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CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS NO VAREJO Mari Eldionara Rosa Machado (UFSM ) [email protected] Roberto Portes Ribeiro (UFSM ) [email protected] O estabelecimento de preço de produtos e serviços envolve variáveis internas e externas à organização, e os custos e despesas da empresa influenciam na determinação destes preços e no resultado da organização. Diante disso, o objetivo do estudo foi analisar custos e despesas e a formação do preço de venda em uma empresa varejista através de um estudo de caso de natureza quantitativa. Os dados foram coletados a partir de documentos e informações prestadas pelo departamento financeiro da empresa e por um escritório contábil. Os resultados apontaram que as maiores despesas da empresa são as despesas com pessoal e energia elétrica. Foi realizado o rateio dos custos e despesas fixos aos produtos e simulada a formação de preços. Para avaliar a competitividade dos preços praticados pela empresa foi realizada uma pesquisa de preços nos principais concorrentes, e constatou-se que os preços praticados estão em um nível semelhante ao preço médio da concorrência. A empresa não possuía controles gerenciais de custos e formação de preços, sugeriu-se o uso de metodologias práticas para o acompanhamento dos custos e despesas, de forma a garantir um gerenciamento eficaz da organização, e consequentemente competitividade. Palavras-chaves: custos, formação de preços, varejo XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

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CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS

NO VAREJO

Mari Eldionara Rosa Machado (UFSM )

[email protected]

Roberto Portes Ribeiro (UFSM )

[email protected]

O estabelecimento de preço de produtos e serviços

envolve variáveis internas e externas à organização, e os custos

e despesas da empresa influenciam na determinação destes

preços e no resultado da organização. Diante disso, o objetivo

do estudo foi analisar custos e despesas e a formação do preço

de venda em uma empresa varejista através de um estudo de

caso de natureza quantitativa. Os dados foram coletados a partir

de documentos e informações prestadas pelo departamento

financeiro da empresa e por um escritório contábil. Os

resultados apontaram que as maiores despesas da empresa são

as despesas com pessoal e energia elétrica. Foi realizado o

rateio dos custos e despesas fixos aos produtos e simulada a

formação de preços. Para avaliar a competitividade dos preços

praticados pela empresa foi realizada uma pesquisa de preços

nos principais concorrentes, e constatou-se que os preços

praticados estão em um nível semelhante ao preço médio da

concorrência. A empresa não possuía controles gerenciais de

custos e formação de preços, sugeriu-se o uso de metodologias

práticas para o acompanhamento dos custos e despesas, de

forma a garantir um gerenciamento eficaz da organização, e

consequentemente competitividade.

Palavras-chaves: custos, formação de preços, varejo

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

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1. Introdução

Diante do mercado do setor varejista mais competitivo, as empresas têm sido impulsionadas a

buscarem metodologias e formas de controlar suas variáveis competitivas, sendo assim, torna-

se necessário conhecer mais profundamente os custos e a formação do preço de venda. Mury

e Oliveira (2005) constataram que poucos empresários que gerenciam pequenos e médios

negócios conseguem detectar com precisão as despesas, os custos e gastos diversos que

ocorrem em suas empresas. Isso pode ser muito prejudicial para as empresas, pois quem não

se organiza desconhece o mercado e, principalmente não sabe formar com acurácia o preço de

produtos e serviços, dificultando a sobrevivência do empreendimento.

A formação do preço não depende unicamente dos gestores, a percepção do valor dado ao

produto pelo cliente também deve ser considerada (KOTLER e ARMSTRONG, 2007).

Segundo os autores, o preço de custo dos produtos definem o piso do preço e a percepção do

consumidor, define o teto. Pode-se, assim, inferir que o preço de custo dos produtos é a base

para se determinar o preço de venda de referência e permitir a elaboração de estratégias e

táticas de preços.

Este estudo analisou a estrutura de custos e formação de preços existente em uma pequena

empresa do setor supermercadista varejista e avançou propondo ferramentas para a gestão

eficiente dessas variáveis na organização, de maneira que possibilite à empresa maior controle

das variáveis financeiras e melhor planejamento dos recursos e investimentos. Além desta

seção introdutória, o estudo está estruturado de modo a apresentar os conceitos teóricos que

fundamentam a pesquisa, o método de pesquisa, a descrição do estudo e coleta de dados,

seguida da análise descritiva dos dados e resultados. Por fim, apresentam-se as conclusões,

contribuições, limitações e sugestões para estudos futuros.

2. Fundamentação teórica

O varejo engloba todas as atividades de venda de produtos e serviços a consumidores finais,

para seu uso pessoal e familiar. Assim, qualquer instituição que realize vendas diretamente

para o consumidor final — inclusive fabricantes e atacadistas — está desempenhando

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atividades de varejo. Entretanto, para serem consideradas varejistas a maior parte das

operações das empresas deve ser decorrente de vendas a varejo (KOTLER e ARMSTRONG,

2007).

Em pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) constatou-se

que as lojas de vizinhança são o ponto de venda mais visitado pela maior parcela da

população (classe C), a qual tem perfil de compras pequenas e mais frequentes. Diante disso,

grandes redes supermercadistas estão investindo em supermercados independentes, que

devem assumir sua função de loja de vizinhança, oferecendo atendimento e um mix adequado

de produtos para esses consumidores (SANTOS, 2010).

Diante da importância das empresas varejistas, a gestão financeira não é um assunto que possa

ser refutado, principalmente considerando concorrência crescente. Para crescer, uma

organização precisa conhecer seus recursos e como melhor aproveitá-los, e conhecer o

ambiente onde está inserida. Para Kaspczak e Scandelari (2006) no caso das micro e pequenas

empresas isso se torna mais relevante, pois estas empresas possuem características próprias

que merecem atenção na sua gestão.

As maiores dificuldades das organizações de pequeno porte são a concorrência, o baixo lucro

e a falta de capital, evidenciando a necessidade de implementação de uma gestão financeira

eficaz que demonstre a realidade e possíveis problemas (COMINETTI, 2003).

As metodologias de apuração de custos mais utilizadas na Contabilidade são o custeamento

variável e custeamento por absorção, por serem mais práticas e de fácil visualização do custo

dos produtos. A adoção da metodologia, irá considerar a legislação, pois esta influencia muito

na atitude das empresas em demonstrar seus verdadeiros custos, as formas de se calcularem os

custos dos produtos estão intimamente ligadas aos seus resultados, que, por sua vez, serão

oferecidos à tributação (MARTINS, 2010).

Cunha e Fernandes (2007) conceituam custos como sendo todo gasto que é consumido dentro

do processo produtivo na fabricação de bens ou prestação de serviços. Estes podem ser

classificados sob duas óticas: quanto à facilidade de identificação ao produto em diretos e

indiretos e quanto ao volume produzido em variáveis e fixos. Os custos diretos podem ser

identificados facilmente ao produto ou serviço gerado. Os indiretos não são facilmente

identificáveis e necessitam de rateios para serem apropriados aos produtos, estes podem

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existir mesmo que nada seja produzido. E há ainda as despesas que são gastos incorridos fora

do processo produtivo.

Para resolver o problema da alocação dos custos indiretos aos produtos e serviços, é utilizado

o rateio, definido por Dutra (2010) como a divisão proporcional dos custos indiretos por uma

base de apropriação. Esses valores devem estar distribuídos pelos diferentes produtos ou

funções dos quais se deseja apurar o custo, devendo ser conhecidos e estar disponíveis no

final do período de apuração.

Para que seja definida a melhor metodologia é importante que a estrutura da empresa seja

analisada e a compreensão acerca da gestão de custos dos tomadores de decisão sejam

consideradas.

Os custos e despesas estão intimamente ligados aos preços dos produtos/serviços. Preço é a

expressão monetária do valor de um produto ou serviço, sendo definido como o elemento

mais flexível do composto de marketing. Para a empresa, preço é a quantidade de dinheiro

que está disposta a aceitar em troca de um produto. Para os consumidores, preço é algo que

estão dispostos a pagar em troca de um produto (COELHO e MONTEIRO, 2002).

O preço é o único elemento do mix de marketing que produz receita, os demais produzem

custos. Também é um dos elementos mais flexíveis, pode ser alterado com rapidez, ao

contrário das características de produtos, dos compromissos com canais de distribuição e até

das promoções. Informa ao mercado o posicionamento de valor pretendido pela empresa para

seu produto ou marca (KOTLER e KELLER, 2012).

Um erro na formação ou análise do preço influencia diretamente no resultado da empresa,

pois a venda com preço baixo prejudica a empresa, e o preço alto, muitas vezes, impossibilita

as negociações. As dificuldades em formar preços levam organizações a operarem com custos

ou despesas acima do real dificultando e muitas vezes inviabilizando negócios, impedindo

assim o crescimento da organização (CARVALHO e COPPINI, 2006).

Os custos e os preços dos concorrentes podem afetar os preços cobrados por uma empresa.

Produtos alternativos ou similares podem afetar a demanda e forçar uma empresa a baixar

seus preços. Por outro lado, uma empresa livre de concorrência pode elevar seus preços sem

grandes problemas. Os custos influenciam os preços na medida em que afetam a oferta

(CALLADO et al, 2005).

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Leão (2008) afirma que o preço ofertado deve ser justo para o comprador e adequado para a

sobrevivência da empresa. Não se deve vender um serviço ou produto se o preço não puder

cobrir os custos. Este pode ser denominado de preço justo, pois é aquele que cobre os custos

do serviço ou produto, proporciona lucro e paga os impostos.

Queiroz Filho (2008) enumera diversas formas de cálculo na formação do preço de venda,

dentre elas destacam-se três:

a) Método do custeio por absorção (custo pleno): consiste no cálculo do preço de venda a

partir do acréscimo de um percentual de despesas operacionais, mais proporções de

lucro desejado ao custo total do produto;

b) Custeio ABC: consiste no cálculo a partir da separação dos custos por atividades, o que

reduz as distorções obtidas nos rateios arbitrários dos custos indiretos, e permite uma

melhor visualização dos custos, já que com o avanço da tecnologia e crescente

demanda de mercado, houve um aumento dos custos indiretos e uma maior

diversificação de produtos;

c) Método de Custeio por meio do Mark-up: consiste na aplicação de um índice sobre o

custo de um bem ou serviço para formação do preço de venda, com a finalidade de

cobrir os custos das contas geradas pela produção: impostos sobre venda; taxas

variáveis sobre vendas; despesas administrativas fixas; despesas de vendas fixas; custos

indiretos de produção fixos; e lucro.

De modo geral, a formação de preços dos produtos da empresa deve ser estruturada de modo a

cobrir os custos e despesas da empresa e oferecer lucro aos acionistas, e ainda manter a

competitividade da empresa, oferecendo qualidade com preço justo, aceito pelos

consumidores e no caso de produtos semelhantes, preço no mesmo nível da concorrência.

Segundo Araújo (2001) o procedimento de formação de preço em empresas varejistas é mais

complexo porque existem vários bens e/ou serviços fornecidos. Neste caso, a definição dos

diversos níveis tarifários exige rateio dos custos comuns (despesas e investimentos incorridos

independentemente do mix de bens e serviços), de modo a obter preços relativos consistentes.

A análise dos concorrentes deve não focar apenas preço, mas também as características não

oferecidas por eles, e satisfazer essa falha dos concorrentes oferecendo as características que

são falhas nas demais organizações (KOTLER e KELLER, 2012).

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3. Método de pesquisa

Esta pesquisa caracteriza-se por ser um estudo de caso de natureza quantitativa, utilizando-se

de dados primários coletados em um supermercado de pequeno porte localizado na região

central do município de Palmeira das Missões - Rio Grande do Sul, e dados secundários

oriundos de um levantamento bibliográfico realizado de forma a dar maior conhecimento

acerca do assunto e abordar as variáveis que envolvem o assunto pesquisado. De acordo com

Yin (2010), um estudo de caso é uma investigação empírica que aborda a fundo um ou poucos

objetos de pesquisa, por isso tem grande profundidade e pequena amplitude, procurando

conhecer de forma perspicaz a realidade de uma organização. A característica principal é a

profundidade do estudo.

O estudo iniciou com um questionário semiestruturado, composto de 26 questões acerca da

empresa e do departamento financeiro, aplicado aos gestores, de maneira a permitir o

conhecimento da rotina e da organização da área. Assim, detectou-se a dificuldade controlar e

analisar os custos para formação dos preços. Dado este problema, delimitou-se o objetivo do

estudo em analisar os custos e a influência destes na formação de preços, de forma a propor

ferramentas de controle gerenciais.

Os dados foram coletados a partir de documentos formais e de informações prestadas pelo

departamento administrativo financeiro, alguns dados adicionais foram obtidos no escritório

de contabilidade que presta assessoria contábil à empresa. Os dados analisados abrangeram o

período de maio a setembro de 2011 e foram coletados, organizados e analisados utilizando

planilhas do software Microsoft Excel®

. Os quadros e figuras apresentados no estudo foram

elaborados a partir dos dados coletados para o estudo.

Para viabilizar a realização do estudo, foram selecionados de quatro a cinco produtos por setor

para análise, sendo estes os de maior giro. A partir dos produtos definidos foram coletados

custo de aquisição e preço de venda praticado pela empresa. Após isso foi realizado o rateio

dos custos e despesas fixos aos produtos. Para avaliar a competitividade dos preços praticados

pela empresa foi realizada uma pesquisa de preços nos principais concorrentes.

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4. Resultados

4.1 Descrição e estrutura da empresa

A empresa estudada foi fundada em 1994, sendo que em 2006 a organização foi adquirida

pelos atuais proprietários. Sua atividade principal é o comércio varejista de mercadorias, com

predominância de produtos alimentícios, possui padaria, confeitaria e açougue. As principais

decisões das funções dos departamentos de compras, de gestão de pessoas, de marketing e

gerência operacional são centralizadas no gerente geral/diretor. Apenas o departamento

financeiro é controlado por outro gerente.

O supermercado participa de licitações de escolas estaduais e prefeituras, além de atender a

clientes organizacionais. No ano 2011 foi implantado o Sistema de Nota Fiscal Eletrônica –

SISNFE, e estava em fase de adaptação do sistema, sendo que ocorriam algumas falhas e

divergências entre informações do sistema e dos registros da empresa.

4.2 Análise dos custos

Para melhor organizar o controle de custos e despesas fixas estas foram agrupadas em um

plano de contas simplificado em quatro grandes grupos: pessoal, utilidades e serviços,

despesas gerais e despesas financeiras e bancárias. O primeiro grupo inclui despesas e custos

referentes à folha de pagamento. No segundo grupo incluem-se água, luz, telefone e internet,

aluguel do imóvel e aluguel do software SISNFE. Nas despesas/custos gerais foram inclusas

materiais de limpeza e expediente, despesas referentes ao veículo da empresa, alvará

municipal, manutenção de máquinas e equipamentos, depreciação, publicidade e propagandas,

embalagens, entre outras. E por fim, as despesas financeiras/ bancárias, englobando despesas

com bancos, juros, tarifas com cartões de crédito, e outros.

Determinado o agrupamento dos custos e despesas no plano de contas simplificado, calculou-

se a participação de cada conta no total de custos e despesas da empresa. O grupo de contas

despesas e custos com pessoal tem a maior participação, em média 57%, e a conta que mais se

destaca é a folha salarial, 17,84%, seguido por encargos sobre salários, 11,36%. Pode-se

perceber que os encargos correspondem a cerca de 63% da folha salarial. A empresa paga

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mais da metade do valor dos salários dos colaboradores em encargos. Esse fato pode ser

determinante para que empresas de pequeno e médio porte prefiram contratar colaboradores

inexperientes e sem qualificação para a função, uma vez que candidatos com experiência e

qualificados incorreriam em maiores salários, e consequentemente maiores encargos a

recolher.

No grupo de contas “utilidades e serviços” a conta mais representativa corresponde ao aluguel

e taxas, seguida das contas de água, luz, telefone e internet, sendo que a conta de energia

elétrica corresponde a mais de 90% desta. Foi percebida uma diferença entre a quantidade e

potência dos equipamentos elétricos instalados por setor, sendo necessária uma análise para

alocar da maneira mais equivalente o custo de energia elétrica aos produtos de cada setor.

Como não foi possível coletar informações sobre potência dos equipamentos para realizar um

cálculo mais aproximado do gasto real de energia elétrica, realizou-se um rateio da energia

elétrica proporcional ao número de equipamentos do setor e ao tamanho, a potência estimada

e frequência de uso, projetando quanto do total de energia elétrica deveria ser alocado a cada

setor. Estimou-se que o açougue consumiria 70% da energia elétrica, a padaria 20% e o

escritório e loja os 10% restantes. O passo seguinte foi adicionar esses valores aos custos e

despesas de cada setor.

Para a padaria e açougue, realizou-se o custeio direto, considerando a mão de obra utilizada

na fabricação/transformação da matéria prima, os recursos utilizados no processo (energia

elétrica, gás, etc.), entre outros fatores. As informações quanto à quantidade de matéria prima

utilizada e perdas estimadas foram informadas pelos colaboradores do setor, pois não há um

controle formal. Aos produtos destes setores foram alocados os custos oriundos destes

cálculos na formação de preços.

Quadro 1 – Custos e despesas fixas do período de Maio a Setembro de 2011

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Item Discriminação % % % % % %

1 57,14% 60,75% 53,25% 56,63% 61,10% 57,79%

1.1 Salários e Ordenados 17,84% 26,54% 20,01% 22,43% 22,58% 21,88%

1.2 Encargos Sobre Salários 11,36% 9,53% 8,18% 8,28% 11,00% 9,67%

1.3 Assistência aos Empregados 0,28% 0,07% 0,18% 0,19% 0,50% 0,24%

1.4 Rescisão de Trabalho 4,35% 0,00% 0,00% 0,00% 2,34% 1,34%

1.5 Férias e 13º Salário 2,97% 4,42% 3,33% 3,74% 3,76% 3,65%

1.6 Pró-Labore 1,35% 1,34% 1,42% 1,42% 1,44% 1,39%

1.7 Encargos Sobre Pró-Labore 0,15% 0,15% 0,16% 0,16% 0,16% 0,15%

1.8 Outros 18,85% 18,71% 19,97% 20,41% 19,32% 19,45%

2 22,17% 21,27% 21,71% 22,46% 23,37% 22,20%

2.1 Água, luz, telefone e Internet 9,31% 8,51% 8,16% 8,88% 9,66% 8,90%

2.2 Aluguel e Taxas 12,12% 12,03% 12,77% 12,80% 12,92% 12,53%

2.3 Aluguel de Software 0,74% 0,74% 0,78% 0,78% 0,79% 0,77%

3 17,25% 14,11% 21,49% 16,58% 13,00% 16,49%

3.1 Material de Expediente 0,17% 0,00% 0,02% 0,14% 0,01% 0,30%

3.2 Material de Limpeza 0,22% 0,22% 0,03% 0,03% 0,04% 0,25%

3.3 Contador 2,91% 2,89% 0,40% 0,38% 0,37% 3,01%

3.4 Veículos Combustíveis 3,34% 1,90% 1,95% 1,96% 1,98% 2,23%

3.5 Veículos Depreciação 1,92% 1,91% 2,02% 2,03% 2,05% 1,98%

3.6 Veículos IPVA 0,21% 0,20% 0,22% 0,22% 0,22% 0,21%

3.7 Alvará Municipal 0,03% 0,003% 0,004% 0,003% 0,003% 0,03%

3.8 Manutenção Máquinas e Equipamentos 0,00% 0,000% 0,018% 1,662% 0,542% 0,43%

3.9 Patrocínios e Doações 0,05% 0,05% 0,21% 0,13% 0,06% 0,10%

3.10 Depreciação 0,56% 0,66% 0,70% 0,71% 0,75% 0,67%

3.11 Publicidade e Propagandas 1,24% 0,74% 0,65% 3,13% 1,32% 1,40%

3.12 Embalagens 1,56% 1,54% 1,56% 2,09% 2,50% 1,84%

3.13 Outros 5,05% 3,96% 10,69% 0,19% 0,00% 4,00%

4 3,43% 3,87% 3,55% 4,33% 2,53% 3,55%

4.1 Despesas Bancárias 0,39% 0,47% 0,51% 0,46% 0,00% 0,37%

4.2 Despesas Financeiras 0,06% 0,13% 0,21% 2,66% 0,03% 0,61%

4.3 Despes. Financ. Cartões 2,98% 3,27% 2,83% 1,21% 2,50% 2,57%

Total Mensal 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Despesas Financeiras / Bancárias

Gerais

Utilidades e Serviços

Média

Pessoal

CUSTOS / DESPESAS FIXAS Maio Junho Julho Agosto Setembro

Fonte: Elaborado pelos autores

Na comparação entre os grupos de contas (Figura 1), pode-se observar que a maior parte dos

custos e despesas fixos é proveniente de despesas com pessoal. O grupo de custos e despesas

com “utilidades e serviços” é o segundo maior, pois fazem parte desse grupo de contas o

aluguel e as despesas com energia-elétrica, água, internet e telefone. Percebe-se que ambos os

custos e despesas fixos com maior participação são não evitáveis, restando à empresa

estabelecer boas políticas de recrutamento e seleção, e boas práticas de economia de energia

elétrica entre os colaboradores.

Figura 1 – Composição histórica de custos na empresa de maio a setembro de 2011

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10

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Custos e Despesas Fixos - Maio a Setembro de 2011

Despesas Financeiras / Bancárias

Gerais

Utilidades e Serviços

Pessoal

Fonte: Elaborado pelos autores

Analisando o percentual de custos fixos sobre o faturamento, apresentado no Quadro 2,

percebe-se que houve uma considerável queda do primeiro para o último mês analisado.

Pode-se afirmar que essa queda justifica-se pelos seguintes acontecimentos: do primeiro para

o segundo mês houve um aumento nos custos, no grupo de despesas com pessoal, por sua vez

o faturamento aumentou cerca de 10% no segundo mês, diluindo os custos fixos. Fenômeno

que ocorreu nos demais meses analisados, ocorreu aumento de custos nos grupos de contas,

mas o crescimento do faturamento diluiu a participação dos custos e despesas fixos.

Quadro 2 – Custos e despesas fixos totais de maio a setembro de 2011

Maio Junho Julho Agosto Setembro Média

Percentual de Custos Fixos Médio Mensal

/ Faturamento Médio Mensal17,60% 15,76% 15,20% 14,27% 13,97% 15,28%

Custos/Despesas fixos - Totais

Fonte: Elaborado pelos autores

Após a estruturação dos custos e despesas, realizou-se a análise da influencia destes na

formação de preços.

4.3 Formação do preço de venda

Deve-se ressaltar que na formação do preço de venda considerou-se o custo de aquisição do

produto, despesas comerciais como tributos, frete, percentual de inadimplência, tarifa do

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cartão de crédito, custos fixos e o percentual de lucro esperado pela empresa. Utilizando como

base os custos levantados junto à empresa, foram analisados preços de 32 itens.

A pesquisa foi realizada em quatro empresas concorrentes, e concentrou-se em verificar como

os preços praticados pela empresa estudada estavam posicionados em relação ao nível do

preço dos concorrentes.

O método de formação de preço Mark-up relacionado por Queiroz Filho (2008), já era

conhecido empiricamente pelo gestor. Por ser prático e de fácil compreensão, sugeriu-se que

continue a ser utilizado, levando em consideração os custos e despesas calculados no estudo.

O Quadro 3 mostra a ferramenta utilizada para simular formação do preço de venda dos

produtos analisados. Neste modelo insere-se o custo unitário da mercadoria, ou seja, o custo

de aquisição, e a este somam-se os tributos, o frete, a inadimplência, os custos fixos, e ainda o

percentual de lucro que a empresa deseja.

Quadro 3 – Modelo de formação do preço de venda

FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Produto Produto 1

Item Descrição % R$

1 Custo Unitário da Mercadoria R$ 2,89

Despesas Comerciais

2 ICMS

3 PIS

4 COFINS

5 Frete 0,30%

6 Inadimplência (1% a 2%) 0,20%

7 Outros

8 Custos Fixos 12,15%

Preço de Venda - Mark-Up

Á vista

9 Preço de Venda com Lucro de 0,00% 3,31

10 Preço de Venda com Lucro de 3,00% 3,43

11 Preço de Venda com Lucro de 5,00% 3,51

12 Preço de Venda com Lucro de 10,00% 3,74

13 Preço de Venda com Lucro de 15,00% 3,99

14 Preço de Venda com Lucro de 20,00% 4,29

Fonte: Elaborado pelos autores

Realizadas as análises expostas anteriormente constatou-se que os preços praticados pela

empresa estão em um nível próximo aos preços de mercado. Foram comparados também os

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preços praticados pela empresa e os preços sugeridos com o uso da ferramenta de formação de

preços. Isso permitiu que fossem sugeridos preços que cobrissem seus custos e despesas

operacionais, além de permitir uma margem de lucro que mantivesse o preço dos produtos da

empresa no mesmo nível dos preços da concorrência.

O que pode ocorrer quando se adota o custeio por absorção é que os preços fiquem muito

elevados, pois como afirma Martins (2010) todos os custos e despesas, sejam fixos ou

variáveis, diretos ou indiretos, são alocados aos produtos. Vieira (2007) argumenta ainda que

esse fato torna importante a realização de uma pesquisa de preços, por que pode indicar o teto

máximo que os preços podem ser elevados, até onde os consumidores aceitam aumento nos

preços.

5. Considerações finais

Pode-se perceber a importância da gestão financeira, para garantir crescimento e continuidade

da organização no mercado. Os custos e a formação de preços são fatores importantes para

que a empresa consiga manter-se no mercado, pois influenciam no resultado da organização,

devendo ser controlados e incluídos no planejamento da micro e pequena empresa. No

comércio varejista, onde grande parte dos produtos permite uma margem de lucro pequena, é

importante que os gestores analisem os custos e despesas da empresa, pois as vendas e a

margem utilizada nos produtos devem ser capazes de cobrir os custos e despesas fixos, e

oferecer lucro aos seus proprietários acionistas.

Como o departamento de pessoal é o que tem maior participação nos custos, sugere-se aos

gestores que as contratações sejam planejadas, a realização de um melhor dimensionamento

da mão de obra existente e o planejamento das tarefas, de forma a tornar os processos mais

eficientes e reduzir ociosidade. Pode-se conjecturar que o alto custo de encargos sobre a folha

salarial das empresas, em especial as de micro e pequeno porte, pode causar um desincentivo

à contratação de novos funcionários, principalmente no que se trata da qualificação e

experiência, levando essas organizações a contratar funcionários inexperientes e sem

qualificação para a função. A folha de pagamento da empresa sendo sua maior despesa pode

limitar o poder financeiro da empresa, deixando de investir em inovação e treinamentos de

capacitação aos colaboradores. Outra despesa relevante identificada foi a energia elétrica. A

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redução desta poderia ser realizada, com a troca dos equipamentos por outros mais eficientes

e econômicos, realizando as manutenções periodicamente, permitindo que os equipamentos

não sofram defasagem. Priorizar a revisão periódica e evitar a manutenção corretiva pode

reduzir custos à empresa.

Quanto aos preços, se a empresa aumentar os preços dos produtos, deve aumentar os motivos

para que os clientes desejem comprar na empresa, aliando qualidade e diversidade de

produtos a um ambiente aconchegante, com bom atendimento e outras características

valorizadas pelos clientes. Além da redução de custos, a organização pode se beneficiar de

estratégias de marketing bem elaboradas, melhorando a exposição dos produtos, o layout da

empresa, o envolvimento dos consumidores com a empresa, premiações envolvendo

determinado produto, entre outras.

A empresa necessita utilizar ferramentas gerenciais para medir a eficácia e a eficiência das

ações e o impacto nos resultados, de maneira a permitir o planejamento estratégico embasado

em dados concretos.

Como limitações temos que a maior parte dos dados foi obtida de relatórios fiscais, não sendo

flexíveis para utilização nos relatórios gerenciais, refutando detalhes como pequenas despesas

e custos. Outra limitação foi o fato de não haver um relatório com todos os bens depreciáveis

pertencentes à empresa, e haver divergência entre dados fiscais (escritório contábil) e

gerenciais (obtidos na empresa). Uma sugestão para pesquisas futuras é de que seja realizado

um levantamento de todos os bens da empresa de forma que permita um cálculo real da

depreciação, pois ela influencia o resultado final da empresa, já que esta é tributada pelo lucro

real. Sugere-se também um aperfeiçoamento da planilha de controle de custos de maneira a

melhorar a análise dos preços e a absorção dos custos por estes para que seja oferecido um

preço justo aos clientes e uma margem de lucro que permita a sobrevivência da organização.

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