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Brasília/2014

APOSTILA DEDIREITO

PREVIDENCIÁRIO

Carlos Mendonça

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Brasília/2014

APOSTILA DEDIREITO

PREVIDENCIÁRIO

Carlos Mendonça

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PRESIDÊNCIA: José Wilson Granjeiro

DIRETORIA EXECUTIVA: Ivonete Granjeiro

CONSELHO EDITORIAL: José Wilson Granjeiro

Ivonete Granjeiro

João Dino

Bruno Pilastre

GERÊNCIA DE PRODUÇÃO: Samyra Campos

GERÊNCIA ADMINISTRATIVA: Eliete Ribeiro

SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO: Marilene Otaviano / Geisiane Novais

DIAGRAMAÇÃO: Washington Nunes Chaves

REVISÃO: Sabrina Alencar

CAPA: Pedro Wgilson Granjeiro

Editora Gran Cursos.SIG, Quadra 06, n. 1435, Brasília‑DFCep.: 70.610‑460Tel.: 0800‑[email protected]

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei n. 9.610, de 19.02.1998, nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recupe‑ração de informações ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos autorais e do editor.

MENDONÇA, Carlos.Apostila de Direito Previdenciário. Carlos Mendonça – Brasília, DF: Editora Gran Cursos, 2014.

p.

ISBN:

1. Brasil: Coleção de Direito Administrativo – Questões Comentadas – CESPE. I. Título.

CDD

05/2014 – Editora Gran Cursos

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SUMÁRIO

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CONCEITO, ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Desde a sua origem, o homem buscou formas de se proteger dos infortúnios da vida.

Evidente que as primeiras ações em nada lembram o sistema atual, pois sequer existia

o conceito de proteção social e todas as ações implementadas devem‑se ao instinto de

sobrevivência e à necessidade de se guarnecer o que ainda estava por vir.

A Seguridade Social é o sistema atual de Proteção Social, que envolve ações de

saúde, previdência e assistência social. Desde a sua criação, a proteção social passou

por inúmeras mudanças, ampliando o seu leque de cobertura e os destinatários de seus

benefícios. O apogeu da proteção social ocorreu com a Constituição de 1988 que,

ampliando a proteção Social, inseriu a previdência em um sistema maior denominado

Seguridade Social que, nos termos do art. 194, assim ¿cou de¿nido:

“A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa

dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à

saúde, à previdência e à assistência social”.

Nesse ínterim, a Seguridade Social forma uma rede de proteção social que envolve

ações de SAÚDE, PREVIDÊNCIA e ASSISTÊNCIA SOCIAL.

A SEGURIDADE SOCIAL

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Carlos Mendonça

SAÚDE

A Constituição disciplina a Saúde nos artigos 196 a 200, deixando assentado que:“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas

sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (art. 196)

Nessa linha de intelecção, sendo a Saúde direito de todos e dever do Estado, infere‑se a ausência da necessidade de contribuição para usufruir desse sistema.

A principal lei que disciplina a saúde é a Lei n. 8.080/1990, sendo certo que o Poder Público deve atuar diretamente ou por intermédio de terceiros.

A iniciativa privada pode atuar nessa área, segundo as diretrizes do Sistema único de Saúde e mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência às entidades ¿lantrópicas e às sem ¿ns lucrativos. De qualquer forma, é vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com ¿ns lucrativos.

Estabelece o § 3º do art. 199 que é vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

Como não poderia ser diferente, o § 4º do já citado art. 199 veda qualquer tipo de comercialização no que tange à remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para ¿ns de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados.

Como a atuação na saúde envolve todos os entes da Federação, suas ações devem integrar uma rede regionalizada e hierarquizada, formando um Sistema Único, e baseado nas seguintes diretrizes (art. 198):

I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo;II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem

prejuízo dos serviços assistenciais;III – participação da comunidade.

De modo a evitar as utuações inerentes às políticas públicas, a própria Constituição estabelece no parágrafo segundo do art. 198 a necessidade de se aplicar percentuais mínimos da arrecadação em ações de saúde. Como esses percentuais dependem de legislação complementar, o assunto continua sendo disciplinado pelo art. 77 do ADCT.

Além de ações de saúde, compete ao SUS (art. 200): I – controlar e ¿scalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para

a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

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Apost i l a de Direi t o Previdenciár io

III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;IV – participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento

básico;V – incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento cientí¿co e tecnológico;VI – ¿scalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor

nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;VII – participar do controle e ¿scalização da produção, transporte, guarda e

utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do

trabalho.

ASSISTÊNCIA SOCIAL

A Assistência Social foi a primeira manifestação de proteção social articulada pela sociedade. A preocupação com os pobres e necessitados acompanha a humanidade desde tempos imemoriais, evoluindo de ações isoladas para formas articuladas pela igreja e, ¿nalmente, como uma atribuição do Estado. Nesse contexto, o art. 203 da Constituição de 1988 vaticina que:

“Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:

I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;II – o amparo às crianças e adolescentes carentes;III – a promoção da integração ao mercado de trabalho;IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de de¿ciência e a promoção

de sua integração à vida comunitária;V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de

de¿ciência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê‑la provida por sua família, conforme dispuser a lei”.

Pelo regramento acima exposto, resta evidente que, assim como a saúde, a Assistência Social independe de contribuição, bastando que o interessado demonstre preencher os requisitos para a proteção social.

A principal lei sobre o tema é a 8.742/1993, denominada LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) que prevê o pagamento mensal de 1 salário mínimo ao idoso (homem ou mulher com mais de 65 anos) ou ao De¿ciente Físico que comprovem possuir renda per capita inferior a ¼ do salário mínimo. O citado benefício assistencial não gera pensão e não dá direito ao 13º.

PREVIDÊNCIA SOCIAL

A Previdência Social pode ser conceituada como um seguro coletivo, contributivo e compulsório que visa a cobertura de riscos sociais, mantendo o equilíbrio ¿nanceiro e atuarial.

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Carlos Mendonça

O sistema previdenciário previsto pela Constituição Federal está estruturado em

três regimes:

1) O regime geral de Previdência Social, operado pelo Instituto Nacional do

Seguro Social – INSS, de caráter público, compulsório, contributivo e destinado aos

trabalhadores da iniciativa privada, aos empregados públicos e aos servidores titulares

de cargo efetivo de entes federativos que não tiverem um regime próprio de previdência

e aos que ocupam exclusivamente cargo em comissão. Os exercentes de mandato eletivo

vinculam-se ao RGPS se não tiverem regime próprio de previdência.

2) Os regimes próprios de previdência instituídos pelos entes da Federação para os

servidores públicos titulares de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal

e Municípios (pouco mais de 2000). Os Regimes Próprios também são obrigatórios e

contributivos.

3) O regime de previdência complementar possui as seguintes características:

natureza jurídica contratual, caráter complementar e autônomo em relação à previdência

pública, constituição de reservas em regime de capitalização e natureza facultativa.

A Previdência Social, no plano constitucional, insere‑se na Seguridade Social como

um de seus subsistemas; ao lado da Saúde e da Assistência Social, a teor do art. 194. Da

mesma forma, integra o elenco de direitos sociais preconizado no art. 6º. Nesse contexto,

o art. 201 da Constituição dispõe que “a previdência social será organizada sob a forma

de regime geral, de caráter contributivo e de ¿liação obrigatória, observados critérios

que preservem o equilíbrio ¿nanceiro e atuarial”.

Com efeito, infere‑se que a constituição torna o vínculo com a previdência

automático, sem que haja manifestação de vontade do trabalhador, pois a ¿liação é

obrigatória e se perfaz com o simples exercício de atividade remunerada.

Diz ainda o texto maior que o sistema é contributivo, de modo que as prestações

seriam devidas mediante o pagamento de contribuições, para a cobertura dos

seguintes eventos: doença, invalidez, morte, idade avançada, proteção à maternidade,

especialmente à gestante, desemprego involuntário, salário família e auxílio reclusão,

sendo os dois últimos para os dependentes do segurado de baixa renda.

Repare que o texto constitucional não contempla o tempo de serviço como um risco

a ser coberto pelo sistema previdenciário, razão pela qual a aposentadoria por tempo de

serviço não tem natureza de benefício previdenciário, pois não corresponde a qualquer

risco coberto pelo sistema. Assim sendo, a tendência é que a referida aposentadoria

seja extinta no futuro, o que já ocorreu em vários países do mundo. Caso essa previsão

seja con¿rmada, os trabalhadores só poderão se aposentar por idade, por invalidez ou

de forma especial, este último destinado aos trabalhadores que exerçam atividades em

condições especiais (exemplo: operador de raio X).

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Apost i l a de Direi t o Previdenciár io

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL

A Seguridade Social é regida por 8 princípios, sendo sete extraídos do parágrafo

único do art. 194 e 1 do inciso primeiro do artigo 3º da CRFB/1988.

Universalidade da cobertura e do atendimento

A proteção social deve atender todas as pessoas e cobrir todos os riscos sociais.

Como a Seguridade Social se desdobra em três subsistemas, o princípio em comento

deve ser aquilatado em suas várias vertentes. Assim sendo, é de fácil percepção a

sua aplicação na saúde, pois se trata de um direito de todos e um dever do Estado.

Na Assistência Social o princípio tem plena aplicação, pois é prestada a quem dela

necessitar, nos termos da lei. Já na Previdência Social, somente quem exerce atividade

remunerada é que recebe a proteção social. Todavia, quem não trabalha pode se ¿liar

como facultativo, o que torna a Previdência também um sistema universal.

Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas

e rurais

Até a Constituição de 1988, havia uma evidente diferenciação entre urbanos e

rurais, principalmente no que tange ao valor dos benefícios e no alcance da cobertura.

Essa discriminação deixa de existir com a aplicação desse princípio. Por uniformidade,

deve‑se concluir que os mesmos benefícios que existem para os urbanos devem existir

para os rurais. Por equivalência, que é um corolário da igualdade, deve‑se buscar um

paralelismo entre o valor dos benefícios dos urbanos e rurais.

Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços

Os recursos que mantém a Seguridade Social são limitados, enquanto que as

contingências sociais a serem cobertas são ilimitadas. Por essa razão, devem‑se selecionar

os riscos sociais protegidos, delimitando as situações da vida mais prementes, de modo

que a cobertura chegue às pessoas com maior grau de necessidade. Registre‑se que o

salário‑família e o auxílio‑reclusão são destinados apenas aos trabalhadores de baixa

renda, ou seja, cujo salário de contribuição não ultrapasse R$ 971,00. Os benefícios

assistenciais são destinados apenas aos necessitados, ou seja, idosos com mais de 65

anos de idade ou portadores de de¿ciência cuja renda per capita familiar seja inferior

a ¼ do salário‑mínimo. Esse princípio funciona como um contraponto ao princípio da

Universalidade da cobertura e do atendimento.

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Carlos Mendonça

Irredutibilidade do valor dos benefícios

A irredutibilidade do valor dos benefícios possui duas vertentes, uma nominal e outra real. Pela irredutibilidade nominal não pode haver redução numérica do benefício (por exemplo: de R$ 1.000,00 para R$ 900,00). Por outro lado, os benefícios previdenciários têm a garantia da preservação de seu valor real (art. 201, § 4º.), garantindo‑se o reajustamento periódico do benefício. Assim, além do benefício não poder ser reduzido nominalmente, deve receber reajuste periódico.

Equidade na forma de participação no custeio

Em matéria tributária, a tributação leva em conta a capacidade contributiva e a isonomia. Na Seguridade Social, esse princípio admite uma nova vertente, em que se leva em consideração outros critérios, como a atividade econômica, o porte da empresa, a condição estrutural do mercado e a rotatividade da mão de obra (§ 9º do art. 201 da CRFB/1988). Nesse passo, o critério diferenciador na forma de contribuição para a Seguridade Social leva em considerações outros fatores, a exemplo das instituições ¿nanceiras que contribuem com um adicional (art. 22 da lei n. 8.212/1991), em função da alta lucratividade desse setor.

Diversidade da base de ¿nanciamento

Como a proteção social é um sistema universal, que deve atender a todas as pessoas e atender todos os riscos sociais, o aporte de recursos para sua manutenção deve ter uma fonte perene de recursos, infensa aos inuxos da economia moderna. Como isso não é possível, a Constituição prevê várias fontes de ¿nanciamento. Dessa forma, caso haja diminuição da arrecadação oriunda de uma fonte de custeio, as demais manterão o volume de arrecadação. Assim sendo, a constituição prevê que a sociedade ¿nanciará a Seguridade Social, de forma direta (contribuições sociais) e indireta (impostos) com contribuição do empregador incidente sobre a folha de pagamento, receita ou faturamento e lucro. Devem contribuir também os trabalhadores. Existem, ainda, contribuições incidentes sobre a importação de bens e serviços e sobre o concurso de prognósticos. Outras contribuições poderão ser criadas, desde que mediante a edição de lei complementar, as acima citadas, podem ser criadas por lei ordinária ou medida provisória.

Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados

Diante da complexidade do Sistema de Seguridade Social, suas decisões devem ser compartilhadas com a sociedade, representada por empregadores, empregados, aposentados e o próprio governo. Outrossim, o art. 10 da Constituição prevê que “é assegurada a participação dos trabalhadores e dos empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses pro¿ssionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação”.

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Apost i l a de Direi t o Previdenciár io

Solidariedade

Apesar de não constar do Rol do parágrafo único do art.194 da Constituição de 1988, a solidariedade é o principal princípio do sistema de Seguridade Social, pois não há como imaginar um sistema de proteção social que não seja embasado na solidariedade. Por outro lado, um dos objetivos da República é construir uma sociedade livre, justa e solidariedade (art. 3º, inciso I, da CRFB/1988).

A Seguridade Social é ¿nanciada por toda a sociedade e reverte benefícios mesmo para os que não contribuem, a exemplo da Saúde e da Assistência Social. Na Previdência Social, os riscos sociais imprevisíveis são pagos mesmo aqueles que não tenham contribuído o su¿ciente para fazer a contrapartida ao seu pagamento, a exemplo da pensão por morte para os dependentes do segurado que tenha contribuído uma única vez para o sistema. Nesse caso, os recursos para o pagamento do benefício será fornecido pela sociedade, que arcará com o custo do pagamento da pensão, substituindo o segurado.

Financiamento da Seguridade Social

Conforme preconiza o art. 195 da CRFB/1988, a seguridade social será ¿nanciada por toda a sociedade, de forma direta e indireta. A forma indireta decorre dos recursos orçamentários que suprem eventuais de¿ciências na arrecadação, de modo que o pagamento de impostos também representa uma forma indireta de ¿nanciamento do sistema. Por outro lado, a sociedade ¿nancia a Seguridade de forma direta através das seguintes contribuições sociais:

I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;c) o lucro;II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo

contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;

III – sobre a receita de concursos de prognósticos.IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.As contribuições sociais acima indicadas são as principais fontes de recursos para a

Saúde, Assistência e Previdência Social, sendo que, por expressa previsão constitucional (art. 167, inciso XI), as contribuições sobre a folha e a dos trabalhadores são exclusivas para pagamento de benefícios previdenciários, razão pela qual se encontra revogado o art. 18 da Lei n. 8.212/1991.

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Carlos Mendonça

O art. 195 da Constituição ainda contempla as seguintes regras:§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas

à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.

§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos ¿scais ou creditícios.

Essa regra prestigia a Seguridade Social, evitando que o Poder Público (União, Estados, DF e Municípios) contrate ou conceda benefícios ou incentivos ¿scais ou creditícios a pessoas jurídicas em débito com o referido sistema. Vale registrar que a Constituição só se refere ao débito com a Seguridade Social, não fazendo qualquer referência a outra espécie tributária. Todavia, a Lei n. 8.666/1993, nos procedimentos licitatórios, exige a Certidão Negativa de Débito dos demais tributos administrados pela receita fazendária.

§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

As contribuições sociais previstas no art. 195 da CF/1988 podem ser criadas ou majoradas por lei ordinária ou Medida Provisória. Caso haja a necessidade de criação de outra contribuição social, o instrumento normativo a ser utilizado é a lei complementar.

§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

Trata‑se do Princípio da pré‑existência de custeio, introduzido no Brasil em 1965, pelo qual exige a indicação da fonte de custeio que fará face à criação, majoração ou extensão de qualquer benefício ou serviço da seguridade social. Isso evita a utilização política do sistema de proteção social, evitando medidas irresponsáveis que aumentam a despesa sem se preocupar com a origem da receita.

§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modi¿cado, não se lhes aplicando o disposto no ar t. 150, III, b.

§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades bene¿centes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

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§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão de obra.

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

§ 10. A lei de¿nirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.

§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao ¿xado em lei complementar.

§ 12. A lei de¿nirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não‑cumulativas.

§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento.

Regime Geral da Previdência Social

O RGPS tem como órgão de atuação o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, Autarquia Federal que tem como principal função conceder e manter benefícios previdenciários. Os destinatários das prestações previdenciárias são os bene¿ciários que se subdividem em segurados e dependentes.

Segurados são aqueles que mantêm uma relação jurídica direta com a Previdência Social, tanto por meio do exercício de atividade laborativa quanto pelo pagamento de contribuições. Já o dependente mantém uma relação indireta com a Previdência, pois, geralmente, só terá direito a algum benefício na ausência do segurado.

A relação jurídica entre a Previdência e o segurado tem início no momento em que ele passa a exercer atividade remunerada, ou seja, momento em que ocorre a ¿liação. Assim sendo, nesse momento, o trabalhador passa a ser chamado de segurado. Além da ¿liação, o trabalhador precisa fornecer os seus dados à Previdência, esse ato formal é chamado de inscrição. Dessa forma, o trabalhador para ser segurado da previdência precisa estar ¿liado e inscrito na Previdência. Por outro lado, existem pessoas que não trabalham, a exemplo da dona‑de‑casa e do estudante, mas podem estar inseridos na Previdência Social. Para tanto, basta que o interessado faça a sua inscrição como segurado facultativo e pague a sua contribuição. Nesse caso, ao fornecer os dados, ocorrerá a inscrição e, com o recolhimento da primeira contribuição, a ¿liação.

Ressalte-se que podem existir segurados inscritos, porém ainda não ¿liados. A exemplo da dona de casa que se inscreve como facultativa, mas não recolhe contribuições e também segurados ¿liados, mas ainda não inscritos, a exemplo do trabalhador que exerce atividade remunerada mas não fez a sua inscrição no INSS.

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Carlos Mendonça

De qualquer forma, a qualidade de segurado só se perfaz com a conjugação desses dois requisitos: ¿liação e inscrição.

Pelo que foi visto, o segurado pode ser obrigatório ou facultativo. Como a Previdência social é um seguro coletivo, contributivo e compulsório, a ¿liação do trabalhador ao sistema independe de sua vontade ou mesmo de qualquer ação (segurado obrigatório). Basta o exercício de atividade remunerada, desde que não esteja vinculado a outro sistema de previdência, para que o trabalhador forme um vínculo jurídico com a Previdência (¿liação). Claro que é fundamental que também forneça os seus dados à previdência, momento em que ocorre a sua inscrição, o que completa o ciclo para se tornar um segurado.

Se, por exemplo, o trabalhador tem como atividade a venda de pipoca na pracinha do bairro, o simples exercício dessa atividade remunerada já o torna ¿liado ao Sistema de Previdência. Todavia, somente com o fornecimento de seus dados ao INSS é que se tornará um segurado. Daí por diante, o segurado deverá manter em dia o recolhimento de suas contribuições, de modo a preencher um número adequado de recolhimentos que permitam a concessão do benefício postulado (carência).

SEGURADOS DO INSS

São divididos em duas categorias: segurados obrigatórios e facultativos, previstos, respectivamente, nos art. 12 e 14 da Lei n. 8.212/91. A idade mínima exigida para ¿liação ao RGPS é de 16 anos, salvo no caso do menor aprendiz em que o vínculo é permitido aos 14 anos de idade.

Segurados ObrigatóriosOs segurados obrigatórios são divididos em cinco categorias: • Empregados• Avulsos• Empregados domésticos• Contribuintes individuais• Segurados especiais

CUIDADO:

os segurados aposentados que voltam à atividade abrangida pelo RGPS são segurados obrigatórios, devendo efetuar contribuições incidentes sobre a remuneração percebida.

CUIDADO:

o dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo, o mesmo enquadramento no Regime Geral de Previdência Social ‑ RGPS de antes da investidura.

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Apost i l a de Direi t o Previdenciár io

Segurado Empregado (artigo 11, I da Lei n. 8.213/91):a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter

não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;

b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, de¿nida em legislação especí¿ca, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas;

c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior;

d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a ela subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;

e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos o¿ciais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;

f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença à empresa brasileira de capital nacional;

g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais; (Alínea acrescentada pela Lei n. 8.647, de 13.4.93)

h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; (Alínea acrescentada pela Lei n. 9.506, de 30.10.97) (Vide Resolução do Senado Federal n. 26, de 2005)

i) o empregado de organismo o¿cial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Incluído pela Lei n. 9.876, de 1999).

j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; (Incluído pela Lei n. 10.887, de 2004).

Empregado Doméstico

Quem presta serviço à família ou pessoa no âmbito residencial desta, de forma continua e sem ¿nalidade lucrativa.

Contribuinte Individual

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Carlos Mendonça

a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos ¿scais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos ¿scais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos;

b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral ‑ garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;

c) o ministro de con¿ssão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa;

d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo o¿cial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;

e) o titular de ¿rma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou ¿nalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração;

f) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego;

g) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com ¿ns lucrativos ou não.

Avulso

É quem presta serviço à diversas empresas sem vínculo efetivo e com intermediação do sindicato ou do órgão gestor de mão de obra (Ex: estivador, chapa, guindasteiro, safrista).

CUIDADO:

A diferença do avulso para o autônomo é a intermediação do sindicato ou do órgão gestor.

Segurado Especial

É a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, enquadra-se em uma das seguintes hipóteses:

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a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:

1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos ¿scais; ou 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do

inciso XII do caput do art. 2º da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida;

b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca pro¿ssão habitual ou principal meio de vida; e

c) cônjuge ou companheiro, bem como ¿lho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo.

CUIDADO:

entende‑se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes.

CUIDADO:

o grupo familiar poderá utilizar‑se de empregados contratados por prazo determinado, à razão de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas/dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho.

Segurados Facultativos

São aqueles que não trabalham, mas desejam a proteção previdenciária. A idade mínima para a ¿liação é 16 anos.

Exemplos: dona de casa, estudante, aquele que deixou de ser segurado obrigatório da Previdência Social, o síndico não remunerado de condomínio.

PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO

A proteção previdenciária deixa de existir quando o segurado cessa as suas contribuições ou deixa de exercer atividade remunerada que o vincule ao Regime Geral de Previdência Social –RGPS. Todavia, a perda da qualidade de segurado não é automática, pois esta somente ocorre após o decurso do período de graça. Assim, entende-se por Período de Graça (artigo 15 da Lei n. 8.213/91) o período em que o segurado, mesmo sem trabalhar ou contribuir, continua sendo segurado do INSS. Evidente que, durante esse período, não há contagem de tempo de serviço ou de contribuição. Caso o segurado deseje que o período onde não estiver trabalhando conte como tempo de contribuição deverá recolher contribuições na qualidade de segurado facultativo.

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Assim, ocorrendo algum risco social durante o período de graça, o segurado fará jus ao benefício, desde que preencha os demais requisitos para a sua concessão. É uma extensão da proteção previdenciária.

O art. 15 da Lei n. 8.213/91 elenca vários períodos de graça. Con¿ra:Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:I – sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;II – até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar

de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração1;

III – até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;

IV – até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;V – até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças

Armadas para prestar serviço militar; VI – até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado

já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.

Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social2.

Durante o decurso do período de graça, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.

Registre‑se que a perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo ¿xado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do ¿nal dos prazos ¿xados neste artigo e seus parágrafos. Em outras palavras, decorrido o período de graça, a perda da qualidade de segurado somente ocorrerá após 45 dias, ou seja, 30 dias da competência seguinte mais 15, já que a contribuição deveria ser recolhida no dia 15 do mês seguinte.

Segundo a Lei n. 10.666/03, a perda da qualidade de segurado não tem qualquer reexo na concessão das aposentadorias por idade, por tempo de contribuição e especial.

1 Nota: A Medida Provisória n. 1.709-4, de 27.11.1998, reeditada até a de n. 2.164‑41, de 24.8.2001, em vigor em função do

disposto no Art. 2º da Emenda Constitucional n. 32, de 11.9.2001, assegura a qualidade de segurado aos empregados ali mencionados, nos seguintes termos:

"Art. 11. Ao empregado com contrato de trabalho suspenso nos termos do disposto no Art. 476-A da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT aplica-se o disposto no Art. 15, inciso II, da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991.”

2 Nota: Atualmente Ministério do Trabalho e Emprego. Denominação instituída pela Medida Provisória n. 1.795, de

1º.1.1999, reeditada até a de n. 2.216‑37, de 31.8.2001, posteriormente transformada na Medida Provisória n. 103, de 1º.1.2003, convertida na Lei n. 10.683, de 28.5.2003.

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Exemplos de aplicação do período de graça:Segurado trabalhou durante 15 anos:Prazo legal: 12 meses (período de graça – se sofrer um infortúnio terá o benefício

previdenciário). Não conta como tempo de serviço este período de graça. Se tiver mais de 120 contribuições o prazo legal é prorrogado por mais de 12 meses. Passada a prorrogação. Ele tem mais 12 meses se o desemprego for involuntário

(registro no Ministério do Trabalho).

CARÊNCIA

É o número mínimo de contribuições que o segurado precisa recolher para ter direito a determinados benefícios (artigo 24 da Lei n. 8.213/91).

Impende ressaltar que a previdência social é um sistema contributivo, ou seja, os benefícios são devidos em função de contribuições vertidas para o sistema.

O art. 24 da Lei n. 8.213/91 elenca os benefícios que requerem carência:1)�Auxílio Doença – regra: 12 contribuições. Exceção: a) acidente de qualquer

natureza (carência zero); b) Doença elencada no artigo 151 da Lei n. 8.213/91 (carência zero).

2)�Aposentadoria por invalidez – 12 contribuições. Exceção: a) acidente de qualquer natureza (carência zero); b) Doença elencada no artigo 151 da Lei n. 8.213/91 (carência zero).

3)�Aposentadoria por idade*.4)�Aposentadoria por tempo de contribuição*.5)�Aposentadoria Especial*.*Carência dos benefícios “3”, “4” e “5” = 180 contribuições (15anos). 6)�Salário Maternidade – 10 contribuições, mas apenas para as seguras: Contribuinte

Individual, Facultativas e Seguradas Especiais. As demais seguradas não têm carência (empregadas, domésticas e avulsas)

CUIDADO:

No caso de parto antecipado, a carência é antecipada no mesmo número de meses.

Cômputo do período de carência:

a) Empregado/Avulso: para esses segurados a carência é contada a partir da ¿liação, ou seja, empregado e avulso só precisa comprovar tempo de serviço não precisa comprovar tempo de contribuição.

b) Empregado Doméstico / Contribuinte Individual / Contribuinte Facultativo e Segurado Especial. (artigo 27 da Lei n. 8.213/91).

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Para esses segurados, a carência é contada a partir do recolhimento da primeira contribuição sem atraso, não sendo computados para esse ¿m as contribuições recolhidas em atraso. (Exemplo: recolher de uma só vez as 15 contribuições).

Tem essa sistemática para viabilizar o pagamento (obrigar o pagamento) e para que elas façam sua inscrição.

CUIDADO:

A perda da qualidade de segurado não tem qualquer reexo nas aposentadorias por idade, por tempo de contribuição e especial (a Lei n.10.666/2003 regulou esta situação).

CUIDADO:

Havendo a perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores somente serão computadas na nova ¿liação, quando o segurado contar, na nova ¿liação, com um terço das contribuições do benefício a ser requerido.

15 anos de trabalho 12m + 12m + 12m + 45 dias trabalhou*_____________*_____*____*_____*___* ¿cou sem trabalho *_____ (4meses)

e ¿cou doente, então terá o direito.

Benefícios que não tem Carência:

a) Pensão por morte;b) Auxílio Reclusão;c) Auxílio acidente;d) Salário‑família;e) Reabilitação Pro¿ssional e Serviço Social.f) Salário Maternidade: para as seguradas empregadas, domésticas e avulsas.

Benefícios em espécie (artigo 18 da Lei n. 8.213/91).

I – Para os Segurados: – Aposentadoria por idade; – Aposentadoria por invalidez; – Aposentadoria Especial (quem trabalha em mina; RX; agentes químicos,

agentes físicos); – Aposentadoria por tempo de contribuição; – Auxílio‑doença; – Salário – Maternidade; – Salário‑Família.

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II – Para os Dependentes: – Pensão por morte; – Auxílio‑ reclusão.

III – Para os Segurados/Dependentes: – Reabilitação Pro¿ssional; – Serviço Social.

ACIDENTE DO TRABALHO

Acidente do Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, bem como com o segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho.

Considera-se acidente do trabalho as doenças ocupacionais:a) a doença pro¿ssional (tecnopatia), assim entendida a produzida ou desencadeada

pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade. Exemplo: Pneumoconíose (doença de quem trabalha em minas subterrâneas);

b) a doença do trabalho (mesopatia), assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Exemplo: perda da audição (disacusia).

Vale registrar que não são consideradas como doença do trabalho: a doença degenerativa; a inerente a grupo etário; a que não produz incapacidade laborativa; a doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região onde ela se desenvolva, salvo se comprovado que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

Equiparam-se também a acidente do trabalho:I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja

contribuído diretamente para a morte do segurado, para perda ou redução da sua capacidade para o trabalho, ou que tenha produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

II – o acidente sofrido pelo segurado no local e horário do trabalho, em consequência de ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou de companheiro de trabalho; ato de pessoa privada do uso da razão; desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força maior;

III – a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;

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IV – o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho, na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando ¿nanciada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

No período destinado à refeição ou ao descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades ¿siológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado será considerado no exercício do trabalho.

Entende‑se como percurso o trajeto da residência ou do local de refeição para o trabalho ou deste para aqueles, independentemente do meio de locomoção, sem alteração ou interrupção voluntária do percurso habitualmente realizado pelo segurado.

É considerado agravamento de acidente do trabalho aquele sofrido pelo acidentado quando estiver sob a responsabilidade do Setor de Reabilitação Pro¿ssional.

Não é considerado agravamento ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do acidente anterior.

É considerado como dia do acidente, no caso de doença pro¿ssional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.

As prestações acidentárias são custeadas com uma contribuição adicional da empresa e do segurado especial, de modo que não são devidas as prestações relativas ao acidente do trabalho ao empregado doméstico, ao contribuinte individual e ao facultativo.

Para que o acidente ou a doença seja considerado como acidente do trabalho é imprescindível que seja caracterizado tecnicamente pela Perícia Médica do INSS, que fará o reconhecimento técnico do nexo causal entre o acidente e a lesão; a doença e o trabalho; e a “causa mortis” e o acidente.

Ocorrido o acidente do trabalho, a empresa é obrigada a fornecer a CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho) até o primeiro dia útil após o acidente de trabalho e, em caso de óbito, imediatamente. Todavia, se a CAT não for emitida, a perícia do INSS poderá estabelecer o nexo técnico epidemiológico entre a lesão e o trabalho desenvolvido.

Vantagens do Acidente do Trabalho:

1)�Estabilidade – 12 meses ‑ artigo 118 da Lei n. 8.213/91.2)�Depósito do FGTS: o empregador continua fazendo os depósitos enquanto o

empregado recebe o benefício.Competência Jurisdicional (artigo 109 da CR/88).Em matéria acidentária, caso o segurado promova uma ação contra o INSS, a

competência é da Justiça Estadual com recurso para o Tribunal de Justiça. Por outro lado, quando o segurado processa o Empregador (acidente de trabalho), a competência será da Justiça do Trabalho.

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SALÁRIO DE BENEFÍCIO (SB):

A maioria dos benefícios previdenciários é calculada a partir do salário de contribuição, que pode ser de¿nido como a base de cálculo dos benefícios e corresponde a média aritmética dos maiores salários de contribuição relativos à 80% (oitenta por cento) do período contributivo, considerados a partir de Julho de 94 (implantação do Plano Real).

No caso da Aposentadoria por tempo de contribuição, por exemplo, o segurado que comprovar 420 contribuições (35 anos), terá excluído do cálculo 20% das menores contribuições, ou seja, 84 contribuições. Excluídas essas 84 contribuições, as demais serão corrigidas monetariamente (INPC) até a data do requerimento da aposentadoria, sendo apurada a média aritmética. Essa média aritmética é chamada de salário de benefício, que é a base de cálculo do benefício.

A sistemática acima relatada foi introduzida pela lei n. 9.876/99. Antes, o salário de benefício era apurado pela média aritmética das 36 últimas contribuições, o que não retratava a realidade remuneratória do segurado ao longo da sua vida laborativa, pois o segurado que contribuísse a maior parte do tempo sobre um salário de contribuição baixo poderia ter o benefício no teto ou perto dele caso, nos três anos anteriores ao pedido do benefício, contribuísse sobre o valor máximo do salário de contribuição.

Atualmente, o valor máximo do salário de contribuição é de R$ 4.159,00, mesmo valor do teto do salário de benefício. Em relação ao valor mínimo, para ambos é de um salário mínimo.

O segurado que tenha o salário de R$ 5.000,00, contribuirá para a Previdência apenas sobre R$ 4.159,00, pois este é o valor máximo do salário de contribuição. Por consequência, seu benefício será calculado com base no salário de contribuição de R$ 4.159,00. Assim sendo, para que não haja redução em sua renda, deverá contratar um plano de Previdência Complementar para sua aposentadoria, acrescida da complementação, reita a renda que tinha quando estava na atividade.

Apenas dois benefícios não são calculados a partir do salário de benefício: salário família e salário maternidade.

O salário família tem valor ¿xo para cada dependente do segurado de baixa renda. Já o salário maternidade segue a regra constitucional que garante à trabalhadora o direito à licença maternidade sem prejuízo do emprego e do salário. Com efeito, se o salário maternidade fosse calculado pelo salário de benefício, não haveria concessão acima do teto, o que poderia acarretar prejuízo salarial à trabalhadora, em verdadeira afronta ao texto constitucional.

FATOR PREVIDENCIÁRIO.

Implementada a Primeira Reforma da Previdência, várias mudanças foram introduzidas no sistema de aposentadoria dos servidores públicos, principalmente no

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que tange ao seu cálculo e reajustamento. Mas a mudança mais visível foi a necessidade do servidor implementar uma idade mínima para a obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição. Como a idade mínima não foi aprovada para os segurados do INSS, a Lei n. 9.876/99 criou o fator previdenciário como componente do cálculo do benefício, de modo que o segurado que se aposentasse cedo teria um deságio no valor da sua aposentadoria que iria sendo reduzido conforme o segurado fosse protelando o seu ingresso na inatividade.

A fórmula do Fator Previdenciário é a seguinte:

FP = Tc x a . [1- (Tc x a + id)] Es [ 100 ]

Tc - Tempo de contribuição“a” = alíquota atuar ial – o valor dela é ¿xa = 0,31.Es = expectativa de sobrevidaId – idade no momento do pedido de aposentadoria

Percebe-se, portanto, que a fórmula do fator previdenciário leva em consideração o tempo de contribuição, a idade, a expectativa de sobrevida e uma alíquota atuarial. Assim, quanto mais cedo o segurado se aposenta, maior é a sua expectativa de sobrevida e menor é a sua idade, o que deságua em fator previdenciário baixo, provavelmente menor que um. Por outro lado, quanto mais tarde pedir a sua aposentadoria, maior será o seu tempo de contribuição, maior a sua idade e menor será a sua expectativa de sobrevida, o que atrai um fator previdenciário maior, provavelmente maior que um. O fato é que FP menor que 1 representa um benefício menor, enquanto que FP maior que 1representa um benefício maior.

Ainda nesse contexto, deve‑se ressaltar que como homens e mulheres têm expectativas de sobrevida diferentes, o que poderia trazer uma distorção na aplicação do fator previdenciária. Para evitar esse problema, algumas regras devem ser respeitadas na aplicação do fator previdenciário.

Assim, por uma ¿cção legal, a expectativa de sobrevida será considerada idêntica para homens e mulheres, ou seja, para efeitos previdenciários, homens e mulheres têm a mesma expectativa e deverá ser extraída de uma tábua de mortalidade especi¿camente criada pelo IBGE. Ademais, alguns acertos deverão ser perpetrados, tendo em vista os diferentes tempos de contribuição previstos para homens, mulheres e professores.

Nessa linha de intelecção, na aplicação do Fator Previdenciário, deverão ser somados ao tempo de contribuição os anos a seguir indicados:

a) Se for mulher: soma‑se 05 anos.b) Se for professor: soma‑se 05 anos.c) Se for professora: soma‑se 10 anos.

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Valor de Benefício (RMI – Renda Mensal Inicial). – Na aposentadoria por idade, o fator previdenciário só é aplicado se aumentar

o valor da aposentadoria. – Na aposentadoria por tempo de contribuição, o fator previdenciário é

obrigatoriamente aplicado se aumentar o valor da aposentadoria.

CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS – Pensão por morte e Auxílio‑reclusão = 100% do SB. – Aposentadoria por invalidez = 100% do SB. – Aposentadoria Especial = 100% do SB. – Aposentadoria por tempo de Contribuição = 100% do SB x FP. – Auxílio‑doença = 91% do SB. – Auxílio‑acidente = 50% do SB (ele vai receber os outros 50%, trabalhando

como trocador de dinheiro, era motorista do ônibus). – Aposentadoria por idade 70% do SB + 1% por cada Grupo de 12 contribuição

(vai de 85% à 100% ‑ vai depender de quanto tempo ela contribuiu). – Salário-família: valor ¿xado anualmente.

Valor do Salário‑Maternidade:a) Empregado e avulso – última remuneração;b) Empregado Doméstico – salário registrado em carteira;c) Contribuinte Individual / facultativa – média aritmética das doze últimas

contribuições apurados em período de até quinze meses.*Artigo 248 da CR/88 – Teto do STF. Exemplo: Se empregado ganha R$ 50.000,00

– INSS paga o teto do STF e o empregador complementa com R$ 25.500,00.

BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE

Aposentadoria por invalidez

O exercício de atividade laborativa transforma o trabalhador em segurado do Regime Geral de Previdência Social, status que confere proteção previdenciária em caso de invalidez. Assim, em caso de incapacidade total para qualquer atividade com insusceptibilidade de recuperação, o segurado será aposentado por invalidez, estando ou não em gozo de auxílio‑doença. Todavia, a regra é a concessão e manutenção do auxílio-doença enquanto o segurado se recupera da incapacidade. Após a consolidação da lesão é que a perícia vai aquilatar se a hipótese da aposentadoria por invalidez é a adequada.

Vale ressaltar que a aposentadoria por invalidez será devida ao empregado a partir do 16º. dia da incapacidade, se requerida dentro de 30 dias do início da incapacidade. Se requerida após esse prazo, será devido a partir da data do requerimento, sendo certo que os primeiros 15 dias devem ser pagos pelo empregador.

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Para os demais segurados, o benefício será devido a partir do início da incapacidade, se requerido em até 30 do início da incapacidade. Após esse prazo, o benefício será devido a partir da data do requerimento.

Cabe à perícia do INSS avaliar o grau de incapacidade do segurado, sendo certo que o segurado poderá fazer-se acompanhar de médico de sua con¿ança.

Se for considerado inválido, o segurado deverá se afastar de toda e qualquer atividade.

A doença ou lesão que o segurado já era portador ao se ¿liar ao Regime Previdenciário não lhe conferirá direito a qualquer prestação, salvo no caso de progressão ou piora da doença ou lesão.

Ao ser aposentado por invalidez, o segurado, caso empregado, terá seu contrato de trabalho suspenso, o que impede a sua demissão enquanto estiver nessa situação (CLT, art. 475).

O aposentado por invalidez deverá comparecer á perícia do INSS para que seja avaliada a persistência da invalidez. Se vier a recuperar a capacidade laborativa, deverá retornar á atividade segundo as seguintes regras:

1)�Se a recuperação ocorrer antes de 5 anos e o aposentado tiver direito de retornar á atividade, o benefício será imediatamente suspenso. Se não tiver direito de retornar á atividade, o benefício será mantido por tantos meses quantos forem os meses em que esteve em gozo de auxílio‑doença ou aposentadoria por invalidez,

2)�Se a recuperação for parcial ou ocorrer após cinco anos, a o benefício será mantido na sua integralidade por seis meses, com redução de 50% nos próximos 6 meses e com redução de 75% nos últimos 6 meses.

Se o segurado retornar espontaneamente á atividade, seu benefício será cassado desde a data do retorno.

Se a invalidez ¿zer com que o segurado necessite do auxílio permanente de outra pessoa, o benefício será acrescido de 25%, valor que poderá superar o teto e não será incorporado á pensão.

As hipóteses que dão ensejo ao referido acréscimo constam do anexo 1 do Decreto 3.048/99.

O segurado em gozo de aposentadoria por invalidez poderá requerer a conversão dessa aposentadoria em aposentadoria por idade ou por tempo de contribuição, desde que tenha preenchido os requisitos para a conversão.

APOSENTADORIA POR IDADE

A Aposentadoria por idade, conhecida anteriormente à EC/20 – 98 como aposentadoria por velhice, visa a cobertura do risco social idade avançada. Tem como destinatários aqueles que não conseguiram a aposentadoria por tempo de contribuição, mas reuniram a carência necessária ao atingir a idade prevista em lei. O trabalhador do sexo masculino ao atingir a idade de 65 anos e a trabalhadora ao atingir a idade de 60

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anos, adquirem o direito ao benefício. No caso de rural, pescador artesanal e garimpeiro, o direito ao benefício em comento surge ao atingirem respectivamente 60 e 55 anos de idade3.

Mister rememorar que a carência para a concessão desse benefício é de 180 contribuições, sendo que os segurados especiais, em regime de economia familar, a carência é substituída pela prova do exercício da atividade rural no período equivalente ao da carência, mesmo que de forma descontínua. Regra semelhante é dirigida aos trabalhadores rurais no art. 143 da lei de benefícios. Todavia, essa benesse deveria ser concedida por 15 anos contados da publicação da Lei n. 8.213/91, sendo certo que foi estendida até 2020 pela MP 410.

O art. 106 da lei n. 8.213/91 enumera os documentos que comprovam o exercício da atividade rural:

I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social; II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;III – declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou,

quando for o caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS;

IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, no caso de produtores em regime de economia familiar;

V – bloco de notas do produtor rural;VI – notas ¿scais de entrada de mercadorias, de que trata o § 7º do art. 30 da Lei

no 8.212, de 24 de julho de 1991, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como vendedor;

VII – documentos ¿scais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou consignante;

VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da comercialização da produção;

IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de produção rural; ou

X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Incra.Oportuno Ressaltar que a carência para os trabalhadores que estavam inscritos em

24/07/91 deve seguir a tabela de transição do art. 142 da Lei n. 8.213/91.Até o advento da Lei n. 10.666/03, os requisitos de idade e carência deveriam

ser preenchidos simultaneamente. Contudo, a citada lei afastou a necessidade da manutenção da qualidade de segurado, de modo que o trabalhador que tenha iniciado sua vida laborativa aos 40 anos, ao completar 55 anos de idade, mesmo que deixe de trabalhar, poderá pleitear a aposentadoria por idade aos 65 anos, se homem, ou aos 60 se mulher.

3 Art. 201, § 8º.

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O cálculo da aposentadoria por idade varia de acordo com o tempo de contribuição, sendo calculado da seguinte forma:

70% do salário de contribuição + 1% por grupo de 12 contribuições, limitado a 100%.

Para INSS, não há limite de idade para se aposentar e não há limite máximo para se ¿liar ao INSS, já no serviço público, a aposentadoria compulsória é dada quando o servidor completa 70 anos.

Não obstante a inexistência da aposentadoria compulsória, o art. 51 da lei de benefícios prevê a hipótese da aposentadoria Involuntária, ou seja, o empregador que tiver um empregado com 70 anos, ou empregada com 65 anos de idade, pode requerer a aposentadoria do seu empregado. Interessante evidenciar que esta aposentadoria é a única que rescinde o contrato de trabalho.

O segurado aposentado por invalidez ou em gozo de auxílio doença pode requerer a transformação de seu benefício em aposentadoria por idade.

Aposentadoria por tempo de contribuição

Antes da EC 20 – 98 era conhecida como aposentadoria por tempo de serviço e foi a que sofreu as maiores alterações com a reforma da previdência, principalmente no que concerne à contagem do tempo de contribuição, sofrendo sérias restrições no que seria ou não aceito.

O que era considerado tempo de serviço passa a ser considerado tempo de contribuição, salvo em relação ao tempo ¿ctício, o qual foi vedado.

Nesse sentido, o homem tem direito a esta aposentadoria ao atingir 35 anos de contribuição e a mulher 30. No caso dos professores do ensino básico, há redução de 5 anos como condição à concessão dessa aposentadoria, de modo que o professor se aposenta aos 30 anos de efetivo exercício do magistério e a professora aos 25. Alei 11.301/06 estendeu esse direito aos professores que exerçam atividade de diretor ou assistente pedagógico.

Ao contrário do serviço público, não há idade mínima para essa aposentadoria no Regime Geral de Previdência Social – RGPS.

A aposentadoria por tempo de contribuição proporcional foi abolida pela EC 20/98, mas os trabalhadores que já estavam inscritos na previdência em 16/12/98 podem optar pela regra de transição prevista no art. 9º da citada emenda.

A carência para a aposentadoria em tela é de 180 contribuições e o benefício é concedido no percentual de 100% do salário de benefício x o fator previdenciário.

Questão relevante reside na contagem do tempo de contribuição e o art. 55 da Lei n. 8.213/91 explicita que o tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do correspondente às atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de segurado:

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Apost i l a de Direi t o Previdenciár io

I – o tempo de serviço militar, inclusive o voluntário, e o previsto no § 1º do art. 143 da Constituição Federal, ainda que anterior à ¿liação ao Regime Geral de Previdência Social, desde que não tenha sido contado para inatividade remunerada nas Forças Armadas ou aposentadoria no serviço público;

II – o tempo intercalado em que esteve em gozo de auxílio‑doença ou aposentadoria por invalidez;

III – o tempo de contribuição efetuado como segurado facultativo, desde que antes da vigência desta lei;

III – o tempo de contribuição efetuada como segurado facultativo; IV – o tempo de serviço referente ao exercício de mandato eletivo federal, estadual

ou municipal, desde que não tenha sido contado para a inatividade remunerada nas Forças Armadas ou aposentadoria no serviço público;

IV – o tempo de serviço referente ao exercício de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não tenha sido contado para efeito de aposentadoria por outro regime de previdência social;

V – o tempo de contribuição efetuado por segurado depois de ter deixado de exercer atividade remunerada que o enquadrava no art. 11 desta Lei;

VI – o tempo de contribuição efetuado com base nos artigos 8º e 9º da Lei n. 8.162, de 8 de janeiro de 1991, pelo segurado de¿nido no artigo 11, inciso I, alínea “g”, desta Lei, sendo tais contribuições computadas para efeito de carência.

A averbação de tempo de serviço durante o qual o exercício da atividade não determinava ¿liação obrigatória ao anterior Regime de Previdência Social Urbana só será admitida mediante o recolhimento das contribuições correspondentes, conforme dispuser o Regulamento.

O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior à data de início de vigência da Lei n. 8.213/91, será computado independentemente do recolhimento das contribuições a ele correspondentes, exceto para efeito de carência, conforme dispuser o Regulamento.

A comprovação do tempo de serviço, inclusive mediante justi¿cação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art. 108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento.

Não será computado como tempo de contribuição, para efeito de concessão do benefício de que trata esta subseção, o período em que o segurado contribuinte individual ou facultativo tiver contribuído na forma do § 2º do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, salvo se tiver complementado as contribuições na forma do § 3º do mesmo artigo.

Interessante registrar que é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria paga pelo INSS.

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Carlos Mendonça

O segurado aposentado que retorna a atividade só tem direito a três benefícios:1º) Salário Maternidade; 2º) Salário-família; 3º) Reabilitação pro¿ssional.

Contagem Recíproca de tempo de serviço

O tempo de serviço público municipal, estadual e federal, e o da iniciativa privada serão reciprocamente considerados, salvo:

a.1) se forem concomitantes;a.2) se já tiverem sido utilizados em outra aposentadoria;a.3) e por último, tempo ¿ctício.

Aposentadoria Especial

Esta aposentadoria tem como fato Gerador a exposição permanente, não ocasional e não intermitente, durante 15, 20 ou 25 anos, à agentes prejudiciais à saúde (químicos, físicos ou biológicos), comprovados mediante apresentação do PPP (per¿l pro¿ssiográ¿co previdenciár io) confeccionado com base em laudo técnico.

Este benefício requer carência de 180 contribuições e tem valor de 100% do salário de benefício.

Somente empregados, avulsos e contribuinte individual membro de cooperativa é que tem direito a esse benefício.

A aposentadoria especial por categoria pro¿ssional foi extinta em 1995. De agora em diante, qualquer trabalhador tem direito a aposentadoria, desde que comprove a exposição a um agente agressivo.

Conversão do tempo de serviço

O tempo de serviço especial, após a sua conversão, pode ser somado ao tempo comum.

Tabela de Conversão:De 15 para 35 – fator de conversão = 2.33.De 25 para 35 – fator de conversão = 1.4. (para homem).De 25 para 30 – fator de conversão = 1.2. (para mulher).

Exemplo: o trabalhado que exercer, durante 10 anos, atividade que permita aposentadoria aos 15 anos de tempo de contribuição, caso passe a trabalhar em atividade comum, poderá converter o tempo de serviço da seguinte forma: 10 X 2.33 = 23.3 Anos.

Assim, 10 anos em atividade especial, corresponde a 23,3 anos de atividade comum.

CUIDADO:

É vedada a conversão de tempo de serviço comum para especial.

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Apost i l a de Direi t o Previdenciár io

Auxílio-Doença

O Auxílio-doença será concedido quando o segurado ¿car mais de 15 dias

incapacitado para o trabalho. Ao contrário da aposentadoria por invalidez, esse benefício

destina‑se a uma incapacidade temporária, onde há grande probabilidade de recuperação.

O auxílio‑doença, no caso do Empregado, é concedido a partir do 16º dia, sendo

empregador responsável pelo pagamento dos primeiros 15 dias. Os demais segurados

têm direito ao benefício, desde o início da incapacidade, desde que seja superior a 15

dias. Assim, se uma empregada doméstica ¿ca incapacitada por 20 dias, o benefício será

integralmente pago pelo INSS. Por outro lado, se fosse empregado, o INSS pagaria a

partir do 16º ao 20º dia, ¿cando a cargo do empregador os primeiros 15 dias.

O segurado empregado em gozo de auxílio‑doença será considerado pela empresa

como licenciado.

O citado benefício requer a carência de 12 contribuições, salvo acidente de qualquer

natureza ou uma das doenças do art. 151 da Lei n. 8.213/91.

Não será devido auxílio-doença ao segurado que se ¿liar ao Regime Geral

de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para

o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou

agravamento dessa doença ou lesão.

Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) dias, o

auxílio‑doença será devido a contar da data da entrada do requerimento.

O auxílio‑doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa

renda mensal correspondente a 91% (noventa e um por cento) do salário de benefício.

Caso o segurado exerça mais de uma atividade, o auxílio‑doença poderá ser

concedido em a ambas as atividades, desde que cumpra a carência em relação a cada

uma delas.

A concessão de novo auxílio‑doença antes de decorridos 60 dias da cessação do

anterior, é considerado restabelecimento do anterior, sendo certo que a empresa ¿ca

desobrigada a pagar os primeiros 15 dias.

O segurado em gozo de auxílio‑doença, insusceptível de recuperação para sua

atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação pro¿ssional para o

exercício de outra atividade. Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado

para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando

considerado não recuperável, for aposentado por invalidez.

A empresa que garantir ao segurado licença remunerada ¿cará obrigada a pagar-

lhe durante o período de auxílio‑doença a eventual diferença entre o valor deste e a

importância garantida pela licença.

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Carlos Mendonça

Consolidada a lesão. Três hipóteses podem ocorrer:‑ Ficou inválido: é Aposentado por invalidez;‑ Ficou bom: volta para o trabalho – recebe “alta”;‑ Redução da Capacidade Laborativa – será submetido a tratamento e à reabilitação

pro¿ssional para voltar ao mercado de trabalho – o INSS tem um benefício especí¿co quando ocorre a mudança de função, ou seja, auxílio – acidente = é verba indenizatória = 50% SB, pago mensalmente mais o salário (Exemplo do motorista que vira trocador) – recebe a verba indenizatória até a véspera da aposentadoria, incorporando-se ao valor desta.

CUIDADO:

a ordem social tem como base o primado do trabalho. A CR/88 privilegia o trabalho em detrimento do ócio.

SALÁRIO-FAMÍLIA

O salário‑família não tem por função substituir a remuneração do segurado, seu valor pode ser inferior ao salário mínimo e não integra o salário de contribuição para ¿ns de concessão de benefício, mesmo pensão. Sua função é cobrir os encargos familiares decorrentes da existência de ¿lhos.

É pago mensalmente, na proporção do respectivo número de ¿lhos ou equiparados menores de 14 anos ou inválidos, aos segurados empregado (exceto o doméstico), trabalhador avulso e ao aposentado pelo INSS, que sejam de baixa renda.

O aposentado que retorna ao trabalho ou nele permanece tem direito ao salário família, assim como aposentado que contar com 65 anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 anos ou mais, se do feminino, sendo certo que, em caso de aposentadoria por idade de trabalhador rural, o limite é reduzido em cinco anos.

O salário‑família não exige carência para sua concessão, sendo pago a partir do primeiro salário. A documentação que dá direito ao benefício é a certidão de nascimento do ¿lho ou da documentação relativa ao equiparado ou inválido conjugada com a apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória, até seis anos de idade, e à comprovação semestral de frequência à escola do ¿lho ou equiparado, a partir dos 7 anos de idade.

A empresa deve antecipar o pagamento do benefício para posterior compensação com a contribuição previdenciária. No caso dos aposentados, o benefício será pago diretamente pelo INSS.

CUIDADO:

os avulsos recebem o salário‑família do INSS, que o paga diretamente ao segurado ou, mediante convênio, ao sindicato ou órgão gestor de mão de obra.

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CUIDADO:

a empresa deve guardar a documentação referente ao salário‑família por dez anos, para eventual ¿scalização.

Salário-maternidade

O salário‑maternidade, nos termos do art. 71 da Lei n. 8.213/91, é devido à segurada da Previdência Social, durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste, observadas as situações e condições previstas na legislação no que concerne à proteção à maternidade. No caso da segurada que adotar ou obtiver guarda judicial para ¿ns de adoção de criança é também é devido salário‑maternidade.

O referido benefício dispensa a carência para as seguradas empregada, avulsa e doméstica. Para as seguradas facultativas, especiais e contribuintes individuais, a carência é de 10 contribuições, mas a segurada especial não precisa comprovar o recolhimento das contribuições, basta comprovar o exercício de atividade rural pelo período equivalente. Em caso de parto antecipado, o período de carência é reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado.

Nos casos em que a gravidez não é contemplada com o nascimento com vida, a legislação só considera parto o que ocorre após a 23ª semana de gestação, inclusive no caso de natimorto. Antes disso, há aborto natural. Assim, se a mulher perder o bebê após a 23ª semana de gestação tem direito ao salário maternidade de 120 dias. Se perder antes, o benefício será de apenas duas semanas.

A legislação previdenciária prevê que o salário maternidade pode ser acrescido, por indicação médica, em duas semanas, antes ou depois do prazo de 120 dias.

Conforme preconiza o texto constitucional, a trabalhadora empregada não pode sofrer prejuízo salarial durante a licença maternidade (art. 7º., XVIII), razão pela qual o referido benefício pode ultrapassar o teto do INSS. De qualquer forma, o INSS paga o benefício até o teto do STF (art. 248 da CF de 88), cabendo ao empregador complementar eventual valor.

Para as demais seguradas, incide a seguinte regra:

a) Empregado e avulso – última remuneração;b) Empregado Doméstico – salário registrado em carteira;c) Contribuinte Individual / facultativa – média aritmética das doze últimas

contribuições apurados em período de até quinze meses.

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Carlos Mendonça

Em regra, o salário‑maternidade será pago diretamente pelo INSS. Todavia, no caso de segurada empregada, será pago diretamente pela empresa, efetivando‑se a compensação quando do recolhimento das contribuições previdenciárias.

Da mesma forma que ocorre com o salário‑família, a empresa deverá conservar durante 10 anos os comprovantes dos pagamentos e os atestados correspondentes para exame da ¿scalização.

PENSÃO POR MORTE

A pensão por morte tem como fato gerador a morte real (certidão de óbito) ou a morte presumida (ação declaratória da Justiça Federal). No caso da morte presumida, o dependente deve aguardar o prazo de seis meses, contados a partir do desaparecimento, e ingressar com ação na Justiça Federal para que o juiz declare por sentença a morte presumida do segurado.

CUIDADO:

em caso de acidente ou desastre, o dependente não precisa aguardar seis meses e nem da decisão judicial, bastando o dependente demonstrar que o segurado foi vítima do infortuito.

A pensão por morte é concedida no percentual de 100% do Salário de benefício. Todavia, o calculo deve seguir as seguintes regras:

a) Segurado (falecido) estava aposentado – valor da pensão = valor da aposentadoria;

b) Segurado (falecido) na ativa: calcula‑se a aposentadoria por invalidez que ele teria direito no dia do óbito e posteriormente converte em pensão;

A pensão por morte dispensa a carência. Consoante dispõe o art. 74 da Lei n. 8.213/91, o referido benefício será devido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data:

I – do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste;II – do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior; III – da decisão judicial, no caso de morte presumida.

Dependentes (Art. 16, Lei n. 8213/91):

Os dependentes serão divididos em classes que indicam a ordem de preferência:• 1º - cônjuge/companheiro/¿lho não emancipado, de qualquer condição menor de

21 anos ou inválido ou que tenha de¿ciência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

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Apost i l a de Direi t o Previdenciár io

• 2º ‑ pais;• 3º ‑ irmão não emancipado, de qualquer condição menor de 21 anos ou inválido ou

que tenha de¿ciência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

Regras:

– A dependência econômica da 1ª classe é presumida e das demais deve ser comprovada, ambos devendo comprovar a relação;

– A existência de um dependente da classe anterior exclui os das classes posteriores (de¿nitivamente);

– A existência de mais de um dependente da mesma classe acarreta a divisão da pensão em partes iguais;

CUIDADO:

companheira (o) de segurado casado (na constância do casamento) não tem direito a pensão (decisão do STF).

• A perda da qualidade de dependente acarreta a extinção da pensão (se for o único dependente) ou a reversão de sua cota para os dependentes remanescentes;

• Enteados e tutelados podem ser equiparados a ¿lhos, desde que haja uma declaração do segurado e seja demonstrada a dependência econômica.

Perda da qualidade de dependente:

– Cônjuge/companheira (o): ‑ Com a morte, separação de fato ou judicial, sem direito a pensão alimentícia

(Súmula 336 do STJ – aquela(e) que renunciou aos alimentos poderá postular a pensão se comprovar piora de situação ¿nanceira).

‑ Casar‑se novamente não retira a qualidade de dependente, todavia, em caso de nova viuvez deverá optar pela pensão mais vantajosa.

– Filhos: ‑ Com a morte; ‑ Ao atingir 21 anos; ‑ Emancipação, salvo colação de grau em nível superior; ‑ Cessação da invalidez.

O INSS pode fomentar a recuperação do inválido, inclusive pensionista), através de tratamento médico ou readaptação pro¿ssional. Todavia, o inválido não é obrigado a se submeter à transfusão de sangue ou intervenção cirúrgica (Art. 101, Lei n. 8213/91), a teor do art. 101 da Lei n. 8.213/91:

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“Art. 101. O segurado em gozo de auxílio‑doença, aposentadoria por invalidez e o pensionista inválido estão obrigados, sob pena de suspensão do benefício, a submeter‑se a exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação pro¿ssional por ela prescrito e custeado, e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos”.

Se ocorrer a recuperação, o inválido receberá um certi¿cado de reabilitação pro¿ssional que lhe garante reserva de mercado, nos termos do art. 93 da Lei n. 8213/91.

“Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obri‑gada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com bene¿ciários reabilitados ou pessoas portadoras de de¿ciência, habilitadas”.

AUXÍLIO-RECLUSÃO

O auxílio reclusão segue as regras da pensão por mote, sendo que o fato gerador para a sua concessão é a prisão criminal do segurado de baixa renda (Prisão pena; - Prisão Preventiva; - Prisão Provisória; - Prisão Temporária e Prisão em Flagrante). O art. 201, inciso IV da Constituição garante o auxílio‑reclusão apenas para os dependentes do segurado de baixa renda, ou seja, quem ganha até R$ 971,15, valor que será corrigido pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do INSS (INPC). Portanto, o benefício será pago aos dependentes do segurado de baixa renda. Repare que o segurado deve ser de baixa renda, mas o benefício será pago ao dependente.

CUIDADO:

o auxílio reclusão será pago aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão que não receba remuneração da empresa nem esteja em gozo de auxílio‑doença ou de aposentadoria.

Assim como a pensão por morte, o auxílio‑reclusão dispensa carência, bastando apenas a comprovação da qualidade de segurado de baixa renda na data do efetivo recolhimento à prisão.

O benefício é devido durante o período em que o segurado estiver efetivamente recolhido à prisão sob regime fechado ou semiaberto.

CUIDADO:

o segurado preso que exercer atividade remunerada só pode se ¿liar à previdência como segurado FACULTATIVO. O fato de trabalhar não afasta o direito dos dependentes ao auxílio reclusão

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Apost i l a de Direi t o Previdenciár io

CUIDADO:

considerando que o auxílio reclusão segue as mesmas regras da pensão por morte, o benefício será calculado da seguinte forma: calcula‑se a aposentadoria por invalidez que o segurado teria direito na data da prisão e converte‑se em auxílio reclusão.

O pedido de auxílio reclusão deverá ser instruído com a certidão de recolhimento à prisão, que deve ser reapresentada de três em três meses.

Falecendo o segurado preso, o auxílio‑reclusão pago aos seus dependentes é automaticamente convertido em pensão por morte. Em caso de fuga, o benefício será suspenso, sendo restabelecido se for recapturado dentro do período de manutenção da qualidade de segurado (art. 15 da Lei n. 8.213/91).

AUXÍLIO ACIDENTE DE QUALQUER NATUREZA (ART. 86 DA LEI N. 8.213/91)

O auxílio acidente tem como fato gerador a redução da capacidade laborativa dos segurados empregados, avulsos e especiais e tem natureza indenizatória, sendo pago a partir da cessação do auxilio doença e até a véspera da concessão de qualquer aposentadoria.

CUIDADO:

PODE SER QUALQUER ACIDENTE, NÃO PRECISA SER ACIDENTE DO TRABALHO.

CUIDADO:

É VEDADA A ACUMULAÇÃO DE AUXÍLIO ACIDENTE COM APOSENTADORIA.

Valor: 50% do Salário de Benefício (pode ser inferior ao salário mínimo, pois não substitui o salário, é pago como indenização pela redução da capacidade laborativa).

Carência: NÃO TEM.

Integra o salário de contribuição para efeito de calculo da aposentadoria.

Exemplo: um segurado motorista de ônibus que sofre um acidente e perde a mão. Será afastado da atividade e receberá um auxílio doença até que ocorra a consolidação da lesão. Cessado o auxílio doença, o segurado passa a receber o auxílio acidente e retorna ao trabalho, onde receberá o salário do empregador e o auxílio acidente do INSS.

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Da habilitação e reabilitação pro¿ssional

A habilitação e a reabilitação pro¿ssional e social deverão proporcionar ao bene¿ciário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de de¿ciência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação pro¿ssional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive.

Nesse contexto, a reabilitação pro¿ssional compreende:a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para

locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e reabilitação social e pro¿ssional;

b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou por ocorrência estranha à vontade do bene¿ciário;

c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.

A prestação em comento é devida em caráter obrigatório aos segurados, inclusive aposentados e, na medida das possibilidades do órgão da Previdência Social, aos seus dependentes.

CUIDADO:

Será concedido, no caso de habilitação e reabilitação pro¿ssional, auxílio para tratamento ou exame fora do domicílio do bene¿ciário, conforme dispuser o Regulamento.

Concluído o processo de habilitação ou reabilitação social e pro¿ssional, a Previdência Social emitirá certi¿cado individual, indicando as atividades que poderão ser exercidas pelo bene¿ciário, nada impedindo que este exerça outra atividade para a qual se capacitar.

A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com bene¿ciários reabilitados ou pessoas portadoras de de¿ciência, habilitadas, na seguinte proporção:

I – até 200 empregados...........................................................................................2%;II – de 201 a 500......................................................................................................3%;III – de 501 a 1.000..................................................................................................4%; IV – de 1.001 em diante..........................................................................................5%.

CUIDADO:

A dispensa de trabalhador reabilitado ou de de¿ciente habilitado ao ¿nal de contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, só poderá ocorrer após a contratação de substituto de condição semelhante.

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ACUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS

Segundo o art. 124 da Lei n. 8.213/91, são vedadas as seguintes cumulações de benefícios:

a) mais de uma aposentadoria dentro do INSS.b) aposentadoria com auxílio ‑ acidentec) mais de um auxílio‑ acidente.d) salário‑maternidade e auxílio doença.e) mais de uma pensão de cônjuge ou companheiro (dentro do mesmo regime). Observação: Não pode receber pensão de dois homens sendo companheiros, mas

uma do companheiro e outra do ¿lho pode.f) É vedada a acumulação de seguro desemprego com benefício previdenciário,

salvo pensão morte/auxílio reclusão e auxílio‑acidente.

CUIDADO:

o seguro desemprego pode ser acumulado com pensão por morte (auxílio reclusão) ou com auxílio acidente.

REAJUSTAMENTO DOS BENEFÍCIOS

Segundo o artigo 41‑A da Lei n. 8.213/91, os benefícios previdenciários serão reajustados pelo INSS na mesma época em que o salário mínimo sofrer reajuste.

CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL (ART. 195 DA CF DE 88 E LEI N. 8.212/91)

O orçamento da Seguridade Social, segundo o art. 16 da Lei n. 8.212/91, é composto das seguintes receitas:

a) da Uniãob) das contribuições sociaisc) outras fontes: ‑ 40% dos Leilões da Receita Federal; 45% do DPVAT; Doações;

‑ Multas; juros e correção monetária.

CUIDADO:

a União é responsável pela cobertura de eventuais insu¿ciências ¿nanceiras da Seguridade Social (Contribuição da União).

CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PARA A SEGURIDADE SOCIAL (ARTIGO 195,CF/88):

I – Serão pagas pela Empresa ou pelo Empregador.a) Incide sobre a folha de pagamento e demais rendimentos do trabalho

aquém lhe preste serviço, com ou sem vínculo empregatício.b) Receita ou Faturamento,c) Lucro.

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Carlos Mendonça

II – Do trabalhador e demais segurados da Previdência social.III – Sobre concurso de Prognósticos ( exemplo: loteria, mega sena e etc...).IV – Importação de Bens e Serviços:

CUIDADO:

As contribuições sociais acima podem ser instituídas por Medida Provisória ou Lei Ordinária. Todavia, novas contribuições para a seguridade social só podem ser instituídas por lei só por Lei Complementar.

CUIDADO:

As contribuições sociais acima só podem ser exigidas após o prazo de noventa dias da publicação da lei que as instituiu ou aumentou – Princípio da Noventena.

CUIDADO:

A Pessoa Jurídica em débito com a Seguridade Social não pode contratar com o poder público ou dele receber empréstimos ou ¿nanciamentos.

CONTRIBUIÇÕES EM ESPÉCIE (LEI N. 8.212/93)

I – Contribuição do Trabalhador Empregado, Avulso, Empregado Doméstico.

A contribuição incide sobre o salário de contribuição, que não pode ter valor inferior ao mínimo nem superior ao teto do INSS. A alíquota incidente sobre o salário de contribuição varia de acordo com a faixa salarial do trabalhador no percentual de 8%, 9% ou 11%.

CUIDADO:

A contribuição do empregador doméstico é de 12%. Todavia, o empregador recolhe sua parte (12%) junto com a parte do doméstico (8%, 9% ou 11%).

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO

Integra salário de contribuição do segurado (art. 28 da Lei n. 8.213/91):• Tudo que é recebido com habitualidade;• Tudo que é recebido pelo trabalho (exemplo: casa e carro);• Tudo que é pago em desacordo com a lei;• Tudo que não é pago a todos os trabalhadores;• salário maternidade;• 13º. Salário;• Diárias quando excederem 50% do salário.

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Apost i l a de Direi t o Previdenciár io

CUIDADO:

o 13º não é considerado no cálculo do benefício.

Não integra o salário de contribuição do segurado:

• Tudo que é recebido para o trabalho;• Tudo que é indenizatório.

II – Contribuição do Contribuinte Individual e do Contribuinte Facultativo. Base de Cálculo: Salário de contribuição. Alíquota: 20%.

III – Segurados Especiais:

Base de cálculo – receita da comercialização da produção.

Alíquota 2,1%.

CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA (Artigo 22 da 8.212/93).

Empresa deve contribuir sobre a folha de salários com alíquota de 20%. No caso de instituição ¿nanceira, a base de cálculo é a folha de salários com alíquota de 22,5%.

Para custear os benefícios decorrentes de acidente do trabalho, a empresa deve recolher uma contribuição adicional de 1, 2 ou 3%, de acordo com o risco de acidente do trabalho.

Cobranças Diferenciadas:

*) Agroindústria – base de cálculo: receita sobre a comercialização da produção com alíquota de 2,5% e SAT de 0,1%.

Exceção: Avicultura, Piscicultura, Suinocultura e Carcinicultura (Crustáceo).*) Produtor Rural (Pessoa Jurídica): Base de cálculo = receita da comercialização

com alíquota de 2,5% e SAT de 0,1%.*) Equipes de Futebol – a agremiação que mantém o time. Válido somente para

equipe de futebol. A base de cálculo é a receita dos jogos com alíquota de 5%. Incide também sobre o uso da imagem, propaganda, publicidade e transmissão dos jogos.

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EXERCÍCIOS

1. Dentre outros, é segurado da Previdência Social na categoria de contribuinte individual,

a. o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior.

b. aquele que presta serviço de natureza urbana à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração.

c. aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, de¿nida em legislação especí¿ca, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente.

d. o ministro de con¿ssão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa.

e. o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluindo suas autarquias e fundações, ocupantes de cargo ou função pública.

2. Considere as seguintes assertivas a respeito do auxílio doença: I. O auxílio‑doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz. II. Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de trinta dias, o auxílio‑doença será devido após quinze dias contados da data da entrada do requerimento. III. Em regra, o auxílio‑doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a noventa e um por cento do salário‑de‑benefício. IV. A empresa que garantir ao segurado licença remunerada, em regra, não ¿cará obrigada a pagarlhe durante o período de auxílio-doença a eventual diferença entre o valor deste e a importância garantida pela licença. Está correto o que consta APENAS em

a. I, III e IV.

b. I, II e III.

c. I e III.

d. II e IV.

e. II, III e IV.

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3. À segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para ¿ns de adoção de criança é devido salário‑maternidade pelo período de

a. cento e vinte dias se a criança tiver entre um e quatro anos de idade.

b. noventa dias, se a criança tiver até um ano de idade.

c. noventa dias, se a criança tiver entre um e quatro anos de idade.

d. sessenta dias, se a criança tiver de quatro a oito anos de idade.

e. trinta dias, se a criança tiver de quatro a oito anos de idade.

4. A receita da seguridade social não está adstrita a trabalhadores, empregadores e Poder Público. Essa assertiva relacionada a receita da seguridade social está baseada, especi¿camente, ao princípio da

a. natureza democrática e descentralizada da administração.

b. diversidade da base de ¿nanciamento.

c. universalidade da cobertura e do atendimento.

d. equidade na forma de participação no custeio.

e. seletividade e distributividade na prestação dos benefícios.

5. Considere as seguintes assertivas a respeito do salário família: I. O salário‑família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, inclusive ao doméstico e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de ¿lhos. II. O aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados com sessenta e cinco anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou sessenta anos ou mais, se do feminino, terão direito ao salário‑família, pago juntamente com a aposentadoria. III. A empresa conservará durante quinze anos, obrigatoriamente, os comprovantes dos pagamentos e as cópias das certidões correspondentes, para exame pela ¿scalização da Previdência Social. IV. A cota do salário-família não será incorporada ao salário ou ao benefício. Está correto o que se a¿rma, APENAS em

a. I, II e III.

b. I e III.

c. I e IV.

d. II e IV.

e. II, III e IV.

6. O Conselho Nacional de Previdência Social - CNPS, órgão superior de deliberação colegiada, terá como membros, dentre outros, nove representantes da sociedade civil, sendo

a. três representantes dos aposentados e pensionistas; três representantes dos trabalhadores em atividade e três representantes dos empregadores.

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b. um representante dos aposentados e pensionistas; quatro representantes dos trabalhadores em atividade e quatro representantes dos empregadores.

c. dois representantes do Governo Federal; três representantes dos aposentados e pensionistas; dois representantes dos trabalhadores em atividade e dois representantes dos empregadores.

d. quatro representantes do Governo Federal; um representante dos aposentados e pensionistas; dois representantes dos trabalhadores em atividade e dois representantes dos empregadores.

e. dois representantes dos aposentados e pensionistas; quatro representantes dos trabalhadores em atividade e três representantes dos empregadores.

7. De acordo com a Lei no 8.213/91, os membros do Conselho Nacional de Previdência Social ‑ CNPS e seus respectivos suplentes serão nomeados pelo

a. Presidente da República, tendo os representantes titulares da sociedade civil mandato de três anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma única vez.

b. Presidente da República, tendo os representantes titulares da sociedade civil mandato de dois anos, sendo vedada a recondução.

c. Presidente da República, tendo os representantes titulares da sociedade civil mandato de quatro anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma única vez.

d. Presidente do Congresso Nacional, tendo os representantes titulares da sociedade civil mandato de três anos, sendo vedada a recondução.

e. Presidente da República, tendo os representantes titulares da sociedade civil mandato de dois anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma única vez.

8. Considere as seguintes assertivas a respeito da assistência social: I. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social. II. A participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis é uma das diretrizes de organização das ações governamentais na área da assistência social. III. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até três décimos por cento de sua receita tributária líquida. IV. É vedada a aplicação dos recursos de programa de apoio à inclusão e promoção social dos Estados e do Distrito Federal no pagamento de despesas com pessoal e encargos sociais. 9. De acordo com a Constituição Federal brasileira, está correto o que se a¿rma APENAS em

a. I, II e III.

b. I, II e IV.

c. I, III e IV.

d. II, III e IV.

e. II e IV.

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9. Figura na legislação como obrigação da empresa ‑ e a autoridade responsável por órgão do poder público, por órgão de registro público ou por instituição ¿nanceira em geral, no âmbito de suas atividades, exigirá dela, obrigatoriamente - a apresentação de Certidão Negativa de Débito ou de Certidão Positiva de Débito com Efeitos de Negativa, nas seguintes hipóteses:

a. na licitação, na contratação com o poder público e no recebimento de benefícios ou incentivo ¿scal ou creditício, que lhe forem concedidos.

b. na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele relativo.

c. quando da averbação de obra de construção civil no Registro de Imóveis.

d. no registro ou arquivamento, no órgão próprio, de ato relativo à baixa ou redução de capital de ¿rma individual ou de empresário individual, redução de capital social, cisão total ou parcial, transformação ou extinção de entidade ou sociedade comercial ou civil e transferência de controle de cotas de sociedades de responsabilidade limitada.

e. na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel de valor superior ao estabelecido periodicamente mediante Portaria do MPS, incorporado ao ativo permanente da empresa.

(CESPE_DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO_2004) Em relação à origem, organização e evolução legislativa da seguridade social no Brasil, julgue os itens a seguir.

10. O falecimento recente de Leonel Brizola recordou uma das correntes ideológicas mais importantes na história brasileira: o trabalhismo, resultante da política adotada pelo governo Vargas a partir de 1930 e cujo ideário constituiu um conjunto de políticas no fortalecimento do sindicalismo, na criação da justiça do trabalho e na política previdenciária caracterizada pela organização de caixas de aposentadoria e pensão segmentadas por empresas e de natureza privada.

11. As ações propositivas de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade que asseguram os direitos relacionados à saúde, à educação, à assistência social e à previdência constituem o conceito de seguridade social, conforme estabelecido no título da Ordem Social da Constituição Federal.

(CESPE_AGU_PROCURADOR FEDERAL_2007) Julgue os itens a seguir, acerca do conceito, da organização e dos princípios da seguridade social.

12. Assistência social é a política social que provê o atendimento das necessidades básicas, traduzidas em proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de de¿ciência, independentemente de contribuição à seguridade social.

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13. A seguridade social obedece aos princípios da seletividade e da distributividade na prestação dos benefícios e serviços.

(CESPE_AGU_ADVOGADO DA UNIÃO_2004) Julgue os itens seguintes de acordo com a Constituição Federal de 1988.

14. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa privativa do Poder Executivo, destinadas especi¿camente ao custeio da previdência social do trabalhador, seja ele público ou privado.

15. A arrecadação de contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Servidor Público (PASEP) destina‑se ao pagamento do seguro‑desemprego e do abono, no valor de um salário mínimo por ano, aos empregados que recebam mensalmente até dois salários mínimos.

16. O servidor público detentor de cargo efetivo que exerça cumulativamente cargo em comissão é ¿liado obrigatório, quanto a este último vínculo, do regime geral de previdência social (RGPS).

(CESPE_ANALISTA DE SEGURO SOCIAL ÁREA: DIREITO_2008) Em relação à seguridade social brasileira, sua organização e seus princípios, julgue os seguintes itens.

17. A importância da proteção social justi¿ca a ampla diversidade da base de ¿nanciamento da seguridade social. Com o objetivo de expandir ou de garantir a seguridade social, a lei poderá instituir outras fontes de ¿nanciamento, de acordo com o texto constitucional.

18. De acordo com o princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais, uma das condições para a aposentadoria por idade do trabalhador rural é a exigência de que atinja 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos de idade, se mulher.

(CESPE_ANALISTA DE SEGURO SOCIAL ÁREA: DIREITO_2008) Julgue os itens a seguir, relacionados à seguridade social brasileira, suas perspectivas e desa¿os.

19. Uma das causas da rápida alteração do per¿l demográ¿co brasileiro é a melhoria das condições de saúde e dos índices de qualidade de vida, assim como a diminuição da mortalidade infantil, o que determina maior longevidade. Esses fatores não inuenciam o sistema previdenciário brasileiro, haja vista sua organização em um sistema solidário, embasado em regime ¿nanceiro de repartição.

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20. As técnicas de ¿nanciamento dos gastos previdenciários podem ser classi¿cadas em regime de repartição simples (benefício de¿nido), regime de capitalização (contribuição de¿nida) e regime de repartição de capitais.

21. O trabalho informal é fenômeno evidente nas grandes metrópoles brasileiras e a inserção previdenciária das pessoas nessa situação é um dos fatores que desequilibram as contas da previdência social.

(CESPE_INSS_ANALISTA DE SEGURO SOCIAL ÁREA: DIREITO_2008) Cada um dos itens que se seguem apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada, acerca da legislação previdenciária brasileira.

22. Lucas é bene¿ciário de aposentadoria especial em razão de ter trabalhado exposto a agentes nocivos durante um período que, de acordo com a lei pertinente, lhe garantiu o referido direito. Nessa situação, as despesas relativas ao pagamento da aposentadoria de Lucas devem ser custeadas com recursos arrecadados pela cobrança do seguro de acidente de trabalho.

23. Germano, segurado especial do regime geral, contribui para o sistema na proporção do resultado da comercialização de sua produção. Nessa situação, Germano somente terá direito à aposentadoria por contribuição caso promova, pelo prazo legal, os devidos recolhimentos na qualidade de contribuinte individual.

24. Regina é servidora pública, titular de cargo efetivo municipal. Nessa situação, caso deseje melhorar sua renda quando chegar o momento de se aposentar, Regina poderá ¿liar-se ao regime geral da previdência social.

25. Sérgio, segurado aposentado do regime geral, voltou à atividade depois de conseguir um emprego de vendedor, tendo passado a recolher novamente para a previdência. Nessa situação, caso sofra acidente de qualquer natureza e ¿que afastado do trabalho, Sérgio deverá receber auxílio‑doença.

26. Para ¿ns de obtenção de salário-maternidade, Lúcia, segurada especial, comprovou o exercício de atividade rural, de forma descontínua, nos dez meses anteriores ao início do benefício. Nessa situação, Lúcia tem direito ao salário‑maternidade no valor de um salário mínimo.

27. Antônio, segurado aposentado do regime geral, retornou ao trabalho, visto que pretendia aumentar seus rendimentos mensais. Trabalhando como vendedor, passou a recolher novamente para a previdência. Nessa situação, caso seja demitido injustamente do novo emprego, Antônio fará jus ao recebimento do seguro‑desemprego cumulativamente à sua aposentadoria.

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28. Embora não conste expressamente no título que trata da ordem social na Constituição Federal, o princípio da solidariedade é postulado fundamental para a compreensão do regime ¿nanceiro da previdência social brasileira, representado de maneira evidente pelo pacto das gerações, característica dos sistemas de repartição.

29. No regime de distribuição de competências legislativas promovido pela Constituição Federal, a seguridade social e, especi¿camente, a previdência social incluem‑se entre as competências privativas da União.

30. A legislação previdenciária, tanto em matéria de benefícios como de custeio, submete-se a uma das regras gerais presentes na Lei de Introdução ao Código Civil, passando a viger, portanto, 45 dias após a sua publicação, ressalvadas as estipulações em contrário.

31. Considere a seguinte situação hipotética. Ana trabalha em uma indústria do interior do estado e recebe pensão decorrente do falecimento de seu marido, Antenor, segurado especial do regime geral de previdência social (RGPS). Nessa situação, se Ana sofresse de alguma moléstia grave que a incapacitasse de¿nitivamente para o trabalho, o recebimento da pensão não constituiria óbice para o recebimento do benefício por invalidez.

32. Considere que Cláudio, ¿lho único de Sérgio, tenha passado a receber pensão após o falecimento do pai. Nessa situação, Cláudio poderá receber a pensão até que complete 24 anos, desde que esteja matriculado em curso superior de graduação.

(CESPE_DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO_2007) Em relação ao direito previdenciário, julgue os itens que se seguem.

33. A seguridade social é um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar direitos que proporcionem a dignidade da pessoa humana. Nesse contexto, as políticas públicas de ações a¿rmativas destinadas à população negra, representadas, entre outras, pelo sistema de cotas para negros, que garante vagas em universidade pública para um segmento que, durante bastante tempo, foi excluído pelas dinâmicas sociais, são exemplo de atendimento do mandamento constitucional para a seguridade social.

34. O valor mensal dos benefícios que, eventualmente, substituam o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho não poderá ser inferior a um salário mínimo. Esse princípio da seguridade social brasileira tem aplicação tanto na assistência quanto na previdência social, sendo excepcionado apenas na área de saúde, pois esta não possui prestações continuadas pagas em espécie.

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35. Considere a seguinte situação hipotética. Sérgio é estagiário em uma empresa de informática, recebendo remuneração superior a 2 salários mínimos. Seu vínculo com a empresa obedece ao que dispõe a Lei n.º 6.494/1977, que disciplina os estágios de estudantes de estabelecimento de ensino superior e pro¿ssionalizante do ensino médio. Nessa situação, Sérgio, mesmo exercendo atividade remunerada, caso queira, poderá ¿liar-se ao RGPS na qualidade de segurado facultativo.

36. A idade mínima para ¿liação ao RGPS é de 16 anos, ressalvados os contratos especiais com idade limite inicial de 14 anos, ajustados nos termos da legislação trabalhista, de forma escrita e por prazo determinado, assegurando ao menor e ao aprendiz um programa de aprendizagem e formação técnico-pro¿ssional metódica compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico.

37. Considere que João e Fernanda sejam árbitros de futebol e atuem, de acordo com a Lei n.º 9.615/1998, sem vínculo empregatício com as entidades desportivas diretivas em que atuam. Nessa situação hipotética, João e Fernanda podem ser inscritos na previdência social na qualidade de segurados facultativos, tendo em vista inexistir qualquer disposição legal que os obrigue a serem ¿liados ao regime geral.

38. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, em cada município haverá um conselho tutelar, órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, composto de 5 membros escolhidos pela comunidade. O exercício dessa atividade pública vincula o conselheiro ao RGPS na qualidade de empregado, pois equivale ao exercício de cargo em comissão.

39. Atualmente, é possível a concessão de pensão por morte aos dependentes, mesmo que o segurado tenha falecido após perder a qualidade de segurado. Para isso, é indispensável que os requisitos para obtenção da aposentadoria tenham sido preenchidos de acordo com a legislação em vigor à época em que os requisitos foram atendidos.

40. Considere que Silvano seja segurado não aposentado da previdência social e tenha sido condenado pela prática de crime que determinou o início do cumprimento da pena em regime fechado. Nessa situação, a renda mensal inicial do auxílio‑reclusão devida aos dependentes é calculada de acordo com o modelo de cálculo a ser utilizado em caso de aposentadoria por invalidez.

41. Considere a seguinte situação hipotética. Carlos aposentou‑se por idade pelo INSS. Depois disso, apesar da idade, conseguiu ser aprovado em concurso público para ocupar cargo efetivo em uma administração municipal instituidora de regime próprio. O referido município ainda não organizou sua previdência complementar. Nessa situação, Carlos poderá renunciar ao benefício do RGPS, mesmo após ter recebido algumas prestações, com a ¿nalidade de aproveitar o tempo de contribuição para o novo regime, com a possibilidade de receber, no futuro, proventos integrais.

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42. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente da contribuição à seguridade social. Entretanto, no tocante à garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de de¿ciência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, há exigência de contribuição social.

43. A prestação de serviço rural, por menor de 12 a 14 anos, até o advento da Lei n. 8.213/1991, devidamente comprovada, pode ser reconhecida para ¿ns previdenciários.

44. Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício, sendo que, para a comprovação de tempo de serviço rural, é imprescindível documento em nome do próprio interessado.

45. Francisco ajuizou reclamação trabalhista em face de seu ex empregador, pleiteando o reconhecimento do vínculo laboral. Em decorrência de acordo homologado pela sentença, foi registrado o contrato de trabalho em sua CTPS. Assim, esse documento constituirá início de prova material para ¿ns de comprovação de tempo de contribuição para a previdência social.

46. O auxílio‑reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão, exceto se esta se deu em decorrência do cometimento de crime hediondo.

47. De acordo com a legislação previdenciária, salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto, pelo RGPS, dos seguintes benefícios: mais de uma aposentadoria; salário‑maternidade e auxílio‑doença; assim como mais de um auxílio‑acidente.

48. A concessão dos benefícios de pensão por morte, auxílio‑reclusão, salário‑família e auxílio‑acidente independe de carência.

(CESPE_AGU_2006) Julgue os itens a seguir, acerca da seguridade social.

49. Uma das aplicações do princípio da equidade na forma de participação do custeio é a possibilidade de a base de cálculo das contribuições previdenciárias dos segurados empregados ser distinta da base de cálculo dos empregadores.

50. As contribuições previdenciárias somente podem ser exigidas após o decurso do prazo de 90 dias da data de publicação da lei que as houver instituído ou modi¿cado, incluindo-se nessas modi¿cações a eventual alteração do prazo de recolhimento da obrigação tributária.

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(CESPE_PROCURADOR MUNICIPAL_PREF. DE NATAL/RN_2008) Quanto às disposições constitucionais da seguridade social, julgue os itens.

51. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social, sendo certo que o acesso a tais direitos ocorre mediante contribuição do bene¿ciário.

52. Constitui um dos objetivos da assistência social a garantia de um salário mínimo de benefício mensal ao portador de de¿ciência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

53. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao RGPS, é de ¿liação obrigatória, embasado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado e regulado por LC.

(CESPE_PROCURADOR DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO_2008) A seguridade social compreende um conjunto de ações destinadas a assegurar a saúde, a previdência e a assistência social. Sua organização pelo poder público, por meio de lei, deve observar alguns objetivos. Acerca da base para a organização da seguridade social, conforme previsto na Constituição brasileira, julgue os próximos itens.

54. A seletividade e a distributividade dos benefícios e dos serviços da seguridade social referem-se à capacidade individual contributiva dos possíveis bene¿ciários, que determina a aptidão para usufruírem prestações da seguridade social.

55. A administração da seguridade social possui caráter democrático mediante gestão quadripartite, com a participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados.

56. Considere a seguinte situação hipotética. Amador ocupa cargo efetivo no serviço público de um estado da Federação e é vinculado ao regime próprio de previdência social. Nessa situação, se o referido estado ainda não tiver instituído regime de previdência complementar, Amador poderá ¿liar-se ao regime geral de previdência social na qualidade de segurado facultativo a ¿m de obter para si, mediante modestas contribuições, uma fonte a mais de receita para sua futura aposentadoria.

(CESPE_JUIZ TRF 5ª REGIÃO_2007) Julgue os itens subsequentes, relacionados ao custeio da previdência social.

57. A contribuição previdenciária sobre o valor das diárias pagas pelo empregador, quando excederem a 50% da remuneração mensal do empregado, é calculada com base na totalidade da rubrica e não apenas pela diferença que ultrapasse a metade da remuneração do segurado.

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58. Sobre a ajuda de custo paga pelo empregador em cinco parcelas e recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado incide contribuição previdenciária.

59. O servidor público titular de cargo efetivo, vinculado a ente público instituidor de regime próprio de previdência social e que exerça atividade remunerada abrangida pelo RGPS, torna-se segurado obrigatório também em relação a esse regime.

60. Considere a seguinte situação hipotética. Júlio, que é servidor público em determinado município, ocupa cargo em comissão, assim entendido aquele declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Nessa situação, Júlio é segurado obrigatório do RGPS, na qualidade de empregado.

(CESPE_PROCURADOR DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO_2008) Em relação aos benefícios do RGPS, julgue os seguintes itens.

61. O empregado incapacitado temporariamente para o trabalho em razão de acidente do trabalho faz jus ao auxílio‑acidente, a partir do 16.º dia do afastamento das atividades, no percentual correspondente a 91% do salário de benefício, nunca inferior ao valor do salário mínimo.

62. A segurada que adota criança ou obtém guarda judicial para ¿ns de adoção faz jus ao salário‑maternidade por período variável de acordo com a idade da criança.

(CESPE_PROCURADOR MUNICIPAL_PREF. DE NATAL/RN_2008) Em relação às disposições constitucionais da previdência social, julgue os itens.

63. É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos bene¿ciários do RGPS, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física ou quando se tratar de segurados portadores de de¿ciência, nos termos de¿nidos em lei ordinária.

64. Lei ordinária deverá dispor sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo‑lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário mínimo, sendo vedada a adoção de alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do RGPS.

65. É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, pelos estados, pelo DF e pelos municípios, bem como a autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá ser inferior à do segurado.

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66. É vedada a ¿liação ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.

(CESPE_AGU_ADVOGADO DA UNIÃO_2004) Julgue os itens que se seguem, relativos ao RGPS.

67. Não integram o salário de contribuição os benefícios pagos, na forma da lei, pelo RGPS, salvo o salário‑maternidade.

68. Para ¿ns previdenciários, não é considerado acidente de trabalho aquele que deixa o empregado incapacitado para o trabalho e tenha sido sofrido na condução de veículo particular no caminho da residência para o trabalho, quando o acidentado incorrer em culpa.

69. A carência é contada, nos casos dos segurados empregados e dos trabalhadores avulsos, a partir da data de ¿liação ao RGPS, enquanto que, nos casos do empregado doméstico, do contribuinte individual, do segurado especial e do facultativo, conta‑se a carência a partir da data do efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso.

(CESPE_AGU_PROCURADOR FEDERAL_2007) Pedro, segurado obrigatório do RGPS, era casado com Solange, brasileira e empregada na embaixada do Sudão, de quem jamais se divorciou ou se separou judicialmente. Atualmente, Pedro vive com Carla e é tutor de So¿a, com 12 anos de idade, ¿ lha de seu irmão falecido. Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens seguintes quanto aos bene¿ciár ios do RGPS, na forma da Lei n. 8.213/1991.

70. So¿a pode ¿gurar como dependente de Pedro, desde que essa condição seja declarada e que seja demonstrada a dependência econômica.

71. Solange é segurada obrigatória do RGPS.

(CESPE_DEFENSORIA PÚBLICA DO CEARÁ_2008) Julgue os itens subsequentes, relativos ao RGPS.

72. O estagiário contratado de acordo com as normas estabelecidas pela Lei n. 6.494/1977 não é segurado obrigatório do RGPS.

73. O RGPS é um sistema que atende os trabalhadores que prestam serviços no Brasil e, em certos casos, dá cobertura a trabalhadores que se encontrem no exterior, independentemente de qualquer convênio com o país que receba esses trabalhadores.

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74. Não há limite mínimo de idade para inscrição no RGPS, considerando‑se a necessária proteção ao trabalhador, em especial a universalidade do atendimento.

75. Se a esposa de um trabalhador contratado para trabalhar no exterior em uma empresa multinacional quiser contar tempo de contribuição para o RGPS, ela poderá inscrever‑se na qualidade de segurada facultativa.

76. Caso um aposentado pelo RGPS, por questões econômicas, tiver de retornar ao trabalho, nessa situação, apesar de continuar sendo segurado obrigatório, ele não recolherá qualquer contribuição, pois a Constituição Federal lhe dá imunidade.

77. Funcionário efetivo da secretaria municipal de saúde de município que não tenha instituído regime próprio de previdência social, apesar de ser servidor público, é vinculado ao RGPS.

(CESPE_PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ_2008) Em relação aos bene¿ciár ios do regime geral da previdência social (RGPS), cada uma das opções abaixo apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Julgue os itens.

78. Albano, quando tinha 16 anos de idade, perdeu seu pai, segurado do (RGPS), e passou a receber a pensão por morte, benefício que cessou quando completou 21 anos. Depois, perdeu sua mãe. Atualmente, Albano trabalha no mercado informal, tem 23 anos de idade, está na faculdade, mas não promoveu sua inscrição na previdência social. Nessa situação, caso Albano venha a ser acometido por doença que o torne inválido e, portanto, incapaz para a atividade laboral, poderá requerer ao INSS a restauração da pensão que recebia, tendo em vista sua atual condição de invalidez.

79. Célio concluiu o curso de medicina e agora está fazendo residência médica em hospital particular. Nessa situação, caso tenha sido contratado de acordo com a legislação regente, para a previdência social, Célio é segurado empregado.

80. Rodrigo é servidor público estadual, ocupando o cargo efetivo de professor de ensino médio nos períodos matutino e vespertino. Tendo em vista a permissão do órgão em que trabalha, Rodrigo também leciona, no período noturno, em uma escola particular. Nessa situação, Rodrigo é segurado obrigatório tanto do regime próprio quanto do RGPS.

81. Getúlio é pastor evangélico e a igreja em que exerce sua atividade lhe dá, todos os meses, uma quantia em dinheiro, a título de ajuda de custo. Nessa situação, apesar de a igreja considerar tais valores apenas como ajuda de custo, na verdade eles constituem uma remuneração, condição que torna Getúlio segurado da previdência social na qualidade de empregado.

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82. Selma, segurada da previdência social na qualidade de empregada, é solteira, não tem ¿lhos e seus pais já faleceram. Nessa situação, Selma poderá designar um menor impúbere, com quem tenha muita a¿nidade, para ser seu dependente, bastando, para isso, declarar, por escrito, sua intenção à agência da previdência social.

(CESPE_PROCURADOR _AP_2006) Julgue os itens subsequentes, relacionados à seguridade social e ao regime geral de previdência social.

83. A solidariedade constitui importante princípio da previdência social, na medida em que representa um dos aspectos mais característicos do sistema de proteção coletiva. Como exemplo de sua aplicação, observa‑se a possibilidade de uma pessoa, em seu primeiro dia de trabalho, aposentar‑se por invalidez caso venha a ser vítima de um acidente de trabalho.

84. Considere que João seja garimpeiro e, portanto, segurado especial da previdência social. Nessa qualidade, para fazer jus aos benefícios que a legislação prevê, deverá comprovar, ainda que de forma descontínua, o recolhimento das contribuições previdenciárias em número de meses equivalentes à carência do benefício requerido.

85. O auxílio‑acidente é um benefício concedido para segurados que recebiam auxílio-doença e, pelo fato de ter caráter indenizatório, pode ser acumulado com outros benefícios pagos pela previdência social.

86. Considera-se acidente de trabalho tanto a doença pro¿ssional quanto a doença do trabalho, distinguindo‑se uma da outra pelo fato de esta ser produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade, enquanto aquela é adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado.

(CESPE_AGU_2006) Julgue os itens que se seguem, relativos ao regime geral de previdência social.

87. Sobre os valores recebidos pelo segurado empregado a título de grati¿cação natalina, também conhecida como décimo terceiro salário, não incide contribuição previdenciária.

88. Do caráter contributivo da previdência social, conforme expressa previsão constitucional, decorre que nenhuma das aposentadorias será concedida sem o cumprimento da carência, isto é, um número de contribuições mensais necessárias para a efetivação do direito a um benefício.

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89. Considere a seguinte situação hipotética. Estêvão pediu demissão da empresa em que trabalhava, concordando em trabalhar durante o período de aviso prévio equivalente a 30 dias, prazo concedido para que o empregador providenciasse a contratação de um novo empregado. Nessa situação, sobre o valor pago durante o último mês que Estêvão trabalhou não incide contribuição previdenciária, pois se trata de verba indenizatória.

90. O auxílio‑reclusão é um benefício previdenciário pago apenas aos dependentes do segurado que esteja recolhido sob regime prisional fechado.

91. Considere a seguinte situação hipotética. Elaine é cabeleireira, Sílvia é manicure e Cláudia é esteticista. As três trabalham por conta própria e exercem suas atividades na residência de Elaine. Nessa situação, apesar de não terem vínculo empregatício com qualquer estabelecimento, todas são consideradas seguradas obrigatórias da previdência social na qualidade de contribuinte individual.

92. Considere a seguinte situação hipotética. Célia é segurada empregada da previdência social e sofreu aborto natural antes da 23.ª semana de gestação, comprovado mediante atestado médico. Nessa situação, Célia terá direito ao salário‑maternidade correspondente a duas semanas.

(CESPE_PROCURADOR MUNICIPAL_SE/2007) Acerca dos benefícios da previdência social, julgue os itens.

93. Considere que Carlos, segurado do RGPS, após sofrer acidente de trabalho, tenha sido, naquele momento, considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade pro¿ssional que lhe garanta a subsistência. Nessa situação, Carlos não terá seu benefício revertido ou suspenso, dada a natureza permanente de sua incapacidade.

94. Considere que Pedro, com 62 anos de idade, perdeu o emprego há seis anos e não conseguiu retornar ao mercado de trabalho, perdendo, por isso, a qualidade de segurado do RGPS, apesar de ter contribuído por mais de vinte anos. Nessa situação hipotética, Pedro poderá requerer o benefício de aposentadoria por idade pelo fato de ter contribuído por tempo superior à carência.

95. O trabalhador de empresa de conservação e limpeza que presta serviços a diversos hospitais e que recebe adicional de insalubridade, por, eventualmente, manter contato com lixo hospitalar de natureza tóxica, tem direito a aposentar-se com tempo reduzido de contribuição, já que trabalha em condições especiais prejudiciais a sua saúde.

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96. O servidor público municipal detentor de cargo efetivo, ainda que não amparado por regime próprio de previdência social, está excluído do RGPS.

(CESPE_DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO_2004) Relativamente ao ¿nanciamento da segur idade social e ao conceito de empresa para ¿ns previdenciários, julgue os seguintes itens.

97. Os ganhos habituais sob a forma de utilidades integram o conceito de salário de contribuição. Por essa razão, sobre o valor pago pelas empresas a título de seguro de vida em grupo, disponível à totalidade dos empregados e dirigentes e previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho, incide contribuição previdenciária.

98. A principal fonte de receita de custeio da previdência social brasileira é a contribuição para o ¿nanciamento da seguridade social, tributo cobrado com base no faturamento e cuja competência para arrecadar e ¿scalizar é da Secretaria de Receita Federal.

99. O ¿nanciamento dos benefícios decorrentes dos riscos ambientais do trabalho é feito mediante a aplicação de percentual sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada ao segurado empregado da empresa. O enquadramento no correspondente grau de risco é feito pelo empregador para oportuna veri¿cação pela ¿scalização do INSS de acordo com a atividade preponderante da empresa, assim considerada a atividade com maior número de segurados.

100. Pedro, pela prática de crime de homicídio doloso, foi condenado a 7 anos de reclusão, em regime fechado. Nessa situação, durante o período de cumprimento da pena, Pedro não poderá ¿liar-se ao regime geral de previdência social.

101. Marco Aurélio foi contratado por determinada pessoa jurídica, em 22/8/2004, para o cargo de auxiliar administrativo. Em 7/7/2006, Marco Aurélio teve seu contrato individual de trabalho rescindido. Durante o período em que trabalhou para a referida pessoa jurídica, Marco Aurélio nunca gozou férias. Nessa situação, Marco Aurélio terá direito ao pagamento de férias indenizadas, no ato de sua rescisão, o qual não integrará o valor de seu salário de contribuição.

102. Fernanda, em virtude do falecimento de seu marido, requereu, no INSS, benefício previdenciário denominado pensão por morte. Nessa situação, o valor da renda mensal do benefício de Fernanda será calculado com base no salário de benefício do de cujus, correspondente à média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário.

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110. O fato de o empregador deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional, constitui crime; entretanto, mesmo que o empregador não tenha promovido o recolhimento, a administração não pode, sob o fundamento de que o empregador nada recolheu, indeferir requerimento de segurado empregado que apresente pedido de benefício.

(CESPE_AGU_PROCURADOR FEDERAL_2007) A respeito do custeio do RGPS e do salário de contribuição, julgue os itens subsequentes.

111. Os valores do salário de contribuição serão reajustados na mesma época e com os mesmos índices que os do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da previdência social.

112. Considere que Maria receba salário‑maternidade. Nessa situação, não haverá desconto da contribuição previdenciária do valor desse benefício.

113. Telma é empregada doméstica e segurada da previdência social. Nessa situação, o salário de contribuição de Telma é o valor total recebido, incluindo os ganhos habituais na forma de utilidade, tais como alimentação e moradia.

114. Marcos trabalha em uma empresa que, entre outras vantagens, oferece programa de previdência complementar aberta, disponível a todos os empregados e dirigentes. Nessa situação, pelo fato de esses valores serem dedutíveis do imposto de renda da pessoa física bene¿ciária, a legislação previdenciária considera tais rubricas como salário de contribuição.

115. Jéssica trabalha em uma empresa que paga vale‑transporte em dinheiro. Nessa situação, os valores recebidos na condição de vale‑transporte são considerados salário de contribuição.

(CESPE_PROCURADOR MUNICIPAL_SE/2007) Julgue os itens a seguir, relativos à previdência social e a seus bene¿ciár ios.

116. Considere que Maria José presta serviços habituais e contínuos para Cláudia, no ambiente residencial desta, sendo certo que as atividades desenvolvidas não têm ¿ns lucrativos. Nessa situação hipotética, Maria José é empregada doméstica e responsável pelo recolhimento de sua própria contribuição para a previdência social.

117. Considere a seguinte situação hipotética. Por ser professor concursado da rede estadual de ensino, José Dantas, deputado estadual de Sergipe, é vinculado ao regime próprio de previdência do estado. Tendo em vista a compatibilidade de horário entre o mandato eleitoral e o exercício do magistério, José Dantas continuou a lecionar. Nessa situação, José Dantas deve vincular‑se também ao regime geral de previdência social (RGPS), em decorrência do exercício do mandato eletivo.

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118. Considere que Célia mantenha união estável com João, segurado da previdência social. Nessa situação, Célia é considerada, para ¿ns previdenciários, dependente, sendo‑lhe dispensada a comprovação da dependência econômica, mas exigida a comprovação da situação conjugal.

(CESPE_PROCURADOR MUNICIPAL_PREF. DE NATAL/RN_2008) Acerca do entendimento sumulado do STJ no que se refere ao direito previdenciário, julgue os itens.

119. A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data de óbito do segurado.

120. A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito a pensão previdenciária por morte do ex‑marido, desde que comprovada a necessidade econômica superveniente.

121. O auxílio‑creche não integra o salário de contribuição.

122. Compete à justiça federal processar e julgar os litígios decorrentes de acidente do trabalho.

123. A imunidade tributária conferida pela CF a instituições de assistência social sem ¿ns lucrativos somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos bene¿ciários.

(CESPE_AGU_PROCURADOR FEDERAL_2007) Em relação aos benefícios de previdência social, julgue os itens que se seguem.

124. Considere que Joana seja empregada e não tenha conseguido comprovar o valor dos seus salários de contribuição, no período básico de cálculo. Nessa situação, mesmo que preenchidos os requisitos para a concessão do benefício, Joana não fará jus a um benefício previdenciário.

125. O contribuinte individual que trabalha por conta própria, sem relação de emprego, não faz jus à aposentadoria por tempo de contribuição.

126. O contribuinte individual e o empregado doméstico não fazem jus ao benefício de auxílio‑acidente.

127. A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria se todos os requisitos para a sua concessão já tiverem sido preenchidos e estiverem de acordo com a legislação em vigor à época em que esses requisitos foram atendidos.

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(VIII_JUIZ SUBSTITUTO_TRT_24ª REGIÃO_1ª ETAPA_2006) Julgue os itens, sobre a Seguridade Social.

128. A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social não poderá contratar com o Poder Público, permitido, com restrições, o recebimento de benefícios ou incentivos ¿scais.

129. A seguridade social será ¿nanciada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada; do trabalhador e dos demais segurados da previdência social; sobre a receita de concursos de prognósticos; e do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

130. São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades bene¿centes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

131. O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

132. Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

(CESPE_PROCURADOR MUNICIPAL_PREF. DE NATAL/RN_2008) Edmar, ex estudante de direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, nunca exerceu atividade pro¿ssional. No entanto, elegeu-se deputado federal, sendo que a atividade parlamentar foi sua primeira experiência político-pro¿ssional. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens:

133. enquanto estiver no exercício do mandato, Edmar será segurado obrigatório da previdência social na qualidade de empregado.

(CESPE_PROCURADOR MUNICIPAL_PREF. DE NATAL/RN_2008) Célio, segurado obrigatório da previdência social, trabalha em uma fábrica de sapatos em Natal – RN desde janeiro de 2000. Em virtude de ter sido infectado pelo vírus da dengue durante seu descanso semanal, no primeiro

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domingo de fevereiro de 2008, necessitou afastar-se de suas atividades

laborais pelo período de trinta dias. Tendo como referência essa situação

hipotética e com base na legislação que rege o benefício do auxílio-doença,

julgue os itens.

134. Célio tem direito à percepção do auxílio‑doença, e o benefício é devido a partir do décimo sexto dia do afastamento da atividade, uma vez que, durante os primeiros 15 dias consecutivos ao do afastamento, incumbe à empresa pagar o seu salário integral.

135. Célio não tem direito à percepção de auxílio‑doença, uma vez que o período de carência desse benefício é de 180 contribuições mensais.

136. O auxílio‑doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, consiste em uma renda mensal correspondente a 100% do salário de benefício.

137. Se a empresa em que Célio trabalha dispuser de serviço médico, próprio ou em convênio, ele não deverá ser encaminhado à perícia médica da previdência social, uma vez que a incapacidade não superou 30 dias.

(CESPE_PROCURADOR MUNICIPAL_PREF. DE NATAL/RN_2008) Acerca dos benefícios previdenciários, julgue o itens.

138. A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado empregado tenha cumprido o período de carência e completado 70 anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 anos de idade, se do sexo feminino, caso em que deve ser garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista.

139. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa deve ser acrescido de 25%, desde que não ultrapasse o limite máximo legal.

140. A concessão de aposentadoria especial depende de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do tempo de trabalho permanente, ocasional ou intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo ¿xado.

141. Em regra, o valor mensal da pensão por morte equivale a 91% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento.

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(CESPE_PROCURADOR MUNICIPAL_PREF. DE NATAL/RN_2008) Joana é segurada da previdência social, na qualidade de empregada doméstica, há seis meses. Por compaixão, adotou Gabriel, criança carente de cinco anos de idade. Com relação a essa situação hipotética e às normas que disciplinam o salário-maternidade, julgue os itens.

142. Joana não tem direito à percepção de salário‑maternidade, uma vez que não cumpriu o período de carência exigido pela lei, que é de dez contribuições mensais.

143. O salário‑maternidade é devido à segurada da previdência social, durante 120 dias, com início no período entre 28 dias antes do parto e a data de ocorrência deste, observadas as situações e condições previstas na legislação no que concerne à proteção à maternidade, não existindo, porém, previsão para o pagamento desse benefício à adotante.

144. A Joana é devido o salário‑maternidade pago diretamente pela previdência social pelo período de 30 dias, não se exigindo, no caso, período de carência para a concessão desse benefício.

145. Na hipótese de Joana auferir remuneração superior ao limite máximo ¿xado para o valor dos benefícios no RGPS, cabe ao INSS o pagamento do benefício até o valor‑limite e, ao empregador, complementar o valor total recebido pela segurada em atividade.

(CESPE_DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO_2004) A respeito do plano de benefícios da previdência social e da manutenção, da perda e do restabelecimento da qualidade de segurado, julgue os itens subsequentes.

146. O tempo de serviço rural anterior à vigência da Lei n. 8.213/1991 pode ser utilizado para ¿ns de contagem recíproca, assim entendida aquela em que se soma o tempo de atividade privada, rural ou urbana, ao tempo de serviço público estatutário, desde que sejam recolhidas as respectivas contribuições previdenciárias.

147. O fato de a previdência social pagar as prestações decorrentes de acidentes do trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de terceiros.

148. Pedro é casado com Marília, com a qual tem quatro ¿lhos, todos com menos de 14 anos de idade. Ambos são empregados segurados do RGPS e recolhem pelo teto do salário de contribuição. Nessa situação, de acordo com a legislação vigente, tanto Pedro quanto Marília poderão receber os benefícios do salário‑família.

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149. O contribuinte facultativo mantém a qualidade de segurado até 6 meses após a cessação das suas contribuições, vindo a perdê‑la no dia seguinte ao do vencimento da contribuição relativa ao mês imediatamente posterior ao término do prazo.

(CESPE_PROCURADOR DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO_2008) Supondo que um município tenha instituído regime de previdência complementar para seus servidores titulares de cargos efetivos, conforme dispõe a Constituição a esse respeito, julgue os itens a seguir, acerca da aposentadoria desses servidores públicos.

150. O teto previsto para a aposentadoria no RGPS aplica‑se a todos os servidores que não estavam aposentados na data da instituição do regime de previdência complementar.

151. O direito de opção para integrar o novo sistema aplica‑se apenas aos servidores já aposentados quando da instituição do regime de previdência complementar.

152. Os aposentados antes do regime atual de previdência não estarão imunes à incidência de contribuição previdenciária sobre seus proventos de aposentadoria.

153. Assim como no RGPS, eventual tempo de contribuição federal correspondente a período anterior à posse do servidor no cargo municipal é computado, no regime atual, para ¿ns de aposentadoria.

(CESPE_AGU_ADVOGADO DA UNIÃO_2004) Acerca de entidades previdenciárias privadas e públicas e de entidades abertas e fechadas, julgue os itens subsequentes.

154. As entidades fechadas de previdência complementar, instituídas por lei em favor de servidores públicos da União, dos estados, do DF ou dos municípios, são necessariamente de natureza pública e, atualmente, são ¿scalizadas pelo Ministério da Fazenda.

155. As entidades abertas de previdência complementar somente podem ser organizadas sob a forma de sociedades anônimas, sendo a sua constituição e o seu funcionamento dependentes de prévia e expressa aprovação da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

156. O regime de previdência privado, de caráter complementar e organizado de forma autônoma, é obrigatório para os entes da federação que optem pelo limite máximo do valor dos benefícios previstos no RGPS para o seu regime próprio.

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157. As entidades fechadas de previdência complementar podem ser públicas ou privadas, conforme a natureza dos patrocinadores ou instituidores e dos seus participantes.

(CESPE_AGU_2006) Em relação à organização da previdência privada, julgue os próximos itens a seguir.

158. A parte patronal, isto é, a contribuição das empresas patrocinadoras de planos de previdência privada, conforme estabelece a Constituição, não pode ultrapassar o limite equivalente ao da contribuição dos segurados empregados.

(CESPE_AGU_PROCURADOR FEDERAL_2007) Com base no regulamento do seguro de acidentes do trabalho e da moléstia pro¿ssional, julgue os itens a seguir.

159. Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se veri¿ca nexo técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, elencada na Classi¿cação Internacional de Doenças (CID).

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Carlos Mendonça

GABARITO

1. D

2. C

3. E

4. B

5. D

6. A

7. E

8. B

9. C

10. E

11. E

12. C

13. C

14. E

15. C

16. E

17. C

18. E

19. E

20. C

21. E

22. E

23. C

24. E

25. E

26. C

27. E

28. C

29. E

30. E

31. C

32. E

33. E

34. E

35. C

36. C

37. E

38. E

39. C

40. C

41. E

42. E

43. C

44. E

45. C

46. E

47. C

48. C

49. C

50. E

51. E

52. C

53. E

54. E

55. C

56. E

57. C

58. C

59. C

60. C

61. E

62. C

63. E

64. E

65. E

66. C

67. C

68. E

69. C

70. C

71. E

72. C

73. C

74. E

75. C

76. E

77. C

78. E

79. E

80. C

81. E

82. E

83. C

84. E

85. C

86. E

87. E

88. E

89. E

90. E

91. C

92. C

93. E

94. E

95. E

96. E

97. E

98. E

99. C

100. E

101. C

102. E

103. C

104. E

105. C

106. E

107. C

108. C

109. E

110. C

111. C

112. E

113. E

114. E

115. C

116. E

117. E

118. C

119. C

120. C

121. C

122. E

123. C

124. E

125. E

126. C

127. C

128. E

129. C

130. C

131. C

132. C

133. C

134. C

135. E

136. E

137. E

138. C

139. E

140. E

141. E

142. E

143. E

144. C

145. E

146. C

147. C

148. E

149. C

150. E

151. E

152. C

153. C

154. E

155. C

156. E

157. C

158. E

159. C

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