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Introdução à seguridade social, princípios e legislação [Ano] Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br

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  • Introduo seguridade social, princpios e legislao

    [Ano]

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    Unidade: Colocar o nome da unidade aqui

    Unidade: Introduo seguridade social, princpios e legislao

    Unidade - Introduo seguridade social, princpios e legislao

    MATERIAL TERICO

    Responsvel pelo contedo:

    Prof. Claudio Alves da Silva

    Reviso e adequao de contedo:

    Profa. Ms. Fernanda Garcez Lopes de Souza

    Reviso Textual:

    Profa. Dr. Patricia Silvestre Leite Di Iorio

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    Unidade: Introduo seguridade social, princpios e legislao

    1. Seguridade Social: conceito, diviso, denominao e

    natureza jurdica.

    Conceito

    Seguridade Social o conjunto integrado de aes de iniciativa dos

    Poderes Pblicos destinadas a assegurar os direitos sade,

    previdncia e assistncia social (cf. art. 194, Constituio Federal,

    1988).

    De acordo com Ibrahim (2009), trata-se de uma rede protetiva

    formada pelo Estado e particulares, com contribuies de todos, incluindo

    parte dos beneficirios, no sentido de estabelecer aes positivas no

    sustento de pessoas carentes, trabalhadores em geral e seus

    dependentes, providenciando a manuteno de um padro mnimo de

    vida.

    Denominao

    A expresso seguridade social denota proviso para o futuro e

    engloba a ideia de assegurar aos indivduos e s suas famlias os meios

    de subsistncia bsicos a fim de que, na ocorrncia de uma contingncia,

    sua qualidade de vida no seja diminuda a ponto de no mais se

    proporcionar sequer a manuteno das necessidades bsicas.

    Diviso

    A seguridade gnero que tem por espcies a Sade, a

    Assistncia Social e a Previdncia Social, sendo que somente para a

    prestao da Previdncia Social se exige contribuio.

    Natureza jurdica

    direito pblico subjetivo fundamental da pessoa humana,

    irrenuncivel, inalienvel e intransmissvel; um direito especialmente

    protegido atravs de normas gerais de imprescindibilidade. Decorre da lei

    e no da vontade das partes.

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    Unidade: Introduo seguridade social, princpios e legislao

    2. Seguridade social no Brasil e no mundo.

    Evoluo no mundo

    A ideia de proteo social surgiu com a concepo de famlia e

    vem se desenvolvendo na medida em que a sociedade evolui. Podemos

    destacar, na histria da humanidade, vrios marcos, como adiante

    veremos.

    Podemos destacar como exemplos de direitos de seguridade, em

    Roma:

    1) o pater familias tinha obrigao de prestar assistncia aos

    servos e clientes;

    2) o exrcito romano guardava duas partes de cada sete partes do

    salrio do soldado e, na aposentadoria, este recebia suas

    economias mais uma gleba;

    3) havia associaes denominadas collegia ou sodalitia visando

    a garantia de seus participantes e assegurar sepultura e

    despesas dos funerais dos scios;

    4) era necessria licena estatal para a mendicncia, s concedida

    aos incapazes de trabalhar.

    Pater Familias Verdadeiro Pai da Famlia. Era a mais

    elevada posio familiar que, na Roma Antiga, era sempre

    ocupada por homens.

    Gleba Terreno prprio para cultura de produtos agrcolas.

    Collegia ou Sodalitia Associao de pessoas, sem

    finalidade lucrativa, com o intuito de promover socorro mtuo,

    alm de assegurar sepultamento digno aos corpos de seus

    associados.

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    Na Idade Mdia, as confrarias, as guilras ou guildas, possuam a

    finalidade de conceder assistncia a seus associados, em caso de

    doenas, velhice e pobreza, alm de prover despesas funerais de seus

    membros.

    Em 1344, registra-se o primeiro contrato de seguro martimo.

    Em 1601, a Poor Relief Act Lei de Amparo aos Pobres na

    Inglaterra, foi considerada a primeira lei de assistncia social.

    Entre 1883 e 1911 foram editadas diversas leis que formaram o

    sistema alemo de seguridade social, introduzido por Otto Von Bismarck,

    com destaque para a criao do seguro contra acidentes do trabalho

    (custeados pelos empresrios) e o seguro de invalidez e velhice

    (custeado pelos empregados, empregadores e tambm pelo Estado).

    Em 1917, no Mxico, surgiu a primeira constituio a prever o

    seguro social, em seu artigo 123.

    Em 1919, foi criada a Organizao Internacional do Trabalho (OIT).

    Esse organismo internacional editou diversas convenes versando sobre

    a matria previdenciria, com destaque para os acidentes do trabalho (ex.

    Convenes de n. 12, em 1921, e de n. 17, em 1927).

    A Constituio de Weimar, assinada na Alemanha, em 1919,

    determinava ao Estado prover a subsistncia dos cidados aos quais no

    pudesse proporcionar acesso ao trabalho produtivo.

    Em 1935, nos Estados Unidos, houve a aprovao da Social

    Security Act, que instituiu a seguridade social naquele pas, que inovou ao

    instituir o auxlio-desemprego.

    Na Inglaterra de 1941/1944 foi proposto o denominado Plano

    Beveridge, um projeto ingls que visava segurana social a ser prestado

    do bero ao tmulo, protegendo os cidados de certas contingncias

    sociais quando o trabalho fosse impossibilitado.

    Em 1948, foi adotada pela ONU a Declarao Universal dos

    Direitos do Homem que, nos seus artigos 22, 25 e 28, tratam do direito

    seguridade social.

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    Artigo 22 Todo o homem, como membro da sociedade, tem direito segurana social e realizao, pelo esforo nacional, pela cooperao internacional e de acordo com a organizao e recursos de cada Estado, dos direitos econmicos, sociais e culturais indispensveis sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.

    Artigo 25 I) Todo o homem tem direito a um padro de vida capaz de assegurar a si e a sua famlia sade e bem-estar, inclusive alimentao, vesturio, habitao, cuidados mdicos e os servios sociais indispensveis, e direito segurana em caso de desemprego, doena, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda de meios de subsistncia em circunstncias fora de seu controle. II) A maternidade e a infncia tem direito a cuidados e assistncia especiais. Todas as crianas, nascidas dentro ou fora do matrimnio, gozaro da mesma proteo social. Artigo 28 Todo o homem tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declarao possam ser plenamente realizados.

    Evoluo no Brasil

    Em nossa legislao ptria, podemos destacar os seguintes

    marcos evolutivos:

    No perodo Colonial, podemos citar a criao das Santas Casas de

    Misericrdia, sendo apontada como mais antiga a de Santos

    (1543).

    No ano de 1795, estabeleceu-se o Plano de Beneficncia dos

    rfos e Vivas dos Oficiais da Marinha.

    Em 1821, por intermdio do Decreto de 1 de Outubro, foi

    concedida aposentadoria aos mestres e professores aps 30 anos

    de servio e assegurado abono de dos ganhos aos que

    continuassem em atividade.

    Em 1835, criado o Montepio Geral dos Servidores do Estado

    MONGERAL, primeira entidade privada a funcionar no pas.

    Em 1888, o Decreto n 9.912-A concedeu aposentadoria aos

    servidores dos correios, desde que contassem 60 anos de idade e

    30 anos de contribuio.

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    Em 1890, o Decreto n 221 instituiu a aposentadoria para os

    empregados da Estrada de Ferro Central do Brasil, posteriormente

    estendida aos demais ferrovirios do Estado pelo Decreto 565.

    A Constituio de 1891 previu aposentadoria por invalidez para os

    servidores pblicos (art. 75).

    Em 1919, a Lei n 3.724 criou, no direito ptrio, a proteo para o

    acidente de trabalho, consagrando a responsabilidade objetiva do

    empregador.

    Em 1923, sobreveio o Decreto Legislativo n 4.682, de 24 de janeiro

    - a Lei Eloy Chaves. Essa norma criou as Caixas de Aposentadoria

    e Penso nas empresas de estrada de ferro, mediante contribuio

    dos trabalhadores, das empresas e do Estado. As garantias criadas

    pela Lei Eloy Chaves foram rapidamente estendidas s demais

    categorias profissionais. Note-se que as Caixas de Aposentadoria e

    Penso eram por empresa, sendo que a primeira empresa a criar

    sua Caixa de Penso foi a atual FEPASA, ento Great Western do

    Brasil.

    Aps a revoluo de 1930, o sistema foi reformulado, deixando de

    existir as Caixas de Aposentadoria e Penso por empresas,

    passando-se para a criao dos Institutos de Aposentadoria e

    Penso (IAP) por categoria profissional. O primeiro IAP foi o dos

    Martimos (IAPM), em 1933, seguido do IAP dos Comercirios

    (IAPC) e o dos bancrios (IAPB), em 1934; do IAP dos Industririos

    (IAPI), em 1936; do IAP dos empregados em transportes e cargas,

    em 1938 (IAPETC) e do IAP dos Servidores do Estado (IAPSE),

    fundado em 1938.

    A Constituio de 1934 foi a primeira a utilizar a expresso

    previdncia, mas no a adjetivava como social. Estabeleceu

    trplice forma de custeio (ente pblico, empregado e empregador),

    alm da aposentadoria por invalidez e benefcios integrais para

    empregado acidentado. Para os funcionrios pblicos, garantiu

    aposentadoria compulsria aos 68 anos de idade.

    A Constituio de 1937 empregou a expresso seguro social

    como sinnima de previdncia social e no trouxe evoluo em

    relao s constituies anteriores.

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    A Constituio de 1946 foi a primeira a utilizar a expresso

    previdncia social.

    Em 1960, foi criado o Ministrio do Trabalho e da Previdncia

    Social e promulgada a Lei Orgnica da Previdncia Social - LOPS

    (Lei 3.807), que padronizou o sistema assistencial.

    Em 1963, foi criado o Fundo de Assistncia ao Trabalhador Rural -

    FUNRURAL (Lei n 4.214), o salrio-famlia (Lei n 4.296), o dcimo

    terceiro salrio e o abono anual (Lei n 4.281).

    Em 1966, o Decreto Lei n 72 criou o Instituto Nacional da

    Previdncia Social (INPS), unificando todos os institutos de

    aposentaria e penso existentes, exceto o IAPSE, extinto apenas

    em 1977.

    A Constituio de 1967 foi a primeira a prever seguro desemprego.

    Em 1971, a Lei Complementar n 11 instituiu o Programa de

    Assistncia ao Trabalhador Rural, inserido os trabalhadores rurais

    como segurados da Previdncia Social.

    Em 1972, os empregados domsticos tornaram-se segurados

    obrigatrios da Previdncia Social.

    Em 1977, foi institudo o SINPAS (Sistema Nacional de Previdncia

    e Assistncia Social) agregando INPS, INAMPS, LBA, FUNABEM,

    IAPAS e CEME. O SINPAS se submetia orientao, coordenao

    e controle do Ministrio da Previdncia e Assistncia Social.

    A Constituio de 1988 trouxe um captulo tratando somente da

    Seguridade Social (art. 194 a 204), englobando, nesse gnero,

    Previdncia Social, Assistncia Social e Sade, marca evidente do

    Estado de bem-estar social.

    Em 1990, a Lei n 8.029 criou o INSS, com a fuso entre INPS e

    IAPAS. O SINPAS foi extinto. Tambm foram extintos o INAMPS

    (1993), a LBA e CBIA antiga FUNABEM (1995) e desativada a

    CEME (1997).

    Em 1991, entraram em vigor as duas leis fundamentais da

    seguridade social: Lei n 8.212 e Lei n 8.213, tratando,

    respectivamente, do custeio e dos benefcios previdencirios.

    Em 1993, vem a lume a Lei Orgnica da Assistncia Social (LOAS),

    Lei n 8.742.

    Em 1999, surge outra importante norma jurdica: Decreto n 3.048,

    Regulamento da Previdncia e Assistncia Social.

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    Unidade: Introduo seguridade social, princpios e legislao

    Em 2001, surgem as Leis Complementares 108 e 109, a primeira

    traando requisitos entre agentes polticos e entidades de

    Previdncia complementar e a ltima regulamentando a

    Constituio no que tange ao regime de previdncia privada

    complementar.

    3. Conceitos bsicos de previdncia social, assistncia social e sade.

    Previdncia social (art. 201 da Constituio Federal)

    De acordo com Castro e Lazzari (2009), o sistema pelo qual, mediante

    contribuio, as pessoas vinculadas a algum tipo de atividade laborativa e seus

    dependentes ficam resguardadas quanto a eventos de infortunstica (morte,

    doena, invalidez) ou outros que a lei reputa exigirem um amparo financeiro ao

    indivduo (maternidade, aposentadoria, recluso), mediante prestaes

    pecunirias (benefcios previdencirios) ou servios.

    EC 20/1998 estabelece aposentadoria por tempo de contribuio;

    salrio famlia e auxlio recluso devidos somente ao dependente do

    segurado de baixa renda;

    EC 41/2003 estabeleceu nova reforma previdenciria para os

    funcionrios pblicos;

    EC 47/2005 modificou regras de transio da EC 41/2003, relativa a

    ocupantes de cargos efetivos e vitalcios, pertencentes aos chamados

    Regimes Prprios.

    Tambm foram bastante importantes as denominadas Emendas Constitucionais:

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    Assistncia social (Lei 8.742/93 - Leia tambm os arts. 203 e

    204 da CF/88)

    poltica de seguridade social no-contributiva, que prov os mnimos

    sociais, realizada por meio de um conjunto integrado de aes de iniciativa

    pblica e da sociedade, para garantir o atendimento s necessidades bsicas.

    Segundo a Constituio, a assistncia social ser prestada a quem dela

    necessitar, independentemente de contribuio seguridade social, e tem por

    objetivos a proteo famlia, maternidade, infncia, adolescncia e

    velhice; o amparo s crianas e adolescentes carentes; a promoo da

    integrao ao mercado de trabalho; a habilitao e reabilitao das pessoas

    portadoras de deficincia e a promoo de sua integrao vida comunitria.

    Alm disso, a assistncia social garantir um salrio mnimo de benefcio mensal

    pessoa portadora de deficincia e ao idoso que comprovem no possuir meios

    de prover a prpria manuteno ou de t-la provida por sua famlia, conforme

    dispuser a lei.

    Sade (Lei 8.080/90. Leia tambm os arts. 196 a 200 da

    Constituio Federal)

    direito fundamental do ser humano e dever do Estado mediante

    formulao e execuo de polticas econmicas e sociais que visem reduo

    de riscos de doenas e de outros agravos e no estabelecimento de condies

    que assegurem acesso universal e igualitrio s aes e aos servios para a sua

    promoo, proteo e recuperao.

    A sade administrada pelo Sistema nico de Sade SUS, vinculado

    ao Ministrio da Sade e no guarda qualquer relao com o INSS.

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    4. Relao do direito da seguridade social com os demais

    ramos do direito

    A Seguridade Social possui regras (leis) e princpios prprios, mas

    no deixa de se relacionar com os diversos ramos do Direito. Vejamos:

    Direito Constitucional A estrutura do Sistema de Seguridade Social e

    os princpios gerais do Direito da Seguridade Social esto estampados na

    Constituio, que destinou ao tema um captulo e alguns dispositivos

    esparsos.

    Direito do Trabalho Vrios conceitos oriundos do direito do trabalho

    so tambm empregados pelo Direito da Seguridade Social e diversas

    questes abrangem esses dois ramos do Direito. O relacionamento to

    estreito a ponto de alguns doutrinadores preconizarem ser o Direito da

    Seguridade Social parte do Direito do Trabalho.

    Direito Civil - Entre outras, pode-se apontar a adoo de conceitos, pelo

    Direito da Seguridade Social, de institutos de direito de famlia, como

    caracterizao do estado das pessoas, de obrigaes, responsabilidade

    civil, no caso de acidentes e doenas ocupacionais; e de sucesses.

    Direito Comercial A empresa a principal fonte de recursos da

    Seguridade Social. Desse modo, a escriturao contbil, objeto de estudo

    do Direito Comercial, de grande relevncia, bem assim conceitos como

    recuperao judicial e falncia, especialmente quanto habilitao de

    crdito previdencirio.

    Direito Processual - Na Lei de Custeio esto previstos privilgios ao

    ente previdencirio na execuo fiscal; por outro lado, no processo

    administrativo de interesse do contribuinte ou beneficirio, esto

    presentes diversos princpios processuais.

    Direito Financeiro O Direito Financeiro a parte do Direito Pblico que

    tem por objeto a ordenao jurdica das atividades financeiras do Estado

    e dos entes pblicos descentralizados. estreito o relacionamento, haja

    vista que, a partir da CF/88, obrigatria a fixao da receita que ser

    destinada a compor oramento da Seguridade Social e que no pode ser

    empregada pelo governo em outras reas.

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    Direito Penal O Cdigo Penal tipifica condutas que se constituem em

    crimes contra a Seguridade Social.

    Direito Tributrio - Vrios conceitos de Direito Tributrio so

    empregados no Direito da Seguridade Social, tais como: fato gerador,

    obrigaes, sujeito ativo, base de clculo e contribuinte. Lembre-se,

    tambm, que uma das grandes controvrsias do direito o problema da

    natureza jurdica da contribuio seguridade social.

    Direito internacional H diversos tratados e convenes

    internacionais sobre Seguridade Social. A Declarao Universal de

    Direitos do Homem, de 1948, por exemplo, prev o direito segurana

    social. A OIT, por intermdio de convenes e recomendaes, tambm

    estabelece preceitos relativos Seguridade Social, como as Convenes

    n 102 (que trata das normas mnimas de Seguridade Social); n 121

    (que trata do Acidente de Trabalho) e n 134 (que trata da Assistncia

    Mdica). Convm destacar, como conhecimento geral, que o Brasil firma

    acordos internacionais bilaterais com outros pases no campo da

    Seguridade Social. O objetivo assegurar os direitos de seguridade

    social previstos nas legislaes dos dois pases aos respectivos

    trabalhadores e dependentes legais, residentes ou em trnsito no pas.

    Os Acordos Internacionais estabelecem uma relao de prestao de

    benefcios previdencirios, no implicando na modificao da legislao

    vigente no pas, cumprindo a cada Estado contratante analisar os

    pedidos de benefcios apresentados e decidir quanto ao direito e

    condies, conforme sua prpria legislao aplicvel. O Brasil mantm

    acordo com os seguintes pases: Portugal, Itlia, Luxemburgo, Chile,

    Grcia, Espanha, Cabo Verde, Uruguai, Paraguai, Argentina e Japo.

    Para mais informaes sobre o Acordo e seu regulamento consulte

    http://www81.dataprev.gov.br/sislex/superpesnew2_1ie.asp.

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    5. Princpios da seguridade social

    5.1 Princpios gerais aplicveis seguridade social e aos demais

    ramos do direito

    Igualdade

    Est no caput do art. 5 da Constituio todos so iguais perante a

    lei, sem distino de qualquer natureza (igualdade formal). Consiste em

    tratar iguais com igualdade e conceder a desiguais tratamento desigual na

    medida da sua desigualdade (igualdade material).

    O inciso I do art. 5 estabelece que homens e mulheres so iguais

    em direitos e obrigaes, nos termos da Constituio. Assim, conforme

    previso constitucional, h benefcios e prestaes previdencirias que

    distinguem homem e mulher, como a aposentadoria por idade dos

    trabalhadores urbanos (mulher aos 60 e homem aos 65).

    Legalidade

    Est no previsto inciso II do art. 5: ningum ser obrigado a fazer

    ou deixar de fazer alguma coisa, seno em virtude de lei. a expresso

    maior do Estado Democrtico de Direito, a garantia vital de que a

    sociedade no est presa s vontades particulares, pessoais, daquele

    que governa.

    Lei a norma geral e abstrata de comportamento, aprovada pelo

    Legislativo e sancionada pelo Executivo. Esse conceito compreende: leis

    complementares; leis ordinrias; leis delegadas; medidas provisrias;

    decretos legislativos e resolues.

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    Direito adquirido

    Imagine a seguinte situao:

    Existe uma lei dispondo que a aposentadoria se daria aos 50 anos. Todavia,

    Jos, com 60 anos de idade, no requereu a aposentadoria, por julgar-se

    plenamente capaz de continuar trabalhando. Porm, em dado momento, uma nova

    lei aprovada para alterar a aposentadoria por idade para 65 anos. Ser que Jos

    poder pedir sua aposentadoria ou dever aguardar completar 65 anos a fim de

    faz-lo?

    Pelo princpio do direito adquirido, mesmo vigente a lei nova, Jos poder

    requerer a aposentadoria a qualquer tempo (mesmo no estando com 65 anos),

    porque j havia completado, na vigncia da lei anterior, os requisitos para se

    aposentar, estando este direito incorporado ao seu patrimnio.

    Ainda assim, vigente a lei nova, Jos poder requerer a aposentadoria a

    qualquer tempo, porque j havia completado, na vigncia da lei anterior, o requisito

    para se aposentar, estando este direito incorporado ao seu patrimnio jurdico.

    Direito adquirido aquele que faz parte do patrimnio jurdico da pessoa,

    podendo ser exercido a qualquer momento.

    O titular do direito adquirido est protegido de futuras alteraes

    legislativas que regulem as situaes que fizeram surgir o seu direito.

    O artigo 6 da Lei de Introduo ao Cdigo Civil dispe:

    A lei em vigor ter efeito imediato e geral, respeitados o ato jurdico perfeito, direito adquirido e a coisa julgada. (...) 2 Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou algum por ele, possa exercer, como aqueles cujo comeo do exerccio tenha termo prefixado, ou condio preestabelecida inaltervel, a arbtrio de outrem.

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    Vale dizer que o direito adquirido um fato consumado na vigncia da lei

    anterior. No est sujeito, portanto, a prescrio ou a decadncia. Alm disso, o

    direito adquirido no se confunde com a expectativa de direito, na qual h a

    esperana, a probabilidade de adquirir o direito no curso do tempo.

    princpio de grande importncia no Direito Previdencirio,

    especialmente em relao s aposentadorias. Direito adquirido em Previdncia

    Social um direito de aquisio sucessiva, no curso do tempo, e, portanto,

    complexo. Se houvesse uma mudana no prazo para concesso de certo

    benefcio e a pessoa j houvesse implementado todas as condies para

    requer-lo, poder-se-ia dizer que a pessoa j havia adquirido o direito

    concesso do benefcio, de acordo com o prazo anteriormente estabelecido.

    5.2. Princpios especficos da seguridade social

    Solidarismo

    Tambm denominado solidariedade ou mutualismo, postulado

    fundamental do Direito da Seguridade Social.

    Tem origem na Assistncia Social, em que as pessoas faziam uma

    assistncia mtua para alguma finalidade e, tambm com base no mutualismo,

    de se fazer emprstimo ao necessitado.

    Na Assistncia Social, percebe-se o solidarismo, a solidariedade de todos

    em benefcio dos necessitados, pois, na renda mensal vitalcia, o beneficirio

    recebe a prestao sem nunca ter contribudo para o sistema.

    Na Constituio, o inciso I, do art. 3, informa que objetivo fundamental

    da Repblica a construo de uma sociedade livre, justa e solidria. Reflexo

    desse preceito, na Seguridade Social, vamos encontrar que aqueles que tm

    melhores condies financeiras devem contribuir com uma parcela maior para o

    financiamento da Seguridade.

    No art. 40 da Constituio mencionado que o regime de previdncia do

    servidor pblico contributivo e solidrio. Pode ser definido como o esprito que

    deve orientar a seguridade social, de forma que no haja, necessariamente,

    paridade entre contribuies e contraprestaes securitrias.

    Esse princpio pode ser analisado sob a tica vertical ou horizontal.

    Horizontalmente, representa a redistribuio de renda entre as populaes e,

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    Unidade: Introduo seguridade social, princpios e legislao

    verticalmente, significa que uma gerao deve trabalhar para pagar os

    benefcios das geraes passadas.

    Pelo princpio do solidarismo, o contribuinte deve verter parte de

    seu patrimnio para sustentar o regime protetivo, ainda que nunca tenha

    a oportunidade de usufruir os benefcios oferecidos.

    Universalidade

    Postulado bsico da Seguridade Social, quer dizer que todos os

    residentes no pas faro jus aos benefcios da Seguridade Social, sem distino.

    Pode-se falar em universalidade da cobertura e em universalidade do

    atendimento.

    A universalidade da cobertura, tambm chamada de universalidade

    objetiva, significa que todos os riscos sociais, todas as contingncias, devem ser

    cobertas pelo sistema, desde que previstas em lei, como a impossibilidade de

    retornar ao trabalho, a idade avanada, a morte etc.

    chamada objetiva, porque se refere ao objeto da relao jurdica

    previdenciria, isto , a prestao de benefcios e servios.

    A universalidade do atendimento, ou universalidade subjetiva, quer dizer

    que todos devem estar cobertos pela proteo social. chamada subjetiva, pois

    se refere ao sujeito da relao jurdica previdenciria, isto , o segurado ou o

    dependente.

    Cumpre destacar que a universalidade no atendimento se d na Sade,

    pois todos tm direito a socorrer-se ao sistema, independentemente do

    pagamento de contribuio ou condio social.

    A Assistncia Social, conquanto independa de contribuio, ser

    prestada somente a quem dela necessitar, na forma da lei. Para se ter acesso

    aos benefcios da Previdncia Social, somente mediante contribuio. Por isso,

    h autores que destacam que a Universalidade se constitui em um ideal a ser

    alcanado.

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    - DE COBERTURA (objetiva): O sistema cobre

    as contingncias previstas em lei.

    UNIVERSALIDADE

    -DO ATENDIMENTO (subjetiva): O sistema

    presta assistncia social queles que

    necessitam.

    Seletividade e distributividade na prestao de benefcios e

    servios.

    Implica na escolha das necessidades que o sistema poder proporcionar

    s pessoas, selecionando-as para poder distribuir. Isso porque o modelo de

    proteo mxima no dispe de recursos ilimitados para atender s

    necessidades de toda a populao. Trata-se, portanto, de um contrapeso ao

    princpio da universalidade da cobertura.

    A seletividade implica em que as prestaes dos benefcios e servios

    sejam fornecidas a quem necessitar, desde que se enquadre nas situaes que

    a lei definir.

    A distributividade informa que os recursos captados, de acordo com a

    capacidade econmica dos contribuintes, so distribudos para quem precise da

    proteo previdenciria. Assim sendo, os benefcios e servios devem ser

    oferecidos de forma seletiva, buscando sempre fazer justia social, distribuindo

    os benefcios e servios de acordo com a prioridade de cada grupo populacional.

    Como exemplo de seletividade, podemos citar o salrio-famlia e o auxlio

    recluso para segurado e dependente de baixa renda.

    Irredutibilidade do valor dos benefcios

    Os benefcios no podero ser reduzidos. Esse princpio visa a manter o

    poder real de compra, protegendo os benefcios dos efeitos malficos da

    inflao. O poder aquisitivo dos benefcios no pode ser onerado e a forma de

    correo dos benefcios previdencirios ser feita de acordo com o preceituado

    na lei.

    importante destacar que o valor dos benefcios no est atrelado ao

    salrio mnimo, por expressa vedao constitucional (vide art. 7, IV). Todavia,

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    segundo o art. 58 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias e

    entendimento fixado pelo Supremo Tribunal Federal na smula 687, os

    benefcios de prestao continuada, concedidos at a data da promulgao da

    Constituio, tero seus valores revistos, a fim de que seja restabelecido o poder

    aquisitivo, expresso em nmero de salrios mnimos, que tinham na data de sua

    concesso, obedecendo-se a esse critrio de atualizao at a implantao do

    plano de custeio e benefcios.

    Equidade na forma de participao no custeio

    um desdobramento do princpio da igualdade. Quer dizer que aqueles

    que estiverem em iguais condies contributivas tero de contribuir da mesma

    forma. Por isso, a ttulo de exemplo, a legislao prev trs alquotas de

    contribuio para o trabalhador (8%, 9% e 11%), conforme o salrio que

    perceba.

    Uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios populaes

    urbanas e rurais

    Desdobramento do princpio da igualdade. A Constituio igualou os

    direitos das populaes urbana e rural, dando fim a inaceitvel distino que

    havia no passado.

    Vale frisar, no entanto, que a uniformidade diz respeito aos aspectos

    objetivos, s contingncias que sero cobertas. A equivalncia tem por base o

    aspecto pecunirio ou do atendimento dos servios, que no sero iguais,

    necessariamente, mas equivalentes, consoante o tempo de contribuio, sexo,

    idade etc.

    ATENO: apenas a Constituio, com o objetivo de adequar a prestao

    s caractersticas de cada atividade, pode trazer algumas diferenas em

    relao aos benefcios das populaes urbanas e rurais, como, por

    exemplo, a reduo de 5 anos para a aposentadoria por idade do

    trabalhador rural.

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    Carter democrtico e descentralizado da administrao

    Informa este princpio da gesto democrtica e descentralizada que a

    administrao dos negcios referentes Seguridade Social, em todos os nveis,

    desde a fase de planejamento oramentrio, passando pela aplicao destes

    recursos, chegando at o acompanhamento dos programas, deve contar com a

    efetiva participao dos empregados, empregadores, aposentados e governo

    por isso se diz que a administrao da Seguridade Social quadripartite.

    O carter democrtico decorre do Estado Democrtico de Direito previsto

    no prembulo e no art. 1 da Constituio e se evidencia pela efetiva

    participao dos representantes dos empregados, empregadores, aposentados

    e governo.

    A descentralizao da gesto visa a proporcionar o atendimento das

    necessidades bsicas dos indivduos. Resta evidenciada a descentralizao por

    intermdio da criao do INSS e do SUS. Exemplos de carter democrtico e da

    descentralizao da administrao da Seguridade Social so o Conselho

    Nacional de Previdncia Social, os Conselhos Estaduais de Previdncia Social e

    os Conselhos Municipais de Previdncia Social. Tambm podem ser citados o

    Conselho de Recursos da Previdncia Social e as Juntas de Recurso da

    Previdncia Social. O Conselho Nacional da Seguridade Social composto por

    seis representantes do Governo Federal; trs representantes dos aposentados e

    pensionistas; trs representantes dos trabalhadores em atividade e trs

    representantes dos empregadores.

    Precedncia da fonte de custeio

    Est prevista no 5 do art. 195 da Constituio, que estabelece que

    nenhum benefcio ou servio poder ser criado ou majorado ou estendido sem a

    respectiva fonte de custeio total. Em outras palavras, se inexistir receita na

    Seguridade Social no poder haver benefcio ou servio.

    Diversidade da base de financiamento

    Quer dizer que o financiamento da seguridade social deve ser

    diversificado e no dependente de um exclusivo setor da economia. A

    Constituio Federal prev como formas de custeio por meio da empresa, dos

    trabalhadores, dos entes pblicos, dos concursos de prognsticos e do

    importador de bens ou servios do exterior.

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    6. Competncia legislativa

    Quando se fala em competncia legislativa, est se tratando de

    competncias constitucionalmente definidas para elaborar leis. H duas

    modalidades de competncia legislativa na Carta de 1998: a competncia

    privativa, prevista no art. 22, na qual a Unio pode autorizar os Estados a

    legislar sobre questes especficas das matrias do referido artigo; e a

    competncia concorrente, art. 24, que prev para a Unio estabelecer

    normas gerais, que podero ser suplementadas pelos Estados, ou,

    inexistindo a norma geral, as Unidade da Federao gozaro de eficcia

    plena, at que incida norma geral da Unio.

    Nessa ltima situao, advindo norma posterior da Unio, a parte

    da norma do Estado ou do DF que lhe for contrria fica com eficcia

    suspensa.

    Sobre o tema Direito da Seguridade Social, o art. 22, XXIII, da

    Constituio, informa que compete privativamente Unio legislar sobre

    seguridade social. E, no art. 24, II, define como competncia concorrente

    da Unio, Estados e DF, legislar sobre previdncia social, proteo e

    defesa da sade.

    7. Legislao da seguridade social

    Constituio

    A Constituio , por excelncia, fonte do Direito da Seguridade

    Social. A Constituio de 1988, no seu art. 1, III, define como

    fundamento da Repblica Federativa do Brasil a dignidade da pessoa,

    valor supremo que envolve os direitos sociais, entre os quais se insere a

    Seguridade Social, e traz consigo um imperativo de justia social.

    No art. 3, que trata dos objetivos fundamentais da Repblica,

    pontuam a seguridade social, ao definir objetivos como construir uma

    sociedade justa e solidria, erradicar a pobreza e a marginalizao,

    promover o bem de todos, sem qualquer espcie de discriminao.

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    Unidade: Introduo seguridade social, princpios e legislao

    O art. 6 informa que so direitos sociais sade, previdncia

    social, e assistncia aos desamparados.

    O art. 7 define algumas regras sobre seguridades, por exemplo,

    seguro desemprego, aposentadoria, seguro contra acidentes do trabalho,

    entre outros.

    H todo um captulo sobre Seguridade Social (Captulo II, do Ttulo

    VIII), no qual encontramos os princpios da Seguridade Social, regras

    sobre as contribuies, Sade, Previdncia e Assistncia Social.

    Outros dispositivos constitucionais importantes para nosso estudo:

    - Arts. 194 a 203; - Art. 109, I e 3; - Art. 149; - Art. 165 - Art. 114, VIII.

    Leis da seguridade social

    Leis so tambm fontes materiais da Seguridade Social. Em

    matria de Seguridade Social podemos destacar as seguintes normas:

    Lei n 8.080/90 Lei Orgnica da Sade;

    Lei n 8.212/91 Plano de Custeio da Seguridade Social;

    Lei n 8.213/91 Plano de Benefcios da Seguridade Social;

    Lei n 8.742/93 Lei Orgnica da Assistncia Social;

    Lei Complementar n 108, de 29/05/01 dispe sobre entidades

    fechadas de previdncia complementar;

    Lei Complementar n 109, de 29/05/01 dispe sobre o regime de

    previdncia complementar.

    A legislao de Seguridade Social atualizada pode ser obtida no

    seguinte endereo eletrnico: http://www81.dataprev.gov.br/sislex/.

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    Atos do Pode Executivo

    So fontes secundrias do Direito da Seguridade Social, mas de

    grande relevncia, porque o sistema protetivo do Estado demasiado

    complexo, competindo ao administrador buscar preceitos que permitam o

    atendimento da clientela protegida a partir de regras legais de extrema

    generalidade. Por essa razo, o Executivo emite decretos e

    regulamentos.

    O principal decreto sobre Seguridade Social o Decreto n

    3.048/99, que detalha as Leis 8.212/91 e 8.213/91.

    O Ministrio da Previdncia Social tambm expede portarias,

    ordens de servio, instrues normativas, circulares, resolues.

    Leis Especiais

    Alm das normas j citadas, h outras que tratam de regimes

    especiais, ou prprios, de previdncia. O fundamento constitucional dos

    regimes prprios, que so mantidos pela Unio, pelos Estados e por

    alguns Municpios em favor de seus servidores pblicos e militares,

    encontra-se nos artigos 40 (servidores pblicos) e 142, X (militares) da

    Constituio.

    A Lei n 9.717/98 trata da organizao dos regimes prprios de

    previdncia social dos servidores pblicos da Unio, Estados, Distrito

    Federal e Municpios.

    A Lei n 6.880/80 e a Lei n 3.765/60 tratam do funcionamento

    previdencirio dos militares.

    8. Interpretao, integrao, vigncia e eficcia das normas

    de seguridade social.

    Interpretao

    Interpretar uma norma jurdica determinar o seu sentido e a sua

    abrangncia das normas jurdicas. Para interpretar uma norma, o

    intrprete pode se valer de vrios processos, dentre os quais destacamos:

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    Unidade: Introduo seguridade social, princpios e legislao

    Interpretao gramatical interpretao literal, baseada nas

    palavras do texto da lei.

    Interpretao teleolgica na qual se indaga o fim almejado pelo

    legislador. O direito no fim em si mesmo, mas sim um modo de

    proporcionar o bem comum.

    Interpretao sistemtica - a lei uma parte de um todo

    homogneo. Assim, deve-se buscar a interpretao compatvel

    com o ordenamento, verificando-se a compatibilidade da lei a ser

    interpretada com os outros diplomas e com os princpios de direito

    envolvidos. A adoo dessa interpretao permite solucionar

    conflitos aparentes de normas e possibilita a aplicao do princpio

    da completude do ordenamento jurdico.

    Podemos mencionar tambm outras formas de interpretao, como

    a lgica (que visa a estabelecer uma conexo entre vrios textos legais,

    analisando preposies enunciadas pelo legislador); a extensiva (que d

    a norma um sentido mais amplo ao ser interpretado do que, pela simples

    leitura, ela teria); a restritiva; a histrica; a sociolgica e a autntica.

    Importa destacar, no Direito da Seguridade Social, que vamos

    encontrar o princpio da aplicao da norma mais favorvel ao segurado

    quando da interpretao do texto legal. Tanto assim o , que, por vezes, a

    prpria legislao contm a expresso o que for mais vantajoso para o

    beneficirio, como ocorre no art. 22 ou no inciso VI do art. 124 da Lei n

    8.213.

    Integrao

    Integrao difere de interpretao. A integrao objetiva o

    preenchimento de lacunas do ordenamento jurdico, de modo a torn-lo

    completo. As tcnicas utilizadas na integrao so a analogia, a

    equidade, os costumes e os princpios gerais de Direito.

    Analogia a aplicao de uma jurdica reguladora de certo fato a

    outro fato no regulamento pelo ordenamento jurdico, mas

    semelhante ao primeiro fato. A analogia no pode ser empregada

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    para criar obrigaes, como exigir contribuio social de pessoa

    no definida em lei como sujeito passivo dessa contribuio.

    Costumes representa as prticas reiteradas, de longa data, pela

    sociedade e aceitas com a convico de serem obrigatrias, desde

    que no contrrias legislao.

    Princpios gerais do Direito - so regras dotadas de grande

    abstrao que fornecem as principais diretrizes do ordenamento

    jurdico em sua aplicao e integrao.

    Equidade confunde-se com o ideal de justia; a possibilidade

    de suprir a imperfeio da lei ou torn-la mais branda de modo a

    mold-la realidade. Como exemplo, as decises que estenderam

    o direito penso por morte companheira, antes de a regra ser

    estabelecida em lei.

    Vigncia e Eficcia

    Eficcia significa aplicao ou execuo da norma e a vigncia diz

    respeito existncia jurdica da norma em determinado momento.

    A eficcia da norma jurdica pode ser dividida em relao ao tempo

    e ao espao.

    A eficcia no tempo refere-se entrada da lei em vigor, que

    geralmente se d na data da publicao, ou inexistindo disposio

    expressa em lei, 45 dias aps sua publicao. H excees, como o art.

    195, 6 da Constituio da Repblica, que introduziu o princpio da

    anterioridade previdenciria, mitigada ou nonagesimal, o qual retm a

    eficcia de nova lei relativa a contribuio social por 90 dias a contar da

    publicao.

    A eficcia no espao diz respeito ao territrio em que vai ser

    aplicada a norma. A lei da Seguridade Social se aplica no Brasil tanto

    para nacionais como para estrangeiros. Podem surgir conflitos de lei no

    espao. O Direito Internacional Privado estuda os conflitos de leis no

    espao. O inciso I, do art. 12, da lei 8.212, dispe sobre certos casos em

    que se aplica a lei brasileira ao trabalhador brasileiro que presta servios

    em outro pas.

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    Anotaes

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    Referncias

    CASTRO, C. A. P.; LAZZARI, J. B. Manual de Direito Previdencirio. 11 ed. So Paulo: Conceito Editorial, 2009. DIAS, E. R.; MACDO, J. L. M. Curso de Direito Previdencirio. So Paulo: Editora Mtodo, 2009 HORVATH JUNIOR, M. Direito Previdencirio. 7 ed. So Paulo: Quartier Latin, 2008. IBRAHIM, F. Z. Curso de Direito Previdencirio. 14 ed. Rio de Janeiro: Impethus, 2009. MARTINS, S. P. Direito da Seguridade Social. 12 ed. So Paulo: Atlas, 2011.

  • www.cruzeirodosul.edu.br

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