compras na administração pública

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Sumário COMPRAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA..................................................................................... 2 O MARCO LEGAL DE COMPRAS PÚBLICAS NO BRASIL .................................................................. 2 PLANEJAMENTO NAS COMPRAS PÚBLICAS .................................................................................. 3 OBJETIVO DO PLANEJAMENTO ..................................................................................................... 4 PLANEJAMENTO DE COMPRAS .................................................................................................... 4 DEFINIÇÕES E CONTEXTO .............................................................................................................. 5 GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................................................................................... 7 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................. 7 ATOS ADMINISTRATIVOS .............................................................................................................. 9 MODOS DE GESTÃO E EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES ................................................................... 10 VISÃO GLOBAL DO PROCESSO DE COMPRAS .............................................................................. 10 COMPRA ..................................................................................................................................... 12 SERVIÇOS ..................................................................................................................................... 12 OBRAS.......................................................................................................................................... 13 PROJETO BÁSICO E TERMO DE REFERÊNCIA ............................................................................... 13 PROCESSO LICITATÓRIO .............................................................................................................. 18 DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO .............................................................................. 23 PREGÃO ....................................................................................................................................... 31 SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇO ............................................................................................... 33 EDITAL ........................................................................................................................................ 36 CONTRATO .................................................................................................................................. 44 PATRIMÔMIO, ALMOXARIFADO E SUPRIMENTO DE ESTOQUE .................................................. 50 MATERIAL DE CONSUMO ............................................................................................................ 50 CONCEITO DE UM ALMOXARIFADO ........................................................................................... 57 MODELO DE GESTÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO ....................................................................... 61 FORMAÇÃO DE PATRIMÔNIO PÚBLICO ...................................................................................... 66 INVENTÁRIO PATRIMONIAL ........................................................................................................ 75 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 78

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Manual de compras na administração pública.

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Page 1: Compras Na Administração Pública

Sumário

COMPRAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..................................................................................... 2

O MARCO LEGAL DE COMPRAS PÚBLICAS NO BRASIL .................................................................. 2

PLANEJAMENTO NAS COMPRAS PÚBLICAS .................................................................................. 3

OBJETIVO DO PLANEJAMENTO ..................................................................................................... 4

PLANEJAMENTO DE COMPRAS .................................................................................................... 4

DEFINIÇÕES E CONTEXTO .............................................................................................................. 5

GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................................................................................... 7

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................. 7

ATOS ADMINISTRATIVOS .............................................................................................................. 9

MODOS DE GESTÃO E EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES ................................................................... 10

VISÃO GLOBAL DO PROCESSO DE COMPRAS .............................................................................. 10

COMPRA ..................................................................................................................................... 12

SERVIÇOS ..................................................................................................................................... 12

OBRAS .......................................................................................................................................... 13

PROJETO BÁSICO E TERMO DE REFERÊNCIA ............................................................................... 13

PROCESSO LICITATÓRIO .............................................................................................................. 18

DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO .............................................................................. 23

PREGÃO ....................................................................................................................................... 31

SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇO ............................................................................................... 33

EDITAL ........................................................................................................................................ 36

CONTRATO .................................................................................................................................. 44

PATRIMÔMIO, ALMOXARIFADO E SUPRIMENTO DE ESTOQUE .................................................. 50

MATERIAL DE CONSUMO ............................................................................................................ 50

CONCEITO DE UM ALMOXARIFADO ........................................................................................... 57

MODELO DE GESTÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO ....................................................................... 61

FORMAÇÃO DE PATRIMÔNIO PÚBLICO ...................................................................................... 66

INVENTÁRIO PATRIMONIAL ........................................................................................................ 75

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 78

Page 2: Compras Na Administração Pública

2

COMPRAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A ampliação do atendimento ao cidadão e a melhoria da qualidade

dos serviços ofertados devem ser objetivos primordiais da Administração Pública

e, para concretizá-los, é essencial a qualidade e produtividade do gasto. Assim,

cada vez mais os gestores têm empreendidas nas compras tem destaque o

Planejamento de Compras, que promove a identificação de demandas para cada

exercício, o mapeamento dos processos críticos e prioritários e a sua respectiva

distribuição ao longo do exercício, imprimindo eficiência ao atendimento por bens

e serviços para a realização de políticas públicas.

Em uma gestão buscado o desenvolvimento de políticas, processos e

ferramentas que promovam o uso dos recursos públicos com máxima eficiência.

No âmbito das reformas pública que zela pelos resultados e que busca gerir seus

recursos de forma eficiente deve ser incansável a procura por procedimentos

que dotem a Administração Pública de meios mais efetivos para o planejamento,

a execução e o controle de suas despesas com aquisições e contratações.

Nesse contexto, a iniciativa do planejamento de compras, deve existir

com o objetivo de atender a demanda por uma ferramenta de gestão capaz de

promover a melhor utilização dos recursos públicos, no tocante a aquisições e

contratações públicas.

O MARCO LEGAL DE COMPRAS PÚBLICAS NO BRASIL

A Constituição Federal do Brasil de 1988 determina, no capítulo em

que disciplina a Administração Pública, em seu art. 37, inciso XXI, a utilização

obrigatória da licitação nos processos de aquisições e contratações públicas. A

licitação antecederá obrigatoriamente, salvo as exceções expressamente

previstas em lei, os contratos administrativos para a aquisição de bens e

contratação de serviços e obras, firmados pela Administração.

O artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, foi regulamentado

pela Lei nº 8.666, 21 de junho de 19931, que institui normas para licitações e

contratos da administração pública.

A licitação é definida por Hely Lopes Meirelles como o:

[...] procedimento administrativo mediante o qual a Administração

Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse.

Visa a propiciar iguais oportunidades aos que desejam contratar com o Poder

Público, dentro dos padrões previamente estabelecidos pela Administração, e

atua como fator de eficiência e de moralidade nos negócios administrativos. É o

Page 3: Compras Na Administração Pública

3

meio técnico-legal de verificação das melhores condições para a execução de

obras e serviços, compra de materiais, e alienação de bens públicos. (2005, p.

19 e 20)

A partir dessa definição, conclui-se que a licitação tem uma dupla

finalidade: “obtenção do contrato mais vantajoso e resguardo do direito de

possíveis contratados” (MEIRELLES, 2005, p.269).

Assim, o procedimento licitatório pretende propiciar a contratação da

melhor proposta, dentre aquelas possíveis, devendo atuar enquanto fator

propulsor da eficiência nos respectivos procedimentos.

Todavia, a lei brasileira de licitações vem sofrendo críticas por seu

excesso de formalismo e de uniformidade de procedimentos, que implicam em

uma demora excessiva para a realização de qualquer procedimento licitatório.

Marçal Justen Filho discorreu acerca do formalismo na Lei de

Licitações:

Afirma-se, então, que a Lei nº 8666/93

consagrou o princípio do formalismo, sem margem de escolha

para o aplicador. E se sustenta que os malefícios do

formalismo são compensados pela eliminação dos riscos de

protecionismo indevido, desvios éticos, etc. Enfim, o preço a

pagar pela probidade seria a rigidez da disciplina legislativa.

Essa visão padece de um defeito antigo, consistente em

identificar moralidade e ortodoxia. Com todo o respeito, a

experiência histórica já evidenciou que tal identificação é

inadequada.

PLANEJAMENTO NAS COMPRAS PÚBLICAS

O planejamento de compras é mais uma iniciativa focada em

qualidade do gasto, que objetiva mapear as demandas e os processos de

compras a serem realizados ao longo de um exercício financeiro em cada

instituição, com vistas a melhor qualificar o trabalho dos setores de compras. O

planejamento de compras se relaciona também ao tema de gestão orçamentária

dos recursos, havendo grande sinergia entre esses processos.

"O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às

implicações futuras de decisões presentes" -PETER DRUCKER.

“O planejamento determina antecipadamente quais são os objetivos

a serem atingidos e o que deve ser feito para alcançá-los da melhor maneira

possível” -IDALBERTO CHIAVENATO.

Page 4: Compras Na Administração Pública

4

Planejamento de compras é o processo de determinar objetivos

relacionados a aquisições, mediante a definição, estudo e coordenação dos

meios e recursos para atingi-los

OBJETIVO DO PLANEJAMENTO

Conferir previsibilidade à demanda de aquisições e contratos em

cada instituição;

Mapear e distribuir os processos de compras e esforço do setor de

compras ao longo do exercício financeiro;

Possibilitar o mapeamento e priorização de processos críticos

dentro da realidade de cada instituição; e,

Imprimir eficiência ao atendimento das demandas dos setores

finalísticos.

Para atingir tais objetivos se fez necessária a instituição de um modelo

matricial de planejamento de compras, com ações transversais, que abrangem

quase a integralidade dos setores da instituição, uma vez que é ator relevante

do modelo todo e qualquer setor que possua demanda por bens e serviços. Ele

deverá informar, no início do planejamento, toda a sua demanda por bens e

serviços projetada para o exercício, conforme crédito aprovado para as

atividades na Lei Orçamentária Anual, especificando as dotações orçamentárias

que consignam créditos para as suas demandas. Deverá ainda informar quando

precisará que os bens ou serviços estejam disponíveis.

Eleger o momento em que a disponibilidade dos bens ou serviços se

faz necessária. Essa é uma das chaves para a melhoria da comunicação entre

os setores finalísticos e de compras. Isso porque essa definição perpassa por

duas informações essenciais para um planejamento de compras adequado: a) o

alinhamento de expectativas entre os setores, já que o setor de compras saberá

antecipadamente quais demandas deverá atender e em qual tempo; e, b) a

configuração do elemento temporal que auxiliará na formatação do cronograma

de trabalho do setor de compras.

PLANEJAMENTO DE COMPRAS

Variáveis a serem consideradas

Clientes (unidades demandantes)

• Aspectos legais e técnicos (especificação);

Page 5: Compras Na Administração Pública

5

• Consumo regular, específico ou eventual;

• Programação de compras e cronograma de entrega;

• Meios, ferramentas e regras.

Aquisições

• Mercado (fontes de fornecimento, informações técnicas, regras

próprias, tempo e distância;

• Legislação (leis 8.666/93 e 10.520/02, decretos 28.086/06,

28.087/06, 28.089/06 e 28.397/06);

• Decisões do TCM, TCU, PGE etc;

• Regras internas (portarias, instruções normativas).

Estoque

• Unidade de fornecimento x unidade de consumo;

• Marca, prazo de validade;

• Imobilização, espaço, controles;

• Atendimento, logística.

Elementos estratégicos

Flexibilidade das estruturas e capacitação de pessoal

A gestão do conjunto do processo tem tido cada vez mais o foco de

atuação visando aumento de produtividade e controle da qualidade.

A facilidade e rapidez de acesso às informações técnicas e às novas

tecnologias coloca a capacitação de pessoal como elemento estratégico para

instruir as decisões e aumentar a eficiência do trabalho.

O conhecimento generalista e a criatividade passaram a ser

valorizados como parceiros importantes do conhecimento especializado, uma

vez que os gestores ao assumirem suas respectivas pastas no órgão público se

deparam em sua maioria com uma limitação técnica de seus funcionários.

DEFINIÇÕES E CONTEXTO

Lei Federal nº 8.666/93, art. 15:

Page 6: Compras Na Administração Pública

6

As compras, sempre que possível, deverão:

I - Atender ao princípio da padronização, que imponha

compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas,

quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e garantia

oferecidas;

II - Ser processadas através de sistema de registro de preços;. §7º

Nas compras deverão ser observadas, ainda:

I - A especificação completa do bem a ser adquirido sem

indicação de marca;

II - A definição das unidades e das quantidades a serem

adquiridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja

estimativa será obtida, sempre que possível, mediante

adequadas técnicas quantitativas de estimação;

III - As condições de guarda e armazenamento que não permitam a

deterioração do material.

No estudo dos atuais procedimentos administrativos de compras e

contratações não se pode perder de vista que nos encontramos em um momento

de rápidas mudanças.

É preciso considerar:

O movimento de globalização da economia e da cultura, que

sofrer oscilações constantes e diárias, interferindo nas relações

de custo, disponibilidade, dentro outros;

A revolução informacional em curso, onde o acesso as

informações e aos parâmetros definidos pelos órgãos

fiscalizadores evoluem e se moldam com frequência as

mudanças informacionais;

A crescente tendência de fortalecimento de políticas que

visem a transparência pública, gerando a demanda de

alteração de normais e procedimento por parte da

administração pública.

Proposta para o funcionamento dos setores de compras

Para que sejam implantadas novas políticas que visem a melhora na execução

dos processos de aquisição de bens ou serviços na administração Pública,

devem ser considerados :

Page 7: Compras Na Administração Pública

7

A Manutenção dos princípios da licitação, por meio de políticas

de capacitação e atualização de norma e procedimentos;

Adoção de procedimentos administrativos próprios (definidos

em manuais internos) em substituição aos procedimentos

legais;

Controle dos procedimentos, definidos como ferramenta de

gestão

GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Administração é o instrumental de que dispõe o município para pôr

em prática as opções políticas do Governo.

A Administração não pratica atos do governo; pratica atos

administrativos, com maior ou menor autonomia funcional.

O Governo e a Administração atuam por intermédio de suas entidades

(pessoas jurídicas), de seus órgãos (centros de decisão) e de seus agentes

(pessoas físicas investidas em cargos e funções).

Do ponto de vista formal:

Governo é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais;

Administração é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos

do governo.

Do ponto de vista material:

Governo é o complexo de funções básicas; Administração é o

conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral.

Do ponto de vista operacional:

Governo é a condução política dos negócios públicos; Administração

é desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do

poder público ou por ele assumidos em benefício da coletividade

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

A Organização da Administração deve se dar por meio da

estruturação das secretarias e órgãos que irão desempenhar as funções no

município.

Page 8: Compras Na Administração Pública

8

Entidade é pessoa jurídica, pública ou privada; órgão é elemento

despersonalizado incumbido da realização das atividades da entidade a que

pertence, através de seus agentes.

Entidades estatais: são pessoas jurídicas de Direito Público que

integram a estrutura constitucional do Estado e tem poderes políticos e

administrativos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal).

Entidades autárquicas: são pessoas jurídicas de Direito Público, de

natureza meramente administrativas, criadas por lei específica para realização

de atividades, obras ou serviços descentralizados da entidade estatal que as

criou. Funcionam e operam na forma estabelecida na lei instituidora e nos

termos de seu regulamento, sem subordinação hierárquica, sujeitas apenas ao

controle finalístico de sua administração e da conduta de seus dirigentes.

Entidades fundacionais: são pessoas jurídicas de Direito Público

assemelhadas às autarquias.

Entidades paraestatais: são pessoas jurídicas de Direito Privado

cuja criação é autorizada por lei específica para a realização de obras, serviços

ou atividades de interesse coletivo (Empresas públicas, sociedades de economia

mista, serviços sociais autônomos - SESI, SESC, SENAI, e outros). São

entidades autônomas administrativa e financeiramente, têm patrimônio próprio e

operam em regime da iniciativa particular, na forma de seus estatutos, sendo

vinculadas (não subordinadas) a determinado órgão da entidade estatal a que

pertencem.

Órgãos públicos: são centros de competência instituídos para o

desempenho de funções estatais, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a

que pertencem. Os órgãos não têm personalidade jurídica nem vontade própria,

mas na área de suas atribuições e nos limites de sua competência expressam a

vontade da entidade a que pertencem e a vinculam por seus atos, manifestados

através de seus agentes (pessoas físicas).

Agentes públicos: são todas as pessoas incumbidas, definitiva ou

transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. A regra é a atribuição

de funções múltiplas e genéricas ao órgão, as quais são repartidas

especificamente entre os cargos, ou individualmente entre os agentes de função

sem cargo.

Cargos: são os lugares criados no órgão para serem providos por

agentes que exerceram suas funções na forma legal. O cargo e função

pertencem ao município. O cargo é lotado no órgão e o agente é investido na

função.

Funções: são os encargos atribuídos ao órgão, cargos e agentes.

Toda função é atribuída e delimitada por normal legal. Essa atribuição e

delimitação funcional configuram a competência do órgão, do cargo e do agente

Page 9: Compras Na Administração Pública

9

Competência: Competência administrativa é o poder atribuído ao

agente da Administração para o desempenho específico de suas funções. A

competência resulta de lei e por ela é limitada. É intransferível e improrrogável

pela vontade do interessado. Pode ser delegada e avocada, desde que o

permitam as normas reguladoras da Administração

ATOS ADMINISTRATIVOS

Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da

Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim adquirir,

resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor

obrigações aos administrados ou a si própria.

Atos bilaterais constituem contratos administrativos.

Requisitos para a formação do Ato Administrativo:

Competência - Todo ato emanado de agente incompetente, ou

realizado além do limite de que dispõe a autoridade incumbida de sua prática é

inválido.

Finalidade - Não é admitido ato administrativo sem finalidade pública

ou desviado de sua finalidade específica. A finalidade do ato administrativo é

aquela que a lei indica explícita ou implicitamente. A alteração da finalidade

expressa na norma legal ou implícita no ordenamento da Administração

caracteriza desvio de poder e pode dar ensejo à invalidação do ato.

Forma - Todo ato administrativo é, em princípio, formal. Para que a

vontade da Administração se expresse com validade é necessário a observância

de procedimentos especiais e forma legal. A forma é o revestimento material do

ato; o procedimento é o conjunto de operações exigidas para sua perfeição.

Motivo - É a situação de direito ou de fato que determina ou autoriza

a realização do ato administrativo. O motivo pode vir expresso em lei ou ser

deixado a critério do administrador.

Objetivo - São as coisas, atividades ou pessoas das quais tratam

especificamente os atos administrativos. O objeto identifica-se com o conteúdo

do ato.

Procedimento Administrativo

É a sucessão ordenada de operações que propiciam a formação de

um ato final objetivado pela Administração. Ele é constituído de atos

intermediários, preparatórios e autônomos, mas sempre interligados, que se

conjugam para dar conteúdo e forma ao ato principal.

Page 10: Compras Na Administração Pública

10

Contratos Administrativos

É o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma

com particular ou com outra entidade administrativa para consecução de

objetivos de interesse público, nas condições estabelecidas pela própria

Administração.

Aspectos Gerais da Gestão das Atividades

As contratações pela Administração Pública podem ser tratadas em

dois grandes níveis:

- Modo de execução da sua atividade;

- Aquisições de materiais de consumo, bens, obras e serviços

necessários à execução das suas atividades;

MODOS DE GESTÃO E EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES

Execução direta: A Administração executa suas funções com seus

próprios meios, ainda que seja necessário adquiri-los no mercado

Contratação da prestação do serviço: A Administração transfere

para terceiros a execução da atividade-fim, mantendo sob seu comando a

exploração econômica da atividade, se for o caso. O contratado é remunerado

pela Administração de acordo com as condições pactuadas no contrato

Delegação (Concessão ou Permissão): A Administração transfere

para terceiros a execução e a exploração econômica da atividade-fim. O

contrato é remunerado pelo consumidor do serviço de acordo com as condições

regulamentadas pela Administração

VISÃO GLOBAL DO PROCESSO DE COMPRAS E CONTRATAÇÃO

Requisitos do Processo de Compras e Contratação

Justificar a decisão de comprar ou contratar (projeto básico ou

termo de referência);

Abertura de processo administrativo (art. 38 da Lei nº 8.666);

Obedecer aos princípios constitucionais (art. 37 da

Constituição);

Obedecer aos procedimentos da lei de licitações (Lei nº

8.666/93 atualizada pela Lei nº 8.883/94 e Lei no. 9.648/88.);

Page 11: Compras Na Administração Pública

11

Obedecer aos procedimentos da execução orçamentária, do

controle da execução orçamentária e da contabilidade (Lei nº

4.320, arts. 58 a 70; 75 a 106);

Princípios Constitucionais

A Execução de procedimento licitatório que vise a aquisição de bens

ou serviços em todos os órgãos da Administração Pública deve ser estruturada

nos princípios constitucionais.

I. DA LEGALIDADE

A atuação do gestor público e a realização da licitação devem ser

processadas na forma da Lei, sem nenhuma interferência pessoal da autoridade.

II. DA IMPESSOALIDADE

O interesse público está acima dos interesses pessoais.

Será dispensado a todos os interessados tratamento igual,

independente se a empresa é pequena, média ou grande.

III. DA MORALIDADE

A licitação deverá ser realizada em estrito cumprimento dos princípios

morais, de acordo com a Lei, não cabendo nenhum deslize, uma vez que o

município é custeado pelo cidadão que paga seus impostos para receber em

troca os serviços públicos.

IV. DA IGUALDADE

Previsto no art. 37, XXI da Constituição onde proíbe a discriminação

entre os participantes do processo.

O gestor não pode incluir cláusulas que restrinjam ou frustrem o

caráter competitivo, favorecendo uns em detrimento de outros, que acabam por

beneficiar, mesmo que involuntário, determinados participantes.

V. DA PUBLICIDADE

Transparência do processo licitatório em todas as suas fases.

VI. DA PROBIDADE ADMINISTRATIVA

O gestor deve ser Honesto em cumprir todos os deveres que lhes são

atribuídos por força da legislação.

Page 12: Compras Na Administração Pública

12

COMPRA

Compra é toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de

uma só vez ou parceladamente.

Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu

objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena

de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.

A compra sempre se realiza por intermédio de um contrato bilateral,

com direito e obrigações e com pagamento de preço, como contra prestação da

transferência do domínio do bem.

De acordo com o Art. 14, é necessária a caracterização do objeto da

compra, adotando sempre que possível, as vantagens do setor privado, o

princípio da padronização e o sistema de registro de preços. (Art. 6º -III, 14 – 15

Lei 8.666/93 – Lei Complementar nº 101/2000 – Arts. 15 a 17 – Decreto nº

3.931/2001)

SERVIÇOS

Na forma do Art. 6º - II – Serviço é toda atividade destinada a obter

determinada utilidade de interesse para a administração, tais como: conserto,

demolição, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação,

manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos

técnico-profissionais.

O que caracteriza o serviço e o distingue da obra, é a predominância

da atividade sobre o material empregado.

Para licitar, é preciso definir os serviços técnicos profissionais

generalizados ou especializados e os serviços comuns.

a) SERVIÇOS TÉCNICOS PROFISSIONAIS: Exigem habilitação

legal para sua execução, desde o registro do Profissional/Firma/Entidade

Administrativa competente, até o diploma de curso superior devidamente

reconhecido.

Os Serviços Técnicos Profissionais podem ser generalizados ou

especializados.

b) SERVIÇOS COMUNS: não exigem habilitação especial, podem ser

realizados por qualquer empresa pessoa, não são privativos de nenhuma

profissão (art. 6º - III - 7º - 8º - 9º – 13º § 1º a 3º)

Page 13: Compras Na Administração Pública

13

OBRAS

É toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação,

realizada por execução direta ou indireta, ou seja, executada diretamente pelos

funcionários da Administração, ou indiretamente, por seus contratados.

- CONSTRUÇÃO: é a execução de um projeto de engenharia, criando

algo novo.

- REFORMA: é uma obra onde vai melhorar aquela construção, sem

aumento de área.

- AMPLIAÇÃO: é uma obra que aumenta a área ou a capacidade de

construção. (Art. 6º - I – 7º, 8º, 9º)

Principais etapas do Processo de Compras e Contratação

PROJETO BÁSICO E TERMO DE REFERÊNCIA

Projeto Básico

É o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de

precisão adequado, para caracterizar material, obra ou serviços, objetos da

licitação, elaborado com base nas indicações de estudos técnicos preliminares

que assegurem a viabilidade técnica e possibilite a avaliação do custo da obra e

a definição dos métodos e prazos de execução quando for o caso.

Page 14: Compras Na Administração Pública

14

Termo de Referência

Definição precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por

excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem ou frustrem a competição ou

a realização do fornecimento do material ou serviço, contendo elementos

capazes de propiciar a avaliação do custo pela administração, considerando

preços praticados no mercado e prazo de execução do contrato para aquisição

dos mesmos.

Termo de Referência X Projeto Básico

Os dois instrumentos servem para nortear a Administração Pública

por meio dos parâmetros exigidos pelos mesmo que serão discutidos abaixo,

para orientar quando a aquisição de bens ou serviços, devendo cada um ser

usado conforme a modalidade que lhe couber.

Função Legal:

A função legal do projeto básico ou termo de referência é, por um lado,

justificar a motivação da decisão da administração pública de realizar a aquisição

de determinado bem, obra ou serviço e, por outro lado, fornecer informações

suficientes para a clara compreensão do objeto, permitindo à administração e

aos licitantes a avaliação dos custos e a definição dos métodos e prazos de

execução do serviço.

Função Administrativa:

O projeto básico ou termo de referência são peças importantes para

orientar a realização de todos os procedimentos administrativos do processo de

compras e contratação.

Um projeto ou termo bem redigido facilita: o enquadramento legal do

processo de compra; a elaboração do edital e do contrato; o julgamento das

propostas; e o recebimento do bem ou serviço.

Page 15: Compras Na Administração Pública

15

Evita, por outro lado, perda de tempo devidos a constantes pedidos

de esclarecimentos e minimiza desentendimentos entre os responsáveis pela

execução das atividades envolvidas no processo.

Principais Informações do Projeto Básico / Termo de Referência

O termo de referência/ projeto básico são peças imprescindíveis de

todo e qualquer modalidade licitatória, quer seja na sua forma presencial ou

eletrônica.

O Termo de Referência e o projeto básico são documentos que

deverão conter elementos capazes de propiciar a avaliação do custo pela

administração, diante de:

- Orçamento detalhado, considerando os preços praticados no

mercado;

- A definição dos métodos;

- A estratégia de suprimento; e

- O prazo de execução do contrato.

Para cumprir suas funções legais e administrativas, o termo de

referência deverá apresentar, conforme o caso, os seguintes elementos:

- Necessidade;

- Definição do objeto;

- Justificativa;

- Especificação do objeto;

- Responsabilidade das partes;

- Estimativa de custos (pesquisa de mercado);

- Condições de recebimento;

- Critérios de escolha da proposta;

- Definição unitária e justificativa;

- Prazo de execução;

- Procedimentos de gerenciamento e fiscalização

Page 16: Compras Na Administração Pública

16

“[...] nenhum projeto básico poderá ser elaborado sem o perfeito

domínio pela administração dos fatos pertinentes, das necessidades

enfrentadas, das soluções disponíveis e da identificação da solução mais

satisfatória.”

Marçal Justen Filho

No Estado de Goiás o Tribunal de Contas dos Municípios, por meio

da Instrução Normativa 015/12 estabelece alguns critérios e parâmetros

necessários para aquisição de alguns bens, matérias e serviços que visam

garantir um maior controle e qualidade nas aquisições.

A Instrução acima descrita segue em anexo neste material.

Definição do objeto

A descrição do objeto deverá decorrer da definição do problema.

Devendo ser a solução apta a resolver o problema (principal e acessórios).

Critérios para definição do objeto:

a) Adequação à necessidade;

b) Economicidade; e

c) Ampliação da competição, salvo se não for tecnicamente

possível.

Sendo indispensável encontrar a medida exata entre estas três

condições.

Justificativa

A justificativa é o momento adequado para esclarecer que a descrição

é a necessária para o atendimento da necessidade da administração pública. Se

a definição do objeto traz restrições – ela deve ser justificada.

Especificação do objeto

Especificação das quantidades e das características técnicas do

objeto, sem restringir a uma única marca ou fornecedor, e esclarecendo se há

necessidade de obtenção de amostras e/ou a realização de testes. Havendo a

necessidade de padronização ou a de restrição a uma marca ou fornecedor, esta

deve ser bem justificada

Page 17: Compras Na Administração Pública

17

Responsabilidade das partes

No termo de referência deverão estar as responsabilidades das partes

específicas do objeto, que não integram normalmente o regime jurídico dos

contratos administrativos, que somente poderão ser exigidas se previamente

determinadas.

Estimativa de custos (pesquisa de mercado)

A pesquisa de preço é muito importante para as contratações

públicas, pois com base nela será possível:

a. Estimar o orçamento que deverá ser despendido nessa

contratação;

b. Determinar o preço máximo que a administração pagará por essa

contratação, conforme artigo 40, inciso X, da Lei nº 8.666/93;

c. Viabilizar o atendimento das exigências quanto à publicidade –

caso seja um pregão;

d. Subsidiar a análise e o julgamento das propostas.

“Empreenda, quando da realização de contratações, pesquisa de

preços no mercado, com a juntada de orçamentos capazes de subsidiar a fixação

de um parâmetro de preço aceitável ou a justificativa, de maneira fundamentada,

da impossibilidade de fazê-lo. Acórdão 1100/2008 Plenário”

PONTOS CRÍTICOS

No decorrer da elaboração do termo de referência ou projeto básico

podem existir situações que comprometerão a execução do procedimento

licitatório por ferir algum direito legal, vide abaixo algumas situações que

chamamos de pontos críticos a serem analisados.

Vistoria

“A exigência de vistoria que onere de forma desnecessária a

participação de interessados em procedimento licitatório caracteriza restrição ao

caráter competitivo da licitação, de que trata o art. 3º da Lei no 8.666/1993,

ensejando, por isso, a nulidade do procedimento. Acórdão 874/2007 Segunda

Câmara (Sumário)”

Amostra

- Objetivo;

- Fundamental que conste no instrumento convocatório;

Page 18: Compras Na Administração Pública

18

- Momento da exigência;

- Licitante vencedor;

- Despesas às expensas do licitante, em regra.

Adote em editais critérios objetivos, detalhadamente especificados,

para avaliação de amostras cuja apresentação entender necessária. Somente

as exija do licitante classificado provisoriamente em primeiro lugar no certame.

PROCESSO LICITATÓRIO

Para que haja a existência de procedimento licitatório é necessário a

existência de pressupostos lógicos, jurídicos e fáticos.

Pressuposto Lógico

“Existência de pluralidade de objetos e de uma pluralidade de

ofertantes.”

“São licitáveis unicamente objetos que possam ser fornecidos por

mais de uma pessoa, uma vez que a licitação supõe disputa, concorrência, ao

menos potencial, entre ofertantes.”

Situação oposta: objeto singular e/ou ofertante único ou exclusivo

Pressuposto Jurídico

“Em face do caso concreto, a licitação possa se constituir em meio

apto, ao menos em tese, para a Administração acudir ao interesse público.”

Pressuposto Fático

“Existência de interessados em disputá-la.”

LICITAÇÕES E CONTRATOS

A Lei nº 8.666, de 21.06.93, regulamenta o Art. 37, Inciso XXI, da

Constituição Federal, instituiu normas para Licitações e Contratos

Administrativos, pertinentes a Obras, Serviços, Compras, Alienações e Locações

no âmbito dos Poderes da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Todas as contratações com terceiros, serão necessariamente

precedidas de Licitação, ressalvadas as hipóteses previstas na Lei (Art. 2º -

8.666/93).

Page 19: Compras Na Administração Pública

19

O que é Licitação?

É um procedimento que visa garantir a observância do Princípio

Constitucional da Isonomia e a Selecionar a Proposta mais vantajosa pra a

Administração; ou seja, a que melhor atenda de maneira objetiva o interesse do

serviço.

A Administração Pública com o objetivo de dar maior transparência

aos processos licitatórios, buscando a racionalização dos seus procedimentos

bem como a redução de custos em função do aumento da competitividade, criou

outras formas de comprar e uma outra modalidade de licitação diferente das

modalidades da Lei n°8.666/93 (Concorrência, Tomada de Preços, Convite,

Concurso Leilão e as Dispensas e Inexigibilidades), sendo necessária a

elaboração de Ato Convocatório para as modalidades de Licitação.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA LICITAÇÃO

Os princípios que regulamentam um procedimento licitatório, como já

visto anteriormente são: LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE,

IGUALDADE e PUBLICIDADE.

COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO (CPL) / COMISSÃO

ESPECIAL DE LICITAÇÃO (CEL) / PREGOEIRO

Para as contratações na Administração Pública, de acordo com a

modalidade de licitação escolhida deverá ser designada uma CPL ou uma CEL

ou Designar o Pregoeiro e a sua Equipe de Apoio.

Na forma do art. 6° - XVI da Lei n°8.666, in verbis:

“ art.6°. Para os fins desta lei, considera-se:

..............................................................................................................

......

XVI – Comissão: Comissão, permanente ou especial, criada pela

Administração, com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos

e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.”

O art.51 da mesma Lei, estabelece que a CPL ou CEL, deve ser

composta de, no mínimo 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles

servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da

Administração, responsáveis pela licitação.

Os membros das Comissões de Licitação responderão solidariamente

por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual

Page 20: Compras Na Administração Pública

20

divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na

reunião em que tiver sido tomada a decisão.

A investidura dos membros das Comissões Permanentes não

excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros

para a mesma comissão no período subsequente.

Os membros da Comissão de Licitação não poderão ter nenhuma

participação direta ou indireta, ou seja, a existência de qualquer vínculo de

natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor

do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços,

fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a estes

necessários ( Lei n° 8.6666/93 art.9° § 3°).

Já na modalidade de Pregão a licitação será conduzida por um

Pregoeiro e sua Equipe de Apoio.

MODALIDADE DE LICITAÇÃO – LEI Nº 8.666/93

Na forma do Art. 22, são modalidades de Licitação:

- Concorrência, Tomada de Preços, Convite, Concurso e Leilão.

Também são previstos a Dispensa de Licitação (art. 17, § 2º, § 4º,

art. 24 - inciso I a XXIV) e a Inexigibilidade quando houver inviabilidade de

competição (Art. 25 – Inciso I a III).

a) CONCORRÊNCIA: É a modalidade de licitação entre quaisquer

interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir

os requisitos mínimos de qualificação exigidos no Edital.

A Concorrência é obrigatória para compra ou alienação de imóveis,

para concessão de direito real de uso e em Licitações Internacionais,

independentemente do valor do objeto e PODE SER TAMBÉM UTILIZADA NO

LUGAR DE QUALQUER OUTRA MODALIDADE LICITATÓRIA, A CRITÉRIO

DA ADMINISTRAÇÃO (art. 22 - § 1º).

b) TOMADA DE PREÇOS: É a modalidade de licitação entre

interessados cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para

cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas,

observada a necessária qualificação (art. 22 - § 2º).

c) CONVITE: É a modalidade de licitação entre interessados do ramo

pertinente ao objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número

mínimo de 03 (três) ou ainda aos demais cadastrados na especialidade que

Page 21: Compras Na Administração Pública

21

manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas

da apresentação das propostas.

Nos casos em que couber Convite, a Administração poderá utilizar a

TOMADA DE PREÇOS.

Conforme entendimento do TCU, quando não tiver no mínimo 03 (três)

propostas em condições de contratar com a Administração, deve-se repetir o

convite. Após essa repetição, caso não compareçam as 03 (três) empresas, a

Administração poderá contratar com aquela que atenda as exigências do Edital,

devidamente justificado, mesmo sendo facultado pela Lei.

Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos

convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos,

03 (três), essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no

processo, sob pena de repetição do convite.

A abertura dos envelopes de propostas de preços e de habilitação

deve ser feita em ato público no dia, hora e local designados no Edital. O

julgamento é realizado por Comissão ou por Servidor designado pela Autoridade

Competente. (art. 22 – § 3º - 51 § 1º).

d) CONCURSO: É uma modalidade de natureza especial, bem,

diferente das demais.

É a modalidade de Licitação entre quaisquer interessados para

escolha de Trabalho Técnico, Científico ou Artístico, mediante a instituição de

Prêmios ou Remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes do

Edital publicado na Imprensa Oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta

e cinco) dias.

Dispensa as formalidades específicas da Concorrência. O

regulamento do Concurso é que indicará a qualificação dos participantes,

estabelecerá as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho, fixando as

condições de sua realização, bem como os prêmios a serem concedidos, será

designada a Comissão Julgadora definindo sobre os critérios e julgamento.

Encerra-se o Concurso, com a classificação dos trabalhos e o

pagamento dos prêmios (art. 22 - § 4º).

e) LEILÃO: É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados,

para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos

legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis

prevista no Art. 19 (bens imóveis cuja aquisição seja derivado de procedimentos

judiciais ou de dação em pagamento, devendo ser avaliados, para que conste o

preço mínimo no Edital; adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de

Page 22: Compras Na Administração Pública

22

Concorrência ou Leilão) a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor

da avaliação.

Não é necessária nessa modalidade, a habilitação prévia dos

licitantes, como exigida para as demais modalidades, tendo em vista que a venda

é feita à vista ou curto prazo (art. 22 - § 5º - Art. 53 - § 1º, 2º).

Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual

estabelecido no Edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura

da ata lavrada no local, imediatamente entregues ao arrematante, o qual se

obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no Edital, sob pena de

perder em favor da Administração o valor já recolhido.

TABELA DE COMPRAS

Valores Limites - Licitações e Contratos Lei Nº 9.648 , de 27.05.98

Page 23: Compras Na Administração Pública

23

FORMALIZAÇÃO – DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

A Lei nº 8.666/93, em seus arts. 24 e 25, disciplina os casos de

DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO.

A regra, é o procedimento licitatório; sendo a dispensa e a

inexigibilidade, exceções. Ressalta-se que a dispensa é diferente da

inexigibilidade. Mesmo a Administração podendo enquadrar uma contratação

como dispensa, deve-se levar em conta, sempre, a relação custo-benefício

entre Licitar ou Dispensar.

Já na Inexigibilidade não há a possibilidade de licitar, pela

inviabilidade de competição.

Os casos de dispensa estão previstos no art. 24 da Lei 8.666/93.

Art. 24. É dispensável a licitação:

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 5% (cinco por

cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que

não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda de obras e

serviços da mesma natureza que possam ser realizados simultânea ou

sucessivamente;

I - para obras e serviços de engenharia de valor até cinco por cento

do limite previsto na alínea a do inciso I do artigo anterior, desde que não se

refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços

da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e

concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por

cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que

não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e

serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas

conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

II - para outros serviços e compras de valor até 5% (cinco por cento)

do limite previsto na alínea a, do inciso II do artigo anterior, e para alienações,

nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um

mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de

uma só vez;

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento)

do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações,

nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um

mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de

uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

Page 24: Compras Na Administração Pública

24

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando

caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo

ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e

outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao

atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras

e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta)

dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou

calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta,

justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração,

mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para

regular preços ou normalizar o abastecimento;

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços

manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem

incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que,

observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será

admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao

constante do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)

VIII - quando a operação envolver exclusivamente pessoas jurídicas

de direito público interno, exceto se houver empresas privadas ou de economia

mista que possam prestar ou fornecer os mesmos bens ou serviços, hipótese em

que ficarão sujeitas à licitação;

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno,

de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a

Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data

anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com

o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança

nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República,

ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao serviço público,

cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha,

desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação

prévia;

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das

finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e

localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com

o valor de mercado, segundo avaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883,

de 1994)

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou

fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a

Page 25: Compras Na Administração Pública

25

ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições

oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente

corrigido;

XII - nas compras eventuais de gêneros alimentícios perecíveis, em

centro de abastecimento ou similar, realizadas diretamente com base no preço

do dia;

XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros

perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios

correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação

dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIII - na contratação de instituição nacional sem fins lucrativos,

incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do

desenvolvimento institucional, científico ou tecnológico, desde que a pretensa

contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional;

XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou

estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou

de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada

detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins

lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIV - para a aquisição de bens ou serviços por intermédio de

organização internacional, desde que o Brasil seja membro e nos termos de

acordo específico, quando as condições ofertadas forem manifestadamente

vantajosas para o Poder Público;

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo

internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as

condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;

(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos

históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às

finalidades do órgão ou entidade.

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários

padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como

para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público

interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados

para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional

ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período

de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando

tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;

(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Page 26: Compras Na Administração Pública

26

XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o

abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus

meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos,

aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de

movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos

prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações

e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do

art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com

exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver

necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio

logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão

instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física,

sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da

Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-

de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no

mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XXI - Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a pesquisa

científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou

outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse

fim específico. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente

à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela

Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas

pelo CNPq para esse fim específico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

XXII - na contratação do fornecimento ou suprimento de energia

elétrica com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas

da legislação específica ; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia

elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado,

segundo as normas da legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de

1998)

XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de

economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou

alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço

contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº

9.648, de 1998)

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com

as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de

governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei

nº 9.648, de 1998)

Page 27: Compras Na Administração Pública

27

XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica

- ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o

licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído

pela Lei nº 10.973, de 2004)

XXVI - na celebração de contrato de programa com ente da

Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de

serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de

consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107,

de 2005)

XXVII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou

prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade

tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente

designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.196, de

2005)

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização

de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema

de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas

exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder

público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos

compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação

dada pela Lei nº 11.445, de 2007).

XXVIII - (Vide Medida Provisória nº 352, de 2007)

XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou

prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade

tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente

designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de

2007).

XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços para atender

aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em

operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à

escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.

(Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).

XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou

privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência

técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica

e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei

federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência

XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos

arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os

princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Medida

Provisória nº 495, de 2010)

Page 28: Compras Na Administração Pública

28

XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos

arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os

princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de

2010)

XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de

produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei

no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção

nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as

etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos,

para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à

água para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias

rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água.

(Incluído pela Medida Provisória nº 619, de 2013) (Vide Decreto nº

8.038, de 2013)

XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos,

para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à

água para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias

rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela

Lei nº 12.873, de 2013)

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II deste

artigo, serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados

por sociedade de economia mista e empresa pública, bem assim por autarquia

e fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído

pela Lei nº 9.648, de 1998)

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput

deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços

contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa

pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências

Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo

serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por

consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por

autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.

(Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a

administração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se

aplica aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS,

no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em

ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

Page 29: Compras Na Administração Pública

29

Os casos de inexigibilidade de licitação estão disciplinados no art. 25

da Lei 8.666/93.

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de

competição, em especial:

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só

possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial

exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de

exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do

comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo

Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades

equivalentes;

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13

desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória

especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e

divulgação;

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico,

diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela

crítica especializada ou pela opinião pública.

§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou

empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de

desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização,

aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas

atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o

mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa,

se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano

causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente

público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

Além da inviabilidade de competição, a legislação faz referência a três

situações:

I – Exclusividade de Fornecimento

Refere-se a aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só

possam ser fornecidos por produtor ou vendedor exclusivo, vedada a preferência

de marca.

A comprovação de exclusividade, no caso de fornecimento, deve ser

feita através de Atestado fornecido pelo Órgão de Registro de Comércio do Local

em que se realizará a licitação ou a obra ou o serviço, pelo SINDICATO,

FEDERAÇÃO OU CONFEDERAÇÃO PATRONAL, OU PELAS ENTIDADES

EQUIVALENTES (Dec. Nº 30/91 – art 2º - § 1º).

Page 30: Compras Na Administração Pública

30

II – Serviços Técnicos Profissionais Especializados

A licitação, só é inexigível para contratação de serviços técnicos

profissionais especializados enumerados no artigo 13 da Lei, se a

Administração demonstrar a inviabilidade de competição, em virtude dos

serviços possuírem natureza singular e serem prestados por empresa ou

profissional com notória especialização.

“Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa

cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho

anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento,

equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades,

permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais

adequado à plena satisfação do objeto do contrato.”

III – Para Contratação de Profissional de Qualquer Setor Artístico,

diretamente ou através de empresário desde que consagrado pela crítica

especializada ou pela opinião pública.

Com exceção da dispensa de licitação por valor, todos os demais

casos de dispensa e inexigibilidade deverão ser formalizados pelos órgãos que

a processam.

O Gestor Público que autorizar a contratação com base na Dispensa,

na Inexigibilidade de Licitação ou no Parcelamento da execução de obras ou

serviços comunicará à autoridade superior no prazo de 3 (três) dias. A

comunicação deverá estar devidamente justificada no processo, onde se

caracterizará a situação emergencial ou calamitosa, quando for o caso, as

razões de escolha do fornecedor ou executante e a justificativa do preço (art. 26

e Parágrafo único).

A Autoridade Superior tem prazo de 5 (cinco) dias para ratificar a

decisão e mandar publicar na Imprensa Oficial, quando só então poderá ser

lavrado o contrato ou expedido o documento equivalente.

As minutas dos atos de Inexigibilidade e os de Dispensa de Licitação,

bem como de ratificação destes devem ser encaminhados ao órgão jurídico para

apreciação (Lei 8.666/93, art. 38, inciso VI e Lei Complementar nº 73, de

10.02.93).

Page 31: Compras Na Administração Pública

31

PREGÃO

O pregão tem como objetivo dar maior transparência e agilidade as

compras do governo, minimizando os custos da Administração Pública bem

como os dos fornecedores.

Foi instituído pela Lei n° 10.520, de 17/07/2002 – DOU 18/07/2002,

que instituiu no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nova

modalidade de licitação, denominada Pregão. Regulamento - Decreto nº 3.555,

de 08/08/2000 - DOU - 09/08/2000, alterado pelos decretos no 3.693, de

20/12/2000, publicado no DOU de 20/12/2000 e no 3.784, de 06/04/2001,

publicado no DOU de 09/04/2001.

O Decreto n. 5.450, de 31.05.2005 – DOU 01.06.2005,

REGULAMENTOU PREGÃO ELETRÔNICO, comunicação pela Internet,

destinado à aquisição de bens e serviços comuns no âmbito da União.

Poderá também, ser aplicada no que couber, a lei n° 8.666, de

21/06/93, que trata das Licitações e Contratos, na forma prevista no art. 9°

da Lei 10.520/2002.

"Art. 9° - Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de

Pregão, as normas da lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993".

O QUE É O PREGÃO?

Modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns no

âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, qualquer que seja o

valor estimado da contratação em que a disputa pelo fornecimento é feita por

meio de PROPOSTAS e LANCES em Sessão Pública, e poderá ser realizado

também por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação,

regulamentados pelo Decreto no 5.450 de 31/05/2005 – DOU 01/06/2005 –

PREGÃO ELETRÔNICO/ COMUNICAÇÃO PELA INTERNET.

BENS E SERVIÇOS COMUNS – PREGÃO

Bens e serviços comuns são aqueles cujos padrões de desempenho

e qualidades possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de

especificações usuais no mercado.

Entende-se que a classificação de Bens e Serviços Comuns,

constante do anexo II do Decreto n° 3.555/2000 é exemplificativa, uma vez que

Page 32: Compras Na Administração Pública

32

a própria classificação da despesa pública, consta de itens não contemplados

nessa relação e que se enquadram na definição de Bens e Serviços Comuns,

previsto no §2° do art. 3° do referido decreto; e ainda, o parágrafo único do art.

1º da Lei 10.520, de 17.07.2002, não condicionou a aquisição dos Bens e

Serviços Comuns, somente aqueles do anexo II, haja visto que, sempre surgirão

no mercado novos objetos e serviços.

O Decreto n° 5.450/2005, não trouxe nenhuma relação anexa de

bens.

NÃO SE APLICA A LICITAÇÃO NA MODALIDADE DE PREGÃO

COM BASE NO DECRETO N°3.555/2000 E DECRETO N°5.450/2005:

1) Contratações de obras de engenharia;

2) Locações imobiliárias;

3) Alienações em geral;

Verifica-se que na forma do art. 6° do referido Decreto, excluiu-se os

serviços de engenharia.

DESIGNAÇÃO DO PREGOEIRO/EQUIPE DE APOIO NA FORMA

DO DECRETO Nº 3.555/2000

Com essa nova modalidade de licitação, foi criada a figura do

PREGOEIRO que será o responsável pelos trabalhos do Pregão e a sua Equipe

de Apoio em substituição as Comissões Permanente e Especial de Licitação –

CPL e CEL, na forma prevista na lei no 8.666, de 21/06/93.

SOMENTE PODERÁ ATUAR COMO PREGOEIRO O SERVIDOR

QUE TENHA REALIZADO CAPACITAÇÃO ESPECÍFICA PARA EXERCER A

ATRIBUIÇÃO (PARÁGRAFO ÚNICO – ART. 7O – DECRETO NO 3.555/2000).

A Autoridade Competente deve designar dentre os servidores do

Órgão ou da Entidade promotora da Licitação, o Pregoeiro e os componentes da

Equipe de Apoio.

A Equipe de Apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores

ocupantes de cargo efetivo ou emprego da Administração, preferencialmente,

pertencente ao quadro permanente do Órgão ou da Entidade promotora do

Pregão, para prestar assistência ao Pregoeiro.

Page 33: Compras Na Administração Pública

33

É aconselhável a participação na Equipe de Apoio, de servidores da

área administrativa, do responsável pela especificação dos produtos ou serviços

a serem licitados sendo, o conhecimento especializado do objeto da licitação,

necessário para o exame de aceitabilidade das propostas, tendo em vista às

especificações do edital.

No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de Pregoeiro e de

Membro da Equipe de Apoio poderão ser desempenhadas por militares (Lei

10.520/2002, art. 3º § 2º).

SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS - SRP

Dentre as alterações e criações de normas e procedimentos do

processo das compras governamentais, tem-se exigido do gestor público uma

melhor aplicação dos escassos recursos públicos; e dentre essas mudanças,

vamos tratar do SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS, que é uma forma

moderna de comprar na Administração Pública, garantindo uma considerável

economia processual, tendo como uma das vantagens, a de que a existência de

preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações que

deles poderão advir, facultando-se a realização de licitação específica para a

aquisição pretendida, sendo assegurado ao beneficiário do registro a preferência

de fornecimento em igualdade de condições.

Outra vantagem, é o uso da especialização de um órgão gerenciador,

enquanto outros órgãos interessados podem aderir como órgão participante,

praticando uma compra solidária, com economia de escala, devido à soma das

demandas, e com a redução dos processos de compra, sendo permitida

também, a participação daqueles órgãos que não fizeram parte do processo

licitatório, mas, nesse caso, a empresa não é obrigada a aceitar aquele pedido,

é facultativo.

SITUAÇÕES/ APLICAÇÃO DO SRP

Poderá será adotado, preferencialmente, o SRP nas seguintes

hipóteses:

I - Quando, pelas características do bem ou serviço, houver

necessidade de contratações frequentes;

II - Quando for mais conveniente a aquisição de bens com previsão

de entregas parceladas ou contratação de serviços necessários à

Administração para o desempenho de suas atribuições;

Page 34: Compras Na Administração Pública

34

III - Quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de

serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a

programas de governo; e

IV - Quando pela natureza do objeto não for possível definir

previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.

Poderá ser realizado registro de preços para contratação de bens e

serviços de informática, obedecida a legislação vigente, desde que devidamente

justificada e caracterizada a vantagem econômica.

OBJETIVOS DO SRP

• Reduzir o número de licitações.

• Contribuir para a agilização no processo de contratações.

• Contribuir para um melhor gerenciamento de controle de estoque.

• Possibilitar a criação do almoxarifado virtual, e

• Otimizar a execução orçamentária e proporcionar a redução dos

custos de contratação.

CARACTERÍSTICAS DO SRP

• Procedimento licitatório mediante concorrência ou pregão, do tipo

menor preço ou técnica e preço.

• Assinatura de uma Ata de Registro de Preços (equivalente a um

“termo-compromisso”), não de um Contrato.

• A contratação pode ser feita quando do surgimento da

necessidade.

• Não obrigatoriedade de aquisição da totalidade dos bens/serviços

licitados.

• Prazo de vigência da Ata de Registro de Preços limitada a um ano.

• Procedimento padronizado.

VANTAGENS

• Disponibilização de orçamento apenas quando do empenho da

aquisição/contratação.

Page 35: Compras Na Administração Pública

35

• Otimização dos estoques e da contratação de serviços, com

conseqüente redução de custos.

• Redução do número de licitações.

• Otimização do poder de compra de bens e serviços.

• Amplia a desburocratização e o uso do poder de compra,

possibilitando a obtenção de menores preços nas contratações da

Administração Pública.

ALGUMAS DEFINIÇÕES - SRP

Sistema de Registro de Preços – SRP - conjunto de procedimentos

para registro formal de preços relativos à prestação de serviços, aquisição de

bens, para contratações futuras;

Ata de Registro de Preços - documento vinculativo, obrigacional,

com característica de compromisso para futura contratação, onde se registram

os preços, fornecedores, órgãos participantes e condições a serem praticadas,

conforme as disposições contidas no instrumento convocatório e propostas

apresentadas;

Órgão Gerenciador – órgão ou entidade da Administração Pública

responsável pela condução do conjunto de procedimentos do certame para

registro de preços e gerenciamento da Ata de Registro de Preços dele

decorrente.

Órgão Participante – órgão ou entidade que participa dos

procedimentos iniciais do SRP e integra a Ata de Registro de Preços.

PARTICIPANTES EXTRAORDINÁRIOS

A Ata de Registro de Preços, durante sua vigência, poderá ser

utilizada por qualquer órgão ou entidade da Administração que não tenha

participado do certame licitatório, mediante prévia consulta ao órgão

gerenciador, desde que devidamente comprovada a vantagem.

Os órgãos e entidades que não participaram do registro de

preços, quando desejarem fazer uso da Ata de Registro de Preços, deverão

manifestar seu interesse junto ao órgão gerenciador da Ata, para que este

indique os possíveis fornecedores e respectivos preços a serem praticados,

obedecida a ordem de classificação.

Page 36: Compras Na Administração Pública

36

Caberá ao fornecedor beneficiário da Ata de Registro de Preços,

observadas as condições nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não do

fornecimento, independentemente dos quantitativos registrados em Ata, desde

que este fornecimento não prejudique as obrigações anteriormente assumidas.

As aquisições ou contratações adicionais mencionadas não poderão

exceder, por órgãos ou entidade, a cem por cento dos quantitativos registrados

na Ata de Registro de Preços.

EDITAL

O edital é o instrumento de divulgação do processo licitatório, ele é

considerado a Lei interna da licitação, porque vincula a Administração e os

participantes às suas cláusulas, não se pode exigir nada que não esteja previsto

no edital.

É considerado nulo o edital omisso ou errôneo em pontos essenciais,

ou que contenha condições discriminatórias ou preferenciais, que afastem

determinados interessados e favoreçam outros.

Na forma do art. 38, Parágrafo único, as minutas de Editais de

Licitação, bem como as dos Contratos, Acordos, Convênios ou Ajustes devem

ser previamente examinadas e aprovadas por Assessoria Jurídica da

Administração.

Qualquer cidadão pode impugnar o Edital viciado ou defeituoso

administrativamente até 05 dias úteis e pelo licitante até 02 dias úteis antes da

data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a

Administração julgar e responder à impugnação em até 3 dias úteis, podendo

também, qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica representar

junto ao Tribunal de Contas ou aos Órgãos do Sistema de Controle Interno

Contra irregularidades (art. 41 - § 1 º a 4º, 113 - § 1º, 2º - Lei nº 8.666/93).

Itens que devem constar no edital

Prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada do

instrumento, para execução do contrato e para a entrega do

objeto da licitação;

Sanções;

Local para aquisição ou exame do projeto básico;

Page 37: Compras Na Administração Pública

37

Disponibilidade de projeto executivo;

Condições para participação na licitação;

Critério para julgamento;

Locais, horários e meios de acesso para consultas;

Condições equivalentes de pagamento entre empresas

brasileiras e estrangeiras;

Critério de aceitabilidade dos preços unitários e global

Critérios de reajuste;

Limites para pagamento de instalações e mobilização de

recursos físicos;

Condições de pagamento;

Instruções e normas para os recursos;

Condições de recebimentos do objeto da licitação.

ANEXOS DO EDITAL

Como é difícil dispor de um texto constando todas as

informações/exigências, a Lei n.º 8.666/93 art. 40, § 2º prevê a inclusão de

anexos ao edital, que passam a fazer parte integrante do mesmo quais sejam:

I – O projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes

desenhos, especificações e outros complementos;

II - Orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços

unitários;

III – A minuta do contrato a ser firmado entre a administração e o

licitante vencedor;

IV – As especificações complementares e as normas de execução

pertinentes à licitação.

HABILITAÇÃO JURÍDICA

Tem como objeto verificar se o interessado tem os pressupostos

jurídicos necessários à validade da contratação, os documentos são os previstos

no art. 28 da Lei 8.666/93.

I – cédula de identidade;

II – registro comercial, no caso de empresa individual;

Page 38: Compras Na Administração Pública

38

III – ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente

registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades

por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;

IV – inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis,

acompanhada de prova de diretoria em exercício;

V – decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade

estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para

funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o

exigir.

REGULARIDADE FISCAL

Comprovação do participante que está quite com as obrigações

fiscais nas áreas federal, estadual, Distrito Federal e Municipal.

Art. 29 da Lei 8.666/99.

I – prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no

Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);

II – Prova de inscrição no Cadastro de Contribuintes Estadual ou

Municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante pertinente ao seu

ramo de atividades e compatível com o objeto contratual;

III – Prova de regularidade para com Fazenda Federal, Estadual e

Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente na forma lei;

IV – Prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo

de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no

cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei.

a) A prova de inscrição no CNPJ/CPF ou na Fazenda

Estadual/Municipal, prevista nos incisos I e II do art. 29, será feita:

1.1 Nas Tomadas de Preços, mediante apresentação obrigatória do

CRC.

1.2 Nas concorrências, mediante apresentação facultativa do CRC ou

dos documentos relativos aos citados incisos.

Page 39: Compras Na Administração Pública

39

b) A regularidade com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal, bem

como a regularidade com a Seguridade Social, previstas nos incisos III e IV do

art. 29, deverão ser comprovados mediante apresentação das respectivas

certidões, tanto nas

Concorrências quanto nas Tomadas de Preços, independentemente

da apresentação de CRC.

c) A regularidade com a Fazenda Federal deve contemplar tanto a

Dívida Ativa da União quanto os Tributos Administrados pela SRF.

d) Nos convites, devem ser apresentadas as certidões do INSS e

FGTS.

QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

Condições de desempenho do participante na área profissional

pertinente ao objeto da licitação.

Art. 30 da Lei 8.666/93.

I – registro ou inscrição na entidade profissional competente;

II – comprovação de aptidão para desempenho de atividade

pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto

de licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal

técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto de licitação, bem

como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se

responsabilizará pelos trabalhos;

III – comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os

documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as

informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto

da licitação.

IV – prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial,

quando for o caso.

Page 40: Compras Na Administração Pública

40

Limitadas às hipóteses previstas nos incisos do art. 30, as exigências

de qualificação técnica devem ser inseridas no edital de acordo com as

características e peculiaridades do objeto: compras, fornecimento, obras ou

serviços.

Nas compras para entrega imediata, as exigências podem ser

reduzidas ou até dispensadas, conforme o caso.

O inciso III do art. 30, em termos práticos, refere-se ao Termo de

Vistoria.

As exigências relativas à qualificação técnica, procedendo-se à

sistematização do rol previsto pela lei, resumem-se nos aspectos básicos,

seguintes:

- Registro ou inscrição na entidade profissional competente;

- Aptidão para desempenho – Certidões/Atestados, fornecidos por

pessoa jurídica de direito público ou privado, vedada a limitações de tempo ou

de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas na

Lei que inibam a participação na Licitação.;

- Recursos humanos e materiais;

- Capacitação técnico-profissional;

- Metodologia de execução;

- Atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o

caso;

- Recebimento dos documentos e informações pertinentes.

QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA

O objetivo é verificar se o licitante tem condições para realizar

despesas necessárias à execução do objeto na forma do edital.

Art. 31 da lei 8.666/93.

I – Balanço Patrimonial e demonstrações contábeis do último

exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a

boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes

ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando

encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta.

Page 41: Compras Na Administração Pública

41

II – Certidão Negativa de Falência ou Concordata expedida pelo

distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no

domicílio da pessoa física.;

III – garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no “caput”

e § 1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do

objeto da contratação.

1. A análise de balanço patrimonial e demonstrações contáveis deve

ser feita por meio de índices contábeis previamente definidos no edital.

2. A exigência de certidão negativa de falência ou concordata, embora

não seja obrigatória, proporciona maior segurança à Administração.

3. Análise dos balanços, bem como a comprovação de capital social

ou de patrimônio líquido, deve ser efetivada com o assessoramento de

contadores habilitados.

Para a Qualificação Econômico-Financeira, o Edital pode exigir

basicamente três condições:

Apresentar balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último

exercício social;

Certidão negativa de distribuição de pedido de falência ou concordata

(pessoa jurídicas), ou de pedido de execução patrimonial (pessoas físicas);

Garantia, nas mesmas modalidades das contratuais, vedada a

indicação da modalidade pela Administração, cabendo o licitante escolher

(caução em dinheiro ou títulos de dívida pública, seguro-garantia, fiança bancária

– art. 56).

São vedados quaisquer procedimentos pelos ordenadores de

despesas que viabilizem a execução de despesas sem comprovada e suficiente

disponibilidade de dotação orçamentária.

PROCEDIMENTO E JULGAMENTO DA LICITAÇÃO

A Licitação é uma sucessão ordenada de atos, pelo qual a

Administração seleciona a proposta mais vantajosa.

O art. 38, determina que o procedimento da licitação será iniciado com

a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e

numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto

e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:

Page 42: Compras Na Administração Pública

42

I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;

II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art.

21 desta Lei, ou da entrega do convite;

III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro

administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite;

IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;

V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora; VI -

pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa

ou inexigibilidade;

VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;

VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e

respectivas manifestações e decisões;

IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for

o caso, fundamentado circunstanciadamente;

X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;

XI - outros comprovantes de publicações;

XII - demais documentos relativos à licitação;

A licitação será processada e julgada observando os seguintes

procedimentos: (art. 43)

a) abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à

habilitação dos concorrentes, e sua apreciação.

A documentação, é o conjunto de comprovantes referentes a:

Habilitação Jurídica Qualificação Técnica e Econômico-Financeira, Regularidade

Fiscal e o Cumprimento do disposto no Inciso XXXIII do art. 7º da CF (Trabalho

do Menor).

Essa documentação deve ser apresentada em envelope fechado e

rubricado até o prazo máximo estabelecido no Edital para o seu recebimento.

A abertura dos envelopes de documentação é feita em ato público, no

dia, hora e local indicados, devendo a Comissão de Licitação e os Licitantes

presentes rubricarem os Envelopes das Propostas e os Documentos.

b) Devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados,

contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso (5 dias

úteis – art. 109 - § 1º) ou após sua denegação.

Page 43: Compras Na Administração Pública

43

c) Abertura dos Envelopes contendo as Propostas dos concorrentes

habilitados, desde que transcorrido o prazo (5 dias úteis) sem interposição de

recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos

recursos interpostos.

As propostas são as ofertas feitas pelos licitantes para execução da

licitação, indicando o modo de realização e o preço, na forma prevista no edital,

para serem recebidas e julgadas. Após o momento em que se torna conhecida

a proposta pela Administração, o licitante é obrigado a mantê-la até que se expire

o seu prazo de validade, no máximo até 60 dias, se outro prazo menor não for

determinado no edital (art. 64 - § 3º).

As propostas deverão ser apresentadas em envelope fechado e

rubricado pelo licitante, separado do envelope de documentação.

Os envelopes das propostas dos habilitados serão abertos em ato

público e, rubricado todos os documentos pela Comissão de Licitação e todos

os licitantes presentes (art. 43, § 2º)

Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes e abertas as

propostas, não cabe desclassifica-los, por motivo relacionado com a habilitação,

salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento,

não cabe também, após a fase de habilitação, desistência de proposta, salvo por

motivo justo, também de corrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.

Verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do

Edital, observando os preços praticados no mercado, ou com os constantes do

Sistema de incompatíveis. Todos os documentos e propostas serão rubricados

pelos licitantes presentes e pela comissão.

Julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios

de avaliação constantes do Edital, e sendo exequíveis. É facultada a Comissão

ou Autoridade Superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de Diligência

destinada a esclarecer ou a complementar à instrução do processo. Não se

considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no Edital.

Adjudicação – Após a classificação da Empresa, adjudica-se o objeto

da licitação ao vencedor. É o ato que dá o direito do licitante contratar com a

Administração. A adjudicação produz os seus efeitos jurídicos desde o momento

em que for homologada pela autoridade competente.

Homologação – É o ato pelo qual a autoridade competente confirma

a classificação das propostas e a Adjudicação do Objeto da licitação ao

proponente vencedor, publicando-se o resultado.

Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas

forem desclassificadas, a Administração poderá fixar aos licitantes o prazo de 8

(oito) dias úteis, sendo para Convite, 3 (três) dias úteis para apresentação de

nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas.

Page 44: Compras Na Administração Pública

44

CONTRATOS

Contrato é todo acordo de vontades, firmado livremente pelas partes,

para criar obrigações e direitos recíprocos, (Hely Lopes Meireles).

É um negócio jurídico, bilateral e comutativo, em que as partes se

obrigam a prestações mútuas e equivalentes de encargos e vantagens.

CONTRATO ADMINISTRATIVO

Contrato Administrativo é o ajuste, cuja formalização deve observar

os requisitos previstos na Lei, em que a Administração Pública, agindo nessa

qualidade, firma com particular ou com outra entidade administrativa, para a

consecução de objetivos de interesse público, nas condições estabelecidas pela

própria Administração.

Os Contratos Administrativos regulam-se pelas sua cláusulas e pelos

preceitos de Direito Público, aplicando-lhes, supletivamente, os princípios da

teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado (art. 54).

Os contratos devem estabelecer:

- Direitos;

- Obrigações;

- Responsabilidades das partes.

O que diferencia o Contrato Administrativo do Contrato Privado, é a

exigência de licitar, sendo dispensável nos casos previstos em Lei e a

participação da Administração com supremacia de poder para determinar as

cláusulas do contrato, dando a faculdade para a Administração impor as

chamadas Cláusulas Exorbitantes, explícitas ou implícitas em todo Contrato

Administrativo, onde irão conferir poderes exorbitantes à Administração,

contratante em face do particular contratado.

É perfeitamente válida no Contrato Administrativo, desde que prevista

em lei, ou dos princípios que regem a atividade administrativa, porque visa a

estabelecer uma prerrogativa em favor de uma das partes para o perfeito

atendimento do interesse público, que se sobrepõe sempre aos interesses

particulares.

Page 45: Compras Na Administração Pública

45

CLÁUSULAS EXORBITANTES

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por

esta lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às

finalidades de interesse público, respeitados os direitos do

contratado;

II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I

do art. 79 desta lei;

III - fiscalizar-lhes a execução;

IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do

ajuste;

V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens

móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do

contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração

administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como

na hipótese de rescisão do contrato administrativo.

OBRIGATORIEDADE DE FIRMAR CONTRATO

É Obrigado a Administração firmar Contratos nos casos de

Concorrência ,Tomada de Preços, Dispensas e Inexigibilidades cujos preços

estejam compreendidos nos limites destas duas Modalidades de Licitação.

Nos demais casos, é Facultativo a Administração substituir o contrato

por outros instrumentos, citados abaixo, devendo, aplicar no que couber o art.

55 (Cláusulas necessárias).

1. Carta Contrato

2. Nota de Empenho da Despesa

3. Autorização de Compra

4. Ordem de Execução de Serviço.

Compra com entrega imediata e integral:

Nesse caso, essas compras que não vão resultar em obrigações

futuras, inclusive assistência técnica, é dispensável o Contrato e facultada a

Page 46: Compras Na Administração Pública

46

substituição pelos outros instrumentos citados, ficando a critério da

Administração, independentemente de seu valor.

Todo contrato deve mencionar:

a) O nome das partes e os de seus representantes.

b) A finalidade

c) O ato que autorizou a sua lavratura

d) O Número do processo licitatório, Dispensa/Inexigibilidade

e) Sujeição às normas da Lei nº 8.666/93 e demais legislações

correlatas.

f) Sujeição as cláusulas do Contrato

DURAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

A duração dos contratos, ficará adstrita a vigência dos respectivos

créditos orçamentários; significa que terão vigência dentro do exercício

financeiro (de 01.01 a 31.12), em que são celebrados, obedecendo ao Princípio

da Anualidade a que é submetido o Orçamento Público (CF art. 165 – III - § 5º

- Lei nº 4.320/64 – art 2º)

É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

O Art. 57, permite a vigência dos contratos fora do exercício

financeiro, nos casos mencionados, devendo ser aditados ou apostilados e

publicados na forma prevista na Lei.

I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas

estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados

se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido

previsto no ato convocatório;

II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua,

que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos

períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais

vantajosas para a Administração, limitada a sessenta meses;

(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 27 Mai 98)

III - (vetado)

IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de

informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até

48(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.

Page 47: Compras Na Administração Pública

47

PRORROGAÇÃO DE CONTRATO APÓS 5 ANOS

De acordo com o § 4º do art. 57 da lei nº 8.666/93, em caráter

excepecional, devidamente justificado e mediante da autorização superior, o

prazo de 60 meses para os serviços executados de forma contínua poderá ser

prorrogado por até 12 meses.

Mas, para isso, a Administração deve comprovar que não foi por falta

de planejamento ou desídia Administrativa.

Observa-se a importância do acompanhamento do contrato para que

a Administração não venha ser responsabilizada.

FISCALIZAÇÃO DOS CONTRATOS

A Administração deve agir de forma preventiva, trazendo benefícios e

economicidade a mesma.

A forma de fiscalizar os contratos está prevista no art. 67, da Lei nº

8.666/93 e IN do TCM GO.

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e

fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado,

permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações

pertinentes a essa atribuição.

Parágrafo 1º. O representante da Administração anotará em registro

próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato,

determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos

observados.

Parágrafo 2º. As decisões e providências que ultrapassarem a

competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em

tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.

A Designação desse representante da Administração chamado de

Gestor ou Fiscal do Contrato, deverá recair sobre uma pessoa que tenha

conhecimento técnico sobre o assunto, uma vez que o mesmo deverá ter uma

ação pró-ativa, subsidiando a Autoridade Competente dos fatos que estão

ocorrendo e que poderão ocorrer.

A Administração não deve indicar o Gestor do Contrato,

simplesmente para cumprir as formalidades da Lei, pois, essa atividade só trará

prejuízos para a mesma, uma vez que a Empresa poderá descumprir as

cláusulas contratuais. Exemplo: Designar um Gestor de Contrato, cujo objeto

Page 48: Compras Na Administração Pública

48

seja a manutenção de microcomputador, que não seja da área de informática ou

que não tenha alguma compreensão da área que fiscaliza.

Recebimento do Objeto do Contrato

Quando se trata do recebimento do objeto do contrato, deve-se

recebe-lo de forma provisória a fim de aprovar a primeira entrega e

posteriormente atestar o recebimento definitivo, podendo seu recebimento ser

dispensado em alguns casos, conforme art. 74 da lei 8.666/93.

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:

I - em se tratando de obras e serviços:

a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e

fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes

em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;

b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela

autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado

pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que

comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado

o disposto no art. 69 desta Lei;

II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:

a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da

conformidade do material com a especificação;

b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do

material e consequente aceitação.

§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o

recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais,

mediante recibo.

§ 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a

responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço,

nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos

limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

§ 3o O prazo a que se refere a alínea b do inciso I deste artigo não

poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais,

devidamente justificados e previstos no edital.

§ 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que

se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou

procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados,

desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias

anteriores à exaustão dos mesmos.

Page 49: Compras Na Administração Pública

49

Recebimento provisório: efetuado em caráter experimental, dentro

de um período determinado, para verificação da perfeição do projeto do contrato.

Transcorrido o prazo do recebimento provisório sem impugnação da

Administração, entende-se o objeto do contrato recebido definitivamente.

Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos

seguintes casos:

I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;

II - serviços profissionais;

III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea

a, desta Lei, desde que não se componham de aparelhos,

equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento

e produtividade.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito

mediante recibo.

Recebimento definitivo: quando é feito o recebimento em caráter

permanente, considerando o ajuste regularmente executado pelo contratado

Efetuado o recebimento definitivo, a Administração não pode mais

impugnar a execução, continuar retendo as garantias contratuais ou aplicar

multas retroativamente ao contrato.

ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS: ADITAMENTO/ APOSTILAMENTO

Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e

autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.

Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os

encargos do contrato, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o

equilíbrio econômico-financeiro inicial (art. 65 – Parágrafo 6º).

Parágrafo 8º. A variação do valor contratual para fazer face ao

reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações

ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele

previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até

o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo

ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

Page 50: Compras Na Administração Pública

50

PATRIMÔNIO / ALMOXARIFADO E SUPRIMENTO DE ESTOQUE

Após a aquisição de um material ou produto a administração deve

proceder com a gestão do mesmo, porém deve haver tratamento distinto para

aqueles que são considerados materiais de consumo e aqueles que são

considerados patrimoniais.

Dentre os bens patrimoniais destacam-se os materiais de consumo

de trato diferenciado, porquanto o suprimento das diversas unidades

organizacionais resulta da descentralização de recursos orçamentário financeiro

às projeções estaduais para a compra local desse bens.

A classificação do material obedece às normas e diretrizes

orçamentárias estabelecidas pelo Poder Executivo.

MATERIAL DE CONSUMO

Denomina-se material de consumo aquele consumível pelo uso, o que

constitui parte intrínseca de um imóvel, o que destina a substituir peça

sobressalente ou acessório de material permanente, o artigo ou matéria-prima

que destina à aplicação / transformação, utilização ou emprego imediato, e que,

quando utilizado, perde suas características individuais e isoladas, o emprego

padronizado, assim entendido o modelo elaborado para uso exclusivo do serviço

público ou para atender finalidade específica de cada órgão.

Classificação do material de consumo para fins de armazenamento

e distribuição

Material estocável: aquele adquirido para ficar armazenado por um

determinado período de tempo, a ser distribuído quando requisitado pelos

usuários, ou em remessas preestabelecidas

Material não estocável: que se destina a atender a demanda

específica de determinada(s) unidade(s), ou aquele que, por suas

características, não deva ser mantido no Almoxarifado

Proposta de Planejamento para o bom funcionamento do setor

de almoxarifado: A requisição de material de consumo deve contemplar

suficiente para atender ao período de até 30(trinta) dias, evitando-se estocagem

em quantidades excessivas.

Todo servidor deve ser orientado acerca das medidas de segurança,

racionalidade e economicidade na utilização dos materiais de consumo.

Cabe ao encarregado do Almoxarifado proceder, sistematicamente, à

verificação do estoque, compatibilizando-o com os lançamentos contábeis.

Page 51: Compras Na Administração Pública

51

Planejamento de Consumo

Planejamento de consumo é a estimativa de gasto de material de

consumo, para fins de previsão orçamentária, controle do estoque e geração de

informação para aquisição, tais como: definição das unidades e das quantidades

a adquirir em função do consumo e utilização prováveis.

O planejamento de consumo é realizado à época da elaboração do

orçamento anual e de suas respectivas reformulações, de acordo com os prazos

divulgados pela autoridade competente.

O planejamento de consumo de materiais utilizáveis deve ser

elaborado com base nas informações obtidas juntos às unidades, órgão e

secretarias ligada à Administração Pública.

A previsão de gastos de material de consumo deve considerar:

- Metas estabelecidas para o período;

- Limites orçamentários;

- Estatísticas de consumo;

- Características das unidades (quantitativo de pessoal,

atribuições, etc.).

Com base na previsão de consumo e no limite de recursos

disponíveis, será autorizado a aquisição de material para suprimento dos

setores.

Pedido de Compra

O pedido de compra de material de consumo para reposição de

estoque e/ou para atendimento das necessidades específicas de cada unidade

será feito pelo pela unidade administrativa correspondente.

As solicitações de compra de material de consumo deverão ser feitas

no formulário padronizado Pedido de Compra/Contratação de Serviços

desenvolvido pelo setor de Compras a fim de facilitar a execução das

solicitações, onde figurem claramente, além da quantidade, expressa em

unidade de medida específica (resma, dúzia, rolo, metro etc.), as especificações

que determinem com exatidão e a qualidade dos bens a adquirir.

O pedido de compra deve conter:

- Indicação sucinta e clara do material a ser adquirido, sem indicação

de marca;

- Definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas, em

função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa deve ser obtida,

sempre que possível, mediante adequadas técnicas de estimação quantitativa;

Page 52: Compras Na Administração Pública

52

- Previsão do prazo de entrega dos materiais;

- Estimativa da despesa (preços unitário e total);

- Outras indicações específicas ou peculiares, necessárias à instrução

do processo de compra.

A descrição do material para o pedido de compra deverá ser elaborada através

dos métodos:

Descritivo – que identifica com clareza o item através da

enumeração de suas características físicas, de acabamento e de desempenho,

possibilitando sua perfeita identificação para boa orientação do processo

licitatório e deverá ser utilizado com absoluta prioridade, sempre que possível;

Referencial – que identifica indiretamente o item, através do nome

do material aliado ao seu símbolo ou número de referência estabelecido pelo

fabricante, não caracterizando, contudo, preferência de marca.

Quando for exigível maior detalhamento técnico de determinado item

devem ser juntados ao pedido de compra modelos, amostras, prospectos, etc.

Toda solicitação de aquisição deverá ser processada após verificação

de disponibilidade, no Almoxarifado, do material solicitado, similar ou de

sucedâneo que atenda às necessidades do solicitante.

O material de uso ou esporádico ou específico, necessário à

execução de trabalhos não rotineiros, deve ser solicitados com antecedência,

salvo em casos excepcionais, a fim de que se possa proceder com a aquisição

do mesmo sem danos ou prejuízos.

Do Recebimento e Aceitação

Recebimento é o ato pelo qual o material encomendado é entregue à

unidade no local previamente designado, não implicando aceitação. Transfere a

responsabilidade pela guarda e conservação do material, do fornecedor para o

órgão recebedor. Ocorre nos Almoxarifados, salvo quando se tratar de material

que não possa ou não deva ser ali estocado ou recebido.

O recebimento, rotineiramente, decorrerá de: compra, doação,

permuta ou transferência.

São considerados documentos hábeis para recebimento de material:

- Nota Fiscal;

- Termo de Doação ou declaração exarada no processo relativo à

permuta;

- Guia de Remessa de Material ou Nota de Transferência.

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Desses documentos constarão, obrigatoriamente, a descrição do

material, quantidade, unidade de medida e preços (unitário e total).

Uma vez efetuada a aceitação, encaminhar-se à o documento fiscal,

devidamente atestado, ao setor de protocolo para o devido pagamento.

O material recebido definitivamente será incorporado ao estoque do

Almoxarifado, mediante preenchimento concomitante da Guia de Entrega de

Material e da Ficha da Prateleira, padronizadas.

Nenhum material poderá ser distribuído sem que tenha sido registrado

nos formulários aludidos no item precedente.

O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido

para licitação na modalidade Convite será confiado a uma Comissão de no

mínimo 3 (três) membros, nos termos da Lei nº 8.666/93, em seu Art. 15 §8º.

Armazenagem

Armazenagem compreende a guarda, localização, segurança e

preservação do material adquirido, a fim de suprir adequadamente as

necessidades operacionais das unidades.

Para a correta armazenagem dos materiais adquiridos pela unidade

deverão ser observados os critérios a seguir:

- Os materiais devem ser resguardados contra o furto ou roubo, e

protegido contra a ação dos perigos mecânicos e das ameaças climáticas, bem

como de animais daninhos;

- Os materiais estocados há mais tempo devem ser fornecidos em

primeiro lugar (primeiro a entrar, primeiro a sair), com a finalidade de evitar o

envelhecimento de estoque;

- Os materiais devem ser estocados de modo a possibilitar fácil

inspeção e rápido inventário;

- Os materiais não devem ser estocados em contato direto com o piso.

É preciso utilizar corretamente os acessórios de estocagem para os proteger;

- Os materiais objeto de grande movimentação devem ser estocados

em local de fácil acesso e próximo às áreas de expedição, e os demais deve ser

estocados na parte mais afastada dessas áreas;

- A arrumação dos materiais não deve prejudicar o acesso às saídas

de emergência, aos extintores de incêndio ou à circulação de pessoal

especializado em combate a sinistros (Corpo de Bombeiros, brigada de incêndio,

etc.);

Page 54: Compras Na Administração Pública

54

- Os materiais de mesma classe devem ser concentrados em locais

adjacentes, a fim de facilitar a movimentação e o inventário;

- Os materiais pesados e/ou volumosos devem ser estocados nas

partes inferiores das estantes e porta-estrados, eliminando-se os riscos de

acidentes ou avarias, e facilitando a movimentação;

- Os materiais devem ser conservados nas embalagens originais,

somente abertas quando houver necessidade de fornecimento parcelado, ou por

ocasião da utilização;

- A arrumação dos materiais deve ser feita de modo a manter voltada

para o lado de acesso ao local de armazenamento a face da embalagem (ou

etiqueta), contendo a marcação do item para a fácil e rápida leitura da

identificação e das demais informações registradas;

- Quando o material tiver que ser empilhado, deve-se atentar para a

segurança e altura das pilhas, de modo a não afetar sua qualidade efeito da

pressão decorrente, bem como para permitir o adequado arejamento (distância

de 70 cm aproximadamente do teto e de 50 cm aproximadamente das paredes).

É obrigatória a fixação de placa contendo a advertência “ É PROIBIDO

FUMAR “, de forma visível, no local destinado a armazenagem de material.

O local destinado a armazenamento deve ser arejado, protegido

contra umidade ou outras ocorrências climáticas e dotado de equipamentos

contra incêndio.

Os equipamentos de combate contra incêndio, nesses locais, devem

ser vistoriados periodicamente.

A disposição das prateleiras na área do Almoxarifado deve ser

estabelecida em função dos seguintes aspectos:

- Facilidade de acesso do pessoal lotado na Unidade;

- Adequada circulação de ar.

Da requisição e Distribuição

A requisição do material de consumo deve ser feita somente por

servidor previamente credenciado.

O fornecimento será feito mediante requisição formulada em modelo

específico Requisição de Material de Consumo, padronizado.

O titular de cada unidade credenciará servidores para prover o

suprimento e controlar a utilização do material de consumo. Somente a esses

servidores cabe efetuar as requisições.

Page 55: Compras Na Administração Pública

55

O servidor credenciado para requisição do material de consumo será

responsável pelo recebimento, conferência, controle e guarda, que fará em local

seguro, preferencialmente em armário com fechadura.

A requisição de material de consumo é feita mensalmente,

diretamente ao Almoxarifado a partir de períodos e critérios estabelecidos pelo

Setor de Almoxarifado de acordo com suas necessidades.

A requisição de material de consumo do mês de dezembro, deve ser

emitida até o 5º dia útil, salvo em casos excepcionais devidamente justificados

e aprovados pelo Setor de Compras ou unidade equivalente, de forma a

proporcionar ao Almoxarifado condições de realização do Inventário Final.

O fornecimento será feito mediante requisição formulada em modelo

específico Requisição de Material de Consumo, padronizado.

O formulário deve ser apresentado ao Almoxarifado em 3 (três) vias

de igual teor, destinadas:

1ª via - Ao Almoxarifado: para controle e baixa do material

distribuído;

2ª via – À unidade requisitante: acompanha o material para

conferência e controle do recebimento;

3ª via – Ao Almoxarifado: para controle provisório do material

requisitado, em trânsito, conjuntamente à 1ª e 2ª vias.

Controle de Estoque

Consideram-se controle de estoque todos os registros de entrada,

armazenamento e saída de materiais de modo a permitir o acesso aos dados

num menor tempo possível entre a ocorrência do fato e o registro, e, ainda, o

controle de itens para fins de ressuprimento.

1. O controle de estoque requer metodologia e grau de controle

próprios para cada item sendo efetivo através do Sistema de Controle de

Almoxarifado.

2. O controle de estoque implica:

- Manter atualizado os instrumentos de registros de

entrada e saídas dos itens;

- Promover consistência e verificações periódicas entre

os registros efetuados e a consequente existência física

do material na quantidade registrada;

Page 56: Compras Na Administração Pública

56

- Identificar materiais obsoletos, inativos ou com perda

das características originais;

- Verificar os limites mínimos de cada item, para fins de

ressuprimento;

- Verificar se as unidades estão requisitando itens que ,

de fato, tenham relação com suas atividades típicas.

3. O controle de estoque dos sistemas disponíveis no Almoxarifado é

feito com base nas informações geradas no Sistemas de Controle do

Almoxarifado, a partir dos seguintes registros:

Tempo de Aquisição Programado – é o período compreendido

estimado entre a data de emissão do período de compra e o efetivo recebimento;

Tempo de Aquisição de Emergência – é o pedido estimado de

aquisição de determinado item, cujo estoque já tenha atingido o nível mínimo

admitido;

Intervalo de aquisição – é o período compreendido entre duas

aquisições normais e sucessivas;

Consumo Médio – é a medida de consumo de cada item num

determinado período pelo. Corresponde à divisão do total fornecido no período

pelo intervalo de tempo correspondente;

Estoque mínimo de Segurança – é o quantitativo mínimo de

cada item exigível para que se mantenha a disponibilidade de material até o

ressuprimento;

Estoque Máximo – é a maior quantidade admissível de material

num estoque para consumo em determinado período, considerando-se a área

de armazenagem, a disponibilidade financeira, perecimento, obsoletismo até o

ressuprimento;

Ponto de Pedido – é o nível de estoque que, ao ser atingido,

determina a imediata emissão de pedido de compra;

Quantidade a Suprir – é o número de unidades a adquirir, para

recompor estoque máximo.

Com base do estoque, a chefia do Almoxarifado elabora o Relatório

Mensal de Movimentação de Almoxarifado contendo o valor dos saldos das

contas do mês anterior, o valor dos movimentos de entrada e saída de material

no mês e o atualizado no dia dos movimentos de entrada e saída de material no

dia do fechamento, que representa o valor do material em estoque naquela data.

Page 57: Compras Na Administração Pública

57

CONCEITO DE UM ALMOXARIFADO

Unidade administrativa que tem por finalidade suprir de material, na

quantidade certa, no momento certo e na qualidade certa, pelo menor custo

possível, todas as demais unidades dos órgãos ou entidade para que possam

cumprir sua missão.

Curiosidade:

A origem da palavra almoxarifado teve origem na Península Ibérica

(765 a 1031), quando ocorreu a invasão árabe. O vocábulo al-xarif designava a

pessoa de confiança do Sultão, responsável pela guarda dos bens do seu

senhor.

Gestão do Almoxarifado

Para uma boa gestão do almoxarifado, o gestor deve munir-se de

adequadas técnicas de quantificação e previsão a fim de fornecer material, de

forma contínua, para que não haja solução de continuidade no processo

produtivo. E, para isso, é necessário conhecer as características dos materiais

sob sua responsabilidade. A classificação dos materiais possibilita esse

conhecimento.

Classificação de Materiais de Almoxarifado

“A classificação é o processo de aglutinação de materiais por

características semelhantes. Grande parte do sucesso no gerenciamento de

estoques depende fundamentalmente de bem classificar os materiais da

empresa.”. Alguns tipos de classificação são os citados abaixo:

Por tipo de demanda:

a) materiais de estoque

“São materiais que devem existir em estoque e para os quais são

determinados critérios e parâmetros de ressuprimento automático,

com base na demanda prevista” [...]

Exemplos:

a. 30.07 – Gênero de alimentação;

b. 30.09 – Material farmacológico;

c. 30.16 – Material de expediente;

d. 30.17 – Material de processamento de dados;

e. 30.21 – Material de copa e cozinha;

f. 30.22 – Material de limpeza e produtos de higienização.

Page 58: Compras Na Administração Pública

58

b) materiais não de estoque

“São materiais de demanda imprevisível para os quais não são

definidos parâmetros para o ressuprimento automático.” Sua

aquisição somente pode ser efetuada por solicitação direta do

usuário.

Exemplos

a. 30.52 – Equipamentos e material permanente

b. 30.XX – Material de expediente personalizado

c) materiais críticos

São materiais de reposição específica de um equipamento, de

demanda imprevisível. A decisão de estocar ou não tem por base a

análise do risco que a produção corre, caso esses materiais não

estejam disponíveis quando necessário.

Exemplo:

30.28 – Material de proteção e segurança.

Codificação de materiais

“Consiste em ordenar os materiais da empresa segundo um plano

metódico e sistemático.”

Define uma catalogação de todos os materiais componentes do

estoque da entidade. Agrupa os materiais segundo sua forma, dimensão, peso,

tipo, uso, etc., buscando correta especificação.

Formação do código do material:

Grupo – define o elemento de despesa a que pertence o material.

30.00 – Material de Consumo;

31.00 – Material para Premiações;

32.00 – Material Distribuição Gratuita.

Família (subgrupo) – é a família a que pertence o material

(Portaria nº 49/08).

30.01 – Combustíveis e lubrificantes automotivos;

30.07 – Gênero de alimentação;

Page 59: Compras Na Administração Pública

59

30.16 – Material de expediente.

Código - é a especificação do material (modelo, tamanho, cor, etc.)

30.16.XXXX – o número do item é fornecido pelo sistema de almoxarifado,

quando do cadastro do material.

Exemplos

1. Material 30.16.0053.

30. Material de Consumo (grupo).

30.16.0000 - Material de expediente (família).

30.16.0053 - Caneta esferográfica azul (código).

2. Material 31.01.0001

31. Material para Premiações Culturais, Desportivas, etc. (grupo).

31.01.0000 – Premiações Culturais (família).

31.01.xxxx – Medalha de Ouro (código).

3. Material 32.04.0001(Grupo)

32. Material de Distribuição Gratuita (grupo).

32.04.0000 – Material Educacional e Cultural (família).

32.04.xxxx - Livro Didático. (código).

ATRIBUIÇÕES DO GERENTE DE CONTRATO

Fiscal - Servidor designado com a formação de acompanhar e

fiscalizar a execução de contrato firmado, de forma a permitir o cumprimento das

cláusulas e condições nele pactuadas.

Objeto de Contrato - Corresponde aos serviços ou fornecimentos

contratados pelo órgão de acordo com as condições estabelecidas no processo

que lhe deu origem.

Registro - Livro individualizado por instrumento contratual onde serão

registradas todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato.

Page 60: Compras Na Administração Pública

60

Serviços Contínuos - São aqueles que, por natureza não podem

sofrer descontinuidade, sob pena de acarretar prejuízos ao bom andamento das

atividades da Administração.

Vigência Contratual - É o período compreendido entre inicial e final

estipuladas no contrato.

Contratante - Órgão ou entidade signatária do instrumento contratual.

Contrato - Pessoa física ou jurídica de contrato com a Administração

Pública.

Preposto - Pessoa física que dirige ou representa um serviço ou

negócio por Delegação de competência.

Manter cópia do termo e de seus eventuais aditivos, juntamente com

outros documentos que possam dirimir dúvidas originais dom cumprimento das

obrigações.

Anotar, em livro próprio, as ocorrências relacionadas com a execução

do contrato, informado à autoridade competente aquelas que dependem de

decisão, com vistas à regularização de faltas ou observados.

Controlar o emprego de materiais durante execução dos serviços

principalmente quanto à quantidade e à qualidade deste, rejeitando os que

estiverem em descordo com o estabelecido instrumento de contrato ou na

proposta da contratada.

Manter durante a vigência do contrato entendimentos, por escrito,

com a contratada através de seu preposto, adotando medidas necessárias ao

cumprimento das obrigações contratuais, salvo aquelas que por sua natureza e

gravidade devam ser comunicadas diretamente ao representante legal da

contratada.

Manter atualizado o controle dos empregos da contratada, no caso de

prestação de serviços contínuos, exigindo que se apresentem ao local de

trabalho devidamente uniformizado e portando o crachá de identificação,

solicitando, por escrito, a substituição daqueles comprometam a perfeita

execução dos serviços, ou que apresentem comportamento em desacordo com

as normas organizacionais vigentes.

Realizar constante reavaliação do objeto contratado, propondo

medidas para redução dos gastos, bem como aquelas que visem a melhor

racionalização dos serviços, inclusive quanto à necessidade de sua manutenção.

Manter permanente vigilância sobre as obrigações da Contatada,

prevista no termo contratual e no edital que deu origem à contratação, bem como

quanto às demais disposições da Lei nº 8.666/93 que disciplinam a matéria.

Page 61: Compras Na Administração Pública

61

Manter entendimento com os chefes das áreas de apoio

administrativo quando o objeto do contrato for a manutenção preventiva e

corretiva em equipamentos distribuídos pelas diversas unidades desta

Instituição, com vistas ao controle de:

- Peças substituídas, com identificação do equipamento, para

fins de garantia;

- Periodicidade da manutenção;

- Inclusões e exclusões de equipamentos, atentando para a

limitação estabelecida no parágrafo primeiro, do Art. 65, da Lei nº

8.666/93.

Verificar no ato da apresentação se a Nota Fiscal está dentro do prazo

de validade e se os serviços ou produtos entregues guardam conformidade com

o estabelecido no contrato. Caso esteja vencida, deve ser imediatamente

devolvida à empresa emitente para que providencie o pedido de autorização de

impressão de documento fiscal ou prorrogação da data limite para emissão.

Elaborar relatório relatando as irregularidades observadas quanto ao

descumprimento do contrato, aditando outras que julgar oportunas, cuja cópia

deverá acompanhar a fartura correspondente.

Atestar os serviços, as obras ou fornecimento conferindo os dados

descritivos das notas fiscais/fatura e verificando sua compatibilidade com os

serviços e obras efetivamente executados e os materiais entregues.

Elaborar, quando formalmente solicitado pela contratada, Atestado de

Capacidade Técnica, subtendendo para a aprovação e assinatura do Ordenador

de Despesa.

MODELO DE GESTÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO

É o “ambiente de controle” onde as atividades são desenvolvidas.

Envolve o ambiente físico, tecnologia, expertise, recursos humanos, financeiros

a fim de atingir uma missão.

“Suprir as unidades administrativas de bens materiais necessários e

indispensáveis para que elas realizem seus objetivos, controlando e protegendo

os bens públicos e patrocinando seu uso racional”.

Diretrizes da Gestão Patrimonial

Page 62: Compras Na Administração Pública

62

Qualquer servidor público será responsável pelo dano que causar,

ou para o qual concorrer, a qualquer bem público, que esteja ou não

sob sua guarda.

É vedado o uso particular de qualquer bem público, salvo o uso

autorizado por lei.

Todo documento que se referir a qualquer bem público, deve,

obrigatoriamente, mencionar o número do seu registro patrimonial.

É vedado o reaproveitamento de um número de registro patrimonial

dado a um bem, ainda que o mesmo tenha sido baixado do acervo

patrimonial.

É vedada a movimentação ou o deslocamento de qualquer bem

patrimonial desacompanhado da documentação legal.

Em caso de reparo de bens, o número de registro patrimonial deve

ser mantido, anotando-se, quando necessário, as alterações

verificadas, para fins de pronta identificação do bem.

Os bens patrimoniais que ingressarem nos órgãos ou entidades

públicas por empréstimo ou cessão, serão cadastrados, terão controle

especial, mas não receberão registro patrimonial.

Os bens adquiridos com recursos de convênios ou contrato que,

contiverem período de carência, serão cadastrados, terão controle

especial, mas só receberão o registro patrimonial quando encerrado

o prazo.

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63

Classificação Orçamentária da Despesa

Material é a designação genérica de equipamentos, componentes, acessórios,

sobressalentes, matéria-prima, etc.

Para fins de classificação da despesa orçamentária, os materiais são assim

classificados:

a) Material de consumo e;

b) Material permanente.

Material Permanente x Material de Consumo

Entende-se como material de consumo e material permanente:

a) Material de Consumo, aquele que, em razão de seu uso corrente e

da definição da Lei nº 4.320/64, perde normalmente sua identidade

física e/ou tem sua utilização limitada a dois anos;

b) Material Permanente, aquele que, em razão de seu uso corrente,

não perde a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior

a dois anos.

Além disso, na classificação da despesa com aquisição de material

devem ser adotados alguns parâmetros que, tomados em conjunto, distinguem

o material permanente do material de consumo.

Material Permanente

a) Peças não Incorporáveis a Imóveis

Despesas com materiais empregados em imóveis e que possam ser

removidos ou recuperados, tais como: biombos, cortinas, divisórias removíveis,

estrados, persianas, tapetes e afins, deve ser classificada observando os

critérios acima expostos (Durabilidade, Fragilidade, Perecibilidade,

Incorporabilidade, Transformabilidade e Finalidade). Não precisam ser

tombados.

Nota: No caso de despesas realizadas

em imóveis alugados, o ente deverá registrar como

material permanente e proceder à baixa quando

entregar o imóvel, se os mesmos encontrarem-se

deteriorados, sem condições de uso.

Page 64: Compras Na Administração Pública

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b) Uma melhoria

Uma melhoria pode envolver uma substituição de partes do bem ou

ser resultante de uma reforma significativa. Como regra, aumenta o valor contábil

do bem se o custo das novas peças for maior que o valor líquido contábil das

peças substituídas.

Uma melhoria ocorre quando o gasto atribuído ao um bem tem como

conseqüência:

1) O aumento de vida útil do bem do Ativo;

2) O incremento em sua capacidade produtiva ou

3) A diminuição do custo operacional.

Exemplo:

Aquisição de placa de memória para substituição em um computador

com maior capacidade que a existente e a classificação da despesa com

aquisição de uma leitora de CD para ser instalada num Computador sem

Unidade Leitora de CD.

c) Classificação de despesa com aquisição de Material

Bibliográfico

Os livros e demais materiais bibliográficos apresentam características

de material permanente. (durabilidade superior a 2 anos, não é quebradiço, não

é perecível, não é incorporável a outro bem, não se destina a transformação).

Porém, o artigo 18 da lei 10.753/2003, considera os livros adquiridos para

bibliotecas públicas como material de consumo.

d) Classificação de despesa com remodelação, restauração,

manutenção e outros, quando ocorrer aumento da vida útil.

Quando o serviço se destina a manter o bem em condições normais

de operação, não resultando em aumento relevante da vida útil do bem, a

despesa orçamentária é corrente.

Caso as melhorias decorrentes do serviço resultem em aumento

significativo da vida útil do bem, a despesa orçamentária é de capital, devendo

o valor do gasto ser incorporado ao ativo.

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MATERIAL INSERVÍVEL

Ocioso: Quando, embora em perfeitas condições de uso, não estiver

sendo aproveitado.

Recuperável: Quando sua recuperação for possível de orçar 50% do

seu valor de mercado.

Antieconômico: Quando sua manutenção for onerosa, ou seu

rendimento precário, em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou

obsoletismo

Irrecuperável: Quando não mais puder ser utilizado para o fim a que

se destina devido à perda de suas características ou em razão da inviabilidade

econômica de sua recuperação.

BENS

Bens são valores materiais ou imateriais que possam figurar numa

relação jurídica, na condição de objeto.

Classificação dos bens: NCCB- Lei 10.406/02:

“São públicos os bens do domínio nacional,

pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno;

todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a

que pertencerem.”

Bens Patrimoniais objeto deste estudo

Bens duráveis - móveis, eletrodomésticos, veículos.

Bens móveis - aqueles que podem ser deslocados, por força própria

ou alheia, sem perder sua forma.

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Bens imóveis - aqueles que não podem ser deslocados ou aqueles

que para serem deslocados perdem sua forma.

Bens semoventes - são constituídos por animais domésticos.

BENS PÚBLICOS

São os pertencentes a entes estatais, para que sirvam de meios ao

atendimento imediato ou mediato do interesse público.

Bens públicos de uso comum do povo: São todos aqueles

destinados ao uso do povo sem nenhuma restrição a não ser a da boa conduta,

nos termos da lei, ou dos costumes, principalmente quanto à moral público e ao

respeito mútuo. Exemplo: praias, ruas, praças, etc.

Bens públicos de uso especial: São todos os bens móveis e imóveis

destinados a instalações físicas publicas para escritórios, repartições públicas,

escolas, delegacias de polícias, presídios, palácios de governo, escolas

públicas, bem como os bens móveis utilizados na realização dos serviços

públicos (veículos oficiais, materiais de permanentes, navio de guerra, etc).

Bens públicos dominiais ou dominicais: São todos aqueles que

não se enquadrarem nas duas primeiras categorias. Sem qualquer destinação

pública, constituem riqueza material e patrimonial do Estado, podendo ser

alienados ou afetados ao uso comum ou ao uso especial.

Exemplo: Terras devoluta (não estão ocupadas ou habitadas),

terrenos de marinha, bens móveis que se tornaram inservíveis.

FORMAÇÃO DE PATRIMÔNIO PÚBLICO

Patrimônio Público - “ É conjunto de bens, valores, créditos e

obrigações de conteúdo econômico e avaliável em moeda que a Fazenda

Pública possui e utiliza na consecução dos seus objetivos”, com a finalidade de

servir de meios ao atendimento imediato ou mediato do interesse público.

A formação do patrimônio público se dá principalmente por:

COMPRA - aquisição remunerada;

DOAÇÃO - transferência de propriedade do bem (gratuita ou

onerosa);

CESSÃO/EMPRÉSTIMOS - transferência de posse e troca de

responsabilidade;

Page 67: Compras Na Administração Pública

67

CONSTRUÇÃO - obra realizada;

DESAPROPRIAÇÃO – aquisição compulsória de terceiros,

para atender a interesse público devidamente fundamentado,

mediante justa indenização;

PERMUTA - troca recíproca de posse e propriedade.

Os bens ao ingressarem no patrimônio deverão estar acompanhados

dos seguintes documentos:

Nota fiscal, Fatura e Nota Fiscal/Fatura – compra;

Termo de cessão – empréstimo;

Termo de doação/permuta;

Guia de remessa de material (retorno de setores);

Nota de transferência – de um órgão para outro, em caráter

definitivo.

Valoração dos Bens Públicos

Bens Móveis e Imóveis

- Valor de aquisição ou pelo custo de produção ou construção.

Bens de Almoxarifado

- Pelo preço médio ponderado das compras.

Depreciação dos Bens Públicos

Os bens públicos não se submetem ao processo de depreciação

sistemática (perda de valor pelo uso com a devida compensação nos registros

contábeis)

Como todos os bens sofrem desgastes pelo uso, e como o objetivo de

se manter informações condizentes com a realidade, deveria a administração

pública adotar, a depreciação de seus valores conforme métodos estabelecidos

pela Receita Federal.

Page 68: Compras Na Administração Pública

68

Para se cumprir o princípio constitucional da eficiência, é necessário

conhecer os custos das atividades e, portanto, a depreciação do patrimônio

como sua reavaliação são valores que devem ser conhecidos.

Existem vários métodos de cálculos de depreciação, porém, o mais

utilizado é o Método Linear ou de quotas constantes, abaixo descrito:

Método Linear ou de quotas constantes – é o método que distribui o

custo do bem em função exclusiva do tempo de acordo com a seguinte fórmula

de cálculo:

Quota Anual de Depreciação = Custo do Bem – Valor Residual -----------------------------------------------

Nº de períodos de vida útil “A eficiência da administração pública - a necessidade de reduzir

custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário - torna-se então, essencial. A reforma do Estado passa a ser orientada, predominantemente, pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos...”

Fonte: QPAP/2000(Programa de Qualidade no Serviço Público).

Custos: Custos dos Investimentos (depreciação+ custo de oportunidade) + Custeio. Eficiência: Serviço prestado/custos (indicador comparativo com a iniciativa privada). Qualidade: atender as seguintes dimensões da qualidade: a qualidade intrínseca; o custo; o tempo do atendimento; o moral (servidores e clientes) e a segurança (produto/serviço confiável).

Reavaliação dos Bens Públicos O § 3º do art. 106 da Lei 4320/64, faculta a reavaliação a critério da

administração, consignando que “ poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.”

Visando à manutenção de informações realistas, tanto do ponto de

vista administrativo quanto contábil, a atualização dos valores dos bens deveria ser uma prática na Administração Pública; nos moldes dos critérios utilizados por empresas privadas, conforme métodos estabelecidos pela Receita Federal.

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Competência para Reavaliar Bens Móveis e Imóveis

Indica-se que a avaliação dos bens deverá ser feita por 3 (três)

servidores ou por empresa especializada, nomeados por meio de decreto.

Os avaliadores ou a empresa avaliadora deverão apresentar laudo

fundamentado, com a indicação dos critérios de avaliação e dos elementos de

comparação adotados e instruídos com os documentos relativos aos bens

avaliados, e estarão presentes à assembleia que conhecer o laudo, a fim de

prestarem as informações que lhes forem solicitadas.

a) Fatores que influenciam a reavaliação:

a) Estado de conservação do bem – (EC);

b) Período de vida útil futura do bem, em anos (PVU);

c) Período de utilização do bem, em anos (PUB).

b) Fórmula para achar o Fator de Reavaliação (FR)

FR = (4EC + 6PVU – 3PUB) --------------------------------------------

100

c) Valor do bem reavaliado (VBR) VBR= Valor do bem novo x Fator de Reavaliação

Planilha de Pontuação do Método

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70

Algumas recomendações: 1. Reavaliação de veículos Utilizar publicações especializadas e Planilha de Vistoria e Avaliação Técnica de Veículos. 2. Reavaliação de Obras de Arte e Materiais Bibliográficos Contar com assessoramento de artista plástico e biblioteconomista. 3. Reavaliação dos demais bens Utilizar a legislação do Imposto de Renda. Controle dos Bens Públicos O controle dos bens públicos pode ser conceituado como um conjunto

de ações sistemáticas, planejadas, de forma a evitar que os bens públicos sejam: a) dilapidados; b) extraviados; c) empregados em funções fora de sua destinação. Esse controle está determinado na Constituição Federal, nas

constituições estaduais, nas leis orgânicas dos municípios, nas leis e decretos que disciplinam o assunto: Lei 4320/64 e Lei 8666/93.

Tipos de Controles Controle Interno - é o conjunto de ações exercido no âmbito do órgão público. Controle Externo - exercido pelas Assembléia Legislativa ou pelas Câmaras Municipais, com o auxílio dos Tribunais de Contas. Registro Patrimonial ou Tombamento Consiste na atribuição de um número de registro patrimonial,

seqüencial a critério da organização. Esse número acompanhará o bem por toda sua vida útil, até sua baixa, sendo mencionado em todos os documentos que se referirem ao bem.

Identificação patrimonial É o processo de fixação do número de registro patrimonial no respectivo bem. Atenção:

Bens provenientes de empréstimos ou cessão, não receberão

registro patrimonial;

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71

Adquiridos por convênio ou contratos, com carência, não

receberão registro, até o fim da carência;

O bem que der entrada para substituir bem extraviado, receberá

novo registro patrimonial. O bem extraviado será baixado.

Cadastro patrimonial

A Lei 4320/64

Art. 94 - Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter

permanente, com indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização

de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração.

Art. 95 - A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e

imóveis.

O cadastro visa:

a) – identificação do bem;

b) – inclusão no ativo imobilizado;

c) – distribuição;

d) – localização;

e) – guarda e conservação;

f) – manutenção periódica.

Elementos essenciais à perfeita identificação:

a) – N.º do registro patrimonial;

b) - Descrição do material;

c) – Fornecedor;

d) - Data da aquisição;

e) – N.º Nota Fiscal;

f) – Valor;

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g) – Localização.

Observação

Os bens devem ser cadastrados antes de sua utilização;

Os bens móveis receberão n.ºs sequenciais, a critério de cada

organização;

As plaquetas deverão ser afixadas em lugar visível e seguro;

Os bens imóveis terão o número do registro patrimonial igual ao do

seu registro em cartório.

Movimentação dos bens patrimoniais

Guarda provisória:

Tempo necessário aos registros.

Guarda permanente para o uso:

A responsabilidade pela guarda, segurança e conservação é do

destinatário do bem.

Termo de Responsabilidade

É um documento de controle necessário para efetivar a transferência

da responsabilidade pela guarda de um bem de uma unidade para outra.

Deve conter:

a) - Unidade de localização do bem;

b) - Nº de registro patrimonial;

c) - Descrição, estado físico, valor;

d) - As competentes assinaturas.

Termo de Responsabilidade nas diversas movimentações:

Na distribuição;

Na transferência entre unidades;

No recolhimento do bem ao Setor de Patrimônio;

Na substituição por outro bem e;

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Na redistribuição.

Diretrizes da Movimentação e Guarda dos Bens

1. Nenhum bem móvel permanente deve ser distribuído ou

redistribuído sem prévia comunicação ao setor de patrimônio que se encarregará

da emissão do termo de responsabilidade.

2. Deve ser responsabilizado por omissão o servidor que não

comunicar a alteração na lotação de um bem móvel sob sua guarda.

3. Os responsáveis pelos bens patrimoniais deverão observar o

seguinte:

Comunicar ao setor responsável pela gestão patrimonial

qualquer ocorrência: extravio, danos, extravio de plaquetas,

necessidade de reparos e manutenção.

A saída dos bens sob sua responsabilidade, mesmo que

temporária, deverá ser de acordo com as normas de segurança

patrimonial, quando serão efetivados os registros pertinentes

(nº do patrimônio, descrição do bem e localização de destino).

Os bens que perderem a serventia deverão ser encaminhados

ao Setor de Patrimônio para triagem. Aqueles que ainda se

encontrarem em condições de uso serão redistribuídos para

outras unidades que deles necessitem.

4. O Setor de Patrimônio deve manter controle sistemático de

autorização para a saída de bens do órgão, para facilitar o controle e o

acompanhamento dos serviços de reparação e ou manutenção a serem

executados.

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Baixa de bens patrimoniais

Motivo da baixa patrimonial:

a) - Inutilização por uso;

b) - Inutilização por acidente;

c) - Extravio;

d) – Desuso (obsoletismo);

e) – Alienação;

f) - Contaminação;

A baixa de um bem patrimonial, por qualquer motivo, só ocorrerá após

a conclusão final do processo correspondente ao caso.

Os bens móveis, considerados inservíveis, serão relacionados pelo

Controle Patrimonial e submetidos à aprovação da autoridade competente,

providenciando-se a baixa patrimonial.

Ocorrendo pedido de baixa em virtude de extravio ou acidente, este

só pode ser concedido, após conclusão do processo de sindicância ou inquérito

instaurado pela autoridade competente, com vista a apuração de

responsabilidade com ressarcimento em dinheiro, reposição do bem ou a

penalidade prevista na norma interna.

Alienação

Operação que transfere o direito de propriedade do material para

terceiros, após sua desafetação do interesse público.

Motivos:

Doação;

Permuta;

Venda a órgão público;

Venda a terceiros.

Alienação dos bens públicos se fará com autorização do Legislativo:

Lei especial ou através de lei orçamentária.

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75

A legislação local ou a Lei Orgânica dos Municípios definirá quais os

bens dependem de autorização legislativa especial e quais os que a lei

orçamentária autorizará.

Alienação de bens imóveis

Existência de interesse público fundamentado;

Autorização legislativa (administração direta, autarquias e

fundações);

Avaliação prévia;

Licitação na modalidade concorrência, ou leilão quando se

tratar de bens havidos por decisão judicial (lei 8666/93, art. 19,

inciso III).

Alienação de bens móveis

Autorização da LOA

Existência de interesse público fundamentado;

Avaliação prévia;

Licitação;

INVERNTÁRIO PATRIMONIAL

Processo de contagem física da existência dos bens para posterior

confronto com os registros dos bens no patrimônio e com os registros contábeis.

A Lei 4320/64, artigos 94, 95 e 96, determina:

a) Registros analíticos (Setor de Patrimônio);

b) Registros sintéticos (Setor Contábil);

c) Realização de inventário.

“O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base

o inventário de cada unidade administrativa e os elementos da escrituração

contábil.”

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76

Comissão de inventário

A comissão deve ser constituída, no mínimo, de 03 servidores,

conhecedores da área de patrimônio, dos quais um, obrigatoriamente,

pertencerá ao setor de patrimônio do próprio órgão.

Atribuições:

Conferir os bens patrimoniais existentes, à vista dos dados

cadastrais;

Promover o exame físico dos bens quanto à especificação,

quantidade, estado de conservação e valor;

Completar, retificar, avaliar e regularizar o registro e as

especificações e proceder a qualquer outra anotação

relacionada aos bens patrimoniais, sempre que preciso; e

Apresentar, quando necessário, relatório circunstanciado dos

fatos apurados nos levantamentos realizados.

Auditoria dos bens patrimoniais

Auditoria “é um exame analítico de determinada operação, com o

objetivo de atestar sua validade” ou para verificar se os procedimentos estão de

acordo com as recomendações das normas e da boa técnica.

Tipos de auditoria:

Auditoria Interna

Executada por agentes da própria organização.

Auditoria Externa

Executada por agentes externas à organização.

Técnicas de auditoria:

Procedimentos adequados para se verificar a veracidade da operação

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77

Programa de auditoria ordinária Objeto: Bens Patrimoniais Permanentes. Objetivo geral “Verificar se as atividades de recebimento, cadastramento, registro,

movimentação e controle dos bens móveis permanentes estão sendo desenvolvidas de acordo com a legislação pertinente e práticas recomendadas.”

Objetivos específicos:

Levantar dados contábeis, informados pelos jurisdicionados

para subsidiar análises posteriores;

Verificar a existência de instrumentos normativos capazes de

assegurar a salvaguarda dos materiais, bem como promover a

eficiência operacional;

Apurar se há controle efetivo sobre os bens da administração

pública em poder de terceiros;

Verificar se os bens de terceiros em poder da administração

pública estão sendo controlados e utilizados na forma dos

documentos de cessão;

Verificar se os materiais incorporados no período e os

existentes foram processados em conformidade com as

normas vigentes;

Verificar se a realização dos inventários vem se processado de

acordo com a legislação vigente e a boa técnica;

Verificar se as baixas foram devidamente autorizadas, após o

devido processo instruído e fundamentado.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei 8666/93: Licitações e Contratos Administrativos. São Paulo: NDJ, 1999. BRASIL. Decreto nº 99.658, de 30 de outubro de 1990. BRASIL. Portaria Conjunta nº 448, da Secretaria do Tesouro Nacional, de 13 de setembro de 2002. BRASIL. Portaria Conjunta nº 3, de 15 de outubro de 2008. Secretaria do Tesouro Nacional e Secretaria do Orçamento Federal. BRASIL. Lei 10.520, de 17 de Julho de 2002. BRASIL. Lei Complementar nº 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal. BRASIL. Lei nº 10.406/02 – Código Civil Brasileiro. ESPÍRITO SANTO. Minuta do Manual de Auditoria do TCEES. Dez/2003. FARIAS, Edimur Ferreira de. Curso de direito administrativo positivo. 4. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2001. p 387-406. GOIÁS. Tribunal de Conta dos Municípios. Instrução Normativa 015/12. Dispõe sobre procedimentos para a formalização e apresentação, ao Tribunal de Contas dos Municípios, dos atos de pessoal - concursos, admissões, aposentadorias e pensões, das licitações e contratos, dos relatórios da LRF, dos instrumentos de planejamento governamental - PPA, LDO e LOA, das contas de gestão – balancetes - de 2013 e seguintes e das contas de governo - balanço geral - de 2012 e subsequentes, e dá outras providências. KOHAMA, Hélio. Balanços Públicos: teoria e práticas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. MACHADO Jr., José Teixeira; REIS, Heraldo da Costa. A Lei 4320 Comentada. Rio de janeiro: IBAM, 1999. MATO GROSSO. Tribunal de Conta do Estado. Resolução nº 1.120/05, 21 de dezembro de 2005. Dispõe sobre a criação, a implementação e a manutenção de Sistemas de Controle Interno nos Poderes Executivo e Legislativo municipais, e dá outras providências.