cidade constitucional: relatório de clara mabeli

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES Clara Mabeli Bezerra Baptista 8519437 A Cidade Constitucional e a Capital da República Relatório entregue à Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo referente à disciplina A Cidade Constitucional e a Capital da Repúblico ACH3666 Prof. Dr. Douglas Roque Andrade Prof. Dr. Marcelo Arno Nerling São Paulo Outubro de 2014

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES

Clara Mabeli Bezerra Baptista 8519437

A Cidade Constitucional e a Capital da República

Relatório entregue à Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo referente à disciplina

A Cidade Constitucional e a Capital da Repúblico – ACH3666

Prof. Dr. Douglas Roque Andrade Prof. Dr. Marcelo Arno Nerling

São Paulo Outubro de 2014

Relatório – A Cidade Constitucional e a Capital da República

Introdução

O presente relatório tem como objetivo descrever e registrar as

informações colhidas e as observações feitas durante a realização da disciplina

A Cidade Constitucional e a Capital da República, oferecida como optativa livre

pela Universidade de São Paulo durante a semana da Pátria (06 a 12 de

setembro), sendo Douglas Roque Andrade, do curso de Educação Física e

Saúde, e Marcelo Arno Nerling, do curso de Gestão de Políticas Públicas, os

docentes responsáveis pelo oferecimento e organização da tal. Participaram da

disciplina estudantes de semestres variados dos cursos de Gestão de Políticas

Públicas, Educação Física e Saúde, Gestão Ambiental, Lazer e Turismo,

Direito e Jornalismo, que, durante os dias em Brasília, ficaram hospedados nos

alojamentos da Escola de Administração Fazendária (ESAF). O relatório

encontra-se dividido por dias e horários em que ocorreram as atividades

programadas para a semana.

Primeiro dia – 06/09/2014

14h00 – Visita guiada ao Palácio do Itamaraty – Ministério das Relações

Exteriores

Monitora: Manuela

A programação da disciplina começou com uma visita ao Palácio do

Itamaraty, representando o Poder Executivo, cujo ente é o Governo Federal.

Arquitetura de Oscar Niemeyer, assim como muitas obras em Brasília, o

Palácio do Itamaraty foi inaugurado em 1970 e faz parte do Ministério de

Relações Exteriores

(MRE). Dessa

maneira, recebe

constantemente

visitas de ministros,

embaixadores e

outros membros da

política tanto nacional

quanto internacional.

Dentre as várias

visitas já recebidas

pelo Palácio, uma

destacada pela

monitora Manuela foi

a da Rainha

Elizabeth. Inicialmente,

o Palácio do Itamaraty era chamado Palácio dos Arcos, devido aos vários arcos

Eu em frente ao Palácio do Itamaraty

que podem ser observados na sua fachada externa, porém passou a ser

chamado de Palácio do Itamaraty (nome indígena que significa “pequena pedra

branca”) em alusão ao Palácio que havia no Rio de Janeiro quando a Capital

da República ainda era localizada nessa cidade, antes do projeto de constituir a

capital no centro do país.

É no mezanino do prédio onde ocorrem as cerimônias e homenagens,

sendo que um exemplo recente é a recepção dos membros da Comissão da

Verdade. Ainda neste espaço, de um lado pode ser observado o escritório de

reunião do Ministro do Estado e do outro o escritório do Secretário Geral. Na

Sala dos Tratados, como o próprio nome indica, são assinados acordos

internacionais, dos quais o Acordo de Paz entre Peru e Equador é um exemplo.

Na Sala dos Presentes, ficam guardadas as regalias que são oferecidas aos

outros países em troca dos presentes que são recebidos.

A presença da arte, mesclando

modernismo com arte mais antiga, é

evidente em todos os espaços do

prédio, sendo que na Sala de Coquetel

Dom Pedro I é possível observar –

literalmente apenas observar, pois não é

permitido tocar nesses artefatos

históricos – tapetes persas e quadros

importantes, como o de sua coroação e

o quadro da independência do Brasil. Na

Sala Portinari, por sua vez, há uma

mesa que foi esculpida por escravos e

muitos móveis expostos no Palácio

datam do século XVIII. Ainda sobre arte,

no lado externo do Palácio, há uma

escultura chamada Meteoro, de autoria

de Bruno Giorgi, de cor branca, simbolizando a paz desejada para os cinco

continentes do mundo,

representados pelas cinco partes

que, juntas, formam o meteoro.

Além dessa escultura externa, há

várias esculturas no interior do

prédio com significados

importantes para o MRE e cada

uma de diferentes artistas

renomados como Alfredo Volpi,

Tomie Ohtake, Omar Franco e

Ione Saldanha, por exemplo.

Dentro do Palácio há um busto de

Escultura Meteoro, de Bruno Giorgi

Da esquerda para a direita: Letícia, Marina, eu,

Ana e Thianan, estudantes de Gestão Ambiental

em frente à obra Ponte de Encontro

Barão do Rio Branco, considerado o pai da diplomacia, tão importante figura

que há inclusive um instituto homônimo destinado à formação de diplomatas.

Uma escultura importante é a chamada Ponto de Encontro, localizada no hall

do Palácio, onde o visitante pode interagir movimentando suas inúmeras placas

de alumínio.

Quanto à arquitetura, uma curiosidade é que o Palácio do Itamaraty

representa o maior volume interno da América Latina e a escada virada para o

centro do prédio é pensada num giro arquitetônico para que o visitante possa

adentrar mais no prédio para inspirar-se em conhecê-lo melhor. Além dessa

curiosidade, outra que eu creio que mereça destaque é o fato do paisagismo

interno e externo, de Roberto Burle Marx, do Palácio trazer plantas da

Amazônia, exigindo um sistema de irrigação especial, já que as plantas não

são adaptadas ao clima de baixa umidade de Brasília, o que mostra que

mesmo nessas simples intervenções sobre o ambiente natural é preciso haver

um planejamento adequado para manter suas funções da melhor maneira

possível.

Logo nessa primeira visita já foi possível perceber que Brasília é uma

cidade realmente muito organizada e que as pessoas que trabalham nos

lugares visitados realmente são capacitadas, pois falam com muita propriedade

dos assuntos pelos quais são responsáveis. Apesar de cansada fisicamente

pela longa viagem de ônibus até a capital, esta primeira visita me deixou muito

animada para vivenciar o que viria pela frente.

15h15 – Visita guiada ao Supremo Tribunal Federal

Monitora: Laura

O Supremo

Tribunal Federal

(STF), que também

foi projetado por

Oscar Niemeyer, foi

inaugurado em 21 de

abril de 1960 e faz

parte do Poder

Judiciário, sendo

então a instância

máxima da justiça no

país e é formado por

onze ministros, cuja

função principal é a

guarda da

Constituição Federal e o julgamento de ações de desrespeito às leis ou atos

normativos do país ou de um Estado específico. Assim como observado no

Fachada do Supremo Tribunal Federal

Palácio do Itamaraty, as importantes figuras para o STF também possuem

destaque através de esculturas, pinturas e bustos em bronze como o de Dom

Pedro I, de alguns ministros, de juristas como Epitácio Pessoa e Clóvis

Beviláqua – autor do primeiro Código Civil -, e novamente Barão do Rio

Branco, cujo nome é homenageado pela capital do Acre. Uma importante

pintura presente nesse espaço chama-se Os desbravadores de ontem e hoje,

do artista japonês Massanori Uragami, que retrata importantes episódios para a

história brasileira, incluindo a fundação de Brasília.

É no segundo andar do prédio que se encontra a sala que recebe visitas,

que é onde ocorre a troca de presentes entre convidados e presidentes da

corte. Um fato curioso, que talvez denote de certa forma uma hierarquia de

cargos dentro do contexto político da época, é que a cadeira destinada ao

intérprete das cerimônias ocorridas na sala é a menor e menos sofisticada de

todas que compõem o espaço. Ainda nesse andar é possível observar os

móveis que compunham o antigo plenário e outros itens como becas já

utilizadas durante as sessões; capelos; e presentes que foram recebidos como

o Alcorão, pinturas em tecido e pequenas esculturas.

No plenário

atual, as sessões são

abertas ao público,

sendo que a única

exigência existente

para poder participar

é a vestimenta social.

No plenário, o

presidente da corte

senta-se ao centro e,

então, são julgados

réus que podem ser

presidentes da

República, deputados,

senadores, os

próprios ministros do

Supremo Tribunal

Federal entre outros membros políticos. Além dos julgamentos, o plenário

também pode ser utilizado para acolher sessões solenes de homenagens a

figuras importantes. Um fato que achei curioso foi a presença do crucifixo

nesse espaço, que é casa do Poder Judiciário de um Estado laico. Porém, as

pessoas que formam esse Estado não são laicas, o que “justifica” o fato deste

símbolo da religião católica ainda ter permanecido nos ambientes dos Três

Poderes devido a votações realizadas entre seus membros.

Vista do interior do plenário do STF

Na saída do STF há uma parede com fotos de todos os ex-presidentes

da corte, sendo que o primeiro foi Albano Fragoso e o último representado é

Ayres Brito, evidenciando a necessidade de atualização dessa linha do tempo

já que, depois de Ayres Brito, Joaquim Barbosa foi presidente e agora o atual

presidente é Ricardo Lewandowski. O mandato dos presidentes do STF tem

duração de dois anos e estes são eleitos através de votação secreta entre os

seus próprios membros, sendo que há um acordo interno que prioriza os

membros mais velhos que ainda não ocuparam o cargo.

Uma obra que acho importante comentar é a escultura A Justiça, que

pode ser observada dentro e também fora do Supremo Tribunal Federal. Esta

escultura, de Alfredo Ceschiatti, possui ar imponente e vem com os olhos

vendados, o que demonstra a, pelo menos teórica, imparcialidade que deve ser

observada nas decisões tomadas pelos componentes do Supremo Tribunal

Federal.

Tanto essa visita como a

anterior ao Itamaraty tiveram um

caráter mais histórico, em minha

opinião, já que o foco foi mais o que

representava cada obra de arte

para a história daquele lugar, as

pessoas marcantes para aquele

espaço, como ocorriam eventos

antigamente e como acontecem

hoje. Foi uma experiência

importante que ajudou a clarear

muito do que foi importante para

formar o Brasil de hoje e que, de

certa forma, ainda guia o Brasil do

futuro.

19h30 – Apresentação da metodologia (ensinagem e escutatória),

conteúdo programático e plano de atividades – Auditório ESAF

Professores Marcelo Nerling e Douglas Andrade

Este momento aconteceu no auditório da própria ESAF, onde ficamos

hospedados durante a semana. Foi a atividade que encerrou o primeiro dia,

que logo de início me permitiu perceber que talvez uma das melhores maneiras

de se investir dinheiro público é realmente com atividades voltadas à educação,

nesse caso, a educação universitária. Fomos muito bem recebidos e

alimentados não apenas neste, mas em todos os outros dias que viriam.

Nesta atividade, nos foi apresentada a disciplina e as observações que

julguei mais importantes encontram-se a seguir. A disciplina A Cidade

Constitucional e a Capital da República começou em 2007, inicialmente como

Constituição Federal de 1988

uma viagem de projeto de extensão e engloba desde então os três pilares que

baseiam a Universidade de São Paulo: ensino, pesquisa e extensão. A

disciplina nos faz perceber que todos somos sujeitos concomitantemente

passivos e ativos no poder público e que o dia em que a universidade cumprir

seu verdadeiro papel será ela quem vai chamar à frente a relação entre

sociedade civil e sociedade política. Soubemos que um assunto que seria

tratado em mais de uma oportunidade durante a semana seria a educação

fiscal, tema importantíssimo que deve ser bem compreendido para que o

exercício cidadão ativo possa ser eficaz.

Dentre os objetivos do ensino formal segundo o Artigo 205 da

Constituição - desenvolver a personalidade, preparar para a cidadania e

preparar para o mundo do trabalho – creio que a disciplina contribuiu de forma

significativa para os três, mas principalmente para o segundo, pois auxiliou a

expandir os horizontes quanto à atuação dos diferentes poderes e à

possibilidade de atuação da sociedade civil dentro da esfera política.

O método da matéria consiste em mesclar a “ensinagem” (ensino +

aprendizagem) com a escutatória através de conteúdos cognitivos, referentes

ao preparo da cidadania pela noção de direitos e deveres, e de conteúdos

atitudinais, referentes à experiência não só dos discentes, como também dos

profissionais participantes.

Por fim, foi destacado que a palavra-chave para que qualquer política

pública possa ser implementada é programa, ou seja, a política deve se ligar a

programas para que seja eficaz e são nesses programas que deve haver

participação popular. Em todos os momentos que participássemos a partir de

então deveríamos ser motivados através da seguinte reflexão: como nós

podemos ser agentes e atuar no poder público local?

Segundo dia – 07/09/2014

5h00 – Nascer do sol no Palácio

da Alvorada

O Palácio da Alvorada, também

projetado por Oscar Niemeyer, é a

residência oficial do presidente da

República e o alvorecer neste cenário é

realmente incrível. Não me lembro

exatamente quanto tempo ficamos

observando o nascer do sol, pois essa foi

uma atividade em que realmente senti

necessidade de me desligar um pouco

dos horários que marcam o dia-a-dia,

mas creio que tenha sido um pouco mais Da esquerda para a direita: Ana, eu,

Marina, Letícia e Thainan em frente

ao Palácio da Alvorada

de uma hora que ficamos ali observando este que é um fenômeno lindo e que

ocorre todos os dias, muitas vezes despercebido pelo olhar humano. Ficar em

grupo conversando e conhecendo pessoas novas num cenário de alvorada é

um tempo de descontração, aprendizado e tranquilidade ao mesmo tempo e

contribui para desenvolver um pouco mais a nossa personalidade – um dos

objetivos do ensino formal -, através de reflexões pessoais motivadas por

momentos assim.

9h00 – Desfile Cívico Militar

Ao sairmos do

Palácio da Alvorada,

fomos às ruas que

circundam a Praça dos

Três Poderes para

esperarmos o início do

Desfile Cívico Militar,

que ocorre todos os

anos para lembrar a

independência do Brasil

no dia 07 de setembro.

Assim que chegamos,

recebemos uma

bandeirinha do Brasil e

um panfleto com o Hino

Nacional, o Hino da

Independência e as

atrações que veríamos

durante o desfile.

Os atos iniciais do desfile se deram através da chegada da presidenta da

República, Dilma Rousseff, à Tribuna Presidencial com honras militares do

Batalhão da Guarda Presidencial; da execução do Hino Nacional, seguida pela

execução do Hino da Independência; e da autorização pelo desfile com as

acrobacias aéreas da Esquadrilha da Fumaça, que realmente enche os olhos

de quem vê.

O grupo de abertura do desfile cívico de 7 de setembro de 2014 se

consolidou através do Fogo Simbólico da Pátria; dos Veteranos da Segunda

Guerra Mundial e ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira; e da

Banda da Polícia do Exército e ex-integrantes de Força de Paz.

O desfile cívico escolar mostrou a influências das diferentes nações na

formação do povo e da cultura brasileira, tendo se iniciado com a bandeira do

Brasil, de seus Estados e do Distrito Federal. A sequência desse desfile foi a

A bandeirinha e o panfleto que recebemos logo na chegada

ao desfile.

apresentação da Banda Musical da Secretaria Musical de Educação do Distrito

Federal e Corpo Coreográfico, formados por estudantes de diferentes regiões

de Brasília, como Planaltina, Santa Maria e Ceilândia, por exemplo. Após essa

apresentação, foi a vez da Banda da Associação Brasil SGI – BSGI,

representando a cultura dos povos italiano, alemão, espanhol e francês por

crianças e adolescentes das escolas de Samambaia, Santa Maria, Guará e

Riacho Fundo I. A Banda Marcial do Centro Educacional Católico de Brasília

realizou sua apresentação em seguida, representando os povos americanos,

ingleses, holandeses e asiáticos. Achei um pouco simplista ter reunido “povos

asiáticos” em uma única cultura, já que a Ásia é um continente enorme, com

culturas tão diversas. Talvez tivesse sido melhor escolher algum país

específico desse continente que tenha influenciado muito na cultura brasileira e

representá-lo de maneira mais profunda.

O desfile cívico militar foi o que teve mais atrações. Apresentaram-se a

Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro, a Força Aérea Brasileira, a Polícia

Militar do Distrito Federal, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e a

Força Nacional de Segurança Pública. As atrações desses grupos foram suas

próprias bandas; colégios;

batalhões; grupamentos;

pelotões; aeronaves;

pirâmides humanas; tropas

motorizadas, mecanizadas,

blindadas e hipomóveis; e

viaturas. As apresentações

são realmente muito bem

ensaiadas e ver aviões

escrevendo “Pátria

Amada... Brasil!” no céu é

um encanto, porém algo

que me chamou muito

atenção foi a idade das

pessoas que compunham

esses grupos. Muitos eram

jovens, com um olhar

completamente

disciplinado, o que, de certa

forma, é positivo, mas que

me preocupa ao imaginar

quais os discursos que levam esses jovens a se interessarem e se

apaixonarem pelas atividades militares. O desfile foi encerrado da mesma

maneira que foi iniciado: com honras militares.

Apresentação da pirâmide humana do Batalhão de

Polícia do Exército de Brasília

Uma observação que

acho importante destacar é a

presença e o entusiasmo de

crianças que estavam

assistindo o desfile. Sei que

esse encanto se deveu

principalmente às acrobacias

dos aviões ou talvez aos

uniformes usados, mas

espero que de alguma forma

aquele momento tenha sido

a chama inicial para pelo

menos algumas daquelas

crianças que as motive à

vontade de Constituição tão

comentada durante os dias dessa semana em Brasília. Que elas vão criando

cada vez mais a noção do porque estavam ali naquele – e talvez nos próximos

– 7 de setembro e que, ao crescerem, seus pais as incentivem a exercer o

papel ativo de cidadãos justos que juntos podem, sim, colaborar para a

construção de um país melhor.

Terceiro dia – 08/09/2014

8h30 - A cooperação técnica internacional - Educación Fiscal y cohesión

social – ESAF; USP; Representante da Oficina EUROsociAL II; FIIAPP;

El Salvador; Honduras

Representantes da Oficina EUROsociAL – FIIAPP (Fundación

Internacional y Para Iberoamérica de Administración y Políticas Públicas

Representante de Honduras – David Jerezano

Representante de El Salvador – Wendy Magarien

Diretora Geral da ESAF: Raimunda Ferreira de Almeida

Representante da União Europeia: Asier Luzuriaga

Coordenador da disciplina A Cidade Constitucional e a Capital da

República: Prof. Dr. Marcelo Arno Nerling

Responsável pela disciplina A Cidade Constitucional e a Capital da

República: Prof. Dr. Douglas Roque Andrade

Essa atividade foi iniciada com uma mesa de abertura composta pelos

profissionais acima citados, na qual cada um fez uma breve fala do que seria

aquele momento e do que esperava com a disciplina que estava sendo

oferecida durante aquela semana. Raimunda Ferreira de Almeida, diretora da

ESAF, frisou em sua fala que ao falar de cidade constitucional não dá para não

falar de cidadania, direitos humanos, dignidade humana e educação. Sem

educação é impossível construir uma cidade constitucional, já que a educação

contempla todas as formações socioculturais. Assim, é necessário haver uma

Crianças assistindo ao Desfile Cívico Militar

educação global, pois o cidadão global é emancipado, pensa criticamente, se

indigna com as desigualdades sociais e sabe que pode fazer parte da

mudança, já que suas atitudes levam à mudança coletiva. Raimunda afirma

que para uma cidade constitucional é necessário dois princípios: aprendizado

contínuo e aprendizado permanente. O professor Douglas Andrade foi mais

breve em sua colocação, mas destacou seu desejo que a vontade de

Constituição seja confirmada em nossas atitudes e não só em palavras. Tenho

certeza que o professor Douglas fala do que seu coração está cheio, então

essa vontade de Constituição realmente nos inspira a realizar esse desejo. O

representante de

Honduras, David

Jerezano, também

utilizou poucas

palavras, mas deixou

evidente que A

Cidade Constitucional

e a Capital da

República serve

como ambição para o

desenvolvimento de

novos projetos em

seu país. Wendy

Magarien,

representando El

Salvador, mostrou

que estava ansiosa por conhecer a iniciativa e que estava orgulhosa em

compartilhar conosco essa oportunidade. O representante da União Europeia,

Asier Luzuriaga, também foi sucinto e viu a disciplina como uma troca de

experiências com importância política e social. Quem formalizou a abertura foi

o professor Marcelo Nerling, afirmando que o desejo por trás d’A Cidade

Constitucional e a Capital da República é republicano, de uma sociedade mais

justa e igualitária. Numa cidade constitucional, o Estado deve estar a serviço

dos povos e deve promover o estreitamento das relações entre os povos. Além

disso, o professor abriu nossos olhos para algo que talvez já tenhamos

percebido em momentos distintos de nossa vida, mas que nem sempre

paramos para pensar: o fato de que por trás de tudo existe algo chamado

trabalho, trabalho pelo bem comum e na busca pelo interesse público. Uma

frase que marcou a fala do professor foi “Cuidado com o que tu desejas, pois tu

podes conseguir”. Que desejemos então, a Cidade Constitucional.

Após a abertura da atividade, Asier Luzuriaga tomou a palavra e em sua

fala contou brevemente a formação da União Europeia e o processo de

integração. Luzuriaga evidenciou em sua fala que o processo de construção

europeia segue até os dias de hoje com um caráter mais economista e de base

Da esquerda para a direita: Wendy Magarien, David

Jerezano, Marcelo Nerling, Raimunda de Almeida, Asier

Luzuriaga e Douglas Andrade na mesa de abertura

democrática, sendo que só foi possível a junção de países como Espanha,

Grécia e Portugal à União Europeia quando acabou a ditadura nesses países e

quando assumiram, então, a democracia como forma de governo. O maior

símbolo de integração da União Europeia é o euro como moeda corrente em

todos os países que a compõem. Um ponto importante destacado por Asier é

que o termo “comunidade europeia” é um termo inadequado de ser aplicado; o

correto é realmente União Europeia. Entre alguns acontecimentos importantes

para a União Europeia, Asier Luzuriaga destacou a queda de Muro de Berlim

em 1989; o Tratado de Maastricht em 1992, que instituiu o pilar de política

exterior; o Tratado de Amsterdam em 1997, sem o qual não é possível entrar

na União Europeia e que define as bases dos direitos humanos, da democracia

e da justiça nos países pertencentes à União; e o Tratado de Lisboa em 2007.

Pelos tratados, os europeus têm a obrigação de trabalhar em prol dos direitos

humanos dentro e fora de seus territórios. Após sair da dinâmica dos tratados,

instaura-se, então, a Constituição, que mantém as ideias e bases da União

Europeia mais bem definidas. Por fim, o gostaria de lembrar desta atividade é

que Asier Luzuriaga afirmou que é a busca por experiências comuns que

permitem melhor educação fiscal e coesão social tanto entre países que

compõem a União Europeia quanto entre estes e a comunidade externa.

10h00 – IV Seminário USP-ESAF – Sustentabilidade Ambiental

Diretor de Cooperação Técnica da ESAF: Paulo Mauger

Diretora de Educação da ESAF: Lucíola Maurício de Arruda

Halisson Palmeiras

Para iniciar sua fala, Paulo Mauger fez

uma ligação com a palestra anterior do

representante da União Europeia

dizendo que Brasília é uma unidade

federada que não é integrada

regionalmente, sendo assim, a visão da

coesão social presente na União

Europeia poderia permitir alguns

avanços para esta unidade em forma de

avião, cuja “cabeça” é o Palácio do

Planalto, indicando quem toma as

decisões.

Em seguida, Paulo evidenciou

alguns anos importantes para a história

da Escola de Administração Fazendária,

já com 40 anos. Em 1945 houve a

criação dos cursos de aperfeiçoamento do Ministério da Fazenda; em 1967 foi

Diretor Paulo Mauger (em pé) e

professor Marcelo Nerling (sentado)

criado o Centro de Treinamento do Ministério da Fazenda, que a partir de 1973

passaria a ser chamado de Escola de Administração Fazendária,

caracterizando sua criação legal; em 1975 foi instalada a sede própria da

ESAF; e em 1976 foi aprovado seu regimento interno.

A ESAF é uma empresa pública que compõe um dos sete órgãos do

Ministério da Fazenda e, para o diretor, uma grande frente da escola são os

concursos. Inicialmente, a parte técnica da ESAF era limitada, comparada ao

que se apresenta atualmente. Na ESAF há treinamentos para gestão de

conflitos (o Programa Geral da Fazenda Nacional é um exemplo, que prepara

3000 pessoas para resolver os conflitos da fazenda), com interesse da nação,

da sociedade e da fazenda. Assim, a ESAF é um órgão que capacita

servidores públicos para o progresso do país. Além dos aspectos técnicos, há

quatro livros abertos com os pilares do conhecimento: 1) Saber aprender e

aprender a conhecer; 2) Saber conviver e aprender a viver; 3) Saber fazer e

aprender a fazer; 4) Saber ser, aprender a ser e desenvolvimento integral.

Assim, segundo o diretor, a ESAF busca a transformação das pessoas pelo

conhecimento, com a missão de desenvolver pessoas para o aperfeiçoamento

da gestão das finanças públicas e a promoção da cidadania.

Após essa introdução sobre a ESAF, Paulo Mauger voltou-se mais ao

tema da palestra, dizendo que sustentabilidade e finanças públicas tem tudo a

ver, sendo que a missão do Ministério da Fazenda é justamente a promoção do

desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade na ESAF surgiu da

cooperação alemã, focada no desenvolvimento sustentável. Há um acordo

entre a ESAF e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) para treinar pessoas

para a sustentabilidade, cuja proposta é básica, com princípios de economia de

água, energia, entre outros.

Seguida desta fala, Mauger fez um breve parênteses antes de continuar

sobre a sustentabilidade na ESAF, dizendo que é de extrema importância para

os cidadãos estarem atentos ao Open Government Partnership (Governo

Aberto), uma plataforma internacional lançada em 2011, cujo objetivo é fazer

com que os governos se tornem mais abertos, transparentes e responsáveis

pelos cidadãos. No Brasil, o acesso à informação pública, a Lei de

Responsabilidade Fiscal, a criação da CGU (Controladoria Geral da União) e o

Portal da Transparência do Governo Federal são alguns dos resultados,

mesmo que nem sempre 100% eficazes, da parceria para o Governo Aberto.

Além dessa iniciativa, Paulo Mauger também destacou os chamados Objetivos

do Milênio (ODM), que foram estabelecidos em 2000 pela Organização das

Nações Unidas e que são 1 - Acabar com a fome e a miséria; 2 - Oferecer

educação básica de qualidade para todos; 3 - Promover a igualdade entre os

sexos e a autonomia das mulheres; 4 - Reduzir a mortalidade infantil; 5 -

Melhorar a saúde das gestantes; 6 - Combater a Aids, a malária e outras

doenças; 7 - Garantir

qualidade de vida e

respeito ao meio

ambiente; 8 - Estabelecer

parcerias para o

desenvolvimento.

Continuando, o

diretor de cooperação

técnica da ESAF falou

que, após a associação ao

MMA, a ESAF entrou em

contato com a agência de

cooperação da Alemanha.

Assim, alemães assinaram

o acordo de cooperação e

aceleraram a iniciativa de

conversas entre finanças e meio ambiente, onde o controle social é uma

importante ferramenta. Em outubro de 2013 foi realizado o primeiro diálogo

finanças e meio ambiente promovido pela ESAF, cujo foco do trabalho para

sustentabilidade é a eficiência energética. Como exemplo, Paulo Mauger citou

que um bloco da esplanada tem uma conta de luz de aproximadamente 100 mil

reais por mês; no total, há 38.000 prédios públicos das três esferas, que

gastam 1 bilhão e 300 mil reais só com energia; assim, quer-se aplicar todos os

modelos de eficiência energética. Além disso, na ESAF há tratamento de

resíduos da poda das árvores e dos alimentos. Para Paulo Mauger, um dos

grandes desafios é a comunicação e o monitoramento dos resultados da

cooperação técnica.

Terminada a fala do diretor, foi a vez da diretora de educação da ESAF

tomar a palavra. Lucíola de Arruda complementou informações sobre a ESAF

dizendo que há 10 centros de treinamento da escola com estrutura

descentralizada. Lucíola relembrou que a ESAF atua na seleção e no

recrutamento de servidores, contribuindo para a formação inicial de suas

carreiras, harmonizando e complementando a formação prévia dos candidatos.

A capacitação ocorre em diversas áreas, tais como: finanças públicas e áreas

afins; gerencial; técnico-operacional; comportamental; e de pedagogia, estudos

e pesquisas. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) é uma das

parcerias feitas pela ESAF.

Seguida da fala de Lucíola de Arruda, veio a fala do Halisson, que disse

que em 1997 a escola sentiu a necessidade de preparar mais servidores

através da capacitação online. Os cursos vão desde a esfera federal até a

municipal é há toda uma estrutura especial para manter os cursos de educação

à distância. Atualmente, há uma demanda reprimida muito grande para os

Os Objetivos do Milênio

cursos da ESAF, ou seja, há demanda maior do que a capacidade e há poucas

reprovações em todos os cursos que são oferecidos. Halisson lembrou, para

finalizar sua fala, que hoje há uma legislação que obriga os órgãos públicos a

possuírem uma logística sustentável.

Para finalizar essa

atividade, o professor Marcelo

Nerling fez uma síntese do que

havia sido discutido,

evidenciando a importância da

cooperação internacional e a

relevância de saber falar outros

idiomas como o espanhol e o

inglês, já que será cada vez mais

constante em nossas vidas de

estudantes vivermos momentos como esses em que alguns palestrantes

expõem suas ideias em outras línguas. O conhecimento envolve relações

pessoais e sociais em meio ao ambiente circundante, o que exige um

pensamento local que seja capaz de estender-se também ao global. A ESAF

não só ensina e prepara servidores, como busca um perfil de servidor público

vocacionado, já que a administração pública é um lugar para servir o povo. O

Programa Nacional de Educação Fiscal e o Programa Nacional de Educação

Financeira são estratégias importantes e sem essas estratégias não é possível

haver cidade constitucional. Sem a colaboração popular, não há avanços,

dessa forma, é como cidadãos ativos que faremos com que a administração

pública melhore. Para o professor, se a programação da manhã deste terceiro

dia fosse denominada, ela teria como tema “escolas de governo”.

Essas atividades que compuseram o período da manhã foram

importantes para compreender qual o papel daquele lugar em que nós fomos

tão bem recebidos. Não sabia da existência da ESAF antes de participar deste

projeto e achei, particularmente, uma iniciativa muito boa. Além disso, com as

falas dos palestrantes foi possível perceber ainda mais que a área do meio

ambiente, pela qual tenho muito interesse, realmente pode e deve estar

presente na atuação dos órgãos políticos, o que contribui para avanços locais e

também nacionais.

15h00 – Participação da sociedade civil no processo de preparação da

contribuição nacionalmente determinada do Brasil ao novo acordo sob a

Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima –

Palácio do Itamaraty

No período da tarde, não participei das atividades que estavam na

programação original da disciplina (14h30 - A Rede Nacional de Escolas de

Governo, o Sistema da União e a Política Nacional de Desenvolvimento de

Logomarca da Escola de Administração

Fazendária (ESAF)

Pessoal; 15h15 –A cooperação internacional na ENAP; 16H00 – Deslocamento

Esplanada dos Ministérios), pois entre as 15h00 e as 18h00 ocorreu essa

atividade cujo título encontra-se acima e que era de meu interesse por se tratar

de um assunto totalmente relacionado à área ambiental.

Participaram da reunião representantes da União Geral dos Trabalhadores;

da Força Sindical; da Universidade de Brasília; do observatório do clima; da

juventude ambientalista da ONU; do Grupo Carta de Belém; do Global

Certification Forum; do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; do

Ministério da Agricultura; do Ministério da Fazenda; do Ministério do Meio

Ambiente; da Central Única dos Trabalhadores; do Palácio do Itamaraty; além

de pessoas que foram por interesse pessoal.

Esse contato entre sociedade civil e representantes de diversas instituições

é uma consequência da última Conferência das Partes (COP 19) em Varsóvia.

A COP atual é a COP 20, em Lima e a próxima COP será em Paris. As COPs

costumam tratar de temas que não são correntes na sociedade brasileira. Foi a

Divisão de Clima quem estruturou a primeira parte da consulta à população,

sendo que as reuniões ocorrem de forma presencial e através da internet. Essa

reunião da qual participei é a reunião de abertura para dialogar com todos os

interessados. Não sei como foi a divulgação da reunião em Brasília, porém

mesmo sendo da área não ficaria sabendo que ocorreria essa reunião se não

fosse pela atenção do professor Marcelo Nerling. Talvez pudessem aprimorar a

questão da divulgação nas próximas edições, pois creio que há mais pessoas

que se interessam pelo assunto e que não participaram porque não ficaram

sabendo da programação.

A dinâmica da reunião se deu através de perguntas, percepções gerais e

comentários dos presentes, respondidas pelos responsáveis pela elaboração

do relatório preliminar. Uma das perguntas que foram realizadas foi sobre uma

avaliação das propostas recebidas pela população, se houve alguma avaliação

e qual seria ela. A resposta mostrou que as propostas foram avaliadas como

boas e bem qualificadas, sendo que 200 pessoas já haviam respondido a

consulta até aquele momento, demonstrando interesse e acompanhamento do

tema em linhas gerais, atingindo o objetivo dessa etapa. Ainda nesse âmbito de

análises, foi questionado se a participação da população foi avaliada. A

resposta foi que sim, que na página 19 do relatório consta a avaliação

quantitativa das respostas dadas para os diferentes setores.

Um dos participantes da reunião sugeriu internalizar os custos de uma não

ação, no sentido de evidenciar a urgência e os benefícios da ação em questão

de mudança do clima, já que uma questão de custo não é só dispêndio, mas

também de amortização. O comentário de retorno à sugestão pautou-se no fato

que o Brasil defende que os países tenham a capacidade de incluir meios de

implementação e adaptação, além da mitigação e que houve preocupação na

consulta de ir além deste último item, concordando, então, com a sugestão.

Outra proposta realizada foi a de ampliar a capacidade de participação efetiva

e representativa para que mais partes interessadas pudessem contribuir para o

momento. Foi dito, então, que a transmissão ao vivo via internet e a recepção

de e-mails durante a reunião cumpre esse objetivo de forma remota, para

atingir maior amplitude de pessoas e que o espírito de transparência e inclusão

é um esforço contínuo que vem sendo buscado.

Após essas propostas, foi perguntado se todos os temas serão abordados

na contribuição brasileira em relação à consulta pública. Foi respondido que as

contribuições estarão disponíveis antes da COP de 2015 e que os temas

devem ser mais amplos e não se restringir apenas à mitigação. Ainda há

conversas em curso sobre o que os países julgam necessário em relação aos

temas, que devem ser comuns e comparáveis. Há necessidade de um

pensamento em prol de um documento vinculante com visão do

multilateralismo como resposta.

Outra questão que

acho importante

destacar é o que se

configura como um

peso político do ponto

de vista das

negociações entre

países e se o fato de o

Brasil não ter ratificado

o Protocolo de Nagoya

interfere nas

negociações. Quanto a

isso, falou-se que não

se pode deixar de levar

em conta os problemas

brasileiros e o tipo de

futuro que terá o povo

brasileiro, além dos

patrimônios nacionais.

As forças e fraquezas

tanto do âmbito social quanto do natural não podem deixar de ser levadas em

conta nesse processo. A negociação entre os países é complexa, já que o que

difere países desenvolvidos dos em desenvolvimento é a capacidade de

priorizar o desenvolvimento social dentro do desenvolvimento sustentável.

Quanto ao protocolo, a não ratificação do Brasil não afeta as negociações.

Em seguida, comentou-se a importância de aprofundar a dinâmica para

atingir a população mais impactada pelas mudanças climáticas e foi reforçado

Foto do local e dos participantes da reunião “Participação

da sociedade civil no processo de preparação da

contribuição nacionalmente determinada do Brasil ao novo

acordo sob a Convenção Quadro das Nações Unidas

sobre Mudança do Clima”

que estão trabalhando nesse sentido e que há fortes compromissos nacionais e

internacionais em favor dos mais afetados, sendo que as políticas públicas

refletem o momento em que estão sendo aplicadas e que há um esforço

coletivo mundial para conter as mudanças que vêm ocorrendo. Apesar dessa

afirmação, eu não senti tanta firmeza na eficiência desses ditos compromissos

nacionais e concordo que ainda deve haver maior preocupação com aqueles

que têm menos condições de enfrentar adequadamente as consequências de

mudanças climáticas.

Foi observado que, para o Brasil, as atitudes tardias serão um peso,

Mitigação custa caro, pois nossa economia não se ajustou. Não temos um

sistema de energia solar estruturado, mesmo como enorme potencial

observado. É preciso levar em conta quais impactos serão gerados pelas

consequências de oportunidades perdidas. Infelizmente, muitos países

desenvolvidos ainda acreditam que o caminho é “cada país fazer o que quiser”,

desconsiderando que as ações aplicadas ou deixadas de serem aplicadas em

um país podem trazer sérias consequências positivas ou negativas para outro.

A tendência do protagonismo do Brasil foi outra pergunta relevante durante

a reunião. Foi respondido que mais do que protagonismo, é uma questão de

clareza quanto aos nossos objetivos, de questões que não podem deixar de

serem levadas em conta. O anseio é do protagonismo em todos os aspectos,

não apenas da mitigação, mas estendendo-se à implementação e adaptação.

Porém, apesar de todos os avanços, ainda persistem situações que nos

colocam como países em desenvolvimento.

Houve certo conflito de opiniões quando foi lançada a observação de que a

posição brasileira está sendo acusada por outros países de dar cobertura aos

piores emissores de poluentes. Discordando da visão exposta, a resposta

encaminhou-se no sentido que se as posições de cada país forem

destrinchadas, não será possível chegar a resultados eficazes. Foi dito que

somos um país responsável trabalhando pelo interesse nacional e que a

presente negociação é complexa, sendo que não podemos ficar reféns dos

“pitacos” dos outros países.

Novamente, foi retomado o ponto de que não agir pode sair mais caro do

que agir, que o capitalismo impõe certas questões como a competitividade e

que o interesse nacional é subjetivo. O Brasil defende a ação antecipada. Os

países que não têm necessidade de mitigar (como o Brasil) são os que mais

estão mitigando. Por fim, foi dito que existe consciência coletiva da

necessidade de um acordo entre países em relação à mudança do clima.

Fazendo agora uma descrição mais detalhada sobre o que ouvi na reunião,

posso dizer que houve aprendizado e que não foi tempo perdido participar

desse momento. Porém, creio que as expectativas criadas antes da

participação fizeram com que eu me decepcionasse um pouco em relação ao

que presenciei. Inicialmente, achava que seria algo mais informativo em

relação às mudanças climáticas de um modo geral, o que, em minha opinião,

teria sido de melhor proveito mesmo para quem não é dessa área. De qualquer

forma, achei interessante ter uma ideia de como é a dinâmica dessas reuniões

e quais agentes costumam participar delas.

19h30 – Programa Nacional de Educação Fiscal do Brasil – PNEF:

Educação Fiscal e preparo da cidadania

Gerente do Programa Nacional de Educação Fiscal do Brasil: Ronaldo

Iunes

Essa palestra teve como principal

objetivo nos mostrar como funciona o

Programa Nacional de Educação Fiscal

(PNEF) e foi muito valiosa, visto que pude

conhecer este programa que não é muito

divulgado nas mídias, mas que se aplicado

corretamente pode ser de grande influência

para os rumos econômicos do país.

O PNEF foi criado pela portaria conjunta

413/2002 pelo Ministério da Fazenda (MF) e

pelo Ministério da Educação (MEC) e lida

diretamente com conteúdos atitudinais, onde

exatamente reside um dos desafios do

programa, já que não se muda a atitude das

pessoas facilmente. O programa tem como

foco a cidadania e visa auxiliar na construção

de uma sociedade livre, justa e igualitária.

Ronaldo Iunes explicou que os tributos fazem

parte da cidadania, já que todo cidadão tem

direitos e deveres e o dever básico do cidadão

está em justamente pagar os tributos. Se os

tributos são suficientes, não há maiores

problemas, se não, é um indício de que a

sociedade não caminha como deveria. Se poucas pessoas pagam,

consequentemente os tributos aumentam, por isso é de fundamental

importância cada cidadão ter consciência dos seus atos.

A missão do PNEF é compartilhar conhecimentos e interagir com a

sociedade sobre a origem, aplicação e controle dos recursos públicos,

favorecendo a participação social, sendo que o programa é guiado por valores

como cidadania, comprometimento, efetividade, ética, justiça, solidariedade e

transparência. Seus princípios fundamentais baseiam-se na soberania, na

dignidade da pessoa humana e no pluralismo.

Ronaldo Iunes falando sobre o

Programa Nacional de Educação

Fiscal

Após essa introdução sobre o programa, Iunes passou um vídeo do

canal do site youtube “Porta dos Fundos” chamado “Pão Nosso” que satiriza o

comportamento de um padeiro que com argumentos religiosos infundados

tenta justificar o não pagamento dos impostos num período de dez anos.

Obviamente, o humor faz uma exageração, porém mostra como é possível

observar situações de não cumprimento desse dever de cidadania.

Em seguida, Ronaldo Iunes tornou a falar das atuações do programa e

evidenciou que sua força encontra-se em suas instituições gestoras e na

participação independente de seus diversos entes. O PNEF é estruturado nas

esferas governamentais (União, Estados e municípios), que são orientadas

pelas diretrizes nacionais definidas pelo Grupo Nacional de Educação Fiscal.

Os órgãos federais participantes do programa são o Ministério da Fazenda, o

Ministério da Educação, o Ministério Público e a Controladoria-Geral da União;

os órgãos estaduais são a Secretaria da Fazenda Estadual e a Secretaria da

Educação Estadual; os órgãos municipais são a Secretaria de Finanças

Municipal e a Secretaria de Educação Municipal. Essa estruturação baseada

nas diversas esferas traz como desafio o desperdício de recursos e tempo

devido à dificuldade em promover o diálogo e a convergência entre órgãos e

secretarias, principalmente quando seus líderes são de partidos com ideologias

distintas ou opostas.

O conteúdo do programa é tratado com hábitos circulares, onde uma

ação leva a outra, para ser absorvido de forma evolutiva com a participação

direta da sociedade na gestão administrativa dos recursos públicos. É a ESAF

quem organiza o PNEF e ela promove um curso à distância com várias ações

chamado DEF – Disseminadores de Educação Fiscal -, que é o principal

produto do programa, possibilitando que os conteúdos de educação fiscal

sejam veiculados em todo o território nacional de maneira uniforme e com

baixo custo. Apesar do incentivo aos observatórios nacionais, uma dificuldade

atual é associar os programas governamentais para sustentar o programa.

Esta atividade foi encerrada com a seguinte frase de Humberto

Maturana: “o educar se constitui no processo em que a criança ou o adulto

convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma

espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente

mais congruente com o do outro no espaço de convivência”. Particularmente,

achei a iniciativa do PNEF muito boa, mas creio que poderia haver mais

divulgação, para que mais pessoas saibam o que ele está proporcionando e

como é possível participar de maneira mais direta. Entretanto, acredito que o

simples fato dos que estavam ali ouvindo sobre o programa terem conhecido e

recebido material específico sobre o PNEF já pode ser considerado um bom

meio de divulgação através de possíveis agentes disseminadores.

20h25 – Administração tributária e educacional: exemplos de

aproximação pela Receita Federal do Brasil – RFB

Coordenador de Educação Fiscal e Memória Institucional da Receita

Federal do Brasil: Antonio Henrique Lindemberg Baltazar

Antonio Lindemberg

continuou as atividades da noite

falando sobre tributação de um

modo mais geral, não ligado

apenas a um programa nacional

específico, e falou representando

a Receita Federal do

Brasil(RFB), onde trabalha. De

acordo com o coordenador de

Educação Fiscal e Memória

Institucional da RFB, este órgão

tem uma coordenação específica

que trabalha com educação

fiscal, visando construir uma

reflexão sobre a tributação. Para

Antonio, não é possível um

Estado ameaçar pela força para

que a sociedade pague seus

tributos e eu concordo

plenamente com essa fala, que

foi contextualizada no cenário da Primeira Guerra Mundial, onde houve a

fragilização da Alemanha, que voltou o pensamento para a reconstrução

baseada na força (positivismo jurídico), onde o cumprimento das normas pela

sociedade dependia do medo que ela tinha de seu descumprimento.

É apenas após a Segunda Guerra Mundial que começa a haver uma

reaproximação dos princípios de ética e moral ao exercício do Estado, já que

percebe-se que um Estado não consegue sobreviver apenas sancionando pela

força. É nesse contexto que passa-se ao Estado que tenta incorporar eticidade

e educação fiscal. Não há como a sociedade cumprir as normas se não tiver o

mínimo de noção sobre a importância dessas normas.

Após essa introdução, Lindemberg passou a um momento mais

interativo, onde fez algumas perguntas dirigidas aos ouvintes, que juntos a ele

foram refletindo sobre o assunto em pauta e elaborando respostas. Uma das

perguntas foi: por que se tributa? Em termos gerais, se tributa porque o Estado

precisa se financiar para que possa executar as políticas públicas. Nesse

momento, recordou-se que existe um sentimento de odiosidade fiscal por parte

da sociedade por inúmeros motivos. Então, a segunda pergunta foi lançada:

quais seriam as opções se não houvesse tributos (taxas, impostos e

Letícia, Thainan, o palestrante Antonio

Lindemberg, Ana, Marina e eu após ouvirmos

sobre administração tributária

contribuições)? As ideias surgidas foram: intervenção direta do Estado na

economia, desconstrução do Estado, escambo. À medida que as ideias foram

sendo expostas, Antonio Lindemberg foi rebatendo-as com argumentos

consistentes e mostrando porque não dariam certo. Então, o representante da

RFB deu exemplos de alguns fatos que ocorreram: 1) década de 1970 –

contexto da crise do petróleo – ideia: aumentar a produção e circulação de

moeda – consequência: auge inflacionário decorrente da emissão de moeda

sem lastro financeiro; 2) Estado se financiando com endividamento

internacional – consequência: perda da soberania real de um país – exemplo:

Fundo Monetário Internacional (FMI) “obrigou” a união da Secretaria Tributária

à Previdenciária através de ameaças de não haver mais empréstimos ao Brasil;

3) colonização. Todas essas são hipóteses testadas, provadas e falidas. A

tributação apresenta-se como o sistema mais democrático de financiamento de

um Estado. Surgiu então o outro questionamento: por que então existe a

odiosidade quanto à tributação? As ideias levantadas basearam-se nos fatos

de não haver um retorno adequado em relação à quantia que é paga; de a

tributação ser considerada regressiva; do Estado ser omisso na prestação de

contas à sociedade, já que os serviços públicos são financiados por meio dos

tributos e a comunicação é o principal instrumento de soberania.

Em síntese, dois discursos (baseados em ilusões e falácias) no Brasil

são: “a carga tributária é alta” e “carga tributária é boa quando é baixa”. Em

nosso país, infelizmente, existe um desejo muito grande em possuir uma carga

tributária similar à do Paraguai, mas serviços públicos similares aos da Suécia,

relação impossível de acontecer. Então, a discussão fundamental não é se a

carga é alta ou baixa, mas se ela é ou não adequada e equânime. Um exemplo

de uma característica que não é equânime na tributação brasileira é o fato de

proprietários de aeronaves e embarcações privadas (bens que demonstram

riqueza) serem isentos de impostos. O Brasil tem uma tributação baixa sobre

patrimônio, renda e movimentação financeira, porém alta sobre o consumo,

sendo que é importante lembrar que em relação ao consumo, tanto ricos

quanto pobres possuem tributação igual.

Essa palestra, em minha opinião, foi uma das melhores da programação,

pois ajudou muito a refletir sobre a tributação, que é um assunto

importantíssimo para o país, fora do senso comum, baseado muitas vezes em

teorias e justificativas que não se sustentam. As atividades da noite poderiam,

então, ser englobadas no tema “educação fiscal”.

Quarto dia – 09/09/2014

9h00 – V Seminário USP – Controladoria-Geral da União

Secretário Executivo da CGU: Carlos Higino Alencar

Essa atividade da manhã

de terça-feira consistiu

basicamente em expor a atuação

da Controladoria-Geral da União

(CGU). A CGU é um órgão do

poder executivo que exerce o

controle interno deste. Fazem

trabalhos na área de

investigação e combate à

corrupção. Carlos Alencar afirma

que houve evolução na questão da

corrupção na sociedade brasileira,

mas que o discurso sobre isso às vezes cai para um lado um pouco moralista,

sendo que o tema exigiria, na verdade, um discurso mais maduro. O secretário

lembra que os últimos três presidentes da França estão passando por

processos devido à corrupção; que a Alemanha dá incentivo fiscal à corrupção

de outros países; que o final do mandato de senador de Barack Obama foi

vendido, logo, aquela ilusão de que o problema da corrupção ocorre apenas no

Brasil ou em países subdesenvolvidos é ingênua e errônea. Para o Carlos, o

que precisa é ter efetividade no combate e na punição à corrupção. A missão

da CGU é tentar acompanhar a gestão pública e dar respostas efetivas ao

problema da corrupção.

Duas leis importantes que auxiliam nesse processo e que foram

destacadas foram a Lei 13019/14, que é a lei do marco regulatório, que muda o

patamar de relação entre sociedade e governo, e a Lei 12527/11, de acesso à

informação, que permite que todo documento que não seja secreto possa ser

acessado. Na época da ditadura não havia nem como denunciar. Atualmente,

está bem mais transparente e é papel da sociedade exigir que esse combate

seja mais efetivo.

Esse momento foi importante para perceber que a corrupção não existe

apenas em nosso país, porém, mesmo que o apoio da população no processo

de combate à corrupção seja necessário e de extrema importância, ainda creio

que deveria haver mais esforços por parte da CGU, como órgão do governo,

para efetivar a eficácia das respostas às diversas realidades de corrupção

observadas em território nacional.

9h40 – Observatório da Despesa Pública

Coordenador do Observatório da Despesa Pública: Henrique Rocha

Carlos Higino Alencar falando sobre a

atuação da CGU

Da mesma maneira que o momento

anterior destinou-se à apresentação das

atividades da CGU, este momento expôs

como atua o Observatório da Despesa

Pública (ODP). O ODP é uma unidade

permanente da CGU que produz

informações estratégicas e monitora os

gastos públicos; identifica riscos de fraude,

irregularidade de mau uso de recurso

público e apoia a tomada de decisão dos

gestores públicos. Seu objetivo é a defesa

do patrimônio público e incremento da

transparência da gestão. O observatório

conta com o apoio de 600.000 servidores

públicos, 53.000 unidades administrativas e

39 ministérios. Seu grupo de especialistas

é composto principalmente por auditores,

analistas, advogados e técnicos da

informação.

A tecnologia do observatório possui técnicas e ferramentas avançadas

baseadas em dados do próprio governo, sendo que as principais são data

matching (cruzamento de dados), estatísticas, mineração de dados e textos,

data warehouse e sistemas baseados em reconhecimento de padrões. Os

temas de monitoramento estão agrupados em três categorias principais:

programas sociais (exemplos: Bolsa Família, Garantia Safra); licitações e

contratos (exemplos: compras-net, Organização da Sociedade Civil de

Interesse Público – OSCIP -, Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de

Repasse do Governo Federal – Siconv) ; e gastos administrativos (exemplo:

Sistema de Concessão de Diárias e Passagens – SCDP -, terceirizações).

Dentro dessas categorias há 217 trilhas de auditoria, cuja ideia é emitir alertas

em caso de risco potencial.

Um caso comum na administração pública é o fracionamento para

dispensar licitação. As punições podem ser cancelamentos de licitação,

sindicâncias, demissões, ressarcimento de valores. O ODP recebe

aproximadamente 100.000 alertas por ano, cujos exemplos podem ser:

programas sociais – 16.077 famílias com veículos acima de R$50.000;

licitações e contratos – 20 parlamentares sócios de empresas com contratos

com o governo; gastos administrativos – 450 empregados terceirizados com

acesso ao Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI). Porém,

casos como esses devem ser analisados com cuidado, é preciso averiguar, já

que o caso dos veículos de famílias que recebem auxílio muitas vezes pode ser

Fachada do prédio da CGU

caso de laranjas, por exemplo, então não é

possível cancelar os benefícios de uma vez.

A impressão que tive desta palestra é

que, infelizmente, a teoria é melhor que a

prática. A atuação do ODP pode ser eficaz

sim em muitas das situações mencionadas e

me parece que seus especialistas são

realmente bem preparados, porém, não senti

firmeza quando, por exemplo, algumas

questões provocativas foram levantadas por

estudantes do grupo, já que o palestrante

(não só dessa atividade, mas em geral dos

momentos na CGU) algumas vezes dizia

que quem iria responder seria o próximo que

iria falar, o que fazia com que

esquecêssemos a pergunta que havia sido

feita, que não obtinha resposta plausível.

10h20 – O controle interno e o papel da CGU no aperfeiçoamento dos

programas governamentais

Diretor de planejamento da Secretaria Federal de Controle Interno da

CGU: Ronald da Silva Balbe

Ronald da Silva Balbe iniciou falando que o papel da CGU no

aperfeiçoamento dos programas governamentais é justamente o apoio aos

gestores públicos para melhorar os serviços públicos. O desafio do controle

interno no Brasil reside principalmente no seu notável crescimento: há 100

anos, a economia brasileira era primário-exportadora e hoje é a sexta

economia do mundo; em 1920, a população era de 30 milhões de habitantes,

tendo aumentado para incríveis 202 milhões nos dias atuais. O diretor de

planejamento organizou sua apresentação em três partes, que se encontram

abaixo.

I – O Sistema de Controle Interno Federal

Ao se dizer “fazer o controle interno”, a referência é ao controle sobre as

políticas públicas que são aplicadas no país. Esse sistema visa à avaliação da

ação governamental e da gestão dos administradores públicos federais. A CGU

é o órgão central desse sistema, que também é composto pela Secretaria

Federal de Controle Interno, além das secretarias regionais e de órgãos

setoriais. Há unidades de auditoria interna, sujeitas à orientação normativa e

supervisão técnica do órgão central, e assessores especiais de controle interno

nos ministérios.

Henrique Rocha falando

sobre o ODP

Os eixos do sistema são a avaliação da execução de programas de

governo; a avaliação da gestão; a orientação e a capacitação, pois o objetivo

não é só apontar problemas, mas ser capaz de solucioná-los, sendo que quase

45.000 servidores foram capacitados entre 2009 e 2014 e é por meio dessas

capacitações que são feitas orientações baseadas nos aprendizados dos erros

já cometidos; e ação investigativa, feita em parceria com a atividade policial,

sendo que mais de 140 auditorias especiais e operações foram realizadas

entre 2003 e 2014, das quais são exemplos as operações sanguessuga,

navalha e telhado de vidro. Dentro desses eixos, há mais de 20 programas de

governo que são acompanhados. Nesse momento, Ronald passou um vídeo

sobre a Avaliação de Execução dos Programas de Governo (AEPG). O diretor

de planejamento reforçou que há 600 auditorias anuais de contas e

monitoramento à distância permanente dos atos de gestão de 1000 unidades.

II – Controle Interno Administrativo

O conceito apresentado de

Controle Interno Administrativo afirma

que este é o conjunto de atividades,

planos, métodos e procedimentos

interligados, utilizado com vistas a

assegurar que os objetivos dos órgãos

e entidades da administração pública

sejam alcançados, de forma confiável e

concreta, evidenciando eventuais

desvios ao longo da gestão, até a

consecução dos objetivos fixados pelo

Poder Público. Em outras palavras, é

uma colaboração para o bom

funcionamento da administração.

Novamente, falou-se da missão

da CGU de maneira mais detalhada

(prevenir e combater a corrupção e

aprimorar a gestão pública, fortalecendo os controles internos e incrementando

a transparência, a ética e o controle social) e apresentaram-se os pontos que

guiam os 12 anos da controladoria: articulação interinstitucional, combate à

corrupção, transparência pública e melhoria da gestão, aprimoramento do

marco legal, interlocução com a sociedade e articulação internacional.

III – Sistemática de benefícios

A fase mais importante do trabalho da CGU são as recomendações,

seguidas da adoção das providências (efeitos), que gera benefícios financeiros

e não financeiros como prejuízos evitados ou recuperados, melhores serviços

prestados à população, mudanças normativas, melhorias nos processos

Ronald da Silva Balbe falando sobre o

controle interno e o papel da CGU no

aperfeiçoamento dos programas

governamentais

governamentais. Houve crescimento de 18,3% de benefícios financeiros entre

2012 e 2013 e de 18,8% de benefícios não financeiros no mesmo período.

Exemplos de benefícios financeiros: 2012 – suspensão de pagamento

de 14.461 benefícios previdenciários irregulares a partir de cruzamentos de

dados promovidos pela CGU no montante de 209 milhões de reais; 2013 –

redução no valor das tarifas pagas às instituições financeiras para prestação de

serviços de arrecadação de receitas federais, proporcionando economia anual

de cerca de 161 milhões de reais.

Exemplos de benefícios não financeiros: 2012 – edição do Plano Anual

de Fiscalização de Transferências Voluntárias, Acompanhamento e Avaliação

dos Programas em Parceria com o CNPq; 2013 – edição de decreto que

alterou a forma de cálculo da remuneração para cálculo do Bolsa-Formação,

tornando-o mais objetivo e de fácil execução no âmbito do Ministério da

Justiça.

11h10 – Secretaria da Transparência e Prevenção da Corrupção

Diretor da Secretaria da Transparência e Prevenção da Corrupção

(STPC) – Diretoria de Promoção da Integridade, Acordos e Cooperação

Internacional: Hamilton Fernando Cota Cruz

O palestrante desse momento

iniciou sua fala destacando

convenções internacionais contra a

corrupção que foram ratificadas no

Brasil, como a Convenção das

Nações Unidas contra Corrupção,

Convenção Interamericana contra a

Corrupção, e Convenção da OCDE

contra o Suborno Transnacional.

Todas as convenções destacam a

necessidade da cooperação entre

países para investigar os atos de

corrupção. A Secretaria da

Transparência e Prevenção da

Corrupção possui medidas

preventivas, administrativas e

judiciais e criminalização dos atos de corrupção e sua competência principal é

a comissão de ética pública.

Hamilton Cruz mencionou a Lei 12813/13, que é a lei de conflito de

interesses, lei de aspecto punitivo, e disse que esta situação não é considerada

corrupção, mas é a porta aberta para haja. O diretor da secretaria afirmou que

é possível prevenir o descumprimento da lei através da consulta em todos os

Hamilton Cruz – diretor da Secretaria da

Transparência e Prevenção da

Corrupção

meios disponíveis para tirar dúvidas sobre o assunto. Outra lei citada foi a Lei

12846/13, que é a lei de responsabilização de pessoas jurídicas, que pune as

empresas que cometem atos ilícitos contra a administração pública. Os

mecanismos de ajuste da sanção são feitos através da avaliação do programa

de integridade e são estabelecidos por decreto do Poder Executivo Federal.

A Diretoria de Transparência e Controle Social é o carro-chefe do Portal

da Transparência em parceria com países do Plano de Governo Aberto, já

mencionado por Paulo Mauger nas atividades do terceiro dia. A CGU foi o

órgão responsável pela inserção do Brasil nesse Plano de Governo Aberto.

A Lei 12527/11, lei de acesso à informação, já mencionada nesse

relatório, é uma lei de abrangência federal, estadual e municipal onde é

possível encontrar as despesas, convênios e receitas do governo. Hamilton

também destacou a importância do controle social na prevenção da corrupção

em complemento aos controles institucionais, na ampliação da qualidade da

ação estatal, na disseminação de cultura de participação na gestão pública e

na orientação do Estado pela sociedade.

Creio que esse foi o momento em que ficou mais evidente que a atuação

da CGU na prática não condiz integralmente com o que foi apresentado, pois

novamente houve alguns conflitos na hora de apresentação de perguntas que

ficaram sem respostas, como por exemplo, o motivo pelo qual em ano de

eleição não é permitido o direito à lei de acesso à informação.

11h55 – Acesso à informação e arquivos públicos – O arquivo como

condição de eficácia do direito fundamental de acesso à informação

Analista da CGU: Marcos Lindenmayer

Marcos Lindenmayer iniciou sua apresentação dizendo que um

problema que permeia o acesso à informação e arquivos públicos é que muitas

vezes a informação solicitada não existe, pois a gestão documental sempre foi

caótica. Para se ter noção, apenas 1% dos municípios brasileiros possui

arquivos públicos. O direito de acesso à informação é um dos direitos que

compõem os pilares do Estado Democrático de Direito.

O analista evidenciou que informação é diferente de documentos. A

informação pode ou não estar registrada em um documento. Um arquivo

público é um conjunto de documentos que serve como prova do que foi feito

pelo governo, preserva a cultura e a história nacionais e cria um repositório

histórico importante, além de aprimorar a gestão pública.

Os arquivos são classificados de acordo com a teoria das três idades em

correntes, intermediários ou permanentes conforme sua frequência de uso. São

instrumentos básicos de gestão documental as tabelas de classificação,

temporalidade e destinação de documentos e o termo de eliminação de

documentos. Sem o arquivo, a informação perece.

Em seguida, Marcos

Lindenmayer delineou uma linha

do tempo de eventos importantes

para essa questão de acesso à

informação e arquivos públicos.

Em 1949 foi aprovado o primeiro

decreto (nº 27583) de

salvaguarda de informação no

Brasil. 1967: Decreto nº 60417

amplia as possibilidades de

sigilo. 1991: Lei de arquivos.

1997: Resoluções do Conselho

Nacional de Arquivos (Conarq).

2003: Sistema de Gestão de

Documentos de Arquivos. 2011:

Lei de acesso à informação. A

eliminação de documentos

sigilosos só começa a ser tratada em 1991. É só a partir de 2001 que é

possível avaliar responsabilidade.

O analista da CGU informou que há baixa interação entre as áreas de

transparência e de arquivos, além da falta de ações mais preventivas. As

razões de denegação de acesso ocorrem quando não é possível a

recuperabilidade da informação ou sua guarda. As novas perspectivas da

gestão documental e do acesso à informação no Brasil contam com a

cooperação internacional através do apoio da União Europeia pela Rede de

Transparência e Acesso à Informação.

Marcos Lindenmayer finalizou sua fala dizendo que não se constrói base

de gestão sem acesso à informação. Das palestras na CGU, creio que essa foi

a que mais satisfez as minhas expectativas, senti muita sinceridade e

segurança nas informações passadas pelo analista.

15h00 – IV Seminário USP – UnB – O direito achado na rua e nas

instituições da cidade constitucional

Professor da Universidade de Brasília (UnB) – José Geraldo de Sousa

O professor da UnB e Membro de Associação Corporativa da Ordem dos

Advogados do Brasil começou sua fala dizendo que Brasília se estruturou em

uma cidade humana. Ele afirma: “aqui tem história!”. O tema dessa atividade

vespertina está totalmente relacionado ao local onde ocorreu: a Faculdade de

Direito da UnB. José Geraldo afirma que a rua sempre foi muito criticada, pois

Marcos Lindenmayer em sua apresentação sobre

acesso à informação e arquivos públicos

muito do que tem referência na rua é visto

como vulgar, inferiorizado pelas elites. A

rua reflete um processo político que é visto

com medo por muitos, pois é o cenário

principal das lutas sociais, que deveriam ser

vistas como feitas por gente perigosa. A

origem da criminalização dos objetos de rua

vem de São Paulo. A construção das

metrópoles foi um processo de

“higienização” da pobreza e de outras

mazelas sociais. A limpeza política das

cidades se deu pela ação da polícia.

Apesar dessa visão sobre a rua, também

sempre houve um olhar atento voltado ao

fato de que a rua é um símbolo dos

encontros sociais, pois a rua transmite a

ideia de um local de encontro, de um

acontecimento social. Durante sua fala, o

professor citou a obra de Marx, Tudo o que

é sólido desmancha no ar, que promove um estudo da questão da

transformação da vida urbana. José Geraldo afirma com sabedoria que é a

existência que determina a consciência e não o contrário, em alusão à famosa

frase de Descartes. Antes da ciência, o que tinha prevalência era a arte e a

religião. O direito era a arte do justo e do bom. A identidade da construção

social se fez e se faz na história e na política – “a gente não nasce, a gente se

forma”. Constrói-se a realidade a partir dos modos sociais que as pessoas

estabelecem.

De acordo com Aristóteles, o

homem é um animal político que exerce

uma função política e, portanto, o

escravo não era considerado homem,

mas uma ferramenta. É apenas em 1824

que há o reconhecimento do indivíduo

como pessoa: “todo homem nasce livre

e igual em direitos”. Na primeira

constituição brasileira era considerado

homem livre apenas o homem branco,

proprietário e católico, revelando uma

constituição patriarcal e machista. A

expressão “homem de bem” expressa literalmente aquele que tem bens e não

necessariamente dignidade, significado mais difundido atualmente. José

Geraldo lembra que mesmo a construção da identidade da criança é banhada

Placa indicando a Faculdade de

Direito da UnB

Professor José Geraldo de Sousa

durante sua fala sobre o direito

encontrado nas ruas

por preconceitos. Por exemplo, os meninos chamados de “trombadinha” pela

sociedade não são vistos da mesma maneira que outras crianças.

O professor da UnB afirma que é preciso construir um modo de

conhecer o direito que não seja só a legislação. As leis são resultados de um

processo declaratório que o Estado realiza vinculado aos interesses. É na rua

que a cidadania passa a ser ativa, onde o cidadão age como protagonista da

mudança social, repleto de capacidade criativa e transformadora. É na esfera

pública, espaço social legítimo, onde o direito deve ser construído. É preciso

construir argumentos anti-criminalizadores e legitimadores do movimento

social. José Geraldo encerra sua fala dizendo a seguinte frase: “se a

Constituição do país não nos unifica, então nada nos unifica”.

A palestra do professor foi realmente brilhante e muito enriquecedora e

também foi um momento que ajudou a pensar fora das reflexões a que muitas

vezes somos expostos e que estamos acostumados. Porém, houve um

momento que achei inadequado. Ao justificar porque não havia impedido a

manifestação de discentes nus em solidariedade aos julgamentos que estavam

sendo feitos na época à estudante da Universidade Bandeirante de São Paulo

(Uniban), o professor disse que um dia havia entrado em uma aula de artes e

viu um rapaz nu e que aquela nudez era considerada nudez artística e que em

outro dia entrou numa igreja e viu um “sujeito de fraldinha” e que aquela era

considerada uma nudez mística, por que então era necessário punir os

estudantes e parar a manifestação? Apesar de ter se justificado, vou ter a

ousadia de dizer que José Geraldo não soube se expressar da melhor maneira

ao utilizar outros exemplos de nudez, visto que referiu-se de modo pejorativo

ao maior símbolo de uma cultura religiosa, que é a cultura cristã, sendo que a

nudez em que se mostra Jesus Cristo (independente da crença das pessoas,

não pode ser negado que foi um líder e que teve sua existência comprovada

historicamente), a quem o professor se referia, é na verdade um símbolo de

humilhação e não de misticismo. É preciso ter cuidado ao se referir a qualquer

símbolo, seja ele religioso - como o crucifixo para os cristãos, a vaca para os

hindus, o búfalo branco para os indígenas das planícies norte-americanas, os

orixás para a umbanda - ou de qualquer outra esfera da cultura social, pois eles

evocam toda uma história muitas vezes de lutas, perseguições e filosofias que

deve ser respeitada apesar das diferenças de pensamento de cada indivíduo,

já que o respeito é justamente uma das bases para a construção da cidadania.

Sei que a intenção do professor não foi a de ofender nenhuma cultura, só

registro minha opinião para evidenciar que a escolha das palavras certas é

fundamental, já que seu poder, assim como o dos símbolos, vai muito além do

que se mostra.

16h50 – VII Seminário USP – Ministério da Saúde – Políticas públicas,

saúde e esporte

Este momento foi dividido em mais de uma palestra que se encontram mais

detalhadas abaixo.

I – Intervenções em doenças crônicas não transmissíveis

Representante da Coordenação de Doenças Crônicas não Transmissíveis

do Ministério da Saúde: Taís Porto

As doenças crônicas não

transmissíveis (DNTC) são consideradas

aquelas causadas por tabagismo, uso

nocivo do álcool, má alimentação e

inatividade física. O Plano de

Enfrentamento das Doenças Crônicas Não

Transmissíveis teve participação

intersetorial na sua elaboração e contém

ações que serão implementadas pelo setor

de saúde em três eixos: 1) vigilância,

informação, avaliação e monitoramento; 2)

promoção da saúde; e 3) cuidado integral.

As DCNT são responsáveis por 63% dos

óbitos no mundo e 72% dos óbitos no

Brasil e representam um custo elevado

para os sistemas de saúde, então exigem

muita atenção por parte dos governos.

Existe um plano global da Organização

Mundial da Saúde (OMS) para a redução

desse tipo de doenças e no Brasil, especificamente, o plano vem com 9 metas

a serem seguidas entre 2011 e 2022, que são: reduzir a taxa de mortalidade

prematura (<70 anos) por DCNT em 2% ao ano; reduzir a prevalência de

obesidade em crianças e adolescentes; deter o crescimento da obesidade em

adultos; reduzir a prevalência de consumo nocivo de álcool; aumentar a

prevalência de atividade física no lazer; aumentar o consumo de frutas e

hortaliças; reduzir o consumo médio de sal; reduzir a prevalência de tabagismo;

aumentar a cobertura de Papanicolau e mamografia. São metas que, se

integradas ações de governo e sociedade civil, não são difíceis de ser

atingidas.

Dentro do eixo I há pesquisas que foram realizadas de diferentes maneiras

(em parceria com o IBGE, por telefone com os cidadãos, com grupos

escolares) que auxiliam na produção de conhecimento pela geração de seus

resultados como, por exemplo, quanto maior a escolaridade do indivíduo, mais

a prevalência dos fatores de proteção contra essas DCNT ou o fato do excesso

Taís Porto mostrando os

resultados de um dos eixos do

Plano de Enfrentamento das

Doenças Crônicas Não

Transmissíveis

de peso e obesidade ter representado um crescimento contínuo seguido de

estabilização entre 2012 e 2013.

No eixo II há a Política Nacional de Promoção da Saúde, o Programa Saúde

na Escola, o Programa FIFA 11 pela Saúde, um Guia Alimentar para a

População Brasileira, o programa de Alimentação Saudável e um programa

regulatório do tabagismo e do consumo de álcool. Muitas dessas políticas

ocorrem com a interação entre diferentes ministérios e órgãos do governo ou

mesmo do setor privado.

O eixo III, por sua vez, visa uma melhora na atenção básica, além de ações

de fortalecimento para prevenir e cuidar doenças específicas como o câncer de

mama e de colo de útero através de Redes de Atenção às Urgências ou

Serviços de Atenção Domiciliar. O cuidado integral, guia deste eixo, também se

dá através de maior acesso a medicamentos.

O plano como um todo permitiu perceber que houve avanços nas ações

intersetoriais através de diferentes programas e que atualmente as DCNT são

prioridade para a agenda do governo brasileiro.

Este momento foi importante para percebermos o quanto a saúde está

relacionada à política e para evidenciar a importância do tratamento de temas

envolvendo a saúde e da expansão de conhecimentos e resultados de

pesquisas à população, para que possa se informar e auxiliar os órgãos

governamentais na luta em favor à saúde pública.

II – Programa Academia da Saúde

Representante do Departamento de Agravos e Doenças Não Transmissíveis:

Valdeth Santos

O Programa Academia da Saúde surge

de experiências municipais exitosas em vários

lugares do Brasil e que contribuem para a

promoção da saúde, sendo considerado

justamente uma estratégia de promoção da

saúde e do cuidado. O programa foi criado no

ano de 2011 para promover modos de vida

saudáveis através dos vários polos, que são os

espaços públicos construídos para o

desenvolvimento das ações do programa.

O Programa Academia da Saúde se

articula com toda a rede de serviços de saúde

através de eixos, assim como o Plano de

Enfrentamento das DCNT. Os eixos que o

guiam são: práticas corporais e atividades

Valdeth Santos falando sobre o

Programa Academia da Saúde no

auditório da UnB

físicas; produção do cuidado e de modos de vida saudáveis; promoção da

alimentação saudável; práticas integrativas e complementares; práticas

artísticas e culturais; educação em saúde; planejamento e gestão; e

mobilização da comunidade.

O trabalho deve ser em equipe e deve seguir os princípios do Sistema

Único de Saúde, além de levar em conta a participação popular e a

interdisciplinaridade, promover o diálogo e a troca entre gerações e reconhecer

o espaço como local de promoção da saúde. Os profissionais do programa

devem ser envolvidos com a promoção do cuidado, não necessariamente à

área da educação física.

Os incentivos de construção dos polos possuem diferentes modalidades:

básica, intermediária e ampliada, nas quais variam as exigências e o valor do

incentivo. Os polos da modalidade ampliada, por exemplo, devem possuir um

espaço de vivência com estrutura de apoio, área com equipamentos e um

espaço multiuso. Até 2014 já foram habilitados 449 polos similares ao

Programa Academia da Saúde. Valdeth destacou que existe o monitoramento

do programa aplicado em diferentes lugares.

Novamente, além de chamar a atenção para a questão da saúde, a

palestra fez perceber a importância do esporte para a promoção da saúde,

sendo fundamental haver diálogo entre as diferentes áreas – política, saúde e

esporte.

III – A cogestão como dispositivo para a intersetorialidade

Denise Bueno

A cogestão tem como base

a atuação conjunta dos gestores

profissionais de saúde e dos

gestores profissionais de

educação para a construção de

políticas públicas potencializadas

na área da saúde. O Programa

Saúde na Escola (PSE) tem como

objetivos a promoção da saúde e

da cultura da paz, reforçando a

prevenção de agravos à saúde e o

fortalecimento ao enfrentamento

às vulnerabilidades. Suas

diretrizes são a descentralização, a territorialidade, o cuidado ao longo do

tempo, o controle social, o monitoramento e avaliação permanentes.

Denise Bueno apresentando informações

sobre o PSE

A construção social da saúde e da educação se dá num território de

responsabilidade compartilhada, através da promoção da saúde no ambiente

escolar como meio de desenvolvimento da sociedade. A gestão do PSE é

composta por um grupo de trabalho intersetorial no Estado e no município que

avalia as condições de saúde. O programa apresenta resultados a curto, médio

e longo prazo e promove também a capacitação dos profissionais de saúde e

educação, essencial na promoção da saúde e prevenção de doenças. O PSE

está em quase 80% dos municípios brasileiros e se mantém através de

incentivos, encontrando desafios tanto na sala de aula quanto no âmbito da

saúde.

Aqui novamente é evidenciada uma relação que é essencial para as

políticas públicas e que merece muita atenção por parte dos governos e da

população, que é a relação entre saúde e educação, sendo que cada área

pode trazer benefícios à outra.

IV – O papel do setor saúde no enfrentamento da violência e dos acidentes

Eneida Paiva

Eneida Paiva começou sua fala dizendo que a

relevância da violência e dos acidentes na saúde pública

depende de sua magnitude, transcendência e

vulnerabilidade. Marcos normativos importantes nessa

área foram a Política Nacional de Redução da Morbidade

por Acidentes e Violência e a Política Nacional da

Promoção da Saúde. O papel da vigilância nesse contexto

é coletar dados e posteriormente analisa-los para produzir

informação e disseminá-la de maneira concomitante ao

monitoramento das políticas e à intervenção quando esta

se faz necessária.

A análise de dados é pautada em casos de

morbidade e mortalidade por violência e acidentes. Há

vigilância contínua e notificação compulsória que se dá

através de uma lista nacional de violência doméstica,

violência sexual, tráfico de pessoas, trabalho escravo e trabalho infantil, que

são objetos de notificação em casos de suspeita ou confirmação.

O desafio das políticas é a implementação de políticas de

enfrentamento das violências pelo setor saúde, o que exige articulação intra e

intersetorial. Essas políticas têm sido bem avaliadas e têm dado resultado,

mostrando como é essencial voltar a atenção para essa realidade que é

presença constante na vida da maioria dos brasileiros.

V – Plano Juventude Viva

Eneida Paiva

falando sobre as

políticas de

enfrentamento à

violência e

acidentes

Sabrina Farias

Sabrina Farias retomou

um pouco algumas informações

sobre o Programa Saúde na

Escola (PSE) e disse que ele é

ministerial e convidado a pensar

em estratégias para dar conta da

mortalidade da juventude negra,

especificamente. O PSE é

dividido em quatro componentes

e integrou o Plano Juventude

Viva em 2012 inicialmente em

Alagoas - local que possui dados

mais alarmantes - e atualmente

encontra-se em 142 municípios de 10 Estados. Sabrina lembra que a escola é

importante para discutir identidade e diversidade, promovendo saúde e

igualdade social. É importante que haja a representação de crianças negras

nos livros didáticos, realidade infelizmente ainda rara, mas que pode auxiliar

grandemente na formação da autoestima, que ajuda numa maior efetividade do

aprendizado e do estudo.

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra é um

importante avanço, já que o racismo pode ser considerado um importante

determinante social em saúde. Essa política ajuda a resgatar a história não só

de escravidão, mas de luta e resistência dos negros. Torna-se essencial,

portanto, a sensibilização dos gestores para esse olhar.

Eu, particularmente, gostei muito desse plano e creio que ele poderia ser

mais divulgado, pois é indignante saber que em pleno século XXI o racismo e o

genocídio de negros ainda é tão presente em nossa realidade, além da sua

histórica exclusão em vários setores da sociedade (basta observar quantos

estudantes negros existem em cursos de engenharia, por exemplo, em

faculdades particulares ou públicas – é possível, infelizmente, contá-los nos

dedos da mão).

Quinto dia – 10/09/2014

8h45 – Visita ao Bosque dos Constituintes

Responsável pela gestão de áreas verdes: Paulo

Chefe da Seção de Manutenção de Jardins: Rachel Giacomoni Osório

Assim que chegamos ao Bosque dos Constituintes fomos muito bem

recebidos pelos funcionários que nos ofereceram café e água, além de

perceber de imediato que maravilha é o contato com a natureza. O bosque é

um espaço realmente bem cuidado e bonito.

Sabrina Farias fazendo sua apresentação

sobre o Plano Juventude Viva

O Bosque dos

Constituintes faz parte do poder

legislativo. Para Paulo, o primeiro

poder é o legislativo, pois é ele

que escreve as leis. “A chave

está nos constituintes”. É um

poder importante e é a

representação popular, apesar de

ser muito desacreditado pelo

povo (de acordo com estudos, só

9% da população acredita no

Poder Legislativo), o que faz com

que não haja engajamento

popular, que é muito relevante, já

que a origem de todo Estado está

na representação popular e na ideia de uma constituinte.

O bosque possui 210 mil metros de área verde e foi plantado em

homenagem ao capítulo da Constituição que trata do meio ambiente. É um

espaço com caráter histórico, já que é o único parque plantado pelos atores em

homenagem à Constituição na data (alinhado). A câmara adotou o espaço em

2008 e se responsabilizou por ele desde então, cabendo a ela seu cuidado e o

desenvolvimento de projetos e estudos que visam enobrecer o espaço. Há

manutenção anual, plantios e outros eventos, cujo bom exemplo foi o replantio

em comemoração aos 50 anos de Brasília.

Rachel continuou as

explicações de Paulo e disse que há

estudos visando implantar uma

calçada para ligar o bosque à Praça

dos Três Poderes. No bosque há um

anel de proteção onde todos da

Câmara são convidados a fazer um

plantio. Foi inclusive sugerido que no

próximo ano da disciplina A Cidade

Constituição e a Capital da

República um plantio seja feito pelos

participantes do projeto. A chefe da

seção de manutenção dos jardins

informou que todo o “lixo” de folhas é

encaminhado para uma compostagem, pois em Brasília há muito risco de fogo

devido à baixa umidade, então deixar folhas secas pelo bosque não é algo

seguro. Para Rachel, o Bosque dos Constituintes é um abrigo de fauna, onde

há mais de 200 espécies de aves. Uma medida aplicada que acho importante

Rachel e Paulo comentando as características do

Bosque dos Constituintes

Participantes da disciplina explorando o

bosque

destacar é que não fazem uso de agrotóxicos. Cada área do bosque foi

plantada pelo chefe de um dos poderes há 25 anos. O bosque possui espécies

de pau-ferro, pau-brasil, ipê amarelo e ipê branco, todas árvores muito bonitas.

Existe um programas de educação que aproximam o bosque de crianças e

adultos da região. Uma dificuldade apontada por uma das participantes da

disciplina foi o problema quanto à acessibilidade, visto que não há presença de

rampas ou outras medidas que facilitem o acesso de cadeirantes ou pessoas

com dificuldade de locomoção.

10h00 – VI Seminário USP – Comissão da Legislação Participativa –

Política, Sistemas e Mecanismos de participação

Técnico Legislativo da Câmara dos Deputados: Aldo Matos Moreno

Secretário da Comissão de Legislação Participativa: Cláudio Ribeiro

Paes

Esta atividade ocorreu na

Câmara dos Deputados,

portanto, no palco do Poder

Legislativo, que tem função não

só de legislar, mas também de

administrar e de julgar. Aldo

Moreno disse que os senadores

representam os Estados da

Federação e que os deputados,

por sua vez, representam o

povo. Aldo Moreno explicou que

num sistema majoritário, ganha

quem tiver mais votos e dentro

desse tipo de sistema pode haver o sistema majoritário de maioria absoluta,

onde só ganha quem obter pelo menos a soma dos votos de todos os outros

candidatos, ou seja, quem obter mais de 50% dos votos válidos; caso essa

quantia não seja atingida, tem-se o segundo turno. Esse tipo de sistema é o

sistema de eleição dos presidentes da república, por exemplo. Já o sistema de

eleição para os deputados baseia-se num sistema proporcional que, segundo

Moreno, garante a participação das minorias onde o eleitor vota

preferencialmente naquele candidato, mas especialmente no partido que

aquele candidato representa.

O técnico legislativo da Câmara dos Deputados esclareceu que os votos

inválidos são os nulos e brancos. Num sistema proporcional, leva-se em conta

também o coeficiente eleitoral, que é a divisão dos votos válidos pelo número

de cadeiras que podem ser ocupadas pelos políticos. As Comissões

Permanentes fazem parte da estrutura da Câmara dos Deputados, cujo bom

exemplo é a Comissão de Legislação Participativa (CLP). Como exemplo de

Aldo Moreno esclarecendo a atuação da CLP

comissões temporárias tem-se as CPIs, cuja sigla significa Comissão

Parlamentar de Inquérito. As Comissões Especiais analisam Propostas de

Emenda Constitucional (PECs) e Comissões Externas.

O artigo 14 da Constituição diz respeito à participação popular. Para que

o povo possa ser devidamente representado e realmente participar das

decisões, a participação real dos deputados é de extrema importância. Em

2001 foi criada a Comissão da Legislação Participativa, com o objetivo de

aprimorar a participação do povo. A comissão é composta de 18 membros

titulares e 18 membros suplentes e recebe e examina propostas oriundas da

sociedade civil organizada, pareceres técnicos e sugestões de iniciativa

legislativa. Podem ser apresentados projetos de leis, decretos, resoluções,

requerimentos de audiência pública e PECs. Para participar da CLP, três

documentos são exigidos: o estatuto da entidade ou registro em órgão do

Ministério do Trabalho; documento legal que comprove a composição da

diretoria da entidade à época do envio da sugestão legislativa; e a ata da

reunião em que a entidade deliberou pelo envio da sugestão à CLP.

Inicialmente há o

recebimento da sugestão,

seguido da análise da

documentação e numeração e

da designação do relator, que é

um membro da comissão que

tenha proximidade com o

assunto da sugestão, sendo que

esta pode ser aprovada ou

negada (arquivada). Depois da

designação, o projeto de lei é

encaminhado às Comissões

Temáticas do Plenário da Câmara dos Deputados. Se o projeto for aprovado

nas etapas ele segue para o Senado Federal, depois vai para o Presidente da

República, que pode sancionar ou vetar o projeto. Caso seja sancionado, há

publicação no Diário Oficial da União. Caso contrário, o projeto é encaminhado

ao Congresso Nacional para apreciação do veto. O projeto de lei na CLP é

conclusivo nas reuniões, ou seja, não precisa ir ao plenário. Os cidadãos

podem assistir as reuniões da CLP através da internet e enviar sugestões pelo

telefone, medidas que buscam ampliar a participação direta da população.

Terminada a palestra, o grupo de ouvintes foi dividido em dois grupos

para fazermos uma simulação do trabalho das comissões. Nesse momento,

esclareceu-se que o relator da matéria pode ter ajuda de dois ou três

parlamentares, mas é ele quem dá a resposta final. O autor da sugestão é o

único que não necessariamente é um parlamentar, mas que pode, num

primeiro momento, argumentar com parlamentares. O foco na proposta é

Simulação do trabalho das comissões

mantido durante todo o processo, achei isso muito positivo. Depois dos

representantes, abre-se a discussão aos inscritos. No caso, a discussão foi a

redução da maioridade penal para 16 anos, onde todos os presentes eram

contra, mas fez-se uma encenação para poder demonstrar como se intercalam

as posições contra e a favor. Esse momento mostrou que muitas matérias

demoram a ser defendidas, pois envolvem questões sentimentais e pessoais.

Depois, foi debatida também a sugestão de uma audiência pública para

debater o tema da legalização da maconha, sendo que todos foram a favor

dessa audiência.

Infelizmente, novamente reparei que, ao receberem questões

provocativas, os palestrantes ficavam desconfortáveis e as transferiam para

outros que acabavam não respondendo também. Apesar disso, achei que foi

um momento muito esclarecedor e enriquecedor, ainda mais agora, tão perto

que estamos das eleições para presidente, deputados e senador. Foi possível

conhecer especificamente como funciona a atuação dos deputados e de que

maneira a população pode se fazer presente nessa atuação.

14h00 – Cefor – Programas desenvolvidos pelo departamento e visita às

instalações

Diretor do Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da

Câmara dos Deputados (Cefor): Paulo Antônio Lima Costa

O Cefor pode ser considerado a escola da Câmara dos Deputados. Um

marco importante foi a Constituição de 1988, que estabeleceu o estado de

direito – regime democrático -, sendo que não existe um modelo democrático

sem o poder legislativo. A partir de 1988, a instituição passou a ter uma

significância maior, com a Câmara mais atuante através de comissões e

audiências mais efetivas e demandadas. O foco do Cefor é na atuação

administrativa da Câmara, sendo que, também a partir de 1988, o ingresso no

serviço público só é possível através de concurso. Atualmente, os concursos

da Câmara são terceirizados devido à enorme demanda.

A Consultoria Legislativa é composta de 22 áreas que formam o núcleo

de estudos sobre os temas específicos. Para Paulo, um deputado tem

capacidade de fazer análises públicas sobre qualquer tema. A estrutura do

Cefor é composta pelo gabinete e pelas seguintes coordenações: I –

Coordenação de Recrutamento e Seleção (CORES), responsável pelo estágio

universitário (que possui atuação de até um ano nas diferentes áreas, sendo

que há aproximadamente 200 estagiários), pela educação de jovens e adultos

e pela realização de avaliação psicológica de novos servidores; II –

Coordenação do Treinamento (COTRE), que tem a avaliação como ponto

fraco, mas que levanta as necessidades de capacitação, investindo em quem

entra na Câmara; coordena projetos de capacitação interna com o objetivo de

desenvolver as competências profissionais do servidor nas áreas orçamentária

e legislativa; realiza recrutamento,

seleção e capacitação de docentes

internos; e promove cursos abertos,

fechados e dirigidos; III –

Coordenação de Educação para a

Democracia (COEDE), criada em

2008 com visitas, aulas,

simulações, oficinas e debates, com

o objetivo de desenvolver

programas para o povo externo,

como o Programa Estágio Visita,

onde universitários podem conhecer

a dinâmica e o funcionamento da

Câmara dos Deputados e que

possui duração de 5 dias, sendo que os estudantes são indicados pelos

deputados federais (apesar de ter sido considerado muito bom pelo diretor, um

discente que estava presente disse que já havia tentado participar mais de uma

vez, mas que o processo de seleção é injusto, colocando em dúvida a eficácia

do programa); o Programa Parlamentar Jovem Brasileiro, destinado a alunos

do ensino médio, propiciando a vivência do processo político e democrático

mediante participação em uma jornada parlamentar de uma semana com

diplomação, posse e exercício de mandato legislativo; o Programa Escola na

Câmara, voltado às escolas; com a Missão Pedagógica no Parlamento,

destinado a professores PEB I e II e do ensino médio da rede pública,

oferecendo informações para a democracia em uma semana de formação em

Brasília e módulos à distância; o Estágio Cidadão, para estagiários que já

atuam na Câmara; e a educação à distancia para o público interno e externo;

IV – Coordenação de Pós-Graduação (COPOS), baseada no tripé cursos-

grupos de pesquisa-publicações, com temas voltados ao poder legislativo

através de cursos de especialização contratados, em parceria ou próprios do

Cefor, além do mestrado profissional próprio, do mestrado e doutorado

interinstitucionais e dos Grupos de Pesquisa e Extensão (GEPs); as atividades

destinadas ao público externo são pagas; V – Coordenação de Apoio Técnico-

Administrativo (COATA), responsável pela logística do Cefor.

Não conhecia o Cefor antes e achei uma iniciativa muito positiva e

necessária, já que a formação de servidores é tão importante para o bom

andamento de um país. Creio que cada um que ouviu sobre o Cefor pode atuar

como agente de divulgação, levando informação a professores e escolas para

que busquem saber mais sobre esse centro e os benefícios que pode trazer.

16h25 – Visita guiada ao Congresso Nacional

Monitora: Aline

Paulo Antônio de Lima Costa apresentando

os programas do Cefor

A monitora

Aline começou

explicando que

Oscar Niemeyer,

responsável pela

arquitetura do

Congresso

Nacional juntou

as duas casas do

Poder Legislativo

(Câmara e o

Senado) num só

espaço, que é

considerado a

casa de

representação do

povo. O Salão

Verde do Congresso é criado como ilhas em forma de antessalas e é um

espaço notavelmente aberto, já que o arquiteto tinha necessidade de espaços

assim para integração e comunicação das diferentes áreas que compõem o

Congresso Nacional. Aline nos lembrou que a progressão da história política

passa por aquele lugar em que estávamos - o marco do governo de Juscelino

Kubitschek foi justamente a autorização para a construção de Brasília.

Só existe uma obra (Candangos, de Di Cavalcanti) dentro do Congresso

que data de sua inauguração. Podem ser observadas, porém, outras

expressões artísticas, como a parede Ventania, com azulejos que demonstram

movimento; ou o vitral Rio Araguaia, de Mariana Peretti, a mesma artista

responsável pelo vitral da Catedral Metropolitana. Ao visitarmos as instalações,

pudemos perceber que obras estavam sendo feitas para melhorar a

acessibilidade ao Congresso, algo muito necessário.

Ao nos aproximarmos da maquete do Congresso Nacional, fomos

sensibilizados a perceber que, apesar de Brasília ter sido criada para ser uma

cidade de trabalho, não há a representação de pessoas na maquete, apenas

carros e as construções. Aline explicou que a cúpula voltada para cima

representa a Câmara, alusão ao acolhimento de projetos de iniciativa popular,

e a cúpula voltada para baixo representa o Senado, sendo que unidas formam

um círculo que seria o Congresso. No início da construção do Congresso, já

estava planejado o Anexo I, que é o administrativo da Câmara e do Senado,

porém só na década de 70 foram construídos os anexos II e III e na década de

80, o anexo IV.

Direcionando-nos ao plenário, Aline nos disse que este tem capacidade

para 100 pessoas e visa unir povo, parlamento e imprensa no mesmo lugar. No

Vista noturna do Congresso Nacional

Mariana e Vinicius falando sobre a

Comissão de Direitos Humanos

centro, senta o presidente, que toma

a decisão da pauta do dia. É o

taquígrafo quem registra tudo o que

é dito. Neste espaço pode ser

observado um busto de Ruy

Barbosa, considerado patrono do

Senado. Novamente nesse espaço

observa-se um crucifixo, apesar da

laicidade do governo brasileiro.

Como curiosidade, há 135 mil

plaquetas de alumínio fixadas no

teto para melhorar a acústica e a

iluminação da cúpula do Senado.

É muito interessante conhecer por dentro algo que eu só estava

acostumada a ver em fotos ou na televisão. Foi uma experiência muito

satisfatória.

17h40 – V Seminário USP – Eventos Legislativos do Senado –

Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa

Palestrantes: Mariana e Vinicius

Mariana começou sua fala dizendo

que a cada dois anos são eleitos novos

presidentes da comissão, sendo que a

atual presidente é a senadora Ana Rita,

do PT, com o vice João Capiberibe, do

PSB. A Comissão de Direitos Humanos

(CDH) possui uma grande procura por

parte da população e recebe projetos de

leis afetos aos direitos humanos, além de

encaminhar denúncias de violação.

Existe um portal chamado e-cidadania,

através do qual é possível a participação da população pelo site do Senado,

onde o cidadão envia uma ideia legislativa que fica no portal durante quatro

meses, que, se receber no mínimo 20 mil apoios, é encaminhada à tramitação

na comissão.

A CDH existe desde 2005 e já avaliou 99 projetos de lei, sendo 33 pelo

projeto Jovem Senador, 60 por entidades da sociedade civil e 6 pelo portal e-

cidadania. A comissão conta com a Política Nacional de Participação Social

(PNPS), que consolida a participação social como método de governo e

aprimora a relação do governo federal com a sociedade civil. As audiências

públicas tratam de assuntos de interesse público permanente, instruindo

matérias em apreciação na comissão, com mesa de debates aberta ao público.

Ambiente interno do plenário

Em 18 meses do biênio 2013-2014 houve 135 reuniões e 96 audiências

públicas, sendo 32 interativas. Todos os membros da CDH podem sugerir

audiências, mas como é o presidente quem define a agenda e determina quais

audiências são ou não realizadas, sua posição é fundamental nas decisões da

comissão.

Vinicius encerrou a fala de Mariana de uma maneira muito positiva,

novamente abrindo a mente de muitos de nós ao que nem sempre paramos

para pensar, como nos direitos e na representação das minorias deste país. Foi

um momento breve, porém muito agradável este em que pude conhecer mais

os trabalhos da Comissão de Direitos Humanos.

Sexto dia – 11/09/2014

9h00 – VI Visita aos Vitrais da Sede, espelho da Federação

Esta visita foi um

momento bem agradável, onde

pudemos observar com calma

os vitrais de murano que

representam a história de cada

Estado do Brasil que se

encontram no Centro Cultural

da Caixa. Foi um momento

mais voltado à interação entre

os participantes da disciplina e

de identificação das

características próprias de

cada Estado representadas nos

vitrais.

10h35 – I Seminário USP – Caixa Federal – Programa Caixa Melhores

Práticas em Gestão Local

Consultor da Caixa: Gustavo Ribeiro

Alguns dos vitrais no Centro Cultural . O

terceiro (esq. p/ dir.) é o de São Paulo

Fotografia do grupo

em frente ao Centro

Cultural da Caixa

O Banco Central do Brasil, onde se deu

este momento, é uma entidade de autarquia, cujo

ente é o Poder Executivo. A Caixa tem 153 anos

e possui uma posição consolidada no mercado,

visto que é um banco moderno e de grande

porte. Integra o Sistema Financeiro Nacional,

com a missão de atuar na promoção da

cidadania e do desenvolvimento sustentável do

país, como instituição financeira, agente de

políticas públicas e parceira estratégica do

Estado Brasileiro.

O Programa Caixa Melhores Práticas em

Gestão Local reconhece projetos bem sucedidos

que colaboram para a implementação da Agenda Habitat no Brasil. Os projetos

considerados de melhor prática são aqueles que resultam em melhoria

contínua da qualidade de vida da população. A Caixa tem a função de divulgar

esses projetos de gestão municipal, habitação, saneamento, gestão ambiental,

entre outros temas.

O programa é bianual, sendo que a prática deve ser enquadrada entre

uma a três categorias temáticas que traduzem o foco da atividade realizada

pela prática. Ao todo são 27 categorias temáticas que se agrupam em cinco

temas-foco. O prêmio deste programa foi criado em 1999, já tendo agraciado

até 20 melhores práticas. As etapas que compõem o programa são seleção,

validação, manutenção, pré-avaliação, avaliação e premiação.

Para que um projeto seja elegível, ele deve estar em parceria com a

Caixa, ter foco em gestão local e desenvolvimento sustentável, estar inserido

numa categoria temática, apresentar resultados concretos e não ter sido prática

vencedora anteriormente. A avaliação dos projetos se dá em nível regional,

nacional e pelo júri externo, que conta com a participação da sociedade e de

especialistas no tema. Além das características mencionadas, a prática deve

apresentar inclusão social, igualdade de gênero e impactos e inovações no

contexto local. Os critérios de eleição das práticas são a consistência, a

relevância e a integração das informações.

Pra disseminar e reconhecer as melhores práticas em cada edição, o

programa as inscreve em outros concursos e eventos nacionais e

internacionais, além de ficar disponível no endereço eletrônico da Caixa.

Gustavo destacou que as ações premiadas devem estar vinculadas a

municípios, Estados ou ONGs e que os locais de onde são recebidas mais

práticas são aqueles que possuem mais ferramentas para desenvolver os

projetos, como a região Sudeste.

Gustavo Ribeiro dando

informações sobre o

Programa Caixa Melhores

Práticas em Gestão Local

11h30 – II Seminário USP – Banco Central – Educação Fiscal e

financeira para a cidadania

Coordenador do Banco Central do Brasil: Silvio Carlos Arduini

O Banco Central do Brasil (BC,

BACEN ou BCB) assegura um sistema

financeiro sólido e eficiente através da

estabilidade do poder de compra da

moeda. Possui uma atuação coordenada

entre política monetária, regulação

financeira e supervisão financeira. De

acordo com Silvio, o Banco busca

promover a eficiência do sistema

financeiro e a inclusão financeira da

população, melhorando a comunicação

com os públicos interno e externo. Em

2010, o BCB lançou a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF),

voltada a crianças e adultos em situações de vulnerabilidade, baseada em

experiências internacionais anteriores. A ENEF apresenta parceria público-

privada e tem seus conteúdos definidos pelos reguladores e supervisores do

Sistema Financeiro Nacional.

Apesar de atualmente o cenário brasileiro ser de estabilidade da moeda,

crescimento econômico, aumento do poder executivo e mudanças na

distribuição de renda, o país ainda possui um sistema financeiro complexo,

caracterizado por memória inflacionária e crescente oferta de crédito e possui

uma população financeiramente despreparada. Justifica-se, então, a urgência

de programas de educação financeira no Brasil, que visam formar, informar e

orientar cidadãos, para que sejam capazes de compreender riscos e

oportunidades, fazer escolhas conscientes, gerenciar o orçamento familiar e

planejar o futuro pessoal e familiar.

O BCB conta com um Comitê Nacional de Educação Financeira, cujo

principal produto é a Educação Financeira nas Escolas, um dos poucos

projetos em que se conseguiu mensurar os impactos da educação financeira. O

Banco também dispõe de uma Associação de Educação Financeira que

capacita secretarias estaduais de educação para que insiram a educação

financeira nas disciplinas já oferecidas pelas escolas.

O Programa Educação Financeira para Adultos tem um público alvo com

vulnerabilidade, urgência e potencial de disseminação. O Programa Cidadania

Financeira possui a gestão de finanças pessoais, o relacionamento do cidadão

com o Sistema Financeiro Nacional e o relacionamento das instituições

financeiras com o cidadão como principais frentes de trabalho. O Projeto

Silvio Carlos Arduini falando sobre

programas desenvolvidos pelo BCB

Educação Financeira Cidadã promove

estudos, pesquisas e ações educacionais no

Museu de Valores do Banco Central, que

visitamos ao término desta palestra.

O Core Business do BACEN são as

instituições financeiras e a população e não

ações, como bancos como a Bovespa, por

exemplo. Silvio nos informou que para este

ano 1.000.000 reais foram ou ainda serão

encaminhados para os programas de

educação financeira. Durante as falas de

Silvio, uma funcionária do Banco chamada

Adriana foi complementando informações de

maneira muito segura. O professor Marcelo

Nerling encerrou comentando que a

educação financeira reside no hábito de

conter o ímpeto do consumo, que influencia

grandemente nos recursos naturais, para evitar o dilema entre poupar e se

endividar.

Este momento foi muito importante para mim, pois sempre tive

dificuldade com temas relacionados à economia, então pude esclarecer

algumas dúvidas e aprender sobre projetos que só havia ouvido falar de

maneira muito breve.

14h55 – O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) –

Programa Nacional de Formação Continuada à Distância nas Ações do

FNDE – Formação pela Escola

Orientador Educacional na Secretaria de Educação do Distrito Federal:

Wellington Mozarth Moura Maciel

Economista do FNDE: Adalberto Domingos da Paz

O Fundo Nacional de Desenvolvimento

da Educação (FNDE) é uma autarquia do

MEC que foi criada em 1968 e que presta

assistência técnica e financeira às escolas e

executa ações que contribuam para uma

educação de qualidade para todos.

Wellington Maciel afirmou que o FNDE possui

um compromisso com a educação, a ética e a

transparência para suprir a necessidade de

criar uma cultura para a educação. O fundo

Eu, Ana e Letícia com uma nota

gigante de cem reais no Museu de

Valores do Banco Central

Wellington Maciel apresentando

algumas atividades do FNDE

apresenta valores como acessibilidade e inclusão social, cidadania e controle

social, responsabilidade ambiental, inovação e empreendedorismo.

O desafio enfrentado pelo FNDE é atingir a meta de prestar assistência

técnica para 1 milhão de cidadãos. Em 20 anos, o orçamento fundo aumentou

25 vezes, considerando o valor inicial. Porém, infelizmente, essa ampliação

não resultou na mesma melhora na educação. Wellington ressaltou que o

melhor lugar para a ação é a universidade e que a sociedade é uma extensão

coorporativa do FNDE, ou seja, precisa se sentir parte do fundo. O FNDE

mensura a qualidade da educação através de indicadores.

O orientador educacional considera que o fundo precisa de generalistas,

em outras palavras, pessoas que sejam capazes de encontrar várias soluções

possíveis para um mesmo problema, com foco na capacitação dos gestores

para resolverem os problemas que permeiam o ambiente escolar. Outros

desafios que o fundo encontra é ampliar a capacitação para o controle social

(importante em qualquer serviço público), modernizar os meios de

comunicação, auxiliar a capacitação dos gestores escolares e aproximar a

sociedade da educação, já que a escola não tem muros – em diferentes

momentos do dia somos um pouco educadores e um pouco aprendizes.

Adalberto disse que o

conselho deliberativo do fundo é

o responsável por normatizar

tudo o que é financiado. O

economista lembrou que os

valores do FNDE não devem

estar restritos ao fundo, mas

que devem se estender aos

diretores das escolas, que são

os responsáveis pelo bom uso

dos recursos que são

repassados. O FNDE possui muitos parceiros e desenvolve uma gestão

compartilhada e o controle social. Através do Plano Nacional da Educação, do

Programa Nacional de Transporte Escolar, do Programa Dinheiro Direto na

Escola, do Programa Formação pela Escola, do Plano de Ações articuladas o

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação consegue melhorar ações e

resolver problemas comuns no cenário educacional.

De maneira geral, senti sinceridade nas informações transmitidas pelo

Wellington e pelo Adalberto e os palestrantes deixaram transparecer que eles

realmente se satisfazem com o serviço que prestam ao fundo, o que é algo

muito positivo, pois aprimora o oferecimento do serviço público.

Adalberto complementando informações sobre

os programas do FNDE

18h35 – V Seminário USP – Ministério da Justiça – Tráfico de pessoas;

política sobre drogas; proteção e defesa do consumidor sustentável

Chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Justiça (SNJ): Frederico

Coutinho

Coordenadora-geral de Consumo e Cidadania da Senacon: Ana

Cândida Muniz Cipriano

Coordenadora do Programa de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas:

Heloísa Greco Alves

Este momento foi

iniciado com o tema da defesa

do consumidor, onde Ana

Cipriano afirmou que a defesa

do consumidor está ligada ao

crescimento econômico. Em

1962, o pronunciamento de

John Kennedy dizendo que

“somos todos consumidores”

foi importante para chamar a

atenção para este assunto.

Outro acontecimento

importante foi a criação da

Superintendência Nacional de

Abastecimento e Preços

(SUNAB) e a lei delegada 4, que assegura a livre distribuição de produtos

necessários ao consumo do povo.

Seguindo uma linha do tempo, Ana destacou a criação do Código de

Defesa do Consumidor em 1990 seguida da fundação do Departamento

Nacional do Código de Defesa do Consumidor em 1991. Mais recentemente,

em 2012 foi criada a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que

elabora e executa a Política Nacional das Relações de Consumo através do

Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, ligado às coordenações

de consumo e cidadania, de direitos difusos e da articulação das relações

institucionais. Essa Política Nacional das Relações de Consumo possui alguns

eixos tais como: consumo e regulação, consumo seguro e saúde, consumo e

cidadania, consumo e pós-venda e consumo e turismo. No ano passado, um

acontecimento importante foi o desenvolvimento do Plano Nacional de

Consumo e Cidadania.

O Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC) é composto

pelos famosos Procons, associações de defesa do consumidor, defensorias

públicas e pelo Ministério Público. Há um projeto de lei que visa o

fortalecimento dos Procons para diminuir conflitos no judiciário e incentivar a

Eu, Leticia e Marina no Ministério da Justiça, onde

ocorreu a última atividade do sexto dia

melhoria do atendimento ao consumidor. Ana Cipriano encerrou sua fala

dizendo que proteger o consumidor contribui para o desenvolvimento do país.

Depois deste tema, o

assunto introduzido foi o

Tráfico de Pessoas, onde

Heloísa Greco falou um

pouco sobre a Política

Nacional de Enfrentamento

do Tráfico de Pessoas.

Heloísa esclareceu que o

tráfico ocorre a partir de três

esferas: a ação, que

corresponde ao recrutamento,

abrigo, transporte e

recebimento de pessoas; o

meio, que é a fraude e o engano; e a exploração, objetivo final do tráfico. O

Código Nacional possui um atraso em relação ao tráfico de pessoas, sendo

que considera este tipo de atividade apenas quando a finalidade é a

prostituição.

Heloísa Greco lembrou que para o crime acontecer é irrelevante o

consentimento da vítima, já que este muitas vezes é resultado de ameaças e

motivos de força maior. A demanda de serviços e os fatores culturais e

socioeconômicos são os dois fatores principais que levam ao tráfico de

pessoas. O modelo de governança da Política Nacional de Enfrentamento do

Tráfico de Pessoas é transversal e possui uma coordenação tripartite, uma

gestão integrada e participativa, uma secretaria executiva, uma rede de

núcleos e postos de instâncias participativas, comitês estaduais e o Comitê

Nacional de Enfrentamento do Tráfico de Pessoas. A complexidade dessa

política é articular todos os envolvidos em seu desenvolvimento e atuação.

A referida política permitiu a criação de um plano homônimo que

permaneceu vigente de 2008 a 2010, quando começou a construção do

segundo plano, vigente atualmente em cinco linhas operativas que definem 115

metas a serem atingidas. O sistema de monitoramento mensura o progresso da

política, adota métricas comuns e torna públicos seus avanços e suas

dificuldades. Uma curiosidade trazida por Heloísa é que o dia 30 de julho é o

dia internacional de enfrentamento ao tráfico de pessoas.

Esses dois temas são assuntos que considero importantíssimos na

política de um país, que deve sempre se lembrar do respeito e da dignidade da

pessoa humana como base para as relações sociais. Achei muito valiosas as

informações coletadas nessa atividade que encerrou o penúltimo dia d’A

Cidade Constitucional e a Capital da República.

Ana Cipriano, Frederico Coutinho, Marcelo Nerling

e Heloísa Greco na composição da mesa do V

Seminário USP – Ministério da Justiça – Tráfico de

pessoas; política sobre drogas; proteção e defesa

do consumidor sustentável

Sétimo dia – 12/09/2014

9h00 – Visita ao Memorial JK, à Torre de TV e à Feira de Artesanato

Este último dia da disciplina

A Cidade Constitucional e a

Capital da República permitiu

que conhecêssemos alguns

dos pontos turísticos de

Brasília que ainda não

tínhamos tido a oportunidade

de visitar. Iniciando pelo

Memorial de Juscelino

Kubitschek, pude conhecer um

pouco mais sobre a história

desta importante figura

nacional e a sua contribuição

para a construção da capital do Brasil, além de poder conhecer quem estava

ao seu lado nesses processos. No memorial é possível visitar a biblioteca de

JK, ver roupas que ele usou em alguns momentos de sua vida, como no dia de

sua posse, observar bustos e fotografias que registram alguns feitos do

presidente, além de poder ver onde estão seus restos mortais. Foi uma

atividade muito valiosa que sugiro a todos aqueles que um dia tenham a honra

de visitar Brasília.

Depois de sair do memorial,

caminhamos até a Torre de TV, de

onde é possível obter uma vista

panorâmica de Brasília, que é

realmente muito bonita e bem

organizada e planejada. Durante

nossa visita, encontramos alguns

grupos escolares, fato que achei

positivo, pois as crianças da capital

estão num lugar privilegiado do nosso

país, então devem ser ainda mais

estimuladas a conhecer a importância daquele local. Ao descermos da torre,

antes de retornarmos à ESAF para fazermos o check-out, pudemos visitar a

feirinha de artesanato para comprar lembrancinhas para nós mesmos e para

pessoas queridas como uma singela recordação de momentos tão

enriquecedores que vivemos durante esses sete dias em Brasília.

Frente do Memorial JK

Vista de Brasília da Torre de TV

Conclusão

O projeto A Cidade Constitucional e a Capital da República foi uma

experiência maravilhosa que vivenciei e que sugiro fortemente a todos aqueles

que são privilegiados por estudar na Universidade de São Paulo e ter acesso a

esse tipo de oportunidade. Eu ficaria muito feliz se o projeto crescesse a ponto

de poder ser estendido a outras universidades, públicas e particulares, pois

conhecer de perto a atuação dos diversos membros que fazem a Cidade

Constitucional acontecer é algo que levarei para a vida toda.

Gostaria de agradecer nessa conclusão aos professores Marcelo Nerling

e Douglas Andrade, a todos da ESAF e a todos aqueles que, mesmo

indiretamente, fizeram com que estes dias acontecessem da melhor maneira

possível, pois tenho certeza que todos nós, discentes, fomos muito bem

acolhidos em todos os lugares que passamos.

Nessa experiência pude conhecer pessoas incríveis que talvez não

tivesse tido contato se não fosse por essa oportunidade, que se fosse resumir

em uma palavra, seria aprendizado. A sensação de se despedir de Brasília,

cidade pela qual desenvolvi um carinho muito especial, é um misto de tristeza

por querer passar mais dias ali e de alegria e esperança por ter percebido que,

com vontade de Constituição, podemos todos ser agentes ativos na construção

de uma Cidade Constitucional.

Foto do grupo que participou da disciplina A Cidade Constitucional e a Capital da

República em frente ao Congresso Nacional