e book direito previdenciario

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    Braslia/2014

    APOSTILA DEDIREITO

    PREVIDENCIRIO

    Carlos Mendona

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    Braslia/2014

    APOSTILA DEDIREITO

    PREVIDENCIRIO

    Carlos Mendona

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    PRESIDNCIA:Jos Wilson Granjeiro

    DIRETORIA EXECUTIVA:Ivonete GranjeiroCONSELHO EDITORIAL: Jos Wilson Granjeiro

    Ivonete Granjeiro

    Joo Dino

    Bruno Pilastre

    GERNCIA DE PRODUO:Samyra Campos

    GERNCIA ADMINISTRATIVA: Eliete Ribeiro

    SUPERVISO DE PRODUO: Marilene Otaviano / Geisiane Novais

    DIAGRAMAO:Washington Nunes ChavesREVISO:Sabrina Alencar

    CAPA:Pedro Wgilson Granjeiro

    Editora Gran Cursos.SIG, Quadra 06, n. 1435, Braslia-DFCep.: 70.610-460Tel.: [email protected]

    TODOS OS DIREITOS RESERVADOS De acordo com a Lei n. 9.610, de 19.02.1998, nenhumaparte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recupe-rao de informaes ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrnico ou mecnicosem o prvio consentimento do detentor dos direitos autorais e do editor.

    MENDONA, Carlos.Apostila de Direito Previdencirio. Carlos Mendona Braslia, DF: Editora Gran Cursos,2014.

    p.

    ISBN:

    1. Brasil: Coleo de Direito Administrativo Questes Comentadas CESPE. I. Ttulo.

    CDD

    05/2014 Editora Gran Cursos

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    SUMRIO

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    CONCEITO, ORGANIZAO E PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS

    Desde a sua origem, o homem buscou formas de se proteger dos infortnios da vida.

    Evidente que as primeiras aes em nada lembram o sistema atual, pois sequer existia

    o conceito de proteo social e todas as aes implementadas devem-se ao instinto de

    sobrevivncia e necessidade de se guarnecer o que ainda estava por vir.

    A Seguridade Social o sistema atual de Proteo Social, que envolve aes de

    sade, previdncia e assistncia social. Desde a sua criao, a proteo social passou

    por inmeras mudanas, ampliando o seu leque de cobertura e os destinatrios de seus

    benefcios. O apogeu da proteo social ocorreu com a Constituio de 1988 que,

    ampliando a proteo Social, inseriu a previdncia em um sistema maior denominado

    Seguridade Social que, nos termos do art. 194, assim cou denido:

    A seguridade social compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa

    dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos

    sade, previdncia e assistncia social.Nesse nterim, a Seguridade Social forma uma rede de proteo social que envolve

    aes de SADE, PREVIDNCIA e ASSISTNCIA SOCIAL.

    A SEGURIDADESOCIAL

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    SADE

    A Constituio disciplina a Sade nos artigos 196 a 200, deixando assentado que:

    A sade direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polticassociais e econmicas que visem reduo do risco de doena e de outros agravos eao acesso universal e igualitrio s aes e servios para sua promoo, proteo erecuperao (art. 196)

    Nessa linha de inteleco, sendo a Sade direito de todos e dever do Estado, infere-se a ausncia da necessidade de contribuio para usufruir desse sistema.

    A principal lei que disciplina a sade a Lei n. 8.080/1990, sendo certo que o PoderPblico deve atuar diretamente ou por intermdio de terceiros.

    A iniciativa privada pode atuar nessa rea, segundo as diretrizes do Sistema

    nico de Sade e mediante contrato de direito pblico ou convnio, tendo preferncias entidades lantrpicas e s sem ns lucrativos. De qualquer forma, vedada adestinao de recursos pblicos para auxlios ou subvenes s instituies privadascom ns lucrativos.

    Estabelece o 3 do art. 199 que vedada a participao direta ou indireta deempresas ou capitais estrangeiros na assistncia sade no Pas, salvo nos casosprevistos em lei.

    Como no poderia ser diferente, o 4 do j citado art. 199 veda qualquer tipo

    de comercializao no que tange remoo de rgos, tecidos e substncias humanaspara ns de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento etransfuso de sangue e seus derivados.

    Como a atuao na sade envolve todos os entes da Federao, suas aes devemintegrar uma rede regionalizada e hierarquizada, formando um Sistema nico, e baseadonas seguintes diretrizes (art. 198):

    I descentralizao, com direo nica em cada esfera de governo;II atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem

    prejuzo dos servios assistenciais;

    III participao da comunidade.

    De modo a evitar as utuaes inerentes s polticas pblicas, a prpria Constituioestabelece no pargrafo segundo do art. 198 a necessidade de se aplicar percentuaismnimos da arrecadao em aes de sade. Como esses percentuais dependem delegislao complementar, o assunto continua sendo disciplinado pelo art. 77 do ADCT.

    Alm de aes de sade, compete ao SUS (art. 200):I controlar e scalizar procedimentos, produtos e substncias de interesse para

    a sade e participar da produo de medicamentos, equipamentos, imunobiolgicos,hemoderivados e outros insumos;

    II executar as aes de vigilncia sanitria e epidemiolgica, bem como as desade do trabalhador;

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    Apostila de Direito Previdencirio

    III ordenar a formao de recursos humanos na rea de sade;IV participar da formulao da poltica e da execuo das aes de saneamento

    bsico;

    V incrementar em sua rea de atuao o desenvolvimento cientco e tecnolgico;VI scalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor

    nutricional, bem como bebidas e guas para consumo humano;VII participar do controle e scalizao da produo, transporte, guarda e

    utilizao de substncias e produtos psicoativos, txicos e radioativos;VIII colaborar na proteo do meio ambiente, nele compreendido o do

    trabalho.

    ASSISTNCIA SOCIAL

    A Assistncia Social foi a primeira manifestao de proteo social articulada pelasociedade. A preocupao com os pobres e necessitados acompanha a humanidade desdetempos imemoriais, evoluindo de aes isoladas para formas articuladas pela igreja e,nalmente, como uma atribuio do Estado. Nesse contexto, o art. 203 da Constituiode 1988 vaticina que:

    Art. 203. A assistncia social ser prestada a quem dela necessitar,independentemente de contribuio seguridade social, e tem por objetivos:

    I a proteo famlia, maternidade, infncia, adolescncia e velhice;II o amparo s crianas e adolescentes carentes;III a promoo da integrao ao mercado de trabalho;IV a habilitao e reabilitao das pessoas portadoras de decincia e a promoo

    de sua integrao vida comunitria;V a garantia de um salrio mnimo de benefcio mensal pessoa portadora de

    decincia e ao idoso que comprovem no possuir meios de prover prpria manutenoou de t-la provida por sua famlia, conforme dispuser a lei.

    Pelo regramento acima exposto, resta evidente que, assim como a sade, a

    Assistncia Social independe de contribuio, bastando que o interessado demonstrepreencher os requisitos para a proteo social.

    A principal lei sobre o tema a 8.742/1993, denominada LOAS (Lei Orgnicada Assistncia Social) que prev o pagamento mensal de 1 salrio mnimo ao idoso(homem ou mulher com mais de 65 anos) ou ao Deciente Fsico que comprovempossuir renda per capita inferior a do salrio mnimo. O citado benefcio assistencialno gera penso e no d direito ao 13.

    PREVIDNCIA SOCIAL

    A Previdncia Social pode ser conceituada como um seguro coletivo, contributivoe compulsrio que visa a cobertura de riscos sociais, mantendo o equilbrio nanceiroe atuarial.

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    Carlos Mendona

    O sistema previdencirio previsto pela Constituio Federal est estruturado em

    trs regimes:

    1) O regime geral de Previdncia Social, operado pelo Instituto Nacional do

    Seguro Social INSS, de carter pblico, compulsrio, contributivo e destinado aos

    trabalhadores da iniciativa privada, aos empregados pblicos e aos servidores titulares

    de cargo efetivo de entes federativos que no tiverem um regime prprio de previdncia

    e aos que ocupam exclusivamente cargo em comisso. Os exercentes de mandato eletivo

    vinculam-se ao RGPS se no tiverem regime prprio de previdncia.

    2) Os regimes prprios de previdnciainstitudos pelos entes da Federao para os

    servidores pblicos titulares de cargo efetivo da Unio, dos Estados, do Distrito Federal

    e Municpios (pouco mais de 2000). Os Regimes Prprios tambm so obrigatrios econtributivos.

    3) O regime de previdncia complementar possui as seguintes caractersticas:

    natureza jurdica contratual, carter complementar e autnomo em relao previdncia

    pblica, constituio de reservas em regime de capitalizao e natureza facultativa.

    A Previdncia Social, no plano constitucional, insere-se na Seguridade Social como

    um de seus subsistemas; ao lado da Sade e da Assistncia Social, a teor do art. 194. Da

    mesma forma, integra o elenco de direitos sociais preconizado no art. 6. Nesse contexto,

    o art. 201 da Constituio dispe que a previdncia social ser organizada sob a formade regime geral, de carter contributivo e de liao obrigatria, observados critrios

    que preservem o equilbrio nanceiro e atuarial.

    Com efeito, infere-se que a constituio torna o vnculo com a previdncia

    automtico, sem que haja manifestao de vontade do trabalhador, pois a liao

    obrigatria e se perfaz com o simples exerccio de atividade remunerada.

    Diz ainda o texto maior que o sistema contributivo, de modo que as prestaes

    seriam devidas mediante o pagamento de contribuies, para a cobertura dos

    seguintes eventos: doena, invalidez, morte, idade avanada, proteo maternidade,

    especialmente gestante, desemprego involuntrio, salrio famlia e auxlio recluso,

    sendo os dois ltimos para os dependentes do segurado de baixa renda.

    Repare que o texto constitucional no contempla o tempo de servio como um risco

    a ser coberto pelo sistema previdencirio, razo pela qual a aposentadoria por tempo de

    servio no tem natureza de benefcio previdencirio, pois no corresponde a qualquer

    risco coberto pelo sistema. Assim sendo, a tendncia que a referida aposentadoria

    seja extinta no futuro, o que j ocorreu em vrios pases do mundo. Caso essa previsoseja conrmada, os trabalhadores s podero se aposentar por idade, por invalidez ou

    de forma especial, este ltimo destinado aos trabalhadores que exeram atividades em

    condies especiais (exemplo: operador de raio X).

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    Apostila de Direito Previdencirio

    PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL

    A Seguridade Social regida por 8 princpios, sendo sete extrados do pargrafo

    nico do art. 194 e 1 do inciso primeiro do artigo 3 da CRFB/1988.

    Universalidade da cobertura e do atendimento

    A proteo social deve atender todas as pessoas e cobrir todos os riscos sociais.

    Como a Seguridade Social se desdobra em trs subsistemas, o princpio em comento

    deve ser aquilatado em suas vrias vertentes. Assim sendo, de fcil percepo a

    sua aplicao na sade, pois se trata de um direito de todos e um dever do Estado.

    Na Assistncia Social o princpio tem plena aplicao, pois prestada a quem dela

    necessitar, nos termos da lei. J na Previdncia Social, somente quem exerce atividade

    remunerada que recebe a proteo social. Todavia, quem no trabalha pode se liar

    como facultativo, o que torna a Previdncia tambm um sistema universal.

    Uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s populaes urbanas

    e rurais

    At a Constituio de 1988, havia uma evidente diferenciao entre urbanos e

    rurais, principalmente no que tange ao valor dos benefcios e no alcance da cobertura.

    Essa discriminao deixa de existir com a aplicao desse princpio. Por uniformidade,

    deve-se concluir que os mesmos benefcios que existem para os urbanos devem existir

    para os rurais. Por equivalncia, que um corolrio da igualdade, deve-se buscar um

    paralelismo entre o valor dos benefcios dos urbanos e rurais.

    Seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios

    Os recursos que mantm a Seguridade Social so limitados, enquanto que as

    contingncias sociais a serem cobertas so ilimitadas. Por essa razo, devem-se selecionar

    os riscos sociais protegidos, delimitando as situaes da vida mais prementes, de modo

    que a cobertura chegue s pessoas com maior grau de necessidade. Registre-se que o

    salrio-famlia e o auxlio-recluso so destinados apenas aos trabalhadores de baixa

    renda, ou seja, cujo salrio de contribuio no ultrapasse R$ 971,00. Os benefcios

    assistenciais so destinados apenas aos necessitados, ou seja, idosos com mais de 65anos de idade ou portadores de decincia cuja renda per capita familiar seja inferior

    a do salrio-mnimo. Esse princpio funciona como um contraponto ao princpio da

    Universalidade da cobertura e do atendimento.

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    Irredutibilidade do valor dos benefcios

    A irredutibilidade do valor dos benefcios possui duas vertentes, uma nominal e outra

    real. Pela irredutibilidade nominal no pode haver reduo numrica do benefcio (porexemplo: de R$ 1.000,00 para R$ 900,00). Por outro lado, os benefcios previdenciriostm a garantia da preservao de seu valor real (art. 201, 4.), garantindo-se oreajustamento peridico do benefcio. Assim, alm do benefcio no poder ser reduzidonominalmente, deve receber reajuste peridico.

    Equidade na forma de participao no custeio

    Em matria tributria, a tributao leva em conta a capacidade contributiva e aisonomia. Na Seguridade Social, esse princpio admite uma nova vertente, em que se

    leva em considerao outros critrios, como a atividade econmica, o porte da empresa,a condio estrutural do mercado e a rotatividade da mo de obra ( 9 do art. 201da CRFB/1988). Nesse passo, o critrio diferenciador na forma de contribuio paraa Seguridade Social leva em consideraes outros fatores, a exemplo das instituiesnanceiras que contribuem com um adicional (art. 22 da lei n. 8.212/1991), em funoda alta lucratividade desse setor.

    Diversidade da base de nanciamento

    Como a proteo social um sistema universal, que deve atender a todas as pessoase atender todos os riscos sociais, o aporte de recursos para sua manuteno deve teruma fonte perene de recursos, infensa aos inuxos da economia moderna. Como issono possvel, a Constituio prev vrias fontes de nanciamento. Dessa forma, casohaja diminuio da arrecadao oriunda de uma fonte de custeio, as demais mantero ovolume de arrecadao. Assim sendo, a constituio prev que a sociedade nanciara Seguridade Social, de forma direta (contribuies sociais) e indireta (impostos)com contribuio do empregador incidente sobre a folha de pagamento, receita oufaturamento e lucro. Devem contribuir tambm os trabalhadores. Existem, ainda,contribuies incidentes sobre a importao de bens e servios e sobre o concurso de

    prognsticos. Outras contribuies podero ser criadas, desde que mediante a ediode lei complementar, as acima citadas, podem ser criadas por lei ordinria ou medidaprovisria.

    Carter democrtico e descentralizado da administrao, mediante gestoquadripartite, com participao dos trabalhadores, dos empregadores, dosaposentados e do Governo nos rgos colegiados

    Diante da complexidade do Sistema de Seguridade Social, suas decises devem

    ser compartilhadas com a sociedade, representada por empregadores, empregados,aposentados e o prprio governo. Outrossim, o art. 10 da Constituio prev que assegurada a participao dos trabalhadores e dos empregadores nos colegiados dosrgos pblicos em que seus interesses prossionais ou previdencirios sejam objeto dediscusso e deliberao.

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    Apostila de Direito Previdencirio

    Solidariedade

    Apesar de no constar do Rol do pargrafo nico do art.194 da Constituio de

    1988, a solidariedade o principal princpio do sistema de Seguridade Social, pois no hcomo imaginar um sistema de proteo social que no seja embasado na solidariedade.Por outro lado, um dos objetivos da Repblica construir uma sociedade livre, justa esolidariedade (art. 3, inciso I, da CRFB/1988).

    A Seguridade Social nanciada por toda a sociedade e reverte benefciosmesmo para os que no contribuem, a exemplo da Sade e da Assistncia Social. NaPrevidncia Social, os riscos sociais imprevisveis so pagos mesmo aqueles que notenham contribudo o suciente para fazer a contrapartida ao seu pagamento, a exemplo

    da penso por morte para os dependentes do segurado que tenha contribudo umanica vez para o sistema. Nesse caso, os recursos para o pagamento do benefcio serfornecido pela sociedade, que arcar com o custo do pagamento da penso, substituindoo segurado.

    Financiamento da Seguridade Social

    Conforme preconiza o art. 195 da CRFB/1988, a seguridade social ser nanciadapor toda a sociedade, de forma direta e indireta. A forma indireta decorre dos recursosoramentrios que suprem eventuais decincias na arrecadao, de modo que opagamento de impostos tambm representa uma forma indireta de nanciamento dosistema. Por outro lado, a sociedade nancia a Seguridade de forma direta atravs dasseguintes contribuies sociais:

    I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei,incidentes sobre:

    a) a folha de salrios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, aqualquer ttulo, pessoa fsica que lhe preste servio, mesmo sem vnculo empregatcio;

    b) a receita ou o faturamento;c) o lucro;II do trabalhador e dos demais segurados da previdncia social, no incidindo

    contribuio sobre aposentadoria e penso concedidas pelo regime geral de previdnciasocial de que trata o art. 201;

    III sobre a receita de concursos de prognsticos.IV do importador de bens ou servios do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.As contribuies sociais acima indicadas so as principais fontes de recursos para a

    Sade, Assistncia e Previdncia Social, sendo que, por expressa previso constitucional(art. 167, inciso XI), as contribuies sobre a folha e a dos trabalhadores so exclusivaspara pagamento de benefcios previdencirios, razo pela qual se encontra revogado oart. 18 da Lei n. 8.212/1991.

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    Carlos Mendona

    O art. 195 da Constituio ainda contempla as seguintes regras: 1 As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios destinadas

    seguridade social constaro dos respectivos oramentos, no integrando o

    oramento da Unio. 2 A proposta de oramento da seguridade social ser elaborada de formaintegrada pelos rgos responsveis pela sade, previdncia social e assistnciasocial, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizesoramentrias, assegurada a cada rea a gesto de seus recursos.

    3 A pessoa jurdica em dbito com o sistema da seguridade social, comoestabelecido em lei, no poder contratar com o Poder Pblico nem dele receberbenefcios ou incentivos scais ou creditcios.

    Essa regra prestigia a Seguridade Social, evitando que o Poder Pblico (Unio,Estados, DF e Municpios) contrate ou conceda benefcios ou incentivos scais oucreditcios a pessoas jurdicas em dbito com o referido sistema. Vale registrar que aConstituio s se refere ao dbito com a Seguridade Social, no fazendo qualquerreferncia a outra espcie tributria. Todavia, a Lei n. 8.666/1993, nos procedimentoslicitatrios, exige a Certido Negativa de Dbito dos demais tributos administrados pelareceita fazendria.

    4 A lei poder instituir outras fontes destinadas a garantir a manuteno ouexpanso da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

    As contribuies sociais previstas no art. 195 da CF/1988 podem ser criadas oumajoradas por lei ordinria ou Medida Provisria. Caso haja a necessidade de criao de

    outra contribuio social, o instrumento normativo a ser utilizado a lei complementar. 5 Nenhum benefcio ou servio da seguridade social poder ser criado,

    majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.Trata-se do Princpio da pr-existncia de custeio, introduzido no Brasil em 1965,

    pelo qual exige a indicao da fonte de custeio que far face criao, majorao ouextenso de qualquer benefcio ou servio da seguridade social. Isso evita a utilizaopoltica do sistema de proteo social, evitando medidas irresponsveis que aumentama despesa sem se preocupar com a origem da receita.

    6 As contribuies sociais de que trata este artigo s podero ser exigidas

    aps decorridos noventa dias da data da publicao da lei que as houver institudoou modicado, no se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.

    7 So isentas de contribuio para a seguridade social as entidades benecentesde assistncia social que atendam s exigncias estabelecidas em lei.

    8 O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatrio rurais, o garimpeiro e o pescadorartesanal, bem como os respectivos cnjuges, que exeram suas atividades em regimede economia familiar, sem empregados permanentes, contribuiro para a seguridadesocial mediante a aplicao de uma alquota sobre o resultado da comercializao daproduo e faro jus aos benefcios nos termos da lei.

    8 O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatrio rurais e o pescador artesanal,bem como os respectivos cnjuges, que exeram suas atividades em regime de economiafamiliar, sem empregados permanentes, contribuiro para a seguridade social mediantea aplicao de uma alquota sobre o resultado da comercializao da produo e farojus aos benefcios nos termos da lei.

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    Apostila de Direito Previdencirio

    9 As contribuies sociais previstas no inciso I deste artigo podero ter alquotasou bases de clculo diferenciadas, em razo da atividade econmica ou da utilizaointensiva de mo de obra.

    9 As contribuies sociais previstas no inciso I do caputdeste artigo poderoter alquotas ou bases de clculo diferenciadas, em razo da atividade econmica, dautilizao intensiva de mo de obra, do porte da empresa ou da condio estrutural domercado de trabalho.

    10. A lei denir os critrios de transferncia de recursos para o sistema nicode sade e aes de assistncia social da Unio para os Estados, o Distrito Federal e osMunicpios, e dos Estados para os Municpios, observada a respectiva contrapartida derecursos.

    11. vedada a concesso de remisso ou anistia das contribuies sociais de quetratam os incisos I, a, e II deste artigo, para dbitos em montante superior ao xado emlei complementar.

    12. A lei denir os setores de atividade econmica para os quais as contribuiesincidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, sero no-cumulativas.

    13. Aplica-se o disposto no 12 inclusive na hiptese de substituio gradual,total ou parcial, da contribuio incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobrea receita ou o faturamento.

    Regime Geral da Previdncia Social

    O RGPS tem como rgo de atuao o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, Autarquia Federal que tem como principal funo conceder e manter benefciosprevidencirios. Os destinatrios das prestaes previdencirias so os benecirios quese subdividem em segurados e dependentes.

    Segurados so aqueles que mantm uma relao jurdica direta com a PrevidnciaSocial, tanto por meio do exerccio de atividade laborativa quanto pelo pagamento decontribuies. J o dependente mantm uma relao indireta com a Previdncia, pois,geralmente, s ter direito a algum benefcio na ausncia do segurado.

    A relao jurdica entre a Previdncia e o segurado tem incio no momento em que

    ele passa a exercer atividade remunerada, ou seja, momento em que ocorre a liao.Assim sendo, nesse momento, o trabalhador passa a ser chamado de segurado. Almda liao, o trabalhador precisa fornecer os seus dados Previdncia, esse ato formal chamado de inscrio. Dessa forma, o trabalhador para ser segurado da previdnciaprecisa estar liado e inscrito na Previdncia. Por outro lado, existem pessoas queno trabalham, a exemplo da dona-de-casa e do estudante, mas podem estar inseridosna Previdncia Social. Para tanto, basta que o interessado faa a sua inscrio comosegurado facultativo e pague a sua contribuio. Nesse caso, ao fornecer os dados,ocorrer a inscrio e, com o recolhimento da primeira contribuio, a liao.

    Ressalte-se que podem existir segurados inscritos, porm ainda no liados. Aexemplo da dona de casa que se inscreve como facultativa, mas no recolhe contribuiese tambm segurados liados, mas ainda no inscritos, a exemplo do trabalhador queexerce atividade remunerada mas no fez a sua inscrio no INSS.

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    Carlos Mendona

    De qualquer forma, a qualidade de segurado s se perfaz com a conjugao dessesdois requisitos: liao e inscrio.

    Pelo que foi visto, o segurado pode ser obrigatrio ou facultativo. Como a

    Previdncia social um seguro coletivo, contributivo e compulsrio, a liao dotrabalhador ao sistema independe de sua vontade ou mesmo de qualquer ao (seguradoobrigatrio). Basta o exerccio de atividade remunerada, desde que no esteja vinculadoa outro sistema de previdncia, para que o trabalhador forme um vnculo jurdico coma Previdncia (liao). Claro que fundamental que tambm fornea os seus dados previdncia, momento em que ocorre a sua inscrio, o que completa o ciclo para setornar um segurado.

    Se, por exemplo, o trabalhador tem como atividade a venda de pipoca na pracinha

    do bairro, o simples exerccio dessa atividade remunerada j o torna liado ao Sistemade Previdncia. Todavia, somente com o fornecimento de seus dados ao INSS que setornar um segurado. Da por diante, o segurado dever manter em dia o recolhimentode suas contribuies, de modo a preencher um nmero adequado de recolhimentos quepermitam a concesso do benefcio postulado (carncia).

    SEGURADOS DO INSS

    So divididos em duas categorias: segurados obrigatrios e facultativos, previstos,respectivamente, nos art. 12 e 14 da Lei n. 8.212/91. A idade mnima exigida paraliao ao RGPS de 16 anos, salvo no caso do menor aprendiz em que o vnculo permitido aos 14 anos de idade.

    Segurados ObrigatriosOs segurados obrigatrios so divididos em cinco categorias: Empregados Avulsos

    Empregados domsticos Contribuintes individuais Segurados especiais

    CUIDADO:

    os segurados aposentados que voltam atividade abrangida pelo RGPS so seguradosobrigatrios, devendo efetuar contribuies incidentes sobre a remunerao percebida.

    CUIDADO:

    o dirigente sindical mantm, durante o exerccio do mandato eletivo, o mesmoenquadramento no Regime Geral de Previdncia Social - RGPS de antes da investidura.

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    Apostila de Direito Previdencirio

    Segurado Empregado(artigo 11, I da Lei n. 8.213/91):a) aquele que presta servio de natureza urbana ou rural empresa, em carter

    no eventual, sob sua subordinao e mediante remunerao, inclusive como diretor

    empregado;b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporrio, denida em legislao

    especca, presta servio para atender a necessidade transitria de substituio de pessoalregular e permanente ou a acrscimo extraordinrio de servios de outras empresas;

    c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalharcomo empregado em sucursal ou agncia de empresa nacional no exterior;

    d) aquele que presta servio no Brasil a misso diplomtica ou a repartio consularde carreira estrangeira e a rgos a ela subordinados, ou a membros dessas misses ereparties, excludos o no brasileiro sem residncia permanente no Brasil e o brasileiro

    amparado pela legislao previdenciria do pas da respectiva misso diplomtica ourepartio consular;

    e) o brasileiro civil que trabalha para a Unio, no exterior, em organismos ociaisbrasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que ldomiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislao vigente do pas dodomiclio;

    f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalharcomo empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante

    pertena empresa brasileira de capital nacional;g) o servidor pblico ocupante de cargo em comisso, sem vnculo efetivo coma Unio, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundaes Pblicas Federais;(Alnea acrescentada pela Lei n. 8.647, de 13.4.93)

    h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que novinculado a regime prprio de previdncia social; (Alnea acrescentada pela Lei n.9.506, de 30.10.97) (Vide Resoluo do Senado Federal n. 26, de 2005)

    i) o empregado de organismo ocial internacional ou estrangeiro em funcionamentono Brasil, salvo quando coberto por regime prprio de previdncia social; (Includo pela

    Lei n. 9.876, de 1999).j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que no

    vinculado a regime prprio de previdncia social; (Includo pela Lei n. 10.887, de 2004).

    Empregado Domstico

    Quem presta servio famlia ou pessoa no mbito residencial desta, de formacontinua e sem nalidade lucrativa.

    Contribuinte Individual

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    Carlos Mendona

    a) a pessoa fsica, proprietria ou no, que explora atividade agropecuria, aqualquer ttulo, em carter permanente ou temporrio, em rea superior a 4 (quatro)mdulos scais; ou, quando em rea igual ou inferior a 4 (quatro) mdulos scais ou

    atividade pesqueira, com auxlio de empregados ou por intermdio de prepostos;b) a pessoa fsica, proprietria ou no, que explora atividade de extrao mineral

    - garimpo, em carter permanente ou temporrio, diretamente ou por intermdio deprepostos, com ou sem o auxlio de empregados, utilizados a qualquer ttulo, ainda quede forma no contnua;

    c) o ministro de consso religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, decongregao ou de ordem religiosa;

    d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo ocial internacionaldo qual o Brasil membro efetivo, ainda que l domiciliado e contratado, salvo quando

    coberto por regime prprio de previdncia social;e) o titular de rma individual urbana ou rural, o diretor no empregado e o membro

    de conselho de administrao de sociedade annima, o scio solidrio, o scio deindstria, o scio gerente e o scio cotista que recebam remunerao decorrente de seutrabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direo emcooperativa, associao ou entidade de qualquer natureza ou nalidade, bem como osndico ou administrador eleito para exercer atividade de direo condominial, desdeque recebam remunerao;

    f) quem presta servio de natureza urbana ou rural, em carter eventual, a uma oumais empresas, sem relao de emprego;g) a pessoa fsica que exerce, por conta prpria, atividade econmica de natureza

    urbana, com ns lucrativos ou no.

    Avulso

    quem presta servio diversas empresas sem vnculo efetivo e com intermediaodo sindicato ou do rgo gestor de mo de obra (Ex: estivador, chapa, guindasteiro,

    safrista).

    CUIDADO:

    A diferena do avulso para o autnomo a intermediao do sindicato ou do rgogestor.

    Segurado Especial

    a pessoa fsica residente no imvel rural ou em aglomerado urbano ou ruralprximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que como auxlio eventual de terceiros, enquadra-se em uma das seguintes hipteses:

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    Apostila de Direito Previdencirio

    a) produtor, seja proprietrio, usufruturio, possuidor, assentado, parceiro ou meeirooutorgados, comodatrio ou arrendatrio rurais, que explore atividade:

    1. agropecuria em rea de at 4 (quatro) mdulos scais; ou

    2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exera suas atividades nos termos doinciso XII do caputdo art. 2 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, e faa dessasatividades o principal meio de vida;

    b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faa da pesca prosso habitualou principal meio de vida; e

    c) cnjuge ou companheiro, bem como lho maior de 16 (dezesseis) anos de idadeou a este equiparado, do segurado de que tratam as alneas a e b deste inciso, que,comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo.

    CUIDADO:

    entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membrosda famlia indispensvel prpria subsistncia e ao desenvolvimento socioeconmicodo ncleo familiar e exercido em condies de mtua dependncia e colaborao, sema utilizao de empregados permanentes.

    CUIDADO:

    o grupo familiar poder utilizar-se de empregados contratados por prazo determinado,

    razo de no mximo 120 (cento e vinte) pessoas/dia no ano civil, em perodos corridosou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho.

    Segurados Facultativos

    So aqueles que no trabalham, mas desejam a proteo previdenciria. A idademnima para a liao 16 anos.

    Exemplos: dona de casa, estudante, aquele que deixou de ser segurado obrigatrio

    da Previdncia Social, o sndico no remunerado de condomnio.

    PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO

    A proteo previdenciria deixa de existir quando o segurado cessa as suascontribuies ou deixa de exercer atividade remunerada que o vincule ao Regime Geral dePrevidncia Social RGPS. Todavia, a perda da qualidade de segurado no automtica,pois esta somente ocorre aps o decurso do perodo de graa. Assim, entende-se porPerodo de Graa (artigo 15 da Lei n. 8.213/91) o perodo em que o segurado, mesmo

    sem trabalhar ou contribuir, continua sendo segurado do INSS. Evidente que, durante esseperodo, no h contagem de tempo de servio ou de contribuio. Caso o segurado desejeque o perodo onde no estiver trabalhando conte como tempo de contribuio deverrecolher contribuies na qualidade de segurado facultativo.

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    Carlos Mendona

    Assim, ocorrendo algum risco social durante o perodo de graa, o segurado farjus ao benefcio, desde que preencha os demais requisitos para a sua concesso. umaextenso da proteo previdenciria.

    O art. 15 da Lei n. 8.213/91 elenca vrios perodos de graa. Conra:Art. 15. Mantm a qualidade de segurado, independentemente de contribuies:I sem limite de prazo, quem est em gozo de benefcio;II at 12 (doze) meses aps a cessao das contribuies, o segurado que deixar

    de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdncia Social ou estiver suspensoou licenciado sem remunerao1;

    III at 12 (doze) meses aps cessar a segregao, o segurado acometido de doenade segregao compulsria;

    IV at 12 (doze) meses aps o livramento, o segurado retido ou recluso;V at 3 (trs) meses aps o licenciamento, o segurado incorporado s Foras

    Armadas para prestar servio militar;VI at 6 (seis) meses aps a cessao das contribuies, o segurado facultativo.O prazo do inciso II ser prorrogado para at 24 (vinte e quatro) meses se o segurado

    j tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuies mensais sem interrupo queacarrete a perda da qualidade de segurado.

    Os prazos do inciso II ou do 1 sero acrescidos de 12 (doze) meses para osegurado desempregado, desde que comprovada essa situao pelo registro no rgo

    prprio do Ministrio do Trabalho e da Previdncia Social2.Durante o decurso do perodo de graa, o segurado conserva todos os seus direitos

    perante a Previdncia Social.Registre-se que a perda da qualidade de segurado ocorrer no dia seguinte ao do

    trmino do prazo xado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimentoda contribuio referente ao ms imediatamente posterior ao do nal dos prazos xadosneste artigo e seus pargrafos. Em outras palavras, decorrido o perodo de graa, a perdada qualidade de segurado somente ocorrer aps 45 dias, ou seja, 30 dias da competncia

    seguinte mais 15, j que a contribuio deveria ser recolhida no dia 15 do ms seguinte.Segundo a Lei n. 10.666/03, a perda da qualidade de segurado no tem qualquerreexo na concesso das aposentadorias por idade, por tempo de contribuio e especial.

    1 Nota: A Medida Provisria n. 1.709-4, de 27.11.1998, reeditada at a de n. 2.164-41, de 24.8.2001, em vigor em funo do

    disposto no Art. 2 da Emenda Constitucional n. 32, de 11.9.2001, assegura a qualidade de segurado aos empregadosali mencionados, nos seguintes termos:

    "Art. 11. Ao empregado com contrato de trabalho suspenso nos termos do disposto no Art. 476-A da Consolidao das

    Leis do Trabalho - CLTaplica-se o disposto noArt. 15, inciso II, da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991.

    2 Nota: Atualmente Ministrio do Trabalho e Emprego. Denominao instituda pela Medida Provisria n. 1.795, de

    1.1.1999, reeditada at a de n. 2.216-37, de 31.8.2001, posteriormente transformada na Medida Provisria n. 103,de 1.1.2003, convertida na Lei n. 10.683, de 28.5.2003.

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    Apostila de Direito Previdencirio

    Exemplos de aplicao do perodo de graa:Segurado trabalhou durante 15 anos:Prazo legal: 12 meses (perodo de graa se sofrer um infortnio ter o benefcio

    previdencirio). No conta como tempo de servio este perodo de graa.Se tiver mais de 120 contribuies o prazo legal prorrogado por mais de 12 meses.Passada a prorrogao. Ele tem mais 12 meses se o desemprego for involuntrio

    (registro no Ministrio do Trabalho).

    CARNCIA

    o nmero mnimo de contribuies que o segurado precisa recolher para ter

    direito a determinados benefcios (artigo 24 da Lei n. 8.213/91).Impende ressaltar que a previdncia social um sistema contributivo, ou seja, os

    benefcios so devidos em funo de contribuies vertidas para o sistema.O art. 24 da Lei n. 8.213/91 elenca os benefcios que requerem carncia:1) Auxlio Doena regra: 12 contribuies. Exceo: a) acidente de qualquer

    natureza (carncia zero); b) Doena elencada no artigo 151 da Lei n. 8.213/91 (carnciazero).

    2) Aposentadoria por invalidez 12 contribuies. Exceo: a) acidente dequalquer natureza (carncia zero); b) Doena elencada no artigo 151 da Lei n. 8.213/91(carncia zero).

    3) Aposentadoria por idade*.4) Aposentadoria por tempo de contribuio*.5) Aposentadoria Especial*.*Carncia dos benefcios 3, 4 e 5 = 180 contribuies (15anos).6) Salrio Maternidade 10 contribuies, mas apenas para as seguras: Contribuinte

    Individual, Facultativas e Seguradas Especiais. As demais seguradas no tm carncia(empregadas, domsticas e avulsas)

    CUIDADO:

    No caso de parto antecipado, a carncia antecipada no mesmo nmero de meses.

    Cmputo do perodo de carncia:

    a) Empregado/Avulso: para esses segurados a carncia contada a partir da

    liao, ou seja, empregado e avulso s precisa comprovar tempo de servio no precisacomprovar tempo de contribuio.b) Empregado Domstico / Contribuinte Individual / Contribuinte Facultativo e

    Segurado Especial. (artigo 27 da Lei n. 8.213/91).

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    Carlos Mendona

    Para esses segurados, a carncia contada a partir do recolhimento da primeiracontribuio sem atraso, no sendo computados para esse m as contribuies recolhidasem atraso. (Exemplo: recolher de uma s vez as 15 contribuies).

    Tem essa sistemtica para viabilizar o pagamento (obrigar o pagamento) e para queelas faam sua inscrio.

    CUIDADO:

    A perda da qualidade de segurado no tem qualquer reexo nas aposentadorias por idade,por tempo de contribuio e especial (a Lei n.10.666/2003 regulou esta situao).

    CUIDADO:

    Havendo a perda da qualidade de segurado, as contribuies anteriores somente serocomputadas na nova liao, quando o segurado contar, na nova liao, com um terodas contribuies do benefcio a ser requerido.

    15 anos de trabalho 12m + 12m + 12m + 45 dias trabalhou*_____________*_____*____*_____*___* cou sem trabalho *_____ (4meses)

    e cou doente, ento ter o direito.

    Benefcios que no tem Carncia:

    a) Penso por morte;b) Auxlio Recluso;c) Auxlio acidente;d) Salrio-famlia;e) Reabilitao Prossional e Servio Social.f) Salrio Maternidade: para as seguradas empregadas, domsticas e avulsas.

    Benefcios em espcie (artigo 18 da Lei n. 8.213/91).

    I Para os Segurados: Aposentadoria por idade;

    Aposentadoria por invalidez; Aposentadoria Especial (quem trabalha em mina; RX; agentes qumicos,

    agentes fsicos); Aposentadoria por tempo de contribuio;

    Auxlio-doena; Salrio Maternidade; Salrio-Famlia.

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    Apostila de Direito Previdencirio

    II Para os Dependentes: Penso por morte; Auxlio- recluso.

    III Para os Segurados/Dependentes: Reabilitao Prossional; Servio Social.

    ACIDENTE DO TRABALHO

    Acidente do Trabalho o que ocorre pelo exerccio do trabalho a servio da empresa,

    com o segurado empregado, trabalhador avulso, bem como com o segurado especial,no exerccio de suas atividades, provocando leso corporal ou perturbao funcionalque cause a morte, a perda ou reduo, temporria ou permanente, da capacidade parao trabalho.

    Considera-se acidente do trabalho as doenas ocupacionais:a) a doena prossional (tecnopatia), assim entendida a produzida ou desencadeada

    pelo exerccio do trabalho peculiar a determinada atividade. Exemplo: Pneumoconose(doena de quem trabalha em minas subterrneas);

    b) a doena do trabalho (mesopatia), assim entendida a adquirida ou desencadeadaem funo de condies especiais em que o trabalho realizado e com ele se relacionediretamente. Exemplo: perda da audio (disacusia).

    Vale registrar que no so consideradas como doena do trabalho: a doenadegenerativa; a inerente a grupo etrio; a que no produz incapacidade laborativa; adoena endmica adquirida por segurados habitantes de regio onde ela se desenvolva,salvo se comprovado que resultou de exposio ou contato direto determinado pelanatureza do trabalho.

    Equiparam-se tambm a acidente do trabalho:I o acidente ligado ao trabalho que, embora no tenha sido a causa nica, haja

    contribudo diretamente para a morte do segurado, para perda ou reduo da suacapacidade para o trabalho, ou que tenha produzido leso que exija ateno mdica paraa sua recuperao;

    II o acidente sofrido pelo segurado no local e horrio do trabalho, emconsequncia de ato de agresso, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro oucompanheiro de trabalho; ofensa fsica intencional, inclusive de terceiro, por motivo dedisputa relacionada com o trabalho; ato de imprudncia, de negligncia ou de imperciade terceiro, ou de companheiro de trabalho; ato de pessoa privada do uso da razo;desabamento, inundao, incndio e outros casos fortuitos decorrentes de fora maior;

    III a doena proveniente de contaminao acidental do empregado no exercciode sua atividade;

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    Carlos Mendona

    IV o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horrio de trabalho,na execuo de ordem ou na realizao de servio sob a autoridade da empresa; naprestao espontnea de qualquer servio empresa para lhe evitar prejuzo ou

    proporcionar proveito; em viagem a servio da empresa, inclusive para estudo, quandonanciada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitao da mo de obra,independentemente do meio de locomoo utilizado, inclusive veculo de propriedadedo segurado; no percurso da residncia para o local de trabalho ou deste para aquela,qualquer que seja o meio de locomoo, inclusive veculo de propriedade do segurado.

    No perodo destinado refeio ou ao descanso, ou por ocasio da satisfao deoutras necessidades siolgicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado serconsiderado no exerccio do trabalho.

    Entende-se como percurso o trajeto da residncia ou do local de refeio para o

    trabalho ou deste para aqueles, independentemente do meio de locomoo, sem alteraoou interrupo voluntria do percurso habitualmente realizado pelo segurado. considerado agravamento de acidente do trabalho aquele sofrido pelo acidentado

    quando estiver sob a responsabilidade do Setor de Reabilitao Prossional.No considerado agravamento ou complicao de acidente do trabalho a leso que,

    resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha s consequnciasdo acidente anterior.

    considerado como dia do acidente, no caso de doena prossional ou do trabalho,a data do incio da incapacidade laborativa para o exerccio da atividade habitual ou o

    dia em que for realizado o diagnstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.As prestaes acidentrias so custeadas com uma contribuio adicional da empresae do segurado especial, de modo que no so devidas as prestaes relativas ao acidentedo trabalho ao empregado domstico, ao contribuinte individual e ao facultativo.

    Para que o acidente ou a doena seja considerado como acidente do trabalho imprescindvel que seja caracterizado tecnicamente pela Percia Mdica do INSS, quefar o reconhecimento tcnico do nexo causal entre o acidente e a leso; a doena e otrabalho; e a causa mortis e o acidente.

    Ocorrido o acidente do trabalho, a empresa obrigada a fornecer a CAT (Comunicao

    de Acidente do Trabalho) at o primeiro dia til aps o acidente de trabalho e, em casode bito, imediatamente. Todavia, se a CAT no for emitida, a percia do INSS poderestabelecer o nexo tcnico epidemiolgico entre a leso e o trabalho desenvolvido.

    Vantagens do Acidente do Trabalho:

    1) Estabilidade 12 meses - artigo 118 da Lei n. 8.213/91.2) Depsito do FGTS: o empregador continua fazendo os depsitos enquanto o

    empregado recebe o benefcio.Competncia Jurisdicional (artigo 109 da CR/88).Em matria acidentria, caso o segurado promova uma ao contra o INSS, a

    competncia da Justia Estadual com recurso para o Tribunal de Justia. Por outrolado, quando o segurado processa o Empregador (acidente de trabalho), a competnciaser da Justia do Trabalho.

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    Apostila de Direito Previdencirio

    SALRIO DE BENEFCIO SB:

    A maioria dos benefcios previdencirios calculada a partir do salrio de

    contribuio, que pode ser denido como a base de clculo dos benefcios e correspondeamdia aritmtica dos maiores salrios de contribuio relativos 80% (oitenta porcento) do perodo contributivo, considerados a partir de Julho de 94 (implantao doPlano Real).

    No caso da Aposentadoria por tempo de contribuio, por exemplo, o seguradoque comprovar 420 contribuies (35 anos), ter excludo do clculo 20% das menorescontribuies, ou seja, 84 contribuies. Excludas essas 84 contribuies, as demaissero corrigidas monetariamente (INPC) at a data do requerimento da aposentadoria,sendo apurada a mdia aritmtica. Essa mdia aritmtica chamada de salrio de

    benefcio, que a base de clculo do benefcio.A sistemtica acima relatada foi introduzida pela lei n. 9.876/99. Antes, o salrio

    de benefcio era apurado pela mdia aritmtica das 36 ltimas contribuies, o que noretratava a realidade remuneratria do segurado ao longo da sua vida laborativa, poiso segurado que contribusse a maior parte do tempo sobre um salrio de contribuiobaixo poderia ter o benefcio no teto ou perto dele caso, nos trs anos anteriores aopedido do benefcio, contribusse sobre o valor mximo do salrio de contribuio.

    Atualmente, o valor mximo do salrio de contribuio de R$ 4.159,00, mesmo

    valor do teto do salrio de benefcio. Em relao ao valor mnimo, para ambos de umsalrio mnimo.O segurado que tenha o salrio de R$ 5.000,00, contribuir para a Previdncia

    apenas sobre R$ 4.159,00, pois este o valor mximo do salrio de contribuio. Porconsequncia, seu benefcio ser calculado com base no salrio de contribuio de R$4.159,00. Assim sendo, para que no haja reduo em sua renda, dever contratar um planode Previdncia Complementar para sua aposentadoria, acrescida da complementao,reita a renda que tinha quando estava na atividade.

    Apenas dois benefcios no so calculados a partir do salrio de benefcio: salrio

    famlia e salrio maternidade.O salrio famlia tem valor xo para cada dependente do segurado de baixa renda.

    J o salrio maternidade segue a regra constitucional que garante trabalhadora o direito licena maternidade sem prejuzo do emprego e do salrio. Com efeito, se o salriomaternidade fosse calculado pelo salrio de benefcio, no haveria concesso acima doteto, o que poderia acarretar prejuzo salarial trabalhadora, em verdadeira afronta aotexto constitucional.

    FATOR PREVIDENCIRIO.

    Implementada a Primeira Reforma da Previdncia, vrias mudanas foramintroduzidas no sistema de aposentadoria dos servidores pblicos, principalmente no

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    Carlos Mendona

    que tange ao seu clculo e reajustamento. Mas a mudana mais visvel foi a necessidadedo servidor implementar uma idade mnima para a obteno da aposentadoria por tempode contribuio. Como a idade mnima no foi aprovada para os segurados do INSS, a

    Lei n. 9.876/99 criou o fator previdencirio como componente do clculo do benefcio,de modo que o segurado que se aposentasse cedo teria um desgio no valor da suaaposentadoria que iria sendo reduzido conforme o segurado fosse protelando o seuingresso na inatividade.

    A frmula do Fator Previdencirio a seguinte:

    FP = Tc x a . [1- (Tc x a + id)]Es [ 100 ]

    Tc - Tempo de contribuioa = alquota atuarial o valor dela xa = 0,31.

    Es = expectativa de sobrevidaId idade no momento do pedido de aposentadoria

    Percebe-se, portanto, que a frmula do fator previdencirio leva em consideraoo tempo de contribuio, a idade, a expectativa de sobrevida e uma alquota atuarial.

    Assim, quanto mais cedo o segurado se aposenta, maior a sua expectativa de sobrevidae menor a sua idade, o que desgua em fator previdencirio baixo, provavelmentemenor que um. Por outro lado, quanto mais tarde pedir a sua aposentadoria, maiorser o seu tempo de contribuio, maior a sua idade e menor ser a sua expectativa desobrevida, o que atrai um fator previdencirio maior, provavelmente maior que um. Ofato que FP menor que 1 representa um benefcio menor, enquanto que FP maior que1representa um benefcio maior.

    Ainda nesse contexto, deve-se ressaltar que como homens e mulheres tmexpectativas de sobrevida diferentes, o que poderia trazer uma distoro na aplicao dofator previdenciria. Para evitar esse problema, algumas regras devem ser respeitadasna aplicao do fator previdencirio.

    Assim, por uma co legal, a expectativa de sobrevida ser considerada idnticapara homens e mulheres, ou seja, para efeitos previdencirios, homens e mulheres tm amesma expectativa e dever ser extrada de uma tbua de mortalidade especicamentecriada pelo IBGE. Ademais, alguns acertos devero ser perpetrados, tendo em vista osdiferentes tempos de contribuio previstos para homens, mulheres e professores.

    Nessa linha de inteleco, na aplicao do Fator Previdencirio, devero ser

    somados ao tempo de contribuio os anos a seguir indicados:a) Se for mulher: soma-se 05 anos.b) Se for professor: soma-se 05 anos.c) Se for professora: soma-se 10 anos.

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    Apostila de Direito Previdencirio

    Valor de Benefcio (RMI Renda Mensal Inicial).Na aposentadoria por idade, o fator previdencirio s aplicado se aumentar

    o valor da aposentadoria.

    Na aposentadoria por tempo de contribuio, o fator previdencirio obrigatoriamente aplicado se aumentar o valor da aposentadoria.

    CLCULO DOS BENEFCIOS Penso por morte e Auxlio-recluso = 100% do SB. Aposentadoria por invalidez = 100% do SB. Aposentadoria Especial = 100% do SB. Aposentadoria por tempo de Contribuio = 100% do SB x FP. Auxlio-doena = 91% do SB.

    Auxlio-acidente = 50% do SB (ele vai receber os outros 50%, trabalhandocomo trocador de dinheiro, era motorista do nibus).

    Aposentadoria por idade 70% do SB + 1% por cada Grupo de 12 contribuio(vai de 85% 100% - vai depender de quanto tempo ela contribuiu).

    Salrio-famlia: valor xado anualmente.

    Valor do Salrio-Maternidade:a) Empregado e avulso ltima remunerao;b) Empregado Domstico salrio registrado em carteira;c) Contribuinte Individual / facultativa mdia aritmtica das doze ltimas

    contribuies apurados em perodo de at quinze meses.*Artigo 248 da CR/88 Teto do STF. Exemplo: Se empregado ganha R$ 50.000,00

    INSS paga o teto do STF e o empregador complementa com R$ 25.500,00.

    BENEFCIOS EM ESPCIE

    Aposentadoria por invalidez

    O exerccio de atividade laborativa transforma o trabalhador em segurado doRegime Geral de Previdncia Social, status que confere proteo previdenciria emcaso de invalidez. Assim, em caso de incapacidade total para qualquer atividade cominsusceptibilidade de recuperao, o segurado ser aposentado por invalidez, estandoou no em gozo de auxlio-doena. Todavia, a regra a concesso e manuteno doauxlio-doena enquanto o segurado se recupera da incapacidade. Aps a consolidaoda leso que a percia vai aquilatar se a hiptese da aposentadoria por invalidez aadequada.

    Vale ressaltar que a aposentadoria por invalidez ser devida ao empregado a partirdo 16. dia da incapacidade, se requerida dentro de 30 dias do incio da incapacidade.Se requerida aps esse prazo, ser devido a partir da data do requerimento, sendo certoque os primeiros 15 dias devem ser pagos pelo empregador.

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    Carlos Mendona

    Para os demais segurados, o benefcio ser devido a partir do incio da incapacidade,se requerido em at 30 do incio da incapacidade. Aps esse prazo, o benefcio serdevido a partir da data do requerimento.

    Cabe percia do INSS avaliar o grau de incapacidade do segurado, sendo certo queo segurado poder fazer-se acompanhar de mdico de sua conana.

    Se for considerado invlido, o segurado dever se afastar de toda e qualqueratividade.

    A doena ou leso que o segurado j era portador ao se liar ao Regime Previdenciriono lhe conferir direito a qualquer prestao, salvo no caso de progresso ou piora dadoena ou leso.

    Ao ser aposentado por invalidez, o segurado, caso empregado, ter seu contrato detrabalho suspenso, o que impede a sua demisso enquanto estiver nessa situao (CLT,art. 475).

    O aposentado por invalidez dever comparecer percia do INSS para que sejaavaliada a persistncia da invalidez. Se vier a recuperar a capacidade laborativa, deverretornar atividade segundo as seguintes regras:

    1) Se a recuperao ocorrer antes de 5 anos e o aposentado tiver direito de retornar atividade, o benefcio ser imediatamente suspenso. Se no tiver direito de retornar atividade, o benefcio ser mantido por tantos meses quantos forem os meses em queesteve em gozo de auxlio-doena ou aposentadoria por invalidez,

    2) Se a recuperao for parcial ou ocorrer aps cinco anos, a o benefcio sermantido na sua integralidade por seis meses, com reduo de 50% nos prximos 6meses e com reduo de 75% nos ltimos 6 meses.

    Se o segurado retornar espontaneamente atividade, seu benefcio ser cassadodesde a data do retorno.

    Se a invalidez zer com que o segurado necessite do auxlio permanente de outrapessoa, o benefcio ser acrescido de 25%, valor que poder superar o teto e no serincorporado penso.

    As hipteses que do ensejo ao referido acrscimo constam do anexo 1 do Decreto3.048/99.

    O segurado em gozo de aposentadoria por invalidez poder requerer a conversodessa aposentadoria em aposentadoria por idade ou por tempo de contribuio, desdeque tenha preenchido os requisitos para a converso.

    APOSENTADORIA POR IDADE

    A Aposentadoria por idade, conhecida anteriormente EC/20 98 como

    aposentadoria por velhice, visa a cobertura do risco social idade avanada. Tem comodestinatrios aqueles que no conseguiram a aposentadoria por tempo de contribuio,mas reuniram a carncia necessria ao atingir a idade prevista em lei. O trabalhador dosexo masculino ao atingir a idade de 65 anos e a trabalhadora ao atingir a idade de 60

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    Apostila de Direito Previdencirio

    anos, adquirem o direito ao benefcio. No caso de rural, pescador artesanal e garimpeiro,o direito ao benefcio em comento surge ao atingirem respectivamente 60 e 55 anos deidade3.

    Mister rememorar que a carncia para a concesso desse benefcio de 180contribuies, sendo que os segurados especiais, em regime de economia familar, acarncia substituda pela prova do exerccio da atividade rural no perodo equivalenteao da carncia, mesmo que de forma descontnua. Regra semelhante dirigida aostrabalhadores rurais no art. 143 da lei de benefcios. Todavia, essa benesse deveria serconcedida por 15 anos contados da publicao da Lei n. 8.213/91, sendo certo que foiestendida at 2020 pela MP 410.

    O art. 106 da lei n. 8.213/91 enumera os documentos que comprovam o exerccioda atividade rural:

    I contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdncia Social;II contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;III declarao fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou,

    quando for o caso, de sindicato ou colnia de pescadores, desde que homologada peloInstituto Nacional do Seguro Social INSS;

    IV comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonizao e ReformaAgrria INCRA, no caso de produtores em regime de economia familiar;

    V bloco de notas do produtor rural;

    VI notas scais de entrada de mercadorias, de que trata o 7 do art. 30 da Leino8.212, de 24 de julho de 1991, emitidas pela empresa adquirente da produo, comindicao do nome do segurado como vendedor;

    VII documentos scais relativos a entrega de produo rural cooperativaagrcola, entreposto de pescado ou outros, com indicao do segurado como vendedorou consignante;

    VIII comprovantes de recolhimento de contribuio Previdncia Socialdecorrentes da comercializao da produo;

    IX cpia da declarao de imposto de renda, com indicao de renda proveniente

    da comercializao de produo rural; ouX licena de ocupao ou permisso outorgada pelo Incra.Oportuno Ressaltar que a carncia para os trabalhadores que estavam inscritos em

    24/07/91 deve seguir a tabela de transio do art. 142 da Lei n. 8.213/91.At o advento da Lei n. 10.666/03, os requisitos de idade e carncia deveriam

    ser preenchidos simultaneamente. Contudo, a citada lei afastou a necessidade damanuteno da qualidade de segurado, de modo que o trabalhador que tenha iniciadosua vida laborativa aos 40 anos, ao completar 55 anos de idade, mesmo que deixe de

    trabalhar, poder pleitear a aposentadoria por idade aos 65 anos, se homem, ou aos 60se mulher.

    3 Art. 201, 8.

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    Carlos Mendona

    O clculo da aposentadoria por idade varia de acordo com o tempo de contribuio,sendo calculado da seguinte forma:

    70% do salrio de contribuio + 1% por grupo de 12 contribuies, limitado a

    100%.Para INSS, no h limite de idade para se aposentar e no h limite mximo para

    se liar ao INSS, j no servio pblico, a aposentadoria compulsria dada quando oservidor completa 70 anos.

    No obstante a inexistncia da aposentadoria compulsria, o art. 51 da lei debenefcios prev a hiptese da aposentadoria Involuntria, ou seja, o empregador quetiver um empregado com 70 anos, ou empregada com 65 anos de idade, pode requerera aposentadoria do seu empregado. Interessante evidenciar que esta aposentadoria anica que rescinde o contrato de trabalho.

    O segurado aposentado por invalidez ou em gozo de auxlio doena pode requerera transformao de seu benefcio em aposentadoria por idade.

    Aposentadoria por tempo de contribuio

    Antes da EC 20 98 era conhecida como aposentadoria por tempo de servio e foia que sofreu as maiores alteraes com a reforma da previdncia, principalmente no queconcerne contagem do tempo de contribuio, sofrendo srias restries no que seria

    ou no aceito.O que era considerado tempo de servio passa a ser considerado tempo decontribuio, salvo em relao ao tempo ctcio, o qual foi vedado.

    Nesse sentido, o homem tem direito a esta aposentadoria ao atingir 35 anos decontribuio e a mulher 30. No caso dos professores do ensino bsico, h reduo de5 anos como condio concesso dessa aposentadoria, de modo que o professor seaposenta aos 30 anos de efetivo exerccio do magistrio e a professora aos 25. Alei11.301/06 estendeu esse direito aos professores que exeram atividade de diretor ouassistente pedaggico.

    Ao contrrio do servio pblico, no h idade mnima para essa aposentadoria noRegime Geral de Previdncia Social RGPS.

    A aposentadoria por tempo de contribuio proporcional foi abolida pela EC 20/98,mas os trabalhadores que j estavam inscritos na previdncia em 16/12/98 podem optarpela regra de transio prevista no art. 9 da citada emenda.

    A carncia para a aposentadoria em tela de 180 contribuies e o benefcio concedido no percentual de 100% do salrio de benefcio x o fator previdencirio.

    Questo relevante reside na contagem do tempo de contribuio e o art. 55 da Lein. 8.213/91 explicita que o tempo de servio ser comprovado na forma estabelecida no

    Regulamento, compreendendo, alm do correspondente s atividades de qualquer dascategorias de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior perda daqualidade de segurado:

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    Apostila de Direito Previdencirio

    I o tempo de servio militar, inclusive o voluntrio, e o previsto no 1 do art. 143da Constituio Federal, ainda que anterior liao ao Regime Geral de PrevidnciaSocial, desde que no tenha sido contado para inatividade remunerada nas Foras

    Armadas ou aposentadoria no servio pblico;II o tempo intercalado em que esteve em gozo de auxlio-doena ou aposentadoria

    por invalidez;III o tempo de contribuio efetuado como segurado facultativo, desde que antes

    da vigncia desta lei;III o tempo de contribuio efetuada como segurado facultativo;IV o tempo de servio referente ao exerccio de mandato eletivo federal, estadual

    ou municipal, desde que no tenha sido contado para a inatividade remunerada nas

    Foras Armadas ou aposentadoria no servio pblico;IV o tempo de servio referente ao exerccio de mandato eletivo federal, estadual

    ou municipal, desde que no tenha sido contado para efeito de aposentadoria por outroregime de previdncia social;

    V o tempo de contribuio efetuado por segurado depois de ter deixado de exerceratividade remunerada que o enquadrava no art. 11 desta Lei;

    VI o tempo de contribuio efetuado com base nos artigos 8 e 9 da Lei n. 8.162,de 8 de janeiro de 1991, pelo segurado denido no artigo 11, inciso I, alnea g, destaLei, sendo tais contribuies computadas para efeito de carncia.

    A averbao de tempo de servio durante o qual o exerccio da atividade nodeterminava liao obrigatria ao anterior Regime de Previdncia Social Urbana sser admitida mediante o recolhimento das contribuies correspondentes, conformedispuser o Regulamento.

    O tempo de servio do segurado trabalhador rural, anterior data de incio devigncia da Lei n. 8.213/91, ser computado independentemente do recolhimento dascontribuies a ele correspondentes, exceto para efeito de carncia, conforme dispusero Regulamento.

    A comprovao do tempo de servio, inclusive mediante justicao administrativaou judicial, conforme o disposto no art. 108, s produzir efeito quando baseada emincio de prova material, no sendo admitida prova exclusivamente testemunhal,salvo na ocorrncia de motivo de fora maior ou caso fortuito, conforme disposto noRegulamento.

    No ser computado como tempo de contribuio, para efeito de concesso dobenefcio de que trata esta subseo, o perodo em que o segurado contribuinte individualou facultativo tiver contribudo na forma do 2 do art. 21 da Lei no8.212, de 24 de

    julho de 1991, salvo se tiver complementado as contribuies na forma do 3 domesmo artigo.

    Interessante registrar que vedada a percepo de mais de uma aposentadoria pagapelo INSS.

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    Carlos Mendona

    O segurado aposentado que retorna a atividade s tem direito a trs benefcios:1) Salrio Maternidade; 2) Salrio-famlia; 3) Reabilitao prossional.

    Contagem Recproca de tempo de servio

    O tempo de servio pblico municipal, estadual e federal, e o da iniciativa privadasero reciprocamente considerados, salvo:

    a.1) se forem concomitantes;a.2) se j tiverem sido utilizados em outra aposentadoria;a.3) e por ltimo, tempo ctcio.

    Aposentadoria Especial

    Esta aposentadoria tem como fato Gerador a exposio permanente, noocasional e no intermitente, durante 15, 20 ou 25 anos, agentes prejudiciais sade(qumicos, fsicos ou biolgicos), comprovados mediante apresentao do PPP (perlprossiogrco previdencirio) confeccionado com base em laudo tcnico.

    Este benefcio requer carncia de 180 contribuies e tem valor de 100% do salriode benefcio.

    Somente empregados, avulsos e contribuinte individual membro de cooperativa que tem direito a essebenefcio.

    A aposentadoria especial por categoria prossional foi extinta em 1995. De agoraem diante, qualquer trabalhador tem direito a aposentadoria, desde que comprove aexposio a um agente agressivo.

    Converso do tempo de servio

    O tempo de servio especial, aps a sua converso, pode ser somado ao tempocomum.

    Tabela de Converso:

    De 15 para 35 fator de converso = 2.33.De 25 para 35 fator de converso = 1.4. (para homem).De 25 para 30 fator de converso = 1.2. (para mulher).

    Exemplo: o trabalhado que exercer, durante 10 anos, atividade que permitaaposentadoria aos 15 anos de tempo de contribuio, caso passe a trabalhar em atividadecomum, poder converter o tempo de servio da seguinte forma: 10 X 2.33 = 23.3 Anos.

    Assim, 10 anos em atividade especial, corresponde a 23,3 anos de atividade comum.

    CUIDADO:

    vedada a converso de tempo de servio comum para especial.

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    Apostila de Direito Previdencirio

    Auxlio-Doena

    O Auxlio-doena ser concedido quando o segurado car mais de 15 dias

    incapacitado para o trabalho. Ao contrrio da aposentadoria por invalidez, esse benefciodestina-se a uma incapacidade temporria, onde h grande probabilidade de recuperao.

    O auxlio-doena, no caso do Empregado, concedido a partir do 16 dia, sendo

    empregador responsvel pelo pagamento dos primeiros 15 dias. Os demais segurados

    tm direito ao benefcio, desde o incio da incapacidade, desde que seja superior a 15

    dias. Assim, se uma empregada domstica ca incapacitada por 20 dias, o benefcio ser

    integralmente pago pelo INSS. Por outro lado, se fosse empregado, o INSS pagaria a

    partir do 16 ao 20 dia, cando a cargo do empregador os primeiros 15 dias.

    O segurado empregado em gozo de auxlio-doena ser considerado pela empresa

    como licenciado.

    O citado benefcio requer a carncia de 12 contribuies, salvo acidente de qualquer

    natureza ou uma das doenas do art. 151 da Lei n. 8.213/91.

    No ser devido auxlio-doena ao segurado que se liar ao Regime Geral

    de Previdncia Social j portador da doena ou da leso invocada como causa para

    o benefcio, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progresso ou

    agravamento dessa doena ou leso.Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) dias, o

    auxlio-doena ser devido a contar da data da entrada do requerimento.

    O auxlio-doena, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, consistir numa

    renda mensal correspondente a 91% (noventa e um por cento) do salrio de benefcio.

    Caso o segurado exera mais de uma atividade, o auxlio-doena poder ser

    concedido em a ambas as atividades, desde que cumpra a carncia em relao a cada

    uma delas.

    A concesso de novo auxlio-doena antes de decorridos 60 dias da cessao doanterior, considerado restabelecimento do anterior, sendo certo que a empresa ca

    desobrigada a pagar os primeiros 15 dias.

    O segurado em gozo de auxlio-doena, insusceptvel de recuperao para sua

    atividade habitual, dever submeter-se a processo de reabilitao prossional para o

    exerccio de outra atividade. No cessar o benefcio at que seja dado como habilitado

    para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistncia ou, quando

    considerado no recupervel, for aposentado por invalidez.

    A empresa que garantir ao segurado licena remunerada car obrigada a pagar-

    lhe durante o perodo de auxlio-doena a eventual diferena entre o valor deste e a

    importncia garantida pela licena.

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    Carlos Mendona

    Consolidada a leso. Trs hipteses podem ocorrer:- Ficou invlido: Aposentado por invalidez;- Ficou bom:volta para o trabalho recebe alta;

    - Reduo da Capacidade Laborativa ser submetido a tratamento e reabilitaoprossional para voltar ao mercado de trabalho o INSS tem um benefcio especcoquando ocorre a mudana de funo, ou seja, auxlio acidente = verba indenizatria= 50% SB, pago mensalmente mais o salrio (Exemplo do motorista que vira trocador) recebe a verba indenizatria at a vspera da aposentadoria, incorporando-se ao valordesta.

    CUIDADO:

    a ordem social tem como base o primado do trabalho. A CR/88 privilegia o trabalho emdetrimento do cio.

    SALRIOFAMLIA

    O salrio-famlia no tem por funo substituir a remunerao do segurado, seuvalor pode ser inferior ao salrio mnimo e no integra o salrio de contribuio para nsde concesso de benefcio, mesmo penso. Sua funo cobrir os encargos familiares

    decorrentes da existncia de lhos. pago mensalmente, na proporo do respectivo nmero de lhos ou equiparadosmenores de 14 anos ou invlidos, aos segurados empregado (exceto o domstico),trabalhador avulsoe ao aposentadopelo INSS, que sejam de baixa renda.

    O aposentado que retorna ao trabalho ou nele permanece tem direito ao salriofamlia, assim como aposentado que contar com 65 anos ou mais de idade, se dosexo masculino, ou 60 anos ou mais, se do feminino, sendo certo que, em caso deaposentadoria por idade de trabalhador rural, o limite reduzido em cinco anos.

    O salrio-famlia no exige carncia para sua concesso, sendo pago a partir do

    primeiro salrio. A documentao que d direito ao benefcio a certido de nascimentodo lho ou da documentao relativa ao equiparado ou invlido conjugada com aapresentao anual de atestado de vacinao obrigatria, at seis anos de idade,e comprovao semestral de frequncia escolado lho ou equiparado, a partir dos 7anos de idade.

    A empresa deve antecipar o pagamento do benefcio para posterior compensaocom a contribuio previdenciria. No caso dos aposentados, o benefcio ser pagodiretamente pelo INSS.

    CUIDADO:

    os avulsosrecebem o salrio-famlia do INSS, que o paga diretamenteao segurado ou,mediante convnio, ao sindicato ou rgo gestor de mo de obra.

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    Apostila de Direito Previdencirio

    CUIDADO:

    a empresa deve guardar a documentao referente ao salrio-famlia por dez anos, paraeventual scalizao.

    Salrio-maternidade

    O salrio-maternidade, nos termos do art. 71 da Lei n. 8.213/91, devido seguradada Previdncia Social, durante 120 (cento e vinte) dias, com incio no perodo entre 28(vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrncia deste, observadas as situaes econdies previstas na legislao no que concerne proteo maternidade. No caso dasegurada que adotar ou obtiver guarda judicial para ns de adoo de criana tambm

    devido salrio-maternidade.

    O referido benefcio dispensa a carncia para as seguradas empregada, avulsae domstica. Para as seguradas facultativas, especiais e contribuintes individuais,a carncia de 10 contribuies, mas a segurada especial no precisa comprovar orecolhimento das contribuies, basta comprovar o exerccio de atividade rural peloperodo equivalente. Em caso de parto antecipado, o perodo de carncia reduzido emnmero de contribuies equivalente ao nmero de meses em que o parto foi antecipado.

    Nos casos em que a gravidez no contemplada com o nascimento com vida, alegislao s considera parto o que ocorre aps a 23 semana de gestao, inclusive nocaso de natimorto. Antes disso, h aborto natural. Assim, se a mulher perder o bebaps a 23 semana de gestao tem direito ao salrio maternidade de 120 dias. Seperder antes, o benefcio ser de apenas duas semanas.

    A legislao previdenciria prev que o salrio maternidade pode ser acrescido, porindicao mdica, em duas semanas, antes ou depois do prazo de 120 dias.

    Conforme preconiza o texto constitucional, a trabalhadora empregada no podesofrer prejuzo salarial durante a licena maternidade (art. 7., XVIII), razo pela qual oreferido benefcio pode ultrapassar o teto do INSS. De qualquer forma, o INSS paga obenefcio at o teto do STF (art. 248 da CF de 88), cabendo ao empregador complementareventual valor.

    Para as demais seguradas, incide a seguinte regra:

    a) Empregado e avulso ltima remunerao;b) Empregado Domstico salrio registrado em carteira;c) Contribuinte Individual / facultativa mdia aritmtica das doze ltimas

    contribuies apurados em perodo de at quinze meses.

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    Carlos Mendona

    Em regra, o salrio-maternidade ser pago diretamente pelo INSS. Todavia, nocaso de segurada empregada, ser pago diretamente pela empresa, efetivando-se acompensao quando do recolhimento das contribuies previdencirias.

    Da mesma forma que ocorre com o salrio-famlia, a empresa dever conservardurante 10 anos os comprovantes dos pagamentos e os atestados correspondentes paraexame da scalizao.

    PENSO POR MORTE

    A penso por morte tem como fato gerador a morte real (certido de bito) ou amorte presumida (ao declaratria da Justia Federal). No caso da morte presumida, o

    dependente deve aguardar o prazo de seis meses, contados a partir do desaparecimento,e ingressar com ao na Justia Federal para que o juiz declare por sentena a mortepresumida do segurado.

    CUIDADO:

    em caso de acidente ou desastre, o dependente no precisa aguardar seis meses e nemda deciso judicial, bastando o dependente demonstrar que o segurado foi vtima doinfortuito.

    A penso por morte concedida no percentual de 100% do Salrio de benefcio.Todavia, o calculo deve seguir as seguintes regras:

    a) Segurado (falecido) estava aposentado valor da penso = valor daaposentadoria;

    b) Segurado (falecido) na ativa: calcula-se a aposentadoria por invalidez que eleteria direito no dia do bito e posteriormente converte em penso;

    A penso por morte dispensa a carncia. Consoante dispe o art. 74 da Lei n.

    8.213/91, o referido benefcio ser devido ao conjunto dos dependentes do seguradoque falecer, aposentado ou no, a contar da data:

    I do bito, quando requerida at trinta dias depois deste;II do requerimento, quando requerida aps o prazo previsto no inciso anterior;III da deciso judicial, no caso de morte presumida.

    Dependentes (Art. 16, Lei n. 8213/91):

    Os dependentes sero divididos em classes que indicam a ordem de preferncia: 1 - cnjuge/companheiro/lho no emancipado, de qualquer condio menor de

    21 anos ou invlido ou que tenha decincia intelectual ou mental que o torneabsoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

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    Apostila de Direito Previdencirio

    2 - pais; 3 - irmo no emancipado, de qualquer condio menor de 21 anos ou invlido ou

    que tenha decincia intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente

    incapaz, assim declarado judicialmente;

    Regras:

    A dependncia econmica da 1 classe presumida e das demais deve sercomprovada, ambos devendo comprovar a relao;

    A existncia de um dependente da classe anterior exclui os das classesposteriores (denitivamente);

    A existncia de mais de um dependente da mesma classe acarreta a diviso da

    penso em partes iguais;

    CUIDADO:

    companheira (o) de segurado casado (na constncia do casamento) no tem direito apenso (deciso do STF).

    A perda da qualidade de dependente acarreta a extino da penso (se for o nico

    dependente) ou a reverso de sua cota para os dependentes remanescentes; Enteados e tutelados podem ser equiparados a lhos, desde que haja umadeclarao do segurado e seja demonstrada a dependncia econmica.

    Perda da qualidade de dependente:

    Cnjuge/companheira (o):- Com a morte, separao de fato ou judicial, sem direito a penso alimentcia

    (Smula 336 do STJ aquela(e) que renunciou aos alimentos poder

    postular a penso se comprovar piora de situao nanceira).- Casar-se novamente no retira a qualidade de dependente, todavia, em caso

    de nova viuvez dever optar pela penso mais vantajosa. Filhos:

    - Com a morte;- Ao atingir 21 anos;- Emancipao, salvo colao de grau em nvel superior;- Cessao da invalidez.

    O INSS pode fomentar a recuperao do invlido, inclusive pensionista), atravs detratamento mdico ou readaptao prossional. Todavia, o invlido no obrigado a sesubmeter transfuso de sangue ou interveno cirrgica (Art. 101, Lei n. 8213/91), ateor do art. 101 da Lei n. 8.213/91:

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    Carlos Mendona

    Art. 101. O segurado em gozo de auxlio-doena, aposentadoriapor invalidez e o pensionista invlido esto obrigados, sob penade suspenso do benefcio, a submeter-se a exame mdico a cargo

    da Previdncia Social, processo de reabilitao prossional por elaprescrito e custeado, e tratamento dispensado gratuitamente, excetoo cirrgico e a transfuso de sangue, que so facultativos.

    Se ocorrer a recuperao, o invlido receber um certicado de reabilitaoprossional que lhe garante reserva de mercado, nos termos do art. 93 da Lei n. 8213/91.

    Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados est obri-gada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dosseus cargos com benecirios reabilitados ou pessoas portadoras dedecincia, habilitadas.

    AUXLIORECLUSO

    O auxlio recluso segue as regras da penso por mote, sendo que o fato gerador paraa sua concesso a priso criminal do segurado de baixa renda (Priso pena; - PrisoPreventiva; - Priso Provisria; - Priso Temporria e Priso em Flagrante). O art.201, inciso IV da Constituio garante o auxlio-recluso apenas para os dependentes do

    segurado de baixa renda, ou seja, quem ganha at R$ 971,15, valor que ser corrigidopelos mesmos ndices aplicados aos benefcios do INSS (INPC). Portanto, o benefcioser pago aos dependentes do segurado de baixa renda. Repare que o segurado deve serde baixa renda, mas o benefcio ser pago ao dependente.

    CUIDADO:

    o auxlio recluso ser pago aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido priso que no receba remunerao da empresa nem esteja em gozo de auxlio-doena

    ou de aposentadoria.

    Assim como a penso por morte, o auxlio-recluso dispensa carncia, bastandoapenas a comprovao da qualidade de segurado de baixa renda na data do efetivorecolhimento priso.

    O benefcio devidodurante o perodo em que o segurado estiver efetivamenterecolhido priso sob regime fechado ou semiaberto.

    CUIDADO:

    o segurado preso que exercer atividade remunerada s pode se liar previdncia comosegurado FACULTATIVO. O fato de trabalhar no afasta o direito dos dependentes aoauxlio recluso

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    Apostila de Direito Previdencirio

    CUIDADO:

    considerando que o auxlio recluso segue as mesmas regras da penso por morte, obenefcio ser calculado da seguinte forma: calcula-se a aposentadoria por invalidez que

    o segurado teria direito na data da priso e converte-se em auxlio recluso.

    O pedido de auxlio recluso dever ser instrudo com a certido de recolhimento priso, que deve ser reapresentada de trs em trs meses.

    Falecendo o segurado preso, o auxlio-recluso pago aos seus dependentes automaticamenteconvertido em penso por morte. Em caso de fuga, o benefcio sersuspenso, sendo restabelecido se for recapturado dentro do perodo de manuteno daqualidade de segurado (art. 15 da Lei n. 8.213/91).

    AUXLIO ACIDENTE DE QUALQUER NATUREZA ART. 86 DA LEI N. 8.213/91

    O auxlio acidente tem como fato gerador a reduo da capacidade laborativados segurados empregados, avulsos e especiais e tem natureza indenizatria, sendopago a partir da cessao do auxilio doena e at a vspera da concesso de qualqueraposentadoria.

    CUIDADO:

    PODE SER QUALQUER ACIDENTE, NO PRECISA SER ACIDENTE DOTRABALHO.

    CUIDADO:

    VEDADA A ACUMULAO DE AUXLIO ACIDENTE COM APOSENTADORIA.

    Valor: 50% do Salrio de Benefcio (pode ser inferior ao salrio mnimo, pois nosubstitui o salrio, pago como indenizao pela reduo da capacidade laborativa).

    Carncia: NO TEM.

    Integra o salrio de contribuio para efeito de calculo da aposentadoria.

    Exemplo: um segurado motorista de nibus que sofre um acidente e perdea mo. Ser afastado da atividade e receber um auxlio doena at que ocorraa consolidao da leso. Cessado o auxlio doena, o segurado passa a receber oauxlio acidente e retorna ao trabalho, onde receber o salrio do empregador e oauxlio acidente do INSS.

  • 5/24/2018 e Book Direito Previdenciario

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    Carlos Mendona

    Da habilitao e reabilitao prossional

    A habilitao e a reabilitao prossional e social devero proporcionar ao

    benecirio incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e s pessoas portadorasde decincia, os meios para a (re)educao e de (re)adaptao prossional e socialindicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive.

    Nesse contexto, a reabilitao prossional compreende:a) o fornecimento de aparelho de prtese, rtese e instrumentos de auxlio para

    locomoo quando a perda ou reduo da capacidade funcional puder ser atenuada porseu uso e dos equipamentos necessrios habilitao e reabilitao social e prossional;

    b) a reparao ou a substituio dos aparelhos mencionados no inciso anterior,

    desgastados pelo uso normal ou por ocorrncia estranha vontade do benecirio;c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessrio.

    A prestao em comento devida em carter obrigatrio aos segurados, inclusiveaposentados e, na medida das possibilidades do rgo da Previdncia Social, aos seusdependentes.

    CUIDADO:

    Ser concedido, no caso de habilitao e reabilitao prossional, auxlio para tratamentoou exame fora do domiclio do benecirio, conforme dispuser o Regulamento.

    Concludo o processo de habilitao ou reabilitao social e prossional, aPrevidncia Social emitir certicado individual, indicando as atividades que poderoser exercidas pelo benecirio, nada impedindo que este exera outra atividade para aqual se capacitar.

    A empresa com 100 (cem) ou mais empregados est obrigada a preencher de 2%(dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com benecirios reabilitadosou pessoas portadoras de decincia, habilitadas, na seguinte proporo:

    I at 200 empregados...........................................................................................2%;II de 201 a 500......................................................................................................3%;III de 501 a 1.000..................................................................................................4%;IV de 1.001 em diante..........................................................................................5%.

    CUIDADO:

    A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deciente habilitado ao nal de contratopor prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada, no contrato porprazo indeterminado, s poder ocorrer aps a contratao de substituto de condiosemelhante.

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    Apostila de Direito Previdencirio

    ACUMULAO DE BENEFCIOS

    Segundo o art. 124 da Lei n. 8.213/91, so vedadas as seguintes cumulaes de

    benefcios:a) mais de uma aposentadoria dentro do INSS.b) aposentadoria com auxlio - acidentec) mais de um auxlio- acidente.d) salrio-maternidade e auxlio doena.e) mais de uma penso de cnjuge ou companheiro (dentro do mesmo regime). Observao: No pode receber penso de dois homens sendo companheiros, mas

    uma do companheiro e outra do lho pode.f) vedada a acumulao de seguro desemprego com benefcio previdencirio,

    salvo penso morte/auxlio recluso e auxlio-acidente.

    CUIDADO:

    o seguro desemprego pode ser acumulado com penso por morte (auxlio recluso) oucom auxlio acidente.

    REAJUSTAMENTO DOS BENEFCIOS

    Segundo o artigo 41-A da Lei n. 8.213/91, os benefcios previdencirios sero

    reajustados pelo INSS na mesma poca em que o salrio mnimo sofrer reajuste.

    CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL ART. 195 DA CF DE 88 E LEI N. 8.212/91

    O oramento da Seguridade Social, segundo o art. 16 da Lei n. 8.212/91, compostodas seguintes receitas:

    a) da Uniob) das contribuies sociaisc) outras fontes: - 40% dos Leiles da Receita Federal; 45% do DPVAT; Doaes;

    - Multas; juros e correo monetria.

    CUIDADO:

    a Unio responsvel pela cobertura de eventuais insucincias nanceiras da SeguridadeSocial (Contribuio da Unio).

    CONTRIBUIES SOCIAIS PARA A SEGURIDADE SOCIAL ARTIGO 195,CF/88:

    I Sero pagas pela Empresa ou pelo Empregador.a) Incide sobre a folha de pagamento e demais rendimentos do trabalho

    aqum lhe preste servio, com ou sem vnculo empregatcio.b) Receita ou Faturamento,c) Lucro.

  • 5/24/2018 e Book Direito Previdenciario

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    Carlos Mendona

    II Do trabalhador e demais segurados da Previdncia social.III Sobre concurso de Prognsticos ( exemplo: loteria, mega sena e etc...).IV Importao de Bens e Servios:

    CUIDADO:

    As contribuies sociais acima podem ser institudas por Medida Provisria ou LeiOrdinria. Todavia, novas contribuies para a seguridade social s podem ser institudas

    por lei s por Lei Complementar.

    CUIDADO:

    As contribuies sociais acima s podem ser exigidas aps o prazo de noventa dias da

    publicao da lei que as instituiu ou aumentou Princpio da Noventena.

    CUIDADO:

    A Pessoa Jurdica em dbito com a Seguridade Social no pode contratar com o poderpblico ou dele receber emprstimos ou nanciamentos.

    CONTRIBUIES EM ESPCIE LEI N. 8.212/93

    I Contribuio do Trabalhador Empregado, Avulso, Empregado Domstico.

    A contribuio incide sobre o salrio de contribuio, que no pode ter valorinferior ao mnimo nem superior ao teto do INSS. A alquota incidente sobre o salriode contribuio varia de acordo com a faixa salarial do trabalhador no percentual de 8%,9% ou 11%.

    CUIDADO:

    A contribuio do empregador domstico de 12%. Todavia, o empregador recolhe suaparte (12%) junto com a parte do domstico (8%, 9% ou 11%).

    SALRIO DE CONTRIBUIO

    Integra salrio de contribuio do segurado (art. 28 da Lei n. 8.213/91): Tudo que recebido com habitualidade; Tudo que recebido pelo trabalho (exemplo: casa e carro);

    Tudo que pago em desacordo com a lei; Tudo que no pago a todos os trabalhadores; salrio maternidade; 13. Salrio; Dirias quando excederem 50% do salrio.

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    Apostila de Direito Previdencirio

    CUIDADO:

    o 13 no c