimpediram ou diminuíram o brilho da atividade. Dentre elas,podemos destacar: demora das instituições parceiras emdisponibilizar sua programação, falta de apoio financeiro elogístico; baixa participação de enfermeiros, técnicos e auxiliaresde enfermagem; pouco envolvimento de algumas chefias deenfermagem, bem como, falta de engajamento da categoria;falta de apoio dos sindicatos e falta de tempo dos membros dadiretoria para organizarem o evento.

Sugestões de temas para a próxima SBEn: Qualidade daassistência de enfermagem – discutindo a importância daimplementação e sistematização da enfermagem como estratégiapara seu reconhecimento; O papel do enfermeiro na saúde;qualidade de vida dos profissionais de enfermagem; Relaçãointerpessoal na Enfermagem; Violência, Enfermagem e acessoao mercado de trabalho e associativismo na Enfermagem.

Na avaliação das Seções, pudemos perceber que a temáticaproposta foi bem aceita e considerada de grande importânciapara a profissão, cumpriu com sua finalidade científica, cultural,política e principalmente de congraçamento e troca deexperiências entre colegas de profissão, contribuiu para umamaior visibilidade da ABEn e filiação de novos sócios. A Seção SPressalta que a escassez de recursos tem prejudicado obrilhantismo da SBEn. . A Seção Ma sugere que é necessária aunião da categoria para uma reflexão do fortalecimento dasentidades para melhorar a participação dos enfermeiros.

Para finalizar, gostaríamos de destacar que a realização da66ª Semana Brasileira de Enfermagem neste ano de 2005, primoupela organização, vontade e criatividade dos trabalhadores eestudantes da Enfermagem, que num movimento de construçãocoletiva engajaram-se para que os resultados das discussões,possibilitassem um pensar e fazer Enfermagem de forma crítica,reflexiva e criativa.

Fotos do dia 12 de maio na Uniandrade, Paraná,evento realizado em parceria com as Instiuições de

Saúde e de Ensino Superior e Ensino Médio

Maria Emilia de Oliveira (Coordenadora)Jussara Gue Martini

Simone PeruzzoCoordenação Nacional da 66ª SBEn

R e l a t ó r i o d a 6 6 ª S B E n

ABEn - jul.ago.set. 2005 9ABEn - jul.ago.set. 2005 9

A Associação Brasileira de Enfermagem(ABEn), organização da EnfermagemBrasileira, há 80 anos vem trabalhando juntoao Estado por políticas publicas comprometidascom as mudanças na saúde; no trabalho; ciênciae tecnologia e na educação em enfermagem/saúde, vem a público manifestar suapreocupação com a reprodução de práticas deconstrução e exercício do poder por parte depessoas físicas e jurídicas (políticos, partidos,etc.) que comprometem a credibilidade deinstituições conquistadas passo a passo pelasociedade brasileira com muita luta e com avida de muitos brasileiros. Esta situação nãopode permanecer sob pena de termos anormalidade institucional e democráticaameaçada em nosso país.

Não podemos nos paralisar diante desse estadode perplexidade que se abateu sobre os brasileiroscomprometidos com valores éticos e que buscamuma sociedade justa. Estamos ao lado das forçassociais e políticas que exigem firmeza nasapurações, punição para os envolvidos e devoluçãodo dinheiro desviado, para apoiar ações quetenham impacto no aumento da qualidade de vidae de saúde da população.

Nós da ABEn nos associamos à Rede Unidae a todas as iniciativas institucionais emovimentos sociais que defendem rigor naapuração dos atos ilícitos praticados, com aconseqüente punição dos culpados – sejaadministrativa, política ou criminal – dosagentes políticos ou outras pessoas envolvidas,tendo em vista a retomada da normalidadeinstitucional e democrática. Estamospreocupados com as tentativas de manipulaçãoda opinião pública onde notícias perdem o focoque é o fato e passam a servir simplesmente aobjetivos corporativos e partidários quefragmentam a sociedade brasileira ereproduzem a tradição patrimonialista da lutapelo poder que tantos prejuízos tem causadoao povo brasileiro. Continuamos acreditandona reconstrução das praticas e das instituiçõesnuma perspectiva de ação conjunta do Estado eda Sociedade Civil.

Portanto, nos associamos àqueles: querealizam ações proativas pela tomada dedecisões políticas pautadas pelo interessepúblico, com consciência cívica,amadurecimento político e respeito à populaçãoe às instituições; que defendem uma urgenteReforma Política, aumentando o controle doEstado pela sociedade; que lutam pelaregulamentação da Emenda Constitucional 29(Art.198 da CF); que defendem a valorizaçãodo trabalhador da saúde, com formaçãoadequada, vínculos estáveis e remuneraçãojusta; que trabalham na implantação demudanças na formação/ educação permanentee na regulação das profissões da saúde, comparticipação efetiva dos serviços de saúde e docontrole social; que defendem o compromissocom políticas de ciência e tecnologia numaperspectiva da integração de saberes e praticasdas ciências biológicas, humanas, sociais e éticas;que na pratica revelam compromisso com aconsolidação do SUS e com a construção

permanente da mudança do modelo de atenção;e enfim, ao lado de todos aqueles que defendeme constroem cotidianamente a democraciaparticipativa tendo clareza que como primeiropasso a conquista da democracia representativaé patrimônio histórico, político e cultural dopovo brasileiro e tendo a convicção de que semdemocracia não haverá espaço político para aconstrução social de um Brasil digno e melhor.

Neste momento, interpelamos aos poderesconstituídos legalmente no que diz respeito àssuas responsabilidades constitucionais nocumprimento de obrigações junto a todas asesferas públicas – legislativa, executiva ejudiciária – exigindo das respectivasautoridades o compromisso e a práticainalienáveis com a verdade e a ética, pilaresdo Estado Democrático de Direito.

Brasília, 30 de setembro de 2005

Posição da ABEn sobre a crisepolítica nacional

Associação Brasileira de Enfermagem

Reprodução

C o n j u n t u r a A t u a l

ABEn - jul.ago.set. 200510

O 9º SENADEn, contou com 568 participantes, sendo463 enfermeiros, 2 técnicos, 73 estudantes e outros 28profissionais de saúde e das ciências sociais. A maioria dosparticipantes, exercem a função de docentes, gestoresde ensino e de serviços de saúde. Participaram ainda,convidados dos Ministérios da Saúde e da Educação,Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa em Educação,Organização Pan-Americana de Saúde, Universidades,Cursos e Escolas de Enfermagem. O objetivo geral doSeminário foi refletir sobre a qualidade da educação daEnfermagem brasileira e recomendar diretrizeseducacionais que venham a contribuir com a formaçãoprofissional na perspectiva do seu compromisso social.

O tema central foi desdobrado em quatro grandeseixos temáticos: Articulação educação-trabalho: caminhopara a qualidade?; Avaliação como dimensão que promovea qualidade social; A docência como espaço de consolidaçãodo Projeto Político Pedagógico e A reforma Universitáriacomo expressão da qualidade social da educação.

As discussões sobre estes temas foram conduzidaspor conferencistas convidados e depois aprofundadas emoficinas e grupos de trabalho, de onde foram demandasas proposições que compõem o teor desta Carta.

Compreendemos a qualidade da educação como umaprioridade na agenda da enfermagem brasileira, a qualdeve suscitar a reflexão, o debate e a definição dediretrizes, assumidos coletivamente, por todos que fazema história da educação em saúde/enfermagem.

Deste modo, pensar a qualidade da educação comocompromisso social na enfermagem requer ummovimento psicodinâmico capaz de potencializar osesforços conjugados dos atores inscritos na formaçãoprofissional, garantindo a consciência da co-participação,independente do contexto, quer no controle social, querno processo de geração de novos conhecimentos. Istolegitima a sua capacidade crítica e criativa, mediada pelashabilidades e competências requeridas para o exercícioprofissional com vistas à consolidação de um projeto deEducação para o século XXI,voltado para a plenitude equalidade de vida e saúde do ser humano.

Assim, as reflexões sobre a “Educação no Século XXI”apontam que os avanços sociais, vêm sofrendo um

processo regressivo em decorrência dos ataquesdesferidos pela reestruturação capitalista do século XXe XXI. Fato que tem provocado uma erosão no tecidosocial, porque tornou o trabalho humano flexível evulnerável. Por outro lado, tem produzido desempregoe exclusão social, atingindo, sobretudo, os jovens. E nadaé pior do que uma sociedade de trabalhadores semtrabalho. Em face desse cenário os participantes doSENADEn recomendam:• A defesa da educação como um bem público e não

como mercadoria. De igual modo, o conteúdo daeducação deve ter como objetivo formar sujeitostendo em vista uma ética da solidariedade, umacidadania planetária, sociedades mais justas.

• Rejeitar todas as injustiças, barbáries, intolerâncias,misérias e fundamentalismos. A escola, por sua vez,deve se preocupar com o mundo do trabalho, não nosentido meramente instrumental da empregabilidade,mas como um mecanismo de enfrentar a exclusãosocial sem descurar jamais da formação humanísticae cidadã.

• Assumir a nossa parcela de responsabilidade naconstrução de uma universidade que se incorpore àslutas por um mundo melhor, uma sociedade maisjusta, um país que supere a subalternidade em que seinsere no atual processo de globalização.

São, portanto, desafios que não dependem apenas daação governamental, mas de uma ação dos sujeitospolíticos no sentido de pressionar os governos e suasinstituições para implementarem políticas de cidadaniae de emancipação social, ampliando o espaço público embusca de uma universidade humana e fraterna.

1º Eixo Temático: Educação articulação-trabalho: caminho para a qualidade social?Foi ressaltada a necessidade de compreender o trabalhocomo princípio educativo, contextualizado com omomento histórico, o educador como força de trabalho,vivenciando o trabalho como princípio educativo de modoa permitir uma direção pedagógica que compatibilize aformação para o trabalho na perspectiva da práxis criativa,contribuindo para o desenvolvimento do homem emsua multidimensionalidade.

A escola deve ter um projeto de formação comidentidade dinâmica envolvendo professores, funcionários,alunos e comunidade, reiterando o compromisso éticopolítico com a preparação para o exercício da enfermagem,aproximando o aluno do mundo do trabalho comcriatividade, reflexividade, objetividade e autonomia, semperder de vista a subjetividade, resgatando no sujeito traba-lhador o seu potencialcriativo, reafirmando sua existênciasocial e cidadania plena.

A Associação Brasileira de

Enfermagem através da sua

Seção Rio Grande do Norte,

realizou no período de 2 a 5

de agosto de 2005, em Natal,

o 9º Seminário Nacional de

Diretrizes para a Educação

em Enfermagem, à luz do

tema A Qualidade da

Educação: Um Compromisso

Social da Enfermagem?

9 º S E N A D E n – C a r t a d e N a t a lImagem: Flávio Freitas

ABEn - jul.ago.set. 2005 11

Neste sentido, torna-se imprescindível considerar oconceito ampliado de saúde e os princípios do SUS. Aintegralidade torna-se fundamental para formação,articulação educação/ trabalho e como caminho paraqualidade social.

Dar relevo às experiências que aproximam oestudante da realidade do trabalho também constituiestratégia fundamental que rompe com a lógica de queo ensino é apenas responsabilidade das instituições deensino, sendo o VER SUS – Vivência de Estágio narealidade do SUS, rica e válida, destacando o AprenderSUS, política de Educação Permanente que visa mudançasnos cursos de graduação.

Proposições:• Promover a efetivação da articulação educação/

trabalho a partir da inserção do enfermeiro noprocesso de trabalho, articulando os vários saberes,as várias disciplinas com vistas à integralização.

• Contribuir para a implementação, nos hospitais dapolítica pública: Humaniza SUS, envolvendo gestores,profissionais, docentes, alunos e usuários.

• Fortalecer as vivências para a formação profissional,pensando a educação permanente em saúde comoum caminho de superação de uma prática tecnicista;podendo utilizar os espaços de encontro – rodas/fóruns para promover uma relação dialógica com oscenários e seus atores – ensino/serviço/comunidade.

• Utilizar os fóruns das escolas para tomar decisõescoletivas nas questões de interesse da profissão e doscenários de práticas.

• Os projetos Políticos Pedagógicos deverão ser frutode uma construção coletiva, superando relações depoderes entre discentes e docentes e norteados pelosprincípios do SUS, valorizando as experiênciasanteriores dos docentes.

• Fortalecer os Pólos de Educação Permanenteenquanto espaços de articulação educação/trabalhoatravés das negociações coletivas envolvendo ges-tores/profissionais/docentes/ alunos naconstrução das Políticasde Saúde.

• Discutir sobre aformação de licencia-dos em enfermagemquestionando sobre:Como está a licencia-tura a nível nacional?O que os licenciadosestão fazendo?

• Elucidar as concepçõesde estágios supervi-sionados e ensino-teórico-prático.

• Rever paradigmastecnicista/biologicista e apontar para mudanças quereforcem o compromisso social da saúde/enferma-gem com a transformação da realidade.

• Buscar construir a interdisciplinaridade nos processos

formativos tendopor base as reali-dades e possibili-dades dos PPPs.

2º Eixo Temático:Avaliação comodimensão quepromove a qua-lidade socialFoi abordada comoparte da reflexãocotidiana e processoinstitucional. Omodelo de avaliaçãohoje vigente, aqueleque é hegemônicono país, é instrumen-tal e regulatório,sendo questionadasas possibilidades desuperá-lo. A possibi-lidade de pensar emprojetos/processosde avaliação com ca-racterísticas emanci-patórias e participa-tivas, bem como apossibilidade de olhar os diversos modelos de avaliação,relacionando-os com a qualidade social. Observa-se quesão poucos os que contemplam esta dimensão, assim, aavaliação deve promover a participação direta, efetiva,que se enquadra nos processos democráticos quepromovem cidadania ativa, autocrítica e auto-exigentedos sujeitos envolvidos. De tal forma, a avaliaçãocontempla a defesa do bem público, aqui entendido comoas pessoas envolvidas no coletivo. Assim, as práticas deavaliação hegemônicas devem ser repensadas na buscada qualidade social.

O desafio está na possi-bilidade de se tratar qua-lidade sem referenciá-la, jáque a necessidade da qua-lidade é consensual. Aavaliação deve subsidiar areflexão docente, ilumi-nando o processo de to-mada de decisão, induzindoe reafirmando valores,constituindo instrumentopolítico pedagógico queorienta processos deformação. A avaliaçãotambém é apontada comoprodutora de sentidos jáque subjetiva os que são

educados.A formação dos enfermeiros tem se aproximado de

uma pedagogia crítica, na possibilidade de produzirsujeitos sociais autônomos que tem como fundamento

ético a possibilidade de incorporar valores como liberdadee autonomia.

Proposições:• Avaliação enquanto processo capaz de produzir

sentidos, que analisa a concepção da qualidadepraticada em relação com a pactuada.

• O processo avaliativo deve sinalizar o rumo do PPPe permitir sua retomada, se necessário.

• Em relação à atitude do avaliador, foi apontada anecessidade de ressignificar a avaliação, bem comoas crenças, valores, princípios, e concepções que aenvolvem.

• Todo processo educativo precisa ser dialógico,solidário, democrático,inclusivo e participativo.

• O processo avaliativo precisa promover a justiça,compreendendo que nem sempre o mesmotratamento a todos os alunos significa ser justo.

• Como funções da avaliação, temos a possibilidade deassegurar o domínio da aprendizagem, demonstraros efeitos da metodologia e instrumentos empregadosno processo, fornecer dados para avaliar a eficácia docurrículo escolar frente às exigências sociais eculturais, dentre outras.

• Faz-se necessário a motivação como um desafio parao docente, que deve criar espaços concretos deaprendizagem e investir na sua qualificação.

• A importância da organização de fóruns de debatescom profissionais do serviço que participam dosprocessos de ensino aprendizagem. Assim, seriapossível construir cenários de aprendizagem quetenham coerência com os PPPs.

ompreendemos a qualidade da

educação como uma prioridade na

agenda da enfermagem brasileira, a

qual deve suscitar a reflexão, o

debate e a definição de diretrizes,

assumidos coletivamente, por todos

que fazem a história da educação

em saúde/enfermagem

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3 4

9 º S E N A D E n – C a r t a d e N a t a l

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ABEn - jul.ago.set. 200512

Os participantes do 9º SENADEn reafirmaram ocompromisso da ABEn com a construção de políticasinterministeriais de interesse público, envolvendo o MS,MEC, Sociedade Civil (FNEPAS) Entidades de Ensino,CIRH/CS/Conferências de Saúde, estudantes, entreoutros, nos seguintes eixos de ação:• Manutenção das atuais estratégias de mudança no

ensino de graduação e educação profissional.• Implantação da residência integrada em saúde.• Regulação da qualidade do ensino e da abertura de

novos cursos de graduação.• Apoiar/participar no implantação/desenvolvimento

dos Pólos de EPS.• Organização dos processos de trabalho: remuneração,

vínculos e incentivos.

Moções e manifestos aprovadosMoção de apoio à intensificação das investigações sobreo desaparecimento do enfermeiro professor Luiz Cláudioda Rocha Fraga

Nós participantes do 9º SENADEn, assinamos moçãode apoio à intensificação das investigações sobre odesaparecimento do enfermeiro professor Luiz Cláudioda Rocha Fraga, com 282 (duzentos e oitenta e duas)assinaturas{....} Enviar para o Secretário de SegurançaPública do Estado do Rio de Janeiro - Dr. Marcelo Itagiba.

Moção contra a obrigatoriedade de registro dosdocentes de enfermagem no Sistema COFEN/CORENs

Nós participantes do 9º SENADEn, assinamos moçãocontrária à ingerência do Sistema COFEN/ COREN,em relação à cobrança da inscrição dos docentes deenfermagem nos respectivos conselhos, com 112 (centoe doze assinatura {...} Enviar para o Conselho Nacionalde Educação.

• A importância da avaliação externa e a produçãocientífica são fundamentais para a qualidade dos cursos.

3º Eixo Temático: A docência como espaço deconsolidação do processo político pedagógicoFoi apresentado de forma inovadora e lúdica através darepresentação de um programa de rádio “o cochicho naconcha” em um cenário reproduzindo uma praia. Ametodologia utilizada permitiu a abordagem de um temacomplexo de maneira leve, inusitada e, sobretudoparticipativa.

O tema foi discutido contextualizado no momentohistórico e social de construções e desconstruções, comlevantamento de perguntas, relatos de experiências ereflexões.

As questões levantadas nas discussões, na sua maioria,já tinham sido tratadas em outros momentos desteseminário e se reportaram: ao ato educativo enquantoato ético; aos modos de ser da docência. A relação docênciax decência x boniteza na perspectiva ética deve serconsideradas, assim como o papel do serviço na formaçãoprofissional.

A dissociação entre ensino/serviço e as contradiçõesentre o discurso e a prática docente, as mudanças sociaiscomo processos e a necessidade da paciência histórica,política e pedagógica.

Proposições• Como norteadores da construção dos PPPs, deverão

ser considerados os pressupostos das DiretrizesCurriculares, dos cursos de saúde e da política doSUS.

• A escolha pedagógica da Instituição de ensino comoreferencial básico e norteador da formação teórico/prática.

• Importância da escuta e da relação dialógica noprocesso ensinar e cuidar bem como a aprendizagemcrítica e significativa, os nós críticos da docência emenfermagem.

• A importância da criação de espaços múltiplos depráticas pedagógicas que possibilitem asaprendizagens significativas.

• A competência no papel do professor/educador esua coerência com sua opção pedagógica.

• Implantação de estratégias para formação do alunocrítico, cidadão pensante e sujeito transformador.

• A necessidade dos projetos político pedagógicosincluírem os critérios de avaliação, bem como osconceitos utilizados nesta prática. Assim, deve seravaliado o processo saúde-doença, a possibilidade dea escola acompanhar o que acontece na prática, além

de apontar o desenvolvimento das habilidades dosalunos.

• Repensar os conteúdos dos cursos de graduação,estruturas curriculares e as propostas pedagógicas.

4º Eixo Temático: A Reforma Universitáriacomo expressão da qualidade social daeducaçãoO tema foi abordado de forma expositiva com debatecoletivo. A exposição se inicia com uma reflexão sobreséculo que se inicia. As complexas questões a seremenfrentadas na sociedade do conhecimento, sob pressãoda globalização, impõem mudanças e novos desafios. Nãobasta assegurar o direito à educação como um acessopara todos a ser garantido pelo estado, novas exigênciasse colocam para a educação superior cumprir seu papelestratégico no processo de integração do sujeito doconhecimento com o contexto sócio-econômico epolítico do mundo globalizado. Faz-se necessário elevaro padrão da Educação básica pública como pressupostobásico para o acesso a Universidade.

A Universidade brasileira é uma instituição jo-vemem termos latino-americanos e mundiais, o sis-temauniversitário está fragmentado. O Brasil está vivenciandosua 3ª Reforma Universitária que se encontra ainda aonível de proposta (3ª versão). A exacerbação da desigualda-de diante do conhecimento colocou os países desen-volvidos em posição privilegiada face ao hemisfério sul.

Enfrentar essa nova forma de dominação é o maisimportante desafio para países como o Brasil, que nãoqueiram aceitar a divisão entre nações produtoras econsumidores de conhecimento e tecnologia.

Assim, defende-se uma reforma, onde asUniversidades:• Possam ser definidas a partir de critérios, com uma

regulamentação e normatização que articule aresponsabilidade pedagógica com a responsabilidadesocial.

• Devam ser pensadas em conexão com grandesimpasses e dilemas que deverão ser superados peloBrasil nas próximas décadas.

• Sejam a expressão de uma sociedade democrática,multiétnica e pluricultural, inspiradas nos ideais deliberdade, de respeito pelas diferenças e desolidariedade.

• Se constitua em espaço de formação de consciênciacrítica em que a coletividade encontre espaço pararepensar suas formas de vida e suas organizaçõessociais, econômicas e políticas.

• Garanta de forma permanente a qualidade acadê-mica dos docentes.

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Coordenação do 9º SENADEn

Legendas das fotosMesa de abertura do 9º SENADEn (1); Discurso deabertura de Francisca Valda da Silva, presidenta daABEn Nacional (2); Discurso de abertura de SheilaSaint-Clair, presidenta da ABen RN (3); panorâmicado público na noite de abertura do 9º SENADEn(4); momento de descontração do Cochicho naConcha: representante da Secretaria de Saúde doRN, Henriqueta Luce Kruse, Milta Torrez eAuxiliadora Córdova (5); Rosalba Timóteo, EdileneRodrigues e Idanésia da Silva, enfermeiras do RioGrande do Norte, platéia e organização doSENADEn misturam-se (6); Eucléa Gomes Vale eAuxiliadora Córdova ladeadas por professoras daenfremagem (7); Francisca Valda e Eucléa Gomes naplatéia do 9º SENADEn (8).

9 º S E N A D E n – C a r t a d e N a t a l

Fotos: Alessandro Amaral

ABEn - jul.ago.set. 2005 13

Parceria entre Associação Brasileira de Enfermagem, Ministério da

Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira

A ABEn em parceira com Ministério da Educação, InstitutoNacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira e ComissãoAssessora de Avaliação da Área de Enfermagem do INEP, realizounas dependências do Curso de Enfermagem da UniversidadeFederal do Rio Grande do Norte, nos dias 01 e 02 de agosto de2005, a oficina sobre construção de indicadores de qualidadepara a avaliação dos Cursos de Graduação em Enfermagem.

Contou com a presença de 118 participantes entredocentes, avaliadores de cursos, membros da comissãoassessora, alunos, membros da diretoria da ABEn e do INEP,que no decorrer dos dois dias debateram, discutiram eapresentaram propostas para enriquecer a discussão sobre aavaliação dos Cursos de Graduação em Enfermagem.

Para a efetiva realização da oficina, contamos com ocompanheirismo dos alunos, docentes e funcionários doDepartamento de Enfermagem da UFRN, além da funcionária daABEn - Seção Rio Grande do Norte, que em todos os momentosapoiaram, colaboraram e atenderam as necessidades de todos.

Nestes dias o grupo teve como norte os seguintes objetivos:• Discutir princípios/ diretrizes que subsidiem a elaboração de

indicadores de qualidade para avaliação dos Cursos de

Graduação em Enfermagem – Bacharelado – no contexto doSistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES).

• Discutir uma agenda cooperativa para o acompanhamentoda melhoria da qualidade do Ensino de Enfermagem noBrasil, envolvendo o governo e a sociedade civil.Foram dois dias de intensos trabalhos e debates que

proporcionaram reflexões sobre a impor tância docompromisso social com a transformação e melhoria constantedas condições de ensino em enfermagem, superando asfronteiras da setorialidade, rumo a integralidade, universalidade eeqüidade das práticas em saúde nos diversos cenários da formaçãoprofissional. (9ºSENADEn).

Ressalta-se que o debate sobre a qualidade da educação emenfermagem reforça a posição construída coletivamente pelaenfermagem brasileira sobre a importância e inserção nos ProjetosPolítico Pedagógico da articulação educação-trabalho; da docênciacomo espaço de consolidação do Projeto e da avaliação comouma das dimensões que promovem a qualidade social.

Na home page da ABEn encontram-se os documentos jáproduzidos e disponibilizados para divulgação: apresentaçõesdos conferencistas e relatório da comissão assessora.

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2

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Carmen Elizabeth KalinowskiDiretora de Educação – ABEn Nacional

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Quadro 1 - Demonstrativo das instituições presentes na oficina

Instituições Procedência por região Total

Sul

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Sudeste

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C. Oeste

000202

Nordeste

01050410

Norte

020002

Nacional010101

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ABEnMEC-INEPExecutiva Nacional de Estudantes deEnfermagem - ENEEnInstituições de SaúdeEscolas vinculadas ABEnEscolas não vinculadas ABEnTotal

010101

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Quadro 1 - Demonstrativo das instituições presentes na oficina

Instituições Procedência por região Total

Sul01

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Sudeste05

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C.Oeste02

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Nordeste05

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Norte00

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Nacional070507

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Membros da diretoria da ABEnMEC-INEP-DiretoriaMEC-INEP- Comissão AssessoraMEC-INEP-AvaliadoresENEEnProfissionais de Instit. de SaúdeDocentes de Escolas vinculadasDocentes de Escolas não vinculadasTotal

2005071208024618

118

Legendas das fotosFala de abertura da presidenta da ABEn Nacional (1); Destaque da mesa de aberturada Oficina. Da esquerda para a direita: Carmen Kalinowski (diretora de Educação daABEn Nacional); Dilvo Ristoff (diretor de Estatística e Avaliação da Educação Superiordo INEP-MEC; Ivonildo Rêgo (reitor da UFRN); Francisca Valda (presidenta daABEn Nacional) e Sheila Saint-Clair (presidenta da ABEn RN) (2); público daabertura da Oficina (3); fala de Carmen Kalinowski (4).

ABEn - jul.ago.set. 2005 13

O f i c í n a A B E n / I N E P

Fotos: Alessandro Amaral

ABEn - jul.ago.set. 200514

ABEn integrou mesa de audiência pública no dia 23/ 8, a convite do deputado Benedito Dias,presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, ao lado daFNE, MS, Associação das Misericórdias, Federação Brasileira de Hospitais e do deputado federalDarcísio Perondi representando o poder legislativo. Na pauta o debate sobre o PL que regula

a Jornada de 30 horas para a enfermagem no Brasil, com o objetivo de subsidiar os membros daCSSF na discussão e votação do parecer do relator do projeto, deputado Padre Linhares.

A história é construída por atores sociais docampo do Estado, do mercado e da sociedade civil.A ABEn e a FNE sendo parte da sociedade civil(Entidades, Movimentos Sociais e do Controle Socialno SUS)participam da mesa na representação dosegmento dos trabalhadores de enfermagem.

As políticas públicas que têm sido reféns da áreaeconômica, trazendo grandes prejuízos para odesenvolvimento do pais que deve passar tambémpelo investimento na área social na perspectiva deconquistas de melhoria no Índice deDesenvolvimento Humano (IDH) e dos indicadoressociais. Acreditando neste pressuposto, defendemosque as necessidades sociais devem pautar a agendapolítica, considerando o compromisso com ainserção do Estado Brasileiro no contexto daconstrução de um projeto civilizatório.

O trabalho e sua regulamentação é campo daregulação social de políticas de interesse público,base para o desenvolvimento econômico eprincipalmente para a cidadania em nosso País,quando cumpre seu papel como espaço de inclusãosocial e de pertencimento à sociedade brasileira.Portanto, é muito importante que os atores sociaisrepresentantes de coletivos de instituições privadas,filantrópicas, movimentos sociais e do Estadoconsiderem e respeitem este imperativo ético-político que demanda por um processo de regulaçãosocial horizontal com diálogo, respeito mútuo enegociação entre os atores interessados.

A enfermagem no contexto atualA Enfermagem na produção de serviços de saúde noBrasil desenvolve seu processo de trabalho através

da atuação profissional de enfermeiros, técnicos eauxiliares de enfermagem que chegam a um milhãode trabalhadores - representando mais de 50% dototal dos trabalhadores da área da saúde - sendo umaforça de trabalho majoritariamente feminina poisdestes trabalhadores 86,93% são mulheres.

Este conjunto de trabalhadores atua em todosos níveis: atenção básica; secundária e terciária - nabaixa, média e alta complexidade; na VigilânciaSanitária; na gestão e no controle social. Além disso,os enfermeiros também atuam no ensino, naprodução de conhecimentos, saberes e práticas, napesquisa, consultoria, auditoria, entre outros.

Segundo a OMS, há um quadro de escassez deenfermeiros no mundo. O problema entrou naagenda de países desenvolvidos e tem produzidopolíticas que incentivam o fenômeno atual damigração. Para abastecer a demanda, a OMC incentivaa ampliação da oferta de vagas para formação deenfermeiros através do ensino privado que assegureum adequado processo de regulação pelo Estado, empaíses pobres ou de economias emergentes,agravando o problema da baixa qualidade no ensino.A oferta de mão-de-obra de enfermeiros para os

R e g u l a ç ã o P r o f i s s i o n a l

Rep

rod

uçã

o

ABEn - jul.ago.set. 2005 15

paises de economias fortes ocorre sem ressarcimentodo investimento feito com o processo de formação.

A OMS recomenda um enfermeiro para cada cincomil habitantes, nenhum estado brasileiro consegueatingir esta meta. Este problema ganha relevância socialconsiderando que somente os profissionais deenfermagem prestam assistência integral e ininterruptanas vinte e quatro horas e trezentos e sessenta e cincodias do ano em hospitais e também cumprem horáriointegral nas unidades da rede básica. Neste trabalhoestão submetidos à exposição de riscos à saúde porestresse e pela própria característica insalubre e perigosade alguns locais de trabalho.

Na área hospitalar, na sua grande maioria, estesprofissionais são submetidos a uma jornada exaustivade 12 horas diárias, trabalham muitas vezes emcondições inadequadas; passam longas horas em pé;submetem-se ao trabalho noturno, aos domingos eferiados; ao desgaste visual devido à luminosidadeintensa, algumas vezes, e outras à penumbra (comoocorre nos períodos de racionamento de energiaelétrica); ao grande esforço físico; ao contato diretocom pacientes portadores de doenças transmissíveis;convivem com a doença e a morte iminente e/ oupresente; com medicamentos imuno-depressores equimioterápicos; com doentes em tratamentosradioativos; com sangue e seus derivados, muitas vezescontaminados; e com utilização intensa de saponáceoscáusticos, desinfetantes e detergentes sobre a pele.

Histórico dessa reivindicação: conquistas edesafiosNo Brasil a luta pela regulamentação de uma jornadade 30 horas para os profissionais de enfermagem temmais de meio século. O primeiro registro nolevantamento histórico dessa reivindicação foi feitopor ocasião da primeira proposta de projeto de lei doexercício profissional, segundo arquivos da ABEn.

As décadas de 80 e 90 foram intensas namobilização da categoria e no encaminhamento delutas pela dignidade do trabalho e do trabalhador deenfermagem. Entre elas, as lutas em torno dos PLs129/ 1993 e 407/ 1991 - aprovado no SenadoFederal e na Câmara dos Deputados e vetado peloPresidente da República em 21/ 12/ 1996.

No Brasil a maioria dos trabalhadores daEnfermagem no Serviço Público Brasileiro -administração direta, autarquias e fundações dasesferas estaduais e municipais - já trabalham emregime de 30 horas semanais, entretanto, faltalegalizar a situação através da legislação. Esta foi umaconquista da luta quotidiana dos trabalhadores deEnfermagem, razão pela qual o aparato legal vemtarde se aprovado o referido projeto.

No plano federal o Presidente da Repúblicasancionou em setembro de 2003 O Decreto Leinº4836 autorizando a jornada de 30 horas de trabalhopara os servidores federais em período noturno, além

de expressar bastante interesse pela redução de jornadade trabalho, nos demais níveis e formas de contratação.

Vale salientar que 30 horas de trabalho para todosos trabalhadores da saúde é diretriz aprovada na 12 ªConferência Nacional de Saúde e que em outros países,onde tanto os trabalhadores da enfermagem como osusuários são respeitados e reconhecidos, a redução dajornada vem ganhando força através de acordoscoletivos ou sendo estabelecida na forma da lei, comoé o caso da França. No Brasil tramita no Senado Federalo “Projeto de Emenda Constitucional PEC - 393/ 01dos deputados Inácio Arruda e Paulo Paim”.

Redução da jornada de trabalho: pontospara uma reflexãoCom a reativação da economia, os sindicalistas estãoretornando a luta pela redução da jornada de trabalho.Alguns acordos tratam da redução progressiva dajornada. Estudando esta situação Marcio Pochmaneconomista da Unicamp afirma que três milhões deempregos poderiam ser criados se vinte e sete milhõesde empregados que fazem hora extra tivessem a jornadareduzida e afirma que o caminho para a redução dajornada é pela produtividade alcançada pelas empresas.Esclarece que a jornada de quarenta e quatro horasconquistada em 1988 na constituição, gerou ganhos deprodutividade, que não foram repassados para ossalários, nem para o tempo de trabalho.

Segundo este especialista a aprovação da reduçãoda jornada levará ao aumento do número de postosde trabalho e, por conseguinte a contratação de mãode obra na área; reduziria a vulnerabilidade social aque estão expostos os excluídos do mercado detrabalho formal; incluiria uma mão de obra que hojeestá contingenciada pelos limites numéricos;possibilitaria um re-cálculo da mão de obranecessária aos serviços de saúde.

No caso da enfermagem não se trata de reduçãode carga horária uma vez que a mesma sequer temjornada regulamentada; e sim, a conquista de umdireito que o Estado brasileiro deve a enfermagem,considerando a natureza do seu trabalho e asatribuições de gestão no atual modelo de organizaçãodo trabalho em saúde; dessa forma melhoraria acondição de trabalho daqueles que padecem frentea morte, as dores e toda a sorte de infortúnio dosusuários dos serviços de saúde, já que atuam, durante365 dias do ano, 24 horas do dia e, em todos ossábados, domingos e feriados; aliviaria cargas detrabalho estressantes aos trabalhadores; possibilitariaaos trabalhadores de Enfermagem buscarem novosespaços à atualização, aperfeiçoamento, ampliandoa qualidade da assistência; e por fim repõe, comjusteza, a dignidade aos trabalhadores da Enfermagem

Os vetos e a contestação dos trabalhadores• Elevação do Custo Operacional - A redução de

jornada com manutenção do salário e limitação de

R e g u l a ç ã o P r o f i s s i o n a l

horas extras eleva custos inicialmente. No entantoé preciso considerar a dinâmica do processo detrabalho e seus produtos, assim como daeconomia, através dos seguintes ganhos: haverámaior satisfação do trabalhador e do usuário, maiorprodutividade, mais emprego e, com isso, maisrenda, maior consumo e maior arrecadação deimpostos. Tudo isso pressionará as empresaspúblicas e privadas a aumentarem investimentos,o que amplia a produtividade. Assim os custosmaiores diminuem com o tempo, tendem a caircomo por ex o direito a licença gestante que nomomento de sua aprovação pelo congressonacional, teve fortes opositores com o argumentodo aumento de custos previdenciários e para asempresas privadas, autarquias e fundações públicasem todas as esferas do governo. É importantedestacar que economia saudável é aquela onde odinheiro está em circulação produzindo - bens eserviços - que geram riquezas pelo trabalho e nãopor políticas de especulação.

• A redução da carga horária não reduz riscos -Esta é uma questão científica. O trabalho emambientes insalubres, de forte carga de tensão estress, submetido a contágio e contatos comsubstâncias químicas, radioativas nocivas à saúdepor um tempo maior em jornadas extensas,potencializa o desgaste físico e emocional é fatorde risco para acidentes no trabalho,adoecimento(s) de ordem diversa(s). Oproblema pela importância epidemiológica epelo custo previdenciário crescente vem sendoestudado e já existem evidências científicas.

• As vantagens devem ser conquistadas pelanegociação - Estas experiências são salutares efundamentais para o aprofundamento dademocracia, para o aperfeiçoamento dasinstituições e para o crescimento intelectual -humano e social - de trabalhadores e patrões,propiciando a conquista de uma prática cidadã eprotagonista entre ambas as partes. Por maisimportantes que sejam estas experiências elasnão podem ser transplantadas de uma realidadepara outra de forma automática. No caso Brasileiroainda não existem condições objetivas no campoeducacional, político, social e cultural para umaigualdade de condições para o dialogo e asnegociações em uma mesa de tomada de decisõesque mobilizam interesses contraditórios.Precisamos, portanto, conviver com os doissistemas a regulação pelo Estado com aparticipação das corporações e sociedade civil eo desenvolvimento de políticas de negociaçãopara o desenvolvimento de uma prática cidadãno campo das relações do trabalho.

Associação Brasileira de Enfermagem

ABEn - jul.ago.set. 200516

m todas as sociedades, a gestação/parto é cercadode muitos cuidados e mesmo sendo eventos biológi-cos universais, a forma como eles acontecem sofremmodificações importantes de acordo com cadacultura. No mundo contemporâneo tem passado de

um evento familiar, que acontecia no domicílio, com todosuporte emocional de parentes e amigos, para ser um eventomédico, que ocorre em hospitais, com uso de muitatecnologia.

Para o movimento de mulheres este modo de atençãoao parto é um modelo médico-centrado e embasado numaconcepção do feminino como condição essencialmente "de-feituosa" e que, com base nesse juízo, trata o parto comopatológico e arriscado utilizando tecnologia agressiva, invasi-va e potencialmente perigosa. E por outro lado, suprimindoe ignorando as dimensões sexuais, sociais e espirituais doparto e do nascimento.

No caso brasileiro, a assistência ao parto no contextoda atenção à saúde reprodutiva, que inclui índices deesterilização e partos cirúrgicos dos mais elevados do mundo.O alto índice de hospitalização do parto, conforme Berquóe cols., não tem assegurado à qualidade da atenção, umavez que o despreparo dos profissionais para a atenção aoparto normal, somado ao sucateamento da rede pública,geram riscos ate mesmo para mulheres saudáveis e temimpacto na situação de morbimortalidade materna e fetal.Submeter-se a uma cirurgia tornou-se recurso comum nopaís, tanto para ter como para evitar filhos: promovendo ainstitucionalização de um processo de medicalização nocorpo feminino e de mediação cirúrgica na vida reprodutiva.

Nos anos 90 o modelo vigente de assistência ao partono Brasil recebe críticas que destacam “as circunstâncias deviolência e constrangimento em que se dá a assistência,especialmente as condições pouco humanas a que sãosubmetidas mulheres e crianças no momento do nascimento”.No parto vaginal, “a violência da imposição de rotinas, daposição de parto e das interferências obstétricasdesnecessárias perturbam e inibem o desencadeamentonatural dos mecanismos fisiológicos do parto, que passa aser sinônimo de patologia e de intervenção médica,transformando-se em uma experiência de terror,impotência, alienação e dor. Desta forma, não surpreendeque as mulheres introjetem a cesária como melhor formade dar à luz, sem medo, sem risco e sem dor”.

Partindo do pressuposto que a gestação e o parto sãoeventos naturais a Organização Mundial de Saúde (OMS)estima que 70 a 80% das gestantes podem ser consideradasde baixo risco gestacional. Sendo desnecessário encaminharpara hospitais, locais projetados para atender doentes enão situações fisiológicas e naturais da vida, porque sãoafastadas de seus familiares, mantidas em jejum,permanecem em repouso no leito e são submetidas a diversosexames e procedimentos, muitos deles desnecessários parauma gestação de baixo risco. E então, um momento quedeveria ser de alegria e até mesmo de prazer, passa a servivido por muitas mulherescomo um momento desolidão e sofrimento.

Para a OMS, a melhorforma de acompanhar umagestante de baixo risco, édeixar o trabalho de partoevoluir da forma mais fisio-lógica possível, devendohaver uma razão válida parainterferir com o processonatural. Grande ênfase deveser dada ao suporte emo-cional, ao estímulo para quea gestante tenha umaparticipação ativa em todoo processo e ao acompa-nhamento por profissionalhabilitado que seja capaz dedetectar intercorrênciasprecocemente, intervindoapenas quando necessário.

O Ministério da Saúde, considerando as recomendaçõesda OMS, estabelece através da Portaria nº 985, de 05 deagosto de 1999, a criação do Centro de Parto Normal -CPN, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, para oatendimento à mulher no período gravídico/ puerperal,estabelecendo no artigo 6º a equipe mínima necessária parao funcionamento do mesmo. Esta equipe mínima deve serconstituída por um enfermeiro com especialidade emobstetrícia, um auxiliar de enfermagem, um auxiliar deserviços gerais e um motorista de ambulância.

A implantação de Centros de Parto Normal éconsiderada pela OMS como "uma estratégia de ampliação,qualificação e humanização da assistência perinatal, mas,sobretudo, como uma iniciativa fundamental na mudançado paradigma assistencial vigente, centrado no hospital ena assistência e tecnologia médica, substituindo por ummodelo que valorize os aspectos sociais do parto enascimento, sem perda da segurança médica da assis-tência".

Os CPNs nos moldes propostos pela OMS já seencontram em funciona-mento em países como Inglaterra,Holanda, EUA, Canadá, Suécia, Noruega, Austrália, Áustria

e no Brasil algumas expe-riências de implantação nosEstados da Bahia, Ceará,Minas Gerais e São Pauloque estão produzindo umimportante debate que passapor argumentos de naturezacientífica, ideológica, po-lítica, corporativa e jurídica.

No Brasil, os CPNs têmcomo base a Portaria Minis-terial citada em Protocolosde assistência específicos enas recomendações dasseguintes publicaçõesoficiais: Guia Prático -Maternidade Segura OMS -1999; Par to, Abor to ePuerpério - Assistência Hu-manizada à Mulher -Ministério da Saúde - 2001;Assistência ao Pré-Natal de

Baixo risco - Ministério da Saúde - 2001; Portaria MS/ GMnº 2815 (29/ 05/ 98), nº 163 (22/ 09/ 98), nº 146 (15/12/ 99); nº 663 (22/ 03/ 94); e na Lei nº 7498/ 86 queregula o exercício profissional da enfermagem.

Este debate e questionamentos sobre direito deexercício de profissionais médicos e de enfermagem nocampo da atenção ao parto de baixa complexidade,qualidade da atenção e segurança dos usuários chegou àesfera do judiciário, sendo objeto de ações inquéritos CivisPúblicos. Para exemplificar citamos o Inquérito CivilPúblico nº 1676/2003, do Ministério Público do Estado

Política de Centros deParto Normal no Brasil:a participação da ABEn no debate

A gestação, o parto e o nascimento são momentos únicos na vida de uma

mulher e sua família. Tempos de espera, de profundas transformações no

corpo, nas emoções e nas expectativas em relação à chegada do bebê.

s casas de parto são, na

realidade atual, uma alternativa

segura para as mulheres que

desejam viver o parto de uma outra

forma, como protagonistas deste

processo, cercada por familiares e

amigos, tendo uma atenção

individualizada que reconheça e

valorize suas necessidades físicas e

emocionais, que respeite seus

preceitos culturais

R e g u l a ç ã o P r o f i s s i o n a l

ABEn - jul.ago.set. 2005 17

do Rio de Janeiro, com realização de Audiência Públicapara uma melhor compreensão da problemática. No mesmoEstado ocorreu, também, Processo de Segurança contra aSecretaria de Saúde do Município do Rio de Janeiro, sendoa decisão da juíza Eunice Bitencourt Haddad, da 5ª Vara daFazenda Pública, favorável ao funcionamento das Casas deParto naquele Estado.

A implantação da política de realização do parto em casaem países desenvolvidos, vem demonstrando que as casas departo são uma opção segura, conforme evidências científicasreveladas em inúmeros estudos e pesquisas, como por exemplo:• Segundo um estudo do Britsh Journal (1996) dos mais

de cinco mil nascimentos que ocorreram em casa, 87%não tiveram complicações e transcorreram com totalnormalidade.

• As pesquisas realizadas com o objetivo de comparar amargem de segurança entre os partos hospitalares e ospartos nas casas de parto, concluem que as taxas demortalidade e morbidade são iguais ouligeiramente inferiores quando o parto érealizado na casa.

• O trabalho estatístico de Marjorie Tewdemonstra claramente que a hospitalizaçãodo parto em si não oferece maior segurançaàs mães e bebês. A autora demonstrou queentre 1958 e 1970 na Europa, sem incluiros casos de alto risco, a mortalidadeperinatal em hospitais era 17:2 por 1000nascimentos e 6:0 para 1000 partos em casa.

• Em 1987, o Centro Nacional de Epidemio-logia em Perinatologia de Oxford, fez umarevisão compreensiva da evidência científicacomparando a segurança do parto no hospi-tal e em casa e chegou à conclusão que nãoexistem evidências que comprovem que apassagem do parto para o hospital tenhacontribuído para a diminuição da morta-lidade na Inglaterra, nem que este tipo departo seja mais seguro para as mulheres.

• A Revista Médica Britânica publicou quatroestudos avaliando o parto em casa, em váriospaíses da Europa, sendo que os mesmosdemonstram que para mulheres de baixorisco, o parto em casa é tão seguro como no hospital, eem muitos casos, mais seguro.

• Estudos realizados na Holanda, um país com sistemaoficial para realizar partos em casa têm demonstradoque a taxa de intervenção obstétrica, nos partosrealizados em casas de parto, são significativamentemenores que nos hospitais.

• Um outra investigação com dados de vários países,analisando 24092 partos realizados no hospital e emcasas de parto, conclui que nos partos em casa houveíndices de Apgar mais altos e menos lacerações severas.Observaram-se também menos intervenções médicas,como indução do parto e episiotomia, entre outros.As casas de parto são, na realidade atual, uma alternativa

segura para as mulheres que desejam viver o parto de umaoutra forma, como protagonistas deste processo, cercadapor familiares e amigos, tendo uma atenção individualizadaque reconheça e valorize suas necessidades físicas e emocio-nais, que respeite seus preceitos culturais e que permita oacompanhamento com pouco uso de intervenções. É uma

política que pretende resgatar a percepção do parto enascimento como evento fisiológico, natural e propiciar àsmulheres e seus familiares a vivência do parto e nascimentode uma forma segura e prazerosa.

A estética do parto natural nesta proposta não deve servista de forma romântica, idealizada, dogmatizada, comoum retorno ao passado e nem vista como uma panacéia. Éuma alternativa de política pública realizada com trabalhoprofissional, base cientifica e precisa ter claro que para selegitimar precisa escapar da armadilha de cair em um mo-dismo; primar pela atenção/cuidados de qualidade e ponde-rar os riscos da homogeneização, tanto na naturalizaçãoquanto na medicalização/cirurgificação do processo de par-turição em nossa sociedade; e por fim, compreender a diver-sidade e a liberdade de escolha das mulheres como um pro-cesso saudável, ou seja, não precisamos, necessariamente,parir sempre e todas do mesmo modo.

Posição da ABEnA Associação Brasileira de Enfermagem defende como pres-suposto que a sociedade civil (entidades de profissionais ede usuários, conselhos de secretários de saúde e movimentossociais), instituições de prestação de serviços e do campoda formação de profissionais de saúde, controle social noSUS, participem junto ao Estado (Executivo, Legislativo eJudiciário) da construção das Políticas Públicas de Estadoque busquem os caminhos da Universalização e Integrali-dade da Atenção à Saúde, em todos os níveis.

Fazendo a sua parte a ABEn tem assumido compromissopúblico ao lado de outros atores e do controle social noSUS no processo de formulação e implantação/implementação de políticas que visam o interesse público ebuscam alcançar melhores índices na conjugação social daequação: melhoria da qualidade da atenção, diminuição decustos e humanização do cuidado.

Buscando coerência na ação a Enfermagem Brasileiratem historicamente contribuído para o fortalecimento depolíticas de prestação de serviços de saúde comprometidas

com o desenvolvimento do cuidado e a atenção às pessoase com base nestes princípios e paradigma.

Para a ABEn, a Política das Casas de Parto é umaestratégia de inclusão social que é engendrada socialmentepara ampliar a oferta de serviços de saúde às mulheres emsituação de gestação de baixo risco e suas famílias. Assegu-rando o acesso aos serviços de maior complexidade quandoexistam intercorrências. Precisamos superar a visãocorporativa que busca restabelecer monopólios e reservasde mercado e trabalharmos todos na construção de políticasde interesse público. Neste sentido, entendemos que precisa-mos construir um amplo pacto social com os protagonistasinteressados e envolvidos na atenção integral e humana,assegurando às mulheres serviços de qualidade em todos osníveis de atenção, visando ampliar a oferta de serviços comqualidade e resolubilidade e, assim, contribuirmos parareduzir as taxas de morbimortalidade materna e infantil.

Diante dos impasses e, principalmente, da relevânciasocial do tema sugerimos que os conselhos desaúde articulados ao Ministério Público e ascomissões de saúde das Câmaras de Vereadoresrealizem audiências públicas sobre aconstrução desta política publica envolvendoprestadores de serviços, gestores, controlesocial, usuários, entidades de profissionais eórgãos de formação, como possibilidade depactuar e consolidar um posicionamentocoletivo sobre a questão e identificar os pontosde convergências que promova a participaçãode todos nesta construção.

Com base nestas considerações, aAssociação Brasileira de Enfermagem coloca-se favorável ao funcionamento dos Centrosde Parto Normal, recomendando que asmulheres dêem a luz no local onde se sintammais seguras e amparadas. Para uma mulher,sem fatores de risco, as Casas de Partomostram-se como uma opção recomendável,pois tem seu enfoque de atenção voltado paraas necessidades individuais da mulher,respeitando sua cultura e seus anseios. Éimportante salientar que as casas de partodemandam que o Poder Público assegure o

respaldo do sistema médico, com transporte disponível eacesso pleno à atenção médica em caso de complicação e/ou emergência.

Finalizando, enfatizamos que a ABEn está a disposiçãopara integrar as discussões, contribuindo com o que for deseu domínio para que a atenção à saúde de mulheresgestantes se coloque em patamares cada vez mais próximosdaquilo que cada um de nós gostaria de encontrar nomomento do parto.

Associação Brasileira de Enfermagem

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Reprodução

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s Instituições de Ensino Supe-rior (IES) e de Nível Médioque oferecem Cursos deEnfermagem no país têmsofrido constantes processosimpeditivos no âmbito de suaresponsabilidade educacionalna formação de profissionaisde enfermagem compro-metidos com a melhoria daqualidade da assistência àsaúde da população bra-

sileira. Processos que afetamprincipalmente o ciclo de apren-dizagem profissional de enfermagemquando o estudante debruça-se paracompreender o trabalho não só dasua categoria profissional, mas a suaintegração com as demais profissõesque compõem o cenário da saúde eos cenários que o levam a reco-nhecer a realidade social onde a saúdeestá inserida.

A principal finalidade daEducação, segundo as DiretrizesCurriculares Nacionais “... inspiradanos princípios de liberdade e nos ideaisde solidariedade humana tem porfinalidade o pleno desenvolvimento doeducando, seu preparo para o exercícioda cidadania e sua qualificação para otrabalho”.

Ressalta-se que para alcançar estafinalidade a Educação tem dentro dosseus princípios:a. liberdade de aprender, ensinar,

pesquisar e divulgar a cultura, opensamento, a arte e o saber;pluralismo de idéias e de con-cepções pedagógicas;

b. respeito à liberdade e apreço àtolerância;

Documento encaminhado para consultajunto à SESU/MEC sobre a autonomia dasInstituições de Ensino Superior e NívelMédio sobre as atividades de estágio

c. gestão democrática do ensinopúblico, na forma da Lei e daLegislação dos sistemas de ensino;

d. valorização da experiência extra-escolar;

e. vinculação entre a educaçãoescolar, o trabalho e as práticassociais.As Diretrizes Curriculares Na-

cionais para os Cursos de Enfer-magem no país afirmam os princípiosde autonomia institucional, deflexibilidade, de integração estudo-trabalho e da pluralidade nocurrículo, a fim de que as atividadesteóricas e práticas, presentes desdeo início do curso permeando aformação integrada e interdisciplinardo enfermeiro, possam ser desen-volvidas pelos docentes e instituiçõesenvolvidas, em vistas da efetivaformação profissional. Enfatizamainda que os Cursos de Enfermagemdevem utilizar metodologias ecritérios para o acompanhamento eavaliação dos processos de ensinoaprendizagem, bem como do pró-prio curso, em consonância com ossistemas de avaliação e a dinâmicacurricular definidos pelas IES a qualpertencem.

As IES são subordinadas a legis-lações de âmbito federal emanadaspelo MEC, ou a de âmbito estadualjunto aos Conselhos Estaduais deEducação, órgãos que regulamen-tam, acompanham, avaliam efiscalizam a Educação nos espaçosrespectivos.

As Diretrizes CurricularesNacionais também apontam que asatividades de enfermagem relativas

ao estágio supervisionado são for-mativas e atendem, principalmente,à vinculação entre a formação, omundo do trabalho e as práticassociais.Assim, é importante que asinstituições envolvidas nesseprocesso de ensino aprendizagemtenham autonomia para inserir-senos projetos políticos pedagógicos,não desrespeitando as legislaçõessejam educacionais, trabalhistas eoutras que se façam necessárias.

Há que se pese também aautonomia das instituições de saúde,que ao estabelecerem convênios comas instituições de ensino, oferecemcampos para a prática que abrangemdiferentes áreas do conhecimento.Entende-se que esses convêniosdevem respeitar os regulamentos /regimentos das instituiçõesenvolvidas, e sejam aprovados emsuas instâncias superiores.

Cabe ainda salientar que a Lei nº6494/ 77 do MEC, que “ dispõe sobreos estágios de estudante de estabe-lecimentos de ensino”, não menciona anecessidade inscrição provisória doaluno em conselhos de classe a fimde realizarem esses estágios. Nemtampouco atribui a esses conselhoscompetência para autorizarem efiscalizarem estágios. Cabe às IESdefinir o programa de estágio, deacordo com seus projetos políticospedagógicos.

Questiona-se então a intervençãodo Conselho de Classe, COFEN/COREn – Conselho Federal deEnfermagem/ Conselho Regional deEnfermagem – na relação dosdiferentes momentos dos processos

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de ensino aprendizagem, suficien-temente regulados e dispostos, eque não são de sua competência.

Fiscalização profissional ématéria sujeita à reserva absoluta dalei. Observa-se que o COFEN per-siste em legislar os atos relacionadosà Educação, baseado na elaboração deresoluções que ferem princípiosconstitucionais, e legislaçõesespecíficas dos órgãos responsáveispela Educação e autonomia dasinstituições de saúde e de ensino. Asresoluções emitidas por esteConselho, que tratam especifica-mente da CRT – Certidão deResponsabilidade Técnica – e doEstágio Curricular, desrespeitam anatureza jurídica das mesmas dentrodo ordenamento jurídico brasileiro,uma vez que criam situações nãoprevistas por lei.

No caso da CRT, a exigênciadesta por parte do COFEN não estáprevista na Lei nº 7487/ 86, queregulamenta o Exercício daEnfermagem. O art. º 18, vetadopela Presidência da República àépoca de sua regulamentação,versava que entidades de direitoprivado que prestem serviço deenfermagem ou exercem atividades detreinamento em recursos humanos deenfermagem serão registradas no ConselhoRegional de Enfermagem, sem prejuízo deoutros registros legalmente instituídos.

Cabe salientar que a própria leique institui o COFEN/ CORENs(Lei nº 5.905/ 73) não lhe conferequaisquer poder fiscalizatório sobreas Escolas de Enfermagem.

Dentre estas situações consi-deramos relevante exemplificá-las.

1. há por par te do referidoConselho, processos de autuações, e/ou de impedimento de estudantes deenfermagem permanecerem emcampo prático, quando ambas ouumas das instituições envolvidas nãoatendam as resoluções por eleemitidas,

2. exigência para que o estudantede enfermagem faça e receba umainscrição provisória no Conselhopara poder realizar o estágio.Entende-se que a inclusão desteprocesso administrativo nesse órgãode classe (que é de fiscalização doexercício profissional, não doexercício do processo de ensinoaprendizagem) não corresponde asua finalidade prevista por lei. Essaexigência adiciona um novo custo aosestudantes, uma taxa para poderdesenvolver atividades e com-plementares ao seu processo deformação.Salienta-se ainda, que noperíodo de formação o aluna não éconsiderado profissional e, portantoo órgão de fiscalização profissionalnão tem autonomia para atuar nestecampo.

3. exigência de que o enfermeiroseja o detentor dos documentosregulatórios dos convênios esta-belecidos entre as instituiçõesenvolvidas no estágio, atribuiçãopertinente aos gestores das mesmas.Exigência também de que elesdetenham documentações sobre asatividades de estágio, do plano deestágio,e também dados dosdocentes e discentes envolvidosneste processo, o que se considerainadequação da função ou doprocesso.

Compreende-se então que essesprocessos impeditivos da realizaçãode estágios, impostos pelo órgãofiscalizador e disciplinador doexercício da enfermagem, sãocoercitivos junto às instituições deensino, como também às de serviçosde saúde, impossibilitando apermanência dos alunos no campoprático, gerando processos adminis-trativos aos coordenadores de cursoe aos enfermeiros responsáveistécnicos pelos serviços, punições oumultas.

Com base em pareceres deinstâncias superiores do Ministério

Público Federal, do Ministério daEducação e do Conselho de EducaçãoEstadual, afirmamos que nãocompete ao COFEN/ CORENsinterferir, fiscalizar ou normatizar arealização de estágios curriculares,ou as demais atividades inerentes aoprocesso de formação dos profis-sionais de enfermagem em seusdiferentes níveis, como também édescabida a exigência de anotação deResponsabilidade Técnica para oscoordenadores, ou diretores decursos de enfermagem, uma vez queinfringe a Constituição Federal, econtraria a LDB e as DiretrizesCurriculares Nacionais.

Frente a estes arrazoados, con-sultamos a posição dos órgãosresponsáveis pela EducaçãoBrasileira – MEC, Conselho Federale Conselhos Estaduais de Educação– sobre a ingerência do COFEN/COREn em legislar sobre o ensinoda enfermagem brasileira. Soli-citamos que esses órgãos semanifestem sobre a propriedadedessas resoluções do COFEN, queestão de fato dificultando ouimpossibilitando o ensino daenfermagem.

s Diretrizes Curriculares

Nacionais para os Cursos de

Enfermagem no país afirmam

os princípios de autonomia

institucional, de

flexibilidade, de integração

estudo-trabalho e da

pluralidade no currículo

Carmen Elizabeth KalinowskiDiretora de Educação – ABEn Nacional

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ABEn - ju l.ago .se t. 2005 19

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ABEn - jul.ago.set. 200520

M e m ó r i a A B E n

ABEn - jul.ago.set. 200520

Stella BarrosPresidenta da ABEn – Gestão 1989-1992

Maria Auxiliadora Córdova ChristófaroPresidenta da ABEn – Gestão 1992-1995

Mais recentemente, a ABEn liderou e investiu noestabelecimento de relações internacionais buscando nãoapenas o intercambio, mas acordos de cooperação eparceria. O esforço da ABEn fez nascer uma articulaçãocom organizações de enfermagem de paises de línguaportuguesa tanto da África como de Portugal, ocorrendo oI Encontro Internacional de Enfermagem de Paises de LínguaOficial Portuguesa em 1995, realizado pela ABEn emSalvador (BA). Atualmente os encontros dessas organizaçõessob a liderança da associação portuguesa fragilizou oprincipio da cooperação entre os paises por privilegiar arepresentação das organizações de enfermagem dos paisesde língua portuguesa que são filiadas ao CIE.

Resgatar a estratégia de acordos de cooperação com asorganizações de enfermagem para além da formalidade dasfiliações é uma necessidade para estabelecer a equidade dasparcerias, evitando transformar as relações entre asorganizações como uma mera repetição das políticas deEstado como vem acontecendo recentemente no Brasil.Haja vista os encaminhamentos ortodoxos, reducionistasque as organizações de enfermagem têm imprimido àsdiscussões sobre o trabalho no Mercosul.

Toda esta experiência de buscar e estabelecer relaçõesinternacionais deve ser tomada nesse momento "de repensara ABEn". Não cabe discutir, simplesmente, filiar-se ou nãoa qualquer que seja associação. Cabe sim, proceder a umaanálise política da enfermagem brasileira no contexto daenfermagem mundial. Em um mundo globalizado as relaçõesultrapassam o sentido de simples filiação, impõem estratégiasarticuladoras e de negociação de acordos pautados emprincípios éticos frente ao mundo fortemente desigual

permeado de iniqüidade de gênero, raça/etnia, geração,etc. e incluem neste processo as questões da saúde de ummodo geral e da enfermagem em particular. Um exemplo adestacar se refere à tendência de formação de enfermeirosem massa em paises pobres, estimulados pelos paises centrais,tendo como objetivo a migração desses profissionais sem seperceber quaisquer posições de parte das organizações deenfermagem dos paises, inclusive da FEPPEn e do CIE.

Hoje, mais do que antes, o mundo virtual instrui ealimenta as relações e a simultaneidade dos fatos agenda osprocessos de mudanças para ontem. Os riscos do pensar eviver centrados no aqui e agora é perder o sentido da históriae, por conseqüência à projeção da vida. Nesse cenário oindicativo para uma organização civil como a ABEn é, naqualidade representante da enfermagem brasileira,posicionar-se e colocar-se como parceira de outrasorganizações cujos projetos políticos e estratégias deintervenção sejam guiados por acordos baseados emprincípios da solidariedade entre os diferentes gruposhumanos, de forma a superarmos as iniqüidades em relaçãoao acesso a bens incluindo o direito a atenção à saúde, ondeo cuidado de enfermagem é indissociável.

Não é possível pensar em relações internacionaisdesarticuladas de um projeto amplo de cuidar dasobrevivência do e no planeta.

Tomando, inicialmente, uma perspectiva mais simplista dasrelações internacionais na história da ABEn vale a penareportar a algumas informações, ao mesmo tempo pontuaise relevantes.

A ABEn é uma organização que desde a sua fundaçãoteve como ponto estratégico o seu ingresso como membrono Conselho Internacional de Enfermeiras (CIE) o que foiconcretizado em 1929. Em breve análise da motivação daprioridade que a ABEn dava, a época, à filiaçãointernacional, era buscar ser aceita nesta organizaçãocomo forma de ampliar sua credibilidade e visibilidade noBrasil.

A ausência de estudos e pesquisas sobre este pressupostoque movimentou a ABEn em direção á filiação, por 68 anosao CIE, não permite avaliar o impacto desse fato nacredibilidade e visibilidade da Entidade, como era desejodas suas primeiras diretoras e fundadoras. Contudo, quandoda sua expulsão como organização membro do CIE em1997, motivada por interesses vinculados ao aumento deingressos financeiro, percebeu-se um sentimento deperplexidade por parte de alguns sócios quanto a estadecisão do CIE.

Além dessa filiação ao CIE, a partir de 1957 a ABEnfiliou-se à Associação Católica de Enfermeiras e AssistentesMedico-Sociais – CICAMS, por solicitação e proposta daUnião das Religiosas Enfermeiras do Brasil. Apesar dacircunstancialidade de tal filiação somente na década de80, por decisão da Assembléia Nacional de Delegados aABEn desfilia-se do CICIAMS.

Um outro marco das relações internacionais na históriada ABEn se refere às organizações no continente americano.Desde 1947, a ABEn, na época ABED (Associação Brasileirade Enfermeiras Diplomadas), no Congresso do CIE já seposiciona pela criação de uma associação que reúna asorganizações de enfermagem dos paises americanos comoum ramo do CIE para as Américas, visando a criação deorganizações de enfermagem com o padrão CIE. Um espaçoque foi utilizado para discussão desta proposta foi o dosdiversos Congressos Interamericanos de Enfermeirasorganizados pelas enfermeiras que respondiam por projetosda OPAS.

Na metade da década de 60, a idéia de se criar umaorganização americana que incluísse os Estados Unidos eque fosse um braço do CIE, havia sido descartada. Noentanto, permanecia o interesse de se criar uma Federaçãoque reunisse as Associações da América Latina o queacontece em 1970 durante o 9º

Congresso Americano de Enfermeiras em Caracas/Venezuela e que também ficou identificado como o ICongresso da FEPPEn. (Federación Panamericana deProfesionales de Enfermería)

A ABEn participou do processo de criação dessaFederação sendo membro fundador da FEPPEn, tendo sidoinclusive sede do Comitê Ejecutivo em duas gestões 1996/2000 e 2000/2004.

A e asrelações internacionais

X Congresso Quadrienal do Conselho Internacional de Enfermeiras, Rio de Janeiro, 1953

Nunca dês um nome a um rio;Sempre é outro rio a passar.

Mário Quintana

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