controle do processo inflamatÓrio na odontologia com anti-inflamatorios nÃo-esteroidais

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Vol.20,n.2,pp.35-42 (Out - Dez 2014) Revista UNINGÁ Review ISSN online 2178-2571 Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/review CONTROLE DO PROCESSO INFLAMATÓRIO NA ODONTOLOGIA COM ANTI-INFLAMATORIOS NÃO-ESTEROIDAIS CONTROL OF INFLAMMATORY PROCESS IN DENTISTRY WITH NONSTEROIDAL ANTI-INFLAMMATORY FERNANDA CAROLINE BABETO DE SOUZA¹, MICHEL ZINI MOREIRA DA SILVA² 1. Acadêmica do Curso de Graduação de odontologia da Faculdade INGÁ; 2. Mestre e Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial na Universidade Sagrado Coração de Bauru - SP, Professor do Curso de Odontologia da UNINGÁ. *Rua Rio Barreiro, 943. Parque Residencial Tuiuti, Maringá. Paraná, Brasil. CEP: 87043-190. [email protected] Recebido em 01/09/2014. Aceito para publicação em 10/09/2014 RESUMO Na área odontológica, a terapia medicamentosa ocupa um papel importante, com ênfase nos anti-inflamatórios não este- roides. Porém, muitos cirurgiões – dentistas apresentam difi- culdade na seleção correta destes medicamentos. A partir deste motivo, a revisão literária tem por objetivo esclarecer de forma simples e objetiva, o grupo de medicamentos dos an- ti-inflamatórios não esteroides, com enfoque nos inibidores seletivos da COX-2, primeira geração Nimesulida, e segunda geração, celecoxibes e etericoxibe. Lembrando também dos inibidores não seletivos da COX-2,entre eles estão o diclofena- co, ibuprofeno e naproxeno. Esta revisão de literatura utilizou como meio de pesquisa, banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nas bases de dados LILACS e Scielo, Pub- Med, MEDLINE no período de 2000 à 2014 em língua portu- guesa e texto completo.Revistas,internet. Nas revistas e na internet foram encontradas notícias mais atualizada já nos livros foram encontradas notificações como base mais cientifi- ca e detalhada sobre o assunto que por fim, ajudaram a de- senvolver a revisão de literatura. Em síntese, os an- ti-inflamatórios não esteroides seletivos da Cox-2, quando bem indicado e selecionado, apresentam uma boa opção na clínica terapêutica odontológica para obtenção de melhores resulta- dos. PALAVRAS-CHAVE: Anti-inflamatórios, inibidores de Ci- clo-Oxigenase 2, odontologia. ABSTRACT In dentistry, drug therapy plays an important role, with an empha- sis on anti-inflammatory drugs. However, many surgeons - sur- geons have difficulty in the correct selection of these medicines. From this reason, the literature review aims to clarify a simple and objective way, the group of medicines anti-inflammatory drugs, with a focus on selective COX-2 inhibitors, nimesulide first gener- ation and second generation, celecoxibe and etoricoxibe. Also of nonselective COX-2 inhibitors, which include diclofenac, ibu- profen and naproxeno. This literature review used as a means of research, database of the Virtual Health Library (VHL), in LI- LACS and SciELO, PubMed, MEDLINE from 2000 to. In books and on the internet since most updated news notifications were found in the books as more scientific and detailed about it that finally helped develop the literature review base were found. In summary, the anti-inflammatory steroids nonselective COX-2, when properly indicated and selected have a good option in clini- cal dental therapy to achieve better results. KEYWORDS: Anti-Inflammatory, dentistry, cyclooxygenase 2 inhibitors. 1. INTRODUÇÃO O uso de medicamentos no setor da saúde é muito utilizado no tratamento de patologias, amenizando o sofrimento humano. De acordo com a Agência de Vigi- lância Sanitária (ANVISA), os medicamentos são pro- dutos farmacêuticos, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico, portanto, satisfazendo as necessida- des prioritárias de saúde da população 1 . Na área odontológica, a dor é uma das principais queixas que levam o paciente a procurar atendimento odontológico, porém, muitas vezes esses sintomas não são bem abordados pelos cirurgiões-dentistas que atuam nos serviços realizando avaliações imprecisas do quadro da dor e inflamação com subutilização do arsenal antiál- gico, que implica no controle da dor e resposta inflama- tória 2 . A propósito, o controle da dor de origem inflamatória aguda em odontologia tem várias características únicas. A dor não só sinaliza lesão tecidual, mas também age como um impedimento para a maioria dos procedimen- tos odontológicos, atrasando a retomada das atividades normais, após procedimentos cirúrgicos, endodôntico, protético e restaurador 3 . Assim, de acordo com Tortamano (2005) 4 , a terapêu- tica clinica ocupa um papel de destaque nos tratamentos odontológicos, ficando a terapêutica medicamentosa restrita ao papel de complementação clínica do profissi- onal, mas o que não quer dizer que não seja constante-

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CONTROLE DO PROCESSO INFLAMATÓRIO NAODONTOLOGIA COM ANTI-INFLAMATORIOSNÃO-ESTEROIDAIS

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  • Vol.20,n.2,pp.35-42 (Out - Dez 2014) Revista UNING Review

    ISSN online 2178-2571 Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/review

    CONTROLE DO PROCESSO INFLAMATRIO NAODONTOLOGIA COM ANTI-INFLAMATORIOS

    NO-ESTEROIDAISCONTROL OF INFLAMMATORY PROCESS IN DENTISTRY WITH

    NONSTEROIDAL ANTI-INFLAMMATORY

    FERNANDA CAROLINE BABETO DE SOUZA, MICHEL ZINI MOREIRA DA SILVA1. Acadmica do Curso de Graduao de odontologia da Faculdade ING; 2. Mestre e Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facialna Universidade Sagrado Corao de Bauru - SP, Professor do Curso de Odontologia da UNING.

    *Rua Rio Barreiro, 943. Parque Residencial Tuiuti, Maring. Paran, Brasil. CEP: 87043-190. [email protected]

    Recebido em 01/09/2014. Aceito para publicao em 10/09/2014

    RESUMONa rea odontolgica, a terapia medicamentosa ocupa umpapel importante, com nfase nos anti-inflamatrios no este-roides. Porm, muitos cirurgies dentistas apresentam difi-culdade na seleo correta destes medicamentos. A partir destemotivo, a reviso literria tem por objetivo esclarecer de formasimples e objetiva, o grupo de medicamentos dos an-ti-inflamatrios no esteroides, com enfoque nos inibidoresseletivos da COX-2, primeira gerao Nimesulida, e segundagerao, celecoxibes e etericoxibe. Lembrando tambm dosinibidores no seletivos da COX-2,entre eles esto o diclofena-co, ibuprofeno e naproxeno. Esta reviso de literatura utilizoucomo meio de pesquisa, banco de dados da Biblioteca Virtualem Sade (BVS), nas bases de dados LILACS e Scielo, Pub-Med, MEDLINE no perodo de 2000 2014 em lngua portu-guesa e texto completo.Revistas,internet. Nas revistas e nainternet foram encontradas notcias mais atualizada j noslivros foram encontradas notificaes como base mais cientifi-ca e detalhada sobre o assunto que por fim, ajudaram a de-senvolver a reviso de literatura. Em sntese, os an-ti-inflamatrios no esteroides seletivos da Cox-2, quando bemindicado e selecionado, apresentam uma boa opo na clnicateraputica odontolgica para obteno de melhores resulta-dos.

    PALAVRAS-CHAVE: Anti-inflamatrios, inibidores de Ci-clo-Oxigenase 2, odontologia.

    ABSTRACTIn dentistry, drug therapy plays an important role, with an empha-sis on anti-inflammatory drugs. However, many surgeons - sur-geons have difficulty in the correct selection of these medicines.From this reason, the literature review aims to clarify a simple andobjective way, the group of medicines anti-inflammatory drugs,with a focus on selective COX-2 inhibitors, nimesulide first gener-ation and second generation, celecoxibe and etoricoxibe. Also ofnonselective COX-2 inhibitors, which include diclofenac, ibu-profen and naproxeno. This literature review used as a means ofresearch, database of the Virtual Health Library (VHL), in LI-LACS and SciELO, PubMed, MEDLINE from 2000 to. In booksand on the internet since most updated news notifications were

    found in the books as more scientific and detailed about it thatfinally helped develop the literature review base were found. Insummary, the anti-inflammatory steroids nonselective COX-2,when properly indicated and selected have a good option in clini-cal dental therapy to achieve better results.

    KEYWORDS: Anti-Inflammatory, dentistry, cyclooxygenase 2inhibitors.

    1. INTRODUOO uso de medicamentos no setor da sade muito

    utilizado no tratamento de patologias, amenizando osofrimento humano. De acordo com a Agncia de Vigi-lncia Sanitria (ANVISA), os medicamentos so pro-dutos farmacuticos, tecnicamente obtido ou elaborado,com finalidade profiltica, curativa, paliativa ou parafins de diagnstico, portanto, satisfazendo as necessida-des prioritrias de sade da populao1.

    Na rea odontolgica, a dor uma das principaisqueixas que levam o paciente a procurar atendimentoodontolgico, porm, muitas vezes esses sintomas noso bem abordados pelos cirurgies-dentistas que atuamnos servios realizando avaliaes imprecisas do quadroda dor e inflamao com subutilizao do arsenal antil-gico, que implica no controle da dor e resposta inflama-tria2.

    A propsito, o controle da dor de origem inflamatriaaguda em odontologia tem vrias caractersticas nicas.A dor no s sinaliza leso tecidual, mas tambm agecomo um impedimento para a maioria dos procedimen-tos odontolgicos, atrasando a retomada das atividadesnormais, aps procedimentos cirrgicos, endodntico,prottico e restaurador3.

    Assim, de acordo com Tortamano (2005)4, a terapu-tica clinica ocupa um papel de destaque nos tratamentosodontolgicos, ficando a teraputica medicamentosarestrita ao papel de complementao clnica do profissi-onal, mas o que no quer dizer que no seja constante-

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    mente utilizada.E segundo Andrade (2006)3; a dor de origem dental

    ou de seus anexos quase sempre de carter inflamat-rio aguda e frequentemente se instala de forma espont-nea. Nesses casos, a medicao apenas coadjuvante aosprocedimentos de ordem local. Por exemplo, no trata-mento de uma pulpite irreversvel, dificilmente umadroga analgsica ou anti-inflamatria conseguira, por si,aliviar ou suprimir a dor sem auxlio da pulpotomia oupulpectomia.

    Portanto, o uso destas substncias qumicas comoanalgsicos, anti-inflamatrios, antibiticos o maiscomumente receitado, pois o cirurgio-dentista se deparapor situaes de dor infeco, inflamao, ansiedade einquietao3.

    Na viso de TORTAMANO, Nicolau; ARMONIA(2005)4, Dependendo do efeito farmacolgico desejadopelo profissional, este poder optar por esta ou aqueladroga de escolha. Tambm preciso levar em conside-rao enfatizando, pois quando um grupo de medica-mentos tem a sua atividade anti-inflamatria aumentada,no acontece incremento do efeito antitrmicos e anal-gsico.

    Por sua vez, a medida que aumenta a ao an-ti-inflamatria de uma droga, que tambm apresentaatividade analgsica, haver maior nmero de efeitosadversos, quando comparada a um frmaco que s pro-voca analgesia. Toda a classe medica e odontolgica,tem perfeito conhecimento, no que diz respeito aos efei-tos dos analgsicos e antitrmicos visto que a literaturano deixa dvidas em relao a esse grupo de drogas5.

    Entretanto, de maneira preponderante o cirur-gio-dentista deve possuir uma serie de conhecimentoadquiridos sobre farmacologia e teraputica, conside-rando tambm casos em especifico de cada paciente,satisfazendo de maneira eficaz segura racional a indica-o destes medicamentos.

    Para melhor entendimento da etiopatogenia das res-postas inflamatrias e mecanismo de ao destes frma-cos, agregado a uma condio essencial para sua pre-veno ou tratamento, esclarecendo de forma simples eobjetiva esse grupo de medicamentos, podendo assim,possibilitar uma melhor escolha quanto prescrio,seguindo uma breve reviso literria sobre o assunto.

    Os principais anti-inflamatrios utilizados na prticaclnica diria, podem ser divididos em hormonais e nohormonais de acordo com sua origem e semelhana. Osprimeiros so os corticosterides, hormnios naturais ousintticos, os demais fazem parte de um grupo de fr-macos com propriedades anti-inflamatrias no asteroi-dais.

    2. MATERIAL E MTODOSA pesquisa foi realizada atravs de reviso bibliogr-

    fica com artigos nacionais e internacionais obtidos das

    bases de dados scielo, MEDLINE, EBSCO, Googleacadmico, revistas e livros com o intuito de realizaruma analise critica sobre o controle do processo infla-matrio na odontologia com anti-inflamatriosno-esteroidais.

    3. DESENVOLVIMENTOA fisiopatologia da dor

    A International Association for the Study of Pain(IASP) define a dor como uma experincia sensorial eemocional desagradvel, associada ao dano tecidual realou potencial ou descrita em termos de tal leso, portan-to, o intuito da sensao dolorosa proteo. A dor aceita como um sinal de proteo do organismo contra odano tecidual e serve tambm para o clnico como guiade diagnstico6.

    Entretanto a percepo dolorosa a capacidade que oindivduo apresenta frente reao e percepo a umestimulo doloroso. Como a dor subjetiva, cada pacientereage de maneira diferente a um determinado estimulodoloroso6.

    Alm disso, as estruturas nervosas livres so estrutu-ras especficas para a recepo dos estmulos dolorosos,porm no so nicos, ainda que no exista estimuloespecfico para o tipo de receptor. Do mesmo modo es-tmulos de calor, frio, mecnico, eltrico e qumico po-dem excitar estes receptores e gerar impulsos nervosos,no que diz respeito conduo ao Sistema NervosoCentral (SNC). As fibras nervosas condutoras para a dorso do grupo A - delta e C7.

    A Fibra A - delta conduz com uma velocidade de 12 a30 metros por segundo e as do tipo C de 0,5 a 2 metrospor segundo. Posto que as fibras nervosas dividem-se emA (alfa, beta, gama e delta), B e C. Elas possuem dime-tro diferente e conduzem impulsos sensitivos e motorescom velocidades diferentes8.

    Lembrando que na medula espinhal os impulsos sen-sitivos so conduzidos pelo feixe trato espinotalmicoAnterolateral, passam pela formao reticular e tlamo ese projetam para crtex cerebral. Como no existe umcentro cortical da dor, consequentemente todo o crtexcerebral pode ter responsabilidade por esse tipo de sen-sao9.

    A dor pode ser classificada como superficial e pro-funda. A dor superficial localizada como picadas deagulha, inciso de tecidos moles. A dor profunda irra-diada e referida a outras reas, alm de ser desagradvel,provoca nuseas, palidez e sudorese.

    Portanto, estes sintomas ocorrem por via sensitiva ouaferente, fazem sinapse com vias motoras ou eferentes,que inervam vasos, glndulas e trato gastrointestinal. Ador referida ou reflexa leva a percepo de sensaodolorosa em regies distantes do rgo de origem, o que,eventualmente pode levar a erro de diagnostico, por sua

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    vez deve ser muito bem conhecida e interpretada4.Na intensidade dolorosa, descartando os aspectos

    psicolgicos, depende da frequncia do impulso nervososensitivo gerado por um receptor, e o nmero de recep-tores dolorosos ativados. Com enfoque de combate dofenmeno doloroso nesta reviso de literatura o bloqueiodo estimulo nos receptores perifricos (analgsicos eanti-inflamatrios).Fisiopatologia da inflamao

    O processo inflamatrio til e necessrio para oorganismo. A inflamao uma resposta de defesa doorganismo contra diferente tipo de agresso causado pormicrbios, agentes fsicos, qumicos, necrose tecidual oureaes imunolgicas10.

    Essa agresso leva a chamada leso primaria que secaracteriza por uma desnaturao de macromolculas,queda de PH, liberao de substancias como histamina,serotonina, cininas, prostaglandina, enzimas proteolticase mucolticos, que produzem mudanas vasculares ecelulares que, agora, constituem a fase racional. Nestafase, por ao das substancias citadas, ocorre vasodila-tao, aumento da permeabilidade capilar e migraocelular. Os sinais clnicos locais so dor, calor, rubor,edema e perda de funo4,10.

    A dor um dos sinais clnicos que aparece por aode fatores mecnicos e qumicos provocados pela hista-mina, serotonina, cininas e prostaglandinas, que direta-mente ou indiretamente estimulam as terminaes ner-vosas livres (receptores da dor)11.

    Lembrando, que os perodos mais prolongados dedor e inflamao esto interligados as reaes resultantesda formao de prostaglandina a partir do cido araqui-dnico. As prostaglandinas tm sua sntese desencadeadapor fosfolipdios da membrana celular lesada, atravs daao da fosfolipase A2, dando origem ao cido araqui-dnico. Este cido graxo quando ativado pelas cicloxi-genases origina as prostaglandinas, tromboxanas e pros-tacilinas11.

    O cido araquidnico quando ativado pela lipoxige-nase da origem aos leucotrienos, que so substanciascom atividade alrgica. As prostaglandinas no tm aoalgogena direta, mais potencializam a atividade da his-tamina e bradicinina.

    A agregao plaquetria favorecida pelas trombo-xanas que so vasoconstritoras. Alm de a prostaciclinasser vasodilatadoras e inibirem a agregao plaquetria,elas favorecem a fibrinlise. Os leucotrienos tem grandepoder alergnico, e atraem glbulos brancos13.

    Fisiopatologia da febreA termorregulao a capacidade de o corpo manter

    a temperatura corprea equilibrada entre a produo eperda de calor. O sistema termorregulador humano per-mite variaes de 0,2 a 0,4 C ao redor de 37 C para

    manuteno das suas funes metablicas, ou seja, ovalor normal oscila entre 36 C e 37C. Estas reaesesto relacionadas ao metabolismo e a atividade muscu-lar do individuo14.

    A propsito, grande parte do calor corporal produ-zida pelas atividades de tonos musculares, ao dinmicaespecifica dos alimentos (ADE) e variaes do metabo-lismo basal. O calafrio consequncia da atividademuscular, provoca forte aumento do consumo de e oxi-gnio e da produo de calor. Lembrando que esta au-menta pelo frio e emoes. Por meio das protenas inge-ridas aumentam a produo de ADE do que as gordurase carboidratos. O metabolismo mnimo, ou seja, menorproduo de calor quando o indivduo se encontra natemperatura de neutralidade trmica, em que ele temsensao de frio ou calor15.

    O calor eliminando por respirao, mico, condu-o e evaporao. O equilbrio entre a produo e elimi-nao de calor mantm-se a temperatura corporal, atra-vs do hipotlamo, estruturas do SNC, que tem dois cen-tros reguladores: centro de luta contra o calor e centro daluta contra o frio. Estes centros so estimulados pelatemperatura do sangue e estmulos oriundos principal-mente dos receptores de temperatura da pele.

    Portanto, a febre consequncia de uma resposta de-fensiva do organismo, contra o agente agressor que sosubstancias prognita, leses nervosas, ambiente quente,toxinas bacterianas e drogas que descontrolam o hipot-lamo. O ser humano diminui as perdas de calor. A vaso-constrio que pode ser detectado atravs da isquemia eo esfriamento da pele provocam a diminuio e perda decalor16.

    O aumento da secreo de adrenalina e hormniostireoidianos so modificaes que aumentam a produode calor que consiste no calafrio. A seguir de um novoestabelecimento de temperatura, em nveis mais eleva-dos, volta a ocorrer o equilbrio entre a produo e eli-minao de calor.

    A eliminao da causa da febre, ou utilizao dedrogas antitrmicas provoca o reequilbrio do hipotla-mo e ocorre, a diminuio da produo e aumento daeliminao do calor. Dessa forma, a reduo do calor resultado do vaso dilao cutnea generalizada e sudo-rese abundante. A diminuio da produo de caloracontece pela diminuio do tono muscular e queda dometabolismo4.

    As substancias que desajustam o hipotlamo em re-lao febre, so as prostaglandinas da srie E, oriundasdo cido araquidnico. A inibio da formao das pros-taglandinas impede o aparecimento da febre ou corrigedo quadro febril, um exemplo o cido acetilsaliclico.

    Porm, outros inibidores da formao da prostaglan-dina os anti-inflamatrios com atividade potente no sodrogas com alta efetividade no combate da febre. Comisso, a prostaglandina no a nica substncia endgena

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    causadora da febre. Lembrando que o aumento da ativi-dade analgsica e anti-inflamatria do frmaco no im-plica obrigatoriamente no incremento da atividade anti-pirtica17,18.

    Portanto, contraditrio indicar um anti-inflamatriopotente, portador de muitos efeitos adversos, para com-bater a febre, quando o quadro clnico no justificar ple-namente o uso deste tipo de droga.

    Em sequncia ser realisada nesta reviso de litera-tura uma abordagem clnica, tomando-se como refern-cia o efeito farmacolgico desejado dos An-ti-inflamatrios No-esterides (AINES).

    Anti-inflamatrios no-esterides (AINES)Os AINES possuem propriedades analgsicas, anti-

    trmica, anti-inflamatria e antitrombtica. A ao destegrupo atua na inibio de sntese de prostaglandina, efe-tuada mediante inativao da cicloxigenases constitutiva(Cox-1) e induzvel (Cox-2). A cicloxigenase 1 res-ponsvel pelo efeito fisiolgico da prostaglandina emstios gstricos e renais. J a cicloxigenase 2 surge emreas de inflamao. A inibio da Cox-1 responsvelpor alguns dos efeitos adversos dos anti-inflamatriosno-esteroidais, como as toxinas renais e gastrointesti-nais17,18,19.

    Em processos inflamatrios, em que a dor, edema edisfuno trazem desconforto para paciente, esto indi-cados os AINES. Porm no devem ser escolhidosquando o processo odontolgico acarretar somente dedor, neste caso deve ser escolhido uma analgesia de in-tensidade adequada.

    Lembrando que no deve ser administrado an-ti-inflamatrio em conjunto com antibitico em processoinfeccioso. Alm disso, a reao inflamatria constitui-seem defesa do organismo, para evidencia a leso clinica-mente, quanto limitar o processo. Mesmo potente an-ti-inflamatrio no inibe o crescimento bacteriano. Des-sa forma, a infeco deve ser primaria e tratada especi-ficamente com antimicrobianos20.

    No grupo dos anti-inflamatrios no esterides (AI-NES) esto entre os agentes farmacolgicos mais utili-zados na prtica odontolgica e mdica. Esse grupo demedicamentos classificados como: derivados do cidosaliclico, derivados da dicetopirazolidina, derivados docido antranlico, derivados da benzotiazina a indometa-cina e os derivados arilcanoicos20,21.

    O salicilato possui atividade anti-inflamatria entreoutras aes. Este efeito do medicamento apresenta acapacidade de diminuir a permeabilidade capilar. Ossalicilatos so drogas absorvidas no trato gastrointestinale encontradas no plasma em 30 minutos, e apresentamuma meia-vida ampliada com o aumento da concentra-o plasmtica aps administrao via oral18.

    Um dos medicamentos pertencentes do grupo dos sa-licilatos, so os cidos acetilsaliclicos (AAS), mostram

    ser mais efetivo como droga analgsica e an-ti-inflamatria. O cido acetilsaliclico mostra ser maisefetivo como droga analgsica e anti-inflamatria dentrodo grupo dos salicilatos.

    As reaes adversas causadas por este frmaco po-dem provocar irritao do trato gastrointestinal, podendoproduzir nuseas, vomito e ativao de ulceras pptica.Embora pouco comum, podem ocorrer reaes de hiper-sensibilidade, principalmente relacionadas a erupescutneas. contra indicado para pacientes alrgicos adroga, asmticos e portadores de ulceras pptica17,22.

    Lembrando que este grupo interfere no mecanismode agregaes plaquetrias, consequentemente alterandoo mecanismo de coagulao, devido a este motivo de-ve-se ter cautela com pacientes que utilizam medica-mentos anticoagulante, antes de submeter o paciente aintervenes cirrgicas23.

    Alm disso, a posologia para adultos, como drogaanti-inflamatria, de 500mg a 1gr a cada quatro horas,via oral. Em crianas a posologia indicada de 10mg,por quilograma de peso a cada quatro horas. Se utilizadoa via intramuscular e endovenosa, posologia a aplicaode ampolas de dois ml a cada 6 horas.

    Derivados pirazolonicosOs representantes deste grupo de medicamentos mais

    conhecidos a dipirona e aminopirina, fenilbutazona e aoxifenilbutazona. Em virtude a experincias clinicasdemonstram que a aminopirina e a dipirona apresenta-ram uma maior tendncia a resposta satisfatria comoanalgsico e antitrmico e a oxifenilbutazona a respostaanti-inflamatoria17.

    Os efeitos farmacolgicos do fenilbutazona e a oxi-fenilbutazona atuam principalmente no processo infla-matrio semelhante aos salicilatos, apresentam tambma capacidade de diminuir a permeabilidade capilar. Estadroga tambm pode inibir a sntese a liberao de pros-taglandina. Estas drogas apresentam uma boa absoropelo trato gastrointestinal, so encontradas no picoplasmtico duas horas aps sua administrao.

    Como reaes adversas, a utilizao deste medica-mento de natureza alrgica, principalmente reaescutneas, reaes de hipersensibilidade generalizada emanifestaes hematolgicas, como agranulocitose.Normalmente estes efeitos colaterais so devido a su-perdosagem ou uso prolongado. Outras reaes adversasso de origem gastroinstinais, mal-estar gstrico, falta deapetite, nuseas, vmitos e diarreia24.

    Lembrando, a posologia indica para fenilbutazona de 400mg a600mg ao dia e de 300mg a 400mg diriaspara a oxifenilbutazona. Como droga anti-inflamatriaprescrevese por 72 horas.

    Derivados do cido antranicoNa rea odontologia, os cidos flufenamico e niflu-

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    mico esto indicados principalmente como an-ti-inflamatrios, porem o cido mefenmico tem sidoindicado mais como medicamento analgsico. Acres-centa-se tambm, que sua ao anti-inflamatria estejafundamentada no bloqueio da bradicinina e prostaglan-dina18.

    Como reaes adversas mais comuns encontram-se,mal-estar gstrico, anorexia, nuseas, vmitos e diarreia.Em alguns casos este medicamento poder induzir aformao de ulceras pptica ou piorar o quadro j exis-tente. Considerando o seu potencial toxico, pode provo-car alteraes hepticas, renais e reaes de hipersensi-bilidade25.

    Tem por contra indicao pacientes asmticos, por-tadores de ulcera ppticas, alteraes renais, gestantes ecrianas.

    Somando, que sua ao anti-inflamatria bloqueia abradicinina e prostaglandina. Sua posologia de uso viaoral de 200mg a 300mg por administrao, trs quatrovezes ao dia.

    BenzidaminaA benzidamina um dos melhores anti-inflamatrio

    atua no processo inflamatrio, semelhante aos salicilatosreduzindo a permeabilidade capilar. Alm disso, interfe-rem na velocidade migratria dos leuccitos e macrfa-gos, fazendo com que haja uma rpida normalizao damicrocirculao regional26, 27.

    Apresenta poucas reaes adversas benzidamina,Porm poder aparecer uma discreta sedao em algunspacientes, e outros podem provocar excitao, nuseas eperda de apetite. contra indicado seu uso em pacientesalrgicos a benzidamina.

    Sua posologia, para adultos uso via oral quatro com-primidos de 50mg ao dia. Para criana apresentao naforma de gotas que devem ser administradas uma gotapor quilograma, quatro vezes ao dia.

    Derivados arilcanicosUm dos anti-inflamatrios no esteridal comu-

    mente prescritos nas odontologias derivado arilcani-cos, so comercializados o diclofenaco, alcoflenaco,cetoprofeno, cido netiazinico, fenbufeno, fentiazaco,indoprofeno. Atuam no processo inflamatrio semelhan-te aos salicilatos17,28.

    Porm, este grupo de medicamentos apresenta um acaracterstica clinica diferente dos salicilatos que umalonga meia-vida plasmtica. Com isso, sua administra-o de apenas duas vezes ao dia, mantendo concentra-o sangunea efetiva terapeuticamente.Como reaes adversas, a utilizao deste medicamentoproduz distrbios gastro intestinais dor epigstrica, nu-seas, vmito, hemorragias e diarreia. Alem de vertigem,tontura, sonolncia, distrbios visuais e auditivas decor-rentes do efeito produzido no Sistema Nervoso Central.

    Tambm so comuns as erupes cutneas e reaesalrgicas imediatas entre outras29.Contra indicado em pacientes com histrico de ulcerasppticas, distrbios hemorrgicos e pacientes sob trata-mento com anticoagulantes.

    IndometacinaO grupo das indometacinas um dos an-

    ti-inflamatrios de potencial elevado, pois seu mecanis-mo de ao como anti-inflamatrio este baseado na ini-bio da motilidade dos leuccitos polimorfo nucleados.Levam duas horas para alcanar nveis plasmticos apssua administrao30.

    Nas reaes adversas mais comuns encontram-se asgastrointestinas, anorexia, dores abdominais e ulceraspptica. Alm de cefaleia matutina, tontura, vertigem econfuso mental, leucopenia, trombocitopenia e rara-mente anemia plasmtica e agranulocitose, caso de rea-o de hipersensibilidade relacionados com pruridos,urticarias e edema angioneurotico.

    Contra indicado o uso para pacientes com idade infe-rior a 14 anos, gestantes, pessoas que dirigem e traba-lham com maquinas, pacientes portadores de leses ul-cerativas do estomago e parte alta do intestino.

    Sua posologia, para adultos uso via oral 25mg a cadaseis horas ao dia. No deve ultrapassar a dosagem de100mg dirias, risco de efeitos colaterais mais frequen-tes.

    4. DISCUSSOOs anti-inflamatrios no esteroides tm sido uma

    das classes de medicamentos pesquisadas ao longo dostempos, em tentativa de melhorar o frmaco e preservaras caractersticas anti-inflamatrias, reduzindo os efeitosadversos. Estudos tm sido direcionados a seletividadeda Cox-2, ou Coxibs, na tentativa de inibir a sntese dasprostaglandinas, no processo inflamatrio, sem os efeitoscolaterais indesejveis, como os distrbios gastrointesti-nais, correspondente ao bloqueio da Cox-2. Estes so osinibidores seletivos da COX-2 de maior interesse naclnica odontolgica18,19.

    Os Coxibs apresentam efeitos analgsicos, antipir-ticos e anti-inflamatrios anlogo aos AINES no sele-tivos, porm com menos efeitos colaterais. Em dosesadequadas, os inibidores da Cox-2 no apresentam im-pacto sobre a agregao plaquetria, que induzida pelaCox-1 na formao do tromboxano. Porm os coxibsinibem a formao da prostaglandina no endotlio vas-cular, consequentemente no apresentam efeitos cardio-protetores como nos AINES no seletivos. Lembrandoque os inibidores seletivos da Cox-2 apresentam efeitostxicos renais. Uma das causas que removeram os ro-fecoxibe e valdecoxibe do mercado, foi a maior incidn-cia dos trombticos cardiovasculares associados aos ini-

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    bidores seletivos da Cox-218,19,31.Os celecoxib so anti-inflamatrios no esteroides,

    inibidores seletivos da Cox-2, da segunda gerao, apre-senta nome comercial Celebra, so 10 a 20 vezes maisseletivo para Cox-2 do que para Cox-1. Apresenta umameia-vida de 11 horas, sua dose anti-inflamatria reco-mendada de 1.200 1.500mg trs vezes ao dia. Estomenos associados a ulcera ppticas, e apresentam menosdesconforto gastrointestinais que os AINES. Pelo fatodos celecoxib apresentarem sulfonamidas, devem serevitados por pacientes alrgicos s sulfas. O medica-mento no afeta agregao plaquetaria em doses normais.Os seus efeitos colaterais constem na toxicidade comunsj citadas. O efeito analgsico e anti-inflamatrio doscelecoxib so iguais aos AINES no seletivos, pormcom custo mais elevado e menor segurana cariovascu-lar18,31,32,33.

    O etericoxib faz parte dos inibidores altamente sele-tivos da Cox-2, segunda gerao, com nome comercialArcoxia, apresenta uma seletividade de 106 vezes paraCiclo - oxigenase 2. Apresenta uma meia-vida de 22horas, sua dose anti-inflamatria diria de 120mg.Noproporciona risco cardiovasculares aparentemente emrelao aos outros inibidores seletivos da Cox-212,18,35.

    Meloxicam da classe de inibidores seletivos daCox-2, porm uma enolcarbocamida relacionada com opiroxicam. A administrao da dose mais baixa de7,5mg ao dia. Este frmaco comparado ao celecoxibe eetericoxibe no to seletivo. O meloxicam comparadoao piroxicam, diclofenaco e naproxeno apresenta menossintomas gastrointestinais e complicaes clinicas.Mesmo o meloxicam inibindo a sntese do tromboxa-no,no resulta em diminuio da funo plaquetaria18,36.

    Nimesulida um derivado da fenoximetanossulfani-lida, um inibidor seletivo da Cox 2, primeira gerao,apresenta nome comercial Nisulid. Este farmaco par-ticularmente til em pacientes com intolerncia a cidoacetilsaliclico e outros AINES. Apresenta umameia-vida de aproximadamente 3 horas, sua dose de 50 100mg duas vezes ao dia, podendo alcanar 200mg di-rias mxima. Pacientes com disfuno heptica, disfun-o renal grave, distrbios graves de coagulao, paci-entes que tenham alergia nimesulida, ao cido acetilsa-liclico ou a outros anti-inflamatrios, tambm contraindicado em casos de lceras no trato gastrointestinal, emulheres lactantes41, 42.

    Inibidores no seletivos da COX-2 de maior interessena clnica odontolgica. Esto entre eles o diclofenaco um derivado do cido fenilactico, cuja as propriedadesso semelhantes aos AINES, porm ele atua tanto naCox-1 quanto na Cox-2, apresentando seletividade duasvezes maior para Cox-2, o que explica sua ineficinciaem inibir a agregao plaquetaria. O nome comercialVoltaren e Cataflam, sua meia-vida de 1,1 horas, comdose de 50 75mg duas vezes ao dia. Menor frequncia

    em ulcerao do gastrointestinal em relao a algunsAINES. A associao entre diclofenaco e omeprazoldiminui a ulcerao gastrointestinal e previne contrasangramentos recorrentes, porm efeitos colaterais renaisso comuns em pacientes de alto risco18,37.

    O ibuprofeno um derivado do cido fenilpropinico,entre os AINES uma das alternativas das aspirinas,possui ao Anti-inflamatrio, analgsico, antipirtico. Adose de 2.400mg ao dia equivale a 4g de cido acetilsa-liclico em seu efeito anti-inflamatrio. Doses menoresque 2.400mg ao dia equivale a sua eficcia analgsica.Em forma de gel lquido de ibuprofeno de 400mg, pro-porciona alvio imediato e tem boa eficcia na dor den-taria ps-operatrio. Apresenta uma meia-vida de 2 ho-ras, sua dose de 600mg quatro vezes ao dia. Comparan-do de ibuprofeno via oral e indometacina, o ibuprofenodiminui o debito urinrio e tambm provoca menos re-teno liquida, to eficaz quanto indometacina, no adiferena nos medicamentos a respeito da segurana dofarmaco38.

    contra indicado em casos de pacientes com pliponasais, angioedema e reatividade broncospstica ao ci-do acetilsaliclico. A caso de relato de ocorrncia de me-ningite assptica e reteno hidrica em pacientes comlpus eritematosos sistmico. contra indicado a admi-nistrao de qualquer AINES, principalmente cido ace-tilsaliclico juntamente com ibuprofeno. Em pacientescom risco cardiovascular a terapia com ibuprofeno au-menta a chance de limitar os efeitos cardioprotetores docido acetilsaliclico. O uso do ibuprofeno juntamentecom acetilsaliclico pode diminuir o efeito an-ti-inflamatrio. Os efeitos colaterais raros so granulo-citose e anemia aplsica.

    Naproxeno, derivado do cido propinico, um ini-bidor no seletivo da Cox, apresenta meia-vida seme-lhante no sexo masculino e feminino de 14 horas, a fra-o livre em mulheres maior do que em homens. Estdisponvel na forma de apresentao suspenso oral e napreparao tpica. Apresenta baixa incidncia de san-gramento no trato gastrointestinal, porm ainda duasvezes mais alta que a do ibuprofeno. Casos raros depneumonite alrgica, vasculite leucocitoclstica e pseu-doporfiria, bem como os efeitos colaterais comuns asso-ciados aos AINES43.

    Na odontologia, a utilizao dos AINES indispen-svel, em virtude disso, deve-se ter cautela na sua sele-o. Lembrando que todos os anti-inflamatrios noesteroidais apresentam eficcia similar, a escolha deveser baseada em critrios de: toxicidade, conveninciapara paciente, custo e experincia de emprego, emboraos feitos adversos sejam parecidos.

    5. CONCLUSOA partir dos achados literrios, conclui-se que para

    melhor conhecimento e compreenso na seleo medi-

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    camentosa dos anti-inflamatrios no esteroides, deveser entendidos as fisiopatologias da dor, inflamao efebre, alm do mecanismo de atuao dos AINES e suaspropriedades. Portanto, os anti-inflamatrios no este-roides seletivos da COX-2, quando bem indicado e sele-cionado, apresentam uma boa opo na clnica terapu-tica odontolgica para obteno de melhores resultados.

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