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Leandro Tomaz de Araujo & Andrea Luiza G. Martinho Li¸c˜oesdeMatem´ atica x y Volume 1 UFRRJ-2020-5

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Leandro Tomaz de Araujo &Andrea Luiza G. Martinho

Licoes de Matematica

x

y

Volume 1

UFRRJ-2020-5

2

Sumario

1 Graficos e Funcoes 41.1 Conjuntos Numericos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41.2 Modelos Funcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121.3 Funcoes Algebricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151.4 Exercıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

2 A Derivada 292.1 Definicao de Limite e Propriedades . . . . . . . . . . . . 292.2 Derivada de y = f(x) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 342.3 Tecnicas de derivacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 372.4 Exercıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

3 Derivacao Implıcita, Taxas Relacionadas e Diferencial 443.1 Derivacao Implıcita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 443.2 Taxas Relacionadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 463.3 Diferencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 493.4 Exercıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

4 Otimizacao 544.1 Maximos e Mınimos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 544.2 Aplicacao de Maximos e Mınimos . . . . . . . . . . . . . 614.3 Exercıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

5 Funcoes Exponencial e Logarıtmica 655.1 Funcao exponencial e logarıtmica . . . . . . . . . . . . . 655.2 Derivada da Funcao Exponencial e Logaritmica . . . . . 735.3 Exercıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

6 Integrais Indefinidas 776.1 Integracao Indefinida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 776.2 Integracao por Substituicao . . . . . . . . . . . . . . . . 836.3 Integracao por Partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 866.4 Exercıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

1

Prefacio

Estas notas de Aula e uma versao abreviada do Licoes de Calculo Di-

ferencial e Integral, volume 1; e surgiram das disciplinas de Calculo 1 eMatematica 1 ministrada pelos autores nos anos de 2009, 2011 e 2012 naUniversidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Um dos objetivos dessa apostila e de fornecer os conhecimentos ne-cessarios aos Cursos de Economia e Administracao; bem como servir delivro texto para a disciplina de Matematica 1 dessa mesma intuicao paraoutros Cursos de Graduacao que requerem conhecimentos elementaresdo Calculo Diferencial e Integral.

No capıtulo 1, estudaremos algumas funcoes de uma variavel, enfa-tizando os graficos. No capıtulo 2, apresentaremos a nocao intuitiva deLimite a qual usaremos para apresentar a derivada motivada pelo es-tudo da reta tangente ao grafico de uma funcao de um unica variavel, efaremos algumas aplicacoes da derivada em taxas relacionadas, em Oti-mizacao e em Analise Marginal. No capıtulo 3, estudaremos as funcoesexponencial e logarıtmica e seus graficos. No capıtulo 4 apresentaremosa integral Indefinida e suas tecnicas elementares, a saber Integracao porSubstituicao e por Partes.

Seropedica, 2015os Autores

Prefacio da 7a Edicao

Estas notas e uma versao adaptada ao perıodo 2020-5 dos Estudos Con-tinuados Emergenciais na UFRRJ devido a pandemia do Coronavırus.Houve mudanca e retirada de alguns topicos da versao anterior de modoa ficar adaptada ao ensino remoto.

Seropedica, 2020os Autores

2

❝Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as condicoes materiais,economicas, sociais e polıticas, culturais e ideologicas em que nos achamos geramquase sempre barreiras de difıcil superacao para o cumprimento de nossa tarefahistorica de mudar o mundo, sei tambem que os obstaculos nao se eternizam.❞

Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia, 1997

3

Capıtulo 1

Graficos e Funcoes

1.1 Conjuntos Numericos

Conjuntos dos Naturais

N = {0, 1, 2, 3, . . .}

Conjuntos dos Inteiros

Z = {. . . ,−2,−1, 0, 1, 2, . . .}

Conjuntos dos Racionais

Q =

{p

q: p, q ∈ Z, q 6= 0

}

Para os numeros racionais podemos fazer o seguinte diagrama, que indica a repre-sentacao decimal:

racionaisրց

inteiros

fracionarios րց

decimalexato

dızimaperiodica

☞ Exemplo 1.1. Observe a representcao decimal dos seguintes numeros:

6

2= 3 ;

5

1= 5

7

2= 3, 5 ;

1

2= 0, 5

1

3= 0, 333 . . . ;

8

7= 1, 14285 . . .

4

Numeros Reais

Os numeros racionais podem ser representados por pontos de uma retanumerada. Observe que todo r ∈ Q e um ponto da reta; entretanto,nem todo ponto da reta e racional.

☞ Exemplo 1.2.√2 nao e racional, mas existe um ponto na reta que

o representa, conforme podemos observar na figura abaixo:

���

��

1

1

√2

Pelo Teorema de Pitagoras

x2 = 12 + 12 =⇒ x2 = 2 =⇒ x =√2

➪Lema 1.1 (Lema de Pitagoras). Nao existe x ∈ Q tal que x2 = 2(isto e,

√2 /∈ Q).

Assim podemos observar que ha pontos na reta que nao representamnumeros racionais. A esses pontos associamos os numeros irracionais.De modo geral, toda raiz nao exata bem como todo numero decimal naoexato e nao periodicos sao irracionais. O conjunto dos numeros reais e oconjunto formado por todos os numeros racionais e irracionais, ou seja

R = Q ∪ (R−Q)

O diagrama abaixo mostra a relacao dos conjuntos estudados.

N Z

Q

R

R−Q

N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R

Pelo que vimos, cada r ∈ R corresponde um P da reta, e cada ponto Pda reta corresponde um n ∈ R. (r ↔ P ).

0

Em palavras, a reta real nao apresenta buracos e nem falhas; essa e umaimportante propriedade dos numeros reais.

Intervalos Reais

Sejam a, b ∈ R com a < b. Um intervalo em R e um subconjunto de R

determinado por desigualdades.

5

Intervalos Limitados:

1. Intervalo Aberto

]a, b[= {x ∈ R : a < x < b}

2. Intervalo Fechado

[a, b] = {x ∈ R : a ≤ x ≤ b}

3. Intervalo aberto a esquerda e fechado a direita.

]a, b] = {x ∈ R : a < x ≤ b}

4. Intervalo fechado a esquerda e aberto a direita.

[a, b[= {x ∈ R : a ≤ x < b}

✓ Nota 1.1. Os numeros reais a e b sao denoiminados, respectivamente,extremo inferior e extremo superior do intervalo.

Intervalos Ilimitados:

[−∞, a[= {x ∈ R : x < a}

]−∞, a] = {x ∈ R : x ≤ a}

[b,+∞[= {x ∈ R : x ≥ b}

]b,+∞[= {x ∈ R : x > b}

]−∞,+∞[= R

✍ Exercıcio 1.1.

Descrever, usando a notacao de conjuntos, os seguintes intervalos:

1. [−2, 7]

2. [−1,+∞[

3. ]− 1, 1[

4. ]−∞, 5]

5. [1, 4[

6. ]− 2, 2[

✍ Exercıcio 1.2.

Determine o intervalo correspondente a operacao dada:

6

1. ]− 1, 1] ∩ [1, 3]

2. ]− 4, 4] ∩ [4, 6[

3. ]−∞, 2] ∩ [−2,+∞[

4. [−10, 2] ∪ [−3, 5]

5. ]−∞, 3] ∪ [−1,∞[

6. ]−∞, 3] ∪ [1, 4]

➪ Atencao 1.1. Os simbolos +∞ (mais infinito) e −∞ (menos infinito)sao apenas simbolos e nao devem ser confundidos com numeros reais.

Valor Absoluto ou Modulo

◮ Definicao 1.1. O valor absoluto (ou modulo) de um numero real edado por:

|a| ={

a, se a ≥ 0,−a, se a < 0.

Em particular, para todo a ∈ R,

|a| ≥ 0.

✎ Exemplos 1.1. Observe que:

|0| = 0

|3| = 3

| − 7| = 7

| − 3| = 3

|3− π| = −(3− π) = π − 3

| − 1, 7| = 1, 7

⊲ Observacao 1.1. Pela definicao de modulo temos:

1. Para todo x ∈ R, |x|2 = x2, pois

x ≥ 0 ⇒ |x| = x ⇒ |x|2 = x2

x < 0 ⇒ |x| = −x ⇒ |x|2 = (−x)2 = x2

Entao

|x|2 = x2.

2. Por (01), temos

|x| =√x2

7

➪ Teorema 1.1 (Propriedades de Valor Absoluto). Para todo x, y ∈ R,temos:

1. |x · y| = |x| · |y|

2.

∣∣∣∣

x

y

∣∣∣∣=

∣∣∣∣

x

y

∣∣∣∣

3. |x| = |y| ⇔ x = ±y

Equacao Modular

➪ Teorema 1.2. Para todo x, y ∈ R, temos:

|x| = |y| ⇔ x = ±y

☞ Exemplo 1.3. Resolva a equacao:

|x− 5| = |3x+ 7|

Solucao:

|x− 5| = |3x+ 7|Entao,

x− 5 = 3x+ 7 ⇒ 2x = −12 ⇒ x = −6x− 5 = −3x− 7 ⇒ 4x = −2 ⇒ x = −1

2

Assim,

S =

{

−6,−1

2

}

Inequacao Modular

➪ Teorema 1.3. Para todo x, y ∈ R, temos:

1. |x| ≤ a ⇔ −a ≤ x ≤ a

2. |x| ≥ a ⇔ x ≥ a ou x ≤ −a

☞ Exemplo 1.4. Resolva as inequacoes:

1. |2x− 1| < 3

Solucao:

8

|2x− 1| < 3 ⇔ −3 < 2x− 1 < 3

⇔ −3 + 1 < 2x− 1 + 1 < 3 + 1

⇔ −2 < 2x < 4

⇔ −1 < x < 2

Assim,S =]− 1, 2[

2. |x− 2| ≥ 1

Solucao:

|x− 2| ≥ 1 ⇔ x− 2 ≥ 1 ou x− 2 ≤ −1

⇔ x ≥ 3 ou x ≤ 1

S =]−∞, 1] ∪ [3,+∞[

Funcoes de uma Variavel real

O conceito de funcao e um dos mais importantes da matematica, e surgetoda vez que procuramos estabelecer uma relacao entre duas grandezasvariaveis.

☞ Exemplo 1.5.

1. A demanda de um produto pode depender do preco do produto.

2. A poluicao do ar de uma cidade pode depender da quantidade decarros na rua.

3. O volume V da esfera e uma funcao de seu raio R.

V =4

3π R3

Interpretacao de uma funcao f

Podemos pensar uma funcao como:

(1a) um mapeamento dos pontos de um conjunto A para os pontos deoutro conjunto B.

(2a) uma maquina que transforma os pontos de um conjunto A para ospontos de outro conjunto B usando uma lei ou regra.

x 7−→ f 7−→ f(x)

9

Definicao de Funcao

◮ Definicao 1.2. Sejam A e B conjuntos.Uma funcao e uma lei ou umaregra que a cada elemento x ∈ A associa-se um unico elemento y ∈ B.Em simbolos:

∀ x ∈ A, ∃ ! y ∈ B |y = f(x)

Em que:

x: variavel independente

y: variavel dependente

✎ Notacao 1.1. Utilizaremos duas notacoes para uma funcao, a saber:

1. f : A → B tal que y = f(x).

2.f : R −→ R

x 7−→ f(x).

✓ Nota 1.2. Neste texto fica estabelecido que A e B sao subconjuntosde R, isto e, A, B ⊂ R.

Domınio e Imagem

◮ Definicao 1.3. Seja y = f(x) uma funcao.

1. O Domınio de uma funcao e o conjunto

Dom(f) = {x ∈ R : ∃ f(x)}

2. A Imagem de uma funcao e o conjunto

Im(f) = {f(x) ∈ R : x ∈ Dom(f)}

☞ Exemplo 1.6. Determine o domınio e a imagem das funcoes definidaspor:

1. f(x) =√x− 1

Solucao:

x− 1 ≥ 0 ⇒ x ≥ 1; entao

Dom(f) = [1,+∞[.

10

x ≥ 1 ⇒ x− 1 ≥ 0 ⇒√x− 1

︸ ︷︷ ︸

f(x)

≥ 0, entao

Im(f) = [0,∞[.

2. f(x) =1

x2

Solucao:

Observe que

x 6= 0, entao

Dom(f) = R.

x2 > 0 ⇒ 1

x2> 0, entao

Im(f) =]0,∞[.

✍ Exercıcio 1.3. Nos exemplos anteriores, determine o domınio e aimagem.

✓ Nota 1.3. .

1. Seja f : A → B uma funcao. O conjunto A = Dom(f) e Im(f) ⊂B.

2. O conjunto B e chamado de Contra-domınio.

Grafico de uma funcao

Uma funcao f : A ⊂ R → R e representada geometricamente no R2.

◮ Definicao 1.4. O grafico de f e o conjunto

Graf(f) = {(x, f(x)) : x ∈ Dom(f)}

O grafico de f e, em geral, uma curva no plano R2.

☞ Exemplo 1.7. Observe os graficos das seguintes funcoes:

1.f : R −→ R

x 7−→ 2x.

11

0 3

6

x

y

2.f : [0,+∞[ −→ R

x 7−→ √x.

0 4

2

x

y

3.f : [0,+∞[ −→ R

x 7−→ x2.

0 2 x

y

1.2 Modelos Funcionais

O nosso objetivo e estudar metodos matematicos para lidar com proble-mas praticos em Economia, Financas entre outros. Esse metodo podeser divido nos seguintes passos:

Passo 1 (Formulacao)

dada uma situacao, identificar as hipoteses adequadas e as variaveis en-volvidas.

Passo 2 (Analise do Modelo)

Aplicar os metodos matematicos para extrair a informacao desejada nomodelo obtido no passo anterior.

12

Passo 3 (Interpretacao dos Resultados)

Uma vez resolvido o problema. Devemos verificar se os resultados fazemsentido na situacao real, ou seja, se a formulacao do modelo foi bemposta.

Passo 4 (Testes e Ajustes)

O modelo e testado como novos dados para saber se as previsoes obtidasna analise estao corretas. Para que se tenha um bom

modelo as hipoteses devemser simples o bastante, paraque possa ser analisado ma-tematicamente, mas nao aoponto de deixar ser real.

Engenharia

☞ Exemplo 1.8.

De uma ilha situada no ponto Aa 12 Km da costa sera ligado porcabos de eletricidade a uma su-bestacao de energia no ponto Ca 20 Km praia acima. Os cabosterrestres custam 3 mil reais e oscabos subaquaticos custam 5 milreais por Km.

A

CB

Mar

Praia

Encontre o custo total em funcao da distancia de B a C (Suponha a costaretilınea).

Solucao:

Considere

x: a distancia (em Km)de B a C;

y: a distancia (em Km)de A a B.

O custo (em milhares reais) sera dado por

C = 3x+ 5y

Pelo teorema de Pitagoras,

y2 = (20− x)2 + 122 =⇒ y =√

(20− x)2 + 122

Substituindo

C(x) = 3x+ 5√

(20− x)2 + 122

☞ Exemplo 1.9.

13

Do ponto A, situado numa dasmargens de um rio, de 100mde largura, deve-se levar energiaeletrica ao ponto C situado na ou-tra margem do rio. O fio a serutilizado na agua custa R$5, 00 ometro, e o que sera utilizado fora,R$3, 00 o metro.

CB

A

Rio100 m

1000 m

Encontre a funcao custo em funcao do ponto B? (Suponha as margensretilineas e paralelas).

Solucao:

Sejam

A = (0, 0)

B = (x, 100)

C = (1000, 100)

Entao o custo dos fios sera dado por:

C(x) = 5√x2 + 1002 + 3(1000− x)

Geometria

☞ Exemplo 1.10. O governo de uma cidade pretende construir umcentro esportivo ao longo de uma rodovia (retilınea). O terreno retangularcom cerca de 4000 m2, que deve ser emurado nos tres lados que nao daopara rodovia. Encontre a funcao que fornece o comprimento do muro,em metros, em funcao do lado paralelo a rodovia.

Solucao:

Considere

x: comprimento do lado paralelo a rodovia;

y: comprimento do lado perpendicular a rodovia.

Comprimento do muro M ,

M = x+ 2y

Hipotese fornecida: xy = 4000, segue que

y =4000

x

Substituindo,

M(x) = x+8000

x

14

☞ Exemplo 1.11. Se uma lata de zinco de volume 16π cm3 deve ter aforma de um cilındro circular reto. Determine a area da lata de zincoem funcao do raio.

Solucao:

Sejam:

R: o raio da base

h: a altura do cilındro

S: a area total do cilındro

Entao a area total e dada por

A = 2πRh︸ ︷︷ ︸

area lateral

+ 2πR2︸ ︷︷ ︸

area das bases

(1)

Sabemos o volume da lata

16π = πR2h ⇒ h = 16R2 (2)

Entao, substituindo (2) em (1) obtemos para R > 0:

A(R) = 2πR

(16

R2

)

+ 2πR2

=32π

R+ 2πR2

Logo, a area total do cilındro em funcao do raio da base R > 0.

1.3 Funcoes Algebricas

Funcao Constante

A Funcao Constante e uma funcao dada por:

f : R −→ R

x 7−→ c,

onde c e uma constante.

Propriedades:

Dom(f) = R e Im(f) = {c}

o grafico de f e uma reta paralela ao eixo x passando pelo ponto(o, c), isto e, Graf(f) = {(x, c) : x ∈ R} .

☞ Exemplo 1.12. Sejam as seguintes funcoes.

15

1.f : R −→ R

x 7−→ 2,

0 2−2

2

x

y

2.f : R −→ R

x 7−→ −1,

0 2−20−1

1

x

y

Funcao Identidade

A Funcao Identidade e uma funcao dada por:

f : R −→ R

x 7−→ x,0 3−30

−3

3

x

y

Propriedades:

1. Dom(f) = R e Im(f) = R

2. O grafico da funcao identidade e uma reta (bissetrizes do 1 e 3quadrante).

Funcao Linear

A Funcao Linear e uma funcao dada por:

f : R −→ R (a 6= 0)x 7−→ ax,

Propriedades:

1. Dom(f) = R e Im(f) = R (Por que ?)

2. o grafico da funcao linear e uma reta que passa pela origem.

☞ Exemplo 1.13. Observe as seguintes funcoes:

16

1.f : R −→ R

x 7−→ 2x,0 2−20

−4

4

x

y

2.f : R −→ R

x 7−→ −x,0 3−30

−3

3

x

y

Fato Importante

a > 0: o grafico de f e crescente.

a < 0: o grafico de f e decrescente.

Funcao Afim

A Funcao do 1 Grau (ou afim) e uma funcao dada por:

f : R −→ R (a 6= 0)x 7−→ ax+ b,

onde a, b ∈ R e a 6= 0.

Propriedades:

Dom(f) = R e Im(f) = R

o grafico da funcao afim e uma reta que passa por (0, b).

☞ Exemplo 1.14. Construir os graficos das seguintes funcoes:

1. y = 2x+ 1

Solucao:

x y

0 1-1/2 0 0 1 2−1−2

0

−1

1

x

y

17

2. y = −3x+ 2

Solucao:

x y

0 22/3 0 0 1 2−1−2

0

−1

1

x

y

Fato Importante:

a > 0: o grafico de f e crescente.

a < 0: o grafico de f e decrescente.

Casos Particulares:

1. b = 0 ⇒ f(x) = ax (funcao linear)

2. b = 0 e a = 1 ⇒ f(x) = x (funcao identidade)

Imagem de uma Funcao do 1 Grau

O conjunto imagem de uma funcao do 1 grau f e R, ou seja

Im(f) = R

Coeficientes da Funcao Afim

Seja f : R → R tal que f(x) = ax+ b (a 6= 0).

◮ Definicao 1.5.

1. O coeficiente b da funcao afim e chamado coeficiente linear.

2. O coeficiente a da funcao afim e chamado coeficiente angular oudeclive da reta.

Note que (0, b) e o ponto emque o grafico de f corta oeixo y. Zero de uma funcao afim

A funcao afim f(x) = ax + b se anula em x = − ba, pois como a 6= 0,

temos

ax+ b = 0 =⇒ ax = −b =⇒ x = − b

a.

✍ Exercıcio 1.4. Calcule as raizes das seguintes funcoes afim:

18

1. f(x) = 2x+ 3

2. f(x) = 3− x

3. f(x) =√2x+

√2

4. f(x) = −3x+ 5

Estudo do sinal da funcao do 1 grau

Sabemos que x = − bae o zero da funcao afim, f(x) = ax+ b. Em varias

ocasioes e necessario conhecer os valores de x tais que

f(x) > 0 e f(x) < 0.

Suponha que a > 0

f(x) = ax+ b > 0 ⇐⇒ ax > −b ⇐⇒ x > − b

a.

f(x) = ax+ b < 0 ⇐⇒ ax < −b ⇐⇒ x < − b

a.

Graficamente,

−✲

✟✟✟✟✟✟✟✟✟✟✟✟

+q

− ba

Suponha que a < 0

f(x) = ax+ b > 0 ⇐⇒ ax > −b ⇐⇒ x < − b

a.

f(x) = ax+ b < 0 ⇐⇒ ax < −b ⇐⇒ x > − b

a.

Graficamente

−✲

❍❍❍❍❍❍❍❍❍❍❍❍

+q

− ba

✍ Exercıcio 1.5.

1. Estude o sinal das seguintes funcoes:

(a) y = 2x+ 1

(b) y = 3− x

(c) y = 2− x3

(d) y = 4 + x

2. Encontre os valores de m de modo que

f(x) = (m+ 3)x− 2

seja crescente (e depois decrescente)

19

Funcao Quadratrica

A Funcao do 2 grau (ou quadratica) e uma funcao dada por:

f : R −→ R

x 7−→ ax2 + bx+ c,

onde a, b e c sao constantes (a 6= 0).

☞ Exemplo 1.15.

f(x) = x2 − 3x+ 2 onde a = 1, b = −3, c = 2

f(x) = −3x2 − 5x onde a = −3, b = −5, c = 0

f(x) = x2 − 4 onde a = 1, b = 0, c = −4

f(x) = (0, 23)x2 onde a = 0, 23, b = 0, c = 0

Grafico de uma Fucao do 2 Grau

O grafico de uma funcao do 2 grau e uma curva aberta chamada deparabola.

☞ Exemplo 1.16. Construir os graficos das seguintes funcoes do 2grau:

1. f(x) = x2 − 4x+ 3

Solucao:

x y

0 31 02 -13 04 3

0 1 2 3 4−1−20

−1

1

2

3

x

y

Observa-se pelo grafico que:

Im(f) = {y ∈ R|y ≥ −1} = [−1,+∞[

os zeros de f sao x1 = 1 e x2 = 3

20

2. f(x) =−1

2x2 + x

Solucao:

x y

-2 -40 01 1/22 04 -4

0 1 2 3 4−1−20

−1

−2

−3

1

x

y

Observa-se pelo grafico que:

Im(f) =]−∞, 1/2]

os zeros de f sao x1 = 0 e x2 = 2

Concavidade

A parabola representativa da funcao quadratica y = ax2+bx+c pode terconcavidade voltada “para cima”ou “para baixo”, dependendo do sinalde a.

Fato Importante

a > 0: concavidade voltada para cima.

a < 0: concavidade voltada para baixo.

Zeros da Funcao de 2 Grau

Dada a funcao do 2 grau f(x) = ax2 + bx + c, os valores de x tais quef(x) = 0 sao chamados raızes ou zeros de f(x), basta resolver a equacaodo 2 grau:

ax2 + bx+ c = 0

Formula de Baskara

∆ = b2 − 4ac

x =−b±

√∆

2aA ideia para demonstraresta formula e completar osquadrados.21

⊲ Observacao 1.2. A existencia de raızes reais para a equacao do 2 grauax2 + bx+ c = 0 fica condicionado ao fato

√∆ ∈ R

Assim, temos tres fatos a considerar:

1. ∆ > 0 =⇒ x1, x2 raızes reais e distintas

x1 =−b+

√∆

2ae x2 =

−b−√∆

2a

2. ∆ = 0 =⇒ x1, x2 raızes reais e iguais

x1 = x2 =−b

2a

3. ∆ < 0 =⇒ nao existem raızes reais.

Logo, o grafico e Im(f) dependem do numero a e ∆ = b2 − 4ac.

Vertice da Parabola

Toda parabola tem um ponto de ordenada maximo ou de ordenadamınimo. A esse ponto chamamos de vertice da parabola e denotamospor V (xv, yv).

Formula do Vertice

xv =−b

2a

yv =−∆

4a

Imagem de f

a > 0 ⇒ Im(f) =

{

y ∈ R | y ≥ −∆

4a

}

a < 0 ⇒ Im(f) =

{

y ∈ R | y ≤ −∆

4a

}

Funcao Polinomial

A Funcao Polinomial e uma funcao dada por:

f : R −→ R

x 7−→ anxn + · · ·+ a1 + a0,

onde

a0, a1, · · · , an ∈ R e an 6= 0

n = grau do polinomio.

22

Casos Particulares

grau 0:f : R −→ R

x 7−→ a0,(Funcao Constante)

grau 1:f : R −→ R

x 7−→ a1x+ a0.(Funcao Afim)

grau 2:f : R −→ R

x 7−→ a0 + a1x+ a2x2.

(Funcao Quadratica)

Alguns Exemplos de Graficos de Funcoes Polinomial de Graun ≥ 3

☞ Exemplo 1.17. Construir os graficos das seguintes funcoes:

1. f(x) = x3

Solucao:

x y

-2 -8-1 -10 01 12 8

0 1 2−1−2

x

y

2. f(x) = x3 − x

Solucao:

Observe que

f(x) = x3 − x = x(x2 − 1) = x(x+ 1)(x− 1)

Logo, as raızes de f sao x1 = −1, x2 = 0 e x3 = 1.

Estudo do Sinal de f :

x

23

0 1−1x

+

x− 1

0 1−1x

+

x+ 1

0 1−1x

+−

f(x)

0 1−1x

− ++−

0 1 2−1−2x

y

3. f(x) = x4 − 1

Solucao:

Observe que

f(x) = x4 − 1 = (x2 − 1)(x2 + 1)

Logo, as raızes de f sao x1 = −1 e x2 = 1.

Estudo do Sinal de f :Note que o sinal de f e de-terminado pelo fator x2− 1.

0 1−1 x

++−−

Esboco do Grafico:

24

0 1 2−1−2 x

y

Para obter mais precisao noesboco do grafico precisa-mos de uma ferramenta im-portante do Calculo Dife-rencial: A Derivada !

Funcao Racional

A Funcao Racional e uma funcao dada por:

f : D(f) −→ R

x 7−→ p(x)q(x)

,

onde

p(x) , q(x) sao polinomios

D(f) = {x ∈ R | q(x) 6= 0} o domınio de f

☞ Exemplo 1.18. Construir os graficos das seguintes funcoes:

1. f(x) =1

x, x 6= 0 (Funcao Recıproca)

Solucao:

x y

2 1/21 11/2 2-1/2 -2-1 -1-2 -1/2

0 3−3 x

y

2. f(x) =1 + x

x= 1 +

1

x

Solucao:

x y

-1 01 2 0 3−3 x

y

Observe que neste exemplo,a funcao e uma translacaouma unidade para cima dafuncao recıproca.

25

Operacoes com Funcoes

Sejam f : A ⊂ R → R e g : B ⊂ R → R funcoes tais que A ∩ B

1. A soma de f e g e dada por:

(f + g)(x) = f(x) + g(x)Dom(f + g) = A ∩ B

2. O produto de f e g e dado por:

(f · g)(x) = f(x) · g(x)Dom(f · g) = A ∩ B

3. O quociente de f e g e dado por:

(f/g)(x) = f(x)g(x)

Dom(f/g) = {x ∈ A ∩ B : g(x) 6= 0}

4. O produto de f pela constante K, e dado por:

(K · f)(x) = K · f(x)Dom(K · f) = Dom(f)

☞ Exemplo 1.19. Sejam:

f : [−2, 2] −→ R

x 7−→√4− x2

eg : R −→ R

x 7−→ 3x+ 1..

Determine f + g , f.g , f/g e 2f .

Solucao:

(f + g)(x) =√4− x2 + (3x+ 1);

Dom(f + g) = [−2, 2]

(f.g)(x) =√4− x2.(3x+ 1);

Dom(f.g) = [−2, 2]

(f/g)(x) =

√4− x2

(3x+ 1);

Dom(f/g) = [−2, 2]−{1

3

}

2(f)(x) = 2√4− x2;

Dom(Kf) = [−2, 2]

Agora, estamos em condicoes de definir:

26

◮ Definicao 1.6. Uma Funcao Algebrica e uma funcao que podeser expressa em termos de somas, diferencas, produtos ou potencias depolinomios.

☞ Exemplo 1.20.

f(x) = 5x4 − 2 3√x+

x(x2 + 5)√x

, x ∈ R− {0}e uma funcao algebrica

Funcoes polinomiais, racionais sao funcoes algebricas.

✓ Nota 1.4. As funcoes que nao sao algebricas sao ditas Transcen-

dentes; por exemplo, as funcoes trigonometricas, as funcoes logaritmicasetc.

1.4 Exercıcios

1. Seja f(x) = x2. Calcule f(1),f(2) e f(3).

2. Sejaf(x) =

√x.

(a) Calcule f(1), f(4) ef(9).

(b) Existe f(−1)? Justifi-que.

3. Considere a funcao custo deproducao de uma determi-nada mercadoria

C(x) = 64x− 8x2,

onde x e mil unidades do pro-duto

(a) Calcule C(0), C(2),C(4), C(6) e C(8).

(b) Se a fabrica e limitadaa produzir de 0 ate 6unidades do produto, es-boce o grafico de C.

4. Seja

f(x) = 2x2 + 4x− 6.

(a) Esboce o grafico de f .

(b) Calcule f(−3), f(−1),f(0), f(1), f(3).

(c) Qual e o Dom(f)? E aIm(f)?

5. Seja

f(x) =

x+ 1

3− x.

Qual e o Dom(f)? Justifique.

6. Estude o sinal das seguintesfuncoes:

(a) f(x) = (2x− 1)(x2 + 1)

(b) f(x) =2− x

3− x

7. Determine o domınio de f(x):

(a) f(x) =−3

x− 9

(b) f(x) =√3x+ 2

(c) f(x) =3√x2 − x

(d) f(x) =√

x(2− 3x)

8. Dado f(x), esboce o grafico.Qual e Dom(f)?

(a) f(x) = 3x+ 1

27

(b) f(x) = −x2 + 2x− 1

9. Simplifique:

(a)4x2 − 9

2x+ 3

(b)(x+ h)2 − x2

h

10. Fatore o polinomio P (x)

(a) P (x) = x3 − 2x2 − x− 2

(b) P (x) = x3 + 2x2 − 3x

11. Determine a equacao da retaque passa pelo ponto (2,1) etem coeficiente angular iguala 3.

28

Capıtulo 2

A Derivada

Estabeleceremos neste capıtulo a nocao de derivada de uma funcao f eas regras basicas de derivacao.

2.1 Definicao de Limite e Propriedades

Investigaremos o comportamento de uma funcao f de uma variavel real avalores reais quando x se aproxima de a ∈ R, que pode ou nao pertencerao domınio da funcao.

☞ Exemplo 2.1. Conside

f(x) =x2 − 1

x− 1(x 6= 1), e a = 1.

Vejamos as seguintes tabelas:

x < 1 f(x)0,5 1,50,9 1,90,99 1,990,999 1,999

x > 1 f(x)2 31,5 2,51,1 2,11,01 2,01

Observamos que a medida que x se aproxima por valores maiores (oumenores) que 1, a funcao se aproxima e permanece proxima de 1. Sim-bolicamente, escrevemos:

limx→1

f(x) = 2.

◮ Definicao 2.1. Dizer que L e o limite de f(x) quando x tende a a, sef(x) se aproxima de um numero L quando x se aproxima de um numeroa tanto pela esquerda quanto pela direita, e escrevemos:

limx→a

f(x) = L.

⊲ Observacao 2.1. .

29

1. Geometricamente, a definicao acima significa que a ordenada dografico de f , y tende a L (y → L) quando x se aproxima de a(x → a).

2. O conceito de limite descreve o comportamento de uma funcaonas proximidades do ponto a, mas nao necessariamente no proprioponto a. Desse modo, se

limx→a

f(x) = L

temos tres casos que podem ocorrer:

(a) a ∈ Dom(f) e f(a) = L;

(b) a ∈ Dom(f) e f(a) 6= L; e

(c) f nao esta definida em a.

O que ira nos interessar e como f esta definida para valores numavizinhanca de a, e nao no proprio a.

O que motiva a seguinte definicao:

◮ Definicao 2.2. Dizemos que f e contınua em um ponto a se

limx→a

f(x) = f(a).

Ainda, dizemos que f e continua em I se f e continua em todo a ∈ I,onde I e um intervalo aberto.

Em palavras dizer que uma funcao e contınua e pensa-la de formaque grafico desta possa ser esbocado sem interrupcoes e/ou nao existempartes do seu grafico separadas uma das outras em seu domınio.

☞ Exemplo 2.2. Determine limx→2

f(x), e trace um esboco do grafico da

funcao.

1. f(x) = x+ 1, x ∈ R

Solucao:

limx→2

f(x) = limx→2

(x+ 1) = 3.

2. f(x) =x2 − x− 2

x− 2, x 6= 2

Solucao:

limx→2

f(x) = limx→

(x2 − x− 2

x− 2

)

= limx→2

(x+ 1) = 3.

30

Propriedades de Limites

➪ Teorema 2.1 (Unicidade do Limite). Se

limx→c

f(x) = L1 e limx→c

f(x) = L2,

entao L1 = L2.

Em palavras, o teorema anterior afirmar que quando o limite de umafuncao existe entao ele e unico.

➪ Corolario 2.1. Sejam f(x) e g(x) funcoes tais que f(x) = g(x) excetoem a ∈ R. Se

limx→a

f(x) = L1 e limx→a

g(x) = L2,

entao L1 = L2

O corolario anterior nos permite realizar simplificacoes algebricas nafuncao antes de calcular o limite. Veja o seguinte exemplo:

☞ Exemplo 2.3. Considere as seguintes funcoes:

f(x) =x2 − 9

x− 3(x 6= 3), e g(x) = x+ 3.

Observe que para x 6= 3:

f(x) =x2 − 9

x− 3

=(x− 3)(x+ 3)

(x− 3)

= x+ 3 = g(x).

Entao,

limx→3

f(x) = limx→3

x2 − 3

x− 3= lim

x→3(x+ 3)

= limx→3

g(x) = 6

✍ Exercıcio 2.1. Calcule os limites abaixo:

1. limx→2

x3 − 8

x− 2

2. limx→1

2x2 − x− 1

x− 1

31

Propriedades Operatorias

A seguir estudaremos algumas propriedades que serao uteis para o calculodo Limite.

➪ Proposicao 2.1 (Propriedades Operatorias). Suponha que

limx→a

f(x) = L e limx→a

g(x) = M

existem, entao

1. limx→a

(f(x) + g(x)) = L+M ;

2. limx→a

(f(x) · g(x)) = L ·M ;

3. limx→a

(f(x)/g(x)) = L/M , se M 6= 0;

4. limx→a

f(x)n = Ln, se n ∈ N;

5. limx→a

n

f(x) =n√L desde que L > 0 e n ∈ N∗, ou L < 0 e n ∈ N∗

impar.

6. limx→a

|f(x)| = |L|

Usaremos as propriedades dos limites para calcular os limites defuncoes algebricas.

☞ Exemplo 2.4. Suponha que

limx→2

f(x) = 4 e limx→2

g(x) = 3.

Determine cada limite abaixo:

1. limx→2

[f(x) + g(x)]

2. limx→2

[2f(x)− 3g(x)]

3. limx→2

f(x) · g(x)

4. limx→

[f(x)

g(x)

]

Solucao:

1. Pelas propriedades operatorias:

limx→2

[f(x) + g(x)] = limx→2

f(x) + limx→2

g(x)

= 4 + 3 = 7.

32

2. Pelas propriedades operatorias:

limx→2

[2f(x)− 3g(x)] = 2 limx→2

f(x)−−3 lim

x→2g(x)

= 2 · 4− 3 · 3 = −1.

3. Pelas propriedades operatorias:

limx→2

f(x) · g(x) =√

limx→2

f(x) · g(x)

=√4 · 3 = 2

√3.

4. Pelas propriedades operatorias:

limx→2

[f(x)

g(x)

]

=limx→2

f(x)

limx→2

g(x)

=4

3.

Ainda, serao uteis os seguintes limites:

➪ Proposicao 2.2 (Limites Elementares). .

1. limx→c

k = k, onde k e uma constante;

2. limx→c

x = c.

✍ Exercıcio 2.2. Calcule os Limites:

1. limx→1

(x+ 3)

2. limx→2

(x2 + 5x+ 6)

3. limx→1

x2 + 5x

x− 2

4. limx→3

(x2 + 3)(x− 1)

5. limx→−1

(x3 − 5x2 + 3x− 1)6

6. limx→−1

3√3x− 5

Limites de Funcoes Polinomiais e Funcoes Racionais

As propriedades operatorias sobre limites permite obter o seguinte resul-tado util para o calculo de limites de funcoes polinomiais e racionais.

➪ Teorema 2.2. Se p(x) e q(x) sao polinomios, entao

1. limx→a

p(x) = p(a)

2. limx→a

p(x)

q(x)=

p(a)

q(a)se q(a) 6= 0.

33

✍ Exercıcio 2.3. Calcule os seguintes limites:

1. limx→1

(x5 + x4 + x3 + x3 + x2 + x+ 1)

2. limx→3

x− 5

x3 − 7

3. limx→1

x2 + x+ 1

x+ 1

2.2 Derivada de y = f (x)

Motivacao para Definicao de Derivada

Para motivar a definicao de derivada, vamos comecar investigando o pro-blema de como se determinar o coeficiente angular da reta tangente aografico de f .

☞ Exemplo 2.5. Seja P = (a, f(a)) um ponto no grafico de uma funcaof . Encontre a equacao da reta tangente ao grafico de f em P .

Solucao:

Observe que uma reta fica bem determinada se temos sua inclinacao eum ponto sobre a reta. Temos que o ponto P = (a, f(a)) pertence areta tangente, para determinar a equacao da reta tangente r precisamosapenas da inclinacao; assim considere a reta secante s que passa porP = (a, f(a)) e Q = (x, f(x)), cujo coeficiente angular de s e dado por

ms =f(x)−f(a)

x−a.

x

y

Quando x → a, o ponto Q se move sobre o grafico de f tendendo ao pontoP . Logo, quando x → a, a inclinacao da reta secante tende a inclinacaoda reta tangente, ou seja:

ma = limx→a

f(x)−f(a)x−a

34

O exemplo anterior motiva a seguinte definicao sobre reta tangente:

◮ Definicao 2.3. A reta que passa por a, f(a) e tem coeficiente angular:

ma = limx→a

f(x)−f(a)x−a

e chamada de reta tangente ao grafico de f em (a, f(a)).

⊲ Observacao 2.2. .

1. Fazendo h = x− a, temos que:

x → a ⇐⇒ h → 0

Entao:

ma = limh→0

f(a+ h)− f(a)

h

2. Como a e um ponto arbitrario, podemos calcular o coeficiente an-gular da reta tangente ao grafico de f em qualquer ponto (x, f(x))

mx = limh→0

f(x+ h)− f(x)

h

Assim, mx so depende de x.

3. Se f for contınua em a, entao a equacao da reta tangente ao graficode f no ponto (a, f(a)) e

y − f(a) = ma(x− a)

se o limite existir.

☞ Exemplo 2.6. Determine a equacao da reta tangente em (a, f(a))sendo dados:

1. f(x) = x2, a = 1

2. f(x) =√x− 3, a = 7

Solucao:

1. Observe que

Ponto P :a = 1 =⇒ f(1) = 1 Logo, P = (1, 1).

Inclinacao:

m = limh→0

f(x+ h)− f(x)

h− lim

h→0(2 + h) = 2

35

Reta Tangente:y − 1 = 2(x− 1).

2. Observe que

Ponto P :

a = 7 =⇒ f(7) =√7− 3 =

√4 = 2

Inclinacao:

m = limh→0

f(7 + h)− f(7)

h

= limh→0

√4 + h− 2

h· (√4 + h+ 2)

(√4 + h+ 2)

= limh→0

4 + h− 4

h(√4 + h+ 2)

=1

4

Reta Tangente:

y − 2 =1

4(x− 7)

Definicao de Derivada

Seja f : I → R uma funcao onde I ⊂ R e um intervalo aberto ou reuniaode intervalos abertos.

◮ Definicao 2.4. .

1. A derivada de uma funcao y = f(x) em a e dada por

f ′(a) = limh→0

f(a+h)−f(a)h

desde que o limite exista. Neste casa, dizemos que f e diferenciavelem a.

2. Dizemos que f e diferenciavel (ou derivavel) em I ⊂ R, se f ediferenciavel em cada ponto a ∈ I.

☞ Exemplo 2.7. Seja

f : R −→ R

x 7−→ x2 − 3

Calcule:

1. f ′(1)

2. f ′(x)

3. f ′(3)

Solucao:

36

1. Observe que

f ′(1) = limh→0

f(1 + h)− f(1)

h

= limh→0

(1 + h)2 − 3 + 2

h

= limh→0

2h+ h2

h= 2

2. Observe que

f ′(x) = limh→0

f(x+ h)− f(x)

h

= limh→0

(x+ h)2 − 3− x2 + 3

h

= limh→0

2xh+ h2

h= 2x

3. Segue de (b) f ′(3) = 2(3) = 6

⊲ Observacao 2.3. A reta de equacao

y − f(a) = f ′(a)(x− a))

e, por definicao, a reta tangente ao grafico de f no ponto (a, f(a)). As-sim, a derivada de f em a, e o coeficiente angular da reta tangente aografico de f no ponto de abscissa a.

✍ Exercıcio 2.4. Seja f(x) = mx+ n (m 6= 0). Pensando geometrica-mente, qual o valor que voce espera para a derivada de f em a ∈ Dom(f)?Calcule f ′(a).

2.3 Tecnicas de derivacao

Formulas de Derivacao

➪ Teorema 2.3. Sao validas as formulas de derivacao:

1. f(x) = c (c constante) =⇒ f ′(x) = 0

2. f(x) = x =⇒ f ′(x) = 1

3. f(x) = mx+ n =⇒ f ′(x) = m

4. f(x) = 1x=⇒ f ′(x) = −1

x2

5. f(x) =√x =⇒ f ′(x) = 1

2√x

☞ Exemplo 2.8. Dado f(x), calcule:

1. f(x) = x

Solucao:

f ′(x) = 1

2. f(x) = 2x− 3

37

Solucao:

f ′(x) = 2

3. f(x) = −4

Solucao:

f ′(x) = 0

4. f(x) = x+ 1

Solucao:

f ′(x) = 1

➪ Teorema 2.4 (Derivadas da funcao pontencia). Seja α ∈ R, α 6= 0.Entao,

f(x) = xα ⇒ f ′(x) = αxα−1.

☞ Exemplo 2.9. Dados f(x), calcule f ′(x):

1. f(x) = x4

Solucao:

f ′(x) = 4x3

2. f(x) = x−3

Solucao:

f ′(x) = −3x−4.

3. f(x) = 1x5

Solucao:

f ′(x) = 5x−6.

4. f(x) =√x

Solucao:

f ′(x) = 12√x.

5. f(x) = x100

Solucao:

f ′(x) = 100x99.

Regras de Derivacao

Observe que

(f + g)′(x) = limh→0

(f + g)(x+ h)− (f + g)(x)

h

= limh→0

f(x+ h) + g(x+ h)− f(x)− g(x)

h

= limh→0

{f(x+ h)− f(x)

h+

g(x+ h)− g(x)

h

}

= limh→0

(f(x+ h)− f(x)

h

)

+ limx→a

(g(x+ h)− g(x)

h

)

= f ′(a) + g′(a)

Logo, f e derivavel em a, e vale

(f + g)′(x) = f ′(x) + g′(x)

Mais geralmente, temos o seguinte Teorema:

38

➪ Teorema 2.5. Sejam f e g diferenciavel em a. Entao:

1. (Regra da Soma) a funcao f ± g e diferenciavel em a, e

(f + g)′(a) = f ′(a) + g′(a).

2. (Regra do Produto) a funcao f · g e diferenciavel em a, e

(f · g)′(a) = f(a)g′(a) + f ′(a)g(a).

3. (Regra do Quociente:) a funcao f/g em a se g(a) 6= 0, e

(f

g

)′(a) = f ′(a)g(a)−f(a)g′(a)

g(a)2.

⊲ Observacao 2.4.

1. A notacao [f(x)]′ e usada com frequencia para indicar a derivadade f(x) em x.

2. Segue da regra do produto por derivadas: se K e uma constante,entao

[Kf(x)]′ = 0 · f(x) +Kf ′(x)

= Kf ′(x)

3. Segue da regra do quociente para derivadas:

[1

g(x)

]′

=0 · g(x)− g′(x)

g(x)2

=−g′(x)

g(x)2

☞ Exemplo 2.10. Dado f(x), calcule f ′(x):

1. f(x) = x3 + 5x2 − 3x− 1

Solucao:

f ′(x) = 3x2 + 10x− 3

2. f(x) = (x2 + 3)(x3 − 2x+ 7)

Solucao:

39

f ′(x) = 2x(x3 − 2x+ 7) + (x2 + 3)(3x2 − 2)

3. f(x) = x3−2xx2

Solucao:

Observe que

f(x) = x− 2x−1

Entao

f ′(x) = 1 + 2x−2

4. f(x) = x3

2 − 3x

Solucao:

f ′(x) =3

2x

1

2 − 3

✎ Notacao 2.1.

f ′(x) ou dy

dxou Dxf

Sejam u = u(x) e v = v(x) funcoes diferenciaveis em um conjunto A, ec uma constante. Entao para todo x ∈ A:

1. ddx[c · u] = cdu

dx

2. ddx[u+ v] = du

dx+ dv

dx

3. ddx[u · v] = u dv

dx+ v du

dx

4. ddx

[uv

]=

v du

dx−u dv

dx

v2(v 6= 0)

1. Dx(c · u) = cDxu

2. Dx(u+ v) = Dxu+Dxv

3. Dx(u · v) = u ·Dxv + v ·Dxu

4. Dx

(uv

)= v·Dxu−u·Dxv

v2

Note que usualmente escre-vemos uma funcao por y =y(x), onde y e a variavel de-pendente e x a variavel in-dependente. ✍ Exercıcio 2.5.

1. Calcule a derivada das se-guintes funcoes:

(a) y = 5x3 + 6x− 1

(b) x = 2tt+1

2. Calcule:

(a) ddx[x2 − 5x]

(b) ddt[(t5 + 7)]

3. Determine a equacao da retatangente ao grafico de:

(a) f(x) = x3 − 4 no ponto(2, f(2))

(b) f(x) = (x5−x) no ponto(0, f(0))

40

Regra da Cadeia

☞ Exemplo 2.11. Seja y = u3, onde u = u(x) e uma funcao derivavel.Verifique

dy

dx= 3u2du

dx

Solucao:

Observe que

dy

dx=

d

dx[u · u2]

= u2du

dx+ u

d

dx[u2]

= u2du

dx+ u

{

udu

dx+ u

du

dx

}

= 3u2du

dx

☞ Exemplo 2.12. Dado f(x), calcule f ′(x):

1. f(x) = (2x+ x3)3

Solucao:

d

dx

[(2x+ x3)3

]= 3(2x+ x3)(2 + 3x)

2. f ′(x) = (x3 − x)2

Solucao:

d

dx

[(x3 − x)2

]= 2(x3 − x)(3x2 − 1)

As manipulacoes dos exemplos anteriores podem se tornar bastantetrabalhosas ou enviaveis de serem calculadas pelas regras que temos ateagora. Como, por exemplo, podemos derivar as seguintes funcao

F (x) = (x7 − 5x3 + x− 1)100

A seguir, estabeleceremos uma regra para o calculo da derivada de umafuncao composta g ◦ f , chamada de regra da cadeia.

➪ Teorema 2.6. Sejam f : A → B e g : B → R, onde Im(f) ⊂ B. Sef e derivavel em A e g e derivavel em B, entao g ◦f : A → R e derivavelem A, e vale

(g ◦ f)′(x) = g′[f(x)] · f ′(x)

41

✎ Notacao 2.2 (Leibniz). Considere

u = f(x) e y = g(u).

Entao,

(g ◦ f)′(x) = dy

dx

g′(f(x)) = g′(u) = dy

dx

f ′(x) = dudx

Logo, a regra da cadeia fica:

dy

dx=

dy

du· dudx

☞ Exemplo 2.13. Calcule a derivada das seguintes funcoes:

1. y = (x2 − 3x)3

2

Solucao:

dy

dx=

3

2(x2 − 3x)

1

2 (2x− 3)

2. y = (x5 + 4x3 + 3)1000

Solucao:

dy

dx= 1000(x5 + 4x3 + 3)999(5x4 + 12x2)

3. y = 3√x− x2

Solucao:

dy

dx=

1− 2x

3 3

(x− x2)2

☞ Exemplo 2.14. Seja f : R → R uma funcao diferenciavel, e sejag(x) = f(x3 − x). Suponha que f ′(0) = 4, calcule g′(1).

Solucao:

Como f e diferenciavel, temos pela Regra da Cadeia,

g′(x) = f ′(x3 − x) · (3x2 − 1).

Em x = 1, temos

g′(1) = f ′(13 − 1 · (3.12 − 1) = f ′(0)2 = 8

Resp:g′(1) = 8.

42

2.4 Exercıcios

1. Seja f(x) = x2 − 3x+ 1. Cal-cule:

(a) f ′(1)

(b) f ′(0)

(c) f ′(x)

2. Dados g(x), calcule g′(x).

(a) g(x) = 4√x

(b) g(x) = 9√x

(c) g(x) = 14√x

3. Calcule a derivada de cadafuncao aplicando as regrasoperatorias para a derivacao.

(a) f(x) = x5 − 3x3 + 1

(b) f(x) =x10

10+

x5

5+ 6

(c) f(t) = t8 − 2t7 + 3t+ 1

(d) F (x) =3

x2+

4

x

(e) f(y) =5

y5− 25

y

(f) g(x) = 3x−2 − 7x−1 + 6

(g) f(x) =2

5x−

√2

3x2

(h) F (x) = x2(3x3 − 1)

(i) G(x) = (x2 + 3x)(x3 −9x)

(j) f(y) = (2y− 1)(4y2 + 7)

(k) f(x) = (x3 − 8)(2x− 1

)

(l) g(x) =

(1

x2+ 3

)(2

x3+ x

)

(m) f(x) =2x+ 7

3x− 1

(n) g(x) = 2x2+x+1x2−3x+2

4. Suponha que f , g e h sejamfuncoes diferenciaveis em x =2 tais que f(2) = −1, f ′(2) =2, g(2) = −5, g′(2) = 1,h(2) = 2, e h′(2) = 3. Use asregras de derivacao´para cal-cular:

(a) (f + g + h)′(2)

(b) (2f − g + 3h)′(2)

(c) (fgh)′(2)

43

Capıtulo 3

Derivacao Implıcita, TaxasRelacionadas e Diferencial

3.1 Derivacao Implıcita

As funcoes com as quais trabalhamos ate o momento, sao todas da formaexplicıta, ou seja, y = f(x).

☞ Exemplo 3.1. .

1. y = ex2+1 + 2x4 − 3x

2. y =√1− x2 + 5

Agora, consideraremos uma funcao dada pela equacao nas variaveisx e y, isto e

(3.1) F (x, y) = 0.

◮ Definicao 3.1. Dizemos que y = f(x) e dado implicitamente se(x, f(x)) e solucao da equacao (3.1) para todo x ∈ Dom(f)).

☞ Exemplo 3.2. .

1. A equacao x+ y − 2 = 0, define implicitamente y = 2− x em R

2. A equacao x2 + y2 = 1, define implicitamente y =√1− x2 (e dado

que tambem y = −√1− x2).

Agora, queremos calcular a derivada, dy

dx, sabendo que y = f(x) e

dado implicitamente pela equacao F (x, y) = 0. Vejamos esta tecnica pormeio de um exemplo:

☞ Exemplo 3.3. Calcule dy

dxpara a funcao:

x2y + y2 = x3

44

Solucao:

1. Derivamos os dois membros da equacao em relacao a x:

Dx(x2y + y2) = Dx(x

3)

⇓Dx(x

2y) +Dx(y2) = Dx(x

3)

2. Lembrando que y = f(x) e usando as regras operatorias e da cadeia:

x2y′ + 2xy + 2yy′ = 3x2

⇓y′(x2 + 2y) = 3x2 − 2xy

y′ = 3x2−2xyx2+2y

Determinacao da Derivada Implıcita

Suponha que y = f(x) e dado implicitamente pela equacao

F (x, y) = 0

como uma funcao derivavel de x. Para calcular dy

dx:

1. Derive ambos os membros com relacao a x

2. Lembre-se que y = f(x) e use a regra da cadeia

3. Explicite dy

dxna equacao resultante

☞ Exemplo 3.4. Determine o coeficiente angular da reta tangente aocirculo

x2 + y2 = 25

no ponto (3, 4). E o ponto (3,−4) ?

Solucao:

Derivando Implicitamente

Dx(x2 + y2) = Dx(25)

⇓2x+ 2yy′ = 0

⇓dy

dx=

−x

y

45

Coeficiente angular da reta no ponto (3, 4).

dy

dx

∣∣∣∣∣x=3 y=4

=−x

y

∣∣∣∣∣x=3 y=4

=−3

4

Coeficiente angular da reta no ponto (3,−4).

dy

dx

∣∣∣∣∣x=3 y=−4

=−x

y

∣∣∣∣∣x=3 y=−4

=3

4

☞ Exemplo 3.5. Sabendo que xy+x2y2+3x2 = 2 define y como funcaode x. Achar dy

dx

Solucao:

Derivando Implicitamente

Dx(xy + x2y2 + 3x2) = Dx(2)

⇓y + xy′ + 2xy2 + 2x2yy′ + 6x = 0

⇓(x+ 2x2y)y′ = −y − 6x− 2xy2

⇓dy

dx= −y + 6x+ 2xy2

x+ 2x2y

3.2 Taxas Relacionadas

Seja y = f(x) uma funcao. A razao incremental

∆y

∆x=

f(x+∆x)− f(x)

∆x

e tambem, denominada a Taxa de Variacao Media de y entre x ex + ∆x. Por outro lado, a derivada de f em x e a taxa de variacaoinstantanea de f em x:

dy

dx= lim

∆x→0

∆y

∆x

Agora, vamos nos referir a dy

dxapenas como a taxa de variacao de y em

relacao a x.

⊲ Observacao 3.1. Para ∆x suficientemente pequeno

f ′(x) ≈ ∆y

∆x⇐⇒ ∆y ≈ f ′(x) ·∆x

Assim, para f ′(x) ·∆x e uma estimativa para ∆y em y.

46

O nosso objetivo e estudar problemas envolvendo variaveis x e y quevariam com o tempo t.

☞ Exemplo 3.6 (Motivacao). Suponha que x e y estejam relacionadospela equacao

y = x3 − x

onde

x = x(t)

y = y(t)

Entao existe uma relacao entre suas taxas de variacao. De fato, bastaobservar que

as variaveis x e y estao relacionadas por

y = x3 − x

as taxas de variacao de x e y estao relacionadas por:

dy

dt= (3x2 − 1)

dx

dt

O exemplo anterior ilustra o fato de que quando duas variaveis estaorelacionadas, suas taxas de variacao tambem estarao relacionadas. Agora,vamos fazer varios exemplos de aplicacoes de taxas relacionadas. Fisicamente,

1. A velocidade v, no ins-tante t, e dado pelo li-mitev(t) = lim

∆t→0

x(t+∆t)−x(t)∆t

2. A aceleracao a, no ins-tante t, e dado pelo li-mitea(t) = lim

∆t→0

v(t+∆t)−v(t)∆t

Decore da definicao:

v(t) = dxdt

a(t) = dvdx

= d2xdt2

☞ Exemplo 3.7. O raio r de uma esfera esta variando com o tempo, auma taxa constante de 5 m/s. Com que taxa estara variando o volumeda esfera no instante que r = 2m ?

Solucao:

Equacao: V = 43π r3

Taxa dada: drdt

= 5 m/s

Problema: Calcular drdt

∣∣t=t0

quando r(t0) = 2

Entao, derivando a equacao, obtemos:

dv

dt=

d

dt

[4

3π r3

]

⇓dv

dt=

4

3π(3r2)

dr

dt︸︷︷︸

5

47

dv

dt= 4πr2 · 5

dv

dt= 20πr2

Em t = t0, temos:

dv

dt

∣∣∣∣t=t0

= 20πr2(t0)

= 20π · 22 = 80π m/s

☞ Exemplo 3.8. Uma escada com 5m esta encostada em uma parede.Se a base da escada e afastada a 1m/s . Qual a velocidade com que otopo da escada escorrega pela parede quando a base esta a 4m da parede?

Solucao:

Equacao: x2 + y2 = 25 (⋆)

Taxa dada: dxdt

= 1 m/s

Problema: Calculardy

dt

∣∣t=t0

quando x(x0) =4 ?

Entao, derivando a equacao (⋆):

Dt(x2 + y2) = Dt(25)

2xdx

dt︸︷︷︸

1

+2ydy

dt= 0

dy

dt=

−x

y

Em t = t0, temos :

dy

dt

∣∣∣∣t=t0

=−x

y

∣∣∣∣t=t0

= −4

3m/s

48

3.3 Diferencial

Como vimos o Calculo Diferencial e Integral e uma ferramenta muitoutil em muitas utras areas. Agora, o nosso objetivo e mostrar como aderivada pode ser usada para estudar taxas de variacao que envolvemgrandezas economicas.

◮ Definicao 3.2. Seja y = f(x) uma funcao diferenciavel.

1. A diferencial dx da variavel independente x e dado por

dx = ∆x

2. A diferencial dy da variavel dependente y e dado por

dy = f ′(x)dx

Suponha que y = f(x) e diferenciavel em x, entao existe o limite

dy

dx= lim

∆x→0

f(x+∆x)− f(x)

∆x

= lim∆x→0

∆y

∆x.

Entao, considerando ∆x suficientemente pequeno, temos

∆y

∆x≈ f ′(x) ⇔ ∆y ≈ f ′(x) ∆x

︸︷︷︸

dx︸ ︷︷ ︸

dy

⊲ Observacao 3.2.

1. Se y = f(x) e diferenciavel, entao

dy

dx=

f ′(x)dx

dx= f ′(x).

Logo, vamos interpretar a derivada como um quociente de diferen-ciais.

2. A diferencial dy e uma funcao linear de dx, e consequentementemais facil de calcular do que ∆y.

3. Se ∆x ≈ 0, entao ∆y ≈ dy, de modo que

f(x+∆x)− f(x) ≈ dy

⇓f(x+∆x) ≈ f(x) + dy

Entao, temos uma formula de aproximacao:

f(x+∆x) ≈ f(x) + f ′(x)dx

Alem disso, essa aproximacao sera tao boa na medida que dx esuficientemente pequeno, isto e, o erro da aproximacao dado por∆y − dy ≈ 0 sera tao pequeno na medida que dx ≈ 0.

49

☞ Exemplo 3.9. Dado f(x), calcule ∆y, dy e ∆y − dy.

1. f(x) = 4x2 − 3x+ 1

Solucao:

Observe que

f(x+∆x) = 4(x+∆x)2 − 3(x+∆x) + 1

= 4(x2 + 2x∆+∆x2)− 3x− 3∆x+ 1

= 4x2 + 8x∆x+ 4∆x2 − 3x− 3∆x+ 1

Entao,

∆y = f(x+∆)− f(x) = (8x− 3)∆x+ 4∆x2

dy = f ′(x)dx = (8x− 3)dx

Logo,∆y − dy = 4(dx)2.

2. f(x) = x3 + 2

Solucao:

Observe que

f(x+∆x) = (x+∆x)3 + 2

= x3 + 3x2∆x+ 3x∆x2 +∆x3 + 2

Entao,

∆y = f(x+∆)− f(x) = 3x2∆x+ (3x+∆x)∆x2

dy = f ′(x)dx = (3x2)dx

Logo,∆y − dy = (3x+ dx)(dx)2.

✍ Exercıcio 3.1.

1. Seja A(l) = l2, a area de uma quadrado de lado l.

(a) Calcule a diferencia dA.

(b) Interprete geometricamente ∆A− dA.

2. Determine um formula aproximada para a area de uma coroa cir-cular de raio r e largura dr. Qual seria a formula exata.

50

Vejamos exemplos que mostre que a diferencial e muitas vezes convi-niente para propositos de aproximacao numerica.

☞ Exemplo 3.10.

1. Encontre uma formula de aproximacao para a raiz quadrada.

Solucao:

Consideref : [0,+∞[ −→ R

x 7−→ √x

Calculo da Derivada:

f ′(x) =1

2√x

Entao, √x+ dx ≈ f(x) + f ′(x)dx.

2. Calcule um valor aproximado para

(a)√50

Solucao:

Considere x = 49 e dx = 1, entao

√50 ≈ f(49) + f ′(49) · 1

≈√49 +

1

2√49

≈ 7 +1

2 · 7≈ 7 + 0, 0714285

≈ 7, 0714285

(b)√37, 5

Solucao:

Considere x = 36 e dx = 1, 5, entao

37, 5 ≈ f(36) + f ′(36)(1, 5)

≈√36 +

1

2√36

(1, 5)

≈ 6 +1

8≈ 6 + 0, 125

≈ 6, 125

✍ Exercıcio 3.2.

51

1. Use diferenciais para encontrar um valor aproximado para as se-guintes expressoes:

(a)√66

(b) 3√120

(c)√98

(d) 1√51

2. Sabendo que ln 10 = 2, 303. Usando diferenciais, encontre um valoraproximado para ln 10, 2.

Formulas para Diferenciais

As formulas para o calculo das diferenciais sao obtidas multiplicandoambos os lados das formulas para o calculo das derivadas por dx. Parau, v funcoes diferenciaveis e c constante, temos:

d(c) = 0

d(cu) = cdu

d(u+ v) = du+ dv

d(u

v

)

=vdu− udv

v2

d(un) = nun−1du (n 6= −1)

A operacao de diferenciacao e estendida para incluir o processo que levaa determinacao da diferencial bem como a derivada.

☞ Exemplo 3.11. Dado

y =x

x+ 1.

encontre dy.

Solucao:

dy = d

(x

x+ 1

)

=(x+ 1)dx− xd(x+ 1)

(x+ 1)2

=xdx+ dx− xdx

(x+ 1)2

=dx

(x+ 1)2

✍ Exercıcio 3.3.

52

1. Encontre a diferencial das seguintes funcoes

(a) y = x3 − 3x

(b) y =√ax+ b

(c) y = x2−13x

2. Seja x2 + y2 = a2. Mostre que

dy = −xdx

y

3.4 Exercıcios

1. Expresse dy

dxem termos de x

e y, onde y = f(x) e umafuncao diferenciavel dada im-plicitamente pela equacao:

(a) x2 − y2 = 4

(b) xy2 + 2y = 3

(c) x2 + 4y2 = 3

(d) x2 + y2 + 2y = 0

2. Se a area de um circulo e cres-cente a uma taxa constantede 4 (cm/s2), a que taxa estacrescendo o raio no instanteem que o raio e de 5(cm)?

3. Duas rodovias interceptam-seperpendicularmente. O carroA numa rodovia esta a 1

2km

da intersecao e se move a umarazao de 96 km/h, enquanto ocarro B na outra rodovia estaa 1 km da intersecao e cami-nha para ela a uma razao de120 km/h. A que razao estavariando a distancia entre osdois carros neste instante?

4. Determine as equacoes dasretas tangente e normal aografico da funcao dada, noponto indicado.

(a) f(x) = x2−3x, no pontode abscissa 0.

(b) f(x) = 3√x, no ponto de

abscissa 8.

(c) g(x) = 1x2 , no ponto de

abscissa 1.

(d) g(x) = x + 1x, no ponto

de abscissa 1.

5. Calcule a diferencial.

(a) y = x3

(b) y = x2 − 2x

(c) y = xx+1

(d) y = 3√x

(e) y = x3 + x2 + x+ 1

6. Use diferenciais para aproxi-mar:

(a)√50

(b)√37, 5

(c)√16, 01,

(d) e0,01

(e) ln(0, 99)

7. Seja A(l) = l2, l > 0.

(a) Calcule a diferencial.

(b) Interprete geometrica-mente ∆A− dA.

53

Capıtulo 4

Otimizacao

Nessa capitulo vamos aplicar a derivada para encontrar o maior ou menorvalor que uma determinada funcao.

4.1 Maximos e Mınimos

Sejam y = f(x) uma funcao, e x0 ∈ Dom(f).

0 1 2 3 4−1−2−3−40

−20

−40

−60

20

40

60

x

y

◮ Definicao 4.1.

54

1. Dizemos que x0 e um ponto de maximo local de f , quando existeum intervalo aberto I contendo x0 tal que

f(x) ≤ f(x0) (∀ x ∈ I ∩Dom(f))

2. Dizemos que x0 e um ponto de mınimo local de f , quando existeum intervalo aberto I contendo x0 tal que

f(x0) ≤ f(x) (∀ x ∈ I ∩Dom(f))

3. Dizemos que x0 e um ponto de maximo global de f , quando

f(x) ≤ f(x0) (∀x ∈ Dom(f)

4. Dizemos que x0 e um ponto de mınimo global de f , quando

f(x0) ≤ f(x) (∀x ∈ Dom(f)

◮ Definicao 4.2.

1. Dizemos que f(x0) e um valor maximo local (respectivamente maximoglobal) se x0 e um ponto de maximo local (respectivamente maximoglobal) de f .

2. Dizemos que f(x0) e um valor mınimo local (respectivamente mınimoglobal) se x0 e um ponto de mınimo local (respectivamente mınimoglobal) de f .

◮ Definicao 4.3.

1. Dizemos que x0 e um extremo local (ou relativo) de f se x0 e umponto de maximo ou mınimo local.

2. Dizemos que x0 e um extremo global (ou absoluto) de f se x0 e umponto de maximo ou mınimo global.

☞ Exemplo 4.1. .

1. Consideref : R −→ R

x 7−→ x2

x

y

55

Observe que

f(0) = 0 ≤ x2 = f(x) (∀x ∈ R)

Logo x0 = 0 e o unico extremo local de f (mınimo local)

2. Considere

g : R −→ R

x 7−→ −x2

x

y

Observe que

g(0) = 0 ≥ −x2 = g(x) (∀x ∈ R)

Logo x0 = 0 e o unico extremo local de f (mınimo local)

Vejamos uma condicao necessaria para pontos extremos, mas naosufuciente.

Condicao Necessaria para Maximos e Mınimos Locais

➪ Teorema 4.1. Sejam

1. f : I → R diferenciavel, onde I ⊂ R e um intervalo aberto.

2. x0 e um ponto de maximo ou mınimo local de f .

Entaof ′(x0) = 0.

56

Interpretacao Geometrica:

0 1 2 3 4−1−2−3−40

−1

−2

−3

−4

1

2

3

4

x

y

O que motiva:

◮ Definicao 4.4. Dizemos que um ponto x0 ∈ Dom(f) e um pontocrıtico (ou estacionario de f se)

f ′(x0) = 0

✍ Exercıcio 4.1. Determine os pontos crıticos da funcao dada:

1. f(x) = x3 + x2 − x

Solucao:

Calculo da Derivada

f ′(x) = 3x2 + 2x− 1

Pontos Crıticos

3x2 + 2x− 1 = 0

x =−4±

4− 4 · 3 · (−1)

2 · 3Logo, os pontos crıticos sao x1 = −5 e x = 1/3.

2. f(x) = −2x3

3+ x

2+ x+ 5

Solucao:

57

Calculo da Derivada

f ′(x) = −2x2 + x+ 1

Pontos Crıticos

−2x2 + x+ 1 = 0

x =−1±

1− 4 · (−2) · 12 · (−2)

Logo, os pontos crıticos sao x1 = 1 e x2 = −1/2.O teorema ao lado afirmaque se x0 ∈ Dom(f) eum “ponto interior”e f dife-renciavel em x0, entao umacondicao necessaria paraque x0 seja um ponto ex-tremo e f ′(x0) = 0, mas naodiz se o ponto realmente eum extremo local de f .

☞ Exemplo 4.2.

1. y = ax2 + bx+ c (a > 0) admite um mınimo global no xv = − b2a.

2. y = ax2 + bx+ c (a < 0) admite um maximo global no xv = − b2a.

Determinacao de Maximos e Mınimos Locais

O primeiro passo na determinacao dos extremos locais constitui em de-terminar os pontos crıticos para f . Uma vez que estes pontos serao os“candidatos possıveis”a extremo local; entretanto, cada ponto crıtico pre-cisa ser testado para ver quando f realmente possui um extremo local la.Para tal, vamos usar os seguintes teste:

Teste da Derivada Primeira

➪ Teorema 4.2. Sejam y = f(x) uma funcao contınua no intervaloaberto I e x0 ∈ I. Suponha que f seja diferenciavel em I exceto, possi-velmente, em x0. Temos que:

1. f ′(x) > 0 para todo x < x0 e f ′(x) < 0 para todo x > x0, entao x0

e ponto de maximo local de f ;

2. f ′(x) < 0 para todo x < x0 e f ′(x) > 0 para todo x > x0, entao x0

e ponto de mınimo local de f .

☞ Exemplo 4.3. Determine os pontos de maximo e mımimo locais (casoexistam)

1. f(x) = x3 − 3x2 + 1

Solucao:

Calculo da Derivada

f ′(x) = 3x2 − 6x = 3(x2 − 2x)

58

Pontos Crıticos

x(x− 2) = 0

Logo, os pontos crıticos x1 = 0 e x2 = 2.

Teste da Derivada Primeira

✲+ +

q

0q

2− Estudo do Sinal de f ′(x).Assim,

x < 0 =⇒ f ′(x) > 0

x > 0 =⇒ f ′(x) < 0

x < 2 =⇒ f ′(x) < 0

x > 2 =⇒ f ′(x) > 0

Logo, pelo Teste da Derivada Primeira, x1 = 0 e um ponto demaximo, e x2 = 2 e um ponto de mınimo

2. f(x) = x+ 1/x

Solucao:

Calculo da Derivada

f ′(x) = 1− 1

x2=

x2 − 1

x2

Pontos Crıticos

x2 − 1

x2= 0 =⇒ x2 − 1 = 0

Logo, os pontos crıticos x1 = −1 e x2 = 1.

Teste da Derivada Primeira

✲+ +

q

−1q

1− Estudo do Sinal x2 − 1.Assim,

x < −1 =⇒ f ′(x) > 0

59

x > −1 =⇒ f ′(x) < 0

x < 1 =⇒ f ′(x) < 0

x > 1 =⇒ f ′(x) > 0

Logo, pelo Teste da Derivada Primeira, x1 = −1 e um ponto demaximo, e x2 = 1 e um ponto de mınimo.

Teste da Derivada Segunda

➪ Teorema 4.3. Seja y = f(x) uma funcao diferenciavel no intervaloaberto I contendo x0. Suponha que:

f ′(x) = 0 e ∃f ′′(x0).

Entao

f ′′(x0) > 0 ⇒ f possui um mınimo local em c.

f ′′(x0) < 0 ⇒ f possui um maximo local em c.

✍ Exercıcio 4.2. Usando o teste da derivada segunda, determine osmaximos e mınimos locais dos exemplos anteriores.

Processo para a determinacao dos extremos locais (ou relativos)

Todos os extremos locais podem ser encontrados sistematicamente peloseguinte roteiro:

Roteiro:

1. Encontre f ′(x)

2. Encontre os pontos crıticos de f ′

3. Teste cada um dos pontos crıticos para observar quando ele e umponto de maximo ou de mınimo local, ou nunhum dos dois.

✓ Nota 4.1. Para o terceiro passo usamos os testes da derivada primeiraou segunda.

✍ Exercıcio 4.3. Estude a funcao dada com relacao a maximos e mınimoslocais.

1. f(x) = x1+x2

(Resp.: max. local 15, mın. local −1)

60

2. f(x) = 112(x4 + 6x3 − 18x)

(Resp.: max. local 0, mın. local −6, 3/2)

3. f(x) = x3 + 3x− 2(Resp.: Nao existem extremos locais)

4.2 Aplicacao de Maximos e Mınimos

Vamos agora usar as propriedades da Derivada para estudar alguns pro-blemas de otimizacao.

Geometria

➪ Problema 4.1. Se uma lata de zinco de volume 16π cm3 deve ter aforma de um cilindro circular reto. Determine a altura e o raio para quearea do material usado na fabricacao seja mınimo.

Solucao:

Sejam:

R: o raio da base

h: a altura do cilındro

S: a area total do cilındro

Entao a area total e dada por

A = 2πRh︸ ︷︷ ︸

area lateral

+ 2πR2︸ ︷︷ ︸

area das bases

(1)

Sabemos o volume da lata

16π = πR2h ⇒ h = 16R2 (2)

Entao, substituindo (2) em (1) obtemos para R > 0:

A(R) = 2πR

(16

R2

)

+ 2πR2

=32π

R+ 2πR2

Logo, a area total do cilındro em funcao do raio da base R > 0.

Calculo da Derivada:

dA

dR=

−32π

R2+ 4πR

Pontos Crıticos:−32π + 4πR3

R2= 0

R3 − 8 = 0

R = 2

61

Teste da Derivada Primeira:

R > 2 ⇒ dA

dR> 0

R < 2 ⇒ dA

dR< 0

Logo, R = 2 e ponto de mınimo.

Teste da Derivada Segunda

d2A

dR2

∣∣∣∣∣R=2

=64π

R3+ 4π = 8π + 4π = 12π > 0

Logo, R = 2 e ponto de mınimo, entao o raio deve serR = 2 e a alturadeve serh = 4.

➪ Problema 4.2. Determine a altura do cilındro reto, de volume maximo,inscrito na esfera de raio R dado.

Solucao:

Sejam:

h : altura do cilındro

R : raio da esfera

r : raio do cilındro

Observe que

R2 = r2 +

(h

2

)2

r2 = R2 −(h

2

)2

Volume do cilındro e

V = πr2h

= π

(

R2 − h2

4

)

h

= πR2h− πh3

4

Logo, o volume do cilındro em funcao da altura.

62

Calculo da Derivada:

V ′(h) = πR2 − 3πh2

4

= π

(4R2 − 3h2

4

)

Pontos Crıticos:

4R2 − 3h2 = 0 ⇒ h =2R√3

Teste da Derivada Primeira:

0 < h < 2R√3⇒ V ′(h) > 0;

h > 2R√3⇒ V ′(h) < 0

Logo, h = 2R√3e ponto de maximo.

Engenharia

➪ Problema 4.3. Do ponto A, situado numa das margens de umrio, de 100m de largura, deve-se levar energia eletrica ao ponto C situadona outra margem do rio. O fio a ser utilizado na agua custa R$5, 00 ometro, e o que sera utilizado fora, R$3, 00 o metro.

CB

A

Rio100 m

1000 m

Como devera ser feita a ligacao para que o gasto com os fios seja o menorpossıvel ? (Suponha as margens retilineas e paralelas).

Solucao:

Sejam

A = (0, 0)

B = (x, 100)

C = (1000, 100)

Entao o custo dos fios sera dado por:

C(x) = 5√x2 + 1002 + 3(1000− x)

63

Calculo da Derivada:

C ′(x) =5x√

x2 + 1002+ 3

=5x− 3

√x2 + 1002√

x2 + 1002

=5x− 3

√x2 + 1002√

x2 + 1002∗ (5x+ 3

√x2 + 1002)

(5x+ 3√x2 + 1002)

=25x2 − 9(x2 + 1002)√

x2 + 1002(5x+ 3√x2 + 1002)

Pontos Crıticos:

16x2 − 9 · 1002 = 0

16x2 = 9 · 1002

4x = 3 · 100x = 75m

Teste da Derivada Primeira:

0 < x < 75 ⇒ C ′(x) < 0;

x > 75 ⇒ C ′(x) > 0.

Logo, x = 75 e ponto mınimo, ou seja, a ligacao deve ser feita comB = (75, 100).

4.3 Exercıcios

1. Determine os pontos crıticosda funcao.

(a) f(x) = x4

4+ x3 − 2x2 +3

(b) f(x) = x3− 3x2+3x− 1

(c) f(x) = x4 − 4x3 + 6x2 −4x+ 1

(d) x(t) = 3√t3 − 2t+ 1

2. Use o teste da derivadaprimeira para estudar asfuncoes dadas com relacaoaos maximos e mınimos lo-cais.

(a) f(x) = x2 − x

(b) f(x) = x1+x2

(c) f(x) = x3 − 3x+ 5

(d) f(x) = x2 + 3x+ 2

3. Determine o numero real po-sitivo cuja difereca entre ele eseu quadrado seja maxima.

4. Determine o numero real po-sitivo cuja soma com o inversodo seu quadrado seja mınima.

5. Deseja-se construir umacaixa, de forma cilındrica, de1 m3 de volume. Nas lateraise no fundo sera utilizado ma-terial que custa R$ 10, 00 ometro quadrado e na tampasera utilizado material quecusta R$ 20, 00 o metro qua-drado. Determine as di-mensoes da caixa que mini-mizem o custo do materialempregado.

64

Capıtulo 5

Funcoes Exponencial eLogarıtmica

5.1 Funcao exponencial e logarıtmica

Propriedades de Potenciacao

Sejam a ∈ R, m ∈ Z∗+ e n ∈ Z∗. Temos que:

am · an = am+n

am : an = am−n

a−m = 1am

=(1a

)m(a 6= 0)

(am)n = am·n

(a · b)m = am · bm(ab

)m= am

bm(b 6= 0)

ax = ay ⇔ x = y (a >0 e a 6= 1)

am

n = n√am

Funcao Exponencial

◮ Definicao 5.1. Seja a ∈ R tal que 0 < a 6= 1. Uma funcao exponencialde base a e dada por:

f : R −→]0,+∞[x 7−→ ax

☞ Exemplo 5.1.

f(x) = 2x , onde a = 2

f(x) = 10x , onde a = 10

f(x) = (1/2)x , onde a =

(1/2)

f(x) = ex , onde a = e (n deEuler)

Grafico da funcao exponencial

Analisamos a representacao grafica das seguintes funcoes.

65

☞ Exemplo 5.2. Construir o grafico das seguinte funcoes:

1. f(x) = 2x

Solucao:

x y2 41 20 1−1 1/2−2 1/4 0 1 2−1−2

x

y

2. f(x) = (1/2)x

Solucao:

x y2 1/41 1/20 1−1 2−2 4 0 1 2−1−2

x

y

Propriedades:

a > 1 ⇒ f e crescente

0 < a < 1 ⇒ f e decrescente

⊲ Observacao 5.1.

1. Dom(f) = R, e Im(f) =]0,+∞[ (Por que?)

66

2. O grafico de f esta todo acima ao eixo x, pois y = ax > 0 paratodo x ∈ R.

3. O grafico de f corta o eixo y no ponto de ordenada 1, pois

x = 0 ⇒ y = a0 = 1

Exponencial Natural

Considereexp : R −→]0,+∞[

x 7−→ ex

onde e ∼= 2, 7183... (n irracional) chamado de numero de Euler ounumero de Neper.

0 1 2−1−2 x

y

✍ Exercıcio 5.1.

1. Contruir o grafico das seguin-tes funcoes:

(a) f(x) = 3x

(b) f(x) = (1/3)x

(c) f(x) = 10−x

(d) f(x) = 2x − 3

(e) f(x) = 21−x

(f) f(x) = (1/2)x

2. Determine o Dom(f):

(a) f(x) = 14x−3x

(b) f(x) =√(13

)x − 3x

Logaritmos

◮ Definicao 5.2. Sejam a, b ∈ R tais que 0 < a 6= 1 e b > 0. OLogaritmo de b na basa a e dado por:

x = loga b ⇔ ax = b

Em que,

x e o logarıtmo;

a e a base;

b e o logaritmando,

☞ Exemplo 5.3.

67

log2 8 = 3 ,pois 23 = 8

log319= −2 , pois 3−2 = 1/9

log5 5 = 1 , pois 51 = 5

log7 1 = 0 , pois 70 = 1

⊲ Observacao 5.2.

1. O Logaritmo quando existe e unico.

2. A operacao, pela qual se determina o logaritmo de b numa dadabase a, e chamada logaritmacao e o resultado dessa operacao e ologaritmo.

✍ Exercıcio 5.2.

1. Calcule pela definicao os se-guintes logaritmos:

(a) log2√2

(b) log 3√7 49

(c) log1003√10

(d) log 3√5

4√5

(e) log√273√9

2. Usando a definicao de loga-ritmo, calcule x:

(a) log2x 16 = 3

(b) logx2 4 = 1

(c) log3(x+ 2) = 2

Consequencias da Definicao

Para 0 < a 6= 1, b > 0, seguem da definicao de Logaritmo as seguintespropriedades:

1. loga 1 = 0, pois a0 = 1

2. loga a = 1, pois a1 = a

3. loga ar = r, pois x = loga a

r ⇒ ax = ar ⇒ x = r

4. aloga b = b, pois x = loga b ⇒ ax = b ⇒ aloga x = b

5. loga b = loga c ⇔ b = c, pois loga b = loga cdef⇔ aloga c=b (3)⇔ c = b

☞ Exemplo 5.4. Calcule o valor de

8log2 5.

Solucao:

8log2 5 = (23)log2 5

= (2log2 5)3

= 53 = 125

68

☞ Exemplo 5.5. Calcule o valor de

31+log3 4.

Solucao:

31+log3 4 = 3 · 3log3 4= 3 · 4 = 12

Condicao de Existencia do Logaritmo

a > 0 e a 6= 1 (da definicao).

b > 0, pois ax > 0 para todo x ∈ R, e ax = b.

☞ Exemplo 5.6. Determine x para que exista, em R,

log4−x(x− 2).

Solucao:

Pela condicao de existencia, temos

4− x > 0 ⇒ x < 4

4− x 6= 1 ⇒ x 6= 3

x− 2 > 0 ⇒ x > 2

Logo,2 < x < 4 e x 6= 3

Equacao Logarıtmica

☞ Exemplo 5.7. Resolva a equacao

4x+1 = 5.

Solucao:

4x+1 = 5 ⇒ 22x+2 = 5

⇒ 2x+ 2 = log2 5

⇒ 2x = log2 5− 2

⇒ x =log2 5− 2

2.

✍ Exercıcio 5.3. Resolva as equacoes:

1. 3x = 2

2. 22x+1 = 5

69

Leis Operatorias

➪ Teorema 5.1. Sejam a < a 6= 1, b > 0 e c > 0. Entao

1. loga(b · c) = loga b+ loga c;

2. loga(bc

)= loga b− loga c; e

3. loga bα = α · loga b (∀α ∈ R)

✍ Exercıcio 5.4.

1. Desenvolva, aplicando as propriedades do logaritmo com a, b, cpositivos

(a) log5(5abc

)

(b) log3

(a·b3

c· 3√a2

)

2. Se log x = log b+ 2 log c− 13log a. Determine o valor de x.

Mudanca de Base

Ha ocasioes que os logaritmos em bases diferentes precisam ser converti-dos para uma unica base conveniente.

➪ Teorema 5.2. Sejam 0 < a 6= 1, b > 0 e 0 < c 6= 1. Entao:

loga b =logc b

logc a

☞ Exemplo 5.8. Sabendo que log2 N = n. Calcule

log4 N2.

Solucao:

log4 N2 =

log2 N2

log2 4=

log2 N2

log2 22=

n

1= n

☞ Exemplo 5.9. Sabendo que log202 = a e log20 3 = b. Calcule log6 5

Solucao:

logb 5 =log20 5

log20 6=

log20(204)

log20 6=

log20 20− log20 4

log20 2 + log20 3=

1− 2a

a+ b

70

Funcao Logarıtmica

◮ Definicao 5.3. Seja a ∈ R tal que 0 < a 6= 1. A funcao Logartmicade base a e a funcao

f : ]0,+∞[ −→ R

x 7−→ loga x,

onde

y = loga x ⇔ ay = x

☞ Exemplo 5.10.

f(x) = loga x , a = 2

f(x) = log x , a = 10

f(x) = ln x , a = e (n neper)

Propriedades:

1. Dom(f) =]0,+∞[ e Im(f) = R (Por que?)

2. O grafico de f corta o eixo x no ponto de abscissa 1, pois

x = 1 ⇒ y = loga 1 = 0.

3. Se 0 < a 6= 1, entao f(x) = loga x, x > 0 e g(x) = ax, x ∈ R saoinversas uma da outra. De fato

Im(f) = Dom(g)

Im(g) = Dom(f)

f ◦ g(x) = f [ax] = loga ax = x

g ◦ f(x) = g[loga x] = aloga x = x

4. O grafico de f e simetrico em relacao a reta y = x do grafico deg(x) = ax.

Propriedades:

1. a > 1 ⇒ f e crescente

2. 0 < a < 1 ⇒ f e decrescente

x

y

a > 1

71

x

y

0 < a < 1

✍ Exercıcio 5.5.

1. Construa o grafico das se-guintes funcoes:

(a) f(x) = loga x

(b) f(x) = log( 12) x

2. Determine o Dom(f)

(a) f(x) = log3(12− 5x)

(b) f(x) = log5(x2+8x+15)

Logaritmo Natural ou Neperiano

Considere

ln : ]0,+∞[ −→ R

x 7−→ loge x = ln x,

onde e ∼= 2, 7183... (n irracional) chamado numero de Euler ou Neper.

0 1 2−1 x

y

Observe que podemos demonstrar de modo analogo as leis operatoriaspara o logaritmo natural.

➪ Teorema 5.3 (Propriedades Operatorias). Sejam a < a 6= 1, b > 0 ec > 0. Entao

1. ln(b · c) = ln b+ ln c;

2. ln(bc

)= ln b− ln c; e

3. ln bα = α · ln b (∀α ∈ R)

72

5.2 Derivada da Funcao Exponencial e Lo-

garitmica

➪ Teorema 5.4 (Derivadas de ex e ln x). Sao validas as formulas dederivacao:

1. f(x) = ekx =⇒ f ′(x) = kekx, onde k e uma constante nao nula.

2. g(x) = ln |kx| =⇒ g′(x) = k 1x, onde k e uma constante nao nula.

☞ Exemplo 5.11.

Dado f(x), calcule f ′(x):

1. f(x) = ex

Solucao:

f ′(x) = ex

2. f(x) = x+ e−3x

Solucao:

f ′(x) = 1− 3e−3x

3. f(x) = 1− x− e2x

Solucao:

f ′(x) = −1− 2e2x

4. f(x) = ln x

Solucao:

f ′(x) =1

x

5. f(x) = 1 + x+ ln x

Solucao:

f ′(x) = 1 +1

x

6. f(x) = x2e−x

Solucao:

f ′(x) = 2xe−x − x2e−x

✍ Exercıcio 5.6.

1. Determine a equacao da reta tangente ao grafico das seguintesfuncoes, nos pontos indicados:

(a) f(x) = e3x; P = (0, f(0))

(b) f(x) = ln x; P = (e, f(e))

(c) f(x) = x3 , P = (1, f(1))

(d) f(x) = 3√x , P = (8, f(8))

73

➪ Proposicao 5.1. Suponha que g e derivavel. Entao:

1. [eg(x)]′ = eg(x) · g′(x)

2. [ln g(x)]′ = g′(x)g(x)

Demonstracao.

1. Considere

y = eu e u = g(x)

Entao, pela Regra da Cadeia:

dy

dx=

dy

du· dudx

= eu · dudx

= eg(x) · g′(x)

2. Considere

y = ln u e u = g(x).

Entao, pela Regra da Cadeia:

dy

dx=

dy

du· dudx

=1

u· dudx

=g′(x)

g(x)

☞ Exemplo 5.12. Calcule a derivada de y = f(x) :

1. y = e1−x+x2

Solucao:

d

dx[e1−x+x2

] = e(1−x+x2)(−1 + 2x)

2. y = ln(ex2+1 + 2)

Solucao:

d

dx[ln(ex

2+1 + 2)] =1

ex2+1 + 2(2x ex

2+1)

3. y = (ex+1 − x3)1

2

Solucao:

d

dx[(ex+1 − x3)

1

2 ] =1

2(ex+1 − x3)−

1

2 (ex+1 − 3x2)

☞ Exemplo 5.13. Dado f(x), calcule f ′(x):

74

1. f(x) = 2x

Solucao:

Observe quef(x) = 2x = ex ln 2

Usando a regra da cadeia:

f ′(x) = elnxDx(x ln 2)

⇓f(x) = 2x ln 2

2. f(x) = x3x2

Solucao:

Observe quef(x) = x3x

2

= xex2 ln 3

Usando a regra do produto e da cadeia:

f ′(x) = 1.3x2

+ xDx(3x2

)

⇓f ′(x) = 3x

2

+ xDx(ex2 ln 3)

⇓f ′(x) = 3x

2

+ xex2 ln 3(2x ln 3)

⇓f ′(x) = 3x

2

+ x3x2

(2x ln 3)

3. f(x) = logex(3x2 + x)

Solucao:

Observe que

f(x) = logex(3x2 + 1) =

ln(3x2 + x)

x

Usando a regra do produto e da cadeia:

f ′(x) =x 13x2+1

(6x)− ln(3x2 + x)

x2

f ′(x) =6

3x2 + 1− ln(3x2 + x)

x2

75

5.3 Exercıcios

1. Construir os graficos cartesia-nos das seguintes funcoes ex-ponenciais:

(a) y = 3x

(b) y = (13)x

(c) y = 4x

(d) y = 10x

(e) y = 10−x

2. Desenvolva, aplicando as pro-priedades dos logaritmos (a, b,e c sao reais positivos):

(a) log2(2abc2

)

(b) log3

(5a3b2

c4

)

(c) log(

2a3

b2√c

)

(d) log5(

5ab2c

)

(e) log3

(7ab3

c3√a2

)

3. Determine o domınio das funcoes:

(a) f(x) = log3(x2 − 4)

(b) f(x) = log2(1− 2x)

(c) f(x) = log3(4x− 3)2

(d) f(x) = log5

(x+ 1

1− x

)

(e) f(x) = log(x2 + x− 12)

4. Determine o domınio das funcoes:

(a) f(x) = log(x2+1) x

(b) f(x) = log(2x+1)(2x2 −

5x)

(c) f(x) = log(3−x)(x+ 2)

(d) f(x) = log3x(x2 + x− 2)

(e) f(x) = log(2x−3)(3+2x−x2)

5. Construir os graficos cartesi-anos das seguintes funcoes lo-garıtmicas:

(a) f(x) = log3 x

(b) f(x) = log 1

3

x

(c) f(x) = log2(x− 1)

(d) f(x) = log2 x2

(e) f(x) = 2 + log2 x)

6. Determine a equacao da retatangente ao grafico de f(x) =ex no ponto de abscissa 0. Es-boce os graficos de f e da retatangente.

7. Determine a equacao da retatangente ao grafico de f(x) =ln x no ponto de abscissa 1.Esboce os graficos de f e dareta tangente.

8. Dados f(x), calcule f ′(x).

(a) f(x) = ex2

(b) f(x) = 2x+1

(c) f(x) = 5x3−x+1

(d) f(x) = πx

(e) f(x) = 71−3x2

9. Dados g(x), calcule g′(x).

(a) g(x) = log3(1 + x2)

(b) g(x) = log5(x3 + 2x+ 1)

(c) g(x) = log10(2x+ 3)

(d) g(x) = ln(x lnx)

(e) g(x) = log7(x+ 3)3

10. Calcule a derivada de cada funcaoabaixo:

(a) f(x) = x2ex

(b) F (t) = 3t+ 5 ln t

(c) f(x) = ex ln x

(d) f(x) = 1+ex

1−ex

(e) g(x) = ex ln x+ 2ex

76

Capıtulo 6

Integrais Indefinidas

6.1 Integracao Indefinida

Estudamos anteriormente o seguinte problema:

➪ Problema 6.1. Dado uma funcao y = f(x), determine a derivadaf ′(x).

Agoras, estamos interesado em resolver o seguinte problema:

➪ Problema 6.2. Dada uma funcao y = f(x), determiniar uma funcaoF tal que F ′(x) = f(x).

Em outras palavras, queremos mostrar como podemos obter umafuncao conhecendo apenas a sua derivada. Na realidade, este e um dosproblemas centrais do Calculo Diferencial e Integral. Assim, conside-rando a diferenciacao uma operacao estamos interessados em obter a suaoperacao inversa chamada de integracao indefinida ou antiderivacao.

y = f(x).

Diferenciacao

dy = f ′(x)dx

Integracao.

◮ Definicao 6.1. Uma funcao F e chamada uma primitiva (ou umaantiderivada) de f em um intervalo I se

F ′(x) = f(x).

✎ Exemplos 6.1.

1. Sejaf(x) = x3.

77

Observe que F (x) = x4

4e uma primitiva de f , pois F ′(x) =

x3 = f(x).

Observe que F (x) = x4

4+3 e uma primitiva de f , pois F ′(x) =

x3 = f(x).

Observe que F (x) = x4

4+C, onde C e uma constante qualquer,

e uma primitiva de f , pois F ′(x) = x3 = f(x).

2. Sejaf(x) = e2x.

Observe que F (x) = e2x

2e uma primitiva de f , pois F ′(x) =

e2x = f(x).

Observe que F (x) = e2x

2+1 e uma primitiva de f , pois F ′(x) =

e2x = f(x).

Observe que F (x) = e2x

2+C, onde C e uma constante qualquer,

e uma primitiva de f , pois F ′(x) = e2x = f(x).

A proposicao a seguir afirmar que se uma funcao f admite uma pri-mitiva, entao f ira admitir infinidade de primitivas sobre um intervalo.

➪ Proposicao 6.1. Seja F uma primitiva de uma funcao F deifinidano intervalo I. Entao

G(x) = F (x) + C (∀x ∈ I)

e uma primitiva, onde C e uma constante arbitraria.

Demonstracao. Para todo x ∈ I,

G′(x) = (F (x) + C)′

= F ′(x) + 0

= f(x).

Logo, G e uma primitiva de f

Agora, o proximo resultado ira mostra a relacao existente entre duasprimitivas de uma mesma funcao f .

➪ Proposicao 6.2. Se F e G sao primitivas de uma funcao f numintervalo I, entao existe uma constante C tal que

G(x) = F (x) + C (∀x ∈ I).

Demonstracao. Suponha que F e G sejam primitivas da funcao f , entao

F ′(x) = f(x) e G′(x) = f(x).

78

F ′(x) = G′(x)

Pela proposicao (4.2),temos

G(x) = f(x) + C (∀x ∈ I).

A proposicao anterior afirmar que se conhecermos uma primitiva deuma funcao, entao conhencemos todas as primitivas daquela funcao. Defato, basta somar uma constante a primitiva e aplicar a proposicao paraobter outras primitivas.

◮ Definicao 6.2. Seja F uma primitiva de uma funcao f no intervaloI. A integral indefinida da funcao f e dada por

f(x)dx = F (x) + C,

onde

C e a constante provinente da integracao

f(x) e a integrando

Consequencias da Definicao:

1.

f(x)dx = F (x) + C ⇔ F ′(x) = f(x).

2.

f ′(x)dx = f(x) + C.

Propriedades:

1.

(f(x) + g(x)) dx =

f(x)dx+

g(x)dx.

2.

cf(x)dx = c

f(x)dx (c constante).

✓ Nota 6.1. O processo para calcular∫f(x)dx e chamdo de integracao

indefnida.

O termo “indefinida ”e usado porque a constante C qualquer valor e poressa razao nao e decidamente determinada para funcao f .

☞ Exemplo 6.1. Verifique as equacoes dadas

79

1.

dx = x+ C

Solucao:

Dx(x) = 1

2.

x2 =x3

3+ C

Solucao:

Dx(x3

3) = x2

3.

e2xdx =e2x

2+ C

Solucao:

Dx(e2x

2) = e2x

✓ Nota 6.2 (Historica). As pimitivas sao usualmente escritas com umsimbolismo que possue algumas vantagens da notacao de Leibniz para de-rivadas e que, de fato, foram usado pelo proprio Leibniz. O simbolismopode ser compreendido pensando-se a diferencial dy como uma porcao in-finitesimal de y e considerando que y e uma soma de todos estas porcoes.O proprio Leibniz usou a letra S estilizada,

∫para tais “somatorios”.

Primitivas Imediatas

Seja α ∈ R, α 6= 0. Das formulas ja vistas de derivacao seguem asseguinte de primitivacao:

1.

dx = x+ C

2.

xndx =xn+1

n+ 1+ C (n 6= −1)

3.

∫1

xdx = ln |x|+ C

4.

exdx = ex + C

5.

axdx =ax

ln a+ C (0 < a 6= 1)

✓ Nota 6.3. o Dom(f) que ocorre no integrando de∫f(x)dx deve ser

sempre uma intervalo.

80

☞ Exemplo 6.2. Calcule as seguintes integrais e verifique sua respostapode derivacao

1.

7x5dx

Solucao:

Observe que

7x5dx = 7

x5dx

=7x6

6+ C

Verificacao:

Dx(7x6

6) = 7x5.

2.

(4x3 + 3x2 + 2x+ 1)dx

Solucao:

Observe que

(4x3 + 3x2 + 2x+ 1)dx = 4

x3dx+ 3

x2dx+ 2

xdx+

dx

= x4 + x3 + x2 + x+ C

Verificacao:

Dx(x4 + x3 + x2 + x) = 4x3 + 3x2 + 2x+ 1.

3.

∫x4 − 1

x− 1dx

Solucao:

Observe que

∫x4 − 1

x− 1dx =

(x3 + x2 + x+ 1)dx

=x4

4+

x3

3+

x2

2+ x+ C

Verificacao:

Dx(x4

4+

x3

3+

x2

2) = x3 + x2 + x+ 1.

81

☞ Exemplo 6.3. Seja α 6= 0 uma constante. Calcule

xαdx.

Solucao:

Observe que

α 6= −1 ⇒∫

xαdx =xα+1

α + 1+ C.

α = −1 ⇒∫

1

xdx = ln |x|+ C.

Logo,

xαdx =

xα+1

α + 1+ C , se α 6= −1

ln |x| , se α = −1.

☞ Exemplo 6.4. Calcule as seguintes integrais:

1.

(3x2 −√3x+ 2)dx

Solucao:

Observe que

(3x2 −√3t+ 2)dx = 3

x2dx−√3

∫ √xdx+ 2

dx

= x3 − 2√3

3

√x3 + 2x+ C

2.

∫ (1

x2− 1

x3

)

dx

Solucao:

Observe que

∫ (1

x2− 1

x3

)

dx =

∫1

x2dx−

∫1

x3dx

=

x−2dx−∫

x−3dx

= −1

x+

1

2x2+ C

82

6.2 Integracao por Substituicao

Sejam F uma primitiva de f num intervalo I, e g uma funcao diferenciaveltal que F ◦ g esteja definida. Usando a regra da Cadeia temos:

(F (g(x)))′ = F ′(g(x))g′(x) = f(g(x))g′(x),

pois F ′(x) = f(x), x ∈ I. Entao,

f(g(x))g′(x)dx = F (g(x)) + C.

☞ Exemplo 6.5. Calcule a integral e verifique sua resposta por de-rivacao ∫

e−3xdx.

Solucao:

Fazendo u = −3x, temos

du = −3dx ⇒ dx =−du

3.

Entao,∫

e−3xdx =−1

3

eudu

=−eu

3+ C.

Portanto,∫

e−3xdx =−e−3x

3+ C.

Verificacao:

Dx

(−e−3x

3

)

= e−3x.

Procedimento:

Para calcular: ∫

f(g(x))g′(x)dx

1. Faca u = g(x) (Mundanca de Variavel).

2. Calcule a diferencial, du = g′(x)dx.

3. Resolva a integral na variavel u, e depois volte a variavel inicial

☞ Exemplo 6.6. Calcule as seguintes integrais indefinidas:

83

1.

(3x+ 7)23dx

Solucao:

Fazendo u = 3x+ 7, temos

du = 3dx ⇒ dx =du

3.

Entao,∫

(3x+ 7)23dx =1

3

u23du

=u24

72+ C.

Portanto,∫

(3x+ 7)23dx =(3x+ 7)24

72+ C.

2.

xex2

dx

Solucao:

Fazendo u = x2, temos

du = 2xdx ⇒ xdx =du

2.

Entao,∫

xex2

dx =1

2

eudu

=eu

2+ C.

Portanto,∫

xex2

dx =ex

2

2+ C.

3.

∫ln x

xdx

Solucao:

Fazendo u = ln x, temos

du =dx

xEntao,

∫ln x

xdx =

udu

=u2

2+ C.

Portanto,∫

ln x

xdx =

(ln x)2

2+ C.

84

4.

∫x2

1 + x3dx

Solucao:

Fazendo u = 1 + x3, temos

du = 3x2dx ⇒ x2dx =du

3.

Entao,∫

x2

1 + x3dx =

1

3

∫1

udu

=1

3ln u+ C.

Portanto,∫

x2

1 + x3dx =

1

3ln(1 + x3) + C.

5.

∫7x6

(1 + x7)2dx

Solucao:

Fazendo u = 1 + x7, temos

du = 7x6dx.

Entao,∫

7x6

(1 + x7)2dx =

∫1

u2du

=−1

u+ C.

Portanto,∫

7x6

1 + x7dx =

−1

1 + x7+ C.

➪ Teorema 6.1. Sejam a, b constantes, a 6= 0. Entao

eax+bdx =eax+b

b+ C.

Demonstracao. Escreva u = ax+ b, segue que

du = adx

Entao,∫

eax+bdx =

∫eu

adu

=eax+b

a+ C.

85

✍ Exercıcio 6.1. Calcule as seguintes integrais:

1.

(e−7x+1 − 2e2x)dx

2.

(4e2x−1 − x3)dx

6.3 Integracao por Partes

Sejam f e g funcoes definidas e diferenciaveis num intervalo I. Entao:

[f(x)g(x)]′ = f ′(x)g(x) + f(x)g′(x)

⇓f(x)g′(x) = [f(x)g(x)]′ − f ′(x)g(x)

Agora, suponha que f ′(x)g(x) admita uma primitiva em I, e observandoque f(x)g(x) e uma primitiva de [f(x)g(x)]′, entao f(x)g(x) tambemadmitira uma primitiva em I, e

f(x)g′(x)dx = f(x)g(x)−∫

f ′(x)g(x)dx

Procedimento:

Para calcular ∫

f(x)g′(x)dx

1. Faca u = f(x) e dv = g′(x)dx

2. Determine du = f ′(x)dx e v = g(x)

3. Aplique a Formula∫

udv = u · v −∫

vdu.

⊲ Observacao 6.1.

1. A Formula anterior e chamada de Formula de Integracao po Par-tes.

2. Toda vez que aplicarmos a Formula de Integracao po Partes subs-tituirmos uma integral do tipo

∫udv por uma do tipo

∫vdu. Por-

tanto, o metodo sera util nos caso em que a nova integral e mais“facil”de calcular que a anterior.

☞ Exemplo 6.7. Calcule as seguintes integrais indefinidas:

86

1.

x exdx

Solucao:

Fazendo u = x e dv = ex dx. Entao

du = dx e v = ex.

Assim,

x ex dx = x ex −∫

exdx

= x ex + ex + C

2.

ln x dx

Solucao:

Fazendo u = ln x e dv = dx. Entao

du =dx

xe v = x.

Assim,

ln x dx = x ln x−∫

dx

= x ln x− x+ C

3.

x ln xdx

Solucao:

Fazendo u = ln x e dv = xdx. Entao

du =dx

xe v =

x2

2.

Assim,

ln x dx =x2

2ln x−

∫x2

2

dx

x

=x2 ln x

2− x2

4+ C

87

6.4 Exercıcios

1. Calcule as seguintes integrais:

(a)

(x5 − 3x2 + 1)dx

(b)

(−3x2 + 5x+ 7)dx

(c)

(6x5

5+ 3x− 7)dx

(d)

(x−3 + x2 − 1)dx

(e)

(2x9 − 1)dx

(f)

∫x5 − 1

x− 1dx

(g)

(x2 − e−3x + 1)dx

(h)

(e−x + 3e2x)dx

2. Use a integracao por substi-tuicao para calcular as seguin-tes integrais:

(a)

(3x+ 1)19dx

(b)

e3xdx

(c)

xex2

dx

(d)

∫x

1 + x2dx

(e)

∫2x+ 3

x2 + 3x+ 1dx

(f)

∫x3

1 + x4dx

(g)

∫ln x

xdx

(h)

∫x2

1 + x3dx

(i)

∫x2

(1 + x3)2dx

(j)

∫1

x ln xdx

(k)

x5√1− x2dx

3. Use a integracao por partespara calcular cada integral:

(a)

xe2xdx

(b)

x2ex dx

(c)

x ln 2x dx

(d)

ln x dx

(e)

x ln x2dx

(f)

x ln x dx

(g)

x(x+ 1)3dx

(h)

x√x+ 2dx

(i)

(x− 1)e1−xdx

(j)

∫ln x

x2dx

(k)

x(ln x)2dx

4. Determine y = f(x), x ∈ R,tal que

(a)

{f ′(x) = 2f(x);f(0) = 1

(b)

{f ′(x) = −2f(x);f(0) = 1

Esboce o grafico de f .

88

Referencias Bibliograficas

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[5] Leithold, Louis, Matematica aplicada a Economia e Administracao.Editora Habra.

[6] Munem, M. A. & Foulis, D.j. Calculo, vol. 1 e 2 ; Rio de Janeiro:LTC, 2008.

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[12] Carl B. Boyer and Uta Merzbach. A history of mathematics. 3rd ed.

[13] Bardi, Jason Socrates. A guerra do Calculo. Editora Record Ltda,2006.

89