correio do douro #07

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www.correiododouro.pt APROVADO FINANCIAMENTO PARA ALARGAMENTO DA REDE PRÉ-ESCOLAR EM VALONGO Pgs.|5 Pgs.|15 Selagem ocorreu há 10 anos com Fernando Melo PARQUE AVENTURA - LIPOR PAGA DÍVIDA A ERMESINDE Pgs.|4 GONDOMAR CANDIDATO DO PSD DEFENDE DESACTIVAÇÃO DA ETAR DE VALBOM Solução passa por desviar esgotos “Obsoleta e com uma tecnologia completamente ultrapassada” é o modo que Rui Quelhas, candidato do PSD/PP à presidência da Câmara Municipal de Gondomar, adoptou para se referir à Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Valbom. FUTEBOL SOBRADO COM APOSTAS CLARAS NA ÉPOCA QUE AGORA COMEÇA Clube homenageou Nuno Ribeiro O vencedor da última Volta a Portugal recebeu ali mais uma homenagem dos seus conterrâneos, cerimónia que ficou marcada pela entrega de uma placa do clube ao ilustre ciclista. Pgs.|11 Pgs.|12 Apoiados pelo PSD INDEPENDENTES “UNIDOS POR ALFENA” APRESENTAM CANDIDATOS À FREGUESIA O movimento independente “Unidos por Alfena”, actualmente na liderança da Junta de Freguesia, sob a batuta de Arnaldo Soares, apresentou no último sábado a sua lista de candidatos às próximas eleições autárquicas, desta vez sob a direcção de Rogério Palhau, com o apoio do ainda presidente, a quem deverá suceder. Pgs.|13 Globalização ESPANHÓIS TENCIONAVAM ASSALTAR BANCOS PORTUGUESES Amor até ao fim TENTOU MATÁ-LA DUAS VEZES MAS FOI CHORÁ-LO AO FUNERAL Pgs.|6 Casou “perdidamente apaixonado” e era tão louco por ela que, muitos anos depois e por ciúmes tentou matá-la, acabando condenado a 5 anos de cadeia. Pgs.|7 AUTÁRQUICAS DOURO QUINZENAL REGIONALISTA director|OSCAR QUEIRÓS ano|59 número|7 Sexta, 11 de setembro de 2009 preço|0,25CORREIO do nova série Entrevista Luis Ramalho VAMOS FAZER DE ERMESINDE A CIDADE ONDE QUEREMOS VIVER E NÃO APENAS MORAR Pgs.|8 à 10 Autárquicas/Gaia MENEZES QUER REGIONALIZAÇÃO

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Jornal Quinzenal Regionalista

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Page 1: Correio do Douro #07

www.correiododouro.pt

APROVADO FINANCIAMENTO PARA ALARGAMENTO DA REDE PRÉ-ESCOLAR EM VALONGOPgs.|5

ALFREDO SOUSA (CANDIDATO PS) CONTINUA A “MALHAR” NA JUNTA (DO PS)

CAMPO E A LUTA

PELO PODER

Pgs.|15

Selagem ocorreu há 10 anos com Fernando Melo

PARQUE AVENTURA - LIPOR PAGA DÍVIDA A ERMESINDE Pgs.|4

GONDOMAR

CANDIDATO DO PSD DEFENDE DESACTIVAÇÃO DA ETAR DE VALBOM

Solução passa por desviar esgotos

“Obsoleta e com uma tecnologia completamente ultrapassada” é o modo que Rui Quelhas, candidato do PSD/PP à presidência da Câmara Municipal de Gondomar, adoptou para se referir à Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Valbom.

FUTEBOL

SOBRADO COM APOSTAS CLARAS NA ÉPOCA QUE AGORA COMEÇA

Clube homenageou Nuno Ribeiro

O vencedor da última Volta a Portugal recebeu ali mais uma homenagem dos seus conterrâneos, cerimónia que fi cou marcada pela entrega de uma placa do clube ao ilustre ciclista.Pgs.|11 Pgs.|12

Apoiados pelo PSD

INDEPENDENTES “UNIDOS POR ALFENA” APRESENTAM CANDIDATOS À FREGUESIAO movimento independente “Unidos por Alfena”, actualmente na liderança da Junta de Freguesia, sob a batuta de Arnaldo Soares, apresentou no último sábado a sua lista de candidatos às próximas eleições autárquicas, desta vez sob a direcção de Rogério Palhau, com o apoio do ainda presidente, a quem deverá suceder. Pgs.|13

Globalização

ESPANHÓIS TENCIONAVAM ASSALTAR BANCOS PORTUGUESES

Amor até ao fi m

TENTOU MATÁ-LA DUAS VEZES MAS FOI CHORÁ-LO AO FUNERAL

Pgs.|6

Casou “perdidamente apaixonado” e era tão louco por ela que, muitos anos depois e por ciúmes tentou matá-la, acabando condenado a 5 anos de cadeia. Pgs.|7

AUTÁRQUICAS

DOURO

Q U I N Z E N A L R E G I O N A L I S T A

director|OSCAR QUEIRÓS

ano|59

número|7

Sexta, 11 de setembro de 2009

preço|0,25€

CORREIOdonova

série

EntrevistaLuis Ramalho

VAMOS FAZER DE ERMESINDE A CIDADE ONDE QUEREMOS VIVER E NÃO APENAS MORAR

Pgs.|8 à 10

Autárquicas/Gaia

MENEZES QUER REGIONALIZAÇÃO

Page 2: Correio do Douro #07

11 de Setembro 2009CD

Opinião

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CORREIO DO DOURO – QUINZENÁRIOwww.correiododouro.pt

Propriedade Condor Publicações, Lda.Contr. 508923190Sede e Redacção Rua Dr. João Alves Vale, 78 – Est. D – 4440-644 VALONGOTel. 224210151 – Fax 224210310

Director|Oscar Queirós - Chefe de Redacção|João RodriguesRedacção e Colaboradores|Victorino de Queirós - J. Rocha - J. Silva - E. Queirós -Nuno Victorino - Carlos Silva, Marquês do Vale.���������Editor Miguel Pereira - João Rodrigues Filho

CORREIO ELECTRÓNICO:������������ �� ���� � � �� ���� �������� �� ���� � � �� ����������� �� ���� � � �� ����������� ���� � � �� ����������������� ���� � � �� ���Nº. Registo ERC 125216����������������� ���������

ficha técnica

Por Ivo Costa Santos*

Curiosamente, no período que atravessamos, futuro é pala-vra que tantas e tantas vezes ouvimos falar, sem que esteja seguro que ao mesmo tempo se fale em juventude. O debate político em torno das eleições que se avizinham, sejam elas legislativas ou autárquicas, tem uma especial preocupação com os temas de sempre; Economia, Emprego, Segurança Social, Politica Fiscal, Serviço Nacio-nal de Saúde, entre outros tão recorrentes e que todos conhe-cemos, mas nem sempre com um discurso orientado para os jovens, e em especial, sem que nesse discurso esteja subjacente uma autentica preocupação com o futuro desses mesmos jovens.Acredito, porém, que a neces-sidade da vitória eleitoral de partidos e candidatos, sujeita as normais lógicas de maioria para consequente governabilidade, fruto de uma democracia madu-ra como a que hoje vivemos em Portugal, terá necessariamente que se submeter a uma nova consciência, metodologia de campanha eleitoral e interven-ção política, quando se aperce-ber do peso que o voto jovem começa a ganhar.O facto do recenseamento se ter tornado automático, da popu-

lação jovem em Portugal ser substancialmente mais esclare-cida e informada, resultado de uma educação mais eficaz do que a das gerações imediata-mente anteriores, e o acesso à internet que resultou na massi-ficação da participação jovem em fóruns de discussão e de-bate, fazem de cada jovem um potencial opinion maker, e tor-nam este publico mais exigente e informado mas também mais esclarecido na hora de votar.A eleição do Presidente Ameri-cano Barack Obama, foi neste sentido uma prova que a po-pulação jovem é aquela onde o voto pode fazer a diferen-ça, não apenas numa eleição, mas fundamentalmente numa reforma cultural necessária ao desenvolvimento e progresso de cada país. Em Portugal nada será diferen-te.O recente alargamento da esco-laridade obrigatória até ao 12º ano, com o enriquecimento do percurso formativo com activi-dades até à data consideradas extra curriculares, como são exemplo o estudo do inglês, das artes, como a música ou as tecnologias da informação, assim como o aumento expo-nencial dos jovens com acesso a formação superior, tornará a médio prazo Portugal um País

com mais conhecimento, o que fará com que eleição após eleição, a população votante altere profundamente a for-ma de fazer politica e o modo como se ganham eleições pela forma como necessariamente se sentirão mobilizados pelos Políticos.Por outro lado, no ano de 2008 o Presidente da República apelava para que os jovens não se resignassem e se envolves-sem na sociedade e no debate político. Este envolvimento poderá ser consequência na-tural de uma motivação jovem de verem ser resolvidos os seus problemas, não apenas relacio-nados com politicas de juven-tude, mas fundamentalmente com politicas relacionadas com o seu futuro, considerando de-cisões ou propostas, tanto a nível local como a nível nacional que hipotecam as legitimas expecta-tivas dos jovens, como hoje em dia temos em debate, caso da aposta em grandes obras publi-cas como forma de contrariar a crise económica com investi-mento publico, o que faz com que cada criança nasça já com uma divida de 13 mil euros, a ausência de uma garantia de em-prego futuro, ou previsibilidade (ou será inevitabilidade?!) da falência de um sistema de segu-rança social, tal como o conhe-

cemos nos dias de hoje.Tudo isto altera portanto a forma como se tratam os jovens, como se olha as questões da juventude, as suas preocupações e as suas expectativas.Os jovens são o desporto, a cultu-ra, a música, o lazer e a diversão, mas são também as políticas de habitação, o emprego, a seguran-ça social, as políticas fiscais e de desenvolvimento, a tecnologia e o conhecimento.É este o novo quadro mental que os políticos e a política devem adoptar. Os movimentos políti-cos que mais rapidamente con-sigam tomar consciência desta questão e apresentar as melhores soluções conseguirão o apoio dos jovens, um apoio autêntico e de-sinteressado, fruto de convicções e ideais, e com isto ganharam o voto de confiança que precisam, para justamente, poder fazer algo pelo futuro, algo pela juventude.Acredito assim, que a juventude será definitivamente o desequi-líbrio entre um bom e um mau projecto político, um projecto renovado e progressista em de-trimento de um projecto que seja “mais do mesmo”.Vencer o desafio do futuro é ven-cer o desafio da juventude dos dias de hoje, sendo a vitória da juventude a vitória de todos…

*Vogal da CPS de Valongo do PSD

Falar de juventude é muitas vezes metáfora de falar em futuro!

Page 3: Correio do Douro #07

CD 311 de Setembro 2009

Actualidade

Eleições & truques

A maioria dos políticos can-didatos a primeiro-ministro inclui frequentemente no seu programa eleitoral a promes-sa de baixar impostos. Já repararam que esses candidatos tentam comprar o nosso voto com o nosso pró-prio dinheiro? Assim até eu.

O.Q

Por Tino de Rans

As Europeias já passaram, as Legislati-vas vão entrar em campanha.....

As pessoas perguntam-me, então Tino:Os teus cartazes? – Pus dois para amostra... e o povo

gostouNão andas nas feiras porquê?Os outros já estão nas feiras, nas festas,

etc, etc, ... porquê?Às vezes questiono-me se eles estão a

pedir o voto para o Sócrates, para a Ferrei-ra Leite ou se para eles próprios...

São eleições diferentes, candidatu-ras diferentes. Pelo meu lado adianto que a rua espera por mim a 28 de Setembro. Até lá trabalho de catacumbas, trabalho de es-tratégia política. Não misturo com outras eleições.

Quem não se lembra do tsunami na In-donésia e que apanhou toda a gente despre-venida? Pois a partir do dia 28 deste mês o concelho vai conhecer um Tinosunami.

Vou entrar em todas as ruas, todas as casas, tocar e ser tocado pela nossa gente. O povo vai conhecer a minha equipa, gen-te sem vícios, não são políticos de carreira, assim quis, assim julgo que o concelho de Valongo quer. Pessoas diferentes, áreas di-

ferentes, são elas que me vão ajudar nesta dura caminhada, vamos sofrer mas sei que depois da dor vem o alívio. A nossa estru-tura de campanha e o programa será en-tregue em todas as casas com a entrega de um livro. Sim, um livro, com o programa e quem o fez: o povo. E ninguém melhor que o povo para saber o que e preciso fazer no concelho.

Não são as agências de publicidade de Coimbra ou Lisboa que conhecem a reali-

dade do nosso concelho.Iremos ter um blogue, twiter e uma

sede móvel que irá a todas as ruas; um camião palco de apoio aos comícios que serão realizados nas cinco freguesias do concelho. A nossa campanha será hu-milde mas séria.

Jantarei em casa de uma família do concelho todos os dias.

Iremos a todas as colectividades, associações, empresas e escolas do con-celho.

Vai ser uma campanha de muita animação e haverá festa nos bairros e em todas as freguesias do concelho.

Em todos os comícios vai haver a rubrica: “Hoje falo eu...!” ou “A voz do povo...!” onde alguém do povo falará com o mesmo destaque dos políticos.

Estamos abertos a todos os debates e não teremos problemas alguns a falar com todos os candidatos.

Há gente ligada a casos “studi” que irão acompanhar a nossa campanha e será rea-lizado um documentário sobre ela.

Tudo coisas diferentes. E já que falo em diferenças, entregaremos um pinhão-manso em todas as casas, juntamente com o livro. Porque o tema desta candidatura é: “Temos terra, somos semente”.

RUA DE SOBRADO COM O NOME DE FERNANDO QUEIRÓS

Câmara homenageia fundador do Correio do DouroO nome de Fernando Queirós, jor-nalista de Valongo, fundador do CORREIO DO DOURO e durante décadas colaborador do JORNAL DE NOTÍCIAS, vai passar a fazer parte da toponímia do concelho de Valongo. Conforme aprovado pela Câmara Mu-nicipal de Valongo, Fernando Queirós dará nome a uma rua da freguesia de Sobrado, precisamente na zona onde habitava. A placa da rua será descerrada no próximo domingo, às 15h00, numa cerimónia presidida pelo presidente da Câmara, Dr. Fernando Melo.A inclusão do nome de Fernando Queirós na toponímia do concelho de Valongo é uma homenagem da Câmara Municipal de Valongo “a este filho da terra, em reconhecimento do serviço que prestou na di-vulgação do nosso concelho”.

DesaTINOs

Tinosunami

Conhecida por ser uma terra de campeões no ciclismo, mais concretamente na importante prova da Volta a Portugal, a freguesia de Sobra-do passará a ter um monumento que evocará para sempre os feitos de três personalidades da terra, os campeões Fernando Moreira, Joa-quim Leão e, claro, Nuno Ribeiro, vencedor da última edição da Volta a Portugal.

Assim, no domingo, pelas 16h00, será inau-gurado um monumento escultórico de home-nagem onde ficarão inscritos os nomes destes ilustres sobradenses. A cerimónia de home-nagem presidida pelo presidente da Câmara de Valongo, Fernando Melo, contará com as presenças de Nuno Ribeiro e Joaquim Leão, para além de ter como convidados outras per-sonalidades ligadas ao ciclismo nacional.

Os três homenageados nesta cerimónia, destaque-se, são todos naturais de Sobrado. Fernando Moreira, já falecido, foi o vencedor da Volta a Portugal na edição de 1948, Joaquim Leão sagrou-se campeão na mesma prova em 1964 e, como todos se recordam, Nuno Ribei-ro foi o grande vencedor em 2003, repetindo a proeza em 2009.

A escultura ficará colocada em Sobrado de Cima, na rotunda de acesso à A41 e A42.

NUNO RIBEIRO E JOAQUIM LEÃO PRESENTES NA CERIMÓNIA

Sobrado

Câmara de Valongo perpetua homenagem ao três sobradenses vencedores da Volta a Portugal

Nuno Ribeiro e Joaquim Leão

Page 4: Correio do Douro #07

11 de Setembro 2009CD

Sociedade

4

Passaram-se 10 anos sobre a decisão de encerrar e selar o aterro sanitário de Ermesinde e para comemorar a Lipor transformou aquele enorme espaço, onde durante muitos anos reinaram milhares de toneladas de lixo, numa imensa zona de lazer, inaugurada no último sábado. No lugar do aterro nasceu aquele que ago-ra se passa a designar por Parque Aventu-ra da Lipor.

A decisão foi tomada quando Fernando Melo, presidente da Câmara de Valongo, esta-va à frente do Conselho de Administração da Lipor. A selagem do aterro sanitário de Erme-sinde foi fruto de uma longa mas finalmente profícua batalha da população de Ermesinde que teve em Fernando Melo, então também presidente da administração da Lipor, o prin-cipal rosto. Chegava assim ao fim um longo martírio da população ermesindense que du-rante largos anos foi flagelada com os maus cheiros e vapores emanados daquele aterro sanitário.

O aterro sofreu um progressivo processo de encerramento, selagem e integração paisa-gística.

Logo após o seu encerramento e selagem, Fernando Melo tratou da sua recuperação paisagística, com o firme propósito reparar os efeitos ambientais negativos decorrentes da utilização do local como depósito de re-síduos durante um longo período de tempo. Urgia pois recuperar aquela imensa área (19 hectares), atendendo a uma eventual poluição hídrica, do solo mas também do ar.

O Aterro Sanitário sofreu posteriormente

Selagem ocorreu há 10 anos com Fernando Melo

Parque Aventura - Lipor paga dívida a Ermesinde

um melhor enquadramento paisagístico, atra-vés de revestimento vegetal tipo prado, tanto de sequeiro, como de regadio. Relativamente à envolvente externa, foi colocada uma “cor-tina” arbórea que se estende ao longo de todo o perímetro e à zona dos edifícios. Este trata-mento paisagístico permitiu melhorar signifi-cativamente os aspectos estéticos, ecológicos e estruturais de todo o aterro e da sua envolvente.

APROVEITAMENTO ENERGÉTICOPara além disso, e após a realização de di-

versos estudos técnicos e económicos relati-vos à qualidade do biogás extraído, procedeu-se à total interligação das infra-estruturas existentes de captação e transporte de biogás com instalação de grupos de motores de com-bustão interna adaptados, de forma a fazer o aproveitamento desse biogás. Assim, atra-vés da instalação da Central de Valorização Energética de Biogás, com uma potência eléctrica instalada de 3.225 kVA., e feita a ne-

cessária ligação à rede de Média Tensão, ficou possibilitada a injecção da energia eléctrica produzida no Sistema Eléctrico Português (SEP), desde Junho de 2008. A energia que se estima ser produzida naquela que muitos ain-da conhecem como Fertor é de cerca de 9000 Mw/ano, o que permite o abastecimento de cerca de 2200 habitações.

Para trás ficam as más recordações. Assim, a Lipor de Ermesinde passará agora a ser tam-bém conhecida como Parque Aventura. E vale a pena frequentá-lo.

Tem um Parque Infantil, um Parque Radi-cal e um Miradouro, para além de uma vas-tíssima área de manutenção, com um enorme circuito pedonal e velocipédico.

O Aterro Sanitário, com uma área de aproximadamente 19 hectares, recepcionou desde 1970 grande parte dos resíduos urbanos dos Municípios do Grande Porto (associados da LIPOR) calculando-se que estejam aí confinadas cerca de 2 500 000 toneladas de resíduos sólidos urbanos.Agora são uma fonte de energia e o seu espaço, um enorme espaço de lazer.É o saldar de uma dívida a Ermesinde.

Page 5: Correio do Douro #07

CD 511 de Setembro 2009

Actualidade

CAMPO E A LUTA PELO PODER | DIZ QUE FEZ MAIS NUM DIA QUE A JUNTA EM 4 ANOS!

Por Zé Miguel Mineiro

O candidato do Partido So-cialista à Assembleia de Fregue-sia de Campo continua a atacar o actual executivo da Junta da-quela freguesia, de maioria PS.

No entanto, apesar de não perder uma ocasião para dizer mal do trabalho desenvolvido pelo actual executivo nos últi-mos quatro anos, Alfredo Sousa integrou na sua lista Fernando Baltarejo e José Manuel Carva-

lho, figuras cimeiras da actual Junta.

Para reforçar tão estranho comportamento do candidato do PS, atente-se no seu relacio-namento com Fernando Balta-rejo. Será que Baltarejo aguenta-rá que Alfredo continue a dizer cobras e lagartos do seu trabalho enquanto responsável pelas vias e arruamentos no actual execu-tivo da junta de freguesia?

Custa a entender…A última – e que confirma o

paradoxal desta relação - pode ler-se no blogue de Alfredo Sou-sa (www.pscampo-acreditar.blogspot.com)

Numa texto onde era pre-tendido fazer o “ponto da situ-ação” da sua campanha, o can-didato Alfredo Sousa utilizou uma actividade da juventude socialista para mais uma vez fustigar o executivo da junta e, sem o nomear, Fernando Bal-tarejo.

Alfredo escreve que “Ain-

da hoje, e a pedido da popula-ção da Rua de Luriz, a equipa que me acompanha promoveu uma acção de Limpeza que visa devolver à população um caminho Público de ligação da Rua de Luriz à Rua Central da Ribeira que há muito era reclamado. Num dia de traba-lho pela comunidade foi feito mais por esta população que em 4 anos de mandato”.

Como dizem alguns, “toma e embrulha”.

Alfredo Sousa (candidato PS) continua a “malhar” na Junta (do PS)

Aprovado financiamento para alargamento da rede pré-escolar em Valongo

Paulatinamente Fernando Melo vai vendo cumprir-se o seu desígnio, ou antes, uma das suas principais apostas: a Educação.

A Câmara Municipal de Valongo viu aprovadas as cinco candidaturas de financiamento das empreitadas de construção dos jardins-de-infância das escolas básicas de Sampaio, Boavista, Balselhas, Barreiro e Saibreiras. No to-tal o município obteve um co-financia-mento de aproximadamente 1.2 milhões de euros. Para formalizar o acto Fernando Melo, esteve há dias no Auditório da Fundação de Serralves, onde assinou os contratos de financiamento.Decorrente das intervenções já em curso, no âmbito da requalificação de todo o parque escolar do concelho de Valongo, serão construídas de raiz 14 salas de educação pré-escolar para além de outros espaços de apoio como refei-tórios e salas de recursos.O objectivo do Executivo, liderado por Fernando Melo, passa por requalificar todas as salas de aula, refeitórios e es-paços de lazer das escolas do concelho, tendo programado a construção de raiz de 10 novas escolas, permitindo assim a oferta de mais de 108 salas de aula e mais 8 refeitórios. Quando estiver con-cluído o programa, o concelho deverá ter um parque escolar com 32 escolas integradas com 32 refeitórios, 292 salas de aula para o primeiro ciclo e jardins-de-infância, salas de professores, salas de atendimento, bibliotecas e salas de reunião.

A luta por lugares no Partido Socialis-ta de Valongo estendeu-se às listas para a Junta de Freguesia e estão a provocar rup-turas relevantes. E os sinais são evidentes com António Oliveira a ser acusado por camaradas de colocar os seus interesses pessoais à frente dos da freguesia.

As dissensões terão começado quando foi conhecido o nome da pessoa que ocupa o 3.º lugar das listas de Afonso Lobão para a Câmara Municipal. Surpreendentemen-te – para a maioria dos socialistas – Lobão “escolheu” a filha de António Oliveira. A “moeda de troca” foi a inclusão de alguns nomes na lista de Oliveira para a Junta de Freguesia. E se a inclusão da filha do presi-

dente da Junta num lugar de relevo da can-didatura de Lobão já provocara azedume no PS, a “retribuição” de Oliveira agravou a “indigestão” de muitos socialistas valon-guenses.

E por isso, o presidente da Junta come-çou a ver distanciar-se de si alguns dos rostos que lhe eram mais próximos, pessoas com grande influência nos meios políticos de Va-longo.

De qualquer modo convém recordar que este cenário não constitui novidade para António Oliveira que em tempos idos, e em alturas análogas, se incompatibilizou com alguns “camaradas”, nomeadamente José Araújo, antigo presidente socialista da Junta.

Para que se compreenda melhor ao pon-to a que a situação agora chegou, talvez baste dizer que Oliveira viu Manuel Jorge Pinto e Maurício Mota rejeitarem integrar a sua lista de (re)candidatura.

Por outro lado – e este sinal não engana – Vitorino Neves, o actual n.º2 da Junta e bra-ço-direito de António Oliveira – por muitos apontado como o seu sucessor natural – não figurava no segundo lugar da lista para a Jun-ta, o que o fez abandonar o projecto, notoria-mente incompatibilizado com o presidente.

Ao que apurámos, Vitorino Neves não terá, sequer sido avisado por Oliveira de que não iria no segundo lugar, facto que o ain-da autarca considera imperdoável. “Oliveira

devia, pelo menos, ter conversado com ele, explicando as razões”, confiden-ciou-nos fonte que lhe é afecta.

Não o fez, talvez porque não sou-besse como argumentar, deixando essa tarefa a cargo da estrutura partidária.

Seja como for, a situação está tensa no PS valonguense.

ENGOLIR ELEFANTESAlém das incompatibilidades

criadas pelo acima descrito, parece que a “oferta” de Lobão - o 3.º lugar à filha de António Oliveira – obrigou o presidente da Junta a engolir mais um “elefante”. Desta vez chama-se “feira”. Recorde-se que Oliveira apoiava a actual localização da feira (e muito bem!), sendo agora surpre-endido com a disparatada ideia de Afonso Lobão em trazer o mercado semanal de novo para o largo do Centenário. Oliveira está a ser pres-sionado para defender esta asneira. Dizem que faz parte do preço a pa-gar…

PS DE VALONGO SOB TENSÃO

Para satisfazer Lobão

Presidente da Junta perde aliados

Page 6: Correio do Douro #07

11 de Setembro 2009CD

Sociedade

6

Tudo começou há 4 meses, altura em que homens da Guardia Civil começaram a seguir os passos de 3 zamora-nos, de 53, 41 e 34 anos, com vasto cadastro por roubos e assaltos. As autoridades espanholas tinham “a certeza” que os indivíduos se preparavam para regressar à senda do cri-me, após cumprimento de penas de cadeia.

Na segunda semana de Agosto, os suspeitos começaram a ser mais “ousados”, perdendo bastante tempo nas imedia-ções de uma agência da Caixa Rural de Benegiles (Zamora), “indubitavelmente estudando o terreno”, garante a polícia. Até que, na manhã do passado dia 20 de Agosto, os indiví-duos foram localizados no interior de um automóvel, com matricula falsa, diante da entrada principal daquele banco e quando faltavam ainda alguns minutos para a abertura. Os inspectores ficaram convictos que o assalto ia aconte-cer naquela altura pelo que resolveram aproximar-se mais dos meliantes, ao mesmo tempo que pediam reforços. Iam apanhá-los em flagrante.

Porém, as manobras policiais foram detectadas pelos su-jeitos que, desabridamente, se puseram em fuga, logrando – “graças a uma condução suicida” – escapar às autoridades que seguiam no seu encalço. Pelo caminho, os três suspeitos atiraram pela janela uma caçadeira com os canos e culatra serrados, capuzes, luvas e “outro material de camuflagem e ocultação”que, pela sua natureza, cimentou a convicção policial de que o assalto esteve a minutos de acontecer.

Mercê da vigilância que faziam há meses e que permitira conhecer o esconderijo dos pretensos meliantes, a Guardia Civil “deu-lhes lastro”, seguindo-os “ao longe”, com a for-te expectativas de os “colher” mais tarde. Até porque, “se os acossássemos na perseguição podíamos pôr em risco a vida de civis inocentes”, justificam-se os inspectores.

Assim, manhã cedo do dia seguinte, 21, várias brigadas da Unidade Judicial investiram sobre uma herdade onde sabiam que os suspeitos se refugiaram, tendo-os surpreen-dido em amena cavaqueira, a fumar, debruçados sobre uma cerca.

PLANOS DE “INTERNACIONALIZAÇÃO”

E enquanto alguns dos inspectores conduziam os de-tidos para as instalações da Guardia Civil de Zamora, ou-tros foram para aquela cidade onde efectuaram buscas nas residências, próximas umas das outras, dos três suspeitos, tendo encontrado uma peruca, uma pistola de alarme mo-dificada para bala real, algumas dezenas de munições, três passa montanhas e um computador portátil.

E foi neste último, quando analisado, que os espanhóis se deram conta que os indivíduos se preparavam para, de-pois do assalto “em casa”, rumar a Portugal para esva-ziar seis agências bancárias, quatro na cidade do Porto e duas em outros tantos concelhos vizinhos.

Ao que apurámos junto de fonte que pediu o anoni-mato, “eles tinham tudo minuciosamente programado. Situação, acessos, linhas de fuga. Estava tudo estudado

Globalização

Espanhóis tencionavam assaltar bancos portuguesesInspectores da Unidade Judiciária da Guardia Civil espanhola detiveram três homens, naturais de Zamora, suspeitos de tentativa de assalto a um banco daquela região.Em seu poder, além de armas e equipa-mento de disfarce, foram encontrados planos de “internacionalização”: prepara-vam-se para vir assaltar 6 agências bancá-rias na região do Porto

ao mais pequeno detalhe”, o que reforça a ideia de que os suspeitos terão “furado” várias vezes a vigilância da Guardia Civil para se deslocar ao norte de Portugal.

Ou então, os sujeitos contariam com cúmplices na zona do Porto, hipótese que, não estando definitiva-mente arredada, não parece colher muitos adeptos jun-to dos investigadores.

Seja como for, e ao abrigo da estreita colaboração ibérica no combate ao crime organizado e ao terroris-mo, os espanhóis fizeram chegar aos seus congéneres lusos os indícios e conclusões que apontavam a forte probabilidade da ocorrência dos assaltos que, “normal-mente” deveriam ter ocorrido a semana passada e esta que agora corre.

Os três suspeitos foram presentes a um Juiz de Instrução que os libertou, ficando no entanto impedidos de abando-nar as respectivas residências sem autorização judicial.Segundo fonte fidedigna, as razões desta medida de coacção, considerada “leve” pela polícia espanhola, tem a ver com a “ausência de provas que não deixasse dúvidas quanto ao planeamento e intenção de assaltar a Caixa Rural”.Em declarações aos jornalistas, o advogado dos suspeitos mostrou-se convencido que “depois da conclusão do inquérito ficará clara a inocência deles e o caso será arquivado”.

Durante o interrogatório, o Juiz de Instrução, perante a negação de tudo o que lhe era apontado, decidiu perguntar o porquê, então, da fuga à polícia, a uma velocidade vertiginosa. Respondeu o que conduzia, argumentando com uma pretensa paixão por corridas. E negou que ele, ou qualquer dos compinchas, tivesse “reparado” que a polícia os perseguia.

Os suspeitos negaram tudo, incluindo que se haviam refugiado na quinta onde foram apanhados pela polícia. A ver-são deles é que estavam lá “para pedir trabalho”, pois sabiam que os proprietários precisavam de mão-de-obra para “carregar e descarregar camiões de palha”.Não foram eles que falsificaram a matrícula do carro, “já vinha assim” da agência de aluguer; as armas, capuzes, luvas munições e planos para assaltar bancos em Portugal, também desconheciam. Às tantas os polícias é que vão presos…

“LIBERDADE VIGIADA”

“GOSTO PELAS CORRIDAS”

IAM DESCARREGAR PALHA…

Page 7: Correio do Douro #07

CD 711 de Setembro 2009

Sociedade

Filomena Sousa no concorrido funeral (de costas, à direita) fugiu às objectivas

Casou “perdidamente apaixo-nado” e era tão louco por ela que, muitos anos depois e por ciúmes tentou matá-la, aca-bando condenado a 5 anos de cadeia. Mas nem dois anos de cárcere aliviaram tão estranho modo de amar. A semana pas-sada fugiu da cadeia ao volante do carro de um guarda prisional com a “missão” de acabar o que tinha começado em Dezem-bro de 2006: matar quem tanto lhe desassossegava o coração e a mente. Sabia-se persegui-do pelo que o tempo estava a contar. Tinha de ser rápido. O destino trocou-lhe as voltas.Enganou-se no caminho para onde sabia encontrar a sua obsessão e percebeu que era tarde de mais para realizar os macabros intentos. Decidiu então suicidar-se.Foi agora a enterrar, enquanto a mulher chora. Também de alívio.

A. Sousa, 59 anos, estava preso desde a véspera de Natal de 2006, acusado de homi-cídio, na forma tentada, na pessoa de Filo-mena, a sua mulher, a quem infligira dezena e meia de facas na cabeça, só não a matan-do, na opinião dos médicos, “por milagre”. Julgado em meados de 2007, foi condenado a cinco anos e meio de reclusão, cumprin-do a pena no estabelecimento prisional de Custóias. Entretanto Filomena, após vários meses de convalescença acabou por recupe-rar completamente e, condoída perdoou ao marido, a quem de resto visitava na cadeia.

Mas Sousa continuava padecer de ciúmes loucos, não valorizando as visitas da mulher. Para ele, a mulher tinha outro alguém. Ou não, mas o simples facto de estar sozinha “lá fora” fazia com que essa possibilidade se concretizasse. Era apenas uma questão de tempo. E por isso urgia, pensou Sousa, aca-bar com ela de vez. Cabe aqui um parêntesis para dizer que, pouco tempo antes, durante a visita de uma familiar da mulher, Sousa ga-rantia que a mataria quando saísse da cadeia, decisão que a familiar rebateu, explicando que nunca tinha havido razões para tal, que Filomena gostava dele e a prova era que o ti-nha perdoado e era visita habitual. Decidida-mente era tarefa impossível fazê-lo acreditar em tamanha evidência.

Amor até ao fim

Tentou matá-la duas vezes mas foi chorá-lo ao funeral

FUGA PARA A MORTEBem comportado na cadeia, Sousa bene-

ficiava de um regime interno de liberdade, pelo que aproveitou.

Na última quinta-feira, por volta das 10 horas, abandonou o refeitório onde traba-lhava para propor a um guarda-prisional a lavagem do seu automóvel, uma carrinha Skoda. O guarda nem por sombras descon-fiou do que aquela mente doente – todos lhe reconheciam problemas do foro psiquiátrico, embora não andasse a ser acompanhado – ti-nha gizado. E aceitou, indicando o local onde o prisioneiro “exemplar” poderia ir buscar as chaves do veículo: estavam numa bata, no seu gabinete.

Completamente à vontade, Sousa foi buscar as chaves, dirigindo-se depois ao pá-tio onde pegou na viatura. E aqui surgem uns minutos inexplicáveis porque até agora não publicamente explicados. O prisioneiro, trajando as vestes características dessa condi-ção, conseguiu ultrapassar os enormes por-tões de aço da cadeia…

Adiante.Dado o alerta, imediatamente se chegou

à conclusão de que se dirigiria à rua do Bon-fim, no Porto, onde trabalha a mulher. Ia ma-tá-la. E depois, como contara à familiar, po-ria fim à própria vida. Juntos na eternidade, pensaria ele que também sabia que o tempo jogava contra si. Tinha de ser rapidíssimo. E pensava bem pois mal o alarme foi dado, as autoridades colocaram sobre vigilância tanto o local de trabalho de Filomena como a pró-

pria residência do casal, em Rio Tinto.Mas o destino escrevia-se de outro modo

diverso do decidido pelo tresloucado.Detido há dois anos, não conhecia as no-

vas vias que circundam o Porto. E por isso quando deu por si já havia passado o Rio Douro, já estava em Gaia.

Sabendo-se perseguido, mas disposto a não regressar à cadeia, Sousa inverteu a marcha e, desta vez sim, tomou o caminho da Invicta, utilizando a ponte do Freixo.

Foi aí, no meio da ponte, que tomou a decisão de acabar com o tormento: iria só ele.

Parou o carro que surripiara na cadeia (!) e, sem hesitar – segundo testemunhos – lançou-se à água que corria muitas dezenas de metros abaixo, rumo à Foz.

Nessa altura o 112 recebeu uma chama-da anónima avisando que alguém acabara de se deitar “abaixo da ponte”.

Foi também segundos depois que um motociclista da PSP, presumivelmente dis-traído mas de certeza surpreendido, emba-teu na Skoda que parara em tão estranho lo-cal. Um quarto de hora depois estava tudo, “mais ou menos” esclarecido: a viatura era a que havia sido roubada em Custóias e que servira para a evasão de um presidiário. Fal-tava apenas o corpo. Dezenas de bombeiros e homens-rã vasculharam o leito do rio e no local e até á Foz. Aparte o autor da chamada (anónima) para o 112, não havia registo de mais ninguém que tivesse visto um homem atirar-se á água.

E assim sendo, “pelo sim, pelo não”, as autoridades estabeleceram uma vigilância apertada junto dos locais onde Sousa po-deria procurar refúgio. E porque havia uma mulher que “tremia de medo”, foi também disponibilizada segurança Filomena. Não fosse o diabo tecê-las.

Felizmente não. Sousa tinha-se mesmo atirado ao rio.

O seu corpo, sem vida, apareceu no sá-bado a boiar no Douro, junto ao edifício da Alfândega.

Identificado, o corpo foi removido para o Instituto de Medicina Legal onde foi au-topsiado.

Dois dias depois foi a enterrar, acompa-nhado da família e de muitos amigos.

A presença que mais admiração suscitou foi a de Filomena que, maugrado ter sido extraordinariamente maltratada, vítima de duas tentativas de homicídio, foi ali chorá-lo.

Vidas.

Quem conhecia Sousa diz que “era muito boa pessoa, tal como a mulher. E nunca, até á morte do filho, foram conhecidos problemas no casal”.Na realidade parece que assim era. Do enlace nasceu um filho que acabaria por ser único. Faleceu em 2003, “de acidente”, contaram-nos. E a partir daí parece que nem um nem outro soube lidar com a perda. E o que era considerado “casal exem-plar”, acabou. “Eles afastaram-se um do outro. Viviam junto mas quase não trocavam palavra. Até que se separaram”. Meses depois do afas-tamento, Sousa soube por alguém que a mulher estava a tentar refazer a vida, “tinha um namorado”. E isso não suportou.Dias depois, na véspera de Natal de 2006, dirigiu-se ao local onde Filomena passara residir e ocultou-se nas imediações, à espera que esta re-gressasse do trabalho. Na alma ódio, nas mãos uma faca. E foi recorrendo aos dois que a derrubou mal a viu, desferindo-lhe repetidos golpes – 15 – na cabeça.Quando Filomena chegou ao hospital ninguém dava nada pela sua vida. Mas sobreviveu.Para ir agora ao funeral de quem a queria matar.

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Entrevista

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Luís Ramalho faz parte do actual Exe-cutivo da Junta de Ermesinde – é o secretá-rio – e foi convidado pelo partido, o PSD, para liderar a lista para o novo mandato que se avizinha, ficando de fora o actual presidente, António Pais. Mas as “novida-des” não se ficam por aqui. Os restantes elementos que acompanham Ramalho às eleições de Outubro próximo são todos novos, gente jovem mas de reconhecidos talentos.

Porquê esta aposta, em lugar de uma simples recondução, como se vê por todo o lado? Há alguma razão especial?

Há sempre razões para tudo. Nós apostamos na renovação porque Ermesinde tem carac-terísticas de uma cidade jovem, uma cidade muito jovem. E essa circunstância aconse-lha – diria mais: obriga – obriga a procura de novos caminhos para o progresso. Cami-nhos esses que queremos diferentes dos tra-dicionais. A resposta para os vários proble-mas e carências desta cidade estão no novo rumo que queremos para Ermesinde.

O facto de estarmos localizados a dez minutos da cidade do Porto faz com que as nossas necessidades sejam as de uma ci-dade moderna. É óbvio que temos de dar continuidade ao garante das necessidades básicas da população; no entanto há todo um conjunto de especificidades que faz com

Luís Ramalho: VAMOS FAZER DE ERMESINDE A CIDADE ONDE QUEREMOS VIVER E NÃO APENAS MORAR

É um jovem muito, muito ambicioso. É o mínimo que se pode dizer de Luís Ramalho, o cabeça-de-lista da coligação PSD-CDS que em Outubro concorre à presidência da freguesia de Ermesinde.Rodeado de uma equipa de pessoas que considera “talentos” das mais diversas áreas e estratos da mais populosa cidade do concelho de Valongo, atribui-se uma missão: trans-formar a sua terra. E por isso as palavras que mais pronuncia são: inovação, empreendo-

rismo, modernização.Quando se atenta ao seu programa eleitoral, dir-se-ia que se trata de um sonho. Um sonho caro. Não o nega mas já descobriu forma de o financiar.Luís Ramalho é, podem ter a certeza, uma lufada de ar fresco, quando comparado com alguns dos políticos da nova geração.Podem ter a certeza.

que tenhamos de apostar forte na inovação. E isso só se consegue através de uma equi-pa jovem, cheia de ideias e sonhos; de uma equipa com imensa vontade de trabalhar, de mostrar aquilo que vale, transformando Ermesinde numa cidade verdadeiramente moderna e definitivamente nos trilhos do progresso constante.

Não era esse o rumo que estavam a im-primir à cidade?

Esse foi sempre o projecto do PSD para Ermesinde, no entanto o ritmo imposto, a estratégia, a cultura, a velocidade do traba-lho, não estavam a ser, em nosso entender, as mais adequadas.

O nosso lema é projectar o futuro, e esse “projectar” pressupõe trabalhar inten-samente, agora, para poder tornar o futuro sustentável. A junta da freguesia de Erme-sinde tem tido desde sempre uma gestão, uma cultura muito dependente da câmara municipal. E eu entendo que esse não e o caminho. Nós não podemos continuar a ser considerados os parentes pobres do muni-cípio; temos de ter uma atitude pro-activa e construtiva e não só apontar os problemas e esperar que outros os resolvam. Temos de ser nós a encontrar e apoiar as soluções.

Pegue-se no exemplo da limpeza das vias que, neste momento não é o mais efi-caz. Para o resolver não podemos continu-ar com a costumeira postura confortável, sentando-nos nas cadeiras e limitar o nosso trabalho a dizer que “isto está mal”. Temos de o dizer, sim, mas de pé, de mangas arre-gaçadas, indicando a melhor forma de o so-lucionar, que pode ser através de parcerias ou da transferência de mais competências.

As actuais competências não são sufi-cientes?

As competências próprias da Junta de

Ermesinde são muito limitadas. No entanto a Câmara tem um conjunto de competên-cias que poderá delegar, à semelhança do que acontece em muitos municípios e com o êxito que se conhece.

Reconheço que algumas competências que a câmara de Valongo tem delegadas na Junta de Ermesinde, se calhar por inér-cia dos sucessivos executivos, não têm tido

os melhores resultados. Neste momento as únicas competências que a câmara delegou na nossa Junta foram as pequenas repara-ções nas escolas e a limpeza de bermas e va-letas. E reconheço que há um conjunto de condicionantes que tem feito com que não haja um nível elevado de satisfação da po-pulação.

Aquilo que eu pretendo é assumir intei-ramente as nossas competências; procurar junto da Câmara Municipal uma maior res-ponsabilização. E isso consegue-se através da delegação de mais competências. Isto é de suprema importância para o desenvolvi-mento de Ermesinde, porque a nossa capa-cidade negocial junto das empresas e a for-

ma como nós tratamos todos os processos, mostrar-se-á mais rápida e mais eficaz do que aquilo que a Câmara faz ou pode fazer. Os seus processos são muito mais burocrá-ticos e morosos.

A Junta de Ermesinde pode fazê-lo com custos mais baixos e uma eficácia muito su-perior.

URGENTE EMPREENDER

Falou da necessidade inovação…

Pretendemos inovar, temos de inovar para melhorar esta cidade e a vida dos nos-sos concidadãos. E isso passa por apostar em todas as faixas etárias da população. Temos, por exemplo, de garantir que a po-pulação mais jovem tenha um “palco”, um lugar onde possa encontrar respostas con-cretas, formas de apoio, para poder arriscar. É assim que se constroem melhores futuros, vidas melhores. Temos de lhes permitir e ajudar não só a nível da criatividade mas também do empreendorismo. E estamos preparados para o fazer. Temos um con-junto de propostas, que fomos delineando ao longo das reuniões para a preparação do programa eleitoral, que vão permitir que um jovem ermesindense que tenha ideias, sonhos, que queira constituir a sua própria empresa, possa ter uma plataforma de apoio para levar avante o seu projecto. Estou a falar na criação de um espaço, da respon-sabilidade da Junta de Freguesia, onde cada empresa saída dessa aposta na inovação terá um pequeno gabinete e apoio administrati-vo comum, com custos muito baixos.

Micro-empresas?

Exactamente. Para essas micro-empre-sas ou esses jovens que tenham projectos inovadores e que precisam de um espaço para ter a sua sede social – onde possam

Vamos todos os anos reservar uma fatia do orçamento, variável, confor-me a situação económica da Junta, para que seja a própria população a decidir o destino a dar a esse dinheiro. Isto porque muitas vezes caímos no erro de pensar que somos os donos da verdade, que sabemos tudo, incluindo as prioridades da população.Às vezes não; as pessoas lá fora poderão ter outro sentir. E então dir-nos-ão onde querem ver aplicada essa verba que reservaremos todos os anos.

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Entrevista

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tar e apostando na vertente cultural

A crise que sacode o país não poupou Ermesinde…

Pois não, infelizmente. E por isso temos de nos empenhar fortemente na dinamiza-ção do GABINETE DE ACÇÃO SOCIAL. Temos de apoiar, de forma directa, um con-junto – que a crise tornou mais vasto - de agregados familiares. Mas esse alargamento de apoio directo às Famílias, terá se ser sus-tentado no desenvolvimento de competên-cias que lhes permitam autonomizar-se o mais rapidamente possível.

Há fome em Ermesinde?

Há sim, para profunda mágoa de todos nós. E a obrigação da freguesia é fazer tudo para a erradicar de vez. Não é tarefa fácil até porque há muita pobreza envergonha-da, gente que esconde essa realidade, por pudor, por dignidade. Temos de os ajudar a perceber que não é desonra nenhuma ser vítima desta terrível crise. E ajudá-los, sem favor mas por obrigação, a reerguerem-se, a voltar a tornar-se autónomos e felizes.

Não podemos perder esta batalha.

CIDADANIA - Promover uma POLÍTICA ORÇAMENTAL PARTICIPATIVA, permitindo que os cidadãos decidam qual a melhor aplicação para uma parte do Orçamento- Criação de um Fórum, aberto à população promovendo a participação Cívica

DESPORTO- Patrocinar o aparecimento de novas práticas desportivas e de novas actividades culturais através do apoio e promoção do associativismo- Apoiar a Formação das camadas jovens- Colaborar com a Câmara Municipal no processo de construção do Novo Estádio Municipal de Ermesinde

SEGURANÇA- Pressionar o Governo para aumentar o número de Agentes de Segurança- Exigir, junto do Governo, uma esquadra com condições que permita uma melhor actuação da Polícia

trabalhar, reunir e fechar negócios – eu pretendo que seja a Junta de Freguesia de Ermesinde a dar-lhes esse espaço, a custos muito baixos, apenas numa perspectiva de garantir a sustentabilidade do serviço. E nessas condições poderão “dar o salto”, po-derão arriscar mais. Porque os preços dos alugueres das lojas, dos escritórios, em Er-mesinde são muito altos e, assim, inibidores deste avanço que queremos.

Já tem ideia da localização desse “pólo de empreendorismo”?

Claro. Será no antigo Edifício-Sede da Junta de Freguesia. É a melhor forma de o rentabilizar.

Que outras propostas tem para a “ci-dade moderna” em que quer transformar Ermesinde?

Como deve perceber – espero – essa modernização tem de ser necessariamente transversal, atingindo todos os sectores e áreas da vida da nossa gente. E por isso o projecto é vasto, ambicioso…

Pode exemplifi car?

Posso e quero. Começo pela Modernização autárquica

– Vamos apostar na maior modernização dos serviços, possibilitando uma maior ce-leridade nos processos e prestando assim um melhor serviço aos cidadãos

Não apenas mas também, vamos criar ofertas de formação, complementares às que existem, que promovam respostas ca-pazes de autonomizar a população desem-pregada, designadamente impulsionando a criação do seu próprio emprego, de projecto de negócios, de empresa. Recordo-lhe o que

acima referi sobre o empreendorismo.Depois temos a educação, onde quere-

mos garantir um apoio mais vasto e efi caz às

escolas do 1º. Ciclo. Auscultaremos as reais necessidades de cada escola, assegurando a cada uma um compromisso enérgico e jus-to. Ainda aqui promoveremos a criatividade dos alunos e dou como exemplo, concursos de decoração temática, nos espaços públi-cos, recorrendo a materiais reciclados. Re-parará que este tipo de iniciativa tornará a cidade mais nossa, mais bonita e com me-lhor ambiente.

Para que a juventude se sinta mais res-ponsabilizada pela sua terra, mas identifi ca-da com a sua realidade,

Vamos criar a ASSEMBLEIA DE FRE-GUESIA JOVEM. Estamos já preparados para assegurar a realização de actividades em períodos de férias, capazes de respon-der às necessidades das suas famílias.

Mas também apoiaremos as iniciativas dos jovens, colaborando no desenvolvimen-to de actividades que sugiram, tudo em prol da população.

Quanto aos mais idosos…

Também não estão esquecidos. Como lhe disse, estamos preparados e apostados em tornar a vida de todos mais fácil, mais próspera. Para os mais idosos, a quem mui-tas das vezes se proporciona apenas um passeio anual, deixando-os sós o resto dos dias do ano, vamos promover a realização frequente de actividades de carácter des-portivo e lúdico, desenhadas à sua medida. Obviamente que continuaremos a realizar o passeio anual, diversifi cando os locais a visi-

AMBIENTEReivindicaremos, junto da Câmara Municipal, um maior número de zonas abrangidas pela recolha selectiva de resíduos domésticos. E vamos promover campanhas próprias, junto da população, designadamente a estudantil (de todos os ciclos) de sensibilização para a separação de lixos, recicla-gem rentabilização e poupança. E, muitíssimo importante, teremos redobrado empenho na despolui-ção do Rio Leça”

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Entrevista

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“Nem só de pão vive o ho-mem”, diz-se. O desenvolvimen-to de actividades culturais me-rece algum destaque nas vossas intenções?

Como não podia deixar de ser. Vamos promover uma animação cultural muito própria, comple-mentando a oferta do Município. Neste campo pretendemos ainda promover a atribuição bianual da medalha da cidade, homenagean-do as personalidades e instituições que lutam e marcam o desenvol-vimento da cidade. Organizare-mos também, anualmente, o Dia da Cidade, assumindo o prestígio que essa data merece

Ainda na Cultura, queremos (e vamos conseguir) devolver às fes-tividades em honra de santa Rita a “alma” de outrora, garantindo animação de qualidade durante os festejos e promovendo a sua pro-jecção muito para lá das fronteiras locais e regionais. Tencionámos também apresentar uma proposta para a criação de um Museu Etno-gráfico e Histórico e estamos de-cididos a fomentar mais e melhor apoio ao artesanato, cancioneiro e folclore.

Por outro lado, em Ermesinde existe um assinalável movimento associativo que carece, também ele, de apoio, pela suprema impor-tância que tem na vida de muitos de nós. Por isso vamos recorrer às Associações da cidade para a ela-boração de um Plano de Activida-des capaz de satisfazer as necessi-dades da Freguesia. Será um plano onde se reduzirão custos criando formas indirectas de apoio.

É com essas associações que iremos recuperar as tradições cul-turais; criar exposições que pro-movam o movimento associativo e o património da Cidade de Er-mesinde

Iremos também implementar o “Livrão” colocando pontos de recolha em vários locais da Cida-de para posterior integração no espólio das bibliotecas das escolas e junta de freguesia

Queremos a criação das Erme-sindíadas – provas que permitam promover a participação activa da população; criaremos um Festival Gastronómico e, para nosso bem mas também para provar a nós próprios e a outras terras o po-tencial desta cidade, iremos lançar um Concurso de Ideias, sobre e para Ermesinde.

Permita que regresse ao tema abordado no início, sobre as competências delegadas…

Eu entendo que a lei limita as competências das juntas de fre-guesia, mas abre-lhes um caminho imenso com o facto de as câmaras

Actualmente vivemos uma crise económica e social muito grande. Se o mandato só tivesse meio ano, a área social seria a principal aposta porque as políticas do governo têm sido orientadas de forma a “fornecer o peixe, deixando as pessoas sem saber pescar”. Eu acho que esse não é o caminho para garantir uma forma sustentável do futuro porque nenhu-ma família vai poder contar com o subsídio eternamente. Providenciaremos para que algumas pessoas, mais acomodadas aos subsídios, aprendam “a pescar”, para que se sintam autónomas, indepen-dentes, mais livres.

poderem delegar nas juntas mui-tas das suas competências. E nós estamos receptivos a qualquer desafio que a Câmara nos lance; aliás, iremos desenvolver um con-junto de propostas que não passe só pelas vias e arruamentos, pe-los passeios, pela sinalização, mas também a colocação de passadei-ras, por exemplo.

Sabe que muitas das vezes a Câmara não consegue fazer um acompanhamento eficaz e a Jun-ta não deve, não pode limitar-se a enviar ofícios a dizer que “falta isto aqui, aquilo acolá”. A nossa junta tem de ter competências e recursos disponíveis para se di-zer: “ok, falta a passadeira, vamos coloca-la”. Ou outras premências.

Mas isto terá de obedecer a uma estratégia em que o próximo executivo da Junta terá de se sen-tar com o próximo executivo da Câmara e, juntos, avaliarem quais são as competências que podem ser transferidas.

Temos – e vamos fazê-lo – de reivindicar junto da Câmara Mu-nicipal de Valongo um maior nú-mero de competências. É de uma necessidade tremenda e inegável. Veja por exemplo, no caso de pe-quenas obras. A Junta de Fregue-sia de Ermesinde será muito mais eficaz na execução de pas-seios pedonais, pavimentos, espaços verdes e de Lazer.

Mas não só. Queremos também ter maior influên-cia nas obras públicas, as-sumir um papel mais activo nas decisões que interferem na vida da população. È urgente e necessária a nos-sa intervenção intervindo na concepção de projectos de obras de Reabilitação, Requalificação e de novos equipamentos.

A este respeito quero sa-lientar a nossa preocupação em requalificar o largo da antiga Feira de Ermesinde, dando-lhe a dignidade que merece.

O seu projecto é ambicioso. Dir-se-ia que bastante mesmo, tendo em conta que estamos a falar de uma Junta de Freguesia. Como pensa conseguir os meios, designadamente financeiros, para o levara a bom porto?

Não direi que a Junta tem uma situação financeira muitíssima con-fortável. No entanto, e resultado do pouco investimento a autarquia tem uma situação económica bastante sustentável. Mas não chega, claro.

O “segredo”, aqui, passa por con-seguir encontrar formas de financia-mento para que os projectos sejam sustentáveis. E vamos consegui-lo. Atente-se, por exemplo, que até à

data poucos foram os fundos co-munitários aproveitados pela Junta de Freguesia. Tivemos apenas um projecto, no âmbito da moderni-zação administrativa, que permitiu aumentar o número de computado-res para os serviços administrativos. E também um pequeno apoio, que nem veio dos fundos comunitários mas antes do Orçamento de Estado, para a construção do nosso edifício-sede.

Isto para dizer que temos aqui um grande “bolo”, uma grande fonte de financiamento que pode e deve – e vai - ser aproveitado e canalizado para os inúmeros projectos que pre-tendemos implementar.

Isso, e a enorme mais-valia que é a equipa que vai comigo – composta por um conjunto de pessoas de vá-rias áreas, desde professores, econo-mistas, advogados, a operários – dá-nos bastante conforto e deixa-nos optimistas. Temos na equipa vastas áreas de conhecimento que nos per-mitem ir buscar chegar a várias fon-tes de financiamento. E até, acres-cento, formas criativas de encontrar financiamento próprio.

Sabemos que a maior parte das juntas da freguesia vive com uma situação económica desconfortável. Graças a Deus, Ermesinde não exis-tirá esse problema.

E como entendo que uma junta da freguesia não deve ser um cofre onde amealhámos e guardámos o dinheiro que conseguimos arreca-dar, mas antes que devemos sempre investir, bem investido, com rigor e imaginação, não tenho receio de prometer e não cumprir. O Nosso programa é para cumprir. Rigoro-samente.

Prefiro o cofre vazio e a popula-ção contente, que o inverso.

O nosso lema é: fazer de Erme-sinde a cidade onde queremos vi-ver, e não só morar!

Para isso é preciso inovar, inves-tir, empreender.

Vamos fazê-lo. E transformar a cidade.

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CD 1111 de Setembro 2009

Regiões

“Obsoleta e com uma tecnolo-gia completamente ultrapassa-da” é o modo que Rui Quelhas, candidato do PSD/PP à presi-dência da Câmara Municipal de Gondomar, adoptou para se referir à Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Valbom. Acompanhado do de-putado europeu, Paulo Rangel, o candidato visitou no último sábado a estrutura e conscien-te do impacto negativo conse-quente do mau funcionamento defende a sua desactivação.

Durante a visita Rui Quelhas recordou que o equipamento tem cerca de 30 anos e que ao longo destas três décadas nunca fun-cionou na perfeição, dando azo a diversas reclamações dos moradores da envolvente devido aos maus cheiros permanentes. O candidato à Câmara de Gondomar não tem dúvidas que “não faz sentido continuar a investir milhares de euros na sua recupera-ção”. A solução mais barata para os cofres públicos, diz, seria “desviar os esgotos e fa-zer o seu tratamento na ETAR do Freixo”, no Porto que, conforme defende, possui

GONDOMAR

Solução passa por desviar esgotos para a ETAR do Freixo, no Porto

Candidato do PSD defende desactivação da ETAR de Valbom

capacidade para recebê-los e tratá-los. “Eu já falei com Álvaro Castello-Branco, pre-sidente do Conselho de Administração da Empresa Municipal Águas do Porto, que mostrou concordância com essa possibili-dade”, salientou.

A solução passaria por pagar uma taxa de tratamento que ficará mais barata, quer em termos de custos de manutenção da ETAR, quer em termos ambientais. “As pessoas não suportam os odores insupor-táveis emanados desta ETAR, sobretudo durante a noite. Não se admite que este-ja a recuperar-se a marginal e deixe-se esta estação com mau funcionamento”,

disse o candidato, chamando a atenção para o facto de a ETAR de Valbom/Gra-mido estar situada paredes-meias com uma zona que está a ser requalificada no âmbito do programa Polis. Sobre a in-tervenção do Polis, Rui Quelhas lamenta que este abranja apenas 2,5 quilómetros dos 30 quilómetros de frente de rio que Gondomar tem. O candidato garante que se empenhará para obter fundos comu-nitários para prolongar esta intervenção, lamentando a falta de estratégica revelada por não se ter reconhecido o potencial do rio Douro em 16 anos de administração de Valentim Loureiro

A disputa eleitoral na Maia será marcada pelo reapare-cimento do CDS em campo oposto ao do PSD, o crónico detentor da presidência da autarquia.O rosto da oposição de direita ao recandidato social-demo-crata Bragança Fernandes será precisamente um seu antigo assessor na autarquia: Álvaro Braga Júnior, que também já foi deputado municipal do Por-to e que agora lidera o Boavis-ta FC.

Braga Júnior admitiu, logo na apre-

Autárquicas/Maia

Eleições marcadas por reaparecimento do CDS-PP em campo oposto ao do PSD

sentação da sua candidatura, que Bra-gança Fernandes “já está reeleito”, pelo que a meta do CDS é eleger pelo menos um vereador.

Apesar de perder um aliado de há quatro anos, Bragança Fernandes sobe a fasquia e proclama como objectivo o reforço das posições sociais-democratas não só na câmara, mas também na As-sembleia Municipal e nas freguesias.

Precisamente da presidência de uma das freguesias - a de Milheiros - surge Mário Gouveia, a aposta do PS para ten-tar destronar o “herdeiro” autárquico de Vieira de Carvalho.

A Mário Gouveia, que também lide-ra associação de freguesias do Vale do Leça, juntam-se, à esquerda, as candida-

turas de António Neto (CDU) e Silves-tre Pereira (BE).

Em 2005, a coligação PSD/CDS al-cançou seis dos nove mandatos em dis-puta, sendo os três restantes do do Par-tido Socialista.

Presidente actual:Bragança Fernandes (PSD/CDS-PP)Candidatos:Bragança Fernandes (PSD) - “Quero

vencer de forma clara a Câmara Mu-nicipal, aumentar o número de depu-tados na Assembleia Municipal e con-quistar mais juntas de freguesia. Esta é uma candidatura de confiança e de proximidade”

Álvaro Braga Júnior (CDS-PP) - “Sou capaz de almoçar todos os dias

com o engenheiro Bragança Fernandes mas sou incapaz de votar nele. Não sou seu inimigo, não farei qualquer cam-panha negra, mas sou seu adversário político”

Mário Gouveia (PS) - “A Maia tem de se afirmar por novas políticas capa-zes de ampliar, inovar e fazer crescer o bem-estar e a qualidade de vida”

António Neto (CDU) - “É uma can-didatura de convicção de que o nosso amor à terra será o pólo aglutinador de uma Maia menos assimétrica e mais harmoniosa”

Silvestre Pereira (BE) - “O programa do Bloco escolheu estar ao lado das lu-tas dos homens e das mulheres livres e solidários”

PIQUETE da POLICIA

Jovem violada em Espinho A Polícia Judiciária, através da Directoria do Norte, identificou e deteve um homem pela presumível autoria de crime de viola-ção de que foi vítima uma estudante de 19 anos, na madrugada do último sábado, na zona de Espinho.O detido, de 21 anos de idade, electricista, com vários processos pendentes por crimes de roubo e furto e sujeito à medida de coacção de apresentações diárias – que não tem cumprido – foi presente ao TIC onde o magistrado ordenou a sua prisão preventiva.

Incendiário apanhadoInspectores da Policia Judiciária identifi-caram e detiveram, com a colaboração de populares e da Guarda Nacional Republi-cana, um homem como presumível autor de incêndio intencionalmente ateado na zona de Penafiel que lavrou sábado e domingo últimos com grande intensidade, consumindo uma extensa área de mato e floresta, de culturas agrícolas e de col-meias de abelhas e pondo em risco zonas habitacionais.O detido, de 40 anos de idade, calceteiro, estaria embriagado e ateou o fogo “por motivos fúteis”.

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11 de Setembro 2009CD

Sobrado

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��Carlos Silva

O Clube Desportivo de Sobrado proce-deu há dias à apresentação oficial da equipa de futebol sénior que irá disputar a 1ª Divi-são do campeonato distrital da AFP.

A apresentação aos sócios e simpatizan-tes decorreu no Parque de jogos da fregue-sia, na tarde de um sábado tórrido, numa festa que inclui um jogo de futebol com a sua congénere da vizinha Rebordosa.

Quando começou o “desfile” da equipa, com os jogadores a entrarem no recinto um a um, os muitos aficionados da equipa descobriram algumas caras novas que, com os que transitaram da última época, devem emprestar maior consistência à equipa so-bradense.

Depois da apresentação e quando se pensava que iria começar o amigável com a equipa de Rebordosa, surgiu a surpresa que foi a chegada de Nuno Ribeiro, o sobraden-se que é “apenas” o maior ciclista português da actualidade. O vencedor da última Volta a Portugal recebeu ali mais uma homena-gem dos seus conterrâneos, cerimónia que ficou marcada pela entrega de uma placa do clube ao ilustre ciclista.

OBJECTIVO: MANUTENÇÃOFalando dos objectivos do C. D. Sobra-

do, Américo Soares, presidente do clube disse-nos que conta com “uma época dura”, quer em termos desportivos como de gestão. No entanto, e embora a manutenção seja o objectivo principal – atendendo à realidade do clube – cenários mais ousados não estão arredados: “Temos um plantel equilibrado, com 22 jogadores e onde o próprio treina-dor, José Carlos, caso entenda, pode jogar pois também está inscrito como jogador. Como objectivo principal para a época – e atendendo às naturais limitações - apon-tamos a penas a manutenção neste escalão mas, se a oportunidade se apresentar, não descuramos a subida de divisão. Ver-se-á o que nos reserva o campeonato”.

Um “optimismo sensato” corroborado Joaquim Marujo, o “homem forte” do De-partamento de Futebol do clube, considera-do e assumido como “o bombeiro” do fute-bol de Sobrado, o homem que vai a todas, que mete ombros a tudo, em suma, uma figura que nenhuma direcção aceita que se afaste.

FORMAÇÃOO Clube Desportivo Sobrado não é ape-

nas a equipa sénior, antes pelo contrário. Tem escalões de Juniores, Juvenis, Iniciados e Infantis a disputar os respectivos campe-onatos distritais, salientando aqui, como responsável das camadas jovens, António

Futebol

Sobrado com apostas claras na época que agora começa

Clube homenageou Nuno Ribeiro

chegou a defender as redes. Abandonado o futebol, iniciou uma carreira na arbitragem, chegando aos nacionais.

Realce-se ainda o facto de este ano co-meçarem a funcionar as escolinhas de fu-tebol, o que demonstra a claríssima aposta dos dirigentes na formação.

O presidente Américo Soares, como todos os colegas da direcção, foram categó-ricos em eleger a formação como “um dos principais objectivos” de modo a garantir o futuro do clube, a vários níveis. No entanto salientou a escassez de apoios que, embora existam, não chegam para cobrir as despe-sas das competições juvenis e da importan-tíssima formação. “Os escalões jovens são apoiados pela câmara de Valongo, mas o apoio é sempre escasso”, afirmou, salientan-do que “não há misturas: O que é para a formação jovem, aqui é mesmo canalizado para esse fim”.

Questionado sobre os custos e financia-mento da equipa sénior, o presidente expli-cou: “temos um orçamento que ronda os 30 mil euros, verba que os conseguir realizar. Para isso é preciso muito trabalho, mui-to empenho”. Para lá chegar, o clube conta com “boas casas”, de modo a rentabilizar “a bilheteira, a exploração do bar em dia de jogos, a publicidades etc.”. No entanto, salienta, “isso é sempre pouco”. Quando questionado sobre os salários dos jogado-res, o presidente responde que “os jogado-res do Sobrado jogam quase de borla”. O grosso do orçamento vai, diz Soares, para “as inscrições dos atletas na Associação de Futebol do Porto, seguros, policiamen-tos, electricidade, água, e outras despesas correntes. Tudo somado é uma fortuna”, enfatiza para terminar dizendo que “só uma gestão rigorosa nos pode levar a bom porto”, que é como quem diz, “a cumprir os objectivos que nos propusemos”.

Junta ignora-nosAmérico Soares afirmou-se grato pela ajuda da Câmara Municipal ao clube, embora a considera “escassa”, atendendo às necessidades e à inegável importância da acção do clube junto das camadas jovens, incluindo a formação. Quem não lhe merece elogios é a Junta de Freguesia: “Tem dois holofotes a arder toda a noite num campo junto ao Rio Ferreira. A nós, clube, ignora-nos”. Fica o reparo. Pode ser que tenha efeito…

O ClubeO C. D. Sobrado foi fundado em 23-03-1969Marco histórico: campeão distrital da 1ª Divisão época 2002-2003ÓRGÃOS SOCIAIS Presidente: Américo SoaresVice-presidentes: Joaquim Marujo (chefe do departamento de Futebol) e Nuno BessaTesoureiro: José António “Tocas”1º. Secretário: Domingos Soares2º. Secretário: Nuno Lima Vogais: Joel Antas, António Ribeiro, Manuel Lourenço e Rui Noé.

PlantelGuarda-redes: Rui Miguel (ex-Rebordosa), Mário José (ex-Gandra) e Zé Diogo Defesas: Simão, Ruben, Filipe (ex-Rebordosa) Diogo (ex-Pasteleira), Pedro, Tiago, Capelas e TozéMédios: Alexandre, Luís Miguel, Hélder (ex-Alfenense), Zé Carlos (ex-S. P. Cova) e SáAvançados: Daniel, Tanque (ex-Valonguense), Vitinha, Messi, (ex-Valonguense) e Tiago Mota (ex-Rio Moinhos)Treinador: José CarlosTécnico de Equipamentos: Zeca QuelhasMassagista: Carmindo

O presidente, Américo Soares

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CD 1311 de Setembro 2009

Alfena

O movimento independente “Unidos por Alfena”, actual-mente na liderança da Junta de Freguesia, sob a batuta de Arnaldo Soares, apresentou no último sábado a sua lista de candidatos às próximas eleições autárquicas, desta vez sob a direcção de Rogério Palhau, com o apoio do ainda presidente, a quem deverá suceder.Perante algumas centenas de pessoas que, maugrado o calor tórrido que se fazia sentir, quiseram estar presentes nes-ta iniciativa, Rogério Palhau, destacou que “este projecto - a candidatura a Alfena – é o espelho de um estado de alma, uma forma de conti-nuarmos ao serviço da nossa terra”. E aludindo directamen-te ao homem de que espera ser sucessor – ali presente – o candidato afirmou que “este projecto não nascia nem cres-cia sem o Arnaldo; sabemos bem que para onde quer que ele vá estará sempre connosco, tal como ele sabe que esta-remos sempre com ele, um amigo da terra”.

COM O APOIO DO PSD

No meio dos presentes destacavam-se as mais altas figuras do PSD tanto lo-cal como concelhio, prova inequívoca do

Apoiados pelo PSD

Independentes “Unidos por Alfena” apresentam candidatos à freguesia

apoio social-democrata a esta lista de inde-pendentes. O próprio Fernando Melo quis participar, na companhia do presidente da “concelhia” social-democrata, João Paulo Baltazar e de Arnaldo Soares, que não se recandidata à liderança da Junta porque faz parte da lista – no quarto lugar, elegível – do PSD à Câmara de Valongo. Mentor da candidatura de Palhau, Soares interveio com um discurso algo emocionado pe-rante a sua “gente”, os alfenenses, a quem garantiu que “podem sossegar porque [Ro-gério Palhau] é um homem da minha total confiança, que juntamente com a extra-ordinária equipa que o acompanha, dará sem dúvida continuidade ao excelente trabalho que encetamos há quatro anos atrás”. Após breve uma incursão pelas obras realizadas na freguesia, não deixan-do de lembrar o hospital privado de Alfena (em fase de acabamento), o autarca escla-receu que”mesmo indo para a Câmara de Valongo – se for eleito – os alfenenses sa-bem que vão poder sempre contar comigo”, salientando que, de qualquer modo, “Com Rogério Palhau e a sua equipa, a junta fica bem entregue”.

Fernando Melo também usou da pala-vra para assegurar o seu apoio e empenho para que o movimento “Unidos por Alfena” vença as eleições e possa continuar o traba-lho iniciado por Arnaldo Soares. E quando eleitos “podem contar com a Câmara Mu-nicipal”, garantiu.

O líder concelhio do PSD Valongo, João Paulo Baltazar, na sua intervenção garantiu o apoio total do seu partido a esta lista in-dependente, afirmando ser “justo reconhe-cer que a freguesia de Alfena conheceu um inegável desenvolvimento e progresso gra-ças a uma dinâmica que envolve as pessoas e politicas locais”, manifestando a certeza que, “com esta equipa” a continuação dessa dinâmica “está assegurada”.

Carlos Silva

Fernando Melo esteve em Alfena a apoiar esta lista de independentes

Maugrado o calor abrasador, foram muitos os que quiseram estar presentes neste ‘tiro de partida’ rumo à presidência da Junta

O candidato, rodeado por Arnaldo Soares e Camilo Moreira

Arnaldo Soares manifestou total apoio a Rogério Palhau

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CD 1511 de Setembro 2009

A fechar

ESPECTÁCULO - DE 10 A 13 DE SETEM-BRO, ÀS 21H45, FORUM VALLIS LONGUS

Teatro Palavras Loucas Orelhas Moucas apresenta «Crónica Feminina»

A Associação de Teatro Palavras Loucas Orelhas Moucas tem em cena, desde quinta-feira e até o pró-ximo domingo (13 de Setembro) a peça intitulada “Crónica Feminina”. Os espectáculos decorrem sempre às 21h45 na Sala das Artes do Forum Vallis Longus, em Valongo.

Este novo projecto da associação “foi feito por e para mulheres. E para eles também ”.

O texto, encenação e dramaturgia são da autoria de Laura Ferreira. Na representação estarão Gisela Balta-zar, Joana Melo Costa, Laura Ferrei-ra, Nanci Sousa, Rosário Nascimento e Raul Manarte (voz off).

“Pode ser uma conversa ou um bocado de alguma coisa que se pen-sou de repente. Pode ser um diálogo. Uma confidência. Um ralhete. Um desvario? Ou uma gargalhada em palavras. Uma conversa chorada. Um desejo. Um segredo que não se conta. É uma coisa grande, ou são muitas coisas pequenas”. É desta forma que é apresentada a peça “Cró-nica Feminina”, revelando um pouco o que se irá passar em palco.

O preço dos bilhetes é de 2,5 eu-ros, estando disponíveis para venda no Forum Vallis Longus. É possível também fazer reservas reservas que serão válidas por 48 horas.

O candidato da coligação PSD/PP à Câ-mara de Gaia, Luís Filipe Menezes, prome-teu na quarta-feira colocar-se na primeira linha da defesa pela regionalização e con-siderou “inadiável” a construção de novas pontes sobre o Douro.

Para pôr em prática este e outros pro-jectos nos próximos quatro anos, Menezes espera ter, nas eleições de Outubro, o “re-sultado mais alargado de sempre”, porque “uma grande maioria dá uma força nego-cial maior com a administração central e com interlocutores empresariais”.

Menezes pediu, por isso, um resultado ao nível do conseguido há oito anos, mas “para melhor”.

Estes desejos foram manifestado durante a apresentação dos candidatos à Câmara de Gaia, e das principais linhas do programa eleitoral, tendo o social-democrata prome-tido continuar com as políticas sociais (que incluem a distribuição gratuita de manuais escolares), a captação de investimento pri-vado e a sustentação ambiental.

Ao nível dos projectos metropolitanos, Menezes considerou “essencial que Gaia e Porto se entendam para a construção de novos atravessamentos pedonais e rodovi-ários”, classificando de “inadiável” avançar com construção de uma travessia junto à ponte da Arrábida, para a qual já existe pro-

jecto de Adão da Fonseca e Siza Vieira.Menezes considera, no entanto, que o pro-

jecto não está em causa devido a falta de en-tendimento com a autarquia do Porto.

“Já tem havido muitos projectos desenvol-vidos com o Porto. Este fim-de-semana, por exemplo, temos o Red Bull. Já desenvolvemos muitos eventos na área da dinamização cul-tural juntos e, no dia-a-dia, há coisas desco-nhecidas dos cidadãos que têm já a ver com a colaboração entre as duas câmaras, ao nível da mobilidade, dos transportes”, defendeu.

O problema, diz, coloca-se ao nível do fi-nanciamento.

“Julgo que devem ser pontes de acordo com tradição arquitectónica do porto, ou seja, pontes bonitas. Mas uma ponte bonita

no Porto custa, em média, à volta de 50 mi-lhões de euros. A terceira travessia em Lis-boa custa 1,5 mil milhões. Não quer dizer que não seja necessária, mas é ridículo que, do ponto vista orçamental, não existam 100, 120 milhões de euros para construir mais duas ou três pontes no Porto rapida-mente”, reivindicou.

Menezes alertou que “a qualidade de vida, no Grande Porto, passa por, urgente-mente se construírem novas travessias ur-banas que libertem as pontes da Arrábida e do Freixo, para um tráfego mais interur-bano”.

O candidato não fez promessas, mas ga-rantiu que irá estar “na primeira linha da defesa da regionalização e descentraliza-ção”.

Menezes diz que é “absolutamente deci-sivo que o Governo descentralize institutos e instituições internacionais” que mobili-zam “centenas de técnicos”.

Entre os candidatos à autarquia, a reno-vação é feita através da introdução de sete mulheres na lista, mas Menezes diz que não são apenas “peças decorativas”.

A equipa de homens mantém-se a mes-ma, estando nos primeiros lugares da lista Marco António Costa, Firmino Pereira, Má-rio Dorminsky, Mário Fontemanha e Antó-nio Barbosa.

“Guerra de irmãos desavindos”, “pai contra filho”, “o criador e a criatura”, todos estes títulos po-deriam ilustrar o conflito autár-quico em Matosinhos, que opõe o actual presidente da câmara, o socialista Guilherme Pinto, e o “histórico” Narciso Miranda, de quem foi vereador durante longos anos.

Narciso Miranda, proibido de se re-candidatar pelo PS nas últimas autárqui-cas, na sequência dos episódios na lota de Matosinhos marcado pela morte de Sousa Franco, escolheu para sucessor o seu “vice”, Guilherme Pinto. Quatro anos depois, porém, decidiu recandidatar-se, agora como independente.

A tensão entre os dois socialistas atingiu tal magnitude que os primeiros cartazes dos restantes partidos foram de-dicados ao tema: A JSD “vestiu” Narciso Miranda e Guilherme Pinto de monges, sob o nome “Em nome da Rosa, uma his-tória de ajuste de contas”, e o PCP optou pelas fotos de dois galos. Mais sóbrio, numa altura em que ainda não tinha can-didato, o PSD limitou-se a apresentar-se como porta-voz da união face a um PS dividido.

Os sociais-democratas apresentaram já bastante tarde José Guilherme Aguiar, vereador em Gaia, como seu candidato para Matosinhos, em coligação com o CDS/PP, procurando rentabilizar a desu-nião socialista, enquanto a CDU recandi-datou o deputado Honório Novo e o BE Fernando Queirós.

Matosinhos

Guerra de “irmãos desavindos” marca disputa à esquerda

Autárquicas/Gaia

Menezes quer regionalização, pontes sobre o Douro e maioria reforçada

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11 de Setembro 2009CD

Última pg.

16

No último fi m-de-semana (5 e 6 de Setembro) a co-ligação PSD-PP iniciou o contacto directo com a popu-lação de Campo, privilegiando chamado “porta-a-porta.

Neste primeiro périplo foram percorridos os lugares da Ribeira, Vertido, Luriz e Costeira.

Quem participou considerou excelente a recepção da população, “espontânea e interessada”, demonstrando enorme aceitação às propostas do programa da coliga-ção, bem como às pessoas que as personalizam. Para o líder da coligação, Hélio Rebelo, “a iniciativa decorreu sempre num ambiente festivo, num clima de abertura e esperança”.

De registar o elevado número de críticas ao PS pela forma como o actual executivo da Junta de Freguesia de Campo conduziu o último mandato. Muitos dos con-tactados – é sintomático - comentaram negativamente a actual candidatura socialista que consideram “de con-tinuidade”. Ao nosso jornal Hélio Rebelo declarou-se convicto, pelo que escutou, que “na voz na população de Campo é urgente concretizar uma verdadeira mudan-ça”.

Anotando com atenção os anseios da população, o candidato declarou que “esta candidatura coloca como objectivo de campanha que este tipo de contacto aconte-ça sempre de uma forma alegre e dinâmica sem esquecer naturalmente a importância da transmissão da nossa mensagem”.

De facto, para além de um grupo de bombos, cons-tituído por apoiantes da candidatura, e de um carro de som cujo objectivo foi animar e incentivar à mudança, os candidatos ouviram a população a quem distribuíram o seu programa eleitoral, considerado esclarecedor pois nele estão bem patentes propostas concretas e exequíveis para a freguesia. Outro dos propósitos desta iniciativa foi também a de apresentar, pessoalmente, à população to-dos os elementos que constituem a equipa.

Nos “porta-a-porta” que continuarão nos próximos fi ns-de-semana os candidatos apelarão aos eleitores para que se lembrem da sua terra, do seu passado e que faça do seu voto uma aposta no futuro.

“Não se abstenham!” é o desafi o lançado pela candi-datura.

ZMM

Campo

PSD começa campanha em “grande”