correio do douro #12

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DOURO QUINZENAL REGIONALISTA director|OSCAR QUEIRÓS ano|59 número|12 Sexta, 4 de dezembro de 2009 preço|0,25CORREIO do nova série SANTA CASA DA MISERICÓRDIA SEMPRE A CRESCER SANTA CASA DA MISERICÓRDIA SEMPRE A CRESCER Tema de abertura PÁGINA 6 BRUXA QUERIA MATAR O GENRO Está na cadeia Uma cartomante pagou a três indiví- duos para lhe matarem o genro. Como eles nunca mais se despachavam, resolveu fazê-lo ela própria. Regional Metro do Porto Quase pronto o túnel da Linha de Gondomar PÁGINA 11 Regional O Douro em viagem de promoção PÁGINA 13 Actualidade Tribuna Livre PÁGINA4 Turismo Sobrado e as suas chagas ociedade Idosa assassinada com extrema violência PÁGINA 7 Santo Tirso PÁGINAS 3 Valongo Inauguração do novo edifício SSociedade Área Metropolitana continua entregue aos bandidos PÁGINA 8-9 Sociedade

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Jornal Quinzenal Regionalista

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Page 1: Correio do Douro #12

DOURO

Q U I N Z E N A L R E G I O N A L I S T A

director|OSCAR QUEIRÓS

ano|59

número|12 Sexta, 4 de dezembro de 2009

preço|0,25€

CORREIOdonova

série

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA SEMPRE A CRESCER

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA SEMPRE A CRESCER

Tem

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rtur

a

PÁGINA 6

BRUXA QUERIA MATAR O GENRO

Está na cadeia

Uma cartomante pagou a três indiví-duos para lhe matarem o genro. Como eles nunca mais se despachavam, resolveu fazê-lo ela própria.

Regional

Metro do Porto

Quase pronto o túnel da Linha de Gondomar

PÁGINA 11

Regional

O Douro em viagem de promoção

PÁGINA 13

Actualidade

Tribuna Livre

PÁGINA4

Turismo

Sobrado e as suas chagas

Sociedade

Idosa assassinada com extrema violência

PÁGINA 7

Santo Tirso

PÁGINAS 3

ValongoInauguração do novo edifício

Soci

edad

eSo

cied

ade

Área Metropolitana continua entregue aos bandidos

PÁGINA 8-9

Soci

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Page 2: Correio do Douro #12

4 de Dezembro 2009CD

A fechar

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ficha técnica

CORREIO DO DOURO – QUINZENÁRIOwww.correiododouro.pt

Propriedade Condor Publicações, Lda.Contr. 508923190Sede e Redacção Rua Dr. João Alves Vale, 78 – Est. D – 4440-644 VALONGOTel. 224210151 – Fax 224210310

Director|Oscar Queirós - Chefe de Redacção|João RodriguesRedacção e Colaboradores|Victorino de Queirós - J. Rocha - J. Silva - E. Queirós -Nuno Victorino - Carlos Silva, Marquês do Vale.���������Editor Miguel Pereira - João Rodrigues Filho

CORREIO ELECTRÓNICO: ������������ �� ���� � � �� �� �� �������� �� ���� � � �� �� ��������� �� ���� � � �� �� ��������� ���� � � �� �� ��������������� ���� � � �� ���Nº. Registo ERC 125216����������������� ���������

A Flávia Criativa, que decorre a partir de amanhã (sábado) e até à próxima ter-ça-feira (8), em Chaves, conta com a par-ticipação de dezenas de inventores e 51 novos inventos, entre os quais um sapato mutante, um bastão policial táctico com spray de pimenta vermelha e o premiado “Green Pai Driving”, invento que permite identificar a velocidade ideal num veícu-lo automóvel com o objectivo de poupar combustível.

A 5ª edição da Flávia Criativa - Salão de Inventores Júlio dos Santos Pereira - decorre no pavilhão Expoflávia e conta com a participação de inventores portu-gueses, espanhóis e diversas escolas pro-fissionais.

Entre os portugueses, fonte ligada à organização destaca a presença de Rajesh Pai que vai mostrar o “Green Pai Driving (GPD)”, premiado com a medalha de prata no Salão Internacional de Genebra

de 2009.Trata-se de um mecanismo que se

instala no automóvel e que indica qual a velocidade em que o gasto de combustí-vel pode ser minimizado.

Das 51 invenções já inscritas pode encontrar-se ainda uma incineradora de sólidos, robôs, lâmpadas nocturnas, um sapato mutante, um bastão policial tác-tico com spray de pimenta vermelha in-corporada, sistemas anticarjacking, uma pistola de elásticos em acrílico e uma per-siana automática.

Depois de um interregno de 13 anos, a Escola Profissional de Chaves, a Asso-ciação Portuguesa de Criatividade e a au-tarquia local juntaram-se em 2005 para prosseguir com este projecto que preten-de promover e incentivar a criatividade e novas invenções.

As I jornadas de criatividade foram organizadas em 1990, para comemorar o

espírito inventivo do mais idoso dos in-ventores de Portugal, Júlio dos Santos Pe-reira, sendo então instituído um prémio com o seu nome.

Conhecido como o “Malhadeiras”, Júlio dos Santos Pereira, que nasceu em Valpaços em 1903 e morreu em Outubro de 2003, era o sócio numero 23 da Asso-ciação Portuguesa de Criatividade e, tam-bém, o inventor mais idoso de Portugal.

Em 1926 deu um importante contri-buto para a mecanização da agricultu-ra portuguesa, ao ter concedido novas funções à malhadeira, designadamente a capacidade de limpar, pesar e ensacar o cereal.

O “Malhadeiras”, em 1990, tinha re-gistado sete patentes de inventos, tantos quantos filhos teve, construído mais de duas dúzias de protótipos e participado em vários certames nacionais e inter-nacionais.

Sugestão de fim-de-semana

SALÃO DE INVENTORES EM CHAVES

Fernando Araújo vai assumir a presi-dência da Administra- ção Regional de Saúde (ARS) do Norte, onde até agora era vice-presidente do conselho de administração, con-firmou ao nosso jornal uma fonte da tutela.

Licenciado em Me- dicina e pós-graduado em Gestão, Fernando Araújo substitui Maciel Barbosa, que ocupou o cargo por mais de qua-tro anos.

A mesma fonte refe- re-se a Fernando Araújo como a pessoa que “im- plementou o programa de cirurgia de ambulatório” e integrou vários projectos de investigação.

Trabalhou no Hospital de São João (Porto) e na Comissão Nacional de Luta Contra a Sida. Fez também parte do grupo de trabalho da Direcção-Geral da Saúde que elaborou a Rede de Referenciação Hospitalar de Imuno-Hemotera-pia em Portugal.

FERNANDO ARAÚJO PRESIDE À ARS NORTE

No próximo dia 12 (sábado) a Câmara Municipal de Valongo pro-move na Capela da Nossa Senhora da Saúde, no Susão, mais um Reci-tal de Natal, com os intérpretes Pedro Migueis e Inês Santos.

O concerto, “de grande alegria”, consiste na apresentação das mais conhecidas canções de Natal, interpretadas por dois dos mais famosos intérpretes portugueses que serão acompanhados ao piano por Paulo Figueiredo.  Do repertório fazem parte canções intemporais que, ao longo dos tempos, têm ficado associadas à época natalícia, como se-jam “Let it Snow” ou “Santa Claus is Comming to Town”.

Valongo

CONCERTO DE NATAL NA CAPELA DA SENHORA DA SAÚDE

A Metro do Porto disponibiliza desde 2 de Dezembro um serviço des-tinado a auxiliar invisuais e amblíopes nas suas viagens de metropolitano.

Este serviço, NAVMETRO – in-formação e navegação na rede do Me-tro do Porto – permite aos clientes in-visuais serem ́ conduzidos´ nos vários momentos de utilização do sistema,

Metro do Porto

SERVIÇO INOVADOR DE APOIO A CEGOS E AMBLÍOPES

seja escolha de título, a validação, ou o próprio encaminhamento no interior da estação, para além da disponibili-zação de informação genérica sobre o Metro (linhas, horários, títulos).

O NAVMETRO, um serviço “iné-dito a nível mundial”, consiste na orientação e encaminhamento através da utilização de um telemóvel. Com

um aparelho (de qualquer operado-ra, marca e modelo, sem carecer de qualquer funcionalidade ou aplicação específica), um invisual pode ser loca-lizado no interior da estação do Me-tro, ‘guiado’ nos diversos trajectos e executar as acções necessárias à reali-zação de uma viagem: escolher e com-prar títulos, validar, encontrar um elevador, aceder ao cais de embarque, receber informação sobre frequências e tempos de espera, entre outras.

Desenvolvido pelo Metro do Por-to, em conjunto com a FEUP (Fa-culdade de Engenharia da Universi-dade do Porto) e com a colaboração da ACAPO (Associação dos Cegos

e Amblíopes de Portugal), o serviço “resulta de meses de investigação e desenvolvimento e do profundo tra-balho de uma equipa de técnicos, in-vestigadores e académicos”.

O objectivo é “tornar a rede do Metro ainda mais acessível e garantir as melhores condições de integração aos cidadãos com deficiência visual”.

A interacção com o cliente faz-se através da voz e de orientação sonora através de sons de pássaros, predefi-nidos.

Para os cegos e amblíopes regis-tados no NAVMETRO (e apenas para estes clientes, a quem o serviço é destinado), a utilização do serviço

é totalmente gratuita. O registo pode ser efectuado na

sede da ACAPO (Rua do Bonfim 215, Porto), ou na Loja Andante da Estação da Trindade (às terças e quintas-feiras da 17:00 às 20:00 e aos sábados das 10:00 às 13:00).

O NAVMETRO tem desde já disponíveis todas as funções infor-mativas. A função de encaminha-mento está limitada, nesta fase, à Estação da Trindade (a de maior procura em toda a rede do Metro do Porto). Numa fase posterior, a fun-ção de encaminhamento será insta-lada noutras estações subterrâneas do sistema.

Page 3: Correio do Douro #12

CD 3 4 de Dezembro 2009

Valongo

A Santa Casa da Misericórdia de Valongo vai inaugurar no dia 8 de Dezembro um novo edifício no complexo da instituição. A nova construção albergará um auditório com 243 lugares sentados, novas áreas administrativas, dois armazéns e uma garagem. Para além de permitir novas e melhores condições no que toca a entretenimento e lazer dos seus utentes, a Santa Casa moderniza a sua área administrativa, aumentando a sua competência e agilidade. Sendo já um dos maiores em-pregadores do concelho, com esta obra, a instituição dá um passo de gigante na sua consolidação como exemplo a reter no que toca à solida-riedade.

O caminho faz-se andando, diz-se. E é bem verdade.

A prova está no percurso que a Santa Casa da Misericórdia de Valongo vem fazendo nos últimos anos, sob a liderança do Provedor Albino Poças.

Se os primeiros tempos servi-ram para arrumar a casa, acabando com situações menos boas como o desperdício mas sobretudo com os angustiantes finais de mês, altura em que a administração e a centena de funcionários andavam com o credo na boca na expectativa dos salários, depois de resolvida e consolidada a situação, Albino Poças passou para a melhoria de outras circunstâncias internas, designadamente as condi-ções dos utentes – optimizadas de forma claríssima – apostando em maior higiene, limpeza e na presta-ção de cuidados. Na verdade, à custa de “muito trabalho, muito empenho, o Provedor transformou a institui-ção num exemplo notório de como se pode e deve fazer para tornar mais alegres, e melhores, os dias daqueles que estão na última etapa da vida e que ali encontraram, finalmente, um local bom para viver.

Internados, acamados, apoio do-miciliário, cuidados de enfermagem, medicamentos, tratamentos, refei-ções quentes e a horas; actividades lúdicas, etc, tudo tem sido garantido aos “velhinhos” colocados debaixo da sombra da insigne instituição. Mas não apenas os mais velhinhos. As crianças também foram contem-pladas com um jardim-escola de uma qualidade inquestionável. E,

Valongo

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA INAUGURA NOVO EDIFÍCIO

porque a direcção da instituição não quer parar e sabe o mal que grassa por aí, mais recentemente, decidiu dedicar-se aos meninos e meninas de quem a sorte se tornou madrasta: às crianças abandonadas, agredidas, desprezadas. E foi assim que cons-truíram a Mãe de Água, um centro de acolhimento para crianças em risco. Este “braço” da Santa Casa, embora recente, é já considerado um dos melhores, a nível nacional, o que

diz bem da forma como a instituição encara a solidariedade e o amor aos mais desprotegidos.

SEMPRE A CRESCER

Uma das grandes preocupações do Provedor – supridas que estavam as necessidades mais elementares – era proporcionar momentos de diversão aos utentes. E por isso não

“É só nosso” Falar com Albino Poças sobre a Misericórdia de Valongo é falar-lhe ������������� ���������������� ��deixando transparecer diversas sen-sações. Quando abordámos o novo ���������������������� ������nas suas feições. E tem razão para tal.A obra começou em Maio deste ano. E já está pronta!Mas há um outro motivo para o ������ ���� �� ������������������

perdia uma ocasião de levar até ao interior da Obra peças de teatro, tu-nas, canções, espectáculos, etc, tudo o que pudesse contribuir para trazer mais sol, mais alegria, aos utentes. Então, à falta de melhor, o refeitório era “transformado” em sala de es-pectáculos, coisa nem sempre fácil de conseguir e que acarretava pro-blemas de monta, quer para a “pla-teia” como para os artistas.

Tornava-se imperioso encontrar

melhor solução, e foi isso que fez Al-bino Poças.

Fez contas e decidiu avançar para a construção de um local próprio. E, já que estava com a “mão na massa”, aproveitou de alargou a construção de modo a poder construir uma nova área administrativa, armazéns novos e uma garagem que permitirá prolongar a vida das viaturas da ins-tituição. Sempre com o objectivo de optimizar soluções.

�������������������� ������������"��� �#$$���� ������� ��������� �� ������������� ����������-desta comparticipação.

É mesmo obra!O Provedor transformou a institui-ção num exemplo notório de como se pode e deve fazer para tornar ������ �� ��� �� ���� �������������� � ���� � ��������%����� ������������ ��� ���� �������������-���� �� ���������������������� �

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4 de Dezembro 2009CD

Actualidade

4

Como já vem sendo hábito na quadra natalícia, o Pai Natal vai voltar a dar uma grande festa em Valongo. O acontecimento terá lugar nos próximos dias 5 e 6 de Dezembro, das 16h00 às 19h00, no Largo do Centená-rio, na cidade de Valongo, que será transformado em enor-me palco de muita animação, destinada especialmente aos mais pequenos.

A Câmara Municipal de Valongo preparou uma vez mais uma progra-mação especial que decorrerá no in-

Alfena

Pavilhão vandalizadoAs autoridades estão empenha-das em encontrar os autores dos vândalos que há dias, na data do encontro Alfenense-Ermesinde, decidiram conspurcar as paredes do pavilhão de Alfena com pintu-ras e sarrabiscos.Esta vila tem conseguido desen-volver-se escapando a esse tipo de “artistas” e era bom que assim continuasse.

Gaia

Gato mobiliza bombeirosHá dias um gato conseguiu abrir a torneira da cozinha de um apar-tamento, num oitavo andar na avenida da República, em Gaia, provocando uma inundação que mobilizou os bombeiros durante mais de duas horas.Segundo o chefe de serviço dos Bombeiros Sapadores de Gaia, o alerta foi dado às três horas da manhã pelo vizinho do sétimo andar, que se queixava de ter in-filtrações de água em casa, vindas do andar superior.“Chegámos ao local e, como nin-guém atendeu no apartamento, desligámos o contador da água e só mais tarde é que a inquilina nos informou que tinha sido o gato, que, sozinho em casa, tinha aberto a torneira da cozinha de um só manípulo”.Segundo o chefe de serviço dos Sapadores de Gaia, o apartamento do sétimo andar teve alguns pre-juízos resultantes da inundação, que se desconhece quando terá começado.Seis elementos e duas viaturas dos Sapadores de Gaia estiveram no local durante mais de duas horas.

MP

Sobrado é uma das cinco freguesias do Concelho de Valongo.Vila há já alguns anos, à qual se pode chegar pela A4, na saída de Campo ou, seguindo pela EN 15, na direcção Porto – Vila Real, chegados a Cam-po, desvia-se para a EN 209 em direcção a Paços de Ferrei-ra e, a cerca de 3 Km, chega-se a Sobrado. Pode ainda lá chegar-se, vindos do Porto pelo IC24/A41 ou de Felguei-ras/Lousada pela A42/A41, na saída de Sobrado, e até por algumas estradas municipais para quem vem de Gandra (Paredes) ou de Alfena (Valon-go) e Agrela (Santo Tirso).Terra privilegiada pela sua localização, sua beleza e recursos naturais – por explo-rar – há muito está votada ao abandono, nomeadamente naquilo que lhe é mais que-rido: a sua identidade em plenitude.

De facto, Sobrado é um pequeno paraíso, sulcado pelo Rio Ferreira, em cujas margens se estendem cam-pos de cultivo até ao início das en-costas dos montes que o circundam e onde, no início dessas encostas, estão implantadas a maior parte das casas dos sobradenses, qual presépio de gigantes que foi abandonado ao deus-dará.

É que já há alguns anos, poucas dezenas, podemos dizer, desde que

Tribuna Livre

SOBRADO E AS SUAS CHAGAS

altos interesses financeiros se co-meçaram a sobrepor aos interesses naturais, começou o definhar desta linda terra.

E se, pelo que sabemos, nada foi feito para preservar e divulgar tudo o que Sobrado tinha e tem de bom (o rio – com os campos que irriga, a pesca, as praias naturais, a cultura de cereais e outras, as vinhas, as antigas culturas de abelhas, as feiras, a fes-ta de S. João de Sobrado, os monu-mentos, os montes, os arvoredos, pi-nhais, etc., etc., etc.), por outro lado tudo tem sido feito, a troco do lucro fácil, para permitir toda a espécie de atrocidades que dão cabo do patri-mónio natural de Sobrado.

A construção de fábricas e arma-zéns em terrenos agrícolas, a falta de limpeza do rio (quando há é só para destruir a vegetação natural das margens), a falta de vigilância das águas e a poluição feita por empresas

que lançam detritos para o rio, cla-ros atentados desastrosos contra o ambiente e que não sofrem qualquer sanção nem são denunciadas, a falta de vigilância nos montes para mini-mizar os incêndios no verão, a ce-dência de terrenos para a plantação de eucaliptos, a falta de um plano ge-ral de desenvolvimento que abranja os interesses de Sobrado num futuro alargado, a construção de habitações em zonas interditas à mesma, a não preservação de monumentos (pon-tes, cruzeiros, pelourinhos, fontes, capelas, etc.) e de outros aspectos culturais (música, danças e canta-res, desfolhadas, ceifas), a falta de vigilância e de denúncia das atro-cidades que os empreiteiros das auto-estradas cometem para a sua construção (movimentam cumes inteiros de montes, cortam linhas de água, destroem florestas desne-cessariamente, cortam caminhos

públicos sem deixar acessos alter-nativos, e tudo sob o olhar com-placente das autoridades responsá-veis – junta de freguesia e câmara municipal), a falta de construção de uma rede viária eficaz, a deteriora-ção dos pisos estradais, a substitui-ção dos pavimentos em altura de eleições e que depois ficam a meio, prejudicando os seus utilizadores, e mais um sem número de situações que importará denunciar e esmiu-çar a seu devido tempo, são resul-tado de uma mentalidade muito es-pecífica que se aninhou nesta terra. E são estas (e outras) as situações que iremos abordar mais em pro-fundidade neste espaço.

Para já fica apenas um alerta geral e uma abordagem mais abs-tracta, só para, ab initio, espevitar as mentes dos leitores mais interes-sados na expectativa de que façam esta semente crescer.

FESTA DO PAI NATAL PARA AS CRIANÇAS DE VALONGO

terior de uma tenda que foi instalada no centro do Largo do Centenário. Insufláveis, pinturas faciais, ateliês

de pintura e reciclagem, fotografias com o Pai Natal são apenas algumas das actividades preparadas pela au-

tarquia para estes dois dias dedica-dos aos mais pequenos dos valon-guenses.

Assim, ao longo deste fim-de-se-mana haverá diversos momentos de diversão preparados por inúmeras associações concelhias, nomeada-mente a Associação Cultural Cabe-ças no Ar e Pés na Terra; Associação Cultural e Recreativa Fora d’Horas; Associação Desportiva e Cultural Canários de Balselhas; Associação Social e Cultural de Sobrado; Grupo Brilho da Devesa; Grupo Dramático e Recreativo da Retorta e Projecto Percriarte.

Em ambos os dias a concen-tração é feita pelas 16h00, junto da Praça Machado dos Santos. Todas as crianças irão receber pequenas lem-branças do Pai Natal.

Page 5: Correio do Douro #12

CD 5 4 de Dezembro 2009

Actualidade

Paredes

Tribunal (de júri) condena assaltantesO Tribunal de Paredes condenou a 11 e cinco anos e meio de prisão efectiva os dois autores de sete assaltos a balcões dos CTT e supermercados na região do Vale do Sousa.Fernando R. foi condenado a 11 anos por sete crimes de roubo agravado e um de falsificação de documentos (matrícula falsa).Sandro D. foi condenado a cinco anos e seis meses de prisão efectiva por três crimes de roubo e um de falsificação.O colectivo de juízes e jurados (re-quisitados pela defesa dos arguidos) deu como provados todos os factos da acusação segundo a qual o valor global roubado nos sete assaltos de Paredes (seis a estações de correios e um em supermercado) terá sido de cerca de 6.335 euros.Em causa neste processo estiveram sete dos 19 assaltos que o grupo de Fernando R. terá perpetrado a balcões dos CTT e a supermercados na zona do Vale do Sousa, entre Dezembro de 2007 e Junho de 2008.Segundo o processo, os arguidos utili-zavam um Ford Fiesta para se deslocar aos estabelecimentos alvo.Um deles permanecia dentro da via-tura e o outro dirigia-se ao estabele-cimento, de óculos de sol e chapéu, e coagia os funcionários a entregar-lhes o dinheiro que tinham em caixa com uma pistola de alarme adaptada para projécteis de calibre oito milímetros ou, noutros casos, com uma caçadeira de canos serrados. Fernando Moura, advogado do arguido que levou maior pena adiantou que irá recorrer do acórdão lembrando que o seu constituinte foi “condenado com base em declarações ilícitas que prestou à PJ após a sua detenção”.Fernando Moura considera que o interrogatório ao seu cliente, um dia após a detenção “em flagrante delito”, é “nulo”, por alegadamente ter sido feito sem a presença de advogado.“A lei é clara: uma pessoa presa em flagrante não pode prescindir de ad-vogado”, havia afirmado o causídico, nas suas alegações iniciais.O mandatário acrescentou que o recurso irá ainda incidir no requeri-mento que apresentou ao colectivo para juntar ao processo documentos que comprovavam que o seu cliente não se encontrava em Portugal na data de um dos crimes, o que o tribu-nal indeferiu.O próximo julgamento de Fernando R. e Sandro D., por mais assaltos aos CTT, terá início a 17 de Dezembro, em Paços de Ferreira, também com recurso a tribunal de júri.

Traficantes presos A Polícia Judiciária do Porto iden-tificou e deteve dois homens como presumíveis autores de crimes de tráfico de estupefacientes na zona de Vila Nova de Gaia.No decurso das investigações foi feita a apreensão de uma quan-tidade aproximada de 25 quilos de pólen de haxixe, adequada à confecção de pelo menos 25 mil doses individuais; 1700 euros em dinheiro, uma viatura, dois tele-móveis e documentação diversa.Os detidos, de 51 e 32 anos de ida-de, com as profissões de barbeiro e operário da construção civil e um deles com antecedentes criminais, designadamente por tráfico de droga, foram presentes ao TIC e ficaram em prisão preventiva.

Homicida detidoA Polícia Judiciária identificou e deteve, com a colaboração da Guarda Nacional Republicana, um homem como presumível autor de crime de homicídio cometido com arma de fogo de que foi vítima um taxista de 63 anos de idade, no dia 27 de Novembro, na zona de Vinhais.Em quadro de desentendimentos porventura por motivos de parti-lhas, o ora arguido terá abalroan-do com um tractor o táxi condu-zido pela vítima que, ainda mal refeita do choque e da surpresa do embate e imobilizada pelo cinto de segurança, foi atingida a curta distância por disparo de arma caçadeira feito por aquele, tendo tido morte imediata.No decurso das investigações foi feita a apreensão da arma do crime, que é uma espingarda caçadeira em situação ilegal, de dois canos justapostos.O detido, de 54 anos de idade, depois de ouvido por um Juiz de Instrução ficou prisão preventiva.

A Associação dos Comerciantes do Porto apelou no incio do mês ao boicote aos produtos da TMN, da GALP e da EDP, que são patrocina-dores do Red Bull Air Race, como forma de protesto à eventual deslo-calização do evento para Lisboa.

O presidente da Associação dos Comerciantes do Porto (ACP), Nuno Camilo, afirma serem muitos os prejuízos, directos e indirectos, que esta eventual deslocalização tra-ria ao comércio do Porto e aos seus comerciantes. Em comunicado, afir-ma que “não se compreende como é que os grandes patrocinadores do evento, TMN, EDP e GALP, têm nos seus conselhos de administra-ção elementos nomeados pelo Go-verno e não se ouvem vozes de pre-ocupação referentes ao comércio nesta região”.

“A taxa de desemprego no distri-to do Porto é uma das mais elevadas do país, mas mesmo assim não exis-te preocupação do poder central em

promover a região”, critica. Nuno Ca-milo recorda, em contraponto, que “as corridas Red Bull Air Race são uma excelente forma de promoção turística da região e uma verdadei-ra oportunidade para dinamizar e fortalecer o comércio tradicional”.

É neste contexto que a associa-ção faz agora o apelo ao boicote dos produtos destes patrocinadores, acrescentando ainda que “só falta ti-rarem o Vinho do Porto e o Futebol Clube do Porto à região do Norte”.

De facto, as vozes de protesto têm-se erguido no Norte face à pos-sível deslocação do evento que na sua última edição trouxe um milhão de pessoas às margens do rio Douro.

O presidente da Entidade Re-gional de Turismo do Porto e Nor-te de Portugal disse não acreditar “minimamente” na eventual des-localização do Red Bull Air Race para Lisboa, pois tendo a prova sido entregue ao Porto, teria que “haver uma conversa” no caso de surgir a

hipótese de mudar a localização da mesma. Acrescentou, ainda, que tem mantido contactos para manter a prova no Porto.

Os deputados do PSD eleitos pelo círculo do Porto consideram que a possibilidade da deslocalização do evento para Lisboa, “para além de injusta e despropositada, dado o actual contexto sócio-económico regional, deita por terra todo o investimento já feito”. Neste senti-do, os parlamentares enviaram uma pergunta ao ministro da Economia, Vieira da Silva.

Os autarcas também já reagiram à eventual transferência da corrida aérea. Luís Filipe Menezes, presi-dente da Câmara de Gaia, conside-ra o caso como “mais uma atitude discriminatória do Estado”. Rui Rio, presidente da Câmara do Porto, também critica esta possibilidade, acusando o poder central de falta de bom senso e de não promover o equilíbrio do país.

RED BULL AIR RACE

Associação dos Comerciantes do Porto

APELA AO BOICOTE AOS PRODUTOS DOS PATROCINADORES

Page 6: Correio do Douro #12

4 de Dezembro 2009CD

Sociedade

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Cartomante, rosto coberto, à saída do TIC Porto

“SÓ LHE BATI UMA VEZ”Com a mãe na cadeia, o mundo de Carla desabou. E a culpa de tudo era do seu marido. Por isso decidiu (pelos menos por agora), cortar todo o contacto com ele, e seguir pela via judicial. Era o que deveria ter feito “há muito”, dizem na vizinhança."������������������& ������������� � ������������ �����com os acontecimentos. Na altura em que ocorreu a detenção da sogra estava, em trabalho, próximo da fronteira de Vilar For-moso. A PJ ligou-lhe, para que regressasse rapidamente a Santa Maria da Feira. Só ali foi posto ao corrente do que se passava.' ��������� �������������������*����������& �������������� �surpreendido pelas alegadas intenções da sogra, até porque “só bati na minha mulher uma vez”, disse. Insistiu-se e acabou por “confessar” que havia muitas discussões em casa, “explicando” que se trata de algo “comum” no seio de qualquer família (?).

AFINAL HAVIA ARMAS EM CASAAquando da detenção de Maria Rosa, a Policia Judiciária fez (as habituais) buscas na sua residência. E foi durante essa diligência que acabou por descobrir duas armas, ilegais, pertença do Sera-���+���������������������������/��� ����0 �� ����1����� ����de violência doméstica, terá de responder pela posse de armas ilegais.

Uma cartomante de Santa Maria da Feira pagou a três indivíduos para que lhe tra-tassem de uns “servicinhos” que incluíam cobranças. Só que os contratados não davam conta da encomenda nem devolviam o dinheiro recebido – 15 mil euros. Para não ficar “sem pau nem bola”, a bruxa pediu-lhes que “ao menos” lhe matassem o genro. Nem isso o raio dos meliantes fizeram. Deci-diu fazê-lo ela própria e só não chegou a vias de facto porque a PJ surgiu-lhe ao caminho. E foi presa a pitonisa.

Rosa Maria, de 53 anos, residen-te em Nogueira da Regedoura, con-celho da Feira, dedica-se há muito à cartomancia, actividade que lhe permite elevado nível de vida. Tudo deveria correr bem, mas não. Ou por empréstimo ou por falta de pa-gamento de adivinhações, a verda-de é que havia quem lhe devesse di-nheiro e não pagasse, maugrado as insistências. Até que há uns meses Maria Rosa se cansou e mudou de táctica: Em lugar de pedinchar que lhe pagassem, fez algumas diligên-cias e contratou três gandulos para “receberem de qualquer maneira”. E pagou logo à cabeça alguns mi-lhares de euros. Passados uns dias o trio apareceu-lhe para lhe dar conta de dificuldades acrescidas na mis-são, contornáveis com mais alguns milhares de euros. Rosa pagou, as-segurado que lhe foi de que, “agora sim, vão pagar”. Tretas, tendo em conta que duas semanas depois os seus cobradores voltaram a apare-cer para lhe pedirem mais dinheiro para a “obra”. A vidente (?) deses-perava pois em vez de entrar, via o dinheiro a sair… mas era tarde de mais. Voltou a pagar, lembrando-lhes que já ia em 15 mil euros. Os homens sossegaram-na: seria a úl-tima vez que lhe pediam dinheiro. Na próxima trariam resultados.

Mas o que veio foi mais uma ausência, prolongada e sem re-sultados. Decididamente os tipos nada faziam para justificar o crimi-noso contrato. Maria Rosa estava possessa, sentia-se enganada mas o que fazer? Queixa às autoridades? Nem por sombras pois o que ha-via encomendado era delito e pena maior seria a sua, como mandante. Mas não podia perder assim 15 mil euros…

“AO MENOS MATEM-ME O GENRO”

Além destes problemas a carto-

Está na cadeia

BRUXA QUERIA MATAR O GENRO

mante tinha ainda um outro – qui-çá o maior de todos – e para cúmu-lo entre portas. Além do marido, Maria Rosa tinha em casa a filha Marta, as duas netas – crianças de tenra idade – e Serafim, o genro. E era ele o seu maior engulho. Ao que se diz, Serafim, motorista de profissão, terá desde há muito pro-pensão para a zaragata e coisas do género, carácter que também seria visível em casa, onde, alegadamen-te, infligiria repetidos maus-tratos à mulher e filhas, não o desarman-do a presença dos sogros.

Maria Rosa teve uma ideia: os quinze mil euros que pagara aos três indivíduos para “cobranças” e similares, e que estes nunca leva-ram a termo, serviriam de paga-mento para uma morte! Literal-mente.

E meteu mãos à obra. Encon-trou-se com os bandidos – que até aí mais não tinham feito que a sa-cado – e tê-los-á colocado entre a espada e a parede, dizendo mais ou menos isto: “ou me devolvem os 15 mil, ou matam-me o genro”. O trio da “vida airada” nem pestanejou:

“ok, matamos”!Mas quem faz uma faz um cen-

to… Na verdade, os três homens ficaram-se pela aceitação do “traba-lhinho” mas, tal como anteriormen-te no que toca às cobranças, nunca mais ligaram ao assunto. Até porque morte de homem não é brincadeira.

AFINAL QUEM É QUE É BRU-XO?

Maria Rosa de danada passou a possessa: “irra”, terá pensado, “nem dinheiro, nem funeral do genro”. Os tipos não davam mais sinal de si e Serafim continuava com a violên-cia em casa. Mas se dos 15 mil euros desistia (que remédio!), da morte do genro é que não. E decidiu que seria ela própria a liquidá-lo. Para isso precisava de arranjar uma arma de fogo, quiçá tida por ela como o meio infalível de mandar Serafim desta para melhor. Onde arranjá-la? Procurando no povoado meio criminoso da região, onde havia en-contrado “aqueles aldrabões” que a aliviaram de 15 mil euros.

E é mais ou menos no meio desta diligência que tropeça – ou eles nela - nos inspectores da Po-licia Judiciária, homens da SRCB, do Porto. “Vigiaram-na” durante alguns dias e, quando perceberam que não se tratava de nenhuma “re-acção a quente” – mercê de mais uma agressão de Serafim à filha e netas – mas antes que Maria Rosa estava profundamente determinada a matar o genro, os polícias partiram para a detenção.

A cartomante terá ficado sidera-da e sem resposta para duas questões angustiantes: “Como é que eles adi-vinharam o que eu ia fazer? Afinal quem é que é bruxo, eu ou estes ga-jos da PJ? Como é que as cartas não me mostraram que isto ia dar para o torto?”. Rosa pasmou pela prima-zia de uma (eficaz) investigação, so-bre um baralho que lhe dera tanta fama, dinheiro e os correspondentes luxos.

Resignada pela evidência não perdeu muito tempo a negar – os indícios recolhidos falavam por si – decidindo antes explicar as motiva-ções, corroborada pela filha, Carla, que confirmou as múltiplas agres-sões que, tanto ela como as miúdas, vinham sofrendo às mãos de Sera-fim. Mas os inspectores não podiam fechar os olhos. Nitidamente ali não havia “legítima defesa” e existem meios legais, rápidos e acessíveis a todos, para colocar Serafim no seu devido lugar. Por isso detiveram a mãe e arranjaram um local de abri-go para Carla e as duas crianças, longe de quem as agredia.

Maria Rosa, após uma noite de detenção foi presente ao TIC onde, depois de interrogada e confronta-da com os indícios recolhidos, não conseguiu melhor que ver o Juiz de Instrução seguir o pedido do Mi-nistério Público: prisão preventiva.

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CD 7 4 de Dezembro 2009

Sociedade

Ana Gomes (morta)

Nua, cortada nos órgãos genitais e depois atirada a um poço. Ainda não se sabe se estava viva ou morta quando foi lançada às águas, a única certeza é que o homicídio brutal não teve o roubo como objectivo. Ana Gomes tinha 76 anos, vivia sozinha e o seu corpo apareceu na manhã de Domingo. Pode ter sido morta entre as 18h00 do dia anterior, última vez que foi vista, e a manhã seguinte.

A macabra descoberta foi feita em Santa Cristina do Couto, Santo Tirso. Foram o filho e o genro que encontraram o cadáver depois de procurarem por toda a casa. Ana Gomes almoçava sempre com a filha ao Domingo e aquela familiar estra-nhou que a mãe tivesse as portas de casa ainda fechadas e mais estranho ainda, que não atendesse o telemó-vel.

Ligou para o irmão que foi pro-curá-la. A filha tinha de sair – ir a um casamento – e nunca pensara na possibilidade de uma tragédia. O filho procurou Ana Gomes e nada encontrou. Ficou cada vez mais pre-ocupado, já que tudo era anormal. Chamou o cunhado e ambos revis-taram toda a casa, notando que esta-va impecavelmente arrumada e sem qualquer rasto da idosa.

“Nos anexos vimos um rasto de sangue. Foi nessa altura que nos lembramos de abrir o poço e a en-contramos”, contou ao CORREIO DO DOURO o genro Adelino Silva, ainda em estado de choque. O corpo foi retirado pelos bombeiros de San-to Tirso e foi já cá fora que ficaram claras as circunstâncias da morte. A senhora estava completamente nua, apresentava um enorme e profundo golpe da cabeça; no resto do corpo eram também visíveis outros golpes mas o que mais impressionou foi a zona genital “completamente rasga-da”. A senhora fora vítima de um ou mais tarados.

 MORTA À MACHADADA

Sem terem ainda os resultados fi-nais da autópsia resta às autoridades especularem sobre o que poderá ter acontecido. Acreditam, no entanto, que a arma do crime tenha sido um machado que pertencia à idosa. Não houve sinais de arrombamento nem roubo, o que indica também que ví-tima e agressor se deviam conhecer e que teriam sido motivos passionais a explicar o brutal crime.

O corpo apresentava-se num

Santo Tirso

IDOSA ASSASSINADA COM EXTREMA VIOLÊNCIA

Jantava com o marido às escondidasAna Gomes vivia sozinha há mais de uma década por opção. & ������� �������������������������2���������3��������-� ��������� �����������4� ���5������ ��� ����� ���6�����������7������������������� � � ������������������� ��������*��-����89�� �����������:���� �� ����������������������� ��4��� ������������������������2���������� � �;������������������ ������� ��� ���� ������ ��� ����������������������/�6��������� ��������� *��<��������� ������� ����� �������������8 ��� ����;�8:����� =��������������� *�������� ��������������� �>4�������� ���������� ����� ��� ������4������� ����� ��������4������ � ������� �������� �����/���� =���������� ���������� ��� ��������� �������+������� ��������� ����� �����/������� ������� ����� ��������������� ;��*�������

Septugenária era solitária6������ ���� ������ �� �4�������������/����� ����6�%������ 2��� �6���@�� �������������7��BD�H$�� ��4������� ����� -� ����� ����� �������� �4�������������� ����������������� �-��� ����7��BB�$$�� �5������� ���� ���� �� �����������������6���@�� ��������2���������������������� ����������4� ����������������� ��������� ��&�����K����L������������ � -��� ����� ������ �� �6������������ ���� ��� ������ ��������� �����������&�� �������/���� �� � ������������2������������ ��� ������ ���������� �� ����*��������2���������������������� �������� �������� ��� ������ �� ��4����� ���������� �������

João Rodrigues, marido

mísero estado. “Tinha um buraco na cabeça e Vários outros ferimen-tos, incluindo nas pernas”, contou o genro. O marido – de quem Ana Gomes estava separada – também relata pormenores macabros. “Só as maminhas é que não estavam des-feitas. O resto estava num estado muito grave”.

A hipótese de roubo foi posta definitivamente de lado na segunda-feira, altura em que a carteira da ví-tima foi encontrada no anexo onde Ana foi agredida. No seu interior estavam os documentos e o dinhei-ro. “Estava debaixo do carro e tinha 300 euros em notas “, disse o marido da vítima, João da Costa Rodrigues.

Outras descobertas foram feitas nos dias que se seguiram. Aparece-ram algumas peças de roupa, todas manchadas de sangue. “Apareceu a roupa que ela trazia vestida. Esta-

va atrás de uma cabina, num balde preto. Estava tudo cheio de sangue. A carteira apareceu depois dentro do local onde deverá ter sido agre-dida. Não roubaram nada, agora só falta encontrar o machado e o tele-móvel”, contou ainda o genro, adian-tando que o balde estava pousado nas silvas. “Estava lá o cachecol, chinelos e o resto das coisas, excepto a cami-sola interior. Aquela já a tínhamos encontrado ontem, no chão, também com sangue”, concluiu.

Durante toda a semana, a PJ tentou esclarecer o mistério. Regres-saram à casa segunda e terça-feira, tendo conseguido esvaziar o poço. Nada voltaram a encontrar. “Pro-curavam o machado, pensavam que estava lá no fundo. Mas esteve lá um mergulhador dos Bombei-ros que não encontrou mais nada”, adiantou outro familiar.

Mergulhador procurou machado dentro do poço onde estava o cadáver

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Tema de abertura

8

Mais de dois anos depois do cri-me, está já em fase de alegações o julgamento dos líderes do gangue da Ribeira – Bruno “Pidá”, Mau-ro Santos, Fernando ‘Beckham’, Ângelo ‘Tiné’ e Fábio ‘Suca’ –, sob quem recai a acusação de ter assassi-nado a tiro, na madrugada de 29 de Novembro de 2007, Ilídio Correia, segurança da noite do Porto.

Para os que pensavam que, face à prova recolhida, as penas severas seriam “favas contadas”, o desempe-nho de algumas importantes teste-munhas de acusação deixa perspec-tivar cenário bem diverso.

Recorde-se que na véspera da primeira audiência foram incendia-dos dois automóveis de familiares directos de uma testemunha que assistiu à morte de Ilídio Correia. Este incidente foi interpretado como “um aviso” do gangue da Ribeira, coisa que estes se apressaram a ne-gar. Sempre sob fortíssimas medidas de segurança, foram-se sucedendo as testemunhas, destacando-se al-gumas tidas como importantes e imprescindíveis pela acusação mas que no entanto, em sede de julga-mento, “viraram o bico ao prego”, que é como quem diz, deram o dito por não dito, ilibando Pidá e seus amigos.

Este facto fez circular com maior veemência os boatos sobre alegadas “ameaças, pressões e muito dinhei-ro”, meios que teriam sido utilizados para dificultar a prova em julgamen-to. E se no tribunal, face à sua mu-dança radical, testemunhas houve que, instadas, negaram ter sofrido qualquer aliciamento ou ameaça, no exterior, concretamente na “noite”, fala-se escancaradamente de “vi-sitas” em grupos, algumas de táxi, feitas por gente ligada ao gangue de Pidá, a testemunhas em vésperas de serem ouvidas.

Por outro lado, acontecimentos recentes – a semana passada – dei-xam pensar que alguma coisa se está a passar. Referimo-nos ao caso de José Pires, um conhecido negociante de automóveis e de droga, testemu-nha de acusação neste processo e que em Tribunal foi peremptório ao afirmar que tinha medo, que corria sérios riscos.

Medo de quem, não concretizou mas a verdade é que na madrugada

Porto

ÁREA METROPOLITANA CONTINCompletam-se na próxima semana dois anos da operação “Noite Branca”, uma iniciativa da PJ do Porto que culminou na detenção do gangue da Ribeira, alegadamente responsável maior pelo clima de terror e morte em mergulhou a capital do Norte, na segunda metade de 2007.O processo seria entregue a uma “equipa especial”, liderada desde Lisboa pela procuradora Helena Fazenda, e do trabalho realizado até agora, resultaram algumas absolvições – por trá-fico de droga - e muita polémica, estando ainda por explicar as mortes de Aurélio Palha e de “Berto Maluco”.

de quinta-feira passada foi, ao som de disparos, sequestrado em Vigo, quando saía de um motel.

Os sequestradores, que se faziam transportar no veículo de matrícu-la portuguesa, andaram horas com ele, abandonando-o ao princípio da tarde numa mata, nas bermas da EN 2, em Vidago (Chaves). De resto fo-ram os bombeiros desta localidade termal, quando tentavam localizar a origem de um intenso fumo, que descobriram José Pires, a poucos metros do seu automóvel que ardeu completamente. A vítima, em avan-çado estado de hipotermia, estava amarrada de pés e mãos e com as calças caídas. No seu corpo, “havia muitos sinais de agressão e tortura”, diz quem o viu.

Em “mísero estado”, Pires foi conduzido ao Hospital de Chaves mas ficou ali poucas horas. Ainda não tinha terminado o dia e já lá se encontravam um irmão e outros amigos para o “resgatar”. E foi con-tra a vontade dos médicos que “Pi-rinhos” se pôs andar, supostamente para ser internado numa clínica que nunca ninguém identificou.

Estará ainda aí, refugiado.Esta atitude – vigorosamente

desaconselhada pelos clínicos da ur-gência do Hospital de Chaves – diz bem da amplitude do medo que se apoderara de José Pires.

Noticias houve que emprestavam a autoria do sequestro e posterior tortura a traficantes colombianos, a quem Pires terá dado “uma banha-da”. No entanto, quer nos meios da criminalidade quer policiais, este cenário não colhe: “colombianos ou até galegos, esses traficantes pe-rante deslealdades são radicais, matam”, conta-nos quem percebe do assunto, apontando antes para o Porto a origem deste crime. Houve mesmo uma fonte que foi mais lon-ge, falando de um cenário e “quebra de fornecimento” de droga a um grupo que, com elementos presos e muitas despesas para pagar, “precisa da droga como pão p’ra boca”. Ain-da segundo esta fonte, o sequestro e agressão serviram apenas de aviso para que fossem retomados rapida-mente os fornecimentos.

As investigações poderão fazer luz mas é pouco provável já que, ao que apurámos, “Pirinhos” não está Morte de Ilidio Correia

Carro de J. Pires incendiado. Ao lado estava o proprietário, amarrado depois de brutalmente agredido

20078 de Julho – Dois grupos rivais envolveram-se em pancada-

ria no interior do River Caffé. A rixa estende-se ao exterior e acaba a tiro. Três feridos por bala.

13 de Julho – Discoteca El Sonero - Nuno “Gaiato”o seguran-ça é atingido mortalmente a tiro. A vítima usava colete à prova de bala mas quem o atingiu já sabia pelo que alvejou a cabeça.

21 de Julho - Discoteca Number One - Um jovem foi atingido a tiro por um amigo quando o tentava separar de uma confusão com um segurança do estabelecimento. Morreria pouco depois.

7 de Agosto - Bar Kizomba - Um jovem de 19 anos foi morto à facada quando saía deste bar, situado no Centro Comercial Stop. A disputa começou no interior do bar.

26 de Agosto - Zona da Ribeira – Benjamim e Ilídio Correia são al-vejados numa esplanada, alegadamen-te por membros do gan-gue da Ribeira. Milagro-samente, e atendendo a que na altura a zona estava repleta de gente, não houve vítimas.

27 de Agosto - Discoteca Chic - Aurélio Palha e o seu se-gurança, Berto maluco, são alvejados a partir de um carro em movimento. O empresário morre ali, enquanto o segurança sai incólume. Pidá e seus próximos são tidos como autores.

29 de Novembro – Alfandega do Porto - Ilídio Correia, 33 anos, foi morto a tiro nessa madrugada. Estava acompanhado dos dois dos irmãos mais novos e de dois amigos que conse-guiram abrigar-se da chuva de balas com que foram recebidos quando estacionavam.

10 de Dezembro - Gaia – “Berto Maluco” preparava-se para sair de casa – diz-se que se ia esconder pois sabia-se ameaça-

Cronologiada “NoiteBranca”

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CD 9 4 de Dezembro 2009

Tema de abertura

NUA ENTREGUE AOS BANDIDOSmuito palrador, tendo afirmado des-conhecer quem lhe fez aquilo e por-que razão.

FAZENDA POLÉMICAQuem espera com ansiedade

pelo resultado deste julgamento é Helena fazenda e a sua “equipa es-pecial”.

Recorde-se que os resultados até agora obtidos são pouco mais que nada. Traduzindo: a acusação deste caso resulta, quase ipsis verbis, do relatório final da PJ do Porto e da in-tegração na equipa – até certa altura – de quatro inspectores dos Homi-cídios, da directoria do Porto. Fora isso, da prova produzida pelas inves-tigações da inteira responsabilidade da procuradora, pouco ou nada re-sultou. Para darem substância a esta alegada realidade, algumas fontes brandem com o processo de tráfico de droga que, além do madeirense Paulo Camacho, envolvia Fernando “Beckam”, Mauro e Paulo Aleixo, to-dos próximos de Bruno “Pidá”.

O julgamento terminou há pou-co e a sentença, proferida a 11 de Novembro último, ficou aquém das expectativas: Camacho foi condena-do a quatro anos e meio de prisão, enquanto os restantes – membros do gangue da Ribeira – foram absolvi-dos, “por falta de provas”.

Esta decisão foi, sem dúvida, uma má noticia para a procuradora

de Lisboa. Por outro lado saiu “re-forçado” quem continua a achar “um disparate” a sua nomeação. “Como é possível mandar alguém de Lisboa investigar crimes no Porto? Que co-nhecimentos tem a senhora da men-talidade, das complexidades, do banditismo nortenho?”, perguntava-nos há dias um expert que se confes-sou “incapaz de fazer melhor” se o enviassem liderar um processo idên-tico em Lisboa.

“Aqui temos os nossos meios, as nossas fontes; conhecemos os es-quemas e/ou formas de os penetrar. Quem não for de cá, quem estiver longe desta realidade, não poderá nunca ter os mesmos resultados, sem primeiro se integrar. E para isso são precisos anos e não dias ou meses”.

Recorde-se que Helena Fazenda foi nomeada a 12 de Dezembro de 2007 pelo Procurador Geral da Re-pública, Pinto Monteiro, para liderar uma equipa especial para investigar os homicídios que sacudiram o Por-to em 2007. Esta decisão do PGR foi tida como um “atestado de in-competência” à PJ do Porto que não demorou muito a responder. Quatro dias depois, a 16 de Dezembro, os homens da directoria do Porto de-sencadearam uma gigantesca opera-ção de que resultariam duas dezenas de detenções e a prisão preventiva dos líderes do gangue da Ribeira.

Morte de Aurélio Palha Julgamento de Pidá sob fortes medidas de segurança

E as mortes pararam aí. No en-tanto esta acção não fez Pinto Mon-teiro desistir de enviar Helena Fa-zenda para o Porto. Foi o inicio da polémica, com vários episódios, de entre os quais se destaca a demissão da direcção da PJ/Porto, farta das acusações de Helena Fazenda que se dizia vítima de sabotagem por parte de colegas e policias nortenhos. Es-tes, por seu lado, diziam-se alvo de vigilâncias ordenadas por Helena Fazenda. Fosse o que fosse, a verda-de é que se alguém então ganhou, foi a procuradora. Houve “mexidas” e fortes, tanto na PJ como no DIAP do Porto. E, quer se queira, quer não, quem ganhou foi o banditismo.

Actualmente, e em linguagem futebolística, poderia dizer-se que Helena Fazenda está a perder. Mas o jogo não acabou; falta o resultado deste julgamento e dos que deveriam vir a seguir: o do homicídio de Au-rélio Palha, cuja acusação ainda não saiu mas estará já concluída – o ban-do de Pidá é apontado como autor – e o mais complexo, o da morte de Alberto Carvalho, o “Berto Maluco”, ceifado a tiros de metralhadora, à porta de casa, na noite de 10 de De-zembro. Quanto a este caso parece que a “equipa especial” continua às cegas, sendo quase certo que o pro-cesso seja remetido a uma gaveta, há espera de melhores dias. Ou de outra equipa, como se diz mais para norte.

Valongo não escapaInfelizmente Valongo não tem escapado ao fenómeno de violência e criminalidade que envolveu a Área Metropolitano do Porto. Mui-tos têm sido os exemplos, com roubos, assal-tos e agressões a marcar o dia-a-dia de muitos munícipes.A evidência atingiu o seu paroxismo quando, �����������T ��������������� �*�� ������� -tores oriundos de um conhecido e problemá-tico bairro do Porto deslocou-se até ao Susão para alardear violência.Sem mais nem porquê, os bandidos destruí-ram dois cafés a golpes de bastão e manda-��������������������������*�� �������������������������* �������� �� �������%����� ���������� ��������������������� ������ �-mentos. U �� ����������� ����4���� �������������������PSP. Chamada ao local na primeira noite dos ���%������������������������ ���8� �;�� �maugrado ter resultado um ferido grave não fez qualquer diligência nas primeiras horas, não registando sequer a ocorrência. Valeu a �� �� ������������� ���� ��������� ��������� �����W���������������������� �� �������à esquadra e percebeu que ninguém sabia de �����W�������� ������� �� ���������������� � ������������������� � ��� =��� ������� *���seriamente.

do por quem matou Aurélio Palha – quando foi alvejado por dois atiradores que empunhavam metralhadoras. Viria a morrer pouco depois no Hospital S. João.

20083 de Março - Carlos Almeida, informador da PJ e que terá

colaborado nas investigações que levaram Bruno Pidá à ca-deia, morre carbonizado num acidente com um Ferrari, jun-to à área de serviço de Águas Santas. Carlos tinha sido há pouco acusado pela companheira de Bruno Pidá de ter for-jado provas contra este, sob a orientação de um polícia. Na altura falou-se que o acidente camuflava um atentado mas das investigações nada resultou que desse substância a tal. Ficou-se pelo acidente!

9 de Outubro – A casa de Helena fazenda, em Lisboa, é assaltada. A “operação” foi cirúrgica: apenas

desapareceu um computador portátil que supostamente conteria ele-

mentos da investigação da “Noite Branca”. O caso foi desvalorizado.

10 de Outubro - Hele-na Fazenda deduz acusação

no caso da discoteca El Sone-ro, em que foi morto Nuno Gaia-

to. São acusados Hugo Rocha, José Teixeira e Vasco. Além do homicídio são

ainda acusados de coacção agravada e posse ilegal de armas e estupefacientes.

12 Dez – Fábio, primo de Bruno Pidá, que havia sido de-tido durante a operação “Noite Branca” e libertado pouco depois, volta a ser preso e apresentado ao TIC. Sob ele pesa agora a acusação de ter participado no homicídio de Ilídio Correia.

16 Dezembro – Um ano depois de constituir a “equipa es-pecial”, Helena Fazenda deduziu acusação contra onze argui-dos do processo da “Noite do Porto”, todos do gangue da Ri-beira. São-lhe imputados vários crimes, designadamente os de homicídio qualificado e posse e detenção ilegal de armas.

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Regional

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O restaurante A Regional Va-longuense continua a promover os jantares vínicos onde, com a colaboração das grandes marcas nacionais de vinhos, transforma uma simples refeição em mo-mentos de arte e magia.

Depois do sucesso recente com a Quinta da Aveleda, desta vez a gerência do restaurante foi ao Sul, a Almeirim, trazendo de lá os especialíssimos vinhos da Quinta da Alorna, um produtor pleno de pergaminhos na arte de fazer vinho com as mais nobres das castas.

E assim sendo, é óbvio que o “chef” de cozinha d’A Regional Valonguense teve de cozinhar a preceito, de modo a encontrar a simbiose perfeita entre os néc-tares de Almeirim e os produtos e sabores dos seus cozinhados. Coisa simples, dirão os leigos. Arte, diz quem lá esteve no dia 20 de Novembro último.

A abrir, como aperitivo, foi escolhido um Quinta da Alorna Rosé. Depois, para as entradas, onde imperaram vários maris-cos, enchidos e fumados, espe-tadinhas e salgadinhos, foi ser-vido Quinta da Alorna branco

Para a canja e feijoada de marisco, decidiram que a com-panhia seria Quinta da Alorna Reserva Chardonnay.

“Precioso”, diziam as dezenas de clientes que aderiram à ini-ciativa do restaurante. E tanto assim que muitos foram os que, fervorosamente “atacaram”, de-liciados, de novo a feijoada. Mas outros sabores se avizinhavam, adivinhava-se: aromas de outra natureza eram disso prova. E chegou a vitela, soberanamente assada no forno, com castanhas e puré de maçã. Os especialistas opinarão que para especialida-de semelhante, quem respon-deria a preceito era o Quinta da Alorna Tinto, um vinho com antepassados, celebrado desde há séculos.

“Infelizmente os estômagos têm limites”, choravam-se al-guns, já que a ocasião justifica-va “bandulho” mais capaz. Mas as coisas são o que são e não va-lia a pena o lamento pois para fechar tão mágicos momentos, A Regional valonguense tinha preparada uma sobremesa tam-bém ela digna de mesa real: sopa seca, bolo-rei e arroz doce. Mas também requeijão com doce de abóbora. O tudo regado com Quinta da Alorna Reserva Ca-

A Regional Valonguense

REFEIÇÕES TRANSFORMADAS EM ARTE

Quinta da AlornaA quinta foi adquirida no século XVIII pelo Mar-quês de Alorna. Possui 200 hectares de vinha plantados em terrenos arenosos e de calhau ro-lado. As castas mais utilizadas são Fernão Pires, Chardonnay, Arinto, Tália, Trincadeira, entre outras.

bernet Sauvignon/Tou-riga Nacional e Abafadinho Quinta da Alorna

Depois veio o café, c/ aguar-dente Quinta de Cabriz.

Não há bem que sempre dure…

Mas pode-se repetir. Basta

ir à Regional Valonguense (por trás do estádio de Valon-go). Verá que eles transformam uma simples refeição numa au-têntica celebração de sabores e sentidos.

Assim vale a pena comer. OQ

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Regional

VILA NOVA DE GAIA

Para responder às carências

das populações

Bispo do Porto defende parcerias com autarquias D. Manuel Clemente, bispo do Por-to, defendeu o estabelecimento de parcerias entre a Igreja Católica e as autarquias com o objectivo de responder às necessidades das popu-lações. �����%������������=����������várias instituições de uma zona, diz ��������8� ���� �� ���������������� �serve”. D. Manuel Clemente falou depois de ter reunido com o presidente da Câ-mara de Gaia, Luís Filipe Menezes qom quem discutiu a actualidade social. O prelado referiu que a Igreja Católica é “uma presença social muito positiva para que as necessidades das popula-ções sejam correspondidas de maneira mais cabal e humanista”.Luís Filipe Menezes reforçou a ideia, salientando o importante papel que a ^�� *��� ��������� ����� �@���������-mar que esta “tem estado na primeira linha da frente, por vezes substituin-do o próprio Estado”, dando apoio à �����������8��������� ����_����sobre os mais carenciados”. O autarca defendeu, desta forma, que a “atitude � ����=���� ��4���������������estímulo e vontade de comparticipar o trabalho da Igreja Católica”.O bispo do Porto disse que tem que ha-� �����������������_�������� �������7��� � ����� ���������������� ���� �-centa que deseja os “melhores votos” para que a “obra comum” entre a Igreja Católica e as autarquias seja conseguida.

A união das duas frentes do túnel da Linha de Gondomar do Metro do Porto, que atraves-sará a Estrada da Circunvalação, está prevista para Janeiro, faltando apenas cerca de 180 me-tros de obra.

Com 900 metros de cumprimento e cerca de oito metros de diâmetro, a construção deste túnel anda entre 1,30 metros a quatro metros por dia, “consoante o terreno que está pela frente”.

Paulo Ferreira, engenheiro responsável pela obra desta nova linha da rede do Metro do Porto, afirmou que a construção do túnel envolverá, na sua totalidade, 15 mil quilos de explosivos, 18.860 metros cúbicos de betão e 460 toneladas de aço.

O volume de terras escavadas atingirá os 55 mil metros cúbicos.

Este túnel fará a ligação das estações de S. João de Deus, no Porto, ao Parque Nascente, em Rio Tinto, Gondomar, sendo que a densi-dade populacional existente do lado de Gon-domar faz com que o trabalho seja feito em “condições mais complicadas”, frisou o enge-nheiro.

A nova linha de Gondomar - Estádio do Dragão/Venda Nova - representa um investi-mento global de 135 milhões de euros e terá uma extensão de cerca de sete quilómetros, com dez estações, estando prevista a sua con-clusão para finais de 2010.

Nesta empreitada, os sete quilómetros de linha maioritariamente à superfície são cons-truídos praticamente em simultâneo, dando emprego a mais de 500 trabalhadores.

A estação de S. João de Deus, cujo projecto de arquitectura é da autoria de Correia Fer-nandes, será aquela que terá “maior volume”, sendo semi-enterrada.

Do lado de Gondomar, várias estações te-rão parque de estacionamento com capacidade média de uma centena de veículos.

É também do lado de Gondomar que se centram cuidados acrescidos quanto a ques-tões ambientais.

Na zona da Lourinha, junto ao rio Tinto, a Metro do Porto referiu que está a ser imple-mentado um projecto de “Regularização Flu-vial” deste rio.

A Metro já entubou e desviou provisoria-mente o rio do seu normal percurso, uma si-tuação que apenas se manterá até que a obra esteja concluída, sendo que a empreitada prevê “corrigir” algumas situações anómalas que fa-ziam com que, em leito de cheia, o Tinto por vezes inundasse a zona.

Sendo Gondomar um dos concelhos que mais fornece mão-de-obra à cidade Invicta, a Metro do Porto estima que esta nova ligação Estádio do Dragão (Porto) - Venda Nova/Ca-

Metro do Porto

Penafiel adere ao saneamento do Grande PortoU��%������ ��������6�� ��� ��`�������� �+ ��� ������ ����������������� ����� ���������������ao Sistema Multimunicipal de Sanea-mento do Grande Porto – SIMDOURO. w��� ����������+&������������� ��������� �� ����������� ��������� � ���������������� ���������������� �����de fundos comunitários para resol-� ������������� �������� �� ����+ ������������/��� �+ ��� ��� �4������������������������ ��:K6'{�Em resposta, o presidente da Câmara, 6�� ����&������0+&5|95&1�� =�������� ��� ����� ���� �������� ������������ �������� }� �� �������������'�����&�������6�� ������ ��� ���� =��������������������� ��������������� ����4���� �������� ��������do problema. Por outro lado, em caso � ������� ������������������� ���forma de aceder a fundos comunitá-rios, garantiu.6�������������������������������-dade, tendo o presidente da Câmara enumerado as vantagens de integrar ������ ���*4� =�� �� � ������������dadas, podendo ainda o município obter contrapartidas, como uma “ci-clovia ao longo da margem do Sousa” ��/�7�:K6'

PAREDES

QUASE PRONTO O TÚNEL DA LINHA DE GONDOMAR

banas (Gondomar) venha a ter uma procura muito grande.

“Os estudos iniciais, que incidiram sobre a Linha desde o Estádio do Dragão até ao Cen-tro de Gondomar (mais três quilómetros do que o contractualizado), apontavam para uma procura de 55 mil pessoas/dia”, disse fonte da metro.

O modelo operacional para esta linha é também ainda desconhecido, mas “até ao final do ano ficará definido”.

Nesta ligação serão utilizadas todas as composições existentes, bem como os 30 tram-trains (mais rápidos e com mais lugares sentados) que a Metro do Porto adquiriu, mas que ainda não estão ao serviço.

“Com a compra dos trem-trains a frota é mais do que suficiente para reforçar a rede existente e operar esta nova linha”, disse fonte da Metro.

Esta empreitada prevê uma requalificação urbana da zona Oriental do Porto e de Gondo-mar, com a construção de novas vias rodoviá-rias e a arborização de certas áreas com mais de 1.900 sobreiros.

A construção da Linha de Gondomar está a cargo do consórcio Somague/Soares da Cos-ta/Mota Engil/Monte Adriano/Efacec.

A GNR de Paredes foi chamada por po-pulares do lugar de Chãos, em Bitarães (Pa-redes) que desconfiaram de um “descarre-gamento suspeito” a acontecer num prédio ainda em construção. Quem denunciou viu dois jovens casais a tirar material suspei-to, “incluindo armas”, de uma carrinha e a transportá-lo para o interior do edifício.

A GNR foi ver.

Larápios…Quando a GNR chegou ao local, acabou

por descobrir os quatro jovens dentro de um dos apartamentos. Havia armas, sim, mas de paintball bem como milhares de muni-ções de tinta, próprias daquelas armas de re-creio. Para além disso havia outro material,

também utilizado em desportos radicais. Questionados sobre a origem do material os jovens não souberam explicar e não foi pre-ciso muito para que a GNR percebe-se que se tratava de material roubado.

Os dois rapazes, ambos com 20 anos, foram detidos – um deles tinha antecedentes criminais, por furto – e as companheiras apenas identifica-das e entregues aos pais, já que eram menores. Depois foi só tentar saber de onde vinha todo aquele “armamento”. Era oriundo de um assalto à Quinta da Eira, em Cete, com a particularida-de de os próprios proprietários ainda não terem dado pelo furto.

No apartamento de Bitarães a GNR apre-endeu ainda dois painéis solares – recentemente furtados na Quinta da Aveleda – e centenas de maços de tabaco, também provenientes de furtos.

ARMAMENTO “SUSPEITO” ERA DE PAINTBALL

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CD 13 4 de Dezembro 2009

Regional

O Governo prevê em 2010 o re-forço de 25 milhões de euros para as agro-indústrias e uma nova linha de crédito de 50 milhões de euros para a agricultura e pecuária, afirmou on-tem o ministro António Serrano.

“Estamos a trabalhar na con-cretização de algumas medidas de carácter excepcional para apoiar a campanha de 2010 neste contexto de crise, tais como a alteração da actual linha de crédito disponí-vel para os agricultores sendo que uma delas permite um aumento de reforço para as agro-indústrias de 25 milhões de euros”, disse o Minis-tro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas.

À margem de uma conferência de imprensa destinada a fazer um ponto de situação do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) e do Plano Excepcional de apoio ao sector agro-pecuário, António Ser-rano mencionou ainda a criação de “uma nova linha de crédito para a agricultura e pecuária de 50 mi-lhões de euros bonificada numa taxa média de 85 por cento de bo-nificação de juros com um período de carência de dois anos e quatro anos de amortização”.

Segundo referiu, “todos os agri-cultores ficarão em pé de igualda-de com acesso às mesmas linhas de financiamento” e poderá assim ter

segurança nas medidas anunciadas pelo Executivo para o próximo ano.

António Serrano fez um pon-to de situação do PRODER dando conta que “em termos de execução financeira, é neste momento um total de 13,7 por cento que repre-senta pouco mais de 611 milhões de euros pagos de facto aos agri-cultores correspondentes a 180 mi-lhões de candidaturas aprovadas e contratadas em 2009”.

“Neste mês de trabalho já con-seguimos pagar 27 milhões de eu-ros do PRODER que é um ritmo diferente daquilo que foi feito nos últimos anos nesta matéria”, salien-tou o governante.

Lembrou ainda que, à semelhan-ça do que havia sido prometido pelo Governo no âmbito da reformulação da estrutura técnica do PRODER, “entrou em funções a 1 de Dezem-bro uma nova equipa reforçada com mais 20 técnicos separada do gabinete de planeamento”.

“O grupo de trabalho que cri-ámos com as confederações está a fazer o seu trabalho, está a propor medidas de Simplex do programa PRODER e estou em crer que no próximo ano, com o seu contributo teremos uma maior eficácia e efici-ência do sistema de financiamento do PRODER”, afirmou.

Este encontro com os jornalistas teve ainda o propósito de dar a co-nhecer o ponto de situação do Regi-me de Pagamento Único (RPU).

“Anunciámos a 18 de Novem-bro e dissemos que pagaríamos no dia 02 de Dezembro. Cumpri-mos”, frisou o ministro.

E salientou: “no dia 2 de De-zembro pagámos, não os 300 mi-lhões de euros, mas 295 milhões de euros abrangendo um total de 150.076 agricultores”.

Nessa sequência, “em termos de reforço de ajudas directas em antecipação de pagamento e até final deste ano iremos pagar ain-da 108 milhões de euros incluin-do processamento de verbas às regiões autónomas da Madeira e dos Açores”.

Os construtores estão a ver com “preocupação” a possibili-dade de a Mota-Engil parar as obras na concessão rodoviária Douro Interior, temendo um agravamento do desemprego num sector que está em crise há vários anos.

 Londres, Milão e Washington serão as próximas etapas da mis-são internacional de promoção turísticas do Douro, disse Ricar-do Magalhães, vice-presidente de Estrutura de Missão Douro (EMD) que esteve a semana pas-sada em Paris, numa acção de captação de turistas.

Ricardo Magalhães referiu que aquelas três cidades serão as próximas a receber esta missão, mas sublinhou que elas não estão ainda calendarizadas.

“Não sei qual será a primeira das três cidades, isso está ainda em estudo”, disse, acrescentan-do que estas missões arrancarão a partir do final do primeiro tri-mestre de 2010.

Esta operação de “place ma-rketing” que se realizou em Pa-ris foi organizada pela Fundação Museu do Douro, no âmbito do programa Operacional da Região Norte, com a colaboração da Co-missão de Coordenação e Desen-volvimento Regional do Norte (CCDRN) e da EMD.

Colaboraram ainda nesta ini-ciativa o Turismo do Douro, o Instituto dos Vinhos do Porto e Douro (IVDP) e a Rota do Vinho do Porto (RVP), que contou ainda com o apoio operacional da Dou-ro Azul, do Turismo de Portugal e da Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP).

Agostinho Ribeiro, do Conse-lho de Administração do Museu do Douro, afirmou-se “muito satisfeito” com o resultado desta iniciativa.

“Considero um êxito o facto de termos conseguido reunir, na apresentação realizada na Em-baixada de Portugal em Paris, uma cidade onde todos os dias há centenas de solicitações deste género, cerca de 80 operadores turísticos e agentes de viagem”, disse.

Mas Agostinho Ribeiro fez questão de sublinhar que para além desse facto, já de si notável, “foi tão ou mais importante que todos os agentes envolvidos no turismo do Douro se tenham

unido nesta tarefa urgente pro-moção do turismo de qualidade na região”.

A acção promocional no mercado francês visou também demonstrar as vantagens com-petitivas do Douro a potenciais investidores, dando a conhecer a estratégia de desenvolvimento tu-rístico em curso.

O chefe da EMD, Ricardo Ma-galhães, disse que “o Douro reú-ne condições para atrair turistas e investidores com um elevado perfil de exigência”.

A EMD classifica o mercado francês como prioritário para o desenvolvimento turístico do Douro, a captação de visitantes e o aumento das exportações de vi-nhos do Porto e do Douro.

A França ocupa a segunda posição no ranking dos países de origem dos turistas que visitam o Norte de Portugal e apresenta um perfil de turista com afinidades com as características patrimo-niais, ambientais, paisagísticas e vitivinícolas da região do Douro.

O DOURO EM VIAGEM DE PROMOÇÃO

Agricultura

MINISTRO ANUNCIA APOIOS E LINHA DE CRÉDITO PARA 2010

Douro: mais desemprego à vista

CONSTRUTORES PREOCUPADOS COM PARAGEM DAS OBRAS NA CONCESSÃO DOURO INTERIOR

“Vemos com muita preocupa-ção” a possibilidade das obras na concessão Douro Interior pararem, “devido ao impacto que essa pa-ragem poderá ter no aumento do desemprego no sector da constru-ção”, afirmou o presidente da Fede-ração Portuguesa da Indústria da

Construção e Obras Públicas (FE-PICOP), Ricardo Pedrosa Gomes.

O presidente da FEPICOP re-cordou que o sector da construção, que “em seis anos perdeu 30 por cento do mercado, é dos que mais tem contribuído para o aumento do desemprego” em Portugal.

O presidente da FEPICOP fala-va aos jornalistas um dia depois de o presidente da Mota-Engil, Antó-nio Mota ter afirmado na televisão que as obras na concessão rodovi-ária Douro Interior, a que o Tribu-nal de Contas recusou a atribuição de visto prévio, poderão parar den-tro de um mês.

“As obras vão continuar en-quanto houver condições para con-tinuar”, disse António Mota durante uma entrevista ao programa da SIC Notícia ‘Negócios da Semana”.

O presidente da Mota-Engil disse que o consórcio que venceu a concessão investiu mais de 100 mi-lhões de euros.

“Quando acabar aquele dinhei-ro, a obra pára”, disse, afirmando que a verba disponível dá para con-tinuar as obras “não mais” do que um mês.

António Mota lamentou ainda que a decisão do Tribunal de Contas (TC) tenha sido conhecida um ano

depois da assinatura do contrato.Actualmente, estão 950 pes-

soas a trabalhar nas obras da concessão rodoviária Douro In-terior.

Além da concessão rodoviá-ria Douro Interior, o TC também recusou a atribuição do visto pré-vio às concessões Auto-Estrada Transmontana e Baixo Alentejo.

A Estradas de Portugal já enviou o recurso ao TC relativa-mente às concessões Douro Inte-rior e Auto-Estrada Transmonta-na e já anunciou que vai fazer o mesmo para a concessão Baixo Alentejo.

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CD 15 4 de Dezembro 2009

Passatempo

Cruzadas

Sudoku

Soluções

VERTICAIS1 -o que querem fazer na ota; gelado2 -fl or (inv.); madame3 -o que o professor chamou ao ministro; vale rupestre4 -noticias sábado; olha - diz o fanhoso; capa interior (inv.)5 -é um fi lme de; chora ou; lhe (anagr.)6 -topo; andava; pôr-do-sol7 -este é um país de; letra repetida8 -quase casada; operacional9 -letra repetida; incomodar (inv.)10 -pousa; fl or e cor11 -liga dos amigos anónimos; o que não há na margem sul12 -acalmou (anagr.)13 -os ministros são

HORIZONTAIS1 -bomba na ponte; têm-nas a Alzira2 -dele; local do aeroporto3 -inicio dos rafeiros; cabo de aparelhagem; boneca sem consoantes4 -local provavel do aeroporto (angr.); sem ninguém5 -apanho; na entrada (talvêz latim)6 -verias; empresa de aviação (portuguesa)7 -tejo; empresa de aviação (remodelada); daqui vou eu8 -pilhas; onde se pegam os cornos (inv.)9 -somos todos uns; ninguém lhes tira a10 -empresa de viação da Tunisia11 -o que não há na magem sul; roubar (inv.)12 -profi ssão decadente13 -letra repetida; o que não há na margem sul

Sudo

kuLenda do Rei RamiroUma antiga lenda que remonta ao século X, conta que o rei Ra-miro II de Leão se apaixonou por uma bela moura de sangue azul, irmã de Alboazer Alboçadam, rei mouro que possuía as terras que iam de Gaia até Santarém. Infl uenciado pela sua pai-xão e com a intenção de pedir a moura em casamento, Ramiro decidiu estabelecer a paz com Alboazer, que o recebeu no seu palácio de Gaia. Apesar de já ser casado, Ramiro pensou que seria fácil obter a anulação do seu casamento pelo parentesco que o unia a D. Aldora. Alboazer recusou terminantemente: nunca daria a irmã em casamento a um cristão e, de todas as formas, esta já estava prometida ao rei de Marrocos. O rei Ra-miro, vexado, pareceu aceitar a recusa, mas pediu ao astrólogo Amã que estudasse os astros para decidir qual a melhor altura para raptar a princesa e levou-a consigo nessa data propícia. Dando por falta da irmã, Alboazer ainda chegou a tempo de encontrar os cristãos a embarcar no cais de Gaia. Gerou-se uma luta favorável ao rei cristão, que levou a princesa moura para Leão, a baptizou e lhe deu o nome de Artiga, que tanto signifi cava castigada e ensinada como dotada de todos os bens. Alboazer, para se vingar, raptou a legítima esposa do rei Rami-ro, D. Aldora, juntamente com todo o seu séquito. Quando o rei Ramiro soube do rapto fi cou louco de raiva e, juntamente com o seu fi lho D. Ordonho e alguns vassalos, zarpou de barco para Gaia. Aí chegados Ramiro disfarçou-se de pedinte e diri-giu-se a uma fonte onde encontrou uma das aias de D. Aldora a quem pediu um pouco de água, aproveitando para dissimula-damente deitar no recipiente da água meio camafeu, do qual a rainha possuía a outra metade. Reconhecendo a jóia, D. Aldora mandou buscar o rei disfarçado de pedinte e, por vingança da sua infi delidade, entregou-o a Alboazer. Sentindo-se perdido, o rei Ramiro pediu a Alboazer uma morte pública, esperando com astúcia ganhar tempo para poder avisar o seu fi lho através do toque do seu corno de caça. Ao ouvir o sinal combinado, D. Ordonho acorreu com os seus homens ao castelo e juntos mataram Alboazer e o seu povo, para além de destruírem a cidade. Levando D. Aldora e as suas aias para o seu barco, o rei Ramiro atou uma mó de pedra ao pescoço da rainha e atirou-a ao mar num local que fi cou a ser conhecido por Foz de Ânco-ra. O rei Ramiro voltou para Leão onde se casou com a prince-sa Artiga, de quem teve uma vasta e nobre descendência.

Valongo e SusãoDiz-se que os nomes de Valongo e Susão têm origem nesta lenda que remonta à época em que alguns cristãos perseguidos no Oriente se refugiaram em Cale, foz do rio Douro. Entre eles estava o rico negociante judeu Samuel, recém-convertido ao Cristianismo, e a sua fi lha Susana. Pensavam os fugitivos estarem já livres de perseguições quando foram obrigados a defender-se dos árabes que dominavam a região. Com astúcia, prepararam uma armadilha e capturaram o jo-vem Domus de cujo resgate esperavam obter a paz. Enquanto decorriam as negociações, Domus e Susana apaixonaram-se e o mouro pediu para ser baptizado para poder casar-se com a jovem. O acordo com os muçulmanos era assim impossível e decidiram todos fugir, deixando Portucale (Porto) em direcção ao Oriente. Chegados ao topo da Serra de Santa Justa depa-raram com uma paisagem lindíssima e a apaixonada Susana exclamou um elogio sincero ao vale longo que sob os seus olhos se estendia. Desceram ao vale e nele decidiram fi car para sempre, edifi cando as primeiras casas de uma povoação que se veio a chamar Susão, em memória da bela Susana. O vale que Susana tinha achado belo e longo fi cou conhecido como Vallis Longus (Valongo).

Lendas

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4 de Dezembro 2009CD

Última

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Um “Eléctrico de Natal” vai ani-mar as ruas da baixa do Porto entre os dias 18 e 24 de Dezembro, numa iniciativa da STCP, com o apoio da Câmara do Porto (através da Empre-sa Municipal PortoLazer) e da Asso-ciação de Comerciantes do Porto.

Actores e promotores vestidos de Pai Natal vão animar as viagens de eléctrico, interagindo com os uten-tes do transporte e com os tran-seuntes que se encontrem a fazer as suas compras na baixa do Porto.

Este veículo especial utilizará a rede de carros eléctricos da STCP, especialmente o percurso da Linha

22 – Carmo/Batalha/Carmo, via ruas dos Clérigos, de Santo Antó-nio, de Santo António, de Santa Catarina, de Passos Manuel e de Ceuta.

A iniciativa tem como principal objectivo a promoção do comércio tradicional na baixa da cidade por-tuense, neste período que antecede o Natal.

Entre o dia 18 e a véspera de Na-tal, o Eléctrico de Natal realizará o percurso referido entre as 10:00 e as 18:30, com arranque às 14:00 de 18 de Dezembro e término às 12:30 do dia 24 de Dezembro.

Para animar comércio tradicional

ELÉCTRICO VAI ANIMAR BAIXA DO PORTO DURANTE A QUADRA NATALÍCIA

Carta ao pai natal

Querido Pai Natal:Este ano você levou deste mundo o meu cantor e dançarino preferido, o Micha-el Jackson; levou o meu actor preferi-do, o Patrick Swayze e levou também a minha actriz prefe-rida, a Farrah Faw-cett...Acha que eu mere-cia isto?Já agora quero lem-brá-lo que o meu político preferido é o José Sócrates!

A fábrica de cablagem do sector automóvel Leoni, de Viana do Castelo, vai encerrar em Dezembro do próximo ano, colocando 599 trabalhadores no desemprego, disse hoje José Simões, do Sin-dicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA).

O sindicalista afirmou que a informação foi dada hoje pela administração da fábrica numa reunião com as organizações sin-dicais que representam os trabalhadores da fábrica.

De acordo com o dirigente do SIMA, o primeiro lote de tra-balhadores, no total de 210, vai sair em Março do próximo ano.

“Entre Junho e Julho de 2010 saem 254 trabalhadores direc-tos (ligados à produção) e 79 indirectos (que fazem a ligação com a produção)”, adiantou José Simões.

Em finais de Outubro saem mais 45 trabalhadores, segundo Miguel Moreira, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas do Norte e Centro (STIENC).

A fábrica de Viana do Castelo do grupo alemão Leoni deverá encerrar em Dezembro do próximo ano, altura em que estarão a trabalhar apenas 11 trabalhadores.

De acordo com o coordenador do STIENC, a empresa justi-ficou o encerramento com a falta de encomendas e o custo da mão-de-obra.

A Leoni Viana, que produz essencialmente cablagens para a indústria automóvel de veículos ligeiros, efectuou, em meados deste ano, um despedimento colectivo, abrangendo 120 traba-lhadores, justificado com a “redução dramática” de pedidos da indústria automóvel.

Antes disso, tinha ajustado a semana de trabalho de cinco para quatro dias, uma medida que seria para vigorar entre Fevereiro e Julho, mas acabou por ser suspensa antes da data prevista.

A Norte, tudo mau

MAIS 600 DESEMPREGADOS

A Polícia Judiciária, através da Directoria do Norte, iden-������ �� � � ������� ��como presumível autor de dois assaltos à mão armada ocorridos, um no interior de um estabelecimento de ven-

O primeiro-ministro, José Sócra-tes, anunciou hoje, na Assembleia da República, na abertura do debate quinzenal, que vai propor à concer-tação social que o salário mínimo se fixe em 475 euros no próximo ano.

Na sua intervenção inicial, José Sócrates referiu que o valor avança-do “cumpre o acordo estabelecido com os parceiros sociais”.

“Aumentando agora o salário mínimo para 475 euros, respeitare-mos escrupulosamente esse acordo e a evolução nele prevista. Mas a se-gunda razão é ainda mais importan-te: o aumento do salário mínimo é mais um passo dado num caminho que deve mobilizar todo o país, o caminho da justiça social”, defendeu Sócrates perante os deputados.

José Sócrates aludiu depois a correntes de opinião que criticarão a sua decisão de aumentar o salário mínimo numa conjuntura económi-ca de crise.

No entanto, o líder do executi-vo contrapôs que “é nos tempos de dificuldade que devemos olhar com mais atenção para quem mais preci-sa”.

“É nos tempos de dificuldade que mais devemos promover medi-das que reduzam as desigualdades, combatam a pobreza e promovam a justiça social”, sustentou.

Segundo o primeiro-ministro

SALÁRIO MÍNIMO AUMENTA NO PRÓXIMO ANO

DETIDO POR ROUBOS À MÃO ARMADA EM ESTABELECIMENTOS

da de vestuário e outro numa loja de fruta e legumes, nos dias 15 e 18 do passado mês de Novembro.Entrando nos estabelecimen-tos como se tratasse de um vulgar cliente, o ora arguido mostrar-se-ia interessado nos produtos expostos e, quando já próximo da caixa registadora, exibia uma arma de fogo exigindo e obtendo pela força todo o dinheiro aí guardado.O detido, de 24 anos de idade, operador de máqui-nas desempregado e já com antecedentes criminais por condução sem habilitação le-gal e furto de uso de veículo, vai ser presente a interroga-tório judicial para aplicação das medidas de coacção tidas por adequadas.