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DIREITO ADMINISTRATIVO

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DIREITO ADMINISTRATIVO

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PROGRAMA

Administração Pública Princípios da Administração Pública Poderes e Deveres Uso e Abuso de Poder Atos Administrativos Servidor Público (RJU Lei nº 8.112/90) Improbidade e Processo Administrativo

Disciplinar Licitação e Contratos Administrativos

Page 3: DIREITO ADMINISTRATIVO. PROGRAMA Administração Pública Administração Pública Princípios da Administração Pública Princípios da Administração Pública Poderes

1.2 Administração Pública e Governo

A Administração não pratica atos de Governo; pratica, tão-somente, atos de execução, com maior ou menor

autonomia funcional, segundo a competência do órgão e de seus agentes. São os chamados atos

administrativos, que por sua variedade e importância, serão

abordados em separado.

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1.2 Administração Pública e Governo

Comparativamente, podemos dizer que Governo é uma atividade política

e discricionária; Administração e uma atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou à norma técnica. Governo é conduta independente;

Administração é conduta hierarquizada. Por fim, Administração

é o instrumental de que dispõe o Estado para por em prática as opções políticas do Governo.

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1.2 Administração Pública e Governo

Portanto, Governo e Administração como criações abstratas da Constituição e das

Leis, atuam por intermédio de suas entidades (Pessoas Jurídicas), de seus órgãos (Centros de Decisões) e de seus agentes (Pessoas Físicas investidas em

Cargos e Funções).

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2. Entidades Políticas e Administrativas

Entidade é pessoa jurídica, pública ou privada; órgão é elemento despersonalizado incumbido da realização das atividades da entidade a que

pertence, através de seus agentes. Na sistemática administrativa brasileira, as entidades classificam-se em estatais,

autárquicas, fundacionais, empresariais e paraestatais.

Segundo a Lei nº 9.784/99, entidade é “a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica”; órgão, “a unidade de

atuação integrante da estrutura da Administração direta e da indireta”; e autoridade, “o servidor ou agente público

dotado de poder de decisão”.

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2.1 Entidades Estatais

São pessoas jurídicas de Direito Público que integram a estrutura do

constitucional do Estado e têm poderes políticos e administrativos, tais como a

União, os Estados-Membros, os Municípios e o Distrito Federal. A União é soberana, as demais entidades estatais

têm apenas autonomia política, administrativa e financeira, mas não

dispõem de soberania, que é privativa da Federação.

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2.2 Entidades Autárquicas

São pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza meramente administrativa,

criadas por Lei específica, para a realização de atividades, obras ou serviços descentralizados da entidade estatal que as criou. Funcionam e

operam na forma estabelecida na Lei instituidora e nos termos do seu regulamento. As autarquias podem desempenhar atividades econômicas, educacionais, previdenciárias e quaisquer outras outorgadas pela entidade estatal-matriz, mas sem subordinação hierárquica, sujeitas apenas ao controle

finalístico de sua administração e da conduta de seus dirigentes.

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2.3 Entidades Fundacionais

São pessoas jurídicas de Direito Público ou pessoas jurídicas de

Direito Privado, devendo a Lei definir as respectivas áreas de atuação, conforme o

inc. XIX do art. 37 da CF/88, na nova redação dada pela EC nº 19/98. No

primeiro caso elas são criadas por Lei, à semelhança das autarquias, e no

segundo caso, a Lei apenas autoriza a sua criação, devendo o Poder Executivo tomar as providências necessárias à sua

instituição.

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2.3 Entidades FundacionaisLembramos que, quando Constituição

Federal de 1988 refere-se à Administração Direta, Autárquica e Fundacional, quer se referir apenas às pessoas jurídicas de Direito Público,

vale dizer, União, Estados-Membros, Distrito Federal, Municípios e suas

autarquias e fundações públicas, estas somente quando de Direito Público,

porque instituídas (criadas) diretamente por Lei específica. Não, portanto, às de

Direito Privado, assim entendidas as fundações cujas instituições decorrem de

autorização (não de criação) legal específica do Poder Público.

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2.4 Entidades Empresariais

São pessoas jurídicas de Direito Privado, instituídas sob a forma de

sociedade de economia mista ou empresa pública, com a finalidade de prestar

serviço público que possa ser explorado no modo empresarial, ou de exercer atividade econômica de relevante

interesse coletivo. Sua criação deve ser autorizada por lei específica, cabendo ao

Poder Executivo as providências complementares para a sua instituição.

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2.5 Entidades Paraestatais

São pessoas jurídicas de Direito Privado que, por lei, são autorizadas a

prestar serviços ou realizar atividades de interesse coletivo ou público, mas, não exclusivo de Estado. São espécies de

entidades paraestatais os serviços sociais autônomos (SESI, SENAI, SESC e outros) e

recentemente, as Organizações Sociais (OS’s) e as Organizações Sociais Civis de

Interesse Público (OSCIP’s).

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2.5 Entidades Paraestatais

As entidades paraestatais são autônomas, administrativa e

financeiramente, têm patrimônio próprio e operam em regime de iniciativa

particular, na forma de seus estatutos, ficando sujeitas apenas à supervisão do

órgão da entidade estatal a que se encontrem vinculadas, para o controle de

desempenho estatutário. São os denominados entes de cooperação com o

Estado.

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3. Órgãos e Agentes Públicos

Órgãos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções

estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.

São unidades de ação com atribuições específicas na organização estatal. Cada órgão como centro de competência governamental ou

administrativa, tem necessariamente funções, cargo e agentes, mas é distinto desses

elementos, que podem ser modificados,, substituídos ou retirados sem supressão da

unidade orgânica. Isto explica por que a alteração de funções, ou a vacância dos cargos, ou a mudança de seus titulares, não acarreta a

extinção do órgão.

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3. Órgãos e Agentes Públicos

Os órgãos integram a estrutura do Estado e das demais pessoas jurídicas como parte desses corpos vivos, dotados de vontade e capazes de exercer direitos e contrair obrigações para a consecução de seus fins institucionais. Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídica

nem vontade própria, que são atributos do corpo e não das partes, mas, na área de suas atribuições e nos limites de sua

competência funcional expressam a vontade através de seus agentes (pessoa

física).

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3. Órgãos e Agentes Públicos

Agentes Públicos, são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou

transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. Os agentes normalmente

desempenham funções no órgão, distribuídos entre cargos de que são

titulares, mas, excepcionalmente podem exercer funções sem cargo.

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3. Órgãos e Agentes Públicos

Nesse sentido, cargos, são apenas os lugares criados no órgão para serem

providos por agentes que exercerão suas funções na forma legal. O cargo é

lotado no órgão e agente é investido no cargo. Por aí se vê que o cargo

integra o órgão, ao passo que o agente, como ser humano, unicamente titulariza

o cargo para servir ao órgão. Órgão, função e cargo são abstrações da lei; agente é a pessoa humana, real, que infunde vida, vontade e ação a essas

abstrações da lei.

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3. Órgãos e Agentes Públicos

As funções por seu turno, são os encargos atribuídos aos órgãos, cargos e agentes. O órgão geralmente recebe uma função in genere e a repassa aos seus cargos in

espécie, ou a transfere diretamente a agentes sem cargos, com a necessária

parcela de Poder público para o seu exercício.

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5. Poderes Administrativos

Esses poderes são inerentes à Administração de todas as entidades

estatais – União, Estados, Distrito Federal e Municípios – na proporção e limites de

suas competências institucionais, e podem ser usados isolado e

cumulativamente para a consecução do mesmo ato.

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5.6 Poder de PolíciaDentre os poderes administrativos figura, com especial destaque o chamado poder

de polícia administrativa, que a Administração Pública exerce sobre todas

as atividades e bens que afetam ou possam afetar a coletividade. Pra esse

policiamento há competências exclusivas e concorrentes das três esferas estatais,

dada a descentralização político-administrativa decorrente do nosso

sistema constitucional.

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5.6 Poder de PolíciaEm princípio, tem competência para policiar a

entidade que dispõe do poder de regular a matéria. Assim sendo, os assuntos de interesse

nacional ficam sujeitos a regulamentação e policiamento da União; as matérias de interesse

regional sujeitam-se às normas e à polícia estadual; e os assuntos de interesse local

subordinam-se aos regulamentos edilícios e ao policiamento administrativo municipal.

Sendo assim podemos conceituar o poder de polícia como a faculdade de que dispõe a Administração pública para condicionar e

restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.

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5.6 Poder de Polícia

De forma mais clara, podemos dizer que o poder de polícia é o mecanismo de

frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os abusos de direito

individual. Por este mecanismo, que faz parte de toda

Administração, o Estado detém a atividade dos particulares que se revelar

contrária, nociva ou inconveniente ao bem-estar social, ao desenvolvimento e à

segurança pública.

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5.6 Poder de Polícia

A legislação pátria, bem conceituou o poder de polícia, veja-se o art.78 do CTN: “considera-se poder de polícia a atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse

público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção

e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou

autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos

direitos individuais e coletivos”.

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7. Uso e Abuso de PoderNos Estados de Direito como nosso, a

Administração Pública deve obediência à lei em todas as suas manifestações.

O poder administrativo concedido à autoridade pública tem limites certos e forma legal de utilização. Não sendo carta branca para

arbítrios, violência, perseguições ou favoritismos governamentais.

Qualquer ato de autoridade, para ser irrepreensível, deve conformar-se com a lei, com a moral da instituição e com o interesse

público. Sem esses requisitos o ato administrativo expõe-se a nulidade.

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7.1 Uso do PoderO uso do poder é prerrogativa da autoridade. Mas o poder há que ser

usado normalmente, sem abuso. Usar normalmente o poder é empregá-lo

segundo as normas legais, a moral da instituição, a finalidade do ato e as

exigências do serviço público. Abusar do poder é empregá-lo fora da lei e sem

utilidade pública.O uso do poder será sempre lícito, ao

contrário, o abuso de poder será ilícito. Daí porque todo ato abusivo é nulo, por

excesso ou desvio de poder.

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7.2 Abuso do PoderO abuso de poder ocorre quando a autoridade,

embora competente para praticar o ato, ultrapassa os limites de suas atribuições ou se

desvia das finalidades administrativas.O abuso de poder tanto pode revestir a forma comissiva como omissiva, porque ambas são

capazes de afrontar a lei e causar lesão a direito individual do administrado.

Adverte Caio Tácito, que a inércia da autoridade administrativa, deixando de executar

determinada prestação de serviço a que por lei é obrigado, lesa o patrimônio jurídico individual.

Considerando-se como forma omissiva de abuso de poder, quer o ato seja doloso ou

culposo.

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7.2 Abuso do PoderNa nossa sistemática administrativa, o abuso

de poder se apresenta de duas espécies distintas, bem caracterizadas: o excesso de

poder e o desvio de finalidade. Nesse sentido, o excesso de poder caracteriza-se

quando, a autoridade mesmo competente para a prática do ato, vai além do permitido e

exorbita no uso das suas faculdades administrativas.

Já o desvio de finalidade ou de poder, verifica-se quando a autoridade, embora atuando nos limites de sua competência,

pratica ato por motivos ou fins diversos dos objetivados pela lei ou exigidos pelo interesse

público.