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INSS DIREITO PREVIDENCIÁRIO Sumário: 01. SEGURO SOCIAL_________________________________________________________ 02. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 03. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA 04. CONCEITO PREVIDENCIÁRIO DE EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO 05. FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL 06. CONTRIBUIÇÃO DOS SEGUROS SOCIAIS 07. CONTRIBUIÇÃO DE EMPRESA 08. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO 09. ARRECADAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS À SEGURIDADE SOCIAL_____ 10. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 11. FOLHA DE PAGAMENTO 12. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA 13. RETENÇÃO DE 11% 14. DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO 15. RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO E REEMBOLSO 16. PROVA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO 17. CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL 18. PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS 19. OUTRAS QUESTÕES SOBRE BENEFÍCIOS 20. OUTRAS QUESTÕES PREVISTAS NA CF/88 21. EXERCÍCIOS DAS AULAS 22. PROVA DE TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL - INSS 2008 _____________________________________________ ___________________________________________ ________ ___________________________________ _____________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ________________________________________________ ___________________________________________________ ____________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________ ________________________________ _______________________________________ ____________________________________ ___________________________________________ ____________________________________ ____________________________________ __________________________________________________ __________________________ Cargo: Técnico do Seguro Social 01 05 07 12 13 14 16 18 19 23 23 24 25 29 30 34 36 41 46 50 65 88

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INSSDIREITO

PREVIDENCIÁRIO

Sumário:01. SEGURO SOCIAL_________________________________________________________

02. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

03. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA

04. CONCEITO PREVIDENCIÁRIO DE EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO

05. FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL

06. CONTRIBUIÇÃO DOS SEGUROS SOCIAIS

07. CONTRIBUIÇÃO DE EMPRESA

08. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO

09. ARRECADAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS À SEGURIDADE SOCIAL_____

10. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

11. FOLHA DE PAGAMENTO

12. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

13. RETENÇÃO DE 11%

14. DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO

15. RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO E REEMBOLSO

16. PROVA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO

17. CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL

18. PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

19. OUTRAS QUESTÕES SOBRE BENEFÍCIOS

20. OUTRAS QUESTÕES PREVISTAS NA CF/88

21. EXERCÍCIOS DAS AULAS

22. PROVA DE TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL - INSS 2008

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Cargo: Técnico do Seguro Social

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 1

SEGURIDADE SOCIAL

Origem da Proteção Social

A proteção social tem como finalidade reduzir os efeitos das adversidades da vida, como fome, doença, velhice, etc.

Inicialmente, a proteção social vinha da própria família, onde os mais idosos e desprovidos da capacidade de trabalhar eram auxiliados pelos mais jovens e aptos ao trabalho.

Com o passar do tempo, viu-se a necessidade da proteção social por parte do Estado, principalmente para as pessoas que não eram dotadas da proteção familiar e, quando esta existia, era precária. Esse papel era feito pela igreja, passando alguma responsabilidade para o Estado apenas no século XVII, com a edição da famosa Lei dos Pobres (Poor Law – Inglaterra 1601). Anterior a Lei dos Pobres, encontram-se indícios de seguro coletivo no Império Romano, que visa à garantia de seus participantes, além da preocupação com os necessitados, porém sem uma intervenção direta do Estado, sendo este apenas um fiscalizador dos interesses gerais da sociedade.

Portanto, nota-se a preocupação inicial do Estado pela assistência dos desprovidos de renda até, finalmente, a criação de um sistema securitário, coletivo e compulsório, visando à proteção total, ou seja, a seguridade social.

Hoje, no Brasil, entende-se por seguridade social o conjunto de ações do Estado no sentido de atender as necessidades básicas de seu povo nas áreas de previdência social, assistência social e saúde, sendo classificados como direitos sociais pela Constituição Federal no seu Título VIII – Da Ordem Social.

Evolução Histórica e Legislativa no Brasil

Para entendermos a evolução histórica no Brasil é importante entendermos a evolução histórica mundial da seguridade social.

A Poor Law, mencionada acima, foi o primeiro ato relativo à assistência social no mundo. Esta criou uma contribuição obrigatória, arrecadada pelo Estado para fins sociais.

Outro ponto fundamental foi o projeto de seguro de doença (1884), seguro de acidentes de trabalho (1884) e seguro de invalidez e velhice (1889), todos na Alemanha. Foi a primeira vez em que havia a proteção garantida pelo Estado, sendo este um arrecadador de contribuições compulsórias dos participantes do sistema securitário. Podem-se observar duas características dos regimes previdenciários modernos: organização estatal e compulsoriedade.

As primeiras constituições a surgirem com os denominados direitos sociais foram a Constituição do México de 1917 e Constituição de Weimar de 1919.

A primeira citação feita à Seguridade Social foi o Social Security Act nos Estados Unidos em 1935.

Outro ponto importante do período da evolução securitária é o relatório Beveridge na Inglaterra em 1942. Este relatório foi o responsável pela origem da Seguridade Social, onde o Estado passa a ser responsável não só no seguro social, mas, também, nas áreas de saúde e assistência social.

No Brasil, a seguridade social foi tratada pela primeira vez em 1824, com a criação dos socorros públicos na Constituição Federal de 1824 (saúde). Já no ano de 1835 foi instituído o MONGERAL (Montepio Geral dos Servidores do Estado), que tinha o objetivo de beneficiar as famílias dos empregados públicos que falecessem sem lhes deixar meios de subsistência.

A Constituição Federal de 1891 foi a primeira a estabelecer a aposentadoria, entretanto, esta era concedida apenas a funcionários públicos e em casos de invalidez a serviço da Nação.

Em 1919, foi estabelecido o precursor para o seguro de acidentes do trabalho, compulsório para algumas atividades, por meio do Decreto-Legislativo nº. 3.724.

Em 1923, foi editado o Decreto-Legislativo nº. 4.682, denominado Lei Ely Chaves, que é considerado o marco inicial da previdência social brasileira. A Lei Eloy Chaves criou a Caixa de Aposentadoria e Pensões (CAP) para os empregados de cada empresa ferroviária.

No decorrer da década de 30, a tendência da organização do sistema previdenciário deixou de ser por empresa e passou a ser por categoria profissional. Já nos anos de 1933 e 1934, foram criados os Institutos de Aposentadorias e Pensões dos Marítimos (IAPM), dos Comerciários (IAPC) e dos Bancários (IAPB).

A Constituição Federal de 1934 foi a primeira a fazer referência à expressão “previdência”, estabelecendo a forma tríplice de custeio previdenciária, com contribuições do Estado, empregador e empregado.

A Constituição Federal de 1937 não traz grandes alterações, apenas o uso da palavra “seguro social” como sinônimo de previdência social.

A Constituição Federal de 1946 foi a primeira a utilizar a expressão “previdência social”.

A Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), nº. 3.807 de 1960, padronizou o sistema assistencial ampliando os benefícios, instituiu o auxílio-natalidade, o auxílio-funeral, o auxílio-reclusão, e estendeu a área de assistência social para outras categorias profissionais.

Em 1963, houve a criação do Fundo de Assistência do Trabalhador Rural (FUNRURAL), instituído pela Lei 4.214, além da criação do salário-família pela Lei 4.266.

A Emenda Constitucional nº. 11, de 1965, criou o princípio da seguridade social, que foi o princípio da precedência da fonte de custeio, ou seja, nenhuma prestação de serviço de caráter assistencial ou benefício da previdência social poderia ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total, princípio seguido até os dias atuais.

Os IAP somente foram unificados em 1966, por meio do Decreto-Lei nº. 72, centralizando a organização

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previdenciária no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), realmente implementado em 1967. Ainda em 1966, foi criado o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), por meio da Lei nº. 5.107.

Em 1967, a Lei nº. 5.316 integrou o seguro de acidentes de trabalho (SAT) ao sistema da previdência social.

No ano de 1969, o Decreto-Lei nº. 564 estendeu a previdência social ao trabalhador rural, especialmente ao setor agrário da agroindústria canavieira e das empresas de outras atividades que, pelo seu nível de organização, possam ser incluídas.

Em 1970, foram instituídos o Programa de Integração Social (PIS) e o Programa de Amparo ao Servidor Público (PASEP) como maneira de integrar o trabalhador na participação dos trabalhadores.

Já em 1971, foi criado o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (Pró-Rural), de natureza assistencial, cujo principal benefício era aposentadoria por velhice, após 65 anos de idade, equivalente a meio salário mínimo de maior valor no país. No mesmo ano foi criado o Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS).

Em 1974, a previdência e a assistência social obtiveram um Ministério exclusivo, desvinculado do Ministério do Trabalho, sendo criado o Ministério da Previdência e Assistência Social.

No ano de 1977 foi instituído o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), por meio da Lei nº. 6.439, que tinha como objetivo a reorganização da Previdência Social. O SINPAS agregava o INPS, IAPAS, INAMPS, LBA, FUNABEM, DATAPREV e CEME.

A Constituição Federal de 1988 tratou, pela primeira vez no Brasil, da Seguridade Social, entendida esta como um conjunto de ações nas áreas de saúde, previdência e assistência social.

O SINPAS foi extinto em 1990. A Lei nº. 8.029/90 criou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia federal, vinculada hoje ao Ministério da Previdência Social (MPS), por meio da fusão do INPS com o IAPAS. O INAMPS foi extinto, sendo “substituído” pelo SUS. A LBA e a CEME também foram extintas.

Em 24 de julho de 1991, entraram em vigor as Leis nº. 8.212 (Plano de Custeio e Organização da Seguridade Social) e a Lei nº. 8.213 (Plano de Benefícios da Previdência Social), que são as leis relativas a organização da seguridade social e planos de custeio e benefício.

Essas leis básicas da seguridade social vêm sofrendo inúmeras alterações ao longo do tempo, como por exemplo, a Lei nº. 10.666/03, a qual, entre outras inovações, criou a alteração da forma de arrecadação dos contribuintes individuais que prestam serviços às empresas.

Atualmente, o Regulamento da Previdência Social é aprovado pelo Decreto nº. 3.048/99.

Com o intuito de retirar a tarefa de arrecadar, fiscalizar e cobrar as contribuições previdenciárias do

INSS foi criada a Secretaria da Receita Previdenciária (SRP), por meio da Medida Provisória nº 222/04, convertida na Lei nº 11.098/05, integrando a estrutura do Ministério da Previdência Social.

A criação da SRP foi o requisito necessário para a unificação com a Secretaria da Receita Federal (SRF). A primeira tentativa ocorreu por meio da Medida Provisória nº 258/05, a qual foi rejeitada por decurso de prazo. Entretanto, a Lei nº 11.457/07 extinguiu a SRP e modificou a denominação da SRF para Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).

Conceituação

A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social (CF/88, art. 194, caput).

Saúde

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Ou seja, independente de contribuição, qualquer pessoa tem direito ao atendimento na rede pública de saúde.

A saúde é organizada atualmente pelo Ministério da Saúde por meio do Sistema Único de Saúde – SUS, sendo financiada com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. Essas outras fontes estão elencadas na Lei nº. 8.080/90, no seu art. 32 (ajuda, doações, alienações patrimoniais...).

As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

• Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

• Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

• Participação da comunidade.

Ações e serviços de saúde são de relevância pública, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Ou seja, a assistência à saúde é livre à iniciativa privada sendo executadas por profissionais liberais, legalmente habilitados, e pessoas jurídicas de direito privado.

Entretanto, essa assistência só será prestada de maneira complementar, ou seja, quando o SUS não tiver disponibilidades suficientes para garantir a

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cobertura assistencial à população de uma determinada área, poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.

A participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público, sendo dada preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

Atentem para o fato de que é dada preferência. Ou seja, pessoas jurídicas de direito privado podem participar da assistência a saúde no país, sempre de forma complementar, ainda que tenha finalidade lucrativa. Entretanto, é vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

É vedada, também, a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. A Lei nº. 8.080/90, nos seu art. 23 determina o caso de exceção, permitindo doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas - ONU, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos.

Por fim, compete ao SUS, além de outras atribuições, nos termos da lei:

• Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

• Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

• Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

• Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

• Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;

• Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

• Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

• Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

A Lei que regulamenta a saúde é a Lei nº. 8.080, de 19/09/1990.

Assistência Social

A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social. Portanto, o único pré-requisito para o auxílio assistencial é a necessidade do assistido e, assim como a saúde, independe de contribuição.

A assistência social é organizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e tem por princípios:

• A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;

• O amparo às crianças e adolescentes carentes;

• A promoção da integração ao mercado de trabalho;

• A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

• A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Apesar de a constituição mencionar no seu texto “objetivos”, estamos a frente de verdadeiros princípios, visto que a constituição não determina algo a ser alcançado, mas sim algo que norteia o funcionamento da assistência social.

Atentem para o fato do benefício mensal somente ser pago à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso e desde que não possam se manter. Pessoa idosa é aquela acima de 65 (sessenta e cinco) anos conforme determina o art. 34 do Estatuto do Idoso – Lei nº. 10.741/03. Idoso pelo próprio estatuto é aquela pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Apenas para fins de recebimento de prestação continuada da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei nº. 8.742/93) é que o estatuto do idoso determina a idade de 65 (sessenta e cinco) anos.

Além da questão da deficiência ou da idade é necessária a comprovação de não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. A LOAS vem determinar de uma maneira objetiva esse conceito, determinando que considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo.

Esse benefício, apesar de não ser um benefício previdenciário, é pago pelo INSS, pois já possui a estrutura necessária para o pagamento de benefício de prestação continuada. Não haveria necessidade do governo criar mais uma estrutura para se pagar esse benefício, acarretando assim mais um gasto público desnecessário.

Além desse benefício de prestação continuada, existem outros benefícios previstos na LOAS. São os chamados benefícios eventuais, como é o caso do auxílio-natalidade e auxílio-funeral. A condição básica para o pagamento desses benefícios é justamente a mesma do benefício de prestação continuada, ou seja, não possuir meios prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família (renda mensal familiar per capita inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo).

As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da

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seguridade social, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:

• Descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;

• Participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.

É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até 0,5 % (cinco décimos por cento) de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:

• Despesas com pessoal e encargos sociais;

• Serviço da dívida;

• Qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.

A Lei que regulamenta a assistência social é a Lei nº. 8.742, de 07/12/1993.

Previdência Social

A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

Diferentemente dos demais ramos da Seguridade Social, a previdência social depende de contribuição.

A previdência social é organizada pelo Ministério da Previdência Social e tem por princípio:

• Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;

• Proteção à maternidade, especialmente à gestante;

• Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;

• Salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;

• Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.

A previdência social será o tema de todo o nosso estudo, sendo tecido maiores detalhes posteriormente.

Organização e Princípios Constitucionais

O art. 194 da Constituição Federal menciona alguns dos princípios da seguridade social brasileira, são os chamados princípios específicos. Além destes, se aplicam à seguridade social alguns princípios gerais, elencados abaixo:

Princípios Gerais:

• Igualdade;

• Legalidade;

• Direito Adquirido.

Princípios Específicos:

• Solidariedade (art. 3º, I, CF/88): busca reduzir as desigualdades sociais, permitindo que alguns contribuam para o sistema, para que outros, sem condições financeiras, estejam cobertos pela seguridade social. Este princípio permite que uma pessoa se aposente por invalidez, sem ter qualquer contribuição para o sistema;

• Universalidade de cobertura e atendimento: estabelece que qualquer pessoa pode participar da proteção social. Para a área de saúde e assistência social, viu-se que qualquer pessoa tem acesso, independente de contribuição. Entretanto, quanto à previdência social, a pessoa deve contribuir para o sistema (sistema contributivo), Portanto, para que todas as pessoas possam ter acesso ao sistema foi criada a figura do segurado facultativo;

• Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais: busca a não distinção de valores entre os benefícios pagos às populações urbanas e rurais;

• Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços: a seletividade determina que alguns benefícios são disponíveis apenas para certos segurados, como salário-família e auxílio-reclusão. Já a distributividade tem por objetivo diminuir as desigualdades sociais, buscando otimizar a distribuição de renda e bem-estar social no país;

• Irredutibilidade do valor dos benefícios: busca manter o valor nominal e real (atualizar o valor do benefício de acordo com a inflação do período do benefício concedido). Cabe apenas ressaltar que, conforme entendimento do STF, o princípio elencado no art. 194, § único, IV da CF/88 visa apenas proteger o valor nominal do benefício, uma vez que o valor real já está protegido por outro dispositivo previsto na Carta Magna (art. 201, § 4º da CF/88);

• Equidade na forma de participação no custeio: estabelece que a contribuição para o sistema será determinada de acordo com a capacidade econômica de cada contribuinte, ou seja, recebendo mais pagará mais. Portanto, o princípio da equidade é corolário (se deriva) do princípio da solidariedade;

• Diversidade da base de financiamento: busca garantir a arrecadação de contribuições, de modo que a base de financiamento da seguridade social seja a mais variada possível;

• Caráter democrático e descentralizado da administração: visa a participação da sociedade na gestão da seguridade social, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, empregadores, aposentados e do governo;

• Tríplice forma de custeio: determina que a seguridade social será financiada por recursos da União, das contribuições sociais das empresas e dos trabalhadores;

• Preexistência do custeio em relação ao benefício ou serviço: busca o equilíbrio atuarial e financeiro do sistema securitário, ou seja, nenhuma prestação de

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serviço de caráter assistencial ou benefício da previdência social poderia ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

A Seguridade Social na Constituição Federal de 1988

A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro;

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.

A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".

São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos

cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

As contribuições sociais previstas no inciso I, deste item, poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.

É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste item, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.

A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV deste item, serão não-cumulativas.

Aplica-se o disposto no parágrafo anterior inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, deste item, pela incidente sobre a receita ou o faturamento.

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Conceito

A expressão Legislação Previdenciária compreende as leis e os atos normativos referentes ao funcionamento do sistema securitário. Portanto, a legislação previdenciária tem relação com toda a seguridade social (saúde, assistência social e previdência social), não tratando apenas da matéria previdenciária. Lembra-se que a Lei nº. 8.212/91 trata da organização e custeio da seguridade social, e não apenas de previdência social.

Fontes

A legislação previdenciária tem como fontes as leis e a jurisprudência. Neste raciocino, deve-se entender lei em sentido amplo, ou seja, Constituição Federal, leis ordinárias, leis complementares, leis delegadas e medidas provisórias, sendo tais diplomas complementados pelos atos administrativos em geral.

Os atos administrativos visam dirimir as dúvidas em relação à interpretação da lei, ou seja, permitir com que a lei seja aplicada aos atos concretos, mas sem nunca trazer inovações não previstas em lei, ainda que em favor do segurado.

Em relação à doutrina, não há consenso quanto à sua condição de fonte de direito, em virtude da ausência de coercibilidade dos entendimentos doutrinários.

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Deve-se, também, reconhecer como fonte do direito previdenciário os demais ramos do direito, como, por exemplo, o direito tributário, que trata de contribuições sociais.

Como principais fontes formais do direito previdenciário temos a Constituição Federal de 1988, as Leis nº. 8.212/91 e 8.213/91, além do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº. 3.048/99.

Autonomia

É praticamente pacífica na doutrina e jurisprudência a independência do direito previdenciário frente aos demais ramos do direito, entre eles, o direito do trabalho e o direito administrativo.

Essa autonomia é conseqüência do conjunto de princípios jurídicos próprios, além do complexo de normas aplicáveis a este segmento. Pode-se, ainda, encontrar conceitos jurídicos exclusivos do direito previdenciário, como, por exemplo, salário-de-benefício e salário-de-contribuição.

Aplicação das Normas Previdenciárias: Interpretação, Integração, Vigência e Hierarquia

A interpretação da lei, texto genérico e abstrato, visa determinar o sentido e alcance das normas jurídicas, de modo que seu aplicador alcance a correta mens legis (finalidade da lei).

Aplicar a lei significa enquadrar um caso concreto à situação prevista em lei.

Ao interpretar um texto legal, o intérprete deve buscar, dentro das opções existentes no texto legal, aquela que seja a mais compatível com o caso concreto, não se limitando às situações previstas pelo legislador, quando da elaboração do texto.

Existem diversos processos de interpretação, na busca da interpretação mais adequada, tais como:

• Gramatical: determina a interpretação somente à luz do próprio dispositivo legal, sendo um método bastante restritivo;

• Histórico ou genético: determina o exame dos elementos, as circunstâncias, as causas que implicaram a criação da lei sob exame;

• Teleológico ou finalístico: determina ser a interpretação da norma feita mediante a apuração da finalidade objetivada pela mesma;

• Lógico-sistemático: determina que todas as regras jurídicas devem ter, entre si, um nexo, pois são parte de um só sistema jurídico. Devido a isto, deve-se buscar uma interpretação compatível com o ordenamento jurídico, verificando-se a compatibilidade da lei a ser interpretada com outros diplomas legais e, principalmente, com os princípios de direito envolvidos;

• Autêntica: método executado pelo próprio poder legislativo, mediante a edição de uma nova lei que interpreta a anterior;

• Restritiva/Extensiva: a interpretação restritiva é feita quando o legislador disse mais do que queria, atingindo situações não previstas. Já a interpretação extensiva é quando o legislador disse menos do que queria. Em ambas as situações, o intérprete busca a correta mens legis sem inovar no mundo jurídico. Uma interpretação extensiva que fuja às possibilidades interpretativas da letra da lei já é, em verdade, integração do direito, e não interpretação.

A integração difere da interpretação na medida em que a integração não visa a mens legis de determinada norma, mas sim o preenchimento de lacuna do ordenamento jurídico.

As ferramentas para a integração são a analogia, a eqüidade, os costumes e os princípios gerais do direito.

A analogia consiste na utilização de previsões similares existentes no ordenamento jurídico, análoga à considerada.

A eqüidade é um meio de humanizar a aplicação da lei, quando o aplicador faz às vezes de legislador, a fim de completá-la ou dar-lhe maior sentido de justiça.

Os costumes são práticas reiteradas, de longa data, pela sociedade e aceitas como corretas.

Os princípios gerais do direito são aqueles que fornecem as principais diretrizes do ordenamento jurídico, responsáveis pela fundação de toda a construção jurídica.

A vigência da lei diz respeito à sua existência jurídica em um determinado momento. É requisito necessário para a eficácia da lei, sua produção de efeitos.

De acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil – LICC – Decreto-Lei nº. 4.657/42, salvo disposição de lei em contrário, a lei começa a vigorar em todo o País 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada, não sendo diferente em relação à lei previdenciária.

Todavia, a vigência da lei não implica, por si só, sua eficácia. Isto é, sua aplicabilidade.

No caso das contribuições sociais, o art. 195, parágrafo 6º, CF, diz que as mesmas só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b , CF (princípio da anterioridade ou anualidade).

Portanto, apesar da lei já estar em vigor após decorridos 45 (quarenta e cinco) dias, as contribuições sociais somente poderão ser exigidas após decorridos 90 (noventa) dias. É o chamado princípio da anterioridade previdenciária, mitigada ou nonagesimal.

Ainda temos as leis relativas às alterações nos benefícios previdenciários, que estabelecem, com freqüência, períodos de transição, onde a lei também tem sua eficácia restrita ou reduzida.

A hierarquia das normas é a ordem de graduação entre estas, segundo uma escala decrescente: normas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, leis

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delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções, decretos regulamentares, normas internas (portarias, despachos, etc.) e normas individuais (contratos, sentenças, etc.).

A legislação previdenciária é submetida a esta mesma hierarquia. Entretanto, deve-se atentar para algumas regras de prevalência em caso de conflitos de normas: norma específica prevalece sobre a genérica e o in dubio pro misero.

Orientação dos Tribunais Superiores

Os Tribunais Superiores são órgãos colegiados de segundo grau. Com jurisdição em todo o território nacional, integrantes do Poder Judiciário, como o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho, o Tribunal Superior Eleitoral e o Superior Tribunal Militar.

A Lei nº. 8.213/91, no seu art. 131, possibilita a desistência ou abstenção de propor ação ou recurso em processos judiciais sempre que a ação versar matéria sobre a qual haja declaração de inconstitucionalidade proferida pelo Supremo Tribunal Federal - STF, súmula ou jurisprudência consolidada do STF ou dos tribunais superiores. Para isso, deve-se ter autorização por parte do ministro da Previdência Social.

REGIME GERAL DA

PREVIDÊNCIA SOCIAL A Previdência Social compreende o Regime Geral

de Previdência Social (RGPS), os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos e dos militares e o sistema complementar.

O RGPS visa garantir a cobertura de todas as situações expressas no art. 1º da Lei nº. 8.213/91 e art. 5º do Decreto nº. 3.048/99, exceto a de desemprego involuntário, pois o seguro-desemprego é hoje uma incumbência do Ministério do Trabalho.

Beneficiários do RGPS

São beneficiários do RGPS os segurados, que se dividem em segurados obrigatórios e facultativos, e dependentes. Esses beneficiários são aptos a receberem os benefícios e serviços do RGPS. Nessa parte estudaremos apenas os segurados, deixando mais para frente o estudo sobre os dependentes.

Segurados Obrigatórios:

Os segurados obrigatórios são aqueles filiados ao sistema de modo compulsório, pelo simples fato de exercerem alguma atividade remunerada. Os segurados obrigatórios se dividem em: empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial.

Empregado:

Conforme determina a legislação previdenciária, segurado empregado é aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado.

Podemos observar, portanto, 4 (quatro) características básicas: pessoalidade, não-eventualidade, subordinação e onerosidade.

A pessoalidade significa que o empregado não se pode fazer substituir por outra pessoa, uma vez que o contrato de trabalho é intuitu personae, ou seja, é personalíssimo.

A não-eventualidade, como a própria legislação previdenciária define, é quando o serviço prestado está relacionado direta ou indiretamente com as atividades normais da empresa.

Quando falamos em subordinação não estamos falando de subordinação econômica e sim de uma subordinação jurídica. Ou seja, pela subordinação o empregado sujeita o exercício de suas atividades laborais à vontade do empregador, uma vez que o mesmo detém o poder para dirigir, regulamentar, fiscalizar e punir.

Por fim, a onerosidade se refere ao valor a ser pago pela contraprestação do serviço prestado.

Feita essa sucinta análise, devem ser verificadas as hipóteses previstas no art. 12 da Lei nº. 8.212/91, art. 13 da Lei nº. 8.213/91 e art. 9º do Decreto nº. 3.048/99.

Situações previstas no art. 9º, inciso I do Decreto nº. 3.048/99:

“I - como empregado:

a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;

b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, por prazo não superior a três meses, prorrogável, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço de outras empresas, na forma da legislação própria;

c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado no exterior, em sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País;

d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior com maioria do capital votante pertencente a empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujo controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de entidade de direito público interno;

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e) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;

f) o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por regime próprio de previdência social;

g) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições governamentais brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei no 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que, em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário local;

h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo com a Lei no 11.788, de 25 de setembro de 2008;

i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja amparado por regime próprio de previdência social;

l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal;

m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante de emprego público;

n) Revogado;

o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdência Social, em conformidade com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994;

p) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; e

q) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;

r) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei no 5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano”

Observação 1:

� Em relação a letra “m” transcrita acima, a partir da EC nº 19/98, não há mais a exigência de um regime jurídico único para os servidores da administração direta, autárquica e fundacional. Ou seja, cada esfera do governo poderá instituir regime estatutário ou contratual, com a possibilidade de conviverem os dois, sendo que o regime adotado pela administração direta poderá ser diverso do das autarquias e fundações.

� Entretanto, o STF concedeu liminar na ADIN nº 2.135-4 para suspender a eficácia do art. 39, caput, da CF/88, com a redação da EC nº 19/98, mas com efeitos ex nunc subsistindo a legislação editada nos termos da emenda declarada suspensa.

Observação 2:

� É considerado segurado empregado o servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão; o exercente de mandato eletivo, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; e o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por regime próprio de previdência social.

Empregado Doméstico:

Empregado doméstico é aquele que presta serviço de natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos.

Façamos uma análise mais detalhada da definição. Primeiramente, o serviço deve ser contínuo. Apesar da legislação previdenciária não definir o que seria um serviço contínuo, vamos nos basear nos entendimentos jurisprudenciais, apesar de não existir súmula ou orientação jurisprudencial das seções especializadas. Para esses entendimentos, continuidade pressupõe ausência de interrupção, de forma que o trabalho se desenvolva de maneira expressiva ao longo da semana, diferente de não-eventualidade visto anteriormente. Com base nessa interpretação, a diarista que presta serviço numa residência apenas em alguns dias da semana, recebendo por dia, não se enquadra no critério do trabalho de natureza contínua. Portanto, o importante para não caracterizar o vínculo é o pagamento diário do serviço e não a quantidade de dias trabalhados.

O serviço deve ser prestado à pessoa ou família, ou seja, para o empregador doméstico e não para empresa.

Além disso, o serviço deve ser prestado no âmbito residencial do empregador doméstico que pode ser, entre outras, a sua casa, casa de campo, inclusive veículos de transporte particular (automóvel, helicóptero...). Portanto, um motorista particular, nada mais é do que um empregado doméstico, assim como a babá, um jardineiro, caseiro...

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Deverá ainda ser prestado em atividades sem fins lucrativos. Ou seja, uma vez que o empregador doméstico utilize o seu empregado doméstico em uma atividade com fins lucrativos essa relação deixa de existir. O empregador doméstico passará a ser enquadrado como contribuinte individual e, como possui segurados a seu serviço (empregado doméstico que se tornou empregado), passa a ser considerado empresa para fins previdenciários, como veremos mais a frente. Isso faz com que essa pessoa, agora empresa, seja tributada como tal, tendo que, inclusive, cumprir as obrigações acessórias, como elaborar folha de pagamento, elaborar Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social (GFIP), entre outras.

Por fim, deve receber remuneração pela contraprestação do serviço prestado ao empregador doméstico.

Contribuinte individual:

A categoria de contribuinte individual foi criada pela Lei nº. 9.876/99, e unificou as categorias de segurado empresário, segurado trabalhador autônomo e segurado equiparado a trabalhador autônomo, existentes até aquela data.

A definição básica de contribuinte individual se divide em duas. A primeira seria aquela pessoa que presta serviço em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego. Podemos citar como exemplo um pintor que no mesmo mês presta serviço a diversas empresas, sem ter vínculo com nenhuma delas.

A segunda seria uma pessoa que presta um serviço por conta própria. Podemos citar como exemplo uma pessoa que exerce atividade comercial em via pública.

Devem ser verificadas as hipóteses previstas no art. 12 da Lei nº. 8.212/91, art. 13 da Lei nº. 8.213/91 e art. 9º do Decreto nº. 3.048/99.

Situações previstas no art. 9º, inciso V e art. 9º, §15 do Decreto nº. 3.048/99:

“V - como contribuinte individual:

a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área, contínua ou descontínua, superior a quatro módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 8o e 23 deste artigo (vide observação abaixo);

b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;

c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa;

d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;

e) o titular de firma individual urbana ou rural;

f) o diretor não empregado e o membro de conselho de administração na sociedade anônima;

g) todos os sócios, nas sociedades em nome coletivo e de capital e indústria;

h) o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho e o administrador não empregado na sociedade por cotas de responsabilidade limitada, urbana ou rural;

i) o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração;

j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego;

l) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não;

m) o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado classista temporário da Justiça do Trabalho, na forma dos incisos II do §1º do art. 111 ou III do art. 115 ou do parágrafo único do art. 116 da Constituição Federal, ou nomeado magistrado da Justiça Eleitoral, na forma dos incisos II do art. 119 ou III do §1º do art. 120 da Constituição Federal;

n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado;

o) (Revogado pelo Decreto nº 7.054 de 2009)

p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais.”

Observação 1:

� Caso o segurado exerça atividade agropecuária, qualquer que seja a sua forma, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais será contribuinte individual. Entretanto, caso exerça atividade agropecuária em área inferior ou igual a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira poderá ser contribuinte individual ou segurado especial. Será contribuinte individual quando exercer a atividade com empregados ou preposto, enquanto que será segurado especial quando exercer a atividade individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio de terceiros.

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� As hipóteses dos §§ 8o e 23 do art. 9º do RPS são aquelas em que o segurado não é enquadrado como segurado especial ou é excluído da categoria de segurado especial, devendo, portanto, ser enquadrado como contribuinte individual.

Observação 2:

� É considerado contribuinte individual o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social. Deve-se reparar a falta de menção à União para ser considerado contribuinte individual.

§ 15. Enquadram-se nas situações previstas nas alíneas "j" e "l" do inciso V do caput, entre outros:

I - o condutor autônomo de veículo rodoviário, assim considerado aquele que exerce atividade profissional sem vínculo empregatício, quando proprietário, co-proprietário ou promitente comprador de um só veículo;

II - aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974;

III - aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, exerce pequena atividade comercial em via pública ou de porta em porta, como comerciante ambulante, nos termos da Lei nº 6.586, de 6 de novembro de 1978;

IV - o trabalhador associado a cooperativa que, nessa qualidade, presta serviços a terceiros;

V - o membro de conselho fiscal de sociedade por ações;

VI - aquele que presta serviço de natureza não contínua, por conta própria, a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, sem fins lucrativos;

VII - o notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de cartório, que detêm a delegação do exercício da atividade notarial e de registro, não remunerados pelos cofres públicos, admitidos a partir de 21 de novembro de 1994;

VIII - aquele que, na condição de pequeno feirante, compra para revenda produtos hortifrutigranjeiros ou assemelhados;

IX - a pessoa física que edifica obra de construção civil;

X - o médico residente de que trata a Lei nº 6.932, de 7 de julho de 1981.

XI - o pescador que trabalha em regime de parceria, meação ou arrendamento, em embarcação com mais de seis toneladas de arqueação bruta, ressalvado o disposto no inciso III do § 14;

XII - o incorporador de que trata o art. 29 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964.

XIII - o bolsista da Fundação Habitacional do Exército contratado em conformidade com a Lei nº 6.855, de 18 de novembro de 1980; e (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)

XIV - o árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade com a Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998.(Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)

XV - o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando remunerado; (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)

XVI - o interventor, o liquidante, o administrador especial e o diretor fiscal de instituição financeira de que trata o § 6º do art. 201.

Trabalhador avulso:

Trabalhador avulso é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão-de-obra ou sindicato da categoria.

Vamos reproduzir aqui a definição das Leis nos 8.212/91 e 8.213/91 e do Decreto nº 3.048/99 para tirarmos algumas conclusões:

Leis nos 8.212/91 e 8.213/91: “quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento”.

Decreto nº 3.048/99: “aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão-de-obra, nos termos da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do sindicato da categoria”.

Atentem para o fato de as leis definirem o trabalhador avulso sem determinar a intermediação obrigatória, fato que só é feito pelo Regulamento. Portanto, para fins de prova, a definição de trabalhador avulso, conforme as leis, se assemelha demais com o contribuinte individual. A diferença está no fato da seguinte expressão: serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento.

Segurado especial:

O segurado especial é o produtor que explore atividade agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais, ou de seringueiro ou extrativista vegetal, além do pescador artesanal, inclusive cônjuge ou companheiros e filhos maiores de 16 (dezesseis) anos de idade ou a estes equiparados, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração.

Essa definição do segurado especial veio com o advento da Lei nº 11.718/08. Antes dessa lei, nós tínhamos uma antinomia (conflito de normas) entre a redação da CF/88 e das Leis nos 8.212/91 e 8.213/91, além do Decreto nº 3.048/99. Enquanto que a CF/88, no art. 195, §8º, definia que segurado especial poderia exercer as suas atividades sem empregados permanentes, as leis e o decreto determinavam no conceito de regime de economia familiar o serviço deveria ser prestado sem empregados, fazendo com que o grupo familiar não pudesse ter empregados em

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nenhum momento, inclusive no período da colheita da safra. A Lei nº 11.718/08 terminou com esse conflito, determinando a seguinte definição para o conceito de regime de economia familiar: “Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes”.

Percebam que agora o grupo familiar poderá ter empregados, bastando que os mesmo não sejam permanentes. É permitido, portanto, a contratação por prazo determinado em épocas de safra, à razão de no máximo cento e vinte pessoas/dia dentro do ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho, à razão de oito horas/dia e quarenta e quatro horas/semana.

Vale lembra que, regra geral, o segurado especial não pode receber outra fonte de rendimento, sob pena de ser desenquadrado da categoria de segurado especial, salvo algumas situações. Portanto, outra inovação da Lei nº 11.718/08 foi a ampliação das situações onde o segurado apesar de possuir outra fonte de rendimento mantém a seu enquadramento como segurado especial. Seguem abaixo as situações:

• Benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social;

• Benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar instituído por entidade classista a que seja associado, em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em regime de economia familiar;

• Exercício de atividade remunerada em período de entressafra ou do defeso, não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil;

• Exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de trabalhadores rurais;

• Exercício de mandato de vereador do município onde desenvolve a atividade rural, ou de dirigente de cooperativa rural constituída exclusivamente por segurados especiais;

• Parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas na lei;

• Atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social; e

• Atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social.

Por fim, caber ressaltar as situações que não descaracterizam a condição de segurado especial. Seguem abaixo as situações:

• A outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até cinqüenta por cento de imóvel rural cuja área total, contínua ou descontínua, não seja superior a quatro módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de economia familiar;

• A exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de cento e vinte dias ao ano;

• A participação em plano de previdência complementar instituído por entidade classista a que seja associado, em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em regime de economia familiar;

• A participação como beneficiário ou integrante de grupo familiar que tem algum componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo;

• A utilização pelo próprio grupo familiar de processo de beneficiamento ou industrialização artesanal, na exploração da atividade;

• A associação a cooperativa agropecuária.

Observação:

� Considera-se pescador artesanal aquele que, individualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca sua profissão habitual ou meio principal de vida, desde que:

o Não utilize embarcação;

o Utilize embarcação de até seis toneladas de arqueação bruta, ainda que com auxílio de parceiro;

o Na condição, exclusivamente, de parceiro outorgado, utilize embarcação de até dez toneladas de arqueação bruta.

Segurado Facultativo

Os segurados facultativos são aqueles, acima dos 16 (dezesseis) anos, que desejam integrar o sistema previdenciário, apesar de não exercerem atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório da previdência social. São exemplos de segurados facultativos: dona de casa, estagiário, estudante, etc.

Situações previstas no art. 11, § 1º do Decreto nº. 3.048/99:

§ 1º Podem filiar-se facultativamente, entre outros:

I - a dona-de-casa;

II - o síndico de condomínio, quando não remunerado;

II - o estudante;

IV- o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior;

V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social;

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VI - o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;

VII - o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa de acordo com a Lei nº 6.494, de 1977 (Leia-se Lei nº 11.788 de 2008);

VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;

IX - o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; (Redação dada pelo Decreto nº 7.054, de 2009)

X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional; e (Redação dada pelo Decreto nº 7.054, de 2009)

XI - o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria. (Incluído pelo Decreto nº 7.054, de 2009)

Observação:

� Com o advento do Decreto nº 7.054 de 2009, o presidiário que exerce atividade remunerada deixou de ser considerado contribuinte individual, sendo permitida apenas a sua filiação ao RGPS como segurado facultativo.

Filiação e Inscrição

Filiação é o vínculo que se estabelece entre pessoas que contribuem para a previdência social e esta, do qual decorrem direitos e obrigações. A filiação à previdência social decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada para os segurados obrigatórios, observado o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física por prazo de até dois meses dentro do período de um ano, para o exercício de atividades de natureza temporária. Nesse caso, a filiação decorre automaticamente de sua inclusão na GFIP, mediante identificação específica.

Considera-se inscrição de segurado para os efeitos da previdência social o ato pelo qual o segurado é cadastrado no Regime Geral de Previdência Social, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis a sua caracterização (ver art. 18 do Decreto nº. 3.048/99).

Portanto, a filiação, em geral, ocorre antes da inscrição junto à previdência social. Entretanto, o segurado facultativo somente estará filiado ao RGPS após sua inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição.

Observações:

� A inscrição do segurado em qualquer categoria exige a idade mínima de 16 (dezesseis) anos, exceto o menor aprendiz a partir dos 14 (quatorze) anos de idade.

� Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao RGPS será obrigatoriamente inscrito em relação a cada uma delas.

� Admite-se a inscrição post mortem do segurado especial, desde que presentes os pressupostos da filiação.

Trabalhadores Excluídos do RGPS

Alguns trabalhadores, apesar de exercerem atividade remunerada, são excluídos do RGPS, por já possuírem regime próprio de previdência em relação a esta atividade, como os servidores públicos federais e militares.

Entretanto, caso venham exercer atividade que os enquadre como segurado obrigatório do RGPS, será considerado como tal, devendo efetuar suas contribuições, ainda que amparado por regime previdenciário próprio.

Excepcionalmente, os trabalhadores amparados por regime próprio de previdência poderão obter filiação facultativa, na hipótese de afastamento sem vencimento e desde que não permita, nesta condição, contribuição ao regime próprio (art. 11, § 2º do RPS). Essa regra não se aplica para a esfera federal, uma vez que a Lei nº 8.112/90, no seu art. 183, § 3º, permite que o servidor quando se afasta sem vencimento contribua para o seu próprio regime.

CONCEITO PREVIDENCIÁRIO DE EMPRESA E EMPREGADOR

DOMÉSTICO Considera-se empresa, para fins previdenciários, a

firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração pública direta, indireta e fundacional.

Já o empregador doméstico é aquele que admite a seu serviço, mediante remuneração, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.

Deve-se atentar para o fato da lei determinar separadamente empresa e empregador doméstico, ou seja, empregador doméstico não é empresa. O empregador doméstico é sujeito à contribuição patronal em relação ao seu empregado doméstico, porém, não é equiparado a empresa.

Equipara-se a empresa o contribuinte individual, em relação a segurado que lhe presta serviço; a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras; o operador portuário e o órgão gestor de mão-de-obra de que trata a Lei nº. 8.630/93; e o proprietário ou dono de

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obra de construção civil, quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta serviço.

Matrícula da Empresa

A Matrícula é a identificação dos sujeitos passivos perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), podendo ser o número do:

• Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) para empresas e equiparados a ele obrigados;

• Cadastro Específico do INSS (CEI) para empresas e equiparados desobrigados de inscrição no CNPJ ou que ainda não a tenham efetuado e toda obra de construção civil;

A matrícula será efetuada no Cadastro Específico do INSS (CEI), no prazo de 30 (trinta) dias contados do inicio de suas atividades, para a empresa e equiparado, quando for o caso, e obra de construção civil.

A data do início da atividade corresponderá à data do arquivamento do ato constitutivo na Junta Comercial ou Cartório de Registro Civil ou a data do início da obra.

Caso a empresa não efetue a inscrição, no prazo previsto anteriormente, estará sujeita a aplicação de multa (auto-de-infração), nos termos do art. 283 do RPS, além da inscrição de ofício por parte da RFB.

• A matrícula atribuída pela Secretaria da Receita Federal do Brasil ao produtor rural pessoa física ou segurado especial é o documento de inscrição do contribuinte, em substituição à inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ, a ser apresentado em suas relações: (I) com o Poder Público, inclusive para licenciamento sanitário de produtos de origem animal ou vegetal submetidos a processos de beneficiamento ou industrialização artesanal; (II) com as instituições financeiras, para fins de contratação de operações de crédito; e (III) com os adquirentes de sua produção ou fornecedores de sementes, insumos, ferramentas e demais implementos agrícolas.

Para fins de recolhimento das contribuições previdenciárias, a matrícula será atribuída ao grupo familiar no ato de sua inscrição.

FINANCIAMENTO DA

SEGURIDADE SOCIAL A seguridade social será financiada por toda a

sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das contribuições sociais, conforme determina a Constituição Federal:

“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro;

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;

III - sobre a receita de concursos de prognósticos;

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.”

Observação:

� Constitui receita da seguridade social a renda líquida dos concursos de prognósticos, excetuando-se os valores destinados ao Programa de Crédito Educativo.

� A contribuição constitui-se de toda a renda líquida do concurso, quando organizado pelo Poder Público, ou 5% (cinco por cento) do movimento global de apostas em prado de corridas ou do sorteio de números ou de quaisquer modalidades de símbolos, quando organizado pela iniciativa privada.

� O movimento global de apostas é o total das importâncias relativas às várias modalidades de jogos, enquanto que o movimento global de sorteio de números é o total da receita bruta.

A contribuição da União é constituída de recursos adicionais do Orçamento Fiscal, fixados obrigatoriamente na Lei Orçamentária anual.

A União é responsável pela cobertura de eventuais insuficiências financeiras da Seguridade Social, quando decorrentes do pagamento de benefícios de prestação continuada da Previdência Social, na forma da Lei Orçamentária Anual – LOA.

Além de recursos provenientes da União e das contribuições sociais, a seguridade social, no âmbito federal, também é financiada por recurso de outras fontes, que são:

• As multas, a atualização monetária e os juros moratórios;

• A remuneração recebida pela prestação de serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros;

• As receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens;

• As demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras;

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• As doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais;

• Cinqüenta por cento da receita obtida na forma do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal, repassados pelo Instituto Nacional do Seguro Social aos órgãos responsáveis pelas ações de proteção à saúde e a ser aplicada no tratamento e recuperação de viciados em entorpecentes e drogas afins;

• Quarenta por cento do resultado dos leilões dos bens apreendidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e

• Outras receitas previstas em legislação específica.

Observação:

� Com o advento da Lei nº 11.457/07, a remuneração recebida pela prestação de serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros deixou de figurar como outras fontes da Seguridade Social, sendo destinada para o Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (FUNDAF).

As companhias seguradoras que mantém seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres, de que trata a Lei nº. 6.194, de 19 de dezembro de 1974, deverão repassar à seguridade social 45% (quarenta e cinco por cento) do valor total do prêmio recolhido, destinados ao Sistema Único de Saúde, para custeio da assistência médico-hospitalar dos segurados vitimados em acidentes de trânsito.

Apesar da Lei nº. 8.212/91 (art. 27, parágrafo único) falar em 50% (cinqüenta por cento) do valor total do prêmio recolhido, 10% (dez por cento) da arrecadação da seguridade social é destinada ao coordenador do sistema nacional de trânsito, para aplicação exclusiva em programas destinados à prevenção de acidentes, ou seja, 5% (cinco por cento) do total.

Vamos nos atentar para as contribuições previdenciárias, cujos recursos provenientes, conforme determina o art. 167 da CF, XI, só podem ser utilizados para o pagamento de benefícios do RGPS, que são as do art. 195, I, a, e II da CF (empresa sobre folha de salários e remunerações pagas e dos trabalhadores).

CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS

Empregado, Trabalhador Avulso e Empregado Doméstico

A contribuição do empregado, inclusive o doméstico, e a do trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota sobre o seu salário-de-contribuição mensal, de forma não cumulativa.

Remuneração a partir de 1º de janeiro de 2011

Salário-de-contribuição (R$) Alíquota (%)

até R$ 1.106,90 8,00

de R$ 1.106,91 a R$ 1.844,83 9,00

de R$ 1.844,84 até R$ 3.689,66 11,00

A forma de recolhimento, para esses segurados, a obrigação de efetuar o desconto e do recolhimento da contribuição é encargo da empresa e do empregador doméstico, respectivamente. Será feito em conjunto com o recolhimento dos empregadores ou empresas, na mesma guia.

Observação:

� A contribuição do segurado trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física para o exercício de atividades de natureza temporária por prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano é de 8% (oito por cento) sobre o respectivo salário-de-contribuição.

Contribuinte Individual e Facultativo

A contribuição do segurado contribuinte individual e facultativo será de 20% (vinte por cento) sobre o respectivo salário-de-contribuição.

A contribuição do segurado facultativo é maior devido a não contribuição patronal sobre essa remuneração. E nem poderia ser diferente. Este contribui para o sistema por um mero ato volitivo.

Já o contribuinte individual devido à ausência, no passado, de contribuição patronal sobre essas remunerações.

Entretanto, a partir de maio de 1996, a empresa passou a contribuir sobre a remuneração paga ou creditada ao contribuinte individual.

Em virtude disso, a Lei nº. 9.876/99 determinou: “Na hipótese de o contribuinte individual prestar serviço a uma ou mais empresas, poderá deduzir, da sua contribuição mensal, quarenta e cinco por cento da contribuição da empresa, efetivamente recolhida ou declarada, incidente sobre a remuneração que esta lhe tenha pago ou creditado, limitada a dedução a nove por cento do respectivo salário-de-contribuição”.

Deve-se analisar esse fato por meio de um caso prático:

- Remuneração do trabalhador: R$ 1.500,00

- Contribuição patronal: 20% x R$ 1.500,00 = R$ 300,00

- Possível dedução: 45% x R$ 300,00 = R$ 135,00

- Limite: 9% x R$ 1.500,00 = R$ 135,00

- Contr. do segurado: (20% x R$ 1.500,00) – R$ 135,00 = R$ 165,00

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Atente para o fato de o limite ser exatamente o valor da possível dedução. Isso será sempre possível quando a remuneração for inferior ao teto do salário-de-contribuição, ou seja, atualmente R$ 3.689,66.

Caso a remuneração fosse superior ao teto do salário-de-contribuição:

- Remuneração do trabalhador: R$ 5.000,00

- Contribuição patronal: 20% x R$ 5.000,00 = R$ 1.000,00

- Possível dedução: 45% x R$ 1.000,00 = R$ 450,00

- Limite: 9% x R$ 3.689,66 = R$ 332,07

- Contr. do segurado: (20% x R$ 3.689,66) – R$ 332,07 = R$ 405,86

Caso o contribuinte individual não preste serviço à empresa contribuirá, ainda, com 20% (vinte por cento) sobre o seu salário-de-contribuição.

A partir da competência abril de 2003, conforme determina a MP nº. 83/02, posteriormente convertida na Lei nº. 10.666/03, fica a empresa obrigada a arrecadar a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração, e a recolher o valor arrecadado juntamente com a contribuição a seu cargo até o dia vinte do mês seguinte ao da competência.

Portanto, até a competência 03/2003, a responsabilidade pelo recolhimento do contribuinte individual é do próprio segurado. A partir da competência 04/2003, a responsabilidade pelo recolhimento da contribuição do contribuinte individual é da empresa que o contrata. Ou seja, a partir da competência 04/2003, a contribuição descontada pela empresa sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao contribuinte individual a seu serviço, observado o limite máximo do salário-de-contribuição, é de 11% (onze por cento) no caso das empresas em geral e de vinte por cento quando se tratar de entidade beneficente de assistência social isenta das contribuições sociais patronais.

Além disso, se o contribuinte individual prestar serviço a outro contribuinte individual, a produtor rural pessoa física, a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira, o mesmo fará o seu recolhimento, entretanto, poderá efetuar a dedução legal, visto que essas pessoas contribuem sobre a remuneração paga ou creditada ao contribuinte individual.

O contribuinte individual que presta serviço para pessoa física e o segurado facultativo continuam fazendo o seu recolhimento por conta própria.

Quadro resumo a partir de 01/04/2003:

Contratante Alíquota Responsável pelo recolhimento

Observações

Pessoa física 20% Próprio

segurado - Sem dedução legal

Empresa ou equiparado 11% Contratante - Já com a

dedução legal

Entidade beneficente 20% Contratante - Sem dedução

legal

CI, PRFP, missão diplomática ou repartição consular

20% ou 11%

Próprio segurado

- Não obrigatoriedade de recolhimento pelo contratante

- Possibilidade de dedução legal

Observação:

� No caso de opção pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, a alíquota de contribuição, incidente sobre o limite mínimo mensal do salário de contribuição, será de 11% (onze por cento), no caso do segurado contribuinte individual, que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado e do segurado facultativo; e 5% (cinco por cento), no caso do microempreendedor individual, de que trata o art. 18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

� O segurado que tenha contribuído na forma do parágrafo anterior e pretenda contar o tempo de contribuição correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição ou da contagem recíproca do tempo de contribuição a que se refere o art. 94 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, deverá complementar a contribuição mensal mediante recolhimento, sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contribuição em vigor na competência a ser complementada, da diferença entre o percentual pago e o de 20% (vinte por cento), acrescido dos juros moratórios.

Segurado Especial

Em virtude de mandamento constitucional (art. 195, § 8° da CF/88), O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

Portanto, a contribuição do segurado especial é de 2,0% (dois por cento) sobre a receita bruta, proveniente

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da comercialização da sua produção rural, além de 0,1% (um décimo por cento) para financiamento de benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT). (art. 200, I e II do RPS).

CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA

Contribuição sobre a remuneração dos segurado empregados e trabalhadores avulsos

Em relação aos segurados empregados e trabalhadores avulsos, a empresa contribuirá com 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, a esses segurados que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.

Contribuição sobre a remuneração dos contribuintes individuais

Em relação aos contribuintes individuais, 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, a esses segurados que lhe prestem serviços.

Contribuição adicional sobre a remuneração dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais por parte das instituições financeiras

No caso de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros privados e de crédito e entidades de previdência privada abertas e fechadas, além das contribuições referidas nos itens anteriores, é devida a contribuição adicional de 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) sobre a respectiva base de cálculo, ou seja, pagará 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento) sobre a remuneração desses segurados.

Contribuição sobre o valor bruto da nota fiscal de cooperativa de trabalho

A empresa contribuirá com 15% (quinze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho.

Contribuição decorrente dos riscos ambientais do trabalho – GILRAT

Para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT), sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:

• 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;

• 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio;

• 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.

Considera-se atividade preponderante, aquela que ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos.

O enquadramento no correspondente grau de risco é de responsabilidade da empresa, observada a sua atividade econômica preponderante e será feito mensalmente, cabendo a Secretaria da Receita Federal do Brasil rever o auto-enquadramento em qualquer tempo.

A atividade econômica preponderante da empresa e os respectivos riscos de acidentes do trabalho compõem a Relação de Atividades Preponderantes e correspondentes Graus de Risco, prevista no anexo V do RPS.

Observação:

� A Lei nº. 10.666/03 diz, ainda, que a alíquota de contribuição de 1% (um por cento), 2% (dois por cento) ou 3% (três por cento), destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até 50% (cinqüenta por cento), ou aumentada, em até 100% (cem por cento), conforme dispuser o regulamento, em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de freqüência, gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social.

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Contribuição para o custeio da aposentadoria especial

As alíquotas constantes do item anterior serão acrescidas de 12 (doze), 9 (nove) ou 6 (seis) pontos percentuais, respectivamente, se a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa ensejar a concessão de aposentadoria especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos de contribuição.

O acréscimo incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

Será devida contribuição adicional de 12 (doze), 9 (nove) ou 6 (seis) pontos percentuais, a cargo da cooperativa de produção, incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao cooperado filiado, na hipótese de exercício de atividade que autorize a concessão de aposentadoria especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte) e cinco anos de contribuição, respectivamente.

Será devida contribuição adicional de 9 (nove), 7 (sete) ou 5 (cinco) pontos percentuais, a cargo da empresa tomadora de serviços de cooperado filiado a cooperativa de trabalho, incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, conforme a atividade exercida pelo cooperado permita a concessão de aposentadoria especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, respectivamente.

Contribuições substitutivas

• Associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional;

• Produtor rural pessoas física e jurídica;

• SIMPLES.

Associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional

A contribuição empresarial da associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional destinada à Seguridade Social corresponde a 5% (cinco por cento) da receita bruta, decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos.

Observação:

Esta contribuição somente substitui as contribuições sobre as remunerações dos segurados empregados, trabalhadores avulsos, a GILRAT e o eventual adicional para financiamento da aposentadoria especial.

� Esta contribuição não substitui a contribuição sobre a remuneração paga ou creditada a contribuinte individual que lhe preste serviço, contratação de

cooperado por intermédio de cooperativa de trabalho e nem as contribuições por responsabilidade (desconto dos segurados, as decorrentes de sub-rogação e a retenção dos 11% por serviços prestados por pessoas jurídicas mediante cessão de mão-de-obra).

Contribuição do Produtor Rural

Além do segurado especial, têm-se duas outras espécies de produtores rurais: o produtor rural pessoa física (PRPF) e o produtor rural pessoa jurídica (PRPJ). Todos são segurados obrigatórios do RGPS, mas estes dois últimos são contribuintes individuais, sujeitando-se às regras de recolhimento desta categoria de segurado. Além disso, são o PRPF e o PRPJ também empresas para fins previdenciários, sujeitando-se a recolhimentos diferenciados.

Portanto, a contribuição do PRPF, na condição de equiparado à empresa, é de 2,0% (dois por cento) da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural, mais 0,1% (um décimo por cento) da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural, para financiamento das prestações por acidente do trabalho, totalizando 2,1% (dois inteiros e um décimo por cento).

Já a contribuição do PRPJ, como empresa, é de 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural, mais 0,1% (um décimo por cento) da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural, para financiamento das prestações por acidente do trabalho, totalizando 2,6% (dois inteiros e seis décimos por cento).

Observação:

Esta contribuição somente substitui as contribuições sobre as remunerações dos segurados empregados, trabalhadores avulsos, a GILRAT e o eventual adicional para financiamento da aposentadoria especial.

� Esta contribuição não substitui a contribuição sobre a remuneração paga ou creditada a contribuinte individual que lhe preste serviço, contratação de cooperado por intermédio de cooperativa de trabalho e nem as contribuições por responsabilidade (desconto dos segurados, as decorrentes de sub-rogação e a retenção dos 11% por serviços prestados por pessoas jurídicas mediante cessão de mão-de-obra).

SIMPLES

Contribuição sobre a receita bruta auferida mensalmente, que engloba além do IRPJ, CSLL, COFINS... as contribuições da empresa sobre a folha de salários e remunerações pagas ou creditadas a pessoas físicas que lhe prestem serviços. Em relação ao SIMPLES, essa forma de contribuição, além de substituir a contribuição sobre a remuneração dos empregados e trabalhadores avulsos, substitui a contribuição sobre a remuneração paga ao contribuinte individual, a contribuição sobre a contratação de

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cooperado por intermédio de cooperativa de trabalho, a GILRAT e o eventual adicional para financiamento da aposentadoria especial. Entretanto, a empresa optante pelo SIMPLES continua obrigada a recolher as contribuições descontadas dos segurados, as decorrentes de sub-rogação e a retenção dos 11% por serviços prestados por pessoas jurídicas mediante cessão de mão-de-obra.

Contribuição do Empregador Doméstico

A contribuição do empregador doméstico é de 12% (doze por cento) do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço.

Exemplo prático

A indústria Fisco Ltda. possui a seguinte folha de pagamento:

Nome Categoria Remuneração

Pedro Empregado R$ 2.000,00

Maria Empregada R$ 4.000,00

Joana Empregada R$ 1.300,00

Hugo Contribuinte Individual R$ 2.000,00

José Contribuinte Individual R$ 700,00

Joaquim Trabalhador Avulso R$ 600,00

Pedro, conforme verificado no LTCAT (PPRA) apresentado pela empresa, trabalha exposto a agente nocivo, o que lhe daria direito à aposentadoria especial no prazo de 25 (vinte e cinco) anos.

A empresa também contrata cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho para a realização de serviço de segurança, no valor de R$ 2.000,00.

Foi verificado que atividade preponderante da empresa possui risco de acidente do trabalho considerado grave.

Contribuição dos Segurados

- Pedro: R$ 220,00 (11% de R$ 2.000,00)

- Maria: R$ 405,86 (11% de R$ 3.689,66)

- Joana: R$ 117,00 (9% de R$ 1.300,00)

- Hugo: R$ 220,00 (11% de R$ 2.000,00)

- José: R$ 77,00 (11% de R$ 700,00)

- Joaquim: R$ 48,00 (8% de R$ 600,00)

- Total: R$ 1.087,86

Contribuições da Empresa

- Sobre a remuneração dos segurados empregados e avulsos: R$ 1.817,00 (20% Empresa + 3% GILRAT de R$ 7.900,00)

- Sobre a remuneração dos contribuintes individuais: R$ 540,00 (20% Empresa de R$ 2.700,00)

- Para financiamento da aposentadoria especial: R$ 120,00 (6% de R$ 2.000,00)

- Sobre a cooperativa de trabalho: R$ 300,00 (15% de R$ 2.000,00)

- Total: R$ 2.777,00

Recolhimento

As contribuições dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais devem ser recolhidas pela empresa, sendo descontadas das remunerações dos respectivos segurados, juntamente com as contribuições a cargo da mesma. Portanto, o total de R$ 3.864,86 deverá ser recolhido, na mesma guia, até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da competência, antecipando-se o vencimento para o dia útil anterior quando não houver expediente bancário no dia 20 (vinte).

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO Salário-de-contribuição, expressão própria do direito

previdenciário, é a denominação da base de cálculo da contribuição a ser recolhida pelos segurados. É utilizado também como base para o cálculo dos benefícios previdenciários.

O fato gerador da contribuição previdenciária alcança, em regra, dois contribuintes: empresa/empregador e segurado.

Em relação à empresa, a lei identifica como base de cálculo a remuneração e, em relação ao segurado, utiliza o “nomem juris” salário-de-contribuição.

Quando se trata de caracterizar o fato gerador, ambos os termos são sinônimos ou equivalentes. Diferença há, tão somente, quando se prestam a identificar a base de cálculo. Aí, sim, existe uma diferença de valor, pois o salário-de-contribuição comporta limites mínimo e máximo, e a remuneração, em relação à empresa, não sofre limitações na incidência de contribuição.

Entende-se por salário-de-contribuição:

• Para o segurado empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda,

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de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa;

• Para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da remuneração;

• Para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo;

• Para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o limite máximo.

O Decreto nº. 3.048/99, no art. 214, traz, além da definição do salário-de-contribuição para cada espécie de segurado, as diversas parcelas que integram ou não o salário-de-contribuição. Deve-se dar uma atenção especial a leitura desse artigo.

Limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição

O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde:

• Para os segurados empregado, inclusive o doméstico, e trabalhador avulso, ao piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês;

• Para os segurados contribuinte individual e facultativo, ao salário mínimo.

O limite máximo do salário-de-contribuição, hoje, é de R$ 3.689,66.

Características das parcelas integrantes do salário-de-contribuição

• Habitualidade;

• Integração ao patrimônio do trabalhador;

• Pagamento pelo trabalho e não para o trabalho;

• Irrelevância do título.

A integração ao patrimônio do trabalhador deve partir do ponto de vista do aumento patrimonial do trabalhador. Geralmente, os pagamentos indiretos representam vantagens materiais ou imateriais proporcionadas pelo empregador, com o objetivo de aumentar a sua remuneração, a sua satisfação, visando um aumento de produtividade.

Deve-se distinguir se o pagamento é pago pelo trabalho e não para o trabalho. Exemplo: Se a habitação é fornecida ao trabalhador como condição para a prestação do trabalho, e não como retribuição pelo trabalho, não terá natureza salarial.

A irrelevância do título significa que o que importa é a natureza do pagamento e não o nome dado. Se o ganho é decorrente do trabalho é remuneração e integra

o salário-de-contribuição. Exemplo: Habitação, veículo, etc.

Parcelas integrantes do salário-de-contribuição

• Salário-maternidade;

• A gratificação natalina - décimo terceiro salário - integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo do salário-de-benefício;

• O adicional de férias de que trata o inciso XVII do art. 7º da CF;

• O valor das diárias para viagens, quando excedente a cinqüenta por cento da remuneração mensal do empregado.

Parcelas não integrantes do salário-de-contribuição

• Os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade;

• Parcelas indenizatórias;

Exemplo: Férias indenizadas e o respectivo adicional constitucional; incentivo à demissão; etc.

• Parcelas ressarcitórias;

Exemplo: Ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da Consolidação das Leis do Trabalho; ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado, quando devidamente comprovadas; etc.

• Conquistas sociais, desde que paga em conformidade com a legislação;

Exemplo: Parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria; participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; etc.

• Benefícios e utilidades, desde que fornecidos sob certas condições.

Exemplo: Valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou com ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa; valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro de vida em grupo, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho, e disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da Consolidação das Leis do Trabalho; etc.

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Situações previstas no art. 214, §9º do Decreto nº. 3.048/99:

“§ 9º Não integram o salário-de-contribuição, exclusivamente:

I - os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, ressalvado o disposto no § 2º;

II - a ajuda de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta, nos termos da Lei nº 5.929, de 30 de outubro de 1973;

III - a parcela in natura recebida de acordo com programa de alimentação aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976;

IV - as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do Trabalho;

V - as importâncias recebidas a título de:

a) indenização compensatória de quarenta por cento do montante depositado no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, como proteção à relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa causa, conforme disposto no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;

b) indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;

c) indenização por despedida sem justa causa do empregado nos contratos por prazo determinado, conforme estabelecido no art. 479 da Consolidação das Leis do Trabalho;

d) indenização do tempo de serviço do safrista, quando da expiração normal do contrato, conforme disposto no art. 14 da Lei n° 5.889, de 8 de junho de 1973;

e) incentivo à demissão;

f) (Revogado pelo Decreto nº 6.727, de 2009);

g) indenização por dispensa sem justa causa no período de trinta dias que antecede a correção salarial a que se refere o art. 9º da Lei nº 7.238, de 29 de outubro de 1984;

h) indenizações previstas nos arts. 496 e 497 da Consolidação das Leis do Trabalho;

i) abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da Consolidação das Leis do Trabalho;

j) ganhos eventuais e abonos expressamente desvinculados do salário por força de lei;

l) licença-prêmio indenizada; e

m) outras indenizações, desde que expressamente previstas em lei;

VI - a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria;

VII - a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da Consolidação das Leis do Trabalho;

VIII - as diárias para viagens, desde que não excedam a cinqüenta por cento da remuneração mensal do empregado;

IX - a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei nº 6.494, de 1977;

X - a participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica;

XI - o abono do Programa de Integração Social/Programa de Assistência ao Servidor Público;

XII - os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego;

XIII - a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;

XIV - as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira de que trata o art. 36 da Lei nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965;

XV - o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar privada, aberta ou fechada, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da Consolidação das Leis do Trabalho;

XVI - o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou com ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa;

XVII - o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços;

XVIII - o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado, quando devidamente comprovadas;

XIX - o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo;

XX - revogado;

XXI - os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais;

XXII - o valor da multa paga ao empregado em decorrência da mora no pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão do contrato de

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trabalho, conforme previsto no § 8º do art. 477 da Consolidação das Leis do Trabalho;

XXIII - o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança, quando devidamente comprovadas as despesas;

XXIV - o reembolso babá, limitado ao menor salário-de-contribuição mensal e condicionado à comprovação do registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social da empregada, do pagamento da remuneração e do recolhimento da contribuição previdenciária, pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança; e

XXV - o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro de vida em grupo, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da Consolidação das Leis do Trabalho.

ARRECADAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS À SEGURIDADE SOCIAL

A empresa é obrigada a arrecadar a contribuição do segurado empregado, do trabalhador avulso e do contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração e as contribuições a seu cargo incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, inclusive adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, acordo ou convenção coletiva, aos segurados empregado, contribuinte individual e trabalhador avulso a seu serviço, e sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de serviço, relativo a serviços que lhe tenha sido prestados por cooperados, por intermédio de cooperativas de trabalho, no dia 20 (vinte) do mês seguinte àquele a que se referirem as remunerações, bem como as importâncias retidas das pessoas jurídicas que prestem serviços mediante cessão de mão-de-obra, no dia 20 (vinte) do mês seguinte àquele da emissão da nota fiscal ou fatura, antecipando-se o vencimento para o dia útil anterior quando não houver expediente bancário no dia 20 (vinte).

Com relação à cooperativa de trabalho, algumas observações são importantes. Antes do advento da MP nº 447/08, convertida na Lei nº 11.933/09, a cooperativa de trabalho era obrigada a descontar 11% (onze por cento) do valor da quota distribuída ao cooperado por serviços por ele prestados, por seu intermédio, a empresas e 20% (vinte por cento) em relação aos serviços prestados a pessoas físicas, além de Entidades Beneficentes de Assistência Social, e recolher o produto dessa arrecadação no dia 15 (quinze) do mês seguinte ao da competência a que se referir, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subseqüente quando não houvesse expediente bancário no dia 15 (quinze). Caso a cooperativa de trabalho remunerasse segurados, que não fosse os seus cooperados, a mesma deveria efetuar o desconto desses segurados e a contribuição sobre essa remuneração paga, devida ou creditada até o dia 10 (vinte) do mês seguinte ao da competência. Ou

seja, a cooperativa de trabalho, caso remunerasse outros segurados, além dos seus cooperados, possuiria 2 (dois) prazos de recolhimento. Situação, portanto, esdrúxula que existia na legislação previdenciária. Com a edição da MP nº 447/08, convertida na Lei nº 11.933/09, essa situação não mais acontece. A cooperativa possui apenas um único prazo de recolhimento, que seria o dia 20 (vinte), tanto em relação ao desconto dos seus cooperados, quanto a contribuição sobre a remuneração de outros segurados, que não sejam os seus cooperados. Não tendo expediente bancário, a contribuição deve ser recolhida no dia útil imediatamente anterior.

O desconto da contribuição do segurado incidente sobre o valor bruto da gratificação natalina – décimo terceiro salário – é devido quando do pagamento ou crédito da última parcela e deverá ser calculado em separado, e recolhida, juntamente com a contribuição a cargo da empresa, até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro, antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário no dia 20 (vinte).

O segurado contribuinte individual, quando exercer atividade econômica por conta própria ou prestar serviço a pessoa física ou a outro contribuinte individual, produtor rural pessoa física, missão diplomática ou repartição consular de carreira estrangeiras, ou quando tratar-se de brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo, e o facultativo estão obrigados a recolher sua contribuição, por iniciativa própria, até o dia 15 (quinze) do mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subseqüente quando não houver expediente bancário no dia 15 (quinze).

O empregador doméstico é obrigado a arrecadar a contribuição do segurado empregado doméstico a seu serviço e recolhê-la, assim como a parcela a seu cargo, no até o dia 15 (quinze) do mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem, cabendo-lhe durante o período da licença-maternidade da empregada doméstica apenas o recolhimento da contribuição a seu cargo. Entretanto, a Lei nº. 11.324/06 possibilita que a competência novembro seja recolhida juntamente com a gratificação natalina – décimo terceiro salário –, ou seja, até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro, utilizando-se de um único documento de arrecadação.

É facultado aos segurados contribuinte individual e facultativo, cujos salários-de-contribuição sejam iguais ao valor de um salário mínimo, optarem pelo recolhimento trimestral das contribuições previdenciárias, com vencimento no dia 15 (quinze) do mês seguinte ao de cada trimestre civil, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subseqüente quando não houver expediente bancário no dia 15 (quinze), assim como ao empregador doméstico relativamente aos empregados a seu serviço, cujos salários-de-contribuição sejam iguais ao valor de um salário mínimo, ou inferiores nos casos de admissão, dispensa ou fração do salário em razão de gozo de benefício.

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Em relação à contribuição sobre a comercialização da produção rural, a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa são obrigadas a recolher a contribuição do produtor rural pessoa física e do segurado especial até o dia 20 (vinte) do mês subseqüente ao da operação de venda ou consignação da produção rural, independentemente de estas operações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com o intermediário pessoa física. Não tendo expediente bancário, o vencimento é antecipado para o dia útil imediatamente anterior.

Aplica-se o disposto no item anterior à pessoa física não produtor rural que adquire produção para a venda no varejo a consumidor pessoa física.

Entretanto, o produtor rural pessoa física e o segurado especial são obrigados a recolher a sua contribuição até o dia 20 (vinte) do mês subseqüente ao da operação de venda, caso comercializem a sua produção diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física; a outro produtor rural pessoa física; ou a outro segurado especial, antecipando-se o recolhimento para o dia útil imediatamente anterior, caso não haja expediente bancário no dia do vencimento.

Apesar de a Lei nº 8.212/91 determinar que o produtor rural pessoa física e o segurado especial são obrigados a recolher a sua contribuição até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da operação de venda, caso comercializem a sua produção no exterior, essa contribuição não é devida. Com o advento da EC nº 33/01, não mais existe contribuição social decorrente de exportação, conforme o disposto no art. 149, § 2º, I da CF/88.

Já o produtor rural pessoa jurídica é obrigado a recolher a sua contribuição até o dia 20 (dez) do mês subseqüente ao da operação de venda. Não tendo expediente bancário, o vencimento é antecipado para o dia útil imediatamente anterior.

Em relação a associações desportivas que mantém equipe de futebol profissional, cabe à entidade promotora do espetáculo a responsabilidade de efetuar o desconto de 5% (cinco por cento) da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos e o respectivo recolhimento, no prazo de até 2 (dois) dias úteis após a realização do evento.

Cabe à empresa ou entidade que repassar recursos a associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional, a título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos, a responsabilidade de reter e recolher, até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da competência a que se referir, o percentual de 5% (cinco por cento) da receita bruta, inadmitida qualquer dedução. Não tendo expediente bancário, o vencimento é antecipado para o dia útil imediatamente anterior.

Recolhimento fora do Prazo

Os débitos com a União decorrentes das contribuições previdenciárias e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades

e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 1996.

Ou seja, sobre os valores não pagos no seu vencimento, incidirão juros de mora calculados à taxa SELIC, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês de pagamento.

Em relação a multa de mora, dois momentos devem ser observados:

• 1º momento – sem lançamento de ofício: multa de mora calculada à taxa de 0,33% (trinta e três centésimos por cento), por dia de atraso, limitado a 20% (vinte por cento).

• 2º momento – lançamento de ofício: de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata.

A multa de 75% (setenta e cinco por cento) será duplicada quando ocorrer sonegação, fraude ou conluio, chegando, portanto, a 150% (cento e cinquenta por cento).

Essa multa ainda será aumentada em 50% (cinquenta por cento) em certos casos previstos na legislação (Ex: não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para prestar esclarecimento, entre outras). Nesse caso, a multa poderá ser de 112,5% (cento e doze inteiros e cinco décimos por cento) ou 225% (duzentos e vinte e cinco por cento).

Vamos imaginar alguns casos práticos:

1º Caso: Foi iniciada uma ação fiscal onde foi constatada a falta de recolhimento de contribuições previdenciárias devidas. Na ação fiscal, não foi verificado sonegação, fraude ou conluio. Entretanto, o sujeito passivo não prestou os esclarecimentos no prazo previsto na intimação. Nesse caso a multa será de 112,5% (75%, aumentada pela metade).

2º Caso: Foi iniciada uma ação fiscal onde foi constatada a falta de recolhimento de contribuições previdenciárias devidas. Na ação fiscal, foi verificada fraude, além do sujeito passivo não prestar esclarecimentos no prazo determinado na intimação. Nesse caso a multa será de 225% (75%, duplicada, e o resultado aumentado pela metade).

Por fim, existe uma redução para a multa de lançamento de ofício no caso de pagamento ou parcelamento no prazo de defesa ou no prazo para interpor recurso.

Será concedida redução de 50% da multa de lançamento de ofício, ao contribuinte que, notificado, efetuar o pagamento do débito no prazo legal de impugnação. Se houver impugnação tempestiva, a redução será de 30% se o pagamento do débito for efetuado dentro de trinta dias da ciência da decisão de primeira instância.

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Será concedida redução de 40% da multa de lançamento de ofício ao contribuinte que, notificado, requerer o parcelamento do débito no prazo legal de impugnação. Havendo impugnação tempestiva, a redução será de 20%, se o parcelamento for requerido dentro de trinta dias da ciência da decisão da primeira instância. É importante ressaltar, que a rescisão do parcelamento, motivada pelo descumprimento das normas que o regulam, implicará restabelecimento do montante da multa proporcionalmente ao valor da receita não satisfeito.

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS As obrigações acessórias são as prestações

positivas (fazer) ou negativas (deixar de fazer), previstas na legislação previdenciária, no interesse da arrecadação ou da fiscalização.

O descumprimento de obrigação acessória, converte-se em obrigação principal, relativamente a penalidade pecuniária.

As empresas, conforme determina a legislação, são obrigadas a:

• Preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos;

• Lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos;

• Prestar a Secretaria da Receita Federal do Brasil todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse dos mesmos, na forma por eles estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização;

• Informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social, por intermédio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, na forma por ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse daquele Instituto;

FOLHA DE PAGAMENTO A folha de pagamento deverá ser elaborada

mensalmente, de forma coletiva por estabelecimento da empresa, por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, e deverá ainda:

• Discriminar o nome dos segurados, indicando cargo, função ou serviço prestado;

• Agrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual;

• Destacar o nome das seguradas em gozo de salário-maternidade;

• Destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais; e

• Indicar o número de quotas de salário-família atribuídas a cada segurado empregado ou trabalhador avulso.

GFIP

A GFIP (Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social) possui duas finalidades: guia de recolhimento do fundo de garantia e documento de declaração de dados à Previdência Social.

A GFIP constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário, e suas informações comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários.

Além disso, a GFIP serve como instrumento para tipificar crime, ou seja, valores declarados descontados dos segurados que prestam serviços à empresa e não repassados a Previdência Social, constitui, em tese, crime de apropriação indébita previdenciária, previsto no Código Penal – Art. 168-A, entre outras situações.

A GFIP é exigida a partir da competência janeiro de 1999 e deve ser entregue na rede bancária até o dia 7 (sete) do mês seguinte àquele a que se referirem as informações. Caso não haja expediente bancário no dia 7 (sete), a entrega deverá ser antecipada para o dia de expediente bancário imediatamente anterior.

Contabilidade

Os lançamentos contábeis, devidamente escriturados nos livros Diário e Razão, serão exigidos pela fiscalização após 90 (noventa) dias contados da ocorrência dos fatos geradores das contribuições, devendo, obrigatoriamente:

• Atender ao princípio contábil do regime de competência; e

• Registrar, em contas individualizadas, todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias de forma a identificar, clara e precisamente, as rubricas integrantes e não integrantes do salário-de-contribuição, bem como as contribuições descontadas do segurado, as da empresa e os totais recolhidos, por estabelecimento da empresa, por obra de construção civil e por tomador de serviços.

São desobrigadas de apresentação de escrituração contábil:

• O pequeno comerciante, nas condições estabelecidas pelo Decreto-lei nº 486, de 3 de março de 1969, e seu Regulamento;

• A pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, de acordo com a legislação tributária federal, ou que optar pela inscrição no SIMPLES

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(Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) desde que mantenha a escrituração do Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário.

Exame da Contabilidade

É prerrogativa da Secretaria da Receita Federal do Brasil o exame da contabilidade da empresa, ficando obrigados a empresa e o segurado a prestarem todos os esclarecimentos e informações solicitados.

A empresa, o servidor de órgão público da administração direta e indireta, o segurado da previdência social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante legal, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas na Lei nº 8.212/91.

Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo da penalidade cabível nas esferas de sua competência, lançar de ofício importância que reputarem devida, cabendo à empresa, ao empregador doméstico ou ao segurado o ônus da prova em contrário. Considera-se deficiente o documento ou informação apresentada que não preencha as formalidades legais, bem como aquele que contenha informação diversa da realidade, ou, ainda, que omita informação verdadeira.

Na falta de prova regular e formalizada, o montante dos salários pagos pela execução de obra de construção civil pode ser obtido mediante cálculo da mão-de-obra empregada, proporcional à área construída e ao padrão de execução da obra, de acordo com critérios estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, cabendo ao proprietário, dono da obra, incorporador, condômino da unidade imobiliária ou empresa co-responsável o ônus da prova em contrário.

Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real da remuneração dos segurados a seu serviço, da receita ou do faturamento e do lucro, esta será desconsiderada, sendo apuradas e lançadas de ofício as contribuições devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário.

Deverá ser dado tratamento especial ao exame da documentação que envolva operações ou assuntos de caráter sigiloso, ficando o fiscal responsável obrigado à guarda da informação e à sua utilização exclusivamente nos documentos elaborados em decorrência do exercício de suas atividades.

Outras Obrigações Acessórias

O Município ou o Distrito Federal, por intermédio do órgão competente, fornecerá mensalmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil relação de alvarás para construção civil e documentos de “habite-se”

concedidos, de acordo com critérios estabelecidos, até o dia 10 (dez) do mês seguinte àquele a que se referirem os documentos. Essa obrigação deverá ser atendida mesmo nos meses em que não houver concessão de alvarás e documentos de “habite-se”.

O titular de cartório de registro civil e de pessoas naturais fica obrigado a comunicar, até o dia 10 (dez) de cada mês, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social, o registro dos óbitos ocorridos no mês imediatamente anterior, devendo da comunicação constar o nome, a filiação, a data e o local de nascimento da pessoa falecida. No caso de não haver sido registrado nenhum óbito, deverá o titular do cartório comunicar esse fato ao Instituto Nacional do Seguro Social, no prazo estipulado acima.

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA Conforme determina o Código Tributário Nacional

(CTN) no seu art. 124:

“Art. 124. São solidariamente obrigadas:

I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal;

II - as pessoas expressamente designadas por lei.

Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.”

A responsabilidade solidária visa garantir a arrecadação, transferindo o ônus do pagamento a terceiro vinculado ao sujeito passivo direto. Seu efeito prático é a possibilidade de cobrar o crédito previdenciário de qualquer das partes envolvidas na relação jurídica, não se admitindo o benefício de ordem.

A legislação previdenciária enumera algumas situações em que as pessoas envolvidas nas relações jurídicas são responsáveis solidárias, dentre elas:

• As empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza, entre si;

• Os produtores rurais, entre si, integrantes de consórcio simplificado de produtores rurais;

• O operador portuário e o órgão gestor de mão-de-obra, entre si, relativamente à requisição de mão-de-obra de trabalhador avulso;

• Os administradores de autarquias e fundações públicas, criadas ou mantidas pelo Poder Público, de empresas públicas e de sociedades de economia mista sujeitas ao controle da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que se encontrarem em mora por mais de trinta dias, no recolhimento das contribuições para a Seguridade Social, tornam-se solidariamente responsáveis pelo respectivo pagamento, ficando ainda sujeitos às proibições do art. 1º e às sanções dos arts. 4º e 7º do Decreto-lei nº. 368, de 19 de dezembro de 1968;

• A prática de ato sem observar a exigência de CND ou o seu registro acarretará a responsabilidade solidária dos contratantes e do

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oficial que lavrar ou registrar o instrumento, sendo nulo o ato para todos os efeitos.

• O proprietário, o incorporador definido na Lei nº. 4.591, de 1964, o dono da obra ou condômino da unidade imobiliária cuja contratação da construção, reforma ou acréscimo não envolva cessão de mão-de-obra, são solidários com o construtor, e este e aqueles com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a seguridade social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante da obra e admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem. (Empreitada total)

Não se considera cessão de mão-de-obra, a contratação de construção civil em que a empresa construtora assuma a responsabilidade direta e total pela obra ou repasse o contrato integralmente, ou seja, uma empreitada total.

Considera-se construtor, a pessoa física ou jurídica que executa obra sob sua responsabilidade, no todo ou em parte.

O executor da obra deverá elaborar, distintamente para cada estabelecimento ou obra de construção civil da empresa contratante, folha de pagamento, Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social e Guia da Previdência Social, cujas cópias deverão ser exigidas pela empresa contratante quando da quitação da nota fiscal ou fatura, juntamente com o comprovante de entrega daquela Guia.

A responsabilidade solidária, no caso de construção civil por empreitada total, será elidida:

• Pela comprovação, na forma do parágrafo anterior, do recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados, incluída em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, quando corroborada por escrituração contábil; e

• Pela comprovação do recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados, aferidas indiretamente nos termos, forma e percentuais previstos pela Previdência Social;

• Pela comprovação do recolhimento da retenção dos 11% sobre o valor da nota fiscal, fatura ou recibo de serviços.

Exclui-se da responsabilidade solidária perante a seguridade social o adquirente de prédio ou unidade imobiliária que realize a operação com empresa de comercialização ou com incorporador de imóveis definido na Lei nº. 4.591, de 1964, ficando estes solidariamente responsáveis com o construtor.

RETENÇÃO DE 11% A empresa contratante de serviços executados

mediante cessão ou empreitada de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços e recolher a importância retida em nome da empresa contratada.

Cessão de mão-de-obra é a colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a atividade fim da empresa, independentemente da natureza e da forma de contratação, inclusive por meio de trabalho temporário na forma da Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974, entre outros.

Empreitada é a execução, contratualmente estabelecida, de tarefa ou de obra ou de serviço, por preço ajustado, com ou sem fornecimento de material ou de equipamentos, que podem ou não ser utilizados, realizada nas dependências da empresa contratante, nas de terceiros ou nas empresas contratadas, tendo como objeto um fim específico ou um resultado pretendido.

Atividades sujeitas a retenção dos 11% quando contratadas mediante empreitada ou cessão de mão-de-obra:

• Limpeza, conservação e zeladoria;

• Vigilância e segurança;

• Construção civil;

• Serviços rurais;

• Digitação e preparação de dados para processamento.

As demais atividades elencadas no art. 219, §2º do RPS estão sujeitas a retenção dos 11% quando contratadas, apenas, mediante cessão de mão-de-obra.

O valor retido deverá ser destacado na nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, podendo ser compensado por qualquer estabelecimento da empresa cedente da mão de obra, por ocasião do recolhimento das contribuições destinadas à Seguridade Social devidas sobre a folha de pagamento dos seus segurados.

O contratado deverá elaborar folha de pagamento e Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social distintas para cada estabelecimento ou obra de construção civil da empresa contratante do serviço.

Para fins de recolhimento e de compensação da importância retida, será considerada como competência aquela a que corresponder à data da emissão da nota fiscal, fatura ou recibo. Exemplo: Nota fiscal emitida em 28/09/2005 – Competência para fins de recolhimento e de compensação de importância retida será 09/2005.

Na impossibilidade de haver compensação integral na própria competência, o saldo remanescente poderá ser compensado nas competências subseqüentes, inclusive na relativa à gratificação natalina, ou ser objeto de restituição.

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As importâncias retidas não podem ser compensadas com contribuições arrecadadas pela Previdência Social para outras entidades ou fundos.

A falta de recolhimento das importâncias retidas, no prazo legal, configura, em tese, crime contra a Seguridade Social nos termos do art. 168-A do Código Penal (Apropriação Indébita Previdenciária).

Na contratação de serviços em que a contratada se obriga a fornecer material ou dispor de equipamentos, fica facultada ao contratado a discriminação, na nota fiscal, fatura ou recibo, do valor correspondente ao material ou equipamentos, que será excluído da retenção, desde que contratualmente previsto e devidamente comprovado.

Cabe a Secretaria da Receita Federal do Brasil normatizar a forma de apuração e o limite mínimo do valor do serviço contido no total da nota fiscal, fatura ou recibo, quando, na hipótese do parágrafo anterior, não houver previsão contratual dos valores correspondentes a material ou a equipamentos.

O percentual de retenção de 11% será acrescido de 4 (quatro), 3 (três) ou 2 (dois) pontos percentuais, relativamente aos serviços prestados pelos segurados empregados, cuja atividade permita a concessão de aposentadoria especial, após 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, respectivamente, conforme previsto no art. 6º da Lei nº. 10.666/03.

Constituição do Crédito Previdenciário

O crédito da seguridade social é constituído por meio de notificação de lançamento, de auto de infração e de confissão de valores devidos e não recolhidos pelo contribuinte (GFIP), conforme o disposto no art. 37 da Lei nº 8.212/91.

Cabe ressaltar alguns detalhes sobre esse assunto, mencionando a evolução do tema ao longo dos últimos anos.

Antes da unificação entre a Secretaria da Receita Previdenciária e Secretaria da Receita Federal, constatada a falta total ou parcial de contribuições previdenciárias (descumprimento de obrigação principal), o auditor-fiscal lavrava notificação fiscal de lançamento de débito (NFLD). Caso a empresa descumprisse uma obrigação acessória, o auditor-fiscal lavrava auto de infração (AI).

Com o advento da Lei nº 11.457/07, que unificou a Secretaria da Receita Previdenciária e a Secretaria da Receita Federal formando a Secretaria da Receita Federal do Brasil, algumas alterações ocorreram em matéria previdenciária.

A Lei nº 11.457/07 determina no seu art. 25, que os procedimentos fiscais em relação às contribuições previdenciárias são regidos pelo Dec. nº 70.235/72 (a partir de 01/04/08). Isso quer dizer que a constituição do crédito previdenciário tem que seguir os procedimentos do PAF (processo administrativo fiscal).

No Dec. nº 70.235/72, existe uma grande diferença entre notificação de lançamento e auto de infração. O

primeiro documento é lavrado pelo órgão, com base nas informações prestadas pelo sujeito passivo (GFIP), enquanto que o segundo documento é lavrado por servidor competente.

Portanto, caso a empresa informe valores devidos, entretanto não os recolha, será lavrada notificação de lançamento e não auto de infração. Caso o auditor-fiscal, durante um procedimento de fiscalização, venha a verificar o descumprimento de obrigação principal, lavrará auto de infração.

O auto de infração, em matéria previdenciária, é dividido em dois tipos: auto de infração por descumprimento de obrigação principal (AIOP) e auto de infração por descumprimento de obrigação acessória (AIOA).

Com a edição da MP nº 449/08, a Lei nº 8.212/91 foi alterada para se adaptar ao Dec. 70.235/72. Com a nova redação, o crédito da seguridade social é constituído por meio de notificação de lançamento, de auto de infração e de confissão de valores devidos e não recolhidos pelo contribuinte (GFIP), como já mencionado no princípio do capítulo.

Cabe ressaltar as formalidades exigidas para a notificação de lançamento e auto de infração, conforme o Decreto nº 70.235/72.

Conforme o disposto no art. 10 do Dec. 70.235/72, o auto de infração conterá:

• A qualificação do autuado;

• O local, a data e a hora da lavratura;

• A descrição do fato;

• A disposição legal infringida e a penalidade aplicável;

• A determinação da exigência e a intimação para cumpri-la ou impugná-la no prazo de trinta dias;

• A assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.

Conforme o disposto no art. 11 do Dec. 70.235/72, a notificação de lançamento conterá:

• A qualificação do notificado;

• O valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação;

• A disposição legal infringida, se for o caso;

• A assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.

Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por processo eletrônico.

Auto de Infração por Descumprimento de Obrigação Principal (AIOP)

Uma vez constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos do RPS, a fiscalização lavrará auto de infração

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por descumprimento de obrigação principal, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes.

O mesmo se aplica em caso de falta de pagamento de benefício reembolsado ou em caso de pagamento desse benefício sem observância das normas pertinentes estabelecidas pela Previdência Social. Ou seja, caso seje pago benefício reembolsável (salário-família e salário-maternidade) em desacordo com a legislação (Exemplo: salário-família pago a segurado com filho com idade superior a 14 anos), ou caso a empresa efetue o reembolso, mas não pague o benefício efetivamente ao segurado, esses valores serão objeto de AIOP.

Recebido o AIOP, a empresa, o empregador doméstico ou o segurado terão o prazo de 30 (trinta) dias para efetuar o pagamento ou apresentar defesa.

Decorrido esse prazo, será automaticamente declarada a revelia, considerado, de plano, procedente o lançamento, permanecendo o processo no órgão jurisdicionante, pelo prazo de 30 (trinta) dias, para cobrança amigável. Após esse prazo o crédito será inscrito em dívida ativa.

Apresentada a defesa, o processo formado a partir do AIOP será submetido à autoridade competente (DRJ – Delegacia da Receita Federal de Julgamento), que decidirá sobre a procedência ou não do lançamento, cabendo recurso (prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência da decisão da DRJ) ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.

Uma vez declarada a improcedência do lançamento pela DRJ, a mesma deverá recorrer de ofício da sua própria decisão, a depender do valor do débito (atualmente, o valor está em R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) – principal e multa, sem juros). Esse recurso de ofício está previsto no PAF (art. 34 do Decreto nº 70.235/72).

Parcelamento

A MP nº 449/08, convertida na Lei nº 11.941/09, revogou o art. 38 da Lei nº 8.212/91, que ditava as regras em relação ao parcelamento das contribuições previdenciárias. Portanto, atualmente, as regras a serem seguidas são as previstas na Lei nº 10.522/02.

As contribuições e demais importâncias devidas à seguridade social e não recolhidas até seu vencimento, incluídas ou não em NL/AIOP, após verificadas e confessadas, poderão ser objeto de acordo, para pagamento parcelado em moeda corrente, em até 60 (sessenta) meses sucessivos, sendo que o valor mínimo da parcela é de R$ 100,00 (cem reais) para pessoa física e R$ 500,00 (quinhentos reais) para pessoa jurídica.

O parcelamento terá sua formalização condicionada ao prévio pagamento da primeira prestação, conforme o montante do débito e o prazo solicitado.

O pedido de parcelamento constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência

do crédito tributário, podendo a exatidão dos valores parcelados ser objeto de verificação.

Cumpridas as condições, o parcelamento será consolidado na data do pedido e considerado automaticamente deferido quando decorrido o prazo de 90 (noventa) dias contados da data do pedido de parcelamento sem que a Fazenda Nacional tenha se pronunciado.

Enquanto não deferido o pedido, o devedor fica obrigado a recolher, a cada mês, como antecipação, valor correspondente a uma parcela.

O valor de cada prestação mensal, por ocasião do pagamento, será acrescido de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês subseqüente ao da consolidação até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado.

Admite-se reparcelamento de débitos constantes de parcelamento em andamento ou que tenha sido rescindido, podendo, inclusive, ser incluídos novos débitos.

A formalização do pedido de reparcelamento fica condicionada ao recolhimento da primeira parcela em valor correspondente a 10% (dez por cento) do total dos débitos consolidados; ou 20% (vinte por cento) do total dos débitos consolidados, caso haja débito com histórico de reparcelamento anterior.

Implicará imediata rescisão do parcelamento e remessa do débito para inscrição em Dívida Ativa da União ou prosseguimento da execução, conforme o caso, a falta de pagamento de três parcelas, consecutivas ou não; ou de uma parcela, estando pagas todas as demais.

As contribuições previdenciárias podem ser objeto de parcelamento, inclusive os valores devidos a Outras Entidades ou Fundos (SESC, SESI, SENAI, etc... e o salário-educação).

Entretanto, não poderão ser objeto de parcelamento as contribuições descontadas dos segurados empregado, inclusive o doméstico, trabalhador avulso e contribuinte individual, as decorrentes da sub-rogação e as importâncias retidas (retenção dos 11%). É importante ressaltar que independe se o valor foi descontado ou não.

Não é permitido o parcelamento de dívidas de empresa com falência decretada.

Observação:

� Não existe mais o critério do número de até 4 (quatro) parcelas mensais para cada competência a serem incluídas no parcelamento.

� Foi suprimido o acréscimo de 20% (vinte por cento) sobre o valor da multa de mora, nas hipóteses de parcelamento e reparcelamento.

� Caso o contribuinte já tenha algum parcelamento de contribuições previdenciárias não poderá requerer

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outro, enquanto não integralmente pago o anterior, salvo em caso de reparcelamento, pois o contribuinte não pode ter mais de um parcelamento ativo para o mesmo tributo.

Auto de Infração por Descumprimento de Obrigação Acessória (AIOA)

Constatada a ocorrência de infração a dispositivo do RPS, será lavrado auto de infração por descumprimento de obrigação acessória, observadas as normas fixadas pelos órgãos competentes.

A fixação de seu valor depende da espécie, das circunstâncias agravantes e atenuantes.

Espécies

As espécies estão elencadas nos arts. 283 e 284 do RPS. Trataremos agora as infrações relativas à GFIP.

O contribuinte que deixar de apresentar a GFIP no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentá-la ou a prestar esclarecimentos e sujeitar-se-á às seguintes multas:

I - de 2% ao mês-calendário ou fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20%, observado o valor mínimo (R$ 200,00, tratando-se de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária, e R$ 500,00, nos demais casos);

II - de R$ 20,00 para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas.

Para efeito de aplicação da multa prevista no item I, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não-apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento.

As multas serão reduzidas:

I - à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou

II - a setenta e cinco por cento, se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação.

A multa mínima a ser aplicada será de:

I - R$ 200,00, tratando-se de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e

II - R$ 500,00 nos demais casos.

Vamos visualizar um caso prático. Imaginemos que uma empresa possua um valor devido de R$ 100.000,00 na competência 03/2008. A GFIP em relação a essa competência deverá ser entregue até o dia 07 do mês subseqüente (abril), o que não foi feito. Em 12/2008 a empresa é intimada a apresentar a GFIP relativa a competência 03/2008. O valor do auto de infração será:

- Percentual a ser aplicado: 2% x 9 (abril – fração e demais meses – maio/dezembro) = 18%

- Total: 18% x R$ 100.000,00 = R$ 18.000,00

Caso o sujeito passivo apresente a GFIP no prazo fixado na intimação, o auto de infração será no valor de R$ 13.500,00 (75% do valor).

Além do AIOA relativo à GFIP, deve-se atentar para o AIOA relativo à distribuição de lucros estando a empresa em débito com a Seguridade Social. A infração sujeita o responsável à multa de 50% (cinqüenta por cento) das quantias que tiverem sido pagas ou creditadas, limitado a 50% (cinqüenta por cento) do valor total do débito não garantido pela pessoa jurídica, conforme o disposto no art. 32 da Lei nº 4.357/64.

.

Circunstâncias Agravantes

Constituem circunstâncias agravantes da infração, das quais dependerá a gradação da multa, ter o infrator:

• Tentado subornar servidor dos órgãos competentes;

• Agido com dolo, fraude ou má-fé;

• Desacatado, no ato da ação fiscal, o agente da fiscalização;

• Obstado a ação da fiscalização; ou

• Incorrido em Reincidência.

Caracteriza reincidência a prática de nova infração a dispositivo da legislação por uma mesma pessoa ou por seu sucessor, dentro de 5 (cinco) anos da data em que se tornar irrecorrível administrativamente a decisão condenatória, da data do pagamento ou da data em que se configurou a revelia, referentes à autuação anterior.

Gradação da Multa

As multas serão aplicadas da seguinte forma:

Na ausência de agravantes, serão aplicadas nos valores mínimos;

• As agravantes de tentativa de suborno e ter agir com dolo, fraude ou má-fé, elevam a multa em três vezes (3 x);

• As agravantes de desacato e obstar a ação da fiscalização, elevam a multa em duas vezes (2 x);

• A agravante de reincidência eleva a multa em três vezes (3 x) a cada reincidência no mesmo tipo de infração (reincidência específica), e em duas vezes (2 x) em caso de reincidência em infrações diferentes (reincidência genérica), observados os valores máximos.

Recebido o AIOA, o autuado terá o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência, para efetuar o pagamento da multa de ofício com redução de 50% (cinqüenta por cento) ou impugnar a autuação.

Impugnada a autuação, o autuado, após a ciência da decisão de primeira instância, poderá efetuar o pagamento da multa de ofício com redução de 25% (vinte e cinco por cento), até a data limite para interposição de recurso.

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O recolhimento do valor da multa, com redução, implica renúncia ao direito de impugnar ou de recorrer.

Apresentada impugnação, o processo será submetido à autoridade competente, que decidirá sobre a autuação, cabendo recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.

Observação:

� Com o advento do Decreto nº 6.727/09, não existe mais a possibilidade de atenuação e relevação do AIOA.

Dívida Ativa

As contribuições, a atualização monetária, os juros de mora, as multas, bem como outras importâncias devidas e não recolhidas até o seu vencimento devem ser inscritas em Dívida Ativa da União, após a constituição do respectivo crédito. Antes da Lei nº 11.457/07, esses valores eram inscritos na Dívida Ativa do Instituto Nacional do Seguro Social. Entretanto, com o advento da Lei nº 11.457/07, esses valores são inscritos na Dívida Ativa da União, sendo que a arrecadação desses recursos é diretamente creditada ao Fundo do RGPS, gerido pelo INSS, devido à expressa disposição constitucional (art. 167, XI)

Considera-se dívida ativa o crédito proveniente de fato jurídico gerador das obrigações legais ou contratuais, desde que inscritos no cadastro da dívida ativa.

Antes de ser inscrito em dívida ativa, o débito, transcorrido o prazo para o pagamento ou impugnação, permanece no órgão jurisdicionante, pelo prazo de 30 (trinta) dias, para cobrança amigável. Somente após este prazo o crédito será inscrito em dívida ativa.

Uma vez efetuada a inscrição, emitisse a CDA – Certidão de Dívida Ativa, que serve de título para que o órgão competente, por intermédio de seu procurador ou representante legal, promova em juízo a cobrança da dívida ativa, segundo o mesmo processo e com as mesmas prerrogativas e privilégios da Lei nº 6830/80 (Lei de Execução Fiscal).

A dívida ativa regularmente inscrita goza de presunção de certeza e liquidez. Entretanto, essa presunção é apenas relativa, podendo ser elidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a quem aproveite.

DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO

Custeio

Aspectos Atuais

O tema decadência e prescrição em matéria de custeio estava elencado nos arts. 45 (decadência) e 46 (prescrição) da Lei nº 8.212/91. Entretanto, após a publicação da Súmula Vinculante nº 8 do STF, ambos os artigos foram declarados inconstitucionais. Estamos, portanto, diante do tema mais tormentoso do direito

previdenciário atualmente, principalmente no que tange o início da contagem do prazo decadencial.

Tecemos alguns comentários sobre a declaração de inconstitucionalidade dos art. 45 e 46 da Lei nº 8.212/91. Como é de conhecimento, os prazos decadenciais e prescricionais em matéria de contribuições para a Seguridade Social eram de 10 (dez) anos. Diversos questionamentos surgiram em torno do prazo, sempre em relação a sua constitucionalidade.

Analisando o art. 146, III, “b”, da CF/88, o mesmo determina que cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre prescrição e decadência tributários. Portanto, o questionamento sempre foi em cima do aspecto formal. Poderia uma lei ordinária versar sobre decadência e prescrição, como fez a Lei nº 8.212/91?

Os defensores da teoria da possibilidade de alteração feita pela Lei nº 8.212/91 mencionam que o lapso temporal decadencial ou prescricional não configura norma geral, sendo, portanto, alterável por uma lei ordinária. Foi o que foi feito pela Lei nº 8.212/91.

Após anos de polêmica, foi publicada a Súmula Vinculante nº 8 do STF que declarou a inconstitucionalidade dos art. 45 e 46 da Lei 8.212/91, que pôs fim a essa eterna discussão. O entendimento do STF foi justamente em relação ao aspecto formal, determinando que uma lei ordinária não poderia versar sobre normas gerais em matéria de decadência e prescrição.

Devemos, portanto, analisar o tema após a declaração da inconstitucionalidade, ou seja, o que será adotado para fins de contribuições para a Seguridade Social.

Introdução

Primeiramente, vamos fazer uma distinção entre o que seria decadência e prescrição. A decadência, assim como a prescrição, tem a natureza jurídica de fato jurídico extintivo, também determinada pela inércia do titular de um direito, tendo como fato determinante o tempo.

A decadência recai sobre um direito potestativo, ou seja, é o poder de influir na esfera jurídica de outrem (constituir o crédito tributário). Como, em relação às contribuições para a Seguridade Social, o lançamento é por homologação, a Fazenda Pública tem um prazo para que a partir da ocorrência do fato gerador promova o ato administrativo do lançamento. Uma vez que o lançamento não tenha sido feito dentro desse prazo, a Fazenda Pública perde o direito de sua constituição. Em suma, o direito não mais existe por motivos da inércia do titular do direito.

Já a prescrição recai sobre um direito subjetivo, ou seja, é o poder de exigir de outrem uma prestação. Efetuado o lançamento, a Fazenda Pública possui um prazo para cobrar judicialmente os valores devidos pelo sujeito passivo (ação de execução fiscal). Uma vez que a Fazenda Pública não entre com a ação de execução

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dentro do prazo determinado, a mesma apenas perde o direito de entrar com a ação, permanecendo o direito (crédito tributário) em si.

Para visualizarmos melhor, podemos fazer a seguinte divisão:

• Do fato gerador até o lançamento: prazo decadencial;

• A partir do lançamento até a ação de execução fiscal: prazo prescricional.

Podemos concluir que o ato administrativo do lançamento estanca o prazo decadencial e faz com que comece a correr o prazo prescricional.

Um bom exemplo para diferenciarmos os efeitos da inércia do titular do direito é analisarmos um caso de repetição de indébito. Caso um sujeito passivo pague um tributo que decaiu, cabe a sua restituição, uma vez que a Fazenda Pública não tinha mais o direito. Entretanto, caso o sujeito passivo pague um tributo que prescreveu, não cabe restituição, uma vez que o direito da Fazenda Pública persistia, apenas a mesma não tinha como cobrá-lo judicialmente.

Por fim, é importante mencionar que a decadência não está sujeito a interrupção nem suspensão, enquanto que a prescrição se sujeita tanto a interrupção quanto suspensão.

Contagem do Prazo

Uma vez que foi declarada a inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, devemos utilizar as regras previstas no CTN em relação ao lançamento por homologação. Ou seja, o prazo decadencial passa a correr a partir da ocorrência do fato gerador.

Entretanto, caso não ocorra o pagamento ou caso ocorra dolo, fraude ou simulação o prazo decadencial passa a correr a partir do 1º (primeiro) dia do exercício seguinte.

Outro caso de início da contagem do prazo decadencial é a partir da anulação, por vício formal, de um lançamento anterior.

Em relação ao prazo prescricional, o mesmo passa a correr a partir da constituição definitiva (lançamento).

RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO E REEMBOLSO

As contribuições previdenciárias, as contribuições instituídas a título de substituição e as contribuições devidas a terceiros (outras entidades ou fundos) somente poderão ser restituídas ou compensadas nas hipóteses de pagamento ou recolhimento indevido ou maior que o devido, nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

O valor a ser restituído ou compensado será acrescido de juros obtidos pela aplicação da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de

Custódia - SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do mês subseqüente ao do pagamento indevido ou a maior que o devido até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada.

Aplica-se aos processos de restituição das contribuições previdenciárias e de reembolso de salário-família e salário-maternidade o rito do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Ou seja, uma vez que seja negada a restituição/reembolso por parte da RFB, cabe impugnação para a Delegacia da Receita Federal de Julgamento, que decidirá sobre a procedência ou não da restituição/reembolso, cabendo recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.

Restituição

Restituição é o procedimento administrativo mediante o qual o sujeito passivo é ressarcido pelo Fisco, de valores recolhidos indevidamente à Previdência Social ou a outras entidades ou fundos.

Compete à RFB efetuar a restituição dos valores recolhidos para outras entidades ou fundos, exceto nos casos de arrecadação direta, realizada mediante convênio.

A restituição de quantia recolhida a título de tributo administrado pela RFB que comporte, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente poderá ser efetuada a quem prove haver assumido referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.

A restituição de contribuição indevidamente descontada do segurado somente poderá ser feita ao próprio segurado, ou ao seu procurador, salvo se comprovado que o responsável pelo recolhimento já lhe fez a devolução.

Compensação

O sujeito passivo que apurar crédito relativo às contribuições previdenciárias, passível de restituição ou de reembolso, poderá utilizá-lo na compensação de contribuições previdenciárias correspondentes a períodos subseqüentes.

Podemos concluir, portanto, que a compensação é o procedimento facultativo pelo qual o sujeito passivo se ressarce de valores pagos indevidamente, deduzindo-os das contribuições devidas à Previdência Social.

A compensação de contribuições previdenciárias deve ser informada em GFIP na competência de sua efetivação.

Algumas regras em relação a compensação de contribuições previdenciárias devem ser observadas, entre elas:

• Para efetuar a compensação o sujeito passivo deverá estar em situação regular relativa aos créditos constituídos por meio de auto de infração ou notificação de lançamento, aos parcelados e aos

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débitos declarados, considerando todos os seus estabelecimentos e obras de construção civil, ressalvados os débitos cuja exigibilidade esteja suspensa;

• O crédito decorrente de pagamento ou de recolhimento indevido poderá ser utilizado entre os estabelecimentos da empresa, exceto obras de construção civil, para compensação com contribuições previdenciárias devidas;

• Caso haja pagamento indevido relativo a obra de construção civil encerrada ou sem atividade, a compensação poderá ser realizada pelo estabelecimento responsável pelo faturamento da obra;

• A compensação poderá ser realizada com as contribuições incidentes sobre o décimo terceiro salário;

• A empresa ou equiparada poderá efetuar a compensação de valor descontado indevidamente de sujeito passivo e efetivamente recolhido, desde que seja precedida do ressarcimento ao sujeito passivo;

• É vedada a compensação de contribuições previdenciárias com o valor recolhido indevidamente para o Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar nº 123, de 2006, e o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples), instituído pela Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996;

• É vedada a compensação pelo sujeito passivo das contribuições destinadas a outras entidades ou fundos.

No caso de compensação indevida, o sujeito passivo deverá recolher o valor indevidamente compensado, acrescido de juros e multa de mora devidos.

Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada aplicada no percentual de 75% (setenta e cinco por cento), aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado.

Observação:

� Com a edição da MP nº 449/08, convertida na Lei nº 11.941/09, o valor a ser compensado não obedece mais o limite de 30% (trinta por cento) do valor a ser recolhido em cada competência.

Compensação da Retenção dos 11%

A empresa prestadora de serviços que sofreu retenção no ato da quitação da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, poderá compensar o valor retido quando do recolhimento das contribuições previdenciárias, inclusive as devidas em decorrência do décimo terceiro salário, desde que a retenção esteja:

• Declarada em GFIP na competência da emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, pelo estabelecimento responsável pela cessão de mão-de-obra ou pela execução da empreitada total; e

• Destacada na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços ou que a contratante tenha efetuado o recolhimento desse valor.

A compensação da retenção somente poderá ser efetuada com as contribuições previdenciárias, não podendo absorver contribuições destinadas a outras entidades ou fundos, as quais deverão ser recolhidas integralmente pelo sujeito passivo.

Para fins de compensação da importância retida, será considerada como competência da retenção o mês da emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços.

O saldo remanescente em favor do sujeito passivo poderá ser compensado nas competências subseqüentes, devendo ser declarada em GFIP na competência de sua efetivação, ou objeto de restituição.

Se após a compensação efetuada pelo estabelecimento que sofreu a retenção restar saldo, este valor poderá ser compensado por qualquer outro estabelecimento da empresa cedente da mão de obra, inclusive nos casos de obra de construção civil mediante empreitada total, na mesma competência ou em competências subseqüentes.

Prescrição

O direito de pleitear restituição ou de realizar compensação de contribuições ou de outras importâncias extingue-se em 05 (cinco) anos, contados da data:

• do pagamento ou recolhimento indevido; ou

• em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a sentença judicial que tenha reformado, anulado ou revogado a decisão condenatória.

Reembolso

A empresa será reembolsada pelo pagamento do valor bruto do salário-maternidade, incluída a gratificação natalina proporcional ao período da correspondente licença e das cotas do salário-família pago aos segurados a seu serviço, mediante dedução do respectivo valor, no ato do recolhimento das contribuições devidas, na forma estabelecida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Ou seja, a empresa paga os benefícios diretamente aos segurados e compensa estes valores com o total a recolher a Previdência Social, não podendo compensar com os valores devidos a terceiros (outras entidades e fundos).

Quando o valor a deduzir for superior às contribuições previdenciárias devidas no mês, o sujeito passivo poderá compensar o saldo a seu favor no

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recolhimento das contribuições dos meses subseqüentes, ou requerer o reembolso.

Caso o sujeito passivo efetue o recolhimento das contribuições previdenciárias sem a dedução do valor a reembolsar, essa importância poderá ser compensada ou ser objeto de restituição.

O reembolso de pagamento obedecerá aos mesmos critérios aplicáveis à restituição, inclusive quanto ao prazo prescricional.

Imunidade de Contribuições

São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Apesar de a Constituição Federal mencionar isenção, estamos diante de uma imunidade.

Primeiramente, devemos analisar o conceito de entidade de assistência social e entidade beneficente de assistência social. As entidades beneficentes de assistência social têm como objetivo o auxílio dos necessitados, não restringindo o seu acesso. Já as entidades de assistência social têm como objetivo manter um padrão mínimo de vida aos seus associados, sem atender pessoas estranhas ao grupo.

As entidades de assistência social possuem imunidade em relação aos impostos sobre o patrimônio, renda ou serviço, conforme determina a Constituição Federal no seu art. 150, VI, “c”. Já as entidades beneficentes de assistência social, além dessa imunidade, também possuem imunidade em relação às contribuições para a Seguridade Social, desde que atenda aos requisitos estabelecidos em lei.

Atualmente, o tema é regulamentado pela Lei nº 12.101/09, a qual revogou o art. 55 da Lei nº 8.212/91 e alterou todo o tratamento dado para as Entidades Beneficentes de Assistência Social.

Com base na Lei nº 12.101/09, a certificação das entidades beneficentes de assistência social e a isenção de contribuições para a seguridade social serão concedidas às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação.

Certificação

A certificação ou sua renovação será concedida à entidade beneficente que demonstre, no exercício fiscal anterior ao do requerimento, observado o período mínimo de 12 (doze) meses de constituição da entidade, o cumprimento dos requisitos legais, de acordo com a respectiva área de atuação, e cumpra, cumulativamente, os requisitos de ser constituída como pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecida como entidade beneficente de assistência social e prever, em seus atos constitutivos, em caso de dissolução ou extinção, a destinação do eventual patrimônio remanescente a entidade sem fins lucrativos congêneres ou a entidades públicas.

No caso da saúde, para ser considerada beneficente e fazer jus à certificação, a entidade de saúde deverá, nos termos do regulamento comprovar o cumprimento das metas estabelecidas em convênio ou instrumento congênere celebrado com o gestor local do SUS; ofertar a prestação de seus serviços ao SUS no percentual mínimo de 60% (sessenta por cento); comprovar, anualmente, a prestação dos serviços, com base no somatório das internações realizadas e dos atendimentos ambulatoriais prestados.

No caso de educação, a entidade deverá aplicar anualmente em gratuidade, pelo menos 20% (vinte por cento) da receita da receita anual efetivamente recebida nos termos da Lei nº 9.870/99. Para o cumprimento dessa regra, a entidade deverá:

• Demonstrar adequação às diretrizes e metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação - PNE, na forma do art. 214 da Constituição Federal;

• Atender a padrões mínimos de qualidade, aferidos pelos processos de avaliação conduzidos pelo Ministério da Educação; e

• Oferecer bolsas de estudo nas seguintes proporções:

a) no mínimo, uma bolsa de estudo integral para cada nove alunos pagantes da educação básica; e

b) bolsas parciais de 50% (cinqüenta por cento), quando necessário para o alcance do percentual mínimo exigido.

No caso de assistência social, A certificação ou sua renovação será concedida à entidade de assistência social que presta serviços ou realiza ações assistenciais, de forma gratuita, continuada e planejada, para os usuários e a quem deles necessitar, sem qualquer discriminação, observada a Lei nº 8.742/93.

As entidades de assistência social são aquelas que prestam, sem fins lucrativos, atendimento e assessoramento aos beneficiários, bem como as que atuam na defesa e garantia de seus direitos.

Constituem ainda requisitos para a certificação das entidades de assistência social:

• Estar inscrita no respectivo Conselho Municipal de Assistência Social ou no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal, conforme o caso, nos termos do art. 9º da Lei nº 8.742, de 1993; e

• Integrar o cadastro nacional de entidades e organizações de assistência social de que trata o inciso XI do art. 19 da Lei nº 8.742, de 1993.

Observação:

� Quando não houver Conselho de Assistência Social no Município, as entidades de assistência social deverão inscrever-se nos respectivos Conselhos Estaduais.

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Concessão e Cancelamento da Certificação

A análise e decisão dos requerimentos de concessão ou de renovação dos certificados das entidades beneficentes de assistência social serão apreciadas no âmbito dos seguintes Ministérios:

• Da Saúde, quanto às entidades da área de saúde;

• Da Educação, quanto às entidades educacionais; e

• Do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, quanto às entidades de assistência social.

O prazo de validade da certificação será fixado em regulamento, observadas as especificidades de cada uma das áreas e o prazo mínimo de 1 (um) ano e máximo de 5 (cinco) anos.

O requerimento de renovação da certificação deverá ser protocolado com antecedência mínima de 6 (seis) meses do termo final de sua validade.

Constatada, a qualquer tempo, a inobservância da exigência estabelecida para a certificação, será cancelada a mesma, nos termos de regulamento, assegurado o contraditório e a ampla defesa.

Dos Recursos e Representações

Da decisão que indeferir o requerimento para concessão ou renovação de certificação e da decisão que cancelar a certificação caberá recurso por parte da entidade interessada, na forma definida em regulamento, no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação da decisão.

Verificada prática de irregularidade na entidade certificada, são competentes para representar, motivadamente, ao Ministério responsável pela sua área de atuação, sem prejuízo das atribuições do Ministério Público:

• O gestor municipal ou estadual do SUS ou do SUAS, de acordo com a sua condição de gestão, bem como o gestor da educação municipal, distrital ou estadual;

• A Secretaria da Receita Federal do Brasil;

• Os conselhos de acompanhamento e controle social previstos na Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, e os Conselhos de Assistência Social e de Saúde; e

• O Tribunal de Contas da União.

A representação será dirigida ao órgão que concedeu a certificação e conterá a qualificação do representante, a descrição dos fatos a serem apurados e, sempre que possível, a documentação pertinente e demais informações relevantes para o esclarecimento do seu objeto.

Caberá ao Ministério competente:

• Dar ciência da representação à entidade, que terá o prazo de 30 (trinta) dias para apresentação de defesa; e

• Decidir sobre a representação, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da apresentação da defesa.

Se improcedente a representação, o processo será arquivado. Se procedente a representação, após decisão final ou transcorrido o prazo para interposição de recurso, a autoridade responsável deverá cancelar a certificação e dar ciência do fato à Secretaria da Receita Federal do Brasil.

O representante será cientificado das decisões.

Requisitos da Isenção (Imunidade)

A entidade beneficente certificada fará jus à isenção do pagamento das contribuições para a Seguridade Social, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos:

• Não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos;

• Aplique suas rendas, seus recursos e eventual superávit integralmente no território nacional, na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais;

• Apresente certidão negativa ou certidão positiva com efeito de negativa de débitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e certificado de regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;

• Mantenha escrituração contábil regular que registre as receitas e despesas, bem como a aplicação em gratuidade de forma segregada, em consonância com as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade;

• Não distribua resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto;

• Conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 (dez) anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem e a aplicação de seus recursos e os relativos a atos ou operações realizados que impliquem modificação da situação patrimonial;

• Cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na legislação tributária;

• Apresente as demonstrações contábeis e financeiras devidamente auditadas por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixado pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

A isenção não se estende a entidade com personalidade jurídica própria constituída e mantida pela entidade à qual a isenção foi concedida.

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Reconhecimento e Suspensão da Isenção (Imunidade)

O direito à isenção das contribuições sociais poderá ser exercido pela entidade a contar da data da publicação da concessão de sua certificação, desde que atendidos os requisitos listados acima.

Constatado o descumprimento pela entidade dos requisitos indicados acima, a fiscalização da Secretaria da Receita Federal do Brasil lavrará o auto de infração relativo ao período correspondente e relatará os fatos que demonstram o não-atendimento de tais requisitos para o gozo da isenção.

Considerar-se-á automaticamente suspenso o direito à isenção das contribuições durante o período em que se constatar o descumprimento dos requisitos para a isenção, devendo o lançamento correspondente ter como termo inicial a data da ocorrência da infração que lhe deu causa.

Deverá ser observado o rito do processo administrativo fiscal vigente (atualmente do Decreto nº 70.235/72).

Importante!!! � Apesar de a apostila mencionar sempre a

expressão imunidade (expressão correta), tanto a Constituição Federal quanto a legislação mencionam a expressão isenção. Portanto, a distinção nem sempre é feita, devendo, assim, utilizar ambas as expressões como se fossem sinônimos.

PROVA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO

Para participarem de certos atos, as empresas precisam comprovar a regularidade frente ao Poder Público. Para isso é necessária a obtenção de um documento conhecido como Certidão Negativa de Débito (CND).

A CND, regra geral, demonstra que a empresa como um todo, não possui débito frente à Seguridade Social, incluindo todos os seus estabelecimentos, inclusive obra de construção civil.

Entretanto, a concessão de CND não implica em garantia absoluta de não existência de débito, podendo a fiscalização cobrar eventuais débitos apurados posteriormente. A CND não é uma das hipóteses previstas pelo CTN como extinção do crédito tributário.

Situações Gerais de Necessidade de CND

Deverá ser exigido documento comprobatório de inexistência de débito relativo às contribuições destinadas à manutenção da seguridade social, fornecida pelo órgão competente, nos seguintes casos:

• Na licitação, na contratação com o poder público e no recebimento de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício concedidos por ele;

• Na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele relativo;

• Na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel de valor superior a R$ 38.088,56 (trinta e oito mil oitenta e oito reais e cinquenta e seis centavos) incorporado ao ativo permanente da empresa; e

• No registro ou arquivamento, no órgão próprio, de ato relativo a baixa ou redução de capital de firma individual, redução de capital social, cisão total ou parcial, transformação ou extinção de entidade ou sociedade comercial ou civil e transferência de controle de cotas de sociedades de responsabilidade limitada, suprida a exigência pela informação de inexistência de débito a ser prestada pelos órgãos competentes.

A microempresa e a empresa de pequeno porte não necessitam apresentar CND para alterar seus atos constitutivos, inclusive no caso de extinção, a partir da entrada em vigor da LC nº 123/06 (Estatuto da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte).

Construção Civil

• Do proprietário, pessoa física ou jurídica, de obra de construção civil, quando de sua averbação no Registro de Imóveis, salvo na construção unifamiliar (art. 278, RPS);

• Do incorporador, na ocasião da inscrição de memorial de incorporação no Registro de Imóveis.

A CND emitida no primeiro caso é um dos tipos de CND específica, ou seja, a CND para averbação de obras no registro de imóveis apenas atesta que aquela obra não possui débito frente à Previdência Social e não a empresa como um todo. Portanto, ao ser emitida a CND de averbação de obra, a empresa construtora não poderá, de posse dessa CND, participar de licitação, contratar com o Poder Público ou dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

Já o segundo caso atesta que a empresa incorporadora não possui débito frente à Previdência Social. Esta CND visa a verificação da idoneidade dessa empresa incorporadora.

Produtor Rural

• Do produtor rural pessoa física ou jurídica e do segurado especial quando da constituição de garantia para concessão de crédito rural e qualquer de suas modalidades, por instituição de créditos pública ou privada, desde que comercializem a sua produção diretamente no varejo a consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial;

Para o recebimento de crédito rural com instituições de créditos pública ou privada, o produtor rural pessoa jurídica, bem como a agroindústria precisam apresentar

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a CND. Já o produtor rural pessoa física e o segurado especial, quando não estão obrigados a efetuarem o seu recolhimento, não necessitam apresentar a CND para a obtenção do crédito rural. Entretanto, caso os mesmos sejam responsáveis por seu recolhimento (vender diretamente no varejo a consumidor pessoa física, a outro PRPF ou outro segurado especial), a CND deverá ser apresentada.

Contratações de Operação de Crédito Público

• Na contratação de operações de crédito com instituições financeiras, assim entendidas as pessoas jurídicas públicas ou privadas que tenham como atividade principal ou acessória a intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, autorizadas pelo Banco Central do Brasil ou por decreto do Poder Executivo a funcionar no Território Nacional, que envolvam: recursos públicos, inclusive os provenientes de fundos constitucionais e de incentivo ao desenvolvimento regional (Fundo Constitucional de Financiamento do Norte, Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste, Fundo de Desenvolvimento da Amazônia e Fundo de Desenvolvimento do Nordeste); recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, do Fundo de Amparo ao Trabalhador e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação; ou recursos captados através de Caderneta de Poupança;

Obtenção de Verbas dos Fundos de Participação

• A inexistência de débito em relação às contribuições devidas à Previdência Social é condição necessária para que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios possam receber as transferências dos recursos do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e do Fundo de Participação dos Municípios, celebrar acordo, contrato, convênio ou ajuste, bem como receber empréstimo, financiamento, aval ou subvenção em geral de órgão ou entidade da administração direta e indireta da União.

Validade do documento

O prazo de validade da CND é de 180 (cento e oitenta) dias, contados da data de sua emissão.

A prova de inexistência de débito perante a Previdência Social será fornecida por certidão emitida por meio de sistema eletrônico, ficando a sua aceitação condicionada à verificação de sua autenticidade pela Internet, em endereço específico, ou junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil.

A CND pode, inclusive, ser obtida pela internet (www.receita.fazenda.gov.br), desde que não haja nenhuma circunstância impeditiva (não entrega de GFIP, divergência entre os valores na GFIP e os efetivamente pagos por meio de GPS ou a existência de

débito). Caso haja alguma circunstância impeditiva, a mesma deverá ser sanada para que a CND seja liberada.

Dispensa da Apresentação de CND

Além dos casos de não necessidade de apresentação de CND já vistos anteriormente (alteração de atos constitutivos das microempresas e empresas de pequeno porte, averbação de obra do tipo unifamiliar – art. 278, RPS e obtenção de crédito rural do PRPF e segurado especial não responsáveis por seu recolhimento), existem outros casos previstos na legislação previdenciária:

• A lavratura ou assinatura de instrumento, ato ou contrato que constitua retificação, ratificação ou efetivação de outro anterior para o qual já foi feita a prova;

• A averbação de obra no Registro de Imóveis, relativa a imóvel cuja construção tenha sido concluída antes de 22 de novembro de 1966;

• Da empresa que explore exclusivamente atividade de compra e venda de imóveis, locação, desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária ou construção de imóveis destinados à venda, desde que o imóvel objeto da transação esteja contabilmente lançado no ativo circulante e não conste, nem tenha constado, do ativo permanente da empresa;

• Na alienação ou oneração de bem imóvel ou móvel de área urbana ou rural, de propriedade de pessoa física não equiparada a empresa.

• O recebimento pelos Municípios de transferência de recursos destinados a ações de assistência social, educação, saúde e em caso de calamidade pública.

Situações Passíveis de Obtenção de CND e CPD-EN

Há situações em que, por mais que a empresa possua débito, será emitido o documento, dentre elas:

• O débito esteja pendente de decisão em contencioso administrativo;

• O débito esteja garantido por depósito integral e atualizado em moeda corrente;

• O débito esteja parcelado, estando, portanto, com a sua exigibilidade suspensa;

• Tenha sido efetivada penhora suficiente garantidora do débito em curso de cobrança judicial.

Em relação ao primeiro caso, não se aplica a débito relativo a importância não contestada, ainda que incluída no mesmo processo de cobrança pendente de decisão administrativa. Ou seja, se a empresa impugnar um débito sem contestar o mérito, o documento não será emitido.

Para essas situações, aonde conste a existência de créditos não-vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja

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exigibilidade esteja suspensa, será emitida a Certidão Positiva de Débito com Efeitos de Negativa (CPD-EN), que possui os mesmos efeitos de uma CND, inclusive com o mesmo prazo de validade.

CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL

A tipificação das condutas criminosas contra a Seguridade Social constam do Código Penal. Até a Lei nº. 9.983/00 essa tipificação constava na sua maior parte no art. 95 da Lei nº. 8.212/91.

Apropriação Indébita Previdenciária

“Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de:

I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;

II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;

III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social.

§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.

§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que:

I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.”

Falsificação de Documento Público

“Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:

I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;

II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;

III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.

§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.”

Inserção de Dados Falsos em Sistema de Informação

“Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.”

Modificação ou Alteração não-autorizada de Sistema de Informações

“Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.”

Sonegação de Contribuição Previdenciária

“Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:

I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços;

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II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços;

III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.

§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que:

I – (VETADO)

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa.

§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social.”

Observações:

O valor previsto no § 4º do art. 337-A do CP atualmente é de R$ 3.257,37 (três mil duzentos e cinquenta e sete reais e trinta e sete centavos).

Estelionato

“Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.”

Disposições Gerais

Durante a fiscalização, caso seja verificada alguma conduta acima relacionada, constituindo, em tese, crime contra a Seguridade Social, o auditor-fiscal elaborará Representação Fiscal para Fins Penais (RFFP). Elaborada a RFFP, a mesma será enviada ao Ministério Público Federal que promoverá a ação penal frente à Justiça Federal.

PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Regimes Previdenciários

A Previdência Social brasileira é formada por 2 (dois) regimes básicos: o Regime Geral de Previdência Social e o Regime Próprio de Previdência Social. O Regime Geral de Previdência Social é administrado pelo Ministério da Previdência Social por meio do INSS, Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, vinculada a este ministério.

Beneficiários do RGPS

O beneficiário do RGPS é aquele que faz jus ao recebimento de alguma prestação previdenciária (benefícios ou serviços). Os beneficiários se dividem em segurados (obrigatório e facultativo) e dependentes. Passaremos a tratar dos dependentes, visto que o assunto segurados já foi obra de nosso estudo anteriormente.

São dependentes do RGPS:

I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido;

II - os pais; ou

III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido.

Os dependentes da primeira classe, também conhecida como classe preferencial, possuem dependência econômica presumida, ou seja, ainda que possuam condição para o seu sustento perceberão o benefício previdenciário. A única exceção é a do menor tutelado e do enteado, cuja dependência econômica não é presumida, devendo ser comprovada. Os mesmos não podem possuir bens suficientes para o próprio sustento e educação.

Já os dependentes das classes subseqüentes, para terem a condição de dependente, têm que comprovar a dependência econômica.

A existência de um dependente de hierarquia superior exclui o direito dos dependentes inferiores. Ou seja, segurado vem a falecer deixando como dependente companheira e pais. Por mais que a companheira venha a falecer, o benefício previdenciário nunca passará para os dependentes das classes inferiores.

Entretanto, os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições. Ou seja, caso um segurado venha a falecer, deixando uma viúva e dois filhos, o benefício previdenciário será dividido em três partes iguais. Se um dos filhos perder a qualidade de dependente (completar 21 anos ou se emancipar ou morrer) sua parcela reverte para os demais.

A forma comprovação de vínculo e a de dependência econômica estão elencadas no art. 22, § 3º do RPS, sendo necessária a apresentação de no mínimo 3 (três) documentos. Dentre elas estão a declaração de imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu dependente; conta

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bancária conjunta; apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária.

A perda da qualidade de dependente ocorre:

I - para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado;

II - para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com o segurado ou segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de alimentos;

III - para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao completarem vinte e um anos de idade, salvo se inválidos, desde que a invalidez tenha ocorrido antes:

a) de completarem vinte e um anos de idade;

b) do casamento;

c) do início do exercício de emprego público efetivo;

d) da constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou

e) da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; e

IV - para os dependentes em geral:

a) pela cessação da invalidez; ou

b) pelo falecimento.

Por fim, a inscrição do dependente do segurado será promovida quando do requerimento do benefício a que tiver direito.

Manutenção e Perda da Qualidade de Segurado

Como o sistema previdenciário é de filiação compulsória, a filiação decorre automaticamente do exercício da atividade remunerada. Em virtude disso, o segurado que deixasse de exercer atividade remunerada, deveria, automaticamente, perder a sua filiação ao RGPS.

Entretanto, a legislação prevê um lapso temporal, conhecido como período de graça, o qual o segurado mantém a sua qualidade, independente de contribuição. Nesse período o segurado estaria protegido pelo sistema previdenciário fazendo jus aos seus benefícios e serviços.

Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:

I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;

II - até 12 (doze) meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;

III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;

IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado detido ou recluso;

V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; e

VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.

O prazo do item II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses, se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.

O prazo do item II ou do parágrafo anterior será acrescido de 12 (doze meses) para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego.

Ou seja, o período de graça, para esse caso, pode ser de 12 (doze) meses, 24 (vinte e quatro) meses e 36 (trinta e seis) meses.

O reconhecimento da perda da qualidade de segurado no termo final dos prazos ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte individual relativa ao mês imediatamente posterior ao término daqueles prazos.

A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. Ou seja, segurado que tenha contribuído por 33 (trinta e três) anos para o sistema, ainda que venha perder a qualidade de segurado, precisará versar para o sistema apenas mais 2 (dois) anos de contribuição. Essa alteração foi feita pela Lei nº. 10.666/03. Antes dessa lei, o segurado teria que contribuir por mais 5 (cinco) anos, pois, para recuperar o período passado para efeitos de carência, o mesmo deveria versar 1/3 (um terço) da carência exigida do benefício, que no caso de aposentadoria por tempo de contribuição é de 180 (cento e oitenta) contribuições mensais.

A mesma regra se aplica à aposentadoria por idade, desde que o segurado conte com, no mínimo, o número de contribuições mensais exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício. Ou seja, segurado já contribuiu por mais de 180 contribuições mensais (período de carência exigido para o benefício de aposentadoria por idade) e vem a perder a qualidade de segurado. Basta atingir a idade necessária (regra geral, 65 anos – homem e 60 anos – mulher) na data do requerimento que obterá a sua aposentadoria por idade.

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Carência

Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.

O período de carência é contado:

I - Para o segurado empregado e trabalhador avulso, da data de filiação ao Regime Geral de Previdência Social;

II - Para o segurado empregado doméstico, contribuinte individual, segurado especial (quando contribui, facultativamente, como contribuinte individual) e facultativo, da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para esse fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores; e

III - Para o segurado especial não contribuinte individual, o período de carência é contado a partir do efetivo exercício da atividade rural.

A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência:

I – 12 (doze) contribuições mensais, nos casos de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez; e

II – 180 (cento e oitenta) contribuições mensais, nos casos de aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial.

III – 10 (dez) contribuições mensais, no caso de salário-maternidade, para as seguradas contribuinte individual, especial e facultativa. A segurada especial não necessita contribuir, basta comprovar o exercício de atividade rural nos últimos 10 (dez) meses imediatamente anteriores à data do parto ou do requerimento do benefício, quando requerido antes do parto, mesmo que de forma descontínua.

Em caso de parto antecipado, o período de carência a que se refere o item III será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado.

Independe de carência a concessão das seguintes prestações:

I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente de qualquer natureza;

II - salário-maternidade, para as seguradas empregada, empregada doméstica e trabalhadora avulsa;

III - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças ou afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência e Assistência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado;

IV - aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-doença, auxílio-reclusão ou pensão por morte aos segurados especiais, desde que comprovem o exercício

de atividade rural no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, ainda que de forma descontínua, igual ao número de meses correspondente à carência do benefício requerido; e

V - reabilitação profissional.

Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática e por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução permanente ou temporária da capacidade laborativa. Acidente de qualquer natureza ou causa não é sinônimo de acidente de trabalho, pois engloba também os acidentes comuns, sem relação com o trabalho.

Ainda é possível que segurados obtenham aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial, desde que tenham se filiado ao sistema antes de 24 de julho de 1991, data da Lei nº. 8.213/91, sem cumprir toda a carência exigida. Até a Lei nº. 8.213/91 o período de carência para esses benefícios era de 60 (sessenta) contribuições mensais. Para preservar a expectativa de direito desses segurados foi criada uma tabela transitória que só será extinta em 2011. Exemplo: segurado filiado antes de 24/11/91 e com 65 (sessenta e cinco) anos em 2009. Nessa condição basta comprovar 168 (cento e sessenta e oito) contribuições mensais.

Salário-de-Benefício

Salário-de-benefício é o valor básico utilizado para cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação continuada, inclusive os regidos por normas especiais, exceto o salário-família, a pensão por morte, o salário-maternidade e os demais benefícios de legislação especial.

O salário-de-benefício consiste:

I - para as aposentadorias por idade e por tempo de contribuição, na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário;

II - para as aposentadorias por invalidez e especial, auxílio-doença e auxílio-acidente na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo;

Apesar do item I determinar a aplicação do fator previdenciário para a aposentadoria por idade e por tempo de contribuição, este só é obrigatório no caso da aposentadoria por tempo de contribuição, sendo a sua aplicação facultativa para a aposentadoria por idade.

O valor do salário-de-benefício não será inferior ao de um salário mínimo, nem superior ao limite máximo do salário-de-contribuição na data de início do benefício.

Serão considerados para cálculo do salário-de-benefício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuição previdenciária.

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Todos os salários-de-contribuição utilizados no cálculo do salário-de-benefício serão corrigidos, mês a mês, de acordo com a variação integral do Índice Nacional de Preço ao Consumidor - INPC, referente ao período decorrido a partir da primeira competência do salário-de-contribuição que compõe o período básico de cálculo até o mês anterior ao do início do benefício, de modo a preservar o seu valor real.

Para fins de apuração do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria precedida de auxílio-acidente, o valor mensal deste será somado ao salário-de-contribuição, não podendo o total apurado ser superior ao limite máximo do salário-de-contribuição.

Fator Previdenciário

O fator previdenciário será calculado considerando-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar, mediante a fórmula:

Onde:

f = fator previdenciário;

Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria;

Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria;

Id = idade no momento da aposentadoria; e

a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.

A expectativa de sobrevida do segurado na idade da aposentadoria será obtida a partir da tábua completa de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, para toda a população brasileira, considerando-se a média nacional única para ambos os sexos.

Para efeito da aplicação do fator previdenciário ao tempo de contribuição do segurado serão adicionados:

I – 5 (cinco) anos, quando se tratar de mulher; ou

II – 5 (cinco) ou 10 (dez) anos, quando se tratar, respectivamente, de professor ou professora, que comprovem exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

Disposições Gerais sobre o Salário-de-Benefício

O salário-de-benefício do segurado que contribui em razão de atividades concomitantes será calculado com base na soma dos salários-de-contribuição das atividades exercidas até a data do requerimento ou do óbito ou no período básico de cálculo, nas normas seguintes:

I - quando o segurado satisfizer, em relação a cada atividade, as condições para obtenção do benefício requerido, o salário-de-benefício será calculado com base na soma dos respectivos salários-de-contribuição;

II - quando não se verificar a hipótese do item anterior, o salário-de-benefício corresponderá à soma das seguintes parcelas:

a) o salário-de-benefício calculado com base nos salários-de-contribuição das atividades em relação às quais são atendidas as condições do benefício requerido; e

b) um percentual da média do salário-de-contribuição de cada uma das demais atividades, equivalente à relação entre o número de meses completos de contribuição e os do período da carência do benefício requerido; e

III - quando se tratar de benefício por tempo de contribuição, o percentual de que trata a alínea "b" do item anterior será o resultante da relação entre os anos completos de atividade e o número de anos de contribuição considerado para a concessão do benefício.

Renda Mensal do Benefício

A renda mensal do benefício será o valor efetivamente pago ao segurado. Ou seja, os benefícios, quando calculados pelo salário-de-benefício, têm a incidência de um percentual, constituindo, assim, a renda mensal do benefício.

A renda mensal do benefício de prestação continuada que substituir o salário-de-contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado não terá valor inferior ao do salário mínimo nem superior ao limite máximo do salário-de-contribuição, exceto o aposentado por invalidez que necessite do auxílio permanente de terceiros (acréscimo de 25% no benefício) e a percipiente do salário-maternidade.

A renda mensal do benefício de prestação continuada será calculada aplicando-se sobre o salário-de-benefício os seguintes percentuais:

I - auxílio-doença – 91% (noventa e um por cento) do salário-de-benefício;

II - aposentadoria por invalidez – 100% (cem por cento) do salário-de-benefício;

III - aposentadoria por idade – 70% (setenta por cento) do salário-de-benefício, mais 1% (um por cento) deste por grupo de 12 (doze) contribuições mensais, até o máximo de 30% (trinta por cento);

IV - aposentadoria por tempo de contribuição:

a) para a mulher – 100% (cem por cento) do salário-de-benefício aos 30 (trinta) anos de contribuição;

b) para o homem – 100% (cem por cento) do salário-de-benefício aos 35 (trinta e cinco) anos de contribuição; e

c) 100% (cem por cento) do salário-de-benefício, para o professor aos 30 (trinta) anos, e para a professora aos 25 (vinte e cinco) anos de contribuição e de efetivo exercício em função de magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou no ensino médio;

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V - aposentadoria especial – 100% (cem por cento) do salário-de-benefício; e

VI - auxílio-acidente – 50% (cinqüenta por cento) do salário-de-benefício.

No cálculo do valor da renda mensal do benefício serão computados:

I - para o segurado empregado e o trabalhador avulso, os salários-de-contribuição referentes aos meses de contribuições devidas, ainda que não recolhidas pela empresa, sem prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das penalidades cabíveis;

II - para o segurado empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial, o valor do auxílio-acidente, considerado como salário-de-contribuição para fins de concessão de qualquer aposentadoria; e

III - Para os demais segurados somente serão computados os salários-de-contribuição referentes aos meses de contribuição efetivamente recolhida.

No caso de segurado empregado ou de trabalhador avulso que tenham cumprido todas as condições para a concessão do benefício pleiteado, mas não possam comprovar o valor dos seus salários-de-contribuição no período básico de cálculo, considerar-se-á para o cálculo do benefício, no período sem comprovação do valor do salário-de-contribuição, o valor do salário mínimo, devendo esta renda ser recalculada quando da apresentação de prova dos salários-de-contribuição.

Para o segurado empregado doméstico que, mesmo tendo satisfeito as condições exigidas para a concessão do benefício requerido, não possa comprovar o efetivo recolhimento das contribuições devidas, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo sua renda ser recalculada quando da apresentação da prova do recolhimento das contribuições.

O valor mensal da pensão por morte ou do auxílio-reclusão será de cem por cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento.

Após a cessação do auxílio-doença decorrente de acidente de qualquer natureza ou causa, tendo o segurado retornado ou não ao trabalho, se houver agravamento ou seqüela que resulte na reabertura do benefício, a renda mensal será igual a noventa e um por cento do salário-de-benefício do auxílio-doença cessado, corrigido até o mês anterior ao da reabertura do benefício, pelos mesmos índices de correção dos benefícios em geral.

Reajustamento do Valor e Pagamento dos Benefícios

Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados, na mesma data de reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

Os benefícios com renda mensal superior a 1 (um) salário mínimo serão pagos do 1º (primeiro) ao 5º (quinto) dia útil do mês subseqüente ao de sua competência, observada a distribuição proporcional do número de beneficiários por dia de pagamento.

Os benefícios com renda mensal no valor de até 1 (um) salário mínimo serão pagos no período compreendido entre o 5º (quinto) dia útil que anteceder o final do mês de sua competência e o 5º (quinto) dia útil do mês subseqüente, observada a distribuição proporcional dos beneficiários por dia de pagamento.

PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, expressas em benefícios e serviços:

• Quanto ao segurado:

a) aposentadoria por invalidez;

b) aposentadoria por idade;

c) aposentadoria por tempo de contribuição;

d) aposentadoria especial;

e) auxílio-doença;

f) salário-família;

g) salário-maternidade; e

h) auxílio-acidente;

• Quanto ao dependente:

a) pensão por morte; e

b) auxílio-reclusão; e

• Quanto ao segurado e dependente: reabilitação profissional.

Aposentadoria por Invalidez

Evento determinante: incapacidade permanente para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, estando ou não o segurado em gozo de auxílio-doença.

Ou seja, a aposentadoria por invalidez, diferentemente do auxílio-acidente, pode ser um benefício imediato, não tendo que o beneficiário receber o auxílio-doença antes do recebimento da aposentadoria por invalidez.

Beneficiários: todos os segurados.

Carência: 12 CM (ou nenhuma – acidente de qualquer natureza e algumas doenças).

Renda mensal do benefício: 100% do SB.

Data do início do pagamento:

• Ao segurado empregado a contar do 16º (décimo sexto) dia do afastamento da atividade ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de 30 (trinta) dias;

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• Ao segurado empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, especial ou facultativo, a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 (trinta) dias.

Durante os primeiros 15 (quinze) dias de afastamento consecutivos da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário.

A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), ainda que ultrapasse o limite máximo legal.

O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cessada, a partir da data do retorno.

Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, serão observadas as normas seguintes:

• Quando a recuperação for total e ocorrer dentro de 5 (cinco) anos contados da data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, o beneficio cessará:

a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que desempenhava na empresa ao se aposentar, na forma da legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela previdência social; ou

b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados; e

• Quando a recuperação for parcial ou ocorrer após o período previsto acima, ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade:

a) pelo seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade;

b) com redução de 50% (cinqüenta por cento), no período seguinte de 6 (seis) meses; e

c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual período de 6 (seis) meses, ao término do qual cessará definitivamente.

Aposentadoria por Idade:

Evento determinante: idade avançada.

• Homem 65 anos – caso exerça atividade rural 60 anos

• Mulher 60 anos – caso exerça atividade rural 55 anos

Beneficiários: todos os segurados.

Carência: 180 CM.

Renda mensal do benefício: 70% do SB +1% a cada 12 CM.

Data do início do pagamento:

• Ao segurado empregado, inclusive o doméstico:

a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 (noventa) dias depois dela; ou

b) a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo da alínea "a"; e

• Para os demais segurados, a partir da data da entrada do requerimento.

Aposentadoria por Tempo de Contribuição:

Evento determinante: tempo de contribuição.

• Homem 35 anos – caso exerça atividade de magistério na educação infantil, ensino fundamental e médio, será devida ao professor aos 30 anos de contribuição.

• Mulher 30 anos – caso exerça atividade de magistério na educação infantil, ensino fundamental e médio, será devida à professora aos 25 anos de contribuição.

Beneficiários: todos os segurados, exceto o especial, quando não contribui facultativamente como contribuinte individual, além do CI e facultativo que contribuem com 11% sobre o menor salário-de-contribuição.

Carência: 180 CM.

Renda mensal do benefício: 100% do SB.

Data do início do pagamento:

• Ao segurado empregado, inclusive o doméstico:

a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 (noventa) dias depois dela; ou

b) a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo da alínea "a"; e

• Para os demais segurados, a partir da data da entrada do requerimento.

Observação:

� Considera-se função de magistério a exercida por professor, quando exercida em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as funções de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico.

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Aposentadoria Especial:

Evento determinante: exposição não ocasional nem intermitente (contínua e habitual) a agentes nocivos físicos, químicos, ou biológicos prejudiciais à saúde ou à integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos.

Beneficiários: em tese, todos os segurados. Entretanto apenas os segurados empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual (cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou produção) conseguem demonstrar exposição contínua e habitual durante todo o período.

Carência: 180 CM.

Renda mensal do benefício: 100% do SB.

Data do início do pagamento:

• Ao segurado empregado:

a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 (noventa) dias depois dela; ou

b) a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo da alínea "a"; e

• Para os demais segurados, a partir da data da entrada do requerimento.

A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário denominado perfil profissiográfico previdenciário (PPP), na forma estabelecida pela Previdência Social, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho (LTCAT) expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.

O PPP é o documento histórico-laboral do trabalhador, segundo modelo instituído pela Previdência Social, que, entre outras informações, deve conter registros ambientais, resultados de monitoração biológica e dados administrativos. O PPP deverá ser entregue ao trabalhador quando da rescisão do contrato de trabalho ou do desligamento do cooperado.

É vedado o retorno ao exercício de atividade exposto a agente nocivos do segurado percipiente de aposentadoria especial, sendo a sua aposentadoria cessada a partir da data do retorno à atividade. Apesar da legislação previdenciária mencionar o termo cessar, na verdade a aposentadoria especial é suspensa, visto que o segurado tem um direito adquirido. No momento que parar de trabalhar exposto a agente nocivo a aposentadoria deverá ser paga novamente.

É permitida a conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade, também, sob condições especiais e conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum. É vedada a conversão de tempo de atividade comum em tempo de atividade sob condições especiais.

Auxílio-doença

Evento determinante: incapacidade temporária para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

Beneficiários: todos os segurados.

Carência: 12 CM (ou nenhuma – acidente de qualquer natureza e algumas doenças).

Renda mensal do benefício: 91% do SB.

Data do início do pagamento:

• Ao segurado empregado a contar do 16º (décimo sexto) dia do afastamento da atividade ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de 30 (trinta) dias;

• Ao segurado empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, especial ou facultativo, a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 (trinta) dias.

Durante os primeiros 15 (quinze) dias de afastamento consecutivos da atividade por motivo de doença, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário.

Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador de doença ou lesão invocada como causa para a concessão do benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela previdência social será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o mesmo estiver exercendo.

Quando o segurado que exercer mais de uma atividade se incapacitar definitivamente para uma delas, deverá o auxílio-doença ser mantido indefinidamente, não cabendo sua transformação em aposentadoria por invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender às demais atividades.

Se concedido novo benefício decorrente da mesma doença dentro de 60 (sessenta) dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo aos 15 (quinze) primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for o caso.

Se o segurado empregado, por motivo de doença, afastar-se do trabalho durante 15 (quinze) dias, retornando à atividade no 16º (décimo sexto) dia, e se dela voltar a se afastar dentro de 60 (sessenta) dias desse retorno, em decorrência da mesma doença, fará jus ao auxílio doença a partir da data do novo afastamento.

O segurado empregado em gozo de auxílio-doença é considerado pela empresa como licenciado. Entretanto, a empresa que garantir ao segurado licença remunerada ficará obrigada a pagar-lhe durante o período de auxílio-doença a eventual diferença entre o valor deste e a importância garantida pela licença. Essa diferença paga pela empresa é conhecida como

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complementação do auxílio-doença, geralmente prevista em acordo ou convenção coletiva de trabalho. Caso essa diferença seja paga a todos os empregados da empresa, não será considerada salário-de-contribuição.

Salário-família

Evento determinante: filho ou equiparado menor de 14 (quatorze) anos ou inválido, e segurado de baixa renda (com remuneração igual ou inferior à R$ 862,11).

Beneficiários: empregado, exceto o doméstico, avulso, o empregado e avulso aposentado por invalidez ou por idade ou em gozo de auxílio-doença e os demais empregados e avulsos aposentados com 65 anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou de 60 anos ou mais, se do feminino.

Carência: não há.

Renda mensal do benefício: R$ 29,41 para os segurados com renda mensal não superior a R$ 573,58 e R$ 20,73 para os segurados com remuneração mensal superior a R$ 573,58 e igual ou inferior a R$ 862,11.

Data do início do pagamento: O pagamento do salário-família será devido a partir da data da apresentação da certidão de nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado, estando condicionado à apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória, até 6 (seis) anos de idade, e de comprovação semestral de freqüência à escola do filho ou equiparado, a partir dos 7 (sete) anos de idade.

Quando o pai e a mãe são segurados empregados ou trabalhadores avulsos, ambos têm direito ao salário-família.

Tendo havido divórcio, separação judicial ou de fato dos pais, ou em caso de abandono legalmente caracterizado ou perda do pátrio-poder, o salário-família passará a ser pago diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do menor, ou a outra pessoa, se houver determinação judicial nesse sentido.

O direito ao salário-família cessa automaticamente:

• Por morte do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte ao do óbito;

• Quando o filho ou equiparado completar quatorze anos de idade, salvo se inválido, a contar do mês seguinte ao da data do aniversário;

• Pela recuperação da capacidade do filho ou equiparado inválido, a contar do mês seguinte ao da cessação da incapacidade; ou

• Pelo desemprego do segurado.

Salário-maternidade

Evento determinante: nascimento, aborto não-criminoso, adoção ou guarda judicial.

Beneficiários: todas as seguradas.

Carência: não há para as seguradas empregada, inclusive doméstica, e trabalhadora avulsa. 10 CM para as seguradas contribuinte individual, facultativa e

segurada especial (atividade rural nos últimos 10 meses, ainda que de forma descontínua).

Renda mensal do benefício:

• Empregada e trabalhadora avulsa: remuneração;

• Empregada doméstica: seu último salário-de-contribuição;

• Segurada especial: um salário mínimo;

• Contribuinte individual, facultativa e para as que mantenham a qualidade de segurada: 1/12 (um doze) avos da soma dos doze últimos salários-de-contribuição, apurados em período não superior a 15 (quinze) meses.

Data do início do pagamento: em regra, início 28 (vinte e oito) dias antes e término 91 (noventa e um) dias depois do parto.

Em casos excepcionais, os períodos de repouso anterior e posterior ao parto podem ser aumentados de mais duas semanas, mediante atestado médico específico.

Em caso de parto antecipado ou não, a segurada tem direito aos 120 (cento e vinte) dias de licença.

Em caso de aborto não criminoso, comprovado mediante atestado médico, a segurada terá direito ao salário-maternidade correspondente a duas semanas.

O salário-maternidade é devido à segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança com idade:

• Até 1 (um) ano completo, por 120 (cento e vinte) dias;

• A partir de 1 (um) ano até 4 (quatro) anos completos, por 60 (sessenta) dias; ou

• A partir de 4 (quatro) anos até completar 8 (oito) anos, por 30 (trinta) dias.

O salário-maternidade da empregada será devido pela previdência social enquanto existir a relação de emprego.

Durante o período de graça (prazo de manutenção da qualidade de segurada), a segurada desempregada fará jus ao recebimento do salário-maternidade nos casos de demissão antes da gravidez, ou, durante a gestação, nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, situações em que o benefício será pago diretamente pela previdência social.

O salário-maternidade não pode ser acumulado com benefício por incapacidade. Quando ocorrer incapacidade em concomitância com o período de pagamento do salário-maternidade, o benefício por incapacidade, conforme o caso, deverá ser suspenso enquanto perdurar o referido pagamento, ou terá sua data de início adiada para o primeiro dia seguinte ao término do período de cento e vinte dias.

A segurada aposentada que retornar à atividade fará jus ao pagamento do salário-maternidade.

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Auxílio-acidente

Evento determinante: seqüela definitiva decorrente de acidente de qualquer natureza, com redução da capacidade laborativa.

Beneficiários: empregado, exceto o doméstico, trabalhador avulso, segurado especial.

Carência: não há.

Renda mensal do benefício: 50% do SB (pode ser inferior ao mínimo, por não ser um benefício que substitua a remuneração ou o salário-de-contribuição do segurado).

Data do início do pagamento: a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença.

Ou seja, a auxílio-acidente, diferentemente da aposentadoria por invalidez, não é um benefício imediato, tendo que o beneficiário receber o auxílio-doença antes do recebimento do auxílio-acidente.

O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente.

Na aposentadoria, o valor do auxílio-acidente entrará no cálculo do salário-de-benefício, como se fosse remuneração.

A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente quando, além do reconhecimento do nexo entre o trabalho e o agravo, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho que o segurado habitualmente exercia.

Cabe a concessão de auxílio-acidente oriundo de acidente de qualquer natureza ocorrido durante o período de manutenção da qualidade de segurado, desde que atendidas às condições inerentes à espécie.

Pensão por Morte

Evento determinante: morte do segurado.

Beneficiários: dependentes.

Carência: não há.

Renda mensal do benefício: 100% (cem por cento) do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento.

Data do início do pagamento:

• Do óbito, quando requerido até 30 (trinta) dias depois deste;

• Do requerimento, quando requerida após o prazo de 30 (trinta) dias;

• Da decisão judicial, no caso de morte presumida.

A pensão poderá ser concedida, em caráter provisório, por morte presumida:

• Mediante sentença declaratória de ausência, expedida por autoridade judiciária, a contar da data de sua emissão; ou

• Em caso de desaparecimento do segurado por motivo de catástrofe, acidente ou desastre, a contar da data da ocorrência, mediante prova hábil.

O cônjuge ausente somente fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e mediante prova de dependência econômica, não excluindo do direito a companheira ou o companheiro.

O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, que recebia pensão de alimentos, receberá a pensão em igualdade de condições com os demais dependentes.

A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos, em partes iguais. Reverterá em favor dos demais dependentes a parte daquele cujo direito à pensão cessar.

O pagamento da cota individual da pensão por morte cessa:

• Pela morte do pensionista;

• Para o pensionista menor de idade, ao completar 21 (vinte e um) anos, salvo se for inválido, ou pela emancipação, ainda que inválido, exceto, neste caso, se a emancipação for decorrente de colação de grau científico em curso de ensino superior; ou

• Para o pensionista inválido, pela cessação da invalidez, verificada em exame médico-pericial a cargo da previdência social.

• Pela adoção, para o filho adotado que receba pensão por morte dos pais biológicos.

Não se aplica o disposto no caso de adoção quando o cônjuge ou companheiro adota o filho do outro.

Auxílio-reclusão

Evento determinante: efetivo recolhimento à prisão do segurado que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço, desde que o seu último salário-de-contribuição seja inferior ou igual a R$ 862,11.

Beneficiários: dependentes.

Carência: não há.

Renda mensal do benefício: 100% (cem por cento) do valor da aposentadoria a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de sua reclusão.

Data do início do pagamento: A data de início do benefício será fixada na data do efetivo recolhimento do segurado à prisão, se requerido até 30 (trinta) dias depois desta, ou na data do requerimento, se posterior.

O pedido de auxílio-reclusão deve ser instruído com certidão do efetivo recolhimento do segurado à prisão, firmada pela autoridade competente.

O beneficiário deverá apresentar trimestralmente atestado de que o segurado continua detido ou recluso, firmado pela autoridade competente.

O exercício de atividade remunerada pelo segurado recluso em cumprimento de pena em regime fechado ou semi-aberto que contribuir na condição de segurado

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contribuinte individual ou caso contribua como segurado facultativo não acarreta perda do direito ao recebimento do auxílio-reclusão pelos seus dependentes.

Falecendo o segurado detido ou recluso, o auxílio-reclusão que estiver sendo pago será automaticamente convertido em pensão por morte.

Abono Anual

Será devido abono anual ao segurado e ao dependente que, durante o ano, recebeu auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria, salário-maternidade, pensão por morte ou auxílio-reclusão.

O abono anual será calculado, no que couber, da mesma forma que a gratificação natalina dos trabalhadores, tendo por base o valor da renda mensal do benefício do mês de dezembro de cada ano.

O recebimento de benefício por período inferior a doze meses, dentro do mesmo ano, determina o cálculo do abono anual de forma proporcional.

O período igual ou superior a quinze dias, dentro do mês, será considerado como mês integral para efeito de cálculo do abono anual.

Habilitação e Reabilitação Profissional

Evento determinante: incapacidade total ao parcial do beneficiário para o trabalho, gerando a necessidade de uma assistência (re)educativa e de (re)adaptação profissional, visando proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem.

Beneficiários: segurados e dependentes.

Carência: não há.

Renda mensal do benefício: não há.

Data do início do pagamento: não há

O trabalho habilitação e reabilitação profissional será executado por equipe multiprofissional especializada em medicina, serviço social, psicologia, sociologia, fisioterapia, terapia ocupacional e outras afins ao processo, sempre que possível na localidade do domicílio do beneficiário, ressalvadas as situações excepcionais em que este terá direito à reabilitação profissional fora dela.

A habilitação e reabilitação profissional é devida em caráter obrigatório aos segurados, inclusive aposentados, e, de acordo com as possibilidades administrativas, técnicas, financeiras e as condições locais do órgão, aos seus dependentes.

A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:

• Até 200 (duzentos) empregados, 2% (dois por cento);

• De 201 (duzentos e um) a 500 (quinhentos) empregados, 3% (três por cento);

• De 501 (quinhentos e um) a 1000 (mil) empregados, 4% (quatro por cento); ou

• Mais de 1000 (mil) empregados, 5% (cinco por cento).

OUTRAS QUESTÕES SOBRE BENEFÍCIOS

Decadência e Prescrição

É de 10 (dez) anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo.

Prescreve em 05 (cinco anos), a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela previdência social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil.

Não é considerado pedido de revisão de decisão indeferitória definitiva, mas de novo pedido de benefício, o que vier acompanhado de outros documentos além dos já existentes no processo.

Não terá seqüência eventual pedido de revisão de decisão indeferitória definitiva de benefício confirmada pela última instância do Conselho de Recursos da Previdência Social, aplicando-se, no caso de apresentação de outros documentos, além dos já existentes no processo, o disposto no parágrafo anterior.

As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, contados da data:

• do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdência Social; ou

• em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o agravamento das seqüelas do acidente.

O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai em dez anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo decadencial contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.

Acumulação de Benefícios

Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto dos seguintes benefícios da previdência social, inclusive quando decorrentes de acidente do trabalho:

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I - aposentadoria com auxílio-doença;

II - mais de uma aposentadoria;

III - aposentadoria com abono de permanência em serviço;

IV - salário-maternidade com auxílio-doença;

V - mais de um auxílio-acidente;

VI - mais de uma pensão deixada por cônjuge;

VII - mais de uma pensão deixada por companheiro ou companheira;

VIII - mais de uma pensão deixada por cônjuge e companheiro ou companheira; e

IX - auxílio-acidente com qualquer aposentadoria.

No caso dos itens VI, VII e VIII é facultado ao dependente optar pela pensão mais vantajosa.

É vedado o recebimento conjunto do seguro-desemprego com qualquer benefício de prestação continuada da previdência social, exceto pensão por morte, auxílio-reclusão, auxílio-acidente, auxílio-suplementar ou abono de permanência em serviço.

O segurado recluso, ainda que contribua como contribuinte individual ou segurado facultativo, não faz jus aos benefícios de auxílio-doença e de aposentadoria durante a percepção, pelos dependentes, do auxílio-reclusão, permitida a opção, desde que manifestada, também, pelos dependentes, pelo benefício mais vantajoso.

Do Reconhecimento da Filiação

Reconhecimento de filiação é o direito do segurado de ter reconhecido, em qualquer época, o tempo de exercício de atividade anteriormente abrangida pela previdência social.

O reconhecimento de filiação pode ser feito de duas formas: indenização ou retroação da data de início das contribuições.

A indenização é quando um segurado deseja recolher contribuições à previdência social em relação a período que, apesar de ter exercido atividade remunerada, não era filiado obrigatoriamente ao RGPS. Um clássico exemplo é o de uma segurada empregada doméstica que trabalhava antes de 1972, pois antes desta data essa segurada não era segurada obrigatória.

Já a retroação da data de início das contribuições é quando o segurado contribuinte individual manifesta interesse em recolher contribuições relativas a período anterior à sua inscrição, desde que comprovado o exercício de atividade remunerada no respectivo período.

Contagem Recíproca

Determina a Constituição Federal, no seu art. 201, §9º que: “Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de

previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei”.

Ou seja, a contagem recíproca é o instituto em que os segurados contam o tempo de contribuição entre regimes de previdência diferentes, onde os mesmos se compensam financeiramente, sendo assegurado:

• Para fins dos benefícios previstos no Regime Geral de Previdência Social, o cômputo do tempo de contribuição na administração pública; e

• Para fins de emissão de certidão de tempo de contribuição - CTC, pelo Instituto Nacional do Seguro Social, para utilização no serviço público, o cômputo do tempo de contribuição na atividade privada, rural e urbana.

Entretanto, é vedada a conversão de tempo de serviço exercido em atividade sujeita a condições especiais, em tempo de contribuição comum, bem como a contagem de qualquer tempo de serviço fictício.

O tempo de contribuição será contado de acordo com a legislação pertinente, observadas as seguintes normas:

• Não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais;

• É vedada a contagem de tempo de contribuição no serviço público com o de contribuição na atividade privada, quando concomitantes;

• Não será contado por um regime o tempo de contribuição utilizado para concessão de aposentadoria por outro regime;

• O tempo de contribuição anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à previdência social somente será contado mediante observância, quanto ao período respectivo, reconhecimento de tempo de filiação; e

• O tempo de contribuição do segurado trabalhador rural anterior à competência novembro de 1991 será computado, desde que o respectivo período seja indenizado.

A certidão de tempo de contribuição, para fins de averbação do tempo em outros regimes de previdência, somente será expedida pelo Instituto Nacional do Seguro Social após a comprovação da quitação de todos os valores devidos, inclusive de eventuais parcelamentos de débito.

As aposentadorias e demais benefícios resultantes da contagem de tempo de contribuição serão concedidos e pagos pelo regime a que o interessado pertencer ao requerê-los e o seu valor será calculado na forma da legislação pertinente.

Justificação Administrativa

A justificação administrativa constitui recurso utilizado para suprir a falta ou insuficiência de documento ou produzir prova de fato ou circunstância de interesse dos beneficiários, perante a previdência social, sendo processada sem ônus para o interessado.

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Somente será admitido o processamento de justificação administrativa na hipótese de ficar evidenciada a inexistência de outro meio capaz de configurar a verdade do fato alegado, e o início de prova material apresentado levar à convicção do que se pretende comprovar.

O processo de justificação administrativa é parte de processo antecedente, vedada sua tramitação na condição de processo autônomo.

Não caberá recurso da decisão da autoridade competente do Instituto Nacional do Seguro Social que considerar eficaz ou ineficaz a justificação administrativa.

Não será admitida a justificação administrativa quando o fato a comprovar exigir registro público de casamento, de idade ou de óbito, ou de qualquer ato jurídico para o qual a lei prescreva forma especial.

A justificação administrativa ou judicial, no caso de prova de tempo de contribuição, dependência econômica, identidade e de relação de parentesco, somente produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal.

Entretanto, no caso de prova de tempo de contribuição é dispensado o início de prova material quando houver ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito.

Caracteriza motivo de força maior ou caso fortuito a verificação de ocorrência notória, tais como incêndio, inundação ou desmoronamento, que tenha atingido a empresa na qual o segurado alegue ter trabalhado, devendo ser comprovada mediante registro da ocorrência policial feito em época própria ou apresentação de documentos contemporâneos dos fatos, e verificada a correlação entre a atividade da empresa e a profissão do segurado.

Se a empresa não estiver mais em atividade, deverá o interessado juntar prova oficial de sua existência no período que pretende comprovar.

O interessado poderá indicar testemunhas idôneas, em número não inferior a três nem superior a seis, cujos depoimentos possam levar à convicção da veracidade do que se pretende comprovar, não podendo ser testemunhas:

• O que, acometido por enfermidade ou por debilidade mental à época de ocorrência dos fatos, não podia discerni-los ou, ao tempo sobre o qual deve depor, não estiver habilitado a transmitir as percepções;

• Os menores de dezesseis anos;

• O cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam;

• O cônjuge, bem como o ascendente e o descendente em qualquer grau;

• O colateral, até terceiro grau, assim como os irmãos e as irmãs, os tios e tias, os sobrinhos e sobrinhas, os cunhados e as cunhadas, as noras e os genros ou qualquer outro por consanguinidade ou por afinidade;

• O que é parte interessada; e

• O que intervém em nome de uma parte, como tutor na causa do menor.

A homologação da justificação judicial processada com base em prova exclusivamente testemunhal dispensa a justificação administrativa, se complementada com início razoável de prova material.

Do Recurso

Das decisões proferidas pelo INSS poderão os interessados, quando não conformados, interpor recurso ordinário às Juntas de Recursos – JR do CRPS (Conselho de Recursos da Previdência Social).

Das decisões proferidas no julgamento do recurso ordinário, ressalvadas as matérias de alçada das Juntas de Recursos, poderão os segurados, as empresas e os órgãos do INSS, quando não conformados, interpor recurso especial às Câmaras de Julgamento, na forma do Regimento Interno do CRPS.

Das matérias de alçada da Junta de Recursos, conforme definido no Regimento Interno do CRPS, não caberá interposição de recurso para as Câmaras de Julgamento.

Havendo interposição de recurso do interessado contra decisão do INSS, o processo deverá ser reanalisado e, se reformada totalmente a decisão, será atendido o pedido reclamado. Caso contrário, o processo deverá ser encaminhado para a JR, para julgamento. No caso de reforma parcial da decisão do INSS, o processo terá curso relativamente à parte objeto da controvérsia.

É de trinta dias o prazo comum às partes para a interposição de recurso e para o oferecimento de contrarrazões, contados:

• Para o segurado e para a empresa, a partir da data da intimação da decisão; e

• Para o INSS, a partir da data da protocolização do recurso ou da entrada do recurso pelo interessado ou representante legal na unidade do INSS que proferiu a decisão, devendo esta ocorrência ficar registrada nos autos, prevalecendo a data que ocorrer primeiro.

Expirado o prazo de trinta dias da data em que foi interposto o recurso pelo segurado ou pela empresa, sem que haja contrarrazões, os autos serão imediatamente encaminhados para julgamento pelas Juntas de Recursos ou Câmara de Julgamento do CRPS, conforme o caso, sendo considerados como contrarrazões do INSS os motivos do indeferimento.

O recurso intempestivo do interessado não gera qualquer efeito, mas deve ser encaminhado ao respectivo órgão julgador com as devidas contrarrazões do INSS, onde deve estar apontada a ocorrência da intempestividade.

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PREVIDÊNCIA SOCIAL DO SERVIDOR PÚBLICO

As principais regras de funcionamento dos Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS – são previstas no art. 40 da CF/88. O citado artigo foi alterado em diversos pontos pela EC nº 41/03.

É importante ressaltar que o próprio caput do art. 40 foi modificado, determinando o caráter contributivo e solidário do regime previdenciário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

O presente material tem como escopo o estudo atual da Previdência Social do Servidor Público, não sendo abordadas as regras de transição (art. 2º da EC nº 41/03; art. 6º da EC nº 41/03 e art. 3º da EC nº 47/03).

BENEFÍCIOS DO SERVIDOR PÚBLICO PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A CF/88 prevê dois benefícios previdenciários ao servidor público: aposentadoria e pensão por morte.

Aposentadoria:

Conforme preconiza o art. 40, § 1º da CF/88, o servidor público abrangido pelo regime de previdência serão aposentados:

I - Por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;

II - Compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição;

III - Voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

Na aposentadoria por invalidez, assim como na aposentadoria compulsória, o cálculo é proporcional ao tempo de contribuição. Dessa forma, um servidor público que se aposenta por invalidez, tendo apenas 15 anos de contribuição, irá receber 15/35 da média de suas remunerações.

A aposentadoria voluntária se divide em duas formas: por idade ou por tempo de contribuição (com idade mínima de 60 (sessenta) anos para homem e 30 (trinta) anos para a mulher).

O cálculo da aposentadoria voluntária por idade é proporcional, nos mesmos moldes vistos na aposentadoria por invalidez e compulsória. Já a aposentadoria voluntária por tempo de contribuição, o

benefício é de 100% (cem por cento) da média das remunerações dos servidores.

Cabe ressaltar que para a aposentadoria voluntária por tempo de contribuição, os requisitos idade e tempo de contribuição serão reduzidos em 5 (cinco) anos para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:

• Portadores de deficiência;

• Que exerçam atividades de risco;

• Cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

Pensão por Morte:

Conforme preconiza o art. 40, § 7º da CF/88, lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual:

I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 (atualmente, R$ 3.689,66), acrescido de 70% (setenta por cento) da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou

II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 (atualmente, R$ 3.689,66), acrescido de 70% (setenta por cento) da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.

Dessa forma, imaginemos um servidor público aposentado, auferindo o valor de R$ 5.000,00 a título de aposentadoria. Uma vez ocorrido o óbito do citado servidor, seus dependentes terão direito a pensão por morte no valor de R$ 3.689,66, acrescido de 70% da diferença, ou seja, R$ 917,24 (70% x R$ 1.310,31). Portanto, o valor da pensão por morte será de R$ 4.606,90 (quatro mil e seiscentos e seis reais e noventa centavos), lembrando que o valor excedente ao limite máximo do RGPS ainda há a contribuição de inativos, em regra no percentual de 11% (onze por cento).

Cabe ressaltar que essa regra só é aplicável para os óbitos ocorridos em momento posterior à sua regulamentação. Apesar de a regulamentação ter sido feita pela MP nº 167/04, quando da conversão da lei, a mesma fixou como marco para o redutor da pensão por morte os óbitos a partir de 21 de junho de 2004, data de publicação da Lei nº 10.887/04.

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 50

Observação 1:

� Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão.

� Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações (e não as contribuições versadas, tendo em vista a ausência de contribuição no passado) utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência (RPPS e RGPS), na forma da lei.

� Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do RPPS.

CONTRIBUIÇÃO DO SERVIDOR INATIVO E PENSIONISTA

Questão controvertida inserida pelo Poder Constituinte Derivado (EC nº 41/03) foi a contribuição do servidor inativo ou pensionista do RPPS.

O art. 40, § 18 da CF/88 determina: “Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.”

Dessa forma, um servidor público aposentado, que venha auferir R$ 5.000,00 a título de aposentadoria, irá contribuir para o RPPS com a alíquota de 11% em relação à diferença que ultrapassar o limite máximo do RGPS (atualmente, R$ 3.689,66), ou seja, R$ 144,14 (11% x R$ 1.310,34).

Objeto de diversas ADI, a taxação dos inativos foi declarada constitucional pelo STF, tendo a decisão se baseado no princípio da solidariedade, onde os servidores inativos ou pensionistas devem versar contribuições para o RPPS com o intuito de ajudar a manter a rede protetiva, independente da época da aquisição do direito ou da solicitação do benefício, devendo a contribuição versar apenas sobre os valores que ultrapassem o limite máximo do RGPS (declaração de inconstitucionalidade dos percentuais de 50% (cinqüenta por cento) e 60% (sessenta por cento) previstos no art. 4º da EC nº 41/03).

Essa decisão da declaração de inconstitucionalidade dos percentuais citados anteriormente tem como base o princípio da isonomia a ser observado com o RGPS (art. 195, II da CF/88), uma vez que o texto constitucional veda a incidência de contribuição previdenciária sobre aposentadorias e pensões concedidas pelo RGPS. Dessa forma, fez por bem o STF determinar a incidência da contribuição dos servidores inativos do RPPS apenas em relação à parcela que excede o limite máximo do RGPS, dando,

portanto, tratamento isonômico entre os beneficiários do RGPS e RPPS.

A contribuição dos inativos e pensionistas incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição (atualmente, R$ 3.689,66), quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.

OUTRAS QUESTÕES

PREVISTAS NA CF/88

Abono de Permanência em Serviço:

Conforme determina o art. 40, § 19 da CF/88, o servidor que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária por idade, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória.

Único Regime Próprio por Ente Federativo:

Conforme determina o art. 40, § 20 da CF/88, fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X da CF/88.

LEI Nº 10.887/04

A Lei nº 10.887/04 visa dispor sobre a aplicação de disposições da EC nº 41/03.

Dessa forma, determina que no cálculo das aposentadorias dos servidores titulares de cargo efetivo de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, será considerada a média aritmética simples das maiores remunerações, utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela competência.

Ademais, os proventos, calculados de acordo com o exposto acima, por ocasião de sua concessão, não poderão ser inferiores ao valor do salário mínimo nem exceder a remuneração do respectivo servidor no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria.

Em relação à pensão por morte, a Lei nº 10.887/04 limita-se a repetir o previsto no texto constitucional.

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 51

Custeio do RPPS:

A contribuição social do servidor público ativo de qualquer dos Poderes da União, incluídas suas autarquias e fundações, para a manutenção do respectivo regime próprio de previdência social, será de 11% (onze por cento), incidente sobre a totalidade da base de contribuição.

Entende-se como base de contribuição o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei, os adicionais de caráter individual ou quaisquer outras vantagens, excluídas: as diárias para viagens; a ajuda de custo em razão de mudança de sede; a indenização de transporte; o salário-família; o auxílio-alimentação; o auxílio-creche; as parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local de trabalho; a parcela percebida em decorrência do exercício de cargo em comissão ou de função de confiança; e o abono de permanência de que tratam o § 19 do art. 40 da Constituição Federal, o § 5o do art. 2o e o § 1o do art. 3o da Emenda Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003.

Em relação a contribuição dos servidores inativos e pensionistas, a Lei nº 10.887/04 limita-se a repetir o previsto no texto constitucional.

A contribuição da União, de suas autarquias e fundações para o custeio do regime de previdência, de que trata o art. 40 da CF/88, será o dobro da contribuição do servidor ativo, devendo o produto de sua arrecadação ser contabilizado em conta específica.

Dessa forma, para cada R$ 1,00 (um real) de contribuição do servidor ativo, a União irá versar R$ 2,00 (dois reais) para custear o RPPS.

A União é responsável pela cobertura de eventuais insuficiências financeiras do regime decorrentes do pagamento de benefícios previdenciários.

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 52

SEGURIDADE SOCIAL

- Direito de todos e dever do Estado

Saúde

- Independe de contribuição

- Direito de todos, desde que tenha a condição de necessitado

Seguridade Assistência

Social Social

- Independe de contribuição

- Direito de todos (segurado facultativo)

Previdência

Social

- Depende de contribuição

Importante!!!

Princípios da Assistência Social (Art. 203, CF)

Princípios da Previdência Social (Art. 201, CF)

ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

1) Solidariedade

2) Universalidade da cobertura e do atendimento

3) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais

4) Seletividade e distributividade dos benefícios e serviços

5) Equidade na forma de participação no custeio

6) Irredutibilidade do valor dos benefícios

7) Diversidade da base de financiamento

8) Caráter democrático e descentralização da administração mediante gestão quadripartite com participação do Governo, das empresas, dos trabalhadores e dos aposentados nos órgãos colegiados

9) Tríplice forma de custeio

10) Preexistência do custeio em relação ao benefício ou ao serviço

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Conceito: compreende o conjunto de leis e atos normativos referentes ao funcionamento de todo sistema securitário.

Fontes: leis e jurisprudência, tendo como principais fontes formais a CF/88, Lei 8.212/91, Lei 8.213/91 e Decreto 3.048/99.

Autonomia: é pacífica na doutrina e na jurisprudência a autonomia do direito previdenciário frente aos demais ramos do direito, sendo o mesmo enquadrado como ramo do direito público.

Interpretação: busca a correta mens legis, ou seja, a finalidade da lei ou o seu objetivo.

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 53

Integração: busca preencher as lacunas deixadas pela legislação (analogia, equidade, costumes, princípios gerais do direito).

Vigência: regra geral, 45 dias da publicação da lei, salvo disposição em contrário.

Hierarquia das normas: constituição prevalece sobre leis, que prevalece sobre decretos... Se houver conflito entre normas: norma específica prevalece sobre norma genérica e in dúbio pro misero.

REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

- RGPS – Trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos não amparados por regime próprio

Previdência

Social - RPPS – Servidores públicos efetivos e militares

- Empregados

- Trabalhadores avulsos

- Segurados - Obrigatórios - Empregados domésticos

- Contribuintes individuais

Beneficiários - Segurados especiais

do RGPS

- Facultativos

- Dependentes

CARACTERÍSTICAS DOS SEGURADOS

- Pessoalidade

Empregado - Não-eventualidade (habitualidade)

- Remuneração

- Subordinação (jurídica)

- Sindicalizado ou não

Trabalhador - Eventualidade

avulso - Sem relação de emprego

- Intermediação obrigatório do OGMO ou sindicato

- Serviço contínuo

Empregado - Pessoa ou família

doméstico - Âmbito residencial

- Remuneração

- Atividade sem finalidade lucrativa

Contribuinte - Eventualidade

individual - Sem relação de emprego

Segurado - Pequeno produtor rural (área ≤ 4 módulos fiscais) ou pescador artesanal

especial - Individualmente ou em regime de economia familiar

- Com ou sem o auxílio eventual de terceiros (mútua colaboração)

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 54

Regime de - Subsistência do grupo

economia - Mútua dependência e colaboração

familiar - Sem empregados permanentes

Segurado - Maior de 16 anos

facultativo - Não exerce atividade remunerada

Filiação: vínculo jurídico que se cria entre o segurado e o RGPS criando direitos e obrigações. A filiação ocorre para todos os vínculos.

• Para os segurados obrigatórios: decorre do exercício da atividade remunerada, salvo o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física por prazo de até dois meses dentro do período de um ano, para o exercício de atividades de natureza temporária. Nesse caso, a filiação decorre automaticamente de sua inclusão na GFIP;

• Para os segurados facultativos: decorre da inscrição com o primeiro pagamento.

Inscrição: mero ato formal, aonde o segurado fornece seus dados para a Previdência. A inscrição ocorre para todos os vínculos e só é possível a partir dos 16 anos, salvo o menor aprendiz (a partir dos 14 anos).

Importante!!!

É possível a inscrição post mortem do segurado especial.

EMPRESA

Definição: empresário ou sociedade que assume o risco da atividade econômica, com ou sem finalidade lucrativa, bem como os órgãos e as entidades da Administração Pública direta, indireta e fundacional.

- CI em relação a segurado que lhe presta serviço

- Cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como a missão

Equiparam-se diplomática e repartição consular

- OGMO e operador portuário

- Dono da obra, PF, em relação a segurado que lhe presta serviço

Matrícula da empresa:

• Quando sujeita a inscrição no CNPJ: concomitantemente

• Quando não sujeita a inscrição no CNPJ: 30 dias do início das atividades

• SE/PRFP: documento de inscrição do contribuinte

EMPREGADOR DOMÉSTICO

Definição: aquele que contrata a seu serviço empregado doméstico.

FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (ÂMBITO FEDERAL)

1) Recursos da União

2) Contribuições sociais

3) Outros recursos

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 55

CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

1) Do empregador/empresa:

a) Sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados a pessoas físicas que lhe prestem serviços mesmo sem vínculo empregatício

b) Receita ou faturamento

c) Lucro

2) Dos trabalhadores e demais segurados da Previdência Social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo RGPS

3) Sobre a receita de concursos de prognósticos

4) Do importador de bens e serviços

CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

- Emp/Avul/Dom: 8%, 9% ou 11% x SC

- Segurados - CI/Facultativo: 20% x SC

- Especial: 2,0% + 0,1% (GILRAT) x RBCPR

Contribuintes

- Empresa *

- Empregador doméstico: 12% x SC

- Emp/Avul: 20% x Rem

- CI: 20% x Rem

- Coop. trabalho: 15% xNFS

- Emp/Avul: 1%, 2% ou 3% x Rem (GILRAT)

Empresa - Convencional - Aposentadoria especial:

1) Emp/Avul: 6%, 9% ou 12% x Rem

2) Coop. produção: 6%, 9% ou 12% x Rem

3) Coop. de trabalho: 5%, 7% ou 9% x NFS

- Produtor rural - PF: 2,1% x RBCPR

- PJ: 2,6% x RBCPR

Empresa - Substitutiva - SIMPLES

- Clube de futebol profissional - 5,0% x RB espetáculo

- 5% x RB patrocínio

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO

• Empregados/Avulsos: remuneração

• Doméstico: remuneração registrada na CTPS

• CI: remuneração ou pelo exercício de sua atividade por conta própria

• Facultativo: valor por ele declarado

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 56

LIMITES DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO

Emp/Avulso/Dom - Lim. mínimo: piso salarial ou, inexistindo, salário mínimo

- Lim. máximo: R$ 3.689,66

CI/Facultativo - Lim. mínimo: salário mínimo

- Lim. máximo: R$ 3.689,66

CARACTERÍSTICAS DAS PARCELAS INTEGRANTES

• Habitualidade

• Integração ao patrimônio do trabalhador

• Pagamento pelo e não para o trabalho

• Irrelevância do título

PARCELAS INTEGRANTES

- Salário-maternidade

Parcelas - Férias e respectivo adicional (1/3 constitucional)

Remuneratórias - 13º salário

- Diárias, quando excederem a 50% da remuneração

PARCELAS NÃO-INTEGRANTES

• Benefícios previdenciários, salvo salário-maternidade

• Parcelas indenizatórias (Ex: férias indenizadas)

• Parcelas ressarcitórias (Ex: diárias, quando não excederem a 50% da remuneração)

• Conquistas sociais (Ex: vale-transporte, PLR, PAT – desde que pagos conformidade com a legislação)

• Outros benefícios (Ex: assistência médica – desde pago em conformidade com a Lei 8.212/91)

ARRECADAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES

Empresa: até o dia 20 (contribuição patronal, valores devidos por responsabilidade) (antecipa)

13º salário: até o dia 20 de dezembro (antecipa)

Cooperativa de trabalho: até o dia 20 (equiparada à empresa e desconto dos cooperados) (antecipa)

CI/Facultativo: até dia 15 (postecipa)

Empregador doméstico: até o dia 15 (postecipa)

O empregador doméstico poderá recolher a contribuição do segurado empregado a seu serviço e a parcela a seu cargo relativas à competência novembro até o dia 20 de dezembro, juntamente com a contribuição referente ao 13º salário, utilizando-se de um único documento de arrecadação. (antecipa)

Recolhimento trimestral: até o dia 15 após o trimestre civil (CI/Facultativo/Doméstico que contribuem com 1 salário mínimo) (postecipa)

PRPF ou segurado especial: até o dia 20, sendo o responsável pelo recolhimento o adquirente, consumidor ou consignatário, salvo se o PRPF ou segurado especial vender diretamente no varejo, a consumidor pessoa física; a outro PRPF ou a outro segurado especial. (antecipa)

PRPJ: até o dia 20 (antecipa)

Clube de futebol profissional (espetáculo desportivo): 2 dias úteis após o espetáculo desportivo, sendo o responsável a entidade promotora

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 57

Clube de futebol profissional (patrocínio): até o dia 20, sendo o responsável a empresa patrocinadora (antecipa)

RECOLHIMENTO FORA DO PRAZO

1) Juros de mora: SELIC, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês de pagamento.

2) Multa de mora:

• 1º momento - sem lançamento de ofício: multa de mora calculada à taxa de 0,33% (trinta e três centésimos por cento), por dia de atraso, limitado a 20% (vinte por cento).

• 2º momento – lançamento de ofício: de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata.

Sonegação, fraude ou conluio: multa duplicada

Certos casos previstos na legislação: multa agravada em 50% (Ex: não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para prestar esclarecimento, entre outras)

Redução da multa de lançamento de ofício:

Prazo para impugnação Pagamento: 50%

Parcelamento: 40%

Prazo para interpor recurso Pagamento: 30%

Parcelamento: 20%

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

1) Elaborar folha de pagamento

2) Escrituração em títulos próprios

3) Prestar a SRFB todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis, na forma por ela estabelecida, bem como os esclarecimentos e informações de interesse da fiscalização

4) GFIP

- Mensalmente

- Coletiva por estabelecimento

- Totalização da rubricas

FP - Nome e função do segurado

- Agrupar por categoria

- Discriminar - Destacar seguradas em gozo de salário-maternidade

- Destacar parcelas integrante e não do SC e descontos legais

- Indicar número de cotas de sal-família atribuída a cada seg.

- Livro Diário e Razão

- Exigida após 90 dias da ocorrência do fato gerador

- Obedecer ao princípio da competência

Contabilidade - Todos os fatos geradores

- Parcelas integrantes e não do SC

- Contas individualizadas - Desconto dos segurados

- Contribuição da empresa

- Total recolhido

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 58

Pessoas desobrigadas da apresentação da contabilidade:

1) Pequeno comerciante (pequeno empresário – novo código civil – Art. 970)

2) Pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido ou optantes pelo SIMPLES, desde que escriturem devidamente o Livro Caixa e o Livro de Registro de Inventário

- Recolher o FGTS

- Informações à Previdência Social

GFIP - Confissão de dívida

- Tipificar crime

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

1) Grupo econômico

2) Operador portuário e OGMO

3) Consórcio simplificado de produtores rurais

4) Administradores de autarquias, fundações, empresas públicas e SEM sujeitas ao controle da U, E, DF ou M, que se encontrarem em mora por mais de 30 dias, quanto ao recolhimento das contribuições sociais previdenciárias.

5) Construção civil, empreitada total.

RETENÇÃO DOS 11%

Cessão de mão-de-obra: colocação à disposição da contratante, nas suas dependências ou nas de terceiros, serviços contínuos, relacionados ou não com a atividade fim da empresa, qualquer que seja a sua forma de contratação, inclusive por meio de trabalho temporário.

Empreitada: serviço ou tarefa contratado para um fim específico

Serviços sujeitos a retenção dos 11% mediante empreitada ou cessão de mão-de-obra:

• Limpeza, conservação e zeladoria;

• Vigilância e segurança;

• Construção civil;

• Serviços rurais;

• Digitação e preparação de dados para processamento.

Demais serviços, somente haverá a retenção se contratado mediante cessão de mão-de-obra.

A compensação poderá ser feita entre os estabelecimentos da empresa.

A competência da compensação corresponderá à data da emissão da nota fiscal. Restando saldo remanescente, a empresa poderá compensar em competências posteriores.

Caso haja o fornecimento de material ou equipamento, desde que previstos contratualmente, os valores podem ser reduzidos da base de cálculo.

A retenção será acrescida de 2%, 3% ou 4%, caso o serviço prestado possibilite a concessão de aposentadoria especial após 25, 20 ou 15 anos, respectivamente.

CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO

Pode ser feito por notificação de lançamento, auto de infração e de confissão de valores devidos e não recolhidos pelo contribuinte (GFIP).

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 59

30 dias 30 dias

Revelia

30 dias *1

*2

*1 Cabe recurso de ofício (valor > R$ 1.000.000,00 – principal e multa).

*2 Cobrança amigável (30 dias).

- Valores incluídos ou não em NL/AIOP

- Limitado a 60 meses (determinado pelos valores mínimos das parcelas)

Parcelamento - Condição: prévio pagamento da 1ª parcela

- Constitui confissão de dívida

- Parcela: acréscimo SELIC e 1% no mês do pagamento

- Admite-se reparcelamento - Pagamento 10%

- Pagamento 20% (histórico de reparc.)

Não podem obter ou ser objeto de parcelamento:

• Valores descontados dos segurados, sub-rogação e retenção dos 11%. (independente do desconto)

• Empresas com falência decretada.

AIOP

Sem defesa

Defesa

Cobrança

amigável

(30 dias)

Inscrição em

dívida ativa

L. procedente

L. improcedente

Fim do

contencioso

administrativo

Recurso ao

CARF

L. procedente

L. improcedente

Fim do

contencioso

administrativo

Inscrição em

dívida ativa

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 60

- Qualificação do autuado

- Local, data e hora da lavratura

Auto de Infração - Descrição do fato

- Disposição legal infringida e a penalidade aplicável

- Determinação da exigência e intimação para cumpri-la ou impugná-la

- Assinatura do autuante, indicação do cargo e matrícula

Circunstâncias agravantes:

• Tentativa de suborno (3x)

• Agir com dolo, fraude ou má-fé (3x)

• Desacatar o agente da fiscalização (2x)

• Obstar a ação da fiscalização (2x)

• Incorre em reincidência (2x) ou (3x)

Gradação da multa:

• Conforme valores acima (agravantes)

• Redução de 50% se o pagamento for efetuado no prazo de defesa

• Redução de 25% se o pagamento for efetuado no prazo para interpor recurso

DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO (CUSTEIO)

Decadência: 5 anos, a contar: (Súmula Vinculante nº 8 do STF)

• Pagamento, ainda que parcial: da ocorrência do fato gerador

• Sem pagamento: 1º dia do exercício seguinte

• Dolo, fraude ou simulação: 1º dia do exercício seguinte

• Anulação do lançamento por vício formal: da anulação

Prescrição: 5 anos, contados da constituição definitiva.

RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO

Restituição - Valores pagos indevidamente ou a maior

Compensação - Valores atualizados pela SELIC e 1% no mês da efetivação

- Transferência de encargo financeiro – provar ter assumido ou estar autorizado a receber Restituição - Valores de outras entidades e fundos, salvo arrecadação por convênio

- Contribuições previdenciárias correspondentes a períodos subsequentes

- Informada em GFIP na competência de sua efetivação

Compensação - Estar em situação regular

- Crédito utilizado entre estabelecimentos da empresa

- Facultada a compensação com contribuições sobre o 13º salário

- Vedada compensação com contribuições para outras entidades e fundos

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 61

Importante!!!

• Compensação indevida: o sujeito passivo deverá recolher o valor indevidamente compensado, acrescido de juros e multa de mora devidos.

• Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada aplicada no percentual de 75% (setenta e cinco por cento), aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado.

Prescrição: 5 anos, contados:

• Do pagamento ou do recolhimento indevido, ou

• Da data em que se tornar definitiva ou passar em julgado a decisão judicial que houver reformado, anulado ou revogado a decisão condenatória

REEMBOLSO

Reembolso - Salário-família

- Salário-maternidade

IMUNIDADE DE CONTRIBUIÇÕES

Vide apostila teórica

PROVA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO

Situações Gerais:

• Na licitação, contratação com o Poder Público e no recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

• Na alienação ou oneração de bem imóvel ou direito a ele relativo.

• Na alienação ou oneração de bem móvel de valor acima de R$ 38.088,56, incorporado ao ativo permanente da empresa.

• No registro ou arquivamento, de ato relativo à baixa ou redução de firma individual, extinção de sociedade, transferência de cotas de sociedade limitada. Em relação a microempresa e empresa de pequeno porte não é exigida CND para alteração de atos constitutivos, inclusive para extinção da mesma.

Construção civil:

• Averbação de obras no registro de imóveis.

• Incorporador, na inscrição do memorial de incorporação no registro de imóveis.

Produtor rural:

• Exigida a CND para obtenção de crédito rural, salvo do PRPF ou segurado especial que não são responsáveis pelo seu recolhimento.

Contratação de operação de crédito público

• Exigida a CND na obtenção de empréstimos com instituições que utilizam créditos públicos (FGTS, FAT, caderneta de poupança, Fundos Constitucionais...).

Obtenção de verbas dos fundos de participação

• Exigida a CND dos Estados, DF e Municípios para obtenção das parcelas dos fundos de participação.

Prazo de validade: 180 dias

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 62

- Não apresentação de GFIP

Situações impeditivas - Divergência GFIP x GPS

- Débitos existentes

CPD-EN: Emitida quando há débitos com a exigibilidade suspensa, possuindo os mesmos efeitos e prazo da CND.

CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL

Apropriação indébita previdenciária (Art. 168-A, CP):

Pena – reclusão de 2 a 5 anos, e multa

Extinta a punibilidade: se antes do início da ação fiscal o agente declara, confessa e paga os valores devidos.

Facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar apenas a de multa, se o agente for primário e de bons antecedentes:

• Se após o início da ação fiscal, mas antes de oferecida a denúncia, o agente paga os valores

• Se o valor devido for inferior ao mínimo determinado, administrativamente, pela Previdência Social para o ajuizamento de suas execuções fiscais (R$ 10.000,00)

Sonegação de contribuição previdenciária (Art. 337-A, CP):

Pena – reclusão de 2 a 5 anos, e multa

Extinta a punibilidade: se antes do início da ação fiscal o agente declara e confessa os valores.

Facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar apenas a de multa, se o agente for primário e de bons antecedentes:

• Se o valor devido for inferior ao mínimo determinado, administrativamente, pela Previdência Social para o ajuizamento de suas execuções fiscais (R$ 10.000,00)

Se o empregador for pessoa física e a sua folha de pagamento for inferior a R$ 1.510,00 (R$ 3.257,37) o juiz pode reduzir a pena de 1/3 a 1/2 ou aplicar apenas a de multa.

Falsificação de documento público (Art. 297, CP):

Pena – reclusão de 2 a 6 anos, e multa.

+ 1/6 se for funcionário público e falsificar prevalecendo-se do seu cargo

Inserção de dados falsos em sistema de informações (Art. 313-A, CP):

Pena – reclusão de 2 a 12 anos, e multa.

Modificação ou alteração não-autorizada de sistema de informação (Art. 313-B, CP):

Pena – detenção de 3 meses a 2 anos, e multa.

+ 1/3 a 1/2 se causar dano a Administração Pública

Estelionato (Art 171, § 3º, CP):

Pena – reclusão de 1 a 5 anos, e multa.

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 63

PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

- I – Cônjuge, companheira (o) e o filho não-emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos

ou inválido

Dependentes - II – Pais

- III – Irmão não-emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido

MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO

Sem limite de prazo: segurado em gozo de benefício previdenciário

- Após cessar benefício por incapacidade, ou deixar de exercer atividade remunerada, ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração *

Até 12 meses - Após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória

- Após o livramento, o segurado detido ou recluso

Até 3 meses: após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar

Até 6 meses: após cessar as contribuições. O segurado facultativo

* Esse prazo será acrescido de mais 12 meses se o segurado tiver mais de 120 CM e mais 12 meses se o desemprego for registrado no órgão próprio do MTE.

Importante!!!

A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição, idade e especial.

CARÊNCIA

12 CM - Auxílio-doença

- Aposentadoria por invalidez

- Aposentadoria por idade

180 CM - Aposentadoria por tempo de contribuição

- Aposentadoria especial

- CI

10 CM – Salário-maternidade - Facultativa

- Segurada especial

Início da carência:

Empregado/Avulso/CI (a partir de 04/2003 que presta serviço a empresa): da data da filiação

Doméstico/CI (demais casos)/Segurado Especial (CI)/Facultativo: 1º recolhimento sem atraso

Segurado Especial: efetivo exercício da atividade rural

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Prof. Bernardo Machado DIREITO PREVIDENCIÁRIO 64

SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO

Aposentadoria por idade e tempo de contribuição: média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a 80% de todo período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário.

Observação: aplicação do fator previdenciário obrigatória para aposentadoria por tempo de contribuição, enquanto que a aplicação para a aposentadoria por idade é facultativa.

Aposentadoria por invalidez, aposentadoria especial, auxílio-doença e auxílio-acidente: média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a 80% de todo período contributivo.

Onde:

f = fator previdenciário;

Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria;

Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria;

Id = idade no momento da aposentadoria; e

a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.

TC adicionado - 5 anos: mulher e professor

- 10 anos: professora

RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO

RMB: % x SB

Auxílio doença: 91% x SB

Aposentadoria por idade: 70% + 1% a cada 12 CM, limitado a 30% x SB

Aposentadoria por invalidez, especial e tempo de contribuição: 100% x SB

Auxílio-acidente: 50% x SB

REAJUSTAMENTO DO VALOR E PAGAMENTO DOS BENEFÍCIOS

Índice fixado pela lei (Lei 8.213/91), sendo hoje o INPC

Benefícios até 1 salário mínimo: pagamento entre o quinto dia útil que anteceder o final do mês de sua competência e o quinto dia útil do mês subseqüente

Benefícios superiores a 1 salário mínimo: pagamento do primeiro ao quinto dia útil do mês subseqüente ao de sua competência

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Exercícios Aula 01 (Constituição Federal/88; Segurados; Filiação e Inscrição)

01 - No âmbito da Seguridade Social, com sede na Constituição Federal/88 (art. 194), podemos afirmar: (AFRFB – 2005) a) A seguridade social compreende um conjunto de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando a assegurar os direitos relativos à saúde, à vida, à previdência e à assistência social. b) A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. c) A seguridade social compreende um conjunto de ações dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. d) A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência, à vida e à assistência social. e) A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos constituídos e da sociedade, destinado a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e a assistência social. 02 - À luz da Seguridade Social definida na Constituição Federal, julgue os itens abaixo: (AFPS – 2002) I. Previdência Social, Saúde e Assistência Social são partes da Seguridade Social. II. A saúde exige contribuição prévia. III. A Previdência Social exige contribuição prévia. IV. A assistência social possui abrangência universal, sendo qualquer pessoa por ela amparada. a) Todos estão corretos. b) Somente I está incorreto. c) II e IV estão incorretos. d) I e II estão incorretos. e) III e IV estão incorretos. 03 - À luz dos dispositivos constitucionais referentes à Seguridade Social, julgue os itens abaixo: (ATA-MF – 2009) I. A Seguridade Social pode compreender ações de iniciativa da sociedade. II. Saúde, Previdência e Trabalho compõem a Seguridade Social. III. Compete ao Poder Público organizar a Seguridade Social nos termos da lei. IV. A Seguridade Social não foi definida na Constituição Federal de 1988. a) Todos estão corretos. b) I e III estão corretos. c) I e IV estão incorretos. d) Somente I está incorreto. e) III e IV estão incorretos.

04 - Segundo dispõe o art. 196, da CF/88, a saúde é direito de todos e dever do Estado. Diante dessa premissa, assinale a opção que está correta. (AFRFB – 2005) a) As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, sem a participação da comunidade. b) O acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação constitui garantia constitucional. c) O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, da CF/88, com recursos exclusivamente do orçamento, da seguridade social, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. d) As ações e serviços de saúde não são de relevância pública, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, com a execução inclusive através de terceiros. e) Independe de lei complementar a instituição de normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal. 05 - A Saúde é direito de todos e dever do Estado; analise as assertivas abaixo, buscando a correta, nos termos da definição constitucional da Saúde. (AFPS – 2002) a) A manutenção dos índices do risco de doença e de outros agravos constituem garantia constitucional. b) O acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação constitui garantia constitucional. c) As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, constituindo um sistema múltiplo. d) Atendimento integral, com prioridade para as atividades repressivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais, é característica da saúde. e) O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da União, dos Estados e dos Municípios. 06 - De acordo com a Constituição Federal/88, as instituições poderão participar do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos, podendo elas participar de forma (Analista Tributário – 2005) a) alternativa. b) supletiva. c) complementar. d) contributiva. e) suspensiva.

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07 - À luz da competência constitucional da Previdência Social, julgue os itens abaixo que são de competência da Previdência Social: (AFPS – 2002) I. cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada. II. salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda. III. pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. IV. a promoção da integração ao mercado de trabalho. a) Todos estão corretos. b) Somente IV está incorreto. c) I e II estão incorretos. d) I e III estão incorretos. e) III e IV estão incorretos. 08 - Indique qual das opções está correta com relação aos objetivos constitucionais da Seguridade Social: (AFRFB – 2005) a) Irredutibilidade do valor dos serviços. b) Eqüidade na cobertura. c) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. d) Seletividade na prestação dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. e) Diversidade de atendimento. 09 - A Constituição Federal, no seu art. 194, parágrafo único, elenca os objetivos da Seguridade Social. Entre os quais, está correto: (Analista Tributário – 2005) a) a diversidade de atendimento. b) a eqüidade na forma de participação no custeio. c) a redutibilidade do valor dos benefícios. d) a universalidade e a equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. e) a unicidade da base de financiamento. 10 - Nos termos da CF/88, no seu art. 194, parágrafo único, inciso VII, a gestão da Seguridade Social ocorre de forma (Analista Tributário – 2005) a) descentralizada, monocrática e quadripartite. b) centralizada, monocrática e quadripartite. c) centralizada, colegiada e quadripartite. d) descentralizada, colegiada e tripartite. e) descentralizada, democrática e quadripartite. 11 - A eqüidade na forma de participação do custeio, como princípio da previdência social, é diretriz dirigida ao legislador ordinário e corolário do princípio da solidariedade, procura estabelecer normas que ajustem a capacidade contributiva dos segurados, podendo, inclusive, variar alíquotas ou diferenciar bases de cálculo em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-obra. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado

12 - Quanto ao financiamento da seguridade social, de acordo com o estabelecido na CF/88 e na legislação do respectivo custeio, assinale a opção correta. (AFRFB – 2005) a) A lei não pode instituir outras fontes de custeio além daquelas previstas na Constituição Federal. b) São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. c) As contribuições sociais criadas podem ser exigidas no ano seguinte à publicação da respectiva lei. d) Há possibilidade de criar benefício previdenciário sem prévio custeio. e) Mesmo em débito com o sistema da seguridade social, pode a pessoa jurídica contratar com o poder público. 13 - Com relação às contribuições sociais, no âmbito da seguridade social, é correto afirmar: (AFRFB – 2005) a) As contribuições sociais, de que trata o art. 195 da CF/88, só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b, da Carta Magna. b) As contribuições sociais de que trata o art. 195, da CF/88, só poderão ser exigidas após decorridos cento e oitenta dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b, da Carta Magna. c) São isentas de contribuição para a seguridade social todas as entidades de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei complementar. d) As contribuições sociais de que trata o art. 195, da CF/88, só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da assinatura da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b, da Carta Magna. e) As contribuições sociais de que trata o art. 195, da CF/88, só poderão ser criadas e exigidas após decorridos noventa dias da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b, da Carta Magna. 14 - A respeito do financiamento da Seguridade Social, nos termos da Constituição Federal e da legislação de custeio previdenciária, assinale a opção correta. (AFPS – 2002) a) A pessoa jurídica em débito com o sistema de seguridade social não pode contratar com o poder público. b) A lei não pode instituir outras fontes de custeio além das previstas na Constituição Federal. c) Pode-se criar benefício previdenciário sem prévio custeio. d) As contribuições sociais criadas podem ser exigidas no ano seguinte à publicação da lei. e) São isentas de contribuição para a seguridade social todas as entidades beneficentes de utilidade pública federal.

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15 - A respeito da organização e princípios constitucionais da Seguridade Social, assinale a opção incorreta. (AFPS – 2002) a) As contribuições sociais da empresa podem ter alíquotas diferenciadas. b) O orçamento da seguridade social dos entes federados descentralizados é distinto do orçamento da União. c) Pode ser dada remissão para as contribuições sociais das empresas sobre a folha de salários. d) A lei definirá critério de transferência de recursos para o sistema único de saúde. e) Poderá haver contribuição social do trabalhador sobre o lucro e o faturamento. 16 - A instituição de novas fontes de financiamento destinadas a garantir a manutenção ou a expansão da seguridade social, além das previstas no texto constitucional, é matéria reservada à competência residual da União, razão pela qual serão observados, entre outros critérios, a exigência de lei complementar, a não-cumulatividade e a necessidade de que o fato gerador ou a base de cálculo da nova contribuição sejam distintos em relação aos impostos previstos na Constituição. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 17 - Assinale a opção correta entre as assertivas abaixo relacionadas à organização e princípios constitucionais da Seguridade Social. (ATA-MF – 2009) a) Diversidade da base de financiamento é objetivo da Seguridade Social. b) O valor dos benefícios pode ser diminuído gradativamente. c) Pode haver benefícios maiores para a população urbana em detrimento da rural. d) A gestão da Seguridade Social é ato privativo do Poder Público. e) Os serviços previdenciários devem ser sempre os mesmos, independente do destinatário. 18 - Além das inúmeras contribuições sociais instituídas no texto da Constituição Federal, há possibilidade de instituição de novas espécies de contribuição social? Assinale a assertiva que responde incorretamente à pergunta formulada. (ATA-MF – 2009) a) Pode haver contribuição social com o mesmo fato gerador de outra já existente. b) O rol de contribuições sociais não é taxativo. c) Há previsão constitucional de competência residual. d) A diversidade da base de financiamento permite outras contribuições sociais. e) A União pode instituir outras contribuições sociais. 19 - Não está previsto, em caso algum, como segurado-empregado obrigatório da Previdência Social do Brasil (Analista Tributário – 2005) a) o trabalhador contratado no exterior para trabalhar no Brasil em empresa constituída e funcionando em

território nacional segundo as leis brasileiras com salário estipulado em moeda estrangeira. b) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado no exterior, em sucursal ou em agência de empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País. c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, com maioria de capital votante pertencente a empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujo controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no Brasil. d) o estrangeiro que presta serviços no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira, ainda que sem residência permanente no Brasil, e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou da repartição consular. e) o menor aprendiz, com idade de quatorze a dezoito anos, ainda que sujeito à formação técnico-profissional metódica, sob a orientação de entidade qualificada, nos termos da lei. 20- Segundo a consolidação administrativa das normas gerais de tributação previdenciária e de arrecadação das contribuições sociais administradas pela Secretaria da Receita Previdenciária – SRP, deve contribuir obrigatoriamente na qualidade de “segurado-empregado”: (Analista Tributário – 2005) ( ) o diretor empregado que seja promovido para cargo de direção de sociedade anônima, mantendo as características inerentes à relação de trabalho? ( ) o trabalhador contratado em tempo certo, por empresa de trabalho temporário? ( ) aquele que presta serviços de natureza contínua, mediante remuneração, à pessoa, à família ou à entidade familiar, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos? a) Sim, sim, sim b) Sim, não, não c) Sim, não, sim d) Sim, sim, não e) Não, não, não 21 - O art. 11, § 1º, do Regulamento da Previdência Social, dispõe sobre os segurados facultativos. Não está entre os segurados facultativos expressamente previstos no citado dispositivo: (AFRFB – 2005) a) Aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social. b) A dona de casa. c) O síndico de condomínio, quando não remunerado. d) O brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior. e) O estudante universitário.

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22 - Não é filiado obrigatório ao RGPS, na qualidade de segurado empregado, (AFRFB – 2005) a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não-eventual, com subordinação e mediante remuneração. b) o contratado em caráter permanente em Conselho, Ordem ou autarquia de fiscalização do exercício de atividade profissional. c) o menor aprendiz, com idade de quatorze a dezoito anos, sujeito a formação técnica-profissional metódica. d) o trabalhador temporário contratado por empresa de trabalho temporário para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços. e) o carregador de bagagem em porto, que presta serviços sem subordinação nem horário fixo, mas sob remuneração, a diversos, com a intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou OGMO. 23 - A Lei de Benefícios da Previdência Social (Lei n. 8.213/91), no art. 11, elenca como segurados obrigatórios da Previdência Social na condição de contribuinte individual, entre outros, as seguintes pessoas físicas, exceto: (AFRFB – 2005) a) O brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado, e contratado, e que coberto por regime próprio de previdência social. b) A pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral – garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua. c) O ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa. d) Quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego. e) A pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária ou pesqueira, em caráter permanente ou temporária, diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua. 24 - A Lei de Benefícios da Previdência Social (Lei n. 8.213/91), no art. 11, elenca como segurados obrigatórios da Previdência Social na condição de empregado, entre outros, as seguintes pessoas físicas, exceto: (AFRFB – 2005) a) Aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado. b) Aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço de outras empresas.

c) O empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, ainda que coberto por regime próprio de previdência social. d) O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social. e) O brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional. 25 - Não é segurado facultativo da Previdência Social: (AFPS – 2002) a) pessoa participante de regime próprio de previdência. b) a dona-de-casa. c) o síndico de condomínio, quando não remunerado. d) aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social. e) o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa. 26 - A respeito do regime geral de previdência social e da classificação dos segurados obrigatórios, assinale a assertiva incorreta. (AFPS – 2002) a) Como empregado – aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não-eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado. b) Como trabalhador avulso – quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos em Regulamento. c) Como contribuinte individual – o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa. d) Como empregado – o titular de firma individual urbana ou rural. e) Como contribuinte individual – o diretor não-empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima. 27 - A inscrição é o ato pelo qual o segurado é cadastrado no RGPS, por meio de comprovação de dados pessoais e outros elementos. (Tec. Prev. INSS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 28 - A filiação ao RGPS representa ato volitivo em relação ao trabalhador associado a cooperativa que, nessa qualidade, preste serviços a terceiros. (Tec. Prev. INSS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 29 - A filiação materializa a inscrição junto ao RGPS e objetiva a identificação pessoal do segurado. (Tec. Prev. INSS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado

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30 - É vedada a inscrição de segurado após sua morte, exceto em caso de segurado especial. (Tec. Prev. INSS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado

GABARITO 01. B 02. C 03. B 04. B 05. B 06. C 07. B 08. C 09. B 10. E 11. E 12. B 13. A 14. A 15. E 16. E 17. A 18. A 19. D 20. D 21. E 22. E 23. A 24. C 25. A 26. D 27. C 28. E 29. E 30. C

Exercícios Aula 02 (Empresa/Empregador Doméstico; Financiamento da Seguridade Social)

01 - A respeito do conceito previdenciário de empresa ou de empregador doméstico, assinale a assertiva incorreta. (AFPS – 2002) a) Empresa – a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta ou fundacional. b) Empregador doméstico – a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico. c) Equipara-se à empresa, para os efeitos da Lei 8.213/91, o contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço. d) Equipara-se à empresa, para os efeitos da Lei 8.213/91, a cooperativa. e) Equipara-se à empresa, para os efeitos da Lei 8.213/91, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade. 02 - À luz do texto constitucional, julgue os itens abaixo referentes ao financiamento da Seguridade Social: (ATA-MF – 2009) I. financiada por toda a sociedade II. de forma direta e indireta III. por meio de verbas orçamentárias entre outras IV. financiamento definido por lei a) Somente I e III estão corretos. b) Somente I está correto. c) Somente I e II estão corretos. d) Todos estão corretos. e) Somente III e IV estão corretos. 03 - Leia cada um dos assertos abaixo e assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a opção que contenha a exata seqüência. (Analista Tributário – 2005) ( ) A contribuição da União para a Seguridade Social é constituída de recursos adicionais do Orçamento Fiscal. ( ) Os recursos adicionais do Orçamento Fiscal para a Seguridade Social serão fixados obrigatoriamente na lei orçamentária anual.

( ) A União é responsável pela cobertura de insuficiências financeiras da Seguridade Social, quando decorrentes do pagamento de benefícios de prestação continuada da Previdência Social. a) V V V b) F F F c) F V V d) V V F e) F F V 04 - Destina-se à previdência social 50% o da receita obtida em relação a todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins que serão utilizados pelo INSS nas ações de prevenção e proteção à saúde, bem como na aplicação para tratamento e recuperação de segurados viciados. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 05 - A respeito do conceito e financiamento da Seguridade Social, assinale a afirmativa incorreta. (Procurador TCM/RJ – 2008) a) A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, previdência e assistência social. b) O princípio da eqüidade na participação do custeio da seguridade social se expressa, entre outros, pelas alíquotas de contribuição diferentes para as empresas e para os trabalhadores. c) No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é composto das receitas da União, das contribuições sociais e receitas de outras fontes. Entre estas e as vinculadas às ações de saúde, estão as provenientes do seguro contra Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres – DPVAT. d) A contribuição social incidente sobre a receita de concursos de prognósticos refere-se, exclusivamente, às loterias administradas pela Caixa Econômica Federal. e) As receitas dos Municípios destinadas ao financiamento da seguridade social constarão de seus respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. 06 - A Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Será financiada também por contribuições sociais, mas não pela contribuição (Analista Tributário – 2005) a) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. b) sobre a receita ou o faturamento, relativo a operações de comércio interno, do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei.

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c) sobre o lucro do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, independentemente de ser sujeito também pelo imposto de renda. d) do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar, independentemente da incidência do imposto de importação que no caso couber. e) sobre os proventos de aposentadoria ou pensão concedidos pelo Regime Geral de Previdência Social ao trabalhador ou demais segurados submetidos a tal regime. 07 - Constituem contribuições sociais, de acordo com a Lei n. 8.212/91, exceto: (AFRFB – 2005) a) As das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço. b) As dos empregados domésticos. c) As dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de-contribuição. d) As das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro. e) As dos proprietários rurais, incidentes sobre o seu faturamento. 08 - Não constitui receita das contribuições sociais: (AFPS – 2002) a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço. b) as dos empregadores domésticos, incidentes sobre o salário-de-contribuição dos empregados domésticos a seu serviço. c) as provenientes da União. d) as das empresas, incidentes sobre o faturamento e o lucro. e) as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos. 09 - A respeito das contribuições sociais, é correto afirmar que: (ATA-MF – 2009) a) a contribuição do empregador incide só sobre a folha de salários. b) a contribuição da empresa pode ser feita em função do tipo de produto que ela vende. c) o trabalhador não contribui para a Seguridade Social. d) os concursos de prognósticos não estão sujeitos à incidência de contribuições sociais. e) pode haver a incidência de contribuição social sobre a importação de bens do exterior. 10 - A renda líquida dos concursos de prognósticos constitui receita da seguridade social, executando-se os valores destinados ao programa de crédito educativo. (AFPS – 2001) ( ) Certo ( ) Errado 11 - Leia cada um dos assertos abaixo e assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a opção que contenha a exata seqüência. (AFRFB – 2005) ( ) A contribuição social previdenciária dos segurados empregado, empregado doméstico e

trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da alíquota de oito, nove ou onze por cento sobre o seu salário de contribuição, de acordo com a faixa salarial constante da tabela publicada periodicamente pelo MPS. ( ) O segurado empregado, inclusive o doméstico, que possuir mais de um vínculo, deverá comunicar mensalmente ao primeiro empregador a remuneração recebida até o limite máximo do salário de contribuição, envolvendo os vínculos adicionais. ( ) No que couberem, as obrigações de comunicar a existência de pluralidade de fontes pagadoras aplicam-se ao trabalhador avulso que, concomitantemente, exerça atividade de empregado. a) V; F e V. b) V; V e F. c) V; V e V. d) V; F e F. e) F; F e F. 12 - Considere a seguinte situação hipotética. Adaptada – (AFPS – 2003)

No mês de abril de 2003, Lauro, autônomo, exercendo por conta própria atividade econômica, realizou diversos reparos nas instalações elétricas da Santa Casa de Misericórdia, entidade beneficente de assistência social e isenta das contribuições sociais patronais, prestando serviços, nessa competência, apenas à Santa Casa e recebendo R$ 1.000,00 pelo trabalho. Nessa situação, a entidade beneficente está obrigada descontar, do total a ser pago a Lauro, o equivalente 11% de sua remuneração, bem como a efetuar o repasse em favor da previdência social. ( ) Certo ( ) Errado 13 - Considere a seguinte situação hipotética. (AFPS – 2003)

No mês de abril de 2003, Fábio, autônomo, exercendo por conta própria atividade econômica, prestou serviço apenas ao Mercado Santana Ltda., empresa optante SIMPLES, recebendo R$ 1.500,00. Nessa situação, do total recebido por Fábio, a empresa deverá descontar o equivalente a 11%, bem como efetuar o repasse em favor da previdência social. ( ) Certo ( ) Errado 14 - A cooperativa de produção é uma sociedade cujos associados produzem em comum bens e serviços, detendo, eles mesmos, os meios de produção. A contribuição previdenciária da cooperativa é de 20% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços e, caso a atividade exercida pelo cooperado o exponha a agentes nocivos que permitam a concessão de aposentadoria especial após 15, 20, 25 anos de contribuição, respectivamente, serão adicionadas as alíquotas de 12, 9 ou 6 pontos percentuais. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado

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15 - O custeio dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho é feito mediante as contribuições sobre a remuneração paga a qualquer titulo no decorrer do mês ao segurado empregado, ao trabalhador avulso e ao contribuinte individual, incidindo um percentual de um, dois ou três pontos percentuais, a depender de atividade preponderante da empresa ter grau de risco leve, médio ou grave, cujas alíquotas podem ser acrescidas em doze, nove ou seis pontos percentuais, respectivamente, caso a atividade exercida pelo segurado, a serviço da empresa, ensejar concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 16 - Considere a seguinte a situação hipotética. (AFPS – 2003)

Uma sociedade civil constituída de 6 sócios, todos médicos, tem como objeto social prestar serviços de anestesiologia nos centros cirúrgicos dos hospitais, pagou a seus sócios, a título de antecipação dos lucros R$ 10.000,00 por mês, durante todo o exercício de 2000, não tendo sido discriminada a remuneração decorrente do trabalho e a proveniente do capital social. Nessa situação, em relação aos valores distribuídos aos sócios, a contribuição da empresa será de 20% sobre o total das remunerações pagas mensalmente durante o exercício. ( ) Certo ( ) Errado 17 - A respeito da base de cálculo e contribuintes das contribuições sociais, analise as assertivas abaixo, assinalando a incorreta. (ATA-MF – 2009) a) Remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício – EMPRESA. b) Receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo o território nacional – PRODUTOR RURAL PESSOA JURÍDICA. c) Incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural – SEGURADO ESPECIAL. d) Salário de contribuição dos empregados domésticos a seu serviço – EMPREGADOR DOMÉSTICO. e) Incidentes sobre seu salário de contribuição – TRABALHADORES.

GABARITO 01. A 02. D 03. A 04. E 05. D 06. E 07. C 08. C 09. E 10. C 11. A 12. E 13. C 14. C 15. E 16. C 17. B

Exercícios Aula 03

(Salário-de-Contribuição; Recolhimento Fora do Prazo; Obrigações Acessórias; Responsabilidade Solidária)

01 - Para os segurados empregados e trabalhadores avulsos, entende-se por salário de contribuição: (AFRFB – 2005) a) A remuneração auferida, sem dependência da fonte pagadora, em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição. b) O valor recebido pelo cooperado, ou a ele creditado, resultante da prestação de serviços a terceiros, pessoas físicas ou jurídicas, por intermédio da cooperativa. c) O valor por eles declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição. d) Vinte por cento do valor bruto auferido pelo frete, carreto, transporte, não se admitindo a dedução de qualquer valor relativo aos dispêndios com combustível e manutenção do veículo, ainda que parcelas a este título figurem discriminadas no documento. e) A remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos que lhe são pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês. 02 - Maria Clara, contribuinte empregada pelo Regime Geral de Previdência Social desde 1994, deseja contribuir acima do valor máximo permitido pela Previdência Social. Assim, propõe na justiça ação contra o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, alegando que tem direito de contribuir acima do limite legal, pois deseja se aposentar com um valor acima do valor máximo pago pelo INSS. Assim, é correto afirmar, perante a legislação previdenciária de Custeio, que o pedido de Maria (ATA-MF – 2009) a) pode ser aceito, desde que ela contribua até 10% do valor máximo. b) não pode ser aceito, pois não cabe a Maria a escolha do montante a ser pago. c) pode ser aceito, desde que ela comprove ter despesas familiares acima do valor máximo. d) pode ser aceito, pois o pagamento da contribuição social tem natureza jurídica privada de forma contratual. e) pode ou não ser aceito, dependendo do número de dependentes que ela possua. 03 - Qual das parcelas abaixo não integram o salário-de-contribuição? (ATA-MF – 2009) a) Salário b) Gorjetas c) Despesas de viagem d) Abonos e) Ganhos habituais 04 - A respeito do salário-de-contribuição, segundo a Lei nº 8.212/91, não é correto afirmar: (Juiz Substituto do TRT 13ª Região – 2006)

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a) O salário-maternidade é considerado salário-de-contribuição; b) O décimo terceiro salário integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo do benefício, na forma estabelecida em regulamento; c) Os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da sua residência não integram o salário-de-contribuição; d) Não é considerado salário-de-contribuição o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou ondotológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso das despesas com medicamentos, despesas hospitalares e outras similares, desde que fornecidos em razão de cargo de gestão e a cobertura abranja 1/3 (um terço) dos empregados; e) O total das diárias pagas, quando excedentes a 50% (cinquenta por cento) da remuneração mensal, integra o salário-de-contribuição pelo seu valor total. 05 - Integram o salário-de-contribuição, para fins previdenciários: (Juiz Substituto do TRT 22ª Região – 2006) a) As diárias para viagens, desde que excedam a 50% (cinqüenta por cento) da remuneração mensal; b) Os benefícios da Previdência Social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade; c) A parcela recebida a título de vale-transporte, nos termos da legislação respectiva; d) A participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; e) O valor correspondente a vestuário, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para a prestação dos respectivos serviços. 06 - De acordo com a normatização previdenciária, não integra a base de cálculo de contribuição o (a): (Juiz Substituto do TRT 5ª Região – 2006) a) Vale-transporte pago em pecúnia por empresa de conservação e limpeza. b) Complementação ao valor do auxílio-doença paga apenas aos empregados expostos a agentes nocivos. c) Valor das contribuições efetivamente pagas pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar fechada ou aberta, disponível a todos os empregados do setor financeiro. d) Valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho com a finalidade de prestar os respectivos serviços. e) Participação nos lucros ou resultados da empresa, sendo possível o parcelamento em no máximo quatro vezes no mesmo ano civil, independentemente de acordo ou convenção coletiva.

Uma empresa celebrou acordo coletivo de trabalho em que foram estipuladas, entre outras, as seguintes cláusulas: pagamento de participação nos lucros referente ao exercício de 2002, em 4 parcelas

trimestrais, no valor correspondente a R$ 300,00 cada uma, por empregado; pagamento mensal de vale-refeição no valor de R$ 120,00 para cada empregado e complementação do valor do auxílio-doença para os empregados expostos, efetivamente, a riscos ambientais no ambiente do trabalho.

Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir, relacionados ao salário-de-contribuição. 07 - O pagamento a título de complementação do auxílio-doença não constitui fato gerador da obrigação previdenciária, haja vista sua evidente natureza assistencial. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 08 - O vale-refeição não será considerado salário-de-contribuição caso tenha sido feita a necessária adesão, pela empresa, ao Programa de Alimentação do Trabalhador e os termos da Lei n.° 6.321/1976 estejam sendo cumpridos. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 09 - A participação nos lucros é garantia constitucional do trabalhador e, da forma como foi concedida, atende à legislação específica, determinando a não-incidência da contribuição previdenciária sobre ela. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 10 - O salário-de-contribuição limita e quantifica a base de cálculo da contribuição previdenciária e, ao mesmo tempo, apresenta a hipótese de incidência da obrigação previdenciária: o exercício de atividade remunerada por aquele que a lei define como segurado obrigatório. (Procurador Federal – 2004) ( ) Certo ( ) Errado 11 - Considere a seguinte situação hipotética. Determinada indústria fornece a seus empregados bolsas de estudo destinadas ao aperfeiçoamento, à capacitação e à qualificação de trabalhadores que tenham pelo menos 10 anos de vínculo empregatício com a empresa, mediante a participação em cursos vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa. Nessa situação, os valores custeados pela empresa integram, a base de cálculo da contribuição previdenciária. (Procurador Federal – 2004) ( ) Certo ( ) Errado

Em cada um dos itens seguintes, apresenta-se uma situação hipotética referente à aplicação do conceito de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.

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12 - Maria, segurada empregada da previdência social, encontra-se afastada de suas atividades profissionais devido ao nascimento de seu filho, mas recebe salário-maternidade. Nessa situação, apesar de ser um benefício previdenciário, o salário-maternidade que Maria recebe é considerado salário-de-contribuição para efeito de incidência. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 13 - Mateus trabalha em uma empresa de informática e recebe o vale-transporte junto às demais rubricas que compõem sua remuneração, que é devidamente depositada em sua conta bancária. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre os valores recebidos por Mateus a título de vale-transporte. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 14 - Luís é vendedor em uma grande empresa que comercializa eletrodomésticos. A título de incentivo, essa empresa oferece aos empregados do setor de vendas um plano de previdência privada. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos, pela empresa, a título de contribuição para a previdência privada, a Luís. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 15 - Tendo sido demitido sem justa causa da empresa em que trabalhava, Vagner recebeu o aviso prévio indenizado, entre outras rubricas. Nessa situação, não incide contribuição previdenciária sobre o valor da indenização paga, pela empresa, a Vagner. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 16 - Claudionor recebe da empresa onde trabalha alguns valores a título de décimo-terceiro salário. Nessa situação, os valores recebidos por Claudionor não são considerados para efeito do cálculo do salário-benefício, integrando-se apenas o cálculo do salário-de-contribuição. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 17 - A empresa em que Maurício trabalha paga a ele, a cada mês, um valor referente à participação nos lucros, que é apurado mensalmente. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre o valor recebido mensalmente por Maurício a título de participação nos lucros. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado

18 - Rodrigo trabalha na gerência comercial de uma grande rede de supermercados e visita regularmente cada uma das lojas da rede. Para atendimento a necessidades do trabalho que faz durante as viagens, Rodrigo recebe diárias que excedem, todos os meses, 50% de sua remuneração normal. Nessa situação, não incide contribuição previdenciária sobre os valores recebidos por Rodrigo a título dessas diárias. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 19 - Deverão ser recolhidas até o dia vinte do mês seguinte ao da ocorrência do seu fato gerador, antecipando-se o vencimento para o dia útil anterior quando não houver expediente bancário no dia do vencimento, as contribuições: (Adaptada) (Analista Tributário – 2005) a) incidentes sobre a receita bruta decorrente de qualquer forma de patrocínio, de licenciamento de uso de marcas e símbolos, de publicidade, de propaganda e transmissão de espetáculos desportivos, devida pela associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional. b) do segurado empregado doméstico. c) descontadas da remuneração paga, devida ou creditada, aos segurados empregados. d) do empregador doméstico. e) do condutor autônomo de veículo rodoviário, inclusive o taxista, para o Serviço Social do Transporte – SEST. 20 - O empregador doméstico não esta obrigado a efetuar desconto e subseqüente recolhimento da contribuição devida pelo empregado domestico, que deverá ser recolhida pelo próprio trabalhador. Está obrigado, contudo, a recolher a contribuição social a seu cargo, equivalente a 12% do salário de contribuição do empregado, até o dia 15 do mês seguinte da competência. (AFPS – 2001) ( ) Certo ( ) Errado 21 - Quanto à responsabilidade pelo recolhimento das contribuições, assinale a afirmativa incorreta. (Procurador TC/PA – 2008) a) A empresa é obrigada a arrecadar as contribuições devidas pelos seus empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais, descontando-as da respectiva remuneração, e recolhê-las juntamente com as contribuições a seu cargo. b) As empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza não respondem entre si, solidariamente, pelas obrigações perante a Seguridade Social. c) A empresa adquirente ou consumidora de produto rural fica subrogada nas obrigações do produtor rural pessoa física ou do segurado especial, caso adquira a produção desses segurados. d) Tratando-se de produto rural adquirido de agroindústria ou de produtor rural pessoa jurídica, nenhuma obrigação cabe à empresa adquirente ou consumidora, relativamente a essa operação.

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e) Os segurados contribuintes individuais que, no mês, não prestaram serviço à empresa, bem como os segurados facultativos, devem recolher sua contribuição por iniciativa própria. 22 - Assinale abaixo o item que contenha uma informação errônea, sobre a obrigação acessória da empresa relativamente à Previdência Social. É obrigação da empresa (Analista Tributário – 2005) a) inscrever, no Regime Geral de Previdência Social, os segurados empregados, mas não os trabalhadores avulsos a seu serviço. b) inscrever, quando pessoa jurídica, como contribuintes individuais no Regime Geral de Previdência Social, mas só a partir de 1º de abril de 2003, as pessoas físicas contratadas sem vínculo empregatício. c) elaborar folha de pagamento mensal da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, de forma coletiva por estabelecimento, mas deverá fazê-lo por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização e resumo geral. d) lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições sociais a cargo da empresa. e) fornecer ao contribuinte individual que lhes presta serviços, comprovante do pagamento de remuneração. 23 - Nos termos do Regulamento da Previdência Social, Decreto-lei 3.048/99, são obrigações acessórias da relação tributária previdenciária, exceto: (Adaptada) (AFPS – 2002) a) preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos. b) lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos. c) prestar a SRFB todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse dos mesmos, na forma por ela estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização. d) encaminhar ao sindicato representativo da categoria profissional mais numerosa entre seus empregados, até o dia dez de cada mês, cópia da Guia da Previdência Social relativamente à competência anterior. e) pagar todas contribuições sociais devidas no período de apuração, juntamente com as multas decorrentes do atraso no pagamento. 24 - Assinale a assertiva que não contém uma obrigação acessória das contribuições destinadas à Seguridade Social. (ATA-MF – 2009) a) Elaboração da folha de pagamento. b) Dever de prestar informações. c) Lançamento dos fatos geradores das contribuições. d) Pagamento da contribuição social. e) Dever do Cartório de comunicar os óbitos.

25 - Constitui obrigação das empresas manter atualizado o perfil profissiográfico previdenciário, abrangendo as atividades desenvolvidas pelos segurados empregados e contribuintes individuais, bem como fornecer a estes, na rescisão do contrato de trabalho ou ao término da prestação do serviço, cópia autenticada deste documento, sob pena de multa por descumprimento de obrigação acessória da legislação previdenciária. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 26 - A elaboração da folha de pagamento dos empregados da empresa, entre outras formalidades, deve ser mensal, coletiva e segmentada por estabelecimento, obra de construção civil e tomador de serviços, com a correspondente totalização das rubricas, discriminando e agrupando os segurados por categoria, destacando as que estiverem em gozo de salário-maternidade e indicando o número de quotas de salário-família atribuídas a cada segurado. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 27- As empresas obrigadas a apresentação de escrituração contábil devem lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, discriminadamente, os fatos geradores das contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos, devidamente escriturados nos livros Diário e Razão, exigíveis após 90 dias do encerramento do exercício financeiro. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 28 - Caso o representante legal de uma sociedade comercial se recusasse a apresentar aos AFRFB os documentos relativos à contabilidade da empresa, então a SRFB poderia inscrever de oficio a importância que reputasse devida, cabendo à empresa o ônus da prova em contrario. (Adaptada) (AFPS – 2001) ( ) Certo ( ) Errado 29 - Para o calculo do valor da contribuição devida, o montante dos salários pagos pela execução de uma obra de construção civil poderá ser obtido por aferição indireta, de acordo com a área construída, caso a fiscalização da SRFB constate, na documentação apresentada pelo construtor, não haver comprovação regular do efetivo custo da mão-de-obra utilizada. (Adaptada) (AFPS – 2001) ( ) Certo ( ) Errado

GABARITO 01. E 02. B 03. C 04. D 05. A 06. D 07. E 08. C 09. E 10. C

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11. C 12. C 13. C 14. C 15. E* 16. C 17. C 18. E 19. C 20. E 21. B 22. A 23. E 24. D 25. E 26. C 27. E 28. C 29. C

• Gabarito alterado devido a alteração da

legislação (Dec. 6.727/09)

Exercícios Aula 04 (Retenção dos 11%; Constituição do Crédito; Decadência e Prescrição; Restituição, Compensação e Reembolso)

01 - Considere a seguinte situação hipotética.

Um supermercado empreitou com uma prestadora

de serviços o asseio de um galpão para ser utilizado como depósito. Concluída a tarefa, foi emitida nota fiscal de serviço em 30/5/2003, tendo sido retido o montante de R$ 8.000,00. A contribuição previdenciária mensal da empresa prestadoras, nas competências de maio a agosto de 2003, parte patronal e segurados empregados, exceto os valores destinados a terceiros, equivale a R$ 2.000,00. Nessa situação a contratada poderá compensar o valor retido com o valor devido integral a partir da competência de maio de 2003 e posteriores, até que o saldo a seu favor deixe de existir ou optar por requerer a restituição a qualquer tempo. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 02 - Considere a seguinte situação hipotética.

Um laboratório contratou uma empresa de telemarketing para auxiliar no lançamento de um produto no mercado de cremes, consistindo o serviço em contatar médicos dermatologistas das principais capitais litorâneas do país e informar as características do novo produto. Os operadores de telemarketing foram postos à disposição do contratante nas dependências da contratada, utilizando os equipamentos desta. Nessa situação, a empresa contratante dos serviços de cessão de mão-de-obra está obrigada a reter 11% do valor bruto da nota fiscal relativa à prestação dos serviços e recolher essa importância retida em nome da contratada. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 03 - Se a atividade executada pelos segurados vinculados à empresa contratada para a prestação de serviço mediante cessão de mão-de-obra permitir a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, o percentual de 11% a ser retido pela contratante será acrescido de 4, 3 ou

2 pontos percentuais, respectivamente. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 04 - Com relação às contribuições para o Regime Geral de Previdência Social, analise as afirmativas a seguir: (Procurador TC/PA – 2008) I. Os segurados têm sua contribuição para o Regime Geral de Previdência Social calculada com base no salário de contribuição, que, para os empregados e trabalhadores avulsos, compreende a remuneração auferida, durante o mês, em uma ou mais empresas, destinada a retribuir o trabalho, ou o tempo à disposição do empregador ou tomador do serviço, aí incluídos os ganhos habituais sob a forma de utilidades, as gorjetas e os adiantamentos decorrentes de reajustes salariais. II. As empresas e as entidades equiparadas à empresa que contratarem cooperativas de trabalho ou de mão-de-obra devem contribuir com 15% (quinze por cento), incidentes sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados daquelas cooperativas. III. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher a importância retida em nome da empresa cedente de mão-de-obra. IV. A empresa cedente de mão-de-obra compensará o valor retido pela contratante quando do recolhimento das contribuições destinadas à Seguridade Social, devidas sobre a folha de pagamento dos segurados a seu serviço. V. Entende-se como cessão de mão-de-obra a colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a atividade-fim da empresa, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação. Assinale: a) se somente as afirmativas IV e V estiverem corretas. b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 05 - Considere a seguinte situação hipotética. (Adaptada) (AFPS – 2003)

Durante ação fiscal na empresa Sol Nascente Ltda., foi constatada a falta de recolhimento das contribuições previdenciárias devidas à seguridade social em diversos períodos. Por essa razão, foi lavrado Auto de Infração de Obrigação Principal (AIOP) com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, constituindo, assim, o crédito previdenciário. Nessa situação, após o recebimento do AIOP, a empresa terá o prazo de trinta dias para efetuar o pagamento ou apresentar sua defesa. Findo esse prazo, caso não haja qualquer manifestação do contribuinte, será declarada a revelia e o devido encaminhamento à procuradoria para que se proceda a inscrição em dívida ativa.

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( ) Certo ( ) Errado 06 - Considerando que uma empresa deixasse de recolher os valores descontados dos salários de seus empregados, então o débito apurado, ainda que confessado, não poderia ser objeto de parcelamento. (AFPS – 2001) ( ) Certo ( ) Errado 07 - É permitido ao contribuinte ressarcir-se de valores pagos indevidamente, deduzindo-os das contribuições devidas à Previdência Social, se atender a diversas condições, entre as quais as seguintes: (AFRFB – 2005) a) estar em situação regular, relativamente à sua sede ou estabelecimento principal, enquanto às contribuições objeto de Notifi cação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD e débito decorrente de Auto de Infração - AI, cuja exigibilidade não esteja suspensa, de Lançamento de Débito Confessado - LDC, de Lançamento de Débito Confessado em GFIP - LDCG, de Débito Confessado em GFIP – DCG. b) não haver débitos vincendos relativamente ao parcelamento de contribuições. c) a compensação somente poderá ser realizada em recolhimento de importância correspondente a períodos antecedentes àqueles a que se referem os valores pagos indevidamente. d) não referir-se a acréscimos legais, como de atualização monetária, de multa ou de juros de mora. e) referir-se a compensação de valores que não tenham sido alcançados pela prescrição. 08 - Nos termos da legislação previdenciária, assinale a assertiva correta a respeito da restituição e compensação de contribuições. (Adaptada) (AFPS – 2002) a) Na hipótese de pagamento ou recolhimento indevido, a contribuição não será atualizada monetariamente. b) Será admitida a restituição ou a compensação de contribuição a cargo da empresa, recolhida ao Instituto Nacional do Seguro Social, que, por sua natureza, tenha sido transferida ao preço de bem ou serviço oferecido à sociedade. c) Somente poderá ser restituída ou compensada contribuição para a seguridade social, arrecadada pela SRFB, na hipótese de pagamento ou recolhimento indevido. d) A restituição de contribuição ou de outra importância recolhida indevidamente, que comporte, por sua natureza, a transferência de encargo financeiro, será feita de imediato. e) Direito de pleitear judicialmente a compensação só pode ser exercido no prazo de cento e oitenta dias do seu pagamento. 09 - Com relação à compensação e restituição de contribuições, assinale a afirmativa incorreta. (Procurador TC/PA – 2008)

a) Poderá ser compensada ou restituída contribuição à Seguridade Social, na hipótese de recolhimento ou pagamento indevido. b) Poderá ser restituída contribuição ao segurado que deixar de exercer atividade abrangida pelo Regime Geral de Previdência Social, desde que seu afastamento ocorra em caráter definitivo. c) Tratando-se de compensação, esta não poderá ser superior a 30% (trinta por cento) do valor a ser recolhido em cada competência. d) A empresa poderá se compensar, sem limites, dos valores relativos a benefícios previdenciários pagos a seus empregados, na forma da lei, como ocorre com o salário-família e o salário-maternidade. e) É admitida a compensação financeira entre o Regime Geral de Previdência Social e os Regimes Próprios de Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em face da contagem recíproca de tempo de serviço, sendo feita ao Regime a que o interessado estiver vinculado ao requerer o benefício pelos demais Regimes. 10 - Considere a situação hipotética. (AFPS – 2001)

A União instituiu contribuição social nova, não-prevista na Constituição da Republica. Observando os ditames da respectiva lei, uma empresa recolheu o tributo, regularmente, a partir de fevereiro de 1990 - data definida pela lei para o inicio da incidência da exação. Em março de 2000, contudo, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento de ação direta de inconstitucionalidade, por meio da qual aquela Corte definiu ser inconstitucional tão somente o artigo da lei que impunha a incidência da contribuição já no mês de fevereiro de 1990. Assim, no mês seguinte ao transito em julgado da decisão do STF, a citada empresa ajuizou ação ordinária objetivando a repetição do indébito recolhido naquele primeiro mês de incidência. Nessa situação, o pedido de repetição de indébito não poderá ser acolhido, haja vista a consumação do respectivo prazo prescricional. ( ) Certo ( ) Errado 11 - Indique qual dos benefícios listados abaixo, de acordo com a legislação previdenciária, é reembolsado à empresa: (AFRFB – 2005) a) Auxílio-acidente. b) Aposentadoria por idade. c) Salário-família pago aos segurados a seu serviço. d) Aposentadoria por invalidez. e) Pensão por morte. 12 - Nos termos da legislação previdenciária, assinale qual benefício é reembolsado à empresa: (AFPS – 2002) a) salário-família pago aos segurados a seu serviço.

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b) auxílio-acidente. c) aposentadoria por idade. d) aposentadoria por invalidez. e) pensão por morte.

GABARITO 01. E 02. E 03. C 04. E 05. E 06. C 07. E 08. C 09. B 10. E 11. C 12. A

Exercícios Aula 05 (Prova de Inexistência de Débito; Crimes Contra a Seguridade Social; Benefícios (Parte Geral))

01 - Figura na legislação como obrigação da empresa - e a autoridade responsável por órgão do poder público, por órgão de registro público ou por instituição financeira em geral, no âmbito de suas atividades, exigirá dela, obrigatoriamente – a apresentação de Certidão Negativa de Débito ou de Certidão Positiva de Débito com Efeitos de Negativa, nas seguintes hipóteses: (AFRFB – 2005) a) na licitação, na contratação com o poder público e no recebimento de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício, que lhe forem concedidos. b) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele relativo. c) quando da averbação de obra de construção civil no Registro de Imóveis. d) no registro ou arquivamento, no órgão próprio, de ato relativo à baixa ou redução de capital de firma individual ou de empresário individual, redução de capital social, cisão total ou parcial, transformação ou extinção de entidade ou sociedade comercial ou civil e transferência de controle de cotas de sociedades de responsabilidade limitada. e) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel de valor superior ao estabelecido periodicamente mediante Portaria do MPS, incorporado ao ativo permanente da empresa. 02 - Nos termos da legislação previdenciária, assinale a opção na qual não é exigido da empresa a prova da inexistência de débito. (AFPS – 2002) a) Na licitação. b) Na contratação com o poder público. c) No recebimento de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício concedidos pelo poder público. d) Na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel de pequeno valor incorporado ao ativo permanente da empresa. e) Na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel. 03 - Considere a seguinte situação hipotética. (Adaptada) (AFPS – 2003)

Uma empresa foi autuada para pagamento da contribuição previdenciária em relação a diversas rubricas que, segundo a fiscalização, não foram

consideradas como salário-de-contribuição, entre elas o total das diárias pagas que excederam a 50% da remuneração mensal dos empregados. No dia 1°/8/2003, o contribuinte recebeu o AIOP e tomou conhecimento do término da ação fiscal. No mesmo mês, a empresa precisou do comprovante de inexistência de débito para participar de licitação, razão pela qual, no dia 29/8/2003, antes de terminar o prazo de defesa, apresentou impugnação, não contestando nem pagando os valores referentes às diárias excedentes. Nessa situação, o contribuinte, enquanto não for emitida a decisão da autoridade julgadora da primeira instância administrativa, terá direito à emissão do documento que comprove a inexistência do débito, pois o processo encontra-se pendente de decisão no contencioso administrativo. ( ) Certo ( ) Errado 04 - A concessão de crédito rural, em qualquer de suas modalidades, por meio de constituição de garantia em favor da instituição de crédito, pública ou privada, ao produtor rural pessoa física que comercialize sua produção diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física, sem a apresentação do documento comprobatório de inexistência de débito, constitui ato nulo para todos os efeitos, acarretando a responsabilidade solidária do contratante que deixou de cumprir a exigência. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 05 - Considere a seguinte situação hipotética. (Adaptada) (AFPS – 2001)

A SRFB ajuizou execução fiscal contra uma empresa, em face da inscrição, na dívida ativa, de débito oriundo do não-recolhimento de contribuições sociais a cargo da empresa. Citada, a empresa nomeou bens a penhora, desembaraçados e de valor suficiente à garantia do débito, o pondo, em seqüência, embargos a execução, vindo esta a ser suspensa. Enquanto tramitavam os embargos, a empresa teve a oportunidade de participar de licitação, para o que se exigiu a apresentação de certidões que demonstrassem a inexistência de débitos fiscais. A empresa apresentou à comissão de licitação as certidões exigidas, constatando, contudo, na certidão expedida pela SRFB, a existência do debito exeqüendo e que a respectiva execução estava garantida por penhora. Nessa situação, certificada a existência de debito, a empresa não poderá participar do ato para o qual é requerida a apresentação de certidão negativa. ( ) Certo ( ) Errado 06 - Caso se apurasse, em outubro de 2007, a existência de débitos relativos a contribuições de um estado da Federação para com a SRFB, então não poderia ser transferida ao referido ente federativo a sua parcela de recursos do Fundo de

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Participação dos Estados e do Distrito Federal (DF). (Adaptada) (AFPS – 2001) ( ) Certo ( ) Errado 07 - Considerando que o proprietário, pessoa física, de um terreno urbano pretendesse averbar na matricula do referido imóvel a construção de uma casa, então, diversamente do que ocorreria se o proprietário fosse pessoa jurídica, não lhe seria exigida certidão negativa de débitos previdenciários. (AFPS – 2001) ( ) Certo ( ) Errado 08 - Considere a seguinte situação hipotética. (AFPS – 2001)

Uma empresa vendeu um imóvel incorporado ao seu ativo permanente, que servia de sede a filial de Brasília - DF. Levada a escritura pública ao respectivo registro imobiliário, exigiu-se a apresentação de certidões negativas de débitos previdenciários da empresa, quando se constatou a existência de débitos relativo à contribuição social incidente sobre a folha de salários, devida pela filial da empresa sediada em Belo Horizonte - MG. Nessa situação, a existência de débito no âmbito da filial de Belo Horizonte - MG impedirá a consumação de registro da alienação do imóvel vinculado à filial de Brasília - DF. ( ) Certo ( ) Errado 09 - Ficará sujeito à seguinte conseqüência, aquele que pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social: (AFRFB – 2005) a) a responsabilidade da empresa ou pessoa física perante a Previdência Social e a responsabilidade administrativa do servidor que tiver efetuado o pagamento, se for o caso. b) a responsabilidade criminal por sonegação de contribuição previdenciária, além da responsabilidade civil e administrativa, se for o caso. c) ser imputado de crime cuja punibilidade se extingue se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, antes do início da ação fiscal. d) ser imputado de crime cuja punibilidade se extingue se o agente houver promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios. e) ser imputado de crime de menor potencial ofensivo se o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, for igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

10 - No contexto dos Crimes contra a Previdência Social, em particular das inovações advindas da Lei n. 9.983/2000, é correto afirmar: (AFRFB – 2005) a) O crime tipificado no art. 168-A do Código Penal não se consuma com o simples não-recolhimento das contribuições previdenciárias descontadas dos empregados no prazo legal. b) O crime previsto na alínea “d” do art. 95 da Lei n. 8.212/91 não foi revogado pelo art. 3º do referido diploma legal, que não tipifica a mesma conduta no art. 168-A do Código Penal. c) O elemento subjetivo da infração penal prevista no art. 168-A do Código Penal exige a demonstração do especial fim de agir ou o dolo específico de fraudar a Previdência. d) O art. 3º do referido diploma legal apenas transmudou a base legal da imputação do crime da alínea “d” do art. 95 da Lei n. 8.212/91 para o art. 168-A do Código Penal. e) A teor da dicção do art. 168-A do Código Penal, a penhora de bens é causa de extinção de punibilidade da infração penal. 11 - A respeito de crime, responsabilização civil, criminal e administrativa contra a previdência social, assinale a opção incorreta a respeito da(s) natureza(s) da conduta “Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional": (AFPS – 2002) a) infração administrativa. b) crime. c) crime tipificado no Código Penal brasileiro. d) crime tipificado na Lei 8.212/91. e) infração administrativa que acarreta sanção administrativa. 12 - A empresa que descumpre a legislação previdenciária, em especial o Regulamento da Previdência Social, pode sofrer, entre outras medidas restritivas, a interdição para o exercício do comércio, se for sociedade mercantil ou comerciante individual, bem como sua desqualificação para impetrar concordata. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 13 - A omissão dolosa do nome de qualquer segurado, bem como de seus dados pessoais, sua remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviço é tipo penal que pretende coibir, mediante a respectiva sanção criminal, a prática de ato que acarrete prejuízo para a previdência social, bem como aos segurados. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado 14 - O crime de sonegação de contribuição previdenciária, caracteriza-se, entre outras ações, pela supressão ou redução da contribuição social e qualquer acessório mediante a conduta de não efetuar o lançamento mensal em títulos próprios da contabilidade da empresa, das quantias descontadas dos segurados ou das devidas pelo

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empregador ou pelo tomador de serviços. A punibilidade será extinta caso o agente, espontaneamente, declare, confesse e pague as contribuições, importâncias ou valores, além de prestar as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (AFPS – 2003) ( ) Certo ( ) Errado

No que se refere às obrigações dos segurados e das empresas e às infrações a legislação previdenciária, julgue os itens a seguir. 15 - Considere a seguinte situação hipotética. (Adaptada) (AFPS – 2001)

Manoel, representante legal da empresa Celta, deixou de recolher as contribuições descontadas dos empregados no mês de novembro de 2000. Em sua ação fiscal, à qual não foi oposta nenhuma resistência, os agentes da RFB constataram a irregularidade, procedendo a autuação da empresa Celta. Ato contínuo - antes, portanto, do oferecimento da denuncia pelo Ministério Publico Federal -, Manoel encaminhou expediente à RFB por meio do qual reconhecia o acerto da ação fiscal, confessava a divida e comprovava o efetivo pagamento do debito, acrescido de multa, juros e demais consectários previstos na legislação. Nessa situação, estará extinta a punibilidade do crime cometido por Manoel. ( ) Certo ( ) Errado 16- Considere a seguinte situação hipotética. (AFPS – 2001)

No exercício de sua atividade funcional, Caio inseriu alteração não-autorizada no sistema de informações do INSS, elevando substancialmente o valor dos benefícios pagos a segurados previamente contactados por ele, para efeito de divisão do produto do crime. Todavia, o procedimento de Caio acionou os mecanismos de segurança do sistema, de modo que as alterações foram bloqueadas e o servidor que as introduzia foi identificado. Nessa situação não haverá crime, haja vista a impossibilidade de consumação do dano ao patrimônio publico. ( ) Certo ( ) Errado 17 - Considere a seguinte situação hipotética. (Adaptada) (AFPS – 2001)

Graco e Mévio eram detentores, em partes iguais, das quotas sociais da empresa Delta, numa sociedade de responsabilidade limitada, criada em novembro de 2000. Mévio, servidor publico federal, não participava da gestão da empresa, tendo-se definido, no respectivo

contrato social, que a gerencia da sociedade seria desempenhada por Graco ou por procurador por ele designado. Ocorreu, então, que, em uma ação fiscal, os agentes da RFB constataram que as anotações nas carteiras de trabalho e previdência social (CTPSs) dos empregados daquela empresa não eram verdadeiras. Os fiscais obtiveram provas de que eram anotados salários menores que os efetivamente pagos, o que acarretava recolhimentos menores, a título de contribuições sociais, por parte dos segurados e da empresa. Nessa situação, Mévio não responderá pelos crimes praticados no âmbito da empresa. Ademais, entre outras sanções, a empresa Delta poderá ficar sujeita a suspensão de empréstimos e financiamentos concedidos por instituições financeiras oficiais e a inabilitação para licitar e contratar com qualquer órgão ou entidade da administração publica federal. ( ) Certo ( ) Errado 18 - A Lei de Benefícios da Previdência Social (Lei n. 8.213/91), no art. 16, arrola como beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado, exceto. (AFRFB – 2005) a) o cônjuge. b) a companheira e o companheiro. c) os pais. d) o filho não emancipado, de qualquer condição, inválido ou menor de 21 (vinte e um) anos ou, se estudante, menor de 25 (vinte e cinco) anos. e) o irmão não emancipado, de qualquer condição, inválido ou menor de 21 (vinte e um) anos. 19 - A respeito dos segurados e seus dependentes e os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, assinale a afirmativa incorreta. ((Procurador TC/PA – 2008) a) Os benefícios do Regime Geral de Previdência Social são concedidos aos segurados e seus dependentes. A pensão por morte e o auxílio-reclusão são benefícios destinados exclusivamente aos dependentes do segurado. b) Os dependentes estão relacionados em três classes, conforme a legislação. A primeira classe comporta os dependentes preferenciais, que não necessitam comprovar dependência econômica, exceto o enteado do segurado ou o menor sob sua tutela e são equiparados aos filhos. c) Havendo dependentes de mais de uma classe, o valor da pensão por morte, ou do auxílio-reclusão, será rateado, em partes iguais, entre todo o conjunto de dependentes. d) A perda da qualidade de um dependente implica a reversão de sua parte em favor dos demais. Com a extinção da última cota, cessará a pensão por morte. e) A dependência econômica, bem como a invalidez do dependente, será comprovada à data do óbito do segurado. 20 - São dependentes do segurado do Regime Geral da Previdência Social: (Tec. Prev. – 2005)

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a) todos aqueles que dependam economicamente do segurado, sendo irrelevante o vínculo conjugal ou consangüíneo. b) todos aqueles indicados como dependentes, nos termos da legislação tributária do imposto de renda. c) as pessoas designadas pelo segurado para serem dependentes. d) cônjuge, companheiro (a), filho(a) não emancipado(a), de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido(a), pais, irmão(ã) não emancipado(a), de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido(a). e) cônjuge, companheiro (a), filho(a) não emancipado(a), de qualquer condição, menor de 18 (dezoito) anos ou inválido(a), pais, irmão(ã) não emancipado(a), de qualquer condição, menor de 18 (dezoito) anos ou inválido(a). 21 - Caio, segurado do Regime Geral da Previdência Social, divorciou-se de Dora, em julho de 1999, ficando ajustado que pagaria uma pensão alimentícia no valor de 20% do seu salário. Em janeiro de 2003, Caio casa-se com Ana e, fruto da relação, nasce Márvio. Com o falecimento de Caio em agosto de 2004, quem tem direito ao recebimento de pensão por morte, na qualidade de seu dependente? (Anal. Prev. – 2005) a) Ana, somente. b) Márvio, somente. c) Ana e Márvio, somente. d) Dora e Márvio, somente. e) Dora, Ana e Márvio. 22 - Caio, em maio de 2000, separou-se, judicialmente, de Maria. Na referida, separação, acordou-se, judicialmente, que Caio não iria pagar pensão alimentícia à ex-esposa e que só iria pagar tal encargo para Ana, filha do casal, 19 anos. Em agosto de 2002, Caio conhece Teresa, com a qual vem a morar e manter união estável. Em agosto de 2004, Caio falece. Quem tem direito à pensão por morte, na qualidade de dependente de Caio? (Tec. Prev. – 2005) a) Maria, Ana e Teresa. b) Maria e Ana. c) Ana e Teresa. d) Ana. e) Teresa. 23 - Considere a seguinte situação hipotética. (AFPS – 2001)

Jonas inscreveu sua companheira, Marta, como sua dependente, em 1990, após cinco anos de vida em comum, Jonas era casado com Vilma, de quem se separou de fato em 1983, não tendo providenciado, contudo, nem a separação judicial nem o divórcio. Vilma nunca recebeu pensão alimentícia de Jonas, mas sobrevindo o óbito deste, em 2000, ela se habilitou no

processo administrativo iniciado por Marta junto ao INSS, pretendendo que a respectiva pensão por morte fosse dividida entre ambas. Nessa situação, não havendo dependência econômica de Vilma em relação a Jonas previamente ao óbito, ela não terá direito a pensão. ( ) Certo ( ) Errado 24 - A inscrição do companheiro(a) do segurado no Regime Geral da Previdência Social será promovida, na qualidade de dependente, quando do requerimento do benefício a que tiver direito. Para a comprovação do vínculo e da dependência econômica do(a) companheiro(a), é suficiente a apresentação de: (Tec. Prev. – 2005) a) certidão de nascimento de filho havido em comum. b) prova testemunhal de que o segurado e o dependente mantêm ou mantiveram união estável. c) disposições testamentárias, prova de mesmo domicílio e conta bancária conjunta. d) declaração do(a) companheiro(a) de que viveu uma relação de companheirismo com o segurado, mesmo que esta tenha terminado anos antes do ato de inscrição. e) sentença homologatória em procedimento judicial de justificação que se presta a colher prova testemunhal, em juízo, da existência da união estável. 25 - Leia cada um dos assertos abaixo e assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a opção que contenha a exata seqüência. (Analista Tributário – 2005) ( ) O segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social, ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração, que deixar de contribuir perde automaticamente a qualidade de segurado, para fins de receber benefícios. ( ) O irmão não emancipado, menor de 21 anos, válido para o trabalho, alista-se entre os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependente do segurado. ( ) Se o cônjuge que se divorcia abre mão dos alimentos, processa-se o cancelamento da inscrição de dependente, para fins de benefícios previdenciários. a) V V V b) F F F c) F V V d) V V F e) F F V 26 - No Regime Geral da Previdência Social, é incorreto afirmar que, nas situações abaixo elencadas, mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: (AFRFB – 2005) a) Até 6 (seis) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso. b) Até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer

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atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração. c) Até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória. d) Até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço. e) Sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício. 27 - A respeito da manutenção e perda da qualidade de segurado, assinale a opção incorreta. (AFPS – 2002) a) Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições sem limite de prazo para quem está em gozo de benefício. b) Mantém a qualidade de segurado, até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social. c) Mantém a qualidade de segurado, até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que estiver licenciado sem remuneração. d) Mantém a qualidade de segurado, até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que estiver suspenso. e) Mantém a qualidade de segurado, até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória. 28 - Tício, marido de Martha, faleceu, em julho de 2004, desempregado. Havia trabalhado como empregado, durante 20 (vinte) anos, para a empresa “Carro dos Sonhos Ltda.”, tendo terminado o seu contrato de trabalho com a referida empresa em julho de 1999. Em agosto de 2004, Martha formulou requerimento administrativo de pensão por morte em uma Agência da Previdência Social e teve seu pedido indeferido. A correta justificativa para o indeferimento da pensão por morte nesse caso é: (Anal. Prev. – 2005) a) perda da qualidade de segurado do instituidor da pensão. b) ausência de inscrição de Martha como dependente designada por Tício, antes de seu falecimento. c) o fato de que Martha não comprovou a sua dependência econômica de Tício, requisito este indispensável para a qualificação de cônjuge como dependente. d) o fato de Martha não ser segurada do Regime Geral da Previdência Social. e) o fato de o período de carência fixado por lei para a concessão de pensão por morte não ter sido cumprido. 29 - Considere a seguinte situação hipotética. (AFPS – 2001)

Vitima da recessão por que passou o país, Jose foi demitido da empresa onde trabalhava há quinze anos, período no qual esteve regularmente filiado ao regime geral de previdência social. Jose passou três anos desempregado - situação esta devidamente

comprovada -, razão pela qual também não efetuou nenhuma contribuição para a previdência social. Nessa situação, José não perdera sua condição de segurado do regime geral da previdência social no período referido, podendo, inclusive, fruir o beneficio do auxílio-doença. ( ) Certo ( ) Errado 30 - Caso um individuo completasse, em 1998, todos os requisitos definidos na legislação vigente para fruir o beneficio da aposentadoria por tempo de serviço, então poderia obter a concessão do beneficio em 2001, ainda que tivesse perdido a qualidade de segurado em 1999. (AFPS – 2001) ( ) Certo ( ) Errado 31 - A respeito dos períodos de carência, assinale qual dos benefícios abaixo necessita de período de carência: (AFPS – 2002) a) Pensão por morte. b) Auxílio-reclusão. c) Salário-família. d) Auxílio-acidente. e) Auxílio-doença. 32 - Com relação às espécies de prestações e aos períodos de carência correspondentes, assinale a opção incorreta. (AFPS – 2002) a) Aposentadoria por invalidez oriunda de doença profissional – doze contribuições. b) Auxílio-doença– doze contribuições. c) Salário-família – zero contribuições. d) Auxílio-funeral – zero contribuições. e) Pensão por morte – zero contribuições. 33 - 12 (doze) contribuições mensais, 180 (cento e oitenta) contribuições mensais e nenhuma contribuição são os períodos de carência, respectivamente, do seguintes benefícios previdenciários: (Tec. Prev. – 2005) a) auxílio-doença, aposentadoria por idade e pensão por morte. b) auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e pensão por morte. c) auxílio-acidente, pensão por morte e serviço social. d) auxílio-acidente, aposentadoria por idade e pensão por morte e) aposentadoria por invalidez, aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria por idade. 34 - Período de carência é o número de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício. O dia de início da contagem do período de carência é o(a): (Tec. Prev. – 2005) a) primeiro dia do mês de filiação ao Regime Geral de Previdência Social, para o segurado empregado doméstico.

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b) primeiro dia do mês de filiação ao Regime Geral de Previdência Social, para todos os segurados, obrigatórios ou facultativos. c) primeiro dia do mês em que se iniciou a execução de atividade remunerada, como segurado empregado, sendo presumida a contribuição. d) data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso, para trabalhador avulso. e) data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso, para todos os segurados, obrigatórios ou facultativos. 35 - Com relação ao acidente do trabalho, assinale a afirmativa incorreta. (Procurador TC/PA – 2008) a) Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. b) A doença do trabalho e a doença profissional, produzidas ou desencadeadas pelo exercício do trabalho, peculiares a determinadas atividades ou em função das condições especiais em que o trabalho é desenvolvido, também são consideradas como acidente do trabalho. c) É equiparado a acidente do trabalho o sofrido no percurso da residência para o local ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção. d) Os acidentes ocorridos fora do local de trabalho, exceto os de trajeto, ainda que a serviço da empresa, não se equiparam a acidente do trabalho. e) A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador, constituindo contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. 36 - A respeito do cálculo do valor do benefício previdenciário, assinale a afirmativa incorreta. (Tec. Prev. – 2005) a) Atualmente, o salário-de-benefício da aposentadoria por idade consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, multiplicado pelo fator previdenciário. b) Atualmente, o salário-de-benefício da aposentadoria por tempo de contribuição consiste na média dos 36 (trinta e seis) últimos salários-de-contribuição, corrigidos monetariamente mês a mês. c) O auxílio-doença tem como base de cálculo o salário-de-benefício do segurado. d) Atualmente, o salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo. e) O fator previdenciário será calculado considerando-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado. 37 - A renda inicial do beneficio de aposentadoria por tempo de contribuição de um empregado doméstico é calculada com base no salário-de-

contribuição, o qual consiste na média aritmética simples de um certo número de salários-de-benefício, todos devidamente atualizados monetariamente. (AFPS – 2001) ( ) Certo ( ) Errado 38 - A que percentual do salário-de-benefício correspondem, respectivamente, as rendas mensais iniciais do auxílio-doença, do auxílio-acidente e da aposentadoria por invalidez? (Anal. Prev. – 2005) a) 100%, 91% e 50%. b) 91%, 100% e 70%. c) 91%, 50% e 100%. d) 91%, 50% e 70%. e) 50%, 91% e 100%. 39 - O artigo 201, parágrafo 3o da Constituição Federal de 1988 assim dispõe: “É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei”. Tal dispositivo disciplina a manutenção do valor real dos benefícios previdenciários, que consiste em: (Tec. Prev. – 2005) a) assegurar reajustamento de modo que a renda mensal seja equivalente ao número de salários mínimos da renda mensal inicial, na data de início do benefício. b) reajustar o benefício de acordo com a variação inflacionária, de modo a evitar diminuição injusta do seu poder de compra, variação esta que será fixada em lei. c) corrigir, monetariamente, todos os salários-de-contribuição considerados no cálculo do benefício. d) adotar critérios de reajustamento dos benefícios previdenciários fixados anualmente pelo Poder Judiciário. e) aplicar o mesmo índice de reajustamento vigente na data de início do benefício a todo o período de reajuste, durante a existência do benefício. 40 - Considerando que um segurado se aposentasse por invalidez com beneficio equivalente a R$ 480,00, sendo de R$ 80,00, à época, o valor do salário mínimo, então, sendo elevado para R$ 180,00 o valor desse salário mínimo, o beneficio previdenciário no poderá ser inferior a R$ 1.080,00. (AFPS – 2001) ( ) Certo ( ) Errado 41 - Quanto à concessão de benefícios, assinale a afirmativa incorreta. (Procurador TCM/RJ – 2005) a) Todos os benefícios da Previdência Social são concedidos sempre que implementados dois requisitos: a carência e a situação geradora do benefício, também chamada de risco social. Assim, por exemplo, tratando-se de aposentadoria por idade, o segurado deve ter, no mínimo, sessenta e cinco anos ou, sendo do sexo feminino, sessenta anos de idade, com carência de cento e oitenta contribuições.

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b) O salário de benefício consiste na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo. No caso da aposentadoria por tempo de contribuição, a média apurada será multiplicada pelo fator previdenciário, compulsoriamente. c) Uma vez calculado o salário de benefício, aplica-se o percentual correspondente à renda mensal, que varia conforme o benefício requerido. A renda mensal do benefício de prestação continuada que substituir o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado não poderá ser inferior ao salário-mínimo nem superior ao limite máximo, salvo direito adquirido. d) O salário-maternidade da segurada empregada é benefício que não se sujeita à apuração do salário de benefício nem ao limite máximo dos benefícios. Sua renda mensal consiste num valor igual à sua remuneração. e) Fator previdenciário é um índice multiplicador do salário de benefício, que leva em consideração, no seu cálculo, a idade do segurado, o tempo de contribuição, a expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria, conforme tabelas construídas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Dessa forma, quanto mais tempo o segurado presumivelmente receberá aposentadoria, menor será a renda mensal do seu benefício.

GABARITO 01. * 02. D 03. E 04. E 05. E 06. C 07. E 08. C 09. C 10. D 11. E 12. C 13. C 14. * 15. E 16. E 17. C 18. D 19. C 20. D 21. E 22. E 23. C 24. C 25. C 26. A 27. * 28. A 29. C 30. C 31. E 32. A 33. A 34. C 35. D 36. B 37. E 38. C 39. B 40. E 41. A

* Questões anuladas.

Exercícios Aula 06

Benefícios (Parte Específica)

01 - A seguinte prestação (benefício) somente é concedida aos dependentes, não ao segurado: (Analista Tributário – 2005) a) salário-família b) auxílio-reclusão c) salário-maternidade d) auxílio-acidente e) aposentadoria por invalidez 02 - É falso afirmar que, quanto ao segurado e ao dependente, o Regime Geral da Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente de trabalho, expressas em benefícios e serviços, exceto. (AFRFB – 2005) a) a pensão por morte.

b) o auxílio-doença. c) o salário-família. d) a reabilitação profissional. e) o salário-maternidade. 03 - Com relação às espécies de prestações e aos beneficiários correspondentes, assinale a opção incorreta. (AFPS – 2002) a) Aposentadoria por invalidez – segurado. b) Pensão por morte – dependente. c) Salário-família – segurado. d) Auxílio-acidente – dependente. e) Auxílio-doença – segurado. 04 - Com relação à aposentadoria por invalidez, prevista na Lei 8.213/91, é incorreto afirmar: (AFRFB – 2005) a) A aposentadoria por invalidez não será concedida ao trabalhador avulso. b) A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência. c) A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz. d) A aposentadoria por invalidez, inclusive a decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 100% (cem por cento) do saláriode-benefício. e) A aposentadoria por invalidez será concedida ao trabalhador doméstico. 05 - Com relação à aposentadoria por invalidez e suas características, assinale a opção incorreta. (AFPS – 2002) a) Benefício de renda mensal. b) Exige, em regra, carência. c) Extinção do benefício com o retorno voluntário à atividade. d) Pode ser acumulado com auxílio-doença. e) Alíquota de 100% do salário-de-benefício.

Em cada um dos itens que se seguem,

apresenta-se uma situação hipotética relacionada à aposentadoria por invalidez, seguida de uma assertiva a ser julgada. 06 - Daniel, aposentado por invalidez, retornou à sua atividade laboral voluntariamente. Nessa situação, o benefício da aposentadoria por invalidez será cassado a partir da data desse retorno. (Tec. Prev. INSS – 2008)

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( ) Certo ( ) Errado 07 - Rui sofreu grave acidente que o deixou incapaz para o trabalho, não havendo qualquer condição de reabilitação, conforme exame médico pericial realizado pela previdência social. Nessa situação, Rui não poderá receber imediatamente o benefício de aposentadoria por invalidez, pois esta somente lhe será concedida após o período de doze meses relativo ao auxílio-doença que Rui já esteja recebendo. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 08 - Tomé já havia contribuído para a previdência social durante 28 anos quando foi acometido de uma doença profissional que determinou sua aposentadoria por invalidez, após ter recebido o auxílio-doença por quatro anos. Nessa situação, depois de receber por três anos a aposentadoria por invalidez, Tomé poderá requerer a conversão do beneficio em aposentadoria por tempo de contribuição. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 09 - José perdeu a mão direita em grave acidente ocorrido na fábrica em que trabalhava, e, por isso, foi aposentado por invalidez. Nessa situação, José não tem o direito de receber o adicional de 25% pago aos segurados que necessitam de assistência permanente, já que ele pode cuidar de si apenas com uma das mãos. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 10 - Moacir, aposentado por invalidez pelo regime geral de previdência social, recusa-se a submeter-se a tratamento cirúrgico por meio do qual poderá recuperar sua capacidade laborativa. Nessa situação, devido à recusa, Moacir terá seu benefício cancelado imediatamente. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 11 - Considerando que, após vinte anos consecutivos de contribuição para o regime geral de previdência social, uma segurada tivesse completado sessenta anos de idade, àquela altura com salário-de-benefício equivalente a R$ 800,00, então, se pretendesse aposentar-se por idade, o valor do respectivo benefício corresponderia a R$ 720,00. (AFPS – 2001) ( ) Certo ( ) Errado

Em cada um dos itens subseqüentes, é apresentada uma situação hipotética a respeito da aposentadoria por tempo de contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.

12 - Renato era servidor municipal vinculado a regime próprio de previdência social havia 16 anos, quando resolveu trabalhar na iniciativa privada, em 1999. Nessa situação, o tempo de serviço prestado por Renato em outro regime é contado como tempo de contribuição, desde que haja a devida comprovação, certificada pelo ente público instituidor do regime próprio. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 13 - Durval, inscrito na previdência social na qualidade de contribuinte individual, trabalha por conta própria, recolhendo 11% do valor mínimo mensal do salário de contribuição. Nessa situação, para Durval fazer jus ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, deverá recolher mais 9% daquele valor, acrescidos de juros. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 14 - Leonardo, segurado empregado, trabalhou em uma empresa cujo prédio foi destruído por um incêndio na década de 80 do século XX, situação evidenciada por meio de registro junto à autoridade policial que acompanhou os fatos. Nessa situação, Leonardo poderá comprovar, com auxílio de testemunhas, o tempo trabalhado na empresa cujo prédio foi destruído, averbando esse período em pedido de aposentadoria por tempo de contribuição. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 15 - Firmino foi professor do ensino fundamental durante vinte anos e trabalhou mais doze anos como gerente financeiro em uma empresa de exportação. Nessa situação, excluindo-se as regras de transição, Firmino pode requerer o benefício integral de aposentadoria por tempo de contribuição, haja vista a possibilidade de computar o tempo em sala de aula em quantidade superior ao efetivamente trabalhado, dada a natureza especial da prestação de serviço. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado

Em cada um dos itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética acerca da aposentadoria especial, seguida de uma assertiva a ser julgada. 16 - Leandro, segurado da previdência social, recebe adicional de periculosidade da empresa em que trabalha. Nessa situação, a condição de Leandro é suficiente para que ele esteja habilitado ao recebimento de aposentadoria especial, cujo

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tempo de contribuição é mitigado. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 17 - João trabalha, há dez anos, exposto, de forma não-ocasional nem intermitente, a agentes químicos nocivos. Nessa situação, João terá direito a requerer, no futuro, aposentadoria especial, sendo-lhe possível, a fim de completar a carência, converter tempo comum trabalhado anteriormente, isto é, tempo em que não esteve exposto aos agentes nocivos, em tempo de contribuição para a aposentadoria do tipo especial. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 18 - Getúlio julga-se na condição de requerer aposentadoria especial. Nessa situação, ele deverá instruir seu pedido com o perfil profissiográfico previdenciário, documento emitido pela empresa em que trabalha e embasado no laudo técnico das condições ambientais do trabalho que comprove as condições para habilitação de benefícios previdenciários especiais. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 19- Assinale a opção correta, no tocante ao auxílio-doença. (AFRFB – 2005) a) Será concedido ao segurado, independentemente de carência. b) Será concedido ao segurado quando ficar constatada a sua incapacidade para o seu trabalho ou para sua atividade habitual por período de até 15 (quinze) dias consecutivos. c) Será concedido ao segurado quando ficar constatada a sua incapacidade para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. d) Será concedido ao segurado quando ficar constatada a sua incapacidade para o seu trabalho ou para sua atividade habitual por período inferior a 15 (quinze) dias consecutivos. e) Será concedido ao segurado quando ficar constatada a sua incapacidade parcial para o trabalho ou para sua atividade habitual por período de até 15 (quinze) dias consecutivos. 20 - De acordo com a Lei n. 8.213/91, na parte relativa ao auxílio-doença, indique qual das opções está incorreta: (AFRFB – 2005) a) é um benefício de caráter continuado. b) é devido ao segurado. c) a sua extinção ocorre diante da recuperação da capacidade para o trabalho. d) em regra, possui prazo de carência para a sua concessão. e) é concedido diante da incapacidade permanente para o trabalho.

Com relação ao auxílio-doença, julgue os próximos itens. 21 - Uma segurada empregada que tenha ficado afastada do serviço durante dezoito meses em virtude de um acidente de trabalho não pode ser demitida durante os primeiros doze meses após seu retorno às atividades laborais. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 22 - Uma segurada da previdência que esteja recebendo auxílio-doença é obrigada a submeter-se a exame pelo médico perito da previdência social e a realizar o processo de reabilitação profissional para desenvolver novas competências. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 23 - Uma segurada contribuinte individual que tenha sofrido algum acidente que tenha determinado sua incapacidade temporária para a atividade laboral tem direito a receber auxílio-doença, cujo termo inicial deve corresponder à data do início da incapacidade, desde que o requerimento seja apresentado junto à previdência antes de se esgotar o prazo de 30 dias. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 24 - Um segurado empregado do regime geral que tenha sofrido acidente no trajeto de sua casa para o trabalho tem direito ao recebimento do auxílio-doença pela previdência social a partir do primeiro dia de afastamento do trabalho. (Tec. Prev. INSS – 2008)

Julgue a assertiva que se segue a cada uma das situações hipotéticas referentes ao salário-família apresentadas em cada um dos itens subseqüentes. 25 - Rubens e sua esposa Amélia têm, juntos, dois filhos, trabalham e são segurados do regime geral da previdência social, além de serem considerados trabalhadores de baixa renda. Nessa situação, o salário-família somente será pago a um dos cônjuges. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 26 - Dalila, que é empregada doméstica e segurada do regime geral da previdência social, tem três filhos, mas não recebe salário-família. Nessa situação, apesar de ser considerada trabalhadora de baixa renda, Dalila não tem o direito de receber esse benefício. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 27 - Carmen é segurada do regime geral da previdência social e está em gozo de auxílio-doença. Nessa situação, Carmen também tem direito de

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receber o salário-família pago diretamente pela previdência social. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado

Em cada um dos itens seguintes, é apresentada uma situação hipotética acerca do salário-maternidade, seguida de uma assertiva a ser julgada. 28 - Helena, grávida de nove meses de seu primeiro filho, trabalha em duas empresas de telemarketing. Nessa situação, Helena terá direito ao salário-maternidade em relação a cada uma das empresas, mesmo que a soma desses valores seja superior ao teto dos benefícios da previdência social. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 29 - Há oito meses, Edna, profissional liberal, fez sua inscrição na previdência social, na qualidade de contribuinte individual, passando a recolher regularmente as suas contribuições mensais. Dois meses depois da inscrição, descobriu que estava grávida de 1 mês, vindo seu filho a nascer, prematuramente, com sete meses. Nessa situação, não há nada que impeça Edna de receber o salário-maternidade, pois a carência do benefício será reduzida na quantidade de meses em que o parto foi antecipado. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 30 - Cláudia está grávida e exerce atividade rural, sendo segurada especial da previdência. Nessa situação, ela tem direito ao salário-maternidade desde que comprove o exercício da atividade rural nos últimos dez meses imediatamente anteriores à data do parto ou do requerimento do benefício, quando solicitado antes do parto, mesmo que a atividade tenha sido realizada de forma descontínua. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 31 - Adriana, segurada da previdência, adotou Paula, uma menina de 9 anos de idade. Nessa situação, Adriana não tem direito ao salário-maternidade. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 32 - Rute, professora em uma escola particular, impossibilitada de ter filhos, adotou gêmeas recém-nascidas cuja mãe falecera logo após o parto e que não tinham parentes que pudessem cuidar delas. Nessa situação, Rute terá direito a dois salários-maternidade. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 33 - Com relação ao auxílio-acidente e suas características, assinale a opção incorreta. (AFPS – 2002)

a) Benefício instantâneo. b) Devido ao segurado. c) Caráter indenizatório. d) Vinculado a seqüelas consolidadas. e) Extinção do benefício pelo óbito do segurado.

Em cada um dos próximos itens, é apresentada uma situação hipotética a respeito do auxílio-acidente, seguida de uma assertiva a ser julgada. 34 - Tomás, segurado empregado do regime geral da previdência social, teve sua capacidade laborativa reduzida por seqüelas decorrentes de grave acidente. Nessa situação, se não tiver cumprido a carência de doze meses, Tomás não poderá receber o auxílio-acidente. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 35 - Marcela, empregada doméstica, após ter sofrido grave acidente enquanto limpava a vidraça da casa de sua patroa, recebeu auxílio-doença por três meses. Depois desse período, foi comprovadamente constatada a redução de sua capacidade laborativa. Nessa situação, Marcela terá direito ao auxílio-acidente correspondente a 50% do valor que recebia a título de auxílio-doença. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado

Em cada um dos itens seguintes, é apresentada uma situação hipotética relacionada à pensão por morte, seguida de uma assertiva a ser julgada. 36 - José tem 20 anos de idade e recebe a pensão decorrente do falecimento de seu pai, Silas, de quem é filho único. Nessa situação, quando José completar a idade de 21 anos, o benefício será extinto, haja vista a inexistência de outros dependentes da mesma classe. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 37 - Alexandre, caminhoneiro, sempre trabalhou por conta própria e jamais se inscreveu no regime geral da previdência social. Após sofrer um grave acidente, resolveu filiar-se à previdência. Seis meses depois, sofreu novo acidente e veio a falecer, deixando esposa e três filhos. Nessa situação, os filhos e a esposa de Alexandre não receberão a pensão por morte pelo fato de não ter sido cumprida a carência de doze meses. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado

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38 - Conforme estabelece o art. 80, da Lei n. 8.213/91, é correto afirmar com relação ao auxílio-reclusão: (AFRFB – 2005) a) Será concedido aos dependentes do segurado que estiver preso preventivamente. b) Será concedido aos dependentes do segurado que estiver respondendo a processo criminal, independentemente de recolhimento à prisão. c) Será concedido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não tiver remuneração. d) Será concedido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, ainda que receba benefício de aposentadoria. e) Será concedido aos dependentes do segurado recolhido ou não à prisão, mas que esteja condenado e não receba qualquer remuneração. Em cada um dos itens seguintes, é apresentada uma situação hipotética acerca do auxílio-reclusão, seguida de uma assertiva a ser julgada. 39 - Hugo, segurado do regime geral de previdência há menos de 10 anos, desempregado há seis meses, envolveu-se em atividades ilícitas, o que determinou sua prisão em flagrante. Nessa condição, caso Hugo seja casado, sua esposa faz jus ao auxílio-reclusão junto à previdência social. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 40 - Fabiano, segurado do regime geral de previdência, encontra-se preso e participa de atividades laborais na prisão, fato que lhe permite manter suas contribuições para a previdência social na qualidade de contribuinte individual. Sua esposa, Catarina, recebe auxílio-reclusão, por serem, Fabiano e ela, considerados, respectivamente, segurado e dependente de baixa renda. Nessa situação, enquanto Catarina receber o auxílio-reclusão, Fabiano não terá direito a nenhum tipo de aposentadoria nem a auxílio-doença. (Tec. Prev. INSS – 2008) ( ) Certo ( ) Errado 41 - Com relação à reabilitação profissional e suas características, assinale a opção incorreta. (AFPS – 2002) a) Desenvolve capacidades residuais das pessoas incapacitadas. b) É um benefício temporário. c) Busca integração no mercado de trabalho. d) Exige trabalho integrado de profissionais de diferentes áreas. e) Permite readaptação profissional. 42 - O abono anual é devido ao segurado da previdência social - ou, quando for o caso, ao dependente - que, durante o ano, recebeu auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria, pensão por morte ou auxílio reclusão. Considerando que o valor de um desses benefícios correspondesse, no mês de dezembro de 2000, a R$ 460,00, então o beneficiário teria direito ao pagamento do abono

nesse mesmo montante, independentemente do mês em que o pagamento do beneficio houvesse iniciado. (AFPS – 2001) ( ) Certo ( ) Errado 43 - Assinale o único benefício cuja percepção não enseja o pagamento do abono anual. (Tec. Prev. INSS – 2005) a) Auxílio-doença. b) Auxílio-acidente. c) Auxílio-reclusão. d) Salário-maternidade. e) Salário-família.

GABARITO 01. B 02. D 03. D 04. A 05. D 06. C 07. E 08. C 09. C 10. E 11. C 12. C 13. C 14. C 15. E 16. E 17. E 18. C 19. C 20. E 21. E 22. C 23. C 24. E 25. E 26. C 27. * 28. C 29. C 30. C 31. C 32. E 33. A 34. E 35. E 36. C 37. E 38. C 39. E 40. C 41. B 42. E 43. E

* Questão anulada.

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Prova INSS Técnico Previdenciário - 2008

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Em cada um dos itens subseqüentes, é

apresentada uma situação hipotética acerca da identificação dos segurados da previdência social, seguida de uma assertiva a ser julgada. 01 - Miguel, civil, brasileiro nato que mora há muito tempo na Suíça, foi contratado em Genebra para trabalhar na Organização Mundial de Saúde. Seu objetivo é trabalhar nessa entidade por alguns anos e retornar ao Brasil, razão pela qual optou por não se filiar ao regime próprio daquela organização. Nessa situação, Miguel é segurado obrigatório da previdência social brasileira na qualidade de contribuinte individual. ( ) Certo ( ) Errado 02 - Claudionor tem uma pequena lavoura de feijão em seu sítio e exerce sua atividade rural apenas com o auxílio da família. Dos seus filhos, somente Aparecida trabalha fora do sítio. Embora ajude diariamente na manutenção da plantação, Aparecida também exerce atividade remunerada no grupo escolar próximo à propriedade da família. Nessa situação, Claudionor e toda a sua família são segurados especiais da previdência social. ( ) Certo ( ) Errado 03 - Nelson ocupa cargo em comissão, de livre nomeação e exoneração, na Secretaria de Saúde de uma prefeitura que instituiu regime próprio de previdência social. Nessa condição, apesar de trabalhar em município com regime próprio de previdência, Nelson é segurado empregado do regime geral. ( ) Certo ( ) Errado 04 - Beatriz trabalha, em Brasília, na sucursal da Organização das Nações Unidas e não tem vinculação com regime deprevidência estrangeiro. Nessa situação, Beatriz é segurada da previdência social brasileira na condição de contribuinte individual. ( ) Certo ( ) Errado 05 - Otávio, contador, é aposentado por regime próprio de previdência social e começou a prestar serviços de contabilidade em sua residência. Dada a qualidade de seus serviços, logo foi contratado para dar expediente em uma grande empresa da cidade. Nessa situação, Otávio não é segurado do regime geral, tanto por ter pertencido a um regime próprio, quanto por ser aposentado.

Ainda em relação à identificação dos segurados da previdência social, julgue os itens a seguir. ( ) Certo ( ) Errado 06 - Um síndico de condomínio que resida no condomínio que administra e receba remuneração por essa atividade é segurado da previdência social na qualidade de empregado. ( ) Certo ( ) Errado 07 - Um cidadão belga que seja domiciliado e contratado no Brasil por empresa nacional para trabalhar como engenheiro na construção de uma rodovia em Moçambique é segurado da previdência social brasileira na qualidade de empregado. ( ) Certo ( ) Errado 08 - Um adolescente de 14 anos de idade, menor aprendiz, contratado de acordo com a Lei n.o 10.097/2000, apesar de ter menos de 16 anos de idade, que é o piso para inscrição na previdência social, é segurado empregado do regime geral. ( ) Certo ( ) Errado 09 - Um tabelião que seja titular do cartório de registro de imóveis em determinado município é vinculado ao respectivo regime de previdência estadual, pois a atividade que exerce é controlada pelo Poder Judiciário. ( ) Certo ( ) Errado 10 - Para a previdência social, uma pessoa que administra a construção de uma casa, contratando pedreiros e auxiliares para edificação da obra, é considerada contribuinte individual. ( ) Certo ( ) Errado

Acerca de princípios da seguridade social, julgue os itens a seguir. 11 - Pelo fato de serem concedidos independentemente de contribuição, os benefícios e serviços prestados na área de assistência social prescindem da respectiva fonte de custeio prévio. ( ) Certo ( ) Errado 12 - De acordo com recentes alterações constitucionais, as contribuições sociais que financiam a seguridade social somente poderão ser exigidas depois de decorridos noventa dias da publicação da lei que as houver instituído ou modificado. Essas alterações também acrescentaram, no que concerne a esse assunto, a exigência da anterioridade do exercício financeiro. ( ) Certo ( ) Errado

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Em cada um dos itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. 13 - Célia, professora de uma universidade, eventualmente, presta serviços de consultoria na área de educação. Por isso, Célia é segurada empregada pela atividade de docência e contribuinte individual quando presta consultoria. Nessa situação, Célia tem uma filiação para cada atividade. ( ) Certo ( ) Errado 14 - Fernanda foi casada com Lucas, ambos segurados da previdência social. Há muito tempo separados, resolveram formalizar o divórcio e, pelo fato de ambos trabalharem, não foi necessária a prestação de alimentos entre eles. Nessa situação, Fernanda e Lucas, após o divórcio, deixarão de ser dependentes um do outro junto à previdência social. ( ) Certo ( ) Errado 15 - Osvaldo cumpriu pena de reclusão devido à prática de crime de fraude contra a empresa em que trabalhava. No período em que esteve na empresa, Osvaldo era segurado da previdência social. Nessa situação, Osvaldo tem direito de continuar como segurado da previdência social por até dezoito meses após o seu livramento. ( ) Certo ( ) Errado 16 - Alzira, estudante, filiou-se facultativamente ao regime geral de previdência social, passando a contribuir regularmente. Em razão de dificuldades financeiras, Alzira deixou de efetuar esse recolhimento por oito meses. Nessa situação, Alzira não deixou de ser segurada, uma vez que a condição de segurado permanece por até doze meses após a cessação das contribuições. ( ) Certo ( ) Errado 17 - Ronaldo, afastado de suas atividades laborais, tem recebido auxílio doença. Nessa situação, a condição de segurado de Ronaldo será mantida sem limite de prazo, enquanto estiver no gozo do benefício, independentemente de contribuição para a previdência social.

Em cada um dos itens seguintes, apresenta-se uma situação hipotética referente à aplicação do conceito de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada. 18 - Maria, segurada empregada da previdência social, encontra-se afastada de suas atividades profissionais devido ao nascimento de seu filho, mas recebe salário-maternidade. Nessa situação, apesar de ser um benefício previdenciário, o salário-

maternidade que Maria recebe é considerado salário-de-contribuição para efeito de incidência. ( ) Certo ( ) Errado 19 - Mateus trabalha em uma empresa de informática e recebe o vale-transporte junto às demais rubricas que compõem sua remuneração, que é devidamente depositada em sua conta bancária. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre os valores recebidos por Mateus a título de vale-transporte. ( ) Certo ( ) Errado 20 - Luís é vendedor em uma grande empresa que comercializa eletrodomésticos. A título de incentivo, essa empresa oferece aos empregados do setor de vendas um plano de previdência privada. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos, pela empresa, a título de contribuição para a previdência privada, a Luís. ( ) Certo ( ) Errado 21 - Tendo sido demitido sem justa causa da empresa em que trabalhava, Vagner recebeu o aviso prévio indenizado, entre outras rubricas. Nessa situação, não incide contribuição previdenciária sobre o valor da indenização paga, pela empresa, a Vagner. ( ) Certo ( ) Errado 22 - Claudionor recebe da empresa onde trabalha alguns valores a título de décimo-terceiro salário. Nessa situação, os valores recebidos por Claudionor não são considerados para efeito do cálculo do salário-benefício, integrando-se apenas o cálculo do salário-de-contribuição. ( ) Certo ( ) Errado 23 - A empresa em que Maurício trabalha paga a ele, a cada mês, um valor referente à participação nos lucros, que é apurado mensalmente. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre o valor recebido mensalmente por Maurício a título de participação nos lucros. ( ) Certo ( ) Errado 24 - Rodrigo trabalha na gerência comercial de uma grande rede de supermercados e visita regularmente cada uma das lojas da rede. Para atendimento a necessidades do trabalho que faz durante as viagens, Rodrigo recebe diárias que excedem, todos os meses, 50% de sua remuneração normal. Nessa situação, não incide contribuição previdenciária sobre os valores recebidos por Rodrigo a título dessas diárias. ( ) Certo ( ) Errado

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Com relação a período de carência, julgue os itens a seguir. 25 - Uma profissional liberal que seja segurada contribuinte individual da previdência social há três meses e esteja grávida de seis meses terá direito ao salário-maternidade, caso recolha antecipadamente as sete contribuições que faltam para completar a carência. ( ) Certo ( ) Errado 26 - Uma segurada empregada do regime de previdência social que tenha conseguido seu primeiro emprego e, logo na primeira semana, sofra um grave acidente que determine seu afastamento do trabalho por quatro meses não terá direito ao auxílio-doença pelo fato de não ter cumprido a carência de doze contribuições. ( ) Certo ( ) Errado 27- Se uma empregada doméstica estiver devidamente inscrita na previdência social, será considerado, para efeito do início da contagem do período de carência dessa segurada, o dia em que sua carteira de trabalho tenha sido assinada. ( ) Certo ( ) Errado

É apresentada, em cada um dos itens que se seguem, uma situação hipotética relacionada a dependentes e a período de carência, seguida de uma assertiva a ser julgada. 28 - Célio, segurado empregado da previdência social, tem um filho, com 28 anos de idade, que sofre de doença degenerativa em estágio avançado, sendo, portanto, inválido. Nessa condição, o filho de Célio é considerado seu dependente, mesmo tendo idade superior a dezoito anos. ( ) Certo ( ) Errado 29 - Paulo é, de forma comprovada, dependente economicamente de seu filho, Juliano, que, em viagem a trabalho, sofreu um acidente e veio a falecer. Juliano à época do acidente era casado com Raquel. Nessa situação, Paulo e Raquel poderão requerer o benefício de pensão por morte, que deverá ser rateado entre ambos. ( ) Certo ( ) Errado 30 - César, segurado da previdência social, vive com seus pais e com seu irmão, Getúlio, de 15 anos idade. Nessa situação, o falecimento de César somente determina o pagamento de benefícios previdenciários a seus pais e a seu irmão se estes comprovarem dependência econômica com relação a César. ( ) Certo ( ) Errado

31 - Edson é menor de idade sob guarda de Coutinho, segurado da previdência social. Nessa situação, Coutinho não pode requerer o pagamento do salário-família em relação a Edson, já que este não é seu dependente. ( ) Certo ( ) Errado 32 - Gilmar, inválido, e Solange são comprovadamente dependentes econômicos do filho Gilberto, segurado da previdência social, que, por sua vez, tem um filho. Nessa situação, Gilmar e Solange concorrem em igualdade de condições com o filho de Gilberto para efeito de recebimento eventual de benefícios. ( ) Certo ( ) Errado 33 - Roberto, produtor rural, é segurado especial e não faz recolhimento para a previdência social como contribuinte individual. Nessa situação, para recebimento dos benefícios a que Roberto tem direito, não é necessário o recolhimento para a contagem dos prazos de carência, sendo suficiente a comprovação da atividade rural por igual período. ( ) Certo ( ) Errado 34 - Como ficou desempregado por mais de quatro anos, Mauro perdeu a qualidade de segurado. Recentemente, conseguiu emprego em um supermercado, mas ficou impossibilitado de receber o salário-família pelo fato de não poder contar com as contribuições anteriores para efeito de contagem do tempo de carência, que, para este benefício, é de doze meses. Nessa situação, Mauro poderá contar o prazo anterior à perda da qualidade de segurado depois de contribuir por quatro meses no novo emprego, prazo exigido pela legislação. ( ) Certo ( ) Errado

Julgue a assertiva que se segue a cada uma das situações hipotéticas referentes ao salário-família apresentadas em cada um dos itens subseqüentes. 35 - Rubens e sua esposa Amélia têm, juntos, dois filhos, trabalham e são segurados do regime geral da previdência social, além de serem considerados trabalhadores de baixa renda. Nessa situação, o salário-família somente será pago a um dos cônjuges. ( ) Certo ( ) Errado 36 - Dalila, que é empregada doméstica e segurada do regime geral da previdência social, tem três filhos, mas não recebe salário-família. Nessa situação, apesar de ser considerada trabalhadora de baixa renda, Dalila não tem o direito de receber esse benefício. ( ) Certo ( ) Errado

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37 - Carmen é segurada do regime geral da previdência social e está em gozo de auxílio-doença. Nessa situação, Carmen também tem direito de receber o salário- família pago diretamente pela previdência social. ( ) Certo ( ) Errado

Em cada um dos itens subseqüentes, é apresentada uma situação hipotética a respeito da aposentadoria por tempo de contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.

38 - Renato era servidor municipal vinculado a regime próprio de previdência social havia 16 anos, quando resolveu trabalhar na iniciativa privada, em 1999. Nessa situação, o tempo de serviço prestado por Renato em outro regime é contado como tempo de contribuição, desde que haja a devida comprovação, certificada pelo ente público instituidor do regime próprio. ( ) Certo ( ) Errado 39 - Durval, inscrito na previdência social na qualidade de contribuinte individual, trabalha por conta própria, recolhendo 11% do valor mínimo mensal do salário de contribuição. Nessa situação, para Durval fazer jus ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, deverá recolher mais 9% daquele valor, acrescidos de juros. ( ) Certo ( ) Errado 40 - Mário, segurado inscrito na previdência social desde 1972, requereu sua aposentadoria por tempo de contribuição. Nessa situação, a renda inicial da aposentadoria de Mário corresponderá à média aritmética simples dos salários-de-contribuição desde 1972, multiplicada pelo fator previdenciário. ( ) Certo ( ) Errado 41 - Leonardo, segurado empregado, trabalhou em uma empresa cujo prédio foi destruído por um incêndio na década de 80 do século XX, situação evidenciada por meio de registro junto à autoridade policial que acompanhou os fatos. Nessa situação, Leonardo poderá comprovar, com auxílio de testemunhas, o tempo trabalhado na empresa cujo prédio foi destruído, averbando esse período em pedido de aposentadoria por tempo de contribuição. ( ) Certo ( ) Errado 42 - Firmino foi professor do ensino fundamental durante vinte anos e trabalhou mais doze anos como gerente financeiro em uma empresa de exportação. Nessa situação, excluindo-se as regras de transição, Firmino pode requerer o benefício integral de aposentadoria por tempo de contribuição, haja vista a possibilidade de computar o tempo em sala de aula em quantidade superior ao

efetivamente trabalhado, dada a natureza especial da prestação de serviço. ( ) Certo ( ) Errado

Em cada um dos próximos itens, é apresentada uma situação hipotética a respeito do auxílio-acidente, seguida de uma assertiva a ser julgada. 43 - Tomás, segurado empregado do regime geral da previdência social, teve sua capacidade laborativa reduzida por seqüelas decorrentes de grave acidente. Nessa situação, se não tiver cumprido a carência de doze meses, Tomás não poderá receber o auxílio-acidente. ( ) Certo ( ) Errado 44 - Marcela, empregada doméstica, após ter sofrido grave acidente enquanto limpava a vidraça da casa de sua patroa, recebeu auxílio-doença por três meses. Depois desse período, foi comprovadamente constatada a redução de sua capacidade laborativa. Nessa situação, Marcela terá direito ao auxílio-acidente correspondente a 50% do valor que recebia a título de auxílio-doença. ( ) Certo ( ) Errado

Em cada um dos itens seguintes, é apresentada uma situação hipotética acerca do salário-maternidade, seguida de uma assertiva a ser julgada. 45 - Helena, grávida de nove meses de seu primeiro filho, trabalha em duas empresas de telemarketing. Nessa situação, Helena terá direito ao salário-maternidade em relação a cada uma das empresas, mesmo que a soma desses valores seja superior ao teto dos benefícios da previdência social. ( ) Certo ( ) Errado 46 - Há oito meses, Edna, profissional liberal, fez sua inscrição na previdência social, na qualidade de contribuinte individual, passando a recolher regularmente as suas contribuições mensais. Dois meses depois da inscrição, descobriu que estava grávida de 1 mês, vindo seu filho a nascer, prematuramente, com sete meses. Nessa situação, não há nada que impeça Edna de receber o salário-maternidade, pois a carência do benefício será reduzida na quantidade de meses em que o parto foi antecipado. ( ) Certo ( ) Errado

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47 - Cláudia está grávida e exerce atividade rural, sendo segurada especial da previdência. Nessa situação, ela tem direito ao salário-maternidade desde que comprove o exercício da atividade rural nos últimos dez meses imediatamente anteriores à data do parto ou do requerimento do benefício, quando solicitado antes do parto, mesmo que a atividade tenha sido realizada de forma descontínua. ( ) Certo ( ) Errado 48 - Adriana, segurada da previdência, adotou Paula, uma menina de 9 anos de idade. Nessa situação, Adriana não tem direito ao salário-maternidade. ( ) Certo ( ) Errado 49 - Rute, professora em uma escola particular, impossibilitada de ter filhos, adotou gêmeas recém-nascidas cuja mãe falecera logo após o parto e que não tinham parentes que pudessem cuidar delas. Nessa situação, Rute terá direito a dois salários-maternidade. ( ) Certo ( ) Errado

Em cada um dos itens que se seguem, apresenta-se uma situação hipotética relacionada à aposentadoria por invalidez, seguida de uma assertiva a ser julgada. 50 - Daniel, aposentado por invalidez, retornou à sua atividade laboral voluntariamente. Nessa situação, o benefício da aposentadoria por invalidez será cassado a partir da data desse retorno. ( ) Certo ( ) Errado 51 - Rui sofreu grave acidente que o deixou incapaz para o trabalho, não havendo qualquer condição de reabilitação, conforme exame médico pericial realizado pela previdência social. Nessa situação, Rui não poderá receber imediatamente o benefício de aposentadoria por invalidez, pois esta somente lhe será concedida após o período de doze meses relativo ao auxílio-doença que Rui já esteja recebendo. ( ) Certo ( ) Errado 52 - Tomé já havia contribuído para a previdência social durante 28 anos quando foi acometido de uma doença profissional que determinou sua aposentadoria por invalidez, após ter recebido o auxílio-doença por quatro anos. Nessa situação, depois de receber por três anos a aposentadoria por invalidez, Tomé poderá requerer a conversão do beneficio em aposentadoria por tempo de contribuição. ( ) Certo ( ) Errado

53 - José perdeu a mão direita em grave acidente ocorrido na fábrica em que trabalhava, e, por isso, foi aposentado por invalidez. Nessa situação, José não tem o direito de receber o adicional de 25% pago aos segurados que necessitam de assistência permanente, já que ele pode cuidar de si apenas com uma das mãos. ( ) Certo ( ) Errado 54 - Moacir, aposentado por invalidez pelo regime geral de previdência social, recusa-se a submeter-se a tratamento cirúrgico por meio do qual poderá recuperar sua capacidade laborativa. Nessa situação, devido à recusa, Moacir terá seu benefício cancelado imediatamente. ( ) Certo ( ) Errado

Em cada um dos itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética acerca da aposentadoria especial, seguida de uma assertiva a ser julgada. 55 - Leandro, segurado da previdência social, recebe adicional de periculosidade da empresa em que trabalha. Nessa situação, a condição de Leandro é suficiente para que ele esteja habilitado ao recebimento de aposentadoria especial, cujo tempo de contribuição é mitigado. ( ) Certo ( ) Errado 56 - João trabalha, há dez anos, exposto, de forma não-ocasional nem intermitente, a agentes químicos nocivos. Nessa situação, João terá direito a requerer, no futuro, aposentadoria especial, sendo-lhe possível, a fim de completar a carência, converter tempo comum trabalhado anteriormente, isto é, tempo em que não esteve exposto aos agentes nocivos, em tempo de contribuição para a aposentadoria do tipo especial. ( ) Certo ( ) Errado 57 - Getúlio julga-se na condição de requerer aposentadoria especial. Nessa situação, ele deverá instruir seu pedido com o perfil profissiográfico previdenciário, documento emitido pela empresa em que trabalha e embasado no laudo técnico das condições ambientais do trabalho que comprove as condições para habilitação de benefícios previdenciários especiais. ( ) Certo ( ) Errado

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Em cada um dos itens seguintes, é apresentada uma situação hipotética relacionada à pensão por morte, seguida de uma assertiva a ser julgada. 58 - Ernani, segurado do regime geral da previdência social, faleceu, e sua esposa requereu pensão 60 dias após o óbito. Nessa situação, esse benefício será iniciado na data do requerimento apresentado pela esposa de Ernani, visto que o pedido foi feito após o prazo definido pela legislação que dá direito a esse benefício. ( ) Certo ( ) Errado 59 - José tem 20 anos de idade e recebe a pensão decorrente do falecimento de seu pai, Silas, de quem é filho único. Nessa situação, quando José completar a idade de 21 anos, o benefício será extinto, haja vista a inexistência de outros dependentes da mesma classe. ( ) Certo ( ) Errado 60 - Alexandre, caminhoneiro, sempre trabalhou por conta própria e jamais se inscreveu no regime geral da previdência social. Após sofrer um grave acidente, resolveu filiar-se à previdência. Seis meses depois, sofreu novo acidente e veio a falecer, deixando esposa e três filhos. Nessa situação, os filhos e a esposa de Alexandre não receberão a pensão por morte pelo fato de não ter sido cumprida a carência de doze meses.

Com relação ao auxílio-doença, julgue os próximos itens. 61 - Uma segurada empregada que tenha ficado afastada do serviço durante dezoito meses em virtude de um acidente de trabalho não pode ser demitida durante os primeiros doze meses após seu retorno às atividades laborais. ( ) Certo ( ) Errado 62 - Uma segurada da previdência que esteja recebendo auxílio-doença é obrigada a submeter-se a exame pelo médico perito da previdência social e a realizar o processo de reabilitação profissional para desenvolver novas competências. ( ) Certo ( ) Errado 63 - Uma segurada contribuinte individual que tenha sofrido algum acidente que tenha determinado sua incapacidade temporária para a atividade laboral tem direito a receber auxílio-doença, cujo termo inicial deve corresponder à data do início da incapacidade, desde que o requerimento seja apresentado junto à previdência antes de se esgotar o prazo de 30 dias. ( ) Certo ( ) Errado

64 - Um segurado empregado do regime geral que tenha sofrido acidente no trajeto de sua casa para o trabalho tem direito ao recebimento do auxílio-doença pela previdência social a partir do primeiro dia de afastamento do trabalho. ( ) Certo ( ) Errado

Em cada um dos itens seguintes, é apresentada uma situação hipotética acerca do auxílio-reclusão, seguida de uma assertiva a ser julgada. 65 - Hugo, segurado do regime geral de previdência há menos de 10 anos, desempregado há seis meses, envolveu-se em atividades ilícitas, o que determinou sua prisão em flagrante. Nessa condição, caso Hugo seja casado, sua esposa faz jus ao auxílio-reclusão junto à previdência social. ( ) Certo ( ) Errado 66 - Fabiano, segurado do regime geral de previdência, encontra-se preso e participa de atividades laborais na prisão, fato que lhe permite manter suas contribuições para a previdência social na qualidade de contribuinte individual. Sua esposa, Catarina, recebe auxílio-reclusão, por serem, Fabiano e ela, considerados, respectivamente, segurado e dependente de baixa renda. Nessa situação, enquanto Catarina receber o auxílio-reclusão, Fabiano não terá direito a nenhum tipo de aposentadoria nem a auxílio-doença. ( ) Certo ( ) Errado

Em cada um dos itens subseqüentes, é apresentada uma situação hipotética que trata de cumulação de benefícios, seguida de uma assertiva a ser julgada. 67 - Tereza encontra-se afastada de suas atividades laborais e recebe o auxílio-doença. Nessa situação, caso engravide e tenha um filho, Tereza não poderá receber, ao mesmo tempo, o auxílio-doença e o salário-maternidade. ( ) Certo ( ) Errado 68 - Sofia, pensionista da previdência social em decorrência da morte de seu primeiro marido, João, resolveu casar-se com Eduardo, segurado empregado. Seis meses após o casamento, Eduardo faleceu em trágico acidente. Nessa situação, Sofia poderá acumular as duas pensões, caso o total recebido não ultrapasse o teto determinado pela previdência social. ( ) Certo ( ) Errado

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69 - Pedro recebe auxílio-acidente decorrente da consolidação de lesões que o deixaram com seqüelas definitivas. Nessa condição, Pedro não poderá cumular o benefício que atualmente recebe com o de aposentadoria por invalidez que eventualmente venha a receber. ( ) Certo ( ) Errado 70 - Fábio recebe auxílio-acidente decorrente da consolidação de lesões que o deixaram com seqüelas definitivas. Nessa situação, Fábio poderá cumular o benefício que atualmente recebe com o auxílio-doença decorrente de outro evento. ( ) Certo ( ) Errado

GABARITO 01. C 02. E 03. *1 04. E 05. E 06. E 07. C 08. C 09. E 10. C 11. E 12. E 13. C 14. C 15. E 16. E 17. C 18. C 19. C 20. C 21. *2 22. C 23. C 24. E 25. E 26. E 27. E 28. C 29. E 30. E 31. C 32. E 33. C 34. E 35. E 36. C 37. *1 38. C 39. C 40. E 41. C 42. E 43. E 44. E 45. C 46. C 47. C 48. C 49. E 50. C 51. E 52. C 53. C 54. E 55. E 56. E 57. C 58. E 59. C 60. E 61. E 62. C 63. C 64. E 65. E 66. C 67. C 68. E 69. C 70. C

*1 Questão anulada. *2 Gabarito alterado de C para E devido a alteração da legislação (Dec. 6.727/09)