correio do douro #25

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DOURO QUINZENAL REGIONALISTA director|OSCAR QUEIRÓS ano|60 número|25 Sábado, 25 de Setembro de 2010 preço|0,25CORREIO do nova série subdirector|JOSÉ LUIS PINTO www.correiododouro.pt Pàg. 14 CÂMARA IMPULSIONA VEÍCULOS ELÉCTRICOS Gaia mais verde EDUCAÇÃO ...em Valongo UMA APOSTA GANHA Casa do Douro DIRECÇÃO FOI AO PARLAMENTO PEDIR SOLUÇÃO PARA SITUAÇÃO ECONÓMICA Pàg. 3 Pàg.5 CD 7 25 de Setembro 2010 De lixeirapassou a pulmão do Grande Porto DOURO E S P E C I A L | LIPOR Este suplemento é parte integrante da edição n.º 25 do Jornal Correio do Douro. Não pode ser vendido separadamente CORREIO do LIPOR: UMA HISTÓRIA DE ENCANTAR Q uase três décadas depois de ser ape- nas a uma enorme e detestada lixeira do Grande Porto, a LIPOR é hoje uma referência, nacional e internacional, no que toca à protec- ção do Ambiente. De “chaga”que ator- mentava milhares de pessoas, de Erme- sinde e Rio Tinto, com cheiros nause- abundos, passou a protectora e educa- dora ambiental. Macedo Vieira, presidente do CA da empresa conta como foi. VALONGO JÁ TEM ESTÁDIO MUNICIPAL Gondomar “HOJE HÁ CALDO DE NABOS”: Pàg.4 FESTIVAL GASTRONÓMICO ATÉ 8 DE OUTUBRO Pàg.12-13 ESPECIAL LIPOR Pàgs.7 à 10 Lousada ESCOLA APROVEITA DISTINÇÃO DA MICROSOFT PARA TROCAR EXPERIÊNCIAS TECNOLÓGICAS Pàg. 11

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Jornal Quinzenal Regionalista

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DOURO

Q U I N Z E N A L R E G I O N A L I S T A

director|OSCAR QUEIRÓS ano|60

número|25

Sábado, 25 de Setembro de 2010

preço|0,25€

CORREIOdonova

série

subdirector|JOSÉ LUIS PINTO

www.correiododouro.pt

Pàg. 14

CÂMARA IMPULSIONA VEÍCULOS ELÉCTRICOS

Gaia mais verde

EDUCAÇÃO...em Valongo

UMA APOSTA GANHACasa do DouroDIRECÇÃO FOI AO PARLAMENTO PEDIR SOLUÇÃO PARA SITUAÇÃO ECONÓMICA

Pàg. 3

Pàg.5

CD 725 de Setembro 2010

De lixeira passou a pulmão do Grande Porto

DOURO

E S P E C I A L | L I P O R

Este suplemento é parte integrante da edição n.º 25 do Jornal Correio do Douro. Não pode ser vendido separadamente

CORREIOdoLIPOR: UMA HISTÓRIA DE ENCANTAR

Quase três décadasdepois de ser ape-

nas a uma enorme e detestada lixeira do Grande Porto, a LIPOR é hoje uma referência, nacional e internacional, no que toca à protec-ção do Ambiente. De “chaga”que ator-mentava milhares de pessoas, de Erme-sinde e Rio Tinto, com cheiros nause-abundos, passou a protectora e educa-dora ambiental. Macedo Vieira, presidente do CA da empresa conta como foi.

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VALONGO JÁ TEM ESTÁDIO MUNICIPAL

Gondomar

“HOJE HÁ CALDO DE NABOS”:

Pàg.4

FESTIVAL GASTRONÓMICO ATÉ 8 DE OUTUBRO

Pàg.12-13

ESPECIAL LIPORPàgs.7 à 10

LousadaESCOLA APROVEITA DISTINÇÃO DA MICROSOFT PARA TROCAR EXPERIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

Pàg. 11

25 de Setembro 2010CD2

ficha técnica

CORREIO DO DOURO – QUINZENÁRIOwww.correiododouro.pt

Propriedade Condor Publicações, Lda.Contr. 508923190Sede e Redacção Rua Dr. João Alves Vale, 78 – Est. D – 4440-644 VALONGOTel. 224210151 – Fax 224210310

Director|Oscar Queirós -Subdirector|José Luís Pinto Chefe de Redacção|João RodriguesRedacção e Colaboradores|Victorino de Queirós - J. Rocha - J. Silva - E. Queirós -Nuno Victorino - Marquês do Vale.���������Editor Miguel Pereira - João Rodrigues Filho

CORREIO ELECTRÓNICO:������������ �� ���� � � �� ���� �������� �� ���� � � �� ����������� �� ���� � � �� ����������� ���� � � �� ����������������� ���� � � �� ���Nº. Registo ERC 125216����������������� ���������

Marco António Costa

José Sócrates tem vindo nos úl-timos dias a acenar com o espec-tro de o PSD poder vir a ter uma actuação menos preocupada com o Estado Social uma vez chegado ao Governo. O Primeiro-ministro e os responsáveis socialistas pa-recem apostados em acenar com fantasmas e cenários delirantes sobre o que os portugueses po-dem esperar daquilo que também a eles já lhes parece inevitável, a mudança de um ciclo político que já dura há tempo demais.

Em vez de se preocuparem com o próximo Orçamento de Es-tado e de começarem a mostrar que têm alguma ideia que não seja o aumento da carga fiscal sobre os contribuintes e a manutenção dos milhares de boys que pululam no aparelho de Estado, os socialistas empenham-se em atacar e calu-niar a oposição.

Deviam, em vez disso, olhar--se ao espelho, reconhecer a sua incapacidade no combate à crise, escutar o que principal partido da oposição diz e procurar os con-sensos indispensáveis para fazer com que Portugal reencontre o ca-minho do crescimento económico e do progresso.

O desemprego é bem o exem-plo da contradição entre o dis-curso surreal de José Sócrates e o verdadeiro “estado social” que nos oferece. A crise financeira e económica chegou ao mercado de trabalho nacional em Maio de 2008. Desde então, pôs no desem-prego uma média de 300 portu-gueses por dia.

A taxa de desemprego em Por-tugal passou de 7,7% da população activa, afectando 427 mil indiví-duos, para 10,8% (Julho de 2010),

o que representa um agravamen-to de 3,1 pontos percentuais e um alargamento para quase 600 mil portugueses que procuram e não encontram trabalho.

Esta é a dura realidade e nem o tradicional emprego sazonal de Verão mudou significativamente o

panorama. Entre os jovens são praticamente 63 mil os que não encontram emprego e quase 47 mil licenciados estão na mesma situação.

A estes números seria ainda necessário acrescentar mais de 200 mil portugueses que não são

abrangidos pelas estatísticas, quer porque já esgotaram o período de apoio ao desemprego quer porque não têm e nunca tiveram qualquer vínculo laboral.

José Sócrates fala de estado social sem ter moral para o fa-zer. Porque na última campanha eleitoral prometeu o alargamento e o aumento dos apoios sociais, prometeu um crescimento do in-vestimento público capaz de criar novos empregos, prometeu o que sabia não poder cumprir porque para tal foi avisado.

O que temos, a realidade é um desemprego que não desce e um descontrole de execução orça-mental que é a antevisão do que pode acontecer em Portugal se os socialistas continuarem por mui-to mais tempo a governar: a falên-cia total do estado social, não por uma qualquer ideologia ou cons-piração do PSD, mas antes por total incompetência e manifesta incapacidade de José Sócrates, do seu Governo.

UM PAÍS DE DESEMPREGADOS“O Primeiro-ministro e

os responsáveis socia-listas parecem apos-tados em acenar com fantasmas e cenários delirantes sobre o que os portugueses podem esperar daquilo que também a eles já lhes parece inevitável, a mudança de um ciclo político que já dura há tempo demais

José Sócrates percebeu tarde demais que su-bestimou a envergadura da crise económica e financeira. E com o seu injustificável alhea-mento de uma realidade que, na Europa e no Mundo, apenas ele não viu, meteu-nos numa enrascada de que, ao que se adivinha, só nos libertaremos com a nomeação de um tutor que dá pelo nome de FMI.Foi pena Cavaco Silva ter-nos deixado chegar aqui.

O.Q.

RIO ABAIXOO TUTOR

OPINIÃOVice-Presidente da Comissão Politica Nacional do PSD

CD 325 de Setembro 2010

Actualidade

PORTODetidos sete alegados traficantes de drogaA PSP anunciou no princípio da se-mana a detenção de sete alegados tra-ficantes de droga que operavam no Bairro do Aleixo, Porto.Aos detidos, a polícia apreendeu he-roína para 350 doses, cocaína para 759, haxixe para 24, uma “quantida-de diminuta” de liamba e um veículo que tinha sido furtado.Na mesma operação, foi detida uma oitava pessoa, neste caso em cumpri-mento de mandado judicial.

ESPINHONoite dos Investigadores 2010 a 24 de SetembroA problemática da Biodiversidade e a necessidade de uma acção urgente no combate às tendências insustentáveis foram o mote da Noite dos Investiga-dores 2010, uma iniciativa anual eu-ropeia de divulgação científica.Este ano o evento está a decorrer des-de em Espinho a partir na próxima e conta com várias acções que pre-tendem dar a conhecer o progresso científico e desmistificar o trabalho de cientistas e investigadores.Pela primeira vez foi apresentado um projecto inédito de um circo contem-porâneo – EcoScienceCircus – que recria uma história sobre desenvolvi-mento ecológico e sustentável.A “Noite Europeia dos Investigadores 2010 – EcoScienceCircus” decorre na Alameda 8 em Espinho, a partir das 14:00, com entrada livre.

MAIAFundo MaiaFinicia atinge 416 mil euros em apoios a empresas do concelhoO programa MaiaFinicia – Fundo de Financiamento às micro e pequenas empresas do concelho da Maia teve início em Dezembro de 2007 e com a assinatura de dois contratos, na úl-tima terça-feira, atingiu os 416 mil euros em apoios.O MaiaFinicia, criado pela Câmara Municipal da Maia em parceria com o IAPMEI, a TECMAIA SA, o BES e a Norgarante tem o objectivo de aju-dar as micro e pequenas empresas do concelho a modernizarem-se e desenvolverem-se, tornando-se mais competitivas.Através de um subsídio reembolsável a autarquia apoia com 20 por cento do financiamento sem qualquer juro ou taxa.Cada projecto empresarial poderá ser apoiado até um máximo de 45 mil euros. As últimas empresas a recorre-rem a este fundo foram a Newscenter e a Ecoemotion.

SANTO TIRSOPrémios de mérito escolar a 36 alunosA Câmara Municipal de Santo Tirso entregou na quarta-feira, prémios de mérito escolar a 36 alunos do conce-lho, num total que ultrapassa os 10 mil euros.Os prémios atribuídos visam reco-nhecer a aplicação dos alunos nos es-tudos e contemplam sete estudantes do 6.º ano, onze do 9.º, seis do 10.º, seis do 11.º e seis do 12.º.No dia seguinte, quinta-feira, a au-tarquia assinalou o arranque do ano lectivo 2010/2011 com a apresenta-ção de investimentos na área da edu-cação.O evento decorreu na futura Escola Básica Integrada de S. Tomé cujas obras, diz a autarquia em comunica-do, “decorrem em bom ritmo”.

BREVES

João Loureiro, ex-presidente da SAD do Boavista, disse esta semana no Tribunal de São João Novo, no Porto, sentir-se

“um pouco injustiçado” pela situação que o le-vou a ser julgado por fraude e abuso de con-fiança fiscal.Loureiro e mais dois antigos administrado-res boavisteiros, Carlos

Pissarra e Vítor Borges, são acusados de terem lesado o fisco em 3,4 milhões de euros entre 2001 e 2004.

O julgamento começou a 19 de Ja-neiro está agora na fase das alegações finais, motivo pelo qual João Loureiro se deslocou ao tribunal.

A sessão, porém, acabaria por ser adiada para 8 de Outubro, às 09:45, porque a procuradora titular, Elisa Lo-pes Cardoso, está de férias e o procura-dor nomeado para a substituir alegou a “complexidade” do processo e o não ter acompanhado a fase de produção de prova.

A juíza Maria José Matos consul-tou os advogados dos arguidos e estes concordaram com o adiamento da ses-são, mas João Loureiro pediu para se pronunciar sobre aspectos relacionados com o processo, pretensão que o tribu-nal aceitou.

O antigo dirigente garantiu nunca ter dado instruções, ele ou os outros membros da administração a que pre-sidia, para que não fossem enviadas verbas relativas ao IRS, IVA e imposto de selo, referindo que, “pelo contrário”, pronunciaram-se pela “apresentação de tais declarações correctivas” do que estava, afinal, em falta para com o fisco.

Loureiro frisou, também, que a

SAD “cumpriu” as contra-ordenações que então lhe foram aplicadas, aderiu a um Plano Extrajudicial de Conciliação para liquidar faseadamente as suas dí-vidas fiscais, e “foi dada uma garantia integral” que, em sua opinião, deixou o Estado “com a certeza de que não seria prejudicado”.

A garantia/hipoteca “era adicional” e tinha como base parte dos direitos te-levisivos que a SAD contratara com a empresa PPTV/Olivedesportos, do em-presário Joaquim Oliveira.

Essa garantia totalizava 8,5 milhões de euros e, segundo João Loureiro, “foi considerada pelo Estado suficiente e idónea”.

“O Estado nunca virá ser prejudi-cado por esta situação porque é um va-lor muito superior” ao que a SAD deve, reafirmou.

O contrato com a PPTV valia ao Bo-avista 3,750 milhões de euros por épo-ca desportiva, que eram pagos em duas prestações semestrais iguais.

Segundo João Loureiro, os grandes problemas do Boavista, começaram com a construção do Estádio do Bessa Século XXI, com vista ao Euro2004.

“Tivemos sempre a expectativa de que o Estado ia acabar por ajudar” a resolver os problemas com o que o Boa-vista se debatia, salientou.

Tal, no entanto, não aconteceu e o Boavista pediu então “15 milhões de eu-ros” a um sindicato bancário para cus-tear o financiamento da construção do seu novo recinto, comprometendo-se a “pagar 2,5 milhões por ano ao BPI”.

“Sinto-me um pouco injustiçado”, comentou João Loureiro, afirmando que deu “avales pessoais” por causa desses problemas boavisteiros.

A Câmara de Gaia e a Prio

Energy SA assinaram na

última segunda-feira um

protocolo de colaboração

com o objectivo de esti-

mular a utilização de veícu-

los eléctricos no concelho.

Por cada Centro Auto-Eléctrico inau-gurado em Gaia, esta empresa entrega ao Município quatro viaturas, destinadas a integrar a frota de veículos municipais, de forma a promover, divulgar e sensibi-lizar a população para o uso de transpor-tes não poluentes, especialmente veículos eléctricos.

O primeiro Centro, já em fase de execução, tem a sua inauguração prevista para finais de Outubro e situa-se entre a Avenida de Vasco da Gama e a Travessa de Baíza, em Vilar de Andorinho, sendo dotado de dez carregadores de baterias, do tipo “fast-charge”, o que fará de Vila Nova de Gaia o primeiro concelho do País com carregadores rápidos para car-ros eléctricos.

“Com esta iniciativa, completa-se mais uma peça no puzzle da sustentabi-lidade em Gaia”, afirmou Marco António Costa, vice-presidente da Câmara Muni-

Gaia mais verde

CÂMARA IMPULSIONA VEÍCULOS ELÉCTRICOS

cipal de Gaia. O autarca acrescentou que “Vila Nova de Gaia é, mais uma vez, o primeiro Município a dar o exemplo ao País de uma iniciativa que irá com certe-za se estender a muitos mais Municípios. Acreditamos que é possível, até 2012, construir outros Centros em Vila Nova de Gaia”.

Para Carlos Martins, presidente do Conselho de Administração da Prio Ener-gy, “a Câmara de Vila Nova de Gaia está também de parabéns pelos seus compro-missos concretos com a mobilidade sus-

tentável do território e pelo pioneirismo da criação de uma infra-estrutura de carregamento para veículos eléctricos”.

Esta iniciativa insere-se nos objec-tivos ambientais determinados no Pla-no Municipal da Sustentabilidade, no eixo de actuação relativo à Mobilidade Sustentável, como a redução de 25% de CO2, até 2020, nomeadamente através da construção de uma rede municipal de veículos movidos a energias não poluen-tes e respectivas infra-estruturas, a iniciar já em 2010. Este plano também destaca a

sensibilização da população de Gaia para as vantagens da utilização de veículos eléctricos, públicos e privados.

E porque se trata de Ambiente, o vi-ce-presidente da Câmara aproveitou para relembrar a notoriedade que o Municí-pio já alcançou neste sector vital, como “capital das bandeiras azuis e detentor de equipamentos municipais de excelên-cia, como o Parque Biológico, entre ou-tros espaços verdes em construção, que mereceu recentemente a visita do mem-bro do Governo que tutela esta área, a Ministra do Ambiente, Dulce Álvaro Pássaro”, uma reputação reforçada por esta iniciativa “que fará de Vila Nova de Gaia um centro de excelência para a promoção e venda de veículos eléctricos”, concluiu.

CENTROS AUTO-ELÉCTRICOSOs Centros Auto-Eléctricos, espa-

ços especialmente direccionados para os veículos movidos a electricidade, vão in-corporar a comercialização e manuten-ção do veículo eléctrico de duas e quatro rodas; o posto de carregamento rápido de baterias com, pelo menos, dez pontos de carregamento do tipo “fast-charge”. Mas também estarão preparados para o abastecimento de veículos de combustão interna, aqui privilegiando os biocom-bustíveis e combustíveis de base verde.

JOÃO LOUREIRO SENTE-SE “INJUSTIÇADO”

O ex-presidente da Câmara do Porto, Nuno Cardoso, rejeitou nos Juízos Cri-minais da cidade do Porto qualquer con-duta dolosa relacionada com a permuta de terrenos entre a autarquia e o FC Por-to, no âmbito do Plano de Pormenor das Antas (PPA). O ex-presidente socialista da câmara, três vice-presidentes do FC Porto (Adelino Caldei-ra, Angelino Ferreira e Eduardo Tentúgal Valente) e dois enge-nheiros avaliadores da autarquia começaram a ser julgados na segun-da-feira por suspeita de terem lesado o erário público em pelo menos 2,5 milhões de euros, no negócio do PPA. “Liderei o processo em termos ideológicos e políticos”, não técnicos, disse Nuno Cardoso. Perante o tribunal, o ex-autarca assegurou que só soube do ne-gócio dos terrenos da família Ramalho com o FC Porto quando foi informado pelo notário da câmara. Foi ele também que o informou que o clube estava interessado na permuta com os terrenos do parque da cidade, acrescentou.

“Não conhecia os contornos das negociações entre a família Ramalho e o FC Porto”, sustentou Nuno Cardoso,

insistindo que os serviços da autarquia “é que promoveram a negociação e o acordo com a família Ramalho» para a permuta sob o valor de quatro milhões de euros. Em causa está, neste processo, uma permuta imobiliária que em 1999 envolveu o FC Porto - enquanto com-prador da posição negocial da família

Ramalho num terreno das Antas - e a Câmara Municipal do Porto, na sua qualidade de dona de algumas parcelas no Parque da Cidade.Para os dois terrenos foi fixado o mesmo valor (quatro milhões de euros), mas o Mi-nistério Público aderiu a uma tese de peritos da Inspecção-Geral de Finanças (IGF) segun-do a qual as parcelas das Antas deveriam ser avaliadas pelo que eram na altura (zona desportiva) e não pelo que viriam a ser (área de construção).

A nuance seria suficiente para fazer descer o valor dos terrenos, integrados na área no Plano de Pormenor das Antas (PPA), de quatro milhões de euros para 1,5 milhões.

O MP conclui assim que os cofres municipais foram prejudicados em 2,5 milhões de euros.

JUSTIÇA

EM PERMUTA DE TERRENOS QUE ALEGADAMENTE FAVORECEU FC PORTO

Nuno Cardoso rejeita conduta dolosa

Prisão até 5 anos

Neste processo, o Ministério Público defendeu que Nuno Cardoso tinha interesse direc-to em favorecer o FC Porto e que terá agido em conluio com os dirigentes do clube.Nuno Cardoso incorre numa pena de prisão até cinco anos e multa de 50 a 100 dias.

7 de Agosto 2010CD

Area Metropolitana

4

“Os Azeitonas” foram os

primeiros convidados

musicais do programa das

Festas do Concelho 2010.

No dia 18 de Setembro,

o Largo do Souto esteve

repleto para apreciar a

actuação de uma das mais

recentes bandas em desta-

que no panorama musical

português.

Surpresa? Apenas para os me-nos conhecedores da banda. Satis-fação? Inegável para aqueles que já conhecem os temas do grupo do Porto e, principalmente, para um imenso público, heterogéneo, que acompanhou um excelente concer-to.

Até a banda ficou surpreendida com a recepção e, para além disso,

“com este excelente e acolhedor an-fiteatro”, destacou o vocalista.

As Festas do Concelho de Gon-domar já começaram a “animar”. E, como noutras edições, a música é um dos componentes que atrai inúmeros visitantes a estas festivi-dades. Direccionado a um público mais jovem (mas, mesmo assim, juntando várias gerações), o con-certo com “Os Azeitonas” abriu o programa musical.

A banda apadrinhada por Rui Veloso conseguiu estabelecer um constante “diálogo” com o mui-to público presente no Largo do Souto. Com as baladas a marca-rem parte dos temas interpretados, “Os Azeitonas” não deixaram de apresentar uma sonoridade muito agradável, colocando em palco um profissionalismo que (apenas) para alguns terá sido uma surpresa.

Foi o primeiro concerto da Fes-tas. Mas outros estão para “che-gar”... Os “Expensive Soul” actuam no dia 1 de Outubro e, depois, no dia 8, é a vez de Rui Bandeira.

“Chefes na Eira, Panelas à Lareira”. Assim se designou o “aperitivo” de um Festival que durante um mês vai animar as unidades de restauração do Conce-lho.

A Casa da Juventude de Rio Tin-to “trajou-se” com um ambiente rural. Mas, para além da envolvência, também as sonoridades completaram esta festa –

“Esta caminhada na aposta da me-lhoria económica e social das pessoas residentes em Vila d’Este foi iniciada há uma década e nunca foi interrompida”, afirmou Luís Filipe Menezes, enaltecen-do o empenho e dedicação do vice-presi-dente, Marco António Costa, no cumpri-mento do compromisso assumido com a população de Vila d’Este. “O que está a acontecer de positivo no presente e a ser encaminhado para o futuro muito tem a ver com a competência do Dr. Marco António Costa que merece, por isso, a minha gratidão, o meu respeito e a mi-nha solidariedade”, afirmou o presidente da Câmara.

Refira-se, a propósito, que na sua qualidade de vogal do Conselho de Ad-ministração da empresa do Metro, Mar-co António Costa foi determinante na antecipação do prazo para a chegada do Metro a Vila d’Este, agora prevista para 2013, assim como na implementação do projecto do novo Centro Hospitalar de Gaia, através de reuniões com a titular da Saúde, e no desenvolvimento do projec-to da Avenida de ligação de Laborim até ao mar conforme, aliás, foi sublinhado por Luís Filipe Menezes: “Com o novo Centro Hospitalar, o Metro e a Avenida

que irá ligar Laborim até ao mar, mais precisamente ao Centro de Reabilitação Física do Norte, Vila d’Este ganhará outra dimensão no contexto concelhio e metropolitano”.

Durante a cerimónia, que marcou uma nova etapa no processo de reabi-litação da urbanização de Vila d’Este, o presidente da Câmara enumerou todos os passos dados pelo Município na luta por instrumentos legais que permitissem também intervir na reabilitação física dos edifícios.

A responsabilização do Estado pela indução, nas décadas de 70 e 80, das pes-soas a comprar casa nesta urbanização, e posterior abandono a que votou toda a comunidade e edificado, foram indica-dores negativos que não escaparam na intervenção do presidente da Câmara.

Contudo, graças ao esforço do Muni-cípio, “conseguimos influenciar o Estado a alterar a legislação e concorremos ao financiamento” que permitiu avançar, no ano passado, com a reabilitação física do edificado. A empreitada está a evoluir a um bom ritmo de execução, prevendo--se a conclusão, no próximo mês, das obras nos blocos 16 e 17, enquanto as dos blocos 9 e 10 já se encontram em fase de

arranque.No registo das intervenções do Mu-

nicípio na melhoria da qualidade de vida dos 17 mil moradores da urbanização fi-cou já um vasto conjunto de equipamen-tos que a população não esquece: piscina e pavilhão municipais, escola do ensino básico, instalações para o movimento associativo e sedes para as colectividades e associações locais, deslocalização da farmácia da Misericórdia, entre outros que marcaram os primeiros mandatos de Luís Filipe Menezes.

“Hoje começa uma radical mudança em Vila d’Este com o início dos arranjos exteriores da urbanização”, salientou o autarca, enumerando as mais-valias dos novos equipamentos inerentes à emprei-tada: jardins, parques infantis e espaços públicos de lazer para a terceira idade.

Entre obras de reabilitação do edifi-cado, de requalificação do espaço públi-co e da construção e instalação de novos equipamentos, o investimento do Muni-cípio em Vila d’Este ultrapassa os 30 mi-lhões de euros.

A urbanização de Vila d’Este é cons-tituída por 2085 habitações e 76 espaços comerciais espalhados por 109 edifícios e 18 blocos.

Gaia

Perante uma população entusiasta

MENEZES LANÇOU A PRIMEIRA PEDRA DA REABILITAÇÃO DE VILA D’ESTELuís Filipe Menezes, presidente da Câmara de Gaia, lançou a primeira pedra da obra de

Requalificação do Espaço Público e Ambiente Urbano de Vila d’Este – Arranjos Exterio-

res (fase 1).

Festas do Concelho de Gondomar

“OS AZEITONAS” ENCHERAM O LARGO DO SOUTO

Gondomar

“HOJE HÁ CALDO DE NABOS”: FESTIVAL GASTRONÓMICO ATÉ 8 DE OUTUBROA abertura oficial do Festival “Hoje há Caldo de Nabos” reali-

zou-se no dia 17 de Setembro, na Casa da Juventude de Rio

Tinto. Com uma envolvência muito típica, a cerimónia serviu,

principalmente, para divulgar este Festival – promovido pelo

Pelouro do Turismo da Câmara Municipal de Gondomar.

Valentim Loureiro, Presidente da Câmara, teve o privilégio

de provar o tão tradicional Caldo de Nabos de Gondomar. O

autarca aproveitou para referir que, entre os seus pratos pre-

dilectos, estão as sopas. E, muito especialmente, a de nabos.

que foi animada com música do Grupo Folclórico de S. Cosme e da Escola de Concertinas da Banda Musical de Gon-domar. No local estavam, também, pro-fissionais a cozinhar caldo de nabos, ao vivo, em panelas de três pernas.

No âmbito do “Hoje há Caldo de Nabos” a Divisão de Turismo vai rea-lizar acções de formação (dirigidas aos

empresários e trabalhadores da área da restauração), bem como, pelo 6.º ano consecutivo, haverá “Caldo de Nabos para Todos”, iniciativa a ter lugar nos dias 25 e 26 de Setembro, no Largo do Souto, onde se fará a oferta de Caldo de Nabos (e da respectiva tigela).

No dia 29 de Setembro, no Auditó-rio Municipal de Gondomar, decorre-rá o Concurso de Avaliação do Caldo

de Nabos. Nesse mesmo dia, algumas horas mais tarde, serão entregues os diplomas e trofeus. Caldo de Nabos – “Olimpíadas da Cultura Gastronómica” e, quase a finalizar o evento, um Passeio Turístico à Romaria de Nossa Senhora do Rosário, são outras das propostas deste Festival. Que terminará a 8 de Outubro com a iniciativa “Inovação à Mesa”.

A apresentação deste Festival, in-tegrado nas Festas do Concelho 2010, contou, entre outros, com as presenças do Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Maj. Valentim Loureiro, do Vereador responsável pelo Pelouro do Turismo, Joaquim Castro Neves, e, ain-da, de Melchior Moreira, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal.

CD 525 de Setembro 2010

Valongo

EDUCAÇÃO

Realiza-se hoje, sábado ( 25 de Setembro) o con-curso para a eleição de Miss and Mister daquela ci-dade, em três faixas etárias. O evento terá início às 21h00, na sede da Junta de Freguesia de Ermesin-de, entidade que organiza este concurso de beleza.

Foi com tranquilidade que, entre os dias 13 e 14 de Setembro, arrancou o ano lectivo 2010/2011 em todas as escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico e Jardins-de-infância da rede pública do Município de Valongo. Estamos a falar do quotidiano de 5389 crianças e das suas famílias que com muita ale-gria, excitação e alguma ansiedade à mistura iniciaram novas rotinas com o regresso às aulas. Alguns edifícios escolares foram pela primeira vez ocupados pelas crianças que explo-raram todos os recantos com natural curiosidade. É o caso dos novos Cen-tros Escolares do Valado e da Estação, na freguesia de Valongo, bem como da ampliação da EB1/JI do Barreiro, na freguesia de Alfena. Estes espaços resultam do investimento ao nível do património edifi cado, iniciado pela Câmara Municipal de Valongo em 2007 o que implica necessariamente a sua dotação ao nível de mobiliário, equipamento e material didáctico. Nestas 3 intervenções, o investimen-to ultrapassa os 4 milhões de euros a acrescer aos 6 milhões que se repor-tam ao ano lectivo transacto.No que se refere à Educação Pré-Es-colar, entraram em funcionamento 8 novas salas, estando actualmente enquadradas na rede 1562 crianças verifi cando-se assim um aumento da procura da componente de apoio à família na modalidade prolongamen-to de horário. No presente ano lecti-vo, encontram-se em funcionamento 22 Pólos de Actividades de Animação e Apoio à Família, mais 4 do que no ano anterior, estando abrangidas 471 crianças. Salientamos que pela 1.ª vez foi estabelecido um Acordo de Cola-boração com uma instituição Parti-cular de Solidariedade Social (IPSS), a Associação para o Desenvolvimen-to Integrado da Cidade de Ermesinde (ADICE) que permitiu dar resposta a todas as famílias da freguesia de Va-longo. Nas situações de inexistência de pólo de Actividades de Animação e Apoio à Família em funcionamento nos Jardins-de-Infância (JI), por insufi -ciência de procura, no próprio esta-belecimento, agregam-se crianças de vários JI por pólo, sendo o transporte assegurado pela autarquia durante o calendário escolar. Ainda no âmbito do conceito de es-cola a tempo inteiro, para a popula-ção do 1.º Ciclo do Ensino Básico a Câmara Municipal de Valongo es-tabelece, anualmente, Acordos de Colaboração com os Agrupamentos de Escolas para a implementação do Programa de Generalização das Acti-vidades de Enriquecimento Curricu-lar (AEC).No presente ano lectivo, o programa abrange as 29 escolas da rede escolar do concelho, frequentando as AEC cerca de 3900 alunos do 1 ao 4º ano de escolaridade. O processo de recru-tamento e selecção dos 109 profes-sores para proporcionar a oferta de todas as áreas de enriquecimento da responsabilidade dos Agrupamentos de Escolas: Ensino do Inglês, Ensino da Música e/ou Expressão Musical, Actividade Física e Desportiva, Ex-pressão Plástica, Expressão Dramáti-ca e Ciências Experimentais decorreu de forma a assegurar o arranque das AEC em simultâneo com as activida-des lectivas.Foram ainda organizados os serviços de refeições e de transportes escolares imprescindíveis para o funcionamen-to de todos os estabelecimentos de educação e ensino com toda a nor-malidade.

*Vereadora da Câmara de Valongo, responsável pela Educação e

Acção Social

O MagicValongo está já fortemen-te implantado no conjunto das inicia-tivas anuais de cultura e de lazer or-ganizadas pela Câmara Municipal de Valongo, iniciativa que permite que todos os anos milhares de pessoas, desde afi cionados a simples curiosos, se encantem com a arte da ilusão. Este

ano não foi diferente., antes pelo con-trário. Integrado no programa de acti-vidades, foram apresentados espectá-culos a instituições de carácter social sedeadas no concelhio, iniciativa que visou garantir que a magia chegaria a todos os valonguenses.

Assim, foram apresentadas cinco

sessões, uma por cada freguesia do concelho, designadamente em Sobra-do e Campo no dia 9 de Setembro; e em Ermesinde, Alfena e Valongo no dia 10 de Setembro. Também no dia 10 de Setembro, foi apresentado, junto à Estação de Ermesinde, uma sessão de magia de rua, com acesso gratuito.

Os pontos mais altos aconteceram no fi m-de-semana (17-18 e 19), com espectáculos no Fórum Cultural de Ermesinde e no Vallis Longus (Valon-go).

A fechar houve entrega de pré-mios, pelas mãos do vice-presidente da câmara, João Paulo Baltazar.

A Galeria Museológica do Fórum Cultural de Ermesinde vai receber, entre 1 e 31 de Outubro, uma exposi-ção denominada “Rota do Românico do Vale do Sousa. Uma experiência fundada na História”

A mostra é promovida pela Rota do Românico do Vale do Sousa e pela Fundação A LORD e é constitu-

ída por um conjunto de painéis que enquadram o projecto da Rota do Românico, apresentando uma breve descrição histórica e arquitectónica dos 21 elementos patrimoniais que a integram.

Existe a possibilidade de ser com-plementada por actividades lúdicas/pedagógicas (sujeita a marcação).

...em Valongo

Uma aposta ganha

Por Maria Trindade do Vale*MAGICVALONGO 2010

Um mágico em plena actuação

fotos André Carvalho

João Paulo Baltazar entrega prémios aos participantes do festival de magia

Decorreu no passado fi m-de-semana e pelo 19.º ano consecutivo, o MagicValongo – Festival Internacional de Ilusionis-

mo que, dividido por diversos palcos do concelho, permitiu a todos os munícipes conhecer alguns dos maiores ilusio-

nistas do mundo.

ROTA DO ROMÂNICO DO VALE DO SOUSA EM EXPOSIÇÃO NO FÓRUM DE ERMESINDE

ERMESINDE

7 de Agosto 2010CD

Sociedade

6

Boa pessoa”Máximo Del Carmen Diaz Bambach, para além de ser conhecido e bem conceituado pelo cargo diplomático que dizia desempenhar, era tam-bém badalado pelo seu empenho em se fazer acompanhar por adoles-centes do sexo masculi-no. Dizia-se divorciado mas, ao que parece, era solteiro e tinha como família mais chegada apenas a mãe e uma irmã, ambas residentes na capital chilena e com quem falava amiúde, via internet que acedia num clube da vídeo da cidade de Espinho, cuja clien-tela é maioritariamente jovem.Mulheres amigas “nunca ninguém lhe conheceu” e o seu apartamento só seria frequentado por rapazes, por cuja convi-vência nutriria especial atracção. De resto foi a um desse seus jovens amigos que a Policia Judiciária recorreu para a ���������� �� ������

Dizia-se diplomata mas não

passava de um auxiliar de acção

médica, na reforma, o homem

de nacionalidade chilena que há

dias foi encontrado morto num

apartamento de Espinho, em

circunstâncias que determina-

ram a chamada de inspectores

da brigada de homicídios da

Policia Judiciária do Porto. Ao que

parece, e segundo os resultados

preliminares da autópsia, a morte

terá sido provocada por doença

súbita mas o facto de as autorida-

des terem descoberto fotos com-

prometedoras, de índole sexual,

no apartamento do sul-america-

no, acentuou as suspeitas sobre a

verdadeira origem da morte.

Dava pelo nome de Máximo Del Carmen Diaz Bambach e estava há aproximadamente 7 anos em Portugal, concretamente na cidade de Espinho, localidade escolhida para gozar a re-forma. Nascido há 63 anos em Santiago

Espinho

FALSO DIPLOMATA APARECE MORTO

do Chile, Máximo Bambach dizia-se cônsul do seu país de origem, estatuto que só agora, poucas horas depois da sua morte, se veio a revelar falso. Na realidade não passava de um simples maqueiro reformado da Suíça, país para onde terá emigrado pouco depois da subida de Pinochet ao poder, após o golpe de estado, em Setembro de 1973, que derrubou Salvador Allende.

Em 2004, já reformado, o chileno veio para Portugal e instalou-se no cen-tro da cidade de Espinho, tendo colo-cado na porta do seu apartamento uma placa prateada que o dava como cônsul honorário do seu país de origem.

E foi com graças a esse estatuto diplomático que granjeou prestígio na conhecida cidade da Costa Verde, onde vivia sozinho, solidão amiúde cortada por frequentes amizades com jovens rapazes da região.

O “senhor cônsul”, como era co-nhecido, não era visto desde o meio da semana passada, facto que não suscitou grandes interrogações na vizinhança pois “às vezes viajava”, ex-plicando essas “ausências” com acti-vidades ligadas ao seu alegado cargo diplomático. No entanto, ao final da manha de domingo último, um seu vizinho reparou numa mancha escura que saía por baixo da porta da entrada do apartamento de Máximo. Aproxi-mando-se, ficou com a impressão de que se tratava de “sangue coagulado”. Tocou à porta com insistência mas não obteve resposta pelo que deci-diu ligar para o 112 a quem contou o “achado” e as suspeitas. Rapidamente chegaram os bombeiros e a PSP que, constatando que o que saía do interior do apartamento era, efectivamente, sangue, e após vários apelos em vão, se decidiram pelo arrombamento da porta, tarefa que se revelou impossível pelos fechos de segurança activados do interior. Finalmente os bombeiros conseguiram entrar na habitação atra-vés de uma varanda vizinha. Já no in-terior confirmaram as piores suspeitas:

Rapazes, gatos e outras causas

O falso diplomata vivia só e, aparte as amizades masculinas que cultivava, também lhe era conheci-da uma paixão por gatos. � ������� ���� ������ � facto de partilhar o seu apartamento com três fe-linos, animais que foram agora recolhidos pela Câ-mara Municipal e entre-gues a uma associação de defesa dos animais.No entanto nem sempre a vida do falso cônsul foi assim. Quando se instalou em Espinho começou a frequentar algumas asso-ciações prestigiadas da cidade, designadamente a Cruz Vermelha. Só há relativamente pouco tempo deixou aquela instituição, embora se desconheçam as razões que o levaram a tal.Consta também que era “um mãos largas” quando era solicitado a parti-cipar em causas huma-nitárias. “Nunca dizia que não e era generoso nas dádivas. Era mes-mo uma boa pessoa”,conta alguém que a ele ���� ��������� �� ��� de solidariedade e que desvaloriza uma pretensa inclinação do chileno por jovens do sexo masculi-no.

o locatário estava caído por terra, com a cabeça sobre uma poça de sangue e, pelo estado de decomposição do corpo, concluíram que estaria morto há pelo menos dois dias.

Pelos vestígios, o sangue ter-lhe--ia brotado pelo nariz e boca mas não apresentava nenhum ferimento visível, aparte uma equimose no pescoço.

Fosse como fosse, “e como se trata-va de um diplomata”, a PSP de Espinho chamou a Policia Judiciária do Porto que fez para ali deslocar especialistas de homicídios e elementos do labora-tório da Policia Científica.

E se os primeiros dados recolhidos deixavam concluir por morte natural, sem intervenção de terceiros, já o que descobriram em algumas divisões do apartamento abriu portas a outras conclusões: tratava-se de “muitas fo-tografias” de rapazes, “muitos deles

PJ surpreendida com falso cargoDesde que foi chamada, Policia Judiciária do Porto tratou sempre o assunto com se a vítima fosse um diplomata, não imaginando que fosse ilegítima a placa que estava na porta de entrada do seu apartamento.Apenas na segunda-feira os inspectores se aperceberam do embuste. E isto graças às declarações de Fernando Ayala Gon-zàlez, embaixador (verdadeiro) da República do Chile, que, lamentando publicamente a morte do seu conterrâneo, negou que este alguma vez tivesse ocupado qualquer cargo, deste ou doutro género, em representação do seu país. No que toca às investigações, embora, numa primeira análise, pareça afastada a hipótese de crime, as autoridades deverão continuar a recolha de informações, com vista a perceber algumas das facetas do maqueiro reformado que se dizia diplomata.

nus”, achado que confirmou alguns dados recolhidos na altura em que emprestavam à vítima a “fama de ho-mossexual” que, dizia-se por ali, “foi sempre falada em surdina por ele ser quem era”, ou seja, diplomata, facto que se revelou falso.

Fosse como fosse, os investigado-res estiveram várias horas no interior

do apartamento, tendo descoberto vómitos na casa de banho e um rasto de sangue que vinha dali até à porta de entrada da habitação, local onde o corpo foi descoberto.

O cadáver só foi levado para a morgue do Hospital de Santa Maria da Feira ao final da tarde de domin-go, para ser autopsiado. Os resultados, conhecidos no dia seguinte, concluí-ram por doença súbita, de origem car-díaca, pelo que, por ora, está afastada a hipótese de homicídio.

O corpo Maximo Bambach (MORTO) foi levado para IML, para autópsia

CD 725 de Setembro 2010

De lixeira passou a pulmão do Grande Porto

DOURO

E S P E C I A L | L I P O R

Este suplemento é parte integrante da edição n.º 25 do Jornal Correio do Douro. Não pode ser vendido separadamente

CORREIOdoLIPOR: UMA HISTÓRIA DE ENCANTAR

Quase três décadasdepois de ser ape-

nas a uma enorme e detestada lixeira do Grande Porto, a LIPOR é hoje uma referência, nacional e internacional, no que toca à protec-ção do Ambiente. De “chaga”que ator-mentava milhares de pessoas, de Erme-sinde e Rio Tinto, com cheiros nause-abundos, passou a protectora e educa-dora ambiental. Macedo Vieira, presidente do CA da empresa conta como foi.

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25 de Setembro 2010CD

Especial

8

Rua do Pinhal nº 446 4470-640 Moreira da Maia | Tel: 229436450 Fax: 229436451 | www.mecverambiente.pt

Vários são os momentos que tra-çam e marcam o percurso da LIPOR desde 1982 até à data de hoje.

O crescimento da LIPOR em mui-to se deve à adopção das políticas e orientações nacionais e internacio-nais a nível da gestão dos resíduos, ao investimento na formação do corpo técnico e de gestão, ao envolvimen-to de todos os parceiros numa causa encarada como comum, ao empenho dos Municípios, ao impulsionar a par-ticipação da população e ao acreditar que o “caminho” se traça com base no equilíbrio dos alicerces da susten-tabilidade, com total respeito pelo Ambiente, crescimento económico e fi nanceiro, promovendo políticas de bem-estar e equidade social.

É esta agitação a força que move, diariamente, a Organização LIPOR, que se esforça por responder aos desafi os que se lhe colocam, da forma mais efi ciente, mais optimizada, mais sustentável.

O nosso desafi o é oferecer a mais adequada gestão dos resíduos, enca-rados como recursos, obedecendo a elevados padrões de qualidade, in-vestindo em inovação e nas melhores técnicas disponíveis, assumindo novos compromissos e responsabilidades para com a comunidade e as questões ambientais, agarrando oportunidades e reconhecendo as fraquezas. Acredi-tamos serem estes os factores de dife-renciação que nos permitem caminhar rumo à excelência, à melhoria contí-nua, na perspectiva de criação de valor e como pioneira na capacidade de ge-rar mais-valias para todos os parceiros a médio e longo prazo.

Fazendo uma retrospectiva ao pas-sado, alguns momentos chave no cres-cimento e estratégia da LIPOR mere-cem ser lembrados:

- 1982: Constituição da LIPOR como Associação de Municípios, en-globando os Municípios de Espinho, Gondomar, Maia, Porto e Valongo e Recuperação da antiga fábrica de Er-mesinde;

- 1984: Adesão do Município de Matosinhos à LIPOR;

- 1985: Adesão do Município de Vila do Conde à LIPOR e Melhoria das condições de exploração do Aterro de Ermesinde,

- 1987: Ampliação da Central de Compostagem de Ermesinde;

- 1990: Início das Campanhas de Caracterização dos Resíduos;

- 1994: Elaboração do primeiro Plano Director de Resíduos Sólidos;

- 1995: Projecto “Separar para Va-lorizar” (ecopontos, ecocentros e reco-lha selectiva porta-a-porta);

- 1996: Criação do Gabinete de In-

LIPOR: UMA HISTÓRIA DE ENCANTAR

Quase três décadas depois de ser apenas a uma enorme e detestada lixeira do Grande Porto, a LIPOR é hoje uma referência, nacional e internacio-

nal, no que toca à protecção do Ambiente. De “chaga”que atormentava milhares de pessoas, de Ermesinde e Rio Tinto, com cheiros nauseabundos,

passou a protectora e educadora ambiental. E pelo caminho transformou-se em “Rei Midas”, transformando lixo em dinheiro. Parece e é uma história

de encantar. Quem no-la conta é Macedo Vieira, presidente do Conselho de Administração da LIPOR que, em tempos, odiada por muitos, passou a

imprescindível para todos os que habitam a Área Metropolitana. É o relato de como se faz um futuro melhor.

A LIPOR começou por ser uma imensa lixeira do Grande Porto – então mal afamada e conhecida como FERTOR – e alguns anos volvidos é uma empresa qua-lifi cada por muitos como exemplar, não apenas no tratamento dos resíduos dos municípios que a compõe – do Grande Porto – mas também noutras vertentes, ligadas ao Ambiente, entretanto encetadas. Fale-nos sobre o caminho percorrido até aqui

formação LIPOR;- 1998: Encerramento da lixeira

de Vila do Conde, Lançamento do site www.lipor.pt;

- 1999: Inauguração do Centro de Triagem, adesão do Município da Póvoa de Varzim à LIPOR, Promoção da Exposição “Conhecer o lixo” e En-cerramento do Aterro de Ermesinde, Inicio ao processo de implementação do Sistema Integrado de Gestão da Qualidade e Ambiente no Centro de Triagem;

- 2000: Entrada em funcionamen-to da Central de Valorização Energé-tica (CVE), Lançamento do projecto Ecofone, Elaboração do Plano Estraté-gico para a Gestão Integrada dos Resí-duos Sólidos 2000-2014;

- 2001: Encerramento da antiga fábrica de compostagem, adjudicação da nova Central de Compostagem e Entrada em funcionamento do Aterro Sanitário da Maia;

- 2002: Inauguração da Horta da Formiga – Centro de Compostagem Caseira, Centro de Triagem reconhe-cido como a primeira unidade de tria-gem de resíduos sólidos a ser certifi ca-da em Portugal (ISO 9001:2000 e ISO 14001) e Requalifi cação e expansão das redes de recolha selectiva;

- 2003: Arranque de projectos de Economia Social (Integra) e Início do Projecto Futuro Sustentável – Plano Estratégico do Ambiente do Grande Porto;

- 2004: Extensão da Higiene, Segu-rança e Saúde no Trabalho ao Sistema Integrado (norma OHSAS 18001), Obtenção da certifi cação da CVE e Confi namento Técnico pelas normas ISO 9001:2000 e ISO 14001;

- 2005: Inauguração da Central de Valorização Orgânica, arranque de projectos de recolha selectiva de resí-duos orgânicos, Edição do primeiro Relatório de Sustentabilidade LIPOR;

- 2006: Certifi cação do Centro de Triagem, Central de Valorização Energética e Confi namento Técnico, segundo o referencial normativo OH-SAS 18001/NP 4397, Lançamento da marca NUTRIMAIS e arranque da co-mercialização do composto produzido na Central de Valorização Orgânica, Arranque do projecto Operação Tam-pinhas, Constituição do Eco Clube da Formiga, Desenvolvimento de Polí-ticas de Consumo Sustentável, Cons-tituição da Semente -   Associação de Voluntários LIPOR, Aposta em Pro-jectos de Prevenção da Produção de Resíduos, Lançamento da Campanha “Eu não faz lixo”;

- 2007: Criação do Programa Criar, Implementação de projectos

de Agenda 21 Local em 18 Freguesias dos Municípios Associados da LIPOR, Divulgação do PEA – Plano Estra-tégico para a Gestão Sustentável dos Resíduos Sólidos do Grande Porto, 2007-2016, Programa de Certifi cação de Competências para Colaboradores;

- 2008: Certifi cação do Sistema de Gestão de Responsabilidade Social pela Norma SA 8000;

- 2009: Certifi cação da Central de Valorização Orgânica pelos referen-ciais normativos NP EN ISO 9001, NP EN ISO 14001 e OHSAS 18001; 24º lu-gar no ranking das melhores empresas para trabalhar em Portugal (Exame) – categoria PME;

- 2010: Abertura do Parque Aven-tura - “devolução” ao público do espa-ço que outrora foi um aterro sanitário, 8.º Lugar no Ranking das Melhores Empresas para Trabalhar (EXAME), Concurso público para a construção do novo Aterro Intermunicipal de Laúndos (Légua da Póvoa).

Mas a actuação da LIPOR vai mui-to além da gestão dos resíduos…

De referir as áreas da Prevenção (consiste na implementação de me-didas conducentes à minimização da produção de resíduos e da sua peri-

NATURAL DE BEIRIZ, Póvoa de Varzim, José Macedo Vieira nasceu em 1949, é ���� � ��� ���� � ����� Médico-cirurgião, com o Grau de Assistente Gra-duado, pertence ao Quadro �������� �� ������� �������� �� ��� ��� �� ��������

PRESIDENTE da Câmara �!������ da Póvoa de Varzim desde 1993, é tam-bém Presidente �� "������� �� Administra-ção da LIPOR ����� #$$%� & ���� ��� �'�*cutivo do Con-����� �� ��*ministração da empresa “Águas �� "����� +���/� Vice-Presidente da ��� � �����2��� 6��� � ������ “Metro do Porto, +�/� �� �7� �� ������� � "������� "���!����� � ��!�*dade de Medicina da Universidade do Porto (em representação da 8���:�; � �� <�����!�� de Estudos Superiores ���������� � ������� & ���2�� �� "������� 6��� � ���:� ��� ������ ���!��� = �����2��� � >��?2��� �� %@@@�

CD 925 de Setembro 2010

Especial

CURSO DE COMPOSTA-GEM CASEIRA LIPOR

Terá lugar na FNAC do Nortesho-pping, no próximo dia 29 de Setembro entre as 21h00 e as 22h30, um Curso de Compostagem Caseira, organizado pela Lipor, em colaboração com a FNAC do Norteshopping.Trata-se de uma formação dirigida a todos aqueles que pretendam va-lorizar os seus resíduos orgânicos através da compostagem, transfor-mando-os num adubo natural para as plantas.A compostagem permite ainda con-tribuir para a redução dos resíduos enviados para aterro, com a con-sequente diminuição das emissões de gases com efeito de estufa, e reduzir a contaminação dos solos e dos lençóis de água.Após a frequência deste curso (gratuito), a Lipor oferece um compostor a maiores de 18 anos que residam em habitação com jardim num dos seus municípios associados (Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde).O conteúdo programático deste Curso de Compostagem será o seguinte:

1. Apresentação da Lipor2. A valorização orgânica3. A compostagem caseira: a. Vantagens b. Processo c. Materiais d. Condições ideais e. Escolha do compostor f. Aplicação do composto4. Conclusão

��������������������� � ��participação nesta formação e ter acesso ao compostor (se aplicá-vel), o participante terá que assis-tir à totalidade da formação.

gosidade), da Economia do Carbono e Alterações Climáticas (baseia-se na implementação de iniciativas que permitam a minimizar as emissões de GEE pelas quais a LIPOR é responsá-vel, fruto da sua actividade, e na com-pensação das emissões inevitáveis), da Sensibilização Ambiental (no sentido de informar e sensibilizar a população, promovendo uma série de acções de sensibilização e educação ambiental dirigidas aos mais diversos públicos, com especial incidência na comuni-dade escolar), do Voluntariado (com a criação da SEMENTE – Associação de Voluntários LIPOR, que procura promover o bem-estar social e propi-ciar uma melhor qualidade de vida à comunidade, através da realização de actividades de voluntariado), da Ener-gia (racionalização de consumos, adop-ção de melhores práticas, utilização de combustíveis alternativos, …),   entre outras.

A LIPOR assumiu um compro-misso com a Sustentabilidade e diaria-mente trabalha com os seus parceiros com o intuito de reforçar esse mesmo compromisso. É um percurso que se adivinha longo, mas que olhando para trás, já conta uma história sedimenta-da e da qual muito nos orgulhamos.

Em 1999 a administração avan-çou com um projecto, tido como inovador, para a certificação de um “sistema integrado de gestão de qua-lidade e Ambiente”. Esta iniciativa, disse-se na altura, tinha um objecti-vo mais vasto: o seu “alargamento a toda a organização”. Em que consis-tiu esse “sistema integrado”, quais as suas implicações na dinâmica da em-presa? Lograram o seu “alargamen-to” às outras actividades da LIPOR?

No final do ano 1999, a Lipor ini-

ciou um processo de certificação inte-grado de Qualidade e Ambiente pelas normas internacionais ISO 9001 e ISO 14001, no seu Centro de Triagem. À data actual, a Lipor tem implementa-do e certificado por organismo exter-no independente, um Sistema Integra-do de Gestão da Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde, pelas normas in-ternacionais ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001, nos seguintes âmbitos: Triagem de Resíduos Sólidos prove-nientes de recolha selectiva, Gestão da Central de Valorização Energética e do Confinamento Técnico, Recolha de Resíduos Orgânicos, Triagem de Resíduos Verdes, Gestão da Central de Valorização Orgânica e Comercializa-ção de Composto.

Na área da Responsabilidade So-cial, a Lipor tem em todos os seus domínios de actuação, implementada a norma internacional, SA 8000 e este sistema de gestão está certificado por organismo interno independente des-de Dezembro de 2008.

Com a implementação de todos estes referenciais internacionais, a Lipor iniciou um processo de pensa-mento de gestão baseado na melhoria contínua do desempenho e assumiu publicamente o compromisso de que fazer com qualidade, em segurança e em pleno respeito pelo ambiente é uma das suas políticas de gestão.

Com a implementação de to-dos estes referenciais internacionais, verificou-se uma sistematização dos procedimentos internos, com vista a garantir produtos e serviços que cum-pram com os requisitos de qualidade do serviço que prestamos e dos pro-dutos que dispomos e que garantem as necessidades e a elevada satisfação dos nossos clientes. As práticas e pro-cedimentos instituídos trouxeram-nos maior controlo na realização dos pro-

cessos e actividades e uma consequen-te diminuição de falhas e de risco.

Ao nível ambiental e da seguran-ça e saúde, com a implementação das normas e consequente certificação ex-terna comprovamos o cumprimento dos nossos compromissos de melho-ria contínua na protecção e defesa do ambiente e na prevenção e segurança dos nossos colaboradores, visitantes e subcontratados. Cumprimos total-mente com a legislação aplicável e pe-riodicamente realizamos diversas mo-nitorizações ambientais, de segurança e higiene, em vários descritores e nos vários domínios de actividades.

Apostamos e investimos na sen-sibilização e formação dos nossos co-laboradores e demais parceiros para melhores práticas.

Mantemos a Lipor num bom lugar para se trabalhar e continuamos a con-tribuir para um desenvolvimento eco-nómico sustentável, trabalhando com os colaboradores, as suas famílias, a comunidade local e a sociedade como um todo, para melhorar a sua qualida-de de vida.

Além da recolha e tratamento de resíduos, a LIPOR tem apostado na educação ambiental, na reciclagem, na valorização energética, na valorização orgânica, na recuperação ambiental, etc.

Para tudo isto é preciso dinheiro. Como se financia a LIPOR?

A actividade da LIPOR assenta na Valorização e tratamento dos resíduos produzidos nos Municípios Associa-dos. Neste sentido e de acordo com o tipo do resíduo o processo de valori-zação/tratamento pode ser diferente, bem como a receita associada.

No que se refere aos resíduos re-cicláveis separados pelos Munícipes e colocados nos ecopontos e ecocen-tros estes são, depois de devidamente triados, vendidos a Sociedade Ponto Verde o que dá origem a uma receita, que actualmente já representa 20% do nosso Volume de Negócios.

Os resíduos putrescíveis recolhi-dos selectivamente ou com origem em grandes produtores como cantinas, mercados e outros, são transformados na nossa Central de Valorização Or-gânica num correctivo orgânico 100% natural, que depois é comercializado sob a marca Nutrimais, sendo que ac-tualmente esta receita representa 1,5% do Volume de Negócios.

Os resíduos Indiferenciados (não separados pelos cidadãos) são direc-cionados para a Central de Valoriza-ção Energética sendo assim aprovei-tado o seu potencial calorífico o que neste caso resulta numa receita resul-tante da venda da energia eléctrica e na aplicação de uma tarifa às Câmaras Municipais, representando 73% do Volume de Negócios.

Como vimos é fundamental a nos-sa actividade a participação activa dos cidadãos e por isso a importância as-sumida pela Educação Ambiental no nosso projecto e o seu custo interna-lizado nas nossas Operações.

Nos Grandes investimentos re-alizados, relativamente a fábricas e outras infra-estruturas de apoio, a

LIPOR tem contado sempre com o fi-nanciamento do Fundo de Coesão, do Banco Europeu de Investimentos e das Câmaras Municipais.

Atendendo à importância cres-cente do Ambiente na vida das pesso-as, tornando-o um dos sectores mais apelativos para o mundo empresarial, o facto de a empresa ser “apenas” uma associação de municípios não lhe res-tringe o espaço de manobra?

O facto de ser uma Associação de Municípios não tem impedido a Orga-nização de crescer de modo sustentá-vel. Hoje, somos uma Organização de referência nacional e internacional ao nível da valorização de resíduos, mas também ao nível da gestão e respon-sabilidade social. A LIPOR e os seus Municípios associados têm pautado pela implementação de um modelo de gestão tendo sempre em vista o equilíbrio da Organização. A titulo de exemplo a LIPOR foi classificada pela Revista Exame no ranking das melho-res médias empresas para trabalhar com a nota final de 76,13%, o que ori-ginou um honroso 8.º lugar.

A Lipor considera que o seu Pro-jecto não está esgotado, estando a Organização disponivel para novos e importantes desafios, no domínio energético, no domínio da consulta-doria e apoio a projectos, no domínio da aplicação de I&D à produção de novos bens e produtos, entre outras áreas.

É expectável a entrada de mais municípios para a LIPOR

Neste momento a nossa focali-zação é na partilha de Instalações e Equipamentos, muito mais do que no aumento de associados.

Uma empresa com este trajecto não costuma parar. Até onde quer ir a LIPOR?

Que projectos tem para o futuro?

A LIPOR no seu Plano Estraté-gico para a Gestão Sustentável dos Resíduos Sólidos Urbanos tem defi-nido os objectivos e as grandes linhas estratégicas da Organização para o horizonte temporal 2007-2016. No cumprimento das exigências nacio-nais e comunitárias para o sector dos resíduos o Plano define como prin-cipais objectivos a prevenção e mi-nimização da produção de resíduos; o intensificar da recolha selectiva de materiais, potenciando deste modo os quantitativos de reciclagem, reduzir o quantitativo de resíduos recolhidos indiferenciadamente e a sustentabi-lidade ambiental, económica e social da Organização.

O nosso grande objectivo será, sempre, mantermo-nos como uma organização auto-suficiente, asse-gurando os investimentos em infra--estruturas, em recursos humanos cada vez mais qualificados, e garan-tir a nossa continuidade como uma organização de referência na área da gestão de resíduos.

O Plano Estratégico da LIPOR está disponível para consulta no site www.lipor.pt

FNAC NORTESHOPPING

25 de Setembro 2010CD

Especial

10

Estamos a crescer...A Bompiso, SA investiu num novo espaço e está agora em

processo de remodelação para ir de encontro ao que é hoje

a sua missão:

“Promover a mobilidade em segurança do SEU automóvel”

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Ermesinde Baguim do Monte ���"��� '(����������)� 229 759 463 �)� 229 759 464 *� +++�(�����������

CD 1125 de Setembro 2010

Regional

PUB

A Câmara Municipal efec-tuou uma curta visita a algumas turmas do 1.º Ciclo do Ensino Básico – do 1.º ao 4.º ano – do concelho, na abertura do novo ano escolar. Ao todo, o número de crianças deste nível de ensino perfaz cerca de 2500 alunos.

A delegação municipal – composta pelo presidente da au-tarquia, Dr. Inácio Ribeiro, pelo vice-presidente e vereador da Educação, Dr. João Sousa, e pela vereadora da Cultura, Dra. Car-la Meireles – deu as boas-vindas aos alunos, desejando-lhes os maiores êxitos escolares. Os au-tarcas aproveitaram o momento para entregarem os manuais que a Câmara ofereceu a cerca de 2 mil crianças, tantas quantas fo-

ram contempladas pela Acção Social e Escolar resultante do alargamento de apoio às famílias com baixos rendimentos, que a autarquia implementou recente-mente, em 2010, e com efeitos a partir deste ano. A Câmara tem como objectivo alargar este im-portante apoio, gradualmente, nos próximos anos, aos alunos de outros escalões de ensino. Entretanto, foi deliberado na última reunião de Câmara a ex-tensão do prazo de candidatura aos manuais escolares até 30 de Setembro.

Na referida visita, a autar-quia entregou a todos os alunos, sem excepção, um conjunto de materiais – Kit –, como incenti-vo escolar.

Foram assinados recen-

temente os protocolos

de apoio à requalificação

dos recursos hídricos. Os

apoios destinam-se a 12

municípios – entre eles

Gondomar. A verba des-

tinada ao Concelho de

Gondomar ultrapassa os

300 mil euros, valor a ser

aplicado em intervenções

de recuperação e requali-

ficação do rio Tinto.

A cerimónia, realizada

na Alfândega do Porto,

contou com as presenças

da Ministra do Ambiente

e do Ordenamento do

Território, Dulce Pássaro,

bem como do Presidente

da Câmara de Gondomar,

Maj. Valentim Loureiro.

A direcção da Escola EB 2,3 de Nevogilde, Lousada, uma das duas escolas portuguesas esco-lhidas pela Microsoft para inte-grar o Programa Mundial das Escolas Inovadoras, considera que esta distinção vai permitir trocar experiências tecnológicas com outros estabelecimentos de ensino.

“Esta distinção vem no se-guimento do que aconteceu no ano passado, no qual consegui-mos uma menção honrosa e, por isso, estivemos representados em Amesterdão. Este ano, vamos à África do Sul partilhar os nossos conhecimentos com escolas a ní-vel mundial”, explicou a directo-ra da escola, Luísa Lopes.

O Programa Escolas Ino-vadoras insere-se no Parceiros na Educação, um programa da Microsoft presente em 114 pa-íses que tem por objectivo fun-damental apoiar as políticas dos Governos no sentido de promo-

Populares do Torrão, no Mar-co de Canaveses, vão oferecer na próxima semana doces regionais e vinho verde ao presidente da EDP, António Mexia, procuran-do sensibilizá-lo para a necessi-dade de electrificação da ponte Duarte Pacheco, sobre o rio Tâ-mega, disse o presidente da junta de freguesia.

“Vamos oferecer o que de melhor há na nossa freguesia. Esperamos que o senhor presi-dente da EDP seja sensível ao nosso pedido de ajuda, porque é de interesse público”, adiantou Manuel Lopes.

A iniciativa partiu da Jun-ta de Freguesia do Torrão e tem sido apoiada pela população lo-cal, que reclama, há vários anos, a colocação de iluminação pública na ponte que liga os concelhos do Marco de Canaveses e Penafiel, na zona de Entre-os-Rios.

A ponte Duarte Pacheco, to-talmente construída em granito e inaugurada em 1941, chegou a ter luz pública, mas há cerca de 30 anos a iluminação deixou de funcionar.

“A ponte é histórica, mas está abandonada. Há dois anos foi preciso um abaixo-assinado para se conseguir pôr um pavi-mento novo na estrada, que esta-va muito degradado”, lamentou--se o autarca.

O presidente da Junta alerta

para o que considera ser “a iro-nia” de não haver luz na ponte e poucos quilómetros a montante funcionar a barragem do Torrão, que adoptou o nome da fregue-sia, onde a EDP produz energia eléctrica.

O autarca recordou também que nas proximidades desta pon-te existem outras duas - Ponte Hintze Ribeiro e do IC35 - estas sobre o rio Douro, que “estão carregadas de luz”.

O presidente do Conselho de Administração da EDP vai re-ceber via postal uma caixa com doces regionais, incluindo pão--de-ló, cavacas e biscoitos, vinho verde e até uma miniatura de um barco rabelo.

Com os produtos, que são oferta de comerciantes da zona, vão seguir fotografias da ponte e uma exposição com os argumen-tos da população.

Manuel Lopes lembra que já foram feitos vários apelos às en-tidades oficiais, mas diz acreditar que desta vez António Mexia “vai ser sensível aos pedidos do povo do Torrão e freguesias vizinhas, até porque”, sublinhou, “a jun-ta tem uma boa relação com a EDP”.

O autarca lembrou que há dois anos aquela empresa até ofereceu 10 computadores que foram instalados na escola da fre-guesia.

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Marco de Canaveses

POPULAÇÃO DO TORRÃO QUER QUE EDP ELECTRIFIQUE A PONTE

Apoios formalizados para o rio Tinto

VALENTIM LOUREIRO ASSINOU PROTOCOLO COM MINISTRA DO AMBIENTE

Os protocolos assinados vi-sam, primordialmente, requa-lificar os recursos hídricos da região. A Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território, Dulce Pássaro, formalizou esta parceria entre a administração

central e local (ao atribuir cerca de 750 mil euros a 12 municí-pios) com vista a serem garanti-dos os recursos hídricos na zona litoral e no interior da Região Norte.

A formalização dos protoco-

los abarca as autarquias de Ama-res, Braga, Bragança, Gondomar, Guimarães, Macedo de Cavalei-ros, Paços de Ferreira, Penafiel, Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.

O objectivo aponta para a intervenção em zonas reconhe-cidas como necessárias e ur-gentes, sendo realçado que essa intervenção deve permitir, com eficiência, cumprir os objectivos de conservação e protecção dos recursos hídricos.

No caso específico de Gon-domar, será levado a cabo um conjunto de acções no sentido de reabilitar o rio Tinto. O in-vestimento total desta obra é de cerca de 305 mil euros. O valor protocolado directamente com a Câmara Municipal de Gondomar ronda os 106 mil euros – aos quais se somam parcelas idênticas para a empresa “Águas de Gondomar” e para a Administração da Região Hidrográfica do Norte.

Lousada

ESCOLA APROVEITA DISTINÇÃO DA MICROSOFT PARA TROCAR EXPERIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

Segundo a docente da Esco-la EB 2,3 de Nevogilde, toda a comunidade escolar está entu-siasmada com a possibilidade de poder mostrar a escolas de todo o mundo o que se tem feito em Nevogilde e também observar outros projectos de sucesso.

“Vai ser uma troca de expe-riências motivadora”, observou.

Nos últimos anos, este esta-belecimento de ensino, que lec-ciona até ao nono ano de esco-laridade, tem-se empenhado na inovação tecnológica, apostando em projectos que entusiasmam alunos e professores, nomeada-mente uma rádio e uma televisão com transmissão na internet, uma aplicação com um livro de ponto digital e um portal digital com informação institucional da escola e dados de carácter peda-gógico.

Segundo a professora, o por-tal tem informação útil, incluindo o percurso escolar de cada aluno que os encarregados de educação podem acompanhar.

“Este não é um projecto indi-vidual, tem de ser a escola toda. É uma aposta com o empenho de toda a gente”, vincou Luísa Lopes.

ver a utilização das tecnologias de informação e comunicação no ensino.

Além da escola de Lousada, foi distinguida a Escola Secundá-ria de Lagoa, nos Açores.

FELGUEIRAS

CÂMARA OFERECEU MANUAIS

7 de Agosto 2010CD

Valongo

12

Dia de festa

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- O. Queirós com Miguel Pereira (fotos)

Custou perto de 2 milhões de euros, é simples, bonito, moderno e prático. E por isso responde efi-cazmente a um anseio com muitos anos dos amantes e praticantes do desporto. Falámos do Estádio Mu-

nicipal de Valongo, inaugurado no último sábado, sob o olhar e aplauso sincero de centenas de valonguen-ses.

O último sábado foi um dia de fes-ta para as gentes de Valongo que vi-

VALONGO JÁ TEM ESTÁDIO MUNICIPA

ram, finalmente, de pé e pronto a ser utilizado, o Estádio Municipal.

Inaugurado pelo presidente da Câmara, Fernando Melo, a nova es-trutura é a prova do empenho da au-tarquia no Desporto.

Não é uma obra faraónica, como aquelas a que nos habituaram alguns políticos e dirigentes desportivos, e que – invariavelmente, ou não es-tivéssemos nós em Portugal – vê o preço original a ser ultrapassados em percentagens com três dígitos. Não. O estádio de Valongo é despretensioso e bonito, muito bonito, graças a um projecto do arquitecto João Paulo, onde predominam materiais, como a

ardósia, que deram nobreza a Valon-go.

MAIS VALE TARDE…

Na sua intervenção, Fernando Melo desculpou-se pela “espera” im-posta aos valonguenses – 12 anos – que explicou com investimentos noutras áreas e estruturas, vitais para o desenvolvimento sustentado de um concelho que durante décadas esteve na cauda da Área Metropolitana.

Mas, “mais vale tarde que nunca”, como salientou, atalhando com o convi-te aos munícipes a “usufruir desta obra, pois é essa a única forma de a preser-

var”. Ainda no uso da palavra, o presi-dente da Câmara não deixou de elogiar o empenho de dois dos seus vereadores, Arnaldo Soares e João Paulo Baltazar (vice-presidente), para que o estádio fosse uma realidade em poucos meses.

A seguir falou o presidente do Va-longuense, Fernando Coelho (‘Raínha’) que, visivelmente emocionado, conside-rou “este dia” como o da “concretização de um sonho de 12 anos”, salientando a “máxima importância” do estádio não apenas para o clube a que preside mas sobretudo para “todos os jovens do concelho”que a partir de agora têm condições optimizadas para a prática desportiva.

Ermesinde é o próximo

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CD 1325 de Setembro 2010

Valongo

AL

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ASSINATURA

6 MESES --- 15 €

1 ANO ------- 30 €

(Assinale a sua escolha)

Junto cheque nº do banco

Nome

Morada

Cód. Postal Localidade

Telef.: email

Importante: Deve o cheque ser endereçado a: «Condor Publicações, Lda.»

Rua Dr. João A. Vale, 78 - Estab. D - 4440-644 VALONGO

Amigo do ambiente

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25 de Setembro 2010CD

Regional

14

No âmbito das comemorações do centenário da república em parceria com a Movijovem, o Município de Alijó nos dias 14, 15 e 16 de Setembro recebeu cer-ca de 100 jovens com idades compreen-didas entre os 18 e os 30 anos de diversos locais do país. Estes grupos após terem chegado à estação do Pinhão desloca-ram-se até à sede do concelho (Alijó), onde permaneceram alojados durante os três dias na pousada da juventude. Di-versas animações socioculturais foram proporcionadas nomeadamente pelos

grupos de Teatro de Favaios e de Vila Real respectivamente “OFITEFA”, com a interpretação da peça “Sopas de Cavalo Cansado” e “FILANDORRA”, com a in-terpretação da peça “O Canto da Maria Parda”.

No dia 15 de Setembro iniciou-se a visita cultural propriamente dita com ca-rácter histórico e arqueológico em torno dos mais belos elementos patrimoniais exumados no concelho de Alijó. Este grupo teve assim oportunidade de visitar o Santuário do Sr. de Perafita que remon-

ta ao séc. XVIII, o Castro do Pópulo do período da Proto-História e por fim o Monumento Megalítico da Anta da Fon-te Coberta cronologicamente inserido na Pré-História Recente. Da parte da tarde houve ainda tempo para visitar a “Eno-teca – Quinta da Avessada” localizada na freguesia de Favaios. Foi assim dado a conhecer um pouco do Douro Patrimó-nio Mundial, situado no coração da Vila de Favaios, assim como a manufactura do moscatel desde o tempo passado até aos dias de hoje.

Foi aprovada, por unanimidade, em reunião do executivo uma propos-ta do presidente Manuel Martins, de atribuição da Medalha de Mérito Municipal, grau Ouro, à Associação Nacional de Sargentos pelo seu papel na revolução republicana. “A Câmara Municipal de Vila Real, no momento em que se celebra o Centenário da República, entende dever recordar o papel dos sargen-tos republicanos do Regimento de Infantaria 13, no que respeita ao seu envolvimento na preparação da re-volução republicana e à forma como coadjuvaram os líderes revolucioná-rios, propagandearam as ideias da República e defenderam o regime implantado em 1910, e distinguir a Associação Nacional de Sargen-tos, como depositária da herança histórica da classe, pelos serviços prestados por esta à República e particularmente ao movimento que conduziu à sua implantação.Em face do exposto, deve ser atribuí-da à Associação Nacional de Sargen-tos a Medalha de Mérito Municipal, grau Ouro.”Recorde-se que o Município de Vila Real preparou um programa de co-memoração da efeméride, entre os dias 3 e 5 de Outubro, que pode ser consultado em www.cm-vilareal.pt

A direcção da Casa do Douro pediu na terça-feira ajuda à Comissão Parla-mentar de Agricultura para encontrar uma solução para a situação económica da instituição de modo a saldar as suas dívidas e a assegurar os salários dos tra-balhadores.

«Estamos aqui porque a situação é aflitiva e tem de ser resolvida”, disse o presidente da Casa do Douro aos de-putados, acrescentando que “parece que a estratégia de asfixia financeira que começou em 1985 chegou ao último de-grau”.

Manuel António dos Santos lembrou que a Casa do Douro atravessa “uma grande crise” há muitos anos, tendo--se endividado sucessivamente junto da banca.

“Se a Casa do Douro continuar com este passivo não tem futuro”, afirmou o presidente da instituição.

Manuel dos Santos reafirmou a dis-ponibilidade da sua direcção para ne-gociar com o Governo uma solução que salvaguarde os interesses de 40 mil vini-cultores.

“Queremos ser parte da solução e não ser apenas parte do problema”, dis-se aos deputados, garantindo que a Casa do Douro quer pagar as suas dívidas e isso “só será possível com a venda do vinho”.

O dirigente queixou-se da retirada de competências à instituição e da desvalori-zação do preço do vinho, que tem levado à quebra de receitas que resultou no au-mento da dívida e nos salários em atraso.

“Se nos asfixiaram, não temos recei-tas para manter os postos de trabalho.

A Cooperativa Agrícola de Vila Real quer promover o consumo de carne de bovino de raça maronesa, de origem protegida e que sofreu um decréscimo de vendas de 30 por cento desde 2007, anunciou a organização.

Os cerca de 1500 produtores de car-ne maronesa existentes na região estão reunidos no Agrupamento de Produ-tores de Carne Maronesa, que integra a Cooperativa Agrícola de Vila Real.

A base geográfica da exploração des-ta raça bovina engloba as regiões natu-rais das serras do Alvão e do Marão, o vale da Campeã, a veiga de Vila Pouca de Aguiar e a Padrela, num total de 14 con-celhos e 300 freguesias.

Depois de uma quebra de 30 por cento no volume de negócios, que ocor-reu desde 2007, a cooperativa quer atin-gir este ano as 1.800 carcaças vendidas.

Para o efeito, a instituição anun-ciou em comunicado, um projecto de promoção e divulgação deste produto, chamando a atenção para a “qualidade” desta carne certificada e para os pontos de venda autorizados e controlados.

O presidente da instituição, Joaquim Costa, fala em “dificuldades em escoar o produto”, que é vendido na sua quase totalidade directamente ao consumidor e a restaurantes de gama alta da região.

Outras carnes com denominação de origem protegida têm o seu mercado fundamentalmente assente nas grandes superfícies.

“Como não conseguimos comercia-lizar toda a produção, os agricultores

acabam por vender o quilo de carne mais barata (um ou dois euros) em relação ao que a cooperativa paga. Desta forma o próprio agricultor sai prejudicado”, refe-riu Joaquim Costa.

O produto comercializado com a marca Carne Maronesa – DOP apresen-ta-se num mercado em meias carcaças ou desmanchada em porções específicas embaladas a vácuo e pode ser adquirido nas próprias instalações da cooperativa, em Vila Real.

“Neste local o consumidor tem 100 por cento de garantia de que está a com-prar um produto certificado e de má-xima qualidade, pois todo o processo (desde o nascimento, criação, recolha, abate e embalagem) segue as normas da segurança alimentar e conservação da qualidade”, salientou o responsável.

O gado maronês, que há mais de mil anos se encontra na região compreendi-da entre as serras do Alvão, Marão e da Padrela, era um animal selvagem ibérico que dadas as suas características fisioló-gicas foi domesticado pelo homem para o trabalho agrícola.

É um animal típico de zonas de mon-tanha, onde os invernos são rigorosos e longos, com plantação em minifúndios e regiões onde é difícil a mecanização agrícola.

A criação destes animais destaca-se por ter um modo de produção amigo do ambiente e a dieta dos animais adultos é constituída por produtos cultivados, er-vas e arbustos naturais dos terrenos bal-dios ou prados privados.

Centenário da RepúblicaVila Real homenageia Sargentos republicanos

Casa do Douro

DIRECÇÃO FOI AO PARLAMENTO PEDIR SOLUÇÃO PARA SITUAÇÃO ECONÓMICA

Lamentamos profundamente esta situa-ção”, disse aos deputados.

A audiência parlamentar foi solici-tada pela direcção presidida por Manuel António Santos e ocorreu uma semana depois de uma greve dos trabalhadores da Casa do Douro em protesto contra os salários em atraso.

A proposta do Governo para a regu-larização da dívida de 110 milhões de eu-ros, que pressupõe a entrega dos vinhos da Casa do Douro ao Estado, foi também referida na audição parlamentar, tendo os deputados da oposição criticado a falta de uma solução definitiva para o problema.

No final da reunião, o presidente da Casa do Douro disse aos jornalistas que a direcção da instituição “desde Dezembro de 2009 tem procurado contribuir para uma solução equilibrada que sirva a re-gião e esteja dentro das possibilidades do país”.

Segundo Manuel António Santos, o ministro da Agricultura definiu, nessa al-tura, um conjunto de princípios e objecti-vos com os quais estava de acordo.

“Mas, ao longo dos últimos meses, a postura do Governo mudou e a sua últi-ma proposta é de difícil aceitação, pois os objectivos iniciais não estão lá”, disse.

O presidente da instituição defendeu que o património da Casa do Douro tem de ser valorizado para que as dívidas pos-sam ser pagas.

“Desde que o vinho tenha um valor razoável tudo se resolverá”, afirmou Ma-nuel António Santos, acrescentando que “vale a pena prosseguir as negociações” com o Governo para chegar a uma solu-ção final.

INTRA-RAIL 2010 RTP

PASSOU POR ALIJÓCOOPERATIVA QUER PROMOVER CARNE MARONESA

CD 1525 de Setembro 2010

Sociedade

Por Manuel Poças

2010 é o Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social.

As profundas desigualdades na dis-tribuição da riqueza no mundo atingi-ram actualmente proporções verdadei-ramente chocantes

Em Portugal, os dados do último Inquérito às Condições de Vida e Ren-dimento, realizado em 2008, são igual-mente assustadores: 18% da população corre risco de pobreza e entre os idosos o risco é ainda maior (22%). Entre as crianças, a situação é ainda mais grave: 23% estão em risco. E há ainda um nú-mero elevado de pessoas que, mesmo tendo trabalho, vive no limiar da po-breza. Quem o afirma é Helena André, ministra do Trabalho e da Solidariedade.

Segundo dados do Relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, a tendên-cia é que o número de pobres aumente até 2015, podendo ser ultrapassado o número de 420 milhões de pessoas vi-vendo abaixo da linha da pobreza.

Os números não param de crescer ultrapassando actualmente os 310 mi-lhões de pessoas pobres no mundo.

Estima-se que nos últimos 30 anos tenha duplicado o número de pessoas, nos países menos desenvolvidos que vi-vem com menos de 1 dólar diário, de tal modo que, em algumas regiões, princi-palmente na África, parte da população dispõe de menos de 50 cêntimos de con-sumo diário, enquanto nalguns países mais desenvolvidos, o rendimento dis-ponível, per capita, chega a atingir os 60 euros, o que dá bem para perceber a má distribuição da riqueza…

Porém, as ajudas dos países mais ricos aos mais pobres são uma gota de água no Oceano, cifrando-se 0,22 por cento do seu PIB. O mais grave é todavia os subsídios que atribuem às suas em-presas para exportarem e barreiras co-merciais que levam aos produtos oriun-dos dos países mais pobres não serem comercializados.

O desequilíbrio de meios sufoca completamente as economias mais po-bres. (Banco Mundial, Abril de 2003).

Perante este quadro, calcula-se que mais de mil milhões de pessoas, em todo o mundo, na sua maioria mulheres e crianças, sejam vítimas crónicas ou de grave subnutrição, nos países em vias de desenvolvimento.

A subnutrição crónica, não conduz apenas à morte física, mas implica fre-quentemente mal formações graves, no-meadamente a falta de desenvolvimento das células cerebrais nos bebés, e ceguei-ra por falta de vitamina A.

Todos os anos, dezenas de milhões de mães gravemente subnutridas dão à luz dezenas de milhões de bebés igual-mente ameaçados.

Em especial o continente africano, devastado por secas, cheias e guerras civis, mergulhou em profunda crise, da qual não se vislumbra o fim.

Em países com a Etiópia, Eritreia, Somália, Sudão, Quénia, Uganda, Zâm-bia, Malawi, Zimbabué, Guiné Bissau e outros, a fome continua a matar milhões.

E mesmo depois de terminados os conflitos, o terror mantém-se em muitas zonas rurais onde as minas e munições não explodidas continuam a ser um en-trave à reconstrução das comunidades rurais.

Mesmo em Angola e Moçambique, apesar de ter terminado a guerra, a situ-ação continua a ser trágica.

ANO EUROPEU DE COMBATE À POBREZA E EXCLUÃO SOCIAL

POBREZA E FOME EM PORTUGAL E NO MUNDO

Na América Latina e Caraíbas, es-tima-se que mais de 50% da população passe fome…

Na Ásia a situação é particularmente grave no Afeganistão, mas não deixa de ser preocupante em países como Coreia do Norte, Mongólia, Arménia, Geórgia, Tajiquistão, etc.

FOME É CAUSA DE MORTE NO MUNDO A CADA SEIS SEGUNDOS.

Existem, actualmente, 1,02 mil mi-lhões de pessoas subnutridas no Mun-do, o que significa que uma por cada seis não tem alimentação suficiente para ser saudável e manter uma vida activa. E, em cada seis segundos, uma criança morre por causa da fome ou de doenças relacionadas.

Os números são do Programa Ali-mentar Mundial, que alerta para o facto de a fome e a subnutrição serem o fac-tor “número um” de risco para a saú-de. Aliás, a fome “mata, em cada ano, mais pessoas do que a sida, a malária e a tuberculose juntas”. E, dos cerca de mil milhões de pessoas que passam fome todos os dias, a maioria são mulheres e crianças.

Os números mais recentes mostram que 65% da fome mundial está localiza-da em sete países: Índia, China, Repúbli-ca Democrática do Congo, Bangladesh, Indonésia, Paquistão e Etiópia.

Mais de 70% dos 146 milhões de crianças com peso a menos com idade inferior a 5 anos vivem em apenas dez países, mais de metade dos quais do Su-doeste asiático. Nos países desenvolvi-dos, morrem, a cada ano, 10,9 milhões de crianças com menos de 5 anos.

Subnutrição e as doenças relaciona-

das com a fome causam 60% das mortes. A pobreza e a fome são geradoras de gra-ves conflitos sociais em todo o mundo.

O esbanjamento de recursos nos países mais ricos está a conduzir a hu-manidade para a sua própria extinção. Como refere Peter Singer, bastava que nestes países, se deixassem de alimentar os animais domésticos à base de cereais e de soja, e estes alimentos fossem dis-tribuídos pelos necessitados, para se pôr fim à fome no mundo.

FOME EM PORTUGAL

Engana-se quem pensa que a fome é apenas um problema de outros países e que não há fome em Portugal

Responsáveis de organizações hu-manitárias portuguesas prevêem no fu-turo próximo um quadro de fome em Portugal ainda mais grave do que o actu-al devido à subida em curso dos preços dos principais bens alimentares, noticia a agência Lusa.

“A situação é preocupante”, alerta Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa de Bancos Alimentares Con-tra a Fome, cuja organização no ano passado ajudou mais de 232 mil pessoas carenciadas em todo o país.

Esta responsável apela, por outro lado, à “serenidade” para “evitar cor-ridas ao mercados” e à acumulação de bens alimentares que tem como con-sequência fazer disparar ainda mais os preços.

Isabel Jonet destaca entre os dife-rentes cenários de pobreza aquele que é constituído pelos idosos, que além da alimentação têm ainda um grande en-cargo com medicamentos.

“Como não podem deixar de tomar os medicamentos, acabam por comer

menos”, o que acaba por os colocar no grupo cada vez maior da população portuguesa que necessita de ajuda ali-mentar, sustenta a mulher que lidera a estrutura constituída por 13 bancos ali-mentares que recolhem bens doados e os distribuem através de instituições de solidariedade.

Salienta ainda o aumento de pedidos de auxílio vindos de pessoas que têm emprego, mas cujo salário já não lhes chega para pagar as despesas correntes.

Segundo o presidente da Assistên-cia Médica Internacional (AMI), uma estrutura que em Portugal apoiou mais de sete mil pessoas em 2007 através dos oito centros Porta Amiga que tem nos principais centros urbanos do país, “As pessoas estão com a corda ao pescoço”, afirma.

Em declarações à agência Lusa, Fer-nando Nobre, Presidente desta ONG e candidato à Presidência da República, atribui esse facto ao endividamento das pessoas, “aliciadas pelos bancos”, o que teve como consequência o “empobreci-mento da classe média”.

Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística em Outubro de 2007 calculavam em dois milhões o número de pobres em Portugal, o que equivale a um terço da população entre os 16 e os 64 anos.

Infelizmente esse número aumentou nos últimos anos.

Os números da AMI, indicam que 85 por cento das pessoas que recorrem à organização vão à procura de ajuda alimentar e, dessas, 90 por cento dizem que o fazem por razões financeiras, disse Fernando Nobre.

O médico que dirige a organização, presente já em mais de 40 países de todo o Mundo, considera que a questão só se

resolve com a participação de toda a so-ciedade, desde os indivíduos até às insti-tuições e às empresas.

“Apelo a toda a sociedade para que não caia no facilitismo dos lucros”, afir-ma, salientando o papel das empresas, de quem reivindica mais responsabilidade social.

A situação agravou-se, nos últimos dias, a ponto de a AMI, que distribui anualmente alimentos a mais de nove mil pessoas em Portugal, não ter comida sufi-ciente para responder a todos os pedidos de ajuda de famílias carenciadas, uma si-tuação recorrente e que se tem agravado com o aumento da procura

“Só tornando a questão [da pobreza] uma causa nacional é que se pode inver-ter a situação”, insiste Fernando Nobre.

De acordo com um inquérito ali-mentar recentemente realizado, a Deco revelou que existem pelo menos 40 mil idosos em Portugal sem dinheiro para comer e que o custo dos alimentos é uma das razões para estas pessoas não consu-mirem alimentos mais saudáveis.

Perante este cenário, também Valon-go não é excepção.

Na freguesia, a Associação Para o Desenvolvimento de Susão, em colabo-ração com o Banco Alimentar e AMI (Programa Comunitário de Ajuda Ali-mentar a Carenciados) presta ajuda ali-mentar a cerca de 250 famílias.

E como diz o ditado, “numa casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.”

Com o desemprego e os preços a aumentarem, a economia estagnada, o aumento dos impostos e os cortes orça-mentais, chegamos a uma triste conclu-são: todos vão ralhando, o país vai-se afundando e fosso entre ricos e pobres é cada vez maior.

25 de Setembro 2010CD

Última

16

Esta edição do Correio do Douro tem a Lipor como tema de destaque. Atendendo a que fui Administrador da Lipor nomeado pela Câmara Municipal de Valongo durante 8 anos, entendo que não devo deixar passar este momento sem a minha contribuição de forma a elucidar os leitores sobre o trajecto desta Associação de Municípios durante a sua existência.

O início não podia ser pior! Tudo não passava de um vazadouro de lixo para grande parte dos concelhos vizi-nhos. Travava-se de um cenário dantes-co, de crescimento rápido, que exalava cheiros insuportáveis - principalmente para a cidade de Ermesinde – fumos per-manentes, incêndios na própria lixeira, etc.

A situação actual difi cilmente po-dia ser melhor. É tão só a Empresa que melhor gere os resíduos urbanos em Portugal e que, adicionalmente à sua função principal, mais dinheiro e recur-sos dedica à sensibilização ambiental. É a que percentualmente mais recicla, é a que mais trata dos resíduos orgânicos, é a que tem a melhor central de incinera-ção do País, etc, etc. Uma simples visita à Lipor I permite aquilatar da forma como esta Empresa Intermunicipal se posicio-na. Qualidade é a palavra de ordem nesta organização.

Como se passou de uma situação tão

degradante para a excelência?, pergun-tará o leitor. Pois bem, do meu ponto de vista deve-se fundamentalmente a dois motivos:

- Em primeiro, à gestão política. A Lipor é um exemplo nacional, se não mesmo o único, em que as questões par-tidárias não conseguiram imiscuir-se na gestão técnica. Apesar de ser constituída por vereadores das oito câmaras, cons-tituindo assim o Conselho de Adminis-tração, quase sempre afectos ao PSD ou ao PS, nunca me apercebi, nem nunca houve, nenhuma frente partidária que conseguisse quebrar a gestão técnica que é apanágio da Lipor. Confesso que vislumbrei por 2 ou 3 vezes tentativas infrutíferas que poderiam ter danifi cado este funcionamento, mas felizmente não tiveram condições para se afi rmar.

Ainda no que diz respeito à gestão política, gostaria de destacar 2 pessoas que foram fundamentais para atingir este desiderato. O Dr. Fernando Melo e o Dr. Macedo Vieira, respectivamente presidentes das Câmaras Municipais de Valongo e Póvoa de Varzim. Um porque iniciou a revolução que levou a uma nova dinâmica. O outro porque sou-be entender este espírito, no essencial manteve-o e continua olhar para o fu-turo como se ainda nada se tivesse feito.

- Em segundo lugar, há que destacar a gestão técnica. Encabeçada pelo Ad-

ministrador delegado, a Lipor tem um corpo técnico de qualidade muito acima da média, que sempre soube auxiliar e posteriormente seguir o Conselho de Administração na tomada de decisões, com documentos bem fundamenta-dos, com apresentações competentes, com exemplos concretos, etc. Nunca se conformaram com os êxitos obtidos, e continuam eternamente insatisfeitos, sempre à procura de novas ideias e pla-nos para apresentar ao Conselho de Ad-ministração. Este espírito de equipa, que aliás se arrasta a todos os funcionários da Lipor, é algo muito raro no mundo em que vivemos e muito especialmente numa Empresa que tem carácter públi-co.

O segredo está pois desvendado. Não se atinge um patamar tão elevado sem haver algo que o sustente. Quando os políticos colocam o interesse público à frente de todos os outros interesses e os funcionários trabalham como se a Li-por fosse a casa deles, os resultados apa-recem. Pena que a Comunicação Social só faça grandes parangonas quando algo corre mal. Os bons exemplos deveriam ter o mesmo destaque. É o que pensá-mos neste jornal.

Subdirector do CORREIO DO DOURO e ex-vereador da CM Valongo

Nos últimos tempos, declarações de dirigentes do PS e do PSD, incluin-do o autor destas linhas, trouxeram de novo à ordem do dia o tema da Regionalização.Tem acontecido sempre assim, de tempos a tempos, os dirigentes polí-ticos fazem renascer um debate que, subitamente, desaparece da agenda política sem que tenha havido qual-quer consequência.A discussão, apesar dos inúmeros debates, colóquios e seminários, tem-se revelado de todo incon-sequente, situação que deixa os regionalistas apreensivos quanto à concretização desta importante re-forma descentralizadora do Estado Central.O Governo tem mostrado hesi-tações quanto ao avançar deste processo. Prisioneiro da realização de um novo referendo – o primeiro revelou-se desastroso para os regio-nalistas – o actual Executivo teme que os resultados dessa consulta, talvez por excesso de voluntarismo, venham a dividir, mais uma vez, a população portuguesa “matando” de vez uma reforma que, cada vez mais, se vem revelando como necessária. Acresce que Portugal, como de resto os seus parceiros da União Euro-peia, vivem uma situação económi-ca/fi nanceira difícil, com aumento do desemprego e da pobreza.E se, para uns, a melhor forma de amenizar esta realidade é adoptar políticas de proximidade, para ou-tros, que entendem que Portugal é demasiado pequeno para a regiona-lização, a alternativa será reforçar a coordenação central.Este impasse veio a ser “abanado” com a proposta de revisão consti-tucional apresentada pelo PSD no Parlamento, onde se propõe a reti-rada de exigência da simultaneidade na criação das regiões e a criação de regiões-piloto no País, sendo que a experiência (boa), entretanto colhida, promoveria o aparecimento gradual de outras regiões.Todos sabemos que a actual Direc-ção Nacional do PSD é anti-regio-nalista, ou não morre de amores por esta reforma, mas também sabemos que os apoios ao Dr. Passos Coelho e que lhe permiti-ram ganhar a presidência do maior Partido da oposição, passaram muito por este “negócio” com líderes regionais, nomeadamente o algarvio Dr. Mendes Bota.Assim sendo não custa a acreditar

que, a ir para a frente o processo de revisão constitucional, possa-mos ver contemplada no texto da nova Constituição a referência à criação de regiões-piloto no País.E qual a posição ofi cial do PS so-bre o tema? O que sabemos é que a maioria dos socialistas são regio-nalistas convictos e que gostariam de ver o processo da regionaliza-ção avançar. Este tema animará, certamente, o debate no interior da Comissão de Revisão Constitucio-nal, criada para o efeito. E ao que sabemos, no seu interior, há até quem se tenha já pronunciado a favor da criação das regiões-piloto.Nós somos a favor a criação de Regiões-Piloto. E até defendemos que a primeira região a criar seja no Norte, que, todos sabemos, atravessa um período de grande fragilidade económica e social. Seria um novo impulso, uma opor-tunidade para aumentar a auto--estima da população desta região, visando a sua recuperação.Há um grande consenso nos Parti-dos Políticos quanto à necessidade de descentralização efectiva, que só a regionalização é capaz de responder pois os actuais órgãos descentralizados do Estado estão demasiado presos ao aparelho da Administração Central. Na globalização do mundo actual, a nível económico, social e cultural, importa salvaguardar as especifi ci-dades próprias de cada região.O País e a sociedade reiteram cada vez mais a máxima “Pensar globalmente e agir localmente”. E a resistência às regiões-piloto parece ser própria de espíritos conserva-dores, que têm medo da mudança e não confi am na capacidade das pessoas tomarem as decisões sobre os problemas que lhes dizem respeito.Ser reformista, ser regionalista, ser federalista é hoje, defender a liberdade, a justiça e o bem-estar social dos proponentes.Agora é o tempo e a hora de dar oportunidade ao Norte, de mostrar que pode, e é capaz, de decidir por si mesmo!As regiões-piloto são uma oportu-nidade. Vamos a isso!

(Setembro de 2010)

“Vereador na Câmara de Valongo

Na última reunião do Executivo va-longuense, a oposição votou contra a criação de uma área empresarial junto ao nó da A41, em Alfena.

Maioritários no executivo lidera-do pelo social-democrata Fernando Melo, os vereadores do PS (3) e da Coragem de Mudar (2) inviabiliza-ram um investimento da ordem dos 100 milhões de euros que implicaria, segundo o vereador Arnaldo Soa-res (PSD), “num prazo curtíssimo, a criação de 500 a 1000 novos postos de trabalho”.

A proposta, apresentada por Fer-nando Melo, no âmbito da revisão do PDM, previa a criação de “um espaço empresarial” que iria permitir “a ins-talação de cerca de duas dezenas de novas empresas no concelho e um in-vestimento na ordem dos 100 milhões de euros”. No entanto a oposição não se mostrou sensível aos argumentos do presidente e votou contra.

Para Fernando Melo, esta atitu-de dos cinco vereadores da oposição “afasta o investimento” e “revela uma clara intenção de prejudicar o município, impedindo-o de obter re-ceitas”. E o presidente acrescenta: “No momento em que o concelho e o País precisam de fi xar e atrair empresas e criar emprego, a Oposição revela que quer exactamente o contrário”.

Fernando Melo termina desafi an-do “os senhores vereadores do PS e da Coragem de Mudar” a explicar aos munícipes o facto de se perderem as-sim “mais de 100 milhões de euros”.

A MINHA PASSAGEM...

...PELA LIPORPor José Luís Pinto*

A VOZ DO PENSAMENTO

A FAVOR DAS REGIÕESPILOTO

Por Afonso Lobão *

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Valongo

FERNANDO MELO ACUSA OPOSIÇÃO DE TRAVAR INVESTIMENTO DE 100 MILHÕES